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Associação Semente Viva CADERNO DE FORMAÇÃO MENSAL n. 5 - Março de 2019 ROTEIROS PARA AS PEQUENAS COMUNIDADES DA PALAVRA Atualizados com o tema da Campanha da Fraternidade 2019 Fraternidade e Políticas Públicas Centro de Bibliodrama Pastoral www.sementevivabrasil.com

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Associação Semente Viva

CADERNO DE FORMAÇÃO MENSAL

n. 5 - Março de 2019

ROTEIROS PARA AS

PEQUENAS COMUNIDADES DA PALAVRA

Atualizados com o tema da Campanha da Fraternidade 2019 Fraternidade e Políticas Públicas

Centro de Bibliodrama Pastoral

www.sementevivabrasil.com

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PREMISSA

Este livreto contém a proposta de uma formação preparada e oferecida pela Associação “Semente Viva” a todos seus Membros e a todos aqueles que, mesmo não aderindo explicitamente à Associação, se encontram em sintonia com os métodos de evangelização por ela propostos, desejando aprofundá-los. A Associação os reconhece como Membros Agregados, pois caminham em sintonia com seu carisma.

No centro está a formação bíblica, uma formação que visa não apenas a um conhecimento dos textos mas, antes de tudo, a apresentar a Palavra como companheira de vida, espelho para re-significar a experiência de cada um. Pois a Palavra, antes de tudo, é uma Pessoa, Jesus, a Palavra que pode mudar a nossa existência, se com fé nos abrirmos a Ele.

São oferecidas as propostas para a realização de quatro encontros, cujo texto bíblico de reflexão é o evangelho da liturgia dos domingos do mês de março. São construídos para viver a formação em pequenos grupos que chamamos de “Pequenas Comunidades da Palavra”, possivelmente nas casas: para que a Palavra possa ser encontrada por mais pessoas possíveis, em um contexto familiar onde cada um possa encontrar um espaço para se expressar. Os roteiros têm também uma breve atualização com o tema da Campanha de Fraternidade 2019, Fraternidade e Políticas Públicas.

O complemento deste livreto são os vídeos e as visualizações guiadas que podem ser encontradas no site www.sementevivabrasil.com ou no canal “sementeviva2012” do Youtube, ou também no DVD que a Associação coloca a disposição (veja como pedir na última página deste livreto).

O livreto contém 3 recursos diferentes:

a. Roteiros para o Animador (Parte 1): para quem guia concretamente o encontro

b. Folhetos para os partecipantes (Parte 2): podem ser duplicados para os participantes do encontro. É bom que todos tenham este folheto.

c. Meditações (Parte 3): estas podem ser propostas pelo Animador ou podem ser vistas nos vídeos. Mesmo quando realizadas “ao vivo”, é bom que o facilitador veja o vídeo como auxílio na realização dos símbolos.

Apresentamos em seguida em síntese o projeto das Pequenas Comunidades da Palavra.

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AS PEQUENAS COMUNIDADES DA PALAVRA

O projeto das Pequenas Comunidades da Palavra é uma proposta da Associação Semente Viva, cujo objetivo é evangelizar a partir do encontro vivo e experiencial com a Palavra, através do uso da arte e criatividade. O projeto é colocado a disposição de todos.

1. O que é uma Pequena Comunidade da Palavra

A Pequena Comunidade da Palavra é um grupo de pessoas que se reúne semanalmente em uma casa para ler e meditar a Palavra de Deus de forma experiencial e partilhar a vida à luz da mesma, seguindo o percurso do evangelho proposto pela liturgia dominical.

2. Características da PCP

- É um grupo pequeno, para permitir a partilha de todos;

- Encontra-se, possivelmente, em um ambiente familiar (uma casa...);

- A meditação da Palavra é feita de uma forma experiencial, através das técnicas simbólicas do Bibliodrama, e tem o objetivo de um espelhamento pessoal;

- A partilha é feita seguindo as regras de um encontro de Bibliodrama, de forma intersubjetiva e não interdependente (cada um partilha a partir de sua experiência, sem retomar o que o outro fala; partilham-se experiências e não idéias, focando-se nas propostas de espelhamento que são feitas durante a meditação).

3. O Animador da PCP

- É uma pessoa que, antes de tudo, sabe criar relação e harmonia no grupo;

- Facilita os vários momentos do encontro, ajudando na oração inicial, na leitura da Palavra e - depois da meditação - na partilha, ajudando a permanecer nas perguntas de espelhamento propostas;

- Ele ou outro facilitador propõe a meditação “ao vivo” ou também através do vídeo, predispondo tudo para sua visão.

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4. As meditações

As meditações são feitas seguindo as ferramentas simbólicas e imaginativas da metodologia do Bibliodrama, usada, neste caso, para transmitir conteúdos. Objetivo é o espelhamento pessoal (o que esta Palavra fala à minha vida).

As ferramentas de aprofundamento básicas utilizadas são a esquematização simbólica da cena e a representação simbólica dos conceitos apresentados pelo trecho considerado, usadas para levar o participante a espelhar, no trecho bíblico, algo da própria vida. Assim como, para cada encontro, é prevista uma dinâmica de imaginação que poderá ser realizada através de um áudio.

A dimensão simbólica no Bibliodrama é de grande importância, pois permite vivenciar a passagem do nível da realidade (a vida real das pessoas que participam da experiência) ao nível da meia realidade (a história das personagens, seus sentimentos e pensamentos), além de transmitir, de forma criativa, conceitos e idéias. No âmbito formativo, o uso simbólico dos panos ajuda quem escuta a entrar mais facilmente no contexto e também a gravar na memória.

Os roteiros e as meditações são preparados pelo Centro de Bibliodrama Pastoral (pela missionária ir. Loredana Vigini, teóloga e formadora de Bibliodrama), e são disponíveis seja em material físico (papel, CD) que online:

Site www.sementevivabrasil.com Youtube: sementeviva2012

Bibliografia essencial:

Poppi A., Sinossi e commento esegético-spirituale dei quatto Vangeli, Ed. Messaggero, Padova.

Ronchi E., Omelie, in www.lachiesa.it

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3 de março VIII Domingo do Tempo Comum - Ano C –Roteiro para o Animador

“O agir inspirado pelo amor”

XXVII Domingo do Tempo Comum – Ano B

MATERIAIS PARA O ENCONTRO:

- Folha para os participantes (pág. 32) e vídeo e áudio do encontro.

- Vela e fósforo

- Panos: vermelho e amarelo

Acolhida

(Apresentação dos novos, eventuais notícias... Entregar para todos o folheto do encontro e deixar também algumas canetas a disposição).

Sinal da Cruz e breve momento de oração ao Espírito Santo

(Se quiser, colocar uma vela no meio para representar simbolicamente a presença do Espírito Santo).

“Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”. “Amém”

“No início deste encontro, queremos nos relacionar com o Espírito Santo... O Espírito que hoje e sempre nos guia, nos acompanha; não está longe de nós, mas está próximo de nós, em nós. O tema de hoje é a ação inspirada pelo amor e o amor é o Espírito Santo. É ele que, antes de mais nada, sendo Amor, nos inspira a agir de acordo com o coração de Deus, e essa chama nos lembra da ação do Espírito dentro de nós, iluminando-nos, guiando-nos, convidando-nos a agir. Peço-lhe que feche os olhos e, no silêncio do seu coração, pense no dia de hoje e encontre um momento do seu dia em que sentiu que o Espírito Santo o levava a amar com uma nova e diferente forma maior "(silêncio) .” (...)

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“Se conseguir encontrar esta Sua ação, peço para agradecê-Lo, no silêncio; se não encontrar, então peça, sempre no silêncio, que abra seu coração e seus olhos para perceber a presença dEle...”.

(Deixar alguns instantes de silêncio para que cada um possa viver a oração de forma pessoal. Deixamos a oração partilhada para o final.

Depois concluir com um refrão ao Espírito Santo que todos conheçam ou com a oração do Glória:

Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo como era no princípio e agora e sempre. Amém).

“Acolhamos, agora, a Palavra de Deus que nos acompanhará neste encontro”.

Leitura do evangelho (Lc 6,39-45)

(Alguém lê a leitura do folheto que todos receberam. Neste caso, dar preferência ao folheto à Bíblia, para que assim todos tenham acesso a mesma tradução que se

usa na liturgia e na meditação).

Naquele tempo: Jesus contou uma parábola aos discípulos: 'Pode um cego guiar outro cego? Não cairão os dois num buraco? Um discípulo não é maior do que o mestre; todo discípulo bem formado será como o mestre. Por que vês tu o cisco no olho do teu irmão, e não percebes a trave que há no teu próprio olho? Como podes dizer a teu irmão: irmão, deixa-me tirar o cisco do teu olho, quando tu não vês a trave no teu próprio olho? Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho, e então poderás enxergar bem para tirar o cisco do olho do teu irmão. Não existe árvore boa que dê frutos ruins, nem árvore ruim que dê frutos bons. Toda árvore é reconhecida pelos seus frutos. Não se colhem figos de espinheiros, nem uvas de plantas espinhosas. O homem bom tira coisas boas do bom tesouro do seu coração. Mas o homem mau tira coisas más do seu mau tesouro, pois sua boca fala do que o coração está cheio. (Lc 6,39-45)

Introdução à leitura pessoal

“Queremos que esta Palavra toque profundamente cada um de nós. Por isso, agora, faremos alguns instantes de silêncio para que cada um possa reler o trecho que foi ouvido. Peço para cada um marcar (sublinhando, se quiser, com uma caneta) a palavra ou a frase que hoje, especialmente, ressoa mais forte ao seu coração. Se alguém tiver dificuldade em ler, repense, em silêncio, no que escutou, e se tiver algo que o atingiu mais profundamente,

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reflita, um momento, sobre isso”. (Deixar alguns minutos para que cada um possa ler pessoalmente o trecho bíblico).

“Agora que lemos com maior profundidade o texto, peço-lhe para ler ou repetir em voz alta aquela palavra ou aquela frase que tocou mais forte você hoje”. (Cada um fala em voz alta aquela palavra ou frase que sublinhou. Não vamos fazer, neste momento, ressonâncias pessoais ou reflexões sobre a Palavra, mas ficaremos ainda uma vez na Palavra assim como nos foi entregue).

Meditação

“Queremos agora aprofundar esta Palavra, nos ajudando também com alguns símbolos”.

(O Animador propõe o vídeo “O agir inspirado pelo Espírito ou propõe a meditação ao vivo, seguindo a pág. 41).

Silêncio de meditação e espelhamento

“Depois de ter escutado esta Palavra, deixamos alguns minutos de silêncio para retomar as provocações e as perguntas que foram feitas, e que se encontram no folheto que receberam, para que a Palavra entre na nossa vida. Neste momento não vamos pensar em outras meditações ou ideias, mas vamos entrar no concreto da nossa experiência ajudados pela meditação que foi feita”.

(Deixar pelos menos 10 minutos para que todos possam repensar nas perguntas de espelhamento e responder no seu coração).

Para a meditação pessoal

1. O cego e a luz. Você se deixa iluminar por Jesus em guiar os outros, ou segue em frente pensando que já sabe tudo, e tem a si mesmo como critério?

2. O cisco e a trave: para quem estou olhando, hoje, de negativo? Quem é essa pessoa de quem eu sempre e somente enfatizo os defeitos? E qual é a “trave” que me faz enxergar assim? Que nome tem?

3. O coração e a palavra: Que tipo de "clima" criamos ao nosso redor, com nossas palavras? Acolhida, amizade... ou rejeição e julgamento?

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4. As três ações inspiradas pelo Amor: Em qual das três situações eu tenho que crescer mais, para viver concretamente inspirado ao amor universal?

Partilha

“Agora que refletimos sobre a nossa vida, poderemos partilhar. antes, trago presente algumas regras importantes:

- Cada um fale daquilo que pensou e refletiu, sem se deixar condicionar pelo que os outros partilham;

- Não vamos partilhar ideias mas experiências;

- Não vamos retomar o que o outro fala, pois a experiência de cada um é diferente, mesmo quando parece igual;

- Cada um se compromete a não comentar fora daqui a partilha do outro, pois é um dom precioso que recebemos ao entrar na sua vida pessoal.

Não é necessário partilhar sobre todas as perguntas, também porque algumas são mais íntimas. Podemos viver esta partilha livremente, escolhendo algumas das perguntas, e tentando ser breves também para deixar o espaço para todos”.

(Deixe que todos, se possível, partilhem. Ajude-os a ser breves e sobretudo, que a partilha seja sobre a experiência pessoal. Se, por causa do tempo, nem todos conseguirem partilhar, o facilitador anota quem não o fez para lhe dar esta possibilidade na partilha do próximo encontro. Deixar pelos menos 15 minutos de tempo para a oração conclusiva).

Oração conclusiva com visualização e símbolo vivenciado

"Vamos colocar em nosso meio este pano vermelho, que representa o amor que deve dar tom e cor a toda a nossa vida. Vimos três aspectos em que somos chamados a crescer, e cada um respondeu, em seu coração, onde deve se comprometer mais para que nos deixamos inspirar pelo amor. Podemos fechar nossos olhos, agora, e nos deixar ajudar novamente em um momento de oração". (Ouça o áudio "Seguir Jesus", deixando que todos vivam a proposta).

(Depois de ouvir) "Vimos como a luz é muito importante para saber amar o outro. Um pano amarelo representou essa luz na meditação. Agora, receberemos, um após o outro, este pano amarelo, símbolo da luz. Cada um, recebendo, pode fazer um gesto, dizer uma palavra ou uma oração, vivendo um encontro pessoal com a luz... ".(Deixe todos - aqueles que assim o

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desejam - viverem o gesto. Coloque uma música doce ou de oração como fundo musical; no final coloque o pano amarelo ao redor do pano vermelho).

(Concluímos com nosso Pai) "Agora podemos nos levantar e dar as mãos, e com consciência de sempre precisar dessa luz, podemos nos voltar para o Pai lhe pedindo este dom: Pai Nosso...(Fazer o sinal da cruz. Se quiser, pedir para dizer em voz alta uma palavra que resume o que leva para casa).

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10 de março I Domingo de Quaresma - Ano C - Roteiro para o Animador

O perigo de desviar do caminho

MATERIAIS PARA O ENCONTRO:

- Folha para os participantes (pág. 34) e vídeo da meditação - uma vela e fósforo - um pano vermelho - uma cruz

Acolhida

(Apresentação dos novos participantes, eventuais notícias... Entregar para todos o folheto e deixar também algumas canetas a disposição).

Sinal da Cruz e momento de oração ao Espírito Santo

(Se quiser, colocar uma vela no meio, símbolo do Espírito Santo).

“Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”. “Amém”

“Começamos, com este domingo, o percurso da Quaresma, que se abriu na Quarta-Feira de cinza. É um caminho longo a percorrer, e ainda uma vez queremos nos relacionar com o Espírito Santo, para que ele possa conduzir este encontro, nossa escuta, nossa vida e este caminho quaresmal. Colocamos esta vela para lembrar como ele age em nós... iluminando, guiando, nos empurrando a agir, nos purificando... Peço para vocês fecharem os olhos e se interrogar, à luz deste símbolo, de qual ação do Espírito Santo precisa mais, neste caminho... E também reconhecer onde ele está já agindo, para conduzi-lo no caminho... Relacione-se com Ele, no silêncio do seu coração” (...)

(Deixar alguns instantes de silêncio para a oração pessoal; a oração partilhada será só na conclusão do encontro. Depois concluir com um refrão ao Espírito Santo que todos conhecem ou com uma simples oração).

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“Acolhamos, agora, a Palavra de Deus que nos acompanhará neste encontro”.

Leitura do evangelho (Lc 4,1-13)

(Alguém lê a leitura do folheto que todos receberam. Neste caso, dar preferência ao folheto à Bíblia, para que todos tenham acesso a mesma tradução que se usa na liturgia e na meditação).

Naquele tempo: Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão, e, no deserto, ele era guiado pelo Espírito. Ali foi tentado pelo diabo durante quarenta dias. Não comeu nada naqueles dias e depois disso, sentiu fome. O diabo disse, então, a Jesus: 'Se és Filho de Deus, manda que esta pedra se mude em pão.' Jesus respondeu: 'A Escritura diz: 'Não só de pão vive o homem'.' O diabo levou Jesus para o alto, mostrou-lhe por um instante todos os reinos do mundo e lhe disse: 'Eu te darei todo este poder e toda a sua glória, porque tudo isso foi entregue a mim e posso dá-lo a quem eu quiser. Portanto, se te prostrares diante de mim em adoração, tudo isso será teu.' Jesus respondeu: 'A Escritura diz: 'Adorarás o Senhor teu Deus, e só a ele servirás'.' Depois o diabo levou Jesus a Jerusalém, colocou-o sobre a parte mais alta do Templo, e lhe disse: 'Se és Filho de Deus, atira-te daqui abaixo! Porque a Escritura diz: Deus ordenará aos seus anjos a teu respeito, que te guardem com cuidado!' E mais ainda: 'Eles te levarão nas mãos, para que não tropeces em alguma pedra'.' Jesus, porém, respondeu: 'A Escritura diz: 'Não tentarás o Senhor teu Deus'.' Terminada toda a tentação, o diabo afastou-se de Jesus, para retornar no tempo oportuno.

Introdução à leitura pessoal

“Queremos que esta Palavra toque profundamente cada um de nós. Por isso, agora, faremos alguns instantes de silêncio para que cada um possa reler o trecho que foi ouvido. Peço para cada um marcar (sublinhando, se quiser, com uma caneta) a palavra ou a frase que hoje, especialmente, ressoa mais forte ao seu coração. Se alguém tiver dificuldade em ler, repense, em silêncio, no que escutou, e se tiver algo que o atingiu mais profundamente, reflita, um momento, sobre isso”.

(Deixar alguns minutos para que cada um possa ler pessoalmente o trecho bíblico).

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“Agora que lemos com maior profundidade o texto, peço-lhe para ler ou repetir em voz alta aquela palavra ou aquela frase que tocou mais forte você hoje”.

(Cada um fala em voz alta aquela palavra ou frase que sublinhou. Não vamos fazer, neste momento, ressonâncias pessoais ou reflexões sobre a Palavra, mas ficaremos ainda uma vez na Palavra assim como nos foi entregue).

Meditação

“Queremos agora aprofundar esta Palavra, nos ajudando também com alguns símbolos”.

(O Animador propõe a meditação com o vídeo “O perigo de desviar o caminho” ou ao vivo, seguindo o roteiro de pág. 46).

Silêncio de meditação e espelhamento

“Depois de ter escutado esta Palavra, deixamos alguns minutos de silêncio para retomar as provocações e as perguntas que foram feitas, e que se encontram no folheto que receberam, para que a Palavra entre na nossa vida. Neste momento não vamos pensar em outras meditações ou ideias, mas vamos entrar no concreto da nossa experiência ajudados pela meditação que foi feita”.

(Deixar pelos menos 10 minutos para que todos possam repensar nas perguntas de espelhamento e responder no seu coração).

Para a meditação pessoal

1. Das águas ao deserto. Na sua vida aconteceu que Deus o guiou através de uma experiência de escuridão, de deserto, sentindo que o Senhor lhe pediu para enfrentar e superar esse momento?

2. Guia e tentador: Reconheço, na minha vida as duas “presenças” que tentam me conduzir, o Espírito que guia e o tentador que procura nos desviar do caminho? E como vivo esta luta?

3. Alimentado pelo amor: O amor de Deus está "me alimentando" ou seja me está dando força para que eu sustente as duras provações da vida? Estou claramente percebendo esse amor por mim?

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4. De cima a baixo: Qual é o criterio, o objetivo da minha vida? Riqueza, gloria, poder…ou seguir humildemente a vontade de Deus para receber só dele a glória?

5. Uma fé que não pede provas: vôce alguma vez pediu uma prova do amor a Deus? Conseguiu viver no “deserto” mantendo sua fé que Deus estava ao deu lado, o protegia e apoiava?

Partilha

“Agora que refletimos sobre a nossa vida, poderemos partilhar. Antes, trago presente algumas regras importantes:

- Cada um fale daquilo que pensou e refletiu, sem se deixar condicionar pelo que os outros partilham;

- Não vamos partilhar ideias mas experiências;

- Não vamos retomar o que o outro fala, pois a experiência de cada um é diferente, mesmo quando parece igual;

- Cada um se compromete a não comentar fora daqui a partilha do outro, pois é um dom precioso que recebemos ao entrar na sua vida pessoal.

Não é necessário partilhar sobre todas as perguntas, também porque algumas são mais íntimas. Podemos viver esta partilha livremente, escolhendo algumas das perguntas, e tentando ser breves também para deixar o espaço para todos”.

(Deixe que todos, se possível, partilhem. Ajude-os a ser breves e sobretudo, que a partilha seja sobre a experiência pessoal. Se, por causa do tempo, nem todos conseguirem partilhar, o facilitador anota quem não o fez para lhe dar esta possibilidade na partilha do próximo encontro).

Atualização com a Campanha da fraternidade

Depois da partilha mais pessoal, colocar as provocações a partir do tema da campanha da fraternidade, pedindo para cada um assumir um dos pontos a ser aprofundado, pensado, vivenciado durante a semana.

Oração com visualização e símbolo vivenciado

(Pode-se colocar no meio do grupo a vela acesa e o pano de Jesus; se tiver, um crucifíxo).

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“Colocamos, aqui no nosso meio, o pano que simboliza Jesus. Jesus é o modelo que nos é dado para seguir, e aquele que nos mostra o caminho... Convido vocês a fecharem os olhos e a vivenciar, por um momento, o que acabamos de meditar”.

(Colocar o áudio “O verdadeiro poder”, deixando que todos vivam a experiência proposta).

(Depois da breve visualização) “Jesus, renunciando ao poder, recebeu o poder, todo joelho se dobra diante dele... Se sentimos o poder dele na nossa vida, convido agora, na liberdade, a se ajoelhar diante de Jesus... Reconhecer que, naquela cruz, foi alcançado o maior poder... aquilo de vencer definitivamente o mal e a morte... No silêncio do coração pedimos a ele que nos ajude a crescer no poder ficando – aceitando nossa cruz.

(Deixar que todos vivam um tempo de oração e de silêncio, colocando um fundo musical suave)

Temos diante de nós esta cruz... se quisermos, podemos agora nos aproximar e fazer um gesto a esta cruz, livre, e se quisermos também expressarmos uma oração que nasce do coração”.

(Deixar que todos – quem quiser – vivam o gesto. Concluir com o Pai nosso) “Podemos nos levantar e, com a consciência da força da cruz, podemos nos levantar e nos dar a mão, rezando juntos ao Pai que nos ajude a escolher sempre sua vontade e não o que pode ser mais belo e fácil: Pai nosso...”.

(Concluir com o sinal da cruz e, se quiser, pedir para dizer em voz alta uma palavra que resume o encontro).

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17 DE MARÇO II Domingo de Quaresma - Ano C - Roteiro para o Animador

Incomprensão

MATERIAIS PARA O ENCONTRO:

- Folha para os participantes (pág. 36) e vídeo da meditação. - uma vela e fósforo - um pano branco possivelmente grande ou comprido

Acolhida

(Apresentação dos novos participantes, eventuais notícias... Entregar para todos o folheto e deixar também algumas canetas a disposição).

Sinal da Cruz e momento de oração ao Espírito Santo

(Se quiser, colocar uma vela no meio, símbolo do Espírito Santo).

“Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”. “Amém”

“Começamos este encontro entrando em relação com o Espírito Santo. Estamos no segundo domingo de Quaresmo, e o tema de hoje é Incomprensão... Às vezes não conseguimos entender tudo o que Deus nos proporciona... Quem nos ajuda é o Espírito Santo. Olhamos esta vela, que nos lembra a ação dEle em nós... Peço para vocês fecharem os olhos, agora... Repense na sua vida... Repense neste dia... O que o Espírito hoje, nesta semana, lhe fez entender de novo ou melhor?” (...)

“Se reconhecer esta ação e esta força dEle em você, peço-lhe para agradecer-Lhe, no silêncio; se não encontrar na sua memória esta ação, então peça, sempre no silêncio, que Ele seja luz para você hoje” (...).

(Deixar alguns instantes de silêncio para a oração pessoal; a oração partilhada será só na conclusão do encontro. Depois concluir com um refrão ao Espírito Santo que todos conhecem ou com uma simples oração).

“Acolhamos, agora, a Palavra de Deus que nos acompanhará neste encontro”.

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Leitura do evangelho (Lc 9,28b-36)

(Alguém lê a leitura do folheto que todos receberam. Neste caso, dar preferência ao folheto à Bíblia, para que todos tenham acesso a mesma tradução que se usa na liturgia e na meditação).

Naquele tempo: Jesus levou consigo Pedro, João e Tiago, e subiu à montanha para rezar. Enquanto rezava, seu rosto mudou de aparência e sua roupa ficou muito branca e brilhante. Eis que dois homens estavam conversando com Jesus: eram Moisés e Elias. Eles apareceram revestidos de glória e conversavam sobre a morte, que Jesus iria sofrer em Jerusalém. Pedro e os companheiros estavam com muito sono. Ao despertarem, viram a glória de Jesus e os dois homens que estavam com ele. E quando estes homens se iam afastando, Pedro disse a Jesus: 'Mestre, é bom estarmos aqui. Vamos fazer três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias.' Pedro não sabia o que estava dizendo. Ele estava ainda falando, quando apareceu uma nuvem que os cobriu com sua sombra. Os discípulos ficaram com medo ao entrarem dentro da nuvem. Da nuvem, porém, saiu uma voz que dizia: 'Este é o meu Filho, o Escolhido. Escutai o que ele diz!' Enquanto a voz ressoava, Jesus encontrou-se sozinho. Os discípulos ficaram calados e naqueles dias não contaram a ninguém nada do que tinham visto.

Introdução à leitura pessoal

“Queremos que esta Palavra toque profundamente cada um de nós. Por isso, agora, faremos alguns instantes de silêncio para que cada um possa reler o trecho que foi ouvido. Peço para cada um marcar (sublinhando, se quiser, com uma caneta) a palavra ou a frase que hoje, especialmente, ressoa mais forte ao seu coração. Se alguém tiver dificuldade em ler, repense, em silêncio, no que escutou, e se tiver algo que o atingiu mais profundamente, reflita, um momento, sobre isso”.

(Deixar alguns minutos para que cada um possa ler pessoalmente o trecho bíblico).

“Agora que lemos com maior profundidade o texto, peço-lhe para ler ou repetir em voz alta aquela palavra ou aquela frase que tocou mais forte você hoje”.

(Cada um fala em voz alta aquela palavra ou frase que sublinhou. Não vamos fazer, neste momento, ressonâncias pessoais ou reflexões sobre a Palavra, mas ficaremos ainda uma vez na Palavra assim como nos foi entregue).

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Meditação

“Queremos agora aprofundar esta Palavra, nos ajudando também com alguns símbolos”.

(O Animador propõe a meditação com o vídeo “Incompreensão” ou ao vivo, seguindo o roteiro de pág. 53).

Silêncio de meditação e espelhamento

“Depois de ter escutado esta Palavra, deixamos alguns minutos de silêncio para retomar as provocações e as perguntas que foram feitas, e que se encontram no folheto que receberam, para que a Palavra entre na nossa vida. Neste momento não vamos pensar em outras meditações ou ideias, mas vamos entrar no concreto da nossa experiência ajudados pela meditação que foi feita”.

(Deixar pelos menos 10 minutos para que todos possam repensar nas perguntas de espelhamento e responder no seu coração).

Para a meditação pessoal

1. Subindo à montanha para rezar. Onde estou na minha experiência de seguir Jesus: como Pedro, como João, como Thiago, com um os outros que ficaram em baixo? E qual emoção sinto me colocando neste lugar?

2. A oração que tranforma: O encontro com Deus em oração me transforma? Os outros percebem esta mudança? E se isso não estiver acontecendo, qual é o motivo?

3. Incapazes de entrar no mistério: O que representa para nós aquele véu que cobriu os discípulos, aquele sono? O quê nos impede de ver com clareza, como se estivéssemos dormindo?

4. Permanecer para sempre na glória: Na sua esperiência você também “seleciona” as palavras de Jesus, acolhendo talvez as mais fáceis de viver, ignorando as outras ? Qual é a Palavra de Jesus que atualmente você sente como a mais díficil de viver?

5. O segredo da vida: Qual é o segredo que você está guardando em sua vida, talvez porque se sinta incompreendido ou talvez porque seja um fardo muito pesado e você nao seria capaz de comunicá-lo, compartilhá-lo..? E, diante

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deste “segredo”, você consegue encontrar a força na escuta da Sua Palavra na sua vida cotidiana?

Partilha

“Agora que refletimos sobre a nossa vida, poderemos partilhar. antes, trago presente algumas regras importantes:

- Cada um fale daquilo que pensou e refletiu, sem se deixar condicionar pelo que os outros partilham;

- Não vamos partilhar ideias mas experiências;

- Não vamos retomar o que o outro fala, pois a experiência de cada um é diferente, mesmo quando parece igual;

- Cada um se compromete a não comentar fora daqui a partilha do outro, pois é um dom precioso que recebemos ao entrar na sua vida pessoal.

Não é necessário partilhar sobre todas as perguntas, também porque algumas são mais íntimas. Podemos viver esta partilha livremente, escolhendo algumas das perguntas, e tentando ser breves também para deixar o espaço para todos”.

(Deixe que todos, se possível, partilhem. Ajude-os a ser breves e sobretudo, que a partilha seja sobre a experiência pessoal. Se, por causa do tempo, nem todos conseguirem partilhar, o facilitador anota quem não o fez para lhe dar esta possibilidade na partilha do próximo encontro.

Atualização com a Campanha da fraternidade

Depois da partilha mais pessoal, colocar as provocações a partir do tema da campanha da fraternidade, pedindo para cada um assumir um dos pontos a ser aprofundado, pensado, vivenciado durante a semana.

Oração conclusiva com visualização e símbolo vivenciado

(Pode-se colocar no meio do grupo a vela acesa, o pano branco que representou o Pai). “Colocamos este pano branco que na meditação representou o Pai. Não colocamos o pano de Jesus, junto nesta relação com o Pai, porque queremos nos viver, por um instante, a experiência de Jesus, ser nós o Filho Amado, Escolhido, que vive da relação com o Pai”.

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(Colocar o áudio “Face a face com o Pai”, deixando que todos vivam a experiência proposta).

(Depois da breve visualização) “Convido vocês, no final deste encontro, se quiser, a viver este gesto. Este pano representa o Pai mas, no nosso encontro, representou também a núvem que todos os presentes puderam experimentar, fisicamente... Agora este pano branco passará em cada um de nós e, livremente, cada um poderá entrar neste pano, se envolver com este pano, símbolo da núvem da presença de Deus...”.

(Coloque uma música de fundo. O facilitador começa e depois passa o pano branco para quem está a seu lado. Deixar que todos – quem quiser – vivam o gesto. No final, colocar de novo o pano branco no centro, e concluir com o Pai nosso) “Na consciência que somos abraçados pelo Pai, que Ele quer nos envolver com Seu amor, agora podemos nos voltar para Ele e rezarmos juntos: Pai nosso...”.

(Concluir com o sinal da cruz. No final pedir para dizer uma palavra resumo daquilo que vivenciaram no encontro).

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24 de MARÇO III Domingo de Quaresma - Ano C - Roteiro para o Animador

Converter-se ao amor

MATERIAIS PARA O ENCONTRO:

- Folha para os participantes (pág. 38) e vídeo da meditação. - uma vela - panos: branco e marrom - uma bacia com terra - copos de plásticos ou outro para todos poderem levar a terra no fim do encontro

Acolhida

(Apresentação dos novos participantes, notícias... Dar para todos o folheto do encontro e deixar também algumas canetas a disposição).

Sinal da Cruz e momento de oração ao Espírito Santo

(Se quiser, colocar uma vela no meio, símbolo do Espírito Santo).

“Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”. “Amém”

“Novamente começamos este encontro nos relacionando com o Espírito Santo. O Espírito Santo é o Amor, e precisamos ser renovados pelo Espírito no nosso modo de amar. Estamos no Terceiro Domingo de Quaresma, e percebemos as exigências deste caminho, um caminho que ter que ser de conversão... Peço para você fechar os olhos... Repense na sua vida... Repense neste dia... o Espírito Santo o (a) ajudou, hoje, neste tempo, a amar de verdade? Ajudou-o (a) a viver um amor maior, capaz de ir além de qualquer dificuldade?”

“Se reconhecer esta presença dEle hoje, peço-lhe para agradecer-Lhe, no silêncio; se não encontrar na sua memória esta ação, então peça, sempre no silêncio, que Ele fale ainda mais forte, para ouvir Sua voz” (...).

(Deixar alguns instantes de silêncio para a oração pessoal; a oração partilhada será só na conclusão do encontro. Depois concluir com um refrão ao Espírito Santo que todos conhecem ou com uma simples oração).

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“Acolhamos, agora, a Palavra de Deus que nos acompanhará neste encontro”.

Leitura do evangelho (Lc 13,1-9)

(Alguém lê a leitura do folheto que todos receberam. Neste caso, dar preferência ao folheto à Bíblia, para que todos tenham acesso a mesma tradução que se usa na liturgia e na meditação).

Naquele tempo, vieram algumas pessoas trazendo notícias a Jesus a respeito dos galileus que Pilatos tinha matado, misturando seu sangue com o dos sacrifícios que ofereciam. Jesus lhes respondeu: 'Vós pensais que esses galileus eram mais pecadores do que todos os outros galileus, por terem sofrido tal coisa? ? Eu vos digo que não. Mas se vós não vos converterdes, ireis morrer todos do mesmo modo. E aqueles dezoito que morreram, quando a torre de Siloé caiu sobre eles? Pensais que eram mais culpados do que todos os outros moradores de Jerusalém? Eu vos digo que não. Mas, se não vos converterdes, ireis morrer todos do mesmo modo.' E Jesus contou esta parábola: 'Certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha. Foi até ela procurar figos e não encontrou. Então disse ao vinhateiro: 'Já faz três anos que venho procurando figos nesta figueira e nada encontro. Corta-a! ! Por que está ela inutilizando a terra?' Ele, porém, respondeu: 'Senhor, deixa a figueira ainda este ano. Vou cavar em volta dela e colocar adubo. Pode ser que venha a dar fruto. Se não der, então tu a cortarás.’

Introdução à leitura pessoal

“Queremos que esta Palavra toque profundamente cada um de nós. Por isso, agora, faremos alguns instantes de silêncio para que cada um possa reler o trecho que foi ouvido. Peço para cada um marcar (sublinhando, se quiser, com uma caneta) a palavra ou a frase que hoje, especialmente, ressoa mais forte ao seu coração. Se alguém tiver dificuldade em ler, repense, em silêncio, no que escutou, e se tiver algo que o atingiu mais profundamente, reflita, um momento, sobre isso”.

(Deixar alguns minutos para que cada um possa ler pessoalmente o trecho bíblico).

“Agora que lemos com maior profundidade o texto, peço-lhe para ler ou repetir em voz alta aquela palavra ou aquela frase que tocou mais forte você hoje”.

(Cada um fala em voz alta aquela palavra ou frase que sublinhou. Não vamos fazer, neste momento, ressonâncias pessoais ou reflexões sobre a

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Palavra, mas ficaremos ainda uma vez na Palavra assim como nos foi entregue).

Meditação

“Queremos agora aprofundar esta Palavra, nos ajudando também com alguns símbolos”.

(O Animador propõe a meditação com o vídeo “Converter-se ao amor” ou ao vivo, seguindo o roteiro de pág. 59).

Silêncio de meditação e espelhamento

“Depois de ter escutado esta Palavra, deixamos alguns minutos de silêncio para retomar as provocações e as perguntas que foram feitas, e que se encontram no folheto que receberam, para que a Palavra entre na nossa vida. Neste momento não vamos pensar em outras meditações ou ideias, mas vamos entrar no concreto da nossa experiência ajudados pela meditação que foi feita”.

(Deixar pelos menos 10 minutos para que todos possam repensar nas perguntas de espelhamento e responder no seu coração).

Para a meditação pessoal

1. O motivo do sofrimento. você deu a Deus a responsabilidade de um mal que o tocou? Quando você fez a pergunta sobre o motivo do mal a Deus?

2. Uma resposta libertadora: Você consegue perceber o olhar de Deus que alcança você no sofrimento, como olhar que sustenta e consola? Como você se sente diante desse olhar?

3. O chamado à responsabilidade do amor: Onde me devo converter ao amor? Ou seja onde não estou amando, não estou construíndo, não estou oferecendo ternura ma criando sofrimento, destruição, dor?

4. A verdadeira imagem de Deus: você acolhe, em sua vida, esta obra de Deus em você, que também permite as provações, mas para que você saia melhor, saia mais forte no amor? Você percebe essas mãos que estão "trabalhando" você?

5. O nosso coração duro e impaciente: Você é capaz de esperar, de viver a paciência na frente da experiência do mal?

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6. A nossa reação diante do mal: Hoje quer estar no papel do patrão que quer destruir logo o mal ou no lugar da pessoa esperançosa, capaz de assumir a responsabilidade da sua vida e se deixar moldar por Deus?

Partilha

“Agora que refletimos sobre a nossa vida, poderemos partilhar. Antes, trago presente algumas regras importantes:

- Cada um fale daquilo que pensou e refletiu, sem se deixar condicionar pelo que os outros partilham;

- Não vamos partilhar ideias mas experiências;

- Não vamos retomar o que o outro fala, pois a experiência de cada um é diferente, mesmo quando parece igual;

- Cada um se compromete a não comentar fora daqui a partilha do outro, pois é um dom precioso que recebemos ao entrar na sua vida pessoal.

Não é necessário partilhar sobre todas as perguntas, também porque algumas são mais íntimas. Podemos viver esta partilha livremente, escolhendo algumas das perguntas, e tentando ser breves também para deixar o espaço para todos”.

(Deixe que todos, se possível, partilhem. Ajude-os a ser breves e sobretudo, que a partilha seja sobre a experiência pessoal. Se, por causa do tempo, nem todos conseguirem partilhar, o facilitador anota quem não o fez para lhe dar esta possibilidade na partilha do próximo encontro).

Atualização com a Campanha da fraternidade

Depois da partilha mais pessoal, colocar as provocações a partir do tema da campanha da fraternidade, pedindo para cada um assumir um dos pontos a ser aprofundado, pensado, vivenciado durante a semana.

Oração com visualização e símbolo vivenciado

(Pode-se colocar no meio do grupo a vela acesa, o pano branco que representou a Deus, um pano marrom aberto e uma bacia com terra).

“Colocamos simbolicamente, o pano branco, que também hoje representou para nós, Deus, este Deus que, como um camponês paciente, trabalha nossa terra pobre e dura... Convido vocês a fecharem os olhos e a vivenciar, por um momento, o que acabamos de meditar”.

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(Colocar o áudio “Trabalhando a sua terra”, deixando que todos vivam a experiência proposta).

(Depois da breve visualização) “Convido vocês, no final deste encontro, se quiser, a viver este gesto. Se você quiser que Deus de verdade possa trabalhar sua vida, usar a enxada na sua terra, permitindo também que ele o molda com as provações ou através os caminhos que Ele achar mais adequados para você... pode, então, se aproximar, pegar um pouco desta terra e colocá-la neste pano marrom, que representa a nossa humanidade. Com este gesto queremos colocar a terra que nós somos nas mãos de Deus... e, vivendo este gesto, podemos expressar uma oração pessoal a Deus”.

(Deixar que todos, quem quiser, viva o gesto. No final convidar para rezar o Pai nosso)

“Temos diante de nós esta pano marrom, que representa a humanidade, e o nosso pequeno sim a entregar esta nossa humanidade, essa nossa terra para que Deus comece a trabalhá-la... Podemos, então, rezar juntos ao Pai para que cumpra sua obra em nós: Pai nosso...”.

(Concluir com o sinal da cruz. Convidar, quem quiser, a levar para casa um pouco daquela terra que foi entregue a Deus, para nos lembrar do compromisso assumido).

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31 de MARÇO IV Domingo de Quaresma - Ano C - Roteiro para o Animador

“A verdadeira filiação”

MATERIAIS PARA O ENCONTRO:

- Folha para os participantes (pág. 40) e vídeo da meditação. - uma vela - panos: vermelho e dourado

Acolhida

(Apresentação dos novos participantes, notícias... Dar para todos o folheto do encontro e deixar também algumas canetas a disposição).

Sinal da Cruz e momento de oração ao Espírito Santo

(Se quiser, colocar uma vela no meio, símbolo do Espírito Santo).

“Em nome do Pai e do Filho e do Espírito Santo”. “Amém”

“Novamente começamos este encontro nos relacionando com o Espírito Santo. Neste caminho de Quaresma Ele nos está acompanhando, passo após passo, nos ajudando a não perder este tempo... E hoje, ainda uma verdade: a filiação... Somos filhos no Espírito... No Batismo, o Espírito Santo em nós nos deu este grande dom, de nos tornarmos filhos de Deus... Peço para você fechar os olhos... Repense na sua vida... Repense neste dia... o Espírito Santo o (a) ajudou, hoje, neste tempo, a se sentir “filho” de verdade? Ajudou-o (a) a viver as atitudes do Filho?”

“Se reconhecer esta presença dEle hoje, peço-lhe para agradecer-Lhe, no silêncio; se não encontrar na sua memória esta ação, então peça, sempre no silêncio, que Ele fale ainda mais forte, para ouvir Sua voz” (...).

(Deixar alguns instantes de silêncio para a oração pessoal; a oração partilhada será só na conclusão do encontro. Depois concluir com um refrão ao Espírito Santo que todos conhecem ou com a oração do Glória: Glória ao Pai e ao Filho e ao Espírito Santo como era no princípio e agora e sempre. Amém).

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“Acolhamos, agora, a Palavra de Deus que nos acompanhará neste encontro”.

Leitura do evangelho (Lc 15,1-3.11-32)

(Alguém lê a leitura do folheto que todos receberam. Neste caso, dar preferência ao folheto à Bíblia, para que todos tenham acesso a mesma tradução que se usa na liturgia e na meditação).

Naquele tempo: Os publicanos e pecadores aproximavam-se de Jesus para o escutar. Os fariseus, porém, e os mestres da Lei criticavam Jesus. 'Este homem acolhe os pecadores e faz refeição com eles.' Então Jesus contou-lhes esta parábola: 'Um homem tinha dois filhos. O filho mais novo disse ao pai: 'Pai, dá-me a parte da herança que me cabe'. E o pai dividiu os bens entre eles. Poucos dias depois, o filho mais novo juntou o que era seu e partiu para um lugar distante. E ali esbanjou tudo numa vida desenfreada. Quando tinha gasto tudo o que possuía, houve uma grande fome naquela região, e ele começou a passar necessidade. Então foi pedir trabalho a um homem do lugar, que o mandou para seu campo cuidar dos porcos. O rapaz queria matar a fome com a comida que os porcos comiam, mas nem isto lhe davam. Então caiu em si e disse: 'Quantos empregados do meu pai têm pão com fartura, e eu aqui, morrendo de fome. Vou-me embora, vou voltar para meu pai e dizer-lhe: `Pai, pequei contra Deus e contra ti; já não mereço ser chamado teu filho. Trata-me como a um dos teus empregados'. Então ele partiu e voltou para seu pai. Quando ainda estava longe, seu pai o avistou e sentiu compaixão. Correu-lhe ao encontro, abraçou-o, e cobriu-o de beijos. O filho, então, lhe disse: 'Pai, pequei contra Deus e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho'. Mas o pai disse aos empregados: `Trazei depressa a melhor túnica para vestir meu filho. E colocai um anel no seu dedo e sandálias nos pés. Trazei um novilho gordo e matai-o. Vamos fazer um banquete. Porque este meu filho estava morto e tornou a viver; estava perdido e foi encontrado'. E começaram a festa. O filho mais velho estava no campo. Ao voltar, já perto de casa, ouviu música e barulho de dança. Então chamou um dos criados e perguntou o que estava acontecendo. O criado respondeu: `É teu irmão que voltou. Teu pai matou o novilho gordo, porque o recuperou com saúde'. Mas ele ficou com raiva e não queria entrar. O pai, saindo, insistia com ele. Ele, porém, respondeu ao pai: `Eu trabalho para ti há tantos anos, jamais desobedeci a qualquer ordem tua. E tu nunca me deste um cabrito para eu festejar com meus amigos. Quando chegou esse teu filho, que esbanjou teus bens com prostitutas, matas para ele o novilho cevado'. Então o pai lhe disse: `Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. Mas era preciso festejar e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e tornou a viver; estava perdido, e foi encontrado'.'

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Introdução à leitura pessoal

“Queremos que esta Palavra toque profundamente cada um de nós. Por isso, agora, faremos alguns instantes de silêncio para que cada um possa reler o trecho que foi ouvido. Peço para cada um marcar (sublinhando, se quiser, com uma caneta) a palavra ou a frase que hoje, especialmente, ressoa mais forte ao seu coração. Se alguém tiver dificuldade em ler, repense, em silêncio, no que escutou, e se tiver algo que o atingiu mais profundamente, reflita, um momento, sobre isso”.

(Deixar alguns minutos para que cada um possa ler pessoalmente o trecho bíblico).

“Agora que lemos com maior profundidade o texto, peço-lhe para ler ou repetir em voz alta aquela palavra ou aquela frase que tocou mais forte você hoje”.

(Cada um fala em voz alta aquela palavra ou frase que sublinhou. Não vamos fazer, neste momento, ressonâncias pessoais ou reflexões sobre a Palavra, mas ficaremos ainda uma vez na Palavra assim como nos foi entregue).

Meditação

“Queremos agora aprofundar esta Palavra, nos ajudando também com alguns símbolos”.

(O Animador propõe a meditação com o vídeo “Um amor sem limites” ou ao vivo, seguindo o roteiro de pág. 66).

Silêncio de meditação e espelhamento

“Depois de ter escutado esta Palavra, deixamos alguns minutos de silêncio para retomar as provocações e as perguntas que foram feitas, e que se encontram no folheto que receberam, para que a Palavra entre na nossa vida. Neste momento não vamos pensar em outras meditações ou ideias, mas vamos entrar no concreto da nossa experiência ajudados pela meditação que foi feita”.

(Deixar pelos menos 10 minutos para que todos possam repensar nas perguntas de espelhamento e responder no seu coração).

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Para a meditação pessoal

1. Diferentes mas de igual dignidade. Acontece a você de julgar os outros por como gerenciam seus bens? E como você usa daquilo que lhe foi entreque?

2. Relacionamentos errados: os relacionamentos dos dois filhos com o pai são ambos errados. Você se encontra em alguns deles?

3. Ser filhos: reconhecer-se criaturas: você reconhece o amor de Deus para você? E é capaz de viver e doar este amor sem condições aos outros?

4. Perder a alegria: reconhecemos em nós sentimentos negativos? De onde nascem? Eles estão lhe tirando a alegria de viver?

5. Chamados a ser canais do amor concreto do Pai: o que significa para nós trazer depressa a melhor túnica, colocar um anel no dedo e sandálias nos pés, trazer um novilho gordo (ou seja fazer festa) para o irmão?

6. Quem somos hoje: entre todas as personagens da parábola, quem eu sou hoje?

Partilha

“Agora que refletimos sobre a nossa vida, poderemos partilhar. Antes, trago presente algumas regras importantes:

- Cada um fale daquilo que pensou e refletiu, sem se deixar condicionar pelo que os outros partilham;

- Não vamos partilhar ideias mas experiências;

- Não vamos retomar o que o outro fala, pois a experiência de cada um é diferente, mesmo quando parece igual;

- Cada um se compromete a não comentar fora daqui a partilha do outro, pois é um dom precioso que recebemos ao entrar na sua vida pessoal.

Não é necessário partilhar sobre todas as perguntas, também porque algumas são mais íntimas. Podemos viver esta partilha livremente, escolhendo algumas das perguntas, e tentando ser breves também para deixar o espaço para todos”.

(Deixe que todos, se possível, partilhem. Ajude-os a ser breves e sobretudo, que a partilha seja sobre a experiência pessoal. Se, por causa do tempo, nem todos conseguirem partilhar, o facilitador anota quem não o fez para lhe dar esta possibilidade na partilha do próximo encontro. Deixar pelos menos 15 minutos de tempo para a oração conclusiva).

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Oração com visualização e símbolo vivenciado

(Pode-se colocar no meio do grupo a vela acesa e o pano vermelho que simbolizou o pai).

“Colocamos, aqui no nosso meio, ainda uma vez o pano vermelho que simbolizou o pai, com o qual queremos simbolizar, hoje, o Pai verdaeiro, o nosso Pai... este Pai que ainda hoje nos dá tudo, e não pretende de nós nada, a não ser que nos deixamos amar... Convido vocês a fecharem os olhos e a vivenciar, por um momento, o que acabamos de meditar”.

(Colocar o áudio “Deixa-te amar”, deixando que todos vivam a experiência proposta).

(Depois da breve visualização) “Convido vocês, no final deste encontro, se quiser, a viver este gesto. Queremos simbolizar, com este pano dourado, tudo o que o Pai nos doa, todo dia... a herança... a túnica... o anel... o novilho gordo... servidores ao nosso serviço... Queremos, ainda uma vez, entrar em relação com este amor do Pai, que passa hoje, através dos irmãos. Então convido cada um de vocês, neste momento, a serem aquele servo, que entrega ao filho do Pai, a herança, a tunica, o anel... Quem recebe, poderá fazer um gesto, na liberdade, e depois, sentindo-se amado, irá ele mesmo a entregar a outro... até que todos fomos servos canais do amor mas também filhos amados. E entregando ao outro, ao filho de Deus, posso lhe dizer algo, dar uma mensagem do Pai para ele...”.

(Deixar que todos, quem quiser, viva o gesto. No final, colocar o pano dourado perto do Pai).

“Tudo recebemos do Pai, tudo re-doamos para Ele... neste mistério de amor doado e recebido... Podemos então nos dar a mão e, nesta fraternidades e neste reconhecermos, uns aos outros, “filhos do Pai”, podemos rezar juntos: Pai nosso...”.

(Concluir com o sinal da cruz. Pedir para dizer uma palavra do que levam para casa do encontro vivido).

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“O agir inspirado pelo amor”

VIII Domingo do Tempo Comum - Ano C –Participante

Leitura do evangelho (Lc 6,39-45)

Naquele tempo: Jesus contou uma parábola aos discípulos: 'Pode um cego guiar outro cego? Não cairão os dois num buraco? Um discípulo não é maior do que o mestre; todo discípulo bem formado será como o mestre. Por que vês tu o cisco no olho do teu irmão, e não percebes a trave que há no teu próprio olho? Como podes dizer a teu irmão: irmão, deixa-me tirar o cisco do teu olho, quando tu não vês a trave no teu próprio olho? Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho, e então poderás enxergar bem para tirar o cisco do olho do teu irmão. Não existe árvore boa que dê frutos ruins, nem árvore ruim que dê frutos bons. Toda árvore é reconhecida pelos seus frutos. Não se colhem figos de espinheiros, nem uvas de plantas espinhosas. O homem bom tira coisas boas do bom tesouro do seu coração. Mas o homem mau tira coisas más do seu mau tesouro, pois sua boca fala do que o coração está cheio.

Para a meditação pessoal

1. Admiração: a Palavra de Jesus nos deixa admirados? Nos leva a dar testemunho dEle?

2. Provocação: Deus se mostra diferente daquilo que pensamos. Como acolhemos sua novidade inesperada?

3. Dois provérbios: alusão à cruz: Quanto sou capaz de aceitar o desafio na minha vida, de acolher a cruz?

4. Escolha dos pagãos: Quanto, na minha vida, consigo ir além, para encontrar os pagãos de hoje?

5. Tentativa de matar Jesus: O que representa aquele pano escuro para você? E isso o bloqueou ou lhe fez começar um novo caminho?

6. Caminho: Repensando na escultura proposta no final, onde se encontra hoje?

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“O perigo de desviar o caminho”

I Domingo de Quaresma - Ano C - Participante

Leitura do evangelho (Lc 4,1-13)

Naquele tempo: Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão, e, no deserto, ele era guiado pelo Espírito. Ali foi tentado pelo diabo durante quarenta dias. Não comeu nada naqueles dias e depois disso, sentiu fome. O diabo disse, então, a Jesus: 'Se és Filho de Deus, manda que esta pedra se mude em pão.' Jesus respondeu: 'A Escritura diz: 'Não só de pão vive o homem'.' O diabo levou Jesus para o alto, mostrou-lhe por um instante todos os reinos do mundo e lhe disse: 'Eu te darei todo este poder e toda a sua glória, porque tudo isso foi entregue a mim e posso dá-lo a quem eu quiser. Portanto, se te prostrares diante de mim em adoração, tudo isso será teu.' Jesus respondeu: 'A Escritura diz: 'Adorarás o Senhor teu Deus, e só a ele servirás'.' Depois o diabo levou Jesus a Jerusalém, colocou-o sobre a parte mais alta do Templo, e lhe disse: 'Se és Filho de Deus, atira-te daqui abaixo! Porque a Escritura diz: Deus ordenará aos seus anjos a teu respeito, que te guardem com cuidado!' E mais ainda: 'Eles te levarão nas mãos, para que não tropeces em alguma pedra'.' Jesus, porém, respondeu: 'A Escritura diz: 'Não tentarás o Senhor teu Deus'.' Terminada toda a tentação, o diabo afastou-se de Jesus, para retornar no tempo oportuno..

Para a meditação pessoal

1. Das águas ao deserto. Na sua vida aconteceu que Deus o guiou através de uma experiência de escuridão, de deserto, sentindo que o Senhor lhe pediu para enfrentar e superar esse momento?

2. Guia e tentador: Reconheço, na minha vida as duas “presenças” que tentam me conduzir, o Espírito que guia e o tentador que procura nos desviar do caminho? E como vivo esta luta?

3. Alimentado pelo amor: O amor de Deus está "me alimentando" ou seja me está dando força para que eu sustente as duras provações da vida? Estou claramente percebendo esse amor por mim?

4. De cima a baixo: Qual é o criterio, o objetivo da minha vida? Riqueza, gloria, poder…ou seguir humildemente a vontade de Deus para receber só dele a glória?

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5. Uma fé que não pede provas: vôce alguma vez pediu uma prova do amor a Deus? Conseguiu viver no “deserto” mantendo sua fé que Deus estava ao deu lado, o protegia e apoiava?

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“Incomprensão”

II Domingo de Quaresma - Ano C – Participante

Leitura do evangelho (Lc 9,28b-36)

Naquele tempo: Jesus levou consigo Pedro, João e Tiago, e subiu à montanha para rezar. Enquanto rezava, seu rosto mudou de aparência e sua roupa ficou muito branca e brilhante. Eis que dois homens estavam conversando com Jesus: eram Moisés e Elias. Eles apareceram revestidos de glória e conversavam sobre a morte, que Jesus iria sofrer em Jerusalém. Pedro e os companheiros estavam com muito sono. Ao despertarem, viram a glória de Jesus e os dois homens que estavam com ele. E quando estes homens se iam afastando, Pedro disse a Jesus: 'Mestre, é bom estarmos aqui. Vamos fazer três tendas: uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias.' Pedro não sabia o que estava dizendo. Ele estava ainda falando, quando apareceu uma nuvem que os cobriu com sua sombra. Os discípulos ficaram com medo ao entrarem dentro da nuvem. Da nuvem, porém, saiu uma voz que dizia: 'Este é o meu Filho, o Escolhido. Escutai o que ele diz!' Enquanto a voz ressoava, Jesus encontrou-se sozinho. Os discípulos ficaram calados e naqueles dias não contaram a ninguém nada do que tinham visto.

Para a meditação pessoal

1. Subindo à montanha para rezar. Onde estou na minha experiência de seguir Jesus: como Pedro, como João, como Thiago, com um os outros que ficaram em baixo? E qual emoção sinto me colocando neste lugar?

2. A oração que tranforma: O encontro com Deus em oração me transforma? Os outros percebem esta mudança? E se isso não estiver acontecendo, qual é o motivo?

3. Incapazes de entrar no mistério: O que representa para nós aquele véu que cobriu os discípulos, aquele sono? O quê nos impede de ver com clareza, como se estivéssemos dormindo?

4. Permanecer para sempre na glória: Na sua esperiência você também “seleciona” as palavras de Jesus, acolhendo talvez as mais fáceis de viver, ignorando as outras ? Qual é a Palavra de Jesus que atualmente você sente como a mais díficil de viver?

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5. O segredo da vida: Qual é o segredo que você está guardando em sua vida, talvez porque se sinta incompreendido ou talvez porque seja um fardo muito pesado e você nao seria capaz de comunicá-lo, compartilhá-lo..? E, diante deste “segredo”, você consegue encontrar a força na escuta da Sua Palavra na sua vida cotidiana?

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“Converter-se ao amor”

III Domingo de Quaresma - Ano C - – Participante

Leitura do evangelho (Lc 13,1-9)

Naquele tempo, vieram algumas pessoas trazendo notícias a Jesus a respeito dos galileus que Pilatos tinha matado, misturando seu sangue com o dos sacrifícios que ofereciam. Jesus lhes respondeu: 'Vós pensais que esses galileus eram mais pecadores do que todos os outros galileus, por terem sofrido tal coisa? ? Eu vos digo que não. Mas se vós não vos converterdes, ireis morrer todos do mesmo modo. E aqueles dezoito que morreram, quando a torre de Siloé caiu sobre eles? Pensais que eram mais culpados do que todos os outros moradores de Jerusalém? Eu vos digo que não. Mas, se não vos converterdes, ireis morrer todos do mesmo modo.' E Jesus contou esta parábola: 'Certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha. Foi até ela procurar figos e não encontrou. Então disse ao vinhateiro: 'Já faz três anos que venho procurando figos nesta figueira e nada encontro. Corta-a! ! Por que está ela inutilizando a terra?' Ele, porém, respondeu: 'Senhor, deixa a figueira ainda este ano. Vou cavar em volta dela e colocar adubo. Pode ser que venha a dar fruto. Se não der, então tu a cortarás..'

Para a meditação pessoal

1. O motivo do sofrimento. você deu a Deus a responsabilidade de um mal que o tocou? Quando você fez a pergunta sobre o motivo do mal a Deus?

2. Uma resposta libertadora: Você consegue perceber o olhar de Deus que alcança você no sofrimento, como olhar que sustenta e consola? Como você se sente diante desse olhar?

3. O chamado à responsabilidade do amor: Onde me devo converter ao amor? Ou seja onde não estou amando, não estou construíndo, não estou oferecendo ternura ma criando sofrimento, destruição, dor?

4. A verdadeira imagem de Deus: você acolhe, em sua vida, esta obra de Deus em você, que também permite as provações, mas para que você saia melhor, saia mais forte no amor? Você percebe essas mãos que estão "trabalhando" você?

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5. O nosso coração duro e impaciente: Você é capaz de esperar, de viver a paciência na frente da experiência do mal?

6. A nossa reação diante do mal: Hoje quer estar no papel do patrão que quer destruir logo o mal ou no lugar da pessoa esperançosa, capaz de assumir a responsabilidade da sua vida e se deixar moldar por Deus?

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“A verdadeira filiação”

IV Domingo de Quaresma - Ano C - – Participante

Leitura do evangelho (15,1-3.11-32)

Naquele tempo: Os publicanos e pecadores aproximavam-se de Jesus para o escutar. Os fariseus, porém, e os mestres da Lei criticavam Jesus. 'Este homem acolhe os pecadores e faz refeição com eles.' Então Jesus contou-lhes esta parábola: 'Um homem tinha dois filhos. O filho mais novo disse ao pai: 'Pai, dá-me a parte da herança que me cabe'. E o pai dividiu os bens entre eles. Poucos dias depois, o filho mais novo juntou o que era seu e partiu para um lugar distante. E ali esbanjou tudo numa vida desenfreada. Quando tinha gasto tudo o que possuía, houve uma grande fome naquela região, e ele começou a passar necessidade. Então foi pedir trabalho a um homem do lugar, que o mandou para seu campo cuidar dos porcos. O rapaz queria matar a fome com a comida que os porcos comiam, mas nem isto lhe davam. Então caiu em si e disse: 'Quantos empregados do meu pai têm pão com fartura, e eu aqui, morrendo de fome. Vou-me embora, vou voltar para meu pai e dizer-lhe: `Pai, pequei contra Deus e contra ti; já não mereço ser chamado teu filho. Trata-me como a um dos teus empregados'. Então ele partiu e voltou para seu pai. Quando ainda estava longe, seu pai o avistou e sentiu compaixão. Correu-lhe ao encontro, abraçou-o, e cobriu-o de beijos. O filho, então, lhe disse: 'Pai, pequei contra Deus e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho'. Mas o pai disse aos empregados: `Trazei depressa a melhor túnica para vestir meu filho. E colocai um anel no seu dedo e sandálias nos pés. Trazei um novilho gordo e matai-o. Vamos fazer um banquete. Porque este meu filho estava morto e tornou a viver; estava perdido e foi encontrado'. E começaram a festa. O filho mais velho estava no campo. Ao voltar, já perto de casa, ouviu música e barulho de dança. Então chamou um dos criados e perguntou o que estava acontecendo. O criado respondeu: `É teu irmão que voltou. Teu pai matou o novilho gordo, porque o recuperou com saúde'. Mas ele ficou com raiva e não queria entrar. O pai, saindo, insistia com ele. Ele, porém, respondeu ao pai: `Eu trabalho para ti há tantos anos, jamais desobedeci a qualquer ordem tua. E tu nunca me deste um cabrito para eu festejar com meus amigos. Quando chegou esse teu filho, que esbanjou teus bens com prostitutas, matas para ele o novilho cevado'. Então o pai lhe disse: `Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. Mas era preciso festejar e alegrar-nos, porque este teu irmão estava morto e tornou a viver; estava perdido, e foi encontrado''

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Para a meditação pessoal

1. O motivo do sofrimento. você deu a Deus a responsabilidade de um mal que o tocou? Quando você fez a pergunta sobre o motivo do mal a Deus?

2. Uma resposta libertadora: Você consegue perceber o olhar de Deus que alcança você no sofrimento, como olhar que sustenta e consola? Como você se sente diante desse olhar?

3. O chamado à responsabilidade do amor: Onde me devo converter ao amor? Ou seja onde não estou amando, não estou construíndo, não estou oferecendo ternura ma criando sofrimento, destruição, dor?

4. A verdadeira imagem de Deus: você acolhe, em sua vida, esta obra de Deus em você, que também permite as provações, mas para que você saia melhor, saia mais forte no amor? Você percebe essas mãos que estão "trabalhando" você?

5. O nosso coração duro e impaciente: Você é capaz de esperar, de viver a paciência na frente da experiência do mal?

6. A nossa reação diante do mal: Hoje quer estar no papel do patrão que quer destruir logo o mal ou no lugar da pessoa esperançosa, capaz de assumir a responsabilidade da sua vida e se deixar moldar por Deus?

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VIII Domingo do Tempo Comum C

O AGIR INSPIRADO PELO AMOR

Naquele tempo: Jesus contou uma parábola aos discípulos: 'Pode um cego guiar outro cego? Não cairão os dois num buraco? Um discípulo não é maior do que o mestre; todo discípulo bem formado será como o mestre. Por que vês tu o cisco no olho do teu irmão, e não percebes a trave que há no teu próprio olho? Como podes dizer a teu irmão: irmão, deixa-me tirar o cisco do teu olho, quando tu não vês a trave no teu próprio olho? Hipócrita! Tira primeiro a trave do teu olho, e então poderás enxergar bem para tirar o cisco do olho do teu irmão. Não existe árvore boa que dê frutos ruins, nem árvore ruim que dê frutos bons. Toda árvore é reconhecida pelos seus frutos. Não se colhem figos de espinheiros, nem uvas de plantas espinhosas. O homem bom tira coisas boas do bom tesouro do seu coração. Mas o homem mau tira coisas más do seu mau tesouro, pois sua boca fala do que o coração está cheio. (Lc 6,39-45)

Introdução

A Palavra de hoje continua o discurso da planície que começamos a ler três domingos atrás. O primeiro domingo, se você se lembra, temos esboçado a cena do discurso, colocando Jesus no centro, com todos os seus discípulos diante dele: pobres, famintos, aflitos... E também acrescentamos, entre os discípulos, alguns chamados a mudar de atitude porque "ricos", talvez não materialmente, mas muito ligados às suas próprias certezas e fechados ao compartilhamento fraterno.

No segundo domingo, o estilo do discurso assumiu um tom totalmente sapiencial, e viajamos dentro das palavras de Jesus, através das três estrofes do poema que ele pronunciou.

Hoje o estilo muda de novo. Não há mais o tom sapiencial mas o tom narrativo das parábolas, das "histórias" contadas por Jesus que visam revelar algo das "histórias" dos presentes. O conteúdo que Lucas quer nos transmitir pode ser definido da seguinte maneira: o agir cristão inspirado pelo comando do amor, continuando o sentido do que vimos outro domingo, e gostaria de colocar aqui, no centro, um pano vermelho a indicar este mandamento que deve inspirar toda nossa vida cristã: o amor sem condições, que não busca o retorno. E, a partir deste centro, prestamos atenção então ao que Jesus quer nos dizer hoje.

(As três cenas que seguem são esquematizadas ao redor deste centro).

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1. O cego e a luz

Antes de tudo, olhamos para a parábola que introduz este trecho. Há duas pessoas cegas: 'Pode um cego (pano escuro) guiar outro cego (outro pano escuro)? Não cairão os dois num buraco? E represento o buraco um pouco mais adiante, com este pano preto. Esta cor, sabemos, simbolicamente indica o mal, o negativo, o pecado... Mas coloco aqui, ao lado do pano preto, um pano amarelo, para indicar o caminho certo, o caminho a percorrer... E me lembro da definição do "pecado", que significa "errar o centro". Ser cego leva a errar o centro, não tomar a direção certa, e quando não há luz não se pode ver, se cai na escuridão.

Mas quem é o cego? Este mesmo texto, em Mateus, é dirigido aos fariseus, guias cegos que não veem a luz que é Jesus e, portanto, fazem com que os discípulos errem o caminho. E para Lucas? Lucas não fala dos fariseus, porque, já dissemos, ele escreve para uma comunidade formada por cristãos que vieram do paganismo, e em seu evangelho "tira" tudo o que é explicitamente referido ao povo judeu. Quem é o cego então? É aquele que, na comunidade, ergue-se como um mestre, pensa conhecer o caminho, mas sem a referência fixa para a Luz, que é Jesus... o cego é aquele que pensa em levar os outros sem se deixar, ele mesmo, em primeiro lugar, conduzir na estrada certa. Se perdermos a referência, perderemos o caminho, e se formos chamados a conduzir outros, o que acontece? Jesus fala claramente: Um discípulo não é maior do que o mestre; todo discípulo bem formado será como o mestre.. Se você perder a Luz, porque pensa que você mesmo é a Luz, na realidade você está errando centro, você acaba no buraco, você e os outros. Mas se, em vez disso, você estiver bem preparado, isto é, viver e seguir o que o Mestre ensinou, você se torna como ele (ponha um pano amarelo que vem do tecido que representa a luz para o cego e o envolve)...

ESPELHAMENTO:

Eis aqui, então, um primeiro espelhamento para nós. Se você tem filhos ou tem comandados sob suas ordens, pode se considerar chamado a ser luz para eles. Mas se você não é a luz, e por isso é cego, como vai conduzir os que não têm a luz e são também cegos? Sua referência é sempre Jesus, a Luz. Você se deixa iluminar por Jesus, ou segue em frente pensando que já sabe tudo, e tem a si mesmo como critério?

2. O cisco e a trave

O segundo protagonista da parábola de Jesus é um homem que não é cego (coloque um pano claro), mas tem um grande problema: tem uma trave na frente (coloque um pano marrom escuro como a formar um muro diante dele) que lhe impede ver os outros (coloque outro pano diante do muro, deixando que este fique como uma divisão entre os dois). Neste caso, este homem poderia ver, mas tem algo que lhe impede a visão.

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Mas o maior problema não é a trave, mas o fato dele não enxergá-la! E assim, não a vendo, não pode tirá-la...

E o que a trave faz? Impede que ele veja claramente, que veja o outro assim como é, porque ele também, não consegue receber a luz que lhe permita ver. Não só ver “fisicamente”, mas ver com a luz de Deus: ver o outro como irmão, como um mistério, como uma pérola preciosa, como criatura amada... E quando você não vê o outro com a luz de Deus, você vê somente os defeitos, por pequenos e insignificantes que sejam...

ESPELHAMENTO:

Mais uma vez olhamos para nós mesmos... não nos perguntamos o que é, para nós, a trave, porque talvez nem a vejamos... mas vamos começar nos perguntando: para quem eu estou olhando, hoje, de negativo? Quem é essa pessoa de quem eu sempre e somente enfatizo os defeitos? Se por acaso na minha vida, hoje, eu estiver fazendo isso... então é hora de me perguntar: qual é a trave que me faz enxergar assim? Que nome tem? Todos podem dar a resposta, no segredo do seu coração.

3. O coração e a palavra

A terceira parábola de Jesus coloca no centro a árvore, que é totalmente “transparente”: uma árvore não pode dar um fruto diferente do que é. O fruto mostra e identifica a árvore. Cada árvore frutífera foi criada para “que produzam fruto segundo a sua espécie, contendo o fruto a sua semente.”(Gen 1, 12). Mas na realidade a árvore é apenas uma metáfora para indicar, mais uma vez, o homem. Jesus distingue dois tipos de pessoas: a pessoa boa e a pessoa má (coloque dois panos da mesma cor). Mas como distingui-los? Olhando para eles não vemos a diferença, não há fruto para ser visto, fisicamente... Qual é o fruto que faz a distinção, que mostra quem é quem? O fruto, diz Jesus, é a palavra... Há uma palavra que edifica, constrói, conforta, acolhe... (coloque um pano claro em volta de um dos dois) e a palavra que destrói, fere, calunia, denigre , derruba... (coloque um pano escuro ao redor do outro).

ESPELHAMENTO:

Mais uma vez pensamos em nós mesmos, em nossa vida... Que tipo de "clima" criamos ao nosso redor, com nossas palavras? Acolhida, amizade... ou rejeição e julgamento?

Conclusão

A passagem de hoje nos coloca diante dessas três cenas que, como dissemos no início, nos mostram o modo cristão de agir inspirado pelo mandamento do amor universal, que simbolizamos aqui, no meio...

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Porque se você realmente ama... procura para o outro o melhor, e se deixa inspirar, para fazer isso, pela luz de Deus... (primeira cena)

... se você realmente ama, não olha apenas para as falhas do outro, mas o vê com os olhos de Deus... (segunda cena)

... Se você realmente ama o outro, o rodeia de acolhida e gentileza, consegue "bem - dizê-lo", ou seja, dizer bem dele, não caluniar ou denegrir...

E aqui um último ESPELHAMENTO:

Em qual destas três situações eu tenho que crescer mais, para viver concretamente inspirado ao amor universal?

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I Domingo de Quaresma C

O PERIGO DE DESVIAR DO CAMINHO

Naquele tempo: Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão, e, no deserto, ele era guiado pelo Espírito. Ali foi tentado pelo diabo durante quarenta dias. Não comeu nada naqueles dias e depois disso, sentiu fome. O diabo disse, então, a Jesus: 'Se és Filho de Deus, manda que esta pedra se mude em pão.' Jesus respondeu: 'A Escritura diz: 'Não só de pão vive o homem'.' O diabo levou Jesus para o alto, mostrou-lhe por um instante todos os reinos do mundo e lhe disse: 'Eu te darei todo este poder e toda a sua glória, porque tudo isso foi entregue a mim e posso dá-lo a quem eu quiser. Portanto, se te prostrares diante de mim em adoração, tudo isso será teu.' Jesus respondeu: 'A Escritura diz: 'Adorarás o Senhor teu Deus, e só a ele servirás'.' Depois o diabo levou Jesus a Jerusalém, colocou-o sobre a parte mais alta do Templo, e lhe disse: 'Se és Filho de Deus, atira-te daqui abaixo! Porque a Escritura diz: Deus ordenará aos seus anjos a teu respeito, que te guardem com cuidado!' E mais ainda: 'Eles te levarão nas mãos, para que não tropeces em alguma pedra'.' Jesus, porém, respondeu: 'A Escritura diz: 'Não tentarás o Senhor teu Deus'.' Terminada toda a tentação, o diabo afastou-se de Jesus, para retornar no tempo oportuno.

Introdução

Estamos no primeiro domingo de quaresma, do ano C, portanto continuaremos a ser guiados, nesse tempo forte, pelo evangelista Lucas que, sabemos, entre suas caraterísticas tem a de aprofundar o rosto de Deus como misericórdia. E este rosto certamente sobressairá neste período em que somos convidados a olhar para a benevolência de Deus, para sua misericórdia e seu amor para a humanidade através do dom do Filho.

Mas todo ano a Quaresma começa com este trecho da Tentação. Quase para nos alertar que, quando um tempo de graça, um tempo especial começa, é preciso manter os olhos e o coração bem abertos para não arriscar de perder tempo e de perder a graça, pensando que existem coisas mais importantes.

Então vamos entrar nesta história como é apresentada por Lucas.

1.Das águas ao deserto

Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão, e, no deserto, ele era guiado peloEspírito. Ali foi tentado pelo diabo durante quarenta dias..

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Naquele tempo...de que tempo estamos falando? Um tempo muito especial. Jesus tinha acabado de viver a experiência do batismo, aceitando o plano de Deus Pai para ele, que era de se abaixar até aos pecadores, assumi-los com a sua vida e salvá-los. Por isso, ele simbolicamente imergiu-se nas águas e subiu de volta, preanunciando essa descida para a qual foi chamado para depois ascender, levando todos os homens à salvaçao.

O ultimo versículo mostrou a satisfação do Pai pela escolha do filho: dos céus, Ele fez sua voz ser ouvida. “Tu és meu filho amado, em ti eu me agrado”. Com certeza, estas palavras encheram Jesus de alegria, porque quando alguém nos ama, não podemos deixar de sentir alegria. Além disso, Jesus estava cheio do Espírito Santo, alegria, amor... E o Espírito Santo começa a guiá-lo, mas para lugares inimagináveis.

Jesus, cheio do Espírito Santo, voltou do Jordão, e, no deserto, ele era guiado pelo Espírito. Ali foi tentado pelo diabo durante quarenta dias.

Havia um rio, uma fonte de água, que nós representamos com um pano azul. Jesus parte dessa fonte e vai para o deserto, que representamos com uma pano marrom claro. Um grande contraste. Aqui: água, vida, frescor, limpeza, purificação... Além: areia, deserto, morte, sujeira... Onde não ha água não ha vida. E coloco o pano de Jesus, vermelho, aqui, no deserto.

Mas por que Jesus vai até o deserto, ele era guiado pelo Espírito. Então gostaria de acrescentar, ao lado de Jesus, envolvendo Jesus, um pano branco para indicar a presença do Espírito nele. Ele estava cheio do Espírito Santo. Provavelmente nem Jesus sabia o significado de sua ida; o que ele sabia, com certeza, era que tinha que ir lá, porque o Espírito indicou-o para ele como a vontade de Deus. E não foi apenas ir e vir, mas também estar. Era guiado pelo Espírito, o tempo verbal indica a ação continua do Espírito. Por quarenta dias, quarenta longos dias, o Espírito o guiou para ficar alí. Longe da fonte de água e no meio do deserto.

ESPELHAMENTO:

Na sua vida aconteceu que Deus o guiou através de uma experiência de escuridão, de deserto? Sentindo claramente que foi o Senhor quem lhe pediu para enfrentar e superar esse momento?

2. Guia e tentador

Tentado pelo diabo

Ao lado do Espírito, outro personagem se apresenta, cuja ação também é contínua: o diabo. Ao contrário de Mateus, que aponta que o diabo veio à Jesus após os 40 dias, Lc enfatiza que o diabo sempre esteve lá, assim como o Espírito. Eu gostaria então de

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acrescentar, no deserto, um pano preto, símbolo do diabo que, constantemente, estava relacionando-se com Jesus, assim como o Espírito Santo estava relacionando-se a ele. A diferença? O Espírito Santo guiava, o diabo tentava.

Gosto de poder relacionar esses dois verbos, que resumem a ação dessas duas presenças ao lado de Jesus, e gosto de relacioná-los pensando na metáfora da estrada (coloque um pano comprido para simbolizar a estrada diante de Jesus). O Espírito guia, para trilhar um caminho, o caminho da bondade, do plano de Deus, da Sua vontade... o diabo tenta para desviar do caminho, querendo que você experimente outras coisas mostrando-as mais atraentes...

A tentação é desviar, é deixar o caminho indicado por Deus. E isso aconteceu por quarenta dias, que simbolizam os 40 anos de vida no deserto do povo judeu, onde ele foi conduzido por Deus, mas ao mesmo tempo foi continuamente tentado, 40 anos ou seja uma geração, uma vida, toda a vida...

ESPELHAMENTO:

Creio que essa imagem fale claramente também às nossas vidas. Nós também, na nossa vida cotidiana, experimentamos essas duas presenças, e sabemos que tem um caminho correto, o da vontade de Deus Pai. Como vivemos essas duas “relações” que no fundo estão sempre dentro de nós? O Espírito que guia e o tentador que procura nos desviar do caminho? Reconheço, na minha vida essas duas “presenças” e esta luta que, eu também, sou chamado a combater?

3. Alimentado pelo amor

Não comeu nada naqueles dias e depois disso, sentiu fome. O diabo disse, então, a Jesus: 'Se és Filho de Deus, manda que esta pedra se mude em pão.' Jesus respondeu: 'A Escritura diz: 'Não só de pão vive o homem'.

Eu gostaria então de representar, fora do caminho, as tentações de deixar o caminho, as três propostas que o diabo faz.

Antes de tudo, eu coloco um pano cinza para representar a pedra. Jesus, com certeza, depois de quarenta dias, estava com fome. Muito provavelmente Jesus estava com fome mesmo antes, humanamente ele tinha que sentir essa necessidade. Mas parece que nele essa necessidade adquire uma nova consciência no final dos 40 dias. Ele estava com fome, isto é, sua necessidade assumiu enormes proporções. Tanto assim que ele olha ao seu redor procurando uma solução. Mas havia apenas pedras... Muitas vezes eu ouvi que viver no deserto pode levar a ter alucinações, quando você quer água parece que a vê... mas é apenas uma ilusão. Será que a fome de Jesus lhe mostrou pão em vez de pedra? O que nos interessa saber é que tudo foi ilusão. Se a ilusão, alucinação, para qualquer

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homem é simplesmente uma doença neurológica, para Jesus poderia ter um significado muito mais profundo: ele poderia transformar ilusões em realidade. Com seu poder.

Eis então a tentação. Deixar a estrada, que é o caminho da encarnação, de viver “como homem”, transformando a realidade ao seu gosto, indo assim contra as leis da vida e da natureza. Ele podia... mas escolheu a encarnação. E ele responde não.

Lucas, como Mateus, narra que Jesus responde com a Palavra de Deuteronômio 8,3, mas não a cita ao completo (mas de toda palavra que sai da boca de Deus). Por quê? Porque em Deuteronômio, a Palavra que sai da boca de Deus era o Maná, que fisicamente alimentara seu povo no deserto. Para Lucas, a Palavra em plenitude é Jesus e sua Revelação do Amor de Deus. Querendo dizer: não vivemos apenas de comida física, mas existem outros alimentos que fazem o homem viver e, antes de tudo, é sentir-se amado. Jesus viveu aqueles 40 dias no deserto apoiado pela frase que o Pai lhe dissera: Tu és meu filho, o amado, em ti está meu agrado. Jesus estava ciente de que a comida do amor de Deus permite o milagre da vida e nós sabemos o quanto isso é verdade. Existem pessoas que têm tudo, mas que perdem suas vidas, se deixam morrer, ou tiram suas vidas simplesmente porque não se sentem amadas...

ESPELHAMENTO:

O amor de Deus está "me alimentando" ou seja me está dando força para que eu sustente as duras provações da vida? Estou claramente percebendo esse amor por mim?

4. De cima a baixo

O diabo levou Jesus para o alto, mostrou-lhe por um instante todos os reinos do mundo e lhe disse: 'Eu te darei todo este poder e toda a sua glória,porque tudo isso foi entregue a mim e posso dá-lo a quem eu quiser. Portanto, se te prostrares diante demim em adoração, tudo isso será teu’..' Jesus respondeu: 'A Escritura diz: 'Adorarás o Senhor teu Deus, e só a ele servirás'.'

A segunda tentação, para Lucas, acontece em um instante. Querendo dizer que se trata de uma revelação interior, vivida no íntimo da sua pessoa. Realmente Lucas não fala de uma montanha alta, como Mateus, mas mais alto provavelmente significa algo extremamente profundo e íntimo.

A tentação é a do poder, da glória, da riqueza: tudo será seu. Mas, em troca, depois de ver de cima: a prostrada no chão (coloque um pano marrom para representar a terra, sempre fora do caminho). Uma experiência paradoxal: da altura extrema à baixeza extrema. Quase para nos dizer que o resultado de buscar poder com suas próprias mãos leva você a extrema humilhação... e é fácil ver essa metáfora na parábola do filho pródigo: o filho que procurou com as mãos a glória, a riqueza, o poder, de fato encontrou-se pastoreando porcos... A vida em Deus tem uma lei completamente oposta: adore o seu

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Deus, e ele o elevará.. Deus o elevou, e deu a Jesus o nome que está acima de qualquer outro nome, porque em nome de Jesus todos os joelhos se dobrem...

E isso muda completamente o ponto de vista. Se o objetivo é riqueza, poder, glória, mais cedo ou mais tarde você se achará prostrado, porque é isso que o maligno quer: reduzi-lo a uma completa humilhação. Mas se o seu objetivo é Deus e a sua vontade, e humildemente se entrega a ele, deixando-se guiar por ele, tenha certeza de que a recompensa será grande: porque Deus é Deus que eleva os humildes (veja Magnificat).

ESPELHAMENTO:

E qual é o meu, o seu ponto de vista, o seu criterio, o seu objetivo? A riqueza, a gloria…ou a vontade de Deus?

5. Uma fé que não pede provas

Depois o diabo levou Jesus a Jerusalém, colocou-o sobre a parte mais alta do Templo, e lhe disse: 'Se és Filho de Deus, atira-te daqui abaixo! Porque a Escritura diz: Deus ordenará aos seus anjos a teu respeito, que te guardem com cuidado!' E mais ainda: 'Eles te levarão nas mãos, para que não tropeces em alguma pedra'.' Jesus, porém, respondeu: 'A Escritura diz: 'Não tentarás o Senhor teu Deus'.

São Lucas coloca, como última tentação, aquela que para Mateus, que è tida como a versão original, é a segunda. Provavelmente o motivo seje que, no evangelio segundo São Lucas, a cidade de Jerusalem seje fundamental. É lá que haverá o maior ataque do Tentador, do Diabo. Esta última tentação prefigura o grande ataque que Jesus vai viver lá.

A tentação assume um valor religioso, diz respeito ao relacionamento com Deus, talvez estivesse pedindo uma prova daquele amor que Deus havia manifado apenas 40 dias antes, e que continuou a alimentá-lo por 40 dias no deserto? E coloco un manto vermelho, para indicar este amor de Deus. A tentação de Jesus de ter uma prova do amor de Deus é basicamente a tentação que cada um de nós vive no momento da provação, das dificuldades, como se tentasse provar que Deus continua a estar lá e a nos acompanhar. Mas Jesus responde com confiança: 'Não tentarás o Senhor teu Deus', isto é, diante de Deus você não pode reivindicar a prova, mas o relacionamento com Deus é alimentado somente pela fé. A fé não pede provas, algo que se prova nos faz sair da perspectiva da fé. E Jesus continua acreditando que Deus o protege e o apóia, mesmo no momento do deserto e da fome.

ESPELHAMENTO:

E vôce alguma vez pediu uma prova do amor a Deus? Conseguiu viver no deserto mantendo sua fé que Deus estava ao deu lado, o protegia e apoiava?

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Conclusão

Terminada toda a tentação, o diabo afastou-se de Jesus, para retornar no tempo oportuno

E, com isso, o diabo esgotou todas as tentações. Por quê? Não haveria outras? A tentação, dissemos no começo, era sair do caminho da vontade de Deus, que era o caminho da encarnação, usando outros poderes...

O poder dele, para transformar a pedra em pão, um poder externo (do diabo), para obter todos os reinos, o poder de Deus para provar que ele pode comandá-lo. Mas Jesus renuncia a todo poder. E toda sua vida será uma renúncia ao poder. Que o levará a subir até lá, na cruz, onde o diabo, mais uma vez, reaparecerá, repropondo-lhe recuperar o poder...

E então, no final deste caminho, vemos um último espelhamento.

ESPELHAMENTO

Qual destas tentações estão mais presentes no meu caminho? Ter poder, aproveitar do poder alheio ou comandar o poder de Deus?

ATUALIZAÇÃO PARA A CAMPANHA DA FRATERNIDADE

“Fraternidade e Políticas Públicas”

O trecho das tentações, e a leitura que nos lhe demos, pode ser útil para refletir sobre alguns pontos em sintonia com a campanha da fraternidade.

1. A contemporaneidades de duas presenças, uma que guia outra que desvia do caminho: podemos atualizar dando a estas duas presenças dois “valores” (e desvalores) que podem nos guiar e guiar quem tem poder para gerenciar as políticas públicas: o bem comum e o bem particular. Se o guia for “o bem comum”, então a estrada é a fraternidade. Se o guia for o interesse particular, então estamos completamente fora da fraternidade, e então fora da vontade de Deus para a humanidade.

2. A presença constante da tentação: esta tentação de seguir o próprio interesse particular é uma constante na vida de cada um, tentação pela qual precisamos estar sempre vigiantes e de olhos abertos.

3. A centralidade do poder: Jesus nos mostrou o caminho certo, que é a renúncia ao poder para de verdade receber o poder maior, aquilo que conseguiu tranformar o

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coração da humanidade. Até que quem está no governo usará do poder como poder, não poderá ter fraternidade nem mudança nem transformação da sociedade. Só usando do poder como serviço se manifestará o real poder, o da transformação da sociedade por dentro.

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II Domingo de Quaresma C

INCOMPREENÇÃO

Naquele tempo:Jesus levou consigo Pedro, João e Tiago,e subiu à montanha para rezar.Enquanto rezava, seu rosto mudou de aparênciae sua roupa ficou muito branca e brilhante..Eis que dois homens estavam conversando com Jesus:eram Moisés e Elias.Eles apareceram revestidos de glóriae conversavam sobre a morte,que Jesus iria sofrer em Jerusalém.Pedro e os companheiros estavam com muito sono.Ao despertarem, viram a glória de Jesuse os dois homens que estavam com ele.E quando estes homens se iam afastando,Pedro disse a Jesus: 'Mestre, é bom estarmos aqui.Vamos fazer três tendas:uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias.'Pedro não sabia o que estava dizendo.Ele estava ainda falando,quando apareceu uma nuvem que os cobriu com sua sombra.Os discípulos ficaram com medoao entraremdentro da nuvem.Da nuvem, porém, saiu uma voz que dizia:'Este é o meu Filho, o Escolhido.Escutai o que ele diz!'Enquanto a voz ressoava, Jesus encontrou-se sozinho.Os discípulos ficaram caladose naqueles dias não contaram a ninguémnada do que tinham visto. (Lc 9,28-36)

Introdução

No segundo domingo da Quaresma, a liturgia nos faz contemplar o mistério da Transfiguração. Hoje ouvimos esta passagem com os olhos e com a narração de Lucas, que tem características próprias. Antes de tudo, o tempo: Lucas narra a história com uma mudança cronológica comparada com os outros sinóticos: fala de 8 dias depois, em vez de 6. Como assim?Talvez ele queira aludir ao domingo, o oitavo dia, já que o tempo do qual ele se refere é o dia da revelação de sua paixão e morte... Dizendo que, diante de qualquer dor, sempre vem o oitavo dia que é o dia da vitória de Jesus sobre a morte, da plena revelação da glória...

Mas vamos seguir esse evento passo a passo.

1. Subindo à montanha para rezar

Naquele tempo:Jesus levou consigo Pedro, João e Tiago,e subiu à montanha para rezar.

O lugar onde a história de hoje se desenrola é a montanha, e eu gostaria de representar a montanha aqui, com este pano marrom. E colocamos rumo a esta montanha Jesus (pano vermelho), Pedro (pano azul), João (pano azul claro) e Tiago (pano verde).

Podemos já notar algumas pequenas diferenças com os outros evangelistas. Estamos acostumados a nomear Pedro, Tiago e João, mas aqui a ordem é diferente: Pedro, João e Tiago. Na comunidade onde Lucas escreve, a pessoa de João é mais conhecida que seu irmão Tiago, por isso ele é nomeado em uma ordem diferente das fontes originais. Além

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dessa pequena variação, Lucas acrescenta a motivação de ir para a montanha: rezar. A montanha, sabemos, indica o lugar da presença de Deus, do contato com Deus; já em si é o lugar da oração. Lucas da ênfase ao fato que, antes de cada evento importante, Jesus se põe em oração. Mas ele não faz isso sozinho, leva outros com ele, para que cada momento possa ser uma ocasião para a formação de seus discípulos. Não chama todos, mas apenas três. Os três que vivem as experiências mais intensas de Jesus; outros permanecem em baixo, e nós os simbolizamos com dois panos: roxo e laranjado.

ESPELHAMENTO:

Vamos olhar para essa cena assim esquematizada e podemos nos perguntar: onde estouna minha experiência de seguir Jesus? Estou imediatamente atrás dele como Pedro, que mesmo com todas as suas limitações mostra sempre o desejo de estar com ele, ou como João, que reflete seu amor por Jesus, e è conhecido por toda a comunidade, ou Thiago que è chamado nos momentos especiais... ou ainda sou um dos outros que ainda nao escutei o seu chamado para poder sentir a sua proximidade... e percebo que ainda devo crescer em fé, ou talvez esteje com inveja dos outros três... Onde você está neste momento da tua vida?

2. A oração que transforma

Enquanto rezava, seu rosto mudou de aparênciae sua roupa ficou muito branca e brilhante.

Então vamos colocar Jesus, aqui na montanha, para orar ... Jesus ora, se coloca em relação com Deus, e aqui gostaria de colocar um pano branco para representar o Pai. Jesus não está sozinho, ésta neste relacionamento, e algo acontece. Vou representar essa mudança enrolando no pano vermelho um pano branco.

Lucas, ao contrário de Mateus e Marcos, nao menciona a palavra transfiguracão, mas da grande importância ao rosto... Esse sublinhamento lembra um texto do Êxodo, quando Moisés entrou na tenda para falar face a face com o Senhor, e saiu com o rosto resplandecente, tanto que ninguém conseguia olhá-lo e ele era obrigado a cobrir seu rosto.

O motivo é sempre o mesmo: o relacionamento íntimo e profundo com Deus, este estar face a face... Naturalmente, as duas experiências são totalmente diferentes. O rosto de Moisés brilhou como um reflexo da Glória de Deus, Jesus resplandeceu por sua própria luz, para sua própria glória...

ESPELHAMENTO:

O encontro com Deus em oração o transforma? Deixa-o radiante?Tanto assim que os outros percebam que você mudou, que Deus está com você em você? Se isso não acontece, será que o nosso encontro é realmente íntimo e profundo com Ele?

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3. Incapazes de entrar no mistério

Eis que dois homens estavam conversando com Jesus:eram Moisés e Elias.Eles apareceram revestidos de glória e conversavam sobre a morte,que Jesus iria sofrer em Jerusalém.Pedro e os companheiros estavam com muito sono.Ao despertarem, viram a glória de Jesuse os dois homens que estavam com ele

Uma relação plena com o Pai abre para outros relacionamentos. Pessoas que podem apoiá-lo, encorajá-lo em sua adesão à vontade do Pai..Então vamos colocar aqui dois panos dourados, representando Moisés e Elias. Lucas ainda nos conta dois detalhes, que não temos nos outros evangelistas: o assunto da conversa (conversavam sobre a morte, que Jesus iria sofrer em Jerusalém) e o sono dos discípulos, que não é mencionado pelos outros evangelistas; de fato, para eles todos parecem bem despertos e atentos...

Gostaria de representar o sono dos discípulos colocando um véu sobre ele... Nós vamos além do fato “físico” para entender o significado profundo dessas palavras. Jesus falou com Moisés e Elias sobre seu mistério, sobre o plano de Deus para a humanidade que previa este esodo para Jerusalém com o seu epílogo triste. Foi um mistério muito grande para guardar para si, mesmo para o próprio Jesus como homem, mas ele recebeu força... os discípulos, no entanto, não foram capazes de entender... dormir indica sua incapacidade para compreender um mistério tão grande. Mas depois tudo ficará claro; depois da ressurreição, essa experiência também será plenamente entendida, como todo o plano de Deus.

Mas o que os três compreendem quando acordam, quando esse "véu" é removido (remover o véu)? A glória e a presença dos dois homens mais importantes na história da salvação de seu povo. No final, naquele momento eles precisavam disso, para serem fortalecidos na fé, após as obscuras palavras de Jesus a respeito de sua morte.

ESPELHAMENTO:

O que representa para nós esse véu? Aquilo que nos impede de ver com clareza, como se estivéssemos dormindo?

4. Permanecer para sempre na glória

E quando estes homens se iam afastando, Pedro disse a Jesus: 'Mestre, é bom estarmos aqui.Vamos fazer três tendas:uma para ti, outra para Moisés e outra para Elias.'Pedro não sabia o que estava dizendo.

Pedro não compreende, e procura uma soluçao para que esse momento de glória não acabe. E propõe a construção das trez cabanas, provavelmente porque aquele clima lhe lembrava à do triunfo da Festa das Cabanas, quando as cabanas eram construídas para lembrar o Êxodo e a expectativa do Messias triunfante.

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A sua percepção está completamente desconectada: ele não havia entendido nada do que Jesus havia previsto: ele não esperava o triunfo e a glória, mas a morte e a dor. Aquele momento de alegria lhe tinha feito esquecer completamente as palavras de Jesus, ou talvez ele não quisesse se lembrar delas, assim como preferia dormir ao invés de escutar sobre a morte de Jesus em Jerusalém. Mas

Ele estava ainda falando, quando apareceu uma nuvem que os cobriu com sua sombra. Os discípulos ficaram com medo ao entrarem dentro da nuvem. Da nuvem, porém, saiu uma voz que dizia: 'Este é o meu Filho, o Escolhido. Escutai o que ele diz!'

No sono de antes, que representamos com um véu que "separou" esses três homens da realidade, agora se contrapõe uma nuvem que os envolve. O significado é oposto: o sono os impediu de entender, mas a nuvem revela. Revela a presença de Deus, diante da qual a reação normal é o medo. E simbolicamente coloco o pano com o qual representei o Pai envolvendo esses homens. Até então, afinal, eles não haviam compreendido a Presença do Sagrado. Agora eles compreendem e sentem sua própria miséria e pequenez. E esta nuvem, em vez de esconder, revela: o projeto do Pai. Este é meu filho, o Escolhido, escutai o que ele diz!...

Aqui também notamos outra diferença. Para os outros evangelistas, Jesus é o Amado. Para Lucas, ele é o Escolhido, em harmonia com tudo o que dissemos até agora: Jesus é o servo do Senhor escolhido para trazer salvação à humanidade. E como acolher e conhecer o verdadeiro projeto de Deus? Escutai o que ele diz. Pedro quase quis esquecer suas palavras... o Pai convida-os para ouvi-las. Mas não apenas ouvir as palavras do Filho, mas ouvir o Filho. Que se expressa não só com palavras, mas com a sua vida, entregue ao Pai para a salvação do mundo.

ESPELHAMENTO:

Na sua esperiência você também “seleciona” as palavras de Jesus, acolhendo talvez as mais fáceis de viver, ignorando as outras ? Qual é a Palavra de Jesus que atualmente você sente como a mais díficil de viver?

Conclusão

Enquanto a voz ressoava, Jesus encontrou-se sozinho. Os discípulos ficaram calados e naqueles dias não contaram a ninguém nada do que tinham visto.

Como termina a historia? Jesus encontrou-se sozinho.Vai enfrentar sozinho o que havia conversado com Moisés e Elias: sua jornada para Jerusalém, onde enfrentá a morte. Está sozinho porque ninguém o entende, nem mesmo aqueles discípulos que tinha escolhido para acompanhá-lo neste momento. Sozinho porque em suas mãos há um projeto que, não importa o quão difícil e pesado seja, ninguém pode ajudá-lo a realizar ...

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E os discípulos ficaram em silêncio. Como é o silêncio em frente de uma pessoa que perdeu a pessoa mais querida, como se fica em silêncio diante daqueles que estão experimentando grande sofrimento. Que eles mesmos não se sentem capazes de carregar.

Não há necessidade para eles, como Marcos e Mateus nos dizem, que Jesus peça para não falarem. Eles mesmos ficam em silêncio, não têm palavras. Porque entenderam que não podem proferir palavras, mas apenas escutar. E, neste silêncio, começam a ouvir Jesus que gradualmente esclarecerá o plano de Deus para a humanidade. Eles o ouvirão onde? Não mais na montanha (retire o pano da montanha), mas na vida cotidiana...

E nós também, no final, vamos fazer um último espelhamento.

ESPELHAMENTO

Qual é o segredo que você está guardando em sua vida, talvez porque se sinta incompreendido ou talvez porque seja um fardo muito pesado e você nao seria capaz de comunicá-lo, compartilhá-lo..? E, diante deste “segredo”, você consegue encontrar a força na escuta da Sua Palavra na sua vida cotidiana?

ATUALIZAÇÃO PARA A CAMPANHA DA FRATERNIDADE

“Fraternidade e Políticas Públicas”

O trecho da trasfiguração pode ser útil para refletir sobre alguns pontos em sintonia com a campanha da fraternidade.

1. A oração de Jesus antes dos momentos mais importantes da sua vida: Jesus rezou antes de fazer qualquer escolha: o Pai iluminava os seus passos. Para transformar por dentro a sociedade, para que se torne uma sociedade justa e solidária, precisamos fazer escolhas que, só se tomadas em um relacionamento íntimo com Deus, poderão dar de verdade fruto. Importante que não dividamos fé e ação social. Esta deve nascer e ser enraizada na busca contínua da vontade de Deus, para que possa entrar na dinâmica da semente que se torna a árvore maior, da dinâmica do fermento, na dinâmica então do Reino de Deus. Os cristãos que são comprometidos em primeira pessoa na participação política devem viver nesta atitude constante.

2. A oração que transforma: Ser transparência de Deus, mostrar Deus que age em nós, talvéz seja a forma mais clara para também ter uma autoridade, não uma autoridade que vem de um poder mas de um poder maior que vem de Deus. Cultivando o relacionamento com Deus seremos também mais fortes na nossa participação política e na promoção de uma cultura solidária.

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3. Ser capazes de acolher o mistério do mal e do bem. Talvez, diante do grande mal que atravessa a nossa sociedade, sejamos tentados, como Pedro e os outros discípulos, a fecharmos os olhos e “dormir”, porque o mistéro é grande demais para nós. Deixamo-nos envolver pela núvem da presença de Deus, sintamos sim o medo, mas não diante da injustiça e da opressão, mas diante do poder de Deus que tudo pode transformar. Deixamo-nos moldar pela Palavra, escutando a voz de Jesus, vivendo como Jesus, para encontrar o modo mais certo para transformar o mal em bem, para assumir, como Jesus, o mal para que, com a força e a vida em Deus, no cotidiano, possa ser destruído.

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III Domingo de Quaresma C

CONVERTER-SE AO AMOR

Naquele tempo, vieram algumas pessoas trazendo notícias a Jesus a respeito dos galileus que Pilatos tinha matado, misturando seu sangue com o dos sacrifícios que ofereciam. Jesus lhes respondeu: 'Vós pensais que esses galileus eram mais pecadores do que todos os outros galileus, por terem sofrido tal coisa? ? Eu vos digo que não. Mas se vós não vos converterdes, ireis morrer todos do mesmo modo. E aqueles dezoito que morreram, quando a torre de Siloé caiu sobre eles? Pensais que eram mais culpados do que todos os outros moradores de Jerusalém? Eu vos digo que não. Mas, se não vos converterdes, ireis morrer todos do mesmo modo.' E Jesus contou esta parábola: 'Certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha. Foi até ela procurar figos e não encontrou. Então disse ao vinhateiro: 'Já faz três anos que venho procurando figos nesta figueira e nada encontro. Corta-a! ! Por que está ela inutilizando a terra?' Ele, porém, respondeu: 'Senhor, deixa a figueira ainda este ano. Vou cavar em volta dela e colocar adubo. Pode ser que venha a dar fruto. Se não der, então tu a cortarás.’ (Lc 13,1-9)

Introdução

Vamos continuar o nosso caminho de quaresma mais uma vez sendo guiados por Lucas. A passagem que lemos foi tirada de uma seção do Evangelho (12,54-13,35), chamada de “apelo urgente à conversão”. É necessário converter-se, mudar de rumo... e o discurso, agora, é dirigido a todos, às multidões, não mais apenas aos discípulos. Alguém interpreta esse apelo como a tentativa de Jesus de mudar a atitude dos fariseus; outros, em vez disso, como um discurso geral que deve tocar pessoalmente cada um. Nós o recebemos como um discurso para nós: um convite para a nossa conversão pessoal. Mas paremos, em particular, nos versos que hoje a liturgia nos oferece.

1. O motivo do sofrimento

Naquele tempo, vieram algumas pessoas trazendo notícias a Jesus a respeito dos galileus que Pilatos tinha matado, misturando seu sangue com o dos sacrifícios que ofereciam. Jesus lhes respondeu: 'Vós pensais que esses galileus eram mais pecadores do que todos os outros galileus, por terem sofrido tal coisa? Eu vos digo que não. Mas se vós não vos converterdes, ireis morrer todos do mesmo modo. E aqueles dezoito que morreram, quando a torre de Siloé caiu sobre eles? Pensais que eram mais culpados do que todos os outros moradores de Jerusalém? Eu vos digo que não. Mas, se não vos converterdes, ireis morrer todos do mesmo modo.'

Nesta primeira parte, duas notícias nos são apresentadas, atestadas apenas por Lucas e não por outras fontes:

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1.Uma represão no templo durante as celebrações da festa pascal. Alguns galileus haviam sacrificado seus cordeiros e o sangue tinha que ser derramado, pelos sacerdotes, no altar do holocausto. O massacre realizado por Pilatos no templo, com a profanação do sangue sacrificial, assumiu a gravidade de um sacrilégio.

2. A colápso da Torre perto da piscina de Siloé, que matou dezoito pessoas.

O primeiro é apresentado por alguns ao julgamento de Jesus, o segundo é mencionado pelo próprio Jesus como outro exemplo. Gostaria de representar esses dois fatos, abrindo no chão um pano vermelho escuro, que lembra sangue, morte.

Esta realidade de sofrimento é colocada ao julgamento de Jesus. Porque havia uma maneira de ver as coisas, uma maneira opressiva, e eles procuram uma nova resposta em Jesus. O que a cultura religiosa ensinava era isso (retire o pano vermelho, coloque um pano preto esticado e coloque em cima o pano vermelho): o mal, todo o mal, vinha porque "por baixo" havia um pecado, um grande pecado que despertava a ira divina e, portanto, a punição. Diante do sofrimento improviso, da catástrofe, a crença comum era que as desgraças puniam as pessoas que - de alguma forma - haviam cometido pecados horríveis. Da mesma forma, a doença e a deficiência eram lidas como uma intervenção de Deus que, do alto de sua justiça, desencadeava sua ira divina e infligia punição.

Jesus dá voz a esse pensamento, a esta crença:

'Vós pensais que esses galileus eram mais pecadores do que todos os outros galileus, por terem sofrido tal coisa? E aqueles dezoito que morreram,quando a torre de Siloé caiu sobre eles? Pensais que eram mais culpados do que todos os outros moradores de Jerusalém?

A questão exposta por Jesus é provocadora: será que existe um pecado maior que merece isso? Qual é esse grande pecado? É a pergunta que estava no coração de todos: do que eles eram culpados? É a grande questão que todos nós nos interrogamos, que todos os homens se perguntam diante de uma tragédia que não compreende.

Mas, profundamente, essa crença nos mostra uma maneira de ver Deus: como Deus é visto? Assim (coloque um pano branco, que representa Deus, que envolve com seus braços o pano vermelho). Aqui está a resposta que foi dada ao mal: vem de Deus e, portanto, a verdadeira questão que Jesus coloca é, na verdade, sobre Deus: você acredita que esse sofrimento é desejado por Deus? Deus é realmente um Deus castigador?

ESPELHAMENTO :

Então, vamos olhar imediatamente para nossas vidas: todos nós um dia nos perguntamos isso, todos nós fomos tocados por algo que nos pareceu injusto: E você deu a Deus a responsabilidade de um mal que o tocou? Quando você fez essa pergunta a Deus?

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2. Uma resposta libertadora

Diante desta questão, Jesus responde claramente: Não.

Eu vos digo que não.

Jesus dá a mesma resposta diante dos dois fatos. E esse Não é libertador.

Liberta o homem (remover o pano preto e coloque-o de lado). Não há pecado que mereça morte e sofrimento. Os mortos não tinham maior culpa do que qualquer outro homem na terra.

Mas, por outro lado, esse NÃO liberta a Deus (remova o pano branco e coloque-o de lado). Deus não é o Deus da morte, do julgamento e da punição, e a coluna do relacionamento entre o homem e Deus não é o pecado. A existência não ocorre em um tribunal, Deus não desperdiça sua eternidade em condenação ou vingança, porque Deus é amor (Pe. Ermes Ronchi).

Assim, Jesus responde à todos aqueles que, experimentando uma condição de doença ou sofrimento, se questionam sobre sua responsabilidade: isso não é um castigo divino.

Então, de onde vem a dor? Por que esse pano vermelho? Jesus coloca a liberdade humana em jogo, restaura a responsabilidade: grande parte da dor que experimentamos é criada por nós. A cruz nos é dada pelos outros, ou por nós mesmos com nosso olhar distorcido e mundano da realidade (P. E. Ronchi). Ao tirar a responsabilidade pela dor a Deus, a responsabilidade do homem é reconhecida. A causa do colapso da torre de Siloé está naqueles que construíram aquela torre por cálculos errados, na imprensa que usou materiais pobres; aqueles homens no templo morreram porque os romanos queriam se expandir e o fizeram através da violência... Não há intervenção direta de Deus; as coisas, a realidade, vivem sua autonomia e seguem suas leis, que podemos conhecer.

A resposta de Jesus é libertadora não apenas porque liberta Deus e o homem de um jugo, mas porque liberta a liberdade do homem. E sua responsabilidade. E Deus, então? Nós o colocamos de lado, porque não é que Deus desapareça, que Deus não se importe. Deus está lá, nos observa... Mas ele também para diante da nossa liberdade.

Deus é limitado, então? Não, mas ele para sua mão e nos deixa livres, porque ele quer filhos e não súditos.

ESPELHAMENTO:

Vamos olhar agora para a nossa vida. Convido-vos agora a imaginar este olhar de Deus sobre você, sobre você que sofre e não sabe por que, sobre você que chora, e você que não entende, você que sente tudo isso em sua carne... Deus não quer o mal. Deus olha para você e quer apoiá-lo ... mas ele não pode intervir, tirar o mal, porque esse mal, que

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você está experimentando, é o resultado da liberdade das pessoas humanas, é o resultado de sua liberdade usada mal... Como você se sente diante desse olhar?

3. O chamado à responsabilidade do amor

Mas Jesus completa a sua resposta :

mas se não vos converterdes, ireis morrer todos do mesmo modo.

Aqui vou citar Pe. Ermes Ronchi: "Jesus conclui: nós, discípulos, somos chamados a ler esses eventos desastrosos como um aviso de que a vida, não Deus, nos faz: sob a torre desmoronada, poderíamos estar nós. O tempo é pacificamente fugaz, tragicamente curto, aproveitemos estes dias como dias de salvação e conversão, não esperemos, não temporizemos. Jesus coloca isso como um comando que resume tudo: amem-se uns aos outros, caso contrário vocês se auto destruirão. O Evangelho está todo aqui. Amai-vos uns aos outros, se não todos vocês perecerão em vidas inúteis e cheias de medo".

Se o homem tem responsabilidade sobre a sua vida, as coisas, o mal, Jesus chama para outra responsabilidade também: a responsabilidade do amor. Somente se o homem se converter ao amor não haverá mais guerras, assassinatos, desastres... O homem tem a possibilidade de construir ou destruir, amar ou odiar, usar a violência ou doar ternura. Isso depende do homem. Então, ao lado desse pano vermelho, coloco um pano verde, que representa a pessoa, que representa cada um de nós. Somos responsáveis pelo sofrimento e o seremos até que nos convertirmos. Por isso, gosto de enfatizar o termo conversão não tanto como um retorno a Deus, mas como um retorno à pessoa humana, à humanidade. Somos feitos para o amor, nos completamos no amor, a família humana cresce e se salva apenas no amor...

ESPELHAMENTO :

Então um outro espelhamento. Onde me devo converter ao amor? Ou seja onde não estou amando, não estou construíndo, não estou oferecendo ternura ma criando sofrimento, destruição, dor?

4. A verdadeira imagem de Deus

Dizia também esta parábola:‘Certo homem tinha uma figueira plantada na sua vinha. Foi até ela procurar figos e não encontrou.Então disse ao vinhateiro: 'Já faz três anos que venho procurando figos nesta figueira e nada encontro.Corta-a! Por que está ela inutilizando a terra?' Ele, porém, respondeu: 'Senhor, deixa a figueira ainda este ano. Vou cavar em volta dela e colocar adubo. Pode ser que venha a dar fruto. Se não der, então tu a cortarás

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Jesus insiste não apenas em responder à causa do mal, mas também a esclarecer profundamente a imagem de Deus, o “rosto” de Deus, porque Ele não seja mais visto como um Deus que mata, mas como realmente é: Deus é amor. Jesus quer também responder a outra pergunta: "Se Deus é bom, por que não me evita o mal?".

E eis aqui uma outra parábola. Há um patrão (pano escuro, colocado perto do homem e do pano vermelho) que olha para a figueira estéril, que é essa situação de violência, de destruição... Se Deus é esse patrão, então é como o Batista nos apresentou-o: pronto para cortar a árvore improdutiva, com o machado na raiz para erradicar a figueira que não dá fruto.

Mas ao lado desse patrão que, com razão, quer remover a figueira, há um camponês que se propõe a esperar e assumir a responsabilidade: ele irá usar a enxada e fertilizar a árvore. Se não der fruto, então será cortada. Quem é esse agricultor? Eis a verdadeira imagem de Deus (aproximando o pano de Deus ao homem): não o senhor exigente, que reivindica justamente os frutos, mas o camponês paciente e confiante: «Quero trabalhar um ano em torno desta figueira e talvez dará seus frutos". Então Deus não fica parado olhando. Deus respeita a nossa liberdade mas, no mesmo tempo, com a enxada trabalha em nosso redor, como? Através das provas da vida... (pano marrom ao redor do homem). Assim nos fertiliza, e sabemos que estrume é o esterco... mas ele será sempre negativo? Lembramos a experiência do esterco na parábola do filho pródigo... E Deus é paciente: Mais um ano, mais um dia, sol, chuva e trabalho: esta árvore é boa, dará frutos! E Deus continua a dizer a cada um de nós: Você é bom, você dará fruto.

ESPELHAMENTO:

E você acolhe, em sua vida, esta obra de Deus em você, que também permite as provações, mas para que você saia melhor, saia mais forte no amor? Você percebe essas mãos que estão "trabalhando" você?

5. O nosso coração duro e impaciente

Mas introduzimos, em nossa cena, outro personagem, com este pano escuro. Quem é esse patrão que julga, que quer fazer justiça imediatamente, que pretende que tudo seja perfeito? Nós dissemos que não é Deus... mas talvez sejamos nós. Você se lembra da parábola do trigo e do joio, onde há um servo que quer jogar fora as ervas imediatamente, limpar imediatamente? É a mesma atitude. Este pano escuro somos nós, que temos a tendência de julgar sempre, acusar, culpar, querer eliminar o mal a todo custo... Na parábola do trigo e do joio, era o servo que propunha isto, aqui é o patrão. Mais uma vez para sublinhar nossa responsabilidade: somos os "donos do campo", responsáveis por nossas vidas. Mas Deus nos convida a acolher em nós essa dinâmica de luzes e sombras, essa co-presença do mal e do bem, essa consciência de que o mal existe e está enraizado

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em nós... mas se permitirmos que Deus nos ajude, nos forme, então podemos vencer o mal com o bem...

ESPELHAMENTO:

E você é capaz de esperar, de viver a paciência na frente da experiência do mal?

Conclusão

Como sempre fazemos, nos colocamos, no final deste encontro, diante da escultura que criamos. O pecado (pano preto) está lá, permanece na cena, mas está fora de nós, como algo que existe, mas não nos determina. O inexplicável sofrimento está lá, ao nosso lado, talvez dentro de nós. E hoje podemos ser neste tecido verde, que assume a responsabilidade pela sua vida, o mundo, o bem e o mal, e procura melhorar, converter-se ao amor, permitindo-se ser ajudado pelo "camponês" que é Deus... ou neste pano escuro, impaciente, juiz, com um coração duro que se sente dono para julgar e executar...

ESPELHAMENTO:

Eis então o nosso último espelhamento: Hoje no papel de qual destas personagens escolhe entrar?

Pe. Ermes Ronchi: Eis como é Deus: um camponês, que cuida dessa figueira,desse campo semeado, desta pequena horta que sou eu, me molda e sinto suas mãos sobre mim todos os dias. "Talvez, no próximo ano, dê frutos". O paciente Deus, que sabe esperar. Nisto talvez haja o milagre da piedade divina: uma pequena probabilidade, um pequeno pavio é suficiente para Deus esperar esperançoso. Para ele é o suficiente um talvez, se apega a um frágil talvez. Para ele, o bom dia de amanhã conta mais do que a esterilidade de ontem. Converter-se é crer nesse Deus camponês, símbolo de esperança e seriedade, cansando-se trabalhando em volta do torrão de terra do meu coração.

ATUALIZAÇÃO PARA A CAMPANHA DA FRATERNIDADE

“Fraternidade e Políticas Públicas”

O trecho que meditamos pode ser útil para refletir sobre alguns pontos em sintonia com a campanha da fraternidade.

1. A responsabilidade da pessoa humana: a pobreza, a marginalização social, a fome, a discriminação social... não são e não vem de Deus. São pelas escolhas e pelo

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egoísmo das pessoas humanas. É importante acolher dentro de nós esta verdade e não deixar que a indiferença envolva a nossa vida, pensando que não cabe a nós. Pode ser que não sejamos diretamente responsáveis pelo mal, mas sim pelo bem que não fazemos, pela voz que não levantamos sustentando o grito de quem sofre. Tomar consciência, participar, e talvez se envolver para que as políticas publicas deem de verdade dignidade ao homem.

2. A imagem de Deus: o” motivo” do mal: É importante, na nossa ação pastoral, trabalhar sobre a correta imagem de Deus, para que ele não seja visto como um juíz sempre pronto a julgar e condenar, mas como amor. A libertação verdadeira, mais profunda, das pessoas discriminadas e marginalizadas, é aquela que antes de tudo consente de fazê-las sentir amadas pelo que são. Sem esta consciência íntima e profunda, também lá onde a política publica ajudará a sair da marginalização, a pessoa sentirá sempre o peso de não sentir-se amada por aquilo que é.

3. O Deus que olha: lembramos o chamado de Moisés: Eu vi o sofrimento do meu povo... por isso vá... Deus não pode intervir diretamente nas situações de injustiça social, mas chama homens e mulheres, na suas liberdades, a fazer isso. Cada um tem que estar vigiante para perceber o chamado de Deus que nunca é para uma vida fechada, mas sim para uma vida a serviço do bem do outro e da humanidade.

4. Politica pública e a conversão ao amor: por anos a política foi condicionada pelo interesse particular que quem estava no poder. Ainda hoje o risco é que a política pública, mesmo sendo direcionada a todos procurando o bem comum, na realidade sirva somente a algumas classes sociais. O único modo para sair do interesse particular é promover a cultura do amor.

5. O coração duro e impaciente: talvez alguns achem que podemos usar de todo meio, inclusive a violência, para afirmar os direitos. Jesus ensina que não é esta a estrada, mas o caminho é aquele da paciência ativa, do camponês que trabalha a terra pacientemente, fadigando, para que a árvore possa frutificar. A sociedade justa e solidária se constrói na paciência mas não passiva, esperando que nasce do nada, mas com a participação e o uso de todo meio que a sociedade permite. Participação nos conselhos, nos encontros, nas eleições, na promoção de tudo o que é ao nosso alcance. Com a atividade paciente tudo poderá ser alcançado, mas na paz.

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IV Domingo de Quaresma C

A VERDADEIRA FILIAÇÃO

Naquele tempo: Os publicanos e pecadores aproximaran-se de Jesus. Os fariseus, porém, e os mestres da Lei criticavam Jesus. 'Este homem acolhe os pecadores e faz refeição com eles.' Então Jesus contou-lhes esta parábola: 'Um homem tinha dois filhos. O filho mais novo disse ao pai: 'Pai, dá-me a parte da herança que me cabe'. E o pai dividiu os bens entre eles. Poucos dias depois, o filho mais novo juntou o que era seu e partiu para um lugar distante. E ali esbanjou tudo numa vida desenfreada. Quando tinha gasto tudo o que possuía, houve uma grande fome naquela região, e ele começou a passar necessidade. Então foi pedir trabalho a um homem do lugar, que o mandou para seu campo cuidar dos porcos. O rapaz queria matar a fome com a comida que os porcos comiam, mas nem isto lhe davam. Então caiu em si e disse: 'Quantos empregados do meu pai têm pão com fartura, e eu aqui, morrendo de fome. Vou-me embora, vou voltar para meu pai e dizer-lhe: `Pai, pequei contra Deus e contra ti; já não mereço ser chamado teu filho. Trata-me como a um dos teus empregados'. Então ele partiu e voltou para seu pai. Quando ainda estava longe, seu pai o avistou e sentiu compaixão. Correu-lhe ao encontro, abraçou-o, e cobriu-o de beijos. O filho, então, lhe disse: 'Pai, pequei contra Deus e contra ti. Já não mereço ser chamado teu filho'. Mas o pai disse aos empregados: `Trazei depressa a melhor túnica para vestir meu filho. E colocai um anel no seu dedo e sandálias nos pés. Trazei um novilho gordo e matai-o. Vamos fazer um banquete. Porque este meu filho estava morto e tornou a viver; estava perdido e foi encontrado'. E começaram a festa. O filho mais velho estava no campo. Ao voltar, já perto de casa, ouviu música e barulho de dança. Então chamou um dos criados e perguntou o que estava acontecendo. O criado respondeu: `É teu irmão que voltou. Teu pai matou o novilho gordo, porque o recuperou com saúde'.Mas ele ficou com raiva e não queria entrar.encontrado.”(Lc 15,11-32)O pai, saindo, insistia com ele. Ele, porém, respondeu ao pai: `Eu trabalho para ti há tantos anos, jamais desobedeci a qualquer ordem tua. E tu nunca me destes um cabrito para eu festejar com meus amigos. Quando chegou esse teu filho, que esbanjou teus bens, com prostitutas, matas para ele o novilho cevado'. Então o pai lhe disse: `Filho, tu estás sempre comigo, e tudo o que é meu é teu. Mas era preciso festejar e alegra-nos, porque este teu irmão estava morto e tornou a viver; estava perdido, e foi encontrado”. (Lc 15,1-3.11-32)

'Introdução

Em nossa jornada quaresmal, aqui estamos diante do maravilhoso texto de Lucas sobre a misericórdia de Deus. É um texto que lemos muitas vezes, que provavelmente sabemos quase de cor, mas que na realidade sempre tem algo a nos dizer, porque a Palavra de Deus é sempre nova, porque somos sempre diferentes. Podemos ter meditado sobre esta passagem no ano passado, ou mesmo nestes dias, por ocasião de uma preparação para o sacramento da reconciliação... mas quantas coisas aconteceram depois daquele

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momento? Quanto mudei? Então, diante deste texto já conhecido, vamos tentar entender o que Deus quer me dizer hoje, neste momento específico da minha vida.

1. Diferentes mas com a mesma dignidade

Um homem tinha dois filhos.

A história começa assim, mostrando-nos um pai e dois filhos. Que queremos simbolizar aqui, colocando três panos: vermelho, representando o pai, roxo para representar o filho mais novo e roxo escuro para representar o filho mais velho.

E os colocamos formando um triângulo, para sublinhar as relações. Existe uma relação entre o pai e o filho mais novo, existe uma relação entre o pai e o filho mais velho e existe uma relação entre o filho mais velho e o filho menor. Todo relacionamento é diferente, porque todo mundo é único, original... Não podemos ter o mesmo relacionamento com todos.

O filho mais novo disse ao pai: 'Pai, dá-me a parte da herança que me cabe'. E o pai dividiu os bens entre eles.

Uma vez que a relacionamento entre o pai e o filho mais novo é colocado em campo, isso também afeta o outro relacionamento, entre o pai e o filho mais velho. Porque, feito o pedido pelo filho mais novo, o pai dividiu suas substâncias entre eles. Há DIVERSIDADE, MAS HÁ IGUALDADE: de dignidade, de direitos. O pai dá ao filho mais novo (simbolizar as substâncias com um pano dourado), mas também dá ao filho mais velho (representar as outras substâncias com outro pano de ouro). É o filho mais novo que pede, mas o pai também dá o filho mais velho. Então o filho mais velho RECEBE de seu pai tanto quanto lhe compete. Quanto foi dado ao filho mais novo? Pela lei do tempo, 1/3 dos bens móveis. Os bens imóveis foram todos para o primogênito (a casa, o terreno...).

Com o desenrolar da história, no entanto, parece que o filho mais velho não entende isso. Ele não percebe que o pai deu a seu irmão a sua parte (porque depois acusará o irmão de ter desperdiçado os pertences de seu pai... mas na realidade eram dele...) e não percebe que ele também recebe sua parte, que a casa já é dele (porque depois ele acusará seu pai de não dar para ele nem um cabrito, quando tudo já era dele...).

ESPELHAMENTO

As vezes olhamos e julgamos somente aquilo que è dos outros, e nao percebemos tudo aquilo que temos. A galinha do vizinho é sempre mais gorda. Esse ditado popular nos ajuda a refletir sobre isso: Enquanto você julga como o outro usa e gerencia as suas coisas, como você esta administrando o que lhe è confiado?

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2. Relacionamentos errados

Olhando para o desenrolar da história, pode ser interessante investigar o tipo de relacionamento que os filhos estabeleceram com o pai. Ambos, na verdade, vivem um relacionamento errado, que simbolizamos com um pano escuro colocado entre os filhos e o pai. É o pano da incompreensão, de ver de uma maneira distorcida, de não se compreender completamente e de não compreender a realidade.

Vamos olhar para o FILHO MENOR: a sua não é uma relação. Ele realmente a quer encerrar, não quer mais lidar com quem lhe deu a vida. Pedir a herança antes da morte tem um significado claro: “para mim, você já está morto”. Em seu relacionamento com o pai, o filho mais novo expressa completa auto-suficiência: “não preciso de você”.

Vamos olhar para o FILHO MAIOR: ele vive como um escravo, não como um filho: ele trabalha em seus campos, mas na realidade ele se sente um servo, de modo que não percebe que ele pode usar o que tem porque não o sente como seu. Ele vive a realidade do pai-patrão.

ESPELHAMENTO

Nós também podemos nos sentir assim em relação à Deus:

- Como o filho menor: auto-suficiêntes, achando que tudo aquilo que temos foi graças somente aos nossos esforços, e não necessitamos de Deus. Achar que tudo que temos è um direito e não um dom, usando-o não para salvaguardar e cultivar (aqui esta o significado do que é colocado em nossas mãos) mas para explorar (no centro não colocamos o bem comum mas nosso próprio prazer).

- Ou como il filho maior: escravo, em todos os sentidos. Das coisas que nos acontecem, que vivemos com passividade (a maneira como assumiu o trabalho o filho maior); com pouca creatividade para viver a vida, achando que tudo seja dado como certo e obvio...; sempre esperando por Deus, sem perceber que muito está em nossas mãos…

Você ja viveu esses tipos de relacionamento com Deus?

3. Ser filho: reconhecendo-se como criatura

Então o que realmente quer dizer ser filho? Qual é a correta relação que tenho que ter com Deus?

Segundo a parabola, sentir-se filho começa a nascer em tempos de necessidade (remova a herança do filho mais novo). Mas ali, junto com os porcos, o filho ainda não se sente filho: pensa em se apresentar ao pai como escravo.

Mas vai, além deste véu que lhe impede de ver claramente (deixe o filho mais novo passar pelo véu que o separava do pai), e descobre que ele é um filho neste abraço,

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quando experimenta a gratuidade do Pai em sua própria pele: o presente do vestido mais bonito, o anel no dedo, o sacrifício do novilho gordo...

Entramos na verdadeira filiação nos sentindo amados quando não somos amáveis e não por nossos méritos. Enquanto sentirmos o amor de Deus como retribuição, nunca nos sentiremos filhos:

- assim é para o filho mais novo (não posso ser chamado de filho porque não o mereço...)

- mas também para o filho mais velho (eu mereci o teu amor - o cabrito e você não me deu).

A verdadeira experiência de filiação a vive o filho que se sente tratado como um filho, mesmo que não tenha mérito. Porque o amor paterno é gratuito.

ESPELHAMENTO

Se pensarmos sobre a nossa existência, isso é verdade desde o primeiro momento da vida. O pai, a mãe, na frente da criança que nao lhes dá nada, se não problemas, choro e preocupações... dão tudo. O filho faz a experiência de ser filho. Depois se torna grande, auto-suficiente e perde a experiência da gratuidade... Mas você é verdadeiramente um filho se se sentir amado assim como você é.

E você reconhece esse amor de Deus por você? É capaz de viver e dar esse amor gratuito e incondicional aos outros?

4. Perder a alegria

Na frente do banquete da festa e da alegria, no entanto, o irmão mais velho não quer entrar. Nasce ciúme, inveja, e o irmão mais velho não quer superar esse véu, ele não quer começar a ver as coisas como elas são de verdade.E aqui vemos o outro ato do pai: é ele quem atravessa o véu (coloque o pano do pai além da parede, perto do pano do filho mais velho), é ele quem tenta entrar no coração do filho, para entender seus sentimentos e comunicar os seus.

ESPELHAMENTO:

A atitude do filho também pode estar muito presente em nós. Inveja, ciúme nos faz ficar fora da festa, da alegria, característica que deve permear a existência do cristão. É bom que nos perguntemos sobre nossos sentimentos negativos e sua origem, especialmente se nascem (como quase sempre nascem) da inveja e do ciúme. Vislumbra sentimentos negativos que hoje estão roubando sua alegria?

5. Chamados para ser um canal concreto do amor do Pai

Finalmente, gostaria de chamar a nossa atenção para outro personagem que ainda não colocamos em nossa cena, mas que tem um lugar importante nesta história: o servo, que

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representamos com um pano azul. Ele é um desses servos que organizou e preparou a festa, que trouxe o vestido mais bonito para o filho menor, que colocou o anel em seu dedo, que preparou para ele um delicioso banquete... aquele servo, com delicadeza comunica ao filho maior o motivo da alegria e da festa: a volta de um filho são e salvo.

O servo, os servos, foram os canais do amor do pai. O filho mais novo sentiu-se cercado por mil atenções, por mil cuidados, porque os servos cumpriram seu dever ... fieis ao pai. Porque eles entenderam a importância: o filho está salvo.

ESPELHAMENTO

Quanto a nós, na nossa vida, ouvimos o comandamento do Pai: depressa, levem o vestido mais bonito, coloquem o anel no dedo, matem o novilho gordo... Quanto sentimos a urgência do Pai, para fazer o filho se sentir amado? E o que significa para nós, concretamente, levar o vestido mais bonito, colocar o anel no dedo, matar o bezerro gordo (isto é, preparar a festa) para o irmão?

Conclusão

Fizemos uma viagem em uma história, que é na verdade é a história da nossa vida. Porque em todos nós existem todas estas personagens: o pai que acolhe, paciente, o filho auto-suficiente, o filho invejoso, o filho perfeito, o filho entre o estrume de porco, o filho com as roupas rasgadas... e também este servo... Porque, se estamos neste caminho de fé, cristão, não podemos não ter encontrado essas experiências em nós.

Mas vamos parar no nosso hoje. Agora, neste momento, quem sou? Quem quero ser na minha vida, na minha família, na minha comunidade, na igreja?

ATUALIZAÇÃO PARA A CAMPANHA DA FRATERNIDADE

“Fraternidade e Políticas Públicas”

O trecho que meditamos pode ser útil para refletirmos sobre alguns pontos em sintonia com a campanha da fraternidade.

1. Diferentes mas igual dignidade: No Brasil, ainda hoje há irmãos privilegiados e irmãos privados do necessário. As políticas públicas, que deveriam providenciar justíça e direito para todos, na realidade não alcançam muita parte do povo. Milhares de

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pessoas estão privados da possibilidade de se curar, de ter uma casa, de ter uma terra. Ainda há uma grande discriminação por causa do sexo, cor da pele, situação social... E nós o que estamos fazendo com o que nos foi colocado nas mãos?

2. O uso dos bens: O filho menor teve no centro o seu interesse particular, o seu prazer, e por isso se encontrou no lugar de quem explorou, usou, desperdiçou... As Políticas Públicas não alcançarão seu objetivo até que nosso povo não aprenderá a usar dos bens colocando o bem comum no centro e não a exploração do irmão pelos próprios interesses.

3. Perder a alegria: A participação para a transformação da sociedade parte da consciência de que todos precisamos estar no banquete da fraternidade. Não pode haver participação, luta para a transformação se antes de tudo não desejamos isso para todos os irmãos. Até que o irmão é causa de inveja, de ciume, ninguém começará a lutar por ele. Para participar precisamos começar a ver o outro como o filho do Pai e nosso irmão e não como aquele que vem para roubar o nosso lugar.

4. Ser canais do amor de Deus: Temos, este ano, uma forma concreta para ser canais do amor de Deus para tantos irmãos e irmãs: participando, sensibilizando, fazendo conhecer e lutando para que as Políticas Públicas de verdade possam alcançar e dar direito e justiça para todos. Queremos aproveitar dessa oportunidade?

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ÍNDICE

PREMISSA .................................................................................................................... 3

AS PEQUENAS COMUNIDADES DA PALAVRA ..................................................... 4

ROTEIROS PARA O ANIMADOR

3 de março “O agir inspirado pelo amor” ..................................................................... 6

10 de março ”O perigo de desviar do caminho” ........................................................ 11

17 de março ”Incomprensão ...................................................................................... 16

24 de março ”Converter-se ao amor” ......................................................................... 21

31 de março “A verdadeira filiação” ........................................................................... 26

FOLHETOS PARA OS PARTICIPANTES

“O agir inspirado pelo amor” ....................................................................................... 31

“O perigo de desviar o caminho” ................................................................................ 34

“Incomprensão”............................................................................................................ 36

“Converter-se ao amor” ............................................................................................... 38

“A verdadeira filiação” ................................................................................................. 40

MEDITAÇÕES

O AGIR INSPIRADO PELO AMOR............................................................................ 42

O PERIGO DE DESVIAR DO CAMINHO .................................................................. 46

INCOMPREENÇÃO .................................................................................................... 53

CONVERTER-SE AO AMOR ..................................................................................... 59

A VERDADEIRA FILIAÇÃO ........................................................................................ 66

ÍNDICE ......................................................................................................................... 73

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Pode baixar este livreto e os materiais anexos no site www.sementevivabrasil.com

Para receber o DVD dos vídeos, cópias impressas deste subsídio:

Ir. Loredana (11) 944758294 - [email protected]

Para oferecer sua contribuição para sustentar esta atividade: Loredana Vigini - Banco Itaú – Ag. 0534 – c/c 13326-9

Textos e meditações: Loredana Vigini