roteiro identificação e montagem de radiografias intrabucais

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Identificação e Montagem de Radiografias Intrabucais Universidade Federal de Pelotas Faculdade de Odontiologia Unidade de Diagnóstico Estomatológico I Identificação e Montagem de Radiografias Intrabucais 1

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Radriografias Periapicais. Direitos Autorais do GOOGLE

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Identificação e Montagem de Radiografias Intrabucais

Universidade Federal de PelotasFaculdade de Odontiologia

Unidade de Diagnóstico Estomatológico I

Identificação e Montagem de Radiografias Intrabucais 1

O exame radiográfico é o principal e mais utilizado método auxiliar de diagnóstico na área da Odontologia. No entanto, seu valor está ligado às informações que são retiradas deste exame pelo profissional que realiza sua interpretação, sendo que antes de qualquer exercício ou esforço para interpretação há necessidade de conhecer, além da anatomia radiográfica, a forma correta de visualizar os diferentes tipos de exames radiográficos, particularmente intrabucais.

Visualização / Identificação de Radiografias

Quando o profissional for interpretar uma radiografia periapical, principalmente os iniciantes, há necessidade de seguir uma sequência de passos para não haver equívoco quanto ao que está sendo avaliado:

1 Posicionar a face correta do filme radiográfico

Tanto na embalagem quanto no próprio filme radiográfico existe a chamada “saliência do picote” ou simplesmente “picote”, que possui uma parte côncava e outra convexa. Quando tocamos o filme, a convexidade ou saliência é sentida na face de exposição do filme, enquanto a concavidade é sentida na face contrária à exposição. Assim, quando o profissional for interpretar radiografias periapicais, ou melhor, qualquer radiografia intrabucal, o primeiro passo a ser seguido é voltar a convexidade ou saliência do picote para si, a fim de que a face correta do filme seja interpretada. Se o profissional não tomar este cuidado, os hemi-arcos direito e esquerdo são invertidos e a interpretação fica comprometida.

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2 Posicionar o arco radiografado corretamente

O segundo passo é posicionar a radiografia para visualizar de forma correta o arco dentário examinado, sendo que para isso é necessário “pensar no posicionamento dos dentes no arco”. Na maxila os dentes estão posicionados com as coroas voltadas para baixo e as raízes para cima, enquanto que na mandíbula as coroas estão voltadas para cima, ocluindo nos dentes superiores, e as raízes para baixo. As radiografias devem estar posicionadas da mesma forma durante a interpretação, tanto na região dos dentes anteriores quanto posteriores.

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Figuras 1 e 2: Posicionamento do filme radiográfico no dispositivo posicionador e na cavidade bucal - face de exposição, com a convexidade do picote, voltada para o feixe de radiação.

Figuras 3 e 4: Radiografia posicionada de forma correta para interpretação - convexidade ou saliência do picote voltada para o observador que faz a interpretação.

3 Posicionar o hemi-arco / lado radiografado corretamente

Em qualquer área da saúde, o que inclui a Odontologia, a forma mais usual de realizarmos um exame em um paciente é nos posicionarmos em frente a ele. Com isso, consequentemente, iremos enxergar este paciente como se estivéssemos em frente à um espelho, sendo que as estruturas que estão em “nosso” lado direito estejam à esquerda do paciente e que as estruturas que estão em “nosso” lado esquerdo estejam à direita do paciente.Assim, o posicionamento dos dentes na cavidade bucal obedece à seguinte ordem:

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Figuras 5 e 6: Radiografias do arco superior posicionadas corretamente para interpretação - coroas voltadas para baixo e raízes para cima.

Figuras 7 e 8: Radiografias do arco inferior posicionadas corretamente para interpretação - coroas voltadas para cima e raízes para baixo.

Montagem de Radiografias

Em algumas situações o paciente não necessita de apenas uma radiografia periapical, mas sim de uma série de radiografias, que podem vir a compor um exame periapical completo. Nestes casos, além de identificarmos as radiografias para interpreta-las, é necessário, também que façamos a montagem deste exame, em um local apropriado a fim de que a interpretação e posterior arquivamento deste exame torne-se mais fácil.O local mais adequado para montagem de radiografias são as chamadas cartelas radiográficas. Existem cartelas para montagem de exames intra e extrabucais, sendo que entre as intrabucais, há cartelas para radiografias periapicais e oclusais. Não são comuns as cartelas para montagem de radiografias interproximais, que exigem espaços maiores em largura e menores em altura, em função do tamanho diferenciado do Identificação e Montagem de Radiografias Intrabucais 5

Superior Direito

11

Superior Esquerdo

21

Inferior Direito

41

Inferior Esquerdo

31

filme. Todavia, como é comum a realização de radiografias interproximais com filmes periapicais, os exames interproximais são montados nas cartelas para radiografias periapicais. As cartelas de radiografias periapicais são as mais utilizadas e facilmente encontradas, podendo ter diferentes tamanhos, de acordo com o espaço para montagem de um número determinado de radiografias, ou seja, há cartelas para montagem de 2 radiografias, 4, 6, 8, 14 radiografias, que são as destinadas à montagem de um levantamento periapical completo, e até 18 radiografias, que são utilizadas para montagem de exames periapicais e interproximais completos.Estas cartelas, além de serem usadas para montagem dos exames, também servem para a identificação do paciente e para inserirmos a DATA DE REALIZAÇÃO DO EXAME RADIOGRÁFICO, uma vez que exames radiográficos sem identificação de paciente e sem data de realização SERVEM APENAS PARA INTERPRETAÇÃO PONTUAL OU MOMENTÂNEA DO EXAME, ou seja, mesmo que arquivada corretamente, NÃO SERVEM PARA COMPARAÇÕES FUTURAS E NEM COMO DOCUMENTO, uma vez que não se pode comparar um exame atual com um antigo que não se tem conhecimento sobre data de realização.Assim, para montagem dos exames, seguimos os seguintes passos:

1 Identificação correta de todas as radiografias, o que inclui posicionar o filme radiográfico, o arco e o hemi-arco radiogrado da forma apropriada para a interpretação: picote voltado para o observador; se forem dentes superiores, coroas voltadas para baixo e raízes para cima, e se forem inferiores, coroas voltadas para cima e raízes para baixo; lado direito ou esquerdo de forma “espelhada” com o observador.

2 Escolha da melhor cartela, de acordo com a quantidade de radiografias realizadas.

3 Identificação da cartela, com o nome do paciente e a data de realização do exame.

Após cumprir estes passos, passamos para montagem propriamente dita do exame. Nas cartelas com espaço para 2, 4, 6 ou 8 radiografias, não há uma ordem correta para montagem, contudo é importante

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posicionar os exames na cartela na forma correta de visualizar, ou seja, picote voltado para o observador; se forem dentes superiores, coroas voltadas para baixo e raízes para cima, e se forem inferiores, coroas voltadas para cima e raízes para baixo; lado direito ou esquerdo de forma “espelhada” com o observador, sendo que para posicionameto dos arcos, estabeleça uma linha horizontal na metade da cartela, para separação do arco superior e inferior, e para o posicionamento dos hemi-arcos estabeleça uma linha vertical ne a metade da cartela para representar a linha média do paciente, separando lados direito e esquerdo.Já, quando tivermos um exame periapical completo, há um certo “consenso” na montagem destas radiografias:

Algumas observações em relação à montagem de uma exame periapical completo:1 Lembrar a sequência correta na numeração dos dentes para montar a cartela, ou seja, lembrar que em cada hemi-arco dentário o IC está na linha média, seguido por IL, C, 1˚Pm, 2˚Pm, 1˚M, 2˚M e terminando com o 3˚M. Assim, por exemplo, você deve observar o dente 12 à distal do 11 e à mesial do 13.

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Identificação do paciente:Data de realização do exame:

ICSD / ICSE11/21

C/ IL SD13/12

2˚/ 1˚ Pm SD15/14

3˚/ 2˚/ 1˚ M SD18/17/16

IL/ C SE22/23

1˚/ 2˚ Pm SE24/25

1˚/ 2˚/ 3˚ M SE26/27/28

II D / II E IL/ C IE32/33

1˚/ 2˚ Pm IE34/35

1˚/ 2˚/ 3˚ M IE36/37/38

2˚/ 1˚ Pm ID45/44

3˚/ 2˚/ 1˚ M ID48/47/66

C/ IL ID43/42

2 Nessa ordem de montagem pode haver uma variação com relação ao arco inferior, pois as radiografias dos molares, que no exemplo acima estão montados na extremidade da cartela, podem ser invertidos com a posição dos pré-molares.

Com as radiografias em posição, um exame periapical completo teria a seguinte disposição na cartela:

Paciente:  Maria  da  SilvaData:  13/07/2011

Com relação à dentição decídua, lembrar:1 Em cada hemi-arco existem 5 dentes, e não 8 como na dentição permanente, pois NÃO EXISTEM PRÉ-MOLARES E 3˚ MOLARES DECÍDUOS.

2 Os tamanho dos molares são diferentes nas 2 dentições. Enquanto que na dentição permanente o maior dos molares é o 1˚, e o menor é o 3˚, na decídua o maior é o 2˚ molar.

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Assim, um exemplo de um exame periapical completo na dentição decídua, que possui 10 radiografias (pois são eliminadas as 4 radiografias dos pré-molares), é mostrado abaixo:

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