romanceiro da inconfidÊncia- literarte - dÉcadas … murilo monteiro mendes, em 15 de agosto, juiz...

12
ROMANCEIRO DA INCONFIDÊNCIA- LITERARTE PROGRAMME

Upload: dinhhuong

Post on 16-Nov-2018

215 views

Category:

Documents


0 download

TRANSCRIPT

ROMANCEIRODA INCONFIDÊNCIA-

L I T E R A R T E

PROGRAMME

EM DIREÇÃO AO MODERNISMO OS PRIMEIROS MOVIMENTOS, O ESPAÇO, A HISTÓRIA

(1900-1920)

1901: Nascem José Lins do Rego Cavalcanti, em 3 de junho, Engenho Tapuã, São Miguel de Taipu, interior da Paraíba; Murilo Monteiro Mendes, em 15 de agosto, Juiz de Fora, Minas Gerais; e, Cecília Meireles, em 7 de novembro, Rio de Janeiro. Três crianças, três vidas, três histórias. Personagens que entram no novo século com 100 cem anos de história. Autores homenageados, este ano, pelo Governo brasileiro.

José Lins do Rego perdeu a mãe com 1 ano de idade. Passou a infância com as tias e os avós maternos, no Engenho Corredor, em Pilar, ainda na Paraíba. Na adolescência, mudou- se para a capital do Estado, onde foi estudar, mas a identifi­cação com a vida do Engenho estava selada para sempre.

Murilo Mendes cresceu na cidade de Juiz de Fora. Era de uma família modesta, filho de um funcionário público. Não era aluno brilhante! Seu temperamento não casava com o ensino tradi­cional, especialmente com o de matemática. Foi trocando de colégio, até que, em 1920, abandonou o ensino secundário para trabalhar no Rio de Janeiro, como arquivista do Ministério da Fazenda.

Cecília Meireles teve infância de menina sozinha, criada pela avó materna. Nasceu três meses depois da morte de seu pai e perdeu a mãe antes dos três anos. Entre o silêncio e a solidão, Cecília, mais tarde, deixará fluir suas realidades e sonhos.

Os três nomes, cada qual ao seu estilo, iam marcar o maior movimento cultural que se esboçava já no fim do século XIX: O MODERNISMO. Um movimento nascido do desejo de liber­dade de criação e expressão, aliado aos ideais nacionalistas, visando, sobretudo, emancipar-se da dependência européia. Seus criadores passaram, então, a cobrir os textos de humor, ironia e paródia, utilizando expressões coloquiais, próximas do falar brasileiro, promovendo a valorização de um léxico difer­enciado.

EN ROUTE VERS LE MODERNISME LES PREMIERS MOUVEMENTS, L’ESPACE, L’HISTOIRE

(1900-1920)

1901 : Naissance de José Lins do Rego Cavalcanti, le 3 juin, à la sucrerie Tapuã à São Miguel de Taipu, à l’intérieur de l’état de Paraíba ; de Murilo Monteiro Mendes, le 15 août, à Juiz de Fora, état de Minas Gerais; et de Cecília Meireles, le 7 novem­bre à Rio de Janeiro. Trois enfants, trois vies, trois histoires. Des personnages qui entrent dans le nouveau siècle avec 100 ans d’histoire. Des auteurs à qui le gouvernement brésilien rend hommage cette année.

José Lins do Rego perdit sa mère à l’âge d’un an et fut élevé par ses tantes et ses grands-parents maternels, à la sucrerie Corredor, à Pilar, Paraíba. Durant son adolescence, il démé­nagea vers la capitale de l’état pour y étudier. Mais la vie de la sucrerie était gravée à jamais dans sa mémoire.

Murilo Mendes grandit dans la ville de Juiz de Fora. Issu d’une famille modeste, il était fils de fonctionnaire public. Ce n’était pas un élève brillant, son tempérament ne s’adaptait pas à l'en­seignement traditionnel, en particulier à celui des mathéma­tiques. Il changea souvent de collège et, en 1920, il abandon­na l’enseignement secondaire et partit travailler à Rio en tant qu’archiviste du Ministère des Finances.

Cecília Meireles eut une enfance de fille unique, élevée par sa grand-mère maternelle. Elle est née trois mois après la mort de son père et perdit sa mère avant d’avoir trois ans. Entre le silence et la solitude, Cecília, plus tard, laissera s’épancher ses réalités et ses rêves.

Ces trois auteurs allaient marquer, chacun à leur manière, le plus grand mouvement culturel qui se dessinait déjà à la fin du XIXème siècle: LE MODERNISME, mouvement né du désir de liberté de création et d’expression, lié aux idéaux nationalistes, visant surtout à s’émanciper face à la dépendance européenne. Ses créateurs ont commencé à manier l’art de l’humour, de l’ironie et de la parodie, en utilisant des expres­sions familières, proches du parler brésilien, et en prônant une autre approche de la langue.

DO CHOQUE DA I GUERRA AO NACIONAL-MODERNISMO

UMA NOVA GERAÇÃO CULTURAL (1920-1930)

Os fatos na década de 20, que remontam à ebu­lição do anseio de mudanças, abrem espaço para o “novo", dando legitimidade à arte e à literatura modernas.

Paralelamente aos movimentos políticos, 1922 é o marco cultural considerado pelos historiadores brasileiros como o primeiro momento do mod­ernismo no Brasil. A fase heróica, como é conhecida, corresponde à SEMANA DA ARTE MODERNA, ocorrida nos dias 13,15 e 17 de fevereiro daque­le ano no Teatro Municipal de São Paulo. O even­to marca a história cultural brasileira, reunindo artistas e intelectuais. Declamaram poemas, leram trechos de romances, fizeram discursos, expuseram quadros e tocaram música, sob aplau­sos de uma platéia perplexa e vaias de uma sociedade conservadora.

Nessa primeira fase, o rompimento com o passado, a necessidade de chocar o público e de divulgar novas idéias estão marcados pelo radicalismo. Obras como a de Oswald de Andrade, Manuel Bandeira, Graça Aranha e muitos outros jovens da época correspondem aos primeiros manifestos estéticos. O movimento vai se estruturando de forma mais vibrante no Rio de Janeiro e em São Paulo, estendendo-se ao estado de Minas Gerais e ao polêmico regionalismo nordestino. A “nova” poesia apropria-se do ritmo, do vocabulário e dos temas da prosa, constituindo-se no principal veículo de divulgação do movimento. Deixa de lado os recursos formais, adotando o verso livre, sem número determinado de sílabas e sem metri- ficação.

DU CHOC DE LA I ère GUERRE MONDIALE AU NATIONAL-MODERNISME

UNE NOUVELLE GÉNÉRATION CULTURELLElî (1920-1930)

Les faits qui se déroulent dans les années 20 maintiennent une ébullition de désirs de change­ments et ouvrent l’espace à la nouveauté, légiti­mant l’art et la littérature moderne.

Parallèlement aux mouvements politiques, l’an­née 1922 est considérée par les historiens brésiliens comme une référence culturelle : c’est le début du modernisme au Brésil, assimilé à une phase héroïque qui correspond à la SEMAINE DE L’ART MODERNE qui eut lieu les 13,15 et 17 février de cette année-là au théâtre Municipal de São Paulo. Cet événement, en réunissant des artistes et des intellectuels, a marqué l’histoire culturelle brésilienne. Ils déclamaient des poèmes, lisaient des extraits de romans, tenaient des discours, exposaient des tableaux et jouaient de la musique et ce, sous les applaudissements d’un public perplexe et sous les huées d’une société conservatrice.

Dans cette première phase, jla rupture avec le passé, la nécessité de choquer le public et de répandre de nouvelles idées sont marquées par le radicalisme. Des oeuvres comme celles de Oswald de Andrade, Manuel Bandeira, Graça Aranha et beaucoup d’autres jeunes auteurs de l’époque correspondent aux premiers manifestes esthétiques. Le mouvement va se structurer de manière plus vibrante à Rio de Janeiro et à São Paulo, et s’étendre jusqu’à l’état de Minas Gerais en passant par le polémique régionalisme du Nordeste. La « nouvelle » poésie va s’approprier le rythme, le vocabulaire et les thèmes de prose et devient le principal véhicule de divulgation du mouvement. On laisse les moyens formels de côté pour adopter les vers blancs, sans nombre déterminé de syllabes et sans mesures.

AS VIAS DE MATURAÇÃO E REGIONALISMO VERSOS LIVRES, POESIAS SINTÉTICAS E PROSAS

CONSTRUTIVAS (1930-1945)

O começo da década para o setor cultural reflete a crise finan­ceira, provocada pela quebra da bolsa de Nova Iorque, em 1929. As pessoas vivem os conhecidos "anos loucos”, até o começo da Segunda Guerra, em 1939, passando a conviver com a incerteza e com o desejo de viver somente o presente. No Brasil, a Revolução de 1930 conduz Getúlio Vargas ao poder com o apoio da burguesia industrial. Trata-se de um gov­erno provisório, que incentiva a industrialização e substitui o capital inglês pelo norte-americano. Getúlio Vargas recebe apoio dos militares e chega à presidência, prometendo avanços democráticos. Mas, em 1936, o tom da Era Vargas muda para o autoritarismo.

Cecília Meireles vê o seu Centro Cultural Infantil invadido e fechado pelo Governo Vargas. O Centro Cultural era a primeira biblioteca infantil do país, inaugurado por Cecília e o marido, em 1934. Cansada da perseguição política que sofria, desde meados dos anos 30, quando escrevia uma coluna para um jornal do Rio de Janeiro, a poeta retorna a poesia, com toda sua energia, em 1938.

A nova técnica literária do período está marcada pelo ques­tionamento mais contundente da realidade, acompanhada pela indagação do poeta sobre seu “fazer literário” e sua interpre­tação sobre o “estar-no-mundo”. Consequentemente surge uma poesia mais madura e politizada, mas também diversifi­cada. Volta-se para o espiritualismo e o intimismo, presentes em certas obras de Murilo Mendes, Jorge de Lima e Vinicius de Morais.

A prosa desta segunda fase adota uma postura mais docu­mental ao expor a realidade brasileira e focalizar o aspecto social. Essa tendência é aplicada nos romances urbanos, com destaque para as obras de Erico Veríssimo. Surge também o grupo de romancistas que reforça temas dedicados à decadên­cia dos Engenhos; à vida no “agreste” do nordeste brasileiro. Os romancistas comprometidos com essas temática são: Rachel de Queiroz, Jorge Amado, Graciliano Ramos e a pre­sença marcante de José Lins do Rego, com a publicação de seu primeiro romance, Menino de Engenho, em 1933.

LES VOIES DE LA MATURATION ET LE RÉGIONALISME VERS BLANCS, POÉSIES SYNTHÉTIQUES ET PROSES

CONSTRUCTIVES (1930-1945)

Au début de la décade, le domaine culturel reflète la crise finan­cière provoquée par le crash boursier de New York en 1929. On vit les célèbres «années folles », jusqu’au début de la seconde Guerre Mondiale, en 1939. On commence alors à vivre dans l’incertitude et avec le désir de profiter pleinement de l’instant présent. Au Brésil, la révolution de 1930 et la bourgeoisie industrielle conduisent Getúlio Vargas au pouvoir. Il s’agit d’un gouvernement provisoire, qui stimule l’industrialisation et sub­stitue le capital nord-américain au capital anglais. GetúlioVargas reçoit l’appui des militaires et devient président, en promettant des avancées démocratiques. Mais, en 1936, le ton de l’ère Vargas vire à l’autoritarisme.

Cecília Meireles voit le gouvernement Vargas envahir et fermer son Centre Culturel pour enfants. Ce centre abritait la première bibliothèque du pays destinée aux enfants, et avait été inau­guré par Cecília et son mari en 1934. Fatiguée par la persécu­tion politique dont elle était victime depuis la moitié des années 30, alors qu’elle écrivait pour un journal de Rio de Janeiro, la poétesse revient à la poésie en 1938, en y mettant toute son énergie.

La nouvelle technique littéraire est marquée par un question­nement plus incisif de la réalité, lié à la recherche du poète sur son « acte littéraire » et son interprétation de l’« être-dans-le- monde ». Une poésie plus mûre et plus politisée, mais aussi plus diversifiée, naît alors. Elle se tourne vers le spiritualisme et l’intimisme, présents dans certaines œuvres de Murilo Mendes, Jorge de Lima et Vinicius de Morais.

La prose de cette seconde phase adopte un style plus documen­taire en exposant la réalité brésilienne et en mettant l’accent sur l’aspect social. Cette tendance se retrouve dans les romans urbains, et notamment dans les œuvres de Erico Verissimo. On voit également apparaître un groupe de romanciers qui évo­quent le déclin des sucreries, la vie dans l’«agreste» du nord- est brésilien. Les romanciers impliqués dans ces thématiques sont : Rachel de Queiroz, Jorge Amado, Graciliano Ramos et surtout José Lins do Rego, avec la publication de son premier roman, MENINO DE ENGENHO, en 1933.

A ATMOSFERA PÓS - 1945

Nesta terceira fase, a poesia presencia a rejeição dos moldes modernistas da geração de 22, retornando ao modelo mais for­mal, com versificação mais regrada, maior erudição com relação às palavras e uso de temas mais universais. Este grupo foi encabeçado pelo poeta João Cabral de Melo Neto e ficou conhecido como a Geração de 45. Mas o período é rico em propostas diversas e surgem em contraponto, o Concretismo, a Poesia-Práxis, o Poema-Processo, o Poema- Social, a Poesia-Marginal e os músicos poetas.

A prosa da década de 40 e 50 aparece marcada pela explo­ração do campo psicológico dos personagens; do regionalis­mo; e do urbanismo, revelando a relação conflituosa entre o Homem e a modernidade. Além de Clarice Lispector, destaca- se também o nome de Guimarães Rosa dentro dessa nova concepção literária.

A prosa de cunho político vai também se impor com grande força, marcada pelo Golpe Militar de 1964. O objetivo é retratar a violência e a repressão política. Outros gêneros também ganham força dentro do panorama literário brasileiro, como a prosa autobiográfica, o conto e a crônica. O conto consegue a síntese e a rapidez que a modernidade exige. A crônica ganha espaço dentro dos veículos de comunicação, devido a sua lin­guagem mais coloquial. Consagram-se novos escritores como, por exemplo, Carlos Drummond de Andrade, Fernando Sabino, Rubem Braga, entre outros.

Cecília Meireles publica, a partir de 1945, livros de poesias e também crônicas, em prosa poética. Reconhecida oficial­mente, viaja várias vezes ao exterior para proferir palestras sobre a literatura brasileira e receber títulos em sua home­nagem. Em 1964, morre no Rio de Janeiro, em plena atividade literária.

José Lins do Rego escreve várias crônicas a partir de 49. Passa muito de seu tempo em viagens à Europa e de sua per­manência e especial paixão pela Grécia, lança Gregos e Troianos. Em 1953, publica seu décimo segundo e último romance, Cangaceiros. 1957 marca o fim de uma vida vito­riosa, derrotado por uma cirrose no fígado.

1957 é o ano em que Murilo Mendes, já poeta reconhecido, deixa o Brasil para instalar-se na Europa, como adido cultural do Governo brasileiro. Torna-se professor de literatura brasileira na Universidade de Roma, Itália, e casa-se com a poetisa portuguesa Maria da Saudade Cortesão. Durante uma viagem a Lisboa, em 1975, é surpreendido por uma síncope cardíaca fatal.

Texto de Samla Mesquita. Jornalista e pesquisadora,mestra em Ciência da Comunicação, da Universidade de São Paulo

L’ATMOSPHÈRE APRÈS 1945

Au cours de cette troisième phase, la poésie connaît un rejet des modèles modernistes de la génération de 22, revenant à un modèle plus formel, avec des rimes plus réglées, une plus grande érudition par rapport aux mots et l’usage de thèmes plus universels. Ce groupe conduit par le poète Joao Cabrai de Melo Neto, fut célèbre sous le nom de Génération 45. Mais la période est riche en de nombreux autres courants et simul­tanément surgissent le Concrétisme, la Poésie-Praxis, te Poème-Procès, le Poème-Social, la Poésie-Marginale et les poètes musiciens.

La prose de la décade de 40 à 50 est imprégnée de l’exploration du champ psychologique des personnages, du régionalisme et de l’urbanisme, révélant la relation conflictuelle entre l’homme et la modernité. Outre le nom de Clarice Lispector, celui de Guimarães Rosa se détache également au sein de cette nou­velle conception littéraire.

La prose à caractère politique va également s’imposer avec force, marquée par le Coup Militaire de 1964. Le but est de décrire la violence et la répression politique. D’autres genres gagnent également du terrain dans le panorama littéraire brésilien, comme la prose autobiographique, le conte et la chronique. Le conte réussit à s’adapter à la concision que la modernité exige. La chronique gagne sa place dans les moyens de communication grâce à son langage plus familier, mettant à l’avant-plan des écrivains confirmés et révélant aussi de nouveaux auteurs, comme Carlos Drummon de Andrade, Fernando Sabino et Ruben Braga.

A partir de 1945, Cecília Meireles publie des livres de poésie et également des chroniques écrites en prose. Reconnue pour son talent, elle reçoit de nombreux hommages et elle voyage plusieurs fois à l’étranger où elle participe à des conférences consacrées à la littérature brésilienne. Elle écrira jusqu'à sa mort, survenue en 1964 à Rio de Janeiro.

A partir de 1949, José Lins do Rego présente plusieurs chroniques et passe beaucoup de temps en Europe, notam­ment en Grèce, pays qui le passionne. Il lance GREGOS E TROIANOS. En 1953, il publie son douzième et ultime roman, CANGAÇEIROS. Il décède d’une cirrhose en 1957.

Poète déjà reconnu, Murilo Mendes quitte le Brésil en 1957 pour s’installer en Europe en tant qu’attaché culturel du gou­vernement brésilien. Il réside en Italie où il enseigne la littéra­ture brésilienne à l’Université de Rome. Epoux d’une poétesse portugaise, Maria de Saudade Cortesão, il voyage à Lisbonne en 1975. C’est là qu'il meurt d’une crise cardiaque.

Stefan Meylaers a étudié le piano et la musique de chambre à l’Institut Lemmens. Il a ensuite reçu une bourse pour étudier avec Zoltán Koscis (Hongrie) et a continué sa formation avec, entre autres, Roberto Szidon (piano), Vinson Cole (chant) et Gyôrgy Ligeti (composition). Après avoir remporté, en 1999 le concours de composition de la maison d’édition DMP, ses compositions y ont été publiées. Entre autres enregistrements, un hommage lui a été consacré dans le cadre de la collection “In Flander’s Fields” publiée par Phaedra, avec un CD intitulé “Stefan Meylaers, portrait of a composer”.

Les sœurs Rosa et Stela Brandão et Stefan Meylaers

Il y a deux chanteuses en Rosa Brandão:D’une part celle qui est venue à Bruxelles pour y poursuivre sa formation. On a pu l’entendre à la Monnaie dans le rôle de la Fée dans Cendrillon de Massenet, ou encore à l’Opéra Studio dans Fiordiligi ou Pamina, avec l’orchestre I Fiamminghi dans Zerlina, ou encore au Tricentenaire de la Monnaie, aux côtés de José Van Dam, comme Frasquita, dans des fragments de Carmen de Bizet.Mais il y a aussi la Brésilienne, celle qui est toujours restée fidèle au répertoire de son pays, celle qui a été premier Prix au Concours Carlos Gomes à Rio, et qui emporte ses mélodies brésiliennes dans ses récitals en Europe, aux Etats-Unis et au Brésil.

Après ses études musicales au Brésil, Stela Brandão s’est installée à New York où elle a poursuivi sa formation. Elle y a fréquen­té les cours d’opéra et de littérature vocale à la Julliard School, elle y a obtenu le “Master Degree in Vocal Performance" au Brooklin College et elle a été nommée Docteur en pédagogie musicale au Teachers College, Université de Columbia, avec une thèse sur les musiques brésiliennes.De retour au Brésil depuis 1997, elle continue sa carrière internationale et se produit principalement aux Etats-Unis, au Canada, au Mexique, en Equateur, en Europe et bien sûr au Brésil.

Sílvio Romero (1851 -1914) Carlos Drummond de Andrade (1902 - 1987)Kilza Setti - Jogo do Tantanguê (Stela) Villa-Lobos - Cantiga do viúvo (Stela)

- Jogo de Varisto (Rosa) R Mignone - Quadrilha (Rosa)

Mário de Andrade (1893 - 1945)O. Lorenzo Fernândez H. Villa-Lobos

- Toada P’ra você (Stela)- Viola Quebrada (Rosa)

Manuel Bandeira (1886 - 1968)Villa-Lobos Camargo Guarnieri Lorenzo Fernândez F. Mignone Villa-Lobos

- O Anjo da Guarda (Stela)- Azulão (Stela)- A canção do mar (Stela)- D. Janaina (Stela)- Dança Martelo (Rosa)

Cecília Meireles (1901O. Lacerda Lorenzo Fernândes Moema C. Campos barcos(Duo)

1964)- Murmúrio (Stela)- Berceuse da onda (Rosa)- Canção dos três

Vinícius de Moraes (1913 - 1980)Claudio Santoro - Luar do Meu Bem (Rosa)

- Acalanto da Rosa (Rosa)- Balada da flor da terra (Stela)- Amor em Lágrimas (Stela)

Jorge de Lima (1895 -1953)O. Lorenzo Fernândez

Cora Coralina (1889 - 1985)Moema C. Campos

- Essa Negra Fulô (Rosa)

Cantando Cora (Duo) Cantoria Das Pedras

LA MODINHA La bonne humeur du début du 20ème siècle

Henri Greindl et Cristina Barros

Ce furent les années les plus productives - la douceur de vivre peut-être?C’est un fait que la musique brésilienne de cette époque était riche de talent et de bohème. C’est donc une difficile mission dechoisir et de laisser de côté tant de grands noms, si loin de la mémoire actuelle...La «modinha» brésilienne est une forme de chanson populaire née au Brésil vers la fin du 18ème siècle. Composée souvent pardes guitaristes du peuple, mais avec des textes écrits par des poètes du meilleur niveau littéraire, elle s’est répandue par la voix des musiciens de rue et de cabaret dans les couches les plus humbles de la population jusqu’au début du 20ème siècle, le roman­tisme de ses vers subissant des adaptations lui faisant plus que jamais mériter l’appellation de «populaire».Au cours du 20ème siècle des compositeurs comme Pixinguinha, Villa-Lobos ou Torn Jobim lui ont donné ses lettres de noblesse.

“CECILIA”

C’est un solo de danse contemporaine et interprété par Célia GOUVEA qui en est également la chorégraphe.

Il est basé sur une sélection de 17 poèmes de Cecilia Meireles réalisée par la journaliste et écrivain Leila GOUVEA, grande connaisseuse de l'oeuvre de la poète.

L’écriture chorégraphique cherche l’essence de l’écriture poétique de Cecilia : lyrisme et délicatesse auquel est ajouté un côté fugitif et fluide.

Célia GOUVEA est une danseuse et chorégraphe diplômée du centre Mudra dirigé par Maurice Béjart à Bruxelles.

Fondatrice du groupe Chandra avec Maguy Maren, Dominique Baganet, Pierre Droulers, Juliana Carneiro da Cunha et autres, elle a créé plus de 40 chorégraphies pour son groupe et d’autres compagnies au Brésil.

Elle a reçu entre autres les prix Fulbright et Guggenheim.

En France depuis 1998, elle a poursuivi un travail auprès de Maguy Maren au CNC de Rillieux-la-Pape, où elle a créé deux pièces à la Cartoucherie de Vincennes pour le Théâtre du Soleil : Mãe Tze Tza et Cinechoronanographie, et dirigé l’un des groupes du défilé de la Biennale de danse de Lyon 2000...

Performance et chant par des élèves de deuxième année de l’école P.A.R.T.S. (Performing Arts Research and Training Studios)

Trechos seleção de poemas de Cecilia Meireles realizada pela escritora e jornalista Leila Gouvêa

Aterra, a lembrança, o tempo...

e comia mamão, e mirava a flor da goiaba

serena, desesperada

aprendi com as primaveras a deixar-me cortar e a voltar sempre inteira

a vida só é possivel reinventada

ai palavras, ai palavras fragil, fragil como o vidro e mais que o aço poderosa

ja fui Margarida e Beatriz ja fui Maria e Madalena

nasce da sombra o dançarino e olha entre verdes aguas, cego e é um peixe bebendo o mar, quieto

pastora de nuvens pastores da terra meu canto e meu gado sol e nuvens brancascanções de mar e arvoredo em língua antiga a vida completa, e bela, e terna

caleidoscópio de estrelas sopro na aragemmariposas, jasmins, tinhorões, vagalumes renda verde de luar entre tijolos e trepadeiras

andará por bailes vosso coraçãouns dançando pelos ares, outros perdidos no chão

uns anjos, outros palhaços dormireis um dia como pedras suaves

de tanto querer ser boa misturei o céu com a terra e por uma coisa à toa levei meus anjos à guerra

fiz tudo o que não deviase os outros se riam ficava sériase ficavam sérios, me ria.

mas sei que tudo é memória.

>1 Laurent ACHEDJIANrue aux Laines, 141000 BruxellesBelgique(+32) 2 [email protected]é à Bruxelles en 1969. Vit et travaille entre Bruxelles, Belo Horizonte et New York depuis 1993.Expositions collectives et individuelles : Belgique et USA.

> 2 Miris BATISTARue du Potagère, 6 1210 Bruxelles Belgique(+ 32) 475 71 49 80Née à Goianopolis en 1962. Vit et travaille à Bruxelles depuis 1996. Expositions collectives et individuelles: Brésil, France et Belgique.

> 3 Afrânio FONSECARue Notre Dame du Sommeil, 521000 BruxellesBelgique(+ 32)2 503 4147 [email protected]é à Fortaleza en 1966. Vit et travaille à Bruxelles depuis 1999. Expositions collectives et individuelles: Brésil, Belgique et Allemagne.

> 6 Tessa de OLIVEIRA PINTOHammerschidstr, 5650999 CologneAllemagne(+49) [email protected]ée à Stuttgart à 1959. Vit et travaille à Cologne depuis 1989. Expositions collectives et individuelles : Belgique, Allemagne et Japon.

> 7 Teresa POESTER184, avenue de Choisy 75013 Paris France(+ 33) 1 53619033 tpoester@club-àternet.frNée à Bagé en 1954. Vit et travaille à Paris depuis 1998.Expositions collectives et individuelles: Brésil, Belgique et France.

Contemporary Art> 4 Ricardo FONTESav. Mont. Kemmel, 2 1090 Bruxelles Belgique(+32) 498 322411 [email protected]é à Lagarto en 1966. Vit et travaille à Bruxelles depuis 1996.Expositions collectives et individuelles: Brésil, Belgique, Espagne et Roumanie.

> 5 Jacqueline MACHADO DE SOUZAPastoor Habetsstraat, 1 6117 KK Maastricht Pays-Bas(+ 31) 43 343 8094 [email protected]ée à Fortaleza en 1964. Vit et travaille à Maastricht depuis 1989.Expositions collectives et individuelles: Belgique et Allemagne.

> 8 Marlene RODRIGUESSchleifmühlg. 18/14 1040 Vienna Austria(+41) 1 585-5196 [email protected]ée à Itapetininga en 1947. Vit et travaille à Vienne depuis 1991.Expositions collectives et individuelle : Brésil, Belgique, Autriche, France et USA.

>9 ST. CLAIRGalerie de La Reine, 1 1000 Bruxelles Belgique(+ 32) 2 503 2772Né à São João Del Rey en 1955. Vit et travaille à Bruxelles depuis 1975.Expositions collectives et individuelles : Brésil, Belgique, Royaume-Uni, Italie, Japon, Espagne, Allemagne et USA.

> 10 Alex VALLEBoulevard d’Anvers, 37 1000 Bruxelles Belgique(+32)486 638257 [email protected]é à Petrópolis en 1961. Vit et travaille à Bruxelles depuis 1990.Expositions collectives et individuelles: Belgique, France et Allemagne.

LITERARTE Brésil 2001 - Année Nationale de la Littérature

Production : >biVA - Brazilian Institute for Visual ArtsDirecteur : Alex VALLECoordination : Laurence HAUZEURRecherche historique : Samla MESQUITALivres brésiliens: La Tienda LatinaAttaché de presse: Cristina BARROSGraphie design: Out of the blueImpression : Groupe GGGRéalisation technique : Jean TIMMERMAN

Avec le support de:L’Ambassade du Brésil à Bruxelles, le Ministère de la Culture au Brésil, le Ministère des Relations Etrangères, la Mission du Brésil auprès de la U.E., VARIG, TRACTEBEL, MAXXIUM Belgium- Absolut Vodka.

>biVA tient à remercier vivement l'Ambassade du Brésil à Bruxelles, et particulièrement Mr. l'Ambassadeur Marcio de Oliveira Dias et Mme Silvana Polich pour leur aide précieuse à la réalisation de ce projet, et Mr. l’Ambassadeur Clodoaldo Hugueney.

Remerciements à:Piet De Lombaerde, Bernadette Berlot, Joëlle Keppenne, Michael Hales, P.A.R.T.S., la Tienda Latina

> biVA - Brazilian Institute for Visual Arts 37, Bd. d’Anvers 1000 - Brussels

Tel : +32 486 638257 e-mail: [email protected]

http://www.geooities.eom/biva_be/1.html

MINISTÉRIO DA CULTURA

Itamaraty

P i *

■ÉNjtfádl. . mïb£M I ¥

I 8 ...