ROLAGEM AUTOMÁTICAFAIXA 9 DO CD:NÓS E OS NÓS”

Seja pobre, ou seja rico;seja fraco ou seja forte;militar, operário, ou político,no fim, a mesma sorte.Ninguém fica para semente,

bendiz a ciência popular,melhor que olhá-la de frente,é viver sem nela pensar…

Mas, um dia o destino…O perfume de lírios, cravos e rosas,um coro de sussurros e prantos,o brilho de chamas de velas…

O desespero da reflexão, se abraça a última súplica,quase um poema, mais que uma oração.:

Perdão ó Mãe Natureza,por não cuidarmos de Tuas dádivase não bebermos da fontede Tua bondade e beleza.

Dai-nos nesse derradeiro momento:em Ti , a fé, a crençae a esperança no renascimento,para virmos a ser Tua imagem e semelhança,para virmos a ser Tua imagem e semelhança.

VIOLÃO: JORGE COSTA FILHO

IMAGENS DOS SITES:

historiadoresamadores.blogspot.com;imagens.usp.br;

nayaramaranhao.com.br;norashannonbr.blogspot.com;

pontagrossa.pr.gov.br;serfelizserlivre.blogspot.com; e

todofale.blogspot.com.

A seguir o texto “A Derradeira Súplica” complementa o tema da canção “Mais Que Uma Oração”.

Se for de interesse é só usar o “ratinho”.

Entendemos que, ao tornarmo-nos realmente conscientes da morte, somos acalentados por um sopro de humildade e uma brisa de pureza. Ficamos, também, assustados por um choque de ética, que nos leva a uma profunda reflexão.

Questionamo-nos sobre o que fizemos com as "dádivas do universo" e sobre qual deveria ter sido a nossa contrapartida em cuidados, para sua conservação.

A realidade dos nossos comportamentos, as guerras, o estágio de ignorância e violência em que nos encontramos bem como o nosso caráter predador dão-nos as respostas.

Inevitavelmente, essas respostas nos conduzem a uma desesperada e derradeira súplica. Uma última oração.

Ó Energia Criadora, que nos presenteaste com milhões e milhões de células organizadas com perfeição neste conjunto mágico - o nosso corpo, pedimos-Te perdão por:

alimentá-lo com cadáveres de outros seres;

submetê-lo à ingestão das mais variadas drogas;

seviciá-lo pela lei do mais forte;

prostituí-lo pela pobreza, vaidade ou solidão;

ceifá-lo, prematuramente, da vida nas guerras, no vício, no crime e no tráfego de veículos.

Ó Mãe Natureza, que nos regalaste com nascentes, chuvas, cachoeiras, rios, mares, lagos, manguezais, praias, prados, colinas, serras e florestas, rogamos-Te clemência pelos dejetos, lixos e detritos espalhados pelos mais distantes recantos, e pela transformação de florestas em desertos.

Ó Mãe Divina, que nos deste uma alma carente do bom e do belo, suplicamos-Te perdão, por

massacrá-la com barulhos e ruídos, travestidos em música, e com imagens pervertidas,

travestidas em vídeos, filmes e programas de TV.

Ó Rei do Mundo, que nos tornaste únicos no universo, concedendo-nos a mente para inventar ou criar, rogamos-Te clemência pelas inquisições, pelas armas, pelos métodos de manipulação das massas, pelo fisiologismo político, pelo corporativismo das classes, pelo fanatismo religioso e pela mentira.

Ó Energia Criadora, que nos ligaste a um espírito para, por meio de nós, vivenciar uma experiência evolutiva, imploramos-Te perdão pela nossa morte em vida, envenenados pela ambição ao poder, pela fantasia do sucesso e pela fuga da realidade.

Imploramos-Te, neste derradeiro momento, quando o distante coro dos suspiros e prantos, o perfume das flores e o vislumbre da chama da vela confirmam o confronto com a morte, uma última dádiva:

presenteia-nos com a fé em Ti, com a crença de que estamos renascendo e com a esperança de que, nós homens, estamos evoluindo até tornarmo-nos deuses, como Tua imagem e semelhança. "Mais que uma oração" é a nossa tentativa para registrar com rimas e melodia esse derradeiro momento.