ROLAGEM AUTOMÁTICA

FAIXA 4 DO CD “JOHANNA MARIA EM RIMAS E MELODIAS”

Eu queria ser um grande escritor,para, com a prosa,te dizer o meu amor.

Eu queria serum grande artista,para, com a arte,te expressar meu bem-querer.

Eu queria serum grande pintor,para, com a luz das corese a dança do pincel,pintar o róseo dos teus seios,dos teus lábios, a cor do mel,o grisalho dos teus cabelose, dos teus olhos, o azul do céu.

Eu queria ser um um bom compositorpara, com rimas sobre você,criar uma canção de amor.

Como não sou nada disso,contigo eu “pinto o sete”e faço destas o meu riso,para festejar os teus “quarenta e sete”

Eu queria ser um um bom compositorpara, com rimas sobre você,criar uma canção de amor.

Como não sou nada disso,contigo eu “pinto o sete”e faço destas o meu riso,para festejar os teus “quarenta e sete”

A seguir o texto “Teus 47” complementa à celebração cantada em “Rimas para Você”.

Caso seja de interesse é só utilizar o ratinho

Imagens: Álbum de Família e doSite:papelpared.fotosdahora.com.br .

Pepe não sabe a sorte que tem e, por isso, vive se lamentando.

Seus amigos, em tom de gozação, o chamam de chorão. Pai de dois filhos exemplares, muito bem casado com uma tcheca de nascimento, austríaca de nacionalidade e brasileira de coração.

O brilho e o frescor daquela manhã de Maio estiveram comigo até se afastarem, sem nem ao menos me desejarem boa sorte.

Afastaram-se ao perceber o ambiente viciado pelas “fofocas de escritório” e pelas velhas e conhecidas bactérias introduzidas pelo ar condicionado,

Mal acabo de chegar a minha sala de trabalho, toca o telefone. Do outro lado da linha, as lamúrias do Pepe.

Lamentava-se porque sua mulher completava quarenta e sete anos e gostaria de prestar-lhe um tributo nas mais variadas formas artísticas. Assim, com muita sensibilidade, falou Pepe:

meu amigo! No dia do aniversário da esposa, quem não sente a frustração por não ser um grande escritor, artista, pintor ou compositor, para expressar com beleza toda ternura que é com ela conviver?

Como seria maravilhoso se pudéssemos pintar as cores dos olhos, seios, cabelos e as formas dos contornos de quem amamos.

Qual a esposa não ficaria feliz, se em vez de o marido, se pobre, dar-lhes coisas para casa e, se rico, o carro do ano ou aquela jóia de milhares de dólares, presentear-lhe com curta metragem, ou pequena peça de teatro, na qual a personagem principal seria ela, a aniversariante?

Nesses momentos, como os dos aniversários, gostaria de ser um compositor e cantor, para poder dizer-lhe, com música, como são grandes a amizade, a ternura, o carinho e o meu bem-querer…

Percebi, não demoraria muito, lágrimas começariam a bailar pelo fio do telefone.

Por outro lado, os recados e a papelada amontoavam-se sobre minha mesa de trabalho. Assim, resolvi cortar aquela cena de carpideira em dia de funeral, com o seguinte conselho:

Pepe, meu amigo, é praticamente impossível ser tudo isso. O melhor que podemos fazer nessas situações é deixarmos de ilusões…

Tua mulher te tem muito amor.

Certamente, é da maneira como só tu sabes fazer, que ela vai querer ouvir, ver e sentir o que tens para celebrar os seus “47”.

Até logo a noite, um abraço.

Desliguei o telefone, chamei a secretária e disse-lhe que não estaria para ninguém.

Tranquei a porta da sala, sentei, afastei os recados e a papelada sobre a mesa e, baseado nas lamúrias do Pepe, escrevi “Rimas para Você”.

“Rimas para Você” festeja os 47 anos da mulher do Pepe do meu jeito.

Poderia tê-las levado como lembrança para a mulher do Pepe. Entretanto, por julgar que poderia ser motivo para lamentações do amigo chorão, achei melhor guardá-las…