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FAIXA 11 DO CD “NÓS E OS NÓS 2”

O “Coroa” nasceu com a guerra,na década de quarenta.A “Cara” com a “redentora”,na década de sessenta.Ela do tempo da Discoteca,

da Turma da Mônica e do Carimbó.Ele do Samba-canção, do Fantasmae do Samba de Uma Nota Só.

Dela lágrimas de Cabíria,nada mais que ilusão,regaram, dele, rugas do tempoe despertaram a emoção.

Sem rodeios afirma a razão:é um amor que não pode começar.Cheia de fantasias, discorda a emoção:bem-querer, assim, não pode acabar.

Corpo, mente e alma,em harmonia, a conciliação.No lugar do conflito, a calma.Sem começo e fim, eis a solução. Sem começo foi seu

amor,tal como afirmou a razão.Também não terá fim,tal como quis a emoção.Ela, como o perfume e o jasmim,

como o boêmio e o violão,ficará juntinha e para semprena sua mente e coração,ficará juntinha e para semprena sua mente e coração.

IMAGENS DOS SITES:

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A seguir a prosa “A Cara e o Coroa” complementa o tema da canção “Sem Começo e Fim”.

Se for de interesse é só usar o “ratinho”.

O ser humano é, sem dúvida alguma, a entidade mais misteriosa e mais cheia de contradições da natureza. Mistérios e contradições decorrentes da dualidade, ou dos extremos ou, ainda, dos pólos que trazemos dentro de nós.

Basta um pouquinho de reflexão, para constatarmos que carregamos o positivo e o negativo, o Yin e o Yang, a fêmea e o macho, o amor e o ódio, a solidariedade e o antagonismo, a paz e a guerra, a razão e a emoção e, assim, muitos outros exemplos de polaridades, que enriquecem e confundem a nós, pobres mortais.

Dentre nossos conflitos, os resultantes da dualidade razão e emoção são os que nos acompanham diariamente.

Bebo, fumo ou cheiro a “emoção pra valer”, a “paixão nacional”, ou me trato racionalmente, substituindo drogas, socialmente aceitas ou não, por muito oxigênio, água e sucos naturais.

Endivido-me no Cartão de Crédito ou no Cheque Especial, para satisfazer apelos emocionais invocados pela mídia, ou mantenho minhas despesas dentro dos limites de minhas receitas.

E, com muitos outros exemplos, poderíamos identificar uma variedade de outras ações, que nos trazem prejuízos, pelo fato de não sabermos conciliar a fantasia da emoção com a realidade da razão. A canção “Sem Começo e Fim” desenha, exatamente, uma dessas situações em que a contradição da fantasia da emoção com a prudência da razão deixa o conflito instalado.

Um homem, pra lá de Lobo, encontra uma mulher bem Chapeuzinho Vermelho.

Provavelmente, as teorias sobre a personalidade humana expliquem, mas o

“Coroa” não consegue entender por que, na presença da “Cara”, sua respiração, circulação, temperatura e o próprio

comportamento são alterados.

 Mais que isso, revive, com lágrimas derramadas pela “Cara”, por não conter a emoção transmitida por alguns dos filmes de Fellini, o deslizar quente pela face e o gosto de sal das próprias lágrimas derramadas pela mesma emoção.

“Sem Começo e Fim” encena essa situação conflitante, em que a harmonia concilia razão e emoção, bem como incorpora uma forma racional de sentir ao coração do “Coroa”.

A “Cara” reflete no espelho da vida o conflito do coroa, nas linhas limites da dualidade, emoção- razão, entre a fantasia da paixão e a realidade da razão, responsável por união longa, solidária e construtiva.