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SIB - 1888
Rodrigo Silva
Rodrigo Augusto da Silva nasceu no dia 07
de dezembro de 1833, na cidade de São
Paulo, capital de Província de São Paulo.
Filho de José Manuel da Silva, Barão do
Tiête, e Maria Reducinda da Cunha e Silva,
Rodrigo recebe o grau de Bacharel em
Direito pela Faculdade de Direito de São
Paulo.
Após formar-se em direito no Largo de São
Francisco, na Província de São Paulo
começou a carreira como advogado e jornalista, é versado em
diversas línguas, especialmente o francês, que tem excelente
fluência. Ficou conhecido pelo seu conhecimento da literatura
clássica, tendo fama de intelectual e, por esses motivos, foi
ironizado por Rui Barbosa pela educação aristocrática e
tradicionalista que recebeu na infância. Com seu irmão Cândido
Silva e Antônio da Silva Prado escrevia em jornais conservadores
defendendo o Partido Conservador.
Ainda jovem, apoiado pelo prestígio e fortuna de seu pai, foi
eleito Deputado Geral em 1857, sendo um dos mais novos, se não o
deputado geral mais novo. Recebeu ainda apoio do sogro, o senador
Eusébio de Queirós, aliado político de seu pai e também do Visconde
do Cruzeiro, outro aliado de seu pai, todos do partido Conservador.
Na corte recebeu fortes ataques do líder do partido liberal
paulista, o Conselheiro Antônio Moreira de Barros. Este viria
SIB - 1888
acusá-lo de fraude eleitoral, sendo essa acusação, discutida a
frente de todos na Câmara dos Deputados. As acusações não
prevaleceram e foram consideradas ataques políticos.
Em 1887, foi chamado pelo Antônio da Silva Prado para integrar o
governo do Barão de Cotegipe na pasta do Ministério da Agricultura,
Comércio e Obras Públicas. Assumiu em um momento muito tenso. A
Princesa Isabel e o então primeiro-ministro, Barão de Cotegipe não
concordavam em relação a abolição da escravatura. Veio depois
assumir o Ministério das Relações Exteriores, e novamente o
Ministério da Agricultura, Comércio e Obras Públicas. Mantinha
ainda o Ministério das Relações Exteriores como substituto de
Antônio da Silva Prado. Durante este período causou
descontentamento de setores republicanos e liberais da imprensa
que denunciavam o fato de ser ao mesmo tempo ministro de duas
pastas mais importantes do governo, dando a Rodrigo Augusto da
Silva poderes extraordinários. A respeito disso Rui Barbosa o
atacou de forma direta, assim como estava fazendo com Imperador.
No Diário de Notícias apelidou Rodrigo Augusto da Silva de “O Varão
das Duas Pastas”, disse Rui Barbosa:
“Camões diria talvez barão. Mas, nestes nossos
tempos, já não é dado trocar o v em b sem carta
de mercê imperial. Como diríamos então? O
homem? É trivial, é plebeu. Varão é terso,
viril, atlético; dá a visão escultural da
musculatura refornida, das espáduas largas do
lutador, que sustenta aos ombros os dois
ministérios: o comércio, a agricultura, as
obras públicas, as relações exteriores. Para
este privilegiado a vida não tem estações. Não
foi para ele que Ovídio versejou que nem tudo
e para todas as idades. [...]
[...] se não soubéssemos que o bizarro
conselheiro da coroa se deleita em compulsar
a boa literatura clássica. Pena é que a
política estragasse um homem, que a natureza
dotou com a lírica eternamente juvenil da
força e da sensibilidade. ”
SIB - 1888
Em 1888, Rodrigo foi escolhido, pelo Imperador, como Senador do
Império, representando a Província de São Paulo, cargo este
vitalício, onde o exerce até a presente sessão. Rodrigo foi um dos
líderes do partido conservador, juntamente com Antônio da Silva
Prado. Herdou o prestígio e posição de seu pai, chefe do partido
conservador em São Paulo e também de seu sogro, o Senador Eusébio
de Queirós, chefe do partido conservador nacional, que foi o autor
de uma das mais importantes leis do império, a Lei Eusébio de
Queirós. Mesmo sendo um líder do partido conservador, Rodrigo foi
uma personalidade de grande importância, dentro do Senado, quando
se tratava em defender a abolição da escravidão no Império.