rodrigo mendonça medeiros (secretário acadêmico) · 1.6 reino unido ... 1.24 zimbabwe ......
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Rodrigo Mendonça Medeiros (Secretário Acadêmico)
Maria Clara Dantas Cavalcanti Ribeiro Marinho (Diretora Acadêmica)
Guilherme Almeida Trigueiro (Diretor Assistente)
Larissa Cristina de Araújo Câmara (Diretora Assistente)
Maria Emília Orrico Pinheiro Borges (Diretora Assistente)
Mateus Medeiros de Moura (Diretor Assistente)
COMITÊ: BANCO MUNDIAL
TEMA A: IMPLEMENTAÇÃO DE POLÍTICAS REFERENTES À EFETIVAÇÃO
DE DIREITOS TRABALHISTAS PARA OS REFUGIADOS
TEMA B: IGUALDADE DE GÊNERO ANTE O DESENVOLVIMENTO
ECONÔMICO NO CENÁRIO INTERNACIONAL
Guia de Estudos do Projeto de Extensão e
Pesquisa UNISIM – Simulação Inter Mundi,
do Curso de Direito do Centro Universitário
do Rio Grande do Norte (UNI-RN), a ser
realizado entre os dias 23 e 26 de Agosto de
2017.
Orientadora do projeto: Professora Vânia
Vaz.
Orientadores do comitê: Marcelo Mauricio
da Silva e Ana Mônica Medeiros Ferreira.
Natal/RN
2017
Sumário
1. DELEGAÇÕES ............................................................................................................ 4
1.1 ESTADOS UNIDOS .............................................................................................. 4
1.2 JAPÃO .................................................................................................................... 5
1.3 CHINA .................................................................................................................... 6
1.4 ALEMANHA .......................................................................................................... 8
1.5 FRANÇA ................................................................................................................ 9
1.6 REINO UNIDO .................................................................................................... 10
1.7 BÉLGICA ............................................................................................................. 12
1.8 ESPANHA ............................................................................................................ 13
1.9 HOLANDA ........................................................................................................... 13
1.10 AUSTRÁLIA ...................................................................................................... 15
1.11 ÍNDIA ................................................................................................................. 16
1.12 CANADÁ ........................................................................................................... 17
1.13 BRASIL .............................................................................................................. 19
1.14 ITÁLIA ............................................................................................................... 20
1.15 DINAMARCA .................................................................................................... 21
1.16 ARGÉLIA ........................................................................................................... 22
1.17 SUÍÇA ................................................................................................................ 23
1.18 INDONÉSIA ....................................................................................................... 24
1.19 RÚSSIA .............................................................................................................. 26
1.20 ARÁBIA SAÚDITA ........................................................................................... 28
1.21 KUWAIT ............................................................................................................ 29
1.22 PERU .................................................................................................................. 30
1.23 BURKINA FASO ............................................................................................... 32
1.24 ZIMBABWE ....................................................................................................... 33
1.25 ÁFRICA DO SUL .............................................................................................. 34
2. ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS .................................................................. 35
2.1 HEFORSHE (ELES POR ELAS) ......................................................................... 36
3. PERCENTUAL DE VOTO DOS PAÍSES MEMBROS DO BANCO MUNDIAL .. 37
4. REFERENCIAS: ........................................................................................................ 38
1. DELEGAÇÕES
1.1 ESTADOS UNIDOS
Os Estados Unidos, durante a administração de Barack Obama, sempre foram
conhecidos pelo grande recebimento de refugiados baseando-se na Lei dos Refugiados1,
mas com uma seleção mais rigorosa do planeta, com dados satisfatórios revelados pelo
Secretário John Kerry: em 2015, a maior potência econômica do mundo, recebeu cerca
de 70 mil refugiados; os números aumentaram em 2016, quando o país recebeu em
torno de 85 mil refugiados, sendo pelo menos 10 mil da Síria; a previsão para 2017 era
chegar ao recebimento 100 mil pessoas, mas infelizmente não está sendo fácil chegar a
esse número (EXAME, 2017).
Atualmente, sob o novo governo de Donald Trump, está se tornando
praticamente impossível ser refugiado no país. Além de sua promessa de campanha de
“construir um muro na fronteira do país com o México”, um decreto, com a intenção de
“proteger a Nação da entrada de terroristas estrangeiros” – palavras do próprio Trump -,
anunciado pelo presidente bloqueou a admissão dos refugiados durante os quatro
primeiros meses do ano, e por tempo indeterminado para os emigrados sírios, também
proibindo a entrada de cidadãos de sete países de maioria muçulmana por 90 dias;
apenas os imigrantes cristãos estão fora da proibição, caso eles se declarem perseguidos
em nações muçulmanas, terão visto aprovado para entrar no país.
Essa deliberação afetou nações como Iraque, Síria, Sudão, Irã, Líbia, Somália e
Iêmen – países com população predominantemente muçulmana –, como também
milhares de pessoa com residência legal nos EUA e que se encontravam fora do país ou
em visita ao seu país de origem. Assim, por medo, os refugiados começaram a fugir dos
Estados Unidos para o Canadá, atravessando a pé zonas geladas e perigosas. Depois de
tanto caos provocado pelo presidente, o juiz americano James Robert suspendeu o
decreto, afirmando que “não é quem fala mais alto que prevalece, é a constituição,
reabrindo as fronteiras do país para receber os expatriados”.
Apesar de o país ter o índice mais elevado de mulheres em relação aos homens
no legislativo e em cargos importantes - embora ainda não se tenha chegado a uma 1 A lei, criada em 1980, define o estatuto dos refugiados – o programa de admissão - e fornece cinco
razões para a concessão deste estatuto, baseando-se em família no país: pais, cônjuge, filhos adultos
(acima de 21 anos); irmãs/irmãos (adultos); avós e netos adultos; os parentes mais próximos dos meios.
divisão 50-50 -, e de todas medidas adotadas com o objetivo de combater a desigualdade
entre homens e mulheres, como igualdade salarial, por exemplo, de acordo com o Índice
Global de Desigualdade de Gênero 2016, divulgado pelo Fórum Econômico
Mundial em outubro de 2016, os Estados Unidos perderam 17 posições, ocupando o 45º
lugar do ranking. Estima-se que esse número possa cair ainda mais devido à falta de
representatividade política que as mulheres vêm enfrentando com as medidas polêmicas
do presidente recém-eleito Donald Trump.
A militância LGBT norte-americana começa a se preparar para várias batalhas
indômitas nos anos que se seguem, agora que, concluídas as eleições presidenciais dos
Estados Unidos, os republicanos mantiveram o controle do Congresso e Trump foi
eleito. Mesmo com todos os direitos de proteção, de garantia ou de benefícios, já
conquistados pela comunidade LGBT, a presença do partido Republicano no poder
significa ataques aos proventos existentes.
O país ocupa a 45ª posição no ranking do Global Gender Gap Report de 2016, relatório
do Fórum Econômico Mundial sobre a paridade econômica entre os sexos.
1.2 JAPÃO
O Japão é um país bastante tradicional e com grande representatividade no âmbito
mundial, sempre marcando presença como um membro relevante do Banco Mundial.
Com isso, temos que ela mantém um posicionamento acerca dos temas mais abordados
nos discursos ao redor do mundo, sendo a crise migratória um desses temas que o país
aborda, contudo, é um tema bastante controverso na região.
O país, embora seja conhecido como um dos maiores doadores a organizações
internacionais para ajudas humanitárias, ele tem sido bastante relutante em afrouxar
suas políticas para oferecer asilo aos refugiados. Isso ocorre em especial por raízes
histórico-culturais que perduram até hoje, tanto que muitos japoneses se orgulham da
cultura local ser etnicamente homogênea.
A controvérsia se dá em especial pelo fato de que a população está envelhecendo
bastante e a mão de obra no país encontra-se escassa, porém, apesar de tudo isso, o
Japão ainda está dificultando bastante à entrada de refugiados, tanto que, em 2015, o
país concedeu o estatuto de refugiado a apenas 27 das 7.586 pessoas que apresentaram o
pedido, o que significa que mais de 99% das solicitações foram rejeitadas (ACNUR,
2015). Contudo, esse cenário tende a mudar com o tempo, tanto que o governo japonês
disse que, nos próximos 5(cinco) anos, pretende receber cerca de 300 refugiados sírios,
sendo que esse programa de acolhimento se destina a estudantes e suas respectivas
famílias.
O Japão era um país que apresentava uma sociedade fortemente patriarcal, porém,
atualmente se apresenta como uma sociedade que busca reconhecer a igualdade de
gênero, apesar dos muitos desafios que ainda tem que superar. Dentre esses desafios,
temos as longas jornadas e a dificuldade imposta pela mobilidade de empregos dentro
do país ou até mesmo entre outros países, além de que atualmente as japonesas ainda
continuam sobrecarregadas com o papel de mãe e dona de casa e optam pelo trabalho
em tempo parcial, em sua maioria, com práticas discriminatórias.
O governo japonês se mostra favorável a essa temática, tendo em vista algumas
mudanças que procuraram resolver essa problemática, como um plano fundamental para
a igualdade de gênero, elaborado em dezembro de 2000, com fixação de objetivos
prioritários, como a modificação de práticas e sistemas sociais, o estímulo da evolução
das mentalidades, a igualdade de oportunidade no domínio de emprego e do trabalho
entre homens e mulheres, a conciliação de vida profissional e familiar de homens e
mulheres.
Não apenas isso como também, em 2016, o governo japonês criou a Lei de
Incentivo à participação Profissional da Mulher foi promulgada, com intuito de
aumentar o número de mulheres no quadro de empregados das empresas e em posições
de gerência. Contudo, apesar desses esforços, o Japão ainda se encontra como o 111°
país com menor desigualdade entre gêneros no ranking de 2016 do Fórum Econômico
Mundial, dentre um total de 144 países pesquisados.
1.3 CHINA
A China sempre colaborou com a comunidade internacional através da
realização de conferências e reuniões importantes – muitas delas abordando a temática
da igualdade de gênero. Analisando a questão em escala global, aconteceu em Pequim a
Quarta Conferência Mundial sobre As Mulheres, que firmou a “Declaração e Plataforma
de Ação de Pequim”, acordo que possui como objetivo alcançar a igualdade de gênero e
eliminar a discriminação contra mulheres no mundo (ONU MULHERES, 2015). Além
disso, em 22 de setembro de 2015 foi publicado pelo país um livro branco tratando das
questões de gênero e oferecendo seu posicionamento sobre suas políticas para mulheres.
A situação que mais preocupa o governo chinês é a decrescente taxa de emprego
urbano entre as chinesas. Visto que a maior preocupação do país é aumentar a sua
população urbana, os chineses também entendem que “os supostos benefícios
econômicos da urbanização não serão bem aproveitados se, durante tal processo, for
desperdiçado metade da população do país” (ESTADÃO, 2017).
No que diz respeito à comunidade LGBT, a China ainda se demonstra
relativamente ambígua quanto à implantação de políticas protetoras. Todas as religiões
na China antiga possuíam algum tipo de manuscrito que fazia referência à ideia que
temos de homossexualidade hoje em dia. Mesmo o budismo prega a ideia que os
indivíduos devem procurar se afastar de prazeres supérfluos, incluindo o sexual,
independentemente de orientação2. No entanto, apesar da pacífica abordagem religiosa
do tema, o governo chinês ainda não avançou significativamente: o casamento entre
pessoas do mesmo sexo ainda é ilegal no país que, recentemente, também baniu
propagandas com conteúdo LGBT da mídia (THE GUARDIAN, 2015).
A China ocupa a 99ª posição no ranking global de igualdade de gênero (FÓRUM
ECONÔMICO MUNDIAL, 2016).
Apesar de enfrentar problemas em relação ao crescente número de sua
população local, a China tem se demonstrado como um dos países mais dispostos a
receber refugiados, se comprometendo a compatibilizar as responsabilidades do país
com a sua capacidade. Recentemente o primeiro-ministro chinês, Li Keqiang, anunciou
a contribuição do país com US$ 100 milhões em ajuda humanitária "além das
promessas anteriores" e disse que seu governo estava considerando "reservar o Fundo
2 CUTLER; NEWLAND. The Great Treatise On The Stages Of The Path To Enlightenment. Disponível
em: http://www.glensvensson.org/uploads/7/5/6/1/7561348/lam_rim_chenmo_outlines.pdf. Acesso em:
14 de maio de 2017.
para a Paz e o Desenvolvimento da China e da ONU para os países" que recebem
refugiados (G1, 2016).
No entanto, apesar dos anúncios feitos pelo governo chinês, sua postura continua
ambígua em relação a presente crise humanitária. O “gigante asiático” possui mais de
trezentos mil refugiados reconhecidos, segundo dados do Alto Comissariado das Nações
Unidas para Refugiados, quase em sua totalidade advindos do Vietnã, Camboya e
Laos3.
Além disso, enquanto a Rússia não teme em anunciar o seu apoio militar ao
governo sírio, a China financia a guerra de maneira mais discreta. No lugar de oferecer
armas diretamente ao território sírio, a mercadoria passa pelo Irã até chegar às tropas
russas. Depois de receber as armas de origem chinesa, o Irã é responsável por
encaminhá-las ao regime de Bashar al-Assad (EPOCH TIMES, 2015).
1.4 ALEMANHA
É um dos países considerado, atualmente, um dos mais importantes do mundo,
em decorrência do elevado PIB e do desenvolvimento econômico, tecnológico, militar,
qualidade de vida entre outros. A Alemanha é caracterizada pela elevada condição de
vida de sua população e prosperidade econômica.
Desde que dezenas de milhares de imigrantes de Síria, África e Oriente Médio
começaram a chegar às fronteiras da Europa, a narrativa política no país tem sido
distinta. Ainda no governo de Angela Merkel, época em que a nação, financeiramente
saudável e forte, se envolveu na crise humanitária da síria, a aceitação de refugiados era
uma questão de solidariedade com os que fugiam de perseguições e guerras.
O acolhimento de expatriados é benéfico ao país, se considerado a alta taxa de
pessoas com 65 anos ou mais sobre a população de 15 a 64 anos, problematizando que,
daqui a 45 anos, haverá dois alemães com menos de 65 anos trabalhando e gerando
impostos para cada alemão aposentado (BBC, 2015), precisando assim de mão de obra
3 LA INFORMACIÓN. Cuál es la postura de China en la crisis de refugiados sirios en
Europa. Disponível em: <http://www.lainformacion.com/mundo/cual-es-la-postura-de-china-en-la-crisis-
de-refugiados-sirios-en-europa_rOMsl7xYjMaRmqrEzG7nh4/>. Acesso em: 14 maio 2017.
jovem. Então, para o diretor de economia da BBC, Robert Peston, os migrantes
dispostos a trabalhar e a reconstruir suas vidas, serão muito bem-vindos para a
Alemanha.
Vale destacar uma característica peculiar sob a cultura alemã, considerada
particularmente machista, especialmente no século XXI. Apesar de o artigo 3º da
Constituição Alemã estabelecer que tanto homens quanto mulheres possuem, desde
1949, os mesmos direitos no país, na prática, a igualdade de direitos entre homens e
mulheres deixa a desejar na Alemanha, elas ainda estão longe de dispor dos mesmos
direitos que os homens.
No ranking do “Global Gender Gap de 2015” 4, publicado pelo Fórum
Econômico Mundial5, que analisa a desigualdade de gênero nos diferentes países, a
Alemanha aparece em 11˚ lugar de país com mais igualdade. Podemos destacar essa
nação, pois, pontua muito bem nos quesitos educação e saúde, onde a diferença entre
homens e mulheres é praticamente nula. Em termos de participação econômica, a
pontuação é razoável (73%), mas é em participação política é que o país ainda deixa a
desejar em igualdade, com uma pontuação de apenas 40%.
A legislação alemã sobre a homossexualidade é uma das mais avançadas da
Europa: no país, casais do mesmo sexo têm direito de adoção – e qualquer
discriminação contra casais homoafetivos é proibida por lei. É importante destacar que
o Parlamento Alemão aprovou no dia 30 de junho de 2017 o casamento entre pessoas do
mesmo sexo. Com isso, o país se alinha com vizinhos como Holanda e Bélgica, que já
permitem esse tipo de união desde o início do século.
1.5 FRANÇA
Por ser um país de grande desenvolvimento, busca contribuir de modo
significativo para promover a atenção e o amparo aos refugiados. A França direcionou
25 milhões de euros para um plano de ação internacional a favor das minorias perseguidas
4 O Global Gender Gap mede a igualdade em quatro áreas principais: educação, oportunidade e
participação na economia, saúde/sobrevivência e empoderamento político. 5 É uma organização sem fins lucrativos que reúne os principais líderes empresariais e políticos, assim
como intelectuais e jornalistas selecionados para discutir as questões mais urgentes enfrentadas
mundialmente, incluindo saúde e meio-ambiente.
no Oriente Médio, a intenção é de fato colaborar e ajudar, mas não acolher os refugiados,
apesar de que 70% das pessoas abraçam a situação e dizem ser a favor da entrada dos
refugiados no continente francês, que analisa cautelosamente essa questão (VAN G. 2015).
O país se demonstra preocupado com questões de segurança, conjuntamente com a Holanda
que ficam apreensivos com a situação do acordo de Schengen que pode ser prejudicado pela
demanda que o fluxo migratório vem apresentando no cenário mais atual.
Depois de anos de iniciativas de cidadania e ações civis, legisladores franceses
deu um passo fundamental para estabelecer a igualdade de gênero na França, adotando o
modelo nórdico. Em 06 de abril de 2016, a Assembleia Nacional Francesa reconheceu a
prostituição como uma das piores formas de violência contra as mulheres e votou a
favor da criminalização da compra de sexo. Além disso, a Corte Francesa reconheceu
que a prostituição prejudica todas as mulheres (na prostituição ou não), minando o seu
bem-estar emocional e físico, segurança, saúde e direitos fundamentais como seres
humanos, prejudicando a sociedade como um todo.
Uma das medidas adotadas pela França foi a o plano de ensino ABCD da
igualdade que visa negar, ou modificar o conceito de diferença sexual entre homens e
mulheres. Na França, em média 82% das mulheres trabalham em tempo integral,
segundo o Instituto Nacional de Estatística (INSEE), na política 82% da assembleia é
composta por homens e segue o apontamento de que as mulheres recebem 26% a menos
que eles. Esses dados são comprovatórios de que o país ainda sofre uma grande
disparidade quando o assunto é diferença entre os sexos. Logo, promover a igualdade de
gênero é pauta dos Franceses, que ocupa a 46° posição sobre a temática citada, de
acordo com o Fórum Econômico Mundial.
O país ocupa a 17ª posição no ranking do Global Gender Gap Report de 2016,
relatório do Fórum Econômico Mundial sobre a paridade econômica entre os sexos.
1.6 REINO UNIDO
Em março de 2016 o país anunciou que receberá três mil refugiados em risco até
o ano de 2020, com foco nas crianças que enfrentam as rotas de imigração sozinhas, e
com a inclusão de parentes adultos que estiverem acompanhando os menores de idade.
A iniciativa foi tomada com base em recomendações do ACNUR e vão ser
disponibilizada aos refugiados de todas as nacionalidades.
Por outro lado, também em 2016, foi anunciado que o país irá construir um muro
na cidade francesa de Calais. A construção do muro visa evitar os imigrantes continuem
a por vidas em risco ao pararam automóveis que se direcionam ao território britânico,
com o intuito de escapar do campo de refugiados de Calais, conhecido por suas
péssimas condições humanitárias.
Em fevereiro 2017, a primeira ministra britânica Theresa May anunciou durante
a cúpula da Europa em Malta que pretende pagar que refugiados deixem a Europa e se
instalem na América Latina e Ásia. Segundo o governo, cerca de 2,5 milhões de libras
poderiam entrar para o programa centralizado pela ONU, no qual a Europa ajudaria
países da América Latina ou Ásia “a ter condições de infraestrutura para reassentar
refugiados”, além de parte de o dinheiro ter o escopo de ajudar imigrantes a retornarem
a suas casas. Na América Latina fazem parte do projeto países como: Brasil, Argentina,
Uruguai e Chile.
De acordo com levantamento da Organização para a Cooperação e
Desenvolvimento Econômico (OCDE) a população feminina do país recebe 17% a
menos que a população masculina. A fim de diminuir essa disparidade, em abril de
2017 entrou em vigor uma nova lei trabalhista, a qual exige que todas as empresas do
país com 250 ou mais empregadas publiquem, até abril de 2018, a diferença salarial no
pagamento de homens e mulheres. A nova lei foi classificada por analistas como um dos
“maiores avanços em questões de gênero do país nos últimos 40 anos”.
O governo britânico concedeu, em janeiro de 2017, indulto e “perdão póstumo”
a cerca de 50 mil homens condenados no passado no Reino Unido, por serem
homossexuais ou bissexuais. Manter relações homossexuais foi considerado crime na
Inglaterra e em Gales até 1967, enquanto na Escócia e na Irlanda do Norte foi tipificado
até 1980 e 1982, respectivamente.
O país ocupa a 20ª posição no ranking do Global Gender Gap Report de 2016,
relatório do Fórum Econômico Mundial sobre a paridade econômica entre os sexos.
1.7 BÉLGICA
O país se mostra disposto a colaborar para que a crise dos refugiados seja
amenizada, com um desenvolvimento e índices positivos a Bélgica é bastante
desenvolvida, apesar de que em algumas situações se vê obrigado a fechar as portas por
não conseguir prestar auxilio para todos, mas podemos descantar exemplos como
Bruxelas que no ano de 2015 elencou uma proposta para receber 160 mil refugiados que
seriam distribuídos pela União Europeia (O GLOBO, 2015). É um desafio não só da
Bélgica, mas da Europa conseguir através de seus próprios recursos e ideias contornar
essa crise dos refugiados, de modo a colaborar para que as pessoas tenham suas
necessidades supridas visto que lhes foi negada pela situação do seu país de origem. É
preciso mencionar que muitos desses países se preocupam com a segurança, visto que o
fluxo migratório torna-se cada vez mais intenso e põe em perigo acordos como o de
Schengen.
A nação é considerada um grande exemplo quando nos referimos aos direitos
das mulheres, por isso que em Janeiro de 2016, a Bélgica desenvolveu um curso de
respeito às mulheres para os refugiados. O secretário de Estado do Asilo e da Migração
Belga, Theo Francken, acredita que esta medida “é absolutamente necessária”,
justificando-a com o “número elevado de homens jovens que chegam sozinhos à
Bélgica e que vêm de uma cultura onde os contatos com as mulheres são totalmente
diferentes do que acontece no Ocidente” (G1, 2016).
A Bélgica é uma grande referencia dentro do continente europeu quando o
assunto é a promoção da igualdade de gênero, ocupando a 12° posição dos países que
melhor tratam da temática, de acordo com o Fórum Econômico Mundial. De acordo
com uma pesquisa realizada sobre as melhores nações que promovem a igualdade de
gênero pela Revista Exame no ano de 2015, dados apontam que 47,7% das mulheres
estão atuantes no mercado de trabalho, como 76,4% possuem o diploma secundário e
uma participação de 38,9% nas questões do parlamento de seu país, apontando que
quase metade da casa corresponde por trabalhos do sexo feminino, como o resto dos
dados aponta um papel efetivo no trabalho das mulheres na Bélgica.
1.8 ESPANHA
A Espanha, a exemplo de vários países da Europa, encontra-se em uma posição
importante sobre a questão da crise migratória de refugiados, vindos principalmente de
países que vivem crises político-econômicas e guerras civis, a exemplo do que está
ocorrendo na Síria. A questão chega a ser bastante preocupante, tendo em vista que em
2015, foram mais de 500 mil (quinhentos mil) pessoas que chegaram as fronteiras
europeias escapando do seu Estado de origem (O GLOBO, 2015).
Essa enorme quantidade de pessoas, acabaram por localizar em alguns países
específicos mais do que outros, sendo que 160 mil (cento e sessenta mil) refugiados
encontravam-se na Hungria, Grécia e Itália, fazendo com que a Comissão Europeia
propusesse cotas para a distribuição de 120 (cento e vinte mil) pessoas do total, para
outros países, que incluía a Espanha, a qual, seu ministro dos Negócios Estrangeiros e
da Cooperação espanhol assegurou que o país irá cumprir os seus compromissos com a
União Europeia e receber 17 337 de refugiados até setembro de 2017.
O governo espanhol se mostrou simpático à situação e concordou em receber
esses migrantes, se apressando para preparar moradias públicas e privadas para recebê-
los, contudo, seis meses depois, elas continuavam vazias, tendo em vista que
pouquíssimos refugiados procuraram abrigo no país.
Percebemos que ocorre na Espanha, também uma problemática peculiar com
relação a desigualdades entre gêneros no país, uma vez que é uma algo bastante comum,
pois ainda existem vários setores da Nação marcados por uma educação machista
presente até os dias de hoje, sendo que o governo se esforça para resolver a situação, por
exemplo, através da Lei Orgânica do Poder Judicial a qual prevê a existência de um
tribunal especializado sobre a violência contra mulher.
A Espanha se encontra atualmente como o 29° país com menor diferença entre os
gêneros no ranking de 2016 do Fórum Econômico Mundial, dentre um total de 144
países pesquisados.
1.9 HOLANDA
A Holanda demonstra-se disposta a colaborar na promoção de ajuda aos
refugiados, mesmo não atendendo a intensidade que o fluxo migratório vem
apresentando, recentemente foi capaz de prestar auxilio e dar asilo à cerca de 60 mil
refugiados, usando o seu baixo índice de criminalidade o país ficou sem utilidade para
suas cadeias, dessa forma, usou o espaço de 12 (doze) cadeias que não estavam sendo
utilizada para comportar um número significativo dos refugiados, essa ideia foi também
adotada por países como a Bélgica e Noruega (FOLHA DE SÃO PAULO, 2015).
Mesmo com o auxílio à Holanda se demonstra muito preocupado com uma
segunda situação, pois o grande fluxo de refugiados na Europa pode colocar em risco
acordos como aquele feito pelo espaço de Schengen, que prejudica de certo modo o
controle e segurança dos países da Europa.
É um país com uma grande diversidade cultural e esse fator contribui para que a
Holanda seja um dos lugares com as menores taxas de desigualdade entre homens e
mulheres no mundo, suas propostas demonstram fortemente a necessidade em equiparar
os sexos, e mostra os resultados como os benefícios por essas ações (BBC, 2015).
Desde o ano de 1980 já se destacava que as mulheres holandesas estavam
fazendo parte e atuando nas mais diversas áreas, é notório que em cada cidade da
Holanda, existe a atuação de uma mulher sobre as questões de igualdade de gênero, esse
país é um exemplo para essa temática. Números apontam que existe uma atuação de
37,8% no número de mulheres que compõem o parlamento holandês, 87,5% é a
porcentagem delas que possuem um diploma secundário e 58,3% que trabalham
atualmente como mostra os dados da pesquisa realizada pela Revista Exame no tocante
sobre a promoção da Igualdade de Gênero.
Popularmente conhecido como o país mais “colorido” da Europa, na Holanda a
comunidade LGBT tem todos os direitos garantidos quanto a casamento, adoção de
crianças, entre outros direitos civis formalmente reconhecidos. Os holandeses “blank”
(que são descendentes há gerações de holandeses brancos) são extremamente tolerantes
a qualquer expressão de sexualidade. Os cidadãos possuem respeito à individualidade e
estilo de vida de cada um. Aprendem isso com os pais e com a escola. Mesmo os mais
religiosos (protestantes) são discretos – e mesmo que não concordem com a expressão e
sexualidade de um amigo, membro familiar, etc. não expõem sua opinião, crítica e
julgamento.
1.10 AUSTRÁLIA
Em termos de justiça igualitária de gênero, a Austrália é um país modelo no
mundo. Em 2016 o governo australiano incluiu educação sexual à grade curricular,
fazendo com que o ensino das crianças não seja limitado apenas a matérias pragmáticas,
mas também a relações respeitosas. No ensino fundamental a política foi criada com o
objetivo de abordar que tanto meninos quanto meninas podem ser o que quiserem. No
ensino fundamental, termos como “pansexual” “transgênero” e “cisgênero” são
inseridos ao vocabulário em sala de aula (ESTADÃO, 2016).
Outra política importante que foi adotada pelo governo australiano foi o
reconhecimento de um “gênero neutro” no país. A conclusão surgiu do caso de Norrie6,
uma pessoa que não se identificava nem como homem, nem como mulher. A situação
foi levada a discussões jurídicas pela Suprema Corte australiana e só então foi
autorizado o registro de Norrie como “gênero não especificado” (EXAME, 2014).
Por essas e outras razões a Austrália é pioneira em discussões acerca da
igualdade de gênero em todo o mundo. Suas conclusões geralmente são sinônimo de
avanço no tema. A Austrália ocupa a 46ª posição no ranking global de igualdade de
gênero (FÓRUM ECÔNOMICO MUNDIAL, 2016).
A mídia internacional estampa a grande dificuldade que os países europeus
enfrentam em acolher refugiados, apontando a Austrália como uma possível alternativa
para aqueles que precisam de acolhimento. No entanto, a política para refugiados
australiana tem se demonstrado cada vez mais intransigente ao longo dos anos. O
governo australiano não recebe um número grande de refugiados, visto que possui uma
política que determina detenção obrigatória para aqueles que chegam ao país sem visto
(ESTADÃO, 2015). Os que são aceitos são imediatamente encaminhados a campos
6 Norrie, que se apresenta apenas pelo primeiro nome, nasceu como homem e passou por uma cirurgia de
mudança de sexo em 1989 para se tornar uma mulher. A cirurgia, contudo, não conseguiu solucionar a
identidade sexual ambígua de Norrie, impulsionando sua luta pelo reconhecimento de um novo gênero,
não tradicional.
específicos para refugiados e submetidos a tratamentos desumanos por parte de agentes
do governo.
Recentemente foi fechado o Manus - um dos centros para refugiados que fazia
parte da política australiana de evitar o ingresso de pessoas em território nacional, sendo
construído em um país estrangeiro. O objetivo do centro era o acolhimento de pessoas
que esperavam resposta aos seus requerimentos de asilo. As atividades irregulares do
centro já eram denunciadas por locais. No entanto, o motivo do encerramento das
atividades do centro foi a apuração de um maior número de pessoas mortas que de
pessoas efetivamente acolhidas. Além disso, o Supremo Tribunal da Papuásia-Nova
Guiné (localidade do centro) e declarou que a detenção de refugiados é inconstitucional,
aumentando a pressão sobre o Governo australiano para avançar com o fechamento. De
acordo com o entendimento dos juízes, manter aqueles indivíduos detidos contra a sua
própria vontade constitui claramente uma violação do princípio da liberdade pessoal
(ACNUR, 2016).
1.11 ÍNDIA
Para esse país a igualdade de gênero ainda parece algo distante, visto que a
sociedade indiana ainda resiste à mentalidade patriarcal fazendo com que a mulher não
se engaje da devida forma na sociedade. Apesar de que recentemente, a temática ganha
visibilidade e se investe nas mulheres nos mais diversos setores, como exemplo do
projeto de lei que visa a implementação de cotas para mulher, como a responsabilidade
de ocupar 33% das cadeiras legislativas, dados apontam que mulheres não gozam dos
mesmos benefícios do sexo masculino como a previdência ou até mesmo o vínculo
trabalhista, o que define trabalho informal.
O modo como se mostra a sociedade, é que a igualdade de gênero é um desafio,
visto que além da força cultural existente, ainda se resiste às mudanças de necessidade
em engajar a mulher no mercado de trabalho. O PNUD (Programa das Nações Unidas
para o Desenvolvimento) classifica a Índia na 130° posição no tocante sobre a
promoção da igualdade de gênero.
Para a Índia a crise dos refugiados é preocupante, devido ao fato de que afetaria
o desenvolvimento que o país pretendia alcançar e levantaria também questões de
insegurança. Porém, um dos países mais populosos do mundo se mostra aberto a ajudar
os refugiados, existe uma média de 118 acampamentos espalhados em distritos, onde dá
para contabilizar um total de 240 mil pessoas que se encontram nesses espaços, o
serviço prestado é de modo bem simplório, pois o país não é muito desenvolvido como
outros, e precisa dar conta de um grande contingente populacional visto que é um dos
países com maior população em escala mundial (BORPUJARI, 2015).
1.12 CANADÁ
O Canadá é um país exemplo quanto ao tema igualdade de gênero. As ações do
seu atual governo e as declarações proferidas pelo Primeiro-ministro Justin Trudeau
comprovam a intenção de um caráter igualitário nas políticas adotadas pelo país até o
presente momento.
A “TrustLaw” – Fundação Thomson Reuters –, após financiar estudos realizados
por especialistas (profissionais humanitários, acadêmicos, profissionais da saúde,
gestores públicos, jornalistas e profissionais em desenvolvimento com experiência em
questões de gênero), recentemente atribuiu ao Canadá o título de melhor país para se
viver na condição de mulher (UOL, 2015). O que o diferencia de outros é a garantia da
maior parte do que é necessário para o bem-estar e as liberdades básicas da mulher.
Substituindo o anterior governo conservador, o papel de Justin Trudeau na
implantação de políticas igualitárias foi fundamental para as conquistas canadenses no
âmbito da discussão de gênero. Sua administração possui 30 ministérios, sendo
divididos entre 15 homens e 15 mulheres, porém sem nenhuma distinção ou
descriminação quanto ao trabalho específico que cada um deve ou pode assumir
(EPÓCA, 2015).
Justin Trudeau por muitas vezes falou do papel do movimento feminista na
efetivação de direitos que versam sobre a igualdade de gênero (GÉLEDES, 2015). Para
o premiê canadense, o homem deve possuir um papel tão importante quanto à mulher no
movimento, uma vez que a conscientização acerca do problema não deve ser
direcionada.
O país ocupa a 35ª posição no ranking do Global Gender Gap Report de 2016,
relatório do Fórum Econômico Mundial sobre a paridade econômica entre os sexos.
O premiê canadense classifica como irracional a atitude de diversos países em
fechar suas fronteiras e recusar o acolhimento de refugiados. Segundo Trudeau, “O
Canadá tem que saber separar o país da nação. Não existe o ‘canadense típico'”,
corroborando com a ideia de que para ser um canadense é necessário, acima de tudo,
aceitar e compartilhar determinados valores (ONU, 2016).
O governo canadense vê a atuação russa como parte do problema da guerra na
Síria. Quando questionado sobre o assunto, Trudeau afirmou que “se olharmos para um
futuro estável num médio prazo na Síria, é preciso envolver outra liderança que não seja
Assad, mas o que vai acontecer até lá, e como chegaremos até lá, depende muito da
Rússia e de esforços diplomáticos”, também classificando o ditador como parte do
problema.
As políticas adotadas pelo governo canadense para solucionar ou minimizar os
problemas acarretados pela crise dos refugiados geralmente não envolvem apenas os
representantes ou ministérios, mas também a conscientização da população acerca da
urgência no estabelecimento de medidas adequadas. Em todo o Canadá, cidadãos
sensibilizados pela circulação de notícias desesperadoras na mídia internacional, estão
intervindo em um dos problemas mais preocupantes do mundo.
O Canadá lhes dá um raro poder e responsabilidade: eles podem se unir em
pequenos grupos e pessoalmente reassentar uma família de refugiados. Em Toronto,
diversos grupos se formaram para receber famílias sírias. O governo canadense diz que
os patrocinadores são milhares, mas os grupos têm muito mais membros. Dessa forma,
além das políticas de acolhimento de praxe, o Canadá traz inovações através de
alternativas que mobilizam a população de forma direta e a faz se sentir como parte de
um problema que para muitas outras nações do mundo parece distante da realidade
local.
1.13 BRASIL
Conforme dados do Comitê Nacional para os Refugiados (CONARE7) o Brasil
endureceu a concessão de vistos para os requerentes de asilo. Em 2016 houverem 886
solicitações deferidas, enquanto em 2015 o número foi de 1.231. Em 2016 muitos
pedidos tiveram motivação econômica em decorrência da crise na Venezuela, que
causou a migração de inúmeros venezuelanos para o Brasil. O indeferimento dos
pedidos decorrentes destas causas tem fundamento em convenções internacionais e na
lei brasileira de 1997 que não elencam as flutuações econômicas entre os riscos de
graves violações aos direitos humanos.
Recentemente, em abril de 2017, foi aprovada pelo Senado Federal a nova Lei
de Migração. A nova lei revoga o Estatuto do Estrangeiro, criado durante a ditadura
militar, e coloca o país em posição de vanguarda quanto a questões migratórias. O
projeto vai garantir a imigrantes que cheguem ao Brasil os mesmos direitos de cidadãos
brasileiros, garantindo a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à
segurança e à propriedade e acesso aos serviços públicos de saúde e educação, bem
como registro que permite o ingresso no mercado de trabalho e direito a previdência
social.
Segundo pesquisa da Organização não governamental “Transgender Europe”
(TGEU)8, o Brasil é o país onde se matam mais travestis e transexuais no mundo. Entre
janeiro de 2008 e março de 2014, foram registradas 604 mortes no território brasileiro.
A ONU divulgou dados em março de 2017, sobre a representação das mulheres
no poder executivo em 186 governos. O país registrou apenas uma mulher no executivo,
a advogada geral da União, Grace Mendonça, ficando na 167ª posição atrás de governos
como o da Síria, do Kuwait, do Irã e da Somália.
De acordo com o relatório do Fórum Econômico Mundial sobre a paridade
econômica entre os sexos, o Brasil ocupa a 79ª posição, de 144 países analisados, doze
posições abaixo do ranking divulgado em 2006. Quando analisados o número de
7 Órgão interministerial responsável por analisar os pedidos e declarer o reconhecimento, em Primeira
instância, da condição de refugiado, bem como orientar e coordenar as ações necessárias à eficácia da
proteção, assistência e apoio jurídico aos Refugiados. 8 Rede Europeia de Organizações que apoiam os direitos da população trans.
mulheres em cargos altos e de chefia o país ocupa a 33ª posição, na educação ocupa a
42ª, a 86ª em relação ao empoderamento político, a 120ª quanto às mulheres no
parlamento, e em discrepância a essas baixas posições, ocupa a 1ª posição quando
analisado a saúde e sobrevivência.
1.14 ITÁLIA
Localizada no Mar Mediterrâneo, a Itália é uma das principais vias de entrada
para a Europa de imigrantes vindos do Norte da África e do Oriente Médio. É um país
membro não permanente do Conselho de Segurança da ONU, que inseriu na agenda
mundial de paz e segurança, as questões relativas aos refugiados.
Em meio à crise, a Itália se divide entre acolhida e rejeição. Esses dois lados
acontecem praticamente ao mesmo tempo, e embora não tenham relação entre si,
ajudam a desenhar um retrato preocupante da Itália. Há uma Itália que salva centenas de
imigrantes e fugitivos, procedentes da África, da morte certa no Mediterrâneo. E há
outra que é capaz de enfrentar violentamente a polícia para que esses imigrantes e
fugitivos não sejam acolhidos, nem mesmo temporariamente, perto de suas casas.
O governo italiano não avista outra solução além de ir trocando os refugiados de
lugar, à espera que, como ocorre na maioria dos casos, decida por sua conta empreender
viagem com destino ao norte da Europa. Entretanto, a ausência de um plano está
provocando duas consequências muito perigosas. A primeira é o medo que os italianos
têm em relação aos imigrantes. A segunda é a rentabilização da política do medo, pela
extrema-direita xenofóbica e violenta.
A Itália é um dos seis países que fundaram a União Europeia, tendo passado por
dramáticas mudanças econômicas e sociais nas primeiras décadas após a Segunda
Guerra Mundial. A renda per capita mais que triplicou entre 1947 a 1967, sendo que
milhões de pessoas abandonaram o campo e se mudaram para cidades industriais do
Norte e regiões centrais, três milhões de italianos migraram do Sul para o Norte
(CRAINZ, 2003). As novas gerações de baby-boomers que cresceram no boom dos
anos do "milagre econômico" (1958-1963), logo começaram a questionar os papeis de
gênero e as configurações familiares tradicionais. (SANTOS 2011)
Além disso, a Itália não tem uma infraestrutura adequada para promover a
igualdade de gênero. Observa-se a falta de coordenação e acompanhamento adequado e
ferramentas de avaliação a nível central, que não estão completamente e devidamente
implementadas devido a recursos limitados, tanto em termos de pessoal quanto
financeiro.
O país está classificado entre os países da UE com a menor igualdade de gênero,
de acordo com o Índice Europeu de Igualdade de Gênero (GEI). O seu desempenho
encontra-se acima da média da UE apenas na área da saúde, devido à longa expectativa
de vida das mulheres italianas. Nas demais áreas, o respeito dos direitos das mulheres
está longe de ser satisfatório. As políticas que voltam a abordar o desequilíbrio de
gênero têm sido cautelosas, apesar dos progressos no quadro jurídico, tendo sido
promovidos principalmente pelas Diretivas provenientes da União Europeia ou por
pressões da sociedade civil.
O cenário jurídico italiano sobre a igualdade de gênero é fornecido pelo Código
Nacional de Igualdade de Oportunidades entre Mulheres e Homens estabelecidas em
2006 (DL 198/2006), que organiza e harmoniza 11 leis sobre a igualdade de
oportunidades em um único texto, com o intuito de gerir a promoção da igualdade de
oportunidades entre mulheres e homens em todas as áreas da sociedade.
O país ocupa a 50ª posição no ranking do Global Gender Gap Report de 2016,
relatório do Fórum Econômico Mundial sobre a paridade econômica entre os sexos.
1.15 DINAMARCA
A nação membro do Banco Mundial conta com um dos mais altos Índices de
Desenvolvimento Humano (IDH) do mundo e eficiente sistema de previdência social. A
Dinamarca, com uma economia mista capitalista e um estado de bem-estar social e é o
país com menor índice de desigualdade social do mundo.
A Dinamarca tem uma longa e orgulhosa tradição na ajuda aos refugiados
ajudou, por exemplo, os Judeus a fugir durante a Segunda Guerra Mundial. As soluções
a nível europeu não são suficientes por si só e o Governo dinamarquês assume por isso
de forma muito séria a sua responsabilidade. O país é um dos únicos cinco países do
mundo a cumprir a meta de pelo menos 0,7% PNB dedicado à ajuda ao
desenvolvimento, estabelecida pela ONU9.
Infelizmente há, na Dinamarca, aproximadamente 34 restrições aos direitos
aprovadas pelo governo, que dificultam a convivência dos expatriados. Dentre essas
restrições, em setembro de 2015, à medida que o fluxo de refugiados se intensificava,
começou a ser aplicada rigorosamente a lei que define como crime transportar ou dar
refúgio a pessoas sem documentação.
De todos os países do mundo, a Dinamarca é o único em que o salário das
mulheres é superior ao dos homens. Considerado um país feminista, na Dinamarca é
raro encontrar um homem que se sinta emasculado ou inferiorizado por ajudar as
mulheres nas tarefas do dia a dia e no cuidado com a prole.
Uma pesquisa realizada na Universidade de Copenhague mostrou que a opinião
pública sobre a homossexualidade mudou drasticamente ao longo dos últimos 25 anos.
Baseando-se na legislação dinamarquesa, em relatos de civis e na cobertura feita pela
imprensa, concluíram que a homossexualidade se tornou um símbolo dos valores
liberais dinamarqueses, ressaltando que a discriminação com base na orientação sexual
é proibida nas áreas de emprego e prestação de bens e serviços.
O país ocupa a 19ª posição no ranking do Global Gender Gap Report de 2016,
relatório do Fórum Econômico Mundial sobre a paridade econômica entre os sexos.
1.16 ARGÉLIA
Está na região norte da África, sendo o segundo maior país em extensão
territorial do continente africano, como também é banhada pelo mediterrâneo e essa
informação acrescenta-se o fato de que a Argélia tem por sua localização geográfica
uma grande chance de receber os refugiados em seu país.
9 PORTUGAL, Denmark In. MINISTRY OF FOREIGN AFFAIRS OF DENMARK. 2014. Disponível
em: <http://portugal.um.dk/en/press/news-from-denmark/factos-sobre-a-dinamarca-e-a-crise-dos-
refugiados>. Acesso em: 06 maio 2017.
Apesar de não ser tão desenvolvida como outros países que compõem o Banco
Mundial a Argélia participa da promoção à ajuda dos refugiados, seja pelos seus
recursos ou por intermédio de outros, como exemplo com a ajuda de Portugal que
auxiliou a abertura de um acampamento na região argeliana. Apesar da falta de
recursos, temos em média 165 mil refugiados pela região da Argélia (ACNUR, 2015).
O que deveria ser apreciado por outros países que possuem melhores condições para
lidar com o intenso fluxo de migração desses refugiados, e assim negam por questão de
segurança da União Europeia.
Dentro desse território, a questão com relação aos grupos LGBT compromete a
promoção da igualdade de gênero no cenário Argelino, além dos vários outros que
compõem o continente Africano. Existe uma forte intolerância com relação à opção dos
homossexuais, existe até grupos de extermínio para controlar essa situação, o que não
promove em nada os direitos inerentes a toda em qualquer pessoa no seu desejo de ser
aquilo que bem entender.
Isso compromete vários cenários como o turismo, que reprime tal
comportamento a ponto de afastar as pessoas de perto. (MARTINS, 2015) Inclusive,
para aqueles que relutarem em sua orientação sexual podem ser presos de forma
perpetua, com a alegação de que aos olhos da religião existe um espirito maligno em seu
corpo.
O país ocupa a 120ª posição no ranking do Global Gender Gap Report de 2016,
relatório do Fórum Econômico Mundial sobre a paridade econômica entre os sexos.
1.17 SUÍÇA
Os pedidos de asilo cresceram 11%, em 2014, quando comparado ao ano de
2013, chegando ao número de 23.756. O principal grupo de refugiados é de eritreus10
totalizando 6.923, sendo seguido pelos sírios com 3.819 e pelos cingaleses11 que somam
mais de 1.277. De acordo com informações divulgadas pela Secretária de Estado da
Imigração, as requisições de asilo na Confederação Suíça significam 4% do total
10 Oficialmente Estado da Eritreia, é um país localizado no Chifre da África, faz fronteira com o Sudão a
oeste, com a Etiópia ao sul e com Djibuti à sudeste. 11 Grupo étnico predominante da República Democrática Socialista do Sri Lanka.
apresentado em toda Europa e seguinte, dados de 2014, a condição de refugiado foi
concedida em apenas 26% dos casos.
Consoante dados da ACNUR de 2016, em decorrência do grande influxo de
imigrantes provenientes da Itália, o controle nas fronteiras suíças foi intensificado, afim
de que o país não se tornasse zona de trânsito. Apenas na região de Lugano, foram
registrados, entre junho e julho, a entrada ilegal de aproximadamente 9.900 refugiados,
dos quais 4.200 foram imediatamente deportados para a Itália.
A constituição da Suíça e a maioria das Convenções Coletivas de Trabalho
(CCT) do país garantem igualdade entre os homens e mulheres, porém, de acordo com
estudos divulgados em homenagem ao Dia Da Mulher, ainda existe defasagem salarial
entre os gêneros. De acordo com estudo efetuado pela Universidade St. Gallen a brecha
salarial é maior em setores que empregam pessoas altamente qualificadas, atingindo
média de 21%. As Suíças ocupam 10% dos postos executivos do país, e nesta categoria
a diferença salarial chega a 28%.
A república inovou ao ser o primeiro país do mundo a consentir a união de
casais homossexuais através de votação popular do Pacto Civil de Solidariedade, com
58% de votos favoráveis. O pacto reconhece a igualdade de direito e deveres comuns
entre os casais homossexuais e os heterossexuais, porém, impossibilita que um filho
biológico de um dos membros do casal seja adotado pelo outro.
Segundo relatório da Organização “Transgender Europe”, o país faz parte dos
vinte e três Estados Europeus que exigem a esterilização de pessoas transexuais antes de
aceitarem a mudança de identidade no documento de identificação.
De acordo com o relatório do Fórum Econômico Mundial sobre a paridade
econômica entre os sexos, a Suíça caiu da 8ª posição para a 11ª. Quanto à capacitação
política, o país ocupa a 15ª posição, e a 30ª quanto às oportunidades econômicas são
analisadas, de um total de 144 países analisados.
1.18 INDONÉSIA
Apesar da forte presença de elementos da desigualdade de gênero, a Indonésia é
um país exemplo no que se diz respeito à criação de políticas que promovem a
igualdade. Isso se deve principalmente devido a forte presença de agências da ONU
como a ONU Mulheres e o Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados na
realização de projetos que apoiam a não discriminação (NAÇÕES UNIDAS, 2015). A
presença delas pede, por exemplo, que os países os quais atuam reformulem as leis de
cidadania de forma a mulheres possuírem acesso aos mesmos direitos que os homens.
São ações como essa que resultam no próspero desenvolvimento dos indonésios.
Instituições que incentivam a igualdade de gênero no país recentemente receberam o
Prêmio UNESCO Referente à Educação de Meninas e Mulheres. Isso significa que,
tanto em sua infância quanto em sua fase adulta, mais mulheres no país são incentivadas
a ampliar os seus horizontes através do ensino. O prêmio tem como objetivo honrar
contribuições e iniciativas exemplares no campo da educação de meninas e mulheres
(ONU BRASIL, 2015).
Imprescindível mencionar os Princípios de Yogyarkata12, documento
reconhecido por diversos países responsável por traçar cânones e preceitos acerca da
aplicação da Legislação Internacional de Direitos Humanos em relação à orientação
sexual e identidade de gênero. Apesar de não ter sido criado a partir de esforços dos
Estados, mas sim de uma conjunção de empenhos humanistas, o documento serve como
filtro de análise para a moldura de garantia de direitos das nações.
A Indonésia ocupa a 88ª posição no ranking global de igualdade de gênero
(FORUM ECONOMICO MUNDIAL, 2016). No âmbito da grave crise humanitária
tema das discussões do Banco Mundial, a Indonésia por muito tempo manteve uma
postura intransigente em relação às pessoas que buscavam abrigo em seu território. No
entanto, devido à forte pressão da comunidade internacional, o país se demonstrou mais
acolhedor em relação aos refugiados.
O número de refugiados que chega até a costa indonésia era cada vez mais
crescente e, embora o governo não apoiasse o acolhimento, a população local –
sobretudo a de pescadores – oferecia ajuda às pessoas que embarcavam. Tal praxe
12 Centro Latino-americano em Sexualidade e Direitos Humanos. Princípios de
Yogyarkata. Disponível em:
<http://www.clam.org.br/uploads/conteudo/principios_de_yogyakarta.pdf>. Acesso em: 14
maio 2017.
causou grande desalinho com o governo, que se prontificou em alertar aos pescadores
que “trazer os refugiados a terra” configurava apoio à entrada ilegal no país. (BBC,
2015)
A Indonésia é um dos melhores exemplos de países que rejeitavam políticas e
decisões dessa natureza, mas que atualmente procuram evoluir a discussão acerca da
crise humanitária que se instaura ante a comunidade internacional.
1.19 RÚSSIA
Não são atípicas as histórias de mulheres russas bem sucedidas que abdicam da
própria perspectiva de desenvolvimento profissional para optar pelo trabalho em favor
da casa e dos filhos (GAZETA RUSSA, 2015). Tal questão, quando analisada em escala
individual, não pode ser encarada como um problema. No entanto, quando essa opção se
torna algo padrão e generalizado como era nos anos 1920, a única conclusão do
fenômeno é a implicação em um inevitável retrocesso.
Além das limitações criadas pelas próprias experiências pessoais e pelo ideal de
“vida feliz” imposto pela sociedade, as mulheres também encontram obstáculos formais
no mercado de trabalho que as desencorajam a proceder com seu crescimento
profissional. Na Rússia, mulheres são proibidas de trabalhar em 456 ocupações e 38
ramos da indústria, considerados “muito árduos, perigosos ou nocivos à saúde das
mulheres, sobretudo à sua saúde reprodutiva”. Para especialistas independentes da
ONU, tal proibição é nociva à população e, por mais que esteja prevista na legislação do
país, implica em disseminação de uma política que colabora para o crescimento da
desigualdade de gênero.
O país ocupa a 75ª posição no ranking do Global Gender Gap Report de 2016,
relatório do Fórum Econômico Mundial sobre a paridade econômica entre os sexos.
A liberdade civil das mulheres russas ainda é muito restrita. Durante o sistema
soviético, a liberdade de locomoção das mulheres era condicionada ao requerimento de
uma “propiska” válida para mudança de residência, realização do matrimônio, aquisição
de vaga de emprego ou realização de viagens. Embora o Tribunal Constitucional russo
tenha abolido as “propiskas” várias vezes desde 1991, a prática de atos que corroboram
com as mesmas ideias continua a se perpetuar em vários locais do país, restringindo a
liberdade de mulheres.
A Rússia, sem dúvidas, é um dos principais cenários atuais quando o assunto é
homofobia. Por exemplo, em Moscou, é proibido fazer ou participar de uma parada gay,
enquanto movimentos e passeatas anti-LGBTS são liberadas (BBC, 2015). Nos últimos
meses, a Rússia foi denunciada diversas vezes por ações contra a comunidade LGBT.
A acusação mais grave indica existir prisões secretas na Chechênia, onde
homens gays são detidos e sofrem agressões físicas e psicológicas. Ao denunciar o
crime na Chechênia, o jornal russo Novaia Gazeta afirmou que as autoridades
chechenas orientavam as famílias dos homens detidos a matá-los, com a intenção de
"lavar sua honra". O maior país do mundo foi, inclusive, condenado pelo tribunal
europeu por estimular a homofobia ao criar lei que punia com multas e prisão qualquer
pessoa que veiculassem "propagandas" LGBT aos menores de idade.
Em relação à crise migratória, de acordo com Guterres, candidato a secretário-
geral da Organização das Nações Unidas, “os fluxos de refugiados devem ser
distribuídos de modo que não haja encargos indevidos a um país ou região em
particular” (ONU, 2016). A Rússia recebe indiretamente os migrantes que tentam
ingressar em países europeus, mas que falham. É por essa razão que o país deve investir
em programas de acolhimento, objetivando o aprimoramento e a preparação, sobretudo
da população local, para o oferecimento de ajuda aos indivíduos que procuram abrigo.
Em 2016 a Rússia fechou sua fronteira norte com a finalidade de conter o fluxo
organizado de imigrantes. O governo russo, juntamente com o finlandês – cujas
fronteiras são comuns -, estabeleceu um regime muito rigoroso quanto à situação ilegal
de refugiados. Estrangeiros ilegais não possuem ingresso admitido facilmente em ambos
os países.
Atualmente a posição russa ante a crise humanitária instalada no mundo é
confusa, visto que o país possui uma posição rigorosa quanto à aceitação de refugiados
em território nacional, não contribuindo para a preparação da população ou para a
fiscalização de práticas xenofóbicas, mas, ao mesmo tempo, recebe imigrantes
refugiados em razão da pressão da comunidade internacional. No ano de 2015 a Rússia
acolheu 12 mil refugiados sírios que fugiram da guerra com a esperança de uma vida
digna (UOL, 2015).
É importante destacar também o não tão recente conflito interno do país com a
Chechênia, território que tenta conquistar sua independência desde os anos 1990. Em
1991 o território conseguiu sua independência, mas em 1994 o então primeiro-ministro
Vladimir Putin lançou uma nova ofensiva contra os rebeldes, perdurando o atrito até os
dias de hoje (BBC, 2017).
1.20 ARÁBIA SAÚDITA
A Arábia Saudita é um país bastante rico, tendo em vista que possui a segunda
maior reserva de petróleo e a sexta maior de gás natural, e por estar situado na região do
Oriente Médio, assim como os outros países dessa localidade, acabam por ser alvo da
questão da crise migratória que aflige muitas nações próximas a ele devido à primavera
árabe, e no norte da África, em especial devido a ás guerras civis que lá ocorrem e aos
ataques terroristas.
Porém, o comportamento que o Reino da Arábia Saudita, como é oficialmente
conhecido, dá para a questão migratória é um pouco diferente do que se esperava dele,
devido às restrições que o país impõe aos migrantes. Isso se dá em especial pelo fato de
que é vizinho da Síria, um dos que mais têm emigrantes fugindo dele, mas, mesmo com
essa proximidade e mesmo tendo condições de receber parte desses refugiados, a Arábia
Saudita exige permissão para entrar, e ainda acaba custando muito caro, e, além disso,
existem relatos de que as autoridades estejam dificultando ainda mais o processo para
fugitivos sírios conseguirem a documentação correta.
Com isso, não apenas muitos países europeus estão se perguntando por que países
como a Arábia Saudita, Kuwait e Emirados Árabes Unidos, não acolhem pelo menos
parte dos refugiados, como também, muitos habitantes da região do Golfo têm
expressado raiva e insatisfação nas redes sociais pelo fato de nada estar sendo feito
pelos imigrantes sírios. (BBC, 2015)
É notável também que a Arábia Saudita apresenta problemas no âmbito social,
tendo em vista que apresenta um elevado nível de desigualdades entre homens e
mulheres nos mais diversos âmbitos da sociedade, tratando-se de raízes culturais e que
perduram até hoje, onde elas ainda são proibidas de dirigir e são submetidas à tutela
masculina, por exemplo.
Tal desigualdade se dá, em especial por três fatores, a cultura e o legado
tradicional, a influência das autoridades religiosas na esfera nacional, e a ausência de
leis de apoio ao público feminino que reforcem a igualdade de gêneros, sendo que um
dos principais obstáculos para que as mulheres alcancem a igualdade, é o sistema de
tutela masculina, que restringem elas de tomarem qualquer decisão independente, como
se casar, trabalhar, viajar etc., sem consentimento de um homem da família.
Recentemente, a Arábia Saudita entrou na comissão que luta pelos direitos das
mulheres na ONU (O GLOBO, 2017), o que acabou por revoltar ativistas tendo em
vista que é um dos países de pior registro de igualdade de gênero do mundo, podendo
comprovar essa afirmativa ao analisar o ranking dos países com menor desigualdade
entre os gêneros, elaborado pelo Fórum Econômico Mundial, que classificou o país
apenas como o 141° com maior igualdade entre homens e mulheres, de um total de 144
países pesquisados.
1.21 KUWAIT
O Estado do Kuwait possui o décimo primeiro maior PIB per capita do planeta e
possui o maior índice de desenvolvimento humano do mundo árabe. O Estado alcança o
terceiro lugar da lista criada pelo Departamento de Assuntos Econômicos e Sociais da
ONU, possuindo 2,8 milhões de estrangeiros no país.
Muitos desses estrangeiros buscam no país oportunidades de empregos e acabam
tendo seus passaportes retidos e sofrendo práticas abusivas, de maus tratos e não
pagamento de salários. O país divide a mesma língua e religião com a maioria dos
refugiados sírios, realiza generosas doações ao Alto Comissariado das Nações Unidas
para os Refugiados (ACNUR), mas não os acolhe. Os escritórios da ACNUR abertos no
país possuem mais de 3.500 pedidos de refugiados sírios pendentes. Em 2012, o Kuwait
chegou a anunciar estratégia oficial com intuito de reduzir o número de trabalhadores
estrangeiros no país em um milhão no período de 10 anos.
A população feminina possui várias restrições na monarquia, nele as mulheres
casadas: não podem escolher onde viver, da mesma maneira que um homem casado;
não podem conferir sua cidadania a seus filhos; não podem obter emprego sem
permissão do marido; ou, ainda, viajar pelo país; A fim de promover maior igualdade de
direitos entre homens e mulheres, a Corte Constitucional do país afirmou que a
exigência de autorização para as mulheres tiraram seus passaportes viola as garantias de
liberdade e igualdade entre os gêneros, determinadas na constituição, a decisão foi
tomada em 2009 abolindo um artigo de 1962 que exigia que os maridos assinassem o
pedido de passaporte das mulheres (BBC, 2009).
Por fim, a monarquia se apresenta bastante conservadora quando o assunto são
os direitos LGBTI. Proíbe o homossexualismo, com uma antiga lei de 1960, ainda em
vigor, que pune o indivíduo com pena de prisão de seis anos. Não permite que haja
cirurgia de troca de sexo, ou ainda, adoção por casais homossexuais (EQUALDEX). A
discriminação no país é forte, devido a inexistência de medidas protetivas e pelo aspecto
cultural da nação que influência na modernização de suas normas.
A monarquia ocupa a 128ª posição no ranking de 2016 do relatório do Fórum
Econômico Mundial sobre a paridade econômica entre os sexos.
1.22 PERU
A República do Peru abriga quantidade superior a 2.000 refugiados e solicitantes
de asilo de mais de 30 nacionalidades, vindas dos continentes da América Latina,
África, Europa, Oriente Médio e Ásia. O marco nacional que aborda a proteção dos
refugiados é a lei de refugiados número 27891 e suas regulações complementares; suas
normas incluem a definição universal e regional de refugiado, o estabelecimento de
garantias e obrigações, para os refugiados que desejam adquirir essa condição. Sobre a
questão dos apátridas o país se comprometeu a criar uma norma, a fim de responder a
situação.
Após o pedido feito pela Comissão Interamericana de Direito Humana (CIDH),
a nação foi à primeira da América Latina a liberar a entrada de cidadãos Venezuelanos,
com o intuito de protegê-los contra a atual crise econômica e humanitária, permitindo a
concessão de vistos para trabalho e estudo (Folha de São Paulo, 2017).
Em relação à proteção das mulheres o país é criticado por não possuir normas
especificas que resguardem seus direitos. Um grave exemplo desse vazio legislativo
ocorreu entre os anos 1990 e 2000, período no qual o país permitiu que milhares de
mulheres pobres tivessem seus direitos a liberdade, integridade física e saúde, feridos,
através de esterilizações forçadas. Em 2002, a Comissão Peruana investigou os casos e
consoantes dados anunciados pelo Programa Nacional de Planejamento Familiar do
Governo de Alberto Fujimori, concluiu que 314.605 mulheres sofreram arbitrariamente
o procedimento.
A República é ainda considerada como um Estado criminoso pela comunidade
LGBT, devido à cumplicidade ante a violência e os crimes de ódio. Entre abril de 2014
e março de 2015, foram registrados: quatro suicídios, treze assassinatos e treze ameaças
à segurança pessoal deste grupo, segundo dados divulgados pelo Centro de Promoção e
Defesa dos Direitos Sexuais e Reprodutivos.
Os membros LGBTI (Lésbicas, Gays, Bissexuais, Transexuais e Intersexuais)
lutam por uma lei que possibilite o matrimônio igualitário, tendo em vista que o projeto
de lei que abordava o tema foi arquivado. Em janeiro de 2017, a justiça Peruana inovou
ao reconhecer um casamento homossexual celebrado no México, abrindo portas para
que as uniões entre pessoas do mesmo sexo realizadas no exterior tenham validade no
país conservador que, como exposto, luta em desfavor à causa.
Em Março de 2017, milhares de pessoas foram às ruas protestar contra o
currículo nacional escolar que promove a igualdade de gênero, sustentando que os
conceitos introduzidos pervertem os estudantes e incentivam o homossexualismo. Após
investigação de jornais como o “Ojo Público”, foi revelado que por trás da manifestação
do grupo, “Con mis hijos no te metas”, estão congressistas conservadores e igrejas
evangélicas.
O país ocupa a 80ª posição no ranking de 2016 do relatório do Fórum
Econômico Mundial sobre a paridade econômica entre os sexos.
1.23 BURKINA FASO
Apesar de Burkina Faso ser um país marcado por uma série de conflitos e com
índices socioeconômicos extremamente precários, onde a população vive em uma
situação de extrema pobreza com uma baixa expectativa de vida, vemos que ele também
é um alvo da crise migratória que movimenta debates ao redor do mundo.
Porém, o motivo que atrai imigrantes para o Burkina Faso, não é sobre uma busca
por uma melhor qualidade de vida e mais oportunidades de trabalho, que nem acontece
quando buscam países europeus desenvolvidos, mas sim, esses são refugiados que
fogem do Mali, que se encontra conturbado por um golpe militar e uma tentativa de
dominação por parte de radicais islâmicos. Com isso, temos que, apenas em 2012, cerca
de 36 (trinta e seis) mil pessoas buscaram refúgio em Burkina Faso, piorando ainda
mais a situação no país que já é precária, sendo parte de um contingente de 200
(duzentos) mil pessoas que buscaram escapar do conflito no Mali (CARTA CAPITAL,
2015).
Contudo, foram procuradas medidas que pudessem fornecer um apoio aos países
mais necessitados que também são atingidos pela crise migratória, e com esse objetivo,
a Comissão Europeia propôs, em 2015, a criação de um fundo especial de emergência
para a África no valor de 1,8 bilhão de euros para lutar contra as causas da migração nos
países de origem e os de trânsito dos migrantes econômicos, sendo que o Burkina Faso
seria um dos países que seriam beneficiados por esse fundo.
Em Burkina Faso podemos ver que as mulheres sofrem com uma falta de
proteção por causa de uma série de discriminações, já eu elas vivem em uma situação de
intensa desigualdade no âmbito social, uma vez que práticas discriminatórias acontecem
com uma alta frequência no país. Nessa região, mais da metade das meninas com idade
inferior aos 18 anos são forçadas a casar, sem ter tido educação sexual, e tendo que lidar
com gravidez indesejada, fazendo com que o país tenha a sexta maior taxa de casamento
precoce.
Além disso, temos que a mutilação genital feminina e a violência de gênero são
amplamente difundidas na sociedade. Com relação à economia temos que as mulheres
do Burkina Faso, especialmente nas áreas rurais, vivem uma situação de grande
pobreza, onde muitas se veem obrigadas a trabalhar na agricultura, além de terem a
obrigação de cuidar das outras atividades econômicas e os cuidados familiares.
O governo do país está se esforçando para encontrar medidas que tentem
melhorar essa situação e procuram desenvolver medidas e leis que garantam a igualdade
e empoderamento de gênero, tanto que a nação ratificou o Protocolo à Carta Africana
dos Direitos Humanos e dos Povos sobre os Direitos das Mulheres em África. Além
disso, desde 1997 existe um Ministério voltado para os assuntos das mulheres, apesar
disso tudo, mesmo tendo uma lei em Burkina Faso a qual diz que todos os cidadãos são
iguais independentes do gênero, vemos que não é essa situação que se apresenta no
Estado, que ainda é marcado por uma intensa desigualdade de gênero e exploração das
mulheres.
O país ocupa a 123ª posição no ranking de 2016 do relatório do Fórum
Econômico Mundial sobre a paridade econômica entre os sexos.
1.24 ZIMBABWE
Devido à situação econômica do país, o fluxo de refugiados se torna cada vez
maior, pelo fato de ser quase impossível viver com a baixa renda mensal em relação ao
alto custo de vida. Além da dificuldade financeira, outro problema decorrente é a
epidemia de cólera na região, estabelecendo uma taxa de mortalidade de quase 50% em
algumas localidades.
Apesar de muitos saírem do país em busca de melhores condições de vida, várias
pessoas também vão a Zimbabwe, geralmente porque estão fugindo de crises que
afetam algumas províncias moçambicanas e se veem obrigados a recomeçar em outro,
vindos de países como Chiurairwe, Somália, Nhabuto, Nhampassa, Chôa e Honde
(Deutsche Welle, 2015). Milhares de moçambicanos, que se refugiaram no Zimbabwe,
têm enfrentando fome severa e não têm nenhuma ajuda alimentar em campos de
concentração, como em Chipingue, junto à fronteira com o distrito de Mossurize, em
Manica, onde no ano de 2016 foram registrados violentos confrontos entre as forças
governamentais e o braço armado da Renamo (ACNUR, 2015).
Com uma paridade de gênero relativa no país, ocupando 56ª posição no Índice
Global de Diferenças de Gênero divulgado pelo Fórum Econômico Mundial, as
mulheres constituem cerca de 6,7 milhões dos 12,9 milhões de pessoas do Zimbábue,
participam de organizações femininas, inclusive organizando campanhas nacionais,
como a “Campanha Vote em Mulher”, onde as mulheres eleitas para o Parlamente de
Zimbabwe teria mais vozes para combater as práticas discriminatórias contra as
mulheres.
Além das campanhas, há a Unidade Política das Mulheres (WiPSU), uma
organização não-governamental que tem como objetivo aumentar a participação das
mulheres na política e em postos de tomada de decisões; há também o Centro para o
Avanço das mulheres Africano, uma organização que trabalha para o desenvolvimento
das mulheres africanas; e há a força da Constituição adotada em 2013 que reserva 60
dos 210 assentos no parlamento para as mulheres, inclui uma seção sobre os direitos das
mulheres, e estabelece uma Comissão de Gênero encarregado de promover a igualdade
de gênero em todas as esferas da vida.
Quanto aos direitos LGBT no país, desde 1995, o governo tem realizado
campanhas contra homens e mulheres que não se encaixarem nos padrões da
heterossexualidade, considerado o "certo". As leis aprovadas em 2006 criminalizam
todas as ações percebidas como homossexuais e essas leis são usadas para perseguir as
pessoas LGBT e ativistas; as proibições impostas pelo governo incluem as ofensas não
naturais que o governo diz ser praticadas por e a sodomia, definida como relações
sexuais ilícitas e intencionais entre a comunidade LGBT.
1.25 ÁFRICA DO SUL
O continente africano é parte central do problema da crise migratória ao redor do
mundo, já que milhões de pessoas todos os anos deixem seu país de origem e migram
para a Europa, ou até mesmo para outras regiões africanas que possam estar com
condições pelo menos um pouco melhores. Então, vemos que é sensato acreditar que a
África do Sul tenha importância acerca dessa problemática, tendo em vista que é um dos
países africanos com maior influência no cenário mundial e no seu continente.
A África do Sul, ao se analisar o fluxo migratório, temos que atualmente não é
uma saída para tentar solucionar o problema, mas sim um agravante. O país passa por
uma crise econômica, onde tem péssimas condições de trabalho e pouquíssimas vagas
de emprego para a população, que acabaram por motivar ondas de violência, fazendo
que, em 2015, milhares de imigrantes de países vizinhos, como Moçambique, Zimbabué
e Malawi, entre outros, a abandonassem o país para fugir à fúria dos sul-africanos.
(ACNUR, 2015) Esse cenário se dá principalmente pela falta de medidas para combater
a crise migratória na região, reflexo da crise política e econômica no país.
Podemos perceber que o continente africano ainda é criticado pelas Nações
Unidas devido às desigualdades entre os gêneros, tendo em vista que o continente como
um todo, ainda sofre com inúmeros exemplos de desigualdades de oportunidades entre
homens e mulheres, onde elas, em muitos países, ainda não têm representatividade
social, além de sofrerem com abusos físicos e ainda se casarem muito jovem, abaixo
dos 18 anos, tendo em vista que a África ainda tem um dos maiores níveis de casamento
antes de se atingir a maioridade. Porém, apesar das adversidades, com muita luta, a
mulher africana está obtendo reconhecimento mundial por seu ativismo e liderança.
Um dos maiores exemplos do combate às desigualdades de gênero é a
África do Sul, tendo em vista que a violência de gênero é uma grande preocupação
do governo, que buscou solucionar essa problemática através leis sobre crimes
sexuais, tráfico de pessoas, violência doméstica e outras mais para proteger
meninos e meninas.
Tal preocupação do governo sul-africano em tentar solucionar o
problema da desigualdade de gênero tem dado bons resultados para o país, que
passou a ser um exemplo para o mundo acerca do tema. A África do Sul registrara
altos índices de participação feminina na força de trabalho e empoderamento
político, que o ajudaram a entrar em um ranking, produzido em 2016 pelo Fórum
Econômico Mundial, que classifica o país como o 15° com maior nível de igualdade
entre os gêneros, dentre os 144 pesquisados.
2. ORGANIZAÇÕES INTERNACIONAIS
2.1 HEFORSHE (ELES POR ELAS)
Durante anos, os movimentos feministas e de mulheres têm liderado a
reivindicação política em prol da igualdade de gênero. Embora importantes avanços
obtidos em favor dos direitos e o bem-estar das mulheres com relação à saúde e à
educação e, em menor escala, na participação política e econômica, a equilíbrio entre
ambos os sexos ainda precisa ser alcançada em todo o mundo.
O progresso estagnou e está distante da promessa de alcance completa da
igualdade de gênero e dos direitos humanos das mulheres. Este momento na história
representa uma oportunidade única para posicionar a equidade de gênero no centro da
agenda global. São vários processos históricos de incidência política: a revisão dos
Objetivos de Desenvolvimento do Milênio; as deliberações sobre o quadro de
desenvolvimento pós-2015 e os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável; e o
vigésimo ano de revisão e avaliação da Declaração e da Plataforma de Ação de Pequim.
Como as Nações Unidas estão mudando dos Objetivos de Desenvolvimento do
Milênio para a Agenda de Desenvolvimento Sustentável pós-2015, há uma
oportunidade sem precedentes para remodelar o diálogo sobre os direitos das mulheres e
acelerar os progressos para alcançar a igualdade de gênero. Isto será conseguido através
de uma reformulação do tema abordado, fazendo que esta deixe de ser uma questão
feminina para se tornar uma questão que exige a participação de homens e mulheres,
beneficiando toda a sociedade – social política e economicamente. Por esse motivo a
HeForShe torna-se um destaque formidável dentro do cenário internacional, pois tal
campanha promovida pela ONU Mulheres tem a oportunidade de acelerar o avanço em
busca da igualdade de gênero.
As Nações Unidas alerta que a discriminação contra as mulheres e meninas é
causa e consequência do deslocamento forçado e da apatridia. Muitas vezes, esta
discriminação é agravada por outros elementos, como origem étnica, deficiências
físicas, religião, orientação sexual, identidade de gênero e origem social.
De acordo com os dados do relatório “Tendências Globais” do ACNUR, 49%
das pessoas refugiadas eram mulheres em 2016. Aquelas que estão desacompanhadas,
grávidas ou são idosas estão ainda mais vulneráveis. Muitas dessas mulheres estão
fugindo de conflitos em sua terra natal e sofreram violências extremas e violações dos
direitos humanos, incluindo o assassinato e o desaparecimento de seus familiares, a
violência sexual e de gênero e o acesso restrito a alimentos, água e eletricidade.
Algumas foram repetidamente deslocadas ou foram exploradas ou abusadas em busca
de segurança.
As mulheres refugiadas também são muitas vezes as principais cuidadoras das
crianças e dos membros idosos da família, o que aprofunda ainda mais sua necessidade
de proteção e apoio. Com oportunidades econômicas limitadas, suas opções para
construir meios de subsistência geralmente são limitadas ao trabalho informal de baixa
remuneração, o que aumenta o risco de serem colocadas em situações precárias de
trabalho.
3. PERCENTUAL DE VOTO DOS PAÍSES MEMBROS DO BANCO MUNDIAL
PAÍS PORCENTUAL/VALORAÇÃO
DO VOTO
Estados Unidos 16%
Japão 8%
China 5%
Alemanha 6%
França 5%
Reino Unido 6%
Bélgica 5%
Espanha 5%
Holanda 5%
Austrália 3%
Índia 3%
Canadá 3%
Brasil 3%
Itália 3%
Dinamarca 3%
Argélia 2%
Suíça 3%
Indonésia 3%
Rússia 3%
Arábia Saudita 3%
Kuwait 2%
Peru 2%
Burkina Faso 1%
Zimbabwe 1%
África do Sul 1%
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