roda de conversa - redução da maioridade penal

30
maioridade penal? Vamos conversar sobre a redução da

Upload: ticiano-pedroso

Post on 17-Aug-2015

222 views

Category:

Documents


0 download

DESCRIPTION

Discussão sobre a maioridade penal

TRANSCRIPT

maioridade penal?Vamos conversar sobre a reduo da A CNBB se une a todos os brasi lei ros que trabalham para que se cumpra a premi ssa bsi ca da Consti tui o Federal, art. 227: CRI ANA E ADOLESCENTE PRI ORI DADE ABSOLUTA e rearma sua posi o contrri a reduo da mai ori dade penal. Confernci a Naci onal dos Bi spos do Brasi lTodas as vezes que zestes i sso a um desses mai s pequenos foi a mi m que o zestes (cf. Mt25, 40)Ambientao:Matrias de Jornal com manchetes de crimes efetuados por menores. Cartazes com frases afirmando que a educao a soluo. Imagens de jovens e adolescentes em situao de rua, de drogadio e se prostituindo. Cartazcomoartigo227daConstituioFederal.Cartazdacampanhacontraviolnciaeoextermniode jovens, Bblia, vela, flores...Acolhida: A acolhida vai ser feita com a poesia a seguir. Enquanto as pessoas entram, uma ou duas pessoas declamam a poesia e outras duas pessoas podem mostrar os cartazes e noticias que se encontra no centro da roda.Poesia Contra a reduo da maioridade penal - Elizandra Souza CapellaBom dia, a educao vai malTransporte e Sade vo malMoradia tambm vai malE vocs dizem que o problema reduzir a Maioridade penal?O silncio tambm mataEu digo no a reduo da maioridade penalAdolescer no pode ser crimeAs ruas no podem ser campo minadoCuidado, cuidado, cuidado.Rouba brisa, opinio pblicaGenocida noticiaNa manchete menor mataMenor rouba, menor, menor.Na tela apenas sequelaDe um sistema falidoCombater a consequnciaMascarada fica a causaReduo da maioridade penal d tiros nos psBrincar de soluo educacionalPrender o futuro no passadoColocando curumins no sistema prisionalXang sabe os meninos, no relento,Cirandeiros no mundoDescalos na roda da vidaQueremos justia e liberdade,E seguir os passos do vento.Aps a leitura da poesia, um dos leitores d as boas vindas: Sejam todas e todos bem vindos, ou no, a nossa dura realidade, onde ser adolescente pode se tornar crime, onde justia confundida com vingana e ser pobre prerrogativa pra ser preso.Abertura: Quero Dizer - Graa Figueiredo.Vou te contar o que aprendi com o HolocaustoQue preciso acordar ficar atento Que as injustias cometidas, vividas naquele tempo. Se reproduzem em qualquer momento.E voc pode acreditar que tudo comea Com o discurso e uma forma de pensar Que se impe na histriaE que vai mudando a forma de pensar at 2chegar ao.E produzir ideias sem conscincia, Fazendo toda forma de violncia,Tirando os meus direitos, dignidade, Formando preconceitos roubando a felicidade.Quero dizer, quero dizer, quero dizer.A juventude quer viver. (BIS)Vou te contar o que eu quero de verdade,A minha fala da vida e no pela metade,E quero escolas, quero creche, mais sade,Quero trabalho, quero vida e minha juventude.No adianta me dizerem o que eu vou falar,A sua ira, ignorncia no vo me matar,Maioridade penal, injustia...Interveno militar, no entro nessa no!Porque eu quero mais democracia,Diversidade, respeito, paz eu te diria.Se liga no entra nessa de manobraUma mudana sem memria um tiro na histria!Quero dizer, quero dizer, quero dizer.A juventude quer viver. (BIS)Leitor/a 1: Atualmente a maioridade penal no Brasil de 18 anos. Mas a possibilidade de diminuir essa idade para os 16 anos volta s discusses diante de muitos fatos expostos na mdiabaseados,sobretudo,eminteressesdegruposhigienizadoresdasociedadeque preferemesconderemascararosreaisproblemasdasjuventudesmarginalizadas.Estesgrupos tem em suas fileiras polticos conservadores, representantes de grandes empresas e organizaesprivadas,policiaisepessoasligadasaomodelorepressivodeseguranae religiosos fundamentalistas. Estes grupos ainda vem a juventude como se via em outras pocas, como futuro e no presente. Eles nos dividem em apenas dois grupos distintos: os e as jovens vistos como promessas de futuro e os jovens sem futuro. A este ultimo grupo, os sem futuro,almdoextermnioqueacontecediaadia,queremtambmreservaro encarceramentoemmassanumsistemafalidoquealmdenoreeducarprasociedade, estigmatiza e marca pra sempre aqueles que por l passam, so locais de tortura, violncia e tratamentos cruis e degradantes.Maisumavezsomosconvidadoseconvidadasanorepetirodiscursodaelite,que transmitido pelos Meios de Comunicao Social e reproduzido por tantos outros grupos de nossa sociedade, e a dizer no a esta lgica cruel, perversa e sem fim. Lgica que se baseia no desconhecimentoamplodapopulaoemrelaolegislaovigentenoBrasil. importante deixar claro que, ao contrrio do que tem se disseminado por a, no defendemos marginais,nemimpunidadeeinjustia.Defendemosavidaemsuatotalidade.preciso compreender os contextos sociais em que a maioria esmagadora dessa juventude em conflito com a lei se encontra. Na sua maioria so jovens de periferia, negros e do sexo masculino. Outra questo importante, que est ligada diretamente sensao de impunidade a falta ou a inexistncia da execuo da lei tal como ela est escrita. No Brasil, o adolescente j a partir dos 12 anos, isso mesmo, 12 anos, j responde judicialmente pelos seus atos. O que ocorre que,segundoaConstituioFederal,estesadolescentesquetenhamconflitocomaleie estejam na faixa etria de 12 a 18 anos deveriam ter um tratamento diferenciado, baseado no processo de medidas socioeducativas. Todas estas questes esto dispostas na Constituio e muito bem definidas no Estatuto da Criana e do Adolescente (ECA). Alis, bom que seja dito,queoECAreferencianomundocomoleideproteodosdireitosdacrianaedo adolescente. O que precisamos discutir o como se tem implementado esse Estatuto. No precisamos ir longe. Se visitssemos os Conselhos Tutelares das nossas cidades, veramos que a centralidade da questo no est primeiro no jovens que cometem um ato infracional, mas no como o estado brasileiro em todas as suas esferas trata esses jovens. No h nenhum compromissocomaadolescnciaejuventude,detalmodoquetodaessaparcelada 3sociedade brasileira fica desprotegida e a merc da criminalidade.Querem reduzir a maioridade penal. Agora 16 anos, mas isso no vai parar, por que o Estado no protege crianas, adolescentes e jovens em nenhuma faixa etria. Nossa resposta a organizao de uma sociedade sustentvel em que a vida de todos e todas esteja em primeiro lugar. Onde possamos lutar por uma educao de qualidade para todas as classes sociais e mais polticas pblicas para juventude.Dinmica: Jri SimuladoDividir o grupo em dois. Distribuir para um grupo envelopes que contm argumentos que defendem a reduo da maioridade e pro segundo grupo argumentos contrrios reduo. A dinmica comea com o grupo dos argumentos favorveis a reduo. Um dos componentes ler um dos argumentos e poder explanar sobre o mesmo com os conhecimentos que o proprio grupotem.Ogrupocontrrioreduopodersemanifestarpormeiodosargumentos contidosnosseusenvelopes.Odebatedevefluiratalpontoqueosdoisgrupostenham conhecimentodetodososargumentoscontidosnosenvelopes.Abaixoseguemalguns argumentos. Caso seja necessrio, podem ser includos outros argumentos.Favorveis Reduo: Adolescentesquecometemcrimeficam impunes porque no podem ser presos Porqueosadolescentesquecometemcrime no buscam as oportunidades que existem Os adolescentes so os que mais matam AmaioriadosCrimescometidopor Adolescentes Porqueprecisopunirosadolescentespra queelesaprendamqueestoerrados. precisopenalizaroAdolescentepelosseus atos criminosos. Hojeoadolescentequeentranocrimeofaz porque sabe que o cainho mais fcil; No Existe Punio pra crimes cometidos por adolescentes ACadeiaasoluoproscrimescometidos por Adolescentes Adolescentescomentemcrimesporque sabem que no podem ser presos. ReduziraMaioridadePenalresolvero problema da violncia Muitos pases reduziram a maioridade Penal O Adolescente sabe o que est fazendo Se no reduzir eles vo continuar cometendo crimes preciso endurecer as penas e mudar as leis no Brasil pra resolver o problema Se j vota j pode ser preso. Amaioriadospasesdomundotema maioridade menor que 18 anos. 80% da populao acha que se deve reduzir a Maioridade Penal. a soluo mais rpidaContrrios reduo: Jresponsabilizamosadolescentesemato infracional Adolescentecometeatoinfracional.Existe legislaoprareeducaorestaelaser cumprida com qualidade. O ndice de reincidncia nas prises de 70% Osistemaprisionalbrasileironosuporta mais pessoas. Reduziramaioridadepenalnoreduza violncia. Fixaramaioridadepenalem18anos tendncia mundial Afasedetransiojustificaotratamento diferenciado. As leis no podem se pautar na exceo. Reduziramaioridadepenaltrataroefeito, no a causa. Educar melhor e mais eficiente do que punir. Porquereduziramaioridadepenalisentao estado do compromisso com a juventude Os adolescentes so as maiores vitimas, e no os principais autores da violncia Na prtica, a proposta invivel. Reduziramaioridadepenalnoafasta crianas e adolescentes do crime Af r ont al ei s br as i l ei r as eac or dos internacionais Poder votar no tem a ver com ser preso com adultos OBr a s i l e s t de nt r o do s pa dr e s internacionais. Importantes rgos tm apontado que no uma boa soluo.4Refletindo sobre o temaComovimos,muitospodemserosargumentosafavorecontraareduo.Oque precisamosrefletirdamaneiramaisisentapossveldepreconceitos.Sabemosquea reduo pode ser, a curto prazo, a nica maneira ou a mais fcil para diminuir a violncia, mas dados e pesquisas mostram que no bem por a.Abaixo, apresentamos um texto produzido pelo Movimento 18 Razes que traz elementos interessantes, tanto do ponto de vista jurdico, como tico e moral. O importante do texto que ele quebrar muitos preconceitos e tirar muitas duvidas que temos, geralmente porque no nos abrimos aos fatos.As 18 Razes CONTRA a Reduo da Maioridade Penal1. Porque j responsabilizamos adolescentes em ato infracional.A partir dos 12 anos, qualquer adolescente responsabilizado pelo ato cometido contra a lei. Essa responsabilizao, executada por meio de medidas socioeducativas previstas no ECA, tm o objetivo de ajud-lo a recomear e a prepar-lo para uma vida adulta de acordo com o socialmente estabelecido. parte do seu processo de aprendizagem que ele no volte a repetir o ato infracional.Por isso, no devemos confundir impunidade com imputabilidade. A imputabilidade, segundo o CdigoPenal,acapacidadedapessoaentenderqueofatoilcitoeagirdeacordocomesse entendimento, fundamentando em sua maturidade psquica. 2. Porque a lei j existe. Resta ser cumprida!O ECA prev seis medidas educativas: advertncia, obrigao de reparar o dano, prestao de servios comunidade, liberdade assistida, semiliberdade e internao. Recomenda que a medida seja aplicada de acordo com a capacidade de cumpri-la, as circunstncias do fato e a gravidade da infrao.Muitos adolescentes, que so privados de sua liberdade, no ficam em instituies preparadas para sua reeducao, reproduzindo o ambiente de uma priso comum. E mais: o adolescente pode ficar at 9 anos em medidas socioeducativas, sendo trs anos interno, trs em semiliberdade e trs em liberdade assistida, com o Estado acompanhando e ajudando a se reinserir na sociedade.No adianta s endurecer as leis se o prprio Estado no as cumpre!3. Porque o ndice de reincidncia nas prises de 70%.Nohdadosquecomprovemqueorebaixamentodaidadepenalreduzosndicesde criminalidade juvenil. Ao contrrio, o ingresso antecipado no falido sistema penal brasileiro expe as(os) adolescentes a mecanismos/comportamentos reprodutores da violncia, como o aumento das chances de reincidncia, uma vez que as taxas nas penitencirias so de 70% enquanto no sistema socioeducativo esto abaixo de 20%.A violncia no ser solucionada com a culpabilizao e punio, mas pela ao da sociedade e governos nas instncias psquicas, sociais, polticas e econmicas que as reproduzem. Agir punindo e sem se preocupar em discutir quais os reais motivos que reproduzem e mantm a violncia, s gera mais violncia. 4. Porque o sistema prisional brasileiro no suporta mais pessoas.O Brasil tem a 4 maior populao carcerria do mundo e um sistema prisional superlotado com 500 mil presos. S fica atrs em nmero de presos para os Estados Unidos (2,2 milhes), China (1,6 milhes) e Rssia (740 mil).O sistema penitencirio brasileiro NO tem cumprido sua funo social de controle, reinsero e reeducao dos agentes da violncia. Ao contrrio, tem demonstrado ser uma escola do crime.Portanto, nenhum tipo de experincia na cadeia pode contribuir com o processo de reeducao e reintegrao dos jovens na sociedade.5 5. Porque reduzir a maioridade penal no reduz a violncia.Muitos estudos no campo da criminologia e das cincias sociais tm demonstrado que NO H RELAO direta de causalidade entre a adoo de solues punitivas e repressivas e a diminuio dos ndices de violncia.No sentido contrrio, no entanto, se observa que so as polticas e aes de natureza social que desempenham um papel importante na reduo das taxas de criminalidade.Dados do Unicef revelam a experincia mal sucedida dos EUA. O pas, que assinou a Conveno Internacional sobre os Direitos da Criana, aplicou em seus adolescentes, penas previstas para os adultos.Osjovensquecumprirampenaempenitenciriasvoltaramadelinquiredeformamais violenta. O resultado concreto para a sociedade foi o agravamento da violncia. 6. Porque fixar a maioridade penal em 18 anos tendncia mundial.Diferentementedoquealgunsjornais,revistasouveculosdecomunicaoemgeraltm divulgado,aidadederesponsabilidadepenalnoBrasilnoseencontraemdesequilbriose comparada maioria dos pases do mundo.De uma lista de 54 pases analisados, a maioria deles adota a idade de responsabilidade penal absoluta aos 18 anos de idade, como o caso brasileiro.Essa fixao majoritria decorre das recomendaes internacionais que sugerem a existncia de um sistema de justia especializado para julgar, processar e responsabilizar autores de delitos abaixo dos 18 anos. 7. Porque a fase de transio justifica o tratamento diferenciado.ADoutrinadaProteoIntegraloquecaracterizaotratamentojurdicodispensadopelo DireitoBrasileiroscrianaseadolescentes,cujosfundamentosencontram-senoprpriotexto constitucional, em documentos e tratados internacionais e no Estatuto da Criana e do Adolescente.Taldoutrinaexigequeosdireitoshumanosdecrianaseadolescentessejamrespeitadose garantidos de forma integral e integrada, mediando e operacionalizao de polticas de natureza universal, protetiva e socioeducativa.A definio do adolescente como a pessoa entre 12 e 18 anos incompletos implica a incidncia de um sistema de justia especializado para responder a infraes penais quando o autor trata-se de um adolescente.A imposio de medidas socioeducativas e no das penas criminais relaciona-se justamente com a finalidade pedaggica que o sistema deve alcanar, e decorre do reconhecimento da condio peculiar de desenvolvimento na qual se encontra o adolescente. 8. Porque as leis no podem se pautar na exceo.At junho de 2011, o Cadastro Nacional de Adolescentes em Conflito com a Lei (CNACL), do Conselho Nacional de Justia, registrou ocorrncias de mais de 90 mil adolescentes. Desses, cerca de 30 mil cumprem medidas socioeducativas. O nmero, embora seja considervel, corresponde a 0,5% da populao jovem do Brasil, que conta com 21 milhes de meninos e meninas entre 12 e 18 anos.Sabemos que os jovens infratores so a minoria, no entanto, pensando neles que surgem as propostas de reduo da idade penal. Cabe lembrar que a exceo nunca pode pautar a definio da poltica criminal e muito menos a adoo de leis, que devem ser universais e valer para todos.As causas da violncia e da desigualdade social no se resolvero com a adoo de leis penais severas. O processo exige que sejam tomadas medidas capazes de romper com a banalizao da violnciaeseuciclo.Aesnocampodaeducao,porexemplo,demonstram-sepositivasna diminuio da vulnerabilidade de centenas de adolescentes ao crime e violncia. 9. Porque reduzir a maioridade penal tratar o efeito, no a causa!A constituio brasileira assegura nos artigos 5 e 6 direitos fundamentais como educao, sade, moradia, etc. Com muitos desses direitos negados, a probabilidade do envolvimento com o crime aumenta, sobretudo entre os jovens.O adolescente marginalizado no surge ao acaso. Ele fruto de um estado de injustia social que gera e agrava a pobreza em que sobrevive grande parte da populao.6A marginalidade torna-se uma prtica moldada pelas condies sociais e histricas em que os homens vivem. O adolescente em conflito com a lei considerado um 'sintoma' social, utilizado como uma forma de eximir a responsabilidade que a sociedade tem nessa construo.Reduzir a maioridade transferir o problema. Para o Estado mais fcil prender do que educar. 10. Porque educar melhor e mais eficiente do que punir.A educao fundamental para qualquer indivduo se tornar um cidado, mas realidade que no Brasil muitos jovens pobres so excludos deste processo. Puni-los com o encarceramento tirar a chancedesetornaremcidadosconscientesdedireitosedeveres,assumiraprpria incompetncia do Estado em lhes assegurar esse direito bsico que a educao.As causas da violncia e da desigualdade social no se resolvero com adoo de leis penais mais severas. O processo exige que sejam tomadas medidas capazes de romper com a banalizao da violncia e seu ciclo. Aes no campo da educao, por exemplo, demonstram-se positivas na diminuio da vulnerabilidade de centenas de adolescentes ao crime e violncia.Precisamos valorizar o jovem, consider-los como parceiros na caminhada para a construo de uma sociedade melhor. E no como os viles que esto colocando toda uma nao em risco. 11. Porque reduzir a maioridade penal isenta o estado do compromisso com a juventude.OBrasilnoaplicouaspolticasnecessriasparagarantirscrianas,aosadolescentese jovensoplenoexercciodeseusdireitoseissoajudouemmuitoaaumentarosndicesde criminalidade da juventude.O que estamos vendo uma mudana de um tipo de Estado que deveria garantir direitos para um tipo de Estado Penal que administra a panela de presso de uma sociedade to desigual. Deve-se mencionar ainda a ineficincia do Estado para emplacar programas de preveno da criminalidade e de assistncia social eficazes, junto s comunidades mais pobres, alm da deficincia generalizada em nosso sistema educacional. 12. Porque os adolescentes so as maiores vitimas, e no os principais autores da violncia.At junho de 2011, cerca de 90 mil adolescentes cometeram atos infracionais. Destes, cerca de 30 mil cumprem medidas socioeducativas. O nmero, embora considervel, corresponde a 0,5% da populao jovem do Brasil que conta com 21 milhes de meninos e meninas entre 12 e 18 anos.Os homicdios de crianas e adolescentes brasileiros cresceram vertiginosamente nas ltimas dcadas: 346% entre 1980 e 2010. De 1981 a 2010, mais de 176 mil foram mortos e s em 2010, o nmero foi de 8.686 crianas e adolescentes assassinadas, ou seja, 24 POR DIA!A Organizao Mundial de Sade diz que o Brasil ocupa a 4 posio entre 92 pases do mundo analisados em pesquisa. Aqui so 13 homicdios para cada 100 mil crianas e adolescentes; de 50 a 150 vezes maior que pases como Inglaterra, Portugal, Espanha, Irlanda, Itlia, Egito cujas taxas mal chegam a 0,2 homicdios para a mesma quantidade de crianas e adolescentes. 13. Porque, na prtica, a PEC 33/2012 invivel!!A Proposta de Emenda Constitucional quer alterar os artigos 129 e 228 da Constituio Federal, acrescentando um paragrafo que prev a possibilidade de desconsiderar da inimputabilidade penal de maiores de 16 anos e menores de 18 anos.E o que isso quer dizer? Que continuaro sendo julgados nas varas Especializadas Criminais da InfnciaeJuventude,masseoMinistrioPblicoquiserpoderpedirpara'desconsiderar inimputabilidade', o juiz decidir se o adolescente tem capacidade para responder por seus delitos. Seriamnecessrioslaudospsicolgicoseperciapsiquitricadiantedasinfraes:crimes hediondos, trfico de drogas, tortura e terrorismo ou reincidncia na pratica de leso corporal grave e roubo qualificado. Os laudos atrasariam os processos e congestionariam a rede pblica de sade.APECapenasdelegaaojuizaresponsabilidadededizerseoadolescentedeveounoser punido como um adulto.No Brasil, o gargalo da impunidade est na ineficincia da polcia investigativa e na lentido dos julgamentos. Ao contrrio do senso comum, muito divulgado pela mdia, aumentar as penas e para 7um nmero cada vez mais abrangente de pessoas no ajuda em nada a diminuir a criminalidade, pois, muitas vezes, elas no chegam a ser aplicadas. 14. Porque reduzir a maioridade penal no afasta crianas e adolescentes do crime.Se reduzida a idade penal, estes sero recrutados cada vez mais cedo.O problema da marginalidade causado por uma srie de fatores. Vivemos em um pas onde h m gesto de programas sociais/educacionais, escassez das aes de planejamento familiar, pouca oferta de lazer nas periferias, lentido de urbanizao de favelas, pouco policiamento comunitrio, e assim por diante.A reduo da maioridade penal no visa a resolver o problema da violncia. Apenas fingir que h justia. Um autoengano coletivo quando, na verdade, apenas uma forma de massacrar quem j massacrado.Medidas como essa tm carter de vingana, no de soluo dos graves problemas do Brasil que so de fundo econmico, social, poltico. O debate sobre o aumento das punies a criminosos juvenis envolve um grave problema: a lei do menor esforo. Esta seduz polticos prontos para oferecer solues fceis e rpidas diante do clamor popular.Nesse momento, diante de um crime odioso, mais fcil mandar quebrar o termmetro do que falar em enfrentar com seriedade a infeco que gera a febre. 15. Porque afronta leis brasileiras e acordos internacionais.VaicontraaConstituioFederalBrasileiraquereconheceprioridadeeproteoespeciala crianas e adolescentes. A reduo inconstitucional.VaicontraoSistemaNacionaldeAtendimentoSocioeducativo(SINASE)deprincpios administrativos, polticos e pedaggicos que orientam os programas de medidas socioeducativas.VaicontraaDoutrinadaProteoIntegraldoDireitoBrasileiroqueexigequeosdireitos humanos de crianas e adolescentes sejam respeitados e garantidos de forma integral e integrada s polticas de natureza universal, protetiva e socioeducativa.Vai contra parmetros internacionais de leis especiais para os casos que envolvem pessoas abaixo dos dezoito anos autoras de infraes penais.VaicontraaConvenosobreosDireitosdaCrianaedoAdolescentedaOrganizaodas Naes Unidas (ONU) e a Declarao Internacional dos Direitos da Criana compromissos assinados pelo Brasil. 16. Porque poder votar no tem a ver com ser preso com adultos.O voto aos 16 anos opcional e no obrigatrio, direito adquirido pela juventude. O voto no para a vida toda, e caso o adolescente se arrependa ou se decepcione com sua escolha, ele pode corrigir seu voto nas eleies seguintes. Ele pode votar aos 16, mas no pode ser votado.Nesta idade ele tem maturidade sim para votar, compreender e responsabilizar-se por um ato infracional.Emnossopasqualqueradolescente,apartirdos12anos,podeserresponsabilizadopelo cometimento de um ato contra a lei.O tratamento diferenciado no porque o adolescente no sabe o que est fazendo. Mas pela suacondioespecialdepessoaemdesenvolvimentoe,nestesentido,oobjetivodamedida socioeducativa no faz-lo sofrer pelos erros que cometeu, e sim prepar-lo para uma vida adulta e ajuda-lo a recomear. 17. Porque o Brasil est dentro dos padres internacionais.So minoria os pases que definem o adulto como pessoa menor de 18 anos. Das 57 legislaes analisadas pela ONU, 17% adotam idade menor do que 18 anos como critrio para a definio legal de adulto.Alemanha e Espanha elevaram recentemente para 18 a idade penal e a primeira criou ainda um sistema especial para julgar os jovens na faixa de 18 a 21 anos.Tomando 55 pases de pesquisa da ONU, na mdia os jovens representam 11,6% do total de infratores,enquantonoBrasilestemtornode10%.Portanto,opasestdentrodospadres 8internacionais e abaixo mesmo do que se deveria esperar. No Japo, eles representam 42,6% e ainda assim a idade penal no pas de 20 anos.Se o Brasil chama a ateno por algum motivo pela enorme proporo de jovens vtimas de crimes e no pela de infratores. 18. Porque importantes rgos tm apontado que no uma boa soluo.O UNICEF expressa sua posio contrria reduo da idade penal, assim como qualquer alteraodestanatureza.Acreditaqueelarepresentaumenormeretrocessonoatualestgiode defesa, promoo e garantia dos direitos da criana e do adolescente no Brasil. A Organizao dos Estados Americanos (OEA) comprovou que h mais jovens vtimas da criminalidade do que agentes dela.O Conselho Nacional dos Direitos da Criana e do Adolescente (CONANDA) defende o debate ampliadoparaqueoBrasilnoconduzamudanasemsualegislaosoboimpactodos acontecimentosedasemoes.OCRP(ConselhoRegionaldePsicologia)lanaacampanhaDez RazesdaPsicologiacontraaReduodaidadepenalCNBB,OAB,FundaoAbrinqlamentam publicamente a reduo da maioridade penal no pas.Maisde50entidadesbrasileirasaderemaoMovimento18RazesparaaNoreduoda maioridade penal.Leitura da PalavraNeste momento pode ser feita a leitura da iluminao bblica do encontro, Mt 25,40, ou outra leitura que o grupo achar melhor.Aps a leitura do texto das 18 razes e da passagens bblica, podemos refletir um pouco... O que existe no texto que eu no conhecia? Ainda possvel atribuir o fim da violncia reduo da Maioridade penal? mesmo necessrio modificar clausulas ptreas, ou ainda, reduzir os direitos garantidos a duras penas aos adolescentes e jovens com base no discurso de que estes so impunes porque so protegidos pelo artigo 228 da Constituio Federal? O que Jesus nos diz a respeito do tema da Reduo? Quais so as atitudes primeiras que ns cristos, devemos tomar?Msica: No srio - Charlie Brown Jr.9Eu vejo na TV o que eles falam sobre o jovem no srioO jovem no Brasil nunca levado a srioEu vejo na TV o que eles falam sobre o jovem no srio, no srioEu vejo na TV o que eles falam sobre o jovem no srioO jovem no Brasil nunca levado a srioEu vejo na TV o que eles falam sobre o jovem no srio, no srioSempre quis falarNunca tive chanceTudo que eu queriaEstava fora do meu alcanceSim, jJ faz um tempoMas eu gosto de lembrarCada um, cada umCada lugar, um lugarEu sei como difcilEu sei como difcil acreditarMas essa porra um dia vai mudarSe no mudar, pra onde vouNo cansado de tentar de novoPassa a bola, eu jogo o jogoEu vejo na TV o que eles falam sobre o jovem no srioO jovem no Brasil nunca levado a srioEu vejo na TV o que eles falam sobre o jovem no srio, no srioEu vejo na TV o que eles falam sobre o jovem no srioO jovem no Brasil nunca levado a srioEu vejo na TV o que eles falam sobre o jovem no srio, no srioA polcia diz que j causei muito distrbio10Para ir encerrando:Como podemos ver, muito daquilo que pensamos e tomamos como verdade so baseados naquiloquevemoseouvimosatravsdamdia.Acabamosporreproduzirdiscursosque muitas vezes nos oprimem e nos excluem, sem nem percebermos. que tal se olhssemos as manchetes, como as usadas na ambientao, de maneira diferente? Busquem monitorar as manchetes nos jornais falados e escritos e faam um grfico em uma cartolina. Nela deve conter informaes como: quem so os jovens, se brancos ou negros, pobres ou ricos, onde moram,oqueaconteceu,etc.Apsamontagemdogrfico,emgrupo,avaliemas quantidades,parasetraaroperfildosjovensqueviroaserpresoscasoareduoda maioridade penal se concretize. Faam uma breve conversa sobre isso e tracem possveis solues e mobilizaes.OutrogestopossvelebemfcilumavisitaaoConselhoTutelardesuacidadepara observar o dia a dia dos atendimentos. Conversem com os Conselheiros, perguntem sobre as Medidas Scio-Educativas que existem e so aplicadas na sua cidade. Perguntem como a estrutura, se ela garantida para um trabalho que atenda s necessidades das crianas e adolescentes da cidade que esto em situao de risco.O reprter quer saber porque eu me drogoO que que eu usoEu tambm senti a dorE disso tudo eu fiz a rimaAgora t por contaPode crer que eu t no climaEu t no clima.... segue a rimaRevoluo na sua mente voc pode voc fazQuem sabe mesmo quem sabe maisRevoluo na sua vida voc pode voc fazQuem sabe mesmo quem sabe maisRevoluo na sua mente voc pode voc fazQuem sabe mesmo quem sabe maisTambm sou rimador, tambm sou da bancaAperta um do forte que fica tudo a pampaEu t no clima! Eu t no clima ! Eu t no climaSegue a Rima!Sempre quis falarNunca tive chanceTudo que eu queriaEstava fora do meu alcanceSim, jJ faz um tempoMas eu gosto de lembrarCada um, cada umCada lugar, um lugarEu sei como difcilEu sei como difcil acreditarMas essa porra um dia vai mudarSe no mudar, pra onde vouNo cansado de tentar de novoPassa a bola, eu jogo o jogoEu vejo na TV o que eles falam sobre o jovem no srioO jovem no Brasil nunca levado a srioEu vejo na TV o que eles falam sobre o jovem no srio, no srioEu vejo na TV o que eles falam sobre o jovem no srioO jovem no Brasil nunca levado a srioEu vejo na TV o que eles falam sobre o jovem no srio, no srioA polcia diz que j causei muito distrbioO reprter quer saber porque eu me drogoO que que eu usoEu tambm senti a dorE disso tudo eu fiz a rimaAgora t por contaPode crer que eu t no climaEu t no clima... segue a rimaRevoluo na sua mente voc pode voc fazQuem sabe mesmo quem sabe maisRevoluo na sua vida voc pode voc fazQuem sabe mesmo quem sabe maisRevoluo na sua mente voc pode voc fazQuem sabe mesmo quem sabe maisRevoluo na sua mente voc pode voc fazQuem sabe mesmo quem sabe maisEu t no clima"O que eu consigo ver s um tero do problema o Sistema que tem que mudarNo se pode parar de lutarSeno no mudaA Juventude tem que estar a fimTem que se unirO abuso do trabalho infantil, a ignornciaS faz destruir a esperanaNa TV o que eles falam sobre o jovem no srioDeixa ele viver! o que liga"111. Eu vou contar uma histria,Tenho eu muita razo:O que puxo na memria.T na constituioTemos todos o direito.e sem ter o preconceitode idade, classe ou opo.2. Sonho, um sonho impossvel.Pois a lgica de coVivo numa sociedadeQue julga sem apelaoE com a desculpa de ser justoUsam todos os recursosPra influenciar a nao.3. Ao mudar a legislaoDe dezoito a dezesseisLegitimam a exclusoDaqueles que no tem vezS aumenta a violnciaE nada de eficinciaPra ter "VIDA COMO LEI".4. Querem procurar Culpados?Melhora a educao.e pra no ter subordinadosCria a participao.Pois com a democracia,Trabalho, sade e famlia.Que se constri um sujeito cidado.5. Digo com muita firmezaNo reduo penal.No trata com profundeza s circunstancialVamos com arte e destrezaCom muita raa e belezaVencer a lgica imoralPai Nosso Orao:Oremos pelo presente e pelo futuro de nossa juventude.Para que adolescentes e jovens tenham seus direitos garantidos e respeitados, que possam desfrutar da vida plena e em abundncia, como o desejo de Jesus para todas e todos ns. Para que a cidadania deles seja garantida pelas autoridades, a fim de que desfrutem da paz e da justia sonhada por Deus. Por todas e todos os que, assim como Jesus, foram vtimas da brutalidade humana, sofrendo na pele com a violncia, a excluso e o preconceito. Que eles tenhamforaparasuperarenobusquemvingananolugardejustia.Pelasnossas autoridades, para que nunca se esqueam de que a criana, o adolescente e o jovem devem sertratadoscomoprioridadeabsolutapeloEstadobrasileiro,conformeprevistona Constituio.Pelosadolescentesquecumpremmedidassocioeducativas,paraque aprendamcomseuserros,nosendoinfluenciadospelosistemacriminalquetambm excludente e sejam capazes de superar suas limitaes e se tornem adultos promotores do bem e construtores da paz, da justia e da liberdade.Amm.Saideira: Maioridade penal -Maria das Graas F. da Silva MendesSem pena (Filme Documentrio)http://migre.me/plVApPra que reduzir a Maioridade Penal? http://migre.me/plUFEPra que reduzir a Maioridade Penal?(2)http://migre.me/plUE1Que tal reduzir a maioridade penal para seis anos?http://migre.me/plUJLwww.viracao.orgjuventude.gov.brwww.pj.org.br18razoes.wordpress.com12Anexos13Bem-aventurados os que promovem a paz, porque sero chamados filhos de Deus (Mt 5,9)O debate sobre a reduo da maioridade penal, colocado em evidncia mais uma vez pela comoo provocada por crimes brbaros cometidos por adolescentes, conclama-nos a uma profunda reflexo sobre nossa responsabilidade no combate violncia, na promoo da cultura da vida e da paz e no cuidado e proteo das novas geraes de nosso pas.Adelinqunciajuvenil,antesdetudo,umavisodequeoEstado,aSociedadeea Famlia no tm cumprido adequadamente seu dever de assegurar, com absoluta prioridade, os direitos da criana e do adolescente, conforme estabelece o artigo 227 da Constituio Federal. Criminalizar o adolescente com penalidades no mbito carcerrio seria maquiar a verdadeiracausadoproblema,desviandoaatenocomrespostassimplrias, inconsequentes e desastrosas para a sociedade.Acampanhasistemticadevriosmeiosdecomunicaoafavordareduoda maioridadepenalviolentaaimagemdosadolescentesesquecendo-sedequeelesso tambm vtimas da realidade injusta em que vivem. Eles no so os principais responsveis pelo aumento da violncia que nos assusta a todos, especialmente pelos crimes de homicdio. De acordo com a ONG Conectas Direitos Humanos, a maioria dos adolescentes internados na Fundao Casa, em So Paulo, foi detida por roubo (44,1%) e trfico de drogas (41,8%). J o crime de latrocnio atinge 0,9% e o de homicdio, 0,6%. , portanto, imoral querer induzir a sociedade a olhar para o adolescente como se fosse o principal responsvel pela onda de violncia no pas.OEstatutodaCrianaedoAdolescente(ECA),aocontrriodoquesepropaga injustamente, exigente com o adolescente em conflito com a lei e no compactua com a impunidade. Ele reconhece a responsabilizao do adolescente autor de ato infracional, mas acredita na sua recuperao, por isso prope a aplicao das medidas socioeducativas que valorizam a pessoa e lhe favoream condies de autossuperao para retornar a sua vida normal na sociedade. sociedade cabe exigir do Estado no s a efetiva implementao das medidassocioeducativas,mastambmoinvestimentoparaumaeducaodequalidade, almdepolticaspblicasqueeliminemasdesigualdadessociais.Junta-seaistoa necessidade de se combater corajosamente a praga das drogas e da complexa estrutura que a sustenta, causadora de inmeras situaes que levam os adolescentes violncia.Nota da CNBB sobre a reduo da maioridade penal14Adotada em 42 pases de 54 pesquisados pela UNICEF, a maioridade penal aos 18 anos decorredasrecomendaesinternacionaisquesugeremaexistnciadeumsistemade justia especializado para julgar, processar e responsabilizar autores de delitos abaixo dos 18 anos(UNICEF).Reduzi-laseriaignorarocontextodaclusulaptreaconstitucional Constituio Federal, art. 228 , alm de confrontar a Conveno dos Direitos da Criana e do Adolescente,as regrasMnimas de Beijing, as Diretrizes paraPreveno da Delinquncia Juvenil, as Regras Mnimas para Proteo dos Menores Privados de Liberdade (Regras de Riad),oPactodeSanJosdaCostaRicaeoEstatutodaCrianaedoAdolescente(cf. Declarao da CNBB contra a reduo da maioridade penal 24.04.2009).O Conselho Episcopal Pastoral da Conferncia Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), reunido em Braslia, nos dias 14 a 16 de maio, reafirma que a reduo da maioridade no a soluoparaofimdaviolncia.ElaanegaodaDoutrinadaProteoIntegralque fundamentaotratamentojurdicodispensadoscrianaseadolescentespeloDireito Brasileiro.AIgrejanoBrasilcontinuaacreditandonacapacidadederegeneraodo adolescente quando favorecido em seus direitos bsicos e pelas oportunidades de formao integral nos valores que dignificam o ser humano.No nos cansemos de combater a violncia que contrria ao Reino de Deus; ela nunca est a servio da humanidade, mas a desumaniza, como nos recordava o papa Bento XVI (Angelus, 11 de maro de 2012). Deus nos conceda a todos um corao materno que pulse com misericrdia e responsabilidade pela pessoa violentada em sua adolescncia. Nossa Senhora Aparecida proteja nossos adolescentes e nos auxilie na defesa da famlia.Braslia, 16 de maio de 2013.Dom Jos Belisrio da SilvaArcebispo de So Lus do MaranhoPresidente da CNBB em exerccioDom Sergio Arthur BraschiBispo de Ponta GrossaVice-Presidente da CNBB em exerccioDom Leonardo Ulrich SteinerBispo Auxiliar de BrasliaSecretrio Geral da CNBBFonte: http://www.cnbb.org.br/imprensa/noticias/11999-nota-da-cnbb-sobre-a-reducao-da-maioridade-penal15Chapec/SC, 23 de maro de 2015.APastoraldaJuventude(PJ),organizaodaIgrejaCatlicaligadaConferncia Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), possui mais de 40 anos de histria e tem articulao nos26estadosbrasileirosenoDistritoFederal,commaisde10milgruposdejovens, coordenaeslocais,estaduaisenacional.Diantedesseacmulohistricodeinsero, defesaepromoodavidadajuventude,aPJvempormeiodestanota,manifestarseu REPDIO a todas tentativas de reduo da maioridade penal.OBrasilpossuiaquartamaiorpopulaocarcerriadomundo,commaisde563mil pessoas encarceradas, atrs apenas dos Estados Unidos (2,2 milhes), da China (1,7 milho) e Rssia (676 mil), conforme dados apresentados pelo Conselho Nacional de Justia (CNJ) em junho de 2014. Cerca de 80% da populao carcerria brasileira est presa por crime contra o patrimnio ou por trfico de entorpecentes; 55% tem menos de 29 anos; mais de 60% negra; aproximadamente 90% sequer concluiu o ensino mdio.A populao de adolescentes (12 a 17 anos) no Brasil de 20.666.575 (IBGE 2010). Deste total,22.077(0,01%)estoemconflitocomaLei,sendo1.852fichadosporprticade homicdio.Alm da caracterstica massiva do encarceramento no Brasil, soma-se o carter seletivo dosistemapenal:mesmocomadiversidadetnicaesocialdapopulaobrasileira,as pessoas submetidas ao sistema prisional tm quase sempre a mesma cor e provm da mesma classe social e territrios geogrficos historicamente deixados s margens do processo do desenvolvimento brasileiro: so pessoas jovens, pobres, perifricas e negras.Pela incompetncia e omisso do Estado e da sociedade em negar direitos fundamentais bsicos constitucionalmente garantidos, prefere-se jogar esses e essas jovens e adolescentes para atrs das grades. O Estado brasileiro no tem efetivado a aplicao mais ajustada das medidassocioeducativasqueestoprevistasnoECA(EstatutodaCrianaedo Adolescente), que existe h 25 anos, e poucas so as iniciativas de execuo de polticas pblicas de juventude eficientes, que so essenciais para uma vida digna e segura.Trancar jovens com 16 anos em um sistema penitencirio falido que no tem cumprido comasuafunosocialetemdemonstradoserumaescoladocrime,noasseguraa Nota da Pastoral da Juventude sobre a reduo da maioridade penal16reinsero e reeducao dessas pessoas, muito menos a diminuio da violncia. A proposta de reduo da maioridade penal fortalece a poltica criminal e afronta a proteo integral do/a adolescente.Em nota publicada em maio de 2013, a CNBB afirma que reduzir a maioridade penal ignorar o contexto da clusula ptrea constitucional Constituio Federal, art. 228 , alm de confrontaraConvenodosDireitosdaCrianaedoAdolescente,asregrasMnimasde Beijing,asDiretrizesparaPrevenodaDelinqunciaJuvenil,asRegrasMnimaspara Proteo dos Menores Privados de Liberdade (Regras de Riad), o Pacto de San Jos da Costa Rica e o Estatuto da Criana e do Adolescente.Compreendemosqueacriminalidadeeaviolncianaqualestoinseridos/as adolescentes e jovens so frutos de um modelo neoliberal de produo e consumo que opera na manuteno das injustias socioeconmicas, e devem urgentemente ser transformadas, especialmente a partir da construo de polticas que garantam direitos bsicos juventude e adolescentes, como o direito educao e sade de qualidade, moradia digna e trabalho decente.Serfavorvelaestamedidatambmferironossodesejoehorizontedevidaem plenitude para toda a juventude. Conclamamos a sociedade a compreender que tarefa de todos/as trabalharmos pela cultura de paz, priorizando o cuidado, a escuta e o compromisso comavidadajuventude,adolescentesecrianasparaumBrasilplenodepaz,justiae dignidade.Aline OgliariSecretria Nacional da Pastoral da Juventude,Pela Coordenao Nacional e Comisso Nacional de Assessores/as da PJFonte: http://www.pj.org.br/blog/nota-da-pastoral-da-juventude-sobre-a-reducao-da-maioridade-penal/17Quem acolhe o menor, a mim acolhe (Jesus Cristo) - Campanha da Fraternidade-1987Emplenoanodoaniversriode25anosdoEstatutodaCrianaedoAdolescente, parlamentares podem aprovar a Proposta de Emenda Constitucional n 171 (PEC 171/1993), que tem como objetivo alterar a Constituio Federal para reduzir a maioridade penal de 18 para 16 anos. Alm disso, h a proposta de colocar em votao projetos de lei que, segundo algunsparlamentares,visamcombateracriminalidade,comooaumentodotempode internao de crianas e adolescentes em casos de crimes graves.Amaioridadepenalaos18anosdecorredasrecomendaesinternacionaisque sugeremaexistnciadeumsistemadejustiaespecializadoparajulgar,processare responsabilizar autores de delitos abaixo dos 18 anos (UNICEF). Reduzi-la, seria ignorar o contexto da clusula ptrea constitucional [JL1] Constituio Federal, art. 228 , alm de confrontar a Conveno sobre os Direitos da Criana e do Adolescente, as regras Mnimas de Beijing,asDiretrizesparaPrevenodaDelinqunciaJuvenil,asRegrasMnimaspara Proteo dos Menores Privados de Liberdade (Regras de Riad), o Pacto de San Jos da Costa Rica e o Estatuto da Criana e do Adolescente (cf. Declarao da CNBB contra a reduo da maioridade penal 24.04.2009).Estudos na rea da criminologia e das cincias sociais tm demonstrado que NO H RELAOdiretadecausaeconsequnciaentreaadoodesoluespunitivasea diminuio dos ndices de violncia. Segundo a UNICEF , aps os EUA assinar a Conveno Internacional sobre os Direitos da Criana, que aplicou em seus adolescentes penas previstas para os adultos, houve um agravamento da violncia, sendo que os jovens que cumpriram pena em penitencirias voltaram a delinquir e de forma mais violenta.Insta consignar, que no h dado algum que comprove que a reduo da idade penal reduz os ndices de criminalidade juvenil. Ao contrrio disso, a insero de um menor infrator no sistema penal brasileiro atual aumenta os riscos de ele vir a se tonar um agente reprodutor deviolncia,expondo-seaaesdereincidncia.Dadoscomprovamqueastaxasde reincidncia nas penitencirias so de 70% enquanto no sistema socioeducativo esto abaixo de 20%.Aviolncianosersolucionadacomaculpabilizaoepunio,maspelaaoda Nota da Juventude Franciscana sobre a reduo da maioridade penal18sociedadeegovernosnasinstnciaspsquicas,sociais,polticaseeconmicasqueas reproduzem.Agirpunindoesemsepreocuparemdiscutirquaisosreaismotivosque reproduzem e mantm a violncia, s gera mais violncia.Nessesentido,AJuventudeFranciscanadoBrasilseposicionacontraareduoda maioridade penal. Sabemos que a criminalidade fruto de um Estado ausente e ineficaz, que gera injustia social, agrava a pobreza, a desigualdade e gera violncia. necessrio que sejamtomadasmedidascapazesderompercomabanalizaodaviolnciaeseuciclo. Medidasparamelhorianaeducao,nocombatepobrezaedesigualdadesocial demonstram-se positivas na diminuio da vulnerabilidade de centenas de adolescentes ao crime e violncia.A proposta de reduo da maioridade penal consiste em remediar o efeito e no mexer nassuascausasestruturais.Devemosnoscolocaraserviodasmudanasrealmente necessrias sociedade, na luta por justia e a na defesa da vida em toda as suas dimenses.Mayara Ingrid Souza LimaSecretria Fraterna Nacional da JUFRA do BrasilIgor Guilherme Pereira BastosSecretrio Nacional de DHJUPICDireitos Humanos, Justia, Paz e Integridade da CriaoFonte: http://dhjupic.blogspot.com.br/2015/03/manifesto-da-jufra-do-brasil-contra.html19Queremos sim a soluo da violncia! No somos favorveis a impunidade! Contudo acreditamos e afirmamos que a reduo da maioridade penal uma falsa soluo, pois no resolve as reais causas do problema.APastoraldoMenornoBrasilOrganismodaConfernciaNacionaldosBisposdoBrasil (CNBB)historicamenteemprenhadanapromoodavidadecrianaseadolescentes,tendo atuao privilegiada junto aos adolescentes em conflito com a lei seja por meio da participao na discusso da implementao do Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo, seja atravs do atendimento direto dos adolescentes, a partir do Projeto de Deus que prev uma sociedade semexcludosesemnegaodealgumdireitoparaqualquerserhumano,vemapblico manifestar-seCONTRAAPROPOSTAdoProjetodeLei171/1993eCONTRAqualqueroutro proposta legislativa que possa ser apresentado, que versa sobre a REDUO DA MAIORIDADE PENAL, que poder ser votada nessa tera-feira, 17/03/2015, na Comisso de Constituio de Justia da Cmara de Deputados CCJ -, tendo em vista ser a mesma inconstitucional e contrria alegislaoptriaatinenteapolticadacrianaedoadolescenteconstrudaaolongodo processodeevoluosocialelegalbrasileira,emespecialaoprincpiodaproteointegral estabelecido pela Lei 8069/90 - Estatuto da Criana e do Adolescente -.Decerto, tal debate acerca da reduo da maioridade penal entra em evidncia em face da divulgao,atravsdamdia,deatosinfracionaisconsideradosbrbaroscometidospor adolescentes.Contudo,entendendoserdeverdoEstadoaresponsabilizaodetais adolescentes pelos atos praticados, consideramos que no se pode argir como proposta para a diminuio da crescente violncia no pas a reduo da maioridade penal, como se esta fosse uma frmulamgicapararesolveroproblemadaviolnciaquetantoatormentaapopulao brasileira. Na prtica busca-se dar resposta rasa para uma expresso social muito complexa. A PastoraldoMenorsempresesolidarizoucomasfamliasdasvtimas,bemcomosempre entendeuqueasviolnciascometidasnotemsuaorigemenenhumdesviohumanodos adolescentes, sim de uma realidade brutal e de negao de direitos que leva esses adolescentes a cometer tais atos.certoqueonossopovomerecenoquetangeapresentematria,deumadiscusso aprofundada e madura, livre de paixes e emoes, mas sim baseada nas verdadeiras causas da violncia com fim de se obter resultados satisfatrios para a diminuio da mesma, bem como fundamentadanalegislaoptria,paraquesegarantaairrevogabilidadedosdireitose garantias fundamentais prevista em nossa Carta Maior.Para tanto, passamos a apresentar os motivos pelos quais somos contrrios a reduo da Nota Pblica contra a reduo da maioridade penal(Pastoral do Menor)20maioridade penal:1 Clusula Ptrea:Queremos iniciar essa nossa fundamentao sob um aspecto meramente jurdico, qual seja, aimpossibilidadedemodificaodoart.228daConstituioFederalatravsdeemenda Constitucional. O citado artigo aduz acerca da inimputabilidade dos menores de 18 anos, sendo assimumdireitoegarantiaindividualdenossascrianaseadolescentes.ACartaMagna estabeleceainda,emseuartigo604,quenoserobjetodedeliberaoapropostade emenda tendente a abolir os direitos e garantias individuais.Portanto, se a Constituio Federal determina a irrevogabilidade dos direitos e garantias individuais, e estes, no se limitam apenas aos previstos no Art. 5 da CF, mas espalham-se ao longo da mesma a exemplo do art. 228, entendemos que, a modificao do critrio cronolgico 18anosparaserpassveldeimputabilidadepenal,spodeviracontecercomumanova Constituio Federal, e no atravs emenda constitucional.2 Dos Compromissos Internacionais Ratificados pelo Brasil: Vale ainda ressaltar, sob o aspecto jurdico, que o Brasil ratificou diversos compromissos internacionaisnadefesadosdireitosdascrianasedosadolescentes,taiscomoasRegras Mnimas das Naes Unidas para a Administrao da Justia de Menores (Regras de Beijing, 1985) e as Diretrizes das Naes unidas para a Preveno da Delinqncia Juvenil (Diretrizes de Riad, 1990).Podemos citar ainda, como um marco para a poltica da criana e do adolescente em nosso pas, a Conveno Internacional sobre os Direitos da Criana, ratificada pelo Decreto 99.710/90, que estabelece que criana (e no nosso caso tambm adolescente) toda pessoa com menos de 18 anos de idade.Ademais, a Constituio Federal Brasileira, em se art. 5, 3 afirma que todos os tratados e convenesinternacionaissobredireitoshumanosqueforemaprovados,emcadaCasado Congresso Nacional, em dois turnos, por trs quintos dos votos dos respectivos membros, sero equivalentes s emendas constitucionais.Desta feita de se ressaltar que a Conveno Internacional sobre os Direitos da Criana ao seguir todo trmite legislativo estabelecido em Carta Suprema, sendo assim ratificada, possui statusconstitucional,eassimsendo,nopoderserrevogadaoucontrariadaporemenda constitucional,nosmesmosmoldesdoitemanterior,porversarsobredireitosegarantias individuais.3 Da exigncia da sociedade para resolver o problema da violncia: certo que o problema da violncia hoje aflige toda a sociedade e nos impele a exigir respostas daqueles que so constitudos de autoridade. Queremos encontrar o caminho que nos leve a vivncia de uma cultura de paz, fundamentada na segurana e harmonia social. Mas que caminho esse?Somos levados a acreditar que a atual legislao branda demais, que precisamos de leis maisrgidasequeoEstatutopriorizaapenasosdireitos.Atquepontotaisafirmaesso verdadeiras?21Um olhar sobre a experincia de outros pases tidos com legislaes mais rgidas nos leva a crer que a poltica criminal no o caminho para a reduo da violncia. Entenda-se aqui como poltica criminal a modificao pura da lei, como se nela encontrssemos a raiz para a explicao de todo mal social. certo que, de vez de leis mais rgidas, precisamos de rigor e tica no cumprimento das leis quejexistem.Pormais,precisamosdaefetivaodepolticaspblicasquepossibilitemo desenvolvimento sadio de nossas crianas e adolescentes.A violncia tem muitas causas: a desigualdade social; a falta de educao de qualidade; a violao de direitos; a corrupo; a falta de oportunidade; vnculos familiares muito fragilizados por uma busca incessante pela sobrevivncia por parte dos pais e muitas vezes das mes na luta cotidiana pela vida. Os dados so claros e apontam sim que os adolescentes processados por causa de cometimento de atos infracionais pertencem sim s periferias e as classes geralmente vulnerveis. Dessa forma, ser que a violncia existente hoje vem da natureza humana desse pblico? Ser que algum ser humano nasce por natureza assaltante, ladro ou assassino? necessrio, portanto estabelecer uma anlise que permita compreender em qual hmus social e econmico tem origem violncia que hoje vivemos no Brasil. Essa violncia ainda existe contra negro, mulher, deficiente, indgena, homossexuais entres outros e perpassa uma realidade defalsaaceitaodasdiferenas,sobretudodiferenasdegrupossociais.Afinalnoso somente os pobres que cometem atos infracionais, todavia so somente eles que respondem e que so socialmente condenados pela mdia e pela opinio pblica.Queremossimasoluodaviolncia!Nosomosfavorveisaimpunidade!Contudo acreditamos e afirmamos que a reduo da maioridade penal uma falsa soluo, pois no resolve as reais causas do problema.4 O Sistema Prisional Brasileiro no cumpre sua funo punitiva e de ressocializao:Esta uma verdade que precisa ser encarada de frente. Reduzir a idade penal traz como consequncia direta a colocao dos adolescentes em presdio. E o que a sociedade ganha com isso? Quando analisamos as condies dos presdios brasileiros com superlotaes, estruturas precrias,ausnciadepropostapararessocializarospresos,afirmamosapenasquealia universidade do crime.Ser que isso que queremos para os nossos adolescentes? isso que desejamos para a nossa sociedade? Os nossas relaes sociais precisam ser baseadas na antiga lei do talho pela qualaregradajustiasebaseavanadevoluoaoinfratordapenacorrespondenteaoato cometido? Queremos que nosso Parlamento brasileiro seja olhado pelo mundo como um espao de vingana e fortalecedor de um processe de involuo e regresso normativo e poltico sobre a violncianopasquetemumadaseconomiasmaisavanadasdomundo.Poderamosnos perguntarcomooParlamentobrasileiroqualificaooramentopblicoparareduzira vulnerabilidade social que origina a violncia juvenil.Sabemos tambm que adolescentes so pessoas em fase especial de desenvolvimento e que precisam de uma ateno particular, que se adeque a sua condio peculiar. Queremos a ressocializao do adolescente para que ele possa construir um novo projeto para a sua vida. Comojdito:ningumqueraimpunidade.Aresponsabilizaoalgoimportantedentrodo 22processo de educao do adolescente; entretanto, outras propostas devem ser ressaltadas para que tal fim seja alcanado.No h ingenuidade no nosso olhar, sabemos que um adolescente que comete homicdio ou que rouba tem conscincia de que est fazendo algo ilegal, todavia o nosso olhar mais profundo e no imediatista em relao aos atos infracionais.O tratamento diferenciado se d pela sua condio peculiar de pessoa em desenvolvimento, ou seja, o mesmo deve ser responsabilizado por meio de processos educativos que possibilitem uma mudana de vida, instrumentos esses impossveis de serem encontrados no atual sistema prisional brasileiro.5OEstatutodaCrianaedoAdolescenteresponsabilizaoadolescenteautoreato infracional:debomalvitreesclarecerasociedadequeoEstatuto,noseuart.112,estabelecea responsabilizao de toda pessoa maior de 12 anos pelos atos contrrios lei por ela praticada.Assim sendo, a concepo de que o adolescente levado prtica do ato infracional porque a lei no pune uma inverdade. No se pode confundir inimputabilidade com impunidade.Como dito acima, o Estatuto determina medidas socioeducativas para adolescentes autores de ato infracional, podendo esta variar de uma advertncia a uma medida de internao com privao de liberdade, todas equivalentes as punies do sistema penal.Contudo, precisa-se discutir com a sociedade a correta execuo de tais medidas, a partir do que foi institudo pela Lei 12.596/12 que estabelece o Sistema Nacional Socieducativo (SINASE).Sendo assim, aquele mito de que adolescente pode praticar ato infracional que no sofrer nenhumaresponsabilizaoumamentira.OEstadotemodeveredeveterinstrumentos suficienteseadequadospararesponsabilizaroadolescentepelocometimentodeumato infracional.6 A realidade das Estatsticas:Como j dito anteriormente, especificamente no ponto 3, temos no somente a sensao de que a violncia aumentou em nosso pas, mas a constatao atravs de dados que nos fazem exigir respostas para essa situao.Essa uma realidade que sentimos nas ruas e que buscamos culpados. No raras vezes, coloca-se a culpa na Lei, especialmente no Estatuto da Criana e do Adolescente, afirmando, erroneamente, que os adolescentes so os responsveis pelo aumento da violncia.Na verdade os adolescentes so mais vtimas da violncia do que autores desta, segundo dados do Mapa da Violncia de 2014 elaborado pelo Ministrio da Sade e pelo SIM (Sistema de ndice de Morte). De acordo com o Mapa, em 2012, a Taxa de Homicdio (por 100 mil) na populao total era de 38,5. Quando passamos para anlise, nesse mesmo perodo, da populao juvenil, passamos para o incrvel nmero de de 82,7 a cada 100 mil. mais que o dobro.Somando as capitais da regio Nordeste salvo Teresina estas chegam a ultrapassar a trgicabarreirados100homicdiospor100miljovens,eaindaMacei,superaados200 homicdios por 100 mil.23Ultrapassando tambm os 100 homicdios por 100 mil jovens, fora da regio Nordeste esto Belm, Manaus, Vitria e Goinia.Recentemente saiu o ndice de Homicdios na Adolescncia (IHA) que faz parte do Programa de Reduo da Violncia Letal (PRVL) criado em 2007 pela Secretaria de Direitos Humanos da Presidncia da repblica (SDH/PR) em conjunto com o Fundo das Naes Unidas para a Infncia (UNICEF) e o Observatrio das Favelas . O IHA tem como objetivo estimar a mortalidade por homicdio na adolescncia, especificamente na faixa de 12 ao 18 anos, expressando, para cada grupode1000adolescentesquantosdelesnocompletar19anospoisserovtimasde homicdio ao longo desse percurso.O ano de 2012 apresentou que 3,32 adolescentes, no grupo de 1000, no chegar aos 19 anos de idade. um nmero extremamente desafiador e coloca os nossos adolescentes muito mais como vtimas do que como agressores como se observa nesse trecho:DeacordocomosdadosdoSistemadeInformaessobreaMortalidade(SIM),7.592 pessoas com idade de 12 a 18 anos foram vtimas de morte por agresso em 2012 (...) As agresses foram a principal causa de morte na adolescncia nos ltimos 12 anos. Em 2012, 36,5% de todos os adolescentes falecidos na faixa etria de 10 a 18 anos perderam a vida como conseqncia de agresso.Quandocomparamosessepercentualcomorelativopopulaototal(4,8%), verificamos uma diferena estarrecedora. (grifos nossos).Portanto,Senhores(as)Deputados,Senadoresesociedadebrasileira,oproblemada Violncia no Brasil muito mais amplo e exige muito maior aprofundamento da temtica do que simplesmente votar uma matria favorvel a reduo da idade penal, como uma frmula mgica, que vai resolver todos os problemas brasileiros. Isto no verdade.ParaumdebatemaisamploaPastoraldoMenornoBrasilsolicitaqueV.Exa.vote CONTRRIO a Proposta do Projeto de Lei 171/1993 e CONTRA qualquer outro dispositivo de lei quepossaserapresentado,pelasuainconstitucionalidadeepelosdemaisargumentosaqui expostos, colocando-se disposio de V Exa. e de seu mandato para maiores esclarecimentos e debates acerca da matria.Assim,conclumoscitandoMichelFoucault,emsuaobraVigiarePunir,asprisesno diminuemtaxasdecriminalidade:pode-seaument-las,multiplic-lasoutransform-las.A quantidade de crimes e criminosos permanece estvel, ou ainda pior, aumenta.Vote pelas nossas crianas e pelos nossos adolescentes!NO A REDUO DA MAIORIDADE PENAL, HOJE E SEMPRE!Belo Horizonte, 15 de Maro de 2015http://www.pastoraldomenornacional.org/site/noticias/nacionais/454-nota-publica-contra-a-reducao-da-maioridade-penal24Com o mandato de acompanhar a implementao da Conveno sobre os Direitos da Criana, da ONU, o UNICEF se declara contra a reduo da maioridade penal.Primeiro porque a reduo da maioridade penal est em desacordo com o que foi estabelecido na prpria Conveno, na Constituio Federal e no Estatuto da Criana e do Adolescente.Segundoporqueessaumadecisoque,almdenoresolveroproblemada violncia,penalizarumapopulaodeadolescentesapartirdepressupostos equivocados.NoBrasil,osadolescentessohojemaisvtimasdoqueautoresdeatosde violncia.Dos21milhesdeadolescentesbrasileiros,apenas0,013%cometeuatos contra a vida. Na verdade, so eles, os adolescentes, que esto sendo assassinados sistematicamente.OBrasilosegundopasnomundoemnmeroabsolutode homicdiosdeadolescentes,atrsdaNigria.Hoje,oshomicdiosjrepresentam 36,5% das causas de morte, por fatores externos, de adolescentes no Pas, enquanto para a populao total correspondem a 4,8%.Mais de 33 mil brasileiros entre 12 e 18 anos foram assassinados entre 2006 e 2012. Se as condies atuais prevaleceram, outros 42 mil adolescentes podero ser vtimas de homicdio entre 2013 e 2019.As vtimas tm cor, classe social e endereo. Em sua grande maioria, so meninos negros, pobres, que vivem nas periferias das grandes cidades.Estamosdiantedeumgraveproblemasocialque,setratadoexclusivamente como caso de polcia, poder agravar a situao de violncia no Pas.OUNICEFcontraqualquerformadeviolncia,incluindoapraticadapor adolescentes.Porm, o sistema atual de medidas socioeducativas precisa ser aperfeioado para responder aos atuais desafios do Pas. S assim o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo (Sinase) poder garantir a responsabilizao dos adolescentes autores de ato infracional e, ao mesmo tempo, a sua integrao na sociedade. perturbador que um pas como o Brasil esteja to preocupado em priorizar a discusso sobre punio de adolescentes que praticam atos infracionais registrados UNICEF contra a reduo da maioridade penal2526ocasionalmente, quando torna-se to urgente impedir assassinatos brutais de jovens cometidos todos os diasOUNICEFreiteraseupapeldecontribuircomaimplementaodoquefoi estabelecido na Conveno sobre os Direitos da Criana e de ajudar o Pas a encontrar solues efetivas para o problema da violncia, especialmente a que afeta crianas e adolescentes.Gary StahlRepresentante do UNICEF no BrasilBraslia, 18 de maro de 2015.Fonte: http://www.unicef.org/brazil/pt/media_29163.htmManifesto da Critas Brasileira contra a reduo da maioridade penalBraslia, 19 de maro de 2015.Todososanosoassuntoretorna:areduodamaioridadepenal!Esteano,a proposta de emenda constitucional mais antiga sobre a temtica, a PEC n. 171/93, de autoria do Deputado Federal Benedito Domingos (PP/DF), a qual conta com mais outras 38 propostas apensas, foi pautada para votao na Comisso de Constituio e Justia da Cmara. Em tramitao existem mais de 60 projetos que visam reduzir a maioridade penal e 61 que pretendem aumentar o tempo de internao.DiantedapermanenteameaadealteraodoEstatutodaCrianaedo Adolescente(ECA)edaConstituioFederal,apretextodocombateviolncia,a Critas Brasileira, organismo da CNBB, com 133 entidades membro organizadas no Brasil, que atua h mais de 20 anos na promoo e defesa dos direitos da criana e adolescente, juntamente com a Pastoral do Menor, que tem como misso promover e defender a vida das crianas e dos adolescentes empobrecidos e em situao de risco, desrespeitados em seus direitos , expressam novamente ser contrria fundamentaisreduodamaioridadepenal,bemcomooaumentodoperododeinternaode adolescentesprivadosdeliberdade.Sabemosqueaculturadepaznovir magicamente com essas medidas. O cumprimento inequvoco do Estatuto da Criana edoAdolescentetrazelementosconcretosparaapromoodeumainfnciae adolescnciadignas,portanto,apontaparaumasociedademaisjusta. Compreendemosquecrianaseadolescentesrespeitadosemseusdireitos dificilmente sero violadores/as dos Direitos Humanos.Acreditamosqueasociedadebrasileiranoestsuficientementeinformadae consciente sobre o tema para assumir um posicionamento consciente, uma vez que a mdia, principal meio de formao de opinio pblica, tendenciosa na divulgao das notcias que envolvem adolescncia e violncia.Cabe destacar que as medidas de reduo de direitos, principalmente no que se refere reduo da maioridade penal e do aumento do perodo de internao, atinge principalmenteoseasjovensmarginalizadosemarginalizadas,negrosenegras, aqueles que moram na periferia, que j tiveram todos os seus direitos de sobrevivncia negados previamente.Diante do exposto, a Critas Brasileira manifesta: AconvicodequeasmedidassocioeducativasprevistasnoECA,umavez 27implementadas na ntegra, so capazes de promover mudanas na relao do/a adolescente em conflito com a lei com o Estado e a sociedade; AcompreensodequeaomissoeneglignciadoEstadoemnoter implementado at hoje os preceitos do ECA na ntegra promove a falsa ideia de que o ECA falho e no o prprio Poder Pblico; AomissoestatalemrelaoaoSistemaNacionaldeAtendimento Socioeducativo (SINASE), institudo pela lei n. 12.594/2012, de implementao obrigatriapelosentesfederativosatfinalde2014.OSINASEprevum conjunto ordenado de princpios, regras e critrios que envolvem a execuo de medidas socioeducativas a fim de cumprir os objetivos das medidas aplicadas aoadolescenteemconflitocomalei,paraquedefatoseja(re)includona sociedade; A ideia de que a violncia tem causas complexas que envolvem: desigualdades e injustias sociais; aspectos culturais que corroboram para a construo de um imaginriodeintolernciasediscriminaes,especialmentecontraa populao negra, pobre e jovem; Arealidadedepolticaspblicasineficazesouinexistentes;faltade oportunidades para o ingresso de jovens no mercado de trabalho; e a grande mdiaqueatribuivaloresdiferentesapessoasdiferentesconformeclasse, raa/etnia, gnero e idade.A convico de que o recrudescimento da lei no traz a soluo para o quadro de violnciaquesealastrapelopas,umavezquenoabordaoproblemapelassuas causas. A medida de reduo da maioridade penal remediar o efeito e no mexer nas suas causas estruturais. Pesquisas no mundo todo comprovam que a diminuio da maioridadepenalnoreduzondicedeenvolvimentodeadolescentesematos infracionais.Importantedestacarqueafinalidadedamedidasocioeducativade carter pedaggico, por entender a fase da adolescncia como um perodo de formao do sujeito. Assim,ressaltamosonossocompromissodeexigiraobrigaoe responsabilizao do Estado em garantir os direitos constitucionais fundamentais para todas as crianas e adolescentes, assegurando- lhes condies igualitrias para odesenvolvimentoplenodesuaspotencialidades,assimcomoassegurarqueas famlias,acomunidadeeasociedadetenhamcondiesparaassumirassuas responsabilidades na proteo de seus filhos/as.Cientes do compromisso de trabalhar pela cultura de paz a partir da convico de quesomenteumasociedadesolidria,sustentveleradicalmentedemocrtica, fundada na base da justia social capaz de construir relaes igualitrias de respeito s diferenas nas quais todas as pessoas tm o direito dignidade.No dia 19 de maro de 2015, dia de So Jos. Fonte:http://www.cnbb.org.br/comissoes-episcopais-1/caridade-justica-e-paz/16123-caritas-brasileira-divulga-manifesto-contra-reducao-da-maioridade-penal28Dica de leiturahttp://migre.me/pm08ahttp://migre.me/pm092 http://migre.me/pm0b0 Gostou? Ento vai l na pgina do Armandinho e leia mais: www.facebook.com/tirasarmandinho