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508 Medicina, Ribeirão Preto, 2008; 41 (4): 508-15 NOTAS E INFORMAÇÕES RISCOS FÍSICOS E QUÍMICOS EM LABORATÓRIO DE ANÁLISES CLÍNICAS DE UMA UNIVERSIDADE* PHYSICAL AND CHEMICAL RISKS IN A CLINICAL ANALYSIS LABORATORY FROM A UNIVERSITY Rosimara G. L. Vieira 1 , Branca M. de O. Santos 2 , Carlos H. G. Martins 3 1 Mestre, Docente do curso de Biomedicina. 2 Professor Livre-Docente, Orientador do curso de Mestrado em Promoção de Saúde. 3 Docente do curso de Mestrado em Ciências. Universidade de Franca. CORRESPONDÊNCIA: Rosimara G. L. Vieira. Rua Raimundo de Oliveira, 700. Nova Franca. CEP: 14409210. Franca-SP. (e-mail: [email protected]) Vieira RGL, Santos BMO, Martins CHG. Riscos físicos e químicos em laboratório de análises clínicas de uma universidade. Medicina (Ribeirão Preto) 2008; 41 (4): 508-15. RESUMO: Modelo do estudo: exploratório, do tipo estudo de caso. Objetivos: identificar os riscos físicos e químicos a que estão expostos os trabalhadores do Laboratório de Análises Clínicas de uma Universidade; investigar a ocorrência, os tipos e as causas de possíveis aci- dentes e avaliar o grau de conhecimento e o uso de medidas de proteção pelos mesmos. Metodologia: os dados foram obtidos junto aos oito trabalhadores do laboratório, através de questionário respondido pelos próprios participantes, após orientações prévias acerca da ca- racterização dos riscos físicos e químicos preconizados pelo Ministério do Trabalho. Resulta- dos: os resultados demonstraram que, apesar de os trabalhadores considerarem que estavam expostos aos referidos riscos, não foi detectado nenhum acidente de trabalho e que os mesmos fazem uso de medidas preventivas para sua segurança e a da equipe de trabalho. Possibilitaram também reflexões acerca da realidade encontrada, como formação e educação continuada, aplicabilidade de leis, decretos e portarias emitidas por órgãos competentes e da importância da adoção de medidas preventivas. Conclusões: o diagnóstico revelado viabiliza a elaboração de um plano de intervenção local e chama a atenção para a importância de se atentar que o trabalhador é um ser humano falível e defronta-se com dificuldades e pressões que podem interferir no seu desempenho profissional. Descritores: Riscos Ocupacionais. Exposição ocupacional. Acidentes de trabalho. Acidentes Ocupacionais. Laboratórios. Pessoal de Laboratório. 1- INTRODUÇÃO Os riscos físicos e químicos, a exemplo dos bio- lógicos, têm representado uma importante ameaça à saúde dos trabalhadores que exercem suas atividades em ambiente laboratorial, predispondo-os à ocorrên- cia de acidentes de trabalho que podem acarretar o afastamento temporário ou definitivo do trabalho. O conceito de risco é bidimensional, represen- tando a possibilidade de um efeito adverso ou dano e a incerteza da ocorrência, distribuição no tempo ou mag- nitude do efeito. Pode ser considerado como uma con- dição ou conjunto de circunstâncias que tem o poten- cial de causar um efeito adverso como morte, lesões, doenças ou danos à saúde, à propriedade ou ao meio ambiente. Os fatores de risco podem ser classifica- *Parte da Dissertação de Mestrado “Riscos ocupacionais em laboratório de análises clínicas: retrato de uma realidade”. Apresentada na Universidade de Franca – 2004.

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Medicina, Ribeirão Preto,2008; 41 (4): 508-15 NOTAS E INFORMAÇÕES

RISCOS FÍSICOS E QUÍMICOS EM LABORATÓRIO DEANÁLISES CLÍNICAS DE UMA UNIVERSIDADE*

PHYSICAL AND CHEMICAL RISKS IN A CLINICAL ANALYSIS LABORATORY FROM A UNIVERSITY

Rosimara G. L. Vieira1, Branca M. de O. Santos2, Carlos H. G. Martins3

1Mestre, Docente do curso de Biomedicina. 2Professor Livre-Docente, Orientador do curso de Mestrado em Promoção de Saúde.3Docente do curso de Mestrado em Ciências. Universidade de Franca.CORRESPONDÊNCIA: Rosimara G. L. Vieira. Rua Raimundo de Oliveira, 700. Nova Franca. CEP: 14409210. Franca-SP.(e-mail: [email protected])

Vieira RGL, Santos BMO, Martins CHG. Riscos físicos e químicos em laboratório de análises clínicas de umauniversidade. Medicina (Ribeirão Preto) 2008; 41 (4): 508-15.

RESUMO: Modelo do estudo: exploratório, do tipo estudo de caso. Objetivos: identificar osriscos físicos e químicos a que estão expostos os trabalhadores do Laboratório de AnálisesClínicas de uma Universidade; investigar a ocorrência, os tipos e as causas de possíveis aci-dentes e avaliar o grau de conhecimento e o uso de medidas de proteção pelos mesmos.Metodologia: os dados foram obtidos junto aos oito trabalhadores do laboratório, através dequestionário respondido pelos próprios participantes, após orientações prévias acerca da ca-racterização dos riscos físicos e químicos preconizados pelo Ministério do Trabalho. Resulta-dos: os resultados demonstraram que, apesar de os trabalhadores considerarem que estavamexpostos aos referidos riscos, não foi detectado nenhum acidente de trabalho e que os mesmosfazem uso de medidas preventivas para sua segurança e a da equipe de trabalho. Possibilitaramtambém reflexões acerca da realidade encontrada, como formação e educação continuada,aplicabilidade de leis, decretos e portarias emitidas por órgãos competentes e da importânciada adoção de medidas preventivas. Conclusões: o diagnóstico revelado viabiliza a elaboraçãode um plano de intervenção local e chama a atenção para a importância de se atentar que otrabalhador é um ser humano falível e defronta-se com dificuldades e pressões que podeminterferir no seu desempenho profissional.

Descritores: Riscos Ocupacionais. Exposição ocupacional. Acidentes de trabalho. AcidentesOcupacionais. Laboratórios. Pessoal de Laboratório.

1- INTRODUÇÃO

Os riscos físicos e químicos, a exemplo dos bio-lógicos, têm representado uma importante ameaça àsaúde dos trabalhadores que exercem suas atividadesem ambiente laboratorial, predispondo-os à ocorrên-cia de acidentes de trabalho que podem acarretar oafastamento temporário ou definitivo do trabalho.

O conceito de risco é bidimensional, represen-tando a possibilidade de um efeito adverso ou dano e aincerteza da ocorrência, distribuição no tempo ou mag-nitude do efeito. Pode ser considerado como uma con-dição ou conjunto de circunstâncias que tem o poten-cial de causar um efeito adverso como morte, lesões,doenças ou danos à saúde, à propriedade ou ao meioambiente. Os fatores de risco podem ser classifica-

*Parte da Dissertação de Mestrado “Riscos ocupacionais em laboratório de análises clínicas: retrato de uma realidade”. Apresentada naUniversidade de Franca – 2004.

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dos, de acordo com sua natureza, em ambiental, queengloba os riscos físicos (radiação, ruído, vibração,temperatura, umidade, etc.), químicos (substânciasquímicas, poeiras, gases, vapores, etc.) e os biológi-cos (vírus, bactérias, fungos, etc.); situacional, queabrange as instalações, ferramentas, equipamentos,materiais, operações, etc.; humano e comportamen-tal, decorrentes da ação ou omissão humana1.

É nesse contexto que o conceito de vulnerabili-dade se desenvolve. Ele pode ser resumido como sendoo movimento de considerar a chance de exposiçãodas pessoas ao adoecimento como a resultante de umconjunto de aspectos não apenas individuais, mas tam-bém coletivos, contextuais, que acarretam maior sus-cetibilidade à infecção e ao adoecimento e, de modoinseparável, maior ou menor disponibilidade de recur-sos de todas as ordens para se proteger de ambos2.

As análises de vulnerabilidade envolvem a ava-liação articulada de três eixos interligados: componen-te individual, que diz respeito ao grau e à qualidadeda informação que os indivíduos dispõem sobre o pro-blema, à capacidade de elaborar e incorporar essasinformações aos seus cotidianos de preocupações eao interesse e às possibilidades efetivas de transfor-mar essas preocupações em práticas protegidas e pro-tetoras; componente social, que diz respeito à obten-ção, assimilação e incorporação de informações àsmudanças práticas, que dependem não só dos indiví-duos, mas também do acesso a meios de comunica-ção, escolarização, disponibilidade de recursos mate-riais, poder de influenciar as decisões políticas, possi-bilidade de enfrentar barreiras culturais, estar livre epoder defender-se de coerções violentas, etc.; com-ponente programático, que envolve a assistênciaefetiva e democrática de recursos sociais que os indi-víduos necessitam para se proteger de danos. Quantomaior for o grau e a qualidade de compromisso, re-cursos, gerência e monitoramento de programas na-cionais, regionais ou locais de prevenção e cuidado,maiores serão as chances de canalizar, otimizar o usoe identificar a necessidade de outros recursos, forta-lecendo os indivíduos2.

A partir do princípio de que os laboratórios deanálises clínicas, estabelecimentos destinados à coletae ao processamento de material humano com vistas àrealização de exames e testes laboratoriais, concen-tram uma série de riscos que podem trazer problemasde saúde aos seus trabalhadores, o presente estudoteve como objetivos identificar os riscos físicos e quí-micos a que estão expostos os trabalhadores do Labo-

ratório de Análises Clínicas de uma Universidade; in-vestigar a ocorrência, os tipos e as causas de possí-veis acidentes; avaliar o grau de conhecimento e ouso de medidas preventivas entre eles.

2- METODOLOGIA

O estudo, de caráter exploratório, do tipo estu-do de caso, foi realizado no Laboratório de AnálisesClínicas de uma Universidade privada que tem comofinalidade a realização de exames clínicos laboratoriaispara atendimento da demanda do Sistema Único deSaúde–SUS e de pacientes conveniados e particula-res, no ano de 2004. Constitui também campo de es-tágio para os alunos do 4º ano do curso de Biomedicina.Este laboratório realiza em média 4.000 exames men-sais que inclui dosagens bioquímicas, testes imunoló-gicos/sorológicos, hematológicos, microbiológicos,parasitológicos, entre outros que compõem a área deanálises clínicas. Os exames são realizados por técni-cas manuais e por equipamentos de automação utili-zados nas áreas de hematologia, bioquimica e imuno-logia/sorologia.

Para a segurança dos profissionais atuantes, ainstituição fornece Equipamentos de Proteção Indivi-dual (EPIs) em quantidades suficientes e Equipamen-tos de Proteção Coletiva (EPCs) necessários para arealização da atividades laborais.

Fizeram parte do estudo os oito trabalhadoresatuantes no laboratório: quatro biomédicos, sendo umo responsável técnico, uma auxiliar de clínica e trêsrecepcionistas. A participação foi totalmente voluntá-ria e de acordo com os termos de consentimento, es-clarecido e firmado em documento pelos pesquisado-res e participantes3. Cada um recebeu, por escrito, asorientações prévias acerca da caracterização dos ris-cos físicos e químicos preconizados pelo Ministério doTrabalho4, de modo a subsidiar as respostas aos as-pectos solicitados no questionário elaborado para co-leta dos dados.

O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comi-tê de Ética da Universidade de Franca, em reunão dodia 22 de setembro de 2003, sob o número 086/03.

A análise e discussão dos dados foram realiza-das através de agrupamentos, de forma a contemplaros itens relacionados no questionário, confrontando-oscom os princípios recomendados pela literatura, na ten-tativa de descrever e explorar os aspectos de cadasituação.

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3- RESULTADOS E DISCUSSÃO

Os participantes caracterizaram uma popula-ção ainda jovem, com 62,5% na faixa etária entre 20e 30 anos, com predominância do sexo feminino, tem-po de trabalho na instituição de dois a quatro anos ecom jornada de trabalho de oito horas diárias.

Todos consideraram a existência de riscos físi-cos e químicos em seu ambiente de trabalho, aindaque nem todos se consideraram expostos a esses ris-cos, uma vez que 62,5% referiram exposição a pelomenos um tipo de risco de cada grupo.

Em relação aos riscos físicos, todos referi-ram a centrífuga como geradora de ruído e quatro men-cionaram também os aparelhos de automação pararealização de exames hematológicos e bioquímicos.Um citou a capela de fluxo laminar e o aparelho de arcondicionado e, finalmente, um outro, a autoclave e oexaustor. Apesar dessas referências à presença deruído no ambiente de trabalho, vale considerar que nãohouve a preocupação por parte dos pesquisadores emquantificar os seus níveis, mas apenas a sua identifi-cação pelos participantes, ficando inviável afirmar,mesmo com essas referências, que este constituiu umrisco ocupacional no local do estudo.

As radiações não-ionizantes também foram re-feridas por 50% dos trabalhadores, todos biomédicos,que relataram exposição decorrente do uso da capelade fluxo laminar, talvez por serem os únicos respon-sáveis pela execução dos exames laboratoriais paradiagnóstico.

Cabines de fluxo laminar ou de segurança bio-lógica são necessárias em procedimentos microbioló-gicos, pois a maioria desses produz aerossóis infec-ciosos passíveis de serem inalados. Estas cabines sãoo principal equipamento de proteção coletiva e visamevitar a exposição do analista, do ambiente e do expe-rimento, requerendo um sistema de luz ultravioleta dealta intensidade que garanta a inativação de partículasviáveis que possam ter passado pelo sistema de filtrosda cabine5. Este tipo de radiação causa danos para aretina e, em exposição por tempo prolongado e de for-ma cumulativa, pode causar queimaduras ou câncerde pele6. As operações que exponham os trabalhado-res, sem a proteção adequada, são consideradas insa-lubres, em decorrência de laudo de inspeção realizadano local de trabalho4.

Quatro funcionários (50%) fizeram referênciaà exposição ao calor quando do uso da autoclave e,dentre esses, um citou também a utilização do bico de

Bunsen e outro relatou a exposição devido à poucaventilação no seu ambiente de trabalho, ainda que nãose tenha tido a preocupação de quantificar a tempera-tura do ambiente.

A chama do bico de Bunsen mantem uma zonaasséptica, evitando a contaminação dos materiais uti-lizados nas análises podendo promover queimadurassérias e levar ao afastamento das atividades7.

Equipamentos como estufa de secagem, banhode água, bico de gás, manta aquecedora, agitadormagnético com aquecimento, incubadora elétrica, fornomicroondas, esterilizador de alça e agulha de platina eautoclave constituem as principais fontes geradorasde calor ou chamas em laboratórios6.

O risco mais freqüente de temperaturas extre-mas pode estar relacionado ao calor que é largamenteutilizado nas operações de limpeza, desinfecção e es-terilização dos materiais e áreas laborais e no preparode soluções. A exposição ao calor em quantidade e/outempo excessivo pode provocar diversos mecanismosde reação que interferem na vasodilatação periféricae na sudorese8. Já o calor, associado ao uso de auto-clave para esterilização de artigos, tem sido colocadocomo um risco ocupacional, pois interfere não só nodesconforto pelo aumento de temperatura e umidadeambiental, como nos riscos diretos de queimaduras9.

Apenas um funcionário, que permanece o mai-or tempo de sua jornada diária de trabalho no setoronde se encontra a autoclave, citou a umidade geradapelo vapor emanado da mesma, ocasionando descon-forto, possivelmente pelo aumento da temperatura eumidade ambiental.

Em relação aos riscos químicos, três traba-lhadores (37,5%), todos biomédicos, relataram expo-sição a gases, pelo uso de reagentes químicos (etanol,ácido clorídrico, ácido acético, hipoclorito de sódio,dentre outros).

Os gases em geral exercem efeitos tóxicos noorganismo, ocupando lugar na atmosfera e impedindoo corpo de obter o oxigênio necessário. Dentre elesdestacam-se os gases irritantes que produzem efeitosgravíssimos ao trabalhador que não faz uso dos EPIs,pois possuem uma ação química corrosiva que pro-porciona inflamação dos tecidos com os quais entramem contato. Nos olhos, irritam a conjuntiva, sendo quealguns lesam os pulmões. Quanto mais solúvel for asubstância, mais rapidamente ela se dissolverá naspassagens úmidas das vias aéreas e maior será a le-são do trato respiratório. Como um dos integrantes dogrupo de gases irritantes, o cloro, em concentrações

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de 3 a 6 ppm, constitui-se em um gás extremamenteirritante para a pele, olhos, nariz, faringe e vias aé-reas. Em grandes concentrações, causa edema pul-monar, sendo que o contato permanente é capaz depropiciar a formação de úlceras na pele e na partecentral do nariz7.

Os compostos inorgânicos liberadores de cloroativo, com destaque ao hipoclorito de sódio na formalíquida e o hipoclorito de cálcio sob a forma sólida, sãomuito utilizados como desinfetantes. As soluções dehipoclorito são utilizadas para o descarte de materiais,desinfecção de superfície em geral, desinfecção desuperfícies contaminadas com sangue e outros fluídoscorporais e desinfecção de artigos. Apesar de seremmanipuladas diariamente, o pessoal envolvido nestatarefa nem sempre utiliza ou tem disponibilidade deEPIs e EPCs, apesar da toxicidade e dos danos paraa pele e olhos. Quando ingeridos provocam irritação ecorrosão das membranas mucosas7,10.

O vapor emanado da utilização de reagentesquímicos sobrecarrega a atmosfera dos ambientes,principalmente daqueles com sistemas de ventilaçãodeficientes e, aliado ao não uso de equipamentos deproteção respiratória, pode gerar problemas respira-tórios sérios. É comum o trabalhador não sentir osodores fortes característicos do local de trabalho, li-berados das substâncias químicas utilizadas na rotina,que poderiam ser prontamente sentidos por outra pes-soa não habituada ao ambiente. De maneira geral, osgases e vapores podem afetar o organismo causandovertigens, fraquezas, desmaios, sonolências, impotên-cia muscular, convulsões, vômitos, diarréias, dores decabeça, perturbações da visão, tremores, tosse, lacri-mejamento, perda de sentidos, coma e até a morte7.

Cinco trabalhadores (quatro biomédicos e umauxiliar de clínica) fizeram referência ao risco provo-cado pelos ácidos acético e o clorídrico, utilizados emreações de eletroforese e no preparo de reagentespara coloração de lâminas em procedimentos micro-biológicos.

O ácido acético pode ocasionar queimadurasquímicas severas aos olhos e à pele, é cáustico, irri-tante e penetra facilmente na pele, produzindo derma-tites e úlceras. O ácido clorídrico tem uma alta açãocorrosiva sobre a pele e mucosas, podendo produzirqueimaduras cuja gravidade dependerá da concentra-ção da solução. O seu contato com os olhos pode pro-vocar redução ou perda total da visão, se não for re-movido imediatamente por meio de irrigação com água,e os seus vapores produzem efeito irritante sobre asvias respiratórias11.

Dois biomédicos relataram exposição a produ-tos químicos irritantes, sem identificar quais produtose um outro especificou a exposição através da mani-pulação de etanol e metanol.

O etanol é um líquido inflamável e seus vapo-res podem formar misturas explosivas em contactocom o ar à temperatura ambiente. Ele reage vigoro-samente com vários agentes oxidantes e substânciasquímicas, como o nitrato de prata, peróxido de hidro-gênio, dentre outros. Os efeitos da inalação de vapo-res não são considerados sérios dentro das condiçõesnormais de uso de laboratórios e indústrias, mas a ina-lação prolongada de altas concentrações (acima de5000 ppm) pode produzir irritações oculares e nasais,dor de cabeça, tremores e efeitos narcóticos12. A in-gestão em grandes quantidades torna-se letal, causandolesões no fígado e em outros órgãos7.

O etanol e o isopropanol são os álcoois mais em-pregados em desinfecção, em função da disponibilida-de e do baixo custo e possuem ampla aplicação em labo-ratórios, na desinfecção e descontaminação das superfí-cies de bancadas, cabines de segurança biológica, equi-pamentos, bem como para a anti-sepsia das mãos13.

O metanol, na rotina laboratorial, é usado prin-cipalmente nas reações de eletroforese. Ele é infla-mável e reage explosivamente com o hipoclorito desódio, ácido nítrico, peróxido de hidrogênio, dentre ou-tros e, se ingerido, é rapidamente absorvido pelo tratogastrintestinal. A sua atuação tóxica é provavelmentedevida à formação de ácido fórmico e formaldeídooriundos da reação de oxidação catalisada pelo álcooldesidrogenase, principalmente nos rins e no fígado. Ospulmões podem eliminar de 20 a 70% do metanol ina-lado, enquanto cerca de 3% são eliminados na urinasob forma inalterada. A inalação de vapores em con-centrações acima do limite de tolerância (200 ppm)causa dores de cabeça, náuseas e vômitos, além dapossível irritação das mucosas. A exposição a altasconcentrações acarreta danos ao sistema nervoso cen-tral (SNC) e a perda parcial ou total da visão. A con-centração do metanol no organismo é cumulativa de-vido ao metabolismo lento e exposições freqüentes e,mesmo em baixos níveis, pode levar a lesões sérias. Ocontato com os olhos é potencialmente perigoso aonervo óptico e à retina e o contato contínuo com a pelepode causar dermatite12.

Cinco trabalhadores, quatro biomédicos e umauxiliar de clínica, também citaram o tetracloreto decarbono, os corantes, o metanol, o mercaptoetanol e ohipoclorito de sódio como produtos químicos de riscono ambiente de trabalho.

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O tetracloreto de carbono é indicado para rea-ções de eletroforese em laboratórios e atua no or-ganismo, principalmente no fígado e no SNC, poden-do causar forte irritação na pele e males ao organis-mo. É empregado na indústria e laboratórios pelo po-der de dissolver óleos e gorduras. A exposição pro-longada pode levar a uma dermatite seca, escamosa edolorosa7.

Apenas um biomédico fez referência aos co-rantes. Seu uso em laboratórios de análises clínicas écomum e normalmente são preparados a partir dereagentes químicos como iodo, fenol, acetona, ácidos,álcoois, dentre outros.

O iodo causa irritação dos pulmões, é irritantepara os olhos e pálpebras e no caso de exposição pro-longada, causa nervosismo e perda de peso. Os fenóissão substâncias muito corrosivas que têm a capaci-dade de penetrar diretamente através da barreira deproteção da pele e atingir a corrente sanguínea, alémde causar queimaduras. Atacam o SNC e o sistemacirculatório e nos casos de intoxicações provocam aqueda da temperatura corporal7.

A acetona é extremamente inflamável, mesmoquando diluída com água, sendo considerado umsolvente de baixa toxicidade. Os principais sintomasrelativos a uma exposição crônica são dores de cabe-ça, irritação nasal e da garganta, sendo reversíveis apartir da remoção da fonte de exposição. O vapor daacetona causa irritação dos olhos e o líquido pode cau-sar irritação da córnea e repetidos e prolongados con-tatos com a pele podem levar ao aparecimento dedermatites. Em concentrações acima de 12.000 ppm,pode causar depressão do SNC12.

A providência ideal no ambiente de trabalho énão permitir que substâncias químicas, capazes deinteragir com o organismo causando intoxicações, ve-nham a ter contato com o trabalhador. Primeiramentedeve-se verificar a real necessidade de trabalho comessas substâncias e se não podem ser substituídas poroutras de menor perigo14.

A caracterização do grau de insalubridade paraos trabalhadores que ficam expostos a agentes quími-cos ocorrerá quando ultrapassar os limites de tolerân-cia. Os valores fixados são válidos para absorção ape-nas por via respiratória e determinam os graus de in-salubridade (máximo, médio e mínimo) para os princi-pais agentes químicos4.

Os serviços que fazem uso de produtos quími-cos devem conter inventário desses produtos, inclusi-ve intermediários e resíduos, com indicação daquelesque impliquem em riscos à segurança e saúde do tra-

balhador e ao meio ambiente, informações referentesàs características e às formas de utilização do produ-to, as medidas de proteção coletiva e individual, o con-trole médico da saúde dos trabalhadores, as condi-ções e local de estocagem e os procedimentos emsituações de emergência15.

Os trabalhadores dos Laboratórios ClínicosAutônomos e Unidades de Laboratórios Clínicos quese acidentarem e ficarem expostos ao contato comprodutos químicos ou rejeitos radioativos deverão serafastados de suas atividades imediatamente após oocorrido e encaminhados para orientação médica16.Qualquer situação emergencial envolvendo cortes su-perficiais ou profundos por vidro deve ser administra-da muito rapidamente, pois em muitos casos, o indiví-duo pode se acidentar com vidros impregnados porsubstância química potencialmente perigosa, podendocom isso, além do corte, também ser contaminado.Nesta situação o acidentado deverá procurar atendi-mento médico imediato, levando todas as informaçõessobre a substância que estava sendo utilizada7.

Os primeiros socorros, em casos de acidentesprovocados por produtos químicos, devem englobarcuidados como manter a tranqüilidade, retirar o aci-dentado do local de perigo, não deixar o ferido cami-nhar sozinho até o local de atendimento médico (peri-go de choque), acionar o alarme de urgência ou servi-ço de salvamento (em caso de incêndio), dentre ou-tros. Quando os acidentes com produtos químicos atin-girem os olhos, de maneira nenhuma deverá se reali-zar uma neutralização nos olhos, e sim enxaguá-losadequadamente com água corrente ou utilizar o lavaolhos e procurar atendimento médico. Quanto às feri-das por queimaduras resultantes da manipulação comlíquidos inflamáveis ou quentes, deve-se fazer a intro-dução imediata dos membros afetados em água fria,mantendo-os debaixo da água até atenuar a dor, nãodevendo utilizar produtos como pomada, leite, dentreoutros. Cobrir de forma estéril a queimadura, porém,em caso de feridas no rosto não cobri-las e nem utili-zar água17.

Após a inalação de gases, vapores ou aerossóistóxicos, deve-se procurar imprescindivelmente, aten-dimento médico, pois os danos não se manifestam logoapós o acidente, existindo um período de latência de24 horas. Entre os efeitos nocivos está o edema pul-monar. O conhecimento das circunstâncias do acidentee os primeiros socorros auxiliam o atendimento médi-co e o início do tratamento. No caso de feridas gra-ves, o transporte deverá ser imediato e cuidadoso aohospital mais próximo e no caso de feridas nos olhos

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ou na garganta, nariz e ouvidos o acidentado deveráser orientado a consultar um médico especialista ime-diatamente17.

Todos os participantes relataram a existênciade uma Comissão Interna de Prevenção de Acidentes(CIPA) na instituição, ainda que não tenham feito ne-nhuma abordagem sobre o seu real funcionamento. ACIPA tem como objetivo a prevenção de acidentes edoenças decorrentes do trabalho, de modo a torná-lopermanentemente compatível com a preservação davida e a promoção da saúde do trabalhador. Ela deveser constituída e mantida em regular funcionamento,atentando para a identificação dos riscos do processode trabalho e elaboração do mapa de riscos, com aparticipação do maior número de trabalhadores, a ela-boração de plano de trabalho que possibilite a açãopreventiva na solução de problemas de segurança esaúde no trabalho, a realização periódica de verifica-ções nos ambientes e condições de trabalho visando aidentificação de situações que venham a trazer riscospara a segurança e saúde dos trabalhadores e o de-senvolvimento e implementação de programas rela-cionados à segurança e saúde do trabalho4.

Dos participantes do estudo seis (75%) disse-ram não ter recebido treinamento ou orientação decomo proceder diante de um acidente de trabalho ecinco (62,5%) referiram saber como proceder, aindaque não tenham especificado as condutas preconiza-das para os diferentes tipos de acidentes. Pode-seperceber uma forte influência da conscientização so-bre a necessidade de procurar assistência profissio-nal, após os primeiros socorros, dependendo do tipo deacidente, além da comunicação do acidente atravésdo Comunicado de Acidente de Trabalho (CAT). Valeconsiderar que quando da realização dessa pesquisa ainstituição além da CIPA contava apenas com a atua-ção do médico e do técnico de segurança do trabalho.

Os laboratórios deverão possuir manuais deBiossegurança, contendo a identificação dos riscos, aespecificação das práticas e procedimentos para eli-minar os riscos e as providências imediatas a seremadotadas pelos profissionais. Devem contar com ins-truções escritas, contemplando normas e condutas desegurança biológica, química, física, ocupacional eambiental, instruções de uso para os EPIs e EPCs,procedimentos em caso de acidentes e manuseio etransporte de material e amostra biológica16,18.

Todos os trabalhadores relataram o uso rotinei-ro e o fornecimento de equipamentos de proteção pelainstituição, em quantidade suficiente, com vistas à pro-teção de riscos suscetíveis de ameaçar a segurança e

a saúde no trabalho. Em relação aos EPCs, ainda quetodos tenham mencionado saber onde estão localiza-dos, apenas três funcionários (37,5%) sabiam comoutilizá-los corretamente.

A utilização de EPIs e EPCs se deve principal-mente à educação e supervisão e não à disponibilida-de do equipamento19. Os trabalhadores precisam serconstantemente atualizados a fim de evitar os riscos,não só a um indivíduo, mas também a todos os queatuam no ambiente, pois a falta de treinamento de umindivíduo pode colocar em risco a vida de outros mem-bros da equipe19, 20, 21.

Nenhum trabalhador referiu conhecer as legis-lações federal, estadual e municipal relacionadas aodescarte de resíduos no laboratório, demonstrando umtotal desconhecimento sobre o assunto, mas possuíamconhecimento de como deve ser feito o descarte dosdiferentes tipos de resíduos, principalmente os perfu-rocortantes, ao enfatizarem seu descarte em recipi-entes apropriados para essa finalidade.

Nenhum funcionário fez referência ao procedi-mento frente ao derramamento de substâncias quími-cas. Nesses casos, recomenda-se que as soluçõesderramadas na bancada ou mesmo no chão, devemser protegidas imediatamente com substâncias absor-ventes adquiridas de empresas fornecedoras de pro-dutos químicos. No caso de grandes derramamentos,pode-se utilizar estas substâncias ou areia. Para a lim-peza das áreas contaminadas não podem ser utiliza-dos materiais incompatíveis. O uso de pano e papelem contato com o ácido sulfúrico e a solução sulfo-crômica, é um exemplo clássico de incompatibilidade,pois os mesmos podem entrar em combustão. Nas si-tuações onde o acidente é de grande proporção, é ne-cessário que alguém, com experiência, administre asituação7.

Foi observada uma grande preocupação com aconservação dos reagentes químicos, porém sem ne-nhuma referência à necessidade de se atentar para aspossíveis incompatibilidades das substâncias. Muitassubstâncias químicas reagem violentamente quandoentram em contato entre si, sendo um grande errocolocar dentro de armários, sem o menor critério, vá-rios frascos dessas substâncias. Elas deverão ser ar-mazenadas de acordo com as classes: ácidos, bases,solventes, sais e indicadores. O estoque deve ser feitoapenas na quantidade aproximada de uso, sendo que,para grandes estoques de substâncias, o ideal é que oarmazenamento seja feito em almoxarifados ventila-dos e sinalizados, prevendo-se áreas de armazenamen-to próprias para produtos químicos incompatíveis 7,15.

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Em relação à imunidade, todos os trabalhado-res relataram estar com seu esquema de vacinaçãocompleto, reconhecendo a importância das vacinasanti-tetânica, hepatite B e tríplice viral. Nesse senti-do, os responsáveis técnicos pelos Laboratórios Clíni-cos deverão providenciar a vacinação contra tétano eo vírus da hepatite B de todos os trabalhadores, man-tendo registros comprobatórios da vacinação nos es-tabelecimentos, de forma a propiciar a rápida verifi-cação por parte das autoridades competentes16.

4- CONSIDERAÇÕES FINAIS

Pelos resultados obtidos pode-se observar que,apesar de os trabalhadores estarem expostos aos ris-cos físicos e químicos durante o desenvolvimento desuas atividades, considerando as especificidades decada função, não foi detectado nenhum acidente detrabalho e que reconhecem e fazem uso de medidasde biossegurança e de procedimentos que assegurema sua segurança e a da equipe de trabalho.

Ainda que os dados representem uma parcelade uma realidade muito complexa e abrangente e queseus resultados poderão abrir um leque de reflexões,complementações e fundamentações que possamressaltar variáveis não consideradas ou não traba-lhadas neste momento, o saldo final indica a necessi-dade de investimento na formação e educação conti-nuada dos trabalhadores atuantes em um ambiente queenvolve diferentes riscos ocupacionais, com vistas à

conscientização e mudança de comportamentos e ati-tudes que levarão a uma reformulação das práticasprofissionais.

O diagnóstico revelado viabiliza ainda a elabo-ração de um plano de intervenção local, cuja imple-mentação pode contar com a aquiescência da comu-nidade que é, inquestionavelmente, co-responsávelpelas propostas de mudança. Chama a atenção paraa importância de se atentar que mesmo sendo tecni-camente competente, o trabalhador, como todo ser hu-mano, é falível e, de modo geral, defronta-se com difi-culdades, pressões e interferências externas, que po-dem interferir no seu desempenho profissional, o quetem demonstrado uma não correspondência entre asexpectativas e a mudança de comportamento coleti-vo, apesar da intensa conclamação e do conhecimen-to disponível.

É importante considerar que seria uma ingenui-dade esperar mudanças da situação apenas com aemissão de leis, decretos, portarias e resoluções porórgãos nacionais e estaduais de saúde na tentativa deprevenção e controle dos riscos ocupacionais, comvistas a proteger a saúde da população em geral.

Outro norte que merece destaque é a indicaçãoda importância da atuação de grupos específicos quetrabalhem na prevenção e controle dos riscos ocupa-cionais, cuja atuação também poderá refletir no ensi-no, na medida que implementam rotinas de prevençãoe controle de riscos e promovem a educação continu-ada e a supervisão das atividades desenvolvidas.

Vieira RGL, Santos BMO, Martins CHG. Physical and Chemical Risks in a University Clinical Analysis Laboratory.Medicina (Ribeirão Preto) 2008; 41 (4): 508-15.

ABSTRACT: Study design: exploratory, case study. Objectives: to identify the physical andchemical risks faced by workers of a University Clinical Analysis Laboratory; study the occurrence,types, and causes of possible accidents and assess the workers’ degree of knowledge and useof protection measures. Methodology: data were collected from with lab workers using a self-administered questionnaire, after receiving instructions about the characterization of physical andchemical risks according to the Ministry of Labor. Results: although workers consider they wereexposed to the referred risks, no occupational accidents were detected and the workers usedpreventive measures for their team’s safety as well as their own. The findings also led to reflectionsabout the observed reality, such as regular and continuing education, law applicability, decreesand regulations emitted by competent departments and the importance of adopting preventivemeasures. Conclusions: the revealed diagnosis makes it possible to create a local interventionplan and draws attention to the importance of realizing that workers are fallible human beings whoface difficulties and pressures that can affect their professional performance.

Descriptors: Occupational Risks. Occupational Exposure. Accidents, Occupational. Laborato-ries. Laboratory Personnel.

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Medicina (Ribeirão Preto) 2008; 41 (4): 508-15 Riscos físicos e químicos em laboratório de análises clínicashttp://www.fmrp.usp.br/revista Vieira RGL, Santos BMO, Martins CHG

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Recebido para publicação em 29/10/2007

Aprovado para publicação em 12/09/2008