ripari dietas hospitalares corrigida 2013

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  • 2010

    Verso Corrigida 2013

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  • Manual de Dietas Hospitalares

    Ana Paula Ripari, 2010. Pgina 4

    SUMRIO INTRODUO ...................................................................................................................................... 6

    CONCEITOS ......................................................................................................................................... 7

    PRESCRIO DA DIETA ................................................................................................................... 8

    REFEIES .......................................................................................................................................... 9

    SABOR ................................................................................................................................................... 9

    TEMPERATURA ................................................................................................................................... 9

    VOLUME .............................................................................................................................................. 10

    CONTEDO DE RESDUOS ........................................................................................................... 10

    VALOR PURNICO ............................................................................................................................. 10

    CONSISTNCIA ................................................................................................................................. 11

    DIETA NORMAL ................................................................................................................................. 12

    MODIFICAO DA DIETA NORMAL ................................................................................. 12

    DIETA BRANDA ................................................................................................................................. 13

    DIETA PASTOSA ............................................................................................................................... 14

    DIETA SEMILQUIDA ........................................................................................................................ 15

    DIETA LQUIDA COMPLETA ........................................................................................................... 16

    DIETA LQUIDA RESTRITA OU CRISTALINA ............................................................................. 18

    NUTRIO NO AMBULATRIO ..................................................................................................... 19

    MODIFICAES, SEGUNDO O EQUILBRIO DE NUTRIENTES ............................................ 20

    DIETAS COM EXCLUSO DE DETERMINADOS ALIMENTOS ............................................... 23

    A HIPOALERGENICIDADE .................................................................................................. 23

    DIETAS ESPECIAIS .......................................................................................................................... 29

    DIETOTERAPIA EM DIABETES MELLITUS (DM) ........................................................... 29

    EXEMPLOS DE CARDPIOS PARA DIETAS HOSPITALARES .............................................. 37

    EXEMPLO DE CARDPIO PARA DIETA NORMAL (Augusto,2005).................................... 38

    EXEMPLO DE CARDPIO PARA DIETA BRANDA (Augusto, 2005) ................................... 39

    EXEMPLO DE CARDPIO PARA DIETA PASTOSA (Augusto, 2005) ................................. 40

    EXEMPLO DE CARDPIO PARA DIETA SEMILQUIDA (Augusto, 2005) .......................... 41

    EXEMPLO DE CARDPIO PARA DIETA LQUIDA COMPLETA (Augusto, 2005) ............ 42

    EXEMPLO DE CARDPIO PARA DIETA LQUIDA RESTRITA/CRISTALINA (Augusto,

    2005)................................................................................................................................................. 43

    EXEMPLO DE DIETA HIPOSSDICA (Bodinski, 2006 adaptado de Ripari, 2010) ........ 44

    EXEMPLO DE DIETA RICA EM FIBRAS (Bodinski, 2006) ..................................................... 46

  • Manual de Dietas Hospitalares

    Ana Paula Ripari, 2010. Pgina 5

    EXEMPLO DE DIETA POBRE EM FIBRAS (Bodinski, 2006 adaptado de Ripari, 2010) 47

    EXEMPLO DE DIETA HIPOLIPDICA (Bodinski, 2006 adaptado de Ripari,2010) .......... 49

    EXEMPLO DE DIETA ISENTA DE GLTEN (Bodinski,2006 - adaptado de Ripari, 2010) 51

    EXEMPLO DE DIETA PARA DIABTICOS (Ripari, 2010) ..................................................... 52

    REFERNCIAS .................................................................................................................................. 54

  • Manual de Dietas Hospitalares

    Ana Paula Ripari, 2010. Pgina 6

    INTRODUO

    Segundo Augusto (2005), a alimentao do indivduo deve ser adequada ao

    seu estado nutricional corrente, quer seja para manter ou para recuperar sua

    condio nutricional ou ainda, como coadjuvante para retirada de um estado

    patolgico.

    A manuteno de um organismo saudvel requer um plano alimentar para

    este fim. Quando isto no ocorre, o organismo busca por mecanismos adaptativos

    para continuar a funcionar normalmente. Entretanto, o organismo enfermo, possui

    ajustes de adaptao limitados e, caso no receba os nutrientes dos quais necessita

    adequadamente, ocorrero conseqncias que se aliaro ao seu estado patolgico,

    agravando ainda mais sua situao. Neste contexto, Augusto (2005) afirma que o

    processo de alimentao torna-se uma medida teraputica - e no mais somente um

    meio de saciar a fome baseada em princpios de dietoterapia.

  • Manual de Dietas Hospitalares

    Ana Paula Ripari, 2010. Pgina 7

    CONCEITOS

    Considera-se dieta ou regime alimentar um conjunto sistematizado de normas

    de alimentao de um indivduo, seja ele saudvel ou enfermo. Augusto (2005)

    conceitua dieta como o padro alimentar do indivduo, diferentemente de cardpio,

    que compreende a traduo culinria das preparaes e da forma de apresentao

    das refeies e alimentos.

    Com base nestes conceitos, traduz-se dietoterapia, as dietas empregadas

    pacientes enfermos, conforme sua patologia. A alimentao considera, no s sua

    patologia, mas tambm todas as condies em que se encontra o indivduo, tais

    como estado fsico, nutricional e psicolgico. Caractersticas como esta, podem

    receber dietas diferentes, mesmo que alguns princpios sejam idnticos.

    Segundo estas definies, torna-se possvel diferenciar uma alimentao

    normal e uma alimentao especial. Augusto (2005) diz que a alimentao normal

    aquela balanceada em nutrientes, de fcil preparao, de apresentao agradvel,

    adequada a indivduos sadios e queles doentes que no necessitam de nenhum

    tipo de modificao na sua dieta em virtude da patologia [...]. A alimentao

    especial, apesar de seguir as mesmas normas da alimentao normal [...] apresenta

    modificaes em suas caractersticas organolpticas, fsicas e qumicas para melhor

    atender as necessidades do indivduo enfermo. Vale ressaltar que tais modificaes

    so feitas segundo alguns critrios.

  • Manual de Dietas Hospitalares

    Ana Paula Ripari, 2010. Pgina 8

    PRESCRIO DA DIETA

    A formulao da dieta procede alguns princpios bsicos como:

    Hbitos de alimentao;

    Cultura;

    Nvel scio-econmico do paciente.

    Histrico clnico da patologia em questo;

    Estado anatmico do Trato gastrointestinal (TGI);

    Fornecimento de todos os nutrientes essenciais; e

    Evoluo sinrgica entre o plano alimentar e estado clnico.

    Uma vez conhecida a patologia, realiza-se a avaliao nutricional atravs de

    anamnese alimentar, exames antropomtricos, clnicos e laboratoriais, objetivando

    detectar deficincias nutricionais. Feito, determina-se ento o peso adequado e as

    necessidades calricas para o indivduo, bem como as quantidades absolutas e

    relativas dos macronutrientes. Calcula-se ento, o plano alimentar, atravs de

    tabelas de composio qumica dos alimentos, adequando-o s necessidades

    requeridas.

    Para Augusto (2005), o esclarecimento dos processos da terapia diettica ao

    paciente em caso de pacientes conscientes faz com que este se sinta, tambm,

    responsvel pelo seu tratamento.

  • Manual de Dietas Hospitalares

    Ana Paula Ripari, 2010. Pgina 9

    REFEIES

    As dietas so dividias em seis refeies, que so:

    Desjejum: refeio servida no incio da manh para interromper o jejum.

    Colao: refeio servida durante a manh entre o desjejum e o almoo.

    Almoo: grande refeio servida por volta das 12horas.

    Lanche: pequena refeio servida durante a tarde.

    Jantar: grande refeio servida no incio ou meio da noite.

    Ceia: pequena refeio servida aproximadamente 2horas aps o jantar e antes do

    indivduo dormir.

    SABOR

    A dieta pode ter sabor doce, salgado, misto, suave ou moderado, intenso ou

    excitante. Deve-se evitar altas concentraes de acar, sal ou cidos; condimentos

    podem ser utilizados (ervas, especiarias, sal).

    TEMPERATURA

    A dieta pode ser oferecida a temperatura ambiente, quente, fria ou at mesmo

    gelada. Para Augusto (2005), o critrio de determinar a temperatura em graus

    importante para o equilbrio termosttico entre TGI e alimento, pois segundo Sol

    (1988), as temperaturas extremas atenuam ou amortizam a sensibilidade dos rgos

    gustativos e alimentos quentes tm um maior potencial de saciedade, enquanto os

    frios retardam. Assim, a peristalse acelerada pelos alimentos quentes e retardada

    pelos frios.

  • Manual de Dietas Hospitalares

    Ana Paula Ripari, 2010. Pgina 10

    VOLUME

    O volume depende da capacidade gstrica do paciente e pode ser normal,

    aumentado ou diminudo. Para evitar a distenso gstrica, deve-se aumentar a

    freqncia das refeies e diminuir seu volume.

    CONTEDO DE RESDUOS

    Pode-se classificar as dietas de acordo com a quantidade e qualidade de

    celulose contida nos alimentos vegetais e com a rigidez do tecido conectivo dos

    animais. Segundo Augusto (2005), em casos em que se deseja proporcionar

    repouso gastrintestinal, a dieta poder ser:

    Isenta de resduos;

    Com poucos resduos (frutas e/ou verduras em forma de pur);

    Com resduos brandos (cereais triturados, verduras tenras cruas ou cozidas,

    frutas cozidas, em compotas ou sem casca); e

    Quando se deseja estimular o trnsito intestinal:

    Rica em resduos (vegetais folhosos, frutas cruas e com casca, cereais

    integrais).

    VALOR PURNICO

    Quanto ao contedo de purinas (metablitos de protenas), a dieta pode ser:

    Normopurnica;

    Hipopurnica;

    Hiperpurnica; ou

    Apurnica.

    Msculos, vsceras de animais, extrato de carne, feijes e lentilhas so alguns

    alimentos que, segundo Augusto (2005), podem oferecer purinas. J alimentos

    como cereais, ovos frutas, verduras e leite podem ser includos em dietas de

    baixo teor de purinas.

  • Manual de Dietas Hospitalares

    Ana Paula Ripari, 2010. Pgina 11

    CONSISTNCIA

    A dieta pode ter consistncia normal, branda, pastosa, semi-lquida e lquida,

    em ordem progressiva da mais consistente e mais completa menos consistente e

    mais restrita.

    Normal Branda Pastosa Semiliquda Lquida

    Consistncia das Dietas

    Consistncia

  • Manual de Dietas Hospitalares

    Ana Paula Ripari, 2010. Pgina 12

    DIETA NORMAL

    Destina-se ao paciente cuja condio clnica no exige modificaes

    dietoterpicas, por no interferir no sistema digestivo e na tolerncia normal do

    paciente aos alimentos e por no causar alteraes metablicas que exijam tais

    modificaes. um tipo de dieta elaborada com todos os alimentos normalmente

    acessveis ao indivduo e segundo sua preferncia, em qualquer preparao com

    qualquer consistncia. , portanto, uma dieta suficiente, completa, harmnica e

    adequada, sem nenhuma restrio. Tem por finalidade fornecer calorias e nutrientes

    em quantidades dirias recomendadas para manter a sade do indivduo. Apresenta

    uma composio aproximada de 55% de carboidratos, 15% de protenas e 30% de

    lipdeos.

    Preparaes indicadas:

    Saladas cruas ou cozidas;

    Carnes cozidas, assadas, grelhadas, fritas;

    Vegetais crus ou cozidos em gua, vapor, forno, refogados ou fritos;

    Pastelaria (forno, frituras);

    Sopas (todos os tipos);

    Bolos (todos os tipos);

    Frutas (cruas, em compotas, assadas, purs);

    Sorvetes sem restries;

    leos, margarinas e acar, conforme valor calrico.

    MODIFICAO DA DIETA NORMAL

    As dietas so modificadas, a partir da dieta normal, segundo alguns critrios

    qumicos, fsicos e organolpticos. Segundo Bhar e Icaza (1972), a dieta

    modificada aquela que, em qualquer de suas caractersticas fsico-qumicas, deve

    ser ajustada a uma alterao de processo digestivo ou de funcionamento geral do

    organismo.

  • Manual de Dietas Hospitalares

    Ana Paula Ripari, 2010. Pgina 13

    DIETA BRANDA

    Este tipo de dieta intermediria da dieta normal e da dieta pastosa. Possui

    consistncia atenuada e menor quantidade de resduos. Sua funo, Segundo

    Augusto (2005), facilitar e diminuir o tempo da digesto. prescrita em alguns

    casos de ps operatrio, algumas afeces gastrintestinais (naquelas em que a

    motilidade gstrica e a ao qumica do trato digestivo est debilitada), para

    pacientes com problemas de mastigao, e em casos de diminuda absoro,

    quando os alimentos ingeridos devem ter desagregao facilitada. Seu teor calrico

    no se difere significativamente da dieta normal, sendo que sua proximidade ao da

    dieta normal desejada. Todos os ingredientes so modificados pela coco (para

    abrandar as fibras, conferindo-lhes uma consistncia menos slida), o mesmo ocorre

    com a carne em relao ao seu tecido conectivo.

    Somente os alimentos mecanicamente brandos so includos. Frituras,

    alimentos que fornecem resduos no digerveis, vegetais crus, a maioria das frutas

    cruas, cereais integrais, devem ser excludos. Embora condimentos tambm devam

    ser excludos, alguns, tais como slvia, o tomilho e a pprica so permitidos.

    Preparaes indicadas.

    Salada cozida (vegetais cozidos temperados com molhos simples);

    Carnes frescas cozidas, assadas e grelhadas;

    Vegetais cozidos no forno, gua, vapor e refogados;

    Ovo cozido, poch ou quente;

    Frutas (sucos em compotas, assadas, ou bem maduras, sem casca);

    Torradas, biscoitos, pes enriquecidos (no integrais);

    Pastelaria de forno, bolo simples, sorvete simples;

    Sopas;

    leos vegetais, margarinas;

    Gordura, somente para coco, no para gordura;

    Evitar alimentos flatulentos.

  • Manual de Dietas Hospitalares

    Ana Paula Ripari, 2010. Pgina 14

    DIETA PASTOSA

    Sua finalidade favorecer a digestibilidade em situaes especiais com

    acometimento de fases mecnicas do processo digestivo, como falta de dentes,

    dificuldade de deglutio e ainda em fases crticas de doenas crnicas, como

    insuficincia cardaca e respiratria. Esta dieta, assim como a dieta branda, visa

    proporcionar certo repouso digestivo, porm em consistncia menos slida e mais

    tenra (Augusto, 2005).

    Em relao ao seu valor nutritivo, deve se aproximar do normal e a fibra

    tambm diminuda ou modificada pela coco.

    Preparaes indicadas:

    Leite e derivados (queijos cremosos, naturais ou coagulados);

    Carnes (magra bovina, ave e peixe), modas, desfiadas, soufls;

    Ovo (quente, poch, cozido);

    Frutas (cozidas, em pur, em suco);

    Sopas (massas, legumes liquidificados, farinha e canja);

    Arroz papa;

    leos vegetais, margarinas, creme de leite;

    Po e similares (torradas, biscoitos, bolachas);

    Sobremesas (sorvete simples, gelia, doce em pasta, pudins, cremes, arroz

    doce, fruta cozida, bolo simples);

  • Manual de Dietas Hospitalares

    Ana Paula Ripari, 2010. Pgina 15

    DIETA SEMILQUIDA

    Caracteriza-se por preparos de consistncia espessada e constitui-se de

    alimentos lquidos e semi-slidos, cujas partculas encontram-se em emulso ou

    suspenso. Tem por finalidade propiciar repouso digestivo ou atender as

    necessidades do paciente quando alimentos slidos no so bem tolerados. Evita a

    mastigao e possui pouco resduo, o que, por conseqncia, exige o mnimo de

    trabalho digestivo. Para Augusto (2005), ideal que as preparaes apresentam

    oua viscosidade e que todos os alimentos sejam de fcil digesto. Os alimentos

    slidos so adicionados s bases lquidas para espessar e enriquecer calrica e

    nutritivamente as preparaes. Podem ser incorporados:

    Mono e dissacardeos............................................................at 20%

    Dextrinas................................................................................10%

    Farinhas.................................................................................15%

    Pectina, fcula de amido e batata.........................................5%

    alm de clara e gema de ovos, hidrolisados proticos comerciais (caseinato,

    protena hidrolisada de soja, de lactoalbumina,etc.), leo vegetal, creme deleite e

    outros.

    O teor calrico desejado, segundo augusto (2005), torna-se diminudo neste

    tipo de dieta, por conta de sua limitao em relao a alimentos permitidos.

    Preparaes indicadas:

    gua e infusos (ch, mate, caf);

    Sucos (de carne, verduras e frutas) coados;

    Pur de vegetais;

    Caldos de carne e vegetais (desengordurados);

    Sopas espessadas, liquidificadas e sopas- creme;

    Leite ou coalhada, creme, queijos cremosos e margarina;

    Frutas em papa ou liquidificadas;

    Sobremesas: sorvetes, gelatinas, pudins, cremes e farinhas.

  • Manual de Dietas Hospitalares

    Ana Paula Ripari, 2010. Pgina 16

    DIETA LQUIDA COMPLETA

    totalmente composta por preparaes lquidas na temperatura corporal,s

    quais so adicionadas substncias que permaneam dissolvidas. Objetiva fornecer

    nutrientes de uma forma que exija um mnimo de esforo nos processos digestivos e

    absortivos (ps-operatrios, casos graves de infeco, transtornos gastrintestinais,

    etc.) e indicada quando se deseja obter repouso gastrintestinal maior que nos

    casos anteriores.

    Muitas vezes, pelas limitaes impostas pela dieta lquida, ela pode

    apresentar baixo teor nutritivo, por isso a evoluo para dieta semilquida deve ser

    feito o mais breve o possvel; em casos em que no seja possvel, deve-se fazer

    suplementao vitamnica e/ou mineral, ou mesmo protico-calrica, quando

    podero ser utilizados produtos industrializados ricos em calorias, protenas,

    vitaminas e minerais (Sustagem, Sustacal, Meritene, etc.) e ainda, clara de ovo,

    creme deleite,acar, farinhas etc.

    A dieta lquida propicia pouca saciedade, por isso deve ser administrada de

    duas em duas horas com quantidade de acar mantida no mnimo para no

    provocar fermentao e flatulncia. A fim de no haver distenso abdominal, o

    volume tambm costuma ser controlado: administra-se aproximadamente 200 ml por

    vez. Se a dieta for administrada em situaes em que no seja necessria a

    restrio hdrica, o paciente pode ser alimentado mesmo durante a noite, caso sinta

    fome, ou para complementao de suas necessidades nutricionais. As necessidades

    hdricas dos indivduos giram em torno de 1.000 a 1.500ml; nos casos em que

    administra-se a dieta totalmente lquida, a oferta pode ser aumentada. A densidade

    calrica de um quilocaloria/ml; nos casos em que haja restrio hdrica, o volume

    ser avaliado conforme o balano hdrico do paciente e a densidade calrica da

    dieta dever ser de aproximadamente duas quilocalorias/ml.

    A dieta lquida completa fundamentalmente base de leite, que a maior

    fonte protica lquida, e de bebidas base de leite; pobre em resduo, porm

    mais rica neste do que a dieta lquida restrita. Em casos de intolerncia lactose,

    provavelmente ser mais difcil alcanar as necessidades calricas e nutritivas do

    paciente, podendo ento ser utilizados produtos isentos de lactose, tais como leites

  • Manual de Dietas Hospitalares

    Ana Paula Ripari, 2010. Pgina 17

    de soja ou preparaes proticas que no sejam base de leite, com o mingau de

    frango.

    Preparaes indicadas:

    Leite, leite gelificado, iogurte, creme de leite, queijos cremosos;

    Sobremesas: gelatina, gelia de mocot, pudins, sorvetes;

    Bebidas: ch, caf, chocolate, mate, bebidas no gasosas, gemada, sucos de

    frutas e de vegetais coados;

    Cereais: papa de cereais (podem ser adicionados s bases lquidas);

    Sopas: sopas de vegetais peneiradas, sopas cremosas coadas, caldo de

    galinha, de carne, caldo de feijo;

    Ovo quente;

    Gorduras: leos vegetais, margarina, creme de leite;

    Alimentos espessantes: farinha pr cozida de arroz, trigo, milho, isolados

    proticos, clara de ovo, etc.

  • Manual de Dietas Hospitalares

    Ana Paula Ripari, 2010. Pgina 18

    DIETA LQUIDA RESTRITA OU CRISTALINA

    Consiste, basicamente, de gua, lquidos lmpidos e carboidratos. Por no

    conter leite e outras preparaes, o seu valor nutritivo e calrico muito baixo.

    Geralmente, empregada no ps-operatrio (24 horas a 36 horas), a fim de hidratar

    e proporcionar o mximo de repouso gastrintestinal, este, por conta de sua

    quantidade mnima de resduos. Possui em torno de 500kcalk e, por isso, deve

    evoluir rapidamente para dieta lquida completa.

    Deve ser administrada de duas em duas horas (ou menos), para hidratar os

    tecidos, e haver monitorizao do volume para evitar a distenso abdominal.

    Preparaes indicadas:

    gua e infusos adocicados (ch, caf, mate) com acar e dextrosol (glicose

    de milho) e bebidas carbonatadas;

    Sucos de frutas coados;

    Caldo de carne e de legumes coados;

    Sobremesas: gelia de mocot,gelatina,sorvetes ou picols base de suco

    de frutas coadas, sem leite.

  • Manual de Dietas Hospitalares

    Ana Paula Ripari, 2010. Pgina 19

    NUTRIO NO AMBULATRIO

    A dieta ambulatorial acrescenta, alm dos demais requisitos j apresentados,

    a condio scio-econmica do paciente, uma vez que este ou seus familiares so

    responsveis pela aquisio de seus alimentos.

    Para Augusto (2005), na abordagem ambulatorial, o tempo de atendimento

    limitado em virtude do nmero freqentemente elevado de pacientes e dos casos

    no serem complexos a ponto de internao, e os dados de avaliao limitam-se,

    muitas vezes, ao peso e altura.

    Independente do estado nutricional do paciente, inicia-se a abordagem com

    um interrogatrio que visa identificar a idade do paciente, o nmero de pessoas com

    quem mora, nvel scio-econmico, tipo de habitao, grau de instruo, histria

    clnica e de sua famlia e condies de aquisio de alimentos. Ressalta-se ainda

    eventuais intolerncias e preferncias alimentares. Dentro das possibilidades e das

    complexidades do caso, solicita-se exames bioqmicos.

    Uma vez em posse do diagnstico e depois de feita a anamnese e avaliao,

    parte-se para escolha dos alimentos,distribuio e clculo da dieta,com posterior

    explicao ao paciente. Para clculo de dietas em ambulatrio, tabelas de

    composio de alimentos resumidas so de grande valia por apresentarem pores

    em medidas caseiras.

    A etapa mais importante, segundo Augusto (2005), o esclarecimento ao

    paciente e seus familiares, a nvel clnico e nutricional. Talvez at de uma forma

    maior do que no caso do paciente hospitalizado, uma vez que o sucesso do

    tratamento e controle da doena est sob seu prprio controle.

    Ao elaborar o plano alimentar do indivduo, o nutricionista deve respeitar seus

    horrios de refeies, sempre que possvel, pois so calcados no seu cotidiano e, na

    maioria das vezes, no seu horrio de trabalho.

    O atendimento ambulatorial deve ser peridico e, na consulta corrente, avalia-

    se os objetivos da ltima consulta foram alcanados para progredir, manter ou

    reavaliar a dieta.

  • Manual de Dietas Hospitalares

    Ana Paula Ripari, 2010. Pgina 20

    MODIFICAES, SEGUNDO O EQUILBRIO DE NUTRIENTES

    Alm de todos os critrios citados, a dieta ainda pode ser modificada segundo

    o equilbrio de nutrientes; por exemplo, a dieta poder ser de restrio ou de

    acrscimo, que seria a que apresentasse restrio ou excluso, ou aumento de

    quantidade, respectivamente, de um ou mais nutrientes, independente de sua

    consistncia, volume, etc. Neste caso, as dietas podero ser:

    Normocalrica: Dieta com quantidades normais de calorias, dentro das

    necessidades distintas de cada paciente.

    Hipocalrica: Dieta restrita em calorias, ou seja, em quantidades abaixo do

    necessrio. Sua funo produzir balano energtico negativo e conseqente perda

    de peso. Indicada para pacientes obesos ou em caso de doenas que requerem

    urgncia mdica em perda de peso. No possui alimentos de alta densidade

    calrica.

    Hipercalrica: Dieta com quantidades aumentadas de calorias, ou seja, em

    quantidades acima do valor energtico total (VET) do paciente. Tem a funo de

    gerar balano positivo e conseqente ganho de peso. Indicada para pacientes em

    subnutrio. Possui alimentos de alta densidade calrica.

    Normoprotica: Dieta que possui quantidades normais de protenas, segundo as

    necessidades distintas do paciente.

    Hipoprotica: Possui quantidades diminudas de protenas cuja finalidade

    prevenir o acmulo de metablitos nitrogenados. composta por doces base de

    frutas, mel e vegetais. Indicadas para pacientes com insuficincia renal crnica,

    encefalopatia heptica ou outra patologia cujo catabolismo protico possa interferir

    na evoluo positiva do quadro clnico.

    Hiperptotica: Dieta com quantidades aumentadas de protenas a fim de produzir

    balano positivo de nitrognio. A relao caloria/protena deve ser suficiente.

    Indicada para pacientes em estado de hipercatabolismo.

    Normoglicdica: Dieta em quantidades normais de hidratos de carbono, conforme

    as necessidades distintas de cada paciente.

  • Manual de Dietas Hospitalares

    Ana Paula Ripari, 2010. Pgina 21

    Hipoglicdica: Possui quantidades de carboidratos reduzidas, cujo principal objetivo

    diminuir a quantidade destes, sem diminuir necessariamente as calorias, um

    exemplo a dieta para o diabtico, que pobre em glicdios simples, em destaque a

    sacarose, o tradicional acar de mesa.

    Hiperglicdica: Dieta com quantidades aumentadas de carboidratos

    Normolipdica: Possui quantidades normais de gorduras, segundo as necessidades

    individuais de cada paciente.

    Hipolipdica: Dieta pobre em gorduras, principalmente saturadas, indicada para

    pacientes com hipercolesterolemia e obesos.

    Hiperlipdica: Dieta com uma boa quantidade de gorduras, principalmente de

    Triglicerdeos de Cadeia mdia (TCMs), geralmente indicada para tratamento de

    desnutrio grave. Nem sempre pode ser associada hipercalrica, pois, pode ser

    ajustada de acordo com as necessidades do paciente, enfocando apenas a maior

    oferta de gorduras de boa qualidade.

    Hipossdica: Dieta pobre no eletrlito/mineral Sdio (Na), presente em grande

    quantidade em diversos tipos de alimentos, como por exemplo, alguns tipos de

    adoantes alimentos embutidos, enlatados, conservas dentre outros.

    indicada para pacientes hipertensos, cardiopatas, com reteno de lquidos

    (edemas), dentre outros.

    Rica em potssio: Dieta contendo alimentos fontes de potssio. Segundo Augusto

    (2005), a carncia de potssio comum em ps-operatrios, m nutrio, equilbrio

    nitrogenado prolongado, perdas gastrintestinais e alcalose metablica. Tambm em

    casos de insuficincia cardaca, o teor de potssio no miocrdio se esgota, e com a

    recuperao ocorre repleo de potssio (Augusto,2005).

    Pobre em potssio: Dieta com teores reduzidos de potssio. Este tipo de dieta

    pode ser administrada em casos, por exemplo, de doenas renais onde a acidose

    metablica comum. Nesse caso, no estgio final da doena renal, reduz-se a

    reabsoro de bicarbonato em conseqncia de hipercalemia entre outros excessos

    (Silva e Mura, 2007).

  • Manual de Dietas Hospitalares

    Ana Paula Ripari, 2010. Pgina 22

    Rica/pobre em fibras: A escolha destas dietas depende, basicamente, da

    motilidade intestinal do paciente. Quanto maior for a quantidade de fibras, maior a

    motilidade intestinal e, quanto menor for a quantidade de fibras, menor o esforo

    gastrintestinal. A dieta com baixo teor de fibras indicada para problemas no trato

    gastrintestinal e cirurgias de clon.

    A ingesto de grande quantidade de fibras alimentares tem se associado

    reduo do risco de doenas cardacas em um grande nmero de estudos, alm de

    sua co-participao em hipercolesterolemias e equilbrio glicmico (Rand, 2006). A

    dieta rica em fibras deve fornecer variveis de fibras solveis e insolveis e tambm

    est indicada para doenas do clon, hemorridas e obesidade.

    Pobre em colesterol: Consiste em restringir a utilizao de gorduras saturadas e

    utilizar-se, moderadamente, das gorduras poli e monoinsaturadas. Indicada para

    pacientes com dislipidemias, ou presso arterial elevada, por exemplo.

    Restrita em lquidos: Dieta onde se restringe a ingesta de lquidos. Utilizada

    principalmente em casos de doena renal aguda, onde os rins so incapazes de

    manter a homeostasia de gua e eletrlitos. Segundo Augusto (2005), esta dieta

    administrada nas fases oligricas (decrscimo na quantidade de urina secretada) da

    doena. Nestes casos, restringe-se tambm a ingesta de sdio e potssio.

  • Manual de Dietas Hospitalares

    Ana Paula Ripari, 2010. Pgina 23

    DIETAS COM EXCLUSO DE DETERMINADOS ALIMENTOS

    A HIPOALERGENICIDADE

    Alergias alimentares manifestam-se com as mesmas repostas tpicas de

    hipersensibilidade, prpria de todas as alergias. Segundo Bodinski (2006), o

    alimento alergnico caracterizado como o antgeno que estimula a produo de

    anticorpos e conseqentes liberaes de histamina e serotonina. Os principais

    tecidos afetados esto localizados no nariz, nos brnquios, no TGI, na pele e no

    crebro,embora muitos outros tambm possam ser afetados. As repostas mais

    comuns aos antgenos alimentares so nuseas e vmitos, diarrias, clicas dores e

    distenses abdominais. Se forem ingeridas grandes quantidades do alergnico,

    podem ocorrer eczema, urticria, rinite e asma. Podem, ainda, produzir mudanas

    comportamentais.

    O processo digestivo pode desativar muitos alimentos que atuam como

    antgenos. Porm as crianas, por possurem eficincia digestiva limitada, esto

    mais sujeitas absoro de antgenos potencialmente ativos.

    Bodinski (2006) classifica as alergias alimentares em

    Imediatas: ou evidente, que ocorre dentro de 1 hora aps a ingesto do antgeno.

    So menos comuns e pem a vida do paciente em risco.

    Retardadas: tambm chamadas de respostas ocultas, podem ocorrer cinco dias

    aps a ingesto do alimento agressor. Estas correspondem a 95% de todas as

    alergias alimentares e podem estar relacionadas a perturbaes na digesto ou

    absoro. No apresentam riscos vida porm compreendem uma fonte crnica de

    morbidade.

    O tratamento da alergia alimentar feito pela supresso dos alimentos que

    provocam a reao,eles devem ser identificados, a fim de serem eliminados da

    dieta. A dietoterapia usada tanto na identificao do alrgeno alimentar, como para

    evitar reaes. Na maioria das vezes, o teste cutneo para identificao dos

    antgenos alimentares no seguro. A identificao do alimento responsvel por

    uma resposta imediata e, geralmente, mais simples do que a do que provoca uma

  • Manual de Dietas Hospitalares

    Ana Paula Ripari, 2010. Pgina 24

    resposta retardada. O ponto de partida uma anamnese completa. Os

    antecedentes alrgicos familiares so importantes, assim como o prprio passado

    alrgico do paciente. Qualquer alergia ou possvel resposta alrgica dever ser

    inteiramente investigada, para identificar o antgeno.

    Na anamnese alimentar, deve-se relacionar todos os alimentos ingeridos e

    todos os sintomas notados, na tentativa de descobrir as possveis correlaes. Se

    um alimento torna-se suspeito ele deve ser eliminado da dieta por seis semanas. Se

    os sintomas desaparecerem durante este perodo, o alimento e reintroduzido, para

    verificar-se a reapario dos sintomas. Este tipo de dieta de eliminao s til

    quando um nico alimento responsvel. Muitos pacientes tm no apenas um

    alimento desencadeante mas, sim, vrios deles. Para tais pacientes, exigida uma

    dieta de eliminao mais rgida. As dietas testes, aconselhadas por Rowe, consistem

    de trs regimes diferentes, que contm alimentos no muito provveis de serem

    alergnicos. Uma das dietas selecionada com base no histrico alimentar do

    paciente. Esta dieta seguida por trs semanas, a menos que provoque reaes

    graves. Se a dieta no aliviar os sintomas em trs semanas, uma segunda dieta ser

    experimentada, durante mais trs semanas e, se necessrio, uma terceira dieta ser

    empregada. Quando uma dieta melhora os sintomas, o perodo de prova ser

    estendido por outra semana e os alimentos so adicionados dieta um de cada vez,

    em intervalos de dez dias. Os antgenos alimentares mais comuns, representados

    pelo trigo, ovos e leite, so adicionados por ltimo. Qualquer alimento que cause um

    retorno dos sintomas ser eliminado da dieta, permanentemente. Se for o leite o

    alimento eliminado da dieta, a carne dever ser dada duas vezes ao dia para provir

    quantidade adequada de protena, devendo ser usados suplementos de clcio.

    Suplementos vitamnicos e minerais podem ser necessrios, durante o perodo de

    teste.

  • Manual de Dietas Hospitalares

    Ana Paula Ripari, 2010. Pgina 25

    Alimentos permitidos na dieta de eliminao isenta de cereal. (Rowe)

    Tapioca

    Batata inglesa

    Batata doce ou inhame

    Po de batata com soja

    Po de batata com feijo branco

    Leite de soja

    Cordeiro

    Frango, galeto, galo e capo

    Bacon

    Fgado (cordeiro)

    Ervilhas

    Espinafre

    Abbora

    Vagem

    Tomate

    Alcachofras

    Aspargo

    Cenoura

    Alface

    Feijo branco

    Damasco

    Graprfruit

    Limo

    Pssego

    Abacaxi

    Ameixas

    Pra

    Acar de cana e beterraba

    Sal

    leo de gergelim

    leo de soja

    Margarina de leo

    Gelatina com flavorizante de frutas e

    sucos permitidos

    Vinagre branco

    Extrato de baunilha

    Extrato de limo

    Fermento ingls, isento de maisena

    Bicarbonato de sdio

    Cremor de trtaro

    Xarope de bordo

    Xarope feito com cana e bordo

    Fonte: Bodinski, 2006.

  • Manual de Dietas Hospitalares

    Ana Paula Ripari, 2010. Pgina 26

    Alimentos permitidos na dieta de eliminao Isenta de frutas e cereal (Rowe).

    Tapioca

    Batata inglesa

    Fcula de batata

    Batata doce ou inhame

    Po de batata e soja

    Feijo branco

    Leite de soja

    Cenouras cozidas

    Abbora

    Alcachofras

    Ervilhas

    Vagem

    Cordeiro

    Bacon

    Frango (galinha, no)

    Acar de cana e beterraba

    Margarina de leos (sem leite)

    leo de soja

    Gelatina

    Sal

    Xarope de cana de acar

    Fermento ingls (isento de cido

    tartrico e amido de milho).

    Fonte: Bodinski,2006.

    Alimentos permitidos nas dietas de mnima eliminao (Rowe).

    1. Cordeiro, batata inglesa, tapioca em prolas, cenouras, ervilhas, leo de

    caroo de algodo ou gergelim, sal, acar e gua. Esta dieta elimina carne

    de vaca, todos os cereais e frutas, feijo-soja, feijo branco e a maioria dos

    vegetais que se encontram nos quadros anteriores.

    2. Frango,peru,arroz, tapioca em prolas, leo de caroo de algodo ou

    gergelim, sal acar e gua,eliminando todos os cereais, leguminosas,

    vegetais, carnes e frutas.

    3. Peixes, carangueijo, ovos, tapioca em prolas, po de soja e tapioca, bolos e

    bolinhos, margarina de leo, acar, sal e gua.

    Fonte: Bodinski,2006.

  • Manual de Dietas Hospitalares

    Ana Paula Ripari, 2010. Pgina 27

    Existem outras propostas de dietas para identificao de antgenos que

    eliminam alrgenos alimentares mais comuns como: trigo, ovos e leite. A dieta isenta

    de trigo fornece substitutivos de modo que todas as fontes de trigo sejam evitadas.

    Esta dieta deficiente em ferro, tiamina e riboflavina e exige suplementao. Carne,

    peixe e galinha servem como fontes proticas em dietas isentas de ovos, sendo

    necessria a adequao calrica quando produtos de pastelaria contendo ovos, so

    eliminados. As dietas isentas de leite so particularmente interessantes quando se

    trata de pacientes lactentes ou crianas menores. Neste caso,podero ser utilizadas

    frmulas com soja, com base de carne ou hipoalergnica. Quando o leite de cabra e

    usado como substituto do leite, devemos suplementar a vitamina B12, cido flico e

    vitamina D.

    As dietas de eliminao so mais simples de serem manejadas no caso de

    crianas, porque a frmula o esteio da dieta. Uma frmula isenta de leite pode ser

    usada como nico alimento durante o perodo de prova, com a adio peridica de

    outros alimentos, um de cada vez, enquanto a criana cresce.

    A substituio apropriada ou a suplementao de nutrientes essenciais, so

    importantes em qualquer dieta de eliminao. Os alimentos que causam respostas

    alrgicas podero ser reintroduzidos depois de um perodo de abstinncia, porque

    muitas pessoas, particularmente as crianas, tendem a melhorar, no caso de

    alergias alimentares.

    Isenta de Glten: Caracteriza-se pela ausncia total de cereais ricos em glten, tais

    como trigo, centeio, aveia, cevada, po, macarro, bolos, biscoitos e massas em

    geral. O trigo pode ser substitudo por farinha de milho, maizena, polvilho, araruta,

    fcula de batata ou creme de arroz. Por sua restrio, Bodinski (2006) diz que

    importante que a dieta isente de glten seja variada e receitas especiais so

    exigidas. Tambm essencial educar o paciente a verificar sempre o rtulo de

    qualquer alimento, no consumindo aqueles cuja embalagem informar contm

    glten.

    Isenta de Lactose: Dieta onde se elimina alimentos que contenham lactose (leite e

    derivados), ou utiliza-se produtos lcteos onde a lactose retirada. Indicada quando

    o paciente possui intolerncia lactose, algum tipo de erros natos do metabolismo

  • Manual de Dietas Hospitalares

    Ana Paula Ripari, 2010. Pgina 28

    (galactosemia) ou em casos de diarria crnica na teraputica de excluso, aps

    anamnese - , por exemplo.

    Pobre em purinas: Dieta com baixos teores de purinas. As purinas so

    componentes das protenas cujos pacientes com gota so incapazes de metabolizar

    resultando em hiperuricemia, segundo Bodinski (2006) As purinas geram cido rico

    e tambm devem ser evitada por pacientes litisicos com hiperuricosria (Silva e

    Mura, 2007).

  • Manual de Dietas Hospitalares

    Ana Paula Ripari, 2010. Pgina 29

    DIETAS ESPECIAIS

    comprovado que o estado nutricional influi, substancialmente, na

    manuteno da sade e no controle de doenas. Portanto, importante identificar

    indivduos portadores ou em condies de desenvolver processos de m nutrio, a

    fim de permitir sua correo e/ou favorecer uma recuperao eficaz. Vale ressaltar

    que, m nutrio no est exclusivamente ligada aos ndices de baixo peso, pois,

    um indivduo pode se apresentar com sobrepeso/obesidade e, ainda assim,

    caracterizar anemias diversas por conta da m alimentao. Do mesmo modo que

    indivduos eutrficos ou com subpeso podem caracterizar distrbios lipdicos.

    No diferente de pacientes normais, os mtodos de avaliao do estado

    nutricional de um paciente com suspeitas clinicas de alguma patologia devem ser

    bem conhecidos e individualizados, no se limitando a prescrio de dietas

    especiais. Estes incluem:

    - anamnese alimentar e pesquisa de sinais e sintomas clnicos;

    - medidas antropomtricas;

    - determinaes hematolgicas, sricas e urinrias apropriadas.

    sabido que so inmeras as patologias influenciadas pelo estado

    nutricional, no entanto, vamos focar em apenas uma rvore desta floresta,

    limitando-se em apenas um destes distrbios:

    DIETOTERAPIA EM DIABETES MELLITUS (DM)

    Considerando que a dieta do diabtico um dos fatores fundamentais para

    manter os nveis glicmicos dentro de limites desejveis, o planejamento alimentar

    deve ser cuidadosamente elaborado, com nfase na individualizao. Para ser bem

    sucedida, a dieta deve ser orientada de acordo com o estilo de vida, rotina de

    trabalho, hbitos alimentares, nvel socioeconmico, tipo de Diabetes e a medicao

    prescrita.

    Os diabticos insulinodependentes requerem a ingesto de alimentos com

    teores especficos de carboidratos, em horrios determinados, para evitar

    hipoglicemias e grandes flutuaes nos nveis glicmicos. A ingesto alimentar deve

  • Manual de Dietas Hospitalares

    Ana Paula Ripari, 2010. Pgina 30

    estar sincronizada com o tempo e o pico de ao da insulina utilizada. Para

    diabticos no insulinodependentes, principalmente os obesos ou com sobrepeso, a

    principal orientao a restrio da ingesto calrica total a fim de alcanar o peso

    adequado.

    O objetivo da dietoterapia em DM de orientar os indivduos quanto s

    mudanas de hbitos alimentares, visando a um bom controle metablico, por meio

    de:

    Manuteno dos nveis glicmicos, peso e nveis lipdicos entre bom e aceitvel

    (Ver metas para o controle, logo abaixo), adaptando a ingesto alimentar

    medicao (se estiver usando) e rotina de vida do diabtico.

    Fornecimento de energia e nutrientes para a manuteno, recuperao ou

    reduo de peso e para atender s necessidades metablicas aumentadas

    durante a gestao e a lactao.

    Assegurao do crescimento e desenvolvimento de crianas e adolescentes.

    Promoo do ajuste diettico para preveno e tratamento das complicaes

    agudas e crnicas do Diabetes.

    Fornecimento de calorias para atender s demandas energticas decorrentes de

    atividades fsicas.

  • Manual de Dietas Hospitalares

    Ana Paula Ripari, 2010. Pgina 31

    METAS PARA CONTROLE DE DM

    GLICEMIA PLASMTICA (mg/dl)*

    - Jejum 110

    - 2 horas Ps-prandial 140

    GLICO-HEMOGLOBINA (%)* Limite superior do mtodo

    COLESTEROL TOTAL (mg/dl) < 200

    HDL-COLESTEROL > 45

    LDL-COLESTEROL < 100

    TRIGLICRIDES (mg/dl) < 150

    NDICE DE MASSA CORPORAL 20-25

    PRESSO ARTERIAL (mmHg)

    - Diastlica < 80

    - Sistlica < 135

    Fonte:Ministrio da Sade, 2000

    *Quanto ao controle glicmico, deve-se procurar atingir valores os mais prximos

    do normal. Como muitas vezes no possvel, aceita-se, nestes casos, valores de

    glicose plasmticas em jejum at 126 mg/dl, de duas horas ps-prandial at 160

    mg/dl e nveis de glico-hemoglobina at um ponto percentual acima do limite

    superior do mtodo utilizado. Acima destes valores, sempre necessrio realizar

    interveno para melhorar o controle metablico.

    A prescrio energtica baseia-se nas calorias requeridas para alcanar e

    manter o peso desejado:

    indivduos obesos (geralmente diabticos do Tipo 2) devem ser orientados para

    seguirem uma dieta com moderada restrio calrica, associada com exerccios

    fsicos, a fim de reduzirem o peso, gradativa-mente. Geralmente, uma perda

    razovel de peso, 5 a 10 kg em grandes obesos, j se mostra efetiva no controle

    glicmico, mesmo que o peso ideal ainda no tenha sido alcanado;

    diabticos com peso adequado devem ingerir calorias suficientes para mant-lo;

  • Manual de Dietas Hospitalares

    Ana Paula Ripari, 2010. Pgina 32

    diabticos com baixo peso, particularmente do Tipo 1, que tenham perdido

    massa magra e gordura corporal, requerem ingesto calrica ajustada para

    recuperao do peso e do bom estado nutricional;

    crianas e adolescentes necessitam de ajustes freqentes no VET, a fim de

    prover energia suficiente para o crescimento e desenvolvimento, dentro do

    esperado para cada faixa etria.

    Estabelecido o VET para cada indivduo, importante orientar o diabtico

    quanto ao manejo de sua dieta, a fim de manter a ingesto calrica razoavelmente

    constante dia aps dia, pois flutuaes na ingesto alimentar podem ter efeitos

    significativos no controle do nvel glicmico. O uso de tabelas de grupos alimentares

    (po/cereais, carnes, vegetais, frutas, leite e gorduras - anexo), e suas substituies,

    constituem o principal instrumento para a elaborao da dieta.

    Os grupos alimentares relacionados abaixo so considerados bsicos, sendo

    necessrio ingerir, diariamente, alimentos de todos os grupos para conseguir-se um

    equilbrio adequado na alimentao:

    Grupo dos pes, cereais, outros gros e tubrculos: pes, biscoitos, arroz, milho,

    aveia, fub de milho, cuscuz, beiju, batata inglesa, batata doce, mandioca, car,

    inhame, etc.

    Grupo das frutas: laranja, banana, abacaxi, mamo, melancia, limo, caju,

    tangerina, caqui, manga, melo, etc.

    Grupo dos vegetais: folhas verdes, berinjela, jil, maxixe, pepino, tomate, cebola,

    pimento, abbora, cenoura, beterraba, quiabo, vagem, chuchu, etc.

    Grupo das carnes e substitutos: frango, peixe, carne bovina, ovos, frutos do mar,

    feijes e ervilhas, etc.

    Grupo do leite e derivados: leite, queijo, iogurte, coalhada.

    Grupo das gorduras: leos vegetais.

    importante ressaltar que as quantidades e distribuio dos alimentos

    dependero das caractersticas de cada indivduo.

  • Manual de Dietas Hospitalares

    Ana Paula Ripari, 2010. Pgina 33

    Carboidratos e Fibras

    Recomenda-se que as fontes de carboidratos consistam de cereais,

    leguminosas e vegetais (carboidratos complexos, na forma de amido); leite e frutas

    (lactose, frutose, sacarose e glicose de composio destes alimentos). Estes

    alimentos devem ser distribudos em quantidades equilibradas ao longo do dia.

    ndice Glicmico - Considerando a grande variedade de alimentos que podem ser

    utilizados nas refeies, e seus efeitos sobre a concentrao de glicose

    plasmtica ps-prandial, alguns pesquisadores tm realizado estudos que

    caracterizam os alimentos de acordo com sua resposta glicmica. Esta resposta

    ento comparada com a de uma poro isocalrica de um alimento padro

    (glicose ou po branco). Os resultados obtidos compem as tabelas de ndice

    Glicmico.

    As maiores elevaes do ndice Glicmico foram observadas com batatas,

    cereais e pes; as menores com macarro e leguminosas. As diferenas podem

    estar relacionadas com o teor de fibras, com a forma de preparo e com variaes no

    processo digestivo. As informaes sobre o ndice glicmico podero ser teis na

    seleo dos alimentos quando estudos mais conclusivos melhor determinarem os

    seus benefcios na dieta do diabtico.

    Alm disso, as tabelas atualmente referem-se aos alimentos mais utilizados

    nos EUA, Europa e Austrlia. No temos ainda disposio, a anlise de alimentos

    cultivados e consumidos nas diversas regies do pas.

    Sacarose (acar) - Alguns estudos tm mostrado que o uso de sacarose como

    parte do plano alimentar no prejudicaria o controle glicmico dos diabticos,

    mas esta ingesto estaria condicionada ao bom controle metablico e ao peso

    adequado. Alguns estudiosos estabelecem percentuais que variam de 5 a 7% de

    sacarose na dieta de diabticos compensados.

    Contudo, recomendamos cautela no uso de sacarose para os diabticos do

    nosso pas, considerando as dificuldades de acesso aos servios de sade,

    necessrio para o acompanhamento clnico. O auto-monitoramento domiciliar da

    glicemia tambm difcil de ser cumprido, sobretudo devido aos custos econmicos

  • Manual de Dietas Hospitalares

    Ana Paula Ripari, 2010. Pgina 34

    elevados. Estes so apenas dois aspectos que devemos lembrar ao se propor o uso

    da sacarose. O assunto ainda gera controvrsias e os pesquisadores alertam que a

    utilizao de sacarose pelo diabtico, sempre ser em quantidades e freqncia

    menores que as da populao em geral, sem nunca se esquecer da auto-

    monitorizao glicmica. Portanto, primordial que sejam oferecidos a todos a

    educao continuada em diabetes e melhores condies para o controle clnico.

    Fibras alimentares na DM

    A fibra alimentar ou diettica compreende um grupo distinto de carboidratos

    dos alimentos vegetais que apresentam resistncia hidrlise pelas enzimas

    digestivas humanas.

    Por seu efeito conhecido no controle da glicemia, o consumo dirio de

    alimentos que contenham cerca de 20 a 35 gramas de fibras dietticas

    recomendado aos diabticos, assim como para a populao em geral. Para tanto,

    importante incentivar o uso de alimentos pouco cozidos e no refinados. As frutas e

    vegetais devem ser ingeridos preferencialmente crus, procurando-se evitar consumi-

    los liquidificados, picados e fatiados.

    Fracionamento de Refeies

    Recomenda-se fracionar a alimentao diria em 6 refeies (3 grandes -

    caf da manh, almoo e jantar - e 3 lanches intermedirios), com horrios e

    quantidades determinadas e adequadas ao tempo de ao da insulina usada (se for

    o caso) e prtica de exerccios, a fim de evitar hipoglicemia ou hiperglicemia.

    Para diabticos insulinodependentes, este esquema proposto para o

    chamado tratamento convencional, em que o diabtico usa uma ou duas doses pr-

    fixadas de insulina/dia e no qual a alimentao adaptada quantidade de insulina

    e aos exerccios fsicos (ajustes reativos).

    Mais recentemente, tem tido maior divulgao o denominado controle estrito,

    em que so usadas 3, 4 ou mais doses de insulina/dia, em que a quantidade e o

    nmero de doses so adaptados ao plano alimentar e exerccios fsicos (ajustes

    preditivos). A grande vantagem deste esquema, tambm chamado tratamento

    intensivo, o de alcanar um melhor controle glicmico nas 24 horas e,

  • Manual de Dietas Hospitalares

    Ana Paula Ripari, 2010. Pgina 35

    conseqentemente, reduzir o risco de surgimento ou retardar a evoluo das

    complicaes crnicas, tais como a retinopatia, a nefropatia e a neuropatia,

    conforme demonstrado no estudo multicntrico DCCT (Diabetes Control and

    Complications Trial). Outra vantagem que o diabtico que est sendo tratado neste

    modelo intensivo poder ter uma maior flexibilidade na alimentao.

    O alto custo econmico constitui a maior dificuldade para a implementao

    desta proposta de tratamento, que requer, ainda:

    indispensvel apoio da equipe multidisciplinar 24 horas;

    bom nvel educacional e aprofundamento da educao em diabetes para o

    diabtico e familiares. Esta uma das razes pelas quais o tratamento intensivo

    s pode ser utilizado em crianas maiores e jovens motivados e que tenham

    apoio e participao dos familiares;

    automonitoramento constante da glicemia (realizao de glicemia capilar e,

    conseqentemente, pelo menos quatro picadas/dia nas polpas digitais).

    Neste tipo de tratamento podem ser observadas hipoglicemias freqentes, por

    vezes severas, e tambm ganho de peso.

    Adoantes

    Os adoantes que podem ser utilizados como substitutos do acar na

    alimentao diria so classificados em calricos e no calricos. No seu consumo,

    devem ser tomadas certas precaues: observar a ingesto diria aceitvel/IDA e

    considerar vantagens e desvantagens de cada um. Segundo a Portaria n 234, da

    Secretaria de Vigilncia Sanitria do Ministrio da Sade, publicada no D.O.U. n

    101 de 27.05.96, os adoantes dietticos so os produtos base de edulcorantes.

    Devem atender legislao especfica.

    O uso de edulcorantes por crianas diabticas deve ter ateno especial, pois

    a ingesto diria aceitvel recomendada por quilograma de peso corporal e as

    crianas tendem a us-los com maior freqncia, atingindo rapidamente o limite

    mximo.

  • Manual de Dietas Hospitalares

    Ana Paula Ripari, 2010. Pgina 36

    Recomenda-se o uso variado de adoantes, evitando concentrar-se em um

    s, a fim de prevenir seus possveis efeitos deletrios.

    Em caso de hipertensos, usar, preferencialmente, adoantes que no

    contenham sdio na composio, ou seja, procurar evitar sacarina e o ciclamato de

    sdio.

    Segundo a Associao Americana de Diabetes, nas suas recomendaes de

    1995, os adoantes no calricos podem ser usados com moderao por gestantes.

    No entanto, alguns trabalhos orientam que o melhor no usar adoante, pelo

    menos durante o primeiro trimestre, fase de embriognese. A recomendao

    devida falta de consenso quanto aos efeitos dos adoantes sobre o feto.

  • Manual de Dietas Hospitalares

    Ana Paula Ripari, 2010. Pgina 37

    EXEMPLOS DE CARDPIOS PARA DIETAS

    HOSPITALARES

    As dietas anexas possuem carter informativo e de modo algum substituem a avaliao nutricional e seus procedentes.

  • Manual de Dietas Hospitalares

    Ana Paula Ripari, 2010. Pgina 38

    EXEMPLO DE CARDPIO PARA DIETA NORMAL (AUGUSTO, 2005)

    Desjejum

    1 copo duplo de caf com leite integral

    1 colher de sobremesa de acar

    1 po francs

    2 colheres de ch de margarina

    1 fatia fina de queijo

    1 fatia grande de melo

    Colao

    1 copo duplo de suco de laranja

    Almoo

    1 prato de sobremesa de salada crua de tomate e alface

    1poro de peito de frango grelhado

    1poro de soufl de espinafre

    4 colheres de sopa de arroz

    1 concha de feijo

    Sobremesa: 1laranja

    Lanche

    1 copo simples de mate

    1 colher de sobremesa de acar

    2 cream-crackers

    2 colheres de ch de gelia de morango

    Jantar

    1 prato de sopa de creme de cebola

    1 poro mdia de carne assada

    4 colheres de sopa de batata sout

    Sobremesa: 1 taa de gelatina de morango

    Ceia

    1 taa de sorvete de abacaxi

  • Manual de Dietas Hospitalares

    Ana Paula Ripari, 2010. Pgina 39

    EXEMPLO DE CARDPIO PARA DIETA BRANDA (AUGUSTO, 2005)

    Desjejum

    1 copo duplo de caf com leite integral

    1 colher de sobremesa de acar

    6 biscoitos cream cracker

    1 colher de ch de margarina

    1 banana madura

    Colao

    1 copo duplo de limonada coada

    2 colheres de sobremesa de acar

    Almoo

    1 bife mdio

    2 batatas mdias cozidas

    3 colheres de sopa de arroz

    concha de caldo de feijo

    Sobremesa: 1 fatia mdia de doce de mamo

    Lanche

    1 copo duplo de caf com leite

    1 colher de sobremesa de acar

    3 bolachas gua e sal

    Jantar

    1 prato de sopa de legumes

    com uma poro mdia de frango

    Sobremesa: 1 taa de pudim de leite

    1 copo simples de suco de laranja coado

    Ceia

    1 prato de sobremesa de mingau de amido de milho.

  • Manual de Dietas Hospitalares

    Ana Paula Ripari, 2010. Pgina 40

    EXEMPLO DE CARDPIO PARA DIETA PASTOSA (AUGUSTO, 2005 adaptado de Ripari, 2010)

    Desjejum

    1 copo duplo de chocolate quente

    1 colher de sobremesa de acar

    2 fatias de po de forma

    2 colheres de ch de margarina

    1 fatia de mamo amassado

    Colao

    1 copo duplo de vitamina de banana com leite

    Almoo

    1 poro mdia de soufl de galinha

    4 colheres de sopa de pur de cenoura

    3 colheres de sopa de arroz papa

    concha de caldo de feijo

    Sobremesa: 1 taa de sorvete de creme

    1 copo duplo de refresco de uva

    2 colheres de sobremesa de acar

    Lanche

    1 copo duplo de mate

    2 colheres de sobremesas de acar

    2 cream-crackers

    Jantar

    1 prato de sopa de creme de tomate

    4 colheres de sopa de carne moda

    4 colheres de sopa de pur de batatas

    concha de caldo de feijo

    Sobremesa: 1 taa de gelatina de framboesa

    Ceia

    1 copo duplo de leite integral

  • Manual de Dietas Hospitalares

    Ana Paula Ripari, 2010. Pgina 41

    EXEMPLO DE CARDPIO PARA DIETA SEMILQUIDA (AUGUSTO, 2005)

    Desjejum

    1 copo duplo de caf com leite integral

    1 colher de sobremesa de acar

    2 bananas-prata maduras em forma de papa

    Colao

    1 copo duplo de suco de laranja albuminoso coado

    Almoo

    1 prato de sopa de legumes com 100g de carne liquidificada

    Sobremesa: 1 fatia de mamo amassado com creme de leite (1 col. de sobremesa)

    1 copo duplo de suco de laranja coado

    Lanche

    1 copo duplo de vitamina de banana com farinha lctea

    Jantar

    1 prato de canja de galinha

    Sobremesa: 1 taa de sorvete de morango

    1 copo duplo de limonada coada

    2 colheres de sobremesa de acar

    Ceia

    1 prato de sobremesa de mingau de maisena

  • Manual de Dietas Hospitalares

    Ana Paula Ripari, 2010. Pgina 42

    EXEMPLO DE CARDPIO PARA DIETA LQUIDA COMPLETA (AUGUSTO, 2005)

    Desjejum

    1 copo duplo de caf com leite integral

    1 colher de sobremesa de acar

    1 ovo quente

    1 copo duplo de suco de laranja coado

    Colao

    1 copo duplo de suco de ma albuminoso

    1 colher de sobremesa de acar

    Almoo

    1 prato de sopa Minestrone

    1 cumbuca de caldo de feijo

    Sobremesa: 1 taa de pudim de claras

    1 copo duplo de suco de caju coado

    Lanche

    1 copo duplo de suco de laranja coado

    1 taa de gelatina de uva

    Jantar

    1 prato de sopa de ervilha liquidificado

    com uma poro mdia de 100g de carne moda

    Sobremesa: 1 taa de sorvete de creme

    1 copo duplo de refresco de groselha

    2 colheres de sobremesa de acar

    Ceia

    1 copo de iogurte natural

  • Manual de Dietas Hospitalares

    Ana Paula Ripari, 2010. Pgina 43

    EXEMPLO DE CARDPIO PARA DIETA LQUIDA RESTRITA/CRISTALINA

    (AUGUSTO, 2005)

    Desjejum

    1 copo duplo de mate

    1 colher de sobremesa de acar

    1 taa de gelatina de abacaxi

    Colao

    1 copo de suco de laranja coado

    1 colher de glicose de milho

    Almoo

    1 prato de sopa de caldo de carne

    Sobremesa: 1 picol de uva

    1 xcara de caf

    1 colher de ch de acar

    Lanche

    1 copo duplo de limonada coada, com 2 colheres de sobremesa de acar

    1 xcara de ch preto, com 1 colher de sobremesa de acar

    Jantar

    1 prato de sopa de canja de galinha

    Sobremesa: 1 taa de gelatina de morango

    1 copo duplo de suco de laranja coado

    Ceia

    copo de gelia de mocot

  • Manual de Dietas Hospitalares

    Ana Paula Ripari, 2010. Pgina 44

    EXEMPLO DE DIETA HIPOSSDICA (BODINSKI, 2006 adaptado de RIPARI, 2010) Obs: todos os alimentos desta dieta devem ser preparados com temperos que no contenham sdio

    Desjejum

    1 banana

    1 pozinho de trigo

    120 ml de leite desnatado

    2 torradas com baixo teor em sdio

    Margarina sem sal

    Gelia de morango

    Caf

    Acar

    Colao

    120 ml de suco de laranja

    1 poro de biscoitos sem sal

    Almoo

    90 g. de rosbife

    1 batata assada

    xcara de cenouras cozidas

    xcara de brcolis

    1 concha de creme de ervilha

    Salada de alface, tomate e cebola

    1 colher de sopa de molho de iogurte com baixo teor em sdio

    Sobremesa: mousse de maracuj

    180 ml de Ice tea

    Acar

    Lanche

    de mamo papaya maduro

    120 ml de leite desnatado

    Caf

  • Manual de Dietas Hospitalares

    Ana Paula Ripari, 2010. Pgina 45

    1 fatia de bolo simples

    Acar

    Jantar

    1 prato fundo de canja de galinha (arroz, peito de frango desfiado, vagem e cenoura)

    1 pozinho de trigo

    8 morangos picados com

    2 colheres de sopa (30g.) de creme de leite desnatado

    120 ml de limonada

    Ceia

    30 g. de aveia em flocos

    120 ml de iogurte natural

    1 colher de sopa de mel

  • Manual de Dietas Hospitalares

    Ana Paula Ripari, 2010. Pgina 46

    EXEMPLO DE DIETA RICA EM FIBRAS (BODINSKI, 2006)

    Desjejum

    120 ml de suco de laranja, sem ser coado

    xcara de cereal integral cozido, com leite semi-desnatado e morangos frescos

    1 fatia de torrada de po integral com margarina e gelia

    Caf

    Colao

    1 ma

    1 fatia de queijo

    Almoo

    120ml de suco de tomate

    60 gramas de carne assada ou peixe

    1 batata cozida com casca

    Brcolis cozido

    Salada de alface com pedaos de abacaxi e maionese

    Sobremesa: sorvete com bolinhos de aveia e passas

    Lanche

    1 poro de cream crackers integrais

    1 pssego

    Jantar

    Sanduche de salada de galinha com po preto, tomate, alface e pepino

    (ou fazer uma salada a parte e comer com po)

    120 ml de limonada

    Ceia

    Mingau de leite semi-desnatado com aveia

  • Manual de Dietas Hospitalares

    Ana Paula Ripari, 2010. Pgina 47

    EXEMPLO DE DIETA POBRE EM FIBRAS (BODINSKI, 2006 adaptado de RIPARI, 2010)

    Desjejum

    120 ml de suco de laranja coado

    xcara de cornflakes com 90 ml de leite semi-desnatado

    1 ovo poch

    1 fatia de torrada de po branco com margarina ou gelia de amora

    1 xcara de caf

    Colao

    200 ml de gua de coco

    1 poro de biscoito de maisena

    Almoo

    1 xcara de caldo de galinha

    120 gramas de galinha em fatias

    3 colheres de sopa de arroz refinado

    xcara de cenoura cozida

    Sobremesa: 1 fatia de bolo simples, 1 banana amassada

    120 ml de suco de pssego coado

    Lanche

    1 pozinho francs (mini)

    1 fatia fina de presunto magro

    25 g. de queijo cottage

    80 g. de mamo formosa maduro

    120 ml de suco de laranja com agrio coado

    Acar/adoante

    Jantar

    120 gramas de carne moda ou peixe cozido

    xcara de batata amassada (tipo pur)

    xcara de beterrabas cozidas

    1/2xcara de chuchu cozido

  • Manual de Dietas Hospitalares

    Ana Paula Ripari, 2010. Pgina 48

    1 fatia de po branco

    Sobremesa: gelatina de framboesa

    Ceia

    1 xcara de ch mate

    Acar/adoante

    1 poro de biscoitos cream cracker

    Margarina

  • Manual de Dietas Hospitalares

    Ana Paula Ripari, 2010. Pgina 49

    EXEMPLO DE DIETA HIPOLIPDICA (BONDINSKI, 2006 adaptado de RIPARI, 2010)

    Desjejum

    120 ml de suco de laranja

    Mingau de maisena (ou outro tipo de farinha) feito com leite desnatado

    1 fatia de torrada com gelia

    1 fatia de ricota ou queijo Minas, fresco, magro

    1 xcara de caf (diludo)

    Colao

    180 ml de suco de maracuj, ma ou tomate (se suportar acidez)

    Biscoitos de trigo integral

    Almoo

    120 ml de consom

    1 pozinho de trigo

    120 gramas de peixe magro, cozido

    Brcolis cozido (4 talos)

    xcara de cenouras cozidas, com salsa

    Sobremesa: xcara de pudim de tapioca feito com leite desnatado

    180 ml de ice tea

    Lanche

    Sorvete de fruta ou mingau de leite desnatado

    Jantar

    120 gramas de galinha magra, em fatias

    1 concha de creme de aspargos feito com leite desnatado

    1 torradas integral

    Salada de alface e tomate, com gotas de limo

    Sobremesa: 1 taa de gelatina de framboesa

    120 ml de limonada

    Ceia

    120 ml de leite desnatado

  • Manual de Dietas Hospitalares

    Ana Paula Ripari, 2010. Pgina 50

    1 colher de caf de chocolate em p

    Acar

    1 poro de biscoitos de trigo integral

  • Manual de Dietas Hospitalares

    Ana Paula Ripari, 2010. Pgina 51

    EXEMPLO DE DIETA ISENTA DE GLTEN (BODINSKI, 2006 - adaptado de RIPARI, 2010)

    Desjejum

    grapefruit ou laranja

    xcara de Flakes de arroz com leite desnatado

    2 fatias de po feito com farinha permitidas (isenta de glten)

    Margarina e gelia

    Caf

    Colao

    1 copo de batida (vitamina) com leite desnatado, banana e ma

    Almoo

    120 gramas de galinha em fatias

    xcara de brcolis com margarina

    xcara de arroz cozido

    Molho feito com caldo da galinha espessado com maisena

    Pudim de tapioca

    Pezinhos feitos com farinhas permitidas

    Lanche

    Suco de maracuj

    Biscoitos de polvilho

    Jantar

    10 gramas de peixe magro cozido

    1 batata cozida

    Salada de tomate e alface com molhos isentos de glten

    1 broa de fub

    1/2 mamo papaia

    Ceia

    Mingau de maisena com leite desnatado

  • Manual de Dietas Hospitalares

    Ana Paula Ripari, 2010. Pgina 52

    EXEMPLO DE DIETA PARA DIABTICOS (RIPARI, 2010) Observa-se que neste tipo de dietas, existem duas listas, a saber: uma tabela de equivalentes que

    substituem as fontes de carboidratos e outra de alimentos com alto ou baixo ndice glicmico. Este

    procedimento permite a variao da dieta de modo a controlar a ingesto de deste nutriente.

    Desjejum

    1 copo de leite

    Caf a gosto/Adoante sinttico (ou natural)

    2 fatias de po de forma integral

    Margarina

    1 fatia de queijo branco (frescal)

    1 ma com casca

    Colao

    1 barra de cereais integrais

    1 copo de suco de agrio com laranja/Adoante sinttico

    Almoo

    Salada de alface e tomate

    Berinjela refogada

    3 colheres de sopa de arroz integral

    1 concha de creme de ervilha

    1 fil de fgado fresco

    1 copo de limonada

    Sobremesa: manjar de coco diet, com ameixa

    Lanche

    1 poro de biscoito integral salgado

  • Manual de Dietas Hospitalares

    Ana Paula Ripari, 2010. Pgina 53

    Margarina

    1 xcara de ch mate

    Jantar

    1 prato de creme de aspargos

    1 fatia de torta integral de brcolis com queijo

    Sobremesa: 1 taa sorvete de morango sem adio de acares

    Ceia

    1 copo de iogurte com fibras

  • Manual de Dietas Hospitalares

    Ana Paula Ripari, 2010. Pgina 54

    REFERNCIAS

    AUGUSTO, Ana Lucia Pires [et al.]. Terapia Nutricional. So Paulo: Atheneu, 2005.

    BODINSKI, Lois H. Dietoterapia: princpios e prtica. So Paulo: Atheneu, 2006.

    CENTRO DA NUTRIO. Tipos de dietas. Disponvel em

    Acesso em

    20.mar.2010.

    SEYFFARTH, Anelena Soccal; LIMA, Laurenice Pereira; LEITE, Margarida Cardoso;

    (Coord.). Abordagem nutricional em diabetes mellitus Braslia, 2000. Ministrio da

    Sade.

    SILVA, Sandra Maria Chemin Seabra da; MURA,Joana Darc Pereira. Tratado de

    alimentao, nutrio e dietoterapia. So Paulo: Roca, 2007.

    RAND, Victria. Comer bem para baixar o colesterol: o poder dos alimentos na

    proteo da sade. So Paulo: Celebris, 2006.