rio tapacurá: uma morte anunciada pela degradação humana · alunos em seu dia a dia: o menino...

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1 Rio Tapacurá: uma morte anunciada pela degradação humana Heronita Maria Dantas de Melo 1. Justificativa O despertar deste projeto “Rio Tapacurá: uma morte anunciada pela degradação humana” partiu da inquietação dos alunos do 3º - ano do Ensino Médio da Escola Estadual Professora Amélia Coelho, de Vitória de Santo Antão, Pernambuco, a 51 quilômetros de Recife. O nosso município tem cerca de 150.000 habitantes e é cortado pelo rio Tapacurá. Porém, devido ao desmatamento das margens do rio e a proliferação de construções em suas imediações, bem como o descuido com a preservação por parte dos habitantes ribeirinhos, que jogam lixo em suas águas e não escutam seu apelo (“Deixem-me viver”), ele está praticamente sufocado, sem poder respirar. Essa situação tem causado tristeza à maioria da população. Por isso decidimos promover práticas sociais e culturais de leitura e escrita por meio de Histórias em Quadrinhos (HQs), que podem ter caráter humorístico ou de denúncia, para expor o problema e despertar o sentido crítico e reflexivo da população através de imagens e de falas de personagens a fim de persuadir no combate a esse desastre ambiental. Também introduziremos a Carta aberta, gênero argumentativo, para expor e difundir esse grande mal que o próprio homem está causando ao meio ambiente. As práticas de letramento serão realizadas nas esferas das atividades cotidianas. Os alunos se mobilizarão para organizar roteiros sobre a temática em foco, que serão discutidos em vários grupos. A partir das HQs os alunos terão oportunidade de denunciar, com argumentos, o problema da degradação do meio ambiente não somente através do humor – característica marcante desse gênero, que ajudará a fazer

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Rio Tapacurá: uma morte anunciada pela degradação humanaHeronita Maria Dantas de Melo

1. JustificativaO despertar deste projeto “Rio Tapacurá: uma morte anunciada pela degradação

humana” partiu da inquietação dos alunos do 3º- ano do Ensino Médio da Escola Estadual Professora Amélia Coelho, de Vitória de Santo Antão, Pernambuco, a 51 quilômetros de Recife.

O nosso município tem cerca de 150.000 habitantes e é cortado pelo rio Tapacurá. Porém, devido ao desmatamento das margens do rio e a proliferação de construções em suas imediações, bem como o descuido com a preservação por parte dos habitantes ribeirinhos, que jogam lixo em suas águas e não escutam seu apelo (“Deixem-me viver”), ele está praticamente sufocado, sem poder respirar. Essa situação tem causado tristeza à maioria da população. Por isso decidimos promover práticas sociais e culturais de leitura e escrita por meio de Histórias em Quadrinhos (HQs), que podem ter caráter humorístico ou de denúncia, para expor o problema e despertar o sentido crítico e reflexivo da população através de imagens e de falas de personagens a fim de persuadir no combate a esse desastre ambiental. Também introduziremos a Carta aberta, gênero argumentativo, para expor e difundir esse grande mal que o próprio homem está causando ao meio ambiente.

As práticas de letramento serão realizadas nas esferas das atividades cotidianas. Os alunos se mobilizarão para organizar roteiros sobre a temática em foco, que serão discutidos em vários grupos. A partir das HQs os alunos terão oportunidade de denunciar, com argumentos, o problema da degradação do meio ambiente não somente através do humor – característica marcante desse gênero, que ajudará a fazer

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críticas sociais e alertar a população vitoriense –, mas também de outros gêneros de apoio, como a Entrevista, que propiciarão aos estudantes o desenvolvimento da criatividade e da criticidade.

É importante que as HQs produzidas pelos alunos rompam barreiras e possam evitar a morte do rio que em décadas passadas era o encanto da cidade e, com suas águas limpas, fornecia ao homem condições para viver. Por isso, será necessário que os estudantes tenham posições firmes e tornem suas produções uma bandeira, deles e da população, de reivindicação aos governantes do município para que tomem atitudes que possam mudar essa situação de degradação do rio.

Como a escola tem poder de transformar o indivíduo para que ele possa exercer a cidadania em uma sociedade mais justa, onde imperem igualdade social e respeito, ela assume um relevante papel nesse momento de inquietação dos alunos diante da agonia da morte, que já foi um dos recantos de lazer prediletos da população vitoriense nas décadas de 1950 e 1960. Neste estudo de quadrinhos na escola, adverte Vergueiro (2014, p. 27):

Os quadrinhos não podem ser vistos pela escola como uma espécie de panaceia

que atende a todo e qualquer objetivo educacional, como se eles possuíssem

alguma característica mágica capaz de transformar pedra em ouro. Pelo contrário,

deve-se buscar a integração dos quadrinhos a outras produções das indústrias

editorial, televisiva, radiofônica, cinematografia etc., tratando todos como formas

complementares e não como inimigas ou adversárias na atenção dos estudantes.

Assim, os alunos do 3º- ano do Ensino Médio estão dispostos a lutar, por meio deste projeto, com produções que denunciem o descaso ao rio e estejam voltadas à situação crítica e social, mostrando o valor do rio Tapacurá na cidade de Vitória de Santo Antão.

Este trabalho será realizado ao longo de quatro meses. Iniciaremos com alguns questionamentos, reproduzidos no item 3.2: “Estratégias gerais para promover a motivação e a adesão dos alunos”. Pedimos aos alunos que fizessem anotações das respostas dadas por eles; em seguida, eles escreveriam um texto coletivo com o título “O rapto do rio Tapacurá”.

ObjetivoO objetivo geral do pré-projeto é promover práticas de letramento, abrangendo ao mesmo tempo o conceito de multiletramentos a partir do gênero multimodal História em quadrinhos com o apoio principal da carta aberta, da entrevista e do teatro e de outros dois gêneros que figurarão com menos tempo de trabalho: debate e palestra.

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Objetivos específicosQuanto aos objetivos específicos, relacionaremos alguns que achamos essenciais para o processo ensino-aprendizagem neste contexto:

•motivar a turma com uma dramatização;

•praticar rodas de leituras com HQs de autores como Bira Dantas, Ziraldo, Mauricio Sousa etc.;

•pesquisar o gênero Carta aberta na internet e verificar como se faz esse tipo de carta, que difere da pessoal, para que os alunos pratiquem a leitura, tomem conhecimento e percebam que esse gênero textual, além de persuadir com bons argumentos em prol de determinadas causas, também necessita de uma estrutura própria;

• identificar as características dos gêneros em estudo;

•demarcar as especificidades do gênero de um texto: objetivo comunicativo (propósito), interlocutores previstos e condições de produção;

• reconhecer as especificidades de suportes textuais (jornais, revistas, blogs, portais) que circulam em esferas sociais diversas;

• criar grupos de estudo para a produção das HQs e da Carta aberta;

• identificar as características do gênero Entrevista;

•elaborar questões para realização de entrevistas com pessoas da comunidade;

• socializar as atividades propostas no projeto;

•organizar uma palestra sobre a história do rio Tapacurá;

•mediar debates sobre o valor de cuidar do rio, considerado patrimônio histórico de nossa cidade;

•produzir carta aberta em grupo e com seu conteúdo promover HQs de acordo com a criatividade e a criticidade de cada grupo que será formado;

• formar um júri com gestores e docentes da escola para análise das HQs produzidas pelos alunos, apenas uma delas será a escolhida para ser trabalhada e publicada;

• realizar um sarau com uma peça teatral da HQ vencedora para a socialização e a culminância do projeto.

2. Fundamentação teóricaLer e escrever são habilidades essenciais para que o homem possa exercer a

cidadania. Assim, a escola, como instituição oficial direcionada à formação para o letramento, tem a responsabilidade de ampliar a competência leitora e escritora dos aprendizes diante da sociedade em que vivem, pois é uma sociedade pós-moderna e tecnológica, que a cada dia agrega novas formas de letramento e de socialização da informação.

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Várias pesquisas de estudiosos nessa temática têm demonstrado a relevância da leitura e da escrita para que possamos ter um país letrado. Kleiman (2010, p. 381) explica muito bem essa função da escola quando diz: “Se aceitarmos que o letramento do aluno é a função primeira da escola, então é o letramento o princípio estruturador do currículo”.

Partindo desse pressuposto, verificamos a importância de um projeto de práticas de letramento, em sala de aula, que possa atender as diferentes esferas sociais em que os alunos estão inseridos. Para isso, a escola precisa dar condição ao professor de desenvolver projetos de letramento, cujo teor vai além dos conteúdos curriculares, muitas vezes estanques e atemporais para as vivências lectoescritoras da contem po -raneidade. Além disso, o currículo, como nos orienta Kleiman (2010, p. 383) “[...] é um eixo estruturador das atividades em sala de aula, que permite ressignificar temas e conteúdos no contexto, em consequência de sua valoração pela turma”.

Dessa forma, os projetos de letramento se apresentam da mesma forma que promovem um novo olhar para o processo de ensino-aprendizagem da leitura e da escrita, pois parte dos interesses reais dos alunos e esse empenho pela aprendizagem estão não somente no que os professores afirmam em suas aulas expositivas, mas nas suas necessidades socioculturais, de integração na massa social letrada. Assim, o verdadeiro sentido da leitura e da escrita nesses projetos é fazer que as pessoas leiam e escrevam para conseguir algo (próprio, subjetivo, individual), e não para demonstrar que sabem ler e escrever (Tinoco, 2009).

O trabalho com projetos de letramento não se esgota apenas no que citamos anteriormente; ele contempla ainda, no emaranhado de atividades das várias esferas da linguagem, variados gêneros de circulação social, nos mais diversos suportes, em que as práticas de letramento são evidenciadas com uma aprendizagem significativa, sistemática e problematizadora. Formam-se nessas propostas aprendizes autônomos, conscientes do próprio processo de leitura e escrita. Ampliam-se ações cognitivas para metacognitivas.

Neste projeto, enfocaremos o gênero História em quadrinhos por aglutinar texto e imagem, tendo em vista que a multimodalidade é relevante para a apren -dizagem da leitura e da escrita e está inserida em diversas esferas sociais para além dos gibis, a saber, tiras, charges, emotions, redes sociais, entre outras. Também a carta aberta, que tem a função de criar argumentos que possam convencer e transformar atitudes; e a entrevista, que pode fornecer subsídios importantes através de dados e de informações precisas a respeito do assunto em pauta.

O gibi, grande veículo de circulação social, está presente nas leituras dos nossos alunos em seu dia a dia: O Menino Maluquinho e O Menino Quadradinho, de Ziraldo; Turma da Mônica, de Mauricio de Sousa; Os Trapalhões Super-heróis, de Bira Dantas etc. Os estudantes gostam de pesquisar na internet as HQs que mostram o lado social e as variedades linguísticas como as de Chico Bento, Mafalda, entre outras personagens. As HQs conduzem as pessoas para a leitura pelo encantamento que esse gênero provoca, pois, como afirma Oliveira (2010),

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o gibi de uma certa forma é um grande elo de ligação entre o meio interno e

externo da criança. É através do gibi que começamos a entrar em um mundo

“mágico” da leitura e da fantasia, a imaginar e estar frente a situações presentes

em nossas vidas.

O papel das HQs está assumindo novas direções com o suporte digital, em que já se podem encontrar as mais variadas formatações do gênero, com animações e interações permitidas pela ferramenta tecnológica. Porém, para a valorização desses textos, faz-se necessário que eles estejam nas bibliotecas ou gibitecas em formato de livros ou revistas, mesmo que sejam produzidos no computador. Acerca disso, afirma Oliveira (2010): “Vivemos em uma sociedade onde as coisas acontecem muito rapidamente, onde os computadores invadem nosso cotidiano de forma extraordi -nária, e as pequenas coisas são deixadas de lado e esquecidas”. Dessa forma, é importante criar estratégias de vivência com o gênero HQs como forma de resgatar o contato tradicional com a leitura a partir do material analógico gibi, pois o encanto e a atração das máquinas não podem eximir as potencialidades dos veículos iniciais de informação, como os livros.

São várias as expectativas de aprendizagem que podem ser despertadas pelas HQs, pois, como sublinha Oliveira (2010), “[...] as HQs podem contribuir para gerar interesse pela leitura, para difundir a história de uma nação ou até mesmo para auxiliar na formação de um vocabulário amplo. Afinal, os quadrinhos possuem tantas e tantas possibilidades a serem exploradas [...]”. Cabe, portanto, a nós professores, criar meios para levar nossos alunos a ler e a interagir com esse gênero textual. Algumas características marcantes das HQs estão expressas, conforme Brandizzi et al (2012), na oralidade, como “diferentes valores expressivos das letras, reticências, repetições, caracteres desconhecidos ou signos icônicos”; uso das onomatopeias, discurso direto. Vejamos alguns exemplos das características das HQs ainda segundo Brandizzi et al (2012):

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As HQs, por constituírem um gênero complexo, necessita de uma estrutura bem definida quanto às etapas de sua produção, como afirma Tavares (2011, pp. 11-12):

a) diferentes gêneros utilizam a linguagem dos quadrinhos; b) há predominância

da sequência; c) podem apresentar personagens fixos ou não; d) a narrativa pode

ocorrer em um ou mais quadrinhos; e) em muitas das vezes, o rótulo, o formato e o

veículo de publicação constituem elementos que agregam informações ao leitor,

orientando a percepção do gênero em análise; f ) uso de imagens desenhadas ou

fotografias.

Em virtude de diferentes gêneros utilizarem a linguagem dos quadrinhos, não é fácil para os estudantes distinguir as diferenças que existem entre a charge, as tiras e as HQs propriamente ditas. Todavia, eles, já com um conhecimento das caracterís -ticas das HQs, poderão fazer pesquisas e se apropriar desse gênero, trazendo à sala de aula aquelas que mais lhes interessarem.

A carta aberta faz parte do grupo de gêneros argumentativos e, segundo Duarte (2010), “[...] faz referências a assuntos cujo interesse é coletivo, normalmente se referindo a um problema de consenso geral”. Suas principais características, conforme Cereja e Magalhães (2000, p. 263), são:

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• texto de intenção persuasiva, que denuncia um problema, pretendendo conscien tizar pessoas e entidades a respeito dele;

•estrutura formada por título, que identifica o destinatário; denúncia e análise do problema; reivindicação de medidas que solucionem o problema, funda -mentada por argumentos; eventualmente por uma conclusão que seja síntese das ideias ou um conjunto de sugestões;

• como assinatura, identificação das pessoas, grupos ou entidades responsáveis pela carta;

• local e data facultativos;

• linguagem de acordo com o padrão culto formal, com verbos predominan -temente no presente do indicativo; uso rigoroso, se for o caso, de pronomes de tratamento;

•os autores podem se colocar pessoalmente, em 1ª- pessoa, ou de forma impessoal, em 3ª- pessoa.

No nosso pré-projeto, os gêneros que terão maior participação são a Carta aberta, que, de acordo com Cereja e Magalhães (2000, p. 263), é um “texto de intenção persuasiva, que denuncia um problema, pretendendo conscientizar pessoas, entidades a respeito dele”, e a Entrevista, que, de acordo com os mesmos autores (2000, p. 156), “tem como finalidade colher informações, depoimentos, opiniões [...]”. Vejamos algumas características da entrevista, segundo Cereja e Magalhães (2000, p. 157):

•estrutura: contém título e geralmente subtítulo e uma introdução (um pequeno texto em que se apresenta o entrevistado e o assunto a ser tratado); o texto da entrevista propriamente dito é organizado em perguntas e respostas;

•apresentação do nome do entrevistado e do entrevistador (nome do jornalista ou do jornal ou revista que ele representa) antes da fala de cada um;

• linguagem geralmente culta, podendo sofrer variações conforme as caracte -rísticas do entrevistado, do jornal ou revista e do público leitor; geralmente na transcrição são desprezadas as marcas da oralidade;

• linguagem que procura reproduzir o ritmo da conversa;

•emprega verbos predominantemente no presente do indicativo.

Teremos também o Texto teatral, que é um gênero representativo, o qual iniciou nossas atividades com uma pequena dramatização e será também encenado, com enredo baseado na HQ vencedora. Esse gênero, ainda segundo Cereja e Magalhães (2000, p. 73), mostra as seguintes características:

•dispensa narrador;

• contém elementos básicos da narrativa: fatos, personagens, tempo e lugar;

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•apresenta discurso direto como estrutura básica de construção do texto e desenvolvimento das ações;

• identifica nome da personagem antes de sua fala;

•apresenta rubricas de interpretação e movimento;

•o nível da linguagem é adequado à personagem e ao contexto.

Outros gêneros também nos ajudarão nesse projeto com menos investimentos de tempo, como o Debate, que é um texto argumentativo oral e, conforme Cereja e Magalhães (2000, p. 113), tem uma “[...] intenção persuasiva; seu objetivo é defender um ponto de vista sobre determinado assunto e convencer o(s) interlocutor(es)”; e a Palestra, que, “é uma apresentação oral formal, perante um auditório, de uma comuni -cação sobre um tema considerado importante ou pertinente” (Priberam, 2015).

Diante do que foi exposto, pode-se concluir que as HQs não estarão sozinhas nesse percurso, elas serão acompanhadas de outros gêneros para diversificar e enri quecer as produções em suas diversas esferas sociais, com o embasamento de teóricos que contribuirão para a efetivação das práticas sociais de letramento em sala de aula. A variedade linguística assume relevante função, pois conforme Garcia e Rangel (2013), “[...] as línguas são também fatos culturais, o léxico e a gramática de um idioma estão sujeitos a variações determinadas por fatores históricos, geográficos e sociais”.

Como os textos multimodais estão cada vez mais presentes em diferentes esferas sociais, pode-se perceber que a HQ, como texto multimodal, está bastante evidente nas multimídias em diferentes contextos socioculturais. Kleiman (2005, pp. 48-49) afirma que:

O texto comum na mídia hoje é um texto multissemiótico ou multimodal: são

usadas linguagens verbais, imagens, fotos e recursos gráficos em geral. Portanto,

não é apenas a linguagem verbal a que contribui para o sentido; a imagem se

tornou uma forma de expressão e de comunicação muito poderosa.

As HQs envolvem a expressividade e a comunicação de forma dinâmica, humo -rística e representativa para vivenciar episódios nas esferas do cotidiano, com uma intenção pedagógica que auxilia o desenvolvimento da lectoescritura dos alunos, para promover atitudes que venham a valorizar a multimodalidade na prática não só de letramento, como também de multiletramentos, nos quais, mostram Garcia e Rangel (2013), “[...] como a escrita funciona sempre em articulação com outras modalidades de linguagem (caligrafia, diagramação; ilustração; audiovisuais etc.), seu processo de (re)produção de sentidos é naturalmente multimodal (ou multissemiótico)”.

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3. Pré-projeto de práticas de letramento em sala de aula3.1. Discussão dos aspectos culturais e sociolinguísticos implicados no projeto

A execução do projeto exigirá muita dedicação do professor, diante de todas as dificuldades ligadas ao ato de ler, escrever e interpretar o que produz. Por isso o gênero argumentativo Carta aberta dará um apoio às HQs, que poderão retratar a realidade social e cultural de forma crítica em relação à situação difícil por que passa o rio, para que o aluno consiga expressar e defender suas ideias... enfim, de interagir com o maior número de situações possíveis articuladas à sua realidade sociocultural; bem como a Entrevista, que será relevante nesse processo, pois será fonte de informações de pessoas que conviveram com o rio antes de sua degradação.

A escola considerará a linguagem própria de cada estudante no desenrolar das práticas de letramento no sentido de valorizar também os aspectos culturais e sociais inerentes a cada uma das variações linguísticas relacionadas ao ensinar as normas urbanas de prestígio e a variedade local, de periferia, uma vez que o indivíduo em fase de formação intelectual precisa ter domínio sobre a sua língua mãe e as variações que ela determina na diversidade cultural de sua origem.

3.2. Estratégias gerais para promover a motivação e a adesão dos alunos ao projeto

Para que os alunos se sentissem como protagonistas desse projeto, fizemos alguns questionamentos a fim de que eles se familiarizassem e juntos pudéssemos florescer nossas ideias, com perguntas como: por que seria importante fazer uma campanha denunciando as agressões ao rio que banha nossa cidade? Alguém conhece alguma história do rio do tempo em que ele não era poluído? O que levou o rio a essa situação? Quais os efeitos para a população de estar em contato com um rio poluído? O que seria preciso fazer para despoluir o rio? O que podemos ler para nos informar melhor? Pela perspectiva de práticas de letramento, quais seriam os melhores gêneros para denunciar essa situação? Como vamos fazer para publicá-los? Será um momento rico de discussão para que possamos tomar as atitudes devidas e iniciar o nosso trabalho.

Em seguida, apresentaremos uma dramatização como já foi mencionado ante -riormente, com a colaboração do professor de teatro Ronaldo, que faz parte do corpo docente da nossa escola, com o título: “O rapto do rio Tapacurá”, peça produzida pelos alunos coletivamente. Após a apresentação da dramatização, fizemos um debate sobre os diversos pontos de vista dos alunos a respeito desse rapto.

Fizemos um contrato didático com os alunos, no qual eles não só assumem o compromisso de contribuir com sua participação e colaboração, respeitando as regras que devem ser seguidas, como também motive-os como protagonistas desse projeto. Por isso, eles devem estar “vestindo essa camisa” e vivenciando intensamente esse

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trabalho, como sujeitos críticos que têm opiniões e podem usá-las para interagir e debater em discussões, para combater o mal que o próprio homem está causando ao rio e ao meio ambiente.

Os alunos participantes desse projeto deverão fazer a diferença em toda a escola, com atitudes e assertivas críticas e protetoras do rio Tapacurá. Com todas essas responsabilidades, eles estarão sendo importantes nessa causa e com certeza se sentirão privilegiados por assumir o compromisso de conduzir projeto de tamanha relevância.

A estratégia deste trabalho será a associação das diferentes leituras ao seu contexto social, composta de atividades de intervenção, dando possibilidades aos alunos de conceber uma postura crítica, reflexiva e sensível com os diferentes tipos de leituras individuais e coletivas, como também produções do esboço de cartas argumentativas em grupos de cinco alunos, para discutir as ideias e elaborar uma carta aberta a fim de persuadir os governantes e a população a resgatar o rio que banha a cidade da Vitória de Santo Antão. Após essas atividades, direcionaremos os alunos para que a partir da carta aberta, se reúnam novamente em grupos de cinco compo -nentes e com criatividade e criticidade produzam HQs com a intenção de alertar os governantes e a população a respeito da morte do rio.

Quando estimulada de forma criativa, a prática de letramento possibilita a redescoberta do prazer de ler, a utilização da escrita em contextos sociais e a inserção do estudante no mundo letrado.

3.3. Definição do tratamento a ser dado aos gêneros envolvidos na prática

O gênero textual principal do objeto de estudo deste projeto será a HQ, com o apoio da Carta aberta e da Entrevista, que darão subsídios para a criação das HQs, pois a carta, por ser um gênero argumentativo, persuade coletivamente a população, órgãos governamentais e não governamentais etc., sobre determinados problemas sociais, enquanto a entrevista colhe informações e opiniões sobre a história do rio Tapacurá, que ajudará os alunos a produzir suas HQs, com características que venham dar sustentabilidade, através de críticas construtivas referentes a essa temática. Os gêneros Teatro, Debate e Palestra também darão suporte ao projeto.

Na sequência didática, a pesquisa será o ponto de partida para que os alunos selecionem textos que possam coletar dados relativos à situação do rio na cidade.

Para que os gêneros empregados nesse projeto sejam colocados em prática, recorreremos a uma etapa muito importante, que é o direcionamento, incentivando os alunos a selecionarem histórias em quadrinhos. Após a leitura das HQs, faremos um debate sobre os assuntos abordados e nesse momento definiremos alguns objetivos que desejaríamos alcançar nas produções finais. Em seguida, faremos um debate em sala de aula e questionaremos como os textos orais podem contribuir para a produção das HQs, da carta aberta e da entrevista.

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A palestra será relevante também porque descreverá a história do rio e propor cio -nará um momento rico de discussão. O teatro (texto representativo) também dará um suporte ao nosso estudo, mostrando, através da representação, a situação difícil do rio.

Com a análise dos textos escolhidos para esse estudo, produzidos com as características marcantes de cada um deles, teremos uma visão holística do conhe -cimento dos alunos a respeito dos gêneros abordados neste projeto.

A partir daí, trabalharemos também as variedades linguísticas características nas HQs, bem como as de cada gênero que será empregado no projeto. Serão também expostas para os alunos as técnicas de argumentação oral, que ocorre no debate orientado e possa criar possibilidades de discussão, com a mediadora observando se eles estão seguindo as características próprias do gênero em questão.

Para a produção da carta aberta, dividiremos a turma em grupos, a fim de que os alunos exponham suas argumentações com fatos concretos que possam ajudar o trabalho de produção. Em seguida, serão elaboradas cartas abertas para convencer as autoridades locais e a população, de encontrar alternativas de ações que possam evitar a morte do rio Tapacurá.

O professor de história, Alcides, foi convidado pelos alunos para ministrar uma palestra intitulada “Estudo histórico do rio Tapacurá através do tempo”.

Após as produções e as avaliações das HQs, montaremos a peça teatral com a HQ vencedora e a colaboração de outra professora de teatro da escola, Tamires, que trabalha no programa “Mais Educação”, e irá se responsabilizar pelos ensaios e organização da peça para o sarau na culminância do projeto.

Todos os gêneros de apoio para a criação das HQs serão estudados com análise, compreensão, interpretação, produção e reescrita, seguindo suas características. Para isso, estabelecemos um cronograma das atividades com sua respectiva carga horária e o detalhamento da execução do projeto.

3.4. Cronograma do projeto

DATAS ATIVIDADES A SER EXECUTADAS CARGA HORÁRIA

1ª- semana

Debate com questionamentos sobre a história do rio Tapacurá.

Produção escrita coletiva pelos alunos a partir do debate com o título “O rapto do rio Tapacurá”.

Reescrita do texto.

2 horas-aula

Ensaios da peça “O rapto do rio Tapacurá” com o professor de teatro Ronaldo da Escola Estadual Professora Amélia Coelho.

ATIVIDADE EXTRACLASSE

2ª- semana

Encenação da dramatização da produção escrita “O rapto do rio Tapacurá”.

Avaliação desse primeiro momento com questionamentos sobre o assunto em pauta.

2 horas-aula

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3ª- semanaLeitura compartilhada de algumas HQs em sala para identificação de suas características.

2 horas-aula

4ª- semana

Leitura de modelos de cartas abertas para identificação do gênero e de suas características.

Produção de cartas abertas individuais. (Atividade extraclasse)

2 horas-aula

5ª- semana

Palestra, com o professor de história, Alcides, intitulada “Estudo histórico do rio Tapacurá através do tempo”.

Questionamentos sobre o tema abordado.

2 horas-aula

6ª- semanaSocialização das cartas abertas com roda de leitura.

Revisão das produções da carta aberta pelos alunos.

2 horas-aula

7ª- semana

Leitura de modelos de entrevistas para identificação do gênero e das suas características.

Formação de três grupos de dez alunos para produção oral e escrita de uma entrevista.

Elaboração das questões pelo grupo das entrevistas

3 horas-aula

8ª- e 9ª- semanas

Realização das entrevistas pelos alunos com pessoas da comunidade conhecedoras da história do rio.

ATIVIDADE EXTRACLASSE

Socialização das entrevistas 2 horas-aula

10ª- semanaAula no laboratório de informática para que os alunos possam pesquisar as diversas formas de produzir histórias em quadrinhos, através de pesquisa na internet.

2 horas-aula

11ª- semana

Formação de grupos, de quatro alunos cada, para a produção de uma carta aberta (baseada nas entrevistas), denunciando a degradação do rio Tapacurá a partir da urbanização e da população ribeirinha.

2 horas-aula

12ª- semanaSocialização das cartas abertas e um debate sobre as denúncias feitas por elas.

2 horas-aula

13ª- semanaProdução escrita de cada grupo das HQs mediada pela professora.

6 horas-aula

14ª- semanaRevisão textual das HQs mediada pela professora e reescrita após a revisão.

2 horas-aula

15ª- semanaSocialização das HQs, em sala de aula, que serão julgadas pelos gestores e por alguns docentes da escola a fim de selecionar a HQ vencedora.

2 horas-aula

16ª- semanaEnsaios da peça teatral da HQ vencedora com a professora de teatro, Tamires, coordenadora do programa “Mais Educação”.

ATIVIDADE EXTRACLASSE

17ª- semana

Culminância do projeto com a encenação da peça.

Exposição e entrega ao gestor da Escola Estadual Professora Amélia Coelho, professor Serafim, das HQs produzidas pelos grupos de alunos ao longo do projeto para fazer parte do acervo da biblioteca.

4 horas-aula

Total de horas-aula na escola: 37 horas-aula.

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3.5. Pesquisas na internet

Selecionaremos a seguir alguns trabalhos de quadrinistas que nos ajudarão neste percurso, mas apenas como exemplos, pois o roteiro das atividades já consta do cronograma. No laboratório de informática, para pesquisar HQs, os alunos vão selecionar algumas delas e leva-las à sala de aula para discussão e estudo em grupo.

Entre os quadrinistas, podemos destacar Libânio Dantas de Araújo, mais conhecido como Bira Dantas, crítico social e, conforme O mundo HQ, [...] estagiou nos Estúdios de Mauricio de Sousa e Ely Barbosa, onde desenhou páginas do gibi Os Trapalhões.

Como advertência contra a dengue, Ziraldo mostra à população por meio do humor a prevenção desse grande mal, que está causando até morte em certas localidades.

Mauricio de Sousa mostra seu humor com o uso das variedades linguísticas nos quadrinhos de Chico Bento.

Pode-se perceber que as HQs são muito atraentes não apenas para as crianças e adolescentes, mas também para o público adulto, que veem nesse gênero escritores que conseguem transportar para os quadrinhos seus pensamentos, emoções e situações sociais, políticas e econômicas do mundo em que vivemos. Tavares (2011, pp. 12-13) afirma que elas são

[...] compostas de linguagem verbal, textualmente impressa, e de linguagem não

verbal, desenhos das personagens, as quais estão relacionadas à concepção de

enunciado, pois em ambas – linguagem verbal e não verbal – parte-se dos já ditos

anteriormente, passíveis de reconhecimento durante o momento da enunciação.

Tem-se o “novo” – período de enunciação, o qual se correlaciona com o já enun -

ciado – historicamente marcado, promovendo assim dados efeitos de sentido.

3.6. Levantamento da multimodalidade a que a prática de letramento submete todos esses textos

Há várias práticas de letramento que não ocorrem essencialmente no suporte digital, mas circulam em textos multimodais, e as HQs estão enquadradas nesses tipos de texto que circulam em diferentes esferas sociais.

Os textos dos gêneros Carta aberta e a Entrevista serão os mais trabalhados com vistas na produção das HQs, por isso terão mais relevância. O teatro também será muito importante, pois os alunos terão que conhecer esse gênero textual para representar o texto no início e na culminância do projeto. Quanto ao debate e a palestra, mesmo sendo gêneros com menos tempo de estudo, constituirão subsídio importante para o nosso trabalho. Todos os gêneros trabalhados no projeto se referem às práticas de letramento, pois iremos buscá-los não somente no suporte digital, mas também em outros suportes, como na voz ao vivo, nas revistas e nos jornais, pois, como a linguagem é uma forma de comunicação rica e real, as palavras assumem uma diversidade de

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significados por serem muitas delas polissêmicas, ajudando-nos a criar possibilidades de buscar possíveis alternativas nos diferentes gêneros e suportes em circulação, os quais poderão contribuir e enriquecer  as produções das HQs.

3.7. Investigação sobre as possibilidades de integração do projeto com outras disciplinas

O projeto será construído com atividades que envolvem diferentes tipos de texto presentes no nosso cotidiano, além de produções textuais com o intuito de ajudar os assistidos a desenvolver sua capacidade de compreender o processo de degradação ambiental do rio Tapacurá. Constitui um dos objetivos do projeto a integração com professores das diferentes áreas de conhecimento do 3º- ano do Ensino Médio, já que o histórico do rio Tapacurá faz parte das práticas sociais e culturais da nossa cidade.

Com o propósito de sensibilizar os educadores para essa prática educativa interdisciplinar, procuraremos a adesão de outras disciplinas do currículo, como histó -ria, que terá como eixo principal a história do rio Tapacurá; geografia, a respeito de problemas ambientais; biologia, para um estudo sobre o ecossistema; e matemática, com o estudo de gráficos para mensurar e visualizar a degradação do meio ambiente. A estratégia metodológica seria intercalar os conhecimentos relevantes das distintas áreas do conhecimento sem perder o foco principal das HQs, texto multimodal, que envolve as situações de comunicação e contempla, assim, as práticas sociais e culturais de letramento, como também os multiletramentos.

3.8. Eventos de letramento decorrentes do trabalho dentro e/ou fora do ambiente escolar

Em todos os momentos de práticas de letramento do projeto haverá debates e divulgação dos trabalhos pessoais realizados pelos alunos.

Pretendemos fazer isso de modo descontraído, com a participação de toda a comunidade escolar: gestores, professores, funcionários, pais e alunos.

Haverá um momento cultural em que será apresentado um sarau com a ence -nação de uma peça teatral criada com base na HQ vencedora.

O momento solene será a entrega ao gestor da Escola Estadual Professora Amélia Coelho, professor José Serafim da Rocha, do acervo das HQs produzidas pelos alunos à biblioteca, a fim de que professores e alunos de outras turmas possam conhecer as produções dos participantes deste projeto.

3.9. Avaliação dos trabalhos

A prática avaliativa ocorrerá de forma contínua através da observação do aluno nas práticas orais e escritas, suas intervenções, debates e exposições, bem como seu desempenho individual e coletivo, com atividades em grupos de natureza diversa (escrita, oral, corporal, etc.), desenvolvendo o espírito colaborativo e a socialização.

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Assim, a realização do projeto engaja-se na proposta de que a avaliação deva ser utilizada durante todo o processo de ensino e/ou mediação do currículo apresentado no projeto para diagnosticar a eficácia da aprendizagem, com a intenção de manter ou ressignificar a prática pedagógica, a fim de que os alunos sejam produtores e reprodutores das memórias vivas da região ribeirinha do rio Tapacurá.

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