rio de janeiro | grupo 1
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Este relatório de campo foi desenvolvido por alunos como um Trabalho de Conclusão do Curso Agentes Locais em Desastres Naturais.TRANSCRIPT
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TRABALHO DE CAMPO
GRUPO 1 RIO DE JANEIRO
EDSON LAURENTINO DA SILVA
KATIA SILENE DA SILVA
MARCELO SANTOS PINTO
MARCIO ROGÉRIO DA SILVA
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GRUPO 1 RIO DE JANEIRO
REALIZAÇÃO
FUNDAÇÃO OSWALDO CRUZ
VICE-PRESIDÊNCIA DE AMBIENTE, PROMOÇÃO E ATENÇÃO À SAÚDE
CENTRO DE ESTUDOS E PESQUISAS EM EMERGÊNCIAS E DESASTRES EM SAÚDE
ESCOLA NACIONAL DE SAÚDE PÚBLICA
ESCOLA POLITÉCNICA DE SAÚDE JOAQUIM VENÂNCIO
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO
INSTITUTO DE ESTUDOS DE SAÚDE COLETIVA
PROGRAMA DE FORMAÇÃO DE RECURSOS HUMANOS EM VIGILÂNCIA EM SAÚDE E AMBIENTE
UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
FACULDADE DE FARMÁCIA
DEPARTAMENTO DE FARMÁCIA E ADMINISTRAÇÃO FARMACÊUTICA
PREFEITURA DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO
SECRETARIA MUNICIPAL DE CONSERVAÇÃO E SERVIÇOS PÚBLICOS
SUBSECRETARIA DE DEFESA CIVIL
APOIO
MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL
SECRETARIA NACIONAL DE DEFESA CIVIL
DEPARTAMENTO DE MINIMIZAÇÃO DE DESASTRES
VERSÃO EM AVALIAÇÃO
TRABALHO DE CAMPO
GRUPO 1 RIO DE JANEIRO
ORGANIZADORES CARLOS MACHADO DE FREITAS E VÂNIA ROCHA
REVISÃO TÉCNICA MARCELO ABELHEIRA E VÂNIA ROCHA
PROGRAMAÇÃO VISUAL PRISCILA FREIRE
PROFESSORES TUTORES MARCELO ABELHEIRA E SUELI SCOTELARO PORTO
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Defesa Civil e Saúde na Redução de Riscos
Rio de Janeiro - RJ
2013
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1. Identificação do território
1.1 – AP e Bairro de Localização no Município do Rio de Janeiro
A Comunidade localiza-se no bairro de Bangu, sendo um bairro muito
populoso, com aproximadamente 243 125 habitantes (Censo 2010) e de vasta
extensão territorial, possui divisões bem acentuadas quanto à classe
socioeconômica de seus habitantes, possuindo desde áreas de predominância
de classe média e classe média baixa até vastos bolsões de pobreza.
Localiza-se na Zona Oeste da cidade e é distribuído numa área de
4.570,69 hectares. Localizado no centro geográfico do município, tem, por
vizinhança, os bairros de Campo Grande, Santíssimo, Senador Camará,
Realengo e Padre Miguel e os municípios de Nova Iguaçu e Nilópolis.
Mapa 1 – Demonstração da área de estudo - O território está dentro do bairro de
Bangu que pertence a AP 5.1. A linha branca representa os limites da AP. E a linha
vermelha representa os limites do bairro de Bangu.
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1.2 – Localização dentro da Clínica da Família
Mapa 2 – O território de atuação é o marcado em amarelo. Pertence a CF Fiorello
Raymundo, composta por 6 equipes de saúde da família.
Foto 1 - Entrada do território porta do céu.
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1.3 – Equipe que atua na área e possíveis pontos de apoio
Mapa 3 – Área de atuação da equipe Porto Nacional, onde está localizada a Porta do
Céu. Setas sinalizando o CIEP Poeta Cruz Souza e a CF Fiorello Raymundo.
Foto 2 - Clínica da Família à 410 metros do território.
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Mapa 4 - Território Porta do Céu.
Legenda
Áreas de alagamento
Áreas de possíveis deslizamentos
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Foto 3 - Paróquia a 610 metros do território. Local onde pode funcionar um ponto de
apoio
Foto 4 - CIEP Poeta Cruz Souza a 200 metros de distância do território. Local onde
pode funcionar um Ponto de Apoio.
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2 – A história da ocupação do território
2.1 – Histórico do bairro de Bangu
No ano 1673, Manuel de Barcelos Domingues, um dos primeiros
povoadores da cidade do Rio de Janeiro, construiu uma capela particular em
sua fazenda Bangu, primitivamente Engenho da Serra. Aquela região era parte
até então da Freguesia de Campo Grande. Em 1740, João Manoel de Melo
recebeu a fazenda do Bangu. Em 1743, João Freire Alemão comprou a
fazenda da viúva de João Manoel de Melo, que teve ainda como proprietários
Anna Francisca de Castro Morais e Miranda (1798), Manoel Miguel Martins, o
Barão de Itacurussá (1870).
Posteriormente, a Companhia Progresso Industrial do Brasil adquiriu a
propriedade dessas fazendas, onde fundou, no dia 06 de Fevereiro de 1889, a
Fábrica de Tecidos Bangu. Quando da compra da fazenda pela companhia, por
deliberação da Assembleia dos Acionistas, foi constituída a Companhia
Progresso Industrial do Brasil (CPIB).
A região da Freguesia de Campo Grande foi escolhida para a
implantação da Fábrica de Tecidos por haver grandes mananciais
indispensáveis ao seu funcionamento.
Foram comprados cerca de 3.600 acres de terra, a saber; Fazenda do
Bangu, Fazenda do Retiro, Sítio do Agostinho e Sítio dos Amaraes pela quantia
de 132.137$910 Réis.
Toda essa região fica a margem da Estrada de Ferro Central do Brasil,
distante cerca de 1 hora do Centro. A construção da Fábrica entregou à firma
The Morgan Snell and Co. sediada em Londres, pelo preço total de
4.100.00$000 Réis.
2.2 – Histórico do território Porta do Céu
Segundo relatos dos moradores o local era um terreno baldio, que
pertencia a fabrica Bangu, chamado de “mangue seco”. No inicio dos anos 90 o
terreno foi invadido, dando inicio a comunidade. Antes de ter uma associação
de moradores o local era chamado de porta do inferno, por ser um local de
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desova. Há aproximadamente 10 anos atrás foi fundada a associação de
moradores onde mudaram o nome para “porta do céu”.
3 – Dados demográficos e topográficos do território
3.1 – Topografia, quantidade de imóveis e população
O território possui uma topografia onde 65% do terreno é plano e 35%
morro. Existem imóveis em construção, o que pode aumentar tanto o número
de imóveis quanto a quantidade de pessoas dentro do território. O território
possui 367 imóveis e 1087 habitantes, de acordo com o censo 2010 do IBGE.
3.2 - Dados populacionais
Homens – 529 (48,67%)
Mulheres – 558 (51,33%)
POPULAÇÃO DO TERRITÓRIO
PESSOAS POR FAIXA ETÁRIA TOTAL
0 a 9 anos 303
10 a 14 anos 140
15 a 17 anos 53
18 a 24 anos 128
25 a 34 anos 183
35 a 44 anos 161
45 a 59 anos 95
60 a 74 anos 20
75 a 89 anos 4
90 ou mais 0
TOTAL 1087
Fonte: censo IBGE 2010
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Fonte: censo IBGE 2010
28%
13%
5% 12%
17%
15%
8%
2% 0% 0%
POPULAÇÃO DO TERRITÓRIO POR FAIXA ETÁRIA
0 a 9 anos
10 a 14 anos
15 a 17 anos
18 a 24 anos
25 a 34 anos
35 a 44 anos
45 a 59 anos
60 a 74 anos
75 a 89 anos
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4 – Diagnóstico Ambiental
4.1 - Tipos de moradias
O território é cheio de contraste, pois na entrada da comunidade temos
boas casas de alvenaria, o que disfarça a precariedade do local, pois dentro da
comunidade temos casas de alvenaria inacabadas e barracos de madeira.
4.2 - Condições das moradias
Na comunidade a maioria dos imóveis está em péssimas condições de
conservação, sendo que muitos foram construídos de forma irregular,
apresentando falhas estruturais e foram feitos de maneira improvisada,
podendo apresentar risco aos moradores e ocasionando o aumento do risco de
desastre.
4.3 – Condições que aumentam o risco a saúde caso aconteça um
desastre natural
- Os moradores no momento da construção, não recebem orientação técnica
para construir corretamente.
- A falta de saneamento básico aumenta a situação de alagamento na época
de chuva.
- O lançamento do esgoto diretamente nas encostas.
- Não há coleta regular do lixo, o mesmo é jogado nas encostas e nas valas e
há locais de queima pelos moradores.
- Sistema de abastecimento precário, feito de forma improvisada pelos
moradores, canos expostos ao tempo e ao esgoto/vala, podendo haver
contaminação da água potável.
- Sistema elétrico precário, feito pelos moradores do local de maneira irregular,
podendo provocar choques elétricos em contato com a água e incêndios.
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Foto 5 - Cano despejando água e lixo no terreno
Foto 6 - Moradia em situação degradante, lixo em volta da casa, o que aumenta a
chance de proliferação de vetores.
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Foto 7 - Canos expostos ao longo das ruas. Em caso de enchente, pode haver
contaminação pela água.
Foto 8 - Instalação elétrica próxima a caixa d água, o que pode levar a um curto-
circuito, gerando um possível incêndio ou causando algum choque elétrico.
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Foto 9 - Construção feita totalmente fora de esquadro, podendo cair facilmente a
qualquer momento.
Foto 10 - Construção totalmente irregular, estrutura feita de maneira improvisada.
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5 – Vulnerabilidades do território
5.1 – Tipos de desastres e risco à saúde
- Desmoronamentos – Não há contenção de encostas e as residências
construídas muitos próximas ao corte sazonal no morro.
- Desabamentos - A total falta de estrutura dos imóveis, pois são feitos
de maneira irregular improvisada, aumenta mais ainda o risco de
desabamentos.
- Alagamentos – A ocupação irregular do território fez com que a
localidade tenha alagamentos por causa das casas construídas fecharem a
passagem natural da água em épocas de chuva.
- Proliferação de vetores – A falta ou a má aplicação de um programa
que oriente a população local sobre os riscos de proliferação de vetores faz
com que o risco de se ter algum tipo de doença causada por algum vetor
aumente consideravelmente.
- Risco de doenças – Devido a falta de saneamento básico, coleta de
lixo irregular, abastecimento de água precário, o risco da população do território
contrair algum tipo de doença é muito alto.
5.2 – Possíveis agravos à saúde pós-desastre
- Leptospirose, que pode ser causada devido a presença de ratos no
território em situação de alagamento.
- Aumento nos casos de Hepatite, devido ao consumo de água
contaminada, pois no território existem dificuldades no abastecimento e a
população armazena água em toneis e caixas d’água no nível do solo.
- Aumento de vetores que transmitem a dengue, febre amarela, filariose,
febre do Nilo Ocidental, entre outros.
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Foto 11 - Encontrado foco de mosquitos no local, o que pode aumentar a
contaminação por Dengue, febre amarela, filariose, entre outros.
Foto 12 - Encontrado foco de caramujos Africanos no território.
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Foto 13 - Construção muito próxima da encosta, onde pode apresentar risco ao
morador.
Foto 14 - Rachadura na encosta. Apresenta risco de deslizamento.
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Foto 15 - Vala onde é escoado o esgoto do território. Ocasiona um grande risco de
proliferação de vetores e proliferação de doenças.
Foto 16 - Esgoto a céu aberto. Aumenta o risco de doenças, principalmente nas
crianças que brincam nas proximidades.
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Foto 17 - Esgoto feito de maneira improvisada, muito lixo dentro da valeta, o que pode
facilitar o alagamento do local em situações de chuva forte.
Foto 18 - Imóvel que caiu depois de uma chuva, devido a falta de conhecimento dos
moradores na hora de construir.
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6 – Potencialidades do território
O território apresenta uma grande potencialidade, pois está bem
localizado perto de comércio, escola, clínica da Saúde da Família e perto do
centro comercial de Bangu, onde tem um bom acesso ao transporte público. É
um território relativamente pequeno, o que torna o investimento público em
saneamento e infraestrutura relativamente baixo.
Para aumentar a resiliência do território é necessário que o poder
público faça obras de saneamento básico (esgoto, abastecimento de água
regular, etc.), asfalto das ruas, contenção de encostas. Além disso:
- A COMLURB precisa fazer uma estruturação no sistema de coleta de
lixo do território, pois não existe coleta regular de lixo, bem como um trabalho
de conscientização da população local para que o lixo não seja jogado em
qualquer local, pois foi observado que o lixo é jogado não só nas ruas como
também dentro das valetas.
- A Light precisa refazer o sistema elétrico local, pois o que existe no
território põe em risco os moradores.
- A vigilância Ambiental em saúde precisa atuar não apenas com um
trabalho de controle de vetores, mas também com um trabalho educativo junto
à população.
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7 – Plano de ação
7.1 – Problemas encontrados no território
LISTA DE PROBLEMAS
NÚMERO PROBLEMA
1 Falta de um sistema de esgoto, de escoamento de águas pluviais e de
asfaltamento no território.
2 Falta de um programa de contenção de encostas no território.
3 Falta de um trabalho de conscientização e orientação da população na
questão de gestão de risco, noções de cuidados a saúde e educação no
manejo do lixo doméstico no território.
4 Falta de um sistema de abastecimento de água feito dentro dos padrões e
que atenda de forma regular a população do território.
5 Falta de um sistema elétrico que atenda de forma adequada a população do
território.
7.2 – Objetivo Geral
Aumentar a resiliência do território, através de obras de infraestrutura,
saneamento e orientação da população local na gestão de risco, seja no
momento da construção ou na questão de cuidados a saúde.
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7.3 - Ações
7.3.1 – Ações que dependem de investimentos do setor público para
aumentar a resiliência do território Porta do Céu.
OBJETIVOS ESPECÍFICOS
Fazer um sistema de esgoto e escoamento de águas pluviais.
Asfaltar as ruas.
Realizar contenções de encostas.
Colocar o encanamento adequado para o abastecimento de água.
Refazer todo o sistema elétrico.
Colocação de sirene.
AÇÃO
Obras.
FACILIDADE
O território é pequeno e o investimento não seria muito alto.
DIFICULDADES
Falta de vontade política.
SETORES ENVOLVIDOS
RIO ÁGUAS
CEDAE
SECRETARIA MUNICIPAL DE OBRAS
GEORIO
LIGHT
DEFESA CIVIL
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7.3.2 – Ações que não dependem de investimento muito alto do setor
público e que podem ser implantadas dentro do processo de trabalho
para aumentar a resiliência do território Porta do Céu.
OBJETIVO ESPECIFICO
Educar e orientar a população com noções de risco e cuidados a saúde.
AÇÃO
Trabalho educativo nas escolas, visando orientar as crianças e jovens
sobre Saúde e Defesa Civil.
Realização de uma ação Social dentro do território, visando orientar a
população sobre formas de construir com segurança, noções de saúde,
formas de prevenir a proliferação de vetores e como agir em situações
de desastre.
FACILIDADES
O Território é coberto pela Clínica da Família Fiorello Raymundo. Já
existem agentes comunitários de saúde na clínica que já foram treinados
pela Defesa Civil.
DIFICULDADES
Possibilidade de o tráfico local dificultar o trabalho.
SETORES E PARCEIROS ENVOLVIDOS
Defesa Civil
Vigilância Ambiental em Saúde da AP 5.1
Clínica da Família Fiorello Raymundo
Associação de moradores da Porta do Céu
Escolas próximas ao território
Igrejas próximas ao território
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REFERÊNCIAS
Wikipédia, IBGE, Vigilância ambiental em saúde da AP 5.1.
Este relatório de campo foi desenvolvido pelo corpo discente como um Trabalho de Conclusão do Curso Agente Locais em Desastres Naturais, um projeto-piloto que visa a formação de multiplicadores em ações de Saúde, Proteção e Defesa Civil.
Este material está em validação, por esta razão não pode ser divulgado, copiado, alterado, citado e impresso. A impressão está autorizada somente ao corpo docente e discente.
Esta publicação foi desenvolvida em 2013 no Estado Rio de Janeiro, RJ, Brasil.
O curso ocorreu entre os meses junho e julho de 2013 na cidade de Petrópolis, RJ, Brasil.