rinocerontes

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Ionesco, Eugene (1912-1994) O rinoceronte Comédia/3 atos/17 personagens/11 masc. 6 fem./Atemporal/Contexto urbano/Teatro do absurdo SINOPSE Numa mercearia de uma pacata cidade, durante um diálogo estúpido e sem sentido de homens que nada fazem da vida, Bérenger e seu amigo Jean, junto com os outros presentes, assistem à uma cena espantosa: um rinoceronte passa correndo pela rua em frente, levantando poeira e fazendo um barulho ensurdecedor. Todos se sentem ameaçados e procuram entender o significado da aparição. Bérenger, porém, não se abala com o ocorrido. Está apaixonado pela colega de trabalho, Daisy, e deseja conquistá-la, apesar das poucas chances de sucesso. Reaparece o rinoceronte, causando uma nova discussão sobre o número de chifres do animal. Bérenger e Jean se desentendem quanto à este fato, e o segundo abandona a mercearia. Durante a discussão dos dois, uma dona de casa volta a mercearia, onde havia estado anteriormente, e revela que o rinoceronte esmagara seu gatinho de estimação. Com o animal nos braços, ela tenta em vão chamar a atenção de todos para o seu sofrimento, mas a discussão sobre o número de chifres toma proporções ainda maiores. No segundo ato, o rinoceronte é o centro das atenções. No escritório de Bérenger, comenta-se sobre a atuação do paquiderme. Botard, colega de trabalho de Bérenger e típico metódico, não acredita na existência do animal. O pânico se instaura quando surge a Sra. Boeuf, esposa de um dos funcionários, dizendo que seu marido está doente e que ela vem sendo perseguida desde sua casa por um rinoceronte. Resolvem chamar os bombeiros. A Sra. Boeuf, repentinamente, reconhece no rinoceronte seu marido, se joga da janela, cai no dorso do animal e sai a galope com seu marido paquiderme. Aos poucos, os rinocerontes proliferam. Um a um, todos os cidadãos começam a sofrer um lento processo de metamorfose em rinocerontes. Bérenger assiste à transformação de seu amigo Jean e percebe o perigo. Todos estão sucumbindo à “rinocerintite” sem resistir: Botard, o metódico; Dudard, o rival à mão de Daisy; o diretor da repartição; e até Daisy que, por fim, resolve seguir a maioria. Resta Bérenger, um herói surpreendente. Tímido, medroso, pouco inteligente, humilde e generoso, enfim, o homem comum. Bérenger assume todos os riscos de enfrentar o mal e termina a peça com a

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Sinopse de texto dramático

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Page 1: Rinocerontes

Ionesco, Eugene (1912-1994)

O rinoceronte

Comédia/3 atos/17 personagens/11 masc. 6 fem./Atemporal/Contexto urbano/Teatro do absurdo

SINOPSE

Numa mercearia de uma pacata cidade, durante um diálogo estúpido e sem sentido de homens que nada fazem da vida, Bérenger e seu amigo Jean, junto com os outros presentes, assistem à uma cena espantosa: um rinoceronte passa correndo pela rua em frente, levantando poeira e fazendo um barulho ensurdecedor. Todos se sentem ameaçados e procuram entender o significado da aparição. Bérenger, porém, não se abala com o ocorrido. Está apaixonado pela colega de trabalho, Daisy, e deseja conquistá-la, apesar das poucas chances de sucesso. Reaparece o rinoceronte, causando uma nova discussão sobre o número de chifres do animal. Bérenger e Jean se desentendem quanto à este fato, e o segundo abandona a mercearia. Durante a discussão dos dois, uma dona de casa volta a mercearia, onde havia estado anteriormente, e revela que o rinoceronte esmagara seu gatinho de estimação. Com o animal nos braços, ela tenta em vão chamar a atenção de todos para o seu sofrimento, mas a discussão sobre o número de chifres toma proporções ainda maiores.

No segundo ato, o rinoceronte é o centro das atenções. No escritório de Bérenger, comenta-se sobre a atuação do paquiderme. Botard, colega de trabalho de Bérenger e típico metódico, não acredita na existência do animal. O pânico se instaura quando surge a Sra. Boeuf, esposa de um dos funcionários, dizendo que seu marido está doente e que ela vem sendo perseguida desde sua casa por um rinoceronte. Resolvem chamar os bombeiros. A Sra. Boeuf, repentinamente, reconhece no rinoceronte seu marido, se joga da janela, cai no dorso do animal e sai a galope com seu marido paquiderme. Aos poucos, os rinocerontes proliferam. Um a um, todos os cidadãos começam a sofrer um lento processo de metamorfose em rinocerontes. Bérenger assiste à transformação de seu amigo Jean e percebe o perigo. Todos estão sucumbindo à “rinocerintite” sem resistir: Botard, o metódico; Dudard, o rival à mão de Daisy; o diretor da repartição; e até Daisy que, por fim, resolve seguir a maioria. Resta Bérenger, um herói surpreendente. Tímido, medroso, pouco inteligente, humilde e generoso, enfim, o homem comum. Bérenger assume todos os riscos de enfrentar o mal e termina a peça com a frase: “Eu me defenderei contra todo o mundo...Eu sou o último homem. Não me rendo”.