rima.eólica mundaú.ambiental consultoria e projetos ltda

132
RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA CENTRAL EÓLICA MUNDAÚ LTDA.

Upload: bruno-andrade

Post on 25-Nov-2015

71 views

Category:

Documents


24 download

TRANSCRIPT

  • RELATRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA

    CEN

    TRA

    L E

    LIC

    A

    MU

    ND

    A

    LTD

    A.

  • RELATRIO DE IMPACTO AMBIENTAL RIMA

    SUMARIO

    APRESENTAO .......................................................................... I 1. INFORMAES GERAIS ................................................... 1.1 1.1. IDENTIFICAO DO EMPREENDEDOR ............................... 1.1 1.2. IDENTIFICAO DO EMPREENDIMENTO ............................ 1.2 1.3. LOCALIZAO E ACESSO ................................................ 1.3 1.4. REA DO PROJETO ......................................................... 1.3 1.5. OBJETIVOS DO EMPREENDIMENTO ................................... 1.5 1.6. ASPECTOS LEGAIS DO EMPREENDIMENTO ......................... 1.5 1.6.1. DOCUMENTAO DO TERRENO ........................................ 1.5 1.6.2. ANUNCIA DA PREFEITURA ............................................. 1.5 1.6.3. REAS DE INTERESSE AMBIENTAL ................................... 1.6 1.7. INFRA-ESTRUTURA BSICA EXISTENTE E PROGRAMADA ..... 1.6 2. CARACTERIZAO TCNICA DO EMPREENDIMENTO ............ 2.1 2.1 CONSIDERAES GERAIS ............................................... 2.1 2.2 DIMENSIONAMENTO DO EMPREENDIMENTO ...................... 2.2 2.3 ALTERNATIVA TECNOLGICA E LOCACIONAL ..................... 2.4 2.3.1 HISTRICO DOS PARQUES ELICOS DO COMPLEXO TRAIRI 2.4 2.3.2 ALTERNATIVAS TECNOLGICAS ....................................... 2.4 2.3.3 ALTERNATIVAS DE LOCALIZAO E DIMENSES DOS

    PARQUES ELICOS DO COMPLEXO TRAIRI ........................ 2.10 2.3.4 PARQUE ELICO MUNDA ............................................... 2.16 3 DIAGNSTICO AMBIENTAL .............................................. 3.1 3.1 REAS DE INFLUNCIA DO ESTUDO AMBIENTAL ................ 3.1 3.2 METODOLOGIA .............................................................. 3.3 3.3 MEIO FSICO ................................................................. 3.4 3.3.1 CLIMA .......................................................................... 3.4 3.3.1.1. CLASSIFICAO CLIMTICA ............................................ 3.5 3.3.1.2. QUALIDADE DO AR E NVEL DE RUDOS ............................ 3.5 3.3.2. GEOLOGIA .................................................................... 3.7 3.3.2.1. GEOLOGIA LOCAL .......................................................... 3.8 3.3.3. GEOMORFOLOGIA .......................................................... 3.9 3.3.3.1 GEOMORFOLOGIA REGIONAL ........................................... 3.9 3.3.3.2 GEOMORFOLOGIA LOCAL ................................................ 3.11 3.3.4 PEDOLOGIA ................................................................... 3.11 3.3.5 RECURSOS HDRICOS .................................................... 3.12 3.4 MEIO BITICO ............................................................... 3.17 3.4.1 METODOLOGIA .............................................................. 3.17 3.4.2 CARACTERSTICAS DA REA DE INFLUNCIA INDIRETA ...... 3.19 3.4.3. CARACTERSTICAS DA REA DE INFLUNCIA INDIRETA ...... 3.20 3.5 MEIO ANTRPICO .......................................................... 3.29 3.5.1 METODOLOGIA .............................................................. 3.29 3.5.2 HISTRICO E LIMITES DE DIVISO ADMINISTRATIVA DO

    MUNICPIO DE TRAIRI .................................................... 3.31

  • 3.5.3. SINOPSE SOCIOECONMICA DO DISTRITO DE MUNDA ..... 3.32 3.5.3.1. DADOS GERAIS ............................................................. 3.32 3.5.3.2. INFRA-ESTRUTURA FSICA .............................................. 3.32 3.5.3.2.1.COMUNICAO ............................................................. 3.33 3.5.3.2.2. SISTEMA VIRIO E DE TRANSPORTE ............................... 3.33 3.5.3.3. INFRA-ESTRUTURA SOCIAL ............................................. 3.34 3.5.3.3.1.EDUCAO ................................................................... 3.34 3.5.3.3.2.SADE ......................................................................... 3.34 3.5.3.3.3 .TURISMO, LAZER E CULTURA .......................................... 3.34 3.5.3.3.4 .ARTESANATO ............................................................... 3.35 3.5.3.4. ORGANIZAO SOCIAL ................................................... 3.35 3.5.3.5. SEGURANA PBLICA ..................................................... 3.35 3.5.3.6. INFRAESTRUTURA ECONMICA ......................................... 3.36 3.5.3.7. PROJETOS ...................................................................... 3.36 3.5.4. SINOPSE SOCIOECONMICA DO DISTRITO DE CANA ........ 3.36 3.5.4.1. INFRAESTRUTURA FSICA ............................................... 3.37 3.5.4.2. INFRAESTRUTURA SOCIAL .............................................. 3.37 3.5.4.2. INFRAESTRUTURA ECONMICA ........................................ 3.38 4. LEGISLAO AMBIENTAL PERTINENTE .............................. 4.1 4.1. PRINCIPAIS ASPECTOS LEGAIS E NORMATIVOS ................. 4.1 4.1.1. LICENCIAMENTO AMBIENTAL ........................................... 4.1 4.1.2. ASPECTOS URBANSTICOS .............................................. 4.2 4.1.3. ZONA COSTEIRA ............................................................ 4.3 4.1.4. REAS DE PRESERVAO PERMANENTE ............................ 4.4 4.1.5. POSSIBILIDADE DE INTERVENO EM APP ........................ 4.5 4.1.6. MEDIDAS COMPENSATRIAS PARA SUPRESSO DE

    VEGETAO E INTERVENO EM APP ............................... 4.7 4.1.7. RESERVA LEGAL............................................................. 4.7 4.1.8. PROTEO FAUNA FLORA ........................................... 4.8 4.1.9. RECURSOS HDRICOS .................................................... 4.9 4.1.10. PATRIMNIO CULTURAL-ARQUEOLOGIA ............................ 4.9 4.1.11. GESTO AMBIENTAL DA OBRA ......................................... 4.10 4.1.12. COMPENSAO AMBIENTAL ............................................. 4.10 5. IMPACTOS AMBIENTAIS .................................................. 5.1 5.1. METODOLOGIA ADOTADA ................................................ 5.1 5.2. AVALIAO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS .......................... 5.2 5.3. DESCRIO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS ......................... 5.3 5.3.1. FASES DE ESTUDOS E PROJETOS ..................................... 5.3 5.3.1.1. LEVANTAMENTO TOPOGRFICO ....................................... 5.3 5.3.1.2. ESTUDO DE IMPACTO AMBIENTAL .................................... 5.3 5.3.1.3. ESTUDO GEOTCNICO E HIDROLGICO ............................ 5.4 5.3.1.4. CARACTERIZAO ELICA LOCAL .................................... 5.4 5.3.1.5. PROJETO BSICO DA ENGENHARIA .................................. 5.5 5.3.2. FASE DE IMPLANTAO .................................................. 5.5 5.3.2.1. VIAS DE ACESSO ........................................................... 5.5 5.3.2.2. CANTEIRO DE OBRAS ..................................................... 5.6 5.3.2.3. LIMPEZA DA REA .......................................................... 5.7 5.3.2.4. FUNDAES .................................................................. 5.7

  • 5.3.2.5. EDIFICAES CIVIS ....................................................... 5.8 5.3.2.6. MONTAGEM DAS TORRES ................................................ 5.8 5.3.2.7. MOTAGEM DOS AEROGERADORES .................................... 5.9 5.3.2.8. CABEAMENTO ELTRICO ................................................. 5.9 5.3.2.9. INTERLIGAO COM SUBESTAO ................................... 5.10 5.3.2.10. TESTES PRE-OPERACIONAIS ............................................ 5.10 5.3.3. FASE DE OPERAO ....................................................... 5.10 5.3.3.1. MANUTENO DA CENTRAL ELICA .................................. 5.10 5.3.3.2. FUNCIONAMENTO .......................................................... 5.11 5.3.3.2.1.TRANSTORNOS A POPULAO ......................................... 5.11 5.3.3.2.1.IMPACTO VISUAL .......................................................... 5.12 5.3.3.2.3 RISCO DE ACIDENTES AVIFAUNA E QUIRPTEORS ......... 5.12 5.3.3.2.4.RISCO DE ACIDENTE DE TRABALHO ................................. 5.13 5.3.3.2.5.APROVEITAMENTO DA VOCAO ELICA LOCAL E

    CRESCIMENTO D ECONOMIA ........................................... 5.13 5.3.3.2.6.EMISSO DE RUDOS .................................................... 5.13 5.3.3.2.7.ALTERNATIVAS DE VIAS LOCAIS DE ACESSO .................... 5.14 6. PROPOSIO DE MEDIDAS MITIGADORAS ......................... 6.1 6.1. MEDIDAS MITIGADORAS ................................................. 6.1 6.2. FASE DE IMPLANTAO .................................................. 6.2 6.2.1. MEDIDAS MITIGADORAS INICIAIS .................................... 6.2 6.2.2. LIMPEZA DA REA .......................................................... 6.4 6.2.3. TERRAPLENAGEM ........................................................... 6.5 6.3. EDIFICAES DE OBRAS CIVIS ........................................ 6.5 6.3.1. CONSTRUO DE ACESSOS ............................................. 6.6 6.3.2. CONSTRUO DE FUNDAES ......................................... 6.7 6.4. MONTAGEM DAS TORRES E DOS AEROGERADORES ............ 6.7 6.5. INTERLIGAO PRIMRIA (INTERNA) ............................... 6.8 6.6. DESMOBILIZAO E LIMPEZA GERAL DA OBRA .................. 6.8 6.7. OPERAO E FUNCIONAMENTO ....................................... 6.9 6.8. CRONOGRAMA DE EXECUO DAS MEDIDAS MITIGADORAS 6.10 7. PROGRAMA DE CONTROLE E MONITORAMENTO AMBIENTAL . 7.1 8. PLANOS E PROJETOS CO-LOCALIZADOS ............................ 8.1 8.1. INFRA-ESTRUTURA BSICA EXISTENTE E PROGRAMADA ..... 8.1 8.2. PROJETOS CO-RELACIONADOS ........................................ 8.1 8.3. PROGRAMAS GOVERNAMENTAIS CO-LOCALIZADOS ............ 8.3 9. COMPENSAO AMBIENTAL ............................................. 9.1 9.1. INTRODUO ................................................................ 9.1 9.2. METODOLOGIA .............................................................. 9.1 9.3. CLCULO DO GRAU DE IMPACTO - GI ............................... 9.1 9.3.1. INFLUNCIA EM UNIDADE DE CONSERVAO .................... 9.1 9.3.2. COMPROMETIMENTO DE REA PRIORITRIA - CAP ............. 9.2 9.3.3. IMPACTO SOBRE A BIODIVERSIDADE - ISB ....................... 9.5 10. CONCLUSES ................................................................ 10.1 11. REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS ....................................... 11.1 12. EQUIPE TCNICA ........................................................... 12.1

    DOCUMENTAO FOTOGRFICA CGE MUNDA

  • RELATORIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA

    CENTRAL ELICA MUNDA LTDA|APRESENTAO i

    APRESENTAO

    O presente documento constitui o Relatrio de Impacto Ambiental RIMA, feito tendo como base o Estudo de Impacto Ambiental -EIA, que nortear a implantao do empreendimento da Central Elica Munda LTDA no que tange aos aspectos ambientais, na medida em que ser utilizado para fins de planejamento pelo empreendedor em todas as fases do projeto.

    O Estudo de Impacto Ambiental - EIA, do qual se origina este relatrio, tambm constitui instrumento tcnico-legal perante o rgo ambiental do Estado do Cear - SEMACE.

  • RELATRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA

    CENTRAL ELICA MUNDA LTDA. | IDENTIFICAO 1.1

    1. INFORMAES GERAIS

    1.1. IDENTIFICAO DO EMPREENDEDOR

    O empreendimento um projeto da iniciativa privada, de interesse da empresa CENTRAL ELICA MUNDA LTDA, estando assim identificada:

    Titular: CENTRAL ELICA MUNDA LTDA.

    CNPJ: 08.629.553/0001-10

    Endereo: Rua Antnio Dib Mussi, n 366 Centro, Florianpolis, Santa Catarina

    CEP: 88.015-110

    Processo SPU: 09417018-5

    Representantes legais e contatos:

    Nome: Carlos Alberto de Verney Gothe

    Cargo: Diretor Tcnico-Operacional

    CPF: 316.724.420-87

    Endereo: Rua Antnio Dib Mussi, 366, CEP 88015-110, Florianpolis Santa Catarina

    Telefone: (48) 3221-7072 (48) 3221-7073 E-mail: [email protected]

    CONSULTORIA RESPONSVEL PELO ESTUDO:

    EMPRESA: AMBIENTAL CONSULTORIA & PROJETOS.

    CNPJ: 08.686.464/0001-05

    Endereo: Avenida Herclito Graa, n 760, sala 207, Centro, Fortaleza, Estado do Cear

    CEP: 60.140-061

    Representante Legal:

    Nome: Dennys Diniz Bezerra

    CPF: 065.075.570-72

    Telefone: (85) 3221-1400

  • RELATRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA

    CENTRAL ELICA MUNDA LTDA. | IDENTIFICAO 1.2

    e-mail: [email protected]

    1.2. IDENTIFICAO DO EMPREENDIMENTO

    O empreendimento solicita o licenciamento para a CENTRAL ELICA MUNDA LTDA., que ter capacidade instalada de 30,0 MW, atravs da operao de 13 (treze) aerogeradores SWT 2.3-101, 60Hz da fabricante Siemens, cuja turbina foi certificada pela empresa dinamarquesa Det Norske Veritas, Danmark A/S. Esta central geradora elica ser construda em um terreno com rea de 183,64 ha, localizado no litoral oeste do Cear, localidade de Flecheiras, Municpio de Trairi.

    Trata-se de um empreendimento que utiliza a fora dos ventos como fonte de energia, que considerada a energia mais limpa do planeta, disponvel em diversos lugares e em diferentes intensidades, uma boa alternativa s energias no renovveis.

    A instalao e a operao do empreendimento oferecero vrias oportunidades de emprego nas localidades adjacentes e na regio. Durante a fase de implantao, o empreendimento ofertar oportunidades de aproveitamento para a mo de obra da construo civil, gerando empregos diretos e indiretos, refletindo positivamente sobre o setor de construo civil da rea de influncia do empreendimento.

    Foram realizados estudos preliminares bsicos, como levantamento planialtimtrico para delimitao da poligonal da rea e caracterizao morfolgica de detalhe.

    A implantao da CENTRAL ELICA MUNDA LTDA. proporcionar diversos benefcios regio do empreendimento, pois, alm da produo de energia, utilizando fonte alternativa limpa, sem emisso de efluentes para o meio ambiente, o empreendimento ser de fundamental importncia para atrair futuros investimentos visando ao aproveitamento do potencial energtico elico do Estado do Cear; explorar o potencial natural da propriedade de forma a torn-la mais produtiva; contribuir para o desenvolvimento do municpio de Trairi; incrementar a gerao de energia eltrica, dando suporte ao desenvolvimento econmico do Estado do Cear; contribuir para tornar o estado autossuficiente em energia eltrica; e minimizar os impactos socioeconmicos decorrentes do racionamento de energia.

  • RELATRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA

    CENTRAL ELICA MUNDA LTDA. | IDENTIFICAO 1.3

    Em relao aos aspectos ambientais, importante destacar que a produo de energia atravs de gerao elica se constitui em uma das alternativas de gerao de energia eltrica de maior compatiblidade com o meio ambiente. Esse aspecto ambiental favorvel decorrente das caractersticas operacionais dos aerogeradores, posto que este equipamento no emite resduos gasosos, lquidos ou slidos, de forma que no haver poluio do ar, das guas ou do solo.

    1.3. LOCALIZAO E ACESSO

    A CENTRAL ELICA MUNDA LTDA. estar localizada no municpio de Trairi, litoral oeste do Estado do Cear. A rea destinada implantao da central elica encontra-se referenciada pelas coordenadas geogrficas 03 1130,95 S e 392226,14 W e dever ocupar uma rea total de 183,64 ha, contratados pelo empreendedor na modalidade de concesso de uso.

    O local de implantao do projeto elico se encontra a aproximadamente 124 km de Fortaleza, capital do Estado do Cear. Partindo de Fortaleza, a principal rota de acesso rea do empreendimento feita pela CE-085.

    A Figura 1.1 indica a localizao da CENTRAL ELICA MUNDA LTDA.

    1.4. REA DO PROJETO

    A CENTRAL ELICA MUNDA LTDA. ser implantada em um terreno onde no existe qualquer tipo de construo.

    A Figura 1.1 apresenta a Situao Cartogrfica da rea do empreendimento.

    O Levantamento Planialtimtrico da rea de influncia fsica do projeto apresentado na Prancha nica, na documentao Cartogrfica em anexo.

  • RELATRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA

    CENTRAL ELICA MUNDA LTDA. | IDENTIFICAO 1.4

    Figura 1.1 Localizao

  • RELATRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA

    CENTRAL ELICA MUNDA LTDA. | IDENTIFICAO 1.5

    1.5. OBJETIVOS DO EMPREENDIMENTO

    O projeto da CENTRAL ELICA MUNDA LTDA. tem como objetivo ampliar a oferta de energia eltrica utilizando o vento como fonte de energia natural e renovvel, sem agredir o meio ambiente.

    A energia produzida ser destinada venda no mercado de energia eltrica nacional, atravs de leilo promovido pelo Governo Federal para compra de energia eltrica proveniente de fonte elica, ou no Ambiente de Contratao Livre - ACL.

    O empreendimento atende aos termos da poltica de expanso de gerao de energia do Governo do Estado do Cear, objetivando a autossuficincia do Estado.

    1.6. ASPECTOS LEGAIS DO EMPREENDIMENTO

    1.6.1. DOCUMENTAO DO TERRENO

    A documentao legal referente ao terreno onde ser instalado o empreendimento apresentada no Volume Anexos do presente relatrio e consta de:

    Matrcula/Certido do Imvel; Instrumento Particular de Arrendamento de Imvel e Outras

    Avenas.

    1.6.2. ANUNCIA DA PREFEITURA

    A Prefeitura Municipal de Trairi concedeu atestado dando anuncia para fins de licenciamento ambiental do empreendimento.

    Segundo as atribuies da Prefeitura Municipal de Trairi, com fins de licenciamento ambiental, a CENTRAL ELICA MUNDA LTDA. est em conformidade com a Lei Municipal de Uso e Ocupao do Solo. Ela est localizada na ZONA LITORNEA do municpio de Trairi, definida no Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano - PDDU, no apresentando restries

  • RELATRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA

    CENTRAL ELICA MUNDA LTDA. | IDENTIFICAO 1.6

    neste momento. A referida documentao encontra-se nos anexos do estudo.

    1.6.3. REAS DE INTERESSE AMBIENTAL

    De acordo com a Lei n 4.771, de 15 de setembro de 1975, que institui o Cdigo Florestal, com a Lei n 7.803, de 18 de julho de 1989, e com a Resoluo CONAMA n 303/02, que estabelece conceitos e reas de Preservao Permanente (APP), dentro do limite da poligonal do terreno foram definidas reas de APP com relao s dunas fixas, dunas mveis, eolianitos e corpos hdricos que cortam a rea do empreendimento em foco.

    Quanto s dunas mveis, esto previstos 10 (dez) aerogeradores a serem instalados nesta rea. A Resoluo CONAMA n 369, de 28 de maro de 2006, prev o aproveitamento desses espaos quando o empreendimento de utilidade pblica ou interesse social, como o caso dos empreendimentos de gerao de energia.

    Segundo a legislao pertinente, a rea de influncia direta do projeto no abriga espcies da fauna e da flora ameaadas de extino, sendo rea de acupao antrpica antiga, conforme relatado anteriormente.

    Considerando as condies de operacionalidade da Central Elica, no h previso de alterao da qualidade do ar, tampouco de poluio das guas superficiais ou subterrneas.

    1.7. INFRAESTRUTURA BSICA EXISTENTE E PROGRAMADA

    A rea de influncia direta do empreendimento est inserida em um ambiente pr-litorneo, onde no existe qualquer tipo de construo no local em que ser implantada a CENTRAL ELICA MUNDA LTDA.

    A rea de influncia direta do empreendimento coberta pelo sistema de telefonia celular e possui energia eltrica.

  • RELATRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA

    CENTRAL ELICA MUNDA LTDA. | IDENTIFICAO 1.7

    Relativamente rea de influncia funcional, destacam-se dentre os equipamentos de infraestrutura bsica existentes, e que geraro facilidades implantao e operao do empreendimento, os seguintes equipamentos disponibilizados no municpio:

    Sistema de energia eltrica fornecida pela CHESF e distribuda pela COELCE;

    Sistema de telefonia fixa, operada atravs da TELEMAR/OI; Sistema de telefonia celular operado atravs das prestadoras TIM,

    CLARO E OI, ainda que precariamente;

    Rodovias em bom estado de conservao, as quais do acesso rodovia estadual CE-085 interligando a regio do empreendimento ao restante do pas; e

    Porto do Pecm, distando aproximadamente 57,0 km da sede do municpio de Trairi.

    No centro da cidade de Trairi, que fica a cerca de 5,0 km da rea do empreendimento, encontram-se instituies pblicas de sade, segurana, educao e cultura, bem como estabelecimentos comerciais, de servios e instituies financeiras com capacidade para dar suporte ao empreendimento durante sua instalao e operao.

  • RELATRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA

    CENTRAL ELICA MUNDA LTDA.|DADOS TCNICOS 2.1

    2. CARACTERIZAO TCNICA DO EMPREENDIMENTO

    2.1. CONSIDERAES GERAIS

    O projeto do empreendimento objeto deste relatrio compreende trs etapas:

    Estudos e projetos, incluindo a fase de planejamento, levantamentos bsicos e projetos de engenharia;

    Implantao, correspondendo s etapas de construo e instalao dos equipamentos;

    Operao, ou seja, a etapa de gerao de energia com funcionamento pleno do empreendimento.

    O Quadro 2.1 mostra o fluxograma das etapas de desenvolvimento do projeto. QUADRO 2. 1 FLUXOGRAMA DAS ETAPAS DE DESENVOLVIMENTO DO PROJETO

    FASES COMPONENTES DO PROJETO

    Pr-Implantao

    Estudos e Projetos

    Estudos bsicos

    Estudo de viabilidade econmica

    Levantamento topogrfico

    Caracterizao elica da regio

    Projeto

    Estudo de Impacto Ambiental

    Implantao

    Instalao do canteiro de obras

    Contratao de construtora / pessoal

    Mobilizao de equipamentos / materiais

    Limpeza da rea

    Sistema virio (acessos internos) / drenagem superficial

    Construo das fundaes

    Montagem das torres

    Montagem dos aerogeradores

    Montagem eltrica

    Subestao

    Interligao Eltrica

    Testes Pr-operacionais

    Desmobilizao da obra

    Operao

    Produo de Energia

    Distribuio de Energia

    Manuteno do empreendimento

  • RELATRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA

    CENTRAL ELICA MUNDA LTDA.|DADOS TCNICOS 2.2

    2.2. DIMENSIONAMENTO DO

    EMPREENDIMENTO

    A Central Elica Munda ltda. a empreendedora do projeto elico, no municpio de Trairi, na localidade de Munda, Estado do Cear. A planta elica ser constituda de 13 (treze) aerogeradores SWT 2.3-101, 60Hz da fabricante Siemens, cuja turbina foi certificada pela empresa dinamarquesa Det Norske Veritas, Danmark A/S ,totalizando uma capacidade instalada de 30 MW. Esta central geradora elica ser construda em terreno com rea medindo 183,64 hectares.

    A rea est localizada no litoral oeste do Cear, Municpio de Trairi - CE.

    A estrutura bsica operacional compreende os seguintes elementos:

    13 aerogeradores;

    Estradas de acesso s turbinas;

    Cabeamento eltrico;

    Cabeamento de controle;

    Subestao de sada;

    Centro de controle;

    Guarita e oficina/almoxarifado.

    O espaamento entre as turbinas definido em funo da quantidade de equipamentos, tamanho da rea disponvel, tamanho da turbina elica, potncia prevista para o empreendimento e morfologia do terreno.

    O Quadro 2.2 descreve os equipamentos de gerao elica utilizados no empreendimento.

  • RELATRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA

    CENTRAL ELICA MUNDA LTDA.|DADOS TCNICOS 2.3

    Quadro 2.2 Caractersticas dos Equipamentos

    Modelo SWT 2.3-101

    Fabricante Siemens

    Potncia Nominal 2.308 kW

    Dimetro do Rotor 101m

    Altura da Torre 80m

    Controle de Potncia Pitch

    Velocidade de Cut-In 3,0m/s

    Velocidade de Cut-Out 25,0m/s

    Para a estimativa da gerao de energia do parque elico foi necessrio medir a intensidade do vento atravs de uma torre anemomtrica (Figura 2.1).

    Figura 2.1 Torre da estao anemomtrica

  • RELATRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA

    CENTRAL ELICA MUNDA LTDA.|DADOS TCNICOS 2.4

    2.3. ALTERNATIVA TECNOLGICA E LOCACIONAL

    2.3.1. HISTRICO DOS PARQUES ELICOS DO COMPLEXO TRAIRI

    A Central Elica apresentada neste relatrio faz parte do Complexo Trairi, que teve seu desenvolvimento iniciado em 2007. poca, eram previstos sete parques elicos com potncia total de 150 MW. Estes projetos obtiveram suas Licenas Prvias em 2008. Depois disso, foram requeridas as Licenas de Instalao, de acordo com as exigncias da SEMACE. Antes da emisso da Licena de Instalao, no entanto, foi solicitada a apresentao de Estudos de Impacto Ambiental e respectivos RIMA.

    Foram ento contratados especialistas para a realizao deste relatrio e para dar continuidade ao desenvolvimento dos Parques Elicos do Complexo Trairi. Ao longo da evoluo dos projetos foram realizadas modificaes para reduzir as intervenes em reas de Preservao Permanente e os transtornos s comunidades do entorno, sem que isso significasse a perda da viabilidade dos empreendimentos. As concluses ora apresentadas so baseadas nas percepes em campo, em plantas, em imagens da rea, no zoneamento ambiental e no resultados dos diagnsticos do meio bitico, fsico e socioeconmico.

    A evoluo dos projetos desde 2008 at a concluso deste relatrio mostra como o Complexo Trairi, do qual esta Central Elica faz parte, conseguiu uma maior gerao com menor impacto.

    2.3.2. ALTERNATIVAS TECNOLGICAS

    O panorama global de investimentos em energia elica sofreu uma mudana drstica no ano de 2010. At 2009, Estados Unidos e Europa lideravam o ranking de investimentos no setor, porm, em 2010, a China assumiu a primeira colocao no ranking mundial, com aproximadamente 22% da potncia instalada mundial de energia elica, conforme mostra o Quadro 2.3:

  • RELATRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA

    CENTRAL ELICA MUNDA LTDA.|DADOS TCNICOS 2.5

    Quadro 2.3 - Potncia instalada mundial de energia elica

    Pas Potncia em

    MW %

    China 42.287 21,8 Estados Unidos 40.180 20,7 Alemanha 27.214 14,0 Espanha 20.676 10,6 ndia 13.065 6,7 Itlia 5.797 3,0 Frana 5.660 2,9 Reino Unido 5.204 2,7 Canad 4.009 2,1 Dinamarca 3.752 1,9 Brasil 931 0,5 Resto do Mundo

    25.615 13,2

    Total 194.390 100,0

    Fonte: Global Wind Energy Council, 2010.

    Em 2009, o Brasil dispunha de 606 MW instalados de energia elica. Para 2010, a previso era de que os Parques Elicos atingiriam uma capacidade instalada de aproximadamente 931 MW. A Associao Brasileira de Energia Elica (ABEElica) estima que o pas feche 2011 com 1.400 MW, 3.200 MW em 2012 e 5.250 MW em 2013 (Quadro 2.4).

    Quadro 2.4 - Previso de capacidade instalada (MW) de energia elica no Brasil

    Ano Potncia Instalada

    (MW) 2009 606 2010 931 2011 1.400 2012 3.200 2013 5.250

    Fonte: Associao Brasileira de Energia Elica ABEElica

    Este acelerado crescimento do uso de energia elica para a gerao de eletricidade est firmemente fundamentado na sua aceitao pela sociedade como fonte renovvel de energia, nos altos nveis de confiabilidade e eficincia operacional atingidos pelos aerogeradores atuais e tambm na reduo do preo dos aerogeradores. Alm disso,

  • RELATRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA

    CENTRAL ELICA MUNDA LTDA.|DADOS TCNICOS 2.6

    o Brasil possui uma vantagem adicional pelo fato de os ventos soprarem mais fortes na poca de seca, justamente no momento em que as hidreltricas tendem a reduzir a sua produo.

    O Brasil um dos pases com grande potencial elico. Estudos realizados em 2001 apontam para um potencial de 143.000 MW, que equivalente a duas vezes o potencial hidreltrico total explorado no pas at 2009. Entre os maiores produtores potenciais de energia elica do pas na atualidade, destaca-se o Estado do Cear. Nele, estudos relativos oferta de fonte de energia e identificao de ambientes ideais apontam vrios pontos do litoral como locais com potencialidade para a explorao de energia elica, conforme medies com anemmetros e ensaios de computadores da velocidade mdia e direo predominante dos ventos.

    Alm disso, com a limitao hdrica do Cear, tornam-se indispensveis investimentos em fontes alternativas de energia para a explorao das potencialidades naturais da regio, destacando-se a fonte elica e a fonte solar.

    A seleo da rea para implantao dos empreendimentos de energia elica previstos para a faixa litornea do Cear foi realizada sob embasamento tcnico e cientfico, conjugando locais com potencialidade elica constante, facilidade de infraestrutura e disposio de reas livres para a sua implantao.

    Outro ponto fundamental para a escolha destes projetos no litoral do Estado do Cear a caracterstica do vento da regio. Nos meses de agosto e setembro, ocorre o afastamento da Zona de Convergncia Intertropical (ZCIT) do litoral, ocasionando o pice dos ventos alsios, atingindo intensidades e constncia notveis. Aliada a isso, no vero observa-se uma intensificao dos efeitos das brisas martimas, aumentando significativamente as velocidades de vento no litoral do Estado do Cear. Nos meses de fevereiro e maro h aproximao da ZCIT, caracterizado por forte conveco e chuvas contnuas, diminuindo a intensidade de vento neste perodo. O resultado final destas caractersticas so ventos unidirecionais, com velocidades mdias acima de 8 m/s, consequentemente fatores de capacidade prximos a 50% (cinquenta por cento), sendo um dos maiores do Brasil.

    A intensidade e a regularidade dos ventos da faixa litornea despontam como uma exigncia tcnica do empreendimento, destacando-se que o Estado do Cear dotado de um potencial elico intenso e marcante em toda a sua faixa litornea, diminuindo

  • RELATRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA

    CENTRAL ELICA MUNDA LTDA.|DADOS TCNICOS 2.7

    gradativamente medida que se adentra para o interior do continente, conforme demonstrado a seguir:

    Como a velocidade elevada ao cubo (P = A.d.v) no clculo da potncia gerada, pequenas alteraes de velocidade resultam em grandes variaes de potncia.

    Para se ter uma ideia do que isso representa, pode-se avaliar a potncia de dois Parques P1 e P2 , cujas velocidades mdias do vento so de 7 e 8 m/s respectivamente. A potncia resultante seria:

    P1 = A.d.v1

    P2 = A.d.v2

    Considerando A e d constantes, a relao fica:

    P1/P2 = V1/ V2 = (7/8) = 0,67

    Ou seja, baixando apenas 1 m/s (ou cerca de 88%) a potncia cai para 67%.

    A perda de potncia em consequncia de pequenas variaes na velocidade mdia do vento em razo de variao na localizao o principal fator determinante no processo de viabilidade econmica do Parque Elico na faixa litornea.

    A faixa litornea do Cear contemplada com campos de dunas e cordes arenosos, que se posicionam paralelamente linha de costa expondo-se diretamente ao dos ventos, encontrando-se reas de dunas sem nenhum obstculo natural ou artificial que se interponha s correntes elicas. Estas elevaes so pontos ideais para locao de aerogeradores, pois medida que cresce a altitude, ocorre um aumento na acelerao do fluxo elico. No caso da rea do estudo, a morfologia se mostra pouco varivel e com a ausncia de barreiras que possam interferir no fluxo elico para a explorao da energia.

    Os fatores que resultaram na seleo da rea do projeto, entre as diversas reas potenciais selecionadas, so:

    existncia de levantamentos e estudos tcnico-cientficos relacionados ao potencial elico das faixas litorneas do Estado;

    situao geogrfica ideal em ambiente litorneo favorecido pelas correntes elicas;

    disponibilidade de terrenos que ofeream reas livres, com variao altimtrica em relao ao nvel do mar e que sejam livres de barreiras que se interponham ao fluxo das correntes elicas;

  • RELATRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA

    CENTRAL ELICA MUNDA LTDA.|DADOS TCNICOS 2.8

    existncia de infraestrutura bsica na regio de entorno (rodovias de acesso e energia) para dar suporte implantao e operao do empreendimento;

    Relativamente ao arranjo espacial da Central Geradora Elica, a locao ideal das turbinas na parte mais elevada, pois a velocidade do vento aumenta medida que o fluxo se acelera com a altitude. Comprovadamente os ventos so mais frequentes e mais fortes nas elevaes, havendo um aumento de at 15% para cada 100 metros acima do nvel do mar.

    Durante o processo de desenvolvimento dos projetos, vrias alternativas de fabricantes de aerogeradores foram analisadas como, por exemplo:

    Suzlon: 2.1MW GE: 1.5 MW Vestas: 1.8 MW Siemens: 2.3MW

    Fornecedor Suzlon GE Vestas Siemens

    Capacidade instalada (MW) 115,5 115,5 115,2 115,4

    Nmero de aerogeradores 55 77 64 50

    A definio pelo aerogerador Siemens, alm das vantagens tcnicas como: (i) maior gerao, (ii) maior disponibilidade garantida e (iii) menor rudo, tambm reduz a necessidade de movimentao de terra e confeco de bases de concreto pelo menor nmero de aerogeradores.

    A distribuio das velocidades de vento na regio dos projetos, aliada a aerogeradores de ltima gerao, implica projetos elicos com elevados fatores de capacidade, conforme demonstrado abaixo, quando a distribuio de velocidades de vento com a curva de potncia do aerogerador Siemens SWT 2.308 MW 101 foram integralizadas:

  • RELATRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA

    CENTRAL ELICA MUNDA LTDA.|DADOS TCNICOS 2.9

    m/s horas1 12.00 1 0.012 61.00 2 0.123 162.00 22 3.564 319.00 108 34.455 526.00 250 131.506 758.00 462 350.207 978.00 757 740.358 1135.00 1,144 1298.449 1188.00 1,605 1906.7410 1116.00 2,012 2245.3911 934.00 2,230 2082.8212 690.00 2,295 1583.5513 446.00 2,307 1028.9214 248.00 2,308 572.3815 118.00 2,308 272.3416 47.00 2,308 108.4817 16.00 2,308 36.9318 4.00 2,308 9.2319 1.00 2,308 2.3120 0.00 2,308 0.0021 0.00 2,308 0.0022 0.00 2,308 0.0023 0.00 2,308 0.0024 0.00 2,308 0.0025 0.00 2,308 0.0026 0.00 2,308 0.00

    8759 12407.72FatordeCapacidade 61.37%

    Siemens2.308101CurvadePotncia

    A regio litornea de Trairi/CE possui como caracterstica ventos fortes e uma boa mdia anual, resultando em uma maior eficincia na gerao de energia (fator de capacidade) para os Parques Elicos ali instalados. O reflexo dos elevados fatores de capacidade a reduo do preo de energia destes projetos elicos, sendo hoje a segunda fonte de energia mais competitiva nos leiles de energia realizados no Brasil, perdendo apenas para as grandes centrais hidreltricas.

    Demais caractersticas que sofreram reviso para atenuar os impactos ambientais:

    Largura dos acessos internos. Inicialmente, o projeto dos acessos internos previa largura de nove metros para possibilitar movimentao de guindastes tipo esteira utilizados na montagem dos aerogeradores. Nesta situao, haveria um acrscimo de mais de cinquenta por cento na movimentao de terra se comparado ao projeto final dos acessos internos, que ficaram restritos a seis metros de largura. Esta reduo foi possibilitada pela negociao de um guindaste especfico sobre rodas para a montagem dos aerogeradores. A reduo na largura reduzir tambm o impacto em APP.

    Acessos internos retilneos. Quando do desenvolvimento dos projetos, buscou-se a menor movimentao de terra nas reas de influncia direta dos parques. A anlise do desvio das reas de APP foi realizada, entretanto, a movimentao de terra para tal aumentaria em mais de duzentos por cento se comparada

  • RELATRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA

    CENTRAL ELICA MUNDA LTDA.|DADOS TCNICOS 2.10

    ao traado retilneo. Este trajeto projetado para desviar as reas de APP influenciaria demasiadamente nas reas em torno do projeto, ocasionando interferncias significativas na fauna e na flora da regio, pois aumentaria a rea de interveno do projeto. Assim, a soluo ora apresentada reduz significativamente os impactos na regio por demandar menor necessidade de movimentao de terra.

    2.3.3. ALTERNATIVAS DE LOCALIZAO E DIMENSES DOS PARQUEFGS ELICOS DO COMPLEXO TRAIRI

    A seleo da localizao de projetos de Parques Elicos se realiza estudando previamente as aptides elicas dos terrenos, para depois realizar as medies precisas de vento ao longo de um determinado perodo de tempo.

    Os estudos para elaborao dos projetos de implantao dos Parques Elicos do Complexo Trairi iniciaram em 2008, concomitantemente com as primeiras atividades do Relatrio Ambiental Simplificado (RAS). A proposta inicial era composta por 7 Parques Elicos, cuja localizao pode ser visualizada na Figura 2.2 e suas caractersticas, nos Quadros 2.5 e 2.6.

    Quadro 2.5 - Caractersticas dos parques elicos quando da emisso das Licenas Prvias, em 2008

    Parque Elico 1 Licena Prvia

    Data

    Emisso Potncia

    (MW) N

    Aerogeradores rea (ha)

    Central Elica Munda 21/5/2008 30,0 12 201,00

    Central Elica Fleixeiras I

    23/6/2008 17,5 7 25,10

    Central Elica Guajir 2/6/2008 30,0 12 200,00

    Central Elica Trairi 23/5/2008 17,5 7 21,84

    Central Elica Trairi I 23/5/2008 17,5 7 21,85

    Central Elica Trairi II 23/5/2008 17,5 7 41,36

    Central Elica Trairi III 21/5/2008 20,0 8 36,00

    Total 150,0 60 547,15

  • RELATRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA

    CENTRAL ELICA MUNDA LTDA.|DADOS TCNICOS 2.11

    Quadro 2.6 - Caractersticas dos parques elicos em junho de 2009, quando da aquisio dos projetos pela Tractebel Energia

    Parque Elico Potncia

    (MW) N

    Aerogeradores rea (ha)

    Central Elica Munda 30 12 201,00 Central Elica Fleixeiras I

    30 12 70,41

    Central Elica Trairi 17,5 7 21,84 Central Elica Trairi I 17,5 7 23,25 Central Elica Trairi II 17,5 7 41,36 Central Elica Trairi III 20 8 36,00 Central Elica Guajir 30 12 200,00 Total 162,5 65 593,86

    Juntos, os 7 Parques Elicos do Complexo Trairi gerariam 162,5 MW por meio de 65 aerogeradores. A rea total prevista era de 593,86 ha, com uma produo especfica de energia de 0,27 MW/ha. Inicialmente, foi utilizado o aerogerador do fabricante alemo Fuhrlander de 2,5 MW para o licenciamento em 2009, entretanto, este fabricante postergou seu plano de construo de uma fbrica no Brasil, impossibilitando a continuidade de negociao com este fabricante.

    Com o avano dos estudos ambientais e de engenharia, os projetos do Complexo Trairi sofreram algumas reformulaes, tendo-se excludo os Parques Elicos de Trairi I e III, reduzindo a potncia instalada de 162,5 MW para 121,9 MW, conforme Quadro 2.7.

    Quadro 2.7 - Caractersticas dos empreendimentos elicos do Complexo Trairi em setembro de 2009 Parque Elico rea (ha) Potncia N

    Aerogeradores Central Elica Munda 201,00 29,9 13 Central Elica Fleixeiras I 70,41 29,9 13 Central Elica Trairi 21,84 16,1 7 Central Elica Trairi II 23,25 16,1 7 Central Elica Guajir 63,67 29,9 13 Total 380,17 121,9 53

    Porm, no decorrer dos projetos, com o aprofundamento dos estudos ambientais, mais especificamente por meio dos resultados parciais dos diagnsticos dos meios fsico, bitico e socioeconmico, os projetos dos Parques Elicos do Complexo Trairi foram novamente

  • RELATRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA

    CENTRAL ELICA MUNDA LTDA.|DADOS TCNICOS 2.12

    redimensionados. O Parque Elico Trairi II foi excludo e uma nova rea foi anexada ao Parque Elico Trairi, resultando na configurao atual que apresentada no Quadro 2.8 e na Figura 2.3.

    Quadro 2.8 - Caractersticas dos empreendimentos elicos do Complexo Trairi conforme EIA Parque Elico rea (h) Potncia N

    Aerogeradores Central Elica Munda 183,64 30 13 Central Elica Fleixeiras I 74,04 30 13 Central Elica Trairi 37,99 25,4 11 Central Elica Guajir 75,59 30 13 Total 371,63 115,4 50

    Estas mudanas de projeto permitiram a reduo do nmero de Parques de sete para quatro, assim como o nmero de aerogeradores de 65 para 50. Em termos de potencial instalado, a potncia de energia reduziu para 115,4MW, cerca de 29% a menos do estimado inicialmente.

    A incorporao de aerogeradores de maiores dimenses e potncia unitria se traduz em uma reduo no nmero de aerogeradores instalados e ocupao do solo, e, consequentemente, na intensidade da maior parte dos impactos associados construo e funcionamento dos empreendimentos, principalmente nos impactos sobre a vegetao, a fauna e a paisagem. Assim, com uma menor ocupao do solo aumenta a compatibilidade entre o aproveitamento elico dos terrenos e a manuteno da fisionomia local e seus usos consolidados. Alm disso, a menor densidade de aerogeradores reduz a probabilidade de ocorrncia de colises de aves e morcegos contra os mesmos e causa menor efeito visual do parque elico na paisagem.

    A distribuio dos aerogeradores nos sites foi submetida a uma anlise de alternativas, de forma que as posies finais selecionadas fossem aquelas que combinem um mximo de potencial elico com uma menor incidncia de impactos.

    Os primeiros desenhos de localizao dos aerogeradores nos sites respondiam a critrios de mximo aproveitamento do recurso elico. Assim, na fase do RAS, estavam previstos 65 aerogeradores, que gerariam 162,5 MW. J nas fases seguintes do projeto, foram efetuadas vrias modificaes, a fim de diminuir os impactos ambientais que poderiam ser gerados pelos projetos iniciais, como:

  • RELATRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA

    CENTRAL ELICA MUNDA LTDA.|DADOS TCNICOS 2.13

    reduzir o nmero de empreendimentos; escolher o modelo de aerogerador mais eficiente, ou seja, que

    proporcione maior gerao de energia por rea ocupada; alterar a rea de alguns projetos para obter o maior

    espaamento entre as torres, resultando em uma diminuio do impacto visual;

    evitar a alocao de aerogeradores em reas de interesse ecolgico;

    diminuir a supresso vegetal desviando os aerogeradores e acessos de dunas fixas;

    evitar a alocao de aerogeradores e acessos em eolianitos, formao geolgica protegida por Lei no Estado do Cear;

    evitar que o trnsito de veculos pesados durante o perodo de implantao dos empreendimentos causasse transtornos no cotidiano das comunidades do entorno;

    afastar aerogeradores das comunidades do entorno para diminuir o impacto visual e nveis de rudos.

    Estas modificaes resultaram em um ganho ambiental por meio da reduo de quase metade dos Parques previstos e, consequentemente, da rea que seria impactada em 18% (84,2 ha), reduzindo cerca de 23% do nmero de aerogeradores, comprometendo 29% da potncia instalada total prevista nos estudos iniciais.

    Estes projetos, desde ento, foram aprimorados at chegar conformao final apresentada neste EIA. Sendo assim, o relatrio que ora se apresenta no analisa alternativas locacionais de reas para a implantao dos projetos, que foram definidas na fase do Licenciamento Prvio. Ele se atm descrio de alternativas e de ajustes que levaram concepo do arranjo final dos Parques Elicos que resultou da incorporao dos fatores ambientais e sociais no processo de tomada de decises.

    A seguir, as principais modificaes realizadas para conciliar a produo elica com fatores ambientais e sociais da regio so apresentadas e comparadas para cada empreendimento.

  • RELATRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA

    CENTRAL ELICA MUNDA LTDA.|DADOS TCNICOS 2.14

    Figura 2.2: Localizao dos Parques Elicos nos projetos iniciais, em 2008

  • RELATRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA

    CENTRAL ELICA MUNDA LTDA.|DADOS TCNICOS 2.15

    Figura 2.3 - Localizao dos Parques Elicos na sua concepo final, em 2011

  • RELATRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA

    CENTRAL ELICA MUNDA LTDA.|DADOS TCNICOS 2.16

    2.3.4. PARQUE ELICO MUNDA

    As principais alteraes realizadas no projeto do Parque Elico Munda foram relativas proteo de reas de interesse ecolgico e ao acesso externo ao empreendimento.

    Durante os estudos ambientais, foram identificadas reas alagveis, situadas ao norte do site do Parque Elico Munda, potencialmente relevante para aves. Assim, optou-se por relocar os aerogeradores destas reas para a poro sul do terreno (Figura 2.4).

    Figura 2.4 - Principais alteraes no lay-out dos aerogeradores para evitar

    reas alagveis no Parque Elico Munda. A: Fase RAS; B: Aquisio do Projeto; C: Fase EIA/RIMA.

    Outra alterao importante relaciona-se ao acesso ao site. O RAS deste empreendimento e os projetos subsequentes previam o trnsito pelas ruas estreitas da comunidade de Munda, o que significaria grandes transtornos comunidade, a comear pelo alargamento das vias e trnsito intenso de veculos pesados no permetro urbanizado. A concepo final deste parque vislumbra o acesso pela comunidade de Cana, que apresenta vias mais estruturadas, que sofrero algumas melhorias.

    As diferentes configuraes do Parque Elico Munda so apresentadas a seguir: a primeira refere-se ao projeto na fase do RAS (Figura 2.5); a segunda se refere a um projeto intermedirio elaborado na aquisio do projeto (Figura 2.6); a terceira a verso final desenhada para a implantao do empreendimento (Figura 2.7). A Figura 2.8 apresenta esta configurao final do empreendimento sobreposta ao zoneamento ambiental do site.

    A B C

  • RELATRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA

    CENTRAL ELICA MUNDA LTDA.|DADOS TCNICOS 2.17

    Figura 2.5 - Configurao do Parque Elico Munda - Fase RAS

  • RELATRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA

    CENTRAL ELICA MUNDA LTDA.|DADOS TCNICOS 2.18

    Figura 2.6 - Configurao do Parque Elico Munda - Fase de Aquisio do Projeto

  • RELATRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA

    CENTRAL ELICA MUNDA LTDA.|DADOS TCNICOS 2.19

    Figura 2.7 - Configurao do Parque Elico Munda - Fase EIA/RIMA

  • RELATRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA

    CENTRAL ELICA MUNDA LTDA.|DADOS TCNICOS 2.20

    Figura 2.8 - Configurao Final do Parque Elico Munda Sobreposta ao Zoneamento Ambiental do Site

  • RELATRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA

    CENTRAL ELICA MUNDA LTDA. | DIAGNSTICO AMBIENTAL 3.1

    3 DIAGNSTICO AMBIENTAL

    3.1 reas de Influncia do Estudo Ambiental A rea de influncia ambiental de um projeto ou empreendimento

    definida como o espao fsico, bitico e socioeconmico susceptvel de

    alteraes como consequncia da sua implantao, manuteno e

    operao.

    A rea de influncia direta do estudo compreende a rea de interferncia

    fsica do empreendimento, ou seja, o espao fsico das intervenes,

    onde os efeitos so produzidos por uma ou vrias aes do

    empreendimento. Ela se refere rea pleiteada para o licenciamento

    ambiental, incluindo os entornos mais prximos aos limites; a rea que

    ser de influncia direta tem como abrangncia o distrito de Fleicheiras,

    Figura 3.1.

    A rea de influncia indireta corresponde s reas onde os efeitos so

    induzidos pela existncia do empreendimento e no como consequncia

    de uma ao especfica do mesmo; a rea que ser de influncia indireta

    tem como abrangncia o municpio de Trairi.

    Dentro da atual tendncia de estudos ambientais, as reas de influncia

    foram analisadas segundo conceitos temticos que pudessem produzir

    uma melhor avaliao dos impactos ambientais. A concepo adotada

    permitiu que, dentro de cada setor temtico estudado, as reas de

    influncia fossem especficas, uma vez que a abrangncia do

    empreendimento poderia levar a uma disperso desnecessria de

    esforos, pois algumas informaes poderiam ser importantes para um

    determinado estudo temtico, porm desnecessrias para outro.

    Exemplificando para melhor entendimento, pode-se dizer que, ao passo

    que os estudos antrpicos tm compromissos com a abrangncia

    municipal, o mesmo no ocorre no mbito dos meios fsico e bitico,

    regidos e controlados por limites naturais.

  • RELATRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA

    CENTRAL ELICA MUNDA LTDA. | DIAGNSTICO AMBIENTAL 3.2

    Figura 3.1 rea de influncia direta e indireta da CGE Munda

    Fonte: Observaes de Campo.

    Seguindo esta definio, as reas de influncias especficas foram

    definidas conforme as seguintes diretrizes:

    Meio Fsico: a rea de influncia foi definida em atendimento aos

    aspectos de caracterizao dos aspectos atmosfricos, caracterizao

    geolgica (aspectos geolgicos costeiros e dinmica sedimentar),

    caracterizao geomorfolgica, pedolgica, hidrogeolgica e hidrolgica. A

    caracterizao de cada componente do meio fsico parte dos aspectos

    regionais, utilizando-se definies j consagradas na literatura cientfica, a

    nvel de rea de influncia indireta, at um detalhamento destes

    componentes na rea de influncia direta. A rea de Influncia Direta do

    meio fsico a rea do empreendimento.

    Meio Bitico: a rea de influncia est relacionada com os diversos

    ecossistemas encontrados dentro da rea de influncia fsica do

  • RELATRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA

    CENTRAL ELICA MUNDA LTDA. | DIAGNSTICO AMBIENTAL 3.3

    empreendimento e entorno mais prximo. A rea de Influncia Direta do

    meio bitico a rea do empreendimento.

    Meio Antrpico: os aspectos de populao, infraestrutura fsica e social,

    e economia so relativos ao municpio de Trairi e s comunidades

    prximas ao empreendimento. A rea de Influncia Direta do meio

    antrpico para a CGE Munda so as comunidades de Munda e Cana.

    3.2 METODOLOGIA Os dados aqui apresentados foram tomados de referncias bibliogrficas,

    basicamente dos projetos regionais de pesquisa, a partir dos quais novos

    dados foram levantados, diretamente em campo, por uma equipe

    composta de profissionais especializados da empresa AMBIENTAL

    CONSULTORIA & PROJETOS; atravs de expedies tcnicas para

    levantamento detalhado dos componentes ambientais da rea do estudo.

    Na maioria das vezes, tem-se uma juno das metodologias e no se far

    distino entre elas na descrio, a menos que sejam pontos destacveis

    de um ou outro modo da pesquisa.

    3.3 MEIO FSICO O meio fsico compreende as reas de interesse de trs componentes

    maiores: atmosfera, terra e gua. Pelas caractersticas do estudo, ser

    dada especial nfase aos elementos do sistema terra, com detalhamento

    da geologia, geomorfologia e pedologia que representam o sistema de

    suporte local das obras e funcionamento.

    3.3.1 CLIMA

    Sinopse Climtica de Trairi

    Precipitao mdia anual ............................................................ 1.137,5 mm;

    Meses mais chuvosos ................................................................. fevereiro a maio;

    Ms de maior ndice pluviomtrico .............................................. abril;

  • RELATRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA

    CENTRAL ELICA MUNDA LTDA. | DIAGNSTICO AMBIENTAL 3.4

    Ms de menor ndice pluviomtrico ............................................. outubro;

    Umidade relativa do ar ................................................................ 85% (nos meses chuvosos e 73% (nos meses mais secos));

    Temperatura mdia ..................................................................... entre 25,4 e 27,2 C;

    Mdia das temperaturas mximas .............................................. 30,1 C;

    Mdias das temperaturas mnimas ............................................. 23,3 C;

    Insolao ..................................................................................... 2.819 hs;

    Evaporao ................................................................................. 1.636 mm;

    Meses mais secos ....................................................................... agosto a novembro;

    Velocidade mdia dos ventos ...................................................... 3,6 m/s;

    Velocidade mxima dos ventos ................................................... 4,9 m/s;

    Direes predominantes ............................................................. SE e ESE.

    3.3.1.1 CLASSIFICAO CLIMTICA Segundo a classificao de Kppen, o tipo climtico da rea em estudo

    AW (equatorial mido e semimido) quente e mido com chuvas no

    vero e at seis meses de estiagem.

    3.3.1.2 QUALIDADE DO AR E NVEL DE RUDOS Os nveis de rudos atuais, alm dos inerentes ao ambiente natural, so

    representados, sobretudo, por agentes antrpicos, a exemplo dos

    provocados pelos equipamentos de som nos restaurantes e barracas e

    pelo trfego de veculos de passeio, o que ocorre principalmente nos finais

    de semana e perodos de frias.

    Medies efetuadas no local que receber o Parque Elico apontaram

    valores da ordem de 50-60 dB(A) no perodo diurno e de 40-50 dB(A) no

    perodo noturno. As medies foram efetuadas com decibelmetro digital

    em fevereiro de 2011, nos limites da rea do empreendimento e em

  • RELATRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA

    CENTRAL ELICA MUNDA LTDA. | DIAGNSTICO AMBIENTAL 3.5

    distncias de 100, 200 e 400 metros da rea (Tabela 3.1 e Figura 3.2),

    sempre em direo a acessos ou s comunidades. A principal razo pelos

    valores encontrados foi a forte incidncia dos ventos, apesar de as

    medies terem sido realizadas no perodo mido, sabidamente o perodo

    em que os ventos so mais fracos.

    Figura 3.2 Pontos das medies sonoras(dB) efetuadas na rea

  • RELATRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA

    CENTRAL ELICA MUNDA LTDA. | DIAGNSTICO AMBIENTAL 3.6

    Tabela 3.1 Resultado das medies sonoras(dB) efetuadas na rea

    PERODODIURNO PERODONOTURNOLIMITE NOLIMITE 100m 200m 400m NOLIMITE 100m 200m 400mNORTE 55,5 57,1 68,4 70,2 40,6 50,6 41,3 65,3SUL 50,3 50,5 46,4 59,5 40,4 46,1 42,6 43,2LESTE 51,1 50,9 53,4 50,8 45,3 42,9 44,2 42,6OESTE 45,7 44,2 45,8 69,7 41,3 50,5 48,1 45,2

    Fonte: medies realizadas em campo

    Nota-se que os nveis de rudo sem a interveno do empreendimento j

    ultrapassa, em alguns pontos, os valores da norma brasileira (NBR-

    10.151) para reas mistas predominantemente residenciais, que de 55

    dB diurno e 50 dB noturno.

    A qualidade do ar da rea do empreendimento e de seu entorno

    enquadra-se dentro das condies de normalidade, inexistindo, no

    momento e em futuro previsvel, agentes que possam alterar os padres

    atuais.

    3.3.2 GEOLOGIA A composio geolgica local apresenta associaes do Pr-Cambriano,

    sedimentos detrticos areno-argilosos com nveis conglomerticos do

    Tercirio/Quaternrio e sedimentos arenosos inconsolidados do

    Quaternrio, conforme se observa na Figura 3.3.

    O territrio do municpio de Trairi composto essencialmente por terrenos

    cenozicos, representados pelos terrenos da Formao Barreiras, de idade

    inferida do Plio-Pleistoceno e pelos sedimentos holocnicos de origem

    marinha. Os constituintes geolgicos mais recentes so controlados pelos

    processos ocenicos e elicos que mobilizam e depositam uma grande

    quantidade de material. Nas regies mais ao sul do municpio aparecem

    rochas mais antigas, do Pr-Cambriano, expondo migmatitos, xistos,

    calcissilicticas e outras rochas metamrficas e mobilizadas pertencentes

    ao Complexo Nordestino, segundo Projeto RADAMBRASIL.

  • RELATRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA

    CENTRAL ELICA MUNDA LTDA. | DIAGNSTICO AMBIENTAL 3.7

    Figura 3.3 Geologia do Municpio de Trairi em Relao ao Contexto Geolgico do

    Estado do Cear

    FONTE: CPRM, 1999.

    LEGENDA:Coberturas sedimentares cenozicas

    Coberturas sedimentares mesozicas

    Coberturas sedimentares paleozicas

    Embasamento cristalino

    Municpio

    420 370

    -20

    -800 100 150 km50

    Escala grfica

    Trairi

  • RELATRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA

    CENTRAL ELICA MUNDA LTDA. | DIAGNSTICO AMBIENTAL 3.8

    3.3.2.1 GEOLOGIA LOCAL A geologia da rea do empreendimento marcada pela dominncia de

    unidades sedimentares, associadas dinmica litornea, predominando

    depsitos elicos em dunas mveis e com pequenas manchas de dunas

    fixas. Ao sul, h exposies de sedimentos plio-pleistocnicos da

    Formao Barreiras.

    Figura 3.4 - Geologia local

    Fonte: Observaes de Campo.

  • RELATRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA

    CENTRAL ELICA MUNDA LTDA. | DIAGNSTICO AMBIENTAL 3.9

    3.3.3 GEOMORFOLOGIA

    3.3.3.1 GEOMORFOLOGIA REGIONAL A dinmica geomorfolgica do municpio de Trairi est associada a dois

    ambientes principais. Como rea fonte, eles so representados

    montante pela dissecao residual do Planalto da Ibiapaba, e a jusante,

    tambm como rea fonte, pela acumulao marinha e a migrao dos

    elementos dunares ao interior do continente. Como forma secundria,

    trabalhando os elementos locais, destacam-se os processos flvio-

    marinhos, que mobilizam e remobilizam sedimentos para fora da rea

    territorial do municpio de Trairi. Do outro lado da dinmica encontra-se o

    processo erosivo, onde a componente flvio-marinha passa a agente

    principal, secundando pelas aes antrpicas.

    A maior parte do territrio do municpio de Trairi est inserida na faixa

    sublitornea das reas Dissecadas pertencentes unidade geomorfolgica

    Superfcie Sertaneja de Ab'Saber (1969). Esta unidade caracteriza-se por

    apresentar amplas formas tabuliformes com altitudes de 50 m e um

    entalhe de drenagem muito fraco, sobre argilas cobertas por uma camada

    arenosa de espessura variada, pertencente Formao Barreiras. A

    continuidade espacial destas formas tabulares interrompida pelas

    plancies fluviais (APF) ou plancies flvio-marinhas (APFM), devido s

    proximidades da costa. Moreira e Gatto, no Projeto RADAMBRASIL, Vol 21

    (1981), tratam a regio como dominada pela interao entre a plancie

    litornea e a superfcie sertaneja.

    Comumente, esta configurao geomorfolgica denominada de

    Superfcie de Tabuleiros ou Tabuleiros Pr-Litorneos nos trabalhos mais

    recentes. Apresentam uma topografia muito plana ou suavemente

    ondulada, terminando na costa, algumas vezes de modo abrupto sob a

    forma de falsias. Trata-se de uma extensa superfcie de agradao ou,

  • RELATRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA

    CENTRAL ELICA MUNDA LTDA. | DIAGNSTICO AMBIENTAL 3.10

    mais especificamente, de um "glacis" de acumulao ligeiramente

    inclinado em direo costa, em geral com menos de 5 de inclinao.

    A plancie litornea compe-se de formas de relevo caracterizadas pela

    predominncia da atuao dos processos de origem marinha, destacando-

    se entre eles a plancie praial (APP), a plancie fluvio-marinha (APFM) e as

    dunas (AD), elaboradas em sedimentos quaternrios.

    3.3.3.2 GEOMORFOLOGIA LOCAL O relevo da rea do Empreendimento apresenta trs padres bem

    distintos decorrentes do condicionamento geolgico local.

    Ao nordeste da rea h ocorrncia de Plancie de Deflao que alimenta o

    Campo de Dunas encontrado no restante do terreno, constitudo de Dunas

    Mveis e Fixas em contato com os Tabuleiros Pr-Litorneos mais ao sul

    do empreendimento.

    Entre as reas mais altas das Dunas, normalmente ocorrem reas

    deprimidas, aplainadas ou suavemente onduladas.

    3.3.4 PEDOLOGIA No municpio de Trairi dominam os tipos de solos Podzlicos Vermelho-

    amarelos Distrficos e as Areias Quartzosas, que apresentam baixo poder

    nutricional. Os primeiros so solos rasos, com textura mdia ou argilosa,

    imperfeitamente drenados e ocorrem associados a Vertissolos, que so

    tambm rasos, mal drenados, com fertilidade muito alta e elevada

    participao dos minerais do grupo da argila. Por isso mesmo, eles so

    muito susceptveis eroso, que em seu processo pode levar gerao

    de fendilhamentos superficiais durante os perodos secos. Alm disso, esta

    caracterstica limita a permeabilidade do solo.

    Os Solos Indiscriminados de Mangues tambm ocorrem no municpio,

    associados principalmente aos sedimentos flvio-marinhos do rio Munda.

    Este um tipo de solo orgnico e salino, mal drenado, muito cido e

  • RELATRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA

    CENTRAL ELICA MUNDA LTDA. | DIAGNSTICO AMBIENTAL 3.11

    parcialmente submerso. Os solos Planossolo Soldico, Solos Aluviais e o

    Solonetz Solodizado aparecem nos nveis mais elevados do curso do rio,

    presentes tambm nos demais cursos d'gua.

    O Solonetz Solodizado ocorre com maior frequncia que os demais que

    acompanham os corpos hdricos. So solos rasos a moderadamente

    profundos, mal drenados, apresentando uma pedregosidade superficial e

    elevado teor de sdio trocvel. Eles tm como principais limitaes a

    deficincia ou excesso de gua e a susceptibilidade eroso.

    Na rea mais litornea, que compreende a rea do empreendimento,

    dominam as Areias Quartzosas Marinhas e na poro mais ao Sul do

    terreno as Areias Quartzosas Distrficas. Pela nomenclatura atual da

    EMBRAPA, de uma forma geral, todo o conjunto de solos Neossolos

    Quartizarnicos pode ser caracterizado como pobre em funo da pouca

    presena de nutrientes.

    3.3.5 RECURSOS HDRICOS HIDROLOGIA REGIONAL GUAS SUPERFICIAIS

    O municpio de Trairi est inserido na bacia hidrogrfica do Rio

    Cruxati/Munda. Esta bacia possui uma abrangncia regional, algo em

    torno de 2.224 km. O comprimento do talvegue do rio de 95 km e o

    seu permetro de 215 km. O escoamento anual observado na foz do rio

    que d nome bacia de 472,0 hm3.

    Os principais tributrios da bacia so os rios Cruxati e Munda, ambos

    nascendo na serra de Itapipoca, o primeiro na vertente noroeste da serra

    e o segundo na vertente leste.

    O regime pluviomtrico da bacia, embora tendo caractersticas tpicas de

    regio semirida, tais como forte sazonalidade e alta variabilidade espacial

    e interanual, dos regimes mais favorveis identificados no Estado,

    beneficiando a rea litornea. Um dos problemas identificados no

  • RELATRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA

    CENTRAL ELICA MUNDA LTDA. | DIAGNSTICO AMBIENTAL 3.12

    aproveitamento hdrico superficial refere-se concentrao do excedente

    hdrico em apenas 4 ou 6 meses. Esta concentrao se reflete na

    classificao da bacia quanto ao volume de gua disponvel que, segundo

    o RADAMBRASIL, considerado como mdio com um volume de 200.000

    a 700.000 m3/km2/ano.

    As lagoas tm carter temporrio, secando durante o perodo de estiagem

    e enchendo novamente durante o perodo invernoso, que se configura

    entre os meses de fevereiro a maio. Durante esta fase, os riachos e

    crregos funcionam como canais de ligao entre as lagoas e as

    depresses isoladas, deixando as reas baixas totalmente alagadas,

    mesmo sendo essas as principais formas de acumulao hdrica

    superficial. Estas lagoas trazem grandes benefcios s populaes locais,

    com a explorao da pesca e, at mesmo, em algumas delas, o

    suprimento de gua para a pecuria. Na regio estudada destacam-se os

    lagamares do Sal e o da Rua.

    Entre as dunas, durante o inverno, muito comum a formao de lagoas,

    denominadas de lagoas interdunares, que acumulam gua por uma boa

    parte do ano e servem de suprimento para as comunidades e

    principalmente para a pecuria. Mesmo no estando entre as dunas,

    outras pequenas lagoas podem surgir em regies planas e, favorecidas

    pelo nvel fretico elevado, apresentarem um estado de perenizao

    facilmente identificado pela flora que se desenvolve nestas lagoas.

    GUAS SUBTERRNEAS

    No municpio de Trairi, dois domnios hidrogeolgicos distintos se

    distinguem: o cristalino e o domnio sedimentar. O primeiro domnio diz

    respeito s rochas gneas e metamrficas, cujo armazenamento de gua

    subterrnea est relacionado ao grau de fraturamento, e o segundo

    apresenta as Dunas, os Aluvies e a Formao Barreiras como principais

  • RELATRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA

    CENTRAL ELICA MUNDA LTDA. | DIAGNSTICO AMBIENTAL 3.13

    unidades hidrogeolgicas. Em se considerando estes domnios, o potencial

    hidrogeolgico da bacia tido como de fraco a mdio.

    Cear (1996) apresenta o comparativo dos valores relativos

    disponibilidade das reservas de guas subterrneas, obtida atravs dos

    testes de bombeamento de 12 h/dia/poo para aquferos sedimentares e 6

    h/dia/poo para aqufero cristalino. Da mesma forma, pode ser comparada

    a disponibilidade com a reserva renovvel, calculada a partir da

    pluviometria mdia de 1.137,50 mm, taxa de infiltrao de 10% nas

    Dunas e Aluvies, 5 % no Barreiras e 0,5 % no cristalino.

    O domnio cristalino representado pelas rochas pertencentes ao

    Complexo Nordestino e os seus mananciais de guas subterrneas tm

    sua permeabilidade e transmissividade controlados pelas fraturas das

    rochas. O potencial hidrogeolgico desta unidade da ordem de 1,2 x 107

    m3/ano, distribudos em uma rea de 2.826 km2 com uma camada

    saturada de apenas 1,8 metros.

    O domnio representado pelos sedimentos da Formao Barreiras

    caracteriza-se por uma expressiva variao faciolgica, com intercalaes

    de nveis mais e menos permeveis, o que lhe confere parmetros

    hidrogeolgicos variveis de acordo com o contexto local. Essas variaes

    induzem potencialidades diferenciadas quanto produtividade de gua

    subterrnea. No municpio de Trairi, esses sedimentos apresentam uma

    boa potencialidade, em funo, principalmente, das espessuras

    apresentadas e, tambm, de suas caractersticas litolgicas. A recarga do

    aqufero assegurada por infiltrao das precipitaes pluviomtricas.

    O aqufero Barreiras, no municpio de Trairi, possui uma reserva

    explotvel de 56,8 x 107 m3/ano, com uma espessura de saturao de 10

    metros. Na regio de Munda, o aqufero apresenta uma espessura

    saturada variando entre 6,6 e 9,5 m, com uma reserva explotvel de 1,62

    x 103 m3/km2.

  • RELATRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA

    CENTRAL ELICA MUNDA LTDA. | DIAGNSTICO AMBIENTAL 3.14

    No trabalho de SRH - Cear (1996), a reserva explorvel na foz do rio

    Munda, abrangendo a rea do empreendimento, da ordem de 0,05

    km3, equivalente ao consumo de cerca de 50 mil pessoas. A proximidade

    do mar recomenda a reduo do consumo a um valor da ordem de 3,2

    m3/h, por poo.

    Os depsitos aluvionares so representados por sedimentos areno-

    argilosos recentes, que ocorrem margeando as calhas dos principais rios e

    riachos que drenam a regio e apresentam, em geral, uma boa alternativa

    como manancial, tendo uma importncia relativa alta do ponto de vista

    hidrogeolgico, principalmente em regies semiridas com predomnio de

    rochas cristalinas. Normalmente, a alta permeabilidade dos terrenos

    arenosos compensa as pequenas espessuras, produzindo vazes

    significativas.

    Para a bacia do Munda, a potencialidade hdrica deste aqufero da

    ordem de 0,77 x 107 m3/ano, para uma rea de 32 km2.

    J o campo de dunas apresenta uma potencialidade mais restrita em

    termos volumtrico, mas possui uma rea aflorante bem mais significativa

    do que os mananciais aluvionares. As suas reservas chegam a atingir

    apenas 0,16 x 107 m3/ano, aflorando em uma rea de 82 km2 e a

    camada saturada deste alcana cerca de 5 metros.

    Este aqufero intensamente explorado na regio por poos rasos.

    HIDROLOGIA LOCAL Na rea do empreendimento podem ser encontrados corpos d'gua. So

    afloramentos na Plancie de Deflao e o lago mais ao centro-oeste que

    esto mapeados na planta do Zoneamento Geoambiental, nos Anexos.

    A Formao Barreiras, que se limita ao Sul da rea, representa o maior

    aqfero da regio com uma boa vazo de gua, embora o

    empreendimento no demande recurso hdrico alm do consumo humano.

  • RELATRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA

    CENTRAL ELICA MUNDA LTDA. | DIAGNSTICO AMBIENTAL 3.15

    As dunas constituem outra potencialidade hdrica, mesmo que de porte

    bem mais modesto (o aqufero dunas).

    Localizado ao sul destacamos na drenagem superficial o crrego do

    Cupim, afluente do rio Estrela.

    As amostras coletadas para a determinao da qualidade da gua foram

    realizadas em gua subterrnea a partir de alguns piezmetros, e na

    lagoa existente a sudoeste do empreendimento. Os laudos apresentam o

    resultado da anlise fsico-qumica e organolptica. Segue abaixo mapa de

    localizao dos pontos de coleta de gua, ressalta-se que os outros pontos

    de gua superficial estavam secos quando da coleta das amostras.

    Figura 3.5 Mapa de localizao dos pontos de coleta de gua

    3.4 MEIO BITICO O Brasil considerado um pas com grande potencial para a produo de

    energia elica. Contudo, aqui no h estudos tratando de como estes

  • RELATRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA

    CENTRAL ELICA MUNDA LTDA. | DIAGNSTICO AMBIENTAL 3.16

    impactos tm atuado sobre nossa biodiversidade. Alguns estudos se

    limitam a registrar a mortalidade de espcimes e os impactos devido

    implantao dos campos de produo. Considera-se necessrio entender

    como os impactos so causados atravs da anlise de pesquisas

    detalhadas realizadas antes, durante e aps a implantao de tais

    emprendimentos (ATIENZA et al., 2008).

    3.4.1 METODOLOGIA Para caracterizao da biodiversidade desta regio foi utilizada a

    metodologia de Avaliao Ecolgica Rpida (AER). Esta metodologia foi

    desenvolvida pela The Nature Conservancy (TNC) com o intuito de

    viabilizar uma forma rpida e pouco dispendiosa para se identificar

    espcies susceptveis a danos ambientais e reas importantes para a

    conservao da biodiversidade. Este pacote de metodologias simplificadas

    permitiu uma melhor visualizao do panorama da biodiversidade local e

    de sua importncia, auxiliando na identificao das tipologias vegetais

    (Figura 3.6). Foram realizadas observaes diretas em campo para

    caracterizar a vegetao e a fauna, alm de entrevistas com moradores

    locais, direcionadas para identificar a ocorrncia atual ou pretrita de

    espcies ameaadas, endmicas ou com necessidades especiais de

    atividades de conservao. Alm disso, um levantamento bibliogrfico

    realizado permitiu inferir sobre a distribuio pretrita e/ou recente de

    espcies e obter dados mais aprofundados sobre sua ecologia na regio.

  • RELATRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA

    CENTRAL ELICA MUNDA LTDA. | DIAGNSTICO AMBIENTAL 3.17

    Figura 3.6 Mapa de Vegetao x APP

  • RELATRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA

    CENTRAL ELICA MUNDA LTDA. | DIAGNSTICO AMBIENTAL 3.18

    3.4.2 CARACTERSTICAS DA REA DE INFLUNCIA INDIRETA

    O municpio de Trairi est inteiramente inserido no Complexo Vegetacional

    da Zona Litornea (FIGUEIREDO, 1997). Essa unidade fitoecolgica

    definida como uma gama de ambientes florestais secos com intruses de

    cerrados, caatingas e carnaubais, que se distribui por toda a faixa

    litornea do Estado do Cear. Seguindo a classificao de Figueiredo

    (1997), que a mesma utilizada na classificao oficial do governo do

    Estado do Cear, o complexo vegetacional litorneo pode ser dividido em

    trs complexos, sendo eles:

    Vegetao Pioneira Psamfila (Figura 3.7); Floresta Retaguarda das Dunas (Figura 3.7); Vegetao dos Tabuleiros Litorneos o mais diverso dentre os

    complexos encontrados nesta regio, tanto em termos de flora como

    de vegetao, e abriga espcies das Matas de Tabuleiro tpicas, do

    Cerrado e da Caatinga. As Matas de Tabuleiro so formaes

    arbreas, com umidade relativamente alta devido influncia

    marinha, que encerram espcies das serras e da caatinga. O cerrado

    ocorre em manchas, conjugado com outros tipos de vegetao dos

    tabuleiros com fisionomias tpicas do Cerrado do Centro-Oeste

    Brasileiro, porm com o porte sensivelmente menor. A caatinga a

    vegetao xerfila, j encontrada em maior parte do Nordeste

    Brasileiro, com o predomnio de espcies adaptadas sazonalidade

    hdrica (Savana Estpica).

    H duas unidades de conservao em Trairi:

    APA Esturio do Rio Munda; Reserva Ecolgica Particular Jandara.

  • RELATRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA

    CENTRAL ELICA MUNDA LTDA. | DIAGNSTICO AMBIENTAL 3.19

    3.4.3 CARACTERSTICAS DA REA DE INFLUNCIA DIRETA

    BOTNICA

    A rea em questo predominantemente formada por dunas mveis,

    porm, no entorno das reas alagadas e lagoas temporrias, a vegetao

    do tipo 1 predomina (FIGUEIREDO, 1997). Esta a vegetao pioneira

    sobre dunas mveis (Figura 3.7).

    Em alguns locais, entre dunas, pode ser formados ambientes alagados

    temporariamente, podendo ser citadas as espcies Hydrocotyle

    bonariensis (Orelha-de-ona) e Cyperus maritimus (Capim-da-praia).

    Nesses microambientes podem ser encontrados animais associados a

    ambientes alagveis, tais como caramujos (Pomacea sp.). Essas manchas

    de vegetao formam ainda um microclima com maior reteno de gua e

    que favorece a ocorrncia de animais ao seu redor.

    Figura 3.7 - viso geral da rea, evidenciando as dunas mveis e

    vegetao esparsa

  • RELATRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA

    CENTRAL ELICA MUNDA LTDA. | DIAGNSTICO AMBIENTAL 3.20

    Figura 3.8 - Richardia grandiflora

    Figura 3.9 - Hydrocotyle bonariensis

    FAUNA

    Para caracterizar a fauna desta rea buscou-se relacionar os dados sobre

    a ocorrncia das espcies com os resultados obtidos dos estudos

    botnicos.

  • RELATRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA

    CENTRAL ELICA MUNDA LTDA. | DIAGNSTICO AMBIENTAL 3.21

    AVIFAUNA

    A comunidade de aves da rea prevista para instalao da CGE Trairi no

    municpio de Trairi, Estado do Cear, listada e caracterizada nesta

    seo. Por causa da grande mobilidade de muitas espcies, a anlise

    efetuada estende-se tambm rea adjacente.

    RESULTADOS

    RIQUEZA E STATUS DAS ESPCIES DE AVES CONFIRMADAS

    A avifauna confirmada para a rea de estudo inclui pelo menos 68

    espcies pertencentes a 29 famlias. As aves no passeriformes (i.e.,

    famlias AnatidaeBucconidae) esto representadas por 44 espcies,

    enquanto as passeriformes (i.e., famlia Thamnophilidae em diante) por

    24. Quanto ao status em relao ao Brasil, 55 espcies so residentes e

    13 so migratrias.

    RIQUEZA E STATUS DAS ESPCIES DE AVES DE OCORRNCIA POTENCIAL Alm das 68 espcies confirmadas durante os trabalhos de campo, so

    ainda consideradas de potencial ocorrncia outras 35, o que perfaz um

    total 103. As espcies de ocorrncia potencial distribuem-se em 24

    famlias. Durante os trabalhos de campo identificaram-se 66% do total de

    espcies que podem ocorrer na rea de estudo. No que se refere ao status

    em relao ao Brasil, 32 (ou 91%) so residentes e apenas trs (ou 9%)

    so migratrias.

    SNTESE CONCLUSIVA SOBRE A COMPOSIO DA AVIFAUNA

    De um modo geral, a avifauna presente na rea de estudo composta por

    espcies adaptadas aos ambientes abertos e de baixa sensitividade aos

    distrbios causados pelas atividades humanas. Nenhuma das espcies,

    sejam elas confirmadas para rea ou de potencial ocorrncia, ameaada

    de extino.

  • RELATRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA

    CENTRAL ELICA MUNDA LTDA. | DIAGNSTICO AMBIENTAL 3.22

    RPTEIS

    A comunidade de rpteis da rea prevista para instalao do

    empreendimento em questo listada e caracterizada nesta seo.

    Devido necessidade de se levantar informaes acerca destes animais

    no municpio de Trairi, foram amostradas reas adjacentes rea de

    implantao do empreendimento. Como os rpteis so um grupo de

    deteco mais difcil e este estudo teve um carter de avaliao ecolgica

    rpida, todas as espcies confirmadas ou com presena potencial para a

    regio foram consideradas na avaliao dos impactos deste

    empreendimento.

    RESULTADOS

  • RELATRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA

    CENTRAL ELICA MUNDA LTDA. | DIAGNSTICO AMBIENTAL 3.23

    RIQUEZA E STATUS DAS ESPCIES DE RPTEIS

    A lista das espcies de rpteis da rea de estudo inclui pelo menos 32

    espcies pertencentes a 14 famlias. Deste total, dez tiveram sua presena

    confirmada para a regio e 22 espcies so consideradas de presena

    potencial na regio. A famlia Colubridae tem o maior nmero de

    representantes.

    Figura 3.9 - Calango (Tropidurus hispidus), uma espcie de lagarto muito comum em toda sua rea de distribuio, fotografada na regio (foto: T. Pinto).

  • RELATRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA

    CENTRAL ELICA MUNDA LTDA. | DIAGNSTICO AMBIENTAL 3.24

    Figura 3.10 vegetao de duna fixa, ambiente de algumas espcies de rpteis mais ligadas a ambientes abertos. (foto: T. Pinto).

    Figura 3.11 - Tejo (Tupinambis merianae), espcie comum e muito perseguida por caadores (foto: T. Pinto).

    SNTESE CONCLUSIVA SOBRE A COMPOSIO DA FAUNA DE

    RPTEIS

    De um modo geral, as espcies de rpteis presentes na rea de estudo

    so adaptadas aos ambientes abertos. Nenhuma das espcies, sejam elas

    confirmadas para a rea ou de potencial ocorrncia, ameaada de

    extino.

  • RELATRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA

    CENTRAL ELICA MUNDA LTDA. | DIAGNSTICO AMBIENTAL 3.25

    ANFBIOS

    Devido necessidade de se levantar informaes acerca destes animais

    no municpio de Trairi, foram amostradas reas adjacentes rea de

    implantao do empreendimento. Como este estudo teve um carter de

    avaliao ecolgica rpida e ele foi realizado fora do perodo reprodutivo

    das espcies, poca em que estas se tornam ativas e detectveis, todas

    as espcies confirmadas ou com presena potencial para a regio foram

    consideradas na avaliao dos impactos deste empreendimento.

    RESULTADOS

    RIQUEZA E STATUS DAS ESPCIES DE ANFBIOS

    A lista das espcies de anfbios da rea de estudo inclui pelo menos 22

    espcies pertencentes a quatro famlias. Deste total, nove tiveram sua

    presena confirmada para a regio e 13 espcies so consideradas de

    presena potencial na regio.

    HABITATS UTILIZADOS PELOS ANFBIOS NA REA DE ESTUDO

    Os seguintes ambientes so relevantes para estes animais:

    reas alagveis

  • RELATRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA

    CENTRAL ELICA MUNDA LTDA. | DIAGNSTICO AMBIENTAL 3.26

    Figura 3.121 Rzinha-do-junco (Dendropsophus gr. rubicundulus), espcie comum em reas alagadas da regio (foto: T. Pinto).

    SNTESE CONCLUSIVA SOBRE A COMPOSIO DA FAUNA DE

    ANFBIOS

    De um modo geral, as espcies de anfbios presentes na rea de estudo

    so adaptadas aos ambientes abertos. Nenhuma das espcies, sejam elas

    confirmadas para a rea ou de potencial ocorrncia, ameaada de

    extino.

    MASTOFAUNA

    Pela necessidade de se levantar informaes acerca destes animais no

    municpio de Trairi, foram amostradas reas adjacentes rea de

    implantao do empreendimento. Como os mamferos so um grupo de

    deteco mais difcil e este estudo teve um carter de avaliao ecolgica

    rpida, todas as espcies confirmadas ou com presena potencial para a

    regio foram consideradas na avaliao dos impactos deste

    empreendimento.

  • RELATRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA

    CENTRAL ELICA MUNDA LTDA. | DIAGNSTICO AMBIENTAL 3.27

    RESULTADOS

    RIQUEZA E STATUS DAS ESPCIES DE MAMFEROS

    A mastofauna confirmada para a rea de estudo inclui pelo menos 35

    espcies pertencentes a 15 famlias.

    Figura 3.13 Gato-pintado (Leopardus tigrinus), uma espcie ameaada de mamfero, indicada por moradores locais como ocorrendo na regio. (foto: C. Albano).

    Durante muitos anos, a avifauna foi considerada o grupo de animais mais

    atingido por empreendimentos relacionados com a produo de energia

    eltrica a partir da fora dos ventos. Contudo, estudos recentes mostram

    que os morcegos (Ordem CHIROPTERA) so aparentemente mais afetados

    por tais empreendimentos do que as aves (KUNZ et al., 2007b). Este

    trabalho tambm alerta para a grande lacuna de informaes que existe

    quanto relao entre quirpteros e a produo de energia elica. Nos

    Estados Unidos da Amrica e no Canad, vrios pesquisadores esto se

    dedicando a entender melhor tais interaes. No entanto, no Brasil, pouco

    se conhece sobre este problema. O que se tem so registros ocasionais da

    morte de morcegos depois de choques com aerogeradores.

  • RELATRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA

    CENTRAL ELICA MUNDA LTDA. | DIAGNSTICO AMBIENTAL 3.28

    HABITATS UTILIZADOS PELOS MAMFEROS NA REA DE ESTUDO

    Dentro da rea de estudo, no foram identificados pontos com potencial

    para agrupar grandes concentraes destes animais ou de especial

    interesse, e.g. reas para reproduo.

    SNTESE CONCLUSIVA SOBRE A COMPOSIO DA MASTOFAUNA

    De um modo geral, a mastofauna presente na rea de estudo composta

    por espcies adaptadas aos ambientes abertos e de baixa sensitividade

    aos distrbios causados pelas atividades humanas. Porm, importante

    enfatizar que o nmero de espcies quirpteros - 16 considerando-se

    todas as espcies e quatro considerando-se apenas as insetvoras - deve

    ser levado em considerao, e estudos de maior durao devem ser

    realizados.

    O empreendimento no dever trazer prejuzos s mesmas.

    3.5 MEIO ANTRPICO

    3.5.1 METODOLOGIA As pesquisas foram desenvolvidas com o levantamento de dados

    estatsticos em rgos pblicos federal, estadual e municipal, depoimentos

    coletados em entrevistas realizadas com os atores sociais envolvidos em

    reunies abertas comunidade, dentre os quais, secretrios, educadores,

    engenheiros e moradores das comunidades. As entrevistas realizadas com

    a comunidade seguiram uma estrutura de perguntas que abrangem os

    seguintes dados: estrutura domiciliar, saneamento bsico, tempo de

    habitao na residncia, conhecimento sobre o empreendimento,

    infraestrutura social e economia. Com relao pesquisa realizada nas

    secretarias municipais, foram coletadas informaes referentes s

    atividades desenvolvidas por estas.

  • RELATRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA

    CENTRAL ELICA MUNDA LTDA. | DIAGNSTICO AMBIENTAL 3.29

    Figura 3.14 - Distritos e localidades da rea do empreendimento

    Fonte: adaptado IPECE/IBGE/DSG/SUDENE

    Na anlise da rea de influncia direta, a populao e os elementos de

    infraestrutura ficaram caracterizados por meio de observaes in loco e

    de um levantamento especfico. Em levantamentos dessa natureza, ao

    tomar-se um segmento da populao como representativo do que existe

    no conjunto, a partir de dados quantitativos, adota-se um pressuposto

    que o universo significativamente homogneo. Assim, para a realizao

    deste estudo, adotou-se um procedimento de coleta de informaes

    qualitativas.

    3.5.2 HISTRICO E LIMITES DE DIVISO ADMINISTRATIVA DO MUNICPIO DE TRAIRI

    O processo histrico de Trairi, cujo nome vem de uma palavra originria

    do tupi, que significa rio das Traras, segundo a historiadora Maria Pia de

    Sales, inicia-se em 1608, com a chegada dos ndios Pitiguaras s margens

    do rio Trairi. Permaneceu como aldeia indgena at o final do Sculo XVII,

    quando os portugueses aportam na localidade.

  • RELATRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA

    CENTRAL ELICA MUNDA LTDA. | DIAGNSTICO AMBIENTAL 3.30

    A formao do primeiro ncleo populacional data do sculo XVIII, quando

    o sertanista e colonizador Joo Vernica e outros exploradores, como

    Nicolau Tolentino, Marinheiro Cunha, Manoel Barbosa, Xavier de Souza,

    Antnio Barbosa de Sousa e os Martins, ergueram suas moradias

    margem esquerda do rio Trairi, distante 9 km do litoral.

    O municpio foi criado pela Lei n. 1.068, de 13 de novembro de 1863,

    para ser extinto pela Lei n. 1.110, de 10 de novembro do ano seguinte.

    A Lei n. 1.235, de 27 de novembro de 1868, restaurou o municpio,

    ento com sede na povoao de Parazinho, denominada Paracuru. A sede

    foi ento transferida para Trairi por fora da Lei n. 1.604, de 14 de

    agosto de 1874, com o nome de Nossa Senhora do Livramento, at que a

    Lei n. 1.669, de 19 de agosto de 1875, restaurou a antiga denominao

    de Trairi.

    O municpio sofreu nova supresso com a vigncia da Lei n. 1.084, de 19

    de abril de 1913, e foi restaurado em 23 de julho de 1914, pela Lei n.

    1.181. Novamente extinto a 9 de outubro de 1920, pela Lei n. 1.794,

    teve nova restaurao pela Lei n. 2.002 de 16 de outubro de 1922. Em

    20 de maro de 1931, o Decreto n. 193 extinguia o municpio, fazendo-o

    distrito de So Gonalo do Amarante, at que a Lei n. 1.153, de 22 de

    novembro de 1951, lhe concedeu autonomia. A sua instalao oficial se

    deu a 25 de maro de 1955.

    Por fim, em diviso territorial datada de 2003, o municpio constitudo

    de seis distritos: Trairi (sede), Crrego Fundo, Flecheiras, Gualdrapas,

    Cana e Munda, assim permanecendo em diviso territorial datada de

    2005.

    Limita-se ao Norte com o Oceano Atlntico e o municpio de Itapipoca; ao

    Sul com os municpios de Itapipoca, Tururu, Umirim, So Lus do Curu e

    So Gonalo do Amarante; ao Leste com os municpios de So Gonalo do

  • RELATRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA

    CENTRAL ELICA MUNDA LTDA. | DIAGNSTICO AMBIENTAL 3.31

    Amarante e Paraipaba; e ao Oeste novamente com terras do municpio de

    Itapipoca.

    Tem como principais acidentes geogrficos: os rios Munda, Trairi e Curu;

    os riachos das Contendas e Calombi; a lagoa das Almcegas; as fontes

    Manguinho e Mundo Novo; e as praias de Munda, Imbuca, Fleixeiras,

    Guajiru, Pedra Chata e Pedra Rasa.

    3.5.3 SINOPSE SOCIOECONMICA DO DISTRITO DE MUNDA

    3.5.3.1 DADOS GERAIS Munda o maior distrito de Trairi, com cerca de 8 mil habitantes que

    esto distribudos na rea urbana e rural. So dez quilmetros de litoral,

    com uma larga faixa de areia.

    3.5.3.2 INFRAESTRUTURA FSICA A oferta de servios pblicos se resume rede de energia eltrica

    fornecida pela COELCE, coleta de lixo precria, feita em caminho

    aberto, na sede do distrito, cinco vezes por semana, auxiliada por lixeiras

    improvisadas colocadas pela populao, na forma de tambores de metal, e

    existncia de um cemitrio pblico. O abastecimento de gua feito

    atravs de poos ou bombas manuais, construdos pela populao, assim

    como as fossas spticas, que substituem a rede de esgoto. No h aterro

    sanitrio nem servio de drenagem, no caso de alagamentos. Os

    representantes comunitrios reforaram a grande necessidade de

    saneamento bsico na cidade.

    3.5.3.2.1 COMUNICAO O distrito de Munda beneficiado com os servios de comunicao,

    possuindo 10 telefones pblicos instalados. O distrito possui ainda

  • RELATRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA

    CENTRAL ELICA MUNDA LTDA. | DIAGNSTICO AMBIENTAL 3.32

    cobertura de telefonia celular das operadoras: TIM, VIVO, OI e CLARO e

    recebe sinal das principais emissoras do estado e do pas, sendo utilizados

    na maioria das residncias antenas parablicas. Encontram-se ainda um

    posto de coleta da Empresa Brasileira de Correios e Telgrafos ECT que

    disponibilizam vrios servios, como entrega e recebimento de

    correspondncias, retirar CPF, entre outros. O distrito conta

    aproximadamente com o servio de quatro lan houses e de uma

    Radiadora Comunitria.

    Os servios bancrios so realizados somente na sede municipal de Trairi,

    tendo os moradores que se deslocar por 17 km at a sede para realizar

    esses servios, dentre outros.

    3.5.3.2.2 SISTEMA VIRIO E TRANSPORTES A cidade servida por uma linha de nibus da Viao Paraipaba, logo a

    maioria dos deslocamentos da populao so feitos atravs de transportes

    informais, topiques, vans e moto-txis. Outro meio d