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_______________________________________________________________________________ Expansão da Interligação Norte-Sul III - Relatório de Impacto Ambiental – RIMA Maio 2007 1 EXPANSÃO DA INTERLIGAÇÃO NORTE-SUL III RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL –RIMA MAIO/2007

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EXPANSÃO DA INTERLIGAÇÃO NORTE-SUL III

RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL –RIMA

MAIO/2007

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Índice

QUADROS...................................................................................................................................................... 2

FIGURAS ......................................................................................................................................................... 3

FOTOS ............................................................................................................................................................. 3

CAPÍTULO 2 - OBJETIVOS E JUSTIFICATIVAS DO PROJETO; SUA RELAÇÃO E COMPATIBILIDADE COM AS POLÍTICAS SETORIAIS, PLANOS E PROGRAMAS GOVERNAMENTAIS ............................... 6

CAPÍTULO 3 – A DESCRIÇÃO DO PROJETO E SUAS ALTERNATIVAS LOCACIONAIS .................... 18 3.1.2 - Fase de Construção e Montagem da Linha de Transmissão e Subestações ............................... 25

(8) TRAVESSIAS E CRUZAMENTOS ............................................................................................................... 34 3.1.3. Fase de Comissionamento da Linha de Transmissão e Subestações ........................................... 42

CAPÍTULO 4. - SÍNTESE DOS RESULTADOS DOS ESTUDOS SOBRE O DIAGNÓSTICO AMBIENTAL ......................................................................................................................................................................... 58

4.3.2. Síntese do Diagnóstico Ambiental da Área Diretamente Afetada (ADA) .................................. 106 CAPÍTULO 5 - DESCRIÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS ANALISADOS E MEDIDAS MITIGADORAS PROPOSTAS .................................................................................................................... 107

CAPÍTULO 6. - SÍNTESE DOS PROGRAMAS AMBIENTAIS ................................................................... 128 6.1.1. Atividades previstas no âmbito do Sistema de Gestão Ambiental proposto. .............................. 129

CAPÍTULO 7 - CARACTERIZAÇÃO DA QUALIDADE AMBIENTAL FUTURA DA ÁREA DE INFLUÊNCIA ................................................................................................................................................ 143

7.1. CONSIDERAÇÕES GERAIS .................................................................................................................... 143 7.2. A REGIÃO SEM O EMPREENDIMENTO (HIPÓTESE DE SUA NÃO REALIZAÇÃO) ....................................... 144 7.3. A REGIÃO COM O EMPREENDIMENTO .................................................................................................. 145

CAPÍTULO 8 - DESCRIÇÃO DO EFEITO ESPERADO DECORRENTE DAS MEDIDAS MITIGADORAS ....................................................................................................................................................................... 147

CAPÍTULO 9 - REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................................... 149

CAPÍTULO 10 - EQUIPE TÉCNICA .......................................................................................................... 161

LISTA DE ILUSTRAÇÕES

QUADROS

Quadro 1 - Coordenadas dos vértices do traçado .................................................................. 9Quadro 2 - Relação das obras previstas para o estado de Minas Gerais no Plano Decenal de

Expansão de Energia Elétrica 2006 – 2015 ................................................................. 11Quadro 3 - Configuração básica dos trechos da linha de transmissão ................................ 19Quadro 4 - Configuração básica das subestações ................................................................ 19Quadro 5 - Distâncias de segurança para locação das estruturas ........................................ 21Quadro 6 - Características do topo das estruturas de suspensão ......................................... 22

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Quadro 7 - Características Isoladores .................................................................................. 23Quadro 8 - Aspectos desfavoráveis à alternativa estudada .................................................. 49Quadro 9 - Aspectos desfavoráveis à alternativa estudada .................................................. 49Quadro 10 - Aspectos desfavoráveis à alternativa estudada ................................................ 51Quadro 11 - Aspectos desfavoráveis à alternativa estudada ................................................ 51Quadro 12 - Aspectos desfavoráveis à alternativa estudada ................................................ 53Quadro 13 - Aspectos desfavoráveis à alternativa estudada ................................................ 55Quadro 14 - Aspectos desfavoráveis à alternativa estudada ................................................ 55Quadro 15 - Aspectos desfavoráveis à alternativa estudada ................................................ 57Quadro 16 - Aspectos desfavoráveis à alternativa estudada ................................................ 57Quadro 17 - Municípios Afetados Pelo Empreendimento .................................................. 59Quadro 18 - Lista de espécies encontrados nos remanescentes de Cerrado ....................... 76Quadro 19 - Inventário Florestal da LT da Expansão da Interligação Norte Sul III .......... 80Quadro 20 - Lista da mastofauna encontrada nos três sítios amostrados em abril de 2007.

..................................................................................................................................... 84Quadro 21 - Espécies registradas durante o levantamento de herpetofauna para elaboração

do EIA/RIMA da LT, de acordo com a localidade onde foram encontradas e categoria de ameaça. ................................................................................................................... 85

Quadro 22 - Unidade de Conservação ................................................................................. 88Quadro 23 - Populações dos municípios afetados pela LT ................................................. 92Quadro 24 - Distribuição da população – Homens e Mulheres ........................................... 94Quadro 25 - Distribuição da população – Faixas etárias ..................................................... 95Quadro 26 - Taxas de Mortalidade e Natalidade, por mil habitantes ............................. 96Quadro 27 - Situação habitacional ...................................................................................... 97Quadro 28 - Produto Interno Bruto Anual (PIB), por habitante ........................................ 100Quadro 29 - Produto Interno Bruto Anual (PIB) e sua divisão por atividade produtiva .. 101Quadro 30 - Efetivo dos Principais Rebanhos dos municípios ......................................... 102Quadro 31 - Produtos de origem animal por tipo .............................................................. 103

FIGURAS

Figura 1 - Localização geográfica e dos traçados no estado de Minas Gerais ...................... 8Figura 2 – Níveis de Precipitação no Estado de Minas Gerais ............................................ 72Figura 3 - Temperaturas no Estado de Minas Gerais ......................................................... 72Figura 4 – Estrutura Organizacional para SGA ................................................................ 128

FOTOS

Foto 1 - Latossolo Vermelho Não-Férrico (Perdizes) ......................................................... 64Foto 2 - Cambissolo típico (trecho Nova Ponte-São Gotardo) ........................................... 64Foto 3 Relevo encontrado no trecho São Gotardo- Bom Despacho .................................... 68Foto 4 - Vista parcial do rio Uberabinha, Uberlândia/MG .................................................. 70Foto 5 - Vegetação nativa fragmentada devido ao uso da terra com finalidade agropecuárea

no município de (1) São Gotardo, (2) Perdizes. Fotos: D. Alves-da-Silva. ................ 79Foto 6 – Espécies de aves registradas em São Gotardo... Fotos V.S. Braz ......................... 81Foto 7- Tamanduá-bandeira em São Gotardo e Marsupial registrado em Perdizes. Foto

P.H. Valdujo ................................................................................................................ 83Foto 8 – Perereca e Falsa Coral encontradas na região de estudo. Foto P.H. Valdujo ........ 87

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Foto 9 - Prefeitura Municipal de Araporã ........................................................................... 91Foto 10 - Prefeitura Municipal de Araguari ........................................................................ 91Foto 11 - Paisagem comum na área de inserção do Empreendimento (Uberlândia/MG)

evidenciando o elevado grau de antropização da região - Foto: Cyro Ramalho

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Foto 12– Vista parcial de paisagem na região de Uberlândia, com o mesmo enfoque da foto anterior – Foto: Cyro Ramalho .................................... Error! Bookmark not defined.

Foto 13 - Vegetação nativa fragmentada devido ao uso da terra com finalidade agropecuárea no município de (a) São Gotardo, (b) Perdizes. Fotos: D. Alves-da-Silva (evidenciando o forte grau de antropização da região) Error! Bookmark not defined.

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CAPÍTULO 1

Este documento apresenta, de forma resumida, os resultados dos estudos técnicos e ambientais incluídos no Estudo de Impacto Ambiental (EIA) da Linha de Transmissão, subestações e demais equipamentos no âmbito da Expansão da Interligação Norte-Sul III do Sistema Elétrico Integrado Brasileiro, operando no setor de alta tensão de 500kV (quilovolts).

- APRESENTAÇÃO

O projeto de engenharia e a implantação do empreendimento, incluindo todos os estudos ambientais necessários, foram objeto de licitação da ANEEL, pelo Edital de Leilão n 001/2005 – Lote D, pelo qual sagrou-se vencedora a LT TRIÂNGULO S/A, empresa legalmente constituída no Brasil do grupo Plena Transmissora de Energia, representante das empresas espanholas Elecnor, Cobra e Isolux.

Portanto, a LT Triângulo é a concessionária de serviços de transmissão de energia responsável pela implantação, operação e manutenção deste empreendimento pelo período de 30 anos, conforme Decreto Presidencial de 03 de abril de 2006, publicado na pág. 3 do DOU nº 65 em 4 de abril de 2006 e contrato de concessão no 003/2006.

Para dar prosseguimento a seu empreendimento, a LT TRIÂNGULO S/A contratou, para a elaboração dos Estudos de Impacto Ambiental (EIA) e Relatório de Impacto Ambiental (RIMA), a empresa HORIZONTE ENGENHARIA AMBIENTAL Ltda., com sede em Brasilia-DF.

Este RIMA procurou utilizar linguagem clara e objetiva, cujo conteúdo contempla os objetivos e justificativas do projeto e sua relação com as políticas setoriais, planos e programas governamentais; descrição do projeto e suas alternativas locacionais; síntese do diagnóstico ambiental; descrição dos impactos ambientais analisados e medidas mitigadoras propostas; síntese dos programas ambientais; caracterização da qualidade ambiental futura da área de influência; descrição do efeito esperado em função das medidas mitigadoras propostas, além da composição da equipe responsável pela elaboração dos trabalhos.

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CAPÍTULO 2 - OBJETIVOS E JUSTIFICATIVAS DO PROJETO; SUA RELAÇÃO E COMPATIBILIDADE COM AS POLÍTICAS SETORIAIS, PLANOS E PROGRAMAS GOVERNAMENTAIS

A expansão da Interligação Norte – Sul III compreende a implantação das instalações dos circuitos simples dos trechos entre as Subestações de Emborcação, Nova Ponte, São Gotardo 2 e Bom Despacho 3, entre Nova Ponte e Estreito e entre Nova Ponte e Itumbiara, além da nova Subestação de Estreito, inclusive, seus equipamentos, instalações e terminais de manobra, proteção, supervisão e controle, telecomunicações e todos os demais equipamentos, serviços e facilidades necessários à prestação do Serviço Público de Transmissão de Energia Elétrica, objeto do edital ANEEL 001/2005.

2.1 – Justificativas e Objetivos

(1) Justificativas

A caracterização e dimensão do problema do setor elétrico brasileiro são bem entendidas comparando-se as necessidades de expansão da capacidade instalada de geração e transmissão – previstas no Plano Decenal de Expansão da Eletrobrás (1999-2008) e no Plano Decenal de Expansão de Energia Elétrica 2006-2015 da Empresa de Pesquisa Energética (EPE) – com a insuficiência dos investimentos realizados nos últimos anos.

O setor elétrico brasileiro apresenta características próprias e singulares com enormes limitações e desafios de planejamento e operação. A base geradora é predominantemente hidráulica [77% - (ANEEL: 2007)] com geração térmica complementar nos momentos de pico, ausência de sistema único de transmissão e forte concentração regional pelo poder de mercado de grandes empresas.

Quanto à transmissão, a dimensão continental e diversidades geográfica e econômica deram origem a diferentes sistemas elétricos, para atender a mercados regionais com distintas características de desenvolvimento. Somente em 1999 foi concluída a interligação dos sistemas de transmissão Sul-Sudeste-Centro-Oeste e Norte- Nordeste.

No período 1999/2008, previa-se crescimento da capacidade instalada de 63.171 MW1

1 Em junho de 1999, a capacidade total instalada era de 63,171 GW, e a geração hidrelétrica 57,339 GW, incluindo 50% referentes à capacidade de Itaipu Binacional (total de 12,6 GW) [Eletrobrás (1999)].

para 104.600 MW, exigindo novos projetos de oferta média de geração de 4.400 MW/ano. Previa-se também, em todo país, a instalação de cerca de 50 mil km de Linhas de Transmissão, ou seja, dos 181.000 km em 1998 para 230.600km em 2008, e de cerca de 96 mil MVA em subestações.

Em abril de 2007, o Brasil possuía um total de 1.614 empreendimentos em operação, gerando 98,132 GW de potência. Prevê-se para os próximos anos a adição de 26,530 GW na capacidade de geração, provenientes de 78 novos empreendimentos em construção (3,692 GW) 22, e mais 527 outorgados (22,838 GW) [ANEEL (2007) - Banco de Informações em Geração – acesso em 30/04/2007 – http://www.aneel.gov.br/15.htm]. A matriz de geração atualmente é composta de 77% (hidrelétricas UHE + PCH), 20,7% (térmicas UTE), 2,1% (Nuclear).

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O crescimento contínuo do mercado e da demanda por energia elétrica resultante da estabilização da economia em 1994 e retomada do desenvolvimento, demonstra a necessidade de criação de novas Linhas de Transmissão ou duplicação das existentes. No caso específico aqui tratado, os estudos demonstraram a necessidade da implantação de uma interligação entre os dois sistemas mencionados, a qual foi denominada Interligação Norte-Sul. As duas primeiras etapas já se encontram em operação e agora, inicia-se a terceira.

A implantação da Linha de Transmissão da Expansão da Interligação Norte-Sul III, objeto deste RIMA, está definida nas diretrizes de planejamento do Setor Elétrico Brasileiro, contida no Plano Decenal de Expansão 2006 – 2015 elaborado pela Empresa de Pesquisa Energética, e são imprescindíveis para reforçar a conexão entre os Sistemas Sul-Sudeste-Centro-Oeste e Norte-Nordeste que, compõem o atual Sistema Brasileiro Interligado.

(2) Objetivos O empreendimento tem por objetivo a instalação de cinco trechos já licitados e previstos para operar em 2008, a saber: Emborcação – Nova Ponte; Itumbiara – Nova Ponte; Nova Ponte – Estreito; Nova Ponte – São Gotardo 2, e Bom Despacho 3 – São Gotardo, juntamente com a nova Subestação (SE) Estreito 500/345 kV.

Esse conjunto forma o terceiro circuito da interligação Norte – Sul, necessário para escoamento do aumento dos fluxos de cargas em Minas Gerais e na região Sudeste. Sua finalidade é reforçar o Sistema Interligado Sudeste (SIS), nos dois sentidos, devido a operação das duas fases anteriores (circuitos I e II) da Linha de Transmissão Norte – Sul e aumento da oferta de geração na região Norte.

Quando concluídas, juntamente com outras já licitadas ou em construção, aliviarão os atuais níveis críticos de carga nos sistemas de FURNAS e CEMIG e possibilitarão a interligação e despacho com os demais sistemas nacionais.

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(3) Localização Localiza-se, exclusivamente, em toda sua extensão de aproximadamente 692 km, no Estado de Minas Gerais nas regiões do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba. Ao longo do percurso atravessa 19 municípios, a saber: Araporã, Tupaciguara, Araguari, Uberlândia, Uberaba, Nova Ponte, Indianópolis, Sacramento, Ibiraci, Santa Juliana, Pedrinópolis, Perdizes, Ibiá, Serra do Salitre, Rio Paranaíba, São Gotardo, Serra da Saudade, Dores do Indaiá e Bom Despacho.

Figura 1 - Localização geográfica e dos traçados no Estado de Minas Gerais

O trecho iniciado na Subestação Emborcação (Lat. 18° 27’S Long. 47° 59W) situada no município de Araguari, termina, após percorrer 87 km, na Subestação Nova Ponte (Lat 19° 08’S Long 47° 42’W). No caminho, atravessa os municípios de Araguari, Indianópolis e Nova Ponte.

Outro trecho, de cerca de 181Km, parte da Subestação de Nova Ponte e atravessa os municípios de Nova Ponte, Uberaba, Uberlândia, Tupaciguara e Araporã até a Subestação de Itumbiara (Lat 18° 25’S Long 49° 06’W).

O trecho seguinte, de cerca de 140 Km, interliga a Subestação Nova Ponte Ponte (Lat 19° 08’ S Long 47° 42’ W) a nova Subestação Estreito (Lat. 20° 18’ S Long. 47° 07’ W), atravessando os municípios de Nova Ponte, Sacramento e Ibiraci.

O próximo trecho liga as Subestações de Nova Ponte a São Gotardo 2 (Lat. 19° 20’S Long. 46° 01’W) após percorrer cerca de 193 Km. Seu traçado atravessa os municípios Nova Ponte, Santa Juliana, Pedrinópolis, Perdizes, Serra do Salitre, Ibiá, Rio Paranaíba e São Gotardo.

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O último trecho inicia-se na Subestação São Gotardo 2 (Lat. 19° 20’S Long. 46° 01’W) e termina na Subestação Bom Despacho 3 (Lat. 19° 47’S Long. 45° 19’W) após percorrer cerca de 91 Km. No trajeto, atravessa os municípios de São Gotardo, Serra da Saudade, Dores do Indaiá e Bom Despacho.

Abaixo as coordenadas dos principais vértices do traçado das subestações.

Quadro 1 - Coordenadas dos vértices do traçado

Subestação Latitude Longitude

Emborcação 18° 27’ S 47° 59’ W

Nova Ponte 19° 08’ S 47° 42’ W

Estreito 20° 13’ S 47° 10’ W

Itumbiara 18° 25’ S 49° 06’ W

São Gotardo 2 19° 20’ S 46° 01’ W

Bom Despacho 3 19° 47’ S 45° 19’ W

(4) Vantagens e benefícios a serem gerados pela implantação da Expansão da Interligação Norte-Sul III Estudos da Eletrobrás iniciados em 1992 de análise dos benefícios da Interligação Norte-Sul, mostraram que a ampliação das Interligações Norte-Sul e Norte/Nordeste para 2.500 e 3.000 MW, respectivamente, representam um acréscimo de energia garantida da ordem de 830 MW médios ao ano. Para concretizar este ganho energético, o qual beneficiará diretamente Minas Gerais e a região sudeste e o Pais como um todo, as expansões dessas duas interligações vêm ocorrendo de forma associada ao Sistema Interligado Nacional.

Esses benefícios energéticos, de natureza estruturante, mediante acréscimos na energia garantida, é um dos principais indicadores da atratividade econômica de ampliações das interligações referenciadas. Outros benefícios são representados pela redução na geração térmica ou redução do déficit de energia em situações de risco hidrológico com a vantagem de redução de emissões de gases de efeito estufa. Os benefícios transversais estão representados no aumento da disponibilidade, oferta segura e consumo de energia elétrica, possibilitando uma integração e expansão abrangentes com impactos positivos na matriz econômica e no desenvolvimento do país nos níveis local, regional e nacional.

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A implantação de indústrias e outros consumidores de cargas apreciáveis pressupõem a disponibilidade de um suprimento de qualidade. Nesse sentido, a região do empreendimento, que possui algumas usinas, dispõe de condições plenas para suprimento desde que, naturalmente, Linhas de Transmissão e subestações sejam construídas para transportar e manobrar adequadamente a energia por elas circulando.

Em nível local, a implantação do Sistema de Interligação Norte-Sul III, possibilitará aos municípios direta e indiretamente beneficiados, avançar em suas políticas de desenvolvimento regional e local, implantando parques industriais e outras estratégias, melhorando sobremodo a qualidade de vida da população e criando ofertas de novos empregos, aumentando, naturalmente, o limitado dinamismo econômico da maioria dos municípios da região.

Em nível regional, a transformação dessa nova realidade nas comunidades será um marco histórico no desenvolvimento. Em breve, seu insumo básico, energia elétrica, estará disponível, eliminando os atuais entraves.

Em nível nacional, a Linha de Transmissão da Expansão da Interligação Norte – Sul III integrarão o Sistema de Transmissão Nacional em muito contribuindo para que o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) disponha de recursos e alternativas para executar despacho seguro de energia ao Sistema Elétrico Sudeste, nos dois sentidos (importador e exportador).

2.2 – Políticas Setoriais, Planos e Programas Governamentais

A Área de Influência indireta do empreendimento é formada por municípios com base econômica assentada na atividade agropecuária, onde predominam as médias e grandes propriedades, com expressiva produção de carne, leite, grãos, algodão, frutas e cana-de-açúcar. Trata-se de região onde a economia agrícola determina o processo de desenvolvimento, desdobrando-se em atividades industriais e de serviços direcionadas, ou decorrentes, da agropecuária. A agricultura é realizada, em geral, com bases tecnológicas avançadas, destacando-se a mecanização, o trato cultural e a irrigação com baixa utilização de mão-de-obra.

Tendo em vista as características da região e do empreendimento em estudo, foram considerados como Planos e Programas, de interface direta com o empreendimento, os que envolvem a melhoria e expansão da infra-estrutura regional, nos setores de energia, transporte, saúde e agropecuário, tanto em termos do desenvolvimento econômico do setor primário quanto do fortalecimento da agricultura familiar. O crescimento nestes aspectos em decorrência do empreendimento, pode gerar mudanças no uso e ocupação dos solos, e na proteção ao meio ambiente, em particular, com respeito à fauna e flora.

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A) - Âmbito Federal (1) Geração e Transmissão de Energia Elétrica O Plano decenal de expansão de Energia Elétrica prevê as seguintes obras para o estado de Minas Gerais.

Quadro 2 - Relação das obras previstas para o estado de Minas Gerais no Plano Decenal de Expansão de Energia Elétrica 2006 – 2015

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Destas obras, destaca-se o conjunto de instalações objeto do empreendimento.

Outro conjunto de obras a destacar, previstas para 2008, são a LT 500 kV Neves – Mesquita, necessária para atender o Leste de Minas Gerais, e a LT 500 kV Paracatu 4 – Pirapora 2, que, juntamente com a SE Pirapora 2 (500/345 kV e 345/138 kV), para atender o Norte, possibilitarão aliviar os atuais níveis elevados de carregamento da SE Várzea da Palma.

Para o sistema CEMIG estão em estudos as implantações das seguintes subestações:

• SE Irapé 345 kV prevista para 2006, associada à integração da UHE Irapé e ao atendimento às regiões Norte e Leste.

• SE Araçuai 2 - 230 kV, prevista para 2006, e que tem por objetivo atender ao sistema de distribuição das regiões de Araçuai, Padre Paraíso e Jequitinhonha.

• SE Paracatu 4 - 500-138 kV, prevista para 2008, em função do esgotamento do atendimento ao sistema de distribuição da região Noroeste de Minas Gerais.

• SE Pirapora 2 - 500/345 kV e 345/138 kV, prevista para 2008, conforme acima citado.

Demais programas federais na área de energia elétrica em Minas Gerais:

• Programa Nacional de Universalização de Acesso e Uso de Energia Elétrica (“Luz para Todos”);

• Programa PROINFA (Programa de Incentivo as Fontes Alternativas de Energia Elétrica);

• Programa PROCEL (Programa Nacional de Conervação de Energia Elétrica);

• (RELUZ) Programa Nacional de Iluminação Pública Eficiente.

(2) Rodovias

Estes são os principais programas federais na área de rodovias para Minas Gerais:

• Programa Emergencial de Trafegabilidade nas Estradas (PETSE);

• Programa Integrado de Revitalização (PIR-IV);

• Programa de Manutenção de Rodovias em Regime de Gestão Terceirizada (CREMA);

• Programa de Conservação Rotineira;

• Plano Diretor Nacional Estratégico de Pesagem.

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(3) Ferrovias

Minas Gerais conta com 19,7% (5.322 km) de ferrovias distribuídos por quatro empresas:

• Ferrovia Centro-Atlântico S.A.;

• MRS Logística S.A.;

• Estrada de Ferro Vitória a Minas EFVM, e;

• Ferrovia Bandeirantes S.A. – FERROBAN.

B) Âmbito Estadual

a) Componente Meio Ambiente

Programa de Gestão Ambiental Minas Século XXI - tem como finalidade intensificar a atuação do Governo na gestão do meio ambiente, modernizando os mecanismos de comando e controle e transformando-a em oportunidade para o desenvolvimento sustentável do Estado, tendo como pontos fundamentais da nova política ambiental, a gestão dos recursos hídricos, a melhoria da qualidade ambiental (despoluição), a conservação da biodiversidade e o desenvolvimento florestal.

b) Componente Transportes e Obras Pública

Principais Planos e Programas em Minas Gerais:

• Infra-estrutura de transportes do Triângulo e Alto Paranaíba - tem como finalidade incrementar o agro-negócio através da redução dos custos de transporte, permitindo e melhorando as condições de acesso aos pólos produtivos regionais;

• Implantação e pavimentação de rodovias;

• Melhoramento da Infra-Estrutura de Aeroportos;

• Ampliação de aeroportos regionais (Uberlândia, Ituiutaba, Diamantina, São João Del Rey, Iturama, Governador Valadares, Manhuaçu, Ubá e Formiga);

• Programa de Melhoramento de Aeroportos (PROMAER) em Curvelo, Oliveira, Frutal, Piumí, Cerro e Patrocínio);

• Pavimentação de Ligações e Acessos Rodoviários aos Municípios;

• Melhoria das estradas vicinais;

• Hidrovias.

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c) Componente Saneamento

O Programa Saneamento Básico Mais Saúde para Todos - tem como finalidade:

• Ampliar a cobertura dos sistemas públicos de abastecimento público de água e de esgotamento sanitário e de coleta e destinação final do lixo;

• Melhorar a qualidade dos serviços de abastecimento de água, de esgotamento sanitário e de coleta de lixo prestados à população;

• Melhorar as condições sanitárias de habitações de famílias de baixa renda.

d) Componente Saúde

Programa de Regionalização da Assistência à Saúde - visa adequar a oferta de serviços à demanda de saúde da população, por região assistencial, possibilitando atender ao cidadão o mais próximo do município de residência.

e) Componentes Energia e Telecomunicações

• Programa 100% de Eletrificação do Estado - Os objetivos são:

− Elevar a taxa de atendimento ao consumidor rural a 100%;

− Valorizar a qualidade de vida pelo acesso à energia elétrica, incentivando o uso de equipamentos eficientes nas residências, facilitando o acesso à comunicação, reduzindo o custo, elevando a produção e a produtividade, possibilitando a conservação e transformação de produtos;

− Contribuir para a redução do êxodo rural e dos custos dele decorrentes, para a geração de empregos, elevação do nível de satisfação, de cidadania e de integração da população rural;

− Contribuir para o desenvolvimento econômico, financeiro e social dos municípios mineiros, melhorando a capacidade para gerir suas riquezas e implementar programas e projetos que atendam às suas necessidades;

− Elevar a taxa e atendimento ao consumidor urbano.

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Maio 2007 15

• Programa de Expansão da Oferta de Gás Natural – Os objetivos são:

− duplicação do Gasbel (gasoduto Rio-Belo Horizonte), para atendimento às regiões da Grande Belo Horizonte, Vale do Aço, Campo das Vertentes e Zona da Mata;

− construção do gasoduto a partir de Lorena (SP), para atendimento ao Sul atendendo, entre outros, Varginha, Pouso Alegre e Três Corações;

− construção da primeira etapa do gasoduto Brasil Central, a partir de São Carlos (SP), para atender a região do Triângulo Mineiro, municípios de Uberlândia e Uberaba, onde insere-se o empreendimento;

− construção de ramal do gasoduto Rio – Betim, para atender o Vale do Aço.

• Telecomunicações – Prevê ampliar a oferta de linhas telefônicas fixas à populações de baixa renda

f) Componente Inclusão Social

• Projeto de Combate à Pobreza na Zona Rural - Emprega as seguintes estratégias:

− Melhoria do bem-estar e renda da população rural pobre, possibilitando melhor acesso à infra-estrutura socioeconômica básica e de serviços;

− Suporte às atividades produtivas, usando técnicas de desenvolvimento comprovadas e dirigidas pela comunidade;

− Apoio e incentivo à criação e fortalecimento das Associações Comunitárias e dos Conselhos Municipais;

− Aumento do capital social das comunidades rurais, permitindo que elas se organizem coletivamente e conheçam e respondam às suas próprias necessidades;

− Melhoria da governança local, com maior participação da sociedade civil e transparência na tomada de decisões;

− Promoção de maior integração de políticas, programas e projetos de desenvolvimento local;

− Contribuição para que os Conselhos Municipais ampliem seu papel na captação de recursos, no estabelecimento de prioridades e na tomada de decisões sobre destinação de recursos.

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g) Programa GERAES

Vital na agenda estadual e regional de desenvolvimento, o Programa de Gestão Estratégica dos Recursos e Ações do Estado (GERAES) é parte estratégica do Plano Plurianual de Ação Governamental (PPAG) para o período 2004-2007).

Tem as seguintes metas:

• Reorganizar e modernizar a administração pública estadual.

• Promover o desenvolvimento econômico e social em bases sustentáveis.

• Recuperar o vigor político de Minas Gerais.

C) Âmbito Municipal

Os municípios localizados na área de influência direta do empreendimento, desenvolvem, com apoio dos Governos Federal e Estadual, no âmbito dos Planos e Programas da União e do Estado, Projetos e Ações, nas áreas de saúde e educação. Eis aquelas comuns a todos:

Saúde

− Ações educativas que possam interferir no processo de saúde/doença;

− Desenvolvimento de ações focalizadas nos grupos de risco e nos fatores de riscos comportamentais, alimentares e/ou ambientais;

− Investigação de casos de notificação compulsória;

− Ações de controle de qualidade de produtos e serviços, em especial de alimentos e serviços de saúde;

− Incentivo ao aleitamento materno;

− Combate às doenças preveníveis por imunização;

− Combate às carências nutricionais;

− Controle das infecções respiratórias agudas (prioridade: 0 a 4 anos);

− Controle do Pré-Natal e Puerpério;

− Controle do Câncer Cérvico – Uterino e Mama;

− Controle do Câncer de Próstata;

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− Programa de Saúde da Família;

− Planejamento Familiar;

− Controle e tratamento da Hipertensão Arterial e diabetes Mellitus;

− Saúde bucal – Prevenção curativa (Urbana e Rural);

− Programa de erradicação da Hanseniase, Tuberculose e Leishmaniose;

− Programa de Atendimento Oftalmológico;

− Programa do Epiléptico;

− Programa de Farmácia Básica Municipal;

− Programa Mãe-Gestante;

− Programa Nacional de Imunização – PNI;

− Programa de Assistência Integral à Saúde da Mulher.

Educação

− Programa de Merenda Escola;

− Programa Bolsa Escola;

− Transporte Escolar;

− Programa de Capacitação;

− Programa de Educação de Jovens e Adultos;

− Programa do Ensino Fundamental;

− Formação Continuada de Professores.

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CAPÍTULO 3 – A DESCRIÇÃO DO PROJETO E SUAS ALTERNATIVAS LOCACIONAIS

3.1 - Características Técnicas do Projeto

As principais características elétricas da Linha de Transmissão obedecem às normas e padrões preconizados na NBR-5422 e a IEC-826, e são descritas a seguir:

• LT circuito simples com arranjo disjuntor e meio operando no setor de 500kV, 60Hz, extensão 87 Km , da Subestação Emborcação até a Subestação Nova Ponte. Para as fases, um feixe formado por três condutores CAA 954 kcmil, 45/7, RAIL, seção total de alumínio de 1.368mm². Tensão máxima de operação: 550kV. Freqüência: 60Hz.

• LT circuito simples com arranjo disjuntor e meio operando no setor de 500kV, 60Hz, extensão 181 Km, da Subestação Nova Ponte até a Subestação Itumbiara. Para as fases, um feixe formado por 3 condutores por fase tipo CAA 954 kcmil, 45/7, RAIL, seção total de alumínio de 1.368mm². Tensão máxima de operação: 550kV. Freqüência: 60Hz.

• LT circuito simples com arranjo disjuntor e meio operando no setor de 500kV, 60Hz, extensão 193 Km, da Subestação Nova Ponte a Subestação São Gotardo 2. Para as fases, um feixe formado por 3 condutores por fase tipo CAA 954 kcmil, 45/7, RAIL, seção total de alumínio de 1.368mm². Tensão máxima de operação: 550kV. Freqüência: 60Hz.

• LT circuito simples com arranjo disjuntor e meio operando no setor de 500kV, 60Hz, extensão 91 Km, da Subestação São Gotardo 2 a Subestação Bom Despacho 3. Para as fases, um feixe com 3 condutores por fase tipo CAA 954 kcmil, 45/7, RAIL, seção total de alumínio de 1.368mm². Tensão máxima de operação: 550kV. Freqüência: 60Hz.

• LT circuito simples com arranjo disjuntor e meio operando no setor de 500kV, 60Hz, extensão 140 Km, da Subestação Nova Ponte a Subestação Estreito, com 3 condutores por fase tipo CAA 954 kcmil, 45/7, RAIL, seção total de alumínio de 1.368mm². Tensão máxima de operação: 550kV. Freqüência: 60Hz.

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Linha de Transmissão

Quadro 3 - Configuração básica dos trechos da linha de transmissão

Origem Destino Circuito km

Emborcação Nova Ponte C2 Simples 500kV 87

Nova Ponte Itumbiara Simples 500kV 181

Nova Ponte São Gotardo 2 Simples 500kV 193

São Gotardo 2 Bom Despacho 3 C2 Simples 500kV 91

Nova Ponte Estreito Simples 500kV 140

Subestações

Quadro 4 - Configuração básica das subestações

Subestação Tensão (KV) Empreendimentos Principais

Emborcação 500 1 entrada de linha

500 1 interligação de barras

Nova Ponte

500 4 entradas de linha

500 2 conexões de reatores manobráveis

500 2 interligações de barras

500 6 reatores de barras monofásicos de 45,3 Mvar (*)

Itumbiara 500 1 entrada de linha

500 1 interligação de barras

São Gotardo 2

500 2 entradas de linha

500 1 interligação de barras

500 1 conexão de reator manobrável

500 (3+1R) reatores de barra monofásicos de 30,33 Mvar (*)

Bom Despacho 3

500 1 entrada de linha

500 1 interligação de barras

500 1 conexão de reator manobrável

500 (3+1R) reatores de barra de 30,33 Mvar (*)

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Estreito

500 Módulo geral DJM - Média

500 1 entrada de linha

500 2 conexões de transformadores

500 2 interligações de barras

500 (6+1R) autotransformadores monofásicos de 300MVA

345 2 conexões de transformadores

345 2 interligações de barras

A linha de transmissão 500kV foi projetada para suportar, continuamente, corrente de 2.925 A (dois mil novecentos e vinte e cinco amperes), sem qualquer perda ou alteração nos critério de desempenho. Esse valor corresponde a uma corrente por subcondutor de 975 A (2.925/3).

(a) Condutores

Os estudos específicos contidos no Edital de Leilão N° 001/2005 recomendam para as fases um feixe formado por três condutores CAA 954 kcmil, 45/7, RAIL. Nos pára-raios, serão usados dois cabos de aço zincado 3/8” EAR, 7 fios e, próximo às subestações, dois cabos CAA 176,9 kcmil, 12/7, DOTTEREL. Pode ser necessário utilizar cabo OPGW em um dos lados das estruturas. Nesse caso, será utilizado, junto às Subestações, cabo OPGW com capacidade de corrente compatível com o CAA DOTTEREL e, no restante da LT, cabo OPGW com capacidade de corrente compatível com o cabo 3/8” EAR.

A LT foi projetada para operar preservando as distâncias de segurança para a circulação contínua da corrente máxima especificada, e conforme as seguintes distâncias para locação das estruturas.

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Quadro 5 - Distâncias de segurança para locação das estruturas

Distância de Segurança para Locação das Estruturas

Natureza da região ou obstáculo atravessado pela linha de transmissão ou que dela se aproxima

Distância de

Segurança (m)

1 Locais acessíveis apenas a pedestres 8,7

2 Locais onde circulam máquinas agrícolas 9,5

3 Rodovias, ruas e avenidas 11,5

4 Ferrovias não eletrificadas 12,0

5 Ferrovias eletrificadas ou com previsão de eletrificação 15,0

6 Suporte de linha pertencente à ferrovia 6,7

7 Águas navegáveis H + 4,7

8 Águas não navegáveis 8,7

9 Linha de transmissão ou distribuição de energia elétrica 3,9

10 Linhas de telecomunicações 4,5

11 Telhados e terraços 6,7

12 Paredes 5,7

13 Paredes cegas 3,7

14 Instalações transportadoras 5,7

15 Veículos rodoviários e ferroviários 5,7

16 Vegetação de preservação permanente 6,7

OBS - “H” corresponde à altura, em metros, do maior mastro e deve ser fixado pela autoridade responsável pela navegação na via considerada, para o nível máximo de cheia ocorrido nos últimos dez anos.

(b) Faixa de Servidão

A largura da faixa de passagem foi calculada considerando os critérios para desempenho eletromecânico estabelecidos na Norma ABNT NBR-5422 e comparando com a largura mínima necessária para atender os seguintes valores de campo elétrico, rádio-interferência e ruído acústico, internacionalmente aceitos (Normas IEC):

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• campo elétrico ao nível do solo, no limite da faixa: < 5 kVef /m;

• campo elétrico ao nível do solo, sob a linha: 15 kVef /m;

• nível máximo de ruído admissível no limite da faixa por efeito de rádio-interferência: 42dBA;

• nível de ruído acústico no limite da faixa para chuva leve: 58dBA.

Em conseqüência, foi adotada a largura de 60 m para a faixa de servidão. Nos trechos com paralelismo às linhas de 345kV, existentes, foram adotadas distâncias entre eixos de linhas, no mínimo, iguais a 60m.

(c) Série de Estruturas Quadro 6 - Características do topo das estruturas de suspensão

Características do Topo da Estrutura de Suspensão Predominante

Espaçamento horizontal entre as fases 10,60m

Distância horizontal entre cabos pára-ráios 18,00m

Comprimento da cadeia de suspensão (parte que se desloca) 4,50m

Número e tipo dos isoladores das cadeias

Cadeia de suspensão e passagem (120KN, passo 146mm) 25

Cadeia de ancoragem (120KN, passo 146mm) 3x26

Distância vertical fase - cabos pára-raios 8,70m

Ângulo de balanço da cadeia de suspensão para isolamento a 60Hz 35º

Espaçamento fase - terra associado ao ângulo de balanço 35º 1,10m

Ângulo de balanço da cadeia para isolamentos a surtos de manobra 15º

Espaçamento fase - terra associado ao ângulo de balanço de 15º

Fase lateral - estrutura 2,60m

Fase lateral - estaiado 2,50m

Espaçamento fase - terra com os condutores em repouso 3,50m

Ângulo de proteção do cabo pára-raios em relação à fase lateral ~12º

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(d) Isoladores Quadro 7 - Características Isoladores

Característica Isolador

Carga mecânica de ruptura 120 kN

Diâmetro do disco 254 mm

Engate concha-bola ANSI C29.2, Classe 52.5

Passo 146 mm

Distância de escoamento 320 mm.

Diâmetro do pino 18 mm

3.1.1 - Planejamento Construtivo do Empreendimento

3.1.1.1 - Considerações Gerais

No que tange a implantação da LT, implementação e ampliação das Subestações considera-se a seguinte situação:

• Total de 08 frentes para os 05 trechos da LT;

• Prazo de construção (obras) das subestações: 9 meses, com exceção de Estreito que deverá ser da ordem de 12 meses.

• Prazo de construção (obras) dos trecho de Linhas menores (Nova Ponte-Emborcação e São Gotardo-Bom Despacho) é da ordem de 12 meses e dos demais rechos, 16 meses.

• Prevê-se, no pico das obras, a utilização de até 800 trabalhadores para a implementação de cada trecho da LT e instalações associadas. Entretanto, essa mobilização dar-se-à de forma gradativa, com a substituição de trabalhadores ao longo do traçado distribuídos ao longo dos trechos.

Desse total estima-se a utilização de um contingente de 60%, do pessoal especializado de outras regiões e 40% de operários locais/vizinhanças. O transporte diário de funcionários locais será priorizado, visando diminuir a estrutura dos canteiros centrais.

Os valores inicialmente fornecidos se referem aos efetivos médios e de pico para cada frente considerada. A mão-de-obra especializada engloba, além dos encarregados, chefes de turma e especialistas (encarregados, operadores de equipamento, chefes de turma, montadores, eletricistas, mecânicos, etc.), devendo ser de fora da região, pois normalmente é formada por profissionais integrantes dos quadros permanentes das empreiteiras.

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Os profissionais semi-especializados, tais como pedreiros, carpinteiros e ajudantes de mecânica, dentre outros, poderão vir a ser recrutados na região. A mão-de-obra não especializada abrange serventes e braçais, devendo ser contratada nas cidades próximas ao local de cada uma das frentes de obra que constituirão o empreendimento.

As atividades serão iniciadas com a demarcação da faixa de servidão de 60m, e todas elas foram planejadas visando minimizar os impactos construtivos das obras. Comunidades locais, proprietários e habitantes, bem como autoridades municipais, serão informados com antecedência, sobre o objetivo da LT, suas características, itinerário das obras e Cronograma. Nesse momento, também serão instruídos quanto à segurança da LT e eventuais perigos, quando em operação, bem como os procedimentos adotados em caso de emergências.

A áreas utilizadas temporariamente, durante as obras (armazenamento, canteiros, acessos provisórios, etc.), bem como as faixas de domínio, serão restauradas e revegetadas, buscando deixá-las próximo das condições originais. Todas as estradas de acesso serão mantidas em perfeitas condições para viabilizar o tráfego de veículos. Os acessos permanentes às torres, após a conclusão das obras e durante toda a fase operacional, serão mantidos em boas condições de tráfego.

3.1.1.2 - Técnicas Recomendadas

A construção de Linhas de Transmissão consiste em processo seqüencial de atividades, envolvendo inicialmente a mobilização de serviços preliminares, para, posteriormente, dar-se início à Construção e Montagem.

As obras empregarão técnicas consagradas pela Engenharia, nas diversas etapas de execução, desde as operações topográficas de locação até a instalação dos equipamentos eletromecânicos e comissionamento final da linha. As técnicas construtivas específicas para a LT e subestações constarão nas especificações técnicas integrantes dos documentos de contratação dos serviços.

Na área ambiental, as condições mínimas exigíveis para as fases de implantação, montagem e operação da LT estão especificadas no “Plano Ambiental para Construção” que constará, também, do contrato com os empreiteiros, bem como os demais documentos, objeto das Licenças Prévia e de Instalação e demais requisitos ambientais eventuais da Licença de Operação.

Todos os serviços serão supervisionados e monitorados por equipes de meio ambiente, bem como dos empreiteiros, visando assegurar o cumprimento das medidas estabelecidas e recomendadas nos Estudos Ambientais, além de outras que porventura tenham que ser tomadas.

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3.1.2 - Fase de Construção e Montagem da Linha de Transmissão e Subestações

Linha de Transmissão

(1) Condicionantes Sócio-ambientais

Nos aspectos de meio ambiente serão observadas as seguintes recomendações:

• não interferir com a população e com suas atividades produtivas;

• buscar a integração do traçado com outros sistemas já existentes, tais como malhas de circulação hídrica, ferroviária e rodoviária, ou redes de energia elétrica e de comunicações;

• evitar que os limites das áreas de segurança da linha venham a criar espaços vazios e sem uso;

• evitar locais de densas florestas, montanhas, proximidade de autoestradas, cinturões de abrigo e locais de valor paisagístico;

• assegurar uma distância adequada em relação a quaisquer cursos d’água, lagos e nascentes, procurando garantir a proteção deles durante a implantação da LT e evitando a poluição e/ou contaminação superficial e subterrânea desses recursos por eventuais resíduos e efluentes quando da construção, operação e manutenção permanente do empreendimento;

• evitar a passagem em pontos altos de estradas para reduzir o impacto visual;

• evitar espaços abertos de água, particularmente aqueles usados como trajeto de vôo por aves aquáticas migratórias e como corredores muito visitados por outras aves;

• respeito às áreas legalmente protegidas;

• nas áreas administradas por agências governamentais ou organizações privadas, consulta a essas entidades, para coordenar a localização da linha com seus planos e programas de desenvolvimento setorial e dos governos federal, estaduais e municipais, e com planos diretores que orientam a organização do espaço urbano de cada município.

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(2) Topografia

A partir do projeto executivo de engenharia, deverá ser iniciada a locação das bases das torres para dar-se início efetivo na implantação definitiva da Expansão da Interligação Norte-Sul III. Desta forma, os procedimentos a serem seguidos deverão atender aos requisitos listados a seguir.

• Haverá um reconhecimento prévio da área em que será realizada a locação da faixa, visando minimizar os impactos ao meio ambiente.

• Antes do início dos serviços topográficos, em qualquer propriedade, será verificado, junto à equipe responsável pelo levantamento cadastral, se o proprietário recebeu a comunicação sobre o início dos serviços de implantação da Linha de Transmissão. Ou seja, a entrada das equipes em qualquer propriedade somente poderá ocorrer com a devida autorização de passagem.

• As equipes do levantamento topográfico receberão um treinamento adequado, a fim de serem conscientizadas da importância de eliminarem ou minimizarem os impactos ambientais dos serviços.

• Nenhuma atividade de abertura de picadas (supressão de vegetação) poderá ser feita sem a autorização dos órgãos competentes.

• Todas as moto-serras utilizadas nos serviços terão que ter a licença específica, a qual deverá ser mantida junto com o equipamento.

• A passagem da LT sobre remanescentes florestais será evitada, através do afastamento do traçado, retrocedendo-se as torres previamente locadas para estabelecimento de novos ângulos, se necessário.

• Será evitada a locação da Linha de Transmissão em áreas nas proximidades de aglomerados urbanos, rodovias e ferrovias, travessias, pontes e viadutos, objetivando minimizar o impacto visual das torres e cabos no meio ambiente.

• Será evitada a locação em terrenos alagados e inundáveis, pântanos, brejos, mangues e margens de rios.

• Nenhuma infra-estrutura poderá ser instalada sobre áreas de preservação (margem de rios, mata ciliar, etc.).

• Quando forem observados restos cerâmicos ou artefatos de pedras lascadas ou qualquer vestígio, relacionados a civilizações antigas, dever-se-á comunicar o fato ao Inspetor Ambiental ou à Fiscalização das obras, para que estes tomem as devidas providências.

• Ao se desviar de interferências com benfeitorias, não haverá nenhuma intervenção com habitações, dispensando, desta forma, qualquer procedimento de relocação de população/famílias.

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• Os proprietários, segundo as avaliações a serem realizadas, por métodos legalmente aceitos e justos, receberão indenizações de “Servidão de Passagem” (ou Permanente) da LT e de benfeitorias. Nas atividades para a indenização dos bens, além do cadastro topográfico e da vistoria de avaliação no local de cada uma, constam ainda as pesquisas de valores de mercado na região.

• A área total a ser utilizada pela LT será mapeada por propriedade, resultando em uma escritura de servidão de passagem individual, por proprietário.

(3) Canteiros de Obras

A definição dos locais dos canteiros de obras depende de fatores, que diretamente envolvem a logística (procedência da mão-de-obra especializada, forma de habitação utilizada – alojamentos, hotéis, pensões, repúblicas) e o plano de execução do Construtor.

A localização e espaçamento entre os canteiros depende da produção de construção e montagem (avanço de obras). Portanto, nos estudos apresentados, foram indicadas como alternativas, após reconhecimento “in loco”, todas as cidades dos municípios atravessados ou próximos ao traçado da LT, com população urbana acima de 10.000 habitantes, e boa infra-estrutura. Para as cidades com população inferior da 10.000 habitantes, será efetuada análise mais detalhada, visando avaliar o porte e a estrutura dos canteiros e seus possíveis impactos junto às comunidades.

Contudo, vale destacar que a idéia preliminar é que seja construído um Canteiro Central em Nova Ponte. Contudo, as definições e detalhamentos serão feitos no Projeto Básico Ambiental (PBA) na fase da Licença de Instalação.

Em relação aos canteiros secundários estes deverão ser instalados ao lado da faixa existente, com espaçamento ainda não estabelecido (a critério da logística do construtor), não devendo possuir estruturas de alojamentos. A experiência tem demonstrado que os impactos são mínimos e mitigáveis nesses canteiros secundários.

Quanto aos impactos pontuais, haverá inspeção prévia e, somente após análise ambiental e aprovação de cada área pelos Órgãos Ambientais responsáveis e atendidas as prescrições dos Estudos Ambientais, e demais documentos ambientais, haverá liberação para instalação e operação.

Cada subestação deverá contar com canteiro específico e a mão-de-obra deverá ser transportada diariamente, do canteiro de obras até as frentes de trabalho.

Nos canteiros principais, estarão localizadas a cozinha, refeitório, almoxarifado, oficina, depósitos de máquinas, equipamentos e materiais, ambulatório, escritório de projetos e administração. Os mesmo devem operar por aproximadamente 20 meses.

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A empreiteira apresentará relatório, contendo descrição das áreas, arranjo previsto, estrutura funcional e respectivas instalações (redes de água, esgoto, energia, acessos, alojamentos, ambulatórios e destino final do lixo), para análise do Empreendedor e do órgão licenciador.

As diretrizes e os critérios a serem considerados, pela empreiteira contratada, para a locação do Canteiro de Obras Principal, são:

• antecipadamente, dever-se-á solicitar o apoio das Prefeituras Municipais locais para cadastrar a mão-de-obra local disponível para as obras, veiculando propagandas, pela mídia e através de cartazes, com especificação dos tipos de profissionais necessários. Esse procedimento visa priorizar a contratação da mão-de-obra local, evitando-se a mobilização de pessoas estranhas à região e, ao mesmo tempo, diminuir a estrutura de apoio às obras (alojamentos, despejos sanitários, lixo, etc.). Contribui também para evitar a veiculação de doenças transmissíveis e minimizar os problemas de aumento da prostituição e violência, dentre outros aspectos;

• os canteiros das subestações e os principais de cada techo deverão se situar nas imediações de cidades dotadas de boa infra-estrutura: acessos, comunicações, transporte interestadual e intermunicipal, hotéis, hospital, comércio (peças automotivas e materiais de construção) e mão-de-obra semi-especializada (pedreiros, carpinteiros, armadores, etc.), excluindo-se, neste caso, as cidades de pequeno porte;

• dever-se-á considerar a infra-estrutura da região atravessada pela diretriz da LT, visando a possibilidade de alojar o máximo de seus empregados em casas alugadas, repúblicas, hotéis e pensões existentes nas redondezas;

• local da área a ser escolhida deverá ter como requisitos básicos: o tipo de solo e acessos compatíveis com o porte dos veículos/equipamentos e com a intensidade do tráfego. Deverá ser dotado de um sistema de sinalização de trânsito e de um sistema de drenagem superficial, com um plano de manutenção e limpeza periódica;

• a localização não deverá interferir expressivamente com o sistema viário e de saneamento básico, sendo necessário contatar as Prefeituras, órgãos de trânsito, segurança pública, sistema hospitalar, concessionárias de água, esgoto, energia elétrica, telefone, etc., para qualquer intervenção em suas áreas e redes de atuação;

• a área a ser utilizada, preferencialmente, já deverá ter sido impactada, devendo ser previsto o possível reaproveitamento da infra-estrutura a ser instalada quando do término da obra;

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Maio 2007 29

• mesmo havendo infra-estrutura no local, os efluentes gerados pelo canteiro de obras não deverão ser despejados diretamente nas redes de águas pluviais e de águas servidas, sem que haja uma aprovação prévia da Fiscalização, em conjunto com os órgãos públicos de cada município. Não existindo infra-estrutura, deverão ser previstas instalações completas para o controle e tratamento dos efluentes, notadamente os de coleta de resíduos de esgotos dos sanitários e refeitório, com o uso de fossas sépticas (segundo a NBR 7229, da ABNT). Quanto aos resíduos oriundos das oficinas mecânicas (águas oleosas), das lavagens e lubrificação de equipamentos e veículos, deverá ser prevista a construção de caixas coletoras e de separação dos produtos, para posterior remoção do óleo através de caminhões sugadores ou de dispositivos apropriados, a serem encaminhados aos locais mais próximos, para reaproveitamento/disposição final (Plano de Manejo de Resíduos).

Em qualquer situação, na operação e manutenção dos canteiros deverão ser previstas rotinas e dispositivos para atender as condições básicas de conforto, higiene e segurança dos trabalhadores, como também minimizar os transtornos que possam ser causados à população afetada tais como ruídos, poeira, bloqueio de acessos, etc.

(4) Cadastro, Negociação, Desapropriação e Indenização

Para oficializar a passagem, executar o cadastramento das propriedades e o levantamento topográfico detalhado da faixa de servidão (60m), e demais levantamentos de dados locais (cálculo de áreas, avaliação de benfeitorias, plantações, valor da terra nua, etc.), serão contatados os proprietários afetados.

No traçado definitivo da LT, a ser implantada topograficamente, sua diretriz será ajustada para evitar, na medida do possível, interferências com:

• conglomerados urbanos, sedes de propriedades rurais e de construções isoladas;

• zonas altas, visando poupar grandes esforços derivados da pressão do vento, descargas atmosféricas e interferência com rotas migratórias de aves;

• terrenos inundáveis, sujeitos à erosão, afloramentos rochosos ou de difícil acesso;

• travessias e paralelismos.

Os terrenos serão considerados sob regime de servidão de passagem, e sua demarcação será estabelecida por decreto. A servidão compreenderá uma faixa de 60m (sessenta metros) de largura ao longo de toda a extensão da LT.

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Maio 2007 30

Os proprietários, segundo as avaliações a serem realizadas, receberão indenizações de servidão de passagem por suas propriedades.

Nas análises para indenização dos bens, além do cadastro topográfico e vistoria de avaliação local, constam ainda pesquisas de valores de mercado na região, em cartórios de registro de imóveis (transações de compra e venda), cooperativas e assemelhados, bancos, órgãos oficiais e de assistência técnica.

As indenizações por servidão e as indenizações integrais, bem como demais ônus decorrentes, serão avaliadas e calculadas caso a caso e obedecerão às diretrizes apresentadas nas normas da ABNT.

A área total utilizada pela LT será mapeada por propriedade, resultando em uma Escritura de Servidão de Passagem individual, por proprietário. Nessa escritura, o proprietário deverá comprometer-se a respeitar as restrições de ocupação e uso do solo, bem como facilitar as atividades de manutenção e fiscalização. O pagamento indenizatório será feito no ato da assinatura da referida escritura pelas partes, o que pode ocorrer após negociação direta ou quando da conclusão do processo expropriatório, se não houver, nesse caso, acordo prévio.

(5) Mão-de-Obra

Conforme mencionado anteriormente, pela natureza de linearidade das obras, os trabalhos executivos de implantação dos cerca de 692 km do traçado definitivo serão desmembrados em 8 frentes para os cinco trechos. Prevê-se a utilização aproximada de até 800 trabalhadores para a implantação de cada trecho da LT e instalações associadas, no pico das obras.

Desse total estima-se a utilização de um contingente de 60%, do pessoal especializado de outras regiões e 40% de operários locais/vizinhanças. O transporte diário de funcionários locais será priorizado, visando diminuir a estrutura dos canteiros centrais.

A mão-de-obra especializada inclui encarregados, chefes de turma e especialistas, como operadores de equipamentos, montadores, eletricistas e mecânicos, normalmente integrantes dos quadros permanentes das empreiteiras.

Os profissionais semi-especializados, como pedreiros, carpinteiros e ajudantes de mecânica, podem ser recrutados na região. A mão-de-obra não-especializada de serventes e braçais, será contratada nas cidades próximas de cada frentes de obra.

(6) Acessos

A partir das rodovias primárias, secundárias e estradas vicinais, serão estabelecidos pequenos acessos para os locais das torres. Os mesmos devem suportar o tráfego de caminhões/carretas, no transporte de estruturas metálicas, cabos, isoladores, ferragens e materiais de construção, seja durante as obras ou após suas conclusões, quando podem ser utilizados na inspeção e manutenção da linha.

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Maio 2007 31

Não haverá necessidade de novos acessos de porte, pois a região é razoavelmente servida por rodovias, sendo necessário, apenas, estabelecer a ligação das existentes com o local das torres.

A empreiteira, antes do início dos serviços, deverá definir procedimento de acessos às áreas dos canteiros de obra e às torres, indicando as estradas principais, as secundárias, vias vicinais, caminhos e trilhas existentes, cujos traçados serão utilizados como acesso a cada torre. Incluem-se também, os novos pequenos acessos provisórios que, porventura, sejam necessários, para aprovação prévia, pela Fiscalização do Empreendedor. Caso haja discordância, quanto ao uso de algum percurso/acesso, a empreiteira deve apresentar outra alternativa, objetivando sempre a minimização dos impactos ambientais, principalmente com as comunidades locais.

Onde houver necessidade de novos acessos ou onde estejam intransitáveis, serão abertas vias de serviço, conforme as normas existentes e tendo como premissas básicas:

• aproveitamento máximo do traçado antigo dos caminhos, trilhas ou estradas vicinais;

• abertura de pequenos acessos provisórios somente onde for estritamente necessário e com autorização prévia da Fiscalização;

• em função do porte dos equipamentos/veículos pesados e do fluxo de tráfego, para os acessos, a empreiteira deverá elaborar um programa de melhorias das condições das estradas, compatível com o tráfego previsto;

• em função da área atravessada por novos acessos, caso sejam necessários, deverão ser investigadas as evidências de sítios arqueológicos não cadastrados, requerendo o acompanhamento da equipe técnica especializada para sua identificação e o seu salvamento;

• na transposição por pequenas redes de drenagem e em áreas de várzeas, os movimentos de terra, bem como o balanceamento de materiais, deverão ser equacionados de forma a não provocar carreamento de material sólido;

• os acessos permanentes às áreas de torres, após a conclusão da obra e durante toda a fase operacional, serão mantidos em boas condições de tráfego. Os acessos provisórios somente serão abertos com a autorização dos proprietários;

• os acessos provisórios (caminhos de serviço), após a conclusão da obra, terão as suas áreas completamente restituídas para suas condições originais, conforme documentação fotográfica registrada antes de sua abertura, a não ser que o proprietário especifique de forma diferente.

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Maio 2007 32

(7) Limpeza da Faixa de Servidão, Áreas das Torres e Praças de Montagem

O local de instalação das torres ocupará área mínima de 1000m2, e, máxima, de 2.500m2, a depender da torre utilizada. Nessas áreas, será feita a limpeza da vegetação sendo as mesmas consideradas praças de montagem das estruturas das torres.

As praças de lançamento de cabos têm caráter provisório e serão localizadas dentro da faixa de servidão da LT, distando entre si cerca de 3km, sendo sua área de aproximadamente 1500m2.

A faixa de servidão deve apresentar largura suficiente para permitir a implantação, operação e manutenção da LT. Assim, a supressão da vegetação, será determinada levando-se em conta o balanço dos cabos pela ação do vento, efeitos elétricos e posicionamento das fundações de suportes e estais. O desmatamento será realizado de forma seletiva, conforme a Norma NBR-5422 e as diretrizes a seguir:

• Supressão total: ocorrerá na faixa de serviço, no eixo de interligação entre as torres. Terá a largura máxima de 5 metros, suficiente para a colocação do cabo-guia, montagem e içamento das torres (praça das torres), trânsito de veículos, transporte de materiais e lançamento de cabos pilotos e condutores. Também ocorrerá a supressão nas áreas de implantação das torres. Neste caso, apenas as espécies protegidas por lei, existentes nesses locais, serão marcadas e não poderão ser suprimidas, devendo receber um tratamento específico, a ser definido com a Supervisão Ambiental, quando for o caso.

• Supressão parcial: será feita de forma seletiva, dividindo a faixa de servidão em 3 zonas, onde, em cada uma delas, determinam-se as alturas máximas que a vegetação remanescente poderá ficar em relação ao condutor e seus acessórios energizados e a quaisquer partes, energizadas ou não, da própria linha.

A abertura e limpeza da faixa de servidão, tanto para supressão total quanto parcial, envolvem a remoção de árvores e obedecerão os seguintes procedimentos padrão:

• avisar, antecipadamente aos proprietários as datas de execução dos serviços pertinentes em suas propriedades;

• nenhuma atividade de Supressão de Vegetação será iniciada sem autorização dos órgãos competentes

• a empreiteira é responsável pelas licenças de desmatamento de todas as áreas fora da faixa de domínio (estradas de acesso, plataformas de montagem, faixa de segurança, etc.);

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Maio 2007 33

• todas moto-serras utilizadas terão licença específica, a qual ficará junto ao equipamento, sendo também atendidas as recomendações da NR 12, da ABNT;

• as laterais da faixa de serviço serão claramente delimitadas, certificando-se que não irá ocorrer nenhuma supressão além dos limites;

• a vegetação arbustiva, matos rasteiros e árvores de altura compatível com a segurança da LT não serão cortadas. Também auxiliarão o controle da erosão;

• será evitada a utilização de equipamentos pesados na limpeza;

• é proibido o uso de herbicidas para desmatamento ou controle da rebrota da vegetação;

• é proibido o desmatamento, de forma indiscriminada, preservando-se todos indivíduos cuja altura não ultrapasse a distância mínima em relação aos cabos;

• as árvores serão tombadas para dentro da faixa de serviço;

• qualquer árvore caída nos cursos d’água ou além do limite da faixa de serviço será imediatamente removida;

• as árvores localizadas fora dos limites da faixa de serviço não serão, em hipótese alguma, cortadas para obter madeira, evitando-se a poda dos galhos projetados na faixa de servidão;

• não ocorrerá desmatamento nas áreas de pastagens ou culturas agrícolas, exceto se houver canaviais e reflorestamento com eucalipto ou similares, de rápido crescimento, os quais serão erradicados dentro da faixa de serviço;

• o solo será recomposto nos locais onde foram erradicadas as culturas, tão rápido quanto possível;

• nas áreas de torres e praças de lançamento, a área de serviço será desmatada e limpa apenas nas dimensões mínimas necessárias;

• obstáculos de grande altura e árvores além da faixa de servidão que, em caso de tombamento ou oscilação dos cabos, possam ocasionar danos à linha, serão removidas e/ou cortadas, a critério da fiscalização. Entretanto, serviços fora da faixa de servidão somente serão executados com autorização prévia dos proprietários e órgãos ambientais, observando-se também a Norma NBR 5422;

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Maio 2007 34

• o desmatamento seletivo será realizado com demarcação dos indivíduos a cortar, utilizando-se, a seguir, o método de derrubada individual com moto-serra, devendo-se evitar danos aos demais indivíduos no momento da queda;

• não será permitido o uso de queimada em qualquer atividade de desmatamento ou limpeza de faixa de servidão;

• poderão ser evitados, a critério da fiscalização, o corte de árvores e a limpeza da faixa de servidão em grotas onde a linha cruza com bastante altura do solo, desde que garantida a altura mínima do condutor ao dossel da árvore mais alta;

• em áreas com remanescentes de matas ciliares será aumentado o espaçamento vertical dos cabos condutores ao solo (“clearance”), para evitar a redução da cobertura vegetal e da fauna, da erosão e do assoreamento dos rios, córregos e açudes existentes.

(8) Travessias e Cruzamentos

Os cruzamentos com ferrovias, rodovias importantes, grandes rios ou outras linhas de transmissão serão evitados o máximo possível, uma vez que dificultam os trabalhos de montagem da linha e exigem, em alguns casos, estruturas ou fundações especiais. Os vértices dos ângulos existentes nos cruzamentos inevitáveis serão localizados de modo a que fiquem, no mínimo, 20 m fora do limite da faixa de domínio dos obstáculos ou bordas das vias navegáveis. Evitar-se-à, tanto quanto possível, pontos de travessia que exigissem utilização de estruturas muito altas ou muito baixas. Serão evitadas, também, travessias de rodovias ou ferrovias construídas sobre grandes aterros, uma vez que isso exigiria o emprego de estruturas altas e caras. Nos casos de cruzamentos com outras linhas de transmissão de tensão superior a 69kV, evitar-se-à que as estruturas destas fiquem dentro da faixa de segurança da linha a ser implantada.

Vale destacar que o projeto inclui uma série de medidas que garantam a segurança tanto para as comunidades vizinhas quanto para a infra-estrutura existente e para a própria Linha de Transmissão a ser construída e aqui analisada.

Em caso de paralelismo com outras linhas de transmissão, a concessionária proprietária será consultada a respeito da distância entre eixos a ser adotada. Os paralelismos com linhas de comunicações serão evitados ou reduzidos ao mínimo. Em casos inevitáveis de paralelismo extenso com distâncias curtas entre as linhas, já estão sendo estudados os efeitos dessa proximidade e da distância mínima a ser adotada.

Em todas as travessias e paralelismos, será obedecida à legislação própria associada a cada proprietário. Na ausência de legislação específica, atender-se-à às prescrições da Norma NBR 5.422 /85 – Projeto de Linhas de Transmissão de Energia Elétrica, da ABNT, em sua última revisão. Nos casos específicos em que essa condição não puder ser atendida, serão desenvolvidos os estudos necessários.

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(9) Fundações das Torres (Série de Fundações Padronizadas)

Estabeleceu-se que cada tipo de torre terá fundação padrão para cada tipo de solo atendendo aos seguintes critérios:

• Torres de suspensão estaiadas

blocos pré-moldados de concreto para mastro central;

blocos pré-moldados, tubulões de base alargada; ancoragem de tirantes especiais, para os estais, em solos de boa capacidade;

em locais com incidência de rocha, serão usados blocos moldados in situ e ancorados à rocha sã através de tirantes para o mastro central e tirante especial diretamente ancorado na rocha sã para os estais;

em solos de capacidade de suporte reduzida, será utilizada uma mistura solo-cimento para melhoria das suas características de resistência;

em solos de baixa capacidade de suporte, utilizar-se-ão basicamente fundações do tipo sapatas, moldadas in loco.

• Torres autoportantes de suspensão e ancoragem

tubulões de base alargada em solos de boa capacidade de suporte;

em locais com incidência de rocha, serão usados blocos moldados in situ e ancorados à rocha sã através de tirantes;

em solos de baixa capacidade de suporte, utilizar-se-á basicamente fundações do tipo sapatas, moldadas “in loco”.

Subestações

As ampliações das Subestações Bom Despacho 3, Emborcação, Nova Ponte, São Gotardo 2 e de Itumbiara, além da construção da nova subestação de Estreito integram a concessão outorgada à LT TRIÂNGULO S/A, licitada pelo edital ANEEL 001/2005.

A concepção dos projetos considerou todos os requisitos do edital da ANEEL, bem como informações, procedimentos e equipamentos/dispositivos já implantados, e a implantar, pelas Concessionárias em suas instalações, além de informações em visitas específicas às subestações, para melhor conhecimento dos sistemas existentes.

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As soluções estão orientadas para a minimização do compartilhamento de infra-estruturas dos agentes proprietários (edificações, suprimento de água e energia auxiliar, meios físicos de instalação de cabos, etc.), adotando, sempre que possível, o conceito de fronteiras claramente delimitadas entre os sistemas existentes e aqueles fornecidos nas ampliações aqui descritas.

(1) Arranjo Físico dos Pátios de Manobras

As obras a executar nas subestações de Bom Despacho 3, Emborcação, Itumbiara, Nova Ponte e São Gotardo 2 utilizarão as suas áreas já disponíveis e na maioria dos casos, foram previstas na implantação original. Assim, a locação das estruturas e dos equipamentos do pátio de manobra preservará a concepção original.

A subestação de Estreito é totalmente nova. Assim, a locação das estruturas e equipamentos do pátio de manobras segue as especificações do edital ANEEL 001/2005.

As barras principais, quando em tubo, serão em liga de alumínio 6063, sch. 40. As estruturas serão treliçadas, conforme padrão em subestações de mesma categoria.

Nos bancos de reatores e autotransformadores as unidades serão deslocadas no interior da Subestação, através de vias de circulação pavimentadas, até o local de instalação final. Prevê-se esse deslocamento por arrastamento.

(2) Espaçamentos Elétricos

Os espaçamentos fase-fase e fase-terra existentes serão integralmente respeitados, inclusive o arranjo dos pátios de manobras previstos pelas Concessionárias proprietárias das subestações de Bom Despacho 3, Emborcação, Itumbiara, Nova Ponte e São Gotardo 2. Também serão utilizados equipamentos semelhantes aos existentes, principalmente quanto ao tipo de abertura dos secionadores.

As distâncias efetivamente consideradas levarão em conta os acréscimos requeridos para segurança do pessoal de manutenção.

(3) Barramentos e Estruturas de Suporte

Nas subestações ampliadas serão utilizados os mesmos tipos e padrões dos barramentos existentes bem como as novas estruturas e suportes metálicos para equipamentos.

Para a nova subestação de Estreito os barramentos superiores serão flexíveis e os principais rígidos. A interligação entre equipamentos será por barramentos flexíveis.

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(4) Blindagem Contra Descargas Atmosféricas

Uma vez que será utilizado o padrão de pórticos metálicos de barramentos das Concessionárias, também será preservado o critério de proteção do vão contra descargas atmosférica diretas.

Nas entradas de linhas, o posicionamento relativo entre a torre fim-de-linha e o pórtico de amarração na subestação, aliado ao arranjo de cabos pára-raios, protegerá adequadamente os equipamentos e os cabos condutores contra descargas diretas.

Como a subestação de Estreito é totalmente nova, haverá necessidade de dimensionamento do sistema.

(5) Aterramento

As subestações de Bom Despacho 3, Emborcação, Itumbiara, Nova Ponte e São Gotardo 2 já estão com suas malhas de aterramento instaladas, sendo necessários apenas alguns trechos de malha complementar.

Como a subestação de Estreito é totalmente nova, haverá necessidade de dimensionamento da malha de terra com base nas medições de resistividade do solo e de verificação de tensões considerando-se a contribuição de todos os elementos metálicos condutores envolvidos. Os cabos de aterramento da malha serão dimensionados para uma corrente de curto-circuito de 40kA.

Todas as conexões da malha serão em soldas exotérmicas, executadas com moldes adequados.

(6) Canaletas

O arranjo de canaletas para as subestações de Bom Despacho 3, Emborcação, Itumbiara, Nova Ponte e São Gotardo 2 também seguirá o planejamento original da expansão prevista pela Concessionária, utilizando os “pontos de engate” nas canaletas existentes.

As canaletas terão seção retangular variável, de acordo com a densidade de cabos. No fundo das canaletas será construído, em cada lado, um cordão de tijolos para apoio de tubos de PVC rígido, que por sua vez servirão como bandejas de apoio dos cabos, evitando o contato direto com o fundo da canaleta.

No interior da canaleta serão lançados cabos de cobre nu para blindagem dos cabos de controle, os quais serão conectados à malha de aterramento. O arranjo será totalmente novo para a subestação de Estreito, mas seguirá as mesmas premissas anteriores.

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(7) Iluminação e Tomadas

Serão preservados os padrões das Concessionárias, procurando-se instalar postes e luminárias similares aos existentes nas subestações de Bom Despacho 3, Emborcação, Itumbiara, Nova Ponte e São Gotardo 2.

Na subestação de Estreito serão instalados projetores a vapor de sódio nas colunas das estruturas suporte dos barramentos e também nas paredes corta-fogo dos bancos de autotransformadores e reatores. Na falta destas serão usados postes. Nas paredes corta-fogo de reatores e autotransformadores serão colocadas tomadas.

(8) Casas de Comando – Arranjo de Equipamentos

Para abrigar os equipamentos de suporte à operação do empreendimento, serão previstas casas de comando em todas as instalações, localizadas no pátio (sempre que possível na área destinada às ampliações).

(9) Fundações

As fundações deverão obedecer às seguintes exigências básicas:

• possuir segurança adequada contra a ruptura, tanto do elemento estrutural em concreto armado, como do solo de fundação;

• apresentar deformações compatíveis com a superestrutura, sob ação das combinações mais desfavoráveis de carregamentos;

• apresentar-se como a opção mais econômica dentre os tipos adequados para fundações diretas e profundas.

(10) Edificações

Nas seis subestações está prevista a construção de uma Casa de Comando, para abrigar os painéis de proteção, controle e supervisão, quadros distribuidores de serviços auxiliares CA e CC, baterias e carregadores, painéis de interface, de teleproteção e equipamentos de telecomunicações.

Nenhuma casa de comando terá sala de baterias, que serão “seladas”, colocadas na sala de controle. Todas as casas terão pequena copa, vestiário e depósito.

Na SE Estreito, por ser, em princípio, o centro de operação do empreendimento, e na SE Nova Ponte, pelo porte da ampliação, prevê-se um escritório adicional. Também prevê-se a construção de guarita.

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A necessidade de construção de guaritas nas subestações de Bom Despacho 3, Emborcação, Itumbiara, Nova Ponte e São Gotardo 2 será analisada com as Concessionárias proprietárias, no início dos projetos executivos.

A arquitetura das edificações segue padrão próprio do empreendimento. A compatibilização com edificações já implantadas, caso exigido pelas Concessionárias proprietárias das subestações, será discutida no projeto executivo.

As salas de controle, contêm equipamentos e dispositivos eletrônicos e serão dotadas de ar condicionamento e em cada subestação será instalado grupo motor-gerador diesel tipo “container”, sem necessidade de abrigo.

(11) Estruturas Metálicas

As estruturas para suporte dos equipamentos, quando metálicas, e os pórticos para sustentação dos barramentos, serão treliçados, em aço zincado a quente.

Todas estruturas metálicas instaladas nas ampliações das subestações Bom Despacho 3, Emborcação, Itumbiara, Nova Ponte e São Gotardo 2 terão formas similares às existentes.

Os desenhos das estruturas metálicas apresentarão alturas, espaçamentos, localização, direção, capacidade das cargas aplicadas, detalhes de montagem, espaçamento entre chumbadores e configuração delas. As estruturas de suportes de barramentos flexíveis e para amarração da linha de transmissão deverão ser projetadas para também resistirem aos esforços máximos para qualquer combinação de solicitação de condutores rompidos, vento e outras cargas.

(12) Estruturas de Distribuição

As canaletas para cabos terão paredes em blocos de concreto preenchidas com concreto e emboçadas nas faces interna e externa. O fundo das canaletas será em concreto armado com tubos de PVC para apoio dos cabos.

Na subestação Estreito as tampas das canaletas serão em concreto armado. Nas demais seguirá o padrão existente.

As travessias de pistas para veículos serão através de envelopes de dutos com caixas de passagem nas extremidades. Terão dimensões para remoção de qualquer cabo defeituoso e instalação de acréscimos conforme necessidade de projeto.

As caixas de passagem serão em alvenaria, emboçadas, com tampas e fundo em concreto armado. As caixas mais profundas serão integralmente em concreto armado. Ficarão afastadas, pelo menos, 2m do meio-fio (parede mais próxima).

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(13) Terraplenagem e Acabamento do Terreno

Os terrenos das áreas de operação das subestações terão camada de brita, de, pelo menos, 2 m a partir do lado externo da cerca de proteção das áreas energizadas, lançada em camadas compactas de 10 a 15 cm. Para impedir o aparecimento de vegetação, as áreas receberão tratamento, antes do lançamento da camada de brita.

Os serviços de terraplenagem, consistirão em raspagem e recomposição das camadas superficiais do terreno existente, para receber as instalações com a execução simultânea de drenagem superficial e profunda.

(14) Drenagem de Águas Pluviais

As áreas destinadas às ampliações das subestações Bom Despacho 3, Emborcação, Itumbiara, Nova Ponte e São Gotardo 2 já possuem sistemas de drenagem profunda e superficial. As obras compreenderão, conforme definido no projeto executivo, as complementações necessárias, as ligações de drenagem das canaletas de cabos à drenagem existente, e eventuais remanejamentos decorrentes de interferências com as novas instalações.

Na subestação Estreito, o projeto de drenagem se baseará nos valores médios anuais de precipitação do local de implantação.

A drenagem sub-superficial dos pátios consistirá, basicamente, de drenos contínuos em valas com manilhas de concreto, PVC ou cerâmica (barro vidrado), furados. Onde não houver espaço para instalação de drenos, serão projetados caimentos mínimos de 0,5% em direção a caixas/valas coletoras. Todos os elementos serão ligados à rede geral de drenagem e integrados com as fundações, dutos e canaletas.

As canaletas de cabos terão declividade mínima de fundo, de 0,3%, em direção a ralos conectados à rede geral.

Em todas as subestações, para proteger o meio ambiente e garantir o rápido escoamento das águas pluviais, as áreas dos novos bancos de reatores e autotransformadores serão drenadas em bacias coletoras, preenchidas com brita, e serão interligadas a caixas separadoras de óleo.

Os reatores e autotransformadores possuirão bacias de contenção e drenagem de água e óleo, interligadas por sistema de tubulações de drenagem específico, que conduzirá a mistura de água e óleo para uma caixa separadora. A água efluente da caixa será lançada na rede de drenagem de águas pluviais e o óleo, coletado por bombeamento para um caminhão tanque.

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(15) Sistema de Proteção Contra Incêndio

Nas subestações onde serão instalados bancos de reatores e autotransformadores, serão construídas paredes corta-fogo entre as unidades. Estas, serão dimensionadas para evitar que o calor irradiado pela unidade eventualmente incendiada produza limites críticos de temperatura nas unidades adjacentes. Serão em materiais, acabamentos e especificações semelhantes às existentes nas subestações das Concessionárias.

A proteção nos equipamentos a óleo será por extintores de CO2 instalados nas proximidades dos reatores e autotransformadores. Para o restante dos equipamentos instalados no pátio prevê-se extintores de CO2 sobre rodas, os quais utilizarão as vias internas da subestação e as tampas das canaletas para movimentação.

As edificações também contarão com extintores portáteis de CO2.

(16) Sistema de Abastecimento de Água

O abastecimento d’água para as Casas de Comando das Subestações de Bom Despacho 3, Emborcação, Itumbiara, Nova Ponte e São Gotardo 2 será, preferencialmente, por derivação das redes já existentes. Quando impossível, e no caso da nova SE Estreito, por captação de água subterrânea através de poços profundos.

O armazenamento será em cisternas e caixas d’água prediais, situadas nas próprias edificações abastecidas.

(17) Sistema de Esgotos Sanitários

Os esgotos sanitários serão lançados em fossas sépticas dotadas de sumidouros, de forma a evitar a poluição dos mananciais e poços de captação de água.

(18) Cercas e Portões

Nas SE’s Bom Despacho 3, Emborcação, Itumbiara, Nova Ponte e São Gotardo 2, sempre que necessário, serão construídas cercas complementares para as novas áreas energizadas referentes à atual ampliação seguindo os padrões existentes.

Para a nova SE Estreito, serão projetadas cercas, alambrados e portões, para os limites do terreno e para a área energizada.

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3.1.3. Fase de Comissionamento da Linha de Transmissão e Subestações

O comissionamento das obras se caracteriza por uma revisão geral de cada torre em todo o percurso da LT antes dos testes de carga e operação comercial. Serão feitas inspeções observando o estado final de:

• Áreas florestais remanescentes.

• Preservação das culturas.

• Vãos livres de segurança, verticais e laterais, entre árvores e a LT.

• Limpeza de proteção contra fogo.

• Proteção contra erosão e ação das águas pluviais.

• Reaterro das bases das estruturas.

• Estado dos corpos de água.

(1) Operação e Manutenção do Empreendimento

Subestações

Todas as Subestações existentes, bem como a de Estreito, a ser construída, serão integradas ao Esquema de Controle e Segurança (ECS) do Sistema Elétrico das Regiões Sul/Sudeste/Centro-Oeste Brasileiro e serão assistidas por operadores e equipes locais de manutenção, todos, especialmente treinados.

Como a Expansão da Interligação Norte–Sul III utiliza subestações já existentes, todas as entradas de linha serão supervisionadas segundo critérios e procedimentos adotados pelas empresas proprietárias das Subestações e Usinas, de forma a garantir perfeita integração dos sistemas de supervisão e controle.

Linha de Transmissão

A operação e o controle da LT serão efetuados pelas Subestações existentes nas extremidades de cada trecho.

A inspeção periódica de manutenção da LT será feita por via terrestre, utilizando as vias de acesso, ou por via aérea, utilizando aviões e helicópteros.

Os serviços de manutenção preventiva (periódica) e corretiva (restabelecimento de interrupções) serão de responsabilidade das concessionárias operadoras. As equipes de operação e de manutenção trabalham em regime de plantão e normalmente estão baseadas em escritórios regionais, com condições de atender prontamente às solicitações.

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Nas inspeções da LT serão observadas as condições de acesso às torres e também a situação da faixa de servidão, visando preservar as instalações e operação do sistema, com destaque para os itens a seguir:

• Estradas de acesso

− Focos de erosões

− Drenagem da pista

− Condições de trafegabilidade

− Manutenção de obras de arte correntes

− Manutenção de porteiras e colchetes

− Outros aspectos relevantes.

• Faixa de Servidão

− Cruzamentos com rodovias

− Travessias com outras LTs

− Tipos de agricultura praticadas na faixa de servidão

− Construções de benfeitorias na faixa de servidão

− Controle da altura da vegetação na faixa de servidão e áreas de segurança

− Manutenção das estruturas das torres

− Preservação da sinalização (telefones de contato, em casos emergenciais)

− Anormalidades nas instalações.

3.2. Alternativas Locacionais

No que se refere as alterfativas locacionais, seguindo as diretrizes da legislação ambiental vigente, foram estudadas três alternativas de traçado, obedecendo-se aos seguintes critérios gerais:

• menor distância e menor número de deflexões para interligação das subestações;

• melhores condições de saída e chegada nas subestações;

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• aproveitamento de acessos locais e paralelismo com estradas e linhas de transmissão existentes, mantendo-se sempre que possível, distanciamento de macro restrições ambientais, como áreas de preservação permanente, fragmentos vegetais significativos, aglomerações urbanas e outros obstáculos relevantes.

Estabeleceu-se uma faixa de 10 km de largura, chamada de corredor preferencial, ao longo do empreedimento, 5 km em cada lado do eixo nos 5 trechos que compõem a Linha de Transmissão.

Após identificadas as principais interferências e aspectos ambientais, analisou-se 3 alternativas de traçado, e a locação da diretriz de melhor traçado para a futura construção, sob os pontos de vista da engenharia, sócio economia e meio ambiente, considerando-se, entre outros aspectos:

• evitar obstáculos morfológicos bem como áreas pantanosas ou sujeitas a alagamentos e inundações;

• evitar terrenos inadequados aos possíveis tipos de torres previstas;

• identificar pontos de passagem obrigatórios ou recomendados, tais como travessias de rios, lagos e reservatórios;

• selecionar a melhor solução para aproximações e travessias de rodovias, ferrovias, rios, etc.;

• procurar ângulos de travessias sobre estradas de ferro e de rodagem dentro dos valores requeridos pelas respectivas autoridades reguladoras;

• viabilizar corredor com disponibilidade de acessos e suporte logístico para as atividades de construção;

• otimizar a distância total e entre as torres, para minimizar impactos com acessos e desmatamento na área basal;

• evitar fragmentação de corredores ecológicos e áreas de relevante interesse ecológico;

Sob o ponto de vista estritamente ambiental a análise procurou identificar as seguintes interferências notáveis:

• Áreas indígenas, regulamentadas ou não;

• Áreas de Preservação Ambiental – APA;

• Áreas de Preservação Permanente – APP;

• Áreas de vegetação nativa;

• Áreas de recursos minerais;

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• Áreas antropizadas;

• Áreas de aglomerações urbanas;

• Áreas com potencial turístico;

• Áreas de patrimônios históricos e culturais;

• Sítios arqueológicos;

• Áreas com restrição legal (da união, militares, etc);

• Áreas previstas para expansão urbana.

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Considerando-se os cinco trechos as alterantivas locacionais foram estudadas com base nos aspectos descritos abaixo.

Trecho Itumbiara – Nova Ponte

O corredor apresenta extensão média de 181 km estendendo-se por áreas de 5 municípios da região Central do Triângulo Mineiro (Araporã, Tupaciguara, Uberlândia, Uberaba e Nova Ponte). Inicia-se na SE Itumbiara e termina na SE Nova Ponte.

O levantamento de campo identificou as seguintes particularidades e condicionantes:

• localização das usinas hidrelétricas de Itumbiara e Nova Ponte e das respectivas subestações de 500 kV, saída e chegada das novas linhas;

• situação geográfica das barragens de Nova Ponte e Itumbiara em relação aos traçados pretendidos, para reduzir as travessias;

• localização das cidades de Araporã, Tupaciguara, Uberlândia e Nova Ponte;

• A saída na SE 500 kV Itumbiara deve ser efetuada em um pórtico a ser construído na ampliação, considerando que o mesmo será construído atrás das linhas de transmissão existentes, não haverá problemas de cruzamentos na chegada desta linha. Contudo para preservar o corredor entre o novo pórtico e a barragem da usina, será necessária a utilização de duas torres de circuito duplo, de modo a permitir futuro lançamento de outro circuito.

• A chegada na SE 500 kV Nova Ponte se dará a partir da construção de um pórtico. Como já existe a LT 500 kV Nova Ponte - Jaguará e outra linha de 138 kV em frente a esta saída, haverá necessidade de cruzamento destas linhas e do canal do Rio Araguari logo após a torre terminal. A topografia elevada na margem direita favorece esta travessia.

Alternativa 1

Diretriz de traçado localizada mais próximo ao limite sul do corredor estudado. Apresenta vários aspectos desfavoráveis, dentre os quais destacam-se:

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Quadro 8 - Aspectos desfavoráveis à alternativa estudada

Município Feição Latitude Longitude Distância aproximada

Tupaciguara Cultivo com presença de

pivôs

18°41’ 48°33’ 18 km do ponto inicial

Tupaciguara Reflorestamento 18°45’ 48°31 23 km

Uberlândia Reflorestamento 18°39 48°19 22 km

Uberlândia Presença de Perímetro urbano

18°52’ 48°12 13 km

Alternativa 2

Diretriz de traçado localizada mais próximo ao Norte do corredor estudado. Abaixo as principais características e interferências deste traçado no trecho considerado:

Quadro 9 -

Quadro 9 - Aspectos desfavoráveis à alternativa estudada

Município Feição Latitude Longitude Distância aproximada

Tupaciguara Cultivos com a utilização de

Pivôs

18°33’ 48°44’ 44 km do ponto inicial

Tupaciguara Reflorestamento 530 metros do centro urbano

18°35’ 48°41’ 5 km

Uberlândia PE Pau Furado 18°46’ 48°15’ 51 km

Uberlândia Cruzamento com o Rio Araguari

18°02’ 47°57’ 52 km

Alternativa 3

Situada entre as duas anteriores, esta diretriz se beneficia da flexibilidade oferecida pela amplidão do corredor, evitando ou minimizando, ao longo de toda a extensão do percurso, interferências ou interações desnecessárias, ou desfavoráveis, verificadas nas alternativas 1 e 2.

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Trecho Emborcação - Nova Ponte O corredor estudado para este trecho da Linha de Transmissão, com extensão aproximada de 87 km, atravessa os municípios de Araguari, Indianópolis, e Nova Ponte.

Inicia-se na SE da Usina Hidrelétrica Emborcação em Araguari, seguindo em direção sudeste, até a SE da Usina Hidrelétrica de Nova Ponte, ambas da CEMIG. Este corredor da linha de transmissão, privilegia o paralelismo com a LT1 Emborcação - Nova Ponte, 500 kV já em operação.

Aspectos importantes na definição do corredor:

• Menor distância entre a subestação de saída (SE Emborcação) e a subestação de chegada (SE nova Ponte), e aproveitamento dos acessos construídos na implantação da LT Emborcação - Nova Ponte, 500 kV, existente;

• Proximidade de centros urbanos que servirão de apoio na porção central da LT;

• Menor impacto ambiental e visual.

O corredor entre as subestações Emborcação e Nova Ponte, apresenta características fitofisionômicas de Cerrado e Mata de Galeria, com áreas fortemente antropizadas e diversas, quanto aos aspectos ambientais dos meios físicos, bióticos e sócio-econômicos. Observa-se grande variedade nos relevos, com alterações imediatas, de planos, para muito acidentados (declividades superiores a 45°), consideradas áreas de preservação permanente. Ocorrem resquícios da vegetação natural em poucas manchas de cerrado, algumas em locais de difícil acesso. O corredor atravessa uma área de forte desenvolvimento e ascensão econômica com muitas propriedades agrícolas usando avançadas tecnologias de agronegócios.

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Maio 2007 51

Alternativa 1

Apresenta vários aspectos desfavoráveis, dentre os quais destacam-se as seguintes interferências:

Quadro 10 - Aspectos desfavoráveis à alternativa estudada

Município Feição Latitude Longitude Distância aproximada

Araguari Pivô 19°44’ 48°52’ 32 km do ponto inicial

Nova Ponte Mata de Galeria extensa 19°04’ 47°46’ 47 km

Nova Ponte RPPN Reserva do Jacob 19°05’ 47°45’ 3 km

Alternativa 2

Também apresenta vários aspectos desfavoráveis, dentre os quais destacam-se:

Quadro 11 -

Quadro 11 - Aspectos desfavoráveis à alternativa estudada

Município Feição Latitude Longitude Distância aproximada

Araguari Represa de Emborcação

18°31’ 47°59’ 6 km do ponto inicial

Araguari Novo Município – Cascalho Rico

Cultivo

18°35’ 47°58’ 9 km

Araguari aproximadamente, 11 km de

reflorestamento

18°43’ 47°56’ 14 km

Alternativa 3

Situada entre as duas anteriores, esta diretriz beneficia-se da amplidão do corredor o que permite evitar ao máximo, ou minimizar, ao longo de toda a extensão do trecho, cruzamentos ou interferências desnecessárias verificadas nas alternativas 1 e 2

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Maio 2007 52

Trecho Nova Ponte – Estreito

O corredor estudado para implantação da Linha de Transmissão Nova Ponte-Estreito, com extensão aproximada de 140 km, atravessa os municípios de Nova Ponte, Sacramento e Ibiraci.

Inicia-se na SE Nova Ponte e segue por Nova Ponte, Sacramento e Ibiá, até a SE Estreito a ser construída.

A escolha do corredor foi condicionada pelos seguintes critérios técnicos e ambientais identificados nos levantamentos de campo:

• Evitar interferências com a população, principalmente que resultariam em deslocamentos, e suas atividades produtivas;

• Buscar a integração com outros sistemas existentes, especialmente a malha rodoviária (mantendo-se distâncias adequadas) e outras redes de transmissão de energia;

• Evitar locais de formações florestais e savanas densas, cursos d’água, lagos, reservatórios, nascentes e reflorestamentos;

• Afastamento para minimizar interferências em áreas de preservação permanente, reservas legais e outras áreas protegidas;

• Priorizar facilidades de acesso e boa drenagem;

• Evitar o isolamento de áreas;

• Evitar áreas com afloramentos do lençol freático.

Também foram verificadas as seguintes restrições e condicionantes:

• localização da nova subestação de Estreito, seccionando as LTs Luis Carlos Barreto-Mascarenhas em 345 kV, e Luis Carlos Barreto-Furnas em 345 kV;

• saídas das novas LT de 500 kV da subestação de Nova Ponte da Interligação Norte-Sul III;

• localização da barragem de Nova Ponte e da nova SE de Estreito em relação ao traçado pretendido, para reduzir o número de travessias;

• evitar de aglomerados urbanos, ou com possibilidade de urbanização, nas cidades de Sacramento e Estreito;

• existência de vegetação de preservação permanente, reflorestamentos, nascentes de pequenos cursos d’água e aspectos de uso e ocupação do solo;

• saída na SE 500 kV Nova Ponte em um pórtico a ser construído na ampliação da SE.

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Maio 2007 53

Alternativa 1

Situada ao sul do corredor estudado, apresenta vários aspectos desfavoráveis, destacando-se as interferências de cruzamento com a cidade de Sacramento e o reservatório da UHE Estreito. Abaixo estão apresentadas as principais características e interferências deste trecho no traçado considerado.

Quadro 12 - Aspectos desfavoráveis à alternativa estudada

Município Feição Latitude Longitude Distância aproximada

Nova Ponte Reflorestamento e aeródromo

19°16’ 47°41’ 16 km do inicio do trecho

Sacramento Aeródromo 19°53’ 47°24’ 74 km

Sacramento Relevo altamente acidentado –

Serra da Canastra

19°57’ 47°20’ 10 km

Sacramento Represa do Estreito

20°08’ 47°13’ 25 km

Alternativa 2

Situada ao norte do corredor estudado, assim como a alternativa 1, também apresenta vários aspectos desfavoráveis, dentre os quais destacam-se:

Quadro 13 - Aspectos desfavoráveis à alternativa estudada

Município Feição Latitude Longitude Distância aproximada

Sacramento Esta alternativa atravessa o Rio Araguaia por 2 (duas) vezes.

19°45’ 47°22’ 80 km

Sacramento Reflorestamento com 19 km de

extensão

19°55’ 47°15’ 21 km

Alternativa 3

Situada entre as duas anteriores, esta diretriz se beneficia da flexibilidade oferecida pela amplidão do corredor, evitando ou minimizando ao longo de todo o percurso, cruzamentos ou interações desnecessárias com as interferências verificadas nas alternativas 1 e 2.

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Maio 2007 54

Trecho Nova Ponte – São Gotardo 2

O corredor estudado para implantação da Linha de Transmissão, com extensão aproximada de 193 km, está localizado na mesoregião do Alto Paranaíba. Inicia-se na Subestação da UHE de Nova Ponte seguindo em direção sudeste, até a Subestação de São Gotardo. No percurso atravessa os municípios de Santa Juliana, Pedrinópolis, Ibiá, Serra do Salitre, Perdizes e Rio Paranaíba e privilegia o paralelismo com a LT Emborcação – São Gotardo 2, 500 kV, em operação.

A área do corredor apresenta características fitofisionômicas de cerrado com algumas manchas de matas ciliares e de galeria, todavia, muito alteradas pelo desenvolvimento agrícola encontrando-se poucos locais com paisagem característica desta cobertura vegetal. Também apresenta características diversas quanto aos aspectos ambientais relativos aos meios físicos, bióticos e sócio-econômicos.

Observa-se grande variedade de relevos, com alterações imediatas de planos para muito acidentados (declividades superiores a 45° em Serra do Salitre), consideradas áreas de preservação permanente. A vegetação natural está totalmente antropizada. Enquanto a literatura sugere cerrado típico com algumas manchas de campo cerrado, as análises das imagens de satélite e inspeções de campo constataram áreas de reflorestamentos de Eucalipto e Pinus, pastagens cultivadas e naturais e agricultura extensiva, com predominância da cafeicultura. Ocorrem resquícios da vegetação natural em poucas manchas de cerrado, algumas em locais de difícil acesso.

O corredor percorre uma área de grande desenvolvimento sócio econômico com os municípios em estágio de ascensão econômica e muitas propriedades agrícolas usam avançadas tecnologias como as plantações dos grupos Sekita e Café Gourmet.

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Alternativa 1

Localizada mais próximo ao limite Sul do corredor estudado, apresenta vários aspectos desfavoráveis, dentre os quais destacam-se:

Quadro 13 - Aspectos desfavoráveis à alternativa estudada

Município Feição Latitude Longitude Distância aproximada

Nova Ponte Aeródromo 19º 12’ 47º 43’ 7,2 km do ponto inicial

Santa Juliana Próximo ao Centro urbano

19°19’ 47°31 18 km

Perdizes Centro urbano 19°20’ 47°17’ 25km

Ibiá Pivôs 19°22 46°50’ 47 km

Rio Paranaíba 11 km de pivôs, aproximadamente

19°24’ 46°15’ 90 km

Alternativa 2

Localizada próximo ao Limite norte do corredor estudado, apresenta vários aspectos desfavoráveis, dentre os quais destacam-se as interferências:

Quadro 14 - Aspectos desfavoráveis à alternativa estudada

Município Feição Latitude Longitude Distância aproximada

Nova Ponte Paralelismo muito próximo ao Rio

Araguari

19°12’ 47°39 Aproximadamente 8km da subestação

Perdizes Grande extensão de Mata de Galeria

19°14’ 47°22’ 33 km

Patrocínio Rio Quebra Anzol do 19°15’ 46°58’ 40 km

Rio Paranaíba Grande incidência de pivôs, 11 km,

aproximadamente

19°18’ 46°15 77 km

São Gotardo APE Confusão 19°16’ 46°05’ 12Km

Alternativa 3

Situada entre as duas anteriores, esta diretriz beneficia-se da amplidão do corredor o que permite evitar ao máximo, ou minimizar, ao longo de todo o percurso, cruzamentos ou interações desnecessárias com as interferências verificadas nas alternativas 1 e 2.

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Trecho São Gotardo – Bom Despacho 3

Com extensão aproximada de 91 km, o corredor inicia-se no município de São Gotardo e atravessa a mesoregião Centro-Oeste de Minas pelos municípios de Serra da Saudade, Dores do Indaiá, até chegar a Bom Despacho. Inicia-se na SE de São Gotardo seguindo em direção sudeste, até atingir a SE de Bom Despacho 3 ambas de propriedade da CEMIG e privilegia o paralelismo com a LT 500 kV São Gotardo 2 - Bom Despacho 3 em operação.

A área apresenta características fitofisionômicas de cerrado com algumas manchas de matas ciliares e de galeria, entretanto, muito alteradas pela grande expansão agrícola da região e atualmente são poucos os locais com paisagem característica deste tipo de cobertura vegetal. Em alguns pontos ocorrem manchas de cerrado muito denso (cerrado sentido restrito - Eiten; G 1990), além de manchas do ecossistema Veredas.

A região do corredor estudado apresenta características diversas nos aspectos ambientais relativos aos meios físico, biótico e sócio-econômico. Observa-se grande diferença de relevos, variando dos planos para os muito acidentados (declividades superiores a 45°), consideradas áreas de preservação permanente, como as do município de Serra da Saudade.

A vegetação natural está totalmente antropizada. Enquanto a bibliografia indica manchas de campo cerrado, ocorrem áreas de agriculturas, extensos reflorestamentos de eucaliptos da companhia Belgo Mineira e pastagens cultivadas e as naturais (campos resultantes de ações antrópicas), com grande predominância da cafeicultura. Ocorrem ainda resquícios de vegetação natural, representadas por algumas manchas de cerrado, algumas situadas em locais de difícil acesso.

Próximo a Bom Despacho verifica-se uma área plana coberta por cerradão típico. Enquanto próximo a região de Sacramento observa-se a presença de campos rupestres, importantes para a presevação da biodiversidade regional. O corredor percorre área de grande desenvolvimento sócio econômico onde os municípios atravessados apresentam estágio de ascensão econômica com muitas propriedades agrícolas usando avançadas tecnologias.

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Alternativa 1

Localizada mais próxima ao limite norte, apresenta vários aspectos desfavoráveis, dentre os quais destacam-se:

Quadro 15 - Aspectos desfavoráveis à alternativa estudada

Município Feição Latitude Longitude Distância aproximada

Dores do Indaiá Reflorestamento 19°31’ 45°41 51 km

Bom Despacho Reflorestamento 19°46’ 45°22’ 44 km

Alternativa 2

Diretriz de traçado localizada mais próximo ao limite sul, apresenta vários aspectos desfavoráveis, dentre as quais destaca- se a seguinte interferência:

Quadro 16 - Aspectos desfavoráveis à alternativa estudada

Município Feição Latitude Longitude Distância aproximada

São Gotardo Serra da Saudade

19°26’ 45°47’ Apreximadamente 22 km de São Gotardo

Bom Despacho Reflorestamento 19°43’ 45°24’ 86 km de São Gotardo

Alternativa 3

Situada entre as duas anteriores, esta diretriz beneficia-se da amplidão do corredor o que permite evitar ao máximo, ou minimizar, cruzamentos ou interações desnecessárias ou indesejáveis, com as interferências verificadas nas alternativas 1 e 2.

3.2.1. Conclusão

Pelo exposto conclui-se, com elevado grau de certeza, que a ALTERNATIVA 3 é a melhor sob todos os aspectos levantados.

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Maio 2007 58

CAPÍTULO 4. - SÍNTESE DOS RESULTADOS DOS ESTUDOS SOBRE O DIAGNÓSTICO AMBIENTAL

4.1. Definição das Áreas de Influência

Preliminarmente ao diagnóstico ambiental é importante destacar as áreas de influências que foram consideradas no estudo.

(a) Área de Influência Indireta (AII) dos Meios Físico e Biótico

Levou em consideração as características intrínsecas do produto transportado, ou seja, energia elétrica, o qual não possui risco potencial de contaminação ao meio ambiente. Por isso, associando-o às características construtivas do empreendimento, foi estabelecida uma faixa de 10 km (5 km para cada lado do eixo do traçado da Linha de Transmissão) como Área de Influência Indireta dos meios físico e biótico. Esta área foi mantida após considerar-se a interferência que o meio ambiente poderia exercer sobre o empreendimento, durante a implantação e operação, com especial atenção nas áreas suscetíveis à erosão.

Analisando as variáveis ambientais com todas as medidas de precaução preconizadas pelo empreendedor, para proteção da LT, chegou-se à conclusão de que nenhum fenômeno natural, em condições normais, poderia provocar danos significativos ao empreendimento e vice-versa, dispensando-se, assim, uma abrangência mais ampla.

(b) Área de Influência Indireta (AII) do Meio Sócio-econômico

A Expansão da Interligação Norte Sul III atravessará 19 (dezenove) municípios do Estado de Minas Gerais, os quais estão listados no Quadro 17.

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Quadro 17 - Municípios Afetados Pelo Empreendimento

ITEM MUNICÍPIO EXTENSÃO DA TRAVESSIA METROS LINHA DE TRANSMISSÃO ESTADO

1 Araporã 14.117 LT Nova Ponte-Itumbiara Minas Gerais

2 Tupaciguara 61.687 LT Nova Ponte-Itumbiara Minas Gerais

3 Ubelândia 81.065 LT Nova Ponte-Itumbiara Minas Gerais

4 Uberaba 8.748 LT Nova Ponte-Itumbiara Minas Gerais

5 Araguari 45.547 LT Nova Ponte-Emborcação

Minas Gerais

6 Indianópolis 28.431 LT Nova Ponte-Emborcação

Minas Gerais

7 Nova Ponte 70.088 LT Nova Ponte-Estreito Minas Gerais

8 Sacramento 97.752 LT Nova Ponte-Estreito Minas Gerais

9 Ibiraci 3.210 LT Nova Ponte-Estreito Minas Gerais

10 Pedrinópolis 10.160 LT Nova Ponte-São Gotardo

Minas Gerais

11 Santa Juliana 14.299 LT Nova Ponte-São Gotardo

Minas Gerais

12 Perdizes 60.024 LT Nova Ponte-São Gotardo

Minas Gerais

13 Serra do Salitre 2.499 LT Nova Ponte-São Gotardo

Minas Gerais

14 Ibiá 42.294 LT Nova Ponte-São Gotardo

Minas Gerais

15 Rio Paranaíba 29.072 LT Nova Ponte-São Gotardo

Minas Gerais

16 São Gotardo 29.618 LT Nova Ponte-São Gotardo e LT São

Gotardo-Bom Despacho

Minas Gerais

17 Serra da Saudade 2.499 LT São Gotardo-Bom Despacho

Minas Gerais

18 Dores do Indaiá 33.825 LT São Gotardo-Bom Despacho

Minas Gerais

19 Bom Despacho 22.741 LT São Gotardo-Bom Despacho

Minas Gerais

* Salienta-se que este item refere-se a dados aproximados

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O município de Nova Ponte estabelece o encontro da Linha de Transmissão.

A Área de Influência Indireta, portanto, considera a extensão territorial total dos municípios atravessados pela LT, incluindo, a rede viária, e ações que podem via a impactar os municípios.

(c) Área Diretamente Afetada – ADA

Considerando a linearidade do empreendimento, o critério para delimitação dessa área foi estabelecido, basicamente, em função dos espaços onde serão realizadas as intervenções construtivas que podem provocar impactos diretos nos meios físico, biótico e socioeconômico. Assim, a ADA compreende a faixa de servidão de 60 metros, perfazendo, aproximadamente, 4.152 ha, considerando-se uma extensão aproximada da LT de 692km. Também fazem parte as áreas de montagem das torres e sua manutenção. A Área Diretamente Afetada – ADA é também conhecida como faixa de servidão e leva em consideração, além dos aspectos ambientais, os aspectos mecânicos (balanço dos cabos) e elétricos (campos elétrico e magnético).

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Inserir Mapas mostrando as áreas de influência –

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4.2. Síntese do Diagnóstico do Meio Físico

A região da Área de Influência Indireta do empreendimento, apresenta um clima úmido tropical, com estações bem definidas: a seca no inverno e a chuvosa no verão. Está sujeita a frentes frias originadas do sudoeste da América do Sul. Os meses de novembro, dezembro e janeiro concentram 50% do total da precipitação média anual, de cerca de 1500mm. Já o inverno é bastante seco e as chuvas muito raras, ocorrendo em média 4 a 5 dias de chuvas por mês, podendo haver um mês inteiro sem chuvas. O período de temperaturas mais elevadas ocorre na transição primavera/verão, com outubro sendo o mês mais quente, com valores médios em torno de 24oC. No inverno, as temperaturas mais baixas são provocadas pelas frentes frias polares que, todavia, não permanecem na região por mais 3 dias.

No período das chuvas, há um excedente de água no balanço hídrico regional e os solos ficam saturados, aumentando o escoamento superficial e subsuperficial, durante vários meses, podendo ocorrer inundações na região estudada.

Do ponto de vista geológico, as regiões do Triângulo Mineiro e do Alto Paraníba, onde insere-se o empreendimento, podem ser divididas, em duas grandes unidades: a leste, no domínio da Bacia São Franciscana, ocorrem rochas sedimentares e vulcânicas, que se assentam sobre rochas do Grupo Bambuí, e a oeste, rochas magmáticas e sedimentares da Bacia do Paraná. A Bacia do Paraná, abrange uma área de aproximadamente 1.400.000 km², compreendendo a parte meridional do Brasil (1,1 milhões km²), a metade oriental do Paraguai (100 mil km²) e Uruguai (100 mil km²). No Brasil, a Bacia está localizada na porção meridional e engloba parte dos estados de São Paulo, Minas Gerais, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

A região do Triângulo Mineiro faz parte do Domínio dos Chapadões Tropicais do Brasil Central (AB’SABER, 1971 - Baccaro (1990) e apresenta áreas de relevo intensamente dissecado; áreas de relevo medianamente dissecado; áreas de relevo com topo plano (chapadas); e áreas de relevo residual. Dessas quatro unidades, as três primeiras estão presentes nos limites do município de Uberlândia.

O corredor de estudo da futura Linha de Transmissão da Expansão da Interligação norte Sul III, 500 kV, está inserido, nas Bacia Hidrográficas do Rio Paraná (Sub-Bacia do Rio Paranaíba) e Bacia do São Francisco.

Na região do Triângulo Mineiro, o relevo apresenta caimento Leste-Oeste de 1.100 m para 500 m e parte do sudoeste do Estado, à margem esquerda do Rio Grande, englobando os trechos da LT Itumbiara/Nova Ponte, Emborcação/Nova Ponte, Nova Ponte/Estreito e parte do trecho Nova Ponte/São Gotardo.

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Entre Nova Ponte e a região central do corredor, as altitutes médias oscilam entre 900-970m, elevando-se na porção central, onde oscilam entre 970-1050. A partir daí até o final do corredor do rio Grande, as altitudes variam entre 1000m e 500m na base do vale, sendo que na transição entre os terrenos mais elevados e os mais baixos ocorrem relevos desde suave ondulado até montanhoso, dando origem a vales e tabuleiros.

Em relação à exploração mineral, por meio de um levantamento junto ao Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM e observações de campo, na extensão de toda a Linha de Transmissão foi constatada a presença e interferência de jazimentos minerais ao longo de parte do corredor em estudo. Nas áreas de interesse extrativo-mineral foram identificadas áreas requeridas no DNPM para licenciamento, pesquisa e exploração mineral.

Para as áreas requeridas que se encontram na Área Diretamente Afetada da LT, sugerem-se restrições ou impedimentos a exploração mineral devido a implantação e operação da linha de transmissão. Portanto, na implantação do empreendimento serão propostos acordos para compensar os investimentos eventualmente realizados, conforme previsto nas medidas mitigadoras desse impacto.

No âmbito da classificação de solos, partindo-se da subestação da UHE Emborcação é evidente que a ocorrência dos tipos de solos nesta região está diretamente relacionada ao relevo mais acidentado, como os Litossolos e Cambissolos.

Quando o relevo se apresenta com declividade menos acidentada os solos começam a se apresentar como Argissolo Vermelho-Amarelo; ainda nas imediações da SE Emborcação e ao se afastar desta, à medida que o relevo torna-se ainda mais suave, os solos passam a se apresentar como Latossolos, de cores e atributos variáveis, em função da concentração de ferro e fertilidade do material de origem e condição de drenagem. Ocorrem também pequenas manchas de Nitossolo no corredor de estudo, principalmente quando este se aproxima de Nova Ponte.

Nos trechos compreendidos entre Nova Ponte-São Gotardo e São Gotardo-Bom Despacho há grande predomínio dos Cambissolos e Latossolos.

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Foto 1 - Latossolo Vermelho Não-Férrico (Perdizes)

Foto 2 - Cambissolo típico (trecho Nova Ponte-São Gotardo)

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INSERIR MAPA DE RECURSOS MINERAIS A3

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INSERIR MAPA DE SOLOS A3

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INSERIR MAPA DE GEOLOGIA A3

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Do ponto de vista da susceptibilidade a erosão, na área de influência do empreendimento, sobretudo na porção compreendida entre Nova Ponte e Bom Despacho há uma maior incidência de relevo ondulado a forte ondulado.

Tal aspecto é considerável, pois o relevo sobre o qual a precipitação incide representa um aspecto de fundamental importância na quantificação do processo erosivo, sendo a declividade e o comprimento de encosta os principais fatores relacionados à erosão. A declividade influencia principalmente a energia de escoamento, sendo que quanto maior a declividade do terreno, sob as mesmas condições de solo e precipitação, menor será o volume de água que efetivamente infiltrará no solo e, conseqüentemente maior o volume e a energia associada ao escoamento.

Foto 3 Relevo encontrado no trecho São Gotardo- Bom Despacho

Contudo, apesar desses aspectos, todas as medidas mitigadoras possíveis serão adotadas durante as obras, de tal forma que sejam evitados escorregamentos de solo e/ou rochas, assim como quaisquer outros impactos associados.

Quanto aos recursos hídricos, devido sua situação geográfica, Minas Gerais é um grande divisor de águas das principais bacias hidrográficas brasileiras. Na região sul e sudoeste do Estado, onde ocorrem altos índices pluviométricos, localizam-se as cabeceiras dos principais formadores dos rios Doce, Grande, Paranaíba, Paraíba do Sul e São Francisco, todos de grande importância para economia mineira e do país. Minas Gerais tem 14 bacias hidrográficas, sendo as principais as dos rios São Francisco, Grande, Doce, Paranaíba, Jequitinhonha e Paraíba do Sul. Outras bacias menores, porém importantes, são as dos rios Mucuri, Pardo, São Mateus, Itanhaém, Jucuru, Buranhém, Camanducaia e Itabapoana.

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A área de influência do corredor da futura LT atravessa o rio Araguari, porém, destacam-se os reservatórios das UHEs Itumbiara, Emborcação, Nova Ponte, Peixoto, Porto Colômbia e Três Marias. A Represa de Emborcação é formada pelo Rio Paranaíba e a Represa de Nova Ponte pelo Rio Araguari (ou das Velhas), onde começa um de seus principais afluentes, o Rio Quebra-Anzol.

O Rio Araguari, o mais importante tributário do rio Paranaíba em território mineiro, nasce na Serra da Canastra, no município de São Roque de Minas, a uma altitude aproximada de 1.320 m. Ao desaguar no Rio Paranaíba, drena uma área de 21.520 km2. Seus principais afluentes são os rios Quebra-Anzol, Claro, Uberabinha e Ribeirão do Inferno.

O rio Paranaíba, com cerca de 1.100 km de extensão, é o principal da bacia do Paraná na região do emprendimento, e seus principais afluentes pela margem direita são os rios: São Marcos, Corumbá, Piracanjuba, Meia Ponte, Verde, Corrente e Aporé; e pela margem esquerda: os rios Dourados, Perdizes, Bagagem, Araguari, Piedade, Tejuco e Prata.

Na área de influência do empreendimento começa a bacia do Rio São Francisco, alguns quilômetros antes do Rio Abaeté, na região da cidade de São Gotardo, e os rios que possivelmente serão atravessados pela futura LT nesta bacia hidrográfica são o Indaiá e o São Francisco.

A bacia do Rio São Francisco drena uma área de cerca de 634.000 km2, dos quais aproximadamente 36,8% localizam-se nos limites do Estado de Minas Gerais. O trecho mineiro do Rio São Francisco tem extensão aproximada de 1.135 km e declividade média de 0,20 m/km e seus afluentes mais importantes são, pela margem direita, os rios Pará, Paraopeba, das Velhas, Jequitaí, Pacuí, Gameleira, Guaritas e Verde Grande; e pela margem esquerda, os rios Marmelada, Indaiá, Borrachudo, Abaeté, Paracatu, Urucuia, Pardo, Pandeiros, Japoré e Cariranha.

Dentre os rios, córregos e ribeirões que serão atravessados pela Expansão da Interligação Norte-Sul III destacam-se:

Trecho I – Itumbiara-Nova Ponte

Córregos: Lajeado, Buracão, Bebedouro, Pombal, Caridade, São José, Buracão, Boa Vista, Terra Branca.

Ribeirão: Bom Jardim.

Rios: Uberabinha, Araguari, Claro, das Pedras.

Trecho II – Nova Ponte-Emborcação

Córregos: Lajeado, Boa Vista.

Ribeirão: Mandaguari.

Rios: Paranaíba, Araguari.

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Trecho III – Nova Ponte-Estreito

Córregos: do Jacá, Rifânia, Saudade.

Ribeirão: Borá.

Rios: Claro e Grande.

Trechos IV e V – Emborcação-São Gotardo; São Gotadro-Bom Despacho

Córregos: Taquari, dos Patos, do Cerrado.

Ribeirões: do Fundão e dos Porcos

Rios: Indaiá, São João e São Francisco.

Vale destacar que, apesar dos cruzamentos que ocorrerão em alguns corpos hídricos há que se destacar que serão adotadas todas as medidas no sentido de se evitar qualquer interferência direta nos mesmos, sobretudo na fase de implantação do empreendimento.

Foto 4 - Vista parcial do rio Uberabinha, Uberlândia/MG

No que se refere aos aspectos climáticos, o corredor da futura Linha de Transmissão Expansão da Interligação Norte Sul III, 500 kV, não apresenta variações significativas, tanto em precipitações pluviométricas, como em temperatura. Observa-se que as chuvas iniciam-se na primavera, evoluindo progressivamente para o norte e nordeste do País durante o verão e o outono. Essa evolução é seguida pela diminuição da precipitação a partir de março sobre o Brasil Central.

A predominâcia ao longo de todo o empreendimento é de climas quentes, úmidos a semi-áridos, com 1 a 5 meses secos, característicos dos climas úmidos tropicais, com duas estações bem definidas: seca no inverno e úmida no verão. As temperaturas médias apresentam diferenças pouco acentuadas, exceto, entre as mínimas (inverno) e máximas (primavera).

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As características do clima na região de influência do empreendimento são:

• Precipitação média anual entre 1200 e 1800 mm;

• Período chuvoso de novembro a março, com o trimestre mais úmido nos meses de janeiro, fevereiro e março;

• Período seco nos meses de junho, julho e agosto, com os meses de maio e setembro servindo de transição entre as estações seca e úmida;

• O regime de chuvas deve-se quase que exclusivamente aos sistemas de circulação atmosférica;

• No verão ocorrem mais de 75 % do total anual médio de chuvas, e apenas 1,5% no inverno;

• A distribuição espacial das chuvas nas bacias estudadas decresce no sentido norte-sul, acompanhando a orientação dos cursos d’água, das cabeceiras à foz;

• A continentalidade, o relevo e a latitude são responsáveis pela variação da temperatura;

• A época mais quente coincide com o período primavera-verão, com os meses de setembro e outubro atingindo médias de 23,7 a 23,9 ºC, respectivamente;

• A temperatura média anual é de 22ºC, aproximadamente, com distribuição uniforme e poucas variações;

• As temperaturas mínimas, geralmente nos meses de junho e julho têm valores médios de 19ºC, no entanto, com mínimas diárias inferiores a 10ºC;

• Os corredores onde será instalada a futura LT apresenta temperatura média anual que não ultrapassa os 22 ºC;

• Nos períodos mais secos a umidade relativa média do ar é mais baixa. Em julho/2006 foi de 30%, enquanto no período chuvoso foi superior a 60%;

• Durante o verão os ventos predominantes sopram do quadrante nordeste, e no inverno dos quadrantes sudeste e nordeste. A velocidade média do vento varia significativamente no decorrer do ano, atingindo valores mensais entre 0,5 e 4 m/s;

• Estudos recentes a partir de dados de estações meteorológicas da região indicaram que o número de desligamentos elétricos causados por descargas atmosféricas foi estimado em 1 para cada 100 km por ano (1/100 km/ano) e a média total de dias onde ocorrem tempestades eletromagnéticas (nível ceraúnico) é de 80dias/ano.

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Figura 2 – Níveis de Precipitação no Estado de Minas Gerais

Figura 3 - Temperaturas no Estado de Minas Gerais

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INSERIR MAPA ALTIMETRIA

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INSERIR MAPA RECURSOS HIDRÍCOS

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4.2. Síntese do Diagnóstico do Meio Biótico

A LT será implantada em área de clima tropical do Bioma Cerrado, cuja conversão da vegetação nativa em pastagem exótica e para agricultura extensiva são freqüentes, e já aconteceu em quase toda extensão da região do empreendimento. Essa conversão em larga escala gera perda de serviços ambientais, mudanças no funcionamento do ecossistema, aumento da temperatura e redução da pluviosidade regional (Hoffmann & Jackson, 2000; Hoffmann et al., 2002).

Quanto à vegetação, na área de influência do empreendimento, foram identificadas as fitofisionomias de: Mata Seca ou Mata Mesofítica, Cerradão, Cerrado sensu stricto (Cerrado ss) e Cerrado Rupestre (subtipos Cerrado denso, Campo sujo, Campo limpo, Veredes, Mata de galeria e Mata ciliar - (Eiten 1990). Foram encontradas 59 espécies vegetais durante os estudos.

Grande parte da área diretamente afetada (faixa de servidão), ao longo de todos os cinco trechos do empreendimento, foram convertidas para agricultura extensiva onde são cultivados o café, a soja, o sorgo, o milho, a cana-de-açúcar, além de pastagem exótica de áreas de reflorestamento de Pinus e Eucalipto. A vegetação nativa se encontra, portanto, muito fragmentada ao longo do traçado da futura LT.

Eis as espécies encontradas nas regiões de influência (indireta e direta) do empreendimento:

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Quadro 18 - Lista de espécies encontrados nos remanescentes de Cerrado

Família Espécie Nome comum

Verbenaceae 1. Aegiphila khotschiana Fruta-de-papagaio

Fabaceae 2. Albizia inundata Timbó branco

Fabaceae 3. Albizia sp Timbó

Rubiaceae 4. Alibertia sessilis Marmelada

Fabaceae 5. Anadenanthera peregrina Angico

Fabaceae 6. Andira cuyabensis Mata-barata

Annonaceae 7. Annona crassiflora Araticum do campo

Apocynaceae 8. Aspidosperma cuspa Pereiro-tatu

Apocynaceae 9. Aspidosperma sp Peroba

Malpighiaceae 10. Byrsonima verbacifolia Murici

Vochysiaceae 11. Callisthene fasciculata Capitão

Vochysiaceae 12. Callisthene major Jacaré

Vochysiaceae 13. Callisthene minor Pau-terra

Caryocaraceae 14. Caryocar microcarpum Pequi

Cecropiaceae 15. Cecropia sp Embaúba

Connaraceae 16. Connarus suberosus Pau-ferro

Asteraceae 17. Dasyphyllum brasiliense Espinho-de-agulha

Dilleniaceae 18. Davilla elliptica Sambaibinha-do-campo

Fabaceae 19. Enterlobium schomburgkii Tamboril

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Fabaceae 20. Enterolobium gummiferum Vinhático

Fabaceae 21. Enterolobium sp Tambaíba

Fabaceae 22. Erythrina fusca Bico-de-papagaio

Myrtaceae 23. Eugenia dysenterica Cagaita

Myrtaceae 24. Eugenia luschnathiana Pitomba

Moraceae 25. Ficus calyptroceras Gameleira

Apocynaceae 26. Geissospermum laevis Pereira

Nyctaginaceae 27. Guapira graciliflora Jacarandá-do-cerrado

Annonaceae 28. Guatteria nigrescens Pindaíba

Sterculiaceae 29. Guazuma crinita Mutamba

Apocynaceae 30. Hancornia speciosa Mangabeira

Fabaceae 31. Hymenaea courbaril Jatobá

Fabaceae 32. Inga sp Ingá

Lythraceae 33. Lafoensia pacari Pacari

Anacardiaceae 34. Lithraea brasiliensis Aroeira

Fabaceae 35. Lonchocarpus campestris Pau-d'óleo

Sapindaceae 36. Magonia pubescens Tingui

Fabaceae 37. Machaerium sp Espinheiro

Fabaceae 38. Mimosa lacticifera Vinhático

Myrtaceae 39. Myrcia tomentosa Goiaba

Lamiaceae 40. Ocimum basilicum Folha-larga

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Fabaceae 41. Pithecellobium lusorium Sobro

Fabaceae 42. Platypodium elegans Canzileiro

Rubiaceae 43. Posoqueria acutifolia Fruta-de-macaco

Bombacaceae 44. Pseudobombax sp Imburuçu

Myrtaceae 45. Psidium poolyana Araça

Fabaceae 46. Pterodon polygalaeflorus Sucupira

Euphorbiaceae 47. Ricinus comunis Mamona

Fabaceae 48. Samanea tubulosa Farinha-seca

Fabaceae 49. Sclerolobium aureum Gonçalo

Fabaceae 50. Sclerolobium paniculatum Veludo

Fabaceae 51. Sclerolobium sp Carvoeiro

Simaroubaceae 52. Simarouba versicolor Caraíba

Solanaceae 53. Solanum lycocarpum Lobeira

Fabaceae 54. Stryphnodendron sp Barbatimão

Fabaceae 55. Vatairea macrocarpa Angelim

Asteraceae 56. Vernonia scorpioides Assa-peixe

Rutaceae 57. Zanthoxylum hasslerianum Maminha-de-porca

Em relação ao potencial comercial madeireiro, pode-se afirmar que é inexpressivo, principalmente, levando-se em conta que atualmente na região, quase não existem madeiras adequadas para uso nobre, ou seja, para serraria, limitando-se o uso para geração de energia e fabricação de carvão redutor. Os resultados dos quantitativos dos estudos de inventário florestal estão estimados no Quadro 20.

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Foto 5 - Vegetação nativa fragmentada devido ao uso da terra com finalidade agropecuárea no município de (1) São Gotardo, (2) Perdizes. Fotos: D. Alves-da-Silva.

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Quadro 19 - Inventário Florestal da LT da Expansão da Interligação Norte Sul III

Trecho Cerradão Campo sujo Cerrado ss Total

Área m³/ha Total Área m³/ha Total Área m³/ha Total

Emborcação - Nova Ponte 40 72,63 2.905,20 100 29,3 2.925,00 5.830,20

N. Ponte - Itumbiara 21 71,25 1496,25 85 41,00 3.485,00 4.981,25

N. Ponte - Estreito 19 52,00 988,00 67 108,00 7.236,00 8.224,00

N. Ponte - São Gotardo 66 31,00 2.046,00 87 42,8 3.720,12 5.766,12

S. Gotardo - Bom

Despacho 132 83,83 11.065,56 11.065,56

TOTAL p/ FITOFISIONOMIA 35.867,13

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Considerando-se às aves (avifauna), os especialistas fizeram observações, amostragens e registros de campo por oito dias, na segunda quinzena de abril de 2007, em 3 sítios representativos ao longo do empreendimento (três manhãs em São Gotardo, três manhãs em Perdizes e duas manhãs em Sacramento).

Em toda região dos municípios do empreendimento foram registradas 168 espécies distintas, distribuídas em 49 famílias e 10 subfamílias. No total, foram registradas, separadamente, 97 espécies em São Gotardo, 74 em Perdizes, e 76 em Sacramento.

Das espécies registradas, 48,8% são consideradas independentes de ambientes florestais e 51,2% apresentam alguma associação a ambientes florestais, sendo 23,2% exclusivas desse tipo de formação. Apenas duas espécies são migratórias no bioma Cerrado: a andorinha-serrador (Stelgidopteryx ruficollis), que pode apresentar populações residentes e visitantes do hemisfério norte, e o sabiá-poca (Turdus amaurochalinus), que pode apresentar populações do sul da América do Sul.

Durante a amostragem, foram registradas sete espécies consideradas endêmicas ao Cerrado: tapaculo-de-coleira (Melanopareia torquata), o batuqueiro (Saltator atricollis), a cigarra-do-campo (Neothraupis fasciata), e a Gralha-do-cerrado (Cyanocorax cristatellus) são espécies de áreas abertas, enquanto o chororozinho-de-bico-comprido (Herpsilochmus longirostris), e o soldadinho (Antilophia galeata) são espécies mais observadas em formações florestais. O papagaio-galego (Alipiopsitta xanthops) pode utilizar tanto áreas abertas como Matas de Galeria. Todas são abundantes, com distribuição ampla e vocalização característica, de fácil detecção.

Não foi observada, durante os trabalhos de campo, espécies ameaçadas de extinção em nível nacional (Machado et al., 2005), porém foram registradas quatro espécies consideradas ameaçadas de extinção no estado de Minas Gerais (Machado et al., 1998), são elas: a ema (Rhea americana), o cabeça-seca (Mycteria americana), a arara-canindé (Ara ararauna), e o canário-da-terra (Sicalis flaveola).

Foto 6 – Espécies de aves registradas em São Gotardo... Fotos V.S. Braz

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Quanto aos mamíferos (mastofauna), esses dividem-se em: Pequenos não voadores (roedores e marsupiais); Pequenos voadores (morcegos), Grandes e Médios.

Durante a campanha de campo, realizada de 18 a 28 de abril de 2007, nos municípios de São Gotardo, Perdizes e Sacramento, foram observadas 20 espécies. Não foi possível a captura de morcegos pela dificuldade em se encontrar ambientes propícios, além da alta luminosidade da fase de lua cheia que causa o fenômeno da “fobia lunar”.

Algumas espécies endêmicas com relativo grau de ameaça foram registradas, apesar da baixa riqueza no local: três em São Gotardo e quatro em Perdizes e Sacramento. Dentre esses registros destaca-se a jaguatirica (Leopardus pardalis) e a onça parda (Puma concolor). Ambas espécies foram registradas apenas por meio de entrevistas em Perdizes. O tamanduá-bandeira (Myrmecophaga tridactyla), e o guigó (Callicebus personatus), foram observadas em São Gotardo e são classificadas como vulneráveis em Minas Gerais.

Outras espécies, relativamente comuns e generalistas que conseguem se estabelecer/adaptar em áreas tanto conservadas, quanto alteradas, foram registradas amostras do tapiti (Sylvilagus brasiliensis) e cuíca (Gracilinanus agilis), em Perdizes.

Além da fauna silvestre, são muito comuns na região um alto número de cabeças de gado (Bos sp) devido a intensa atividade agropecuária. A presença do gado é muito prejudicial a fauna nativa, principal e indiretamente, devido a extensa conversão de vegetação de Cerrado em pastagens exóticas e consequente fragmentação da vetação nativa. Também foram frequentemente observados animais domésticos como cachorros (Canis familiaris) e gatos (Felis silvestris catus). Esses animais domésticos em áreas de mata são potenciais competidores e predadores de animais nativos, além de vetores de muitas doenças à fauna nativa local.

O crescimento demográfico e a expansão econômica acelerada têm contribuído, em muito, para a redução dos habitats naturais de todas as espécies de mamíferos na região pela fragmentação dos ecossistemas, que por sua vez reduz a capacidade de sustentação do número de espécies e individuos, devido a competição com espécies exóticas (boi, cachorros e gatos) e intensa pressão de caça pelo homem. Normalmente, os mamíferos, juntamente com as aves, são os mais afetados pela caça (Caititu - Pecari tajacu; tatu-galinha - Dasypus septemcinctus; tatu-peba - Euphractus sexcinctus e o veado-catingueiro - Mazama gouzaoupira) são também as principais presas dos grandes felinos como a onça parda.

O potencial aumento da caça ilegal pela implementação do empreendimento pode reduzir os recursos alimentares a esses carnívoros na região, afetando negativamente suas populações.

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Em síntese, pode-se afirmar que, na área de implementação da futura LT, foram encontradas, poucas espécies, de ampla distribuição geográfica, comuns e freqüentes na maioria da fitofisionomias do bioma Cerrado. São espécies generalistas ao uso do habitat que se adaptam às áreas antropizadas. Maior atenção deve ser dada, para as espécies que usam habitats com poucos remanescentes e/ou espécies ameaçadas.

Foto 7- Tamanduá-bandeira em São Gotardo e Marsupial registrado em Perdizes. Foto P.H. Valdujo

A seguir, são apresentadas as espécies de mamíferos registrados na região do empreendimento.

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Maio 2007 84

Quadro 20 - Lista da mastofauna encontrada nos três sítios amostrados em abril de 2007.

Espécie São Gotardo Perdizes Sacramento

Categoria de ameaça

¹

Ordem Xenarta

1. Dasypus novencinctus IND -

2. Euphractus sexcintus IND IND -

3. Myrmecophaga tridactyla V EN EM

Ordem PRIMAta

4. Callicebus personatus personatus V VU

5. Callitrix penicillata V, VOCAL -

Ordem Carnivora

6. Chrysicyon brachyurus EN EN VU

7. Conepatus semistriatus EN -

8. Lycalopex vetulus IN EN VU

9. Eira barbara V -

10. Herpailurus yaguarondi V -

11. Leopardus pardalis EN CR

12. Lontra longicaudis EN VU

13. Nasua nasua EN -

14. Puma concolor EN EN CR

Ordem Rodentia

15. Dasyprocta azarae EN -

16. Oryzomis sp. CAP -

Ordem Lagomorpha

17. Sylvilagus brasiliensis V -

Ordem Didelphimorphia

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18. Didelphis albiventris V EN -

19. Gracilinanus agilis CAP -

Ordem Artiodactyla

20. Pecari tajacu EN EM

CAP = captura em armadilha; EN = relato durante entrevistas com moradores locais; IND = encontro vestígios indiretos (rastro, fezes, tocas ou carcaças); V = visualização; VOCAL = vocalização.

¹: Categoria de ameaça para o estado de Minas Gerais segundo Machado et al., 1998. Sendo EX = provavelmente extinta; CR = criticamente em perigo, EM = em perigo; VU = vulnerável.

As espécies registradas de répteis, anfíbios e animais peçonhentos (herpetofauna) estão listadas a seguir.

Quadro 21 - Espécies registradas durante o levantamento de herpetofauna para elaboração do EIA/RIMA da LT, de acordo com a localidade onde foram encontradas

e categoria de ameaça.

Espécie / Local São Gotardo Perdizes Sacramento Categoria Distribuição

ANFÍBIOS

Brachycephalidae

1. Barycolus ternetzi ● LC / decl c

2. Eleutherodactylus juipoca

● LC r

Bufonidae

3. Chaunus rubescens ● ● LC c

4. Chaunus schneideri ● LC a

Cycloramphidae

5. Odontophrynus cultripes

● LC c

Dendrobatidae

6. Ameerega flavopicta ● ● LC c

Hylidae

7. Bokermannohyla ● DD r

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ravida

8. Bokermannohyla sazimai

● ● DD r

9. Dendropsophus minutus

● ● ● LC a

10. Hypsiboas albopunctatus

● ● ● LC a

11. Hypsiboas lundii ● ● ● LC / decl c

12. Hypsiboas stenocephalus

● DD r

13. Scinax fuscovarius ● ● ● LC a

14. Scinax sp. ●

Leiuperidae

15. Eupemphix nattereri ● LC / decl c

16. Physalaemus cuvieri ● ● ● LC a

17. Pseudopaludicola cf. mineira

● DD r

Leptodactylidae

18.Leptodactylus fuscus ● ● LC a

19. Leptodactylus labyrinthicus

● ● LC a

20. Leptodactylus mystacinus

● LC a

21. Leptodactylus ocellatus

● LC a

22. Leptodactylus syphax

● LC a

Microhylidae

23. Elachistocleis ovalis ● LC a

REPTEIS

Gymnophtalmidae

24. Cercossarura ● LC a

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ocellata

Teiidae

25. Ameiva ameiva ● LC a

Colubridae

26. Phimophis guerini ● LC a

27. Pseudablabes agassizi

● LC a

28. Pseudoboa neuwiedi ● LC a

29. Sibynomorphus mikanii

● LC a

30. Oxyrhopus guibei ● LC a

Viperidae

31. Bothrops moojeni LC c

32. Bothrops pauloensis ● LC c

As categorias seguem nomenclatura da IUCN (2006; LC = não ameaçada, DD = dados insuficientes) e observações do Global Amphibian Assessment (IUCN et al., 2006; decl = populações em declínio). Quanto à distribuição as espécies podem ser: a = distribuição ampla, c = endêmica do Cerrado, r = distribuição restrita.

Foto 8 – Perereca e Falsa Coral encontradas na região de estudo. Foto P.H. Valdujo

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No que tange as Unidades de Conservação, no levantamento efetuado foram identificadas 06 (seis) UCs na região de inserção do Empreendimento, conforme mostrado no quadro abaixo.

Quadro 22 - Unidade de Conservação

Unidades de

Conservação

Categoria

Município

Área (ha)

Leis, Decretos e Portarias

Gestores Distância da LT em

relaçãa a UC (ponto mais próximo) -

km

Parque Victório Siquierolli

Proteção Integral

Uberlândia 23,70 Decreto nº 8.166, de

05/05/2000

Municipal 9,00

Parque Municipal do Sabiá

Proteção Integral

Uberlândia 185,00 Lei Municipal nº 1925, de 28/06/ 1971

Municipal 6,00

Parque Estadual do Pau Furado

Proteção Integral

Uberlândia - Araguari

2.200 Decreto s/n, de 27/01/2007

IEF – Escritório Regional Triângulo

3,00

Área de Proteção Especial Confusão

Proteção Integral

São Gotardo 2.768 Decreto no 31.095, de 11/10/1990

IEF – Escritório

Regional Alto Paranaíba

0,31

Galheiros. RPPN Perdizes 2.694,73 Portaria 73/95-N

CEMIG 5,70

Reserva do Jacob - Fazenda Limeira

RPPN Nova Ponte 358,33 Portaria 123/97-N

CEMIG 1,60

Fonte: IBAMA, IEF, SECRETARIAS MUNCIPAIS DE MEIO AMBIENTE, 2007

Pelo relação constante do Quadro acima conclui-se que a Expansão da Ineterligação Norte Sul III não interceptará nehuma Unidade de Conservação. O Mapa apresentado, a seguir, ilustra bem tais considerações.

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Maio 2007 89

ENTRA MAPA DAS UCs

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Maio 2007 90

4.3. Síntese do Diagnóstico do Meio Socioeconômico

4.3.1. Caracterização Geral da Área de Influência Indireta

Os municípios da Área de Influência do empreendimento, situados nas regiões do Triângulo Mineiro e do Alto Paranaíba, apresentam, em sua maioria, características socio-históricas comuns originadas pela expansão territorial do passado em busca de metais preciosos e demais riquezas, e posteriormente, pela migração de pecuaristas e em alguma medida, de cafeicultores, particularmente de São Paulo, em busca de melhores terras para o gado. A esse processo, associou-se a devoção religiosa manifestada em capelas e igrejas em torno das quais se desenvolveram diversos núcleos populacionais, que formaram as atuais cidades. Assim, ao contrário de outras regiões de Minas Gerais dedicadas à mineração (Ouro Preto, Nova Lima, Itabira e Sabará), e à siderurgia ou indústria (Juiz de Fora, Leopoldina, Belo Horizonte, Caeté, Contagem e Betim), os municípios aqui estudados tiveram suas atividades econômicas direcionadas para a agropecuária, sendo a principal responsável pela geração de renda e emprego na região.

Em toda a Área de Influência Indireta, a pecuária prevalece subsidiariamente às médias e grandes lavouras temporárias de soja, milho, sorgo granífero, cana de açúcar e feijão, e as lavouras permanentes de café e abacate (sobressai o município de Alto Paranaíba) e laranja (município de Uberaba). Algumas dessas culturas apresentam elevados ganhos de produtividade devido à utilização freqüente de tecnologias de melhoramento genético e irrigação por meio de pivô central.

O Triângulo Mineiro é, uma importante região para o agronegócio, não apenas de Minas Gerais, mas do país, estando bem servida por rodovias, ferrovias, indústrias voltadas para o agronegócio e usinas hidrelétricas nos rios Grande e Paranaíba.

As alterações nas condições de vida, no tocante à saúde, saneamento básico, educação, habitação, transporte e à própria dinâmica populacional (taxas de crescimento populacional, fecundidade, alfabetização, urbanização), se iniciaram na década de 50 mediante as significativas mudanças econômicas e sociais produzidas pela industrialização e a urbanização. De modo geral, as modificações foram positivas, na medida em que as populações urbana e rural começaram a ter acesso a infra-estruturas e serviços. Entretanto, assim como na maioria das cidades brasileiras, nem sempre plenamente satisfatórias para os residente.

Os 19 municípios totalizavam, em 2001, 1.273.697 habitantes, com Uberlândia e Uberaba apresentando maior contingente populacional 600.386 hab. (47,1% do total) e 285.094 hab (22,3%), respectivamente. Dez municípios apresentam contingente populacional médio, entre 10.000 e 50.000 habitantes, são eles: Tupaciguara, Perdizes, Sacramento, Ibiraci, Serra do Salitre, Ibiá, Rio Paranaíba, São Gotardo, Dores do Indaiá e Bom Despacho.

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Os municípios com menor população são Serra da Saudade e Pedrinópolis, com 889 (0,06%) e 3.352 (0,26%) habitantes. Araporã, Indianópolis, Nova Ponte e Santa Juliana apresentam pequeno porte populacional, com menos de 10.000 habitantes. Em 13 dos 19 dos municípios da área de influência, prevalece a população masculina, reflexo do predomínio das atividades econômicas primárias. Todavia, naqueles com maior urbanização existe maior número de mulheres, característica da ocupação em atividades no setor terciário

Foto 9 - Prefeitura Municipal de Araporã

Foto 10 - Prefeitura Municipal de Araguari

.

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Maio 2007 92

Quadro 23 - Populações dos municípios afetados pela LT

Projeção de população para o ano e 2005 / IBGE:

ITEM MUNICÍPIO POPULAÇÂO 2005 (proj.)

Densidade Demográfica Pop. Urbana Pop. Rural

1 Araporã 6.002 4,96 4.764 1.238

2 Tupaciguara 23.827 7,66 19.200 4.627

3 Uberlândia 600.368 0,68 501.398 98.970

4 Uberaba 285.094 1,58 273.395 11.699

5 Araguari 109.876 2,48 99.409 10.467

6 Indianópolis 3.352 14,4 3.399 2.377

7 Nova Ponte 9.008 12,2 7.167 1.841

8 Sacramento 22.020 13,9 15.981 6.039

9 Ibiraci 11.491 5,21 6.742 3.487

10 Pedrinópolis 2.600 13,7 2.853 499

11 Santa Juliana 8.269 8,79 6.799 1.470

12 Perdizes 13.568 18,05 7.582 5.986

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Maio 2007 93

13 Serra do Salitre 10.429 12,44 7.092 3.337

14 Ibiá 23.060 11,74 18.161 4.899

15 Rio Paranaíba 13.062 10,35 7.166 5.896

16 São Gotardo 33.495 2,54 29.446 4.049

17 Serra da Saudade 889 37,79 541 348

18 Dores do Indaiá 14.758 7,52 13.670 1.088

19 Bom Despacho 43.353 2,78 37.586 5.767

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Maio 2007 94

Quadro 24 - Distribuição da população – Homens e Mulheres

Municípios População

Homens Mulheres

Araporã 2.197 2.077

Tupaciguara 9.613 9.659

Uberlândia 202.177 214.204

Uberaba 102.104 110.680

Araguari 42.201 43.139

Indianópolis 2.284 1.992

Nova Ponte 3.914 3.728

Sacramento 8.914 8.729

Ibiraci 4.137 4.060

Pedrinópolis 1.428 1.358

Santa Juliana 3.444 3.245

Perdizes 5.340 4.660

Serra do Salitre 3.968 3.502

Ibiá 8.793 8.501

Rio Paranaíba 5.042 4.641

São Gotardo 11.374 11.027

Serra da Saudade 360 325

Dores do Indaiá 5.776 6.177

Bom Despacho 16.130 16.631

Fonte: IBGE, 2001

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Maio 2007

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Quadro 25 - Distribuição da população – Faixas etárias

Municípios Faixa Etária (anos)

0 a 14 15 a 64 65 e +

Araporã 1.543 3.533 233

Tupaciguara 5.971 15.116 2.030

Araguari 26.190 69.092 6.692

Uberlândia 25.012 345.140 24.562

Indianópolis 1.685 3.434 268

Pedrinópolis 866 2.240 255

Nova Ponte 2.806 6.267 419

Santa Juliana 2.142 5.480 456

Uberaba 62.011 172.803 17.551

Perdizes 3.554 7.441 538

Sacramento 5.713 14.041 1.580

Ibiraci 3.166 6.546 516

Serra do Salitre 2.905 6.046 439

Ibiá 5.830 13.823 1.391

Rio Paranaíba 3.110 8.031 594

São Gotardo 7.856 18.213 1.551

Serra da Saudade 254 526 93

Dores do Indaiá 3.615 9.330 1.442

Bom Despacho 11.165 26.376 2.402

Fonte: IBGE - 2001

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Exapansão da Interligação Norte-Sul III - Estudo de Impacto Ambiental – RIMA

Maio 2007

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Quadro 26 - Taxas de Mortalidade e Natalidade, por mil habitantes

Município Taxa de Natalidade (%)

Taxa de Mortalidade (%)

Araporã 1,21 0,44

Tupaciguara 1,26 0,78

Araguari 1,34 0,56

Uberlândia 1,4 0,45

Indianópolis 1,09 0,36

Pedrinópolis 1,34 0,65

Nova Ponte 1,6 0,55

Santa Juliana 1,47 0,29

Uberaba 1,28 0,66

Perdizes 1,06 0,36

Sacramento 1,38 0,64

Ibiraci 1,27 0,47

Serra do Salitre 1,44 0,38

Ibiá 1,5 0,57

Rio Paranaíba 1,04 0,37

São Gotardo 1,41 0,41

Serra da Saudade 1,01 0,33

Dores do Indaiá 1,51 0,78

Bom Despacho 1,46 0,61

Fonte: DATASUS, 2004

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Exapansão da Interligação Norte-Sul III - Estudo de Impacto Ambiental – RIMA

Maio 2007

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Quadro 27 - Situação habitacional

Município Habitação

Total Urbano Rural Aglomerado Rural

Araporã 346 913 0 1.259

Tupaciguara 5.225 1.190 0 6.415

Araguari 24.138 1.920 0 26.058

Uberlândia 117.152 2.431 0 119.583

Indianópolis 763 585 0 1.348

Pedrinópolis 868 344 0 1.212

Nova Ponte 1.551 528 76 2.155

Santa Juliana 1.710 550 0 2.260

Uberaba 61.874 2.287 0 64.161

Perdizes 1.229 1.611 0 2.840

Sacramento 3.951 1.699 45 5.695

Ibiraci 1.439 807 69 2.315

Serra do Salitre 1.515 994 0 2.509

Ibiá 4.430 1.027 0 5.457

Serra da Saudade 150 78 0 228

Dores do Indaiá 3.904 460 0 4.364

Bom Despacho 9.045 997 0 10.042

Fonte: IBGE, 1996

Naturalmente, o crescimento da população aumenta a demanda por serviços públicos básicos (especialmente, educação, saúde e segurança), normalmente, deficitários.

Nos levantamentos de campo foram realizadas entrevistas com os agentes públicos municipais de saúde, para averiguar a qualidade do atendimento e dos estabelecimentos prestadores. A população conta com um sistema hospitalar satisfatório em Uberlândia e Uberaba e precário em Indianópolis e Serra da Saudade.

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Outro fato observado é que os municípios maiores recebem a população dos menores para atendimentos específicos ou tratamentos prolongados. O meio rural e os bairros periféricos contam com Postos de Saúde, realizando pronto-atendimento e transportando os pacientes, quando necessário, para as unidades especializadas no município ou outros centros.

Quanto à oferta de água tratada, os sistemas existentes são de responsabilidade da COPASA. A grande maioria dos domicílios na zona urbana dos municípios da área de influência, recebem água clorada e fluoretada dentro dos padrões e normas nacionais definidos pela ABNT, segundo as empresas responsáveis pelo abastecimento. No monitoramento da água bruta e nos reservatórios, também de responsabilidade da Companhia de Saneamento de Minas Gerais – COPASA, são feitas análises periódicas (bacteriológicas, físico-químicas, contaminação por pesticidas), visando manter a qualidade, nos padrões vigentes (Resolução 020 do CONAMA, e Portaria nº 036, de 19/01/90, do Ministério da Saúde).

Em relação à coleta e tratamento de esgotos sanitários, os sistemas são de responsabilidade da COPASA. Os dados coletados em campo revelam que a grande maioria dos municípios da área de influência está muito abaixo dos padrões desejáveis de atendimento ao esgotamento sanitário, inexistindo qualquer tipo de instalações sanitárias em grande parte dos domicílios urbanos. Tal fato gera elevados danos ao meio ambiente e à saúde, uma vez que a maior parcela do esgoto é lançada in natura, sem nenhum tratamento, nos córregos e rios próximos. Também foram constatadas ligações clandestinas na rede de drenagem e o hábito de lançar lixo nas bocas de lobo, provocando entupimento do sistema. Nas áreas rurais, a maior parte do esgoto é lançada nos córregos, havendo poucas casas com fossas sépticas e sumidouros.

Em geral, os municípios carecem de investimentos em esgotamento sanitário, e o problema vem recebendo atenção do governo estadual, que, em conjunto com as Secretarias Municipais, vem realizando ações estruturantes para permitir, à empresa responsável pelo esgotamento sanitário, adequar ou melhorar os sistemas dentro das limitações orçamentárias e financeiras existentes.

Sobre a coleta, tratamento e disposição de resíduos sólidos, de maneira geral, a coleta e, principalmente, a disposição de resíduos sólidos dos 19 municípios, embora contemple a maioria dos domicílios, está bem aquém dos padrões exigidos para o serviço. Quando analisada em conjunto, a coleta de lixo domiciliar urbano, apresenta indicadores de cobertura razoáveis, entretanto, ocorrem métodos não adequados para o descarte, como a queima a céu aberto pelos próprios coletores e funcionários municipais, e o lançamento, sem tratamento, em vazadouros públicos ou enterramento em área do domicílio ou fora dela. A prática de jogar lixo em terreno baldio é, também, muito utilizada causando grande vulnerabilidade à proliferação de mosquitos, baratas, insetos e ratos.

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Os serviços de coleta e transporte do lixo são realizados, na maioria dos municípios, por veículos e pessoal próprios da Prefeitura, todavia, estes, normalmente, não utilizam os equipamentos mínimos necessários, correndo sérios riscos de acidentes ou contração de doenças. A disposição do lixo, mesmo em aterro sanitário, tem que contar com controle periódico, em função dos riscos de contaminação do lençol freático e cursos d’água. Uma situação que agrava o problema da disposição final dos resíduos sólidos, é a existência de depósitos de lixo in natura clandestinos. Os chamados lixões a céu aberto, contribuem seriamente para a degradação ambiental em função da contaminação do solo, do lençól freático e do ar e às vezes ao seu lado, podem ser encontrados aglomerados sub-humanos de famílias de catadores de lixo.

O panorama da região não difere da realidade da grande maioria dos municípios brasileiros, sendo clara e urgente a necessidade de uma política adequada para coleta, tratamento e disposição final dos resíduos sólidos. Associado ao problema, está a cultura tradicional da população, que só recentemente vem recebendo das autoridades informação e educação ambiental para mudar hábitos estabelecidos e enfrentar o problema com o envolvimento das comunidades e clientes.

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No que se refere aos aspectos de renda dos municípios estudados, os quadros abaixo apresentam o Produto Interno Bruto Anual (PIB), por habitante, e sua divisão por atividade produtiva.

Quadro 28 - Produto Interno Bruto Anual (PIB), por habitante

Municípios PIB

(R$ x 1000)

PIB per capita

R$ / hab./ ano

Araporã 709.558 122.548

Tupaciguara 167.589 7.098

Araguari 942.065 8.766

Uberlândia 7.904.608 13.866

Indianópolis 176.022 31.115

Pedrinópolis 36.437 12.861

Nova Ponte 221.826 24.227

Santa Juliana 111.359 13.563

Uberaba 3.981.917 14.480

Perdizes 218.728 16.570

Sacramento 445.013 20.404

Ibiraci 194.405 17.506

Serra do Salitre 91.363 9.036

Ibiá 367.019 16.353

Rio Paranaíba 274.039 21.761

São Gotardo 188.170 5.935

Serra da Saudade 5.648 6.389

Dores do Indaiá 73.952 5.049

Bom Despacho 325.660 7.697

Fonte: IBGE, 2004

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Quadro 29 - Produto Interno Bruto Anual (PIB) e sua divisão por atividade produtiva

Municípios

Produto Interno Bruto (mil reais)

valor adicionado na agropecuária

valor adicionado na indústria

valor adicionado no serviço

impostos

Araporã 13.566 647.707 44.920 3.968

Tupaciguara 74.855 14.433 81.559 2.987

Araguari 118.495 379.092 440.237 26.528

Uberlândia 365.222 2.891.594 3.800.764 1.112.587

Indianópolis 62.959 89.819 24.227 142

Pedrinópolis 22.216 1.969 12.636 381

Nova Ponte 65.892 110.547 44.495 3.185

Santa Juliana 59.084 17.849 35.708 1.074

Uberaba 279.892 1.996.402 1.486.823 292.771

Perdizes 150.060 12.255 58.417 1.433

Sacramento 87.438 255.888 100.169 10.347

Ibiraci 24.404 129.992 41.547 591

Serra do Salitre 56.754 3.708 31.131 301

Ibiá 120.890 144.172 104.615 3.911

Rio Paranaíba 207.400 7.071 59.949 2.111

São Gotardo 43.771 21.680 129.985 3.945

Serra da Saudade 2.650 107 2.887 2

Dores do Indaiá 17.296 15.854 43.451 807

Bom Despacho 56.030 106.360 162.233 10.732

Fonte: IBGE, 2004

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Os quadros abaixo relacionam o efetivo dos principais tipos de rebanhos e os principais produtos de origem animal nos municípios, para o ano de 2004.

Quadro 30 - Efetivo dos Principais Rebanhos dos municípios

Município Efetivo dos Rebanhos (Cabeças)

Bovino Suino Equino Ovino Galináceos

Araporã 8.050 387 71 28 5.060

Tupaciguara 110.308 5.125 2.004 715 151.443

Araguari 157.601 18.952 3.467 666 259.544

Uberlândia 231.352 392.285 4.621 2.265 4.574.022

Indianópolis 21.540 13.421 402 142 527.875

Pedrinópolis 13.527 5.080 535 95 472.460

Nova Ponte 35.353 3.457 632 23 790.385

Santa Juliana 23.950 38.412 482 116 228.827

Uberaba 249.168 12.636 4.546 3.725 2.527.799

Perdizes 104.350 6.760 1.857 10.907 570.735

Sacramento 12.300 3.900 3.080 206 101.507

Ibiraci 24.000 1.150 910 290 28.000

Serra do Salitre 51.411 11.930 1.600 13 32.500

Ibiá 120.176 5.291 3.612 950 61.768

Rio Paranaíba 53.323 6.886 1.020 150 38.323

São Gotardo 49.331 2.448 1.562 230 28.050

Serra da Saudade 14.970 424 448 0 4.122

Dores do Indaiá 69.862 2.266 1.698 0 50.468

Bom Despacho 81.006 29.861 1.938 250 701.573

Fonte: IBGE - Pesquisa Pecuária Municipal - 2004

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Quadro 31 - Produtos de origem animal por tipo

Município

Tipos de Produto

Leite (mil litros) Ovos de Galinha (mil dúzias)

Mel de Abelha (kg)

Araporã 1.589 8.000 0

Tupaciguara 28.425 139 0

Araguari 17.613 482 3.880

Urberlândia 47.265 30.695 1.110

Indianópolis 3.049 401 1.500

Pedrinópolis 5.437 21 0

Nova Ponte 12.009 28 0

Santa Juliana 14.213 58 720

Uberaba 54.912 8.043 597

Perdizes 62.903 132 2.000

Sacramento 44.064 138 0

Ibiraci 12.000 35 280

Serra do Salitre 27.745 53 750

Ibiá 101.425 132 0

Rio Parnaíba 39.968 133 0

São Gortado 39.452 83 0

Serra da Saudade 2.646 10 0

Dores do Indaía 25.894 103 685

Bom Despacho 74.243 2.522 14.260

Fonte: IBGE - Pesquisa Pecuária Municipal - 2004

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Quanto aos aspectos de associativismo e organização social, existem na área de estudo organizações sociais vinculadas às formas de uso e ocupação do solo, na forma principal de associações de produtores rurais, Centros Comunitários e de defesa do meio ambiente. Apesar de muitas vezes não contarem com participações maciças da população, têm considerável poder de mobilização da opinião pública. Isso faz com que se recomende, da parte do empreendedor, desde agora, na fase de planejamento, e naturalmente, durante a instalação e operação do empreendimento em estudo, os benefícios e conveniência de uma política pro-ativa de comunicação para otimizar o relacionamento e as perspectivas dos diferentes grupos sociais envolvidos com o empreendimento.

Desse modo, as características da organização social observadas na área de estudo demonstram que o vigor associativo assume contornos importantes em várias esferas. Isso pode ser comprovado, seja atuando na relação capital/trabalho, como é o caso das inúmeras cooperativas; seja nas esferas do bairro ou comunidades, como as associações de moradores; nas questões classistas, como os sindicatos; ou nas questões ecológicas e ambientais, como nas ONGs mencionadas, que constituem agentes sociais coletivos importantes, a serem levados em consideração, tendo suas atuações, expectativas e visões como elementos pertinentes nas análises das influências do empreendimento na região e da região sobre o empreendimento.

Em relação aos aspectos relativos ao turismo e lazer, de forma geral, os aspectos religiosos e arquitetônicos, manifestações culturais, folclóricos e arquitetônicas, belezas naturais, etc., são observáveis em boa parte dos municípios, a saber: as Congadas, Festas do Divino, Festas de Reis, festivais e Festas Religiosas, principalmente dos padroeiros, representam atrativos e potenciais turísticos.

A região de influência do empreendimento também se beneficia economicamente da tendência contemporânea do “turismo rural”, “agroturismo”, “turismo histórico” ou “ecoturismo”, valorizando um estilo de vida oposto ao dos grandes centros urbanos e produzindo novas potencialidades de desenvolvimento e geração de renda local.

Quanto a Paleontologia, os principais registros fossilíferos nos depósitos que poderão sofrer interferências pela LT situam-se nos municípios de Uberaba, Tupaciguara, Araguari, Uberlândia, Indianápolis, Nova Ponte, Pedrinópolis, Santa Juliana, Sacramento e Perdizes. Nestes municípios estão as formações Botucatu e Marília, as quais possuem registros de icnofósseis de vertebrados, troncos permineralizados (Formação Botucatu) e ampla variedade de invertebrados e vertebrados (Formação Marília).

Nos demais municípios, onde são encontradas rochas dos grupos Araxá, Ibiá, Bambuí, Mata da Corda, Canastra e Complexo Barbacena é extremamente baixa a possibilidade de ocorrência de qualquer registro fossilífero. Exceção deve ser feita ao Grupo Bambuí (municípios de Bom Despacho e Serra da Saudade), em cujos carbonatos têm sido identificados estromatólitos.

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Em face às reais possibilidades de ocorrências fósseis na região do traçado da LT, durante as obras de implantação do empreendimento, recomenda-se o monitoramento das atividades de implantação, especialmente as atividades de escavação das bases de torres, de forma a se garantir as ações necessárias para a total proteção ao patrimônio paleontológico desta região.

Em relação a Arqueologia e Patrimônio Histórico e Cultural, o diagnóstico foi desenvolvido com o intuito de atender ao termo de referência do IPHAN, para o efetivo cumprimento da legislação pertinente no que concerne ao estudo e proteção do patrimônio arqueológico brasileiro. O mesmo encontra-se dividido em duas partes principais: a primeira, destinada ao estudo do patrimônio arqueológico da região e a segunda, destinada ao estudo do contexto histórico e cultural dessa área, demonstrando a potencialidade de ocorrência de sítios arqueológicos na área de influência da Expansão da Interligação norte Sul III.

Vale ressaltar que o estudo realizado demonstrou expressivo potencial arqueológico e histórico cultural da região estudada, bem como a imensa diversidade etnográfica presente nesse espaço sócio-geográfico, estando evidenciada a presença de comunidades pré-históricas.

A partir da chegada dos colonizadores brancos o trânsito de Bandeiras pela região, relacionado à presença de vários caminhos para as minas de Goiás e Minas Gerais, a conseqüente expansão demográfica e a fundação de núcleos urbanos construiu nesse espaço geográfico toda uma série de possibilidades de pesquisa. Os estudos de campo a serem realizados, para o levantamento dos dados arqueológicos e históricos, possibilitarão o enriquecimento da precisão e confiabilidade das interpretações acadêmicas existentes.

Também não se pode descartar a necessidade de promover ações de Educação Patrimonial que contribuam para a recuperação e manutenção do riquíssimo acervo cultural do qual são portadores os atuais habitantes da região.

Conforme determinado na Portaria 230/2002 do IPHAN, faz-se necessário, antes de qualquer ação construtiva ou de engenharia do empreendimento, elaborar e executar um Projeto de Prospecção Arqueológica, que levantará e detalhará as evidências apontadas no Diagnóstico nas áreas de impacto direto e indireto do empreendimento.

Ao finalizar o Projeto de Prospecção Arqueológica ter-se-á uma visão mais nítida dos danos que poderão vir a ser causados pelas obras de engenharia. Por outro lado, o mesmo apontará as medidas mitigadoras a serem tomadas segundo a legislação de proteção ao patrimônio em vigor no País, ou seja, fornecerá as informações necessárias para se definir a necessidade de implantação e a metodologia a ser utilizada, para um Projeto de Salvamento Arqueológico e Educação Patrimonial em todas as suas fases, na área abrangida pelo empreendimento.

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4.3.2. Síntese do Diagnóstico Ambiental da Área Diretamente Afetada (ADA)

Em geral, as imagens de satélite e inspeções de campo comprovaram que a ADA ao longo de todos os trechos do empreendimento, de um modo geral, compreendem áreas bastante antropizadas, com atividades de agricultura e pecuária. Entretanto, observa-se que o trecho Nova Ponte – São Gotardo apresenta vegetação, em sua maioria preservada ou Área de Preservação de Permanente – APP, nos município de Perdizes, Serra do Salitre, Ibiá, Rio Parnaíba e São Gotardo. O mesmo ocorre no trecho São Gotardo – Bom Despacho, no município de Serra da Saudade. Isso significa a necessidade de adoção de cuidados específicos durante a implantação e manutenção das torres.

Vale destacar que não existem quilombolas ou registros, oficialmente reconhecidos pela FUNAI, de ocorrências, em toda extensão do emprendimento, de terras indígenas, nem ocupadas por populações indígenas ao longo da ADA.

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CAPÍTULO 5 - DESCRIÇÃO DOS IMPACTOS AMBIENTAIS ANALISADOS E MEDIDAS MITIGADORAS PROPOSTAS

5.1. Prováveis Impactos Ambientais e Medidas Mitigadoras nos Meios Físico, Biótico e Sócio-econômico

Apresenta-se, abaixo, as principais atividades associadas à implantação, operação e manutenção da Expansão da Interligação Norte – Sul III que podem gerar impactos ambientais. Em seguida, as mesmas são separadas e analisadas em função do meio (físicio, biótico e sócio-econômico).

Levantamentos Topográficos – para a locação final do traçado e dos locais das torres. Requer abertura de pequenas picadas na vegetação.

Cadastro - junto ao levantamento topográfico avalia-se as propriedades atravessadas pelas linhas.

Mobilização de Equipamentos e Mão-de-Obra - deslocamento para as obras dos equipamentos (tratores, motoniveladoras, valetadeiras, caminhões, equipamento para lançamento de cabos, etc), bem como recrutamento de pessoal especializado e não especializado, para a construção e montagem.

Implantação de Canteiros de Obra e Alojamentos - conforme padrão da Empreiteira contratada, atendendo, porém, às especificações do Empreendedor, quanto a instalações e interferências com áreas e comunidades vizinhas.

Liberação da Área - procedimentos necessários para constituição da faixa de servidão da Linha, incluindo a negociação com os proprietários dos imóveis.

Ampliação e Construção de Acessos - para viabilizar os acessos à faixa de servidão, permitindo a montagem das torres e a passagem dos cabos.

Desmatamento da Faixa de Servidão - uma das principais interferências do empreendimento. Desta forma, a Empreiteira deve realizar a atividade de forma cuidadosa, minimizando ao máximo o desmatamento de formações florestais, seguindo regras claras estabelecidas nas especificações do Empreendedor.

Escavação e Fundação nas Áreas de Torres – envolve a limpeza total da superfície de instalação, a escavação propriamente dita e a concretagem das cavas, de suporte. Deve proteger o solo contra processos erosivos, bem como evitar sua contaminação por restos de concreto.

Montagem das Torres - instalação e montagem dos componentes das torres, incluindo os equipamentos isoladores.

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Lançamento de Cabos – podem ocorrer ações pontuais de desmatamento ou corte seletivo, para passagem do cabo-guia, e dos cabos de força.

Desmobilização da Mão-de-Obra - liberação gradativa do pessoal da construção, à medida que se aproxima a fase de testes e comissionamento das instalações.

Teste e Comissionamento da LT – podem ocorrer eventuais cortes seletivos ou supressão de árvores isoladas para proteger o sistema contra desarmes ocasionais, por exemplo, causados por queda de árvores sobre as Linhas.

Manutenção da LT - inspeção e manutenção rotineiras por equipes especializadas que desenvolverão, além dos cuidados técnicos rotineiros, o monitoramento ambiental da faixa de servidão.

Cada atividade tem potencial de provocar impactos (negativos ou positivos), temporários ou de longo prazo, sobre o meio ambiente local e regional. Após identificados e analisados, são apresentadas as medidas recomendadas para evitá-los ou mitigá-los.

Desde já, alerta-se que o empreendimento adotará processos construtivos ambientalmente adequados, conforme o Plano Ambiental de Construção – PAC, onde grande parte das medidas estão incorporadas e consolidadas.

As medidas mitigadoras indicadas estão incorporadas em Programas Ambientais específicos.

5.1.1. Meios Físico e Biótico

(1) MODIFICAÇÃO DO SISTEMA NATURAL DE DRENAGEM

A construção da LT modificará a drenagem da chuva devido os canteiros de obras, alojamentos, ampliação e construção de acessos, terraplanagem, limpeza da faixa de servidão, fundações, aterramento, e montagem dos equipamentos. Essas modificação iniciadas na construção, podem ter longa duração ou caráter permanente.

Os sistemas de drenagem natural na região do empreendimento são pequenos cursos de água, veredas e outros caminhos preferenciais da água, que usualmente apresentam vegetação típica, adaptada a determinadas condições de drenagem. Há no traçado da Linha, áreas de fisionomias essenciais para a manutenção de recursos hídricos, (matas de galeria, matas ciliares e veredas) e que podem sofrer bastante com a supressão de vegetação natural e implantação das estruturas das torres.

As áreas de matas de galeria e matas ciliares ainda razoavelmente conservadas podem sofrer com a construção. Isso, por sua vez, pode aumentar o desmatamento e consequentemente, a erosão, com redução da qualidade dos recursos hídricos.

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Medidas Mitigadoras

• Para minimizar estas possibilidades, após a construção da Linha de Transmissão, as vias não desativadas devem ser fechadas e a vegetação recomposta.

• Em aterros temporários, principalmente nas veredas e talvegues, deve ser prevista a drenagem regular para evitar problemas de alagamento ou ressecamento.

(2) IMPACTOS DE ALTERAÇÕES NA PAISAGEM REGIONAL

O traçado proposto para a LT atravessa relevos mais movimentados, exceto na sua porção noroeste, onde o terreno é mais suavizado. Na região Sul do corredor, são encontrados relevos mais acidentados com a ocorrência de relevo montanhoso a escarpado. Assim, infere-se que haverá baixa relevância na paisagem regional.

Medidas Recomendadas

Recomenda-se que as diretrizes estabelecidas, desde o início dos estudos, sejam aplicadas para o estabelecimento do traçado executivo, considerando que se deverá:

• Afastar a locação da Linha de Transmissão de áreas próximas a aglomerados urbanos, rodovias e ferrovias, objetivando minimizar o impacto visual das torres e cabos no meio ambiente;

• Evitar a locação das torres nas proximidades de travessias, pontes e viadutos, também objetivando minimizar o impacto visual delas e dos cabos;

• Evitar locais de remanescentes florestais, montanhas, proximidades de auto-estradas e locais de valor paisagístico;

• Nos casos em que seja inevitável o cruzamento com trechos de remanescentes florestais, adotar soluções especiais, como a criação de vértices que minimizem o impacto visual;

• Utilizar soluções que usem ao máximo as barreiras naturais para desviar da vista a Linha de Transmissão.

(3) IMPACTOS DE INDUÇÃO A PROCESSOS EROSIVOS

A indução a processos erosivos dos solos relaciona-se ao tipo de vegetação, características do solo como a textura e profundidade, assim como modificações no regime de drenagem. A ocorrência de chuvas intensas é uma característica conhecida do clima tropical da região do Empreendimento, constituindo-se num significativo potencial erosivo.

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O risco de processos erosivos terá início na construção da LT com a supressão de vegetação natural e modificação da drenagem natural, e pode ter caráter permanente. As áreas de maior risco, e fortes restrições são as estradas de acesso abertas, as áreas de subestações, de canteiros de obras e de alojamentos e, especialmente, as áreas das bases das torres com grande declives. De forma geral, os solos nessas áreas, uma vez perturbados, apresentam tendência à erosão, caso o processo não seja combatido com recuperação da vegetação e pequenas obras de drenagem.

Medidas Mitigadoras

• Redução, ao máximo, da supressão de vegetação e sempre que possível, em forma de patamares ao longo do traçado da LT e desvio das formações vegetais sensíveis (terrenos com alta declividade, matas de galeria, matas ciliares e veredas).

• A alteração do escoamento da água das chuvas pode causar processos erosivos. Obras pontuais, como bases de torres, subestações e canteiros de obras permitem controle de erosão mais rigoroso do que as obras lineares (estradas, caminhos, desmatamento com tratores de esteira, etc.), daí a necessidade de cuidados especiais.

(4) IMPACTOS DE INTERFERÊNCIAS EM ÁREAS COM AUTORIZAÇÃO E CONCESSÃO MINERÁRIA

Conforme informações obtidas junto ao Departamento Nacional de Produção Mineral - DNPM e observações no campo, há jazimentos minerais ao longo corredor da Linha de Transmissão, tanto na Área Diretamente Afetada (ADA), quanto na Área de Influência Indireta (AII).

NA ADA existem 25 processos sob as seguintes condições: 02 em licenciamento; 04 com concessão de lavra; 13 com autorização de pesquisa; 05 com requerimento de pesquisa; 02 com requerimento de lavra.

Na AII contam-se 290 áreas requeridas, com 197 processos relacionados com construção civil e 88 referentes a exploração de ouro e diamante.

Esses processos deverão ser objeto de análise detalhada na fase da Licença de Instalação, cujo Programa especifico constará do Projeto Básico Ambiental (PBA).

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Medidas Recomendadas

• Análise atualizada e detalhada dos processos de concessão de áreas junto ao DNPM;

• Avaliação do potencial mineral a ser afetado e da reserva de valor comercial existente;

• Localização da jazida da substância mineral de interesse dentro da área requerida;

• Desvio do traçado final, sempre que possível, visando evitar incompatibilidade da implantação e operação do empreendimento com a exploração das jazidas das substâncias minerais de valor econômico significativo;

• O Empreendedor deverá providenciar o cadastramento das atividades constantes na Área Diretamente Afetada (ADA) da LT junto ao DNPM e solicitar que se coloquem restrições a novos pedidos de pesquisa ou de licenciamento (bloqueio), para que não haja interferências futuras com o empreendimento;

• É aconselhável que o Empreendedor proponha acordos com os titulares de áreas onde poderão surgir restrições ou impedimentos ao desenvolvimento das atividades de pesquisa e/ou exploração mineral, visando compensar os investimentos realizados.

(5) IMPACTOS DE INSTABILIDADE DE ENCOSTAS

Embora grande parte do traçado percorra uma extensa região de relevo suave ondulado, onde os escorregamentos são considerados pouco freqüentes, a faixa proposta para a implantação da LT atravessará regiões de suscetibilidade a processos erosivos, no trecho São Gotardo – Bom Despacho. Isso se deve principalmente, às maiores declividades do terreno (rampas com inclinação superior a 30º) e à remoção da cobertura vegetal.

Nessas áreas, poderão ocorrer alterações localizadas nas condições de estabilidade de encostas, em especial nas mais declivosas, bem como a instalação de processos erosivos, quando da abertura da faixa de implantação da LT. O desmatamento e a terraplenagem, nessa fase, poderão dar início a escorregamentos de solo e/ou rochas, caso não sejam adotadas medidas corretivas, durante a fase de construção.

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Medidas Recomendadas

Além das medidas mencionadas para mitigar os impactos decorrentes dos processos erosivos, deve-se também destacar:

• evitar, sempre que possível, obras na estação chuvosa nas áreas sujeitas a instabilidade;

• usar revestimento protetor (solo-cimento) em locais propícios ao desenvolvimento de processos erosivos superficiais indutores de instabilidade (sulcos de erosão, ravinas, voçorocas, fendas no solo);

• evitar, em rampas íngremes, que o material retirado da escavação, nas obras, fique exposto e possa rolar para jusante;

• remover ou estabilizar os blocos de rocha em posição perigosa. Não se aconselha o uso de explosivos para desmonte de matacões em áreas suscetíveis a escorregamentos;

• usar equipamentos leves ou de operação manual, nas áreas mais críticas;

• instalar bermas transversais à faixa de servidão para reduzir o escoamento superficial das águas pluviais, diminuindo, assim, a intensidade da erosão hídrica;

• garantir boas condições estéticas e de estabilidade à faixa de servidão e demais terrenos atingidos pelos serviços de construção, após a restauração.

(6) IMPACTOS DE ALTERAÇÕES NA VEGETAÇÃO

A alteração da vegetação ocorrerá principalmente nos remanescentes de Cerrado. Prevê-se o aumento da fragmentação, que já é bem acentuada na região principalmente devido à agropecuária. Essas modificações provavelmente, causarão mudança na vegetação e aumento do efeito de borda com possível modificação na composição florística, alterações (maior exposição) no solo e também na fauna (evasão) dela dependente.

As várias fases do empreendimento terão impactos diferentes sobre a vegetação. No planejamento há pouco impacto, e de natureza reversível, restrito à abertura de picadas, pelas equipes da topografia, onde ainda há vegetação remanescente.

Nas obras de construção da LT há maiores impactos, os quais, se não tomadas as medidas apropriadas, podem se tornar irreversíveis. Estima-se ser desnecessária a abertura de novas estradas, com raras exceções, devido as muitas estradas já implementadas na região do traçado da LT.

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As eventuais aberturas de acessos viários e atividades da construção podem gerar maior facilidade para a retirada de madeira, embora o inventário florestal realizado tenha concluído pelo baixo potencial de espécies madeireiras da região.

Medidas Mitigadoras

• As picadas nos trabalhos de topografia devem ser tão estreitas quanto possível, evitando-se ao máximo a supressão de vegetação.

• A retirada da vegetação da faixa de servidão deve ser realizada em patamares para permitir a máxima rebrota e conseqüente recuperação após a implantação da LT. Assim, corta-se parcialmente a parte aérea do máximo de indivíduos, reduzindo o corte raso aos indivíduos localizados no centro da faixa de servidão (onde passarão os cabos) e nos locais de montagem das torres.

• Em locais onde a vegetação nativa for suprimida, indivíduos com a parte aérea removida, mas que mantiveram restos radiculares terão bom potencial de rebrota. As torres de linhas de transmissão são muito mais altas que as formações do Cerrado, portanto, a rebrota das espécies nativas devido a minimização da supressão vegetal, não prejudicará o funcionamento da LT e prevenirá problemas de erosão.

• Quando necessário, recomenda-se o plantio de mudas de espécies nativas para a prevenção de impactos. O plantio de mudas para recuperação de áreas sensíveis sujeitas à supressão fará parte do Programa de recuperação de áreas degradadas.

• Durante depois da construção da LT, recomenda-se a divulgação e treinamento das informações do Plano Ambiental de Construção, e do Programa de Educação Ambiental, para as equipes de construção, operação e manutenção da LT.

(7) IMPACTOS DE AUMENTO DE CAÇA, COLETA DE FAUNA SILVESTRE E ATROPELAMENTO

A caça e coleta de animais nativos é comum em toda a área atravessada pela LT. Essa realidade juntamente com a destruição do habitat dessas espécies pela conversão de vegetação natural em áreas de agropecuária vêm contribuindo negativamente para agravar a situação de espécies raras, vulneráveis ou ameaçadas.

Muitos operários do empreendimento, provavelmente, terão hábitos semelhantes aos da população local em relação à caça e coleta de animais, e isso pode se intensificar durante a construção da LT, prejudicando a fauna nos poucos fragmentos de áreas com vegetação nativa.

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O atropelamento de animais silvestres em estradas asfaltadas e de terra na região do empreendimento é comum. Durante a implantação da LT o tráfego de caminhões aumentará e pode prejudicar espécies freqüentemente atropeladas, como tamanduás, raposinhas, aves e serpentes.

Medidas Mitigadoras

• Prevenção à caça e ao atropelamento de animais silvestres

• Recomenda-se a implantação de um Programa de Educação Ambiental aos empregados e à população local para evitar a caça, inclusive impondo cláusulas de sanções nos contratos com as empreiteiras, além de fiscalização.

(8) IMPACTOS DE MORTE A INDIVÍDUOS DA AVIFAUNA

As aves podem se chocar acidentalmente com os cabos, torres e bancos de capacitores da LT, ou serem eletrocutadas. O risco de morte depende de características morfológicas dos animais e características de vôo. Aves de maior porte podem, quando abrem as asas, tocar em mais de um dos feixes de cabos condutores e morrer por curto circuito. Outras que fazem movimentos rápidos e mudam constantemente de direção durante o vôo têm maiores chances de colisão com os cabos.

Medidas Mitigadoras

Recomenda-se a instalação de marcadores nos cabos da LT para reduzir as chances de colisões da avifauna, bem como o acompanhamento do número de animais mortos e das espécies mais atingidas, através de levantamentos das equipes de inspeção e manutenção.

(9) AUMENTO DE RISCO DE INCÊNDIOS FLORESTAIS

Toda a área de influência da LT se encontra no bioma Cerrado, o qual sofre ação do fogo. Esse distúrbio, originalmente gerado por raios durante as chuvas, vem se tornando mais freqüente pelas atividades antrópicas e apesar desta vegetação savânica ser tolerante e resiliente a ciclos normais de queimadas, as atividades humanas estão alterando drasticamente a freqência de ocorrência do fogo. Queimadas freqüentes são muito prejudiciais não só à manutenção das populações de lenhosas nativas, mas também à fauna e ao próprio funcionamento da LT pois o calor pode danificar equipamentos ou provocar o desligamento automático do sistema, com a interrupção da transmissão de energia.

Com a destruição natural dos habitats da fauna e maior freqüência e extensão das queimadas, os animais sofrem restrições de abrigo e alimentação após o fogo, além de serem muitas vezes queimados durante os incêndios.

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As atividades da LT podem alterar a composição de espécies vegetais favorecendo a invasão de espécies exóticas com grande fixação de biomassa associadas à incêndios, como o capim gordura (M. minutiflora).

O descarte de cigarros acesos e a formação de fogueiras para cozimento de alimentos e aquecimento dos funcionários durante a noite, são práticas comuns na região e aumentarão muito as chances de incêndios.

Medidas Mitigadoras

• O Empreendedor deve controlar as gramíneas na margem das estradas, especialmente de espécies exóticas que acumulam muita biomassa. Aceiros devem ser abertos no início da estação seca ao longo das estradas de acesso à LT. A prevenção de incêndios florestais além de benéfica para a manutenção da biodiversidade da região, evitará prejuízos a plantações e pastagens, além de garantir o bom funcionamento da LT.

• Recomenda-se que no Programa Ambiental de Construção, as equipes técnicas sejam ensinadas a remover e dispor adequadamente, o material da supressão vegetal (risco de incêndios florestais), bem como todo lixo produzido por alojamentos, preparo de alimentação e restos de materiais utilizados na construção de dificicil degradação (por exemplo: metais).

• O programa ambiental específico deve ensinar conhecimentos básicos de ecologia do fogo no Cerrado e cuidados para manejo de pastagens exóticas com medidas de redução de riscos de incêndios florestais.

(10) IMPACTOS DE PROXIMIDADES COM UNIDADES DE CONSERVAÇÃO

No levantamento efetuado foram identificadas 06 (seis) Unidades de Conservação na região de inserção do Empreendimento, a saber:

• Parque Municipal Victório Siqueirolli, no município de Uberlândia – distância de 9,0 km em relação ao ponto mais próximo.

• Parque Municipal do Sabiá, no município de Uberlândia – distância de 6,0 km em relação ao ponto mais próximo.

• Parque Estadual do Pau Furado, no município de Uberlândia – distância de 3,0 km em relação ao ponto mais próximo.

• Área de Proteção Especial Confusão, no município de São Gotadro – distância de 0,31 km em relação ao ponto mais próximo.

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• Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) Galheiros, no município de Perdizes – distância de 5,70 km em relação ao ponto mais próximo.

• Reserva Particular do Patrimônio Natural (RPPN) do Jacob – Fazenda Limeira, no município de Nova Ponte – distância de 1,60 km em relação ao ponto mais próximo.

Medidas Recomendadas

Desenvolver um Programa de Compensação Ambiental, contemplando as medidas destinadas a compensar os impactos ambientais que não possam ser evitados na implantação das obras considerando as disposições estabelecidas no Artigo 36 da Lei 9.985/2000., que reza:

“Art. 36 - Nos casos de licenciamento ambiental de empreendimentos de significativo impacto ambiental, assim considerado pelo órgão ambiental competente, com fundamento em estudo de impacto ambiental e respectivo relatório - EIA/RIMA, o empreendedor é obrigado a apoiar a implantação e manutenção de unidade de conservação do Grupo de Proteção Integral, de acordo com o disposto neste artigo e no regulamento desta Lei

5.1.2. MeioSocioeconômico

(11) CRIAÇÃO DE EXPECTATIVAS E INCERTEZAS

A presença de técnicos e a divulgação da possibilidade de implantação de uma LT na região geram expectativas e mobilizam a população, tornando o empreendimento um tema corrente e frequente de discussão.

O desconhecimento de informações técnicas do empreendimento faz aumentar o grau de expectativa da população quanto aos problemas ou benefícios que a LT poderá trazer. As principais expectativas estão relacionadas ao local e ao momento de implantação, aos benefícios e prejuízos que possam trazer e ao tratamento que será dado aos proprietários por parte do Empreendedor, principalmente no que diz respeito aos valores das indenizações referentes à faixa de servidão.

Outro aspecto refere-se às expectativas de possível criação de postos de trabalho diretos e indiretos, ou oportunidades de aumento da renda devido a instalação do empreendimento. Ou seja, possibilidades de aquecimento da economia local, pela maior demanda de bens e serviços, com o fomento de pequenos comércios, especialmente nas cidades utilizadas com canteiros de obras/apoio logístico; ou pelo aumento das arrecadações municipais, o que permitirá novos investimentos por parte das prefeituras locais.

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Medidas Recomendadas

Desenvolver um Programa de Comunicação Social que deverá ter como objetivo central a criação de canais de comunicação entre o Empreendedor e sociedade local, de modo que todas as ações previstas nas diferentes etapas do empreendimento sejam transparentes e de conhecimento da população. Eis as principais atividades:

1. Ampla divulgação das obras nos meios de comunicação locais;

2. Comunicação rotineira com a população local, informando o cronograma e ações das obras;

3. Aplicação do Código de Conduta pela mão-de-obra trabalhadora, para evitar interferências sobre as localidades próximas à LT e onde estejam alojados;

4. Planejamento das ações e mobilização de equipamentos, para minimizar as perturbações com a população rural residente próxima às obras, estabelecendo normas de tráfego nas vias de acesso;

5. Prioridade na contratação da mão-de-obra local, reduzindo, ao máximo, o contingente de trabalhadores externos;

6. Sinalização adequada nas vias de circulação e nas áreas próximas a agrupamentos populacionais, principalmente quando cruzarem passagens obrigatórias, particularmente de crianças, informando as alterações no tráfego;

7. Informar sobre a operação do empreendimento e medidas de segurança adotadas;

8. Planejar o transporte de materiais e equipamentos, evitando horários inadequados, e reforçando a sinalização vertical nas vias utilizadas.

(12) ALTERAÇÃO NA DINÂMICA COTIDIANA DA POPULAÇÃO

No período das obras, além dos transtornos mais localizados, ligados à construção propriamente dita (como ruído, poeira, aumento do tráfego de veículos), a chegada de trabalhadores de outras regiões, para as obras, deverá também afetar o dia-a-dia local.

Além disso, as ações necessárias para a instalaçãoda LT, como utilização das vias principais para transporte de material e pessoal, abertura ou regularização de acessos e da faixa de servidão, escavações das bases das torres, dentre outras, interferirão no cotidiano das localidades mais próximas da linha de transmissão e nas porções das propriedades rurais atravessadas pela faixa de servidão, principalmente pela movimentação de veículos em serviço, podendo causar alterações de diversas ordens.

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Medidas Recomendadas

• Deverá ser feita uma ampla divulgação das obras, através dos meios de comunicação locais por meio do Programa de Comunicação Social.

• Comunicação sistemática do Empreendedor com a população local, informando o cronograma e diversas ações ligadas às obras de implantação.

• Planejamento das ações e mobilização de equipamentos, de forma a minimizar as perturbações na vida da população que esteja próxima às áreas de obras e dos trabalhadores, estabelecendo normas rígidas de tráfego nas vias de acesso.

• Planejamento para o transporte de materiais e equipamentos, evitando-se os horários de pico e noturno nas auto-estradas, além do reforço da sinalização vertical das vias utilizadas.

• Sinalização adequada nas vias de circulação, tanto de equipamentos quanto de mão-de-obra empregada, nas áreas próximas a agrupamentos populacionais, principalmente quando forem cruzadas rotas de passagem obrigatória de pessoas, particularmente crianças, informando sobre as alterações nas condições de tráfego.

• Prioridade na contratação da mão-de-obra local, reduzindo, ao máximo, o contingente de trabalhadores externos.

• Aplicação do Código de Conduta junto à mão-de-obra trabalhadora, para que sejam evitadas interferências negativas sobre as populações das localidades próximas ao Empreendimento e das cidades onde estejam alojados.

• Fornecimento de informações sobre a operação do empreendimento e as medidas de segurança adotadas a partir de um intenso Programa de Comunicação Social.

(13) AUMENTO DA OFERTA DE POSTOS DE TRABALHO

Os novos empreendimentos, em geral, provocam, inevitavelmente, mudanças na dinâmica da população da área onde ocorre a sua implantação. A notícia da possibilidade de instalação de um empreendimento cria, naturalmente, uma expectativa nessa população, principalmente em relação às novas possibilidades de emprego que podem ser criadas.

Quando da implantação da Linha de Transmissão Expansão da Interligação Norte Sul III será necessária a contratação de um máximo de 4.000 trabalhadores (na fase de pico das obras).

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Dentre eles, uma parcela será de trabalhadores especializados e, portanto, provavelmente contratados fora da região. Outros correspondem a trabalhadores semi-especializados ou não, que poderão ser recrutados localmente, propiciando um aumento da oferta de empregos na região. A mão-de-obra especializada engloba os encarregados, os chefes de turma e os especialistas (operadores de equipamentos, chefes de turma, montadores, eletricistas, mecânicos, etc.).

Os profissionais semi-especializados, tais como pedreiros, carpinteiros e ajudantes de mecânica, dentre outros, poderão ser contratados na região. Os trabalhadores não especializados tais como serventes e braçais, poderão ser contratados nas cidades próximas ao local de cada frente de obra. Deve-se considerar, ainda, que o aumento de empregos diretos proporciona uma significativa criação de empregos indiretos nos setores de comércio e de prestação de serviços. Esse impacto é classificado como positivo, ainda que temporário, e significativo, face à sua dimensão.

Há que se considerar, ainda, que a geração de novos empregos e de renda faz com que aumente o capital circulante e, com isso, haja um aquecimento da economia, através de uma demanda maior por bens e serviços, permitindo o crescimento desses setores, embora que de forma temporária e de pequenas proporções devido ao número reduzido de trabalhadores que é necessário nas obras de implantação da respectiva Linha de Transmissão.

A finalização das obras determinará a redução da oferta de trabalho, tornando irreais as possíveis expectativas em torno da absorção do contingente de mão-de-obra local, somando-se ao fato de que a operação da LT gerará poucos postos de trabalho, os quais, em sua maioria, serão destinados ao pessoal qualificado para a operação e manutenção de empreendimentos dessa natureza.

Medidas Recomendadas

• Promoção de esclarecimentos quanto à quantidade, ao perfil e à qualificação da mão-de-obra que será contratada para a implantação da LT.

• Solicitação de apoio às Prefeituras dos municípios atravessados pela Linha de Transmissão, para cadastrar a mão-de-obra local disponível, veiculando propagandas, pela mídia e através de cartazes, com especificação dos tipos de profissionais necessários.

• Priorização na contratação da mão-de-obra local.

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(14) AUMENTO DA DEMANDA POR BENS E SERVIÇOS, DA RENDA LOCAL E DA ARRECADAÇÃO PÚBLICA

A alteração da renda e, por conseguinte, da demanda por bens e serviços está diretamente ligada à contratação da mão-de-obra local, à entrada de novas pessoas na região, à localização dos canteiros de obras/alojamentos e ao porte das obras.

No caso da Expansão da Interligação Norte Sul III, a mobilização será de pequeno porte, com a previsão de, no máximo, 16 meses de obras e a contratação, no pico da obra, de trabalhadores não-especializados que possivelmente serão da região, e de trabalhadores especializados que deverão ser alojados nas cidades próximas das obras, acarretando com isso impacto de pequena importância nos municípios afetados.

Com a permanência da Empreiteira, alguns municípios podem apresentar melhorias em sua economia, como locação de imóveis, favorecimento do comércio local, com a compra de materiais, e prestação de serviços diversos (hotéis, pensões, restaurantes, farmácias, etc.), bem como o aumento de recursos oriundos do ISS (Imposto Sobre Serviços) recolhido pelas municipalidades.

Medidas Recomendadas

• Priorização da contratação e uso dos serviços, comércio e insumos locais.

• Instalação de Canteiros de Obras próxima a locais que já disponham da infra-estrutura necessária.

(15) AUMENTO DO TRÁFEGO DE VEÍCULOS, RUÍDOS E POEIRAS

Nas estradas próximas à faixa de servidão da LT, apesar do pequeno tráfego, o impacto será bastante sensível, durante as fases de escavações, concretagem e transporte das torres até a sua montagem final. Isso poderá alterar o cotidiano normal dos usuários locais, devido ao porte dos veículos que deverão ser utilizados, e à poeira em dias secos e possíveis atoleiros em dias chuvosos. Será um impacto, no entanto, de pequena duração, até a montagem das torres, quando o tráfego voltará a ser reduzido nessas vias, normalizando-se.

Nos trechos de passagem por áreas urbanas e, principalmente, nas proximidades de povoados rurais, onde a população não está habituada a esse tipo de tráfego, poderão ocorrer retenções momentâneas, por haver pouco espaço disponível para as manobras dos veículos pesados e para que não haja interferências com as comunidades.

Quanto ao aumento da emissão de ruídos e poeiras, este impacto será registrado nas fases de escavações, concretagem e montagem final das torres e nas áreas destinadas às estruturas de apoio, como canteiro de obras e alojamentos, bem como em toda a rede de acessos utilizada para as obras.

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As zonas urbanas e os aglomerados rurais que estiverem próximos a essas intervenções poderão sentir mais os efeitos desse impacto. Entretanto, devido à baixa ocupação humana verificada na pesquisa de campo, com apenas algumas pequenas concentrações populacionais nas laterais dos traçados, os efeitos desse impacto estarão restritos quase que exclusivamente ao pessoal envolvido nas obras, que estarão utilizando os equipamentos produtores de ruídos e geradores de poeiras.

Medidas Recomendadas

• Planejamento de trajetos, antecipadamente, em função do porte dos equipamentos/veículos pesados e do fluxo de tráfego, para os acessos a serem utilizados, de forma a possibilitar as manobras com o máximo de segurança e rapidez.

• Cuidados para evitar que o tráfego afete as áreas urbanas e aglomerados rurais. Para tal, deverão ser implantadas sinalizações adequadas e redutores de velocidade, principalmente nas proximidades de escolas, igrejas e postos de saúde. Para isso, deverão ser estabelecidos contatos com o DNIT, DER e as Prefeituras dos municípios, com a participação das comunidades, visando esclarecê-las sobre as possíveis alterações temporárias no tráfego.

• Controle dos ruídos a serem emitidos pelos equipamentos utilizados, nas obras, conforme especificado pelos fabricantes e obedecendo às Normas brasileiras.

• Planejamento do horário de transporte de pessoal, materiais e equipamentos, evitando-se os horários de pico e noturnos, de forma a não perturbar o sossego das comunidades próximas.

• Utilização de equipamentos de segurança, como máscaras, botas, fones de ouvido, luvas, capacetes, etc., pelos funcionários das obras, como proteção anti-ruídos e anti-poluição atmosférica por poeiras.

(16) INTERFERÊNCIA COM O USO E OCUPAÇÃO DA TERRA

A restrição ao uso e ocupação das terras ao longo da faixa de servidão cria limitações à exploração das propriedades. No entanto, as restrições dizem respeito à utilização dessas terras com a lavoura de cana-de-açúcar, cultivos irrigados sob pivôs centrais e culturas de grande porte, além de reflorestamento, construção de benfeitorias habitacionais, instalações elétricas (casa de bombas, pequenas usinas, motores elétricos, etc.) e mecânicas, depósitos de materiais inflamáveis e áreas recreativas, atividades industriais, comerciais e culturais.

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Medidas Recomendadas

• Otimizar o aproveitamento das safras, compatibilizando o cronograma de obras com o calendário agrícola da região - plantio e colheita.

• Negociação com os proprietários para liberação da faixa de servidão.

• Programa de Indenizações, com critérios justos e transparentes e que contemple as especificidades das propriedades atingidas, de modo a garantir sua viabilidade econômica, sempre que possível.

(17) INTERFERÊNCIAS COM O PATRIMÔNIO HISTÓRICO, CULTURAL E ARQUEOLÓGICO

Há na região de estudo (municípios atravessados pelo empreendimento em questão) sítios arqueológicos reconhecidos e catalogados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN.

Assim, considera-se que se trata de região com alto potencial de ocorrência de sítios arqueológicos e, portanto serão executados estudos e programas específicos de prospecção arqueológica na Área Diretamente Afetada da Linha de Transmissão, bem como um monitoramento permanente, antes e durante a execução das obras do empreendimento.

Medidas Recomendadas

• Realização, concomitantemente ao Plano Ambiental para a Construção – PAC, de ações de monitoramento e resgate do material porventura encontrado, a serem desenvolvidas por arqueólogos, no âmbito de um específico Programa de Proteção ao Patrimônio Arqueológico.

• Curso de treinamento e capacitação para os trabalhadores que atuarão na região de ocorrência de sítios arqueológicos, com vistas a seu reconhecimento e salvamento.

• As atividades de abertura de acessos e de locação de torres nas áreas com grande potencial de ocorrência de sítios arqueológicos deverão ser acompanhadas por arqueólogos

(18) ALTERAÇÃO NO QUADRO DE SAÚDE PÚBLICA

Pode-se prever que os trabalhadores envolvidos nas diversas etapas da instalação da LT e de operação estarão permanentemente expostos a riscos de acidentes, inerentes a tais obras, e também à possibilidade da ocorrência de problemas com animais peçonhentos, o que poderá ocorrer uma demanda maior na infra-estrutura de saúde local. Deve-se prever a utilização de estruturas de primeiros socorros (postos de saúde), nos canteiros e frentes de obras, e de remoção de acidentados para os maiores centros urbanos que estejam mais próximos e que contem com melhor infra-estrutura.

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Quanto aos trabalhadores vindos de outras regiões, será necessário um controle efetivo através de exames admissionais e periódicos, principalmente para diagnóstico de doenças mais graves, tais como dengue, febre amarela, leishmaniose, malária, doença de Chagas e esquistossomose. As doenças sexualmente transmissíveis deverão ser também motivos de preocupação e monitoramento.

No entanto, a possibilidade de contratação de mão-de-obra local, conforme já mencionado, contribui para que não haja pressões sobre equipamentos de saúde nas localidades próximas. É importante ressaltar que a alocação dos trabalhadores em várias frentes de obras, em diferentes municípios, contribuirá, ainda mais, para que haja um acompanhamento melhor tanto preventivo quanto de combate às possíveis doenças que possam surgir, face à distribuição maior de eventual sobrecarga.

Medidas Recomendadas

• Manutenção de estruturas de primeiros socorros, junto às frentes de trabalho e canteiros de obras, e de veículos para remoção e transporte de acidentados. Deverá ser feita a remoção dos pacientes, em casos graves, para os centros com maiores recursos hospitalares, sem que haja sobrecarga na infra-estrutura local. É necessário, no entanto, que seja realizado um estudo de alternativas desses centros, que possa garantir o atendimento aos trabalhadores. Deverão ser realizados exames admissionais e periódicos na mão-de-obra empregada, principalmente para diagnóstico de doenças mais graves, tais como dengue, febre amarela, leishmaniose, malária, doença de Chagas e esquistossomose.

• Deverão ser realizadas campanhas de vacinação dos trabalhadores e de esclarecimento acerca de doenças endêmicas e sexualmente transmissíveis.

• Aplicação do Código de Conduta com ações de educação em saúde, junto à mão-de-obra e à população local.

• Implementar um Plano de Ação Emergencial – PAE.

(19) MELHORIA NO FORNECIMENTO DE ENERGIA

A garantia no fornecimento de energia, com menos riscos de déficit e racionamento na região em estudo, bem como em outros estados, poderá permitir a promoção da expansão da industrialização local, regional e nacional e das atividades turísticas em alguns municípios, bem como um aumento da competitividade e modernização da economia, com reflexos na geração de empregos e de renda.

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A disponibilidade maior de energia representa um impacto positivo de alta magnitude, permanente, pois irá dinamizar a economia local e regional em seus diversos segmentos.

Medidas Recomendadas

Esclarecer e debater, com a população, empresas e instituições, a importância da participação do Setor Elétrico na região e na matriz energética nacional.

(20) INTERFERÊNCIAS RELACIONADAS À OPERAÇÃO DA LT

Há diversos estudos sobre a geração de campos magnéticos e eletrostáticos nas proximidades de linhas de transmissão, inclusive sobre os efeitos de partículas radioativas sobre a saúde humana. Porém, até o momento, não há comprovação científica sobre o tema.

Sabe-se que, de fato, há interferência em aparelhos eletrodomésticos nas proximidades de linhas de transmissão e de subestações.

No entanto, os projetos de linha de transmissão devem ser elaborados considerando os critérios para desempenho eletromecânico estabelecidos na Norma ABNT NBR-5422, e comparando com a largura da faixa de mínima necessária para atender aos valores limites de campo elétrico, rádio-interferência e ruído acústico internacionalmente aceito (Normas IEC).

Medidas Recomendadas

• Considerar, no Projeto de Engenharia, as distâncias mínimas exigidas para neutralizar/minimizar as possíveis interferências dos efeitos do campo elétrico.

• O Programa de Comunicação Social a ser desenvolvido deverá prever ações de esclarecimento junto à população da região.

5.2. Desativação do Empreendimento

Os empreendimentos de infra-estrutura, especialmente do setor elétrico, devido os altos investimentos necessários e natureza estruturante, são projetados, construídos e mantidos rotineiramente, para apresentar vida útil longa. Todavia, para efeitos de planejamento e análises ambientais, deve-se considerar a hipótese de desativação.

Neste caso, a desativação permanente da Expansão da Interligação Norte – Sul III compreende o descomissionamento e desmonte das estruturas das torres e acessórios, das fundações e dos cabos elétricos. Os equipamentos e estruturas

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metálicas podem ser reaproveitados por empresas de reciclagem, e as áreas da faixa de servidão renegociadas com os proprietários, cessando as restrições de uso então aplicadas.

5.3. Síntese dos Impactos Ambientais

• foram identificados e avaliados 20 (vinte) impactos, sendo 10 (quinze) na fase de instalação: 07 (sete) no meio físico, 02 (dois) no meio biótico e 01 (um) no meio antrópico. 12 (doze), - 70% -, são reversíveis, podendo ser neutralizados/mitigados pelo Sistema de Gestão Ambiental proposto;

• durante as obras, mesmo pequeno se comparado às áreas envolvidas, merece destaque, nos meios físico e biótico, a possibilidade de fragmentação e supressão da vegetação;

• a ampliação e abertura de acessos e os serviços nas bases das torres/praças de lançamento, e nos canteiros de obras interferem em vários aspectos ambientais;

• 5 impactos na socioeconômia são positivos, pois melhoram a geração de emprego e renda, de postos de trabalho, a economia, a arrecadação de tributos, e as finanças dos municípios;

• não existem interferências da LT com terras indígenas ou quilombolas;

• a infra-estrutura das cidades não deve sofrer maiores impactos, por sobrecargas nos serviços públicos básicos, pois a mão-de-obra especializada será contratada em caráter temporário e a não especializada será contratada, preferencialmente, nos municípios da região;

• nas fases de operação e manutenção, sobressai em relevância e importância, a necessidade de garantir o suprimento estável de energia ao Sistema Brasileiro Interligado, do qual, naturalmente, faz parte o Estado de Minas Gerais e, particularmente, por extensão, a região do empreendimento, o que dará condições de estimular o desenvolvimento sócio-econômico com atração de novos projetos e investimentos de natureza industrial, agropecuária, serviços diversos, turismo e lazer;

• a operação da LT tem como principal impacto negativo a restrição ao uso e ocupação das terras ao longo da faixa de servidão e no entorno das torres, o que cria limitações à exploração econômica das propriedades. No entanto, limitam-se à não utilização de culturas que usam queimadas para manejo (canaviais); construção de benfeitorias habitacionais; instalações elétricas e mecânicas em geral; depósitos de materiais inflamáveis; atividades industriais, comerciais, culturais e recreativas, além da não utilização de pivôs centrais de irrigação. Com relação à continuação agrícola do uso atual ou futuro, pode-se cultivar plantações rasteiras (horticultura, feijão, batata, milho, arroz, soja-não irrigada, árvores frutíferas baixas, café, etc.);

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• no caso de desativação permanente da LT, as áreas da faixa de servidão serão renegociadas com os proprietários, cessando as restrições anteriores. As instalações serão desmontadas, as estruturas das torres, acessórios, fundações e cabos elétricos removidos e, quando aplicável, reaproveitados por empresas de reciclagem.

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Entra a Matriz de Impactos Ambientais

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CAPÍTULO 6. - SÍNTESE DOS PROGRAMAS AMBIENTAIS

Antes de entrar no mérito dos Programas Ambientais propriemente ditos, vale destacar que os mesmos serão desenvolvidos no âmbito de um Sistema de Gestão Ambiental, conforme detalhado a seguir.

6.1. Sistema de Gestão Ambiental

A organização da Gestão Ambiental proposta para o empreendimento abrange:

Programas Ambientais associados à supervisão e controle das obras, visando à mitigação dos impactos gerados na fase de construção e montagem;

Programas Ambientais de apoio às obras, visando à liberação da faixa de servidão;

Programas compensatórios.

Para acompanhar a implantação dos programas propostos é necessária a seguinte estrutura organizacional:

Figura 4 – Estrutura Organizacional para SGA

LT Triângulo

Coordenação e Supervisão ambiental

Comunicação Social

Programas Ambientais

Órgão Ambient

al

Entidades Públicas e Privadas

Empreiteira X

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6.1.1. Atividades previstas no âmbito do Sistema de Gestão Ambiental proposto.

(1) Investir no compromisso proposto

Procedimentos: nortear os funcionários do empreendedor e da empreiteira sobre o desempenho da obra, formalizando o comprometimento do Empreendedor com o meio ambiente.

Período de execução: desde antes das obras até a operação da linha de transmissão.

Profissionais responsáveis: gerência e todos funcionários (empreendedor e empreiteira).

(2) Mobilizar os Parceiros

Procedimentos: Promover reuniões internas, discutindo o assunto com os gerentes de outros setores; promover o acesso às informações ambientais (ex. assinatura de revistas técnicas) e divulgá-las internamente; envolver os funcionários em campanhas internas e eventos de sensibilização à questão ambiental.

Período de execução: desde antes das obras até a operação da linha de transmissão.

Profissionais responsáveis: gerência e demais funcionários.

(3) Debater com os profissionais envolvidos na obra o desenvolvimento dos Programas Ambientais

Procedimentos: Promover encontros, reuniões e debates para conhecer as habilidades e experiências ambientais dos funcionários visando o desenvolvimento dos programas propostos.

Período de execução: antes das obras até a operação da linha de transmissão.

Profissionais responsáveis: Os coordenadores dos Programas Ambientais, coordenador-geral da obra e o supervisor ambiental do empreendimento.

(4) Contar com equipes especializadas externas, quando necessário, para a implantação das ações propostas para o desenvolvimento do PBA.

Procedimentos: Definir as especializações dos profissionais; negociar a questão financeira (consultoria ou voluntário); ajustar o tempo do profissional selecionado para desenvolver atividades específicas de implantação dos programas ambientais do PBA.

Período de execução: antes das obras até a operação da linha de transmissão.

Profissional responsável: Coordenador Geral.

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(5) Esquematizar e ordenar os processos de desenvolvimento das atividades na realização dos programas

Procedimentos: Ordenar por datas de execução as atividades e procedimentos dos programas desenvolvidos conforme diretrizes dos outros programas do PBA.

Período de execução: antes das obras até a operação da linha de transmissão.

Profissional responsável: Coordenador Geral.

(6) Avaliar e monitorar o desenvolvimento dos programas

Procedimentos: Acompanhar o desenvolvimento dos programas por check-list das atividades previamente listadas e através de análise de relatórios dos supervisores ambientais responsáveis pela implementação dos programas.

Período de execução: nas duas últimas semanas de cada mês de implementação dos Programas Ambientais do PBA.

Profissionais responsáveis: Coordenador Geral e supervisor ambiental.

(7) Revisar e adequar, quando houver necessidade, as atividades e procedimentos propostos nos programas.

Procedimentos: Analisar a necessidade de ajustes técnicos em relação às atividades e/ou procedimentos apresentados nos programas de acordo com as demandas surgidas no processo de implantação.

Período de execução: durante o período de execução dos programas ambientais.

Profissionais responsáveis: Coordenador Geral e supervisor ambiental.

(8) Elaborar cronograma geral das atividades dos programas ambientais

Procedimentos: Ordenar as atividades dos programas, destacando as prioritárias e aquelas de pré-requisitos para a realização das demais.

Período de execução: durante a primeira semana de implementação dos programas.

Profissional responsável: Coordenador Geral

(9) Definir e disponibilizar os recursos financeiros dos programas ambientais

Procedimentos: Avaliar os recursos totais investidos nos programas ambientais; organizar cronograma de desembolso; estabelecer estratégias de parcerias com organizações de clientes, ou convênios com universidades e centros de pesquisa.

Período de execução: durante a implementação dos programas.

Profissional responsável: Coordenador Geral.

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(10) Realizar reuniões dos profissionais envolvidos nos programas para verificar coerência dos resultados com os procedimentos e propostas apresentadas.

Procedimentos: estabelecer periodicidade para a realização das reuniões; avaliar os resultados obtidos e se houver necessidade; propor novas atividades para melhoria de resultados.

Período de execução: mensal, durante a implementação dos programas.

Profissional responsável: Coordenador Geral

(11) Estabelecer paralelos entre o SGA, o PAC (Programa Ambiental para a Construção) e outros programas associados de fiscalização das obras, para garantir a implementação das medidas propostas nos programas.

Procedimentos: acompanhar diariamente as atividades dos aspectos ambientais, de saúde e segurança do trabalho, identificando possíveis não-conformidades em relação às legislações e especificações.

Período de execução: durante as obras e implementação dos programas.

Profissional responsável: Supervisor Ambiental

(12) Estabelecer contato com o Supervisor Ambiental sobre as possíveis não-conformidades ambientais, encaminhando propostas de ações corretivas.

Procedimentos: documentar as constatações, conclusões e recomendações resultantes de medições, monitoramentos e outras análises do SGA, identificando as ações corretivas e preventivas. Deve-se assegurar, que as ações sejam implementadas e que haverá acompanhamento sistêmico para garantia de eficácia.

Período de execução: durante as obras e implementação dos programas.

Profissionais responsáveis: Coordenador Geral e Supervisor Ambiental.

(13) Emitir relatórios de inspeção ambiental

Procedimentos: estabelecer prazos para emissão periódica de relatórios contendo informações sobre o andamento das atividades e obras.

Período de execução: durante as obras (mensalmente).

Profissional responsável: Supervisor Ambiental.

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(14) Manter contato com o sistema de licenciamento ambiental

Procedimentos: responder às solicitações do sistema de licenciamento ambiental e mantê-lo informado através de registros em relatórios, sobre os aspectos ambientais e dados adquiridos nos trabalhos realizados pelas equipes responsáveis pela implementação dos Programas Ambientais propostos no PBA.

Período de execução: durante a execução das obras.

Profissional responsável: Coordenador Geral.

6.2. Programas Ambientais

(a) Programa de Comunicação Social

Objetivos

Informar à população local, incluindo a mão de obra alocada, sobre as diversas etapas do empreendimento, os seus potenciais impactos ambientais e as respectivas medidas mitigadoras ou potencializadoras. Desta forma, espera-se a prevenção e solução de possíveis conflitos que possam surgir tornando o ambiente propício à instalação e operação do empreendimento.

Metas

população local, trabalhadores e atores sociais informados sobre todas as atividades de planejamento, instalação e operação do empreendimento;

canal de comunicação permanentemente estabelecido.

Públicos-alvo

população presente na área do entorno do Empreendimento;

trabalhadores vinculados ao Empreendimento.

Principais Atividades

contato permanente com a comunidade local;

elaborar, editar e distribuir Boletim Informativo;

produzir, difundir e acompanhar a informação sobre o empreendimento, através das mídias mais aplicáveis;

incentivar a criação de fóruns de discussão pública;

gravação em vídeo e registro fotográfico do processo de implantação do empreendimento.

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(b) Programa de Educação Ambiental

Objetivos

informar e conscientizar as comunidades locais e os trabalhadores envolvidos com a obra sobre as medidas de proteção ambiental;

capacitar agentes educadores no planejamento e execução de ações sócio-ambientais;

promover a Integração entre a Comunidade Local e o Empreendimento.

Público Alvo

comunidade local e trabalhadores da obra.

Principais Atividades

identificar entidades e instituições atuantes no local;

mobilizar pessoal;

informar à comunidade local a data de início das obras;

realizar Seminários;

palestras para trabalhadores da obra;

elaborar material de educação ambiental.

(c) Programa de Prospeccções Arqueológicas

Objetivos

prevenir danos ao Patrimônio Arqueológico regional, protegido pela Constituição Federal e pela Lei no 3.924/61;

verificar todos os locais com possibilidades de ocupação do ponto de vista arqueológico, imediatamente após sua locação topográfica e antes de qualquer obra que possa pôr em risco os bens arqueológicos porventura existentes nesses locais;

recomendar ao empreendedor as medidas mais adequadas à preservação ou estudo dos sítios arqueológicos localizados.

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Principais Atividades

aprovação do programa pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN, através da contratação de um arqueólogo responsável, que deverá elaborar e apresentar projeto a esse órgão, de acordo com as especificações contidas na Portaria SPHAN nº. 07/88, a partir da qual o Instituto fornecerá a permissão/autorização de pesquisa;

caminhamento no traçado projetado da LT, observando as unidades topomorfológicas, e no traçado projetado para os novos acessos, para verificação de ocorrências arqueológicas afloradas em superfície;

observação de superfície em todos os locais destinados a se constituírem em praças de lançamentos de cabos e torres, também para verificação de ocorrências arqueológicas afloradas em superfície;

avaliação segundo os critérios anteriormente definidos;

registro em ficha-padrão IPHAN;

sondagens arqueológicas;

coletas superficiais sistemáticas e assistemáticas;

escavação de grandes áreas usando a técnica de decapagem;

plotagens em 3D, quando possível, das evidências;

realização de croquis;

levantamento fotográfico de todas as atividades;

perfis estratigráficos;

retirada de material para datação e análise sedimentológica em sítios com potencialidade acima de 75%;

educação patrimonial: concomitante e após os trabalhos de campo, serão realizadas atividades que enfoquem temas, tais como descrições de sítios arqueológicos e preservação do patrimônio cultural brasileiro;

As evidências arqueológicas serão devidamente registradas, embaladas (de acordo com sua natureza e estado de conservação) e tombadas em número de catálogo próprio da instituição que ficará responsável pela guarda do material.

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(d) Programa de Gestão das Interferências com Atividades de Mineração

Objetivos

Implementar as medidas e recomendações propostas durante o levantamento e análise dos impactos identificados quando da elaboração do EIA, visando mitigar as interferências que ocorrerão a partir da implantação e operação do empreendimento.

Público-Alvo

Concessionários e o Departamento Nacional de Produção Mineral (DNPM)

Principais Atividades

levantamento da situação legal no DNPM;

levantamento de dados secundários;

visitas ao campo;

consolidação de dados/elaboração de produtos finais;

acordo com os concessionários.

(e) Programa para Estabelecimento da Faixa de Servidão Administrativa e de Indenizações.

Objetivos

Executar todas as atividades necessárias à liberação das áreas para implantação da LT, privilegiando mecanismos de negociação, com base em critérios de avaliação justos para as indenizações ou compensações que se fizerem necessárias.

Público Alvo

Proprietários: com base na realização do cadastro, em formulário específico, no qual deverão constar todos os registros documentais do titular do imóvel, dados esses de fundamental importância para o desenvolvimento das demais etapas do processo;

Prefeituras Municipais.

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Principais Atividades

definição da faixa de servidão;

licença de passagem e liberação de acessos;

instituição da faixa de servidão;

cadastro técnico;

avaliação das terras e benfeitorias;

pesquisa de preços;

avaliação dos imóveis;

negociação de imóveis;

indenização e escrituras de imóveis;

levantamentos complementares;

despesas legais.

(f) Programa de Acompanhamento e Apoio à População Atingida

Objetivos

Acompanhar e apoiar a população afetada durante a implantação da Linha de Transmissão, prestando informações e acompanhando as negociações para constituição da Faixa de Servidão Administrativa, aquisição das terras e benfeitorias. Especificamente:

minimizar e solucionar, na medida do possível, problemas e conflitos decorrentes do processo de negociação das terras e benfeitorias;

identificar e caracterizar a população afetada;

implementar ações jurídicas de regularização da documentação das propriedades;

indenizar terras e benfeitorias com critérios justos e valores de mercado;

garantir à população condições econômicas e sociais, pelo menos, iguais às que possuíam.

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Público-Alvo

População afetada pela Expansão da Interligação Norte Sul III, ou seja, as pessoas que mantem vínculos de moradia, trabalho e/ou propriedade nas áreas atingidas pela implantação e operação do empreendimento.

Principais Atividades

manter diálogo com as famílias afetadas;

realizar cadastramento de proprietários e ocupantes (meeiros, arrendatários, posseiros, dentre outros);

realizar laudo de avaliação das propriedades e benfeitorias;

fornecer assistência técnica agronômica em casos especiais;

definir propostas de negociação;

manter canal de diálogo permanente com a equipe de Patrimônio e o departamento Jurídico.

(g) Programa de Supressão de Vegetação

Objetivos

realizar o levantamento das áreas de vegetação, passíveis de supressão em função das atividades de instalação da LT;

minimizar a supressão de vegetação mediante procedimentos ambientais, como a supressão de vegetação em patamares - a serem adotados durante as atividades de instalação - e adoção de medidas de controle e monitoramento eficazes;

quantificar a vegetação, efetivamente suprimida, visando ao controle do material lenhoso oriundo da atividade de supressão, licenciada para a implantação da LT;

atender à legislação ambiental em geral;

retirar os restos vegetais do local para evitar incêndios florestais.

Público Alvo

O público alvo do Programa é representado pelo conjunto de empresas envolvidas na instalação e operação da LT, os proprietários e o órgão licenciador.

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Principais Atividades

estudo do traçado;

implantação do traçado;

levantamento florestal;

diagnóstico florístico e fitofisionômico das áreas selecionadas;

supressão, acompanhamento e avaliação.

(h) Programa de Monitoramento de Fauna

Objetivos

estabelecer um quadro do atual estado de conservação dos fragmentos florestais atravessados pela linha, baseado em bioindicação, selecionando áreas prioritárias para implementação de medidas de controle ambiental durante a fase de operação;

propor medidas mitigadoras e, se necessário, alterações do processo construtivo, ou de etapas de manutenção, visando à não-interferência e/ou à minimização de eventuais impactos sobre a fauna;

acompanhar o impacto da implementação e operação da LT sobre a população da fauna local, principalmente, das espécies ameaçadas de extinção;

identificar, por ocasião da implantação da linha, durante o processo de implementação e operação da LT, quais as espécies que se acidentam com mais freqüência e em que situação. Durante a fase de operação de LT, pode-se usar as aves como bioindicadores, devido principalmente à choques elétricos e colisões de animais com fios da rede;

aproveitar as informações geradas pelo monitoramento para complementar o conhecimento científico sobre espécies silvestres da região afetada.

Público Alvo

O empreendedor, os órgãos ambientais e a comunidade científica.

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Principais Atividades

mapeamento da diversidade da fauna da região, estabelecendo os pontos prioritários em termos de conservação;

estabelecimento de um diagnóstico do estado de conservação dos diferentes remanescentes de vegetação natural cruzados pela LT, com a comparação entre as comunidades faunísticas dos diferentes remanescentes (fauna observada) e a listagem de espécies realizada com base em dados histórico-bibliográficos (fauna esperada);

checagem de eventuais mudanças de na estrutura da comunidade de aves em remanescentes impactados, o que será feito com a aplicação de metodologia de censo nos remanescentes mais bem conservados atravessados pela Expansão da Interligação Norte Sul III;

levantamento bibliográfico;

levantamentos de campo;

análises de bioindicação;

aplicação das fichas de fauna;

implementação de medidas mitigadoras complementares para as fases de implantação e operação;

publicação dos resultados em revistas científicas.

(i) Programa Ambiental para a Construção

Objetivos

Instrumento gerencial vital para o monitoramento de todas as atividades das obras, contem as diretrizes e técnicas básicas recomendadas para serem empregadas durante a construção e montagem da Expansão da Interligação Norte Sul III, desde o início da mobilização até o término das obras.

Principais Grupos de Atividades

A seguir são mostrados os grandes grupos de atividades envolvidos na construção, operação e manutenção do empreendimento, para os quais existem critérios, normas e procedimentos específicos de proteção ambiental.

mobilização e serviços preliminares;

topografia;

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cadastro, negociação, desapropriação e indenização;

recrutamento, seleção, contratação e dispensa de mão de obra;

implantação de canteiros principais, secundários, itinerantes, frentes de obra e serviços de acesso;

código de conduta da força de trabalho;

terraplenagem e via de acesso;

áreas de empréstimo e bota-foras;

controle de erosão e sedimentos;

drenagem e proteção permanente;

supressão de vegetação;

escavações para as fundações das torres;

disposição de fragmentos de rocha nas escavações com explosivos;

fundações das torres (série de fundações padronizadas);

montagem das estruturas, equipamentos e acessórios;

instalação dos cabos condutores, pára-raios e acessórios;

recomposição e restauração do terreno;

revegetação.

(j) Programa de Monitoramento e Controle dos Processos Erosivos

Objetivos

Avaliar o comportamento dos processos erosivos durante e após a implantação da LT e implementar as medidas que minimizem esses processos. Em seqüência, deve avaliar a efetividade das medidas restauradoras a partir do monitoramento periódico.

Principais Atividades

determinação de processos existents;

determinação de novos processos erosivos;

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determinação da evolução das erosões;

contenção de erosões persistentes;

monitoramento final.

(k) Programa de Recuperação de Áreas Degradas

Objetivo

Restaurar as áreas afetadas durante a instalação da LT.

Público Alvo

Empreendedor, comunidades locais e equipe de implantação.

Principais Atividades

cadastro de áreas degradadas;

drenagem das águas superficiais;

suavização da topografia local;

re-vegetação da área afetada;

monitoramento posterior.

(l) Programa de Compensação Ambiental

Objetivos

Geral

Obedecer os critérios e normas de criação, implantação e gestão de Unidades de Conservação, estabelecidos no artigo 36 da Lei no 9.985, de 18 de julho de 2000, que instituiu o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), envolvendo a criação de Unidades de Conservação ou o custeio de atividades e aquisição de bens tanto nessas, como em outras existentes.

Específicos

preservar áreas remanescentes dos ecossistemas regionais de valor ecológico;

proteger espécies da fauna e da flora ameaçadas ou em vias de extinção;

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contribuir para a manutenção da biodiversidade genética;

proporcionar novas áreas para o desenvolvimento de atividades de educação ambiental e pesquisas pela comunidade científica.

Público Alvo

Comunidades situadas próximas às UCs existentes ou a ser criadas, a SEMAD, o empreendedor, e se for o caso, ONGs e instituições afins.

Principais Atividades

discussões preliminares, com a SEMAD, sobre as alternativas a analisar. Deve ser considerada a possibilidade de se converterem recursos destinados à implantação de novas Unidades de Conservação ou em Unidades já existentes;

levantamento de todas as alternativas indicadas e identificação da situação jurídica das propriedades em análise.

Caso seja criada nova Unidade, sua implantação deve ser acompanhada de campanha de divulgação, inserida nos mecanismos de educação ambiental, de modo a mobilizar e envolver a população local na preservação da Unidade instalada ou beneficiada.

(m) Programa de Ação de Emergência

Objetivos

Geral

Estabelecer procedimentos técnicos e administrativos a serem adotados em situações de dificuldades prementes que eventualmente venham a ocorrer, resultando em atuações rápidas e eficazes, a fim de preservar a vida humana, bem como garantir a segurança das comunidades circunvizinhas.

Específicos

estabelecer sistemática de desencadeamento de ações para o combate a possíveis emergências, de modo a que sejam rapidamente adotadas as providências, através da utilização de matrizes de ação necessárias à minimização das conseqüências geradas pela ocorrência;

estabelecer responsabilidades e rotinas de desencadeamento de ações necessárias para o pronto atendimento emergencial, identificando antecipadamente a disponibilidade de recursos humanos e materiais, meios de comunicação e órgãos externos que possam contribuir para o PAE;

criar rotina de ações que devam ser ordenadamente desencadeadas para atendimento à emergência, de maneira clara, objetiva e direcionada.

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CAPÍTULO 7 - CARACTERIZAÇÃO DA QUALIDADE AMBIENTAL FUTURA DA ÁREA DE INFLUÊNCIA

7.1. Considerações Gerais

O Triângulo Mineiro apresenta-se como uma das regiões de economia mais dinâmica do Estado de Minas Gerais. Tem demonstrado grandes crescimentos econômicos, apresentando significativa diversificação de sua economia, tanto nos setores de agricultura, comércio, telecomunicações, como no de indústrias. Além da tradição pecuária e da cultura do café, o cultivo de grãos vem se firmando, tornando-se grande região produtora.

Destacando o arrojo empresarial dos "agroempreendedores" do Triângulo, dentro do espírito de diversificação e de busca de vantagens comparativas, podemos citar a fruticultura como o mais novo esforço de empreendimento agrícola na região. Apesar da maior tradição ser em relação à pecuária, a região se destaca, também, como a maior produtora de laranja e abacaxi do Estado de Minas Gerais, respondendo por 54% e 67%, respectivamente, da área cultivada com estas culturas no Estado.

Sem dúvida a região apresenta características ideais para o desenvolvimento de um pólo de fruticultura, com grande potencial de mercado. Salienta-se que a utilização agrícola dos solos da região apresenta, como requisito básico, para sua exploração econômica e sustentada, o desenvolvimento e utilização intensiva de tecnologias específicas para as culturas consideradas de interesse econômico.

Considerando todos esses aspectos econômicos, sociais e ambientais, infere-se que a Expnsão da Interligação Norte Sul III trará benefícios, sobretudo regional, considerando-se que os municípios envolvidos e entorno serão beneficiados com a garantia da disponibilidade permanentemente de energia, criando-se possibilidades concretas de incremento na produção de grãos, fruticultura, cana-de-açúcar e pólos industriais, com conseqüente criação de novos postos de trabalho.

É nesse aspecto que talvez se enquadre o grande benefício do empreendimento sob o prisma regional, onde os impactos das obras não devem alterar de forma significativa o uso, ocupação e conservação do território, não tendo sido identificados fatores ou aspectos de caráter sócio-ambiental capazes de impedir ou restringir a implantação do empreendimento.

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7.2. A região sem o Empreendimento (Hipótese de sua não realização) A maior parte da região estudada para a implantação dos trechos respectivos e demais equipamentos e facilidades que compõem a Expansão da Interligação Norte – Sul III, vem sofrendo, ao longo das últimas décadas, forte ação antrópica, especialmente pela ampliação, mais recente, das fronteiras agrícolas e conversão do cerrado em culturas atrativas ao agronegócio extensivo e capitalizado, o que tem provocado alterações significativas nas condições naturais originais.

O Cerrado, bioma característico daquela região, atualmente, apresenta grandes alterações e degradações, restando poucos fragmentos de matas, sujeitas, ainda, à exploração seletiva das espécies de potencial madeireiro. Apenas nas áreas íngremes e encostas dos morros com declividades acima de 40º, ainda se encontram remanescentes vegetais conservadas face as dificuldades de acesso.

O desmatamento da vegetação nativa, especialmente nas áreas planas, chapadas e de relevo suave, gerou, em todos municípios interferidos, amplas e novas paisagens silvopastoris, onde predominam as atividades agropecuárias, com pastagens e as lavouras temporárias (soja, milho, sorgo, arroz, feijão e cana-de-açúcar) e permanentes (café, cítricos, seringueiras e reflorestamentos de pinus e eucaliptos).

Nas regiões percorridas pelo traçado onde se apresenta relevo mais ligeiro ou acidentado, verifica-se a despotencialização econômica, traduzida pelo desinteresse nas atividades agrícolas de larga escala, o que vem ajudando na regeneração do Cerrado.

Em alguns trechos podem ser vistas Veredas, Matas de Galeria e Matas Ciliares em bom estado de conservação, e outras, já antropizadas. Merecem destaque os fragmentos de vegetação próximos aos reservatório das UHEs de Emborcação, Nova Ponte e Estreito, e nas vizinhanças das Subestações de Itumbiara e Emborcação. Essas áreas ainda conservadas, permitem o suporte de habitats de algumas espécies ameaçadas, utilizadas como bioindicador da qualidade ambiental, como a rolinha-do-planalto, a codorna-mineira e o inhambu-carapé.

Quanto aos aspectos socio-econômicos, a infra-estrutura regional vem se fortalecendo mais recentemente, a partir de investimentos importantes de programas federais e estaduais, descritos anteriormente. Assim, para as áreas urbanas da maioria dos municípios – especialmente os maiores –, serviços públicos básicos como acesso a água tratada, transportes e conservação de estradas e ferrovias, e educação fundamental e média, podem ser considerados razoáveis ou satisfatórios. Ainda nas áreas urbanas, dentre os principais, merecem melhoria os serviços básicos de coleta, tratamento e disposição de resíduos sólidos (lixo), saneamento e esgotamento sanitário, geração de emprego e renda, segurança pública, atenção à saúde materno-infantil e tratamento de doenças de notificação compulsória.

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Nas zonas rurais, observa-se, de imediato, a estrangulação da oferta de energia elétrica para expansão econômica pelo vetor agrícola, dificuldades de geração de renda a partir da comercialização de safras das pequenas propriedades, e déficits no acesso à educação fundamental, média e profissionalizante, com escolas fechadas e insuficiência de educadores e vagas, e aos serviços de saúde.

Em Uberlândia e Uberaba, por exemplo, ocorre expansão urbana, em decorrência do aumento da oferta de serviços; em outros, de áreas mais planas, predomina a agropecuária extensiva e capitalizada, com destaque para a disseminação de irrigação com pivôs centrais, e bem recentemente, o interesse na cultura da cana de açúcar pelo grande mercado representado pelo etanol; um terceiro grupo apresenta possibilidades de desenvolvimento do turismo, inclusive de interesse arqueológico e paleontológico.

Em suma, considerando os aspectos ressaltados, pode-se concluir que, sem o empreendimento, certamente as vocações de desenvolvimento econômico dos municípios da área de inserção do Empreendimento tendem a ser prejudicadas.

7.3. A região com o Empreendimento

Mesmo após a interligação, em 1999, dos subsistemas Norte e Nordeste, o Sistema Brasileiro Interligado vem atendendo, ainda de forma não totalmente integrada, os Subsistemas Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Essa interligação parcial, mostrou-se muito vulnerável com a crise energética de 2001 e 2002 quando devido o nível crítico dos reservatórios das usinas do sudeste e centro-oeste, foram adotadas medidas de racionamento de energia elétrica, algo incomum, até então, na vida da grande maioria dos brasileiros residentes em áreas urbanas. Na oportunidade, se todos os subsistemas estivessem interligados teria sido possível despachar energia das regiões com relativa folga hídrica (norte, sul e nordeste) para as deficitárias (sudeste e centro-oeste)

O alerta e a aprendizagem decorrentes dessa experiência, acelerou o processo de expansão dos sistemas de geração e transmissão no país, e nesse contexto de integração aos subsistemas do Sudeste, Sul e Centro-Oeste, chegou-se à terceira fase da Expansão da Interligação Norte-Sul, aqui tratadas.

O empreendimento possibilitará o trânsito e despacho de energia nos dois sentidos sudeste importador e exportador de energia, aliviando os estrangulamentos e dando muito mais confiabilidade ao Sistema Brasileiro Integrado. Portanto, trará, benefícios imensos e estruturantes, diretos e indiretos e de longo prazo para a região Centro-Oeste, para o Estado de Minas Gerais e para a própria região onde será instalado.

Em Minas, que já experimenta em algumas regiões, especialmente no norte, e no próprio Triângulo, limitações de oferta por indisponibilidade de sistemas adequados de transmissão, diversos Distritos Industriais serão beneficiados e poderão ser ampliados com a garantia de energia firme e abundante: Uberlândia, Uberaba e Araguari, por excelência.

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Assim, podem melhorar a atratividade para receber novas indústrias e serviços associados, com isso, criando novos postos de trabalho e melhorando as condições de emprego e renda. Deve-se observar que os investimentos a partir desses pólos, e das regiões com vocação agrícola intensiva em capital e tecnologia, irão se irradiar pelos demais municípios das duas regiões consideradas (Triângulo e Alto Paranaíba), particularmente, em todos os 19 municípios envolvidos no empreendimento, melhorando a arrecadação, aumentando a circulação de riquezas e mercadorias, gerando empregos indiretos e melhoria das condições de vida.

Com referência a Área Diretamente Afetada (ADA), a Linha de Transmissão, com seus 60m de largura da faixa de servidão, representarão tão somente, pequeno obstáculo para as atividades agrícolas, de vegetação mais alta, como as árvores frutíferas; também restringirão a instalação e mobilidade de pivôs centrais para irrigação, mas liberarão pastagens e culturas diversas, como arroz, milho, soja, café e outras de ações antrópicas menos danosas, como as queimadas nas culturas de cana de açúcar.

Os acessos, novos ou já existentes, à faixa de servidão e às torres, podem interferir no sistema natural de drenagem existente, com conseqüentes problemas de erosão e assoreamento, se medidas adequadas não forem tomadas. Mas, como informado anteriormente, todas as fases obedecerão os critérios e procedimentos estabelecidos no Plano Ambiental de Construção (PAC) e nos respectivos Programas Ambientais propostos.

Quanto aos municípios com vocação para as diversas modalidades do turismo regional (histórico, cultural, religioso, rural, de natureza, ecoturismo, etc.), a melhoria da oferta e confiabilidade de energia poderá incentivar seu desenvolvimento.

Vários municípios promovem regularmente Festivais de Música e de violeiros, além das tradicionais festas religiosas da Folia de Reis, do Rosário e do Divino.

Itumbiara, com suas cachoeiras, grutas e o reservatório de mesmo nome, e Emborcação, com o reservatório e o “Lago Azul”, com ilhas e hotéis em seu interior, são exemplos de atrativos turísticos.

Sob a ótica local e regional, como aqui demonstrado, o empreendimento apresenta grande potencial de induzir o desenvolvimento e crescimento econômico sustentado dos municípios contemplados com suas obras e instalações, nas 3 grandes famílias de vocações identificadas: expansão industrial e de serviços; expansão e melhoria de produtividade agrícola e pecuária, e; serviços turísticos.

Sob a ótica estadual e nacional os benefícios se traduzem na melhoria da quantidade, qualidade e confiabilidade da oferta de energia elétrica pafa impulsionar o crescimento de Minas Gerais e do País como um todo, reduzindo a dependência da necessidade de uso de fontes energéticas poluentes e geradores de emissões de gases de efeito estufa que em muito contribuem para as mudanças climáticas globais em curso.

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CAPÍTULO 8 - DESCRIÇÃO DO EFEITO ESPERADO DECORRENTE DAS MEDIDAS MITIGADORAS

Empreendimentos de linhas de transmissão de energia elétrica invariavelmente trazem no seu bojo algumas conseqüências ao meio ambiente, tanto de aspectos negativos, quanto positivos. A avaliação dos impactos ambientais bem conduzida, além de evidenciar se o empreendimento afetará o meio ambiente, deverá avaliar, sobretudo, o quanto dessa transformação será aceitável pela sociedade, e quais as medidas de controle que poderiam ser tomadas para reduzir os impactos adversos em níveis aceitáveis, e maximizar os pontos positivos, dentro de um custo econômico razoável.

Através da avaliação de impactos ambientais pode-se deduzir os custos e os benefícios ambientais e sociais associados aos empreendimentos. Neste sentido é necessário que seja realizado um balanço global entre os impactos gerados considerado-se a implantação dos programas ambientais.

Vale ressaltar que esse balanço não foi analisado no presente RIMA, numa ótica quantitativa ou monetarizada, visto que nele foram consideradas as relações existentes, assim como a sua integração entre variáveis quantificáveis, para as quais foram utilizadas escalas de medidas diferentes e, muitas vezes, incompatíveis entre si, além daquelas não quantificáveis em escalas usuais de medida. Portanto, os custos e os benefícios ambientais e sociais foram avaliados com base na sua importância e, em alguns casos, na sua magnitude dentro do contexto regional em que se insere o empreendimento.

Para a análise da viabilidade ambiental da Expansão da Interligação Norte Sul III foi feita uma avaliação global dos impactos ambientais potenciais mais relevantes a serem gerados pelas ações de planejamento, implantação e operação, considerando-se os efeitos esperados das ações de controle ambiental indicadas para os impactos avaliados.

Da análise realizada para os impactos ambientais do empreendimento sobre o meio físico verificou-se, em seu conjunto, baixa magnitude, em função da especificidade do Projeto.

Quanto ao Meio Biótico, de maneira geral, os custos ambientais da LT serão mais significativos na sua fase de implantação, sobretudo nas ações de supressão de vegetação. Contudo, o desmatamento será realizado de forma seletiva, de acordo com a Norma NBR-5422 e as seguintes diretrizes:

Supressão total: ocorrerá apenas nas bases das torres e na faixa de serviço, no eixo de interligação entre as torres, com largura máxima de 5 metros, suficiente para a colocação do cabo-guia, montagem e içamento das torres (praça das torres), trânsito de veículos, transporte de materiais e lançamento de cabos pilotos e condutores.

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Supressão parcial: será feita de forma seletiva, segundo o critério da NBR-5422, que divide a faixa de servidão em 3 zonas, onde, em cada uma delas, determinam-se as alturas máximas que a vegetação remanescente poderá ficar em relação ao condutor e seus acessórios energizados e a quaisquer partes, energizadas ou não, da própria Linha.

No que tange às questões antrópicas, a implantação da Linha de Transmissão tende a afetar áreas reduzidas de algumas propriedades rurais, com poucas interferências socioambientais.

Pelo exposto depreende-se que os impactos das obras não devem alterar, de forma significativa o uso, ocupação e conservação do território, não tendo sido identificados fatores ou aspectos de caráter sócio-ambiental capazes de impedir ou restringir a implantação do empreendimento.

Neste contexto, tem-se como única recomendação de caráter geral, a efetiva implementação dos programas ambientais propostos, sendo que tal conduta poderá garantir a efetivação do empreendimento dentro de uma concepção harmônica entre os pontos de vista de engenharia, dos custos e benefícios resultantes da produção, dos bens e serviços, dos recursos ambientais e da população dos 19 municípios envolvidos. Trata-se, enfim, de uma iniciativa que, se implementada, alcançará um desenvolvimento sustentado e equilibrado, compatibilizando-se o uso racional dos recursos naturais, a proteção do meio ambiente e a melhoria da qualidade de vida.

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CAPÍTULO 10 - EQUIPE TÉCNICA

Nome Profissão Responsabilidade Registro no IBAMA

Registro Profissional

Assinatura Rubrica

Erani Mauricio Bastos Engo Agrônomo

Coordenação Geral 280854 CREA 45414/D

Silvio Venturolli Engo Agrônomo

Coordenação Técnica 1032632 CREA 11051/D

Marcelo de Oliveira Engo

Ambiental Coordenação

Adjunta 316520 CREA 14339/D

Dulce Alves da Silva Bióloga Meio Biótico 1591571 CRBio: 44167/04D

Lílliam Moreira Oliveira Estagiário Meio Biótico 1904588 __________

Thaís Ferreira de Deus Estagiário Meio Biótico 0437123 __________

Rafael Vieira da Silva Economista Meio Antrópico 770055 CORECON 21.882-0

Gabriel Maurício de Magalhães Bastos

Estagiário Socioeconomia 1913610 _________

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Nome Profissão Responsabilidade Registro no IBAMA

Registro Profissional

Assinatura Rubrica

José Frederico Bull Geólogo Meio Físico 1666641 CREA 045119/D

Paula Hanna Valdujo Bióloga Herpetofauna 223226 CRBio: 37095/4-D

Renato Recoder Estagiário Herpetofauna 1915031 _________

Pablo Sebastián Tavares Amaral Biólogo Mastofauna 469410 CRBio: 49695/04-D

Fábio Neves Vieira Estagiário Mastofauna 1914012 _________

Vivian da Silva Braz Biologa Avifauna 214230 CRBio: 30718/4-D

Súria Ribeiro de Andrade Estagiário Avifauna 1914791 _________

Cyro Pinheiro Ramalho Engº Florestal Flora 000044-44 CREA 24653/D

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Nome Profissão Responsabilidade Registro no IBAMA

Registro Profissional

Assinatura Rubrica

Adriana Villarinho Geógrafa Socioeconomia 277352 CREA 11.746/D

Catarina de Martins e Garófalo Geógrafa Socioeconomia 1825109 CREA 14349/D

Ana Paula Soares Machado Gulias

Geógrafa Geoprocessamento 1890850 _________

Marcelo José Moreira Economista Socioeconomia 1891074 CORECON 23854-6

Luiz Carlos Borges Paleontólogo Socioeconômico 614310 CREA - 39860 - 1