rima cargas pesadas comperj

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VIA ESPECIAL PARA TRANSPORTE DE CARGAS PESADAS DO COMPERJ RIMA - Relatório de Impacto Ambiental Empreendimento: Consultoria:

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Relatorio de Impacto Ambiental de Via de Cargas Pesadas do COMPERJ

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Page 1: Rima Cargas Pesadas Comperj

VIA ESPECIAL PARA TRANSPORTE DECARGAS PESADAS DO COMPERJ

RIMA - Relatório de Impacto Ambiental

Empreendimento:

Consultoria:

Page 2: Rima Cargas Pesadas Comperj

INTRODUÇÃO 1

CARACTERIZAÇÃO DO EMPREENDIMENTO 1

ÁREAS DE INFLUÊNCIA 4

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL 6

LEGISLAÇÃO 39

PLANOS E PROGRAMAS CO-LOCALIZADOS. 41

AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS 42

PROGRAMAS AMBIENTAIS 51

PROGNÓSTICO AMBIENTAL 55

CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES 58

EQUIPE TÉCNICA 60

ÍNDICE

RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS i

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INTRODUÇÃO

RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS

VIA ESPECIAL PARA TRANSPORTEDE CARGAS PESADAS DO COMPERJ

CARACTERIZAÇÃODO EMPREENDIMENTO

O presente documento consiste no Relatório deImpacto Ambiental (RIMA), baseado no Estudo deImpacto Ambiental (EIA), elaborado para analisar osimpactos gerados pelo empreendimento de iniciativada Petrobrás visando o Acesso de cargas especiais aoComplexo Petroquímico do Rio de Janeiro, nosmunicípios de São Gonçalo e Itaboraí, localizados naRegião Metropolitana do Rio de Janeiro.

A elaboração do EIA/RIMA seguiu Instrução Técnicado órgão ambiental do estado do Rio de Janeiro( D I L A M N º . 0 3 / 2 0 0 9 e N o t i f i c a ç ã oDILAMNOT/00001056 de 03/04/2009), obedecendo àlegislação ambiental em vigor, assim como as normasestabelecidas pela Petrobrás.

Foram consultados EIAs, mapas e levantamentos jáelaborados ao longo destes últimos anos para aimplantação do COMPERJ e outros empreendimentosco-localizados, além de dados estatísticos e outrasinformações de fontes oficiais, como IBGE e outrosórgãos da administração pública federal, estadual emunicipal.

Em campo, as equipes responsáveis pelo estudoreal izaram entrev istas com moradores elevantamentos visando apresentar alternativas para oempreendimento. Para tanto, foram considerados,dentre outros fatores, possíveis áreas alagadas,desapropriações, mitigação do impacto direto sobreas populações locais, contorno da Área de ProteçãoAmbiental de Guapimirim e a preservação de sítiosarqueológicos da região.JKHG

QUAL A SUA INSERÇÃO NO ÂMBITO DO COMPERJ?

O COMPERJ é um dos empreendimentos maisesperados para a Região Metropolitana do Rio deJaneiro, com previsão de investimentos da ordem deUS$ 8,38 bilhões, viabilizando o transporte de cargasultra-pesadas para a implantação do COMPERJ. Suaimplementação está associada à necessidade decriação de soluções economicamente viáveis ecompetitivas. Este projeto está inserido nestassoluções.

QUAL O OBJETIVO DO PROJETO?

O COMPERJ é um dos empreendimentos maisesperados para a Região Metropolitana do Rio deJaneiro, com previsão de investimentos da ordem deUS$ 8,38 bilhões. Sua implementação está associada ànecessidade de criação de soluções economicamenteviáveis e competitivas. Este projeto está inseridonestas soluções, viabilizando o transporte de cargasultra-pesadas para a implantação do COMPERJ.

A NECESSIDADE DA CRIAÇÃO DE UMA VIAESPECIAL

A implantação do COMPERJ demandaráinstalações industriais compostas por peças dediversas dimensões e pesos, dentre as quais parteconsiderável possui características que não seadequam às capacidades de cargas e gabaritos dasestradas públicas existentes.Assim, tornou-se necessária a implantação de umavia especial para o transporte das cargas maispesadas e com dimensões excessivas. Cabe ressaltarque, além da via terrestre, também faz-se necessárioviabilizar a chegada das referidas cargas por viamarítima, por meio da construção de um píer naPraia da Beira e da implantação de um canal denavegação que permita o acesso das embarcações.

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VIA ESPECIAL PARA TRANSPORTE DE CARGAS PESADAS DO COMPERJ

A ESTRADA SERÁ UTILIZADA SOMENTE PARA OTRANSPORTE DE CARGAS?

Durante o período inicial de 24 meses, a nova viaterá uso preferencial para o transporte de cargas.Com a implementação de algumas melhorias,passará a oferecer uma integração entre os grandescentros da região, a Baía da Guanabara e oCOMPERJ.

DAS ALTERNATIVAS ESTUDADAS, QUAL FOI AMAIS INDICADA?

ESTES AJUSTES SÃO ESTRITAMENTENECESSÁRIOS?

A alternativa 6 foi selecionada como a melhoralternativa de traçado, sofrendo, posteriormente,ajustes com variantes em alguns pontos.

Os ajustes foram realizados de modo a, dentreoutros objetivos: contornar a área prevista para ainstalação do futuro pátio de manobras da Linha 3do Metrô em Guaxindiba, permitir economia notrajeto e menor impacto sobre a população e evitar aárea de influência do Lixão de São Gonçalo e a Áreade Proteção Ambiental (APA) de Guapimirim.

ALTERNATIVAS DE ENGENHARIA PARAO EMPREENDIMENTO

QUANTAS ALTERNATIVAS FORAM ESTUDADASPELA PETROBRÁS?

Ao todo, foram estudadas 6 alternativas para oempreendimento em questão.

RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS2/62

ITEM SERVIÇO PERÍODO (MESES)1 2 3 4 5 6 7 8

CRONOGRAMA FÍSICO DA IMPLANTAÇÃO

9

1

2

3

4

5

6

7

8

9

10

TERRAPLENAGEM

GEOTECNIA

DRAGAGEM

DRENAGEM

SINALIZAÇÃO

OBRAS-DE-ARTE ESPECIAIS(PIER E PONTES)OBRAS COMPLEMENTARES(CANALIZAÇÕES DE CÓRREGOS, ETC)INSTALAÇÃO DE CANTEIROSE ACAMPAMENTOS

MOBILIZAÇÃO

DESMOBILIZAÇÃO

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RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS

QUAIS SÃO AS PRINCIPAIS CARACTERÍSTICAS DECADA FASE?

Deposição da Vegetação Suprimida

Deposição do Solo

Volume de Dragagem

Necessidade de Desvio de Tráfego Durante a Obra

A vegetação a ser suprimida será armazenada aolongo da faixa de servidão da via até a sua disposiçãofinal, que será definida na etapa seguinte dos estudos,quando da elaboração das solicitações paraAutorização de Supressão de Vegetação (ASV).

A princípio, não se prevê a deposição de solos, emfunção do balanço de massa apontar a necessidade deempréstimos, por conta de maior área de aterros doque de cortes. Porém, em função dos tipos de solopresentes, pode haver alguma necessidade dedeposição, a ser confirmada após a elaboração doprojeto básico de engenharia. Caso haja necessidade,essa deposição será efetuada em área de bota-foralicenciada.

A execução da obra deverá ter incluída em seuplanejamento a construção de desvios provisórios detráfego para todos os casos em que as vias existentesvenham a ser interrompidas, garantindo as mesmascondições de trafegabilidade da via interrompida.

O volume de dragagem foi calculado em 841.698m3. Considerando uma folga de 10% devido aimprecisões, o volume total a ser dragado é de926.000 m .

Cais de Atracação e Área de Manobra deEmbarcações

A figura apresentada a seguir ilustra aconfiguração do cais e da área de manobra deembarcações (rebocadores e chatas).

CA

NA

LM

AR

ÍTIM

O

35,00 35,0050,00

ÁREA DE MANOBRA

Início Km 0N= 7 479 988,660E= 698 419,340

12

0,0

0

60,00

30,00 30,0020,0020,0020,00

10

0,0

0

2

1

N

COORDENADAS

NPONTO E

1 7479975,356 698308,159

2 7479975,337 698308,159

20

0,0

0

VAR

IÁV

EL

Cuidados Quanto a Fontes Geradoras de Ruídos eVibrações

Todos os equipamentos emissores de ruídos serãodotados de dispositivos de controle, para minimizar oimpacto sobre os trabalhadores, as comunidades doentorno e a fauna local.

Os trabalhadores exercendo atividades comexposição a níveis de ruído acima de 115 dB (A) devemestar devidamente protegidos.

Os níveis gerados pelas atividades da construção edurante a operação deverão ser monitorados.

FASE DE IMPLANTAÇÃO

CONTRATAÇÃO DA MÃO DE OBRA

Na absorção da mão-de-obra para a construção seráconsiderada como prioridade a disponibilidade dopessoal local cadastrado no SINE dos municípios deSão Gonçalo e Itaboraí. Ressalta-se que, em função daimplantação do COMPERJ, a PETROBRAS instalou umcentro de capacitação de mão-de-obra no municípiode São Gonçalo.

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COMO SE DARÁ A EXECUÇÃO DO PROJETO?

A execução do projeto prevê três fases:implantação, operação e integração à malha viáriaregional.

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RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS

FASE DE OPERAÇÃO

ESTIMATIVA DE TRÁFEGO DE VEÍCULOS

FASE DE iNTEGRAÇÃO À MALHA VIARIA REGIONAL

QUAL O VALOR DO EMPREENDIMENTO?

Durante a etapa de operação, o tráfego na viaespecial de acesso será prioritário ao transporte dascargas especiais, que é muito esporádico econtrolado, com cronograma programável, e para asatividades de segurança e manutenção.

Após os dois anos previstos para a fase deoperação, a estrada deverá ser totalmente entregue àadministração pública. Para que isso ocorra, algumasobras terão que ser efetuadas, com base em projeto aser desenvolvido e novo licenciamento ambiental.Dentre essas obras, cabe destacar: o alargamento davia de modo a abrigar faixas de tráfego de veículosparticulares em mão dupla com acostamento edispositivos de drenagem superficial definitivos e oviaduto de transposição das linhas do pátio demanobras da Linha 3 do Metrô.

O valor total do empreendimento é de R$308.000.000,00 (trezentos e oito milhões de reais).

ÁREAS DE INFLUÊNCIA

Para o estudo e avaliação de impactos daconstrução da Via Especial de Acesso para oTransporte dos Grandes Equipamentos do ComplexoPetroquímico do Rio de Janeiro (COMPERJ), foramconsideradas as Áreas de Influência Direta (AID),Indireta (AID), além da Área Diretamente Afetada(ADA) faixa de 60m tendo ao longo do traçado davia em sua parte terrestre , para os Meios Físico,Biótico e Antrópico, conforme detalhado a seguir:

O limite dosmunicípios de São Gonçalo e Itaboraí e sua projeçãosobre a Baía da Guanabara até a altura do Canal deNavegação.

Área de Influência Indireta (AII):

MEIO ANTRÓPICO

MEIOS FÍSICO E BIÓTICO

Área de Influência Indireta (AII)

Área de Influência Direta (AID):

: Unidades deConservação ESEC da Guanabara e APA de Guapi-Mirim, projeção dos municípios de São Gonçalo eItaboraí sobre a Baía da Guanabara até a altura doCanal de Navegação, o corredor de 500 metros delargura em torno do Canal de Navegação até a áreamarinha de botafora, o círculo de raio de 3,5 km emtorno da área marinha de botafora e o corredor de 10quilômetros de largura em torno da via terrestre.

O círculo de raiode 2 km em torno da área marinha de bota-fora domaterial a ser dragado, o corredor marítimo de raio de300 metros ao longo do Canal de Navegação e de 1kmao longo da área a ser dragada, além o corredor de1.000 metros de largura em torno da via terrestre.

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VIA ESPECIAL PARA TRANSPORTE DE CARGAS PESADAS DO COMPERJ

Área de Influência Direta (AID): O limite da área aser dragada; a linha costeira a partir do centro da Praiada Beira, na extensão de 1,5km, incluindo a Praia daLuz (ao sul), a Praia da Beira, a Ponta de Itaoca, a Praiade São Gabriel (ao norte), a Ilha de Itaoquinha e asilhotas próximas; e o corredor de 1.000 metros delargura em torno da via terrestre.

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RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS

LOCALIZAÇÃO DAS ÁREAS DE INFLUÊNCIA

APA DE GUAPIMIRIM

ESEC GUANABARA

LIMITE DA ÁREA DE INFLUÊNCIA DIRETA

TRAÇADO DA ESTRADA

CANAL DE NAVEGAÇÃO

LIMITE MUNICIPAL

LIMITE DA ÁREA DE INFLUÊNCIA INDIRETA

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Área de Influência Direta

Área de Influência Indireta

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RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS6/62

DIAGNÓSTICO AMBIENTAL

MEIO FÍSICO

TIPO DE CLIMA DA REGIÃO

TEMPERATURA

PRECIPITAÇÃO

VENTOS

O clima na região é classificado como tropical quentee úmido, com temperatura média ao longo do anomaior que 18oC (em todos os meses) e com apenas uma três meses do ano que são secos, ou seja, em quechove pouco.

As temperaturas médias do ar medidas em cada mêsao longo do anos na região de São Gonçalo varia de21,2 a 27,2oC, e média das temperaturas máximas nomês de 36,9oC e das mínimas de 12,3oC.

Com base em medições da quantidade de chuvasfeitas na APA de Guapimirim a quantidade de chuvasmédia durante os anos é de 1709mm, e o mês maisseco geralmente é agosto com média de 59mm dechuva.

A região por estar entre a baía de Guanabara e asencostas da Serra dos Órgãos, é um pouco mais úmidapor causa da evaporação das águas da baía e maiorquantidade de nuvens e de chuvas pelo efeito daproximidade da serra. Esse efeito favorece aocorrência de chuvas muito fortes, podendo chovermais de 150mm (15 centímetros de água em umbalde, por exemplo) em apenas uma hora.

A velocidade do vento nas regiões de baixadas noRio de Janeiro é considerada baixa, com média de 3,5metros por segundo (igual a 12,6 quilômetros porhora). Na área do empreendimento, ondepredominam os ventos de sudeste, a velocidademédia medida em uma hora foi de 1,01m/s(=3,6km/h) com velocidade máxima de 8,9 metrospor segundo, ou 31,9km/h.

Como os ventos em geral são fracos facilita aformação de névoas, ajudado pela proximidade àságuas da baía.

Efeito da serra favorecendo a formação de nuvens econsequentemente de chuvas na região costeira entre a baía deGuanabara e a Serra dos Órgãos. Fonte: Brotto (2008).

QUALIDADE DO AR NA REGIÃO DOEMPREENDIMENTO

A Figura mostra o mapeamento das fontes depoluição do ar pontuais, em geral, indústrias e aslineares, que são representadas pelas rodovias eestradas na região metrpolitana do Rio de Janeiro. Oempreendimento localiza-se em uma área comreduzida ocupação populacional e de grandes fontesde poluição à excessão da área entre as localidades deSalgueiro e Jardim Catarina, em São Gonçalo. Dessaforma, a qualidade do ar na área do empreendimentoé considerada boa.

Fontes de poluição pontuais e lineareas na região metropolitana doRio de Janeiro. Fonte FEEMA (2008)

De acordo com medições da qualidade do ar emrelação a poluentes feitas durante o processo delicenciamento ambiental de instalações do COMPERJem 2007, as quantidades máximas medidas duranteuma hora dos gases tóxicos monóxido de carbono(que também sai nos escapamentos dos carros) edióxido de nitogênio (que também é um dos gasesresponsáveis pelo efeito estufa) atenderam aospadrões exigidos pelo CONAMA (Conselho Nacionalde Meio Ambiente).

As medições do gás ozônio (o mesmo que forma acamada de ozônio que filtra os raios ultravioleta da luzsolar que causa câncer de pele), entretanto, forammaiores que o padrão permitido por cinco vezes emapenas três dias, indicando má qualidade do ar emrelação a esse gás, que pode ser tóxico às pessoas.

Medições de outros gases poluentes, como dióxidode enfofre e de partículas totais em suspensão no ar ede partículas inaláveis (que podem chegar aospulmões pela respiração) indicaram que os valorespermitidos não foram ultrapassados.

VIA ESPECIAL PARA TRANSPORTE DE CARGAS PESADAS DO COMPERJ

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RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS

RUÍDOS E VIBRAÇÕES

Limites Estabelecidos

Foram feitas medições de ruídos de fundo ev i b r a ç õ e s n a s Á r e a s d e I n f l u ê n c i a d oempreendiimento, em pontos definidos em função desua proximidade (40 pontos na AID e mais 10 na AII),de modo a permitir o desenvolvimento de umamodelagem de ruído das obras e da operação da viade acesso do COMPERJ para avaliação dos impactos.

Todas as medições de vibrações se deram nosmesmos dias das medições de ruídos, em cada ponto.

Para a avaliação dos níveis de ruído, é feita umacomparação entre o valor medido (após umacorreção) e o NCA (Nível de Critério de Avaliação),conforme a norma NBR 10.151 (Tabela 1).

Os níveis de ruídos admissíveis para áreasresidenciais, em que se localizam os pontos demedição, são de 50 e 55dB(A) para o período diurno(com exceção de um ponto na AID, que era de

TIPOS DE ÁREAS DIURNO NOTURNO

Área predominantementeIndustrial

Área mista, com vocaçãorecreacional

Área mista, com vocaçãocomercial e administratival

Área mista, predominantementeresidêncial

Área estritamente residencial urbanaou de hospitais ou de escolas

Área de sítios e fazendas

70 60

55

55

50

45

3540

50

55

60

65

NCA para ambientes externos, em dB(A), segundo a NBR 10.151

Os procedimentos de medições, cálculos, etc. dasvibrações seguiram as recomendações da normainternacional ISO 2.631-2:2003. Essa se refere àexposição humana à vibração e choque emedificações, com respeito ao conforto dos ocupantes,e não aos efeitos na saúde humana e segurança.

Resultados

Nas Áreas de Influência do empreendimento oruído ambiente durante o dia, em dias úteis e no final-de-semana variou entre 44 e 80dB(A) na AII, e, entre40 e 77dB(A), de modo que, sobretudo na AII, osvalores medidos ultrapassaram em quase todos oscasos os níveis estabelecidos (NCA)

Em relação às vibrações, em todos os pontos, osvalores medidos foram considerados não-desconfortáveis, exceto por um local na AID, onde ovalor foi pouco desconfortável.

Os resultados foram bem diferentes em relaçãoaos níveis de ruídos e vibrações. No primeiro caso, emvários locais das Áreas de Influência da via de acessodo COMPERJ, os ruídos ambientes estavam maioresque os limites adequados. As medições de vibraçãorealizadas apresentaram níveis próximo ou abaixo dolimite de sensibilidade humana, não cusandodesconforto aos habitantes da região.

GEOLOGIA (ESTUDO DAS ROCHAS)

A formação geológica na qual a área de influênciado empreendimento está localizada, chama-seCinturão Orogênico Atlântico, e corresponde a regiõesantigas de bordas de placas tectônicas, quando houveum metamorfismo acentuado (transformação derochas mais antigas dando origens a outras).

Essas formações estão associadas ao processo deformação da Serra do Mar, no qual houve umlevantamento das bordas do continente, as atuaisescarpas da serra do Mar e maciços rochososlitorâneos (como o Pão-de-Açucar, por exemplo), comrebaixamento de terrenos da baía de Gunabara dehoje.

Há cerca de 60 milhões de anos houve umaatividade vulcânica que deu origem a formações derochas alcalinas, sendo a maior delas o maciço deItaúna. E em épocas mais recentes houve, de modogeral, uma deposição de sedimentos trazidos pelaságuas dos rios e das chuvas, e mesmo do mar,formando as baixadas litorâneas da área.

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ASPECTOS GEOLÓGICOS DA ÁREA DE INFLUÊNCIAINDIRETA (AID)

Complexo Paraíba do Sul

Durante os trabalhos de campo foramidentificadas as seguintes unidades de camadas derochas semelhantes:

É composto por rochas graníticas e gnáissicas, ricasem quartzo (cristal de rocha), feldspatos e micas(muscovita e biotita) e anfibólios.

Na AID, essas rochas granítico-gnáissicas ocorremcomo afloramentos de rocha (que sobressaem nasuperfície do solo) nas praias de São Gabriel e da Beira.

A camada de solo sobre essas rochas é espesso,sendo explorada como material de empréstimo(saibro). Possui alta tendência a sofrer erosão emterrenos de encostas íngrimes.

Rochas Alcalinas

São relacionadas aos eventos de vulcanismo derochas magmáticas (originadas a partir doresfriamento de lava vulcânica) alcalinas, compostaspor rochas formadas por feldspatos, anfibólios ebiotita.

Na AID, são representadas pelo relevomontanhoso, onde se situa o Morro de Itaúna.Possuem alturas de até 200m, com toposarredondados e enostas inclinadas, além de blocos depedras e matacões, e depósitos sedimentares nossopés.

Os solos são, em geral, rasos, com extensas áreas deafloramentos de rocha, que favorecem a ocorrência dedeslizamentos de terra e queda de blocos de pedrasdas encostas.

Esse formação sobressai nas proximidades dascidades de Itaboraí e Magé, compoostas por camadaspouco espessas de sedimentos principalmentearenosos, formando rochas chamadas arenitos eargilitos.

Na AID, essa formação sustenta os tabuleiros queapresentam formas com topos planos e encostaspouco íngremes (colinas tabulares ou “tabuleiros”).Predominam solos argilosos (argissolos) que vemsendo explorados como matéria-prima parafabricação de cerâmica, ou fonte de material deempréstimo (saibro).

Esses materiais se desgastam de maneira diferenciadae de fácil erosão quando escavados para retirada dematerial (saibro) ou expostos em cortes de morros.Seu contato com as planícies de sedimentos colúvio-aluvionares é de fácil observação.

Esses sedimentos são arenosos, siltosos (formadopor siltes, areias muito finas) e argilosos, ricos emmatéria orgânica, incluindo antigas linhas de praias emanguezais.

Grande parte da AID é formada por baixadas -depósitos de sedimentos em áreas de praias emanguezais. Possuem baixa capacidadede suportarcarga e grandes quantidades de enxofre e sais, tendopequeno potencial de aproveitamento para captaçãode águas e sendo inadequados para agricultura epastagem.

Os sedimentos fluviais (trazidos pelos rios) e flúvio-marinhos (trazidos pelos rios e pelo mar) sãoformados por areias, areias finas (siltes) e argilas comcamadas de cascalheiras.

Na AID, os terrenos são, em geral, mal-drenadosformando planícies (baixadas) de rios meandrantes(que formam meandros, ou curvas fechadassucessivas no curso do rio), com solos de reduzidacapacidade de carga (de suportar peso).

Formação Macacu

Depósito de Sedimentos Marinhos e Flúvio-Marinhos

Depósito de Sedimentos Colúvio-Aluvionares

VIA ESPECIAL PARA TRANSPORTE DE CARGAS PESADAS DO COMPERJ

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RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS

GEOMORFOLOGIA (ESTUDO DAS FORMAS DASUPERFÍCIE TERRESTRE)

A região da AII (Área de Influência Indireta) doempreendimento é composta por um conjunto derochas formadas a partir da atividade vulcânica e deoutras formadas a partir dessas, em épocas diferentes,e partes (ou unidades) formadas por depósitos desedimentos, trazidos, em geral, pela ação das águas,seja da chuva ou pelos rios, durante períodos demilhares a até milhões de anos.

Essa região é formada por duas unidades (oupartes com características semelhantes), o CinturãoOrogênico do Atlântico e as Bacias Sedimentares.

O chamado Cinturão Orogênico do Atlântico, érepresentado por terrenos com colinas, em geral, debaixa altitude, sobre um embasamento (as rochassobre as quais uma área está assentada) de rochas dostipos do granito e do gnaisse (tipo de rocha formada apartir do granito).

A unidade das Bacias Sedimentares corresponde aporções do terreno formadas por sedimentos emforma de tabuleiros, mais as áreas de baixadalitorânea, representada na região pela baixada noentorno da baía de Guanabara.

Toda essa região foi formada por um abaixamentodo terreno em uma faixa de uma falha entre as rochaslitorâneas. Esse abaixamento fez um efeito “de funil”,escoando parte dos rios e riachos provenientes dasencostas das serras. A baía de Guanabara é o resultadodo enchimento desse terreno rebaixado, pelas águasdos rios que passaram a correr nessa direção.

A formação dessa baixada litorânea ao redor dabaía de Guanabara aconteceu depois desserebaixamento, e aconteceu ao longo de um períodomais recente (há milhares de anos). Essa baixada éformada pela deposição de sedimentos arenosos(trazidos pelo mar) e outros mais finos, formados porsiltes e argilas (trazidos pelos rios). Essa baixada estásujeita à inundação associada a ação das marés e daschuvas sobre as vertentes da serra do Mar.

UNIDADES DE RELEVO

Planícies Colúvio-Alúvio-Marinhas (Baixadas deTerrenos com Textura Argilosa e Arenosa)

Planícies Flúvio–Marinhas (Terrenos ArgilososOrgânicos de Fundo de Baía)

Tabuleiros

Colinas Isoladas

Colinas Pequenas

As unidades de relevo (tipos de relevossemelhantes) encontradas nas diferentes unidadesgeomorfológicas descritas acima são as seguintes:

Formadas por terrenos argi lo-arenosos(compostos por argilas e areias), com sedimentostrazidos pelos rios e depositados na baixada deinundação, e outros oriundos das encostas. São, emgeral, mal drenados, e localizados na região litorânea.

São compostas por terrenos, em geral, maldrenados e sob influência das marés, com texturaargilosa e arenosa com muita matéria orgânica,formando superfícies planas de depósitos desedimentos continentais (trazidos pelos rios) emarinhos. Possuem baixa capacidade de suportarcarga (peso), com solos com muito enxofre e sais,inadequados para urbanização, agricultura epastagens.

São formas de relevo compostas por superfíciescom vertentes suaves ou colinas tabulares, com toposplanos e alongados nos vales em forma de “U”,resultantes da ação fluvial (dos rios) recente, comaltitudes inferiores a 50m.

Formada por colinas com alturas inferiores a 40m,de topos arredondados ou alongados com vertentes“abauladas”, com depóstios de sedimentos flúvio-marinhos (trazidos pelos rios e pelo mar). São terrenoscom capacidade de média a alta de carregamento (oude suportar peso), e tendência moderada de erosão,principalmente nas vertentes mais inclinadas.

Formadas por colinas baixas de toposarredondados, com vertentes “abauladas” comalturas, em geral, inferiores a 25m. Esses terrenos têmcapacidade de carga de moderada a com facilidademédia a alta de sofrer erosão.

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RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS10/62

Maciços Intrusivos Alcalinos

Formados por terrenos sustentados por maciços(formações rochosas) com vertentes escarpadas ebastante “cavadas”, com elevações em torno dos200m de altitude com topos arredondados.

GEOTECNIA (ESTUDO DA INTERFERÊNCIA DEATIVIDADE DE OBRAS COM OS SOLOS E ROCHASDAS SUAS FUNDAÇÕES)

A área estudada é formada por terrenos compropriedades geomecânicas (da estrutura eresistência das rochas) e comportamentos geológico-geotécnicos (ligados à sua composição de minerais, eestabilidade e resitência a atividades de obras)bastante variados, com locais de características muitoboas, e outros considerados muito ruins. Essasdiferenças estão ligadas aos tipos e características dossolos, as modificações pelas quais passaram ao longodo tempo, e até o tipo de uso e ocupação feito pelohomem.

As diferentes unidades, ou seja, pertes do terrenocom características semelhantes, foram seperadas deacordo com o que seria exigido dos solos quando daimplantação do empreendimento. Além de classificá-los do ponto de vista geológico (dos tipos de rochasque formam os solos), buscou-se identificar a

fragilidade dos terrenos em relação à erosão(formação de ravinas e voçorocas), resistência a cargas(capacidade de resistir a grandes pesos), e aosmovimentos das encostas (deslizamentos e rolamentode blocos de pedra).

U N I D A D E S G E O L Ó G I C O - G E O T É C N I C A SENCONTRADAS

Unidade “flúvio-marinha”

Unidade “alúvio-coluvionar”

As unidades geológico-geotécnicas são asdiferentes partes do terreno estudados de acordo comsuas características conforme explicado acima. As seisunidades são as seguintes:

É caracterizada por ser formada por sedimentosargilosos, ricos em matéria orgânica, típicos de áreasde manguezal e arenosos relacionados a restingas. Osterrenos são planos e estão sob influência das marés,formando a chama planície flúvio-marinha.Atualmente esse ambiente encontra-se bastantedegradado em muitos trechos da região estudada. Porserem planos e praticamente no nível do mar, sãoterrenos inundáveis, que estão sujeitos às variações deníveis d'água relacionados com os regimes de marés.

Esta unidade é formada por sedimentosdepositados, principalmente de origem fluvial (isto é,de rios), constituídos por areias finas a grossas, às

VIA ESPECIAL PARA TRANSPORTE DE CARGAS PESADAS DO COMPERJ

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RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS

vezes mais argilosa ou com cascalheiras, geralmenteem terrenos de baixada e áreas de inundação de rios(várzeas) próximos ao litoral. Em alguns locais, essessedimentos estão associados a outros depositadospela ação da gravidade e trazidos pelas águas daschuvas.

Com grande ocorrência de inundações, e terrenosarenosos onde o nível do lençol d'água é elevado, àsvezes até chegando à superfície do solo, essa unidadeapresenta problemas de estabilidade dos taludes dasescavações. Apesar de não estarem muito sujeitos àerosão pelo escoamento de águas superficiais ousubterrâneas, apresentam alta ocorrência de erosãoao longo das margens dos rios.

A unidade é constituída por sedimentosdepositados no processo de formação de partes doque hoje formam a região da baía de Guanabara. Essaunidade ocorre em uma área limitada e bem definida,com relevo típico em forma de “tabuleiros”, onde selocalizam inúmeras cavas de extração de argila nomunicípio de Itaboraí, principalmente. Os tipos desolos são, em geral, de textura argilosa (latossolos eargissolos).

Unidade “Arenitos”

Unidade “Alcalina”

Unidade “Granitóide”

A formação dessa unidade está relacionada comeventos magmáticos (de erupções de vulcões e/outransbordamento de lava) que ocorreu há milhões deanos. Um exemplo dessa unidade é a Pedra de Itaúna,um morrote isolado que destaca-se na baixadalitorânea do município de São Gonçalo. Os terrenossão geralmente inclinados, e os solos são de caráterargiloso (argissolos).

As características dos materiais que formam essaunidade são pouco conhecidas. A facilidade deescavação é intermediária, podendo ocorrer blocos ou“afloramentos” de rocha que dificultam a abertura decavas. A capacidade de suportar peso é, em geral,elevada, podendo ser baixa em alguns locais.

É formada por rochas graníticas (ou seja,semelhantes ao granito), ocorrendo como colinas oumorrotes isolados, em forma de meia-laranja, além dealguns morros um pouco mais altos. Nessa unidadepredominam os solos de textura argilosa (latossolos).

Os terrenos apresentam grande resistência aocarregamento (capacidade de suportar peso) emmuitos trechos. Em locais inclinados próximos avertentes essa capacidade é baixa ou moderada. Aescavação é fácil, podendo ser moderada a difícil ondeocorrem afloramentos e blocos de rocha. A tendênciade sofrer erosão e deslizamentos é variável de acordocom a declividade (inclinação) do terreno, tipo de usodo solo (pastagem, agricultura, etc.), e a existência deblocos de rocha e aspectos ligados ao escoamento daságuas, entre outros.

Unidade “Gnaisses”

Esta unidade é composta principalmente porgnaisses (um tipo de rocha formado a partir dogranito), e inclui colinas baixas ou alongadas emorrotes. Os tipos de solos predominantes são detextura argilosa (latossolos), com boas característicasgeomecânicas (isto é, da estrutura e da resistência dosmateriais).

A escavação é de fácil a moderada, raramente comtrechos com afloramentos de rocha (ou seja, blocos depedra que “saem” do solo no terreno). A capacidadede suportar peso é alta em muitos locais, podendo sermoderada ou baixa em porções mais elevadas einclinadas. A facilidade de sofrer erosão é variável, deacordo com o tipo de uso do solo, declividade ecaracterísticas das rochas que sustentam e formam ossolos.

A tendência a sofrer deslizamentos de terra é, emgeral, pequena, dependendo também da suaestrutura, composição de minerais e tipo de uso dosolo. Os poucos deslizamentos observados durante ostrabalhos de campo ocorreram principalmente emtaludes de cortes de morros ao longo de estradas e emsaibreiras abandonadas.

PEDOLOGIA (ESTUDO DOS SOLOS)

A classificação dos solos seguiu o Sistema Brasileirode Classificação de Solos, da EMBRAPA, datada de2006. As características avaliadas para a classificaçãodos tipos de solos incluíram cor, consistência,estrutura, drenagem interna, superfícies de fricção,entre outros.

Foram também identificados os tipos dehorizontes A e B, textura, pedregosidade (proporçãode pedras e matacões), relevo, e erodibilidade(facilidade de sofrer erosão) dos solos.

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As classes de solos presentes nas Áreas deInfluência do empreendimento são as seguintes:

Argissolo Vermelho Amarelo Distrófico - São soloscom pouca quantidade de matéria orgânica.

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APTIDÃO AGRÍCOLA DAS TERRAS

Condições Agrícolas das Terras

Avaliação da Aptidão das Terras

Entre os principais aspectos considerados para aanálise dessa aptidão estão a cobertura vegetal,topografia, declividade (inclinação do terreno),pedregosidade, profundidade, permeabilidade,variação no nível do lençol freático e riscos deinundação e erosão.

Os grupos de aptidão agrícola identificam o tipo deutilização mais intensivo que as terras possibilitam. Osgrupos são numerados de 1 a 6, sendo que osprimeiros grupos (1,2 e 3) indicam terras mais aptas(de aptidão restrita a boa) a lavouras e os últimos (4,5e 6) correspondem à pastagem plantada, silvicultura epastagem natural, e preservação da flora e fauna,respectivamente.

As limitações aos tipos de utilização aumentam donúmero 1 ao 6, reduzindo a possibilidade de utilizaçãodas terras.

As condições agrícolas das terras, seja em relaçãoàs suas propriedades físicas e químicas, ou em suasrelações com o ambiente, são representadas por cincofatores limitantes: deficiência de fertilidade,deficiência de água, excesso de água, ou deficiênciade oxigênio, susceptibilidade à erosão, eimpedimentos à mecanização.

Para cada um dos fatores mencionados sãoadmitidos os seguintes graus de limitação: nulo (N),ligeiro (L), moderado (M), forte (F) e muito forte (MF).

Os graus de limitação considerados foram osseguintes:

a) quanto à deficiência de fertilidade;

b) quanto à deficiência d' água

c) quanto ao excesso de água ou deficiência deoxigênio

d) quanto à facilidade de sofrer erosão

e) quanto aos impedimentos à mecanização

A potencialidade dos solos para a agricultura é, emgeral, baixa pelas limitações decorrentes doencharcamento e alagemento dos solos durantelongos períodos do ano. O lençol freático é superficialem todas as áreas onde occorem solos do tipogleissolos.

Houve aproveitamento para cultivo de arrozirrigado em algumas várzeas drenadas no passado,relativamente tolerante ao alto teor de sódio.

VIA ESPECIAL PARA TRANSPORTE DE CARGAS PESADAS DO COMPERJ

Argissolo Amarelo Distrófico

Gleissolo Melânico Distrófico

Gleissolo Háplico Eutrófico Solódico

Gleissolo Tiomórfico Húmico, Sálico Ou Típico

Planossolo Háplico Distrófico Típico

Plintossolo Argilúvico Eutrófico TB Abrúptico

Solos de Mangue

- Composto porsolos com pouca matéria orgânica, de coloraçãoamarelada a marrom e baixas quantidades de óxidosde ferro.

- Inclui solos commaior quantidade de matéria orgânica (mais de 5%),mal-drenados, geralmente pouco profundosformados pela deposição de sedimentos fluviais(trazidos pelos rios).

- É formadapor solos pouco profundos mal drenados, originadospela deposição recente de materiais, e com poucaquantidade (menos de 5%) de matéria orgânica.

-Caracterizam-se pela presença a menos de 1 metro deprofundidade de uma camada rica em enxofre oumateriais sulfídricos, formados a partir de sulfetos deferro (pirita) ou compostos orgânicos ricos emenxofre. Este se acumula no solo que épermanentemente saturado de água salobra.

-Compreende solos com pouca matéria orgânica, maldrenados com presença de uma separação abruptaentre os horizontes eluvial e o horizonte B, adensado ede baixa permeabilidade (facilidade de infiltração daágua).

-Compreende solos bem desenvolvidos, com texturaarenosa e/ou argilosa, e uma grande diferença notamanho dos grãos entre os horizontes e presença deum horizonte com aspecto colorido, sob outroprofundo de cor clara.

- Com características físicassemelhantes ao gleissolos tiomórficos, ocorrem emáreas de manguezais sob influência direta da água domar.

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FACILIDADE DE SOFRER EROSÃO

Fatores que Influenciam a Erosão

Erosão na AID do Empreendimento

A erosão é resultante do desgaste do relevo,principalmente pela ação da águas, que podem retirara camada superior do solo, mais rica em matériaorgânica, diminuindo a fertilidade do solo. Èfrequentemente acelerada pela atividade do homem.

À medida que as áreas são desmatadas, os solos ficamdesprotegidos contra a ação das águas das chuvas,acelerando os processos erosivos.

Os processos erosivos são acelerados ou reduzidosde acordo com fatores tais como:

Propriedades dos Solos

Precipitação Pluviométrica

Cobertura Vegetal

Lençol Freático

Topografia

Uso e Manejo do Solo

Erosão na Aii do Empreendimento

As áreas mais erodidas na AII ocorrem na regiãoatravessada pela rodovia BR-493. Várias jazidas dematerial de empréstimo (saibro) e de matéria-prima(argilas) para fabricação de cerâmicas foramexploradas e abandonadas sem recuperaçãoposterior.

Algumas dessas cavas são preenchida por água dachuva, e outras são fontes de sedimentos queassoreiam as margens dos riachos. A erosãosuperficial ocorre em todos os locais com solosexpostos (sem cobertura alguma). Esse padrão deerosão fica despercebido até que começa a formarsulcos e ravinas, quase sempre relacionados àatividade humana.

Na AID predominam relevos planos, de baixadasalagáveis, com lençol freático superficial em quasetoda a sua extensão. Ao invés de serem erodidos, essesterrenos sofrem deposição de sedimentos.

A erosão ocorre em áreas de relevo ondulado,ocupadas por argissolos, cambissolos e neossolos. Aintervenção humana causa desmoronamentos dasencostas e barrancos seja pela construção de estradas,ou pela retirada de material de empréstimo (saibro eargilas).

A intensa ocupação humana em áreas de solosplanossolos háplicos provoca o desgaste do seuhorizonte superficial (horizonte A) que tem texturaarenosa.

RECURSOS HÍDRICOS SUPERFICIAIS

A região da bacia hidrográfica (área onde os rioscorrem em direção a um mesmo corpo d'água), comcerca de 4.000km², abrange 16 municípios, com umapopulação de mais de 8 milhões de habitantes.

A região concentra grande número de indústrias,além das áreas urbanas, com ocorrência dedesmatamentos, queimadas, poluição por óleo emsuas águas, assoreamento dos rios, lançamento deesgoto, destruição da cobertura vegetal, poluição doar, degradação dos manguezais, disposiçãoinadequada do lixo, vazamento de esgoto nas praias,extração mineral e ocupação desordenada.

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BACIAS HIDROGRÁFICAS NA AID

Na região do empreendimento, quatro baciasenglobam a Área de Influência Direta, sendo elas:Bacia do Guapimirim-Macacu, Bacia do Caceribu,Bacia do Guaxindiba-Alcântara e Bacia do Imboaçu.

Bacia do Guapimirim-macacu

É a maior bacia da hidrográfica da região da Baía deGuanabara, com área de 1.251km², abrangendo osmunicípios de Guapimirim, Cachoeiras de Macacu euma pequena parte de Itaboraí. O principal rio dabacia é o Macacu, cuja nascente encontra-se a 1.700mde altitude, dentro dos limites do Parque Estadual dosTrês Picos, em Cachoeiras de Macacu.

Na década de 40, o extinto DNOS (DepartamentoNacional de Obras e Saneamento), desviou o cursonatural do rio Macacu, unindo-o ao rio Guapimirimpelo canal Imunana, que teve sua área de drenagembastante aumentada. O antigo curso do rio Macacu foiintegrado ao rio Caceribu, seu antigo afluente pelamargem esquerda, após as obras do DNOS.

A bacia é responsável pelo abastecimento de cercade 2,5 milhões de habitantes, nos municípios deCachoeiras de Macacu, Guapimirim, Itaboraí, SãoGonçalo e Niterói, sendo também utilizada parairrigação e piscicultura.

Bacia do Rio Caceribu

A bacia do rio Caceribu ocupa uma área de822km², sendo a segunda maior da região. O rioCaceribu nasce nas serras florestadas de Rio Bonito, acerca de 740 m de altitude, e atravessa os municípiosde Rio Bonito, Tanguá, Itaboraí e Guapimirim, ondedeságua na Baía de Guanabara através do manguezalde Guapimirim.

O rio Caceribu nasce nas serras florestadas de RioBonito, a cerca de 740 m de altitude, e atravessa osmunicípios de Rio Bonito, Tanguá, Itaboraí eGuapimirim, onde deságua na Baía de Guanabaraatravés do manguezal de Guapimirim. Seus maioresafluentes são os rios Bonito, Tanguá, dos Duques oudo Gado e Aldeia, todos pela margem esquerda.

O rio Caceribu era, originalmente, um afluente dorio Macacu, que foi desviado para a bacia do rioGuapimirim pelo DNOS. Dessa forma, a bacia doCaceribu ficou isolada, e o rio passou a desaguar nafoz do antigo rio Macacu, localizada na APA deGuapimirim. As várias obras de drenagem e retificaçãode rios realizadas nesse e em outros rios da regiãomelhoraram as condições de saneamento local epermitiram a ocupação de novas terras.

Bacia do Guaxindiba-Alcântara

A bacia do Guaxindiba-Alcântara, comaproximadamente 143km² de área, drena osmunicípios de Niterói, São Gonçalo e uma pequenaparte de Itaboraí. O rio Guaxindiba nasce em SãoGonçalo, que deságua na APA de Guapimirim, temcomo maior afluente, o rio Alcântara, cuja nascentelocaliza-se na Serra Grande, em Niterói, a 200m dealtitude.

É caracterizada por um grande adensamentopopulacional de cerca de 1 milhão de pessoas. Assim,vários contribuintes dos rios Guaxindiba e Alcântararecebem, nessas áreas, grande quantidade de esgotodoméstico e industrial não-tratado, tornando-semuito poluídas, contribuindo para a degradação dosmanguezais e da Baía de Guanabara.

VIA ESPECIAL PARA TRANSPORTE DE CARGAS PESADAS DO COMPERJ

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Bacia do Rio Imboaçu

Localizada inteiramente no município de São Gonçalo,a bacia do rio Imboaçu tem uma área de apenas29km2. Sua nascente principal, do rio Imboaçu, situa-se na serra Grande, em altitude de cerca de 140m edesemboca na baía de Guanabara.

Principais Cursos D'água da AID

O traçado da via de acesso do COMPERJ atravessatrês das bacias citadas acima, as bacias dos riosImboaçu, Guaxindiba-Alcântara e Caceribu. Ao longodo traçado, a estrada cruza alguns rios, córregos ecanais situados nestas três unidades hidrográficas,sendo os principais o canal do Imboaçu e os riosGuaxindiba e Alcântara.

Os cursos d'água atravessados são utilizadosprincipalmente para diluição de esgoto doméstico dapopulação, causando poluição (matéria orgânica,contaminação química e bacteriológica, etc.). Algunssão também utilizados para a navegação, em geral, depequenas embarcações.

Em São Gonçalo, próximo ao bairro de Itaoca,situa-se o cruzamento com o canal do Imboaçu, e umpouco mais adiante, o trajeto da futura estrada passapor dois pontos do rio Alcântara. O rio Guaxindiba éatravessado pela via no trecho mais próximo à odoviaBR-101.

Na divisa entre os municípios de São Gonçalo eItaboraí encontra-se a vala da Caieira, e por fim, aestrada para cargas pesadas atravessa o canalTambico, curso d'água utilizado para a navegação depequenas embarcações.

Áreas de Mananciais e Unidades de Conservação

A maioria das captações de água nos mananciaisda região da baía de Guanabara encontra-se inseridaem Unidades de Conservação, com exceção dosmananciais localizados em Rio Bonito. Dessa forma, avegetação no entorno dos mananciais encontra-se, demodo geral, ainda preservado.

A APA de Macacu protege a área de baciahidrográfica do rio Macacu, protegendo mananciaisimportantes que abastecem os municípios deCachoeiras de Macacu, Niterói, São Gonçalo eItaboraí.

Os municípios de São Gonçalo e Niterói, a ilha dePaquetá e os distritos de Itambi e Porto das Caxias (emItaboraí) são abastecidos por meio do canal deImunana, formado a partir dos rios Guapiaçu eMacacu, e que supre o Sistema Imunana-Laranjal, daCEDAE (Companhia Estadual de Águas e Esgotos).

Além disso, a maior área de manguezal preservadono Rio de Janeiro localiza-se na APA de Guapimirim (ena ESEC Guanabara), onde estão as foz dos rios Guapi-Macacu, Caceribu e Guaxindiba.

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Áreas de Inundação

A região apresenta planícies (como a baixadaFluminense) onde ocorreram diversas obras dedrenagem e retificação de rios. Além disso, nosúltimos anos houve grande redução nas áreasalagáveis (várzeas), um incremento das áreas deaterros e nos processos de assoreamento. Essesfatores geram grandes problemas de enchentes naregião.

De acordo com o INEA (antiga SERLA), existemcerca de 700 pontos de inundação no Estado do Rio deJaneiro. Nas áreas de influência do empreendimento,a bacia do Imboaçu apresentou três locais possíveis deinundação (Boa Vista, Zé Garoto e Vista Alegre); emGuapimirim, foi verificado um ponto crítico em ParadaLeal; e, na bacia do Guaxindiba, os locais com maiorpossibilidade de inundação são Luiz Caçador, GaloBranco, Trindade, Jardim Catarina, Monjolos eLagoinha.

SISMOLOGIA (ESTUDO DOS TERREMOTOS)

Características de Abalos Sísmicos na Região

Recorrência de Abalos Sísmicos

Alguns parâmetros (variáveis importantes para oscálculos) sobre abalos sísmicos em nosso país(semelhantes a terremotos) não são encontrados empesquisas bibliográficas sobre esse assunto, em razãoda pequena quantidade de medidas feitas. Foramentão integradas as informações sobre a geologia(tipos das rochas das diferentes áeas) e sobre os abalossísmicos existentes.

Há algum tempo tem-se chamado atenção para arelação entre as placas da superfície terrestre (pedaçosda superfície do planeta, sobre as quais estão oscontinentes e oceanos) sua movimentação e suaszonas de tensão (placas com movimentos contrários).

A localização do território brasileiro em uma parte dasuperfície terrestre (ou placa tectônica) chamadaPlaca Sulamericana, evita em muito a ocorrência deterremotos, que podem ocorrer em algumas regiões.Apesar de uma baixa frequencia de abalos símicos e deterremotos importantes registrados em nossahistória, ocorreram registros de eventos nos últimosdois séculos.

Estudos estatísticos da (re)ocorrência nos abalossísmicos iniciados na década de 70, na área de Angrados Reis (por conta das instalações nucleares naregião), mostram que na região, abalos comintensidades maiores que 4 graus ocorrem, em média,a cada seis anos; abalos maiores ou iguais a 5 grausocorrem em intervalos de 50 anos; maiores que 6, emintervalos de 150 a 200 anos, e abalos maiores que 7graus aconteceriam em intervalos de até 700 anos.

O risco de abalos sísmicos da região sudeste ébaixo, com probabilidade de apenas 10% de eventosde intensidade pequena (que não oferecem risco paraconstruções) em períodos de 50 anos.

Na região de São Gonçalo e Itaborái, os abalossísmicos são, em geral, pouco profundos, comtendência a terem efeitos reduzidos em distânciasrelativamente curtas. Não foram registradas na área eas maiores intensidades foram apenas estimadas.

OCEANOGRAFIA (ESTUDO DOS OCEANOS)

Sedimentos

Serviu de referência para esse estudo o Plano Diretorde recursos hídricos da baía de Gauanabara, realizadoem 2004.

Predominam, da entrada da baía até a ponte Rio-Niterói, as areias depositadas em períodos passados,atualmente revolvidas por ondas em tempestades ecorrentes de maré. Na região entre a Ponte e a IIha doGovernador há uma mistura de sedimentos finos deorigem fluvial (trazidas pelos rios), e outros maisgrossos depositados há mais tempo. Mais para ointerior, existem muitas áreas com sedimentos finosassociados às foz dos rios.

Ambientes de Sedimentação

AreiaArgila

Rocha

Silte

Ilha do Governador

Niterói

Maricá

São Gonçalo

Itaborai

Rio de Janeiro

Marés

Ondas

A baía de Guanabara está em uma regiãosubmetida à micromaré semidiurna (período de 12,4horas entre duas marés cheias) com amplitude 0,7m, evariação entre 0,3 a 1,1 metros. A circulação da águano interior da baía é gravitacional, modificada pelaação do vento. A direção e a velocidade da marédependem do formato do fundo da baía. As correntesem geral seguem os canais.

Com a passagem das frentes frias que geramtempestades, ondas de sul-sudeste com alturassuperiores a 1 metro conseguem penetrar nas águadabaía, perdendo força nesse caminho devido à suacaracterística de baía confinada, de baixa agitação.Esse processo pode provocar o transporte desedimentos arenosos mais para o interior da baía.

VIA ESPECIAL PARA TRANSPORTE DE CARGAS PESADAS DO COMPERJ

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Ventos

Salinidade

Ressalta-se a influência dos ventos na circulaçãodas águas da baía, e em condições de ventos vindos desul há um aumento das correntes que adentram a baíapelo canal principal até a Ilha de Paquetá. Mesmo coma atuação de ventos vindos de norte, ou quando nafalta de vento não há alteração nesse padrão(correntes seguem pelo canal principal). Ossedimentos podem ser levados por até 10km dedistância levados pelas correntes, e em condiçõesnormais, cerca de 5km na entrada da baía, e apenas1km no fundo.

Em ambientes estuarinos (ou seja, nos encontrosda foz dos rio com o mar), a circulação das águas émuito dinâmica (com muitas modificações), pela açãoconjunta da vazão de água doce dos rios e o efeito dasmarés. A água doce dos rios é descarregada em áreasno interior da baía (no nordeste), dimunuindo o valorde salinidade das águas, maiores na entrada da baía.

No inverno, quando chove menos, a vazão dos riosdiminui, reduzindo essa diferença de salinidade enre aentrada e o interior da baía. Por outro lado, no verão,as chuvas intensas favorecem grande descarga deágua doce, aumentando essa variação no sentidoentrada-interior.

Temperatura

De modo geral, não existem grandes variações detemperatura nas águas da baía, exceto pelos eventosde ressurgência, quando águas frias de camadas maisprofundas da água do oceano entram na baía,causando temperaturas de até 15oC no fundo da baía.Com base em medidas feitas pela INEA (antigaFEEMA), verificou-se que a temperatura média daágua aumenta em direção ao interior da baía (juntocom a diminuição da salinidade). O valor médio detemperatura medido foi de 24,2oC.

Oxigênio Dissolvido

Em relação às quantidades de oxigênio dissolvido,as águas superficiais são bem ricas, decorrentes datemperatura alta e da disponibilidade de nutrientesque favorecem a atividade de fotossíntese das algasmicroscópicas. A luz solar atinge cerca de dois metrosde profundidade. Depois desse nível, a quantidade deoxigênio na água cai rapidamente, chegando, muitasvezes, a zero na superfície dos sedimentos do fundo.Dependendo da ação das marés, as condições depresença e ausência de oxigênio nesses sedimentossão alteradas, fato importante para as transformaçõesquímicas de diversos poluentes.

RECURSOS MINERAIS (EXISTÊNCIA DE ÁREAS DELAVRAS OU RETIRADA DE MATERIAL DEEMPRÉSTIMO)

Na região das Áreas de Influência da estrada deacesso para cargas especiais do COMPERJ, destacam-se áreas de exploração mineral no município deItaboraí (argila e areia retiradas dos depósitos alúvio-coluvionares), destinadas à contrução civil e àfabricação de refratários, justificando o grandenúmero de cerâmicas na região. Já no município deSão Gonçalo, observam-se áreas de retirada de saibroe brita.

Dentre as áreas de exploração mineral, nem todasdevidamente registradas no DNPM (DepartamentoNacional de Produção Mineral), podemos citar algunsexemplos como uma jazida de argila próxima àrodovia BR-493, em Itaboraí, ou pedreiras deexploração de gnaisse para brita em fase delicenciamento no Columbandê, em São Gonçalo.

Com relação à demanda de material para aconstrução do empreendimento, foi realizado umlevantamento do potencial para áreas de empréstimo(areia, argila, saibro e brita) na região, citado a seguir.

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PROCESSOS DE TITULARIDADE MINERÁRIA(REGISTROS DE ÁREAS DE LAVRA E EXTRAÇÃO DEMINERAIS)

Atualmente, existem na AII do empreendimentoum total de 28 processos de titularidade minerária,dentre os quais somente um está localizado na AID davia especial de acesso do COMPERJ. Grande partedeles (50% dos processos) está em fase de autorizaçãode pesquisa.

O principal material explorado é a argila, com 13dos 28 processos de extração mineral na área, seguidada extração de turfa, com 5 registros. Em menoresquantidades verificaram-se áreas de extração degnaisse, saibro, areia e água mineral. Em termos deárea requerida pelos processos, 70% da áreacorresponde a áreas de exploração de turfa.

O processo de titularidade minerária na Área deInfluência Direta, está ativo, em fase de autorizaçãopara pequisa, em uma área de exploração de argilapara fim industrial.

A região possui muitas áreas de exploração mineralabandonadas, sem nenhuma recuperação ambiental,e ainda, áreas de exploração recente ou mesmo emoperação sem registro no DNPM, o que sugereexploração informal.

ÁREAS DE EMPRÉSTIMO POTENCIAIS PARAMATERIAIS DE CONSTRUÇÃO (SAIBRO, BRITA EAREIA)

Ao longo da AII do empreendimento, foramdelimitadas as áreas potenciais para fornecimento dematerial de empréstimo (areia, argila, saibro e brita). Opotencial levantado não considerou, entretanto o usoe ocupação do solo atual, o que pode limitar emmuitos casos seus potenciais iniciais.

As áreas potenciais para retirada dos diferentestipos de material de empréstimo são as seguintes:

Areia

Argila

Saibro

Brita

Os sedimentos depositados nos terrenos das baixadasalúvio-coluvionares, trazidos, em sua maioria, pelaságuas dos rios, são predominantemente compostospor areias com granulometria (tamanho dos grãos dosedimento) de fina a grossa. Às vezes ocorremtambém junto a sedimentos mais finos detextura argilosa ou com cascalheiras. Apresentamgrande potencial para a instalação de áreas de retiradade material de empréstimo e lavras e tem amplascondições de atender às necessidades de areia para aimplantação do empreendimento.

Os depósitos de sedimentos da Formação Macacuexistentes na unidade Arenitos, deram origem aarenitos e argilitos, com relevo típico em forma de“tabuleiros”, nos quais se localizam grande númerode cavas para extração de argiila, sobretudo nomunicípio de Itaboraí. Os principais tipos de solos sãoos latossolos e argissolos, com espessura suficientepara a implantação de locais de áreas de emprétimo.

Áreas de saibreiras ocorrem nas unidades de Gnaissese Granitóide, constituída pelas formações rochosas doComplexo Paraíba do Sul e da Suíte Desengano,respectivamente. As áreas de solos propícios(latossolos e argissolos) para retirada de saibro seoriginam a partir da ação lenta do clima e outrosfatores sobre essas rochas formando solos de texturaargilosa com boas características geomecânicas (daestrutura e estabilidade dos solos).

Coincidem com áreas de ocorrência da unidadeGranitóide, constituída por rochas graníticas daformação Suíte Desengano, em locais onde existemafloramentos rochosos com potencial paraimplantação de lavras e pedreiras para fornecimentode brita. Os terrenos da unidade das Rochas Alcalinas,representada pelo Morro de Itaúna, também tempotencial para instalação de áreas de extração debrita.

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RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS

MEIO BIÓTICO

VEGETAÇÃO E ÁREAS PROTEGIDAS

Vegetação na AII Do Empreendimento

O empreendimento localiza-se na região da MataAtlântica, em uma área de ocorrência natural demanguezais, e de florestas, sobretudo nas serras.Esses ambientes estão muito degradados peloprocesso histórico de ocupação e uso do solo,especialmente pelo avanço da área urbana da regiãometropolitana do Rio de Janeiro.

Vegetação na AID do Empreendimento

Na AID, além das margens dos corpos hídricos, omanguezal é outra categoria de APP, conforme artigo3º, inciso X da Resolução CONAMA 303/02. Somando-se apenas as áreas mapeadas como mangue e manguedegradado (sem considerar as áreas de manguedegradado com brejo, nas quais predomina o brejo), aAPP-manguezal corresponde a uma área de 109 ha naAID. Acrescentando-se, a essa área de APP-manguezal, a APP de margens de rios e córregos(excluindo a sobreposição com mangue), o total deárea de APP dentro da AID é de 251 hectares, o quecorresponde a 13,7% da AID.

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Agropecuária

Floresta Ombrófila Densa, Submontana

Floresta Ombrófila Densa, Terras Baixas

Formações Pioneiras com Influência Fluvial e/ou Lacustre

Formações Pioneiras com Influência Marinha

Formações Pioneiras com Influência Fluviomarinha

Indiscriminadas

Influência Urbana

Área de Proteção Ambiental - APA de Guapi-Mirim

Estação Ecológica - ESEC da Guanabara

APA da Bacia do Rio Macacu

Área de Influência Indireta - AII

Área de Influência Direta - AID

Limite Municipal

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Não foram encontrados manchas de matas(fragmentos florestais) mais conservados (em estágiomédio ou avançado de regeneração). Essesfragmentos apresentam porte e composição florísticatípicas de matas degradadas (em estágios iniciais deregeneração), com baixo número de espécies,predomínio de 1 ou 2 espécies pioneiras.

Destaca-se como espécies mais comuns na área aaroeirinha (Schinus terebinthifolius) e o cambará(Gochnatia polymorpha), e a presença de espéciesexóticas, típicas de pomares. Nenhuma espécie rara,endêmica ou ameaçada de extinção foi encontrada.

Já o manguezal, na classe de mangue conservado,apresenta-se bem estruturado, com ocorrência dastrês espécies típicas dos mangues da região (mangue-branco, mangue-preto e mangue-vermelho).

Nas amostras de matas na AID, foram medidas 760indivíduos com DAP (diâmetro à altura do peito) maiorou igual a 5cm, de um total de 53 espécies, das quais46, identificadas no nível de espécie. Esses indivíduostiveram média de diâmetro (DAP) igual a 10,3cm,altura média de 5,7m, e um volume total de madeiraestimado em 48,5m³ por hectare.

Os valores da medida da biodiversidade (índice deS h a n n o n -W e a v e r ) v a r i a r a m e n t r e 0 e2,08nats/indivíduo, que são considerados baixos,característicos de ambientes degradados.

As espécies mais freqüentes na amostra feita,destacando-se três espécies típicas de matasdegradadas: aroeirinha, cambará e maricá, quejuntas, somam por quase 70% do total dos indivíduos.As demais espécies são tipicamente pioneiras ousecundárias iniciais, como a quaresmeira e oborrachudo. Destacam-se também as espéciesfrutíferas, que revelam as alterações causadas pelohomem na vegetação da região.

Caracterização dos ambientes de matas na AID

Vegetação na ADA do Empreendimento

A ADA (Área Diretamente Afetada) abrange 4ha demanguezal conservado. A maior parte da área estáocupada com áreas urbanas e brejos junto comcampos e pastagens.

O manguezal ainda conservado, situado na ADA,no Canal do Imboassú, apresenta as três espéciestípicas do mangue - Rizophora mangle (manguevermelho ou sapateiro), Avicenia schaueriana(mangue preto) e Laguncularia racemosa (manguebranco) - predominando o mangue-vermelho, maisadaptada às condições da s marés e a alta salinidadeda água.

Na amostragem do manguezal na AID, foramencontrados valores médios de diâmetro e alturamaiores que os valores da maioria de outras demangue, indicando um porte mais desenvolvido, e,portanto, ambientes bem conservados com idadesentre 15 e 30 anos, de acordo com antigos pescadoresda região.

Unidades de Conservação

Na Área de Influência Indireta (AII) doempreendimento abrange os limites de duasUnidades de Conservação federais: a APA (Área deProteção Ambiental) de Guapi-Mirim e a ESEC(Estação Ecológica) da Guanabara. Na região norte daAII há ainda um pequeno trecho da APA estadual daBacia do Rio Macacu. Não foram identificadasunidades de conservação municipais nos limites daAII.

A APA de Guapi-Mirim foi criada em 25 desetembro de 1984, com o objetivo de proteger osúltimos manguezais da região da baía de Guanabara,na região das foz dos rios Iriri, Roncador, Guapi-Mirime Imboaçu, em Magé, Guapimirim, Itaboraí e SãoGonçalo. A sede da APA situa-se em Guapimirim, noKm 12,8 da rodovia BR-493.

A ESEC da Guanabara foi criada em 15 de fevereirode 2006, com o objetivo de preservar osremanescentes de manguezais da baía de Guanabara,bem como sua flora e fauna associada, e a realizaçãode pesquisas científicas. Tem maiores restrições que aAPA (de Guapimirim), abrangendo as áreas maispreservadas dos manguezais na região.

VIA ESPECIAL PARA TRANSPORTE DE CARGAS PESADAS DO COMPERJ

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RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS

A APA da bacia do rio Macacu, criada em 05 dedezembro de 2002, compreende uma faixa marginalde 150m ao longo do rios Macacu e Guapiaçu e 50mao longo dos afluentes.

A ESEC da Guanabara e a APA Guapimirim são asmais relevantes na AII, gerenciadas pelo InstitutoChico Mendes (ICMBio/MMA), de forma integrada,definida por regimento interno.

Ressalta-se que além das margens dos corposhídricos, os manguezais também são outra categoriade APP (Áreas de Preservação Permanente), conformea Resolução CONAMA 303/02. Somando-se as áreassomente de manguezais (sem contar áreas junto abrejos), essa APP abrange uma área de 110haaproximadamente. Acrescentando-se, as APP demargens de rios e córregos (faixa de 30 metros paracada margem), o total chega a cerca de 280 hectares.

Áreas de Preservação Permanente

fauna

O Estado do Rio de Janeiro caracteriza-se pelapresença de ambientes de Mata Atlântica, tais comoflorestas de serras, encostas e de baixada, além demanguezais e restingas. Essa variedade de tipos devegetação proporcionam abrigo para uma fauna rica ediversificada.

As principais ameaças ao que restou das florestasda Mata Atlântica no Estado do Rio são osdesmatamentos para a criação de pastagens eculturas agrícolas, o crescente processo deurbanização e favelização das cidades, a retirada demadeira, além da caça e do comércio ilegal de espéciessilvestres.

De modo geral, as áreas abertas (campos epastagens) apresentam uma fauna formada pormuitas espécies comuns e outras cuja presença nessesambientes é ocasional apenas em seu deslocamentoentre as pequenas manchas de mata (fragmentosflorestais). Em razão disso esses fragmentos florestaismesmo quando pequenos são importantes paraabrigar várias espécies que habitavam a florestaoriginal.

A maioria das espécies de animais que foramobservadas durante os trabalhos de campo sãoespécies comuns, geralmente encontradas emambientes já alterados de alguma maneira pelaatividade do homem. Nas áreas de manguezal foiobservada uma espécie de ave, a figuinha-do-mangue, que é indicadora de ambientes bempreservados.

As áreas próximas onde ainda existem matas sãopequenas e isoladas umas das outras (fragmentosflorestais). O ambiente de restinga também é umapequena parte do que existia antes.

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Espécies da Fauna Características dos DiferentesAmbientes das Áreas de Influência

Nos ambientes florestais podem ser encontradasespécies como a preguiça, mico-estrela, irara, ouriço-caixeiro, paca, inhambú, jacupemba, juriti, beija-flor,tucano-do-bico-preto, tangará, vários tipos de sapos erãs silvestres, cobra-cega, jararaca, cobra-cipó, cobra-coral-verdadeira e teiú.

VIA ESPECIAL PARA TRANSPORTE DE CARGAS PESADAS DO COMPERJ

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RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS

Foi observado um total de 83 espécies de animaisna AID durante os trabalhos de campo. A maioriadessas espécies é de aves (martim-pescador,andorinha, bico-de-lacre ) e de répteis (calango,cobra-d'água e cobra-cipó). Os mamíferos (cachorro-do-mato, mão-pelada, mico e tapiti) foram menosobservados, seja diretamente ou por vestígios comopegadas.

Durante os trabalhos decampo na AID da via especial do COMPERJ, a únicaespécie observada foi o colhereiro (ave).

Entre as espécies que podem ser observadas nasÁreas de Influência, nenhum anfíbio (sapos epererecas) é considerado ameaçado de extinção.

Espécies ameaçadas -

Animais Observados Durante os Trabalhos deCampo na Área de Influência Direta

ESPÉCIES DE ANIMAIS ENDÊMICAS

ANIMAIS UTILIZADOS DE ALGUMA MANEIRA PELOHOMEM

ESPÉCIES DE ANIMAIS CUJA PRESENÇA INDICA UMAMBIENTE BEM PRESERVADO

Muitas das espécies que têm possibilidade de seremvistas nas Áreas de Influência só existem em ambientesda Mata Atlântica como gambá, bugio, papagaio-chauá, sapo-da-areia e algumas espécies de cobras. Aave figuinha-do-mangue, que foi visualizada nesseestudo, só ocorre em áreas de manguezal bempreservado no sudeste brasileiro.

Algumas das espécies que podem ser encontradas nasÁreas de Influência são procuradas ou caçadas pelohomem por terem alguma utilidade, valor nocomércio ilegal de animais silvestres (gavião-carijó,corujinha-do-mato) ou na alimentação (paca,capivara, tartaruga-verde).

Foram observadas duas espécies de aves queindicam ambientes bem preservados, a rendeira, quehabita áreas de mata, e a figuinha-do-mangue.

Os botos-cinza que ainda podem ser avistados emáreas da baía de Guanabara geralmente ocorrem emáguas mais limpas e indicam boa qualidade do

ambiente marinho pela existência de outrasespécies de animais dos quais eles se alimentam.

Biota Aquática

Zoobentos

É constituído por um conjunto diverso e rico deanimais de diferentes grupos taxonômicos (grupos deanimais de espécies próximas em razão de suassemelhanças). Predominam animais invertebrados,representados por esponjas, cnidários, anelídeos,moluscos, crustáceos e equinodermos. Os vertebradossão exemplificados por ascídeas, anfioxos e peixes,entre outros.

Esses animais desmpenham papel importante naecologia dos ecossistemas aquáticos pois participamda decomposição de matéria orgânica e fazem parteda cadeita alimentar. Constituem um dos principaisitens da dieta de várias espécies de peixes e muitosorganismos zoobentônicos contribuem com aciclagem dos nutrientes.

Muitas espécies de moluscos e crustáceos têmimportância econômica e um dos principais distúrbiossobre as populações costeiras é a pesca com redes dearrasto de fundo, artesanal ou industrial.

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Foram relacionados um total de 98 espécies comocor rênc ia nas Áreas de In f luênc ia doempreendimento, pertencentes a três grandes gruposde animais: moluscos, poliquetos (animais marinhos,aparentados às minhocas) e crustáceos.

Alguns crustáceos e moluscos se destacam pelautilização para consumo humano como o moluscoberbigão, os siris, os caranguejos guaiamu e uçá e oscamarões-rosa, branco, e sete-barbas.

Nas áreas de bota-fora, em uma área próxima àpraia de Piratininga (com profundidade entre 20 e 30metros), a riqueza de espécies é maior que no interiorda baía. As espécies com ocorrência relatada para aárea de bota-fora são na maioria animais filtradorescom duas conchas, como os mexilhões, e as águasvivas. Além desses, encontram-se poliquetos ecrustáceos, principalmente camarões.

Ictiofauna

Na área de Influência Direta (AID) da via especial deacesso do COMPERJ, foram registradas 15 espécies,pertencentes a 11 famílias e sete ordens de peixes,como: anchova, lambari, bagre-urutú e barrigudinho.

Não foi observada uma dominância de nenhumaordem ou família na composição das espéciesregistradas, o que pode estar relacionado à variedadede ambientes da AID, e o bom estado de conservaçãode alguns locais. Por outro lado, foi capturado umgrande número de indivíduos (peixes) pequenos, oque pode indicar a sobreexplotação (exploração deum recurso além de sua capacidade de recuperação)dos estoques pesqueiros na baía de Guanabara.

Com base nos dados coletados, verificou-se umarelação entre a abundânica e a riqueza de espécies naslocalidades de coleta. Nas coletas com redes deespera, as espécies mais importantes em termos debiomassa (de peso dos animais) foram a corvina e atainha. Nas coletas manuais, o barrigudinho foi aespécie mais importante, possivelmente por ser umaespécie bem tolerante a ambientes alterados comoalgumas das localidades de coleta.

A ictiofauna da área do bota-fora tem composiçãobastante diferenciada da comunidade encontrada naslocalidade da AID do empreendimento, pela maiordinâmica de circulação das águas do mar, o subtratoarenoso e menor variedade de hábitas (locais ondevivem as espécies).Fitoplâncton (Comunidade de Espécies de AlgasMicroscópicas)

A disponibilidade de nutrientes (ligada à poluiçãoda água) associada às alterações causadas pelohomem altera as comunidades fitoplanctônicas. Apoluição da água, geralmente associada àindustrialização e a alta densidade populacional é umdos principais problemas ecológicos desses ambientesmarinhos.

Foi encontrada uma alta densidade defitoplâncton, estando fora dos padrões estabelecidospelo CONAMA (Conselho Nacional do Meio Ambiente)para consumo humano e outros usos. Como muitascianobactérias são produtoras de substâncias tóxicas,torna-se necessário verificar seus possíveis efeitos.

Na área do bota-fora, localizada em um ambientemenos variado ocorrem espécies de fitoplâncton,cosmopolitas, ou seja, que ocorrem em várias outrasregiões do planeta, com ampla distribuição espacial.Essa comunidade é dominada por diatomáceas (oualgas douradas) e dinoflagelados.

Zooplâncton (Comunidade de Espécies de AnimaisMicroscópicos)

O termo zooplâncton designa um conjunto deorganismos de tamanho reduzido pertencentes adiversos grupos de organismos, que habitam a colunad'água.

É constituída, nas Áreas de Influência doempreendimento, principalmente por protozoários,rotíferos e crustáceos muito pequenos, comocopépodos e cladóceros. Existe um gradiente entre ascondições das águas entre a entrada e o interior dabaía, o que se reflete numa composição dacomunidade diferente.

Na área do bota-fora, a comunidadezooplanctônica do litoral do Rio de Janeiro édominada por copépodos (crustáceos de pequenotamanho), alcançando até 80% do total de indivíduos.

VIA ESPECIAL PARA TRANSPORTE DE CARGAS PESADAS DO COMPERJ

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Também destacam-se as larvas de outroscrustáceos e de cladóceros.

A composição do zooplâncton pode variar deacordo com alterações nos valores de temperatura esalinidade. Dessa forma, durante o verão, época maisquente e com menor salinidade aumenta aquantidade de espécies como Penilla avirostris, e poroutro lado, durante o inverno, quando as águas estãomais frias e com maior salinidade, são frequentes oscnidários, ou águas-vivas (da Classe Hidrozoa).

Para elaboração do diagnóstico socioeconômicoforam levantados dados do governo estadual e dasprefeituras dos municípios das áreas de influência doempreendimento, assim como dos seguintes órgãos einstituições:

Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística(IBGE/SIDRA);

Programa das Nações Unidas para oDesenvolvimento (PNUD);

Ministério da Saúde (MS/DATASUS);

Ministério do Trabalho e do emprego;

Ministério da Educação/INEP;

Ministério da Justiça/FUNAI;

Ministério da Cultura/Fundação Palmares;

INCRA;

Comando da Marinha.

MEIO SOCIOECONÔMICO

Região Metropolitana do Rio de Janeiro - RMRJ

A mudança do fluxo migratório interegional paraáreas não metropolitanas, que apresentaram grandedesenvolvimento, contribuiu à modificação do padrão

das desigualdades socioespaciais que haviam seconfigurado nas décadas anteriores.

A Região Metropolitana do Rio de Janeiro foi criadapela Lei Complementar nº 20, de 1º de julho de 1974.Desde então, sofreu inúmeras alterações em suacomposição. Atualmente, é composta pelos seguintesmunicípios: Rio de Janeiro, Niterói, São Gonçalo,Itaboraí, Tanguá, Guapimirim, Duque de Caxias,Queimados, Seropédica, Belford Roxo, Mesquita,Nilópolis, São João de Meriti, Magé, Nova Iguaçu,Paracambi e Japeri.

Baía de Guanabara

A Baía de Guanabara faz parte do cinturão verdeque envolve a cidade do Rio de Janeiro e desde oséculo XVII participa de perto da sua história e suastradições.

A Baía de Guanabara não é um acidente geográficoautônomo. Isto é, ela não existe sozinha. Além deprecisar do mar, que renova diuturnamente suaságuas, é o corpo receptor final de todas as bacias dos55 rios e riachos que a alimentam – mantendo,portanto, uma relação de interdependência com osvários ecossistemas a que se integra.

Nos dias de hoje, a Baía é conhecida pela poluiçãode suas águas. Contribuem para este quadro asatividades humanas desenvolvidas, assim como as

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Itaboraí

Povoada originalmente pelos índios Tamoios queocupavam toda a área da Baía de Guanabara, aocupação do município de Itaboraí originou-se noperíodo colonial, com a criação de uma sesmariadestinada a lavouras de cana-de-açúcar parafabricação de açúcar e aguardente.

Na primeira metade do século XX, após décadasde decadência das atividades econômicas nomunicípio, algumas indústrias ali se fixaram,principalmente cerâmicas, e os proprietários de terrasse dedicaram à cultura de cítricos, porém sem granderepresentatividade na economia regional. Estasatividades perderam importância nas últimasdécadas levando o município a um virtual estado deestagnação.

São Gonçalo

Com o desenvolvimento das cidades do Rio deJaneiro e de Niterói – que, mesmo perdendo acondição de capital após a fusão ocorrida na décadade 1960 logrou atingir atualmente os maiores índicesde qualidade de vida no estado –, São Gonçalo foiperdendo muito de sua importância econômica,caracterizando-se hoje por se constituir em verdadeira“cidade-dormitório” para trabalhadores quedemandam aquelas cidades.

No entanto, os diversos projetos previstos paraimplantação no município, como os ligados àimplantação do COMPERJ na vizinha Itaboraí e aintegração de suas áreas mais populosas com Niterói eo Rio de Janeiro através da Linha 3 do Metrô, cujasobras estão prestes a serem iniciadas, certamentetrarão novas perspectivas para o desenvolvimento domunicípio.

REGIONALIZAÇÃO E PRINCIPAIS ASPECTOSPOLÍTICO-ADMINISTRATIVOS

A divisão regional se constitui em importanteinstrumento de análise e ação com vistas aoplanejamento. Existem várias divisões regionais para oestado do Rio de Janeiro. Para o planejamento e agestão do território, duas são as mais utilizadas econhecidas: a do IBGE, que utiliza a metodologia demesorregiões e as microrregiões geográficas, e a doGoverno do estado, baseado no Plano deDesenvolvimento Econômico e Social para o período1988-1991, que dividiu o território fluminense emoito Regiões de Governo.

Atualmente, abrem-se perspectivas promissoraspara Itaboraí com os diversos projetos deinfraestrutura que estão sendo levados a cabo em seuterritório. Dentre elas, destacam-se a implantação doCOMPERJ – e a construção do Arco Rodoviário,contornando a Baía de Guanabara pela BR-493, queatravessa o município, ligando a localidade deManilha ao porto de Sepetiba e cortando algumas dasprincipais rodovias do estado.

O município de Itaboraí sofrerá profundastransformações em sua economia e terá suapopulação aumentada devido à incorporação detécnicos e trabalhadores atraídos pelas novasoportunidades que se oferecem.

VIA ESPECIAL PARA TRANSPORTE DE CARGAS PESADAS DO COMPERJ

númeras fontes potenciais de poluição existentes,que incluem cerca de 14.000 estabelecimentosindustriais, 14 terminais marítimos de carga edescarga de produtos oleosos, dois portoscomerciais, diversos estaleiros, duas refinarias depetróleo, mais de mil postos de combustíveis e umaintrincada rede de transporte de matérias-primas,combustíveis e produtos industrializadosp e r m e a n d o z o n a s u r b a n a s a l t a m e n t econgestionadas.

Esta região é formada pelos municípios deDuque de Caxias, São João de Meriti, Belford Roxo,Nilópolis, São Gonçalo, Magé, Guapimirim,Itaboraí, Tanguá e partes dos municípios do Rio deJaneiro, Niterói, Nova Iguaçu, Cachoeiras deMacacu, Rio Bonito e Petrópolis – a maiorialocalizada na Região Metropolitana do Rio deJaneiro.

As poucas áreas de lavouras (incluídas na classe“Outros ambientes”) são pequenas e para consumolocal, assim como os pomares, compostos porárvores

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DINÂMICA POPULACIONAL

A AII é composta pelos municípios de Itaboraí e SãoGonçalo, ambos integrantes da Região Metropolitanado Rio de Janeiro, e apresentava em 2007 um total de1.176.423 habitantes, ou 7,6% da população estadual(15.420.375).

São Gonçalo é o segundo município do estado empopulação, suplantado apenas pela capital. Seushabitantes representavam em 2007 até 81,6% dapopulação da AII, restando 18,4% dos moradores.

A população do conjunto da AII vem apresentandouma trajetória de crescimento nas últimas duasdécadas equiparada às médias nacional e estadual. Noentanto, pode-se observar em Itaboraí uma trajetóriade crescimento populacional, ao passo que em SãoGonçalo e do estado do Rio apresentam taxasdecrescentes.

Tomando-se por base o indicador do IBGE decrescimento anual da população entre 2000 e 2007,estima-se que em 2020 a população de Itaboraíalcançaria 280.204 habitantes e São Gonçalo1.104.430 habitantes, totalizando 1.384.634 na AII.No entanto, estes números certamente serãosuperados em decorrência dos diversos projetosprevistos para a região, dentre os quais se destaca aimplantação do COMPERJ, que atrairá um grandecontingente de novos moradores para estesmunicípios. Também deve ser observado que osmunicípios da AII acompanham o padrão estadual,como de resto em todo o país, de elevadaconcentração da população em áreas urbanas, quesupera os 96% no estado e os 99% na AII.

Por fim, cabe referir a parcela dos habitantes da AIInão naturais dos municípios que a compõem, emvirtude de migrações. A maioria da populaçãoresidente na AII é composta por indivíduos naturais dopróprio estado do Rio de Janeiro: 84% da populaçãode Itaboraí e 86% dos moradores de São Gonçalo. Seforem considerados apenas os nascidos em outrosestados da federação, constata-se que 9% dapopulação da AII é natural da Região Nordeste e 4%veio de outros estados do Sudeste, enquanto orestante dos moradores são imigrantes de outraslocalidades do país e do exterior.

ASPECTOS ECONÔMICOS

A implementação do COMPERJ impulsionará aseconomias dos municípios de Itaboraí e São Gonçalo.O primeiro, sobretudo, em razão da ocupação deparcelas de seu território por indústrias e outrasatividades econômicas. A atração de um grandenúmero de novos moradores pelas oportunidades detrabalho que surgirão nos mais diversos setoresaumentará sua densidade populacional.

Por sua vez, São Gonçalo, que hoje se apresentacomo local de moradia para uma massa detrabalhadores de Niterói e Rio de Janeiro, também

poderá ser beneficiado por sua proximidade aoComplexo, pela sua característica de municípioprovedor de serviços e pela implantação da Linha 3 doMetrô, que terá sua estação terminal na localidade deGuaxindiba.

Tanto em Itaboraí quanto em São Gonçalo,observa-se crescimentos anuais nominais do PIB emtaxas bastante inferiores ao do conjunto do estado.

Na verdade, pode-se inferir que, descontando-se ainflação do período, houve uma virtual estagnação naeconomia destes municípios no período estudado.

No que se refere às finanças dos municípios da AII,de acordo com dados apurados junto à SecretariaEstadual de Fazenda, o Imposto sobre a Circulação deMercadorias é o principal tributo arrecadado e será afonte do mais importante repasse estadual àsPrefeituras. Dentre os recursos próprios arrecadados,sobressaem o IPTU, o ISS, o ITBI e demais taxas.

Quanto às transferências federais, é o repasse deparcelas do FUNDEF o mais volumoso para osmunicípios, significando 68% das transferênciasobrigatórias federais e 37% das totais em 2006, aomesmo tempo que para o conjunto dos municípios doestado este repasse atingiu 67% das transferênciasfederais e 27% das transferências totais.

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ORGANIZAÇÃO SOCIAL

As ações de atuação comunitária assumemdiversas formas de organização de acordo com suasorigens e seus objetivos. Seja através de projetosdesenvolvidos por ONGs, movimentos reivindicatóriosde sindicatos e associações profissionais, iniciativas debusca de melhorias para os bairros através dasassociações comunitárias, trabalhos com públicosdiversos levados a cabo por organizações de basereligiosa, há toda uma rede de entidades eorganizações, a maior parte das vezes não articulada,mas desenvolvendo seus trabalhos e resgatando osconceitos de solidariedade e cidadania. Nos doismunicípios que formam a AII estão presentes diversasentidades, com níveis diferenciados de atuação e derepresentatividade.

Diversas entidades comunitárias espalham-se portodo o município, devendo ser ressaltadas entre elas,por estarem localizadas na Área de Influência Diretado presente projeto: a Associação de Moradores deJardim Catarina; a Associação de Moradores deManoel da Ilhota; a Associação de Moradores da Praiade Itaoca; a Associação de Moradores AMANGUAVA,de Guaxindiba; a Associação de Moradores doConjunto Residencial Grumete Sandoval Santos(Conjunto da Marinha, no Bairro Palmeiras); e aAssociação de Moradores da Fazenda dos Mineiros,no bairro do mesmo nome.

PÓLOS REGIONAIS

O município do Rio de Janeiro, a capital do Estado,é o grande centro polarizador da AII em todas asdimensões, seja no setor de saúde, de educação, degeração de emprego, dentre outras. É nesta cidadeque se localiza o maior parque industrial do estado,assim como hospitais e centros especializados desaúde, universidades, comércio, tanto atacadistacomo varejista, e serviços. É, ainda, um grande póloirradiador de cultura e de importância política não sóno nível regional, como nacional.

Niterói se configura como um pólo secundário degrande relevância para a AII. Capital do estado do Riode Janeiro antes da fusão com o antigo estado daGuanabara, por esta condição sempre exerceu grande

influência sobre os municípios do interior,principalmente os mais próximos. Para esta cidade sedesloca diariamente boa parte da força de trabalho deItaboraí e, principalmente, de São Gonçalo.Considerada como aquela que tem a melhorqualidade de vida no estado, Niterói apresenta umsetor terciário dinâmico, empregando moradoresdestes municípios principalmente nos setores decomércio e serviços.

Situado às margens da Baía de Guanabara, SãoGonçalo se constituiu, ao longo dos anos, emverdadeira “cidade-dormitório” para trabalhadoresque atuam principalmente nas cidades de Niterói e Riode Janeiro. São estes municípios, principalmente acapital, que exercem a maior influência sobre SãoGonçalo, seja no campo da educação, para onde vãoprosseguir seus estudos os jovens gonçalenses, comona área de saúde, em busca de tratamentosespecializados.

São Gonçalo se caracteriza por uma grandeconcentração populacional, apresentando problemasdecorrentes. Dentre eles, figura a grande deficiêncianos sistemas de saneamento, incapazes de suprir acontento as necessidades de seus moradores, e asseveras dificuldades na mobilidade de seusmoradores. As principais vias que cortam o município(BR-101, RJ-106 e RJ-104) sempre apresentam intensomovimento. A implantação da Linha 3 do Metrô, emfase de licenciamento, e a ligação hidroviária entre SãoGonçalo e a Praça XV, antiga reivindicação de seusmoradores e em fase de estudos, poderão contribuirdecisivamente para desafogar as vias rodoviárias eoferecer meios mais rápidos, seguros e confortáveispara se alcançar Niterói e Rio de Janeiro.

SAÚDE

O setor de saúde no estado do Rio de Janeiro, comode resto no restante do país, apresenta notóriasdeficiências, tanto na estrutura existente como, porvia de conseqüência, na qualidade do atendimentoprestado à população. Em São Gonçalo e Itaboraí, oquadro não é diferente. Coexistem centros deexcelência em diversas especialidades, públicos eprivados, com hospitais em mau estado deconservação, com falta de equipamentos, pessoalinsuficiente e, muitas vezes, sem os materiais,equipamentos e medicamentos necessários ao seubom funcionamento.

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EDUCAÇÃO

Estrutura de Ensino

Educação Infantil

Ensino Fundamental

Ensino Médio

Educação Especial

Segundo o Censo 2000 do IBGE, a maioria dapopulação da AII e do Estado não concluíram mais que7 anos de estudo, mostrando, portanto, o perfil depouca qualificação da grande massa da população.Em Itaboraí, este índice alcançava até 71,7% dapopulação.

No grupo de indivíduos com mais de 15 anos deestudos, os dois municípios da AII apresentavamníveis muito reduzidos. São Gonçalo contava com 3%de seus moradores neste patamar, enquanto Itaboraí,apenas 1,6% do total de habitantes alcançava altonível de qualificação.

– A região apresenta carênciade creches, uma vez que o oferecimento de matrículasé insuficiente para a demanda potencial existente. Osalunos de pré-escola da AII são em sua grande maioriamatriculados em estabelecimentos particulares.

- Tanto em Itaboraí como emSão Gonçalo passa a prevalecer o número dematrículas em instituições públicas, mesmo sendomaior a quantidade de escolas particulares nesteúltimo município.

– A grande maioria dos discentessão atendidos pelos estabelecimentos públicos darede estadual, sendo apenas uma pequena parcelamatriculada em escolas privadas. Apesar disso, aquantidade de unidades de ensino público e particularé praticamente equivalente.

- O número de escolas queoferecem condições para o atendimento de EducaçãoEspecial é muito restrito, com apenas vinte unidadespara um contingente de mais de 1,2 mil alunos, dasquais três quartos situadas em São Gonçalo. Tanto emItaboraí como em São Gonçalo, a maior parte dosalunos com necessidades especiais são atendidos porinstituições particulares.

No nível médio, especificamente, verifica-segrande evasão escolar.

Ensino Superior

Educação Profissional

Educação Ambiental

- Os municípios da AII possuíamem 2004 sete instituições de ensino superior (cincoem São Gonçalo e duas em Itaboraí) com 11,4 milalunos, sendo que apenas duas delas de naturezapública, uma em cada município.

- Ainda referida como“ensino técnico” esta modalidade de educação éoferecida somente em São Gonçalo, por trêsinstituições: Centro de Integração do COMPERJ, oServiço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI)e a Escola Técnica Industrial (EBEPI).

- Nos dois municípios queformam a AII, a Educação Ambiental, além de seroferecida nas escolas de forma transversal nasdisciplinas curriculares, é permeada de atividades nosambientes comunitários, recebendo neste sentido oapoio das Secretarias Municipais de Meio Ambiente,de ONGs, de projetos específicos sobre a questãoambiental e de empresas atuantes na região, entreelas a PETROBRAS.

INFRAESTRUTURA VIÁRIA E DE TRANSPORTES

Os dois municípios da AII fazem parte da RegiãoMetropolitana do Rio de Janeiro e estão situadospróximos à capital fluminense, sendo, portanto,servidos por vias rodoviárias importantes na região. ABaía de Guanabara e seus afluentes também exercempapel de circulação, principalmente para a populaçãopesqueira.

Dentre as vias rodoviárias mais importantes queservem os dois municípios da AII, deve-se ressaltar arodovia federal BR-101 e a rodovia estadual RJ-104(Niterói – Manilha). A primeira é a principal via deacesso para a capital do Estado. Já a segunda é viafundamental de ligação entre São Gonçalo e suacidade vizinha Niterói.

É importante ressaltar, igualmente, a RodoviaFederal de Contorno da Guanabara (BR-493) que faz

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Educação de Jovens e Adultos (EJA)Denominado como “supletivo” até meados dos

anos 1990, a EJA encontra-se bem difundida na AII,com 96 estabelecimentos de ensino e mais de 26,6 milalunos. A rede pública, especialmente a rede estadual,é a que mais fornece esse serviço a população.Eficiência e rendimento escolar - a AII apresenta umataxa de reprovação superior à encontrada no conjuntodo estado no Ensino Fundamental. No tocante aoensino médio, os dois municípios encontram-seabaixo do índice estadual, com índices ligeiramenteinferiores à taxa apresentada pelo estado.

As escolas da AII possuem também uma alta taxade distorção idade-série nos níveis fundamental emédio. Essa distorção se agrava ao se examinar arelação idade-conclusão em ambos os niveis.

parte do Arco Rodoviário Metropolitano do Rio deJaneiro e que liga, na localidade de Manilha, emItaboraí, a BR-101 à BR-116 Norte (Rodovia Rio-Teresópolis) e à BR-040, passando por Magé.

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O transporte na AII é totalmente dependente dosistema rodoviário, pois ainda não há alternativas aesse modelo de transporte pautado em automóveis,ônibus e vans, legalizadas e ilegais. Está emimplementação o projeto de construção da Linha 3 doMetrô que ligará o Centro do Rio de Janeiro a SãoGonçalo. Este novo meio de transporte acabará com adependência exclusiva de transporte rodoviário ealiviará o trânsito na região, servindo ainda comomeio de transporte para passageiros de interesse doCOMPERJ, pois a última estação se encontrará a poucadistância do Complexo, próxima à BR-101.

SANEAMENTO

São precárias as condições de saneamento naregião em estudo, assim como no conjunto do estadodo Rio de Janeiro e em todo o país. De acordo comdados do Censo 2000 do IBGE, em São Gonçalo cercade 4 em cada 5 domicílios contavam com águaproveniente de rede geral; já em Itaboraí, apenas 1 em4 residências tinham acesso a este serviço,basicamente em seu meio urbano.

Quanto ao esgotamento sanitário, naquele anosomente tinham acesso à rede geral de esgoto, oumesmo ligações com as redes de recolhimento deáguas pluviais, 40% dos domicílios de São Gonçalo e28% das residências de Itaboraí. As fossas – sépticasou rudimentares – correspondiam ao local de despejode 4 em cada 10 domicílios em ambos os municípios.

A coleta do lixo (por coleta domiciliar ou emcaçambas) atendia até 91% das residências de SãoGonçalo, mas apenas 60% dos domicílios de Itaboraí,índice bastante inferior ao do conjunto do estado que,naquele ano, abrangia 93% do universo de domicílios.Quase 30% das residências de Itaboraí queimavam oseu lixo naquele ano, índice que se reduzia para cercade 6% em São Gonçalo.

Retrata-se, desta forma, um quadro de severasdeficiências nos serviços ligados ao saneamentonestes municípios, principalmente em Itaboraí, queconstituem importante ameaça ao atendimento deparâmetros básicos exigidos para a manutenção dasaúde pública.

SEGURANÇA PÚBLICA

São Gonçalo, por ser um município mais populoso,apresenta uma estrutura de segurança pública maiordo que a de Itaboraí, contando, por exemplo, comquatro delegacias de Polícia Civil, um Batalhão dePolícia Militar e dois destacamentos da PolíciaRodoviária Federal.

Este aparato, voltado para a segurança dapopulação dos municípios da AII, vem se mostrandoinsuficiente para evitar um elevado número deocorrências que levam à morte não natural um grandenúmero de pessoas todos os anos.

Os acidentes e as agressões foram responsáveis porcerca de 80% das mortes por causas externas na AII em2006, e 11% dos óbitos totais desta região. O total deóbitos por acidentes e agressões destes doismunicípios somaram quase 9% de todas as mortesderivadas destas causas no conjunto dos municípiosdo estado. Segundo dados da Secretaria de Segurança

VIA ESPECIAL PARA TRANSPORTE DE CARGAS PESADAS DO COMPERJ

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CONDIÇÕES E PADRÕES HABITACIONAIS

São Gonçalo apresenta um largo espectro decoexistência entre áreas onde vivem moradores commaior poder aquisitivo e uma grande parcela dapopulação que, como já visto, não têm satisfeitas assuas necessidades mais básicas. Os padrões dehabitação, portanto, variam de acordo com alocalização e a renda dos moradores. Os grandesloteamentos e os bairros periféricos não contam cominfraestrutura adequada de saneamento, arruamentoordenado, calçamento e pavimentação. Nas áreasperiféricas são constituídos agrupamentossubnormais, em que os padrões de qualidade de vidasão bastante reduzidos. Ao mesmo tempo, existemgrandes condomínios de elevado padrão construtivo,e uma crescente e emergente classe média comdemandas cada vez mais fortes a serem satisfeitas.

Itaboraí, mesmo sem a grande concentração deSão Gonçalo, convive com a mesma realidade, emboraem escala mais reduzida. Com grandes áreas aindadesocupadas é, no entanto, um município aindapobre, como se percebe pelos indicadores jáapresentados. Todavia, sua população já prevêgrandes transformações em futuro próximo, porconta das expectativas criadas com a chegada denovos e importantes projetos à região, em especial oCOMPERJ.

Pública do Estado do Rio de Janeiro sobre osprincipais registros policiais ocorridos em 2008, SãoGonçalo foi responsável pela incidência de 4 em cada5 crimes na AII.

Os municípios da AII apresentam algumaspotencialidades históricas e ambientais que poderãovir a se tornar atrativos de um futuro projeto turísticopara a região. Ambos possuem áreas cuja ocupaçãoremete aos períodos colonial e imperial do territóriobrasileiro.

Em Itaboraí, há ainda áreas de preservação daMata Atlântica com grande diversidade em belezasnaturais que constituem elementos atrativos para aprática do ecoturismo e para admiradores da naturezaem geral. Na região são encontrados, ainda, artesãosproduzindo artesanatos de bordado, barro, couroentre outros materiais.

TURISMO E LAZER

São Gonçalo também possui um grande númerode pontos de atração turística de interesse histórico ereligioso. Dentre as principais áreas de interesseturístico do município, estão as antigas fazendas doperíodo escravista, igrejas e conventos, assim como omaciço de Itaúna na APA de Guapimirim – ponto deatração para turistas específicos interessados pelosaspectos naturais.

A falta de equipamentos urbanos voltados paralazer é um das principais reclamações da população deItaboraí. No município há pouquíssimos atrativos deentretenimento, tanto do setor privado como dopúblico. As principais áreas de lazer para populaçãosão praças públicas, campos de futebol, quadras dasescolas públicas, uma casa de cultura, uma bibliotecapública e o Teatro Municipal. Todavia, em váriosbairros a infra-estrutura de lazer é inexistente,tornando as ruas as únicas áreas para o divertimentoda comunidade.

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CONDIÇÕES E PADRÕES HABITACIONAIS

São Gonçalo apresenta um largo espectro decoexistência entre áreas onde vivem moradores

DINÂMICA TERRITORIAL – USO E OCUPAÇÃO DOSOLO

Os municípios da AII apresentam diferençassignificativas no que se refere ao uso e ocupação dosolo, mesmo estando localizados na regiãoMetropolitana do Rio de Janeiro. Itaboraí até poucotempo possuía uma economia pautada na produçãoagropecuária, principalmente na produção de cítricose de leite. Porém essas atividades não despontam maisno cenário do município, que cada vez mais seaproxima das dinâmicas urbanas de São Gonçalo,Niterói e Rio de Janeiro. Já São Gonçalo há muito seapresenta como município altamente urbanizado,passando de uma cidade industrial em decadênciapara “cidade-dormitório” de Niterói e do Rio deJaneiro.

Com efeito, o município de Itaboraí é muito menosurbanizado que São Gonçalo. Enquanto este últimoestá totalmente inserido na dinâmica urbana daregião Metropolitana do Rio de Janeiro, apresentandoa totalidade da sua população residindo em áreasurbanas e apenas uma restrita área rural, Itaboraíainda possui uma dinâmica de uso e ocupação do soloque se divide entre o urbano e o rural.

Deve ser destacado que a AII contém um índicemuito baixo de áreas preservadas, e a ocupaçãoagrícola e pecuária também não são expressivas.Sendo assim, o predomínio de áreas de pastagensfavorece a indução a que essas vastas áreas sirvampara especulação fundiária para uso urbano, uma vezque AII encontra-se em um dos eixos de expansão damalha urbana da Região Metropolitana do Rio deJaneiro.

Nos dois municípios da AII deverão ser observadasmodificações sensíveis nas formas de ocupação e usodos solos nos próximos anos, em virtude daimplantação de grandes projetos como o COMPERJ, oArco Rodoviário e a Linha 3 do Metrô. Em Itaboraí esteprocesso de urbanização deverá ser mais acentuado,

em virtude do perfil ainda ruralizado do município. Asáreas de pastagem deverão crescer, diminuindo aainda mais a área agricultável e de vegetação, abrindoassim espaço para especulação imobiliária e paraexpansão da malha urbana.

E x a m i n a n d o - s e a l o c a l i z a ç ã o d oempreendimento, tendo em vista as característicasdas regiões a serem atravessadas em relação àslegislações municipais existentes, verificam-se asseguintes situações

Em São Gonçalo, apesar de haver sido realizadoem 2006 um esforço para a elaboração do PlanoDiretor, o documento final ainda não foi aprovadopela Câmara Municipal nem, portanto, promulgadopelo Poder Executivo. Assim, ainda está em vigor odisposto na Lei no 013/98, definindo omacrozoneamento do município.

Segundo os parâmetros indicados nestezoneamento, a Via Especial de Acesso ao COMPERJ, apartir da Praia da Beira, atravessaria o município deSão Gonçalo inicialmente em áreas limítrofes entreZona de Preservação e Zona de Uso EstritamenteUrbano, tanto na região de Itaóca como ao longo dosbairros de Salgueiro e Jardim Catarina. Em seguida,continuando o percurso projetado, esta viapenetraria em Zona Predominantemente Industrial,nas regiões de Vista Alegre e Guaxindiba, até o limitedeste município com o de Itaboraí.

Em Itaboraí o percurso final da Via Especial deAcesso ao COMPERJ estará seguindo paralelamente àrodovia BR-493, margeando a APA Guapimirim einserido, segundo o Plano Diretor do município, emporção de Zona Especial de Preservação Ambiental –ZEPAM. Esta situação se configura como um casoespecial, requerendo exame aprofundado demétodos construtivos, devendo eventualmente serestudadas formas de compensação adequadas. Caberessaltar o caráter provisório deste trecho da ViaEspecial, o qual passa dentro da APA de Guapimirim,tendo sido acordado com o ICMBio, órgãoresponsável por sua administração, o uso temporáriodesta área e sua futura recuperação.

VIA ESPECIAL PARA TRANSPORTE DE CARGAS PESADAS DO COMPERJ

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CARACTERIZAÇÃO SOCIOECONÔMICA E CULTURALDA AID

Uso e Ocupação Territorial

Atividade Pesqueira

A Área de Influência Direta compreende uma faixade 500m para cada lado do traçado projetado da ViaEspecial de Acesso ao COMPERJ. Trata-se, em suamaior parte, de áreas urbanizadas dos municípios deItaboraí e São Gonçalo, compreendendo bairros elocalidades com elevada concentração demográfica,como nos bairros de Salgueiro e Fazenda dosMineiros, em São Gonçalo, assim como áreas poucopovoadas, exemplificado principalmente pelo longotrecho formado pelas avenidas Iamagata e Roma,ligando Itambi (Itaboraí) a Guaxindiba (São Gonçalo).

Os pescadores em atividade na Baía de Guanabaraestão associados a cinco Colônias de Pesca. As cincosão filiadas à Federação dos Pescadores do Rio deJaneiro – FEPERJ. Existem ainda as Associações locaisem diversos pontos de desembarque, distribuídas portoda a orla da Baía, filiadas à Federação dasAssociações dos Pescadores Artesanais do Rio deJaneiro – FAPESCA.

Há pelo menos 42 pontos de desembarque depescado na Baía de Guanabara com atividade maissistemática, considerando-se desde a ponta deJurujuba, em Niterói, até Caju, na região portuária doRio de Janeiro.

É difícil precisar o número de pescadores ematuação na Baía de Guanabara, sendo comum elesdividirem o tempo ou migrarem temporariamentepara outra atividade profissional, como na construçãocivil ou na construção naval.

A maioria das embarcações é motorizada, masainda é freqüente a utilização de barcos a remo.Enquanto algumas possuem urnas com gelo, amaioria trabalha com caixas de isopor e muitas nãotêm possibilidade de refrigeração.

Além da atividade pesqueira tradicional, a coletade caranguejos nas áreas dos manguezais, e demexilhões, nos costões rochosos da região de Niterói,constituem-se em fonte de renda de um númerorelativamente importante de pessoas na Baía deGuanabara. No entanto, se para a pesca tradicional, osdados disponíveis são pouco precisos, para asatividades de coleta, as informações são praticamenteinexistentes.

Aspectos Demográficos

Para uma estimativa da população residente naÁrea de Influência Direta, procedeu-se olevantamento dos setores censitários do IBGEabrangidos na área definida para a AID ao longo dopercurso previsto nos municípios de Itaboraí e SãoGonçalo.

Conforme os dados divulgados pelo Instituto, asinformações relativas aos setores censitárioslocalizados em áreas urbanas refletem osquantitativos obtidos no Censo Demográfico de 2000.Para uma aproximação prospectiva, foi entãorealizada a estimativa dos setores censitários urbanospara 2010 e 2020, utilizando-se a taxa média decrescimento anual da população de cada um dosmunicípios entre 2000 e 2007.

Deve-se ressalvar, entretanto, que os resultadosalcançados desta forma refletem o total da populaçãodos setores censitários considerados, e não somenteda parcela residente no território ocupado pela AID.

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Aspectos socioeconômicos

A análise dos aspectos socioeconômicos da Área deInfluência Direta baseou-se em pesquisa de camporealizada nas comunidades situadas em faixa de 500metros em ambos os lados da estrada projetada,procurando-se abranger a totalidade dascomunidades ou bairros ali localizados.

Para o exame da faixa projetada sob intervençãonos municípios de Itaboraí e São Gonçalo, adotou-seabordagem visando aprofundar o conhecimento dascaracterísticas socioeconômicas e culturais locais e aexistência de equipamentos e infra-estrutura nasproximidades das comunidades afetadas.

Foram selecionadas como unidades de pesquisatanto os moradores locais como entidades queagregassem informações sobre as comunidades e seushabitantes, tais como associações de moradores;escolas municipais e estaduais; liderançascomunitárias; Centro de Referência de AssistênciaSocial; Postos de Saúde — localizados na área emestudo ou próximos a ela, de modo a abranger asinstituições diretamente ligadas a este público.

O roteiro de pesquisa para as entidades de serviçose associativas contemplou a caracterização daentidade; do entrevistado; da atividade desenvolvida;da clientela atendida; da comunidade (lazer,problemas ambientais, meios de comunicaçãoutilizados); abrangência de atendimento; parcerias;projetos para a área, principais demandas; eproblemas da comunidade, entre outros.

Quanto aos moradores, destacam-se no roteiroelaborado indicadores sobre identificação sobre oentrevistado; situação familiar; caracterização da

Considere-se, ainda, que estes númeroscertamente sofrerão sensíveis modificações,notadamente tanto por conta da necessidade dadesapropriação de imóveis para a implantação da ViaEspecial, quanto em razão do aumento populacionalprevisto para a região, em decorrência da implantaçãodo COMPERJ – sobretudo na região de Itambi - e deoutros empreendimentos, como a Linha 3 do Metrô –principalmente em Guaxindiba, local da estaçãoterminal.

Como resultado final, estimou-se uma populaçãode aproximadamente 54.000 habitantes na AID em2010, que cresceria para cerca de 61.500 moradoresem 2020.

residência, da infraestrutura de saneamento, do localde moradia.

Foi considerado como universo de pesquisa ascomunidades localizadas na AID, situadas no trechocorrespondente a 500m de cada lado da estradaprojetada, com início em Itambi, no município deItaboraí, até a Ilha de Itaoca, no município de SãoGonçalo.

Para a realização da pesquisa dividiu-se a AID emTrechos, caracterizados por se constituírem em gruposde bairros ou comunidades localizados em umamesma região, sendo considerados sete trechos,respectivamente: Itambi; estrada entre Itambi eGuaxindiba; Guaxindiba; Santa Luzia; Jardim Catarina;Salgueiro / Fazenda dos Mineiros e Ilha de Itaóca. Porsua vez, cada trecho foi dividido em subtrechos, deacordo com características específicas de cada local.

PATRIMÔNIO HISTÓRICO E ARQUEOLÓGICO

Toda a área envolvida teve no passado importânciana história da cidade do Rio de Janeiro, e nasproximidades de seu traçado foram identificadossítios arqueológicos e históricos que necessitam deatenção do IPHAN, uma vez que um deles encontra-seem processo de destruição ativa.

Conforme verificado nas campanhas de campo nosmeses de Agosto e Setembro de 2009, parte da áreade influência direta, entre a comunidade de Vila Novade Itambi e Guaxindiba, ao longo da Av. Yamagata,está atualmente sendo amplamente escavada deforma irregular e não autorizada pelo IPHAN, porempreendimento da CEDAE, colocando em risco opatrimônio histórico e arqueológico cadastrado(tombado e não tombado) nesta região. O materialescavado é composto por solos tiomórficos, ricos emenxofre, e está sendo disposto também de formairregular, sobre áreas de brejo.

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Aspectos Históricos e Econômicos da Região

Para uma caracterização regional, considerou-se aárea do Leste Fluminense que inclui os municípios deMagé, Guapimirim, Niterói e Rio de Janeiro, além dosmunicípios da AII, uma vez que todos fazem parte deum mesmo ambiente geográfico, natural e político.

Os primeiros povoadores do litoral do Estado doR i o d e J a n e i r o f o r a m g r u p o s d epescadores/caçadores/coletores especializados naexploração de recursos litorâneos, cujos sítiosarqueológicos receberam a denominação genérica de"sambaquis". Os sítios arqueológicos tipo sambaquissão caracterizados pelo acúmulo de carapaças demoluscos em meio a outros vestígios de habitação,atividades cotidianas e de práticas funerárias.

Tais grupos são hoje reconhecidos como de línguaTupi, dos quais os Tupinambá e os Maracajá, ambos osgrupos que habitavam a Baía à época de contato,seriam descendentes diretos.

Aspectos Geográficos e Arqueológicos

Antes de iniciar as considerações acerca dopatrimônio arqueológico, são feitas algumasconsiderações gerais sobre a área da Baía deGuanabara, que enquadra a região abordada nesteestudo.

Há mais de 300 mil anos, a Baía de Guanabara eraum rio, um estuário tão largo que ocupava toda aextensão entre o Pão de Açúcar e a Praia de Jurujuba.As águas que formariam a Baía corriam para outrasdireções. A drenagem era dirigida, primitivamente, àbacia de Campos. O aparecimento de novasformações mudou o curso dos rios, separando bacias.O nível do mar, por sua vez, chegou a estar aaproximadamente 120 metros abaixo e três a quatrometros acima do nível atual. Todos esses fenômenosproduziram o que os cientistas chamam de rioafogado, ou seja, a atual Baía de Guanabara.

No estado do Rio de Janeiro são potencialmenteencontrados vários tipos de sítios e vestígiosarqueológicos , como : Sambaquis, Sambaquissecundários, Sítios de povos pescadores, Sítios tupi-guaranis, Enterramentos tupi-guaranis, Sítios decoleta tupi-guarani, Sítios de refúgio de populaçõesnativas, Sítios de povos nativos em contato comcolonizadores e Vestígios arqueológicos diversos.

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Aspectos Cartográficos e Iconográficos

A cartografia nos estudos de arqueologia é sempremuito importante porque permite que o arqueólogopossa avaliar questões geográficas e paisagísticas quesão essenciais no estudo detalhado de uma área e desua ocupação. A Iconografia vem trazer elementosque lançam luz sobre aspectos que às vezes são vistos,mas não propriamente notados. No estudo decartografia, mas principalmente na Iconografia,utilizando-se as técnicas de interpretação do textoatravés da imagem, os estudiosos chegam à abstraçãoe leitura do texto iconográfico interpretando o queestá escrito e representado e também pelo que nãoestá escrito ou documentado.

No caso desse estudo elas tomarão vulto especialporque foi feito um amplo levantamento cartográficoque considerou a área estudada desde o século XVI ateos dias atuais.

Patrimônio Histórico e Arqueológico

A área geográfica da qual este estudo aborda estáinserida na Baía da Guanabara que é uma região ricaem referenciais históricas, arqueológicos, geológicos,geográficos e com um ambiente especifico de vitalimportância em termos ecológicos e, portantoqualquer atividade antrópica deve ser realizada commuito critério.

Em quase toda a faixa litorânea do município doRio de Janeiro (e também Niterói) temos a totaldestruição de possíveis registros arqueológicos devidoà intensa urban ização e ocupação doscompartimentos litorâneos. Contudo em São Gonçaloe Itaboraí, a ocupação ocorreu com menorintensidade, o que certamente favoreceu apreservação das evidências pré-históricas ainda porserem detectadas ou cadastradas. Tais evidênciaspodem remeter a sítios do tipo sambaqui, cerâmico elítico, cujas existências (já cadastradas) demonstram oalto potencial da área no que diz respeito aos sítiospré-históricos.

O empreendimento passa ao longo de diversosbens tombados em Área de Preservação do ambienteurbano, como por exemplo a Casa da Fazenda doColubandê e Capela de Sant'Ana, em São Gonçalo, eRuínas do Convento de São Boaventura na FazendaMacacu, em Itaboraí. Consta também a presença debens imateriais tombados em nível municipal em SãoGonçalo, como a Procissão e o Tapete de CorpusChristi.

POPULAÇÕES TRADICIONAIS

Comunidades Indígenas

Comunidades Quilombolas

De acordo com a Fundação Nacional do Índio (FUNAI)e o Instituto Socioambiental, não existem aldeiasindígenas na Área de Influência do empreendimento.

Segundo a Superintendência Regional do InstitutoNacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA/RJ)e a Fundação Palmares, não existem comunidadesquilombolas instaladas nos municípios de SãoGonçalo e Itaboraí..

Populações Caiçaras

A população tradicional existente na área deestudo, é resultado da miscigenação genética ecultural do colonizador português com o indígena dolitoral, formando uma população de mamelucos, queposteriormente, com a vinda do negro africano, comoescravo, gerou um contingente mestiço de índios,brancos e negros.

Recentemente, as populações caiçaras da costasudeste do Brasil têm experimentado mudanças emseu modo de vida em função de fatores como aintensificação da pesca comercial, o turismo e aefetivação de áreas protegidas. Estas comunidadespassaram a chamar a atenção de pesquisadores e deórgãos governamentais tanto em virtude das ameaçascada vez maiores à sua sobrevivência material ecultural quanto em virtude da contribuição históricaque estas populações têm dado à conservação dabiodiversidade – pelo seu conhecimento da fauna e daflora e pelos sistemas tradicionais de manejo dosrecursos naturais de que dispõem.

Apesar das dificuldades que vêm sofrendo ascomunidades caiçaras, pode-se afirmar a existênciadelas na área de estudo, principalmente naslocalidades de Praia das Pedrinhas, Gradim e Mauá,onde a denominada pesca artesanal de subsistência éexercida por pescadores com seus pequenos barcos demadeira movidos à remo. Muitos destes pescadores,principalmente os mais idosos, mantém as técnicas depesca tradicionais, confeccionando seus barcos e

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petrechos de pesca, mantendo o respeito à natureza eàs tradições de sua cultura. Na Praia da Beira, aspopulações tradicionais encontram as mesmasdificuldades.

Extrativismo e Pesca

A dependência que os caiçaras possuem dessesrecursos é muito grande. Na área de estudo, emdecorrência da urbanização e da degradaçãoambiental, onde extensas áreas de manguezais e deMata Atlântica foram destruídas e as áreasremanescentes encontram-se sob severas restriçõesambientais, o acesso às áreas de extrativismo vegetalencontra-se proibido, dificultando ainda mais asobrevivência das comunidades caiçaras. Em especial,os moradores de Itambi, numa localidade chamada deBacia se dedicam quase exclusivamente a coleta decrustáceos e moluscos que são consumidos nos barese pequenos restaurantes do local.

Fatos Históricos

Os primeiros habitantes desta região foram os índiostupinambás, da família tupi. Estes ocupavam a região,em aldeias formadas por cerca de 500 a 3.000 índioscada. Após a expedição portuguesa no ano 1502,onde foi descoberta a Baía da Guanabara, GonçaloCoelho estabeleceu a primeira feitoria, onde hoje estálocalizada a Praia do Flamengo. No ano de 1534, aregião fluminense se dividiu entre duas capitanias:São Vicente, ao sul, e São Tomé, ao norte.

Os sambaquis existentes no litoral norte da Baía deGuanabara atestam o uso que dela faziam os índios:alimentavam-se basicamente dos moluscos,crustáceos e peixes. Historicamente, a formação dascomunidades caiçaras deve ser entendida no contextoda ocupação do litoral fluminense e dos cicloseconômicos vividos pelas regiões.

A formação de várias das comunidades marítimas elitorâneas na Baía de Guanabara se deu entre operíodo que vai do século XVIlI ao início do século XX,

ANÁLISE INTEGRADA

Ao final do diagnóstico ambiental, a análiseintegrada proporciona uma visão sistêmica da área deinfluência direta (AID) e da área diretamente afetada(ADA) pelo empreendimento, de modo a se perceber asua sensibilidade ambiental frente às obras e seidentificar áreas sensíveis e críticas, onde tem quehaver uma maior atenção por parte dos gestores daobra

O mapa apresenta os segmentos mais sensíveisdessas áreas, considerando as seguintes situaçõescriticas:

Áreas de recarga de aqüíferos;

Áreas protegidas;

Áreas de reprodução e concentração de espéciesda flora e da fauna de relevância ecológica;

Sítios arqueológicos;

Áreas de concentração de atividades humanas.

Grande parte da AID é composta por planícies,brejos e manguezais, consideradas com áreas derecarga de aqüíferos, especialmente nessa regiãoonde o lençol freático é praticamente aflorante.

cujos membros viviam, sobretudo ou parcialmente, deatividade pesqueira. Em tais comunidades, dispersaspor todo o litoral, modos de vida e culturas locaisespecíficas puderam emergir, diferenciando seusmembros de outros grupos. Este é o caso dascomunidades caiçaras, cujos habitantes, durantelongo período ficaram relativamente isolados na MataAtlântica e no litoral do Estado do Rio de Janeiro.

Com o advento da industrialização e urbanização,o uso dos recursos naturais foram naturalmentealterados e atualmente os pescadores artesanais desubsistência, mantenedores diretos da cultura caiçarana região, mantém uma relação de interdependênciacom os vários segmentos econômicos existentes.

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conservado, que será cortado pela futura estrada,sendo aterrada uma faixa de 50 metros ao longo deaproximadamente 1 km. A qualidade das águas desselençol também já é bem ruim, em função dolançamento de esgotos sem tratamento no canal do

Imboassu e da sua proximidade com a área dedisposição de resíduos sólidos de São Gonçalo. Boaparte desta área pertence à APA de Guapimirim.Outraárea sensível é a porção urbana das comunidades deSalgueiro e Pé de Serra que será atravessada pelafutura via, onde muitas residências terão que serremovidas, ensejando ações de desapropriação e dereassentamento de famílias.

A porção do aglomerado urbano de Guaxindiba,próxima ao futuro Pátio de Manobras da Linha 3 doMetrô, que vem exercendo pressão antrópica sobre aAPA de Guapimirim, também é uma áreaespecialmente sensível, principalmente por conta daestadualização da estrada, prevista para o períodopós-operacional da mesma. A tendência nessa regiãoé de que parte do tráfego que hoje transita pela BR-493 em direção à Niterói opte por utilizar esta via,evitando passar pelo trevo de Manilha para acessar aBR-101.

As áreas c lass i f icadas como de fortesusceptibilidade à erosão, presentes em encostas demorros, apesar de estarem presentes na AID, estãobem distantes da ADA, de modo que não sofrerãogrande influência das obras da estrada.

VIA ESPECIAL PARA TRANSPORTE DE CARGAS PESADAS DO COMPERJ

Como áreas protegidas, destacam-se a APA deGuapimirim, por onde a via especial margeia emquase toda a sua extensão, e áreas de preservaçãopermanente relacionadas com as margens de rios.

As áreas mais sensíveis para reprodução econcentração de espécies são os manguezaisclassificados como bem conservados, próximos àpraia da Beira e na região de influência do canal doImboassu.

Foram identificados dois sítios arqueológicos naAID, próximos à Baía da Guanabara – o Poço doÍndio, que está localizado bem próximo à faixa dedomínio da estrada (ADA); e um Sambaquiencontrado em área de aterro adjacente à Estradado Contorno, no caminho para a praia da Luz. Emfunção do tipo de solo e da proximidade com a Baíada Guanabara, outrora ocupada por populaçõesindígenas, há grande probabilidade de que sejamdescobertos novos sítios durante as obras deterraplanagem.

As áreas urbanas atravessadas pela futura via secaracterizam como áreas residenciais em suamaioria. As principais comunidades lindeiras àestrada são: Fazenda dos Mineiros, Pé de Serra,Salgueiro, Jardim Catarina, Jardim Bom Retiro,Guaxindiba, Vila Nova de Itambi, Bacia 17 e BairroAmaral.

Na região da praia da Beira e da ilha de Itaóca, aárea mais sensível é a da região de influênciadocanal do Imboassu, um extenso manguezal bem

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RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS

LEGISLAÇÃO

A seguir são apresentadas as principais normaslegais pertinentes ao projeto de Acesso de cargasespeciais ao Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro(COMPERJ), especialmente aquelas relativas àsatividades do empreendimento e seus respectivosaspectos e impactos ambientais.

A gestão ambiental pública no Brasil é exercidapelos organismos integrantes do Sistema Nacional doMeio Ambiente (SISNAMA), instituído pela PolíticaNacional de Meio Ambiente. Fazem parte do SISNAMAos órgãos e entidades da União, dos Estados, doDistrito Federal e dos Municípios, bem como asfundações instituídas pelo Poder Público,responsáveis pela proteção e melhoria da qualidadeambiental.

Cabe aos funcionários de órgãos ambientaisintegrantes do SISNAMA designados para asatividades de fiscalização, bem como os agentes dasCapitanias dos Portos, e do Ministério da Marinha,emitir processos de infração ambiental e iniciarprocessos administrativos. A infração administrativaambiental é toda ação, ou falta dela, que viole asregras jurídicas de livre uso de um direito, promoção,proteção e recuperação do meio ambiente.

Na esfera criminal, o Ministério Público devepropor as ações penais ambientais. As penas previstas,aplicáveis para a pessoa física são diferentes parapessoa jurídica.

No âmbito civil, haverá obrigação de reparar odano, independentemente de culpa, nos casosespecificados em lei, ou quando a atividadenormalmente desenvolvida pelo autor do danoimplicar, por sua natureza, risco para os direitos dasoutras pessoas.

Cabe ressaltar ainda que a Constituição Federal de1988 deu grande impulso à proteção ambientalquando, em seu Artigo 225, estabeleceu que "todostêm direito ao meio ambiente ecologicamenteequilibrado, bem de uso comum do povo e essencial àsadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder Públicoe à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lopara as presentes e futuras gerações".

GESTÃO AMBIENTAL

Gestão Ambiental Federal

A atual estrutura de gestão ambiental do estado écoordenada pela Secretaria Estadual do Ambiente(SEA-RJ), a qual está vinculada aos seguintes órgãos:

Instituto Estadual do Ambiente (INEA)

Comissão Estadual de Controle Ambiental(CECA)

Conselho Estadual de Meio Ambiente(CONEMA)

Fundo de Controle Ambiental (FECAM)

O INEA, instalado efetivamente em 12/01/2009,reúne a FEEMA, a SERLA e o IEF em um único órgão, eintegra tanto o SISNAMA quanto o Sistema Nacionalde Gerenciamento de Recursos Hídricos (SNGRH), oSistema Estadual de Gerenciamento de RecursosHídricos (SEGRH) e o Sistema Nacional de Unidades deConservação (SNUC).

O principal instrumento de execução da políticaambiental estadual é o seu Sistema de Licenciamentode Atividades Poluidoras (SLAP), criado com o objetivode disciplinar a implantação de quaisquerequipamentos ou atividades que forem consideradaspoluidoras ou de combate a poluição do meioambiente.

Gestão Ambiental Estadual

A Constituição do Estado do Rio de Janeirocontempla no seu texto um capítulo específicodestinado ao meio ambiente, estabelecendoprincípios ou mesmo impondo regras para a gestãoambiental.

Gestão Ambiental Municipal

A legislação municipal citada a seguir diz respeitoaos municípios compreendidos pela Área deInfluência Direta (AID) do meio socioeconômico, asaber: Itaboraí, São Gonçalo.

A Lei Orgânica do Município de Itaboraí, aprovadaem 05 de abril de 1990, estabelece a proteção domeio-ambiente para as gerações atuais e futuras. OPlano Diretor é apontado como o instrumento básicoda política de desenvolvimento e expansão urbana erural (artigo 169, § 1º). Já a Lei Orgânica do Municípiode São Gonçalo foi aprovada em 1990, e atualizadaem 1998.

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RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS40/62

Em razão da construção do ComplexoPetroquímico do Rio de Janeiro na região que englobaambos os Municípios, a Assembleia Legislativa doEstado do Rio de Janeiro fez uma indicação legislativa,de nº 825/2006, visando a elaboração do PlanoDiretor, e suas diretrizes, que deverá nortear todo oplanejamento das ações e empreendimentosreferentes à infra-estrutura necessária a dar suporte àimplantação do Pólo Petroquímico de Itaboraí.

A justificativa para a elaboração de um PlanoDiretor para a região se deve, principalmente, aosseguintes razões: aumento do contingentepopulacional em áreas próximas do pólo, definição decompetências estaduais e dos municípios localizadosna área do empreendimento e otimização dosbenefícios para a região e para o estado.

LICENCIAMENTO AMBIENTAL

O licenciamento ambiental, um dos maisimportantes instrumentos da Política Nacional deMeio Ambiente (Lei nº 6.938/81), começou a serimplementado no país a partir dos critérios e diretrizesdefinidos na Resolução CONAMA 01, de 23 de janeirode 1986, que determina a exigência de Estudo deImpacto Ambiental (EIA) e respectivo Relatório deImpacto Ambiental (RIMA). A Resolução 01/86 foimodificada pela Resolução 237, de 19 de dezembro de1997, especialmente no que se refere às atribuições

Basicamente, as obrigações do empreendedorpara obter as referidas licenças são: elaboração eapresentação do Estudo de Impacto Ambiental erespectivo Relatório de Impacto Ambiental; realizaçãoda audiência pública; elaboração de planejamentoexecutivo das medidas de gestão ambiental elencadasno EIA e execução das medidas.

No tocante à legislação estadual do Rio de Janeiro,os critérios normativos e técnicos de licenciamentoambiental adotados pelo Estado do Rio de Janeiro sãosemelhantes ao das normas federais e se encontramconsolidados no já citado Decreto 1.633/77, que criouo Sistema de Licenciamento de Atividades Poluidoras(SLAP) e na Lei Estadual n° 1.356, de 3 de outubro de1988,

que dispõe sobre os procedimentos vinculados àelaboração, análise e aprovação dos estudos deimpacto ambiental.

É importante ressaltar, igualmente, a DeliberaçãoCECA n° 3663, de 28.08.97, que aprovou a diretriz DZ041.R-13 – dispondo sobre a realização de Estudo deImpacto Ambiental e do Respectivo Relatório deImpacto Ambiental. Tal Diretriz lista, assim como aResolução CONAMA 001/86, no Estado do Rio deJaneiro os empreendimentos sujeitos à apresentaçãode EIA/RIMA a serem submetidos à análise técnica doINEA, contemplados no seu item n° 4. No seu item 5,estabelece os procedimentos de aplicação da mesma,cabendo ao INEA executar as medidas necessárias aocumprimento da Diretriz.

dos órgãos ambientais, abrindo caminho para adescentralização, com a possibilidade de queatividades localizadas possam ser licenciadas porórgãos municipais.

O processo de licenciamento ambiental, para amaioria dos empreendimentos sujeitos aolicenciamento, deve compreender o atendimento àsexigências do órgão ambiental competente para aobtenção das respectivas licenças, definidas no art. 8ºda CONAMA nº237/97:

Licença Prévia (LP): onde é exigido o EIA/RIMA. A LPatesta a viabilidade ambiental do empreendimento eestabelece os requisitos básicos e condicionantes aserem atendidos nas próximas fases;

Licença de Instalação (LI): autoriza a instalação doempreendimento de acordo com as especificaçõesdos planos, programas e projetos aprovados,incluindo as medidas de controle ambiental;

Licença de Operação (LO): autoriza a operação doempreendimento, após a verificação do cumprimentodo que consta das licenças anteriores, com as medidas

VIA ESPECIAL PARA TRANSPORTE DE CARGAS PESADAS DO COMPERJ

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RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS

PLANOS E PROGRAMAS CO-LOCALIZADOS

As Àreas de Influência do empreendimento estãosendo alvo de uma série de projetos parainfraestrutura. Alguns desses programas merecemdestaque por sua importância.

Dentre estas iniciativas – em fases de licenciamento oude obras – ressalta-se a implantação do COMPERJ eseus projetos derivados:

É um dos principais empreendimentos da históriada PETROBRAS, com início da operação previsto para2012. Estima-se que o empreendimento irá gerarcerca de 200.000 empregos diretos, indiretos e por“efeito-renda” durante o período das obras, comduração prevista de cinco anos, e após início daoperação. Para isso, a Petrobras pretende capacitarcerca de 30.000 técnicos em diversos níveis, em seuCentro de Integração, inaugurado em 2009, em SãoGonçalo. As obras de terraplanagem do local doCOMPERJ estão em execução, com cerca de 50% dototal já concluído.

Esta será a principal via de acesso ao COMPERJ, poronde chegarão os equipamentos necessários ealgumas matérias-primas para sua implantação epartirão os produtos gerados no Complexo. Oempreendimento, em processo de licenciamento,consiste na construção de uma estrada com 7,8km deextensão ligada, por meio de um trevo à rodovia BR-493 (que integra o Arco Metropolitano do Rio deJaneiro). São atividades de obras complementares osprojetos de drenagem, terraplanagem, pavimentaçãoe recuperação ambiental, além da colocação depontes e viadutos para o cruzamento sobre cursosd'água e a linha férrea.

COMPLEXO PETROQUÍMICO DO RIO DE JANEIRO(COMPERJ)

ESTRADA PRINCIPAL DO COMPERJ

SISTEMA DE DUTOS

Em fase de licenciamento, trata-se da implantaçãode sistema de dutos que efetuará o transporte deprodutos líquidos entre o COMPERJ e outras

instalações da PETROBRAS, além do gasoduto queinterligará o sistema de gasodutos vindos do Terminalde Cabiúnas, em Macaé. Estão sendo consideradasduas alternativas: uma ao norte da baía deGuanabara, e outra através do município de SãoGonçalo.

Está em fase de licenciamento ambiental tambémo conjunto de linhas de transmissão de energianecessário para a implementação do COMPERJ.

É outro projeto ligado ao COMPERJ, em fase delicenciamento, e se refere à implantação de emissáriopara transporte e descarga dos efluentes líquidos doCOMPERJ. No âmbito deste estudo estão sendoconsideradas três vias alternativas para o lançamentodos efluentes na baía de Guanabara (por São Gonçaloou Niterói), ou no oceano, via Maricá.

Para abastecer o COMPERJ com água, estão sendofeitos estudos visando aumentar a capacidade doSistema Guandu e seu transporte até as instalações doComplexo.

Apesar de não estarem diretamente relacionadosao COMPERJ, outros programas e projetosimportantes desenvolvidos pelo poder municipal ouem parceria com os governos estadual e federal estãorelacionados abaixo.

Visando aumentar a oferta de gás natural na regiãoSudeste do Brasil, o Plano de Antecipação daProdução de Gás (PLANGÁS) tem como meta ampliar aprodução, disponibilizando gás natural para ageração de energia. Dentre os projetos incluídos noPLANGAS, estão a implantação do gasodutoCabiúnas-REDUC, além de outros ligados aosterminais das ilhas Redonda e Comprida, na baía daGuanabara, para o transporte de GNL e GLP.

No âmbito do PAC, foram iniciadas obras dedrenagem, pavimentação e colocação de rede deesgoto em diversos bairros de São Gonçalo. EmItaboraí está sendo construído um conjuntohabitacional às margens da BR-493, para onde serãorelocadas as famílias dos pescadores da comunidadede Bacia, afetada pelas obras.

Está em vigor, o projeto do Governo Federal“Minha Casa Minha Vida”, financiado pela CaixaEconômica Federal. Este Programa busca atingirclasses de renda distintas, pela construção de até15.000 moradias, em edifícios ou conjuntoshabitacionais distribuídos por vários bairros

LINHAS DE TRANSMISSÃO

EMISSÁRIO DE EFLUENTES LÍQUIDOS

AQUEDUTO

OUTROS PROGRAMAS E PROJETOS

Plangás

Programa de Aceleração do Crescimento - PAC

Habitação

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Segundo o IBGE, o déficit de habitações em SãoGonçalo é de 21 mil residências, mas cálculos daPrefeitura apontam para um número de 30.000unidades. Até 2009, este programa construiu ao todo1.600 residências em São Gonçalo.

AVALIAÇÃO DE IMPACTOS AMBIENTAIS

Identif icação das ações impactantes ecomponentes ambientais afetados

O primeiro passo para a análise dos impactos é aidentificação das ações impactantes, isto é, dasatividades que podem causar impacto sobre osrecursos naturais e socioeconômicos. Dentre as açõesimpactantes identificadas, podem ser citadas asseguintes: contratação de mão-de-obra; limpeza doterreno, terraplenagem e instalações; delimitação dafaixa de domínio da estrada; aquisição de terras ebenfeitorias; desmatamento na faixa de domínio;execução de obras civis; travessias de cursos d'água;obtenção e transporte de materiais em áreas deempréstimo; transporte e bota-fora do materialdragado; movimentação de veículos durante a obra;desmobilização; operação da estrada.

A estapa seguinte identifica os componentesambientais que podem ser afetados por essasatividades. Essa relação é de causa e efeito, mas nemsempre fácil de ser detectada, dessa forma, separou-se a ocorrência de impactos nas diferentes fases dasobras e operação do empreendimento.

Por fim, procurou-se identificar medidasmitigadoras visando evitar, minimizar ou eliminarqualquer potencial impacto negativo. Com base nospossíveis impactos foi realizada uma avaliação damagnitude e importância dos impactos, segundocritérios que consideram os riscos ambientais,exigências legais e interesses da comunidade.

Os componentes ambientais que podem serafetados são os seguintes:

cobertura vegetal; áreas depreservação permanente (APP) e unidades deconservação (UC); solos / aptidão agrícola; recursoshídricos superficiais e subterrâneos; recursos minerais;fauna terrestre; bentos; peixes; qualidade da água elimnologia; geologia e geomorfologia; ar.

comunidades urbanas;atividades econômicas; atividade pesqueira; saúdepública; turismo e lazer; segurança pública;patrimônio histórico e arqueológico; finançasmunicipais.

Conforme apresentado na Matriz de Avaliação dosImpactos Ambientais, foram considerados osseguintes critérios para avaliação dos impactosidentificados:

classifica os impactos como positivo oubenéfico (p), quando resulta na melhoria da qualidadeambiental; ou negativo ou adverso (n), quando resultaem dano à qualidade ambiental.

Forma: o impacto é diretoo (d), quando resultantade uma relação de causa e efeito; ou indireto (i),quando é parte de um efeito em cadeia de efeitos.

divide os impactos em temporários (t),quando sua manifestação tem duração determinada;permanente (p), quando, uma vez executada aintervenção, sua manifestação não cessa; ou cíclico(c), quando sua manifestação ocorre em ciclosdefinidos.

separa os impactos em imediatos(i), quando se manifesta no instante em que se dá aintervenção; de curto prazo (c), quando se manifestaem curto espaço de tempo; e longo prazo (l), quandose manifesta muito tempo depois da intervenção.

determina se os impactos sãoreversíveis (r), ou seja, cessada a ação, existecapacidade de retornar às condições originais; ouirreversíveis (I), quando não há possibilidade deretornar às originais após o término da açãoimpactante.

classifica os impactos em locais (l),quando afetam apenas a área sobre a qual atuam asações; regionais (r), quando afetam toda a região; eestratégicos (e), quando se manifestam em âmbitonacional.

refere-se ao grau de intensidade deum impacto sobre o componente ambiental, podendoser alta (a), média (m) ou baixa (b), conforme o grau detransformação do componente impactado em relaçãoà situação pré-existente na região de sua abrangência.

Meios Físico e Biótico:

Meio Socioeconômico:

CRITÉRIOS PARA CLASSIFICAÇÃO DOS IMPACTOS

Natureza:

Duração:

Temporalidade:

Reversibilidade:

Abrangência:

Magnitude:

VIA ESPECIAL PARA TRANSPORTE DE CARGAS PESADAS DO COMPERJ

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RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS

Probabilidade: a probabilidade de ocorrência deum impacto será alta (a) se sua ocorrência for quasecerta; média (m) se for de ocorrência incerta; ou baixa(b) se for quase improvável que ele ocorra.

ELABORAÇÃO DA MATRIZ DE AVALIAÇÃO DEIMPACTOS

Depois de descritos os impactos ambientaisidentificados é elaborada a Matriz de Avaliação dosImpactos Ambientais para determinação daimportância de cada um deles. Para o conjunto dosatributos de cada impacto, são considerados algunsmais relevantes que outros conforme mostrado naTabela.

ATRIBUTOMAIS

RELEVANTE

MENOS

RELEVANTE

Forma Direta Indireta

Permanenteou

Cíclica

Duração Temporária

TemporalidadeImediato

ouCurto Prazo

Longo Prazo

Reversibilidade Irreversível Reversível

Regionalou

EstratégicoAbrangência Local

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Avalia-se também as relações de cumulatividade ede sinergia entre os diversos impactos identificados.

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IMPACTOS DA FASE DE PLANEJAMENTO DOEMPREENDIMENTO

Geração de Expectativas

Impedimento à Exploração de Recursos Minerais

Os impactos previstos para essa etapa são: Geraçãode Expectativas, que ocorre nas populações residentesna região; e Impedimento à Exploração de RecursosMinerais, localizado na Área Diretamente Afetada(ADA) do empreendimento.

A incerteza quanto à localização precisa das obras,associada ao trânsito de técnicos na região, durante afase de estudos, cria expectativas junto à populaçãolocal. Essas expectativas, para muitos, serão motivo defrustração pessoal, em caso do não-aproveitamentocomo mão-de-obra nas atividades de instalação doempreendimento.

Esse impacto é negativo, indireto, temporário, decurto prazo e de abrangência local. Considerou-se amagnitude média e a probabilidade alta. Desta forma,classificou-se sua importância como média.

O empreendedor deverá solicitar junto ao DNPM(Departamento Nacional de Produção Mineral), aimplementação de restrições para novos pedidos depesquisa ou de licenciamento na área doempreendimento, impedindo a exploração futura derecursos minerais no local.

É um impacto negativo, direto, permanente, comefeitos de curto prazo, irreversível e de abrangêncialocal, tendo sido classificado como de baixamagnitude, alta probabilidade de ocorrência,apresentando, assim, importância média.

Como medida mitigadora propõe-se umentendimento entre empreendedor e eventuaistitulares de Direitos Minerários na área, pararessarcimento dos investimentos já feitos. Para tantodeverá ser feita uma avaliação do potencial mineral eda reserva de valor existente nessas áreas.

IMPACTOS DA FASE DE IMPLANTAÇÃO DOEMPREENDIMENTO

10 (dez)meses de obras, 5 (cinco) meses de grandeatividade,

Aumento da Turbidez da Água Durante aDragagem

D u r a n t e a f a s e d e i m p l a n t a ç ã o d oempreendimento com duração prevista de

comquando ocorrerão os impactos negativos

mais significativos. Cabe salientar a existência deimpactos positivos, como a geração de empregos e adinamização da economia da região.

Os impactos identificados durante a fase deimplantação do empreendimento são os seguintes:

VIA ESPECIAL PARA TRANSPORTE DE CARGAS PESADAS DO COMPERJ

A dragagem gera dispersão de partículas do fundodo mar, de acordo com suas características, podendose depositar em áreas próximas ou alcançar regiõesmais distantes como praias ou áreas pesqueiras.

O impacto ésendo de baixa

magnitude (b) e alta probabilidade, apresentando,assim, média importância.

O monitoramento da qualidade da água e dossedimentos na área dragada possibilita a geração deinformações para subsidiar simulações desse impactoe devem ser realizadas como medidas mitigadorasdesse impacto.

Após a dragagem, o material será levado até umaregião fora da baía da Guanabara, onde serádespejado. Neste processo, é gerada uma “nuvem” desedimentos, que poderá ser levado pelas correntesoceânicas. A maior parte do material se depositará naregião, mas pode haver dispersão para áreas maisdistantes como regiões pesqueiras ou praias.

Esse impacto ésendo de média

magnitude e alta probabilidade de ocorrência,apresentando, portanto, média importância.

Sugere-se o monitoramento da qualidade da águae dos sedimentos para subsidiar modelos parasimulação desse impacto.

negativo, direto, temporário, deefeito imediato, reversível, e local,

Aumento da Turbidez da Água DuranteOperação de Lançamento de Material no Bota-Fora

negativo, direto, temporário,imediato, reversível, e local,

Alteração da Hidrodinâmica (Circulação dasÁguas) e do Fundo do Mar Devido à Dragagem

negativo, direto, temporário, decurto prazo,

Interferência com a Comunidade Aquática no Localda Dragagem

negativo, direto, temporário ereversível

A dragagem do canal de acesso e da bacia demanobra alterará o fundo do mar na região, o quepode causar alterações na circulação das correntes ena formação das ondas no local. No entanto, nãodeverão haver alterações significativas.

É um impactoirreversível, e local, sendo de baixa

magnitude e alta probabilidade, resultando em umapequena importância.

Durante a dragagem, e revolvimento desedimentos finos, aumentarão a turbidez da água,com redução na penetração de luz, diminuindo aprodutividade primária, baseada na fotossíntese dealgas microscópicas. Os animais com capacidade denatação (peixes, siris e camarões) tendem a se afastarda área de dragagem, mas organismos fixos, podemnão resistir a esse estresse, aumenta o risco demortalidade.

O impacto é(após a deposição dos sedimentos, as

condições tendem a retornar ao estado original). É deocorrência imediata, e abrangência local. Com médiamagnitude e alta probabilidade, sua importância foiavaliada como média.

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RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS

Não há medidas mitigadoras para esse impacto,entretanto, deve ser realizado um Programa deMoni toramento de B iota Aquát i ca paraacompanhamento dessas alterações.

Durante o despejo e sedimentação do materialdragado no bota fora haverá aumento da turbidez daágua, podendo haver redução na penetração de luz,comprometendo a produtividade primária, comomencionado para o impacto anterior.

Os organismos que podem ser dragados junto como sedimento sofrerão estresse durante o transporte,havendo risco de mortalidade. Caso sobrevivam, éprovável que não tenham sucesso no estabelecimentona região do bota-fora em razão das diferentescondições ambientais (corrente, profundidade,salinidade, temperatura etc.) em relação ao ambientedo interior da baía de Guanabara.

O impacto é, de ocorrência imediata, local, sendo

considerado de média magnitude, probabilidade altae importância média.

Não há medidas mitigadoras para esse impacto,entretanto, deve ser realizado um Programa deMoni toramento de B iota Aquát i ca paraacompanhamento dessas alterações.

Interferência com a Comunidade Aquática na Áreado Bota-Fora

negativo, direto, temporário,reversível

Interferência com a Comunidade Aquática na Áreado Píer

Esse impacto é negativo, direto, temporário,reversível

Interferência com a Atividade Pesqueira

A construção do píer causará estresse ambientalpara a maioria dos organismos, causandoafugentamento de alguns, e aumento da mortalidadepara outros. Dentre as alterações causadoras deestresse para a biota estão a suspensão de material naágua, prejudicando a penetração de luz e aprodutividade primária. O ambiente porém, jáapresenta turbidez e certo grau de degradaçãoambiental, reduzindo os efeitos desse impacto naárea.

, imediato e local. Sendo assim, o impacto éde pequena magnitude, alta probabilidade, e,portanto, com importância pequena.

Indica-se a realização de um Programa deMoni toramento da B iota Aquát i ca paraacompanhamento dessas alterações.

A atividade de pesca artesanal na baía deGuanabara vem sofrendo diversas interferências nosúltimos anos. Entre elas estão o derramamento deóleoem 2000, a implantação do Terminal GNL e dutos deligação entre o Terminal GLP na ilha Comprida e aREDUC, que provocaram atritos com a classe dospescadores artesanais na região.

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No presente projeto, novamente serão necessáriasatividades de dragagem, que irão gerar uma área deexclusão temporária para a pesca, além de alteraçõesno ambiente marinho.

, imediato e local. É considerado demagnitude e probabilidade altas, sendo de grandeimportância.

Esse impacto é negativo, direto, temporário,reversível

O Programa de Acompanhamento dasInterferências na Atividade da Pesca Artesanal,buscando de forma participativa encontrar soluções ealternativas para a atividade na região, é um passoimportante no processo de negociação da Petrobrascom os pescadores atuantes na

As construções previstas para a praia da Beirarestringirão as atividades de lazer no local,prejudicando o setor de prestação de serviços, comobares e restaurantes. Principalmente as praias da Beirae da Luz, recebem grande número de visitantes nosfinais de semana e feriados.

Este impacto é, portanto, negativo, indireto,permanente, reversível , de curto prazo e local. Foiconsiderado de média magnitude (M) e probabilidadealta, sendo assim, de média importância.

Propõe-se a realização de um Programa de Apoioao Desenvolvimento das Atividades de Lazer da Orlade Itaóca, sendo uma maneira de se encontrarsoluções e alternativas para região, e que podeinverter o efeito deste impacto (tornando-o positivo),trazendo prosperidade e desenvolvimentoeconômico.

região.

Redução das Atividades de Lazer na Praia da Beira

Poluição dos Recursos Hídricos e do Solo nosCanteiros de Obras

negativo, direto,temporário, imediato, reversível e local.

O esgoto e o lixo gerados pelos trabalhadores noscanteiros de obras podem poluir os solos e os rios ecórregos próximos. Já são contempladas entre asatividades usuais nesses locais, medidas como aconstrução de fossa séptica e filtro e a criação de umaárea destinada para depósito temporário de lixo. Autilização de fossas-filtro, bem como a limpeza,recolhimento e encaminhamento do lodo residual porempresa credenciada, reduz-se a relevância desseimpacto.

É assim, qualificado comoO impacto

é considerado de média magnitude e probabilidadealta, com média importância.

A mitigação desse impacto depende da corretaidentificação de sua ocorrência, o que é possível pormeio do monitoramento da qualidade das águas dosrios e córregos. A execução do Programa de GestãoAmbiental das Obras deverá prever a gestão dosresíduos e efluentes gerados.

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Riscos de Derramamento de Combustíveis eLubrificantes nos Canteiros de Obras

negativo, direto, temporário,imediato, reversível e local.

Riscos nas Condições de Escoamento Superficialdos Rios e Córregos da Região

Esse impacto é negativo, indireto, permanente,de longo prazo, reversível

média importância

Prevê-se a geração de resíduos oleosos com aoperação e manutenção dos equipamentos e veículospesados, e consequentemente com risco potencial decombustíveis e lubrificantes nos canteiros de obra, oque pode poluir os rios e córregos próximos.

De um modo geral, os derramamentos sãopequenos e eventuais, tornando essa interferênciapouco expressiva. São necessários, entretanto, ocont ro le responsáve l das at i v idades dearmazenamento e utilização desses produtos. Estãoprevistas a impermeabilização do solo, a instalação decaixas separadoras água/óleo na rede de drenagem ede poço de contenção. Parte desses resíduos seráenviada para um depósito temporário para posteriordestinação a empresas de reciclagem ou incineração.

Esse impacto éÉ considerado de média

magnitude, com probabilidade alta e importânciamédia.

O Programa de Gestão Ambiental das Obras deveráprever a tratamento adequado dos resíduos eefluentes gerados.

Com a construção da via especial de acesso, quenão será asfaltada, ocorrerão possivelmente dois tiposde impactos: o carreamento de sedimentos para osistema de drenagem e a interrupção do sistema dedrenagem pela presença da estrada, construída emnível mais alto que o terreno circundante.

e de abrangência local. Oimpacto é considerado de magnitude e probabilidademédias, e de .

Deve-se executar, como medidas mitigadoras, arecuperação (plantio de vegetação) nos taludes da via,e a instalação de passagens (bueiros) das águas sob aestrada sempre que necessário, de forma a possibilitaro fluxo de água e evitar alagamentos.

A implantação do empreendimento atingirá umaárea de 56 hectares de vegetação, nativa e exótica,que ocorre nas áreas de manguezais, capoeiras,pastagens e brejo. Embora ocupe a menor extensão, oimpacto sobre a área de manguezal conservado será omais significativo.

As manchas de matas secundária são de baixoporte, e baixa riqueza de espécies, nas quaispredominam três espécies pioneiras comuns:aroeirinha, cambará e maricá.

No levantamento florístico, realizado na AID nãoforam identificadas espécies ameaçadas, raras ouendêmicas.

Perda de Vegetação

VIA ESPECIAL PARA TRANSPORTE DE CARGAS PESADAS DO COMPERJ

Tendo em vista o estado de degradação davegetação natural e a área relativamente pequena, demangue conservado,

, e local, sendo de baixa magnitude, altaprobabilidade e importância média.

Não há medida mitigadora para este impacto,porém devem ser realizadas ações compensatóriascomo a recuperação da vegetação de manguezal eflorestas em outros locais da AID, especialmente nasAPP, atualmente muito degradadas.

Durante a construção da estrada, ocorrerá aretirada de vegetação na área, com possibilidade deerosão das margens e assoreamento e lançamento deresíduos sólidos e líquidos, piorando a qualidade daságuas, repercutindo em impactos à biota da APA deGuapimirim.

A circulação de máquinas e trabalhadores e aocupação da região das obras poderão causar oaumento das queimadas, já freqentes na área, bemcomo aumento da ocupação indevida em APP ou naAPA de Guapimirim, que é uma das únicas áreas ondeainda ocorrem manguezais preservados na baía daGuanabara.

de abrangência regional,sendo de magnitude média e probabilidade alta,resultando em grande importância.

As medidas mitigadoras recomendáveis são: evitaros desbarrancamentos das margens dos cursos d'águae controle de efluentes nos canteiros de obra; ações deproteção e recuperação das margens dos cursosd'água. Entre as medidas compensatórias citam-se arecuperação de outras áreas não afetadas pela obra,além do apoio à gestão, recuperação e conservação daAPA de Guapimirim.

esse impacto foi avaliadocomo negativo, direto, permanente, imediato,irreversível

Danos às Áreas Protegidas

Esse impacto é negativo, indireto, temporário,de curto prazo, reversível,

Perda de Ambientes da Fauna Terrestre

Durante as atividades de supressão da vegetaçãohaverá perda de hábitats da fauna, e esses animaisdeverão se deslocar para áreas próximas, o que podeprejudicar a sobrevivência dos animais. Para osanimais que não puderem fugir há grande risco demorte. No caso das áres de mangue, a situação é maispreocupante, pois funcionam como berçários deanimais.

Como boa parte das áreas a serem suprimidas, já seencontram degradadas, a perda desses ambientestem efeito (negativo) reduzido.

, jáque os ambientes perdidos não poderão serrecuperados. Porém, devido à degradação dosambientes afetados, esse impacto foi classificado commagnitude média, probabilidade alta, e, portanto, degrande importância.

O impacto foi considerado local e irreversível

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VIA ESPECIAL PARA TRANSPORTE DE CARGAS PESADAS DO COMPERJ

O impacto pode ser mit igado comprocedimentos de manejo da fauna, visandominimizar a mortalidade de espécimes durante asupressão de vegetação e facilitar a fuga dosorganismos para locais protegidos, através doPrograma de Resgate da Fauna.

Além de medidas de recuperação de áreasdegradadas, a realização de um Programa deMonitoramento da Fauna Terrestre é aconselhávelpara acompanhamento das alterações, e funcionamcomo medidas compensatórias para esse impacto.Geração de Empregos Diretos e Indiretos

Este impacto é positivo, direto, temporário, decurto prazo, reversível

Dinamização da Economia da Região

Esse impacto é positivo, indireto, temporário,de longo prazo, irreversível

Aumento da Arrecadação Tributária

Durante o período de pico (5 meses) das obras,haverá a necessidade de contratação de cerca de1.200 funcionários, além da demanda indireta na áreade prestação de serviços. A PETROBRAS instalou umcentro de capacitação de mão-de-obra no municípiode São Gonçalo, visando preparar contingentes detrabalhadores para as necessidades das obras doCOMPERJ.

e de abrangência regional. Oimpacto é considerado de média magnitude, comprobabilidade alta, e de grande importância.

Como medida potencializadora, deverá serrecomendada a contratação de trabalhadores quemorem na região.

Além da contratação da mão-de-obra e daaquisição de materiais na região, a existência da futuraestrada deverá promover a dinamização da economiaregional.

e regional. O impacto éconsiderado de média magnitude, com probabilidadealta e grande importância.

Como medida potencializadora deste impactopropõe-se a priorização da contratação da mão-de-obra e da aquisição de materiais para as obras, naregião.

Os municípios de São Gonçalo e Itaboraí terão suaarrecadação de impostos aumentada em virtude dacontratação de trabalhadores, a aquisição demateriais em empresas da região, a dinamização daeconomia regional, principalmente na prestação deserviços.

e regional. O impacto é debaixa magnitude, alta probabilidade e médiaimportância.

A divulgação da arrecadação tributária doempreendimento, no âmbito do Programa deComunicação Social, permitirá maior controle ecobrança sobre as administrações municipais emrelação aos recursos finenceiros.

O impacto é positivo, indireto, temporário, delongo prazo, irreversível

Interferências com o Tráfego Local

Esse impacto é negativo, direto, temporário, de

ocorrência imediata, reversível

Risco de Acidentes com a População

O impacto é negativo, direto, temporário, decurto prazo, reversível

Risco de Acidentes com Animais Peçonhentos

Oimpacto é de baixa magnitude e de probabilidademédia, tendo pequena importância.

A necessidade de materiais de empréstimo para aconstrução da estrada, a movimentação de máquinase equipamentos e o deslocamento diário defuncionários causarão interferências com o tráfegolocal.

e local. O impacto éconsiderado de média magnitude, com probabilidadealta e importância média.

Como medida mitigadora sugere-se a implantação

de sinalização nas vias de acesso e controle davelocidade, bem como a priorização do transporte decargasemhorários de menor movimento.

O aumento do tráfego de veículos e amovimentação de máquinas e equipamentos naregião, em função das obras, aumentarão o risco deacidentes de trânsito envolvendo a população local.

e local. Foi considerado demagnitude e probabilidade médias, e, portanto, demédia importância.

Como medidas mitigadoras propõe-se asinalização nas vias de acesso e o controle davelocidade nos trechos mais sensíveis, bem como apriorização do transporte de cargas em horários demenor movimento. Além disso, deve-se priorizar ascampanhas de educação para o trânsito nas escolas eoutras instituições da região.

Durante as atividades de supressão de vegetação ede instalação do empreendimento haverá circulaçãode trabalhadores em áreas de mata e de brejo, o queaumenta o risco de acidentes com animaispeçonhentos.

No entanto, em função do estado de degradaçãoambiental geral da área do empreendimento, háocorrência de um número menor de espéciespotencialmente perigosas e de áreas onde elas podemocorrer, reduzindo os efeitos deste impacto.

Como medidas mitigadoras destacam-se ostreinamentos aos trabalhadores sobre prevenção deacidentes com a fauna, que deve ser estendida àpopulação local. Os programas ambientaisrelacionados são os Programa de Gestão Ambiental daObra, de Educação Ambiental e de ComunicaçãoSocial.Pressão adicional sobre os serviços públicos desaúde

As atividades de obras e do tráfego na regiãoaumentam o risco de ocorrência de acidentes detrabalho ou com a população local. Há também umaumento na proliferação de doenças, aumentando a

RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS 47/62

Page 50: Rima Cargas Pesadas Comperj

demanda por serviços de saúde na região.

Esse impacto é negativo, indireto, temporário,de longo prazo, reversível

Aumento das Emissões de Poeira

Este impacto é negativo, direto, temporário,imediato, reversível

e regional. O impacto éconsiderado de baixa magnitude, alta probabilidade,e média importância.

Deve–se promover parcerias e elaborar convêniosque viabilizem o pronto atendimento dosprofissionais e da população local em caso deacidentes relacionados às atividades de obras.

A atividade de terraplanagem e a movimentaçãode veículos e máquinas aumentarão a emissão depoeira na AID, ao longo de toda a via terrestre.

e local. É considerado de altamagnitude e probabilidade, sendo, portanto, degrande importância.

A medida mais recomendada é a aspersão de águanos locais de obras e nas vias de maior movimentação.Também é importante um canal de comunicaçãoaberto com as comunidades locais, facilitando atomada de medidas mitigadoras para os casos deincidência de doenças respiratórias.

Indução a Processos Erosivos

Foi classificado como negativo, indireto,permanente, local, de longo prazo e reversível.

Os processos erosivos poderão ser intensificadosna área pelas atividades de obras (supressão devegetação, escavações, melhoria de acessos, cortes demorros e aterros), e agravados pelas chuvas intensas(especialmente durante o verão) e falta de coberturavegetal no solo.

Esse impacto é minimizado, pois de acordo com oDiagnóstico Ambiental apresentado, os solos namaior parte das Áreas de Influência doempreendimento apresentam tendência de fraca amoderada de sofrer erosão.

Temmagnitude baixa, alta probabilidade, e, portanto, depequena importância.

Na etapa de implantação, deverão ser monitoradosos processos erosivos existentes e tomadas medidasde prevenção e de controle, como o desvio de águaspluviais por meio de canaletas, patamares, caixas depassagem e dissipadores de energia, além damovimentação cuidadosa do material provenientedas escavações e terraplanagens.

Para tanto, sugere-se a execução de um Programade Prevenção e Controle de Erosão, além doatendimento às medidas previstas no Programa deGestão Ambiental das Obras.

De acordo com o banco de dados do DNPM, haveráinterferência com uma área de direitos minerárioscom 754 hectares na área do empreendimento. Nessecaso, o empreendedor deverá proceder a negociaçãoda área.

e de curto prazo. Sua magnitude ébaixa e a probabilidade é alta, sendo considerado demédia importância.

Interferência com Processos Minerários

É um impacto negativo, direto, permanente,local, irreversível

Desapropriação de Terras, Lotes Urbanos eBenfeitorias

Este é um impacto negativo, direto,permanente, local, irreversível

Seccionamento de Áreas Urbanas

Esse impacto é negativo, direto, permanente,local, irreversíve

Desmobilização e Perda de Empregos Diretos

Este impacto é negativo, direto, permanente,local, irreversível

A estrada de acesso do COMPERJ passará por áreasurbanas densamente povoadas, havendo anecessidade de desapropriação de terras, lotesurbanos e benfeitorias. Nesse processo, os ocupantesdeverão ser removidos, devendo-se promover suarelocação em outras áreas.

e de curto prazo. Suamagnitude e probalididade são altas, sendo assim, degrande importância.

Devem ser executadas negociações prévias com osproprietários no âmbito de um Programa deEstabelecimento de Faixa de Domínio e Indenizações.

A implantação da estrada provocará oseccionamento das áreas urbanas, dificultando oacesso da população, com possíveis efeitos sobre asrelações das comunidades.

l e de curto prazo. Sua magnitude émédia, a probabilidade é alta, sendo, portanto, degrande importância.

A divulgação de informações e discussão desoluções junto à população local devem amenizar asituação.

Após o período de obras, a mão-de-obracontratada será aos poucos desmobilizada. Caberá aoempreendedor zelar para que seja implantado umserviço de orientação aos funcionários e de apoio narecondução dos mesmos para outras obras na região.

e de longo prazo. Sua magnitude émédia , a probabilidade é alta, e a importancia émédia.

RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS48/62

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RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS

Interferências Sobre o Patrimônio Histórico,Cultural e Arqueológico

Este impacto é negativo, direto, permanente,local, irreversível

Incômodos à População por Ruídos e Vibrações

É, dessa forma, um impacto negativo, direto,temporário, imediato,

Risco de Atritos com as Comunidades Locais

É um impacto negativo, indireto, temporário,de curto prazo, reversível

A área onde o empreendimento está inserida éuma região rica em sítios de importância histórica,arqueológica e geológica, e que, portanto, qualqueratividade de obras deve ser feita com muito critério.

A movimentação de terra para a construçãopoderá identificar a localização de novos sítiosarqueológicos, já que foram identificados dois sítiosarqueológicos – um na ADA e outro na AID doempreendimento.

e de curto prazo. Sua magnitude émédia, sua probabilidade é alta, sendo, dessa forma,de grande importância.

D e s s a f o r m a , f a z - s e n e c e s s á r i o oacompanhamento das obras por arqueólogos, quepoderão identificar novos sítios e providenciar o seusalvamento, quando necessário.

Este impacto está vinculado, à presença demáquinas e equipamentos, e aos explosivos utilizadosnas áreas de empréstimo durante a fase de obras. Osruídos e vibrações poderão causar o afugentamentoda fauna e causar incômodo à população local.

reversível e local. Suamagnitude é baixa, a probabilidade é alta, tendopequena importância.

Deverão ser adotadas medidas que minimizem osefeitos desse impacto, de acordo com medidasprevistas no Programa de Gestão Ambiental dasObras.

As atividades das obras podem provocar atritoscom as comunidades locais em função do incômodocausado pelos ruídos e vibrações, pela emissão depoeiras e pelo processo de desapropriação.

e local. Sua magnitude eprobabilidade são médias, sendo, também, de médiaimportância.

Para minimizar esse impacto é importante adivulgação de informações para as comunidadeslocais, além de iniciativas de diálogo para aintermediação de conflitos. Além disso, o treinamentode funcionários visando a implementação de umCódigo de Conduta para garantir um bomrelacionamento com a população local.

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I m p a c t o s n a F a s e d e O p e r a ç ã o d oEmpreendimento

Alteração da Morfologia da Praia da Beira

O impacto foi classificado como negativo,indireto, com periodicidade cíclica e ocorrênciaimediata. É também reversível

Após a construção, a via especial de acesso seráoperada durante dois anos de forma controlada,apenas para transporte de equipamentos e cargasespeciais para o COMPERJ.

Os impactos ambientais identificados nessa fasedo empredndimento foram os seguintes:

Serão necessárias atividades de dragagem paramanutenção das características do canal de acesso eda bacia de manobras, o que modificará o fundo domar no local. Entretanto, por se tratar de uma zona defundo de baía, onde as correntes são fracas e as ondas,pequenas, não deve haver alteração na dinâmica dossedimentos na praia da Beira.

e de abrangêncialocal. Considerou-se a magnitude baixa eprobabilidade média de ocorrência, sendo, portanto,de importância pequena.

Propõe-se que sejam monitorados os perfis dapraia da Beira, para a determinação do grau dealteração e avaliar sua reversibilidade.

Alteração da Paisagem

A implantação da parte terrestre da via especialprovocará uma mudança definitiva da paisagem local,ao cortar ruas e bairros, com elevação da cota doterreno.

É um impacto negativo (N), direto (D), permanente(P), de ocorrência no curto prazo (C), irreversível (I) ede abrangência local (L). Sua magnitude é baixa (B) esua probabilidade alta (A), sendo de médiaimportância (M).

O tratamento paisagístico e a recuperação de áreasdegradadas, previstas no Programa de GestãoAmbiental das Obras, amenizarão o efeito que aalteração da paisagem causará à população local.

Interferência na Atividade Pesqueira

Esse impacto é negativo, direto, cíclico,reversível,

Aumento na Oferta de Ambientes na Área do Píer

Durante a chegada de cargas ao píer paratransporte e as operações de dragagens citadasacima, haverá a interrupção temporária da atividadepesqueira na praia da Beira, com a criação de uma áreade exclusão temporária neste trecho da praia da Beira.

de ocorrência imediata e abrangêncialocal. O impacto foi considerado de magnitude eprobabilidade altas, e com média importância.

Como consequência das reuniões a seremrealizadas junto com os pescadores, deverão serpromovidas compensações no âmbito do Programade Apoio à Pesca Artesanal.

Com a construção do píer serão criadas áreas quepodem ser colonizadas por espécies aquáticas,sobretudo, bentônicas. Essa colonização se dará deforma deferenciada de acordo com fatores como aperiodicidade de submersão das estruturas.

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RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS50/62

Recomenda-se a execução de um Programa deMonitoramento da Biota Aquática

Alteração na dinâmica e distribuição dacomunidade aquática

negativo (pelaalteração das condições naturais) e permanente,pois atua enquanto existir o píer. Porém, foiconsiderado reversível, pela possibilidade deretirada do impacto.

paraacompanhamento dos efeitos dessas alterações.

O estabelecimento do píer poderá promover aalteração das condições de circulação das águas e nasedimentação na área, o que pode prejudicar oufavorecer algumas espécies, alterando a distribuiçãodos organismos.

Esse impacto, apesar da possibilidade de favoreceralgumas espécies, foi considerado

Sua abrangência é local e aocorrência, de longo prazo. Além disso, o grau dealteração do ambiente implica em uma baixamagnitude, com probabilidade média de ocorrência,e, portanto, de importância pequena.

O Programa de Monitoramento da Biota Aquáticaé recomendável para acompanhamento dessasalterações.Risco de Acidentes com a População

Desta forma, esse impacto é negativo, direto,temporário, de curto prazo, reversível

Em razão do tráfego controlado durante esta fase,o risco de acidentes com a população na via de acessoserá pequeno. Como o número de viagens será muitoreduzido (média de 1 viagem/dia/sentido), e por setratarem de veículos longos e/ou pesados, em baixavelocidade, e com escolta e sinalização visual, o riscode colisão é muito reduzido.

e deabrangência local. Sua magnitude e probabilidade sãomédias, de modo que considerou-se um impacto demédia importância.

Como medidas mitigadoras, propõem-se asinalização e o controle da velocidade ao atravessar asáreas urbanas, de preferência em horários de menormovimento. Outras medidas como veículos deescolta, sinalização luminosa, presença de agentes detrânsito e divulgação junto às comunidades serãofundamentais para a redução do risco de acidentes.

VIA ESPECIAL PARA TRANSPORTE DE CARGAS PESADAS DO COMPERJ

Assim, áreas que ficarão sempre submersas serãoocupadas por espécies diferentes daquelas quehabitarão locais parcialmente submersos, gerandouma zonação das espécies colonizadoras.

ese dará em longo prazo. Assim, sua magnitude foiconsiderada baixa, a probabilidade é média, e aimportância, avaliada como pequena.

O impacto da criação de novos ambientes épositivo, permanente e reversível, já que asestruturas podem ser retiradas, caso sejaconsiderado necessário. Sua abrangência é local,

Interferências com o Tráfego na Rodovia BR-493

Para chegar ao COMPERJ, os veículos terão quecruzar a BR-493, com interrupção temporária dessavia (a BR-493) de pista simples, dotada deacostamento e com volume tráfego de 700veículos/hora em cada sentido, nos horários de pico.Para minimizar os impactos na BR-493, estão previstassaídas/entradas de veículos nos horários de menorvolume de tráfego.

Incômodos à População por Ruídos e VibraçõesA estrada será de uso exclusivo para o transporte

das cargas pesadas para o COMPERJ durante estafase, de modo que os ruídos e vibrações serão poucoimpactantes.

O impacto é negativo, direto, temporário, decurto prazo, reversível e de abrangência local. Suamagnitude é baixa e a probabilidade, média, sendoconsiderado, portanto, de pequena importância.

Como medidas mitigadoras, propõem-se asinalização e o controle da velocidade, ao atravessaras áreas urbanas em horário diurno, respeitando-se aLei do Silêncio.

Risco de Acidentes com a Fauna Terrestre

O impacto foi considerado negativo, direto,permanente

Com a liberação do tráfego de veículos na estradade acesso, haverá um aumento do risco deatropelamento de animais, pela proximidade à APA deGuapimirim.

e de ocorrência em curto prazo. Étamém irreversível e de abrangência local.Considerou-se dessa forma, uma baixa magnitude eprobabilidade média, resultando em um impacto depequena importância.

IMPACTOS DA FASE DE INTEGRAÇÃO À MALHAVIÁRIA DA REGIÃO

Após a fase de operação, a via especial serátotalmente administrada poder público e seu acessoserá liberado para o trânsito local. Para isso, seránecessário o alargamento das pistas e a construçãode um viaduto para travessia da Linha 3 do Metrô,bem como a interligação com as rodovias BR-493 eBR-101. Nessa fase, os impactos ambientaisidentificados foram os seguintes:

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RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS

Esse impacto é negativo, direto, permanente,de curto prazo, irreversível

Como medidas mitigadoras, propõem-se asinalização e o controle da velocidade na via,principalmente próximo às áreas urbanas

e local. Sua magnitude eprobabilidade são médias, de modo que o impacto éde média importância.

.Recomendam-se todas as medidas de controle viário,como sinalização, fiscalização de velocidade,documentação e estado de conservação dos veículos,além de campanhas de educação no trânsito.

Interferências com o Tráfego Local

Foi classificado como negativo, direto,permanente, de curto prazo, irreversível

Aumento da Capacidade de Acesso da População

Esse impacto é positivo, indireto, permanente,de curto prazo (c), irreversível

Com o repasse da estrada para o poder estadual e oaumento do número de veículos, haverá interferênciasno trânsito das vias próximas ou de acesso à área doempreendimento. O acesso à região litorânea de SãoGonçalo poderá gerar um aumento no tráfego deveículos na região.

e deabrangência local. Sua magnitude é média e suaprobabilidade alta, resultando em média importância.

Como medidas mitigadoras, propõe-se:sinalização e controle da velocidade na via e principaisacessos; recuperação de buracos e desníveis na pista;cumprimento das normas relativas ao peso máximodos veículos; proibição de estacionamento irregular;e, outras medidas como sinalização, fiscalização develocidade, documentação e estado de conservaçãodos veículos, além de campanhas de educação notrânsito.

Após a liberação do uso público da estrada, apopulação terá uma alternativa de tráfego e melhoriado acesso entre alguns bairros da região. Com isso,aumenta-se as possibilidades de acesso dosmoradores. Com a nova rodovia à disposição, haveráum tendência de crescimento populacional eexpansão urbana no local.

e local. Suamagnitude é média e a probabilidade é alta, de modoque sua importância foi considerada média.

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Para evitar os atropelamento de animais, aestrada deve ser sinalizada e também que seja feitoum monitoramento da freqüência desses eventos.

Risco de Acidentes com a População

Da mesma forma que o mencionado para osanimais silvestres, com a liberação do tráfego naestrada, poderá ocorrer um aumento dos acidentescom a população local. Nessa via, crescerá o risco decolisão entre veículos, e a quantidade e letalidade(capacidade de cauar morte das vítimas) dos

Para potencialização do impacto positivorecomenda-se a implementação de um plano deurbanização da região (pavimentação viária,saneamento básico, construção de escolas, hospitais,delegacias, etc.); e a implantação de linhas de ônibus ede barcas na região.Incremento de Atividades de Turismo e Lazer naOrla de Itaóca

Este impacto positivo é indireto, permanente,de longo prazo, irreversível

Incômodos à População Causados por Ruídos

Assim, esse impacto é negativo, direto,permanente, de curto prazo, reversível

O acesso facilitado às praias, deverá incrementar avisitação na orla de Itaóca pela população, em buscade lazer.

e local. Sua magnitude émédia, a probabilidade é alta, de modo que o impactoé de média importância.

Sugere-se, como medida potencializadora desseimpacto, a criação de uma política de incentivos aoscomerciantes locais para investimentos na infra-estrutura de turismo, no âmbito de um Programa deApoio ao Desenvolvimento Turístico da Orla de Itaóca.

Com o aumento do tráfego de veículos, haverá umaumento do nível de ruído gerado no local.

e local. Commagnitude e probabilidade médias, foi avaliado comode média importância.

Como medidas mitigadoras, propõem-se asinalização e o controle da velocidade na via,principalmente próximo às áreas urbanas.

PROGRAMAS AMBIENTAIS

SISTEMA DE GESTÃO AMBIENTAL

A avaliação dos impactos ambientais decorrentesdos processos de planejamento, implantação,operação e de integração a malha viária regionalindica a necessidade de programas que, uma vezexecutados, deverão possibilitar a adequada inserçãodo empreendimento na região, além de representaruma contribuição para manter a qualidade ambientalde suas áreas de influência.

Os programas ambientais serão implementadoscom a utilização de uma gestão integrada, organizadada seguinte forma:

- Programas Ambientais de Apoio às Obras,visando à liberação da faixa de servidão;

- Planos e Programas Ambientais de Supervisão eControle das Obras, visando à mitigação dos impactosgerados na fase de implantação;

- Programas Ambientais de Monitoramento eSocioambientais, visando o acompanhamento dosprocessos e interfaces com a comunidade em geral;

- Programas Compensatórios.

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RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS52/62

VIA ESPECIAL PARA TRANSPORTE DE CARGAS PESADAS DO COMPERJ

A Gestão Ambiental aqui proposta está relacionadaà análise de impactos realizada, de forma a mitigar econtrolar os impactos ambientais identificados, e aoacompanhamento da implantação dos programasambientais propostos. Esse sistema, portanto,engloba o acompanhamento e monitoramento detodos os impactos ambientais inerentes aoempreendimento.

Para o acompanhamento da implantação dosprogramas propostos, a estrutura de GestãoAmbiental se apoiará, também, no Programa deComunicação Social, estabelecendo um fluxo deinformações sobre o empreendimento e todos osprogramas.

Este sistema será integrado com o Sistema deGestão Ambiental das Obras do COMPERJ,compartilhando suas ações com as dos demaisempreendimentos complementares do COMPERJ(extra-muros).

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RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS 53/62

PROGRAMA DE COMUNICAÇÃO SOCIAL

Plano de Gestão de Interferências com DireitosMinerários

O Programa de Comunicação Social se justifica nãosó em função dos impactos positivos e negativosidentificados, mas, sobretudo, pela busca de um novorelacionamento entre a Petrobras e a sociedade emum contexto de democracia e construção dacidadania.

O Programa irá priorizar a população diretamenteafetada, buscando informar e esclarecer sobre oempreendimento, além de constituir-se em veículopara receber sugestões, preocupações e queixas dosdiversos setores interessados. O Programa deComunicação Social deverá, ainda, articular umconjunto de ações, de forma a evitar conflitos deinformações e/ou decorrentes de atuaçõesdiferenciadas entre as diversas equipes norelacionamento com a população.

O Programa de Comunicação Social deverá iniciar-se na etapa de planejamento, se entendendo por todaa etapa de implantação e terminando ao final daetapa de operação.

Embora só haja interferência direta com umprocesso de Titularidade Minerária com direitos jáadquiridos de exploração mineral, além danegociação com tal processo, faz-se necessário opedido junto ao DNPM solicitando o bloqueio deautorização para processos minerários ao longo da

PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Programa De Compensação Ambiental

PROGRAMA DE CONFORMIDADES PARAAUTORIZAÇÕES

A implantação do Programa de EducaçãoAmbiental visa criar condições para a participaçãodos diferentes atores sociais no processo de gestãoambiental e no entendimento de seus papéis comoagentes e cidadãos para a melhoria da qualidade devida individual e coletiva. Este programa integra oconjunto de programas ambientais propostos nopresente Estudo e se justifica como medidapreventiva e mitigadora dos impactos doempreendimento, visando a melhoria do processo degestão ambiental da região ao introduzir novosconhecimentos e interações entre os diversos atoresenvolvidos e o meio ambiente. Assim, o planejamentoe as atividades do Programa de Educação Ambientalestarão profundamente articulados com os demaisProgramas Ambientais, particularmente com oPrograma de Comunicação Social.

Este Programa tem como meta acompanhar anegociação com o órgão ambiental e com a SecretariaEstadual do Ambiente SEA, desde o seu início, visandogarantir o cumprimento de acordos nos prazosestabelecidos.

faixa de domínio, evitando-se, assim, interferênciasfuturas.

Devido à dinâmica no que diz respeito ao quadroevolutivo da situação dos processos minerários,deverá ser efetuado um acompanhamentosistemático dos processos existentes, com a finalidadede se monitorar sua evolução legal. Tal procedimentopermitirá um enfoque melhor sobre a tendência dosinteresses dos titulares ligados ao setor mineral daregião em apreço.

Esse plano é de responsabi l idade doempreendedor e deverá ser iniciado na etapa deplanejamento permanecendo na etapa deimplantação da estrada.

Plano de Estabelecimento da Faixa de Domínio,Indenizações

O Plano deverá informar os proprietários sobre oscritérios de indenizações e remoção de benfeitorias,privilegiando uma negociação amigável, e garantirpreços justos para que os proprietários e não-proprietários afetados pelo empreendimento;

O Plano será desenvolvido durante todo o período deimplantação das obras, sob a responsabilidade doempreendedor.

Plano de Supressão da Vegetação

Esse Plano visa orientar as atividades de corte eaproveitamento da madeira existente nas áreas demanguezal, matas alteradas (capoeiras) e áreas depomares, evitando-se o desperdício de matéria prima.O Plano será desenvolvido respeitando-se as normasvigentes, tais como o Código Florestal Brasileiro, alé deoutras específicas do IBAMA e INEA pertinentes àsatividades de supressão e a utilização da madeiraretirada.

O cronograma será estabelecido em função dasatividades de obras.

Programa de Resgate de Fauna

Programa de Proteção ao Patrimônio Histórico,Cultural e Arqueológico

O objetivo geral do Programa de Resgate da FaunaTerrestre é o de minimizar os impactos causados peloempreendimento sobre as comunidades faunísticas.

Apesar da forte ação antrópica na região emquestão, entende-se que o resgate da fauna terrestrenos locais impactados pelas obras constitui-se ematividade de especial valor conservacionista para aárea em foco.

Na área do empreendimento foram detectadasbens históricos tombados e sítios arqueológicos nãocadastrados no IPHAN. Dessa forma, devem seridentificados e delimitados os sítios arqueológicos,para que seja feito o salvamento arqueológico eoutras medidas mitigadoras. Também deverá ser

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RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS54/62

Plano de Gestão Ambiental das Obras

A implantação do Plano de Gestão Ambiental dasObras é de suma importância para a obtenção deresultados ambienta is pos i t ivos sobre oempreendimento, tendo em vista que as medidas,diretrizes e técnicas recomendadas, quando adotadasantecipadamente, podem neutralizar ou minimizar ospossíveis impactos ambientais negativos oriundos dasatividades de obras, bem como maximizar osimpactos positivos.

Esses impactos ocorrem principalmente nasfrentes de obras e sistemas viários utilizados de apoiodurante todas as atividades de implantação doempreendimento.

Sendo assim, tem grande abrangência,contemplando todas as atividades a serem executadaspela empreiteira, dentre as quais: terraplanagem,canteiros de obra, estradas de acesso às obras,abertura e limpeza das áreas de trabalho, escavação,limpeza e recomposição, cruzamentos de rodovias,áreas alagáveis, obras e travessias em pequenaspropriedades, obras e travessias de áreas comsusceptibilidade à erosão, saúde e segurança dasobras, e gerenciamento e disposição de resíduos.

VIA ESPECIAL PARA TRANSPORTE DE CARGAS PESADAS DO COMPERJ

implantado um Subprograma de EducaçãoPatrimonial e a Realização do monitoramentoarqueológico durante as obras. Os resultadosdeverão ser encaminhados ao IPHAN, que emitiráparecer sobre a adequação das atividades.

PROGRAMA AMBIENTAL DA CONSTRUÇÃO (PAC)

Plano de Prevenção e Controle de Erosão

P R O G R A M A D E M O N I T O R A M E N T OSOCIOAMBIENTAL

Tem como objetivo promover ações de prevenção eo controle da erosão na faixa de servidão da via, demodo a evitar uma maior degradação da paisagem.Entre as ações a serem utilizadas está o desvio deáguas pluviais por meio de canaletas, patamares,caixas de passagem e dissipadores de energia; e amovimentação criteriosa do material das escavações eterraplanagens.

Programa de monitoramento da qualidade daságuas

Esse Programa visa averiguar as transformaçõesque ocorrerão em virtude das operações dedragagem, disposição do material dragado no bota-fora e alteração da drenagem nos rios e córregos daAID com cruzamentos da via.

O monitoramento estará baseado na análise deparâmetros físico-químicos em laboratório e emmedições in situ de amostras d'água, devendo serrealizado ao longo do período de execução das obras emais 1 ano após o término das mesmas, de forma a sedetectar efeitos de sazonalidade.

PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA BIOTAAQUÁTICA

PROGRAMA DE MONITORAMENTO DA FAUNATERRESTRE

O Programa visa avaliar as interferências a queestará sujeita a biota aquática presente na área a serimpactada pelo empreendimento; e analisar aseventuais alterações sofridas pela ictiofauna, faunabentônica, zooplâncton e fitoplâncton a cadamomento do processo construtivo e operacional epropor medidas de mitigação.

Como o empreendedor já dispõe de programasambientais implantados e propostos na região quecontemplam o Monitoramento da Biota Aquática, aonvés de ser implantado um novo Programa, serádesenvolvida uma ação conjunta, que será discutidae analisada na fase do Plano Básico Ambiental, ondecada programa proposto será descrito eaperfeiçoado

O objetivo principal do Programa deMonitoramento da Fauna Terrestre é minimizar osimpactos causados pelo empreendimento sobre ascomunidades faunísticas, possibilitando a ampliaçãoacerca do conhecimento sobre as populações dafauna terrestre local.

Para tanto, preve a captura de espécimes devertebrados durante a etapa de supressão davegetação da área do empreendimento eimplantação dos canteiros de obra, destinandoalguns deles à soltura em áreas apropriadas, eacompanhando a dinâmica das populações deanimais por meio da análise dos dados obtidos, a fimde propor medidas de mitigação ou compensação.

Como o empreendedor já dispõe de programasambientais implantados e propostos na região quecontemplam o Monitoramento da Fauna Terrestre,ao invés de ser implantado um novo Programa, serádesenvolvida uma ação conjunta, que será discutidae analisada na fase do Plano Básico Ambiental, ondecada programa proposto será descrito eaperfeiçoado.

P R O G R A M A D E I N S E R Ç Ã O R E G I O N A LRESPONSÁVELP r o g r a m a d e A c o m p a n h a m e n t o d a sInterferências na Atividade da Pesca Artesanal

Nos últimos anos a implantação de diversosempreendimentos localizados na Baía de Guanabaravem criando obstáculos à atividade de pescaartesanal, com evidentes prejuízos para ospescadores. Esses impedimentos se referem,principalmente, à introdução de áreas de exclusão àcirculação de embarcações, em que são realizadasoperações de dragagem e o deslocamento de curraisde pesca. Com isso, são criadas dificuldades deacesso aos locais de pesca, que vêm sendo

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RIMA RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL PETROBRAS 55/62

restringidos com o acúmulo de projetos sendo

desenvolvidos na região. Este fato tem ocasionado

áreas de atrito entre a comunidade pesqueira e os

empreendedores, bem como as empresas

encarregadas das obras.Programa de Apoio ao Desenvolvimento dasAtividades de Lazer na Orla de Itaóca

Com a mplantação do empreendimento, ficarãorestringidas as atividades de lazer em parte da Praiada Beira, prejudicando os comerciantes locais,principalmente os quiosques ali localizados. Com aconclusão da operação do empreendimento e aintegraração da Via Especial de Acesso ao COMPERJ àmalha viária regional, poderá haver um grandedesenvolvimento das atividades de lazer na região,principalmente se forem criadas estruturas receptivasadequadas. Dessa forma, o Programa pretende apoiaro desenvolvimento dessas atividades na orla deItaóca.

PROGNÓSTICO AMBIENTAL

Com base na Análise Integrada e na caracterizaçãoambiental dos meios físico, biótico e antrópico(Capítulo V – Diagnóstico Ambiental), foidesenvolvimento um cenário para a área sem aimplantação do empreendimento. Após a elaboraçãodesse cenário, analisou-se ações impactantes demodo a cons ide ra r um cenár io com oempreendimento.

A ocupação desordenada, a falta de saneamento, apoluição, a grande quantidade de lixo, entre outrosproblemas são responsáveis pela degradação daregião do empreendimento. Também contribui paraessa situação, o descaso com a preservação ambiental.

A vegetação da AID do empreendimento já foipraticamente toda dizimada, restando apenas umpequeno trecho de manguezal melhor conservado.Não há remanescentes da floresta original, somentealgumas manchas em estágio inicial de regeneração,com poucas espécies e presença de muitas frutíferasexóticas. As queimadas são ameaças constantes,inibindo o desenvolvimento das florestas.

CENÁRIO DA REGIÃO SEM O EMPREENDIMENTO

As áreas de preservação permanente (APP), que naAID correspondem aos manguezais e às margens decursos d'água, têm sofrido severos impactos da perdade vegetação, da ocupação inadequada e dolançamento de esgoto e lixo.

Em um cenário de expansão das áreas urbanas deSão Gonçalo e Itaboraí, a tendência é a continuação dadegradação ambiental na AID. Por outro lado, na áreada APA de Guapimirim, iniciativas de recuperaçãoambiental que vem sendo feitas, pode ajudar areverter essa tendência de degradação dessa unidade.

CENÁRIO DA REGIÃO COM O EMPREENDIMENTO

A implantação da via de acesso do COMPERJ deveráacelerar a degradação dos ambientes, por efeitosdiretos e indiretos. A supressão de vegetação demangue reduzirá ainda mais a quantidade de habitatsfavoráveis à fauna e prejudica a preservação dosremanescentes.

As obras e a operação do píer, do canal de acesso eda área de manobra, na praia da Beira, tambémcontribuem negativamente para a região. Asatividades de dragagem ajuda a manter a baixadiversidade de espécies, trazendo prejuízos para aatividade pesqueira praticada na orla de Itaóca.

A presença de uma estrada nesta região facilitará oacesso às praias, aumentando a circulação de pessoas,que poderá significar aumento do corte seletivo e dacaça à fauna silvestre. Por outro lado, dará impulso aodesenvolvimento das atividades de lazer na orla deItaóca.

Devido à degradação atual da região estudada,como já mencionado, as alterações com oempreendimento não são de grande magnitude, umavez que, em sistemas muito comprometidos, asalterações drásticas já ocorreram e culminaram nasituação atual. No entanto, o acréscimo de ações desupressão de vegetação e eliminação de habitats,contribui com a manutenção da baixa integridade doambiente.

Uma atitude proativa por parte da PETROBRAS,coerente com sua política e atuação de destaque emações próprias e ações de apoio a terceiros, deverácontribuir para a mitigação dessa tendência, atravésda adoção de ações e medidas na implantação doempreendimento e dos programas ambientaispropostos.

REGIÃO DE DRAGAGEM - BAÍA DE GUANABARA EPRAIA DA BEIRA

Foram feitas simulações a partir de váriasinformações detalhadas sobre a circulação de águasna região da baía de Guanabara entre a praia da Beirae a ilha de Paquetá para avaliar-se o impacto na regiãoantes e depois da dragagem, causadas pelorevolvimento e espalhamento (dispersão) desedimentos durante essas operações.

As principais forças que determinam a circulaçãodas águas nessa região da baía são a pressão de água,a ação dos ventos e o atrito da água com o fundo.

Entre as informações utilizadas para que assimulações das situações antes e depois da dragagemna área estão dados sobre o padrão de marés, asvazões dos rios que deságuam no local e a ação dosventos.

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Região da simulação das operações de dragagem,mostrando as profundidades na área.

Circulação das Águas na Baía da Guanabara

Por meio do conhecimento sobre a circulção das águas no local foramestabelecidas as correntes responsáveis pela suspensão e dispersão dos sedimentos.Dados importantes para a caracterização da circulação águas na região são: asmaiores velocidades das correntes são observadas nas meias marés enchentes evazantes (valores de até 0,4m/s na região a ser dragada); e, na maré de quadratura ascorrentes são menores do que na sizígia (entre 0,10 e 0,20m/s na região da praia daBeira).

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Impacto da operação de dragagem na circulação local daságuas

Atendendo à instrução DILAM 03/2009, foram comparados ospadrões de circulação antes e após da dragagem. Pela análisedesses valores, muito semelhantes, conclui-se que a dragagem docanal não altera de forma significativa a hidrodinâmica em torno.

CIRCULAÇÃO DAS ÁGUAS EM SITUAÇÕES (A) ENCHENTE, E (B) VAZANTE DE

SIZÍGIA NA SITUAÇÃO ATUAL; E, (C) ENCHENTE, E (D) VAZANTE DE SIZÍGIA

APÓS A DRAGAGEM.

VIA ESPECIAL PARA TRANSPORTE DE CARGAS PESADAS DO COMPERJ

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Impacto das Operações de Dragagem NosSedimentos na Região da Praia da Beira

A partir da capacidade de produção dosequipamentos utilizados na dragagem, estimou-seuma atividade com duração aproximada de 10 meses.Para adotar-se uma posição mais conservadora(assumindo condições mais adversas para garantirque a situação real seria, no mínimo, melhor), optou-se por utilizar os dados obtidos na fase inicial daoperação, por ser quando se interferem com a camadade sedimentos mais finos (ficam em suspensão pormais tempo) e nos locais onde a correnteza é maior(favorecendo a suspensão e dispersão de sedimento).Assim, espera-se que ao longo da operação dedragagem, a tendência é de diminuição desseimpacto.

Com base nas análises de sedimentos, a camada aser removida é composta, a grosso modo, de cerca de90% de partículas finas e, aproximadamente 10% deareia fina. Na atividade de dragagem somente a fraçãode partículas finas permanece em suspensão, já quefração mais grosseira (areia fina) deposita-serapidamente.

Os tempos para deposição do material revolvido(aproximadamente 5% do volume dragado) na áreada dragagem são respectivamente de 0,33 horas para90% da parcela de areia fina (deposição total em cercade 1 hora) e 3,3 horas para 90% da porção departículas finas (deposição total em 10 horasaproximadamente).

Assim, considerou-se que o impacto na qualidadedas águas é pequeno e restrito às proximidades doempreendimento. De fato, o aumento daconcentração de sedimentos em suspensão deve serpequena (cerca de 10mg/L), certamente inferior à quejá existe naturalmente no local, já que em rios eestuários a concentração usual é de cerca de 50 mg/L.

Impacto das Operações de Lançamento deResíduos na Área de Bota-Fora

Para avaliação do impacto das operações delançamentos de resíduos, utilizaram-se toiop desimulações semelhantes às que foram feitas acima.

Duas informações são importantes sobre o padrãode circulação na área: as maiores velocidades dascorrentes são observadas nas meias marés enchentese vazantes (entre 0,15 e 0,20m/s na região de bota-fora); e, na maré de quadratura as correntes sãomenores do que na sizígia (entre 0,02 e 0,05m/s naregião de bota-fora).

O material dragado será lançado na área de bota-fora, a uma profundidade de cerca de 40m,permanecendo em suspensão por um período maiordo que na região de dragagem na praia da Beira, ondeas profundidades são menores.

Os tempos para deposição do material a ser

lançado na área de bota fora são respectivamente de 2horas para 90% da parcela de areia fina (cerca de 10%do total) e 24 horas para 90% da porção de finoscoesivos (90% aproximadamente). O tempo total dedeposição (de 100% da parcela) e de 6 horas parafração de areia fina e de 72 horas no caso dos finoscoesivos.

Para representar adequadamente a dinâmica dossedimentos em suspensão baseou-se no seguinte ciclode operação dos equipamentos: a utilização de quatrobatelões, com lançamento de 300m³ a cada 3,5 horas,em média, 24 horas por dia, 30 dias por mês.

A baía de Guanabara é uma região estuarina (localde encontro dos rios com o mar), com concentraçõesde sedimentos em suspensão na faixa de 50mg/L oumais. Águas vizinhas a estuários apresentamconcentrações menores de sedimentos (entre 5 e50mg/L). Portanto, considera-se como áreasimpactadas aquelas com passagem de nuvens desedimentos com concentrações acima de 10mg/L.

Adotando-se uma posição mais conservadora,supôs-se que o lançamento de material ocorreria aonorte da área de bota-fora, de menor distância àspraias. Nota-se que não ocorre o retorno dossedimentos para o interior da baía, e nem aporte desedimentos para o litoral. Além disso, o impacto naqualidade das águas é limitado.

CONCLUSÕES E RECOMENDAÇÕES

O COMPERJ é um dos empreendimentos maisaguardados para a Região Metropolitana do Rio deJaneiro. Sua implementação está associada ànecessidade de uma solução economicamente viável ecompetitiva para garantir o crescimento da indústriapetroquímica brasileira.

A implantação do COMPERJ demandaráinstalações e equipamentos industriais compostospor peças de diversas dimensões e pesos, dentre asquais parte possui características próprias que não seadéquam às capacidades de cargas e gabaritos dasestradas atualmente existentes na região.

O empreendimento em análise neste Estudo deImpacto Ambiental consiste de um canal denavegação, de um píer na praia, de um retroporto e deuma estrada que interliga o píer à estrada principal deacesso ao COMPERJ.

Quanto à localização do píer, levaram-se emconsideração as vias de acesso já existentes, a menordistância para a área navegável na baía de Guanabarae a menor interferência com as comunidadespesqueiras.

O traçado selecionado para a via terrestreconsiderou, entre outras variáveis técnicas, as áreascom menor densidade populacional, buscandoalternativas relacionadas a distâncias e de menoresimpactos ambientais.

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As comunidades lindeiras à nova via são formadas,em sua maioria, por populações de baixa renda. Oacesso da região às áreas de maior atividadeeconômica e social é precário. As dificuldades deacesso ocorrem até mesmo de uma para outracomunidade devido às áreas alagadiças.

Parte da extensão da estrada a ser implantada éformada por pastagens, suportando uma pecuáriacom baixa produtividade. Nela encontram¬se poucasformações vegetacionais, que não apresentamcondições de abrigar significativo contingentefaunístico.

Dentre as alternativas estudadas, a selecionadaatravessa a menor extensão em área de manguezal.

O acesso ao cais na praia da Beira é elementoessencial e por isso dragagens são necessárias. Esta eoutras obras são fundamentais para a minimização deacidentes com embarcações.

Outros estudos para embasar a escolha demelhores alternativas de construção e de minimizaçãode impactos ambienta i s também foramdesenvolvidos, como o estudo de tráfego, estudos devibração e ruído, análises físico química de água esedimentos, entre outros. O importante foi esgotar-seas soluções alternativas e ter a segurança de nãoapenas atender as necessidades do COMPERJ, masque seguramente esta seria a melhor alternativa emtermos sócio-ambientais.

A Petrobras contratou estudos prévios objetivandoobter alternativas para transporte das cargasespeciais, tendo sido consideradas a viabilidadetécnica, econômica e ambiental das alternativasapontadas.

Foram realizados diversos levantamentos,necessários para elaborar estudos relativos ao sistemade transporte multimodal (aquaviário e rodoviário),de modo a estabelecer parâmetros de comparaçãoentre as alternativas apresentadas, permitindo umaclassificação ordenada das alternativas maisadequadas em termos locacionais, econômicas esócio-ambientais para o empreendimento

A discussão pela equipe multidisciplinar dospontos fracos e fortes de cada uma das proposiçõesfoi um dos condicionantes dos trabalhos, pelaimportância que a região e a comunidade local têmpara a Petrobras.

De qualquer modo, os empreendimentosprevistos, em qualquer das alternativas trarãoimpactos positivos e negativos para o ambiente e paraa comunidade. O compromisso é buscar a mitigaçãodesses problemas, fazendo ainda compensaçõespelos danos ou transtornos inevitáveis para anatureza e núcleos urbanos.

Dentre os impactos negativos, destacam-se comode grande importância, durante a etapa de obras: asinterferências com a atividade de pesca artesanal; osdanos às áreas de preservação permanente; a perda

VIA ESPECIAL PARA TRANSPORTE DE CARGAS PESADAS DO COMPERJ

de habitats para a fauna terrestre; o aumento daemissão de poeira; a desapropriação de terras, lotesurbanos e benfeitorias; o seccionamento de áreasurbanas; e as interferências com o patrimôniohistórico, cultural e arqueológico.

Como impactos positivos, destacam-se: a geraçãode empregos diretos e indiretos; e a dinamização daeconomia da região. Ressalta-se também a aberturade possibilidade de incremento da acessibilidade e damobilidade da população local e de atividades deturismo e lazer na orla de Itaóca.

Finalizando, a posição da equipe técnica queexecutou o presente trabalho é pela viabilidadeambiental das obras previstas, uma vez que asmesmas representam condição fundamental para odesenvolvimento sustentável do COMPERJ,considerando também a implementação das medidasmitigadoras propostas e dos programas ambientais.

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Page 62: Rima Cargas Pesadas Comperj

PROFISSIONAL REGISTRO RESPONSABILIDADE

Aline de Souza Heiderich CREA-RJ 2005107949-D Meio Físico - Atividades Minerárias

Amanda Zindeluk

André L. Moraes de Castro

Antonio Ivo Medina

Ari Délcio Cavedon

Carlos David Nassi

Carlos Roberto Bizerril

Christianne Bernardo

Claudia Silva Teixeira

Claudio Prado de Mello

CREA/RJ 2002103185

55812/02

CREA-RJ 17521/D

CREA 13550-D, 5a Região

CREA/SP 076.366/D

CRBio 12118/2

OAB/RJ 67.988

Crea/RJ nº 82-1-03631-0

06846587-1 IFP

Apoio Técnico - Arquiteta

Meio Físico - Geologia e Hidrogeologia

Meio Físico - Pedologia

Meio Antrópico - Tráfego

Meio Biótico - Coordenador - Biólogo

Meio Antrópico - Direito Ambiental

Meio Biótico

Meio Antrópico - Arqueologia

Meio Físico - Atividades Minerárias

Daniel Pedro Lopes

Fábio Muller dos Reisde Salles Pupo

Fernanda Augusta P. Teixeira

Fernando Henrique deAraujo Góes Newlands

Frederico C. de Campos

George Lentz César Fruehalf

Gilberto de Moura Soares

Gustavo MattosSilva de Souza

Ikeciel Kiperman

09198774-3 IFP

65786

CREA-RJ 208129213

CREA/RJ - n° 881050939D

CREA/RJ 28375-D

Crea-SP 5062008073/D

15984

65991/02

CREA RJ-12541/D

Meio Antrópico - Tráfego

Meio Biótico - Biólogo

Apoio Técnico - Geógrafa

Meio Antrópico

Meio Antrópico - Tráfego

Meio Físico - Meteorologiae Climatologia - Geógrafo

Engenharia

Meio Biótico - Biólogo

EQUIPE TÉCNICA

Izabel Habib Mattar Araujo 12752112-8 (IFP-RJ) Apoio Técnico

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Diretor Técnico

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PROFISSIONAL REGISTRO RESPONSABILIDADE

João Cláudio Martins Cassar CREA/RJ 90104408/D Meio Físico - Coordenador

Lucia Luiz Pinto

Luiz Abílio de Barros Gusmão

Luiz Felipe Brito de Araujo

Luiz Fernando FernandesMoreira da Cunha

Luiz Jardim de MoraesWanderley

Maíra Ventura de Oliveira

Marcelo Jardim

Marcia Estrada Braga

Marcia Filgueiras CamposKraus

IFP 2066551

CREA-RJ 91103452-9/D

CORECON 10139-7

2007128445

133598896 (IFP-RJ)

60383/02

CREA RJ-146476/D

07693056-9 IFP

CREA/RJ 1986101105

Meio Antrópico - Comunicação Social- Socióloga

Meio Antrópico - Coordenador

Engenheiro

Meio Antrópico

Meio Biótico - Bióloga

Gerente do Contrato

Meio Antrópico - Tráfego

Meio Antrópico - Tráfego

Meio Físico - Recursos Hídricos

Marcos de Macedo Dertoni

Márcio Vinícius MendesPinheiro

Maria de Lourdes SáBarreto Pimentel

Mauro Júnior

Monique Medeiros Gabriel

Natacha Yuri Nagatani Dias

Rita de Cássia L. Rolim

Sergio Pedro Lopes

Silvio Pinheiro da Silva Júnior

Thiago Silva Soares

Viviam Melo do Amaral

Crea/RJ 85-1-05788-9-D

186986/D CREA RJ

309882-2 IFP

180882

55832/02

65785/02

CREA RJ-871099072/D

CREA/RJ 1991102179

841009130/D CREA RJ

42201/02

CREA/RJ 2005119952/D

Coordenação Técnica do EIA/RIMA

Meio Físico - Ruídos

Meio Antrópico - Antropologia

Engenheiro de Planejamento.

Meio Biótico - Bióloga

Meio Biótico - Bióloga

Coordenadora Técnico Geral

Meio Antrópico - Tráfego

Meio Biótico - Biólogo

Meio Físico

Meio Físico

Jaqueline Abi-Chahin CREA RJ – 881008304/D Assistência da Gerência

VIA ESPECIAL PARA TRANSPORTE DE CARGAS PESADAS DO COMPERJ

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