rima baldinbioenergia cap1

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PROAMB – Engenharia Projetos Ambientais i Rua 13 de Maio, 797 – sala 14 – 13.400-300 - Piracicaba,SP Fone/Fax ; (0 XX19) 3402-9482 / 19 9782-3997 e-mail: [email protected] RELATÓRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA Pirassununga, SP Setembro de 2009

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    RELATRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA

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    ndice Geral .................................................................................................................. pgina 1 Objetivos e Justificativas do Empreendimento e sua Relao com os Planos e

    Programas Governamentais ................................................................................... 71.1 Dados cadastrais ........................................................................................................ 7

    1.2 Objetivos do licenciamento ........................................................................................ 7

    1.3 Equipe Tcnica ........................................................................................................... 7

    1.4 Os empreendedores ................................................................................................... 8

    1.5 Localizao e Vias de Acesso .................................................................................... 9

    1.6 Objeto do licenciamento ambiental .......................................................................... 10

    1.7 Justificativas do projeto ............................................................................................ 17

    1.7.1 Justificativas relacionadas ao empreendimento e seu entorno ................................ 17

    1.7.2 Justificativas relacionadas ao setor sucroalcooleiro ................................................ 18

    1.7.3 Justificativas relacionadas ao zoneamento agroambiental da cana-de-acar ....... 19

    1.7.4 Justificativas relacionadas a alternativas locacionais .............................................. 19

    1.8 Aspectos Legais e Institucionais .............................................................................. 20

    2 Descrio do Projeto ............................................................................................. 212.1 Obras de ampliao do empreendimento ................................................................ 21

    2.2 Atividade de Produo agrcola .............................................................................. 22

    2.3 Processo Industrial ................................................................................................... 28

    2.4 Produtos finais e subprodutos .................................................................................. 37

    2.5 Utilizao de recursos hdricos e efluentes industriais ............................................. 38

    2.6 Gerao de Resduos Slidos .................................................................................. 41

    2.7 Gerao de Emisses Gasosas na Indstria ........................................................... 44

    2.8 Rudos e vibraes ................................................................................................... 46

    2.9 Recursos Humanos da Agroindstria ....................................................................... 46

    2.10 Investimento e cronograma de obra ......................................................................... 47

    2.11 Hiptese de no realizao do empreendimento ..................................................... 48

    3 Sntese dos Diagnsticos Ambientais das reas de Influncias do projeto .... 483.1 reas de Influncia do empreendimento .................................................................. 48

    3.2 Diagnstico do Meio fsico ....................................................................................... 49

    3.2.1 Clima ........................................................................................................................ 49

    3.2.2 Geomorfologia, geologia e pedologia ....................................................................... 50

    3.2.3 Recursos Hdricos .................................................................................................... 70

    3.3 Meio Bitico .............................................................................................................. 75

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    3.3.1 Diagnstico da Flora da AID .................................................................................... 75

    3.3.2 Diagnstico da Fauna .............................................................................................. 85

    3.3.3 Diagnstico das Unidades de Conservao da AII (reas protegidas) .................. 117

    3.4 Diagnstico do Meio Socioeconmico ................................................................... 119

    3.4.1 Uso do solo ............................................................................................................ 119

    3.4.2 Demografia ............................................................................................................. 120

    3.4.3 Atendimento a sade ............................................................................................. 121

    3.4.4 Trabalho e renda .................................................................................................... 122

    3.4.5 Saneamento e Infra-estrutura urbana .................................................................... 122

    3.4.6 Educao ............................................................................................................... 123

    3.4.7 Habitao ............................................................................................................... 124

    3.4.8 Segurana pblica .................................................................................................. 124

    3.4.9 Atores sociais e estrutura da organizao social ................................................... 125

    3.4.9.1 Pirassununga ......................................................................................................... 125

    3.4.9.2 Leme ...................................................................................................................... 131

    3.4.9.3 Santa Rita do Passa Quatro: Estncia Climtica ................................................... 134

    3.4.10 Percepo ambiental .............................................................................................. 138

    3.4.11 Patrimnio Paleolgico, Arqueolgico e Monumentos de Valor Histrico-Cultural 142

    4 Descrio dos Impactos Ambientais .................................................................. 1444.1 Impactos na fase de ampliao .............................................................................. 146

    4.1.1 Desencadeamento de processos erosivos devido a ampliao do parque industrial146

    4.1.2 Alterao do uso e ocupao do solo .................................................................... 147

    4.1.3 Empobrecimento da paisagem devido a monocultura canavieira .......................... 148

    4.1.4 Destruio de habitats ............................................................................................ 149

    4.1.5 Alterao da biodiversidade florstica/faunstica .................................................... 151

    4.1.6 Alterao do ambiente sonoro advindo da ampliao do parque industrial ........... 152

    4.1.7 Alterao da qualidade do ar devido ao aumento de poeiras fugitivas .................. 153

    4.1.8 Assoreamento de cursos dgua ............................................................................ 153

    4.1.9 Alterao ou perda de stios arqueolgicos e elementos do patrimnio cultural ... 154

    Impactos na fase de operao ............................................................................................. 155

    4.1.10 Alterao da qualidade do ar devido ao aumento de gases e material particulado

    oriundos da queima de biomassa em caldeiras ..................................................... 155

    4.1.11 Alterao da qualidade do ar devido ao aumento de gases e material particulado

    oriundos da queima de combustveis fsseis (fumaa preta) ................................ 156

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    4.1.12 Contribuio na reduo dos gases de efeito estufa (GEE) .................................. 158

    4.1.13 Contribuio na destruio da camada de oznio ................................................. 158

    4.1.14 Desencadeamento de processos erosivos do solo devido a expanso e reforma de

    canaviais ................................................................................................................ 159

    4.1.15 Aumento da compactao do solo agrcola ........................................................... 160

    4.1.16 Risco de contaminao do solo por agroqumicos ................................................. 161

    4.1.17 Contribuio fertilizao do solo agrcola e produtividade da cultura canavieira

    decorrente da aplicao de vinhaa ....................................................................... 162

    4.1.18 Risco de contaminao do solo por efluentes industriais ...................................... 163

    4.1.19 Risco de contaminao do solo por resduos slidos ............................................ 164

    4.1.20 Riscos de derramamento e exploso de lcool (estocagem e expedio) ............ 166

    4.1.21 Alterao da qualidade das guas superficiais e subterrneas devido a influncia de

    agroqumicos, efluentes industriais, resduos slidos e derramamento de lcool . 167

    4.1.22 Supresso de rvores isoladas .............................................................................. 169

    4.1.23 Atrao de macrovetores ....................................................................................... 170

    4.1.24 Prejuzo da pesca de comunidades ribeirinhas ...................................................... 171

    4.1.25 Riscos sade pblica .......................................................................................... 171

    4.1.26 Oferta de empregos ............................................................................................... 171

    4.1.27 Migrao da mo-de-obra para a colheita da cana ................................................ 174

    4.1.28 Riscos de sade do cortador de cana .................................................................... 174

    4.1.29 Riscos de contaminao do trabalhador ................................................................ 175

    4.1.30 Aumento da especulao imobiliria ...................................................................... 176

    4.1.31 Melhoria da renda agrcola ..................................................................................... 176

    4.1.32 Alterao do consumo de gua .............................................................................. 177

    4.1.33 Presso sobre a infraestrutura dos municpios ...................................................... 179

    4.1.34 Contribuio para a integrao regional e a articulao com outros setores ......... 180

    4.1.35 Aumento da arrecadao de impostos e economia de divisas .............................. 181

    5 Medidas Mitigadoras, compensatrias e Programas ambientais .................... 1825.1.1 Programa de Autofiscalizao de Emisso de Fumaa Preta ............................... 182

    5.1.2 Programa de gerenciamento ambiental da obra .................................................... 182

    5.2 Plano de Eliminao Gradativa da Queima da Cana ............................................. 184

    5.3 Programa de reduo de emisso atmosfrica resultante da queima de bagao em

    caldeiras ................................................................................................................. 185

    5.4 Programa de Uso, Tratamento e Reuso de gua .................................................. 186

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    5.4.1 Sistema de Tratamento de gua de Lavagem de Cana ........................................ 186

    5.4.2 Sistema de Resfriamento das guas da Fbrica ................................................... 188

    5.4.3 Sistema de Resfriamento das guas da Destilaria ................................................ 188

    5.4.4 Tratamento e Recirculao da gua do Retentor de Fuligem ............................... 189

    5.4.5 Prticas Agrcolas Conservacionistas .................................................................... 190

    5.4.6 Rotao de Cultura ................................................................................................ 192

    5.4.7 Plano Logstico de Trfego e de Conservao das Estradas ................................ 192

    5.4.8 Programa de Gerenciamento de Resduos Slidos ............................................... 194

    5.4.8.1 Resduos Slidos Industriais .................................................................................. 194

    5.4.8.2 Resduos Slidos Agrcolas ................................................................................... 195

    5.4.8.3 Resduos Slidos Domsticos ................................................................................ 195

    5.4.9 Parque de Tanques de lcool ................................................................................ 196

    5.4.10 Projeto de Aplicao de Vinhaa na Lavoura......................................................... 196

    5.4.11 Controle Biolgico de Pragas ................................................................................. 198

    5.4.12 Recuperao de APP, de Fragmentos Queimados Acidentalmente e corredores

    ecolgicos .............................................................................................................. 198

    5.4.13 Planos para implantao de Corredores Ecolgicos .............................................. 199

    5.4.14 Plano para preservao de remanescentes florestais (demonstrao) ................. 200

    5.4.15 Programa de Melhoria da Segurana e Condies de Trabalho ........................... 201

    5.4.16 Programas de Gesto do Patrimnio Arqueolgico ............................................... 203

    5.4.17 Programa de aes de responsabilidade social ..................................................... 206

    5.5 Programa de monitoramento ambiental ................................................................. 210

    5.5.1 Programa de Monitorao de Emisses Atmosfricas........................................... 210

    5.5.2 Programa de Monitoramento das Caractersticas Fsico-Qumicas da Vinhaa .... 211

    5.5.3 Programa de Monitoramento do Solo .................................................................... 211

    5.5.4 Programa de Monitoramento da Qualidade da gua Superficial ........................... 212

    5.5.5 Programa de Monitoramento da Avifauna .............................................................. 213

    5.5.6 Programa de Monitoramento da Fauna terrestre ................................................... 214

    5.5.7 Programa de controle de rudo ............................................................................... 214

    6 Concluses ........................................................................................................... 215

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    RELATRIO DE IMPACTO AMBIENTAL - RIMA - BALDIN BIOENERGIA SA

    1 Objetivos e Justificativas do Empreendimento e sua Relao com os Planos e Programas Governamentais

    1.1 Dados cadastrais

    Nome : Baldin Bioenergia S/A Endereo : Rodovia Anhanguera Km 209 Sitio Taboo

    Pirassununga, SP CEP 13630-970

    Fone: (xx19) 3565-5900

    CNPJ : 54.844.360/0001-07 Cadastro na CETESB 536-65-5 Diretores : Fernando Baldin

    Fabiano Baldim

    Vera Baldin

    1.2 Objetivos do licenciamento

    A Baldin Bioenergia visando aumentar sua capacidade de processamento de cana

    e produo de lcool e acar busca obter Licena Prvia (LP) , considerando

    moagem futura de 2.500.000 TC/safra.

    1.3 Equipe Tcnica

    PROAMB Engenharia. Correspondncia e contato:

    PROAMB Engenharia Qumica S/S. Ltda. Rua 13 de Maio, 797 sala 14 CEP 13.400-300 - Piracicaba, SP E-mail: [email protected]

    Responsvel: Homero Tadeu de Carvalho Leite

    Engenheiro Qumico(Coordenador do EIA/Rima)

    CREA 0600889484

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    Experincia: Elaborao de projetos ambientais, projetos de tratamento de guas industriais,

    guas de abastecimento e de tratamento de efluentes, com forte atuao no

    setor sucroalcooleiro. Seus scios so ex-funcionrios do CTC - Centro de

    Tecnologia Canavieira (antigo Centro de Tecnologia Copersucar), tendo atuando

    em inmeros processos de licenciamento atravs de EIA/Rima e RAP, com

    experincia profissional de 29 anos na rea ambiental ligada ao setor

    sucroalcooleiro.

    1.4 Os empreendedores

    A BALDIN BIOENERGIA S/A uma empresa do setor sucro-alcooleiro, voltada

    produo de cana-de-acar para o processamento industrial com vista a obter os

    seguintes produtos: xarope de cana-de-acar (podendo produzir acar), lcool

    hidratado carburante e aguardente de cana.

    A empresa foi fundada em 1956 por Jlio Baldin, beneficiando cerca de 1.000t de

    cana-de-acar para produo exclusiva de aguardente artesanal, vendida tanto

    para a Companhia Mller como no varejo. Na dcada de 70, os filhos assumem o

    controle do empreendimento, iniciando-se o processo de ampliao do

    empreendimento com dois eventos marcantes : a aquisio de uma nova caldeira e

    assinatura de contrato com fornecedores de cana, o que levou a aumento de

    produo de aguardente. Posteriormente a empresa procura a diversificao da

    produo em funo da queda no consumo de aguardente, que perde mercado

    para as bebidas fermentadas, comeando a produzir lcool hidratado carburante

    (AHC), xarope para a fabricao de glutamato monosdico e acar, o que se

    conseguiu atravs da aquisio de novos equipamentos, tais como: caldeira,

    moenda, destilaria, evaporadores e outros equipamentos de processo.

    A composio acionaria da empresa indica como proprietrios, com participao

    igualitria: Osvaldo Baldin, Aristeu Baldim e Flvio Baldim, filhos de Jlio de Baldin.

    A produo atual est direcionada para a Indstria Muller (aguardente) e Ajinomoto

    (xarope), havendo ainda parceria com a Indstria Dulcini para fornecimento de

    acar.

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    1.5 Localizao e Vias de Acesso

    O acesso para a Baldin

    Bioenergia SA feito atravs da

    Rodovia Anhanguera (SP 330) na

    altura do km 209, no municpio de

    Pirassununga. Na Figura 1,

    indica-se o acesso para a Baldin

    Bioenergia. Partindo-se de So

    Paulo toma-se a Rodovia

    Anhanguera at o municpio de

    Pirassununga, devendo, aps

    passar o posto da Polcia

    Rodoviria, fazer o retorno com

    sentido a So Paulo. Neste trevo

    h o acesso para a Fazenda

    Taboo. Figura 1 Via de Acesso

    No Desenho 1 apresenta-se a localizao do empreendimento, situando-o em

    relao regio e s principais vias de acessos.

    A Usina encontra-se na Bacia Hidrogrfica do Mogi-Guau UGRHI 9, com rea de

    drenagem de 18.938Km, com forma retangular no sentido Sudoeste-Noroeste.

    Esta Bacia se encontra na regio nordeste do Estado de So Paulo e tem com

    limites o Estado de Minas Gerais e as Bacias do Pardo, Piracicaba/Capivari/Jundia,

    Tiet/Jacar, Baixo Pardo/Grande, Turvo/Grande e Tiet/Batalha. O Rio Mogi-

    Guau nasce no Estado de Minas Gerais no municpio de Bom Repouso e

    compreende mais 9 cidades no Estado Mineiro, atendendo uma populao de cerca

    de 155.201 habitantes. No Estado de So Paulo a Bacia do Mogi-Guau

    compreende 38 municpios e um total de cerca de 1.209.008 habitantes.

    O Crrego Descaroador, rio de classe 2, de acordo com a legislao vigente, o

    local onde a Usina faz captao de gua superficial..

    Na Figura 2 indica-se a localizao da Usina, principais vias de acesso e

    empreendimentos similares.

    Baldin

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    Fonte: UDOP

    Figura 2 Localizao do empreendimento e demais usinas e destilarias

    1.6 Objeto do licenciamento ambiental

    A Tabela 1 resume as caractersticas atuais e futuras (aps ampliao) do

    empreendimento.

    134 - Abengoa Bioenergia (So Luis); 135 - Ferrari Agroindstria;

    136 Baldin Bioenergia ; 137 - LDC Bioenergia; 200 - Alfa Agroenergia.

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    Desenho 1 - Localizao

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    Tabela 1 Caractersticas do Empreendimento

    Descrio Situao Atual Situao Futura

    rea Agrcola

    - rea total de cana (ha) 9.000 35.200

    rea Industrial

    - Terreno (m2) 268.862 268.862

    - Construda (m2) 7.122,65 12.695,84

    - Atividade ao ar livre (m2) 8.951,61 11.100,00

    Capacidade e produo

    - cana-de-acar (t/safra) 590.000* 2.500.000

    - Aguardente (m3/safra) 25.000 0

    - Acar (t/safra) 22.800* 252.646

    - lcool (m3/safra) 18.000 62459

    - Xarope (t/safra) 190.000 0

    Mo de Obra

    - Agrcola + indstria+ administrativo 590 920

    - Sazonalidade 1,1 1,1

    Diversos

    - Dias safra 204 204

    - Bagao (t/safra) 162.000 675.000

    - Captao (m3/h) 74 231,7

    Fonte: Baldin Bioenergia * Com a LP/LI processo 43/00056/09 780.000TC e mais 22.800 T acar

    Na ampliao e reformulao do empreendimento a empresa busca diversificar a

    produo, pretendendo:

    - produzir acar para fornecer Dulcini, empresa com instalaes vizinhas rea

    industrial da Baldin Bioenergia, que produz acar lquido, acar lquido invertido

    (com maior teor de acar) e xarope de caramelo;

    - vender bagao para a CPFL Bioenergia, empresa criada com o objetivo de

    cogerao de energia eltrica para exportao, sendo a primeira unidade da CPFL

    na rea de energia renovvel;

    - vender xarope para a Ajinomoto produzir glutamato monossdico, ou

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    - produzir lcool carburante para uso veicular.

    Os setores a serem ampliados sero:

    - Extrao de Caldo e gerao de bagao

    - Tratamento do Caldo

    - Produo de lcool

    - Produo de Acar

    No desenho apresentado na sequencia mostra-se o lay-out do empreendimento.

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    Desenho 2 Lay-out

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    1.7 Justificativas do projeto

    A Baldin Bioenergia pleitea ampliao por considerar que os fatores

    mercadolgicos, tecnolgicos, bem como relativos ao cenrio da agroindstria

    canavieira e locacionais so favorveis a tal finalidade. Tambm, por encontrar

    respaldo na poltica energtica nacional, polticas pblicas ambientais e de gesto

    de bacia hidrogrfica, exemplo de cenrio favorvel.

    Na sequncia passamos a discutir a justificativa do projeto em funo do estudo

    de alternativas.

    1.7.1 Justificativas relacionadas ao empreendimento e seu entorno

    Vrios so os fatores que motivam a expanso da Baldin Bioenergia, sendo o

    principal deles o crescente mercado mundial de acar e tambm de lcool,

    produto considerado como combustvel limpo, que continua na pauta do Japo,

    dos Estados Unidos e de pases europeus como sada para os altos preos do

    petrleo.

    Ressalta-se que a proposta da empresa, de voltar-se principalmente para a

    produo de acar, visando aproveitar a instalao da empresa vizinha ao

    parque industrial para produo de acar lquido.

    Pensando na diversificao de produtos e formas de melhor aproveitar os

    recursos disponveis como fonte incremental de receita, alm do acar e lcool, a

    Baldin ir fornecer bagao de cana-de-acar (resduo de sua fabricao), para

    gerar energia eltrica nas instalaes da CPFL Bioenergia, anexa Baldin.

    Para atingir a capacidade mxima de processamento da produo, prevista pela

    nova planta industrial (2.500.000 toneladas de cana-se-acar/safra), meta a ser

    atingida em 2012, o empreendedor no encontrar entraves na conquista de

    terras agricultveis com vistas expanso da rea agrcola da Usina, permitindo

    ao empreendedor obter cana de terras prximas mesma, de fornecedores que

    atualmente trabalham no mercado spot (vendem para quem pagar melhor preo).

    Outro fator a considerar no processo de ampliao da Baldin a gerao de

    novos postos de trabalho, envolvendo aproximadamente 350 rurcolas at 2010,

    elevando a oferta de empregos primrios na regio. Contribuir sobretudo, para

    diminuir a taxa de desemprego, principalmente nos municpios de Leme e

    Pirassununga, onde se prev a maior absoro de mo-de-obra agrcola.

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    O empreendimento dever desconsiderar para o uso agrcola as reas de reserva

    legal (RL), como tambm, as reas de preservao permanente (APP). As

    alteraes ambientais e os impactos desencadeados pelo empreendimento em

    sua fase de ampliao, desde o cultivo da cana at a colocao dos produtos,

    embora diversificados, sero previstos e mitigados.

    1.7.2 Justificativas relacionadas ao setor sucroalcooleiro

    Com relao ao setor, as perspectivas so tambm extremamente vantajosas

    para que o empreendedor leve adiante a proposta de ampliao da Baldin. Com

    base no mapa da produo do setor sucroenergtico elaborado pelo NIPE-

    Unicamp, IBGE e CTC, pode se ter idia (em vermelho) das reas onde se

    concentram as plantaes e usinas produtoras de acar, lcool e bioeletricidade

    nas regies Centro-Sul e Nordeste do pas (Figura 3).

    Figura 3 - reas de concentrao do polo sucroenergtico do pas (Unica, 2008c).

    O Brasil produz com tecnologia e gesto avanadas 1/3 de todo o lcool

    consumido no mundo. Os nmeros em torno do setor so extremamente

    convidativos considerando-se os dados das ltimas safras canavieiras no pas.

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    Por exemplo, na safra 2006/2007 o mesmo envolveu: 72.000 agricultores, 4

    milhes de empregos diretos e indiretos, recolheu 12 bilhes em impostos e taxas,

    investiu 5 bilhes/ano, movimentou 41 bilhes de reais, representando 3,65% do

    PIB do estado (ProCana, 2008).

    H consenso de que o Brasil produz o acar mais barato do mundo. As

    vantagens so obtidas na fase agrcola e no processamento da cana, refletindo-se

    no bom desempenho do pas no mercado mundial. Quanto ao lcool o Brasil o

    pas com maior vantagem competitiva neste produto,sendo a cana-de-acar o

    insumo mais interessante economicamente para sua obteno. A quantidade de

    bagao disponvel para a cogerao, que no presente caso se dar atravs da

    CPFL Bioenergia, tem relao direta com a definio do tamanho dos mercados

    de acar e lcool e estes dependem da definio da matriz energtica do pas.

    Pelas vantagens apresentadas neste estudo de alternativas, a ampliao do

    empreendimento interessante ao empreendedor, ao estado e ao pas, motivo

    pelo qual se pleiteia o licenciamento ambiental desta unidade fabril e rea agrcola

    correlata.

    1.7.3 Justificativas relacionadas ao zoneamento agroambiental da cana-de-acar

    A ampliao do empreendimento face s recentes resolues da SMA sobre o

    zoneamento de cana para o Estado de So Paulo, ressaltando-se que a Baldin

    Bioenergia situa-se, conforme podemos verificar na figura abaixo, em rea

    classificada como: adequada com limitao ambiental (colorao verde claro),

    segundo a Resoluo Conjunta SMA/SAA 04/08, de 18 de dezembro de 2008.

    Possuindo portanto aptido para o plantio de cana, no havendo, sob o aspecto

    do zoneamento agroambiental da cana, impedimento para a ampliao da

    capacidade de moagem do empreendimento.

    1.7.4 Justificativas relacionadas a alternativas locacionais

    Por trata-se de uma ampliao de indstria existente, a avaliao de alternativas

    locacionais fica limitada, uma vez que busca-se aumentar a produo e a

    produtividade, na busca de lucratividade que permita a continuidade do negcio, o

    que se obtm aumentando a escala de produo, para reduzir custo, e desta

    forma viabilizar o negcio.

    Adicionalmente, deve-se salientar que a indstria est instalada em uma regio

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    canavieira tradicional, com ocupao significativa do solo com a cultura

    canavieira, solo adequado para a agricultura e possibilidade de ocupao de

    reas j impactadas por aes antrpicas .

    Figura 4 - Detalhe da localizao da usina em relao ao zoneamento da cana.

    1.8 Aspectos Legais e Institucionais

    A Baldin Bioenergia possui atualmente os instrumentos legais relativos ao

    licenciamento ambiental da atividade atualmente empreendida, tendo recebido da

    Cetesb, em 2009, a renovao de sua licena de operao.

    Em relao a outorgas de uso de gua, lanamento e barramento, a empresa

    possui todos as outorgas (licenas) emitidas pelo DAEE, em funo de ser a

    captao da usina feita em corpo dgua classificado como de domnio estadual.

    Para as ampliaes pretendidas a usina far uso de captao de gua

    subterrnea, possuindo despacho do superintendente do DAEE datado de

    20/02/09, aprovando os estudos para captao de gua subterrnea..

    A usina apresentou no Estudo Ambiental as certides de uso do solo emitidas

    pelos municpios nos quais haver plantio de cana, certificando no haver

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    oposio cultura de cana-de-acar. Municpios de: Pirassununga, Santa Cruz

    da Conceio, Leme, Casa Branca, Santa Rita do Passa Quatro, Santa Cruz das

    Palmeiras Descalvado e Agua.

    2 Descrio do Projeto

    2.1 Obras de ampliao do empreendimento

    A ampliao em avaliao neste licenciamento partiu de um anteprojeto realizado

    pela empresa Tecnosugar, envolvendo nesta fase: a avaliao das instalaes

    existentes, realizao de estudos considerando o layout atual e futuro, bem como

    estudo de viabilidade econmica. Neste estudo esteve envolvido o corpo tcnico

    daquela empresa, constitudo por engenheiros, projetistas e desenhistas,

    resultando em um projeto bsico, que serviu de suporte para as discusses

    internas na usina e para embasamento desta avaliao ambiental.

    Terraplenagem: No que tange a servios de terraplenagem, no se prev grande

    movimentao de terra, por estarem as ampliaes em reas j edificadas.

    Mo de obra necessria: A usina ir contratar empresa especializada para a

    implementao das construes, estando prevista a utilizao de mo de obra

    destas empresas, ou seja no haver servios executados pela prpria usina

    mo de obra prpria. A ampliao implicar no trabalho de cerca de 200

    profissionais, nas diferentes fases da construo, que no estaro trabalhando

    simultaneamente.

    Sanitrios: Embora esteja prevista a utilizao de sanitrios, do tipo qumico,

    deve-se ressaltar a existncia de sanitrios na rea industrial, que podero

    atender plenamente os trabalhadores da obra.

    Alojamentos: No haver alojamentos da empresa para trabalhadores durante a

    construo e/ou operao da usina (trabalhadores da indstria e/ou trabalhadores

    rurais).

    Alimentao: Para a alimentao est prevista a utilizao do refeitrio da Baldin,

    local onde servida alimentao para os atuais funcionrios da empresa.

    Abastecimento de gua na fase de ampliao, fornecimento de energia eltrica,

    coleta de lixo e tratamento de esgoto domstico, registra-se a utilizao integral da

    estrutura atualmente existente na usina.

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    Figura 5 Ala de acesso direo Ribeiro Preto

    Figura 6 Acesso Rod. Anhanguera sada da usina

    Resduos slidos da construo civil: sero gerenciados tomando por base

    legislao prpria, devendo o empreendedor e/ou as empresas contratadas adotar

    procedimento adequado para tanto.:

    2.2 Atividade de Produo agrcola

    O fluxograma do processo agrcola apresentado na Figura 7, estando

    circundado em linhas pontilhadas as operaes nas quais se utiliza algum tipo de

    insumo agrcola, incluindo-se fertilizantes, herbicidas, cal e outros.

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    Na colorao vermelha apresenta-se o ciclo da cana planta, ou seja, a cana de

    primeiro corte, havendo utilizao de insumos nas operaes de fertilizao do

    solo, calagem do solo, controle de plantas daninhas e de pragas, ressaltando-se

    que em relao a estas se adota, preferencialmente, o controle biolgico.

    Na colorao verde temos o ciclo de soqueiras, ou seja, brotao da cana, que se

    repete de 4 a 5 vezes.

    Na colorao amarela apresentamos a renovao do canavial, que feita em

    funo de ter-se obtido rendimento agrcola baixo no ltimo corte. Quando isto

    ocorre feita a limpeza do terreno, plantio de cultura em rotao ou adubo verde

    crotalria juncea.

    Figura 7 Fluxograma do processo agrcola simplificado

    Na sequncia apresentamos de forma resumida as operaes agrcolas:

    Gradagem do solo:

    Realizada com o objetivo de erradicar a soqueira da cana, eliminar a compactao

    superficial do solo, melhorar a aerao do mesmo e infiltrao de gua.

    Terraceamento

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    Nesta operao realizada a manuteno dos terraos existentes ou a construo

    de novos terraos, com o objetivo de controle de eroso e preservao do solo.

    Aplicao e incorporao de corretivos

    Seguindo recomendao baseada nas anlises do solo, quanto necessidade de

    calcrio para correo do pH ou como fonte de clcio e magnsio para a cana,

    realiza-se a aplicao do mesmo atravs de distribuio a lano.

    Arao com aiveca ou subsolagem

    A descompactao total do solo se faz atravs do uso de subsoladores equipados

    com hastes que atingem uma profundidade de at 50cm, se necessrio, ou com

    arado de aiveca, quando a subsolagem no permite uma boa descompactao do

    solo devido a sua alta umidade. Com esta operao elimina-se qualquer

    compactao do solo, melhorando a capacidade de infiltrao e reteno de gua

    e formao das razes das plantas.

    Figura 8 Sulcao e aplicao de fertilizante

    Rotao de culturas

    Com o objetivo de alternar o ciclo da cana, faz-se a rotao de cultura com

    leguminosas como soja, amendoim, crotalria ou mucuna, visando-se a melhoria

    das caractersticas fsicas e biolgicas do solo, bem como a fixao de nitrognio

    e incorporao de matria orgnica.

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    Figura 9 Rotao de cultura com crotalria

    Aplicao da torta de filtro

    A torta de filtro retirada da indstria e depositada em rea prxima usina, de tal

    forma a obter-se um fertilizante atravs do processo de compostagem, sendo

    ento remanejada (transportada) para pequenos depsitos localizados nas reas

    de reforma do canavial e aplicada nos sulcos de plantio.

    Aplicao de herbicida no plantio:

    Para controle de ervas daninhas so utilizados herbicidas aplicados atravs de

    pulverizadores acoplados a tratores. Esta operao acompanhada por tcnico

    responsvel e por tratoristas devidamente treinados, sendo seguidas normas de

    segurana.

    Viveiro de muda de cana-de-acar

    Os viveiros de cana utilizados para muda sero plantados no ano anterior sua

    utilizao, de acordo com planejamento prvio da poca de plantio, da variedade

    de cana a ser plantada e do tipo de solo, entre outros fatores.

    Carregamento e transporte das mudas de cana

    O carregamento ser feito mecanicamente por carregadeira, sendo transportadas

    as mudas por caminhes, com capacidade de 12 toneladas, at o local de plantio,

    onde haver descarregamento manual e distribuio no sulco de plantio.

    Distribuio das mudas

    O caminho entrar no talho de cana em local previamente demarcado, chamado

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    de banqueta. A distribuio, colocao da muda no sulco de plantio e picao ser

    feita manualmente por uma equipe composta por 19 pessoas Aps a distribuio

    da muda ser realizado o fechamento do sulco de plantio, com colocao de terra

    sobre a muda, operao feita mecanicamente com um trator de pequeno porte e

    implemento denominado cobridor.

    Figura 10 Plantio manual

    Controle de pragas da cana-de-acar

    Controle biolgico da cigarrinha das razes (Mahanarva fimbriolata)

    Os levantamentos sero realizados nos canaviais no perodo de outubro a maio.

    Constatando-se a presena do inseto, calcula-se o ndice de infestao para

    definio do sistema de controle. O procedimento de controle estabelece que a

    partir de trs ninfas por metro linear deve-se realizar a aplicao do fungo

    Metarhizium anisopliae A utilizao deste fungo parasita apresenta como

    vantagem o fato de que sucessivas aplicaes provocam o aumento do inculo no

    campo, tendo como conseqncia a reduo da infestao da praga e de futuras

    aplicaes, pois cumulativo. Apresenta como vantagem ainda o fato de no

    causar desequilbrio em outros inimigos naturais da cultura.

    Controle Biolgico da Broca

    Sero realizados levantamentos objetivando determinar os locais com populao

    da broca, a fim de que se possa priorizar as liberaes dos parasitides (Cotsia

    flavipes), a serem produzidos em laboratrio. A utilizao do controle biolgico

    possui a vantagem de preservar as populaes de inimigos naturais da prpria

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    praga, no desequilibrando populaes de outros insetos.

    Controle de formigas cortadeiras

    As formigas cortadeiras de plantas, transportam o vegetal cortado para seu

    ninho, utilizando-o como substrato para o cultivo de fungo usado na sua

    alimentao. So insetos sociais, com colnias extremamente organizadas, nas

    quais cada indivduo ou casta tem uma funo definida. A rainha a fundadora da

    colnia, sendo sua funo principal a procriao. O controle das formigas

    realizado por termonebulizao, tcnica que se desenvolveu nos ltimos anos,

    alcanando nveis adequados em relao eficincia e segurana.

    Sistema de fertirrigao

    A vinhaa resfriada em torres de resfriamento e bombeada para a plataforma de

    carregamento dos caminhes que faro o transporte para a lavoura. Os

    caminhes transportaro a vinhaa at o local de aplicao, sendo utilizados para

    a distribuio do efluente os roles ou sistema de asperso com autopropelido,

    equipamento que permite estabelecer a vazo de aplicao a partir da escolha do

    canho e da rotao imposta ao motor da motobomba.

    A conduo do efluente at o local de aplicao ser feita exclusivamente por

    caminhes, havendo atualmente quatro conjuntos mecanizados para transporte de

    vinhaa, sendo um de reserva.

    Figura 11 Rolo para aplicao de vinhaa

    As doses de vinhaa sero estabelecidas de acordo com a anlise do teor de

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    potssio, havendo estrito atendimento ao preconizado pela Norma CETESB

    P4.231, ou seja, dosagem de vinhaa de tal forma a considerar a capacidade de

    absoro de potssio pela planta.

    Como segurana, na aplicao de vinhaa, a usina adota as melhores tcnicas

    agronmicas de conservao de solo, visando a proteo das reas, respeita os

    aceiros e no aplica em reas prximas a corpos dgua (200m de distncia). As

    guas residuais podero ser aplicadas junto com a vinhaa .

    Colheita da Cana

    Etapa que envolve a colheita, carregamento e transporte da cana para a indstria.

    A colheita da cana-de-acar pode ser manual ou mecnica, de acordo com a

    topografia da plantao e atendimento da legislao atravs do PEQ (Programa

    de Eliminao da Queimada da Cana).

    Armazenamento de Produtos Qumicos

    Os agro-qumicos utilizados na lavoura so armazenados em almoxarifado, local

    fechado, com restrio de entrada de pessoas, sendo a manipulao de produtos

    realizada estritamente de acordo com o recomendado pela ANDEF, e como

    segurana o local dotado de alarme, acionado em horrio pr-estabelecido, no

    havendo possibilidade de retirada de produtos aps este horrio sem que o

    sistema seja acionado.

    As embalagens utilizadas sofrem processo de triplice lavagem, conforme relatado

    em item apropriado, sendo devolvidas ao fornecedor, em processo registrado.

    A manipulao feita por operadores qualificados, sendo condio a utilizao de

    equipamentos de segurana, conforme relatado em programa especfico, relatado

    no item especifico deste estudo.

    2.3 Processo Industrial

    Na Figura apresentada na sequncia mostra-se o fluxograma do

    processamento industrial de fabricao dos produtos finais da Usina, ou seja,

    acar, xarope e lcool.

    Recebimento, alimentao e preparo da cana

    O transporte da cana at a usina do tipo rodovirio, com o emprego de

    caminhes que carregam cana inteira (colheita manual) ou picada em toletes.

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    Fluxograma

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    Atravs de um guincho (hilo), faz-se o descarregamento das cargas dos

    caminhes na mesa alimentadora. A limpeza pode ser efetuada sobre a mesa

    alimentadora, se necessrio, para retirar matria estranha, como: terra, areia,

    etc., com a finalidade de obter um caldo de melhor qualidade e aumentar a vida

    til dos equipamentos pela reduo do desgaste.

    A mesa alimentadora controla a quantidade de cana sobre uma esteira metlica

    que a transfere ao setor de preparo, constitudo por um picador e um

    desfibrador.

    Figura 12 Preparo de cana

    Figura 13 Cana desfibrada Extrao

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    A cana constituda, basicamente, de caldo e fibra. Como o acar est

    dissolvido no caldo, precisamos extrair a maior parte possvel desse caldo. Esta

    extrao conseguida fazendo a cana passar entre dois rolos, submetidos

    determinada presso e rotao, sendo o volume gerado menor que o volume da

    cana. O nmero de ternos utilizados no processo de moagem varia de quatro

    (situao atual), a cinco (situao futura), e cada um deles formado por trs

    rolos principais denominados: rolo de entrada, rolo superior e rolo de sada

    (Figura 14).

    Figura 14 Moenda

    Figura 15 Caldo e bagao do ltimo terno

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    Da extrao do caldo nas moendas resulta um resduo slido, bagao, que serve

    como cobustvel para gerao de vapor.

    Tratamento do caldo

    O caldo de cana apresenta impurezas, que devem ser eliminadas para aumenta

    a eficincia e a vida til dos equipamentos instalados, e tambm, para a

    obteno de produtos finais de melhor qualidade. O primeiro equipamento

    equipamento utilizado neste tratamento a peneira rotativa.

    Figura 16 Peneira rotativa

    O tratamento qumico consiste na precipitao das impurezas, que so

    eliminadas por sedimentao.

    Para retirar cor do acar temos a sulfitao, e aps a sulfitao, temos a

    calagem que se trata do processo de adio do leite de cal (Ca(OH)2) ao caldo.

    O caldo tratado pode ser enviado fabricao de acar ou de lcool. No

    segundo caso, a etapa de sulfitao, descrita a seguir, no realizada.

    Aquecimento O aquecimento do caldo ser realizado em equipamentos denominados

    trocadores de calor, por onde passa o caldo e circula vapor de gua. O caldo

    aquecido a aproximadamente 105C.

    Decantao O caldo aquecido enviado para o decantador para remoo das impurezas

    floculadas nos tratamentos anteriores. O caldo decantado enviado ao setor de

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    evaporao, no caso da produo de acar, e para a fermentao, no caso de

    produo de lcool. As impurezas sedimentadas constituem o lodo, que

    retirado do decantador pelo fundo e enviado ao setor de filtrao, para

    recuperao do acar nele contido.

    O material retido no filtro recebe o nome de torta e enviado lavoura para ser

    utilizado como condicionante de solo.

    Fabricao de lcool

    Preparo do Mosto Denomina-se mosto as solues aucaradas aptas a sofrer fermentao

    alcolica. Sua composio varivel, pois est atrelada ao processo de

    fabricao de acar.

    Fermentao O lcool obtido aps a fermentao do caldo ou de uma mistura de melao e

    caldo, portanto atravs de um processo bioqumico..

    O processo de fermentao mais comumente utilizado nas destilarias do Brasil

    o Melle-Boinot, cuja caracterstica principal a recuperao de leveduras atravs

    da centrifugao do vinho ( Figura 17).

    Figura 17 - Fermentao

    Esta levedura recuperada, antes de retornar ao processo fermentativo, recebe

    um tratamento cido.

    O processo de transformao dos acares em lcool ocorre em tanques,

    denominados dornas de fermentao. O tempo de fermentao varia de 6 a 8

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    horas. Ao final deste perodo, praticamente, todo o acar consumido.

    Devido a grande quantidade de calor liberado durante o processo e a

    necessidade da temperatura ser mantida baixa, preciso realizar o

    resfriamento do vinho em trocadores de calor, nos quais o vinho bombeado

    continuamente com gua em contracorrente. Esta gua circula em circuito

    fechado com resfriamento atravs de torres com ventilao forada.

    Aps a fermentao, o vinho enviado s separadoras centrfugas para

    recuperao do fermento. A fase leve da centrifugao, ou vinho delevedurado,

    enviada para as colunas de destilao.

    Destilao O vinho que vem da fermentao possui, em sua composio, 5 a 9GL (% em

    volume) de lcool, alm de outros componentes de natureza lquida, slida e

    gasosa.

    O lcool presente neste vinho recuperado por destilao, processo que se

    utiliza dos diferentes pontos de ebulio das diversas substncias volteis

    presentes, separando-as.

    Figura 18 - Destilaria

    A coluna A (primeira) tem por finalidade esgotar a maior quantidade possvel de

    lcool do seu produto de fundo, que denominado vinhaa. A vinhaa retirada a

    uma proporo aproximada de doze (12) litros para cada litro de lcool

    produzido, constituda principalmente de gua, sais slidos em suspenso e

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    solveis e utilizada na lavoura, como fertilizante.

    Na coluna B, a felgma concentrada e purificada, sendo retiradas, sob a forma

    de lcool hidratado, que ser enviado continuamente aos tanques de

    armazenamento, de onde sair para os tanques de armazenamento.

    Fabricao do acar

    Evaporao O caldo clarificado obtido nos decantadores submetido a um processo de

    concentrao atravs da eliminao da gua presente.

    A primeira etapa da concentrao realizada no equipamento chamado

    evaporador, formado por caixas, ligadas em srie, de maneira que o caldo sofre

    uma concentrao progressiva da primeira ltima (Figura 19).

    O caldo apresenta, inicialmente, uma concentrao de 14 - 16Brix chegando, no

    final, a 60 - 65Brix, quando recebe a denominao de xarope, que segue para o

    cozimento.

    Cozimento So utilizados equipamentos denominados cozedores ou tachos, que trabalham

    individualmente sob vcuo. A evaporao da gua d origem a uma mistura de

    cristais envolvidos em mel (soluo aucarada), que recebe o nome de massa

    cozida.

    Figura 19 - Evaporao

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    Figura 20 - Cozimento

    Cristalizao A massa cozida descarregada dos cozedores nos chamados cristalizadores,

    dotados de agitadores, onde ir ocorrer o resfriamento lento, com auxlio de

    gua.

    Centrifugao do acar Dos cristalizadores, a massa cozida resfriada segue para o setor de

    centrifugao e descarregada nas centrfugas, que retm o cristal de acar e

    deixa passar o mel. O acar descarregado das centrfugas apresenta alto teor

    de umidade (0,5% a 2%), bem como temperatura elevada (65-95C).

    Secagem O resfriamento e a secagem do acar sero realizados em um secador, um

    tambor metlico atravs do qual passa, em contracorrente, um fluxo de ar

    succionado por um exaustor.

    2.4 Produtos finais e subprodutos

    Os produtos principais desta unidade so: acar, xarope e lcool. A Tabela 2

    apresenta estimativa de produo da unidade, atual e aps ampliao.

    Tabela 2 - Quantidade de produtos

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    Produtos Anterior Aps ampliao

    Dirio Safra Dirio Safra Acar (ton) - - 1.458 252.646

    Xarope (ton) 931 190.000 - -

    lcool etlico (m3) 88 18.000 377 62.459

    Aguardente (m3) 122 25.000 - -

    A CPFL Bioenergia uma SPE (Sociedade de Propsitos Especficos) da CPFL

    energia, brao da Companhia Paulista de Fora e Luz para a rea energtica. A

    relao entre a CPFL bioenergia e a Baldin Bioenergia se dar atravs de um

    consrcio no qual a Baldin entra com bagao e gua, a SPE entra com os

    equipamentos para gerao de vapor e energia, fornecendo vapor de escape e

    energia eltrica para processo da Baldin.

    Na Figura 21 mostramos o esquema de operao da Baldin Bioenergia / CPFL

    Bioenergia.

    Assim, a associao da Baldin Bioenergia com a CPFL Bioenergia

    exclusivamente para Cogerao de energia eltrica, ressaltando-se que a CPFL

    BIOENERGIA SA est localizada no site da Baldin Bioenergia.

    2.5 Utilizao de recursos hdricos e efluentes industriais

    Captao Atualmente, a captao de gua na Baldin Bioenergia realizada unicamente

    atravs de gua superficial, havendo dois pontos de captao: o primeiro

    localizado no Crrego do Descaroador e o segundo no Crrego Taboo,

    afluente do Ribeiro Laranja Azeda, local onde existe um represamento do rio.

    Estas guas so recalcadas para a unidade, onde h um reservatrio que

    distribui para os diversos usos industriais. Para a situao futura, a usina

    pretende continuar a captar nos pontos acima mencionados, sendo o acrscimo

    de captao realizado atravs de captao de gua subterrnea.

    Na Figura 22 e Figura 23 mostra-se o local de captao de guas no

    represamento do Crrego afluente do Ribeiro do Ouro ou Laranja Azeda

    (Crrego Taboo).

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    Figura 2

    F

    PROAMB Projetos Am

    ala 14 13.4002-9482 / 19 [email protected]

    1 Esquem

    Figura 22 - T

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    0-300 - Piracic9782-3997

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    Figura 23 - Represamento do Crrego Taboo

    Usos de gua na Usina A ampliao pretendida resultou em aumento do volume horrio de gua para o

    processo. Embora todos os circuitos estejam fechados, haver aumento de

    captao para 231,7m3/h. Desta forma, para a nova situao, a captao efetiva

    de gua leva a uma taxa de captao de gua de 0,62m3/t.cana.

    Na Tabela 3 destacam-se os circuitos que esto fechados, resultando em

    reduo de captao.

    Tabela 3 - Circuitos de gua fechados (recirculao)

    Circuito Vazo (m3/h)

    Atual Futuro - gua de lavagem de cana e/ou esteira (Decantao) 400 1200

    - guas resfriamento dornas e condensadores (torres) 950 3000

    - gua dos retentores de fuligem (Decantao) 100 280

    - guas dos multijatos evaporao (aspersores) 360 2258

    - guas de resfriamento turbo-geradores - 2000

    Total de gua recirculada 1810 8738 Fonte: Baldin Bioenergia

    Gerao de Efluentes Lquidos Os sistemas esto projetados adotando-se a recirculao e reso, de tal forma a

    gerar mnimo volume de efluentes industriais, que so totalmente aplicados na

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    lavoura. A quantidade de efluentes gerados e enviados para a lavoura est

    relacionada na Tabela 4.

    Tabela 4 - Destino e vazo de efluentes lquidos industriais

    Efluente Vazo (m3/h) Tratamento Disposio

    Atual Futuro - lavagem equipamentos automotiva 1,25 7,5 SAO Lavoura

    - purga da lavagem de cana 1,50 5,0 Decantao Lavoura

    - esgoto sanitrio 2,50 2,5 Fossa e Filtro Anaerbio

    Lavoura

    - descarte ETA 3,20 15,5 Decantao Lavoura

    - lavagem piso - 7,5 Decantao Lavoura

    - vinhaa 98,6 154,2 Resfriamento Lavoura

    total p/ lavoura 107,05 192,2 - - Fonte: Baldin Bioenergia

    2.6 Gerao de Resduos Slidos

    Os resduos slidos gerados na indstria so apresentados na Tabela 5,

    destacando-se os seguintes resduos:

    Bagao O Bagao de cana um resduo originado da extrao do caldo de cana das

    moendas, sendo obtido a partir do ltimo terno de moenda. A produo de

    bagao pode se apresentar varivel, dependendo da fibra da cana processada

    na usina.

    Torta de filtro O sistema de tratamento de caldo gera lodo, que carrega uma certa quantidade

    de acar. Para recuperar este acar utiliza-se um filtro rotativo a vcuo, sendo

    ao lodo adicionado bagacilho (bagao de fibra fina) como meio filtrante. A

    filtrao realizada criando-se uma presso negativa abaixo deste meio filtrante,

    lavando-se com jatos finos de gua. O filtrado resultante, contendo o acar

    retorna para o processo e o resduo obtido (torta de filtro) enviado para a

    lavoura, como condicionante de solo.

    Lixo comum Trata-se de resduo slido resultante das atividades do escritrio, W.C. e

    varrio, compostos principalmente de papis, bagacilhos e plsticos. Estes

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    resduos so separados seletivamente de tal forma a possibilitar a reciclagem. O

    lixo orgnico enviado para aterro municipal.

    Lixo do laboratrio Composto por embalagens e papis de filtro utilizados nas anlises do caldo.

    Estes resduos de laboratrio so acondicionados em tambores e dispostos de

    acordo com a sua classificao.

    Sucatas ferrosas e no ferrosas Estes resduos so resultantes da manuteno da indstria, troca de

    equipamentos, tubos e chaparias. As ferrosas, principalmente ao carbono e ao

    inox so dispostas a granel em local aberto. As no ferrosas, principalmente

    cobre e bronze, sero armazenadas em tambores em local prprio. Este material

    comercializado no decorrer da safra.

    Terra da lavagem de esteira A terra decantada nas caixas de areia ser removida por ps carregadeiras e

    transportada por caminhes basculantes para a lavoura, visando recuperar reas

    erodidas, aterros, acertos de terrenos e taludes, bem como incorporao no solo

    conjuntamente com a torta, quando no houver necessidade de acerto de

    terreno.

    leos lubrificantes usados O leo usado restante armazenado em local prprio e enviado para empresa

    de recuperao, devidamente credenciada.

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    Tabela 5 - Resduos slidos industriais

    Resduos Slidos Produo Especfica

    Qde. (t/dia)

    Freqncia

    Classificao

    Acondicionamento

    Armazenamento

    Tratamento , Reutilizao , Disposio

    Atual Futura bagao 0,27t/t cana 1.032 3.308 contnua IIa granel cu aberto Combustvel

    torta 40kg/t cana 153 490 contnua IIa moega granel Lavoura

    lixo comum 0,02kg/t cana 0,076 0,24 diria IIa tambor granel Coleta seletiva

    lixo laboratrio 0,002kg/t cana 0,007 0,02 diria IIa tambor - Coleta seletiva

    sucatas ferrosas - varivel varivel anual IIb granel cu aberto Comercializao

    sucatas no ferrosas - varivel varivel anual IIb tambor almoxarife comercializao

    terra lavagem cana 8kg/t cana 30,58 96 anual IIb granel lavoura reas de reforma/aterro

    (lavoura)

    leos lubrificantes

    usados

    - varivel varivel anual I tambor almoxarife Envio para refino

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    2.7 Gerao de Emisses Gasosas na Indstria

    Gases da fermentao alcolica: O gs carbnico (CO2) resultante do processo fermentativo contm vapores

    alcolicos que seriam lanados para a atmosfera. A usina possui dornas

    fechadas que permitem a captao deste gs e envio para um sistema de

    recuperao atravs de lavagem.

    Figura 24 Coluna de lavagem de gases da fermentao

    Gases da enxofreira: A sulfitao do caldo para produo de acar feita pela queima de enxofre em

    estado slido no forno rotativo, gerando-se SO2 , que injetado em uma coluna

    de sulfitao que recebe caldo em contracorrente, sendo esta controlada pelo

    operador.

    P de acar. A emisso de p de acar ocorre no secador, pelo qual passa um fluxo de ar

    aquecido para promover a secagem do produto final acar. O projeto prev a

    instalao de um sistema de reteno de p, que consiste em um sistema de

    lavagem do ar na sada do secador (gua recirculada), visando minimizar a

    quantidade de acar. Periodicamente, esta gua em circulao enviada para

    o processo, promovendo a recuperao do acar.

    Emisses atmosfricas das caldeiras Embora as caldeiras estejam sob responsabilidade operacional da CPFL

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    Bioenergia, estamos apresentando uma anlise da situao atual e futura do

    setor de gerao de vapor.

    A empresa vem operando com uma caldeira a bagao de cana de 100 toneladas

    de vapor por hora (t/h), provida de lavador de gases como sistema de controle

    de poluentes e as emisses residuais encaminhadas para chamin. A situao

    futura em termos de gerao de vapor ser a operao da caldeira a bagao de

    cana de 200t/h de vapor, totalizando a capacidade de 300t/h de vapor. As

    caldeiras sero providas de lavadores de gases independentes como sistemas

    de controle de poluio atmosfrica e as emisses residuais sero

    encaminhadas para as chamins independentes.

    Aps avaliao do sistema, atravs de programa aceito pela Cetesb, concluiu-se

    que o empreendimento operando com sistemas de controle de poluio do ar

    (lavadores de gases), tem viabilidade ambiental com contribuies de poluentes

    em valores menores que os padres primrios de qualidade do ar da Resoluo

    CONAMA 03/90, nas reas urbanas da rea de influncia.

    Para tanto a indstria instalar o sistema de reteno duplo, com uma primeira

    retirada por via seca e uma segunda retirada de material particulado por via

    mida. Na Figura 25 mostra-se um esquema do sistema instalado.

    Figura 25 Esquema do ECP instalado (via seca + via umida)

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    Ressalta-se que o sistema duplo de abatimento de particulados multiciclone

    mais lavador, classificado como um dos dois sistemas com melhor tecnologia

    prtica para remoo de particulados da queima de bagao em caldeiras.

    2.8 Rudos e vibraes

    Na especificao de equipamentos industriais h exigncia em relao a gerao

    de rudo, de tal modo a atender as exigncias da legislao trabalhista, ou seja, o

    nvel de rudo mximo, a uma distncia de 2 metros, ser de 95 dBA.

    Alm disto, o empreendimento estar localizado em zona rural, sendo previsto que

    a exigncia em termos de atendimento ao nvel de rudo no ambiente de trabalho,

    implicar no atendimento ao especificado na legislao ambiental - Resoluo

    CONAMA 1 de 08/03/1990.

    A empresa possui monitoramento de rudo nas suas instalaes atuais, visando

    tanto o atendimento a legislao ambiental quanto legislao trabalhista. As

    emisses sonoras da rea industrial resultam da operao de equipamentos e

    trnsito interno de veculos. A aquisio dos novos equipamentos prev controle do

    nvel de emisso sonora de tal forma a minimizar o efeito de rudos.

    2.9 Recursos Humanos da Agroindstria

    Os recursos humanos necessrios ao empreendimento esto detalhados na Tabela

    6, tanto para a situao atual quanto futura. A ampliao implicar em 35 novos

    empregos na rea industrial, 5 na rea administrativa e na rea agrcola 290

    funcionrios.

    Tabela 6 - Recursos humanos atuais e projetados

    Setor Quantidade de Funcionrios

    Atual Futura

    Safra Entressafra Safra EntressafraIndustrial 95 79 130 105

    Administrativo 15 15 20 20

    Agrcola 480 434 770 695

    Total 590 528 920 820

    Sazonalidade mo-de-obra (*) 1,11 1,11 (*) ndice de Sazonalidade igual ao n de empregados na safra/n de empregados na entressafra.

    Durante o perodo da safra a produo industrial funciona continuamente em 3

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    turnos de trabalho, enquanto que na entressafra h um nico turno de trabalho, das

    7:00 s 17:00 horas. O setor administrativo funciona o ano todo no horrio da 7:00

    s 11:00 horas e das 12:00 s 17:00 horas.

    NR-31

    Em relao norma NR 31, a informao da usina de que todos os itens

    previstos nesta norma esto atendidos, ressaltando-se que o Ministrio do Trabalho

    em inspeo realizada em toda a regio, fiscalizou a empresa no encontrando

    qualquer irregularidade.

    2.10 Investimento e cronograma de obra

    A ampliao da Baldin Bioenergia envolve o custo de R$23.553.000,00 (Vinte e

    tres milhes, quinhentos e cinquenta e tres mil reais), com a aquisio de

    equipamentos montagem e instalaes industriais.

    Na Figura 26 apresentamos o cronograma de implantao do empreendimento.

    Figura 26 Cronograma

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    2.11 Hiptese de no realizao do empreendimento

    Na anlise das ampliaes da Baldin consideramos a hiptese de no ampliao da

    usina no local, prevendo-se neste caso a estagnao na atividade industrial da

    Baldin, com previso de dificuldade de manter-se na regio, face a moagem atual

    da empresa, existindo ainda problemas para atender os novos parceiros do

    empreendedor. Assim o espao ou lacuna criada em decorrncia da no-

    implementao, teria que ser preenchido por outros empreendimentos similares, de

    Pirassununga ou municpios vizinhos. Por conta disto, as presses para o plantio de

    cana na regio continuaro, atravs de outras usinas existentes na regio que

    tenderiam a ocupar o espao deixado pelo empreendimento.

    A no-ampliao da Baldin no contribuir para se estabelecerem melhorias dos

    ambientes fsico, biolgico e scio-econmico, uma vez que seria substituda por

    outra unidade, que talvez j esteja licenciada e que no passe por um processo de

    anlise ambiental.

    3 Sntese dos Diagnsticos Ambientais das reas de Influncias do projeto

    3.1 reas de Influncia do empreendimento

    As reas de influncia so os limites geogrficos do presente estudo, sendo

    definidas reas diferenciadas dependendo do meio em anlise, assim temos:

    rea Diretamente Afetada (ADA): Para o meio fsico/bitico e socieconmico a rea de Influncia Direta foi definida

    como sendo a rea na qual encontra-se: a planta industrial existente e onde

    haver expanso, incluindo-se as reas do canteiro de obras, rea ao longo do

    sistema de abastecimento de gua (duto) e reas agrcolas existentes e futuras.

    rea de Influncia Direta (AID) A AID do meio fsico/bitico foi definida pelas sub-bacias hidrogrficas que

    contm as reas de canaviais, a rea da indstria, bem como de

    empreedimentos correlatos.

    Em relao a AID para o meio socieconmico adotou-se a rea ocupada pelos

    municpios afetados pelos impactos das atividades agrcolas e industrial, a

    saber: Pirassununga, Santa Cruz da Conceio, Leme, Aguai, Casa Branca,

    Santa Cruz das Palmeiras, Analandia e Santa Rita do Passa Quatro.

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    rea de Influncia Indireta (AII): Para o meio fsico/bitico consideramos a bacia hidrogrfica em que est o

    empreendimento (rea agrcola, industrial e empreendimentos correlatos),

    configurando, portanto a Bacia do Rio Mogi-Gua.

    Para o meio socieconmico consideramos as regies de governo nas quais

    podem ser sentidos os impactos ambientais decorrentes da ampliao do

    empreedimento, englobando a Regio de Governo de Limeira, de So Carlos e

    de Rio Claro.

    Os desenhos apresentados a seguir mostram as reas de influncia do

    empreendimento.

    3.2 Diagnstico do Meio fsico

    3.2.1 Clima

    Na AID predomina largamente o tipo climtico, definido a seguir: clima mesotrmico

    de inverno seco em que a temperatura mdia do ms mais frio inferior a 18C e a

    do ms mais quente ultrapassa 22C. O total das chuvas do ms mais seco no

    ultrapassa 30 mm. O ndice pluviomtrico desse tipo climtico varia entre 1100 e

    1700 mm diminuindo a precipitao de leste para oeste. A estao seca nessa

    regio ocorre nos meses de abril a setembro, sendo julho o ms em que atinge a

    mxima intensidade. O ms mais chuvoso oscila entre janeiro e fevereiro. A

    temperatura do ms mais quente est prxima a 25C.

    Vento Verifica-se que, independentemente da poca do ano, o vento predominante

    provm da direo SE, dirigindo-se para NW.

    No inverno as velocidades so menores; em outras estaes as velocidades so

    maiores. Nos meses de setembro/outubro e maro/abril ocorrem as maiores

    velocidades mximas ou rajadas de ventos. A taxa de ventilao ao longo do ano

    varia entre moderada a forte. No inverno ocorre enfraquecimento da velocidade.

    Chuva e Evaporao A pluviometria mdia da regio se situa em torno de 1.150mm/ano. No perodo de

    dezembro a fevereiro, a mdia mensal igual ou superior a 180mm, nos meses de

    inverno so inferiores a 30mm.