ricardo intertextualidade profletras

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Koch, Ingedore Villaça. Ler e Compreender : os sentidos do texto. São Paulo : Contexto, 2006. O que é intertextualidade (para a Linguística Textual) ? 1. Quantas vezes, no processo de escrita, escrevemos um texto recorrendo a outro(s) texto(s) ? 2. Quantas vezes, no processo de leitura de um texto, necessário se faz, para a produção de sentido, o reconhecimento de outros textos – ou do modo como constituí-los? Música disponível em : http://ccmixter.org/content/zep_hurme/zep_hurme_-_We_Are_Free.mp3

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Page 1: Ricardo intertextualidade profletras

Koch, Ingedore Villaça. Ler e Compreender : os sentidos do texto. São Paulo : Contexto, 2006.

O que é intertextualidade

(para a Linguística Textual) ?

1. Quantas vezes, no processo de escrita, escrevemos um texto recorrendo a outro(s) texto(s) ?

2. Quantas vezes, no processo de leitura de um texto, necessário se faz, para a produção de sentido, o

reconhecimento de outros textos – ou do modo como constituí-los?

• Música disponível em : http://ccmixter.org/content/zep_hurme/zep_hurme_-_We_Are_Free.mp3

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“(...) como afirma Bakhtin (1992:291), “cada enunciado é

um elo da cadeia muito complexa de outros

enunciados.” ( Bakhtin, 1992, p. 291 apud

Koch, 2006 , p. 78 )E agora, José?

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“(...) Para o processo de compreensão e reprodução de sentido, esse conhecimento é de fundamental

importância.” (Koch, 2006, p.78)

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“Em sentido amplo, a intertextualidade se faz presente em todo e qualquer texto, como componente decisivo de suas condições de produção. Isto é, ela é condição mesma da existência de textos, já que há sempre um já-dito, prévio a todo dizer. Segundo J. Kristeva, criadora do termo, todo texto é um mosaico de citações, de outros dizeres que o antecederam e lhe deram origem.” (Koch, 2006, p.86)

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Fernando Collor, em 2013, Senador da República do Brasil:

• Collor rasga prestação de contas do Dnit em comissão do Senado.avi

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“(...) stricto sensu, a intertextualidade ocorre quando, em um texto, está inserido outro texto (intertexto) anteriormente produzido, que faz parte da memória social de uma coletividade.”� (Koch, 2006, p. 86)

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“ Como vemos, a intertextualidade é elemento constituinte e constitutivo do processo de escrita/leitura e compreende as diversas maneiras pelas quais a produção/recepção de um dado texto depende de conhecimentos de outros textos por parte dos interlocutores, ou seja, dos diversos tipos de relações que um texto mantém com outros textos.”

(Koch, 2006, p.86)

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Modo da Intertextualidade

1. INTERTEXTUALIDADE EXPLÍCITA Bom Conselho - Chico Buarque 1973.avi

(Explícita ou Implícita?)

Ocorre quando há citação da fonte do intertexto, como acontece nos:

• Discursos relatados;• Citações e referências;• Resumo, resenhas, traduções;• Retomadas de texto do parceiro.

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Porque e para que o autor citou a fonte, se tem a opção de não fazê-lo? (Koch, 2006, p.

91)

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2. Intertextualidade Implícita• Ocorre sem a citação expressa da fonte, cabendo ao

interlocutor recuperá-la na memória para construir o sentido do texto, como nas alusões, nas paródias, em certos tipos de paráfrase e ironias ( cf. Koch, 1991, 1997 a (e) b, 2004) (Koch , 2006, p. 92).

• Há manipulação que o produtor do texto opera sobre o texto alheio ou mesmo próprio, com o fim de produzir determinados efeito de sentido, recurso muito usado, por exemplo, na canção popular, bem como na literatura. (Koch, 2006, p. 93)

• É o que Grésillon e Maingueneau (1984) denominam détournement, efetuado por meio de substituições, supressões, acréscimos, transposições operadas sobre o enunciado-fonte. (Koch, 2006, p. 93).

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Propaganda da loja de roupas Marisa

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CONCEITO DE DETOURNEMENT• Acreditamos que a noção de détournement – termo que, na falta de uma tradução que

nos pareça satisfatória, preferimos manter no original – tal qual como formulada por Grésillon e Maingueneau (1984), se ampliada, seria capaz de subsumir grande parte dos casos de intertextualidade implícita.

• Segundo esses autores, “o detournement consiste em produzir um enunciado que possui as marcas linguísticas de uma enunciação proverbial, mas que não pertence ao estoque dos provérbios reconhecidos” ( Grésillon, 1984, p.114 apud Koch, 2008, p. 45).

• Preconizam eles a existência de um détournement de tipo lúdico, simples jogos com a sonoridade das palavras, como aqueles que as crianças – mas não só elas – gostam de inventar, que não estejam a serviço de uma manobra política ou ideológica, a par de outro, de tipo militante, que visa a dar autoridade a um enunciado (captação) ou a destruir aquela do provérbio em nome de interesses das mais diversas ordens (subversão).

• Aqui, pois, o objetivo é levar o interlocutor a ativar o enunciado original, para argumentar a partir dele; ou então, ironizá-lo, ridicularizá-lo, contraditá-lo, adaptá-lo a novas situações, ou orientá-los para um outro sentido, diferente do sentido original.

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• Os autores reconhecem que esta distinção coloca problemas de fronteira, mas

acreditam que possuem valor operatório.

• Somos de opinião contudo que todo e qualquer exemplo de détournement é

“militante” em maior ou menor grau, visto que ele sempre vai orientar a construção de

novos sentidos pelo interlocutor.

• Fonte: (Koch, 2008, p.45)

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Texto de uma menina do 6º ano vespertino, em 2013, sobre o filme-desenho “O Pequeno Príncipe”, baseado no

romance do escritor francês Antoine de Saint-Exupéry:

Era uma vez o Pequeno Prinssipe e ele e o seu Passeiro gostava de Passeia muito ele foi para cidade i ai a segui viu um relogio que Ponteiros girava muito rapido e consigiu endereita o relogio ele viu a raposa ele saiu e ajudou o príncipe ganho bringa.

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Texto de um menino do 6º ano vespertino em 2013 sobre o filme-desenho “O Pequeno Príncipe”, baseado no romance

do escritor francês Antoine de Saint-Exupéry:

que o relogoiro tava casado de conseta relojio e uma corbra disse que eli queria vota no tempo mas que causaria plomeba no tempo mas tive uma pequeno defeido mas, o perqueno principal” raposa, que entralo no planeta no relogio e que vam so vão o relogoiro io planeta so que o relogio cai e quebramas o relogoiro cosenta.

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Referências Bibliográficas

• Bakthin, M. [1953]. Estética da criação verbal. São Paulo: Martins Fontes, 1992.

• Gresillon, A. e Maingueneau, D. Pholiphonie, proverbe et détournement. Languages 73, 1984, pp. 112-25.

• Koch, I. G. V. e Elias, V. M. S. Ler e Compreender : os sentidos do texto. São Paulo: Contexto, 2006.

• Koch, I. G. V., Bentes, A. C. e Cavalcante, Mônica Magalhães. Intertextualidades: diálogos possíveis. 2ª ed. São Paulo: Cortez, 2008.

• Kristeva, J. Introdução à semanálise. São Paulo: Perspectiva, 1974.

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Endereços eletrônicos imagens e dos vídeos

• Fonte: http://img.americanas.com.br/produtos/01/00/item/7278/8/7278876GG.jpg http://2.bp.blogspot.com/-JRiu4cOgvoU/TjojGooT9tI/AAAAAAAAAVs/BaR5VectYh0/s1600/tira115.gif

• Fonte: http://1.bp.blogspot.com/-IczzfTd50Rg/T3X5Q2evoWI/AAAAAAAAAHY/ZeO2c0DDNIg/s1600/Vida+de+passarinho+(15).jpg

• Fonte: http://adwhiz.zip.net/images/realtime_marisa_pdv.jpg• Fonte: http://3.bp.blogspot.com/--FIM6wUbZBM/URuwN2CIWYI/AAAAAAAAAHo/SGNGl13gF7c/s1600/Jo%C3%A3o+e+Maria+-+Ca

%C3%A7adores+de+Bruxas.jpg• Fonte: http://b.vimeocdn.com/ts/433/067/433067223_640.jpg• Fonte: http://baixacultura.org/wp-content/uploads/2012/08/detou.jpg• Fonte: http://propagandice.files.wordpress.com/2010/05/celta1.jpg?w=420• Fonte do vídeo de Collor : http://www.youtube.com/watch?feature=player_detailpage&v=MZs66KY9tVg• Fonte: http://propagandice.files.wordpress.com/2010/05/celta1.jpg?w=420• Fonte de “Bom Conselho” de Chico Buarque: http://www.youtube.com/watch?v=wkcYU699Jj0• Fonte da propaganda de “João e Maria”: http://www.youtube.com/watch?v=QEkjFWTrMKk• Fonte de provérbios cearenses abaixo: https://fbcdn-sphotos-d-a.akamaihd.net/hphotos-ak-

snc7/427330_503032303092327_94581692_n.jpg• Fonte de preguiça provérbio com Calvin: http://mensagens.culturamix.com/blog/wp-content/gallery/proverbios-

populares/proverbios-populares5.jpg• Fonte da música “E agora, José”: http://www.youtube.com/watch?v=jM-Q4mofucY