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UNIVERSIDADE FEDERAL FLUMINENSE
INSTITUTO DE SAÚDE DE NOVA FRIBURGO
FACULDADE DE ODONTOLOGIA
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ODONTOLOGIA
ELISA GOMES DE ALBUQUERQUE
AVALIAÇÃO CLÍNICA DE DIFERENTES PROTOCOLOS DE APLICAÇÃO DE UM ADESIVO UNIVERSAL EM LESÕES
CERVICAIS NÃO-CARIOSAS (LCNC)
NOVA FRIBURGO
2018
ELISA GOMES DE ALBUQUERQUE
AVALIAÇÃO CLÍNICA DE DIFERENTES PROTOCOLOS DE APLICAÇÃO DE
UM ADESIVO UNIVERSAL EM LESÕES CERVICAIS NÃO-CARIOSAS (LCNC)
Orientador: Prof. Dr. Marcos de Oliveira Barceleiro
Orientadora: Prof.ª Drª. Fernanda Signorelli Calazans
NOVA FRIBURGO
2018ii
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal Fluminense / Instituto de Saúde de Nova Friburgo, como parte dos requisitos exigidos para a obtenção do título de Mestre em Odontologia, na Área de concentração em Clínica Odontológica
ELISA GOMES DE ALBUQUERQUE
AVALIAÇÃO CLÍNICA DE DIFERENTES PROTOCOLOS DE APLICAÇÃO DE
UM ADESIVO UNIVERSAL EM LESÕES CERVICAIS NÃO-CARIOSAS (LCNC)
Aprovado em: ___/____/____
BANCA EXAMINADORA
___________________________________________________________________________
PROF. DR. MARCOS DE OLIVEIRA BARCELEIRO
__________________________________________________________________________
PROF. ª DR ª ROBERTA BARCELOS PEREIRA DE SOUZA
___________________________________________________________________________
PROF. DR.ª LARRISA MARIA ASSAD CAVALCANTE
NOVA FRIBURGO
2018iii
Dissertação apresentada ao Programa de Pós-Graduação da Faculdade de Odontologia da Universidade Federal Fluminense / Instituto de Saúde de Nova Friburgo, como parte dos requisitos exigidos para a obtenção do título de Mestre em Odontologia, na Área de concentração em Clínica Odontológica
Dedico este trabalho ao Bernardo, minha família,
amigos e mestres, por estarem sempre ao meu lado
e contribuírem para a minha formação.
iv
AGRADECIMENTOS
- À Deus por me guiar e iluminar meus caminhos
- Ao professor orientador Marcos de Oliveira Barceleiro que através da sua genialidade me
ensinou a amar à docência, a pesquisa, os questionamentos e a vontade de ser mais para
alcançar os sonhos. Obrigada por estar sempre do meu lado quando eu mais precisei, por
seus conselhos e por nunca ter me permitido acomodar. Trabalhar com você é inquietante,
viciante e prazeroso, e isto se reflete de tal maneira que todos que têm essa experiência
sentem sempre a vontade de permanecer na sua equipe. Neste período, você se tornou
também um amigo que além de conselheiro, tenho grande respeito e admiro como pessoa,
mas também como professor. Você me ensina constantemente sobre a vida, as escolhas que
temos que fazer e a profissão que queremos ter. Sou extremamente grata por ter sido sua
orientada e espero ter o privilégio de aprender ainda mais com você.
- À professora Roberta Barcelos Pereira de Souza por aceitar o convite de participar da
Banca examinadora desta qualificação e por sempre se dispor a ajudar. Com seu carinho,
você é capaz de transformar a docência em algo prazeroso. Tenho certeza que sua
colaboração irá engrandecer muito este trabalho.
- À professora Larissa Maria Assad Cavalcante por aceitar o convite de participar da Banca
examinadora desta dissertação, colaborando com a excelência deste trabalho.
- À professora Fernanda Signorelli Calazans pela coorientação deste trabalho. Sua
dedicação que me fizeram admirá-la ainda mais. Você é um exemplo de persistência,
competência e paciência. Além de uma docente e pesquisadora brilhante, você se tornou uma
amiga, tão generosa, que doa seu tempo para ajudar ao próximo, que respeita as limitações
de cada um, mas principalmente que incentiva sempre a ser melhor. Você ao longo desses
anos me mostrou o que é persistir e lutar pelos sonhos. Por isso hoje, agradeço de coração,
por todos esses ensinamentos.
- Ao Professor Luiz Augusto da Costa Poubel, por ser um amigo, um professor dedicado, com
quem aprendi a seguir regras para obter sucesso, a dar o melhor de mim e sempre respeitar o
próximo. Você é um querido por todos nós e ter tido a oportunidade de trabalhar e aprender
com você foi um privilégio na minha vida.
v
- Ao Bernardo, meu marido, por muitas vezes representar o gatilho inicial para minhas
escolhas. Através de você conheci novos olhares, lugares, pessoas e por você lutei por ser
uma pessoa melhor, uma profissional dedicada. Pelo seu exemplo, passei a admirar a
carreira da docência e através dela, ver a capacidade de transformar a vida de outras
pessoas. Você é um exemplo para mim em muitos aspectos e hoje dedico a conclusão desse
mestrado a você. Obrigada por sempre acreditar em mim e estar do meu lado.
- À minha família por sempre apoiar minhas decisões, me dando força emocional, amor
incondicional e por me respeitar em todos os momentos. Tenho certeza que vocês
construíram em mim uma base que hoje carrego com orgulho. Mesmo longe fisicamente, sei
que estamos sempre juntos.
- À Bárbara, amiga que fiz durante o Mestrado. Obrigada por ser meu anjo em Friburgo, por
me acolher como uma irmã, por me incluir na sua vida. Jamais esquecerei tudo o que fez por
mim e o Mestrado foi apenas o ponta pé inicial da nossa história de amizade.
- À Chane por ter sido um presente na minha vida. Obrigada por me fazer tão bem e por
sempre me incentivar a querer e ser mais. Te admiro profundamente como pessoa e
profissional e fico feliz por você acreditar em mim e ser uma amiga tão especial na minha
vida.
- Ao meu grupo de pesquisa e aos colegas de Mestrado obrigada por ter sido a minha
“família” neste período: Ao Rafael por trazer leveza para nosso dia a dia. Você é inovador e
tem um coração muito especial. Tenho certeza que o mundo é pequeno para tantas coisas que
você ainda vai conquistar. Ao Eduardo Titonelli, obrigada por me mostrar o quão importante
é estar a par dos estudos. Você sem dúvida foi uma fonte de inspiração para mim. À Sthefane,
com seu jeitinho doce mineiro de ser, me fez me sentir em “casa” obrigada por me acolher
tão bem. À Stela por ser um exemplo de atitude e comprometimento, sem sua ajuda jamais
teríamos feito as pesquisas da mesma forma que fizemos.
- Ao Hidalgo por trazer para nosso grupo a alegria de trabalhar em grupo e por sempre se
mostrar solicito em todos os momentos que precisei.
- A todos aqueles que, direta ou indiretamente colaboraram para a realização deste trabalho.
vi
RESUMO
Albuquerque, EG. Avaliação clínica de diferentes protocolos de aplicação de um adesivo universal em Lesões Cervicais Não-Cariosas (LCNC) [dissertação]. Nova Friburgo: Universidade Federal Fluminense, Faculdade de Odontologia; 2018.
O objetivo desse estudo clínico multicêntrico, randomizado e duplo cego foi avaliar
clinicamente um novo adesivo universal (Futurabond U, Voco, Alemanha) quando aplicado
em diferentes estratégias de aplicação ao longo de 12 meses. Para isso, foram realizadas 200
restaurações em Lesões Cervicais Não-Cariosas (LCNC) utilizando o adesivo Futurabond U,
nas seguintes estratégias adesivas (n=50 por grupo): autocondicionante sem ácido prévio
(SET); autocondicionante associado ao condicionamento seletivo do esmalte (SEE);
condicionamento total e dentina seca (ERDry) e condicionamento total e dentina úmida
(ERWet). As cavidades foram restauradas com a resina composta Admira Fusion unidoses
(Voco). As restaurações foram avaliadas após 06 e 12 meses segundo os critérios da FDI para
os seguintes itens: retenção/fratura, adaptação marginal, manchamento marginal, sensibilidade
pós-operatória e lesões de cárie secundárias. Na avaliação de 12 meses, apenas um paciente
(n=4 restaurações) não foi avaliado. Os resultados obtidos após 12 meses demonstraram que
dez restaurações foram perdidas/fraturadas (3 no SET, 2 no SEE, 2 no ERDry e 3 no ERWet).
As taxas de retenção aos 12 meses (intervalo de confiança de 95%) foram de 94% (83%-
97%) para SET; 96% (86%-98%) para SEE; 96% (86%-98%) para o grupo ERDry e 94%
(83%-97%) para o grupo ERWet, (p> 0,05). Após 12 meses de avaliação, 31 restaurações
apresentaram pequenos defeitos nas margens (10 no SET, 12 no SEE, 5 no ERDry e 4 no
ERWet; p>0,05) e somente 9 restaurações apresentaram descoloração marginal (4 no SET, 3
no SEE, 1 no ERDry e 1 no ERWet), sendo que todos foram considerados clinicamente
aceitáveis. O desempenho clínico do adesivo universal Futurabond U associado a resina
composta Admira Fusion unidoses foi considerado favorável após 12 meses de avaliação
clínica quando aplicado em LCNC, independentemente da estratégia adesiva empregada,
conforme as diretrizes da ADA.
Palavras-chave: Adesão; Condicionamento do tecido dentário; Restauração dentária
vii
ABSTRACT
Albuquerque, EG. Clinical evaluation of different protocols for the application of a universal adhesive in Non-Carious Cervical Lesions (NCCL) [dissertação]. Nova Friburgo: Universidade Federal Fluminense, Faculdade de Odontologia; 2018.
The objective of this multi-centric, double-blind, randomized clinical trial was to evaluate the
clinical performance of a new universal adhesive system (Futurabond U, Voco GbmH,
Germany) when applied with different application strategies over a period of eighteen months.
For this, 200 restorations were performed on Non-Carious Cervical Lesions (NCCL) using the
adhesive Futurabond U in the four adhesive strategies (n=50 per group): self-etch without
previous conditioner (SET); self-etch associated with selective enamel etching (SEE); etch-
and-rinse with dry dentin (ERDry) and; etch-and-rinse with wet dentin (ERWet). The cavities
were restored with Admira Fusion composite resin (Voco GmbH). These restorations were
evaluated after 06 and 12 months of clinical performance according to FDI criteria in the
following items: retention/fracture, marginal adaptation, marginal staining, postoperative
sensitivity and caries recurrence. After 12-month, only one patient (n=4 restorations) was not
evaluated. Ten restorations were lost or fractured (3 for SET, 2 for SEE, 2 for ERDry and 3
for ERWet). The retention rates for 12-month (95% confidence interval) were 94% (83%-
97%) for SET; 96% (86%-98%) for SEE; 96% (86%-98%) for ERDry, and 94% (83%- 97%)
for ERWet (p > 0.05). At the 12-month recall, 31 restorations were considered to have minor
discrepancies in marginal adaptation (10 for SET, 12 for SEE, 5 for ERDry and 4 for ERWet;
p > 0.05) and only 9 restorations were detected as a minor marginal discoloration (4 for SET,
3 for SEE, 1 for ERDry and 1 for ERWet; p>0.05). However, all of them were considered
clinically acceptable. The clinical performance of the universal adhesive Futurabond U
associated to Admira Fusion unidoses resin composite was found to be promise after 12-
month of clinical evaluation when applied in NCCL and it was not depending on the bonding
strategy employed, according to ADA guidelines.
Keywords: Adhesion; Acid etching; Composite restoration
viii
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
LCNC Lesões Cervicais Não-Cariosas
SET Autocondicionante sem ácido prévio
SEE Autocondicionante associado ao condicionamento seletivo do esmalte
ERDry Condicionamento total com dentina seca
ERWet Condicionamento total com dentina úmida
ix
LISTA DE SÍMBOLOS
N Número da amostra
p Tamanho da amostra
α Nível de significância
> Maior que
< Menor que
cm Centímetro
cm² Centímetro quadrado
° Graus
s Segundos
mW mili-Watts
IC Intervalo de confiança
x
SUMÁRIO
1) INTRODUÇÃO 1
2) OBJETIVOS 3
3) CAPÍTULOS 4
3.1) Artigo científico publicado 5
3.2) Artigo científico a ser publicado para dissertação 15
4)CONSIDERAÇÕES FINAIS.........................................................................................33
ANEXOS34
xi
1 - INTRODUÇÃO
A Odontologia adesiva busca atingir cada vez mais a simplificação dos
procedimentos clínicos de forma a otimizar o tempo e facilitar a técnica, (DINIZ et al., 2016),
sem desmerecer, no entanto, a manutenção de uma efetiva adesão ao substrato dental ao longo
do tempo (VAN MEERBEEK et al., 2013).
O processo evolutivo dos sistemas adesivos se desenvolveu a partir dos
sistemas convencionais e continuou progredindo com o surgimento dos sistemas adesivos
autocondicionantes na busca de estabelecer uma técnica menos complexa e com maior adesão
à dentina (VAN MEERBEEK et al., 2003; CARVALHO et al., 2004).
Compostos por monômeros resinosos ácidos, os sistemas adesivos
autocondicionantes interpenetram a smear layer promovendo a infiltração da resina no tecido
dentinário (PERDIGÃO et al., 1997; YOSHIDA et al., 2004). Apesar dos adesivos
autocondicionantes eliminarem a aplicação do condicionamento ácido em dentina, o padrão
de condicionamento no esmalte é menor do que quando utilizado os sistemas adesivos
convencionais (OZER e BLATZ, 2013). Diante disso, é preconizado a técnica de
condicionamento seletivo do esmalte associada aos adesivos autocondicionantes (SZESZ et
al., 2016). Porém, quando o ácido fosfórico é aplicado no esmalte, e inadvertidamente escorre
na dentina, ele afeta negativamente os resultados de adesão a dentina dos adesivos
autocondicionantes (VAN LANDUYT et al., 2006; ERICKSON et al., 2009).
Assim, como forma de otimizar o tempo clínico e melhorar a versatilidade de
aplicação dos sistemas adesivos, levando em consideração diferentes situações clínicas,
surgiram os sistemas adesivos universais. Tais sistemas podem ser usados associados ou não a
aplicação prévia do ácido fosfórico (HANABUSA et al., 2012; PERDIGÃO et al., 2012;
LOPES et al., 2016), sem comprometer a eficácia de união quando aplicados a dentina ou ao
esmalte (MUNÕZ et al., 2013; LOGUERCIO et al., 2015). Isto só se faz possível porque
esses sistemas contêm monômeros que promovem adesão química aos tecidos duros do dente,
(HANABUSA et al., 2012; PERDIGÃO et al., 2012; MUNÕZ et al., 2013) podendo ser
usados como adesivos autocondicionantes com e sem a associação do condicionamento
seletivo do esmalte.
1
Embora vários adesivos universais já tenham sido avaliados em testes
laboratoriais com o intuito de estabelecer o melhor protocolo clínico de aplicação e tenham
apresentado resultados confiáveis, (HANABUSA et al., 2012; MUNÕZ et al., 2013;
LOGUERCIO et al., 2015, MANCHESI et al., 2014) sabe-se que apenas as avaliações
clínicas podem comprovar a eficácia do material (MANCHESI et al., 2015). Infelizmente, os
estudos clínicos com esses sistemas adesivos ainda têm mostrado resultados controversos.
Adicionalmente, ainda há um número restrito de adesivos analisados e de informações
disponíveis sobre seu desempenho clínico além dos fornecidos pelos seus fabricantes, fato que
faz com que outros adesivos universais e suas diferentes técnicas de aplicação tenham de ser
ainda avaliadas (MENA SERRANO et al., 2013; LAWSON et al., 2013; LOGUERCIO et al.,
2015; LOPES et al., 2016).
No que diz respeito à sua interação com a dentina, não existem comprovações
científicas se o uso de adesivos universais resulta em um bom desempenho quando utilizados
em diferentes modos de aplicação. Portanto, se faz oportuno conduzir um estudo para avaliar
se o comportamento clínico de um novo adesivo universal quando aplicado em diferentes
estratégias de aplicação, incluindo dentina seca ou úmida, apresenta o mesmo desempenho
clínico ou não ao longo do tempo independente da estratégia adesiva utilizada.
2
2 – OBJETIVOS
O objetivo desse trabalho foi avaliar o desempenho clínico de um adesivo
universal (Futurabond U, VOCO GmbH) e definir qual o melhor protocolo de aplicação
através de um ensaio clínico prospectivo utilizando dois diferentes critérios de avaliação,
objetivando assim diminuir a perda de restaurações, fraturas, manchamentos, infiltração
marginal e outras falhas indesejadas de uma adesão dentinária.
3
3- CAPÍTULOS: ARTIGOS
3.1- A new universal simplified adhesive: 6-month randomized multi-center clinical trial (ARTIGO PUBLICADO NA REVISTA BRASILEIRA DE ODONTOLOGIA)
Elisa Gomes de Albuquerque 2
Flavio Warol Klein Santana 3
Fernanda Signorelli Calazans 4
Luiz Augusto Poubel 3
Stella Soares Marins 1
Alessandra Reis 6
Marcos de Oliveira Barceleiro 5
Alessandro Dourado Loguercio 6
1 Undergraduate student, Universidade Federal Fluminense, Nova Friburgo, RJ, Brazil
2 MSc student, Universidade Federal Fluminense, Nova Friburgo, RJ, Brazil
3PhD student, Universidade Federal Fluminense, Nova Friburgo, RJ, Brazil
4 Postdoc student, Universidade Federal Fluminense, Nova Friburgo, RJ, Brazil
5 PhD, Universidade Federal Fluminense, Nova Friburgo, RJ, Brazil
6 Professor, Universidade Estadual de Ponta Grossa, PR, Brazil
Corresponding author: Marcos de Oliveira Barceleiro. Rua Dr. Silvio Henrique Braune,
22, Centro, Nova Friburgo, RJ, Brasil. CEP 28625-650
E-mail: [email protected] Telefone: (22) 2528-7166
Keywords: Adhesion; Acid etching; Composite restoration
10 p
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
3.2- 12-month clinical trial of Futurabond U. A randomized double-blind
multi-centric clinical trial. (ARTIGO A SER SUBMETIDO PARA A
OPERATIVE DENTISTRY)
Elisa Gomes de Albuquerque 1
Stella Soares Marins 2
Flavio Warol Klein Santana 3
Fernanda Signorelli Calazans 3
Luiz Augusto Poubel 3
Marcos Oliveira Barceleiro 3
Alessandra Reis 4
Alessandro Dourado Loguercio 4
1 MSc student, Universidade Federal Fluminense, Nova Friburgo, RJ, Brazil
2 Undergraduate student, Universidade Federal Fluminense, Nova Friburgo, RJ, Brazil
3 Professor, Universidade Federal Fluminense, Nova Friburgo, RJ, Brazil
4 Professor, Universidade Estadual de Ponta Grossa, PR, Brazil
Corresponding author: Marcos de Oliveira Barceleiro. Rua Dr. Silvio Henrique Braune,
22, Centro, Nova Friburgo, RJ, Brasil. CEP 28625-650
E-mail: [email protected] Telefone: (22) 2528-7166
Keywords: Clinical trial; Adhesion;
15
INTRODUÇÃO
É impossível pensar nos dias de hoje em odontologia restauradora sem falar de adesão.
Originalmente os sistemas adesivos foram criados principalmente para melhorar a
performance das restaurações diretas com resinas compostas e hoje representam uma parte
fundamental do trabalho clínico diário. A evolução dos materiais adesivos baseou-se na
necessidade de conservar, cada vez mais, a estrutura do dente e de simplificar o passo a passo
dos procedimentos para obter restaurações diretas e indiretas duradouras e com uma efetiva
adesão ao substrato dental. 1,2
Por este motivo, os adesivos universais recentemente introduzidos representam uma
opção simples para a criação de uma camada híbrida, com ou sem o uso de ácido fosfórico.
Além disso, esse material tem como proposta poder ser utilizado em diversas situações
clínicas através de somente uma solução adesiva,3,4,5 sem comprometer a eficácia de união
quando aplicados à dentina ou ao esmalte 6,7 e, sendo assim, capaz de substituir os adesivos
simplificados existentes considerados padrão-ouro (autocondicionantes de 1 passo e que usam
o condicionamento ácido de 2 passos). Isto significa proporcionar ao cirurgião-dentista a
opção simples de escolher a técnica adesiva que o favorece durante o procedimento
restaurador, seja um condicionamento ácido total em esmalte e dentina, ou um procedimento
autocondicionante ou condicionamento seletivo do esmalte. Outra característica dos adesivos
universais é que eles podem ser usados não só em substratos dentários (esmalte e dentina),
mas também em compósitos, cerâmicas de vidro, zircônia e ligas de metais.8 A sua
versatilidade na maioria das situações clínicas é, portanto, a sua maior vantagem.
Como os adesivos universais foram introduzidos recentemente no mercado ainda há
um número reduzido de informações disponíveis sobre seu desempenho clínico além dos
fornecidos pelos seus fabricantes. Assim, o objetivo desse estudo clínico multicêntrico,
randomizado e duplo cego foi avaliar o comportamento clínico de um novo adesivo universal
(Futurabond U, Voco GbmH, Cuxhauer, Alemanha) quando aplicado em diferentes
estratégias de aplicação ao longo de 18 meses de avaliação clínica.
MATERIAIS E MÉTODOS
Desenho do estudo16
O desenho do presente estudo seguiu as normas estabelecidas pelo CONSORT
(Consolidated Standards of Reporting Trials).9 O comitê de ética em pesquisa da
Universidade Estadual de Ponta Grossa/PR/Brasil (protocolo 165.357; 2016) e o comitê de
ética em pesquisa da Universidade Federal Fluminense – Nova Friburgo/RJ/Brasil (protocolo
1.618.895; 2016) revisaram e aprovaram o protocolo de estudo e o termo de consentimento
livre e esclarecido para este mesmo estudo. Este termo de consentimento livre e esclarecido
assinado foi obtido de todos os pacientes antes do início do estudo. Esta pesquisa clínica foi
registrada no site clinicaltrial.gov (#NCT03244124). Todos os participantes foram informados
sobre a natureza e os objetivos do estudo, mas eles não sabiam qual dente iria receber qual
tratamento a ser avaliado.
Este foi um estudo clínico randomizado, multicêntrico, duplo cego, de superioridade, e
no modelo de boca dividida. Este estudo foi conduzido nas clínicas das Faculdades de
Odontologia das duas Universidades de Outubro a Novembro de 2016. Os pacientes foram
recrutados na medida em que eles compareciam às consultas de triagem, o que fez assim com
este estudo tenha utilizado uma amostra de conveniência.
Critérios de Inclusão e Exclusão
Um total de 120 participantes foram examinados por dois dentistas calibrados em cada
Universidade para verificar se os participantes preenchiam os critérios de inclusão e exclusão.
As avaliações foram realizadas usando um espelho bucal, uma sonda exploradora e uma
sonda periodontal. Os participantes tinham que ter bom estado de saúde geral, ter pelo menos
18 anos de idade, ter um nível aceitável de higiene bucal e apresentar pelo menos 20 dentes
em oclusão.
Os participantes deveriam ter pelo menos quatro lesões cervicais não-cariosas (LCNC)
para serem restauradas em quatro dentes diferentes. Essas lesões não deveriam ser retentivas,
deveriam ter profundidade maior que 1 mm, e envolver tanto o esmalte quanto a dentina dos
dentes vitais sem mobilidade. Os pacientes com higiene bucal deficitária ou usando
dispositivos ortodônticos, com periodontite grave ou crônica, ou com hábitos de bruxismo
avançado foram excluídos do estudo, pois necessitariam receber outros tratamentos antes do
procedimento restaurador. Além disso, os participantes com alergia conhecida a materiais à
base de resina ou qualquer outro material utilizado neste estudo, mulheres grávidas ou
amamentando, ou participantes sob uso crônico de drogas anti-inflamatórias, analgésicas e
17
psicotrópicas não foram incluídos no estudo. Após as sessões de triagem, 50 pacientes foram
selecionados e 200 dentes foram randomizados em quatro grupos diferentes.
Cálculo amostral e Randomização
A taxa de falhas de retenção anual para adesivos autocondicionantes de passo único
em LCNCs foi relatada como sendo de 4,4% em uma revisão sistemática recente.10
Considerando que essa taxa de retenção segue uma tendência linear de queda, a taxa de
retenção global dos adesivos autocondicionantes de passo único será de aproximadamente
78% após 5 anos de uso clínico. Com um α de 0,05, um poder de 80% e um teste de dois
lados, o tamanho mínimo da amostra necessária foi de 50 restaurações em cada grupo, a fim
de se detectar uma diferença de 25% entre os grupos testados.
A randomização foi feita individualmente para que cada sujeito tivesse ao fim do
estudo quatro restaurações, cada uma sendo feito com uma das estratégias adesivas a serem
testadas no estudo. A randomização foi realizada usando o software disponível em
http://www.sealedenvelope.com. Um membro da equipe, não envolvido no protocolo de
pesquisa, realizou o processo de randomização com tabelas geradas por computador.
Intervenção: Procedimento restaurador
Todos os pacientes selecionados para este estudo receberam profilaxia com pasta de
pedra-pomes e água em uma taça de borracha e assinaram um Termo de Consentimento Livre
e Esclarecido duas semanas antes dos procedimentos restauradores. O grau de dentina
esclerótica das LCNCs foi avaliado de acordo com os critérios descritos por Swift et al.,11 e
foi classificado nas categorias 1 (sem esclerose presente) a 4 (esclerose significativa presente).
As dimensões da cavidade em milímetros (altura, largura e profundidade), a geometria da
cavidade (avaliada por fotografia de perfil e classificada como <45o, 45o-90o, 90o <135o e>
135o),12 a presença de um antagonista e a presença de facetas de desgaste foram observadas e
registradas. A sensibilidade pré-operatória também foi avaliada pela aplicação de ar por 10 s
proveniente de uma seringa dentária colocada a 2 cm da superfície do dente e com um
explorador. Essas características foram registradas para permitir a comparação das
características iniciais das cavidades entre os grupos experimentais.
Para calibrar o procedimento restaurador, um diretor do estudo em cada centro,
colocou uma restauração de cada grupo para identificar todas as etapas envolvidas na técnica
de aplicação. Em seguida, os quatro operadores, que eram dentistas especialistas com mais de
cinco anos de experiência clínica em Dentística Restauradora, dois em cada centro, colocaram
quatro restaurações, uma de cada grupo, sob a supervisão do diretor do estudo em ambiente
18
clínico. As falhas de restauração foram mostradas aos operadores antes do início do estudo.
Neste ponto, os operadores foram considerados calibrados para executar os procedimentos
restauradores. Os operadores restauraram todos os dentes. Todos os participantes receberam
quatro restaurações, uma de cada grupo experimental em diferentes lesões previamente
selecionadas de acordo com critérios de inclusão.
Antes dos procedimentos restauradores, os operadores anestesiaram os dentes com
uma solução de mepivacaína a 3% (Mepisv, Nova DFL, Rio de Janeiro, RJ, Brasil) e
promoveram limpeza de todas as lesões com pedra-pomes e água em taça de borracha (ref #
8040RA e # 8045RA, KG Sorensen, Barueri, SP, Brasil), seguido de lavagem e secagem.
Então, a seleção da cor foi feita usando uma escala de cores. Após a colocação isolamento
absoluto com lençol de borracha, o novo sistema adesivo universal Futurabond U (Voco,
GmbH, Cuxhaven, Alemanha) foi aplicado conforme as instruções do fabricante descritas
abaixo.
- Grupo Autocondicionante sem condicionamento prévio (SET) - Uma camada de adesivo
foi aplicada ativamente em toda a superfície do esmalte e dentina por aproximadamente 20 s,
de acordo com as recomendações do fabricante. Em seguida, o adesivo foi evaporado por jato
de ar suave durante 5 s e fotopolimerizado por 10 s a 1200 mW / cm2 (Bluephase, Ivoclar
Vivadent, Schaan, Liechtenstein).
- Grupo Autocondicionante associado ao condicionamento seletivo do esmalte (SEE) - O
ácido fosfórico a 35% (Vococid, Voco GmbH, Cuxhaven, Alemanha) foi aplicado por 30 s
apenas no esmalte. Em seguida, as cavidades foram lavadas e secas com ar, mantendo a
dentina visivelmente seca. A embalagem do sistema adesivo de dose única foi ativado e, em
seguida, uma camada de adesivo foi aplicada ativamente em toda a superfície do esmalte e
dentina por aproximadamente 20 s, de acordo com as recomendações do fabricante. Em
seguida, o adesivo foi evaporado por jato de ar suave durante 5 s e fotopolimerizado por 10 s
a 1200 mW / cm2 (Bluephase, Ivoclar Vivadent, Schaan, Liechtenstein).
- Grupo de Condicionamento total e dentina seca (ERDry) - O ácido fosfórico a 35%
(Vococid) foi aplicado por 30 s (esmalte) e 15 s (dentina). Em seguida, as cavidades foram
lavadas e secas com ar, mantendo a dentina visivelmente seca. O sistema adesivo foi aplicado
conforme descrito no grupo SEE. Os procedimentos de evaporação de solventes e
fotopolimerização também foram os mesmos.
- Grupo de Condicionamento total e dentina úmida (ERWet) - O ácido fosfórico a 35%
(Vococid) foi aplicado por 30 s (esmalte) e 15 s (dentina). Em seguida, as cavidades foram
19
lavadas e levemente secas com ar, mantendo a dentina visivelmente úmida. O sistema adesivo
foi aplicado conforme descrito no grupo SEE. Os procedimentos de evaporação de solventes e
fotopolimerização também foram os mesmos.
Após a aplicação do adesivo, a resina composta Admira Fusion unidoses (Voco
GmbH, Cuxhaven, Alemanha) foi utilizada em até três incrementos, inseridos diretamente na
cavidade com uma seringa tipo Centrix®, cada um sendo fotopolimerizado por 10 s a 1200
mW / cm2. As restaurações foram acabadas imediatamente com pontas diamantadas # 2200
finas (F) e extrafinas (FF) (KG Sorensen, Barueri, SP, Brasil) e polidas com polidor Jiffy
(Ultradent, South Jordan, Utah, EUA) sob constante resfriamento com água.
Cegamento
Os examinadores, que não estavam envolvidos com os procedimentos restauradores e,
portanto, cegos à atribuição dos grupos, realizaram a avaliação clínica. Os pacientes também
foram cegos para a atribuição dos grupos em um design de ensaio clínico randomizado duplo-
cego.
Avaliação clínica
Um formulário de papel padronizado individual foi usado para cada avaliador em cada
consulta de avaliação, de modo que os avaliadores fossem mantidos cegados para avaliações
anteriores durante as consultas de acompanhamento. As restaurações foram avaliadas pelos
critérios da Federação Mundial (FDI)13,14 logo após serem realizadas e após 6 e 18 meses de
uso clínico.
Apenas as medidas clinicamente relevantes para avaliação do desempenho adesivo
foram utilizadas e ranqueadas. O desfecho clínico primário foi a retenção/fratura da
restauração, mas os seguintes parâmetros secundários também foram avaliados: manchamento
marginal, adaptação marginal, sensibilidade pós-operatória e lesões de cárie adjacente as
restaurações. A avaliação da sensibilidade pós-operatória espontânea foi realizada uma
semana após o procedimento restaurador, perguntando ao paciente se ele teve algum tipo de
dor durante o período.
Estas variáveis foram classificadas de acordo com os critérios da FDI em clinicamente
muito boas, clinicamente boas, clinicamente suficientes/satisfatórias, clinicamente
insatisfatórias, mas reparáveis e clinicamente inapropriadas (sendo necessária a
substituição).13,14 Ambos os examinadores avaliaram todas as restaurações uma vez e de forma
independente. Quando os desentendimentos ocorreram durante as avaliações, eles tiveram que
chegar a um consenso antes de o participante ser liberado. As taxas de retenção de restauração
20
foram calculadas de acordo com as diretrizes da ADA.15 Percentual de falha cumulativa =
[(FA + NF) / (FA + RA)] X 100%, onde FA é o número de falhas anteriores antes da
avaliação atual, NF é o número de falhas novas durante a avaliação atual e RR é o número de
restaurações atualmente avaliadas.
Análise estatística
As análises estatísticas seguiram o protocolo de intenção de tratamento de acordo com
a recomendação do CONSORT.9 Foram utilizadas análises estatísticas descritivas para
descrever as distribuições dos critérios avaliados. Foi realizada análise estatística para cada
item individual de avaliação do FDI. As diferenças nas avaliações dos quatro grupos após 18
meses foram testadas com a análise de variância de Friedman de medidas repetidas por
categoria (α = 0,05). As estatísticas de kappa de Cohen foram usadas para avaliar o nível de
concordância inter-examinadores. Em todos os testes estatísticos, predefinimos o nível de
significância para 5%.
RESULTADOS
Os procedimentos restauradores foram realizados exatamente como planejado e
nenhuma modificação foi realizada. Setenta dos 120 pacientes examinados para elegibilidade
não foram incluídos no estudo porque não preencheram os critérios de inclusão. Assim, um
total de 50 pacientes (23 homens e 27 mulheres) foram selecionados. Foram realizadas
duzentas restaurações, 50 para cada grupo. As estatísticas gerais de Cohen kappa mostraram
excelente concordância entre os examinadores no momento da avaliação de doze meses
(0,94). Somente um paciente (n=4 restaurações) não foi avaliado após 12 meses. Este paciente
mudou de cidade, não podendo mais comparecer as consultas de retorno para a avaliação.
Retenção / Fratura
Dez restaurações foram perdidas ou fraturadas após doze meses de avaliação clínica
(três no grupo SET, duas no grupo SEE, duas no grupo ERDry e três no grupo ERWet). De
acordo com os critérios de avaliação do FDI, as taxas de retenção de doze meses (intervalo de
confiança [IC] de 95%) foram 94% (83% -97%) para o grupo SET, de 96% (86% -98%) para
o grupo SEE, 96% (86 % -98%) para o grupo ERDry e 94% (83% - 97%) para o grupo
ERWet, sem diferença estatística identificada entre nenhum par de grupos (p> 0,05).
21
Adaptação marginal
Trinta e uma restaurações apresentaram pequenos defeitos na adaptação marginal na
avaliação de doze meses usando os critérios do FDI (10 no grupo SET, 12 no grupo SEE, 5 no
grupo ERDry e 4 no grupo ERWet). Nenhuma diferença significativa foi detectada entre
qualquer par de grupos na avaliação de seis meses (p> 0,05).
Outros parâmetros de avaliação
Nenhuma restauração teve sensibilidade pós-operatória ao ar na avaliação de doze
meses. Manchamento marginal foi observado em 9 restaurações (4 no grupo SET, 3 no grupo
SEE,1 no grupo ERDry e 1 no grupo ERWet). Nenhuma restauração mostrou recorrência de
cárie após doze meses. Em geral, as restaurações mostraram bom desempenho clínico ao
longo de 12 meses.
DISCUSSÃO
O objetivo de um estudo clínico é, geralmente, simular a realidade clínica para avaliar
o desempenho de um determinado material ou técnica. Para isso, são observados vários
parâmetros. Quando se trata de estudos envolvendo sistemas adesivos aplicados em LCNC, o
parâmetro mais importante para a avaliação do desempenho da adesão é a taxa de retenção.
Desta forma, se alguma restauração for perdida, nenhum dos outros parâmetros poderá ser
avaliado.16
Deste modo, quando observados os resultados das taxas de retenção dos grupos de
estratégia SE (SET e SEE) utilizando o adesivo Futurabond U, podemos considerar os
resultados positivos após 12 meses de avaliação clínica, com uma taxa de sucesso de 94%
(83% -97%) para o grupo SET, de 96% (86% -98%) para o grupo SEE, 96% (86 % -98%)
para o grupo ERDry e 94% (83% - 97%) para o grupo ERWet. Esses resultados
provavelmente estão relacionados à presença neste adesivo de um monômero funcional ácido:
10-MDP (di-hidrogenofosfato 10-metacriloiloxidecílico).17,18 Conforme observado nos
resultados de 6 meses19, o desempenho do Futurabond U, que contém 10-MDP, não foi
afetado pela estratégia de adesão e foi comparável aos outros adesivos apresentados no
22
mercado.16,20 Este monômero funcional é responsável pela ligação química do hidrogênio com
o íon cálcio da hidroxiapatita, gerando uma interface resina-dentina forte e estável.21
A importância da presença deste monômero acídico na composição de adesivos
universais pode ser observada quando os dados clínicos de acompanhamento de restaurações
realizadas com adesivos universais livres de 10-MDP são comparados com dados de
restaurações realizadas com adesivos universais contendo 10-MDP na estratégia SE. Nestas
comparações, maiores taxas de retenção são observadas para aqueles sistemas adesivos que
contém o 10-MDP, os quais mostraram taxas de retenção de 6 meses variando de 94% a 98% 17,22,23 enquanto os livres de 10-MDP mostraram taxa de retenção de cerca de 80% após 6
meses.24,25
O presente estudo mostrou também que, após 12 meses de acompanhamento clínico,
um total de 10 restaurações falharam como resultado de perda de retenção e/ou fratura: 5
vinculadas à abordagem SE (SEE e SET) e 5 ligadas à abordagem ER (ERD e ERW), o que
representa 5% de falha do total das restaurações realizadas. Assim, pode-se indicar que este
sistema adesivo apresenta um desempenho clínico ao longo de 12 meses conforme estipulado
pela ADA.15,14
Quando são analisadas as características das restaurações que falharam, a maioria
delas possuíam ângulos obtusos maiores ou próximos à 135°, com cavidades rasas com
profundidade em torno de 1mm conforme observado na tabela 4. Apesar de não haver na
literatura, uma relação observada entre o ângulo e profundidade da cavidade com a
capacidade de adesão dos adesivos autocondicionantes, sabe-se que as LCNCs são
consideradas padrão15 para avaliar os sistemas adesivos devido a diversos fatores como: 1)
não apresentarem nenhuma macro retenção, sendo adesivo-dependente; 2) têm pelo menos
50% de adesão em dentina; 3) têm margens em esmalte e dentina e 4) são amplamente
avaliadas. Apesar de haver fatores relacionados a configuração das cavidades da classe V 26,27
como a tensão interfacial, as propriedades mecânicas do compósito usado são relativamente
pouco importantes28,29 e uma adesão ineficaz resulta em perda da restauração, que é o
parâmetro de avaliação mais importante.30 Portanto, a inclusão de cavidades muito rasas pode
ser considerada um viés desta pesquisa. Ao mesmo tempo, essa situação muitas vezes retrata a
realidade clínica, o que faz com que seja necessário mais estudos para avaliar a interferência
desses parâmetros no desempenho clínico dos adesivos autocondicionantes.
23
Vale ressaltar outro fator a ser discutido neste estudo. Seguindo as normas da ADA15
não foi realizado nenhum preparo com bisel prévio na dentina e no esmalte das LCNCs antes
da aplicação do sistema adesivo, afim de criar maior rugosidade superficial, como descrito por
outros estudos.31,32,33,34 Na teoria, um bisel feito em esmalte pode tornar os prismas do esmalte
mais reativos ao condicionamento, tendo sido indicado como responsável pelo maior
desempenho adesivo, principalmente para adesivos autocondicionantes.35,36 Já na dentina, as
LCNC apresentam uma camada superficial hipermineralizada de dentina esclerótica, e mesmo
que ocorra alguma remoção superficial da dentina, este fator somado a uma camada
bacteriana superficial parcialmente mineralizada podem representar potenciais obstáculos à
infiltração do adesivo.16,37 Da mesma forma que na dentina, o bisel em esmalte não foi
padronizado em ensaios clínicos publicados, sendo pouco descrito. Além disso, os benefícios
do bisel em esmalte e/ou em dentina em estudos clínicos não foram conclusivos38 e relatados
como inúteis em revisões sistemáticas.16 Por este motivo, neste estudo, também não foram
realizadas qualquer tipo de retenção adicional nas cavidades restauradas. Outro fator que
podemos destacar é a ausência de ajuste oclusal prévio nos pacientes selecionados. Conforme
descrito nos critérios de exclusão, pacientes com alterações oclusais severas não foram
incluídos. Porém, isto não significa que tais pacientes tivessem uma oclusão ideal, sendo
necessário, em alguns casos, ajustes oclusais prévios para obter uma oclusão dentro dos
padrões normais. Contudo, esta interferência poderia gerar a padronização da amostra,
confrontando com a proposta de simular a realidade clínica desejada em um estudo clínico,
que em muitos casos, não é padronizada. Por isso, o ajuste prévio da oclusão da amostra não
foi realizado.
No momento em que foram analisados os grupos de estratégias ER (ERD e ERW), os
resultados de adesão foram similares em termos de retenção, assim como outros parâmetros.
Quando comparados ao longo do tempo após 6 e 12 meses, também não houve diferença
estatística entre esses dois grupos (2 no grupo ERDry e 3 no grupo ERWet). Pode-se observar
que os dados clínicos semelhantes podem indicar que a dentina seca não intefere no resultado
de adesão com o sistema adesivo testado, principalmente porque a grande maioria dos estudos
disponíveis na literatura consideram a dentina úmida o ponto crucial para a adesão em
dentina.22,39 Uma justificativa para tal resultado poderia ser que, como os adesivos apresentam
solventes em sua composição, a presença de água desses solventes pode ser suficiente para
plastificar a rede de fibras colágenas colapsadas, permitindo assim, que ocorra uma
reexpansão e reabrimento dos espaços interfibrilares de dentina seca para que ocorra a
infiltração dos monômeros resinosos.40,41,42 No entanto, Reis et al. 2007 mostrou que uma
24
adesão realmente efetiva em dentina seca desmineralizada só é possível de ser conseguida na
técnica ER, se houver uma aplicação vigorosa e ativa do adesivo.42,44 A pressão mecânica
durante a fricção vigorosa pode comprimir a rede de colágeno de tal maneira que o adesivo
pode ser puxado para dentro da malha colágena quando esta pressão é aliviada.45,46 Como foi
descrito na metodologia deste estudo, o sistema adesivo foi aplicado de forma vigorosa e
ativa, e esta pode portanto ter sido a causa da ausência de diferença entre os grupos ER
realizados em dentina úmida ou em dentina seca.
Independentemente da estratégia de adesão, o presente estudo observou uma pequena
deterioração da adaptação marginal após 6 e 12 meses de avaliação clínica quando avaliados
pelos critérios do FDI (10 no grupo SET, 12 no grupo SEE, 5 no grupo ERDry e 4 no grupo
ERWet). Esse achado já foi observado em outras publicações com adesivos universais
contendo 10-MDP.17,22,23 O Futurabond U é considerado um sistema autocondicionante leve
(pH = 2,3), assim como a maioria dos adesivos universais disponíveis no mercado.22,47,48,49
Embora o padrão de condicionamento produzido pelos sistemas autocondicionantes dependa
do tempo de aplicação, modo de aplicação e da acidez (pH) presente no adesivo, os sistemas
autocondicionantes produzem um condicionamento de esmalte de baixa qualidade, com
micro-porosidades que reduzem a infiltração de resina em esmalte.22,48,50 Esse
condicionamento inferior dos sistemas autocondicionantes pode favorecer o descolamento
marginal, permitindo a infiltração de alimentos ou do biofilme bacteriano levando à um
manchamento marginal.51 Porém, neste estudo, na maioria dos casos, os defeitos marginais
foram pequenos e considerados clinicamente aceitáveis, já que o re-polimento das
restaurações pode alterar essas discrepâncias sem causar danos à integridade da
restauração.31,52,53É importante mencionar também que quando avaliados outros parâmetros
como a sensibilidade pós-operatória e cárie recorrente ao longo de 12 meses, não foi
encontrado nenhuma incidência de cárie recorrente nas restaurações com o adesivo
Futurabond U.
CONCLUSÃO
O desempenho clínico do adesivo universal Futurabond U associado ao compósito Admira
Fusion unidoses foi considerado seguro após 12 meses de avaliação clínica quando aplicado
em lesões cervicais não cariosas e independentemente da estratégia adesiva empregada.
25
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28
TABELAS
Tabela 1: Composição e número de lote dos materiais utilizados nos procedimentos restauradores
MATERIAL
(Fabricante)
NÚMERO DE LOTE
COMPOSIÇÃO
Futurabond U
(VOCO GmbH, Cuxhaven, Alemanha)
1609415
Ácido fosfórico 35% (Vococid): Ácido fosfórico a 35%
Adesivo: HEMA, Bis-GMA, HEDMA, monômero adesivo acídico (*), uretano dimetacrilato, catalisador, nanopartículas de sílica, etanol
Admira Fusion
(VOCO GmbH, Cuxhaven, Alemanha)
- cor A2: 1607524;
- cor A3: 1606252;
-cor A3,5: 1605482
Matriz resinosa: dimetacrilatos aromáticos e alifáticos, polisiloxano metacrilato-funcionalizado
Partículas de carga inorgânica: Vidro de Ba-Al, SiO2 pirogênica, volume de carga: 78 %. Fotoiniciador: canforquinona. Sinergista: NI
Abreviações: HEMA: 2-hidroxietil metacrilato; Bis-GMA: Bisfenol-A-glicidil dimetacrilato; HEDMA: 1,6-hexanediol dimetacrilato;
(*) monômero adesivo acídico na composição do Futurabond U é o 10-MDP : 10-methacryloyloxydecyl di-hidrogênio fosfato de acordo com o químico responsável pelo adesivo ( comunicação pessoal com o Dr. Martin Danebrock)
29
Tabela 2: Modo de aplicação do sistema adesivo nos grupos (*)
Grupo Modo de aplicaçãoCondicionamento ácido Adesivo Resina Composta
Autocondicionante sem condicionamento prévio (SEE)
Não
Deixar a dentina seca (não ressecar)
1. Ativar a embalagem adesiva de dose única;2. Aplicar o adesivo na superfície da cavidade com Voco Single Tim Brush por 20 s com agitação vigorosa;3. Secar com jato de ar suave por 5 s;4. Fotopolimerizar por 10 s a 1200 mW / cm2.
Inserir na cavidade incrementos de até 1 mm e fotopolimerizar cada incremento por 30 s (comprimento de onda de 470 nm, potência de 1200 mW / cm2).
Autocondicionante associado ao condicionamento seletivo do esmalte (SET)
Aplicar ácido SOMENTE em esmalte (30s), lavar por 30s, secar com ar para remover o excesso de água
Condicionamento ácido total, com dentina seca (ERDry) (**)
Aplique ácido no esmalte (30s) e dentina (15s), lavar durante 30s, secar com ar para remover o excesso de água
Condicionamento ácido total, com dentina úmida (ERWet)
Deixar a dentina úmida
(*) De acordo com as instruções do fabricante
(**) fabricante não indica este modo de aplicaçã
30
Tabela 3: Número de restaurações avaliadas em cada grupo experimental (*) classificado de acordo com os critérios da Federação Dentária Internacional (FDI)25,26
Critério da FDI (**) Baseline 12 meses
SEE SET ERWet ERDry SEE SET ERDry ERWet
Manchamento marginal
A 50 50 50 50 43 42 46 45
B -- -- -- -- 03 04 01 01
C -- -- -- -- -- -- -- --
D -- -- -- -- -- -- -- --
E -- -- -- -- -- -- -- --
Fraturas e retenção
A 50 50 50 50 46 46 47 46
B -- -- -- -- -- -- -- --
C -- -- -- -- -- -- -- --
D -- -- -- -- -- -- -- --
E -- -- -- -- 02 03 02 03
Adaptação marginal
A 50 50 50 50 31 36 42 42
B -- -- -- -- 15 10 05 04
C -- -- -- -- -- -- -- --
D -- -- -- -- -- -- -- --
E -- -- -- -- -- -- -- --
32
(Hiper) sensibilidade pós-operatória
A 50 50 50 50 46 46 47 46
B -- -- -- -- -- -- -- --
C -- -- -- -- -- -- -- --
D -- -- -- -- -- -- -- --
E -- -- -- -- -- -- -- --
Cárie recorrente
A 50 50 50 50 46 46 47 46
B -- -- -- -- -- -- -- --
C -- -- -- -- -- -- -- --
D -- -- -- -- -- -- -- --
E -- -- -- -- -- -- -- --
(*)SEE, autocondicionante sem condicionamento seletivo do esmalte; SET, autocondicionante com condicionamento seletivo do esmalte; ERWet, condicionamento ácido total, com dentina úmida; ERDry, condicionamento ácido total, com dentina seca.
(**) A = Clinicamente muito bom; B = Clinicamente bom; C = Clinicamente suficiente / satisfatório; D = Clinicamente insatisfatório; E = Clinicamente inapropriadas.
.
33
Tabela 4: Número de características das restaurações perdidas avaliadas após 12 meses.
32
Restaurações perdidas em 12 mesesGrupo Ângulo Profundidade
SET SEE ERDry ERWet 45-90° 90-135° > 135° < 1 mm 1mm > 1mm03 02 03 02 0 05 05 0 06 04
4 – CONSIDERAÇÕES FINAIS
O desenvolvimento contínuo de materiais, fazem com que sempre existam
novos sistemas adesivos, alguns bons, outros não. Por essa razão, é necessário que a escolha
dos materiais seja baseada em resultados clínicos bem conduzidos.
Apesar de o desempenho clínico do adesivo universal Futurabond U associado
ao compósito Admira Fusion unidoses ter sido considerado seguro após 12 meses de
avaliação clínica ainda se faz necessário finalizar os resultados para avaliar se o adesivo
Futurabond U possui efetividade clínica ao longo de 18 meses, conforme preconizado pela
ADA.
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5 – ANEXO
NORMAS PARA PUBLICAÇÃO NA REVISTA OPERATIVE DENTISTRY
INSTRUCTIONS TO AUTHORS
New Instructions as of 20 September 2008
Operative Dentistry requires electronic submission of all manuscripts. All submissions must be sent to Operative
Dentistry using the Allen Track upload site. Your manuscript will only be considered officially submitted after it
has been approved through our initial quality control check, and any problems have been fixed. You will have 6
days from when you start the process to submit and approve the manuscript. After the 6 day limit, if you have
not finished the submission, your submission will be removed from the server. You are still able to submit the
manuscript, but you must start from the beginning. Be prepared to submit the following manuscript files in your
upload:
• A Laboratory or Clinical Research Manuscript file must include: ◦ a title ◦ a running (short) title ◦ a clinical
relevance statement ◦ a concise summary (abstract) ◦ introduction, methods & materials, results, discussion and
conclusion ◦ references (see Below) ◦ The manuscript MUST NOT include any: ◾ identifying information such
as: ◾ Authors ◾ Acknowledgements ◾ Correspondence information ◾ Figures ◾ Graphs ◾ Tables • An
acknowledgement, disclaimer and/or recognition of support (if applicable) must in a separate file and uploaded
as supplemental material.
• All figures, illustrations, graphs and tables must also be provided as individual files. These should be high
resolution images, which are used by the editor in the actual typesetting of your manuscript. Please refer to the
instructions below for acceptable formats. • All other manuscript types use this template, with the appropriate
changes as listed below.
Complete the online form which includes complete author information and select the files you would like to send
to Operative Dentistry. Manuscripts that do not meet our formatting and data requirements listed below will be
sent back to the corresponding author for correction.
GENERAL INFORMATION
• All materials submitted for publication must be submitted exclusively to Operative Dentistry. • The editor
reserves the right to make literary corrections. • Currently, color will be provided at no cost to the author if the
editor deems it essential to the manuscript. However, we reserve the right to convert to gray scale if color does
not contribute significantly to the quality and/or information content of the paper. • The author(s) retain(s) the
right to formally withdraw the paper from consideration and/or publication if they disagree with editorial
decisions. • International authors whose native language is not English must have their work reviewed by a
native English speaker prior to submission. • Spelling must conform to the American Heritage Dictionary of the
English Language, and SI units for scientific measurement are preferred. • While we do not currently have
limitations on the length of manuscripts, we expect papers to be concise; Authors are also encouraged to be
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selective in their use of figures and tables, using only those that contribute significantly to the understanding of
the research. • Acknowledgement of receipt is sent automatically. If you do not receive such an
acknowledgement, please contact us at [email protected] rather than resending your paper. • IMPORTANT:
Please add our e-mail address to your address book on your server to prevent transmission problems from spam
and other filters. Also make sure that your server will accept larger file sizes. This is particularly important since
we send page-proofs for review and correction as .pdf files.
REQUIREMENTS
• FOR ALL MANUSCRIPTS
1. CORRESPONDING AUTHOR must provide a WORKING / VALID e-mail address which will be used for
all communication with the journal. NOTE: Corresponding authors MUST update their profile if their e-mail or
postal address changes. If we cannot contact authors within seven days, their manuscript will be removed from
our publication queue.
2. AUTHOR INFORMATION must include:
◾ full name of all authors ◾ complete mailing address for each author ◾ degrees (e.g. DDS, DMD, PhD) ◾
affiliation (e.g. Department of Dental Materials, School of Dentistry, University of Michigan)
3. MENTION OF COMMERCIAL PRODUCTS/EQUIPMENT must include: ◾ full name of product ◾ full
name of manufacturer ◾ city, state and/or country of manufacturer
4. MANUSCRIPTS AND TABLES must be provided as Word files. Please limit size of tables to no more than
one US letter sized page. (8 ½ ” x 11”)
5. ILLUSTRATIONS, GRAPHS AND FIGURES must be provided as TIFF or JPEG files with the following
parameters ◾ line art (and tables that are submitted as a graphic) must be sized at approximately 5” x 7” and
have a resolution of 1200 dpi. ◾ gray scale/black & white figures must have a minimum size of 3.5” x 5”, and a
maximum size of 5” x 7” and a minimum resolution of 300 dpi and a maximum of 400 dpi. ◾ color figures
must have a minimum size of 2.5” x 3.5”, and a maximum size of 3.5” x 5” and a minimum resolution of 300 dpi
and a maximum of 400 dpi. ◾ color photographs must be sized at approximately 3.5” x 5” and have a
resolution of 300 dpi.
• OTHER MANUSCRIPT TYPES
1. CLINICAL TECHNIQUE/CASE STUDY MANUSCRIPTS must include: ◾ a running (short) title ◾
purpose ◾ description of technique ◾ list of materials used ◾ potential problems ◾ summary of advantages
and disadvantages ◾ references (see below)
2. LITERATURE AND BOOK REVIEW MANUSCRIPTS must include: ◾ a running (short) title ◾ a
clinical relevance statement based on the conclusions of the review ◾ conclusions based on the literature
review…without this, the review is just an exercise ◾ references (see below)
35
• FOR REFERENCES
REFERENCES must be numbered (superscripted numbers) consecutively as they appear in the text and, where
applicable, they should appear after punctuation.
The reference list should be arranged in numeric sequence at the end of the manuscript and should include: 1.
Author(s) last name(s) and initial (ALL AUTHORS must be listed) followed by the date of publication in
parentheses. 2. Full article title.
3. Full journal name in italics (no abbreviations), volume and issue numbers and first and last page numbers
complete (i.e. 163-168 NOT attenuated 163-68). 4. Abstracts should be avoided when possible but, if used, must
include the above plus the abstract number and page number. 5. Book chapters must include chapter title, book
title in italics, editors’ names (if appropriate), name of publisher and publishing address. 6. Websites may be
used as references, but must include the date (day, month and year) accessed for the information. 7. Papers in the
course of publication should only be entered in the references if they have been accepted for publication by a
journal and then given in the standard manner with “In press” following the journal name. 8. DO NOT include
unpublished data or personal communications in the reference list. Cite such references parenthetically in the
text and include a date.
EXAMPLES OF REFERENCE STYLE
• Journal article: two authors Evans DB & Neme AM (1999) Shear bond strength of composite resin and
amalgam adhesive systems to dentin American Journal of Dentistry 12(1) 19-25.
• Journal article: multiple authors Eick JD, Gwinnett AJ, Pashley DH & Robinson SJ (1997) Current concepts on
adhesion to dentin Critical Review of Oral and Biological Medicine 8(3) 306-335.
• Journal article: special issue/supplement Van Meerbeek B, Vargas M, Inoue S, Yoshida Y, Peumans M,
Lambrechts P & Vanherle G (2001) Adhesives and cements to promote preservation dentistry Operative
Dentistry (Supplement 6) 119-144.
• Abstract: Yoshida Y, Van Meerbeek B, Okazaki M, Shintani H & Suzuki K (2003) Comparative study on
adhesive performance of functional monomers Journal of Dental Research 82 (Special Issue B) Abstract #0051 p
B-19.
• Corporate publication: ISO-Standards (1997) ISO 4287 Geometrical Product Specifications Surface texture:
Profile method – Terms, definitions and surface texture parameters Geneve: International Organization for
Standardization 1st edition 1-25.
• Book: single author Mount GJ (1990) An Atlas of Glass-ionomer Cements Martin Duntz Ltd, London.
• Book: two authors Nakabayashi N & Pashley DH (1998) Hybridization of Dental Hard Tissues Quintessence
Publishing, Tokyo.
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• Book: chapter Hilton TJ (1996) Direct posterior composite restorations In: Schwarts RS, Summitt JB, Robbins
JW (eds) Fundamentals of Operative Dentistry Quintessence, Chicago 207-228.
• Website: single author Carlson L (2003) Web site evolution; Retrieved online July 23, 2003 from:
http://www.d.umn.edu/~lcarlson/cms/evolution.html
• Website: corporate publication National Association of Social Workers (2000) NASW Practice research survey
2000. NASW Practice Research Network, 1. 3. Retrieved online September 8, 2003 from:
http://www.socialworkers.org/naswprn/default
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