Órgão oficial da associação brasileira de químicos e coloristas … · 2019-05-28 ·...

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XXXIX Março 2015 Nº118 ISSN 0102-8235 Órgão Oficial da Associação Brasileira de Químicos e Coloristas Têxteis www.abqct.com.br Corporate Member Membro Titular

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chapéu

XXXIX Março 2015 Nº118ISSN 0102-8235

Órgão Oficial da Associação Brasileirade Químicos e Coloristas Têxteis

www.abqct.com.brCorporate Member Membro Titular

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sumário

XXXIX Março 2015 Nº118ISSN 0102-8235

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55revestimentoReação ao fogo de Revestimentos

têxteis de piso

acabamentoefeitos sUpeRfÍCiais soBRe o Índigo

paRte i - pRoCedimentos fÍsiCos

qualidadeanálises CompaRativas de

pRopRiedades fÍsiCas paRa teCidos

de seda entRe os pRoCessos de

degomagem e tRatamento CoRona

tecnologia de

tratamentoRemediação de CoRante dispeRsivo

UtiliZando teCnologia de

tRatamento: fotoQUÍmiCa H2o2/vis.

meio ambienteestUdo amBiental do

BenefiCiamento do algodão

UtiliZando a peCtinase

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Diretoria NacionalPresidente: Evaldo Turchet

Vice-Presidente: Lourival Santos Flor1º Secretário: Ricardo Vital de Abreu

2º Secretário: Reginaldo Rogério Segura1º Tesoureiro: Agostinho de Souza Pacheco

2º Tesoureiro: Adir GrahlDiretor Técnico: Humberto Sabino

Núcleo AmericanaCoordenador: Durval B. F. Costa

Vice-coordenador: João José GloboSecretário: Izaias Ezipati

Tesoureiro: Eduardo JungerSuplente: José Antonio M. Lima

Suplente: Irani Monteiro

Núcleo NordesteCoordenador: Clélia Elioni Ferreira de CarvalhoVice-coordenador: Silvagner Adolpho Veríssimo

Tesoureiro: Francisco Paiva CostaSecretário: Milton Glavina

Suplente: Manuel Augusto Vieira

Núcleo Santa CatarinaCoordenador Geral: João Vergilio Dias

Vice-coordenador: Walter Alvaro da Silva JuniorSecretário: Vitor Alexandre dos Santos

Tesoureiro: Sérgio da Costa VieiraSuplente: André Luiz Klein da SilvaSuplente: Luiz Alexandre Schneider

Corpo RevisorEsta edição da Revista Química Têxtil contou com uma equipe técnica

para revisar os artigos aqui publicados.A equipe é formada pelos seguintes profissionais

Evaldo Turqueti, Humberto Sabino, Luiz Wagner de Paula, Mery Filho e Vitor dos Santos

Os autores devem enviar seus artigos para publicaçãocom pelo menos 3 meses de antecedência.

ExpedienteQuímica Têxtil é uma publicação da Associação Brasileira de

Químicos e Coloristas Têxteis. Os artigos publicados aqui são de inteiraresponsabilidade dos seus autores. ISSN 0102-8235

Periodicidade: trimestral (março/ junho/ setembro/ dezembro)Distribuição: mala direta para os associados da ABQCT: indústrias têxteis,

tinturarias e entidades filiadas à FLAQT e AATCC.Circulação: São Paulo, Santa Catarina, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Produção Gráfica: Raphael Inácio(11) 9 9804.0962

[email protected]

Impressão: Gráfica Referência

Administração e Departamento ComercialPraça Flor de Linho, 44, Alphaville, 06453-000, Barueri, SP11- 4195 4931 / Fax 11- 4191 9774 / [email protected]

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editorial

Nos dias 27 e 28 de Novembro passado, a ABQCT esteve presente à solenidade de cinquentenário da FLAQT – Federação Latinoamericana de Químicos Têxteis, em Buenos Aires, Argentina quando, entre outras coisas foi alterado o estatuto daquela instituição.

Este foi o resultado de uma proposta de mudança de foco que foi apresentada, pela própria FLAQT, no último Congresso realizado em Setembro/2013 na Colôm-bia, ocasião em que se discutiu largamente sobre as dificuldades encontradas pe-las associações membro da Federação que unanimemente apresentam resultados desanimadores e dificuldades financeiras pela diminuição de associados e escassas contribuições de empresas locais.

A FLAQT sensibilizada com a situação das associações e também sentindo que precisava ampliar sua área de atuação, propôs à Assembleia Geral que seu estatu-to fosse alterado prevendo a inclusão de profissionais de toda e qualquer área do segmento têxtil e não somente dos químicos têxteis como constava até então. Esta modificação foi aprovada por unanimidade e iniciou-se o estudo para elaboração do novo estatuto. Este novo estatuto foi apresentado e aprovado em assembleia duran-te a comemoração dos cinquenta anos.

Assim, a instituição passou a chamar-se FEDERAÇÃO LATINOAMETICANA DE QUÍMICOS E PROFISSIONAIS TÊXTEIS – FLAQPT, e abre espaço para profissionais de fiação, tecelagem, confecção, lavanderia, design, e demais segmentos que com-põem a indústria têxtil de uma maneira geral.

As associações dos países latino-americanos que compõem a federação foram incentivadas a adotarem as mesmas medidas para ampliarem seus horizontes e aco-lherem os profissionais de outras áreas, além da química, e assim contar com novas ferramentas de trabalho para conseguir novos associados e parceiros.

De agora em diante, a ABQCT estará aberta e aceitará estes profissionais, in-clusive publicando em sua revista artigos técnicos de outros segmentos industriais visando aumentar seu público alvo e incrementar seu quadro associativo.

Também serão aceitos novos temas para palestras, congressos e eventos que a associação vier a organizar, sempre com o intuito de levar o máximo de conhecimen-to técnico aos seus associados, sejam eles de qualquer especialidade têxtil.

Evaldo Turchet Presidente

FLAQT – 50 ANOS

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INTrOdUçãONa década de setenta, aconteceu nos Estados

Unidos um fenômeno social comum a todas as so-ciedades mundiais, mas de características únicas no caso americano. Atraídos por melhores salários pa-gos nas metrópoles, os “camponeses” que migraram para as cidades, por saudades de sua terra natal ou talvez pela carência de roupas para vestir, começa-ram a usar o “blue jeans” nas cidades. Por imitação e, além disso, pela identificação com o ícone tradicio-nal do vaqueiro dos povoados sulistas, promovido pelas estrelas cinematográficas de Hollywood, os ci-dadãos adotaram o “blue jeans” como a vestimenta de recreio e lazer dos finais de semanas.

A melhor maneira de diferenciar o real da imita-

EFEITOS SUPERFÍCIAIS SOBRE O ÍNDIGO

PARTE I - PROCEDIMENTOS FÍSICOS

Tradução: Agostinho S. Pacheco – ABQCT Revisão: Vitor dos Santos

MIRKo R. CoSTAInstituto Químico de Lima, Peru

ção, isto é, entre o usuário ocasional e o usuário ori-ginal, o camponês nato e o usuário da cidade que o vestia por imitação, entre o que havia visto o vaqueiro e o que somente o conhecia através dos filmes, era pela antiguidade do “blue jeans”, determinada pelo seu desgaste. A maioria dos efeitos de desgaste superfi-cial são frutos dos desenvolvimentos motivados pela obcecada intenção de perpetuar a vida das calças de vaqueiros tingidas com índigo.

Porém, a que se deve a permanência do índigo no mercado mundial, apesar de todas suas reconhecidas debilidades? Surpreendentemente, às suas mesmas debilidades; a sua moderada solidez em geral à lava-gem, luz e fricção e a sua forma de tingimento em fios, mas sobretudo ao seu “marketing” de vendas.

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acabamento

dESGASTE dO dENIMPodemos dizer que a atração atual do índigo se

deve aos efeitos que aparecem sobre a superfície das confecções ressaltando sua descoloração zonal devida em parte à sua baixa solidez e em parte ao seu tingi-mento periférico, obra de sua baixa penetração na fibra.

Esta descoloração é devida ao movimento dos fios que permite às fibras brancas, não tingidas, emergir de seu interior e as azuis, tintas com índigo, submergir no interior (fato que conhecemos como “revolução”), o ataque de produtos químicos que ocasiona a descolo-ração do corante e ao alvejamento das fibras não tintas pela ação de agentes oxidantes.

Vamos retomar ao objetivo do nosso tema, o tra-tamento de peças confeccionadas. Estas, depois de um período de uso e principalmente nas costuras e zonas onde havia impedimento para o movimento dos fios, desenrolam as fibras causando diferentes graus de revo-lução dessas, fibras que são visualizados como variações na profundidade ou na intensidade da cor, especial-mente notórias nas peças de algodão tinto com índigo no urdume, além de sua descoloração geral e aumento em seu brilho. Este aspecto característico de envelheci-mento, que no caso dos tecidos de índigo pode ser cha-mado de “uso e abuso”, “sal e pimenta” ou simplesmente “contraste”, se converteu em algo muito desejado por uma parte considerável dos usuários nos últimos anos.

Com a finalidade de outorgar um caráter técnico e didático ao tema, classificaremos as técnicas que são empregadas para conseguir este efeito, seja a revo-lução das fibras do fio com a manipulação e uso da prenda ou aquelas devidas à descoloração do corante índigo na roupa, em físicas, químicas e bioquímicas, que serão tema de outras publicações.

Os procedimentos físicos:A descoloração física se iniciou com lavagens in-

dustriais fortes, aos quais posteriormente também foram incorporadas pedras-pomes que, além de acen-tuar e acelerar o desgaste danificavam a peça ao evi-denciar a deterioração das partes débeis dos fios, oca-sionando espaços ocos.

As pedras-pomes usadas para acelerar o proces-so de desgaste tinham um tamanho que variava entre 2,54 cm. e 25,4 cm. (1 a 10 polegadas) cuja deteriora-ção formava partículas menores pela natureza abrasiva do processo. Normalmente o tratamento se prolon-gava por um período de tempo suficiente para que o tecido sofresse a abrasão pétrea requerida. Além disso, os golpes das pedras contra as peças confeccionadas amaciava o tecido e produzia uma descoloração da superfície similar à obtida com o uso prolongado da roupa. As partículas de pedra-pomes nas prendas, re-sultado da moagem que sofriam no processo, deviam ser eliminadas de forma manual dado que tendiam a se acumular e poderiam provocar sobrecarga aos mo-tores elétricos, danos mecânicos nos coxins de rotação das paletas e nos tambores de agitação, além de obs-truir os tubos de drenagem da lavadora e até entupir os encanamentos de desague da rede de esgoto.

PEdrAS-POMES

Com a finalidade de amenizar a deterioração física da prenda ocasionada pelas pedras-pomes, foram em-pregadas bolinhas de plástico, cubos de madeira cober-tos com lixa, garrafas de policarbonato e, ultimamente, espigas de milho secas para provocar a abrasão e no caso do envelhecimento químico, o agente oxidante.

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Posteriormente, utilizou-se um equipamento co-mum da indústria de pinturas para desenvolver o lixa-mento por jatos de ar, manual e industrial, conhecido como “Sand Blast”, em inglês. Trata-se de um processo de descoloração física com material abrasivo seco, lan-çado sob pressão para lixar a superfície do tecido com a finalidade de desgastá-la ou melhorar a aderência dos recobrimentos. Essas “máquinas jateadoras” indus-triais empregam abrasivos comuns para a indústria de pinturas, como: areia de silício, limalha de aço, óxido de alumínio e micro esferas de cristal, que permite um desgaste localizado e/ou um determinado desenho.

Máquina Jateadora

Limalha de Aço

O processo se baseia no fato de que as zonas ex-postas aos jatos abrasivos exibem maior descoloração quando comparadas com as zonas não expostas da peça confeccionada, simulando um aspecto de maior envelhecimento. As áreas mais comuns expostas ao li-xamento são as áreas dos quadris e das coxas, no caso de calças; as áreas dos cotovelos e ombros das jaque-tas; e a área frontal e quadris das saias.

São praticados diferentes graus de abrasão, segun-do solicitado pelo cliente e/ou a especificação requeri-

da; assim, são conhecidos de maior para menor os se-guintes efeitos:- i) grau de metal branco, ii) grau de metal quase branco, iii) grau de metal comercial e iv) grau de rajadas, segundo a intensidade do efeito.

Aparelho de pernas infláveispara aproximar a prenda à zona de abrasão.

Graus de abrasão.

Com a finalidade de focalizar o efeito nas calças tratadas, são empregadas pernas artificiais infláveis que facilitam a aproximação da prenda à máquina de jatos abrasivos. Muitas vezes são usados moldes entre a prenda e a perna inflável para aproximar mais ainda dos jatos abrasivos e acentuar o efeito de abrasão.

acabamento

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Detalhe do bolso esquerdo obtido pelaaproximação do molde à superfície abrasiva.

Outras vezes se usa um molde com um determi-nado desenho que permite lixar certas áreas e prote-ger o entorno, seguindo o desenho. A área lixada, pos-teriormente, pode ser contrastada com um tingimento para torná-la mais notória.

Desenhos lixados com ajuda de moldes.

Os equipamentos mais comuns usados com estas finalidades são manuais, mas existem outros comple-tamente automatizados ou robotizados, que facilitam o trabalho em série e garantem a uniformidade e in-tensidade do efeito em todas as prendas processadas.

Inicialmente, este efeito se limitava unicamen-te ao jato abrasivo, mas hoje podemos incluir dentro

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acabamento

deste conceito os desgastes esmerilhados localizados com diferentes cabeças de esmeril, que marcam certas dobras intencionais nas prendas, formando figuras na parte superior dianteira da calça ou na parte traseira dos joelhos. Segundo sua direção, estes novos efeitos recebem diferentes nomes, tais como: “bigodes de gato” (whiskers) quando são horizontais; “galões” (che-vrons) quando são verticais e “moscas” (nicks) quando apresentam a imitação de rugas feitas com ferro de passar e em qualquer direção. Podem ser feitas com lixa solta, nebulizadores com permanganato, pigmen-tos ou marcadores.

Bigodes de gato (whiskers)

Bigodes. Galões.

Da mesma forma que os bigodes de gato, são rea-lizados desgastes localizados entre as pernas das calças ou nas laterais, buscando simular as rugas ou desgas-tes naturais que sofre a prenda com o movimento re-petitivo do caminhar.

Abrasão por esmerilhamento manual.

O exemplo acima mostra o desgaste contínuo nas bordas dos bolsos dianteiros e traseiros, bem como em ou-tras áreas das pernas. Podem ser realizados no princípio, em fases intermediárias ou no final do processo úmido.

Abrasão por esmerilhamento manual.

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acabamento

Moscas (Nicks): desgaste intermitente ou peque-nos piques realizados em bolsos, costuras e outras áre-as, mediante o roçar da prenda com um esmeril pon-tiagudo. Pode ser também um desgaste em forma de raias ou linhas delgadas realizado em outras zonas da prenda com o mesmo artefato.

Efeito de “ocos” ou “buracos”.

Buracos (holes) ou “ocos” são desgastes feitos por toda a prenda com a finalidade de destruir o urdume e preservar a trama do tecido. Podem ser feitos com esmeril, bisturi e raios laser.

Efeito Tacking

O efeito “tacking” consiste em sujeitar pequenas porções do tecido em uma zona específica da prenda mediante o uso de flechas (setas ou laminas) plásticas para, dessa maneira obter um efeito de tonalidade mais escura na zona de aplicação. É realizada no princí-pio ou meio do processo úmido.

Efeito amassado ou “empacotado”.

O efeito “empacotado” é obtido por um processo manual, no qual a prenda quando crua é submetida a um empacotamento ou amarração parcial com ma-lhas ou outras formas, com o objetivo de imobilizá-la e obter o amassamento ou dobras aleatórias e zonas de diferentes tonalidades.

A seguir, conheceremos os nomes com os quais são conhecidos estes efeitos no meio dos profissionais desta área, com a intenção de igualar a terminologia.

Sand Blasting Físico: processo de desgastes físi-co que se realiza por meio de jatos de areia abrasiva sob pressão, aplicados sobre as prendas de índigo, bus-cando efeitos de envelhecimento.

Lixado ou Hand Blasting: processo de desgaste físico manual que se aplica na prenda crua; a aplicação pode ser total, parcial ou irregular. Sobre a parte lixada podem ser feitos realces com corantes ou pigmentos por meio de esponja para obter efeitos contrastantes.

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Stone Wash: processo de envelhecimento das prendas, seja por abrasão de pedra pomes simples ou junto com enzimas tipo celulares (sejam estas ácidas ou neutras) para amenizar a severidade do tratamento. É caracterizado por ressaltar as costuras, desgastar as bordas e descolorir a tonalidade ou remover o corante da superfície da prenda.

Sand Wash ou Lavagem com areia: o processo emprega pedra pomes moída ou terras diatomáceas (are-nosas) para conseguir efeitos mais uniformes ao evitar o golpe das pedras, que geralmente são pontiagudas.

Stone Less: lavagem com enzimas em ausência de pedras; o aspecto da prenda submetida a esta la-vagem bioquímica é similar ao Stone Wash, mas com a vantagem de não apresentar desgaste nas bordas e nem nas costuras; uma vez que são obtidos os fortes efeitos superficiais tradicionais sem deterioração ex-cessiva da prenda.

Desengomagem ou Pré-lavagem em peças: eli-minação das gomas ou outros produtos aglutinadores aplicados aos fios do urdume no processo de tecela-gem com a finalidade de flexibilizar a prenda e facilitar os processos posteriores. As gomas a serem eliminadas podem ser: solúveis em água, como o CMC; semi so-lúveis como o álcool polivinílico ou insolúveis como o amido. No caso do amido, a enzima empregada deve ser do tipo amilase.

Industrial Wash ou Lavagem Industrial: proces-so de desengomagem com pedra pomes e um fixa-dor de corante índigo, com o objetivo de conservar a tonalidade escura. A abrasão mostra um efeito mais contrastante e um amaciamento final para a peça con-feccionada.

Rain Wash/Acid Wash/Frosted: processos quími-cos aplicados em seco que consistem em encharcar a pedra pomes seca com uma solução de hipoclorito de sódio ou permanganato de potássio para provocar um desgaste irregular nas zonas de impacto da pedra. É necessário neutralizar o processo.

ocean Magic: processo similar ao anterior, mas que emprega um produto abrasivo mais leve (areia). É utilizado especialmente para prendas leves e delicadas (tecido de malha ou outros). É necessário neutralizar o processo.

Flechas Plásticas: processo que consiste em co-locar flechas (setas ou laminas) plásticas em diferen-tes locais e de maneira irregular, para conseguir rugas grossas ou finas que, a seguir, como resultado da abra-são, deixam certos contrastes entre escuro e claro.

Craqueado: consiste em amarrar a prenda antes de iniciar um processo úmido, obtendo efeitos de ru-gas totais ou parciais, regulares ou irregulares. Trata-se de um empacotamento parcial das prendas.

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REAçãO AO FOGO DE REvESTIMENTOS TêxTEIS DE PISO

Pesquisadores do Laboratório de Segurança ao Fogo e a Explosões do [email protected] - www.ipt.br/LSFEx

Revisão: Luiz Wagner de Paula

AuToRES: AnTonIo FERnAnDo BERTo E CARLoS RoBERTo METzKER DE oLIVEIRA

INTrOdUçãOO Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) tem

dado suporte técnico à indústria de revestimentos têx-teis empregados em pisos destinados à construção civil para viabilizar o cumprimento de legislações estaduais de segurança contra incêndio em edificações, tendo em conta exigências de reação ao fogo. O trabalho é reali-zado no Laboratório de Segurança ao Fogo e a Explo-sões (LSFEx), ligado ao Centro Tecnológico do Ambiente Construído (CETAC), que funciona dentro do Instituto.

Reação ao fogo é um termo que denota o compor-tamento dos materiais em situação de incêndio e a con-tribuição que podem dar ao seu desenvolvimento. No

caso de revestimentos têxteis de pisos, tal contribuição está associada à facilidade com que sofrem a ignição, propagam chamas na superfície e geram fumaça.

As regras aplicadas a estes produtos estão incluí-das nas Regulamentações de Proteção Contra Incên-dio dos Corpos de Bombeiros de alguns estados brasi-leiros, como é o caso de São Paulo, Goiás e Paraná, sob o nome de Controle de Materiais de Acabamento e Revestimento, onde se estabelecem condições de de-sempenho a serem atendidas quanto à reação ao fogo. Têm o intuito de evitar que se estabeleçam, nos dis-tintos ambientes das edificações, condições propícias para o rápido crescimento e propagação do incêndio.

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revestimento

A classe I está reservada aos pisos compostos por materiais cerâmicos, pétreos e cimentícios, ou seja, ma-teriais eminentemente inorgânicos que são incombus-tíveis. Trata-se de uma categoria superior destinada aos materiais que de nenhuma maneira contribuem para o desenvolvimento do incêndio, pois não sofrem ignição. Nas demais categorias estão os materiais combustíveis, entre os quais se incluem os revestimentos têxteis.

No método de ensaio para avaliação da incombus-tibilidade, de acordo com a norma ISO 1182, corpos de prova representativos do material que se deseja avaliar são inseridos no forno, cuja temperatura é mantida em 750°C. Verifica-se nessa condição a liberação de calor, o desenvolvimento de chamas e a perda de massa.

Os outros três métodos de ensaio destinam-se aos materiais combustíveis, onde se destaca a categoria II-A como a melhor entre os materiais combustíveis. Os revestimentos têxteis de piso são classificados a partir desses métodos. O LSFEx realiza esses três ensaios.

Em primeiro lugar, deve ser verificada a ignitabili-dade do produto, com exposição à chama de queima-dor padrão, seguindo-se a norma ISO 11925-2. Este en-

saio visa verificar os efeitos da incidência de pequeno fogo sobre o revestimento têxtil em uma área limitada, sem a presença de radiação. Não é razoável admitir que o fogo se estabeleça no produto a partir da incidência em sua superfície de uma pequena fonte de fogo.

Nesse ensaio, a propagação da chama é verificada levando em conta o tempo em que a frente da chama leva para atingir a marca de 150 mm, medida a partir

(exposição = 15 s)

Incombustível∆T ≤ 30°C;

∆m ≤ 50%; - - -tf ≤ 10 s

A Combustível Fluxo crítico ≥ 8,0 kW/m² FS ≤ 150 mm em 20 s Dm ≤ 450

B Combustível Fluxo crítico ≥ 8,0 kW/m³ FS ≤ 150 mm em 20 s Dm > 450

A Combustível Fluxo crítico ≥ 4,5 kW/m² FS ≤ 150 mm em 20 s Dm ≤ 450

B Combustível Fluxo crítico ≥ 4,5 kW/m³ FS ≤ 150 mm em 20 s Dm > 450

A Combustível Fluxo crítico ≥ 3,0 kW/m² FS ≤ 150 mm em 20 s Dm ≤ 450

B Combustível Fluxo crítico ≥ 3,0 kW/m³ FS ≤ 150 mm em 20 s Dm > 450

A Combustível Fluxo crítico < 3,0 kW/m² FS ≤ 150 mm em 20 s Dm ≤ 450

B Combustível Fluxo crítico < 3,0 kW/m² FS ≤ 150 mm em 20 s Dm > 450V

-VI Combustível - FS > 150 mm em 20 s

ASTM E 662

II

III

IV

Método de ensaioISO 1182

Classe ISO 11925-2NBR 8660

I

CLASSIFICAçãO dOS MATErIAIS dErEVESTIMENTO dE PISO QUANTO À rEAçãO AO FOGO

Nas regulamentações mencionadas os revestimentos de piso devem ser classificados quanto à reação ao fogo, conforme disposto na Tabela 1, tendo em conta a execução de quatro ensaios laboratoriais distintos de rea-ção ao fogo.

Classificação dos materiais de revestimento de piso.

FS – Avanço da chamaDm – Densidade específica óptica máxima corrigida de fumaça

Foto 1 - Ensaio de incombustibilidade

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QUÍMICA TÊXTIL

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do ponto de aplicação da chama e pelo período de 15 segundos (Foto 2). Caso a frente de chama supere a marca de 150 mm em 20 segundos, a partir da aplica-ção do queimador, o produto será classificado como VI. Caso isso não ocorra, poderá ser classificado nas ca-tegorias II, III, IV ou V, dependendo do resultado do en-saio realizado de acordo com a norma ABNT NBR 8660.

Foto 2 - Equipamento para determinaçãoda ignitabilidade – Carpete submetido a ensaio

O método de ensaio descrito na norma ABNT NBR 8660 é utilizado para determinar o fluxo crítico de ener-gia radiante de revestimentos de piso expostos a uma fonte de calor, dentro de uma câmara de ensaio fecha-da (Fotos 3, 4 e 5). O fluxo radiante simula os níveis de radiação térmica que os materiais estariam expostos em sua superfície, durante os estágios iniciais de um incêndio. Os corpos de prova, com dimensões de 230 ± 5 mm de largura e 1.050 ± 5 mm de comprimento, são colocados em posição horizontal e abaixo de um painel radiante poroso inclinado a 30º em relação a sua superfície, sendo expostos a um fluxo radiante padro-nizado. Uma chama piloto é aplicada na extremidade do corpo de prova mais próxima do painel radiante e a propagação de chama desenvolvida na superfície do material é verificada, medindo-se o tempo para atingir as distâncias padronizadas, indicadas no suporte metá-lico onde o corpo de prova é inserido.

O fluxo crítico de energia radiante corresponde ao menor nível de energia capaz de manter a propagação de chamas na superfície do material e é medido em quilowatt por metro quadrado (kW/m²).

Pode-se observar na Tabela 1 que quanto maior o fluxo crítico (densidade crítica de fluxo de energia térmica) maior será a quantidade de energia requeri-da para a chama manter-se na superfície do material e, consequentemente, tem-se um melhor desempenho quanto à reação ao fogo no material.

Esse ensaio pressupõe a existência de um incên-dio em um recinto adjacente, resultando na existência de uma frente de chama no revestimento do piso e um fluxo de calor intenso sobre o mesmo. É importante observar que os revestimentos de piso não são avalia-dos em relação a sua contribuição para o crescimento de fogo no recinto de origem.

Foto 3 - Vista geral do equipamento de ensaiopara determinação da densidade crítica

de fluxo de energia térmica

Foto 4 - Interior do equipamento de ensaio para determinação da densidade crítica de fluxo de energia

térmica com produto instalado para ser ensaiado

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Foto 5 - Ensaio para determinação da densidade crítica de fluxo de energia térmica– Carpete submetido a ensaio

O terceiro ensaio destina-se a classificar os reves-timentos têxteis de piso quanto à geração de fumaça (densidade óptica da fumaça), quando expostos a um fluxo de energia térmica com e sem a presença de uma chama piloto (Fotos 6 e 7). A medição é feita em função da opacidade da fumaça medida pela atenuação de um foco de luz que atravessa verticalmente a câmara de ensaio. O método de ensaio utilizado para esse fim é o ASTM E662.

Os produtos, de acordo com esse método, são en-quadrados nas categorias A ou B, que corresponde a um atributo da classificação obtida de acordo com o método ABNT NBR 8660. Os produtos da Classe A são aqueles que geram fumaça com densidade óptica li-mitada, portanto, podem ser empregados no interior das edificações, já os produtos Classe B superam a li-mitação imposta e só podem ser empregados em am-bientes externos às edificações.

Os produtos classificados como incombustíveis (Classe I) são considerados inertes em uma situação de incêndio, ou seja, não sofrem ignição, desta forma não geram fumaça. Por conta disto são isentos deste en-

revestimento

saio. Note-se que os revestimentos têxteis de piso não se enquadram nessa categoria.

Já os produtos classificados como VI não necessi-tam ser avaliados quanto à densidade óptica de fumaça, pois são considerados de emprego inaceitável pelo fato de propagarem rapidamente o fogo quanto atacados por uma pequena chama. Desta forma, a classificação dos produtos têxteis de revestimento de piso desdobra--se em II-A e II-B, III-A e III-B, IV-A e IV-B e V-A e V-B.

Foto 6 - Vista geral do equipamento de ensaio para determinação da densidade óptica de fumaça

Foto 7 – Detalhe do ensaio de óptica de fumaça

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EXIGÊNCIAS QUANTO À rEAçãO AO FOGO PArA OS rEVESTIMENTOS TÊXTEIS dE PISO

Para os revestimentos têxteis de piso não se pode esperar o enquadramento na Classe I, portan-to, não é necessário nos ensaios de avaliação prever a execução da avaliação da incombustibilidade des-ses produtos. Este fato, entretanto, não coloca ne-nhum obstáculo ao emprego destes produtos nas edificações.

Os critérios de projeto para seleção de produtos de revestimento de piso, estabelecidos nas regula-mentações estaduais de proteção contra incêndio de alguns dos Corpos de Bombeiros (quando o tema é tratado de forma adequada), não exigem que os reves-timentos de piso sejam incombustíveis. Admite-se que os produtos utilizados tenham a classificação I (incom-bustíveis), mas também II-A, III-A e IV-A.

Estas regulamentações não admitem revestimen-tos de piso, enquadrados em qualquer categoria, clas-sificados com o atributo B quanto à densidade óptica de fumaça. Também não admitem produtos classifi-cados com VI e como V-A ou V-B. Nestas duas últimas situações deve-se destacar que, apesar dos produtos comprovadamente não propagarem rapidamente o fogo quando atacados por uma pequena chama, não há limite para a densidade crítica de fluxo de energia térmica, ou seja, a chama pode propagar intensamen-te no produto quando exposto a uma situação de in-cêndio nas proximidades e desta forma comprometer a segurança contra incêndio nas edificações.

Estas limitações não representam obstáculos in-contornáveis para os revestimentos têxteis de piso, já que, por um lado, não são exigências de rigor extre-mo e, por outro lado, não são eventuais maus resul-tados podem ser contornados com o aprimoramento dos produtos.

É importante destacar que os aspectos aqui le-vantados da regulamentação de proteção contra in-cêndio proporcionam referências para avaliar e apri-morar o desempenho de revestimentos dos pisos sob a ação do fogo e seguir o mesmo padrão empregado na Europa e nos Estados Unidos. Desta forma, sob o ponto de vista da segurança contra incêndio, tem-se no Brasil exigências compatíveis com aquelas aplica-das internacionalmente, o que vem a facilitar inter-câmbios comerciais.

revestimento

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1. rESUMOA indústria têxtil vem constantemente investindo

tanto no processamento quanto na melhoria de seus produtos. Neste sentido os materiais por ela utilizados necessitam de constante atenção para cumprir requi-sitos cada vez mais exigentes pelo público consumi-dor. Dentre a gama de materiais se destaca a seda e, como é bem conhecido, desde os processos iniciais de beneficiamento estudos são destinados a obter o máximo de rendimento deste material. O presente trabalho visa apresentar resultados dos processos de degomagem e tratamento corona sobre tecidos de seda por analisar destacadas propriedades físicas tais

ANálISES COMPARATIvAS DE PROPRIEDADES FÍSICAS PARA TECIDOS DE SEDA ENTRE OS PROCESSOS DE DEGOMAGEM E TRATAMENTO CORONA

¹Universidade Estadual de Campinas – Faculdade de Engenharia QuímicaDepartamento de Engenharia de Materiais e de BioprocessosAv. Albert Einstein, 500, Cidade Universitária “Zeferino Vaz”, CEP: 13083-852Campinas, [email protected] / [email protected] Revisão: Humberto Sabino

DAIVES BERGAMASCo¹, João SInézIo DE CARVALHo CAMPoS¹

como hidrofilidade, resistência à tração e perda de massa. Submeteram-se amostras de tecido de seda a processo de degomagem com sabão de Marsellha e processo de tratamento corona e posteriormente realizaram-se ensaios de: hidrofilidade (medidas de ãngulo de contato entre água e tecido), resistência à tração e perda de massa. Os resultados para o tecido de seda mostram que: (i) tanto a degomagem quanto o tratamento corona promovem excelente hidrofili-dade, no entanto o tempo para completa hidrofilida-de do processo corona é de 45 s e de 60 minutos para o de degomagem; (ii) a resistência a tração é maior com o processo corona e (iii) a perda de massa com

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qualidade

a degomagem é em média 26% e com o processo corona é de 0,3%. Cabe ressaltar que com o processo corona praticamente não há geração de efluente em comparação com o de degomagem, o que significa outra grande vantagem para a indústria. De acordo com os resultados observam-se grandes vantagens na utilização do processo corona no que tange ao be-neficiamento em tecido de seda.

2.INTrOdUçãO O bicho-da-seda tem sua origem na China e há

cerca de 5.000 anos vem sendo criado pelo homem para obtenção de fios de seda. Da China, o inseto foi introduzido no Japão, Turquestão e Grécia. Em 1740, o bicho-da-seda passou a ser criado na Espanha, França, Itália e Áustria.

Apesar de algumas iniciativas realizadas por D. Pe-dro II, ainda no século XIX, visando a produção de seda, a produção de fio de seda no Brasil começou por volta de 1920, no estado de São Paulo. Em 1928 uma organi-zação japonesa com o nome de Federação das Coope-rativas Imigratórias ao Exterior se instalou formalmente no Brasil com o nome de Sociedade Colonizadora do Brasil Ltda. Em japonês o nome desta sociedade colo-nizadora pronuncia-se Burajiru Takushoku Kumiai, que ficou conhecido pela sua forma abreviada: Bratac.No Estado de São Paulo, a Bratac implantou núcleos de colonização nos municípios de Bastos e Tietê (atual município de Pereira Barreto) e no Estado do Paraná foi implantado um núcleo de colonização no municí-pio de Três Barras (atual município de Assaí). Estes três núcleos de colonização eram denominados “as três colônias da Bratac”. Neste mesmo período, havia tam-bém uma outra colonizadora no Brasil, chamada “Kai-ko”, Kaigai Kogyo Co. que em atuação conjunta com a Bratac iniciou a introdução dos imigrantes japoneses no Brasil. A estas empresas colonizadoras, a Bratac que se dedicava aos loteamentos de terra, a Kaiko, que se encarregava da introdução de imigrante e da adminis-tração das colônias, juntou-se a Tozan, que se dedicava a fazenda de café e comércio exterior. As três empresas eram denominadas de “Os Três Poderes da Colônia Ja-ponesa” (VALE DA SEDA, 2010).

Em 1930, com os primeiros colonos japoneses já devidamente assentados no município de Bastos, tem início, dentre as várias atividades, experiências com a criação do bicho-da-seda. As primeiras produções de

casulos foram vendidas à Industria de Seda Nacional S.A. com sede em Campinas, com o apoio do Gover-no do Estado de São Paulo. No ano de 1940, com o crescimento da atividade, e diante das dificuldades de escoamento da produção em virtude da precariedade das estradas, o núcleo de Bastos, contando então com uma produção anual próxima a 25 toneladas de casu-lo, decide, através da Sociedade Colonizadora do Brasil Ltda. (Bratac), implantar uma de fiação de seda. A fia-ção Bratac de Bastos iniciou suas atividades, contando com 20 bacias de fiação manual, importadas do Japão juntamente com equipamentos para cozimento do ca-sulo e colocação do fio em meadas. Todos os equipa-mentos eram de operação manual. Anos depois, uma nova fábrica de fiação de seda foi implantada pela Bra-tac no núcleo de Colonização Tietê, atualmente, muni-cípio de Pereira Barreto.

Do início das atividades da Bratac, até fins da dé-cada de 50 e início dos anos 60, a quase totalidade da criação do bicho-da-seda era desenvolvida por imi-grantes japoneses. No período de 1954 a 1959, com a autorização do governo brasileiro, imigraram do Ja-pão para o Brasil, aproximadamente 200 famílias, com o objetivo precípuo de criar bicho-da-seda. Em 1972, instala-se no município de Cornélio Procópio-PR a Ka-nebo Silk do Brasil Indústria de Seda. Na década de 80, o sistema cooperativista do Paraná passou a participar da cadeia produtiva da seda através da COCAMAR - Co-operativa dos Cafeicultores e Agropecuaristas de Ma-ringá Ltda. Na safra de 1985/1986 o Paraná tornou-se o maior produtor nacional de casulos de bicho-da-seda (VALE DA SEDA, 2010).

O Brasil é o único produtor de fio de seda em escala comercial no Ocidente, sendo o quarto maior produtor mundial de fios de seda crua, atrás apenas da China, Índia e Uzbequistão. Obtidos a partir da fiação dos casulos de bicho-da-seda produzidos no Brasil, atualmente cerca de 90% da produção brasileira de fios de seda é exportada como fio de seda crua, com bai-xo valor agregado. A concentração da comercialização da seda produzida no Brasil em artigo de baixo valor agregado como o fio de seda crua reduz a competitivi-dade da seda brasileira e pode ser apontada como um dos fatores determinantes para o declínio do número de sericicultores paranaenses, que passou de 7.914 em 1998 para algo em torno de 4.500 famílias em 2010 (VALE DA SEDA, 2010).

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3. rEVISãO BIBLIOGrÁFICA3.1 SEDA

O casulo gerado pelo Bombyx mori é composto principalmente de proteínas. Observam-se três prote-ínas distintas: a fibroína, em um montante que corres-ponde a 70 - 80 % da matéria seca, correspondente ao principal componente do fio de seda têxtil; a sericina (conhecida como goma natural), em concentrações entre 20 - 30 % sendo o agente adesivo que mantém enlaçado a fibroína na conformação do casulo; e uma glicoproteína denominada P25, em pequenas concen-trações, mas com função na manutenção da integri-dade do fio de seda. Componentes complementares, como cinzas, polissacarídeos e lipídeos podem ser de-tectados (PADAMWAR et al., 2005).

Figura 1. Filamento de Seda.

Fonte: http://www.farmaciaaeroporto.it acesso em 15/10/2013

3.2 FIBROINAA fibroína é uma glicoproteína fibrosa, insolúvel

em água, com massa molar da ordem de 25 a 350 kDa. A estrutura primária da fibroína apresenta mais de 90 % dos aminoácidos na combinação entre glicina (Gly), alanina (Ala) e serina (Ser). A repetição da sequência de aminoácidos na ordem Gly – Ala – Gly – Ala – Gly – Ser é responsável pelo caráter cristalino da fibra, formando um arranjo conhecido como folha-b antiparalela (LI et al., 2002; MIYAGUSHI & HU, 2005).

Apresenta, portanto, grande caráter hidrofóbico, sendo altamente insolúvel em água. Possui uma estru-

tura semicristalina, tendo duas regiões características: região cristalina, características de folha-b antiparalela, formada pelas ligações peptídicas de Gly – Ala – Gly – Ala – Ser; e uma região amorfa, com estrutura aleatória formada pela combinação dos demais aminoácidos constituintes, o que confere uma parcela polar à prote-ína, conforme Figura 2 (KUNDU et al., 2008).

A conformação em folha-b confere à fibroína as propriedades de tensão mecânica, enquanto a região amorfa é característica da resistência química, retenção de umidade e fixação de pigmentos (MORI & TSUKA-DA, 2000).

Figura 2. Estrutura folha b-paralela da fibroína.

Fonte: ADAPTADO DE TURBIANI, 2011.

3.3 SERICINAA sericina é uma proteína globular hidrofílica, que

tem por função fisiológica a junção dos filamentos de fibroína, conformando a estrutura compacta do casulo (GENÇ et al., 2008). A Tabela 1 apresenta os aminoáci-dos constituintes da sericina (ZHANG et al., 2006) e da fibroína (PARK et al., 2002) derivados da espécie Bom-byx mori. Observa-se a presença majoritária de serina e ácido aspártico na sericina, o que lhe atribui o cará-ter hidrofílico, enquanto a composição majoritária da fibroína é de Glicina e Alanina, de caráter hidrofóbico (KUNDU et al., 2008).

qualidade

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A sericina corresponde a 20 – 30 % da composi-ção protéica do casulo da seda e, por ser constituída predominantemente por aminoácidos polares, apre-senta solubilidade em água quente. Esta proprieda-de permite a remoção da sericina no processo de degomagem (ZHANG et al., 2006). A sericina prove-niente do casulo da espécie Bombyx mori apresenta um perfil de massa molar variável de 20 a 400 kDa. Destacam-se três frações protéicas características: proteínas com fração molar maior que 250 kDa; fra-ção molar de 180 kDa e menores que 100 kDa (KUN-DU et al. 2008).

Foram identificados distintas frações de sericina presente no casulo em relação à solubilidade em água: sericina A, presente na camada mais externa da fibro-ína; a Sericina B presente na região intermediária e a Sericina C, grupo contendo maior percentual de estru-tura folha-b e ligada internamente às cadeias cristali-nas da fibroína, conferindo maior estrutura mecânica ao casulo (PADAMWAR & PAWAR, 2004).

3.4 DEGOMAGEMA fibra da seda, após a remoção da sericina, torna-

-se mais macia, brilhante e com uma aparência mais branca, além de aumentar a hidrofilidade, melhorando as etapas úmidas de alvejamento e tingimento. O pro-cesso de eliminação da sericina da seda crua é conhe-cido como degomagem ou decruagem, onde a longa molécula da proteína sericina é dividida em frações menores através da clivagem de suas ligações peptídi-cas, tornando-a facilmente dispersa ou solubilizada em água quente. A hidrólise de sericina pode ser realizada por tratamento com sabões, ácidos, álcalis e enzimas, sendo que todos promovem uma perda de massa en-tre 20 e 30%. Este processo pode ser feito em fios crus ou no tecido feito com fios crus.

3.4.1 MéToDo TRADICIonAL DE DEGoMAGEM CoM SABão DE MARSELHA

Este processo ainda é o mais usado, especialmente na China e na Índia. A vantagem de degomagem com

Tabela 1. Aminoácidos constituintes da sericina e da fibroína

Aminoácidos Sericina (%mol) Fibroína (%mol)

Serina (Ser) 25,28 11,86

Ácido aspático (Asp) 20,57 1,64

Glicina (Gly) 10,51 40,51

Treonina (Thr) 7,96 0,84

Ácido glutâmico (Glu) 7,90 2,01

Arginina (Arg) 5,26 0,88

Lisina (Lys) 4,68 0,14

Tirosina (Tyr) 4,47 1,59

Alanina (Ala) 3,97 32,28

Valina (Val) 3,79 4,20

Histidina (Hys) 1,75 -

Leucina (Leu) 1,36 0,68

Fenilanina (Phe) 0,96 1,28

Isoleucina (Ile) 0,88 1,05

Cisteina (Cys) 0,72 0,02

Prolina (Pro) - 0,71

Metionina (Met) - 0,10

Triptofano (Trp) - 0,21

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sabão é que um toque especialmente suave é produzi-do. No entanto, o tempo de tratamento é muito longo (1-6 horas), o tratamento prolongado pode danificar o material e o processamento contínuo dificilmente é possível. Como o sabão é usado, água mole (com baixo teor de íons cálcio e magnésio) é um fator decisivo para bons resultados. Os melhores sabões para degomagem de seda são os feitos com azeite, vendido comercial-mente como sabão de Marselha, que atualmente é um pouco caro. Como resultado, os sabões de ácido oleicos menos eficazes estão sendo utilizados em larga escala e, lentamente, os processos utilizando detergentes sintéti-cos ou enzimas estão se tornando populares.

3.4.2 GERAÇÃO DE EFLUENTESDevido à especificidade de processo de degoma-

gem adotada, a carga efluente pode variar muito. Vaitha-nomsat e Kitpreechavanich (2008) identificaram valores de Demanda Bioquímica de Oxigênio (DBO5) da ordem de 4840 mg/L em efluentes de uma indústria de seda da Tailândia; enquanto que Capar et al. (2008) avaliaram efluentes com carbono orgânico total de até 52.000 e concentração de sericina da ordem de 2,5% (m/V), pro-veniente de uma indústria de seda da Turquia.

Como parâmetros de comparação, a Resolução do Conselho Estadual do Meio Ambiente do Paraná (CEMA 70/2009), apresenta como limites para lança-mento de efluentes da indústria têxtil valores de De-manda Bioquímica de Oxigênio (DBO5) de 50 mg/L e de DQO de 200 mg/L. Desta forma, a remoção da seri-cina do efluente industrial é fundamental para atendi-mento aos padrões de qualidade ambiental.

3.5 TRATAMENTO POR DESCARGA CORONAO Tratamento Corona apresenta uma importância

técnica considerável, tanto na área industrial, sendo útil como fonte de partículas carregadas, como na área acadêmica, no estudo de fenômenos.

É um processo fácil de iniciar e operar. Suas princi-pais aplicações são:• Modificações de superfície demateriais para al-

cançar propriedades adesivas (Farley e Meka, 1994);

• Neutralização de cargas estáticas em carpetes(Kessler e Fisher, 1997);

• Tratamentodeáguaedeafluentes líquidos(Yanet al., 1999). A descarga corona é produzida em um gás (ar, N2,

O2, e outros) quando um potencial elétrico adequado é aplicado entre dois eletrodos metálicos, por exem-plo, um fio e um plano ou outras geometrias (esfera--plano, bastão-plano e placas paralelas).

Nas regiões de alto campo elétrico ocorre a ioniza-ção do gás produzindo espécies ativas (íons e molécu-las excitadas) e também vento corona (ocasionado pela colisão de elétrons com as espécies gasosas durante sua passagem pelo espaço entre os eletrodos). No caso da aplicação da descarga corona para tratamento de su-perfície, se um material (por exemplo, tecido) for colo-cado sobre o plano (figura 1), as espécies ativas podem agir sobre ele e causar modificações na sua superfície. Os parâmetros que influenciam as propriedades super-ficiais dos filmes tratados por descarga corona são: • Tensãoaplicada;• Distânciaentreofioeofilme;• Tempodetratamento;• Atmosferautilizada;• Condiçõesambientes(umidaderelativa,tempera-

tura).

A descarga corona, em ar atmosférico, produz íons carregados positivamente, elétrons, espécies excitadas ou metaestáveis de oxigênio e nitrogênio. As espécies metaestáveis de oxigênio reagem com moléculas na atmosfera gerando ozônio, um poderoso agente oxi-dante. As energias das partículas (1-20 eV) são suficien-

qualidade

Figura 3. corona fio plano

ELETRODOS

MEDIDOR DECORRENTE FONTE DE TENSÃO

AMOSTRA

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tes para quebrar ligações C-C e C-H (2,54 eV e 3,79 eV, respectivamente) e gerar radicais livres na superfície do polímero, os quais podem reagir com átomos de oxi-gênio e formar grupos polares (principalmente, COH, C = O, C - 0) (Farley e Meka, 1994). Este mecanismo en-volve apenas oxigênio como espécies reativas, porém outras possibilidades podem existir para introdução de funcionalidades contendo oxigênio na superfície através de reações com água, com ozônio, óxidos de nitrogênio e derivados, mas estes estão presentes em quantidades muito baixas (Briggs et al., 1983).

3.6 ÂNGULO DE CONTATOUma das maneiras de avaliar o fenômeno de mo-

lhabilidade de um sólido por um líquido é através do estudo do ângulo de contato (Comyn, 1997).

O conceito de tensão superficial é que define ter-modinamicamente o fenômeno de molhabilidade. Em contato com uma superfície sólida plana, um líquido poderá se espalhar completamente ou, mais provavel-mente, ficar na forma de gota com um determinado ângulo de contato (Figura 4). A relação entre ângulo de contato de água e tensão superficial é inversamente proporcional, já que quanto maior a adesão do líquido à superfície (tensão superficial maior) significa que o ângulo de contato é menor. Isso é facilmente enten-dido pois uma superfície com alta tensão superficial tende a interagir mais com um líquido polar como a água e, por isso permite um espalhamento maior des-te. Pelo contrário, uma tensão superficial baixa permite que a gota do líquido polar (água, no caso) possua um formato mais esférico. Para líquidos apolares, a relação é proporcional, ou seja, maior tensão superficial, maior ângulo de contato.

O ângulo de contato varia entre 0º e 180º. Quan-do ângulo = 0º o líquido molha a superfície do sólido completamente e se espalha a uma taxa que depende da viscosidade do líquido e da rugosidade da superfí-cie. Quando ângulo > 0° o líquido não espalha com-pletamente sobre a superfície. O ângulo de contato é independente do volume da gota líquida numa super-fície sólida homogênea. Quanto maior a tendência do líquido se espalhar ou molhar a superfície, menor o va-lor do ângulo de contato, ou seja, o ângulo de contato é uma medida inversa do espalhamento ou molhabili-dade (Chan, 1994).

Figura 4. Técnica de medida do ângulo de contato entre sólido (superfície da amostra) e líquido (gota). Adaptado Zizman (1964)

sólido

ângulo decontato

tangente à superfícielíquida no contato

líquido

3.7 GRAB TEST (D5034 ASTM) RESISTÊNCIA À RUPTURA E ALONGAMENTO DE TECIDOS

O teste é realizado para determinar a força máxi-ma (Newton) necessária para a ruptura de um tecido e por consequência o seu alongamento (%) até a que-bra. Este teste se caracteriza por analisar a parte central da amostra que se está avaliando.

O teste é feito em dinamômetros onde a parte cen-tral do corpo de prova (amostra com tamanho determi-nado) é preza por garras de uma dimensão específica e é aplicada uma força constante com uma velocidade pré determinada até que a amostra se rompa. (quebra).

4. MATErIAIS E MÉTOdOS4.1 MATERIAIS• Tecido de seda 100% crua: ligamento tela, gra-

matura 99g/m², fornecido pela empresa Fatto a Mano;

• Águadestilada;

4.2 EQUIPAMENTOS E ACESSÓRIOS• SistemadeDescargaCorona(fio-plano):desenvol-

vido pelo Prof. Dr. João Sinézio de Carvalho Cam-pos, coordenador do Grupo de Física de Polímeros (FisPol) do Departamento de Engenharia de Ma-teriais e de Bioprocessos (DEMBio) da Faculdade Engenharia Química/UNICAMP;

• MedidordeÂngulodeContato:goniômetroTan-tey - mod. CAM-MICRO, pertencente ao Labora-tório FisPol da Faculdade de Engenharia Química - UNICAMP;

• DinamômetroTexcontrolTC10pertencenteaFa-tec Americana.

qualidade

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• Banho-MariapertencenteàFaculdadedeTecno-logia de America - FATEC;

• Pinçademetal,placadePetri,réguaetesoura.

4.3 METODOLOGIA4.3.1 PREPARAÇÃO DAS AMOSTRASForam realizados testes em amostras de tecido de seda: • Cruas,semtratamento;• DegomadascomsabãodeMarselha;• TratadascomDescargaCorona.

Recortaram-se amostras em tiras retangulares de 1x3cm (3cm²) e devidamente armazenadas em placas de Petri para posterior realização dos testes de medi-ção de ângulo de contato. As amostras submetidas ao teste de tração foram recortadas com as seguintes dimensões: 5x15cm(75cm2) e as amostras submeti-das ao teste de perda de massa foram cortadas com 0.5x2.0cm(1cm2).

4.3.1.1 AMoSTRAS DEGoMADASCoM SABão DE MARSELHA

As amostras foram tratadas em equipamentos do tipo banho-maria. O processo de degomagem consis-te em tratar durante 1 hora a 90-95°C em pH de 9,3-10 para as seguintes condições de banho:• 8-10g/ldesabãodeMarselha;• 1g/ldecarbonatodesódio;• 1g/ldetripolifosfatodesódio.

Após a degomagem as amostras são lavadas em água corrente e secas. Em seguida, são mantidas em pla-cas de Petri para posterior tratamento Corona e respecti-vas medidas de ângulo de contato e resistência a tração.

4.3.1.2 AMoSTRAS SuBMETIDASAo TRATAMEnTo CoRonA

Submeteram-se as amostras ao tratamento coro-

na em função dos parâmetros de tempo (5s a 120s) e corrente de corona fixada em 130 microampères, para as seguintes condições ambientes: temperatura de 27ºC (+/- 3º) e umidade relativa de 45% (+/- 3%).

4.3.1.3 AMoSTRAS SuBMETIDASAo TESTE DE TRAÇão

Submeteram-se as amostras ao teste de tração dentro dos seguintes parâmetros:• Temperatura21ºC±1ºCeumidaderelativadoar

65 ± 2%;• Velocidadede200mm/mim;• Prétensãode2N.

4.3.1.4 AMoSTRAS SuBMETIDASAo TESTE DE PERDA DE MASSA

As Amostras submetidas ao teste de perda de massa forma feitas em condições ambientais de 27ºC (+/- 3º) e umidade relativa de 45% (+/- 3%).

4.4 MEDIDAS4.4.1 MEDIDAS DO ÂNGULO DE CONTATO

As amostras de tecido, antes e após tratamento co-rona, são colocadas sobre o suporte do equipamento de medida de ângulo de contato e uma gota de líquido (água destilada) é depositada sobre a amostra por meio de seringa calibrada (dosador). Um feixe de luz branca faz com que ocorra uma imagem da gota no anteparo e, por meio de um medidor graduado, mede-se o ângu-lo entre a gota e a superfície da amostra. Realizaram-se estas medidas, em pelo menos triplicatas.

4.4.2 MEDIDAS DE RESISTÊNCIA A TRAÇÃONos testes de tração as amostras são presas às gar-

ras do dinamômetro (figura 4) e liga-se o aparelho que fornece os resultados após a realização dos testes, que foram feitos sempre em triplicatas.

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Figura 4. Detalhe do Dinamômetro

4.4.3 MEDIDAS DO PESO DAS AMOSTRAEM RELAÇÃO A PERDA DE MASSA

Inicialmente as amostras cruas e tratadas com sabão de Marselha foram cortadas, deixadas em repouso por 1 hora e pesadas em balança analítica para a determinação do peso crú e degomado tradicionalmente. Depois as amostras cruas foram submetidas ao tratamento corona por 60s e corrente fixa em 130 microampères e na se-quencia foram pesadas novamente para a determinação do peso das amostras com tratamento corona.

5. rESULTAdOS E dISCUSSÕES5.1 TESTES DE HIDROFILIDADE5.1.1 TECIDO DE SEDA CRUA SEM TRATAMENTO E TECIDO DEGOMADO COM SABÃO DE MARSELHA

A Figura 5 apresenta os resultados da medida de ângulo de contato entre gota d`água e superfície de tecido de seda crua sem degomagem e entre gota d’água e superfície de tecido de seda degomada com sabão de Marselha, todos sem tratamento corona.

Analisando-se os resultados apresentados na Fi-gura 5, observa-se que as amostras de seda crua sem

tratamento apresentam ângulo de contato ao redor de 102º, indicando, assim, que o tecido sem tratamento é totalmente hidrófobo (não absorve água). Observa--se, também, que as amostras tratadas através da de-gomagem com sabão de Marselha, processo químico convencional de tratamento, apresentam ângulo de contato de 0º, ou seja, promovem a total absorção de água tornando o tecido completamente hidrofílico.

5.1.2 TECIDOS DE SEDA CRUA COM APLICAÇÃO DE TRATAMENTO CORONA

A figura 6 apresenta os valores do ângulo de con-tato em função do tempo de tratamento corona para amostras de seda crua para várias distâncias (4, 7 e 10 mm) entre o fio corona e a superfície do tecido, man-tendo-se a corrente corona em 130 microampères.

qualidade

Figura 5.Ângulodecontatoparaváriasamostrasdetecido de seda crua sem degomagem e amostras de tecido de seda degomada com sabão de Marselha, to-das sem tratamento corona.

Amostras

Âng

ulo

de C

onta

to

Degomada com sabãoSem degomagem

100

80

60

40

20

01 2 3 4 5 6 7 8 9 10

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Figura 6.Ângulodecontatoemfunçãodotempodetratamento corona para amostras de tecido de seda crua, para distâncias de 4, 7 e 10 mm entre fio corona e superfície da amostra.

tempo - segundos

Âng

ulo

de C

onta

to

110100

908070605040302010

05 15 25 35 45 55 65 75 85 95 105

4mm 7mm 10mm

115

Ao analisar a Figura 6 pode-se observar que: (i) o tratamento corona é muito eficiente em promover a hi-drofilidade em tecido de seda crua; (ii) independente da distância fio corona-tecido, o ângulo de contato diminui à medida que o tempo de tratamento corona aumenta, chegando até completa molhabilidade (ângulo zero), sendo de 45s para as distâncias de 7 e 10 mm e de 105s para distância de 4 mm e (iii) para as distâncias de 7 e 10 mm o ângulo de contato tem praticamente o mesmo comportamento em função do tempo e decai mais rapi-damente quando comparado com a distância de 4 mm.

Cabe ressaltar que este último resultado observado, ou seja, o fato de que para as distâncias de 7 e 10 mm (item (iii)) o ângulo de contato decair mais rapidamente do que para 4 mm, ainda não está completamente en-tendido e será oportunamente investigado. Acredita-se que para as distâncias maiores (7 e 10 mm) a área de tratamento corona seja mais ampla do que para 4 mm. Observou-se também que durante alguns experimentos para a distância de 4 mm ocorre o faiscamento na descar-ga corona carbonizando pontualmente a superfície das amostras e nestes casos as amostras eram descartadas.

Importante salientar que em relação ao toque do tecido não se observou nenhuma modificação após o tratamento corona, principalmente quando não ocor-re o faiscamento.

5.2 TESTES DE RESISTÊNCIA A TRAÇÃOA Figura 7 apresentam os resultados de resistência

a tração e a Figura 8 o alongamento das amostras cru-as, degomadas com sabão de Marselha e submetidas ao tratamento corona.

Figura 7. Resistência a tração

Resistência a tração (Newton)

491,8

SABÃO DE MARSELHA 1m CORONAAM. CRUA

311,2

581,2

Figura 8. % de alongamento

% de alongamento

21

SABÃO DE MARSELHA 1m CORONAAM. CRUA

33,15

25,92

Ao analisar as Figuras 7 e 8 pode-se observar que a amostra submetida ao tratamento corona apresenta uma maior resistência a tração e um menor alonga-mento em relação a amostra degomada pelo processo tradicional. Estes valores se mostram coerentes pois a amostra que resite mais a tração é mais rígida (menor alongamento).

qualidade

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qualidade

Ao analisar a Tabela 2 podemos concluir que as amostras degomadas com sabão de Marselha apre-sentam uma perda de massa média de 26% e que as amostras tratadas com descarga corona apresentam uma perda de 0,3%.

6. CONCLUSÕESDe acordo com ensaios realizados neste trabalho,

relativo aos efeitos da degomagem com sabão de Mar-selha e tratamento corona sobre as propriedades hidro-fílicas em tecido de seda crua, pode-se concluir que:• Tantoareferidadegomagemquantootratamento

corona promovem eficiente hidrofilidade na seda;• O tempo de tratamento corona para completa

hidrofilidade é de 45 s para distâncias de 7 ou 10 mm, o que é considerado muito rápido em com-paração com o processo de degomagem tradicio-nal com sabão de Marselha (60 minutos);

• Tecidos de seda tratados com descarga coronasão mais resistentes que os degomados com sa-bão de Marselha e por consequência podem ser submetidos a tratamentos posteriores (tingimen-tos e estamparia) com uma menor chance de se-rem danificados.

• Amaiorresistênciadotecidotratadocomdescar-ga corona pode ser associada a menor perda de massa, pois o tecido que perdeu mais massa ficou menos resistente;

• Comprovou-se experimentalmente que o pro-cesso de degomagem com sabão de Marselha apresenta perda de massa entre 20 e 30% e com o processo corona é cerca de 0,3%;

• Amenorperdademassadotecidotratadocomdescarga corona pode prover um aumento no rendimento dos processos posteriores em relação a quantidade de material processado;

• O processo corona não gera efluentes quandocomparado com o processo de degomagem.

Com base em tais resultados estudos serão realizados para quantificar outras propriedades dos tecidos de seda com objetivo de ampliar o conhecimento e aplicações deste importante ramo da indústria têxtil.

7. AGrAdECIMENTOSOs autores agradecem a Empresa Fatto a Mano/

Parque Têxtil de Americana/SP pela prontidão no forne-cimento do tecido de seda crua utilizada neste trabalho.

PESo DAS AMoSTRAS (g) TECIDo CRÚ DEGoMADo CoM SABão DE MARSELHA CoM TRATAMEnTo CoRonA

0,0082 0,0062 0,00820,0095 0,0071 0,00940,0081 0,0058 0,00810,0091 0,0067 0,00910,0084 0,0063 0,00840,0078 0,0059 0,00780,0085 0,0063 0,00840,0095 0,0072 0,00950,0084 0,0063 0,00830,0081 0,0059 0,00810,0087 0,0065 0,00870,0082 0,0058 0,00820,0093 0,0070 0,0093

5.3 TESTE PERDA DE MASSAA Tabela 2apresenta os resultados dos pesos das amostras obtidas em seda crua, degomados com sabão de

Marselha e tratados com descarga corona.

Tabela 2. Pesos das amostras

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rESUMOOs corantes provenientes de indústrias têxteis

muitas vezes têm sido descartados nos corpos recep-tores com intensa coloração, elevadas concentrações de matéria orgânica e apresentando ainda alta toxi-cidade. Este trabalho teve como objetivo estudar um sistema para o tratamento de corante têxtil dispersivo. Os resultados mais promissores aconteceram quando utilizados a técnica fotoquímica com H2O2/Vis no pro-cesso de remediação. O tratamento foi realizado em um reator de vidro Pyrex com capacidade volumétrica de 2L (90 mm de diâmetro interno, 130 mm de diâme-

REMEDIAçãO DE CORANTE DISPERSIvO UTIlIZANDO TECNOlOGIA DE TRATAMENTO: FOTOQUÍMICA H2O2/vIS.

1Profa Dra do Instituto de Química da Universidade Federal de Goiás- C.P. 131, 74001-970 Goiânia, GO. Email: [email protected]

² Estudante de Engenharia Química do IQ-UFG foi bolsista ITI A do CNPq.³ Profa do Ensino Médio do Colégio Estadual Jardim América-CEJA foi bolsista ATP B do CNPq

4 Estudante do Ensino Médio do Colégio Estadual Jardim América-CEJA foi bolsista ATP B do CNPq

Revisão: Evaldo Turqueti

nÚBIA nATáLIA DE BRITo1, ARTHuR GARCIA CAVALCAnTE LEITE2, THAIzA MonTInE GoMES DoS SAnToS CRuz3, THAyS CRISTInA RoCHA LIMA4, FERnAnDo ALVES BoRGES4.

QUÍMICA TÊXTIL

tro externo e altura total de 150 mm), e fonte de radia-ção policromática na faixa do visível, assegurada por uma lâmpada de vapor de mercúrio de alta pressão, de 250 W de potência (Osram HQL 250 W) equipado com refrigeração à água e sistema de recirculação interna do corante. Para otimizar o processo de tratamento foi avaliada a melhor metodologia para minimizar a colo-ração do corante em estudo, um dos parâmetros de maior dificuldade de remoção. Os resultados apresen-taram-se bastante satisfatório com redução da colora-ção na ordem de 86% e redução da Demanda Quími-ca de Oxigênio na ordem de 76% em 90 minutos de

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tecnologia de tratamento

tratamento empregando 50 mgL-1 H2O2, temperatura 50oC/55 oC, vazão de ar 1500 mLmin-1e lâmpada de 250 Watts radiação na faixa do visível. Palavras-chave: Corante dispersivo, Indústria têxtil, Remediação.

ABSTrACTThe dyes from textile industries often have been

discarded in the recipient water bodies with intense coloration, high concentrations of organic matter and still presenting high toxicity.. This work had as objective to study a system for the treatment of dispersive textile dyes. The most promising results happened when used the technique photochemical with H2O2/Vis in the re-mediation process. The treatment was accomplished in a glass reactor Pyrex with volumetric capacity of 2L (90 mm of internal diameter, 130 mm of external diameter and total height of 150 mm), and visible polychromatic radiation source, being held by a mercury high pressure vapor lamp of 250W of power (Osram HQL 250 W) equi-pped with cooling water and an internal dye recircula-tion system. To optimize the treatment process the best methodology it was evaluated to minimize the colora-tion of the textile dye in study, one of the parameters of larger removal difficulty. The results shown satisfactory with reduction of the coloration in the order of 86% and reduction of the Chemical Oxygen Demand in the order of 76% in 90 minutes of treatment using 50 mgL-1 H2O2, temperature 50oC/55 oC, vazão of air 1500 mLmin-1e lamp of 250 Watts radiation visible.Keywords: dispersive dye, textile industry, remediation

1 - INTrOdUçãO No presente momento da indústria mundial, a

água residuária da indústria têxtil - tratando-se de efluentes de corantes dispersivos utilizados na mesma – têm sido causadores de problemas ambientais em escala mundial devido a sua resistência ao tratamen-to no meio hídrico, especialmente por causa da ine-ficiência dos tratamentos biológicos (para esta classe de poluentes) utilizados na maioria das Estações de Tratamento de Água Residuária do Brasil e do mundo (HASSEMER, et al., 2002).

A indústria têxtil pode eliminar diariamente 3000 m3 de águas residuárias contendo corantes altamente recalcitrantes. Alguns estudos já confirmaram que após a degradação anaeróbia de algumas classes de corantes

houve a formação de compostos intermediários com potencial carcinogênico e mutagênico. Sendo que os mesmos se movem com grande facilidade em corpos hí-dricos sem sofrerem grandes alterações. (ARSLAN, 2001).

Estima-se que cerca de 15% da produção mundial é perdida para o meio ambiente durante a síntese, pro-cessamento ou aplicação desses corantes. Os efluen-tes gerados por essas indústrias causam a alteração da aparência do corpo d’água por sua coloração caracte-rística, impedindo a penetração de luz, retardando a fotossíntese, inibindo o crescimento da biota aquática e interferindo na solubilidade dos gases na água (RIBEI-RO, et al., 2013).

Considerando a situação, revela-se a importância da busca por métodos de tratamento de corantes dis-persivos de maneira mais eficiente, e entre os proces-sos possíveis; Os processos oxidativos avançados (POA) que demonstram serem eficazes na degradação de corantes orgânicos em águas e solos, sendo possível uma degradação quase total dos mesmos (GOMEZ, et al., 2010). Os POA são processos que geram radicais com alto potencial de oxidação, como o radical hidro-xila(HO•),afimdepromoveradegradaçãodecorantestêxteis em um intervalo de tempo relativamente curto.

Entre os métodos oxidativos está a oxidação fo-toquímica, a qual utiliza-se do reagente Peróxido de Hidrogênio (H2O2) em uma solução do corante alvo irradiados por radiação na faixa do visível ou ultravio-leta (MÉNDEZ-ARRIAGA, et al., 2010), tal processo tem a vantagem de poder utilizar a luz do sol como fonte irradiante, o que torna mais acessível financeiramen-te o projeto da construção da estação de tratamento (OLLIS, et al., 1991).

2 – MATErIAL E MÉTOdOS2.1 – Reagentes Utilizados

O corante dispersivo amarelo RD 4GRL foi fornecido pela Daneto (São Paulo). A solução foi preparada com água destilada na concentração de 30 mg L-1 e pH 6,2 a temperatura ambiente. No processo oxidativo foi uti-lizado peróxido de hidrogênio (Lafan- Química Fina) 8,6 % m/m padronizado por titulação permanganométrica

2.2 – Equipamentos UtilizadosOs ensaios de degradação fotoquímica foram re-

alizados em reator de bancada, apresentando volume 2L (90 mm de diâmetro interno, 130 mm de diâmetro

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tecnologia de tratamento

externo e altura total de 150 mm), e fonte de radiação policromática na faixa do Visível e Ultravioleta, assegu-rada por uma lâmpada de vapor de mercúrio de alta pressão, de 400 W e 250 W de potência (Osram HQL 250 W). A lâmpada era suportada por um tubo de bo-rossilicato ou de quartzo, o qual era mergulhado no reator permitindo a irradiação do seu interior de forma uniforme (Figura 1).

Figura 1. Esquema do Reator Fotoquímico utilizado no tratamento

T

A B

S

I

C D

E F

GH

J

L

A agitação do processo foi mantida contínua por meio da recirculação da solução de corante têxtil atra-vés de uma bomba hidráulica (Invensys Bav 1115-02U 220 V 60 Hz 34 W). O sistema de refrigeração consistia em um condensador espiral, o qual permitia manter a temperatura no interior do reator entre 25 – 70 º C. O volume de amostra adicionada no reator para os en-saios foi de aproximadamente 2,0L (Figura 2).

Figura 2. Reator fotoquímico em funcionamento

Apenas para efeito comparativo foram realiza-dos ensaios de coagulação/floculação utilizando um equipamento JAR TEST (Alfakit, Modelo 403) (Figura 3), que continha 6 jarros cada qual com volume de 1L de solução de corante têxtil . A agitação do processo foi mantida continua por meio das pás giratórias em que no processo de coagulação/floculação apresen-tou uma mistura rápida de 2 minutos a 100 rpm se-guida de uma mistura lenta de 20 minutos a 50 rpm e posteriormente uma decantação de 20 minutos. Já no processo Fenton adotou-se uma mistura rápida de 2 minutos a 100 rpm seguida de uma mistura lenta de 30 minutos a 50 rpm e posteriormente uma decanta-ção de 30 minutos. Ambos os processos ocorreram em temperatura ambiente.

Figura 3. Equipamento Jar test em funcionamento

A: CâMArA reAção foToCQUÍMICAB: TUbo borossILICATo oU QUArTzo pArA

AbrIgo dA LâMpAdA C: CondensAdor pArA refrIgerAção A ágUAD: CondensAdor pArA sAÍdA de gAsesE: boMbA hIdráULICA pArA reCIrCULAçãoF: TorneIrA pArA CoLeTA de AMosTrAsG: regULAdor dA VAzão de reCIrCULAçãoH: sAÍdA de efLUenTe pArA reCIrCULAção I: enTrAdA de efLUenTe J: fUnIL pArA ConTroLe de enTrAdA de h2o2 L: LâMpAdA T: TerMôMeTroS: senTIdo de MoVIMenTo do efLUenTe

denTro do reATor

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2.3 – Procedimento ExperimentalNa avaliação da eficiência do tratamento fotoquí-

mico do corante têxtil dispersivo foram empregados os seguintes parâmetros: peróxido de hidrogênio resi-dual, cor, pH, Demanda Química de Oxigênio, oxigênio dissolvido e condutividade.

O peróxido de hidrogênio residual foi baseado na reação entre peróxido de hidrogênio e o íon vanadato (VO3-) em meio ácido. A reação leva à formação de íon peroxovanádio (VO23+) de coloração avermelhada que absorve fortemente em 446 nm (OLIVEIRA, et al., 2001)

A coloração verdadeira do corante têxtil foi deter-minada de acordo com a absorvância no comprimen-to de onda máximo na região do visível (400 nm) utili-zando espectrofotômetro Fenton (alfa-700 plus).

A determinação dos valores de pH do corante têx-til foi realizada de acordo com método potenciomé-trico utilizando medidor de pH 1500 intelligent meter, aferido nos valores padrões de pH 4,0 e 7,0 conforme standard methods for the examination of water and wastewater, 20th edition (APHA 1998).

A análise de Demanda Química de Oxigênio (DQO) foi realizada de acordo com o método Colori-métrico utilizando bloco digestor RD 125 e fotômetro Photometer-system MP 100, de acordo com standard methods for the examination of water and wastewater (5220 d), 20th edition (APHA 1998).

O oxigênio dissolvido foi realizado conforme standard

methods for the examination of water and wastewater, 20th edition utilizando Oxímetro AT170 Alfakit (APHA 1998).

A condutividade foi realizada de acordo Método da Condutimetria conforme standard methods for the exa-mination of water and wastewater, 20th edition (2510B) (APHA 1998), utilizando condutivimetro Orion modelo 145.

2.4 Análises dos dadosPrimeiramente determinou-se o comprimento de

onda que apresenta variação mais significativa através da leitura de um espectro do corante dispersivo em es-tudo encontrando os picos máximos de absorção (455 e 487 nm), no caso o pico determinante foi no compri-mento 455 nm, conhecido esse pico todas as análises foram feitas em tal comprimento de onda.

Em um segundo momento iniciou-se os estudos fazendo uso de um planejamento fatorial 23 (dois ní-veis e três variáveis) conforme Tabela 1.

Cada ensaio foi realizado em um volume de 2L du-rante 60 minutos sob irradiação na faixa do ultraviole-ta e posteriormente na faixa do visível utilizando uma lâmpada primeiramente de 400 W e posteriormente de 250 W, os resultados do mesmo estão disponíveis nas tabelas 2 e 3 nos resultados e discussões, as medidas de absorvância foram realizadas no início e no final de cada batelada para mensurar a eficiência de cada ensaio, a equação 1 define a o cálculo da eficiência utilizado:

E% = (Abs0 - Absf )/Abs0 - Eq. 1

Parâmetros nível (-) nível (+)

Volume de H2O2 (9%) 10 mL (25 mgL-1) 20 mL (50 mgL-1)

Temperatura 40oC/45 oC 50 oC/ 55 oC

Vazão recirculação interna 1000 mL.min-1 1500 mL.min-1.

Testes Volume H2O2 TemperaturaVazão

recirculação

% redução de

cor 455 nm

% redução de

cor 487 nm

1 - + -

2 - + +

3 + + +

4 + + -

5 + - +

6 + - -

7 - - -

8 - - +

Tabela 1. Planejamento Fatorial 23. Otimização do tratamento fotoquímico de corante têxtil dispersivo para redução da coloração

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3 – RESULTADOS E DISCUSSÕESA varredura do comprimento de onda da solução contendo corante dispersivo amarelo RD 4GRL na concen-

tração de 30 mg L-1 e pH= 6,2 à 25º C pode ser visualizado na Figura 4. Neste espectro pode ser verificada a banda de absorção característica do corante dispersivo em estudo λ = 455 nm e 487 nm. A banda na região do visível, responsável pela coloração do corante em estudo, é atribuída à transição n → π*, referente ao grupo azo (-N=N-) (RIBEIRO, et al., 2013).

Figura 4. Espectro de absorção UV-visível da solução aquosa do corante amarelo RD 4GRL

2,3

2,0

1,8

1,5

1,3

1,0

0,8

0,5

0,3

0,0

-0,3100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000 1100

Comprimento de Onda

Abs

orvâ

ncia

Otimização do processo fotoquímico utilizando H2O2/UV

Para este primeiro estudo foi utilizado dentro do reator fotoquímico o tubo de quartzo para abrigo da lâmpada de 400 W emitindo desta forma, radiação na faixa do ultravioleta com o objetivo de realizar a com-pleta clivagem do reagente químico H2O2 e formação deradicalhidroxilaHO•.

H2O2 +UV (254nm)→2HO• (eq.1)

Os radicais hidroxila formados podem atuar sob vários mecanismos diferentes, como adição nucleo-fílica, abstração de hidrogênio, substituição no anel, produzindo compostos oxidados (BRITO e SILVA, 2012).

Para dar início aos ensaios utilizou-se uma solu-ção de H2O2 9,0% em um tempo de tratamento fixado em 60 minutos. Construiu-se um planejamento fatorial onde foi observada a redução da cor, através do espec-tro de máxima absorvância na região do visível (455 nm) do corante dispersivo (amarelo RD 4GRL E-2BL 200) na concentração de 30 mg L-1 e pH= 6,7 à 25ºC (Tabela 2).

As porcentagens de redução da coloração obtidas foram altas quase todos os ensaios foram possíveis ob-ter acima de 90% de eficiência. Diante do fato, decidiu--se trabalhar com uma lâmpada de menor potência 250 W (o que também implica em custo) e utilizar a emissão da radiação da lâmpada na faixa do visível, fai-xa esta emitida pela luz solar. Sabe-se que a utilização da energia solar como fonte luminosa para desenca-deamento de reações fotoquímicas na degradação de poluentes orgânicos é bem documentada, porém sua utilização efetiva depende da quantidade de energia incidente, o que para países tropicais, como Brasil não é problema, já que, a média mensal da energia solar que incide diariamente sobre cada m2 da superfície varia, dependendo da época e do local do ano, entre 2,5 e 7,5 quilowatts-hora (KWh) (GARCIA, et al., 2006).

O teste seguinte foi realizado através da constru-ção de um planejamento fatorial onde foram experi-mentados dois níveis um nível menor (-) e outro maior (+) para as variáveis: volume de H2O2, temperatura e vazão de recirculação interna (Tabela 3).

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tecnologia de tratamento

Parâmetros nível (-) nível (+)

Volume de H2O2 (9%) 10 mL 20 mL

Temperatura 40oC/45 oC 50 oC/ 55 oC

Vazão recirculação interna 1000 mL.min-1 1500 mL.min-1.

Testes Volume H2O2 Temperatura Vazão recirculação % redução de cor 455 nm

1 - + - 23,29

2 - + + 28,35

3 + + + 60,33

4 + + - 27,89

5 + - + 30,63

6 + - - 31,62

7 - - - 46,51

8 - - + 49,06

Tabela 3. Planejamento Fatorial 23. Otimização do tratamento fotoquímico para redução da cor do corante têxtil dispersivo amarelo RD 4GRL. Condições: Volume do corante têxtil tratado 2,0 Litros, tempo de tratamento 60 minutos e lâmpada de 250 W. Comprimento de onda de 455 nm

Parâmetros nível (-) nível (+)

Volume de H2O2 (9%) 10 mL 20 mL

Temperatura 40oC/45 oC 50 oC/ 55 oC

Vazão recirculação interna 1000 mL.min-1 1500 mL.min-1.

Testes Volume H2O2 Temperatura Vazão recirculação % redução de cor

1 - - - 96,76

2 - - + 86,47

3 - + - 95,98

4 - + + 95,45

5 + - - 98,61

6 + - + 92,72

7 + + - 96,59

8 + + + 89,90

Tabela 2. Planejamento Fatorial 23. Otimização do tratamento fotoquímico para redução da cor do corante têxtil dispersivo amarelo RD 4GRL. Condições: Volume de chorume tratado 2,0 Litros, tempo de tratamento 60 min e lâmpada de 400 W. 455 nm. 60 minutos

Por meio do Planejamento Fatorial (apresenta-do na Tabela 3), pôde-se observar, no experimento 3, onde foi empregado 20 mL de H2O2 9,0%, tempera-tura de 50 oC/ 55 oC e vazão de recirculação interna

1500 mL min-1 a porcentagem máxima de redução da cor do corante dispersivo amarelo RD 4GRL (30 mg L-1 pH= 6,2) foi de 60% utilizando o pico máximo de absorção de 455 nm.

A radiação na faixa do visível também tem capacida-de para promover a cisão homolítica do peróxido de hidro-gênioemradicaishidroxilaHO•(eq.2).Astaxasdeformação

de radicais são significativamente aumentadas sob o efeito de radiação (GHODBANE E HAMDAOUI, 2010).

H2O2 +Vis (>400 nm) →2HO• (eq.2)

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A concentração de H2O2 tem um papel importan-te sobre a eficiência do processo agindo como fonte de radicais livres.

Observando as condições do maior nível para vo-lume de H2O2 20 mL, do maior nível para temperatu-ra 50/55oC e vazão de recirculação 1500 mL.min-1 o rendimento foi em torno de 32%, indicando que estas condições são as ideais para o tratamento fotoquímico do corante em estudo (Figura 5).

Para um melhor entendimento do processo fotoquí-mico H2O2/Vis foram realizados experimentos estudando os processos individualmente: fotólise e oxidação por H2O2

Os resultados desse estudo podem ser verificados

nas Figuras 6 e 7. Na Figura 6 pode ser visualizada somen-te a ação da radiação na faixa do visível (fotólise) com ine-ficácia apresentando picos de aumento da absorção.

Este comportamento deve-se ao fato que em estudos de degradação dos azos corantes durante a destruição de sistemas aromáticos, pode ocorre à formação de intermediários de reação durante sua oxidação e alguns deles podem ser mais persisten-tes, coloridos e ainda mais tóxicos que o composto inicial (RIBEIRO, et al., 2013).

O mesmo fato pode ser observado na Figura 7 (oxidação somente com H2O2) com a ocorrência de reações paralelas entre o peróxido de hidrogênio e a

Figura 5. Diagrama de interpretação geométrica dos efeitos para o processo fotoquímico UV/ H2O2 para redução da cor no corante têxtil dispersivo. Variáveis estudadas: Volume da solução de H2O2 adicionada, Temperatura de trata-mento e Vazão de Recirculação Interna

1%

14%

40/45 oC

20 mL

10 mL

Volume

H2O2

50/55 oC Temperatura

1500

1000Vazão de recirculação

(mL.min-1) 46%

32%

49%

31%

23%

28%

28%

60%

21%

21%

23%

4%

29%

3%

18%

11%

32%

32%

5%

5%

Figura 6. Estudo da porcentagem de redução da absorvância utilizando apenas radiação na faixa do visível sem adição de H2O2, temperatura de 50-55°C e vazão de recirculação de 1500 mL.min-1

Redu

ção

% A

bsor

vânc

ia

Tempo (min)

-20 5 10 15 20 30 40 50 6025 35 45 55

-1

0

1

2

3

4

5

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tecnologia de tratamento

solução do corante têxtil mais frequente, em consequ-ência disso houve possivelmente formações de com-postos indesejados com absorvância até maior do que a do corante dispersivo inicial.

Diante dos dados obtidos pode-se verificar a me-lhor otimização do processo fotoquímico (H2O2/Vis) pela Figura 8 comparando a diminuição da banda ca-racterística em comprimento de onda de 455 nm, veri-ficando que 86% da redução da cor acontecem em 90 minutos de tratamento.

No comprimento de onda de 347 nm as principais estruturas encontradas são compostos policíclicos aromá-ticos, em 386 nm carboidratos, em 481 nm ácidos humicos. A banda de absorção de 487-500 nm refere-se principal-mente a ligação azo (-N=N-) (SCHRANK et al., 2005).

Na Figura 9 estão contidos os espectros de ab-sorvância do efluente antes, durante e após aplicação do tratamento com H2O2/Vis. Observando-se o perfil da absorvância do corante têxtil no comprimento de onda de 455 nm, pode-se verificar a diminuição da

Figura 7. Estudo da porcentagem de redução da ab-sorvância sem utilização de radiação, com adição de 20 mL H2O2, temperatura de 50-55°C e vazão de recircula-ção de 1500 mL.min-1

Redu

ção

% A

bsor

vânc

ia

Tempo (min)

-9,0

-7,5

-6,0

-4,5

-1,5

0,0

1,5

-3,0

0 5 10 15 20 30 40 50 6025 35 45 55

Figura 8. Estudo da porcentagem de redução da ab-sorvância utilizando radiação na faixa do visível, 20 mL de H2O2 temperatura de 45-50 °C e vazão de recircula-ção de 1500 mL.min-1

Redução % Absorvância

Tem

po (m

in)

90

80

70

60

50

40

30

20

10

00 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100

Figura 9. Espectro de absorção UV-visível da solução aquosa do coranteem estudo em diferentes estágios do tratamento

Abs

orvâ

ncia

Comprimento de onda (nm)

0,00400 500 600 700 800 900

0,10

0,20

0,30

0,40

0,50

0,60

0,05

0,15

0,25

0,35

0,45

0,555 min10 min15 min20 min25 min30 min35 min40 min45 min50 min60 min0 min

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banda característica do corante amarelo. Assim, há um indicativo de efeito sinérgico do oxidante com incidên-cia de irradiação visível em função do tempo exposto.

Na Figura 10 pode ser visualizada uma fotografia comparativa do corante têxtil dispersivo amarelo RD 4GRL, após 90 minutos de tratamento com H2O2/ ra-diação na faixa do visível.

Figura 10. Imagem Comparativa Solução Corante“in natura” e Solução Tratada

SANTANA, et al., 2012 conseguiram obter 85% de descoloração de um corante reativo denominado C du-rante 195 minutos de tratamento fotoquímico H2O2/UV.

BRUNELLI, et al., 2009 conseguiram obter 100% de descoloração de corantes dispersivos preto e azul du-rante 120 minutos de um tratamento fotoeletroquímico.

CHEN e colaboradores 2012, na adição de 20 mmolL-1 de H2O2, KBrO3 e (NH4)2S2O8 no tratamento fotocatalítico (TiO2/UV) obtiveram uma descoloração dos corantes RB5 e 3R de 54% e 35%; 59% e 41%; 36% e 31%, respectivamente.

Desta forma os resultados encontrados neste tra-balho apresentam-se promissores. Na Figura 11 pode ser visualizado o decaimento da absorvância em fun-ção do tempo apresentando um coeficiente de corre-lação R2 = 0,9875.

Estudo da Demanda Química de Oxigênio (DQO), pH, peróxido de hidrogênio residual e condutividade

A determinação de DQO foi realizada por se tra-tar de um parâmetro comum e amplamente utilizado no controle de estações de tratamento de efluentes e como parâmetro de lançamento. Para o corante têxtil dispersivo amarelo RD 4GRL, a eficiência de remoção de DQO foi de 76% após 90 minutos de reação.

Tais resultados são de grande importância am-biental em função da degradação natural do corante se processar após longo tempo de interferência ao ecossistema. Os grupos cromóforos são mais rapida-mente degradados pelo processo fotoquímico, visto que, pôde ser comprovada uma grande descoloração da solução mantendo ainda certa concentração da matéria orgânica (BRUNELLI et al., 2009).

Quanto aos valores de pH pequenas diferenças na composição química do meio podem dificultar o funcionamento de um sistema biológico estabelecido, variações de pH podem inibir ou paralisar o metabo-lismo. Os processos biológicos sempre estão sujeitos a impactos, muitas bactérias não podem reproduzir em pH abaixo de 4,0 ou acima de 9,5 sendo que, geral-mente, o pH ótimo para o crescimento bacteriano está entre 6,5 e 7,5 (WERKER e HALL, 1999).

A Resolução CONAMA 430/2011 estabelece como condições de lançamento de efluentes valores de pH entre 5 a 9. Isto exige um rigoroso controle do pH dos efluentes a serem descartados, tendo que ser adicio-nado ao meio uma grande quantidade de compostos químicos para condicionar o pH a valores aceitáveis.

No estudo dos valores de pH antes e após o trata-mento fotoquímico do corante em estudo observou--se uma considerável diminuição dos valores desse parâmetro, de 6,2 no início para 3,7 pós tratamento fotoquímico.

A diminuição dos valores de pH, observada no tratamento fotoquímico do corante têxtil em estudo, é sempre observada em quase todos os tratamentos por processos oxidativos avançados indicando que es-tas técnicas geram ácidos. Uma das possibilidades de geração de ácidos é através da degradação da matéria orgânica que apresenta carbonos insaturados confor-me reações apresentadas na Figura 12 (HOFFMANN, et al., 1995; COMNINELLIS e PULGARIN, 1991).

A reação ocorreu por meio do ataque ao carbo-

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no com dupla ligação realizado pelo radical hidroxila. Os radicais são espécies químicas que desejam ganhar elétrons, e suas reações comportam como se fosse uma Reação de Substituição Eletrofílica (MORRISON e BOYD, 1993). A Figura 12 mostra a geração do ácido através da substituição de um hidrogênio ligado ao anel aromático. Produção de ácidos a partir de maté-ria orgânica que apresentam duplas ligações (elétrons π) é caracterizada por ser uma Reação de Substituição Eletrofílica, (CAREY e SUNDBERG, 1993).

A condutividade refere-se à presença de com-postos iônicos solúveis e na faixa de 1 a 10 mS cm-1 correspondem às características de águas residuárias. Condutividades elétricas elevadas também podem di-ficultar os processos biológicos, provocando a morte dos microrganismos por desidratação. O resultado en-contrado neste trabalho apresentou valor de conduti-vidade do corante “in natura” de 10,3 µS cm-1 e após o tratamento fotoquímico o valor da condutividade foi de 55,5 µS cm-1, mesmo com o aumento deste parâ-

metro não há comprometimento no que se refere à efi-ciência do tratamento em estudo (BRITO, et al., 2007).

A concentração de peróxido de hidrogênio não reagido (1,0%) equivale às soluções que são emprega-das no dia-a-dia, tais como cremes de pasta dental a 0,5% (m/v), detergentes para lentes de contato a 2,0% (m/v), detergentes para branqueamento a 5,0% (m/v) (MATOS, et al., 2003). Com a possibilidade do mesmo ser removido posteriormente por outro método de tratamento, ou seja, ainda assim o tratamento é viável, sendo que a remoção do peróxido de hidrogênio pode ser relativamente mais simples que o tratamento do corante dispersivo como um todo.

Cálculo da Eficiência do processo O cálculo de eficiência considerando a condição

de baixas concentrações de composto orgânico foi re-alizado por meio da avaliação da energia elétrica por ordem de magnitude por m3 (EEO) (SILVIA, et al., 2008) de acordo com a Equação 2:

tecnologia de tratamento

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tecnologia de tratamento

EEO= ( P * T*1000)/(V* log(Ci/Cf )) (eq. 2)

onde: P = potência da lâmpada em kW, t = tem-po em horas, V = volume em litros, Ci = concentração inicial em mg.L-1 e Cf = concentração final em mg.L-1.

O cálculo da concentração foi realizado a partir da curva de calibração do corante “in natura” na con-centração de 30 mgL-1, obtida a partir dos valores de absorvância do mesmo, com coeficiente de correlação de R = 0,99997 conforme Figura 13:

A partir do cálculo de EEO, verifica-se que a eficiên-cia do tratamento após 1,5 horas é de 246,71 kWh.m-3.

Comparação do tratamento fotoquímico com tratamento via coagulação /floculação

O tratamento via coagulação/floculação é uma for-ma de remediação físico- químico, pode-se dizer que a coagulação é o processo por meio do qual o agente co-agulante é adicionado à água, reduzindo as forças que tendem a manter separadas as partículas em suspensão, e a floculação é a aglomeração dessas partículas por meio de transporte de fluido, de modo a formar partí-culas maiores que possam sedimentar e posteriormente serem retiradas do meio (BONGIOVANI, et al., 2010).

Nos ensaios de coagulação/floculação foi testada a ação do coagulante: FeSO4 . 7 H2O. As condições de

trabalho utilizadas foram: uma mistura rápida de 2 mi-nutos a 100 rpm seguida de uma mistura lenta de 30 minutos a 50 rpm e posteriormente uma sedimenta-ção de 60 minutos. De acordo com a turbidez do co-rante têxtil “in natura” de 145 NTU, Foi escolhida uma dosagem variável de 15 mgL-1 a 40 mgL-1( 15 mgL-1, 20 mgL-1, 25 mgL-1, 30 mgL-1, 35 mgL-1 e 40 mgL-1 respectivamente) de sulfato ferroso hepta-hidratado a um pH ±8,0 a fim de determinar sua concentração ótima para este corante, baseando-se na máxima efici-ência de redução da absorção.

Dos testes realizados nos seis jarros a máxima re-dução da absorvância encontrada foi de 20%, utilizan-do 40 mgL-1 de sulfato ferroso hepta-hidratado, obvia-mente seria necessário um maior estudo do tratamen-to em questão. Uma análise de oxigênio dissolvido também foi realizado sendo que, o oxigênio dissolvido inicial do corante “in natura” foi de 4,3 mgO2L-1 e após o tratamento foi de 7,2 mgO2L-1 .

No entanto, a redução da coloração de 20% em 90 minutos utilizando a tecnologia de tratamento via coa-gulação/floculação ficou bem abaixo quando utilizado o tratamento via processo oxidativo avançado H2O2/Vis (85% de descoloração em 90 minutos de tratamento).

ARSLAN, 2001 conseguiu alcançar uma descolora-ção de corante dispersivo de 74% em pH=7,0, no en-tanto o autor utilizou uma concentração muito maior de sulfato ferroso hepta-hidratado 2500 mgL-1, lem-

Figura 11. Decaimento da absorvância em função do tempo de tratamento (90 min)

Absx/Abs0ExpDec1 of Absx/Abs0

Equation

Absx/Abs0 y0Absx/Abs0 A1Absx/Abs0 t1

1,48722-0,4478

-78,96351

0,147550,13281

14,01845

Adj. R-Square 0,9875Value Standard Error

y = A1*exp(-x/t1) + y0A

bsx/

Abs

0

Tempo (min)

1,0

0,9

0,8

0,7

0,6

0,5

0,4

0,3

0,2

0,1

0,015 30 45 60 75 900

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tecnologia de tratamento

brando entretanto, que essas tecnologias somente transferem o corante de fase, não resolvendo essen-cialmente o problema (JERÔNIMO, 2012).

4 – CONCLUSÕESEste trabalho propôs uma metodologia utilizando

um reator fotoquímico que combinava H2O2 com ra-diação visível para degradação do corante têxtil disper-sivo amarelo RD 4GRL. Um corante dispersivo do grupo aminoantraquinona bastante utilizado na indústria de tingimento de fibras sintéticas.

Desta forma, os principais resultados encontrados e mais promissores foram:- o processo oxidativo H2O2 /Vis é eficaz na redução de

coloração (cerca de 86% da redução para o corante dispersivo amarelo), resultado este obtido com radia-ção no espectro do visível o que pode ser substituí-do nas plantas industriais pela luz solar como fonte de radiação, o que torna o processo como um todo bem mais viável economicamente, além de alcançar 76% da redução da matéria orgânica durante 90 mi-

nutos de tratamento). Com consumo energético de 243,90 kWh.m-3 após 1,5 horas.

- Os resultados dos parâmetros de peróxido de hi-drogênio residual, condutividade e pH mostram que dependendo do uso da água tratamento pos-teriores podem ser colocados em série para utili-zação da água tratada. No entanto é importante ressaltar que a utilização desse processo já confere a mesma potencial de ser reutilizada.

5- AGrAdECIMENTOSOs autores agradecem ao Projeto CNPq/VALE

S.A N° 05/2012 - FORMA-ENGENHARIA processo n. 454822/2012-0 pelas bolsas concedidas:

ITI A- Arthur Garcia Cavalcante Leite;ITI B- Fernando Alves Borges;ITI B- Thays Cristina Rocha Lima; ATP B- Thaiza Montine Gomes dos Santos Cruz.Agradecemos também pelo suporte técnico con-

cedido para o desenvolvimento da pesquisa.

Figura 12. Seqüência de reações da oxidação fotocatalítica do fenol

O O

C C

HO OH

OH

+ .OH

OH

OH

.OH

.OH

O

O

O

C

OH

O

C

OH

+

Figura 13. Curva de Calibração do corante “in natura” na concentração de 30 mgL-1

AbsorvânciaLinear Fit of Absorvância

Equation

Absorvância InterceptAbsorvância Slope

-0,023030,01922

8,29893E-45,24661E-5

Adj. R-Square 0,99997Value Standard Error

y = a + b*x

Abs

orvâ

ncia

Concentração

0,6

0,5

0,4

0,3

0,2

0,1

0,05 10 15 20 25 300

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rESUMOEste estudo consiste na realização das principais

etapas de beneficiamento do algodão, serão aborda-dos os processos de purga, alvejamento e tingimento. Para o processo de purga convencional será realizado um comparativo com o processo de biopurga o qual consiste na utilização da enzima pectinase. A introdu-ção de processos enzimáticos pelas indústrias têxteis se faz necessários, pois é uma forma menos poluente de se beneficiar produtos com qualidade igual ou su-perior aos processos convencionais.

Palavras-chave: Purga, biopurga, pectinase, alveja-mento, tingimento.

ESTUDO AMBIENTAl DO BENEFICIAMENTO DO AlGODãO UTIlIZANDO A PECTINASE

Trabalho de conclusão de curso - 2014 - São Paulo - SP Curso de Química Ambiental e Engenharia de Controle da Poluição Faculdades Oswaldo Cruz - Centro de Pós-GraduaçãoProfessor orientador: Mery dos Santos FilhoRevisão: Mery Filho

SAMuEL ARAuJo CoSTA

QUÍMICA TÊXTIL

ABSTrACTThis study consists in the realization of the main

stages of cotton processing, such as the processes of scouring, bleaching and dyeing. For the scouring pro-cess will be a comparison between the conventional and the bioscouring which consist in the utilization of the pectinase enzyme. For the textile industries, the introduction of enzymatic processes are needed be-cause are less polluting and benefit the products by giving them equal or superior quality as the conven-tional process.

Keywords: Scouring, bioscouring, pectinase, blea-ching, dyeing.

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meio ambiente

1. INTrOdUçãONas últimas décadas é notável a busca de ativi-

dades sustentáveis, sejam no seu dia a dia ou nas in-dústrias, atividades estas que acabam gerando menos poluentes ao meio ambiente. A busca por processos e produtos sustentáveis é um sistema que deve ser con-tínuo para que no futuro possamos usufruir com maior qualidade dos nossos recursos naturais. No segmento têxtil as indústrias tendem cada vez mais a buscar pro-cessos e produtos também ecológicos, devido ao fato da grande quantidade de água e produtos químicos utilizados e consequentemente grandes volumes de efluentes a serem tratados (SALEM, 2010, p. 285). Para que isso se desenvolva rapidamente é importante que hajam estudos realizados com o intuito de se divulgar as tecnologias existentes e realizar também o investi-mento em novas pesquisas.

Um produto têxtil possui inúmeras utilidades, po-dendo ser utilizado na confecção de roupas, roupas es-portivas, artigo de cama, mesa, banho, entre outras. A diversidade de fibras e artigos disponíveis no mercado atual requer processos específicos para adequá-los ao seu objetivo final. Neste trabalho será abordado o be-neficiamento das fibras de algodão em malha crua, di-vidido nas seguintes etapas: (GRASSI, 2000, p. 2, 3 e 5).

• Etapa número um: Processo de purga (removeras impurezas e proporcionar um substrato com maior hidrofilidade) utilizado para adequar o algo-dão às etapas posteriores.

• Etapanúmerodois:Alvejamento(paraproporcio-

nar um maior grau de brancura).• Etapa número três:Tingimento com a utilização

de corantes reativos.Para a etapa número um, serão aplicadas a purga

convencional, na qual se utiliza o hidróxido de sódio e a purga com a utilização de enzima (pectinase), conhe-cida como biopurga.

Na próxima etapa será abordada a possibilidade de redução nas quantidades de hidróxido de sódio uti-lizadas no processo de brancura. Estas etapas para o beneficiamento do algodão são importantes para que possamos garantir tingimentos que atendam as neces-sidades de todos os envolvidos, desde o fabricante até o cliente final.

2. dESENVOLVIMENTO2.1. Algodão

O algodão é uma fibra obtida dos frutos de algu-mas espécies do gênero Gossypium (SALEM, 2010, p. 30), algodoeiro é o nome mais comum dado a estas es-pécies pertencente à família Malvaceae, que se refere às espécies constituídas de pêlos ramificados. As fibras de algodão são, de fato, pêlos originados da superfície das próprias sementes.

O principal componente da fibra de algodão é a celulose (Tabela 1), que representa a maior parte da sua composição química. As fibras celulósicas naturais possuem regiões amorfas e cristalinas, os corantes uti-lizados em seu tingimento penetram mais facilmente pelas suas regiões amorfas, depois difundem-se então por toda a fibra (SALEM, 2010, p. 92).

Produtos PercentualCelulose 94Proteínas 1,3

Cinzas 1,2Substâncias pécticas (ácido péctico) 0,9

Ácidos málicos, cítrico, etc... 0,8Ceras 0,6

Açúcares totais 0,3Não identificados 0,9

Total 100

Tabela 1. Composição química aproximada da fibra de algodão.

Fonte: Telas MB, 2013.

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QUÍMICA TÊXTIL

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O filamento de algodão (Figura 1) é formado por três camadas de dentro para fora (ARAGÃO, p. 7):• Parede secundária: constituída quase que pura-

mente de celulose e sendo a principal parte da fibra.

• Paredeprimária: constituídadeglucanos, proteí-nas e pectinas.

• Cutícula:constituídadeceras,proteínasepectinas.

Figura 1. Camadas que constituem um filamento de algodão.

Fonte: FCB Empresas, 2013.

2.2. PurgaO processo de purga é responsável pelo aumento

da hidrofilidade do algodão cru e diminuição do seu aspecto amarelado. Atuam na remoção das substân-cias formadas por ceras, pectinas, proteínas, entre ou-tras. A presença destas substâncias não celulósicas no algodão cru é o que o caracteriza por sua baixa hidro-filidade, sendo que as ceras são as grandes responsá-veis por essa característica. Atualmente no processo de purga se utilizam produtos tensoativos e o hidróxido de sódio, isto acaba gerando grandes quantidades de efluentes devido a maiores quantidades de água utili-zada nas lavações dos tecidos e a utilização de ácido para neutralização desta água residuária (WAJCHEN-BERG, 1977, p. 75).

2.3. BiopurgaO processo de biopurga é uma solução para a

eliminação da utilização de hidróxido de sódio nesta etapa inicial, é encontrado no mercado um tipo de en-zima conhecida como pectinase. A pectinase irá atuar na remoção das substâncias pécticas do algodão, de-gradando as, com isso a remoção de impurezas prin-cipalmente das ceras serão mais facilmente realizadas, conferindo ao algodão um alto grau de hidrofilidade. Reações enzimáticas são mais rápidas que reações quí-micas convencionais, por não degradar a celulose pro-porcionam tecidos com melhor toque.

A remoção do material não celulósico que irá ga-rantir o aumento na hidrofilidade do tecido é impor-tante para adequá-lo as próximas etapas do benefi-ciamento que serão: o alvejamento e o tingimento (PIMENTEL, 2010, p. 40).

2.4. AlvejamentoO processo de purga / biopurga consegue elimi-

nar uma parte do aspecto amarelado do algodão cru, por isso para conseguir um melhor grau de branco é utilizado o alvejamento oxidativo. Este processo con-siste na utilização do peróxido de hidrogênio o qual em meio alcalino decompõe-se em íon peridroxila (HOO-) conforme Equação (1), para que tenhamos bons re-sultados no alvejamento devemos encontrar o ponto de estabilidade na liberação da substância ativa, pois o desprendimento acelerado da peridroxila causa um baixo rendimento no alvejamento e uma alta estabili-dade provoca pouca liberação da substância alvejante (GRASSI, 2000, p. 19).

H2O2 + OH- HOO- + H2O (1) íon peridroxila responsável pelo alvejamento

2.5. TingimentoUm tecido é branco devido à reflexão de todas as

cores do espectro, quando precisamos dar cor a um te-cido, a luz refletida deve ser modificada, fazendo com que se tenha uma percepção da cor. Esta modificação na reflexão da luz é denominada de tingimento através do uso de corantes (SALEM, 2010, p. 19 e 43).

meio ambiente

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Para realizar um tingimento geralmente são utiliza-dos os artigos purgados quando se deseja tingir cores de intensidade média a escura e para cores mais claras e brilhantes podem ser utilizados os artigos alvejados. Atualmente para fibras celulósicas são utilizados os co-rantes reativos, por terem cores disponíveis com maior brilho e melhor solidez a tratamentos úmidos, porém alguns apresentam baixa solidez ao cloro. Neste traba-lho serão utilizados os corantes bifuncionais (Figura 2).

3. TESTES APLICATIVOSPara avaliação dos efeitos positivos de um tecido

tratado com a enzima pectinase e um tratado conven-cionalmente com hidróxido de sódio, foi realizado as

etapas de purga, biopurga e após um alvejamento oxi-dativo nestas mesmas malhas. Por último foi avaliado o tingimento no artigo purgado, biopurgado e alvejado.

3.1. Processos de purga convencionalPara o processo de purga convencional foi utiliza-

do uma malha 100% CO crua 30/1, foram utilizadas 6 amostras do substrato com peso de 8,00g +/- 0,05g, pesadas em balança semi-analítica, a relação de banho utilizada foi de 1/10. Após pesados os substratos fo-ram preparados 6 banhos de purga (Tabela 2). Depois de preparados os banhos em recipientes de 100 ml, o substrato foi acondicionado no interior do mesmo e submetido a um tratamento em máquina de alta tem-

Exemplo de molécula bifuncional

SO3

SO3

.

SO3 SO3.

C

C

CI

NH

NH

OH

N N

N

N

N

SO3 CH2 CH2

.

Figura 2. Exemplo da estrutura química de um corante bifuncional.

Fonte: SALEM, 2010.

Tabela 2. Composição das receitas utilizadas na purga convencional.

Fonte: próprio autor.

Produtos Receita 1 Receita 2 Receita 3 Receita 4 Receita 5 Receita 6 unidadeDetergente - 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 g/l

Hidróxido de Sódio 50ºBé

- - 0,5 1,0 2,0 3,0 g/l

Água 80 72 68 64 56 48 ml

pH inicial 4,8 4,8 11,8 12,2 12,6 12,8 -

pH final 6,4 6,5 9,5 11,4 12,2 12,5 Banho residual

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peratura denominada de HT (high temperature) mode-lo ALT-1 Mathis. Para o processo de purga convencional, o banho contendo a amostra de algodão foi aquecido à temperatura de 90ºC com gradiente de 3,0ºC/min., por onde permaneceu por 30 minutos (Figura 3).

Após o processo de purga convencional foram reli-zadas as etapas de neutralização do substratoe posterior-mente a neutralização dos banhos residuários da purga.

Com término do processo de purga, os substratos foram expremidos em um equipamento com pressão de 6 bar, denomindado de foulard modelo VFM Ma-this. Depois os mesmos foram acondicionados nova-mente nos recipientes com 80 ml de água limpa e em seguida realizado uma lavação em equipamento HT à temperatura de 25ºC por um patamar de 5 minutos. Ao fim do processo os substratos foram espremidos nova-

mente em foulard à pressão de 6 bar e neutralizados com ácido acético (Tabela 3) à temperatura de 50ºC por 5 minutos. Posteriormente foram expremidos em Foulard com pressão de 6 bar e secados em secadora doméstica para avaliação.

Depois de neutralizado o substrato, foi necessário a neutralização do banho residual da purga (Tabela 4), pois o mesmo estava com pH fora da faixa de especi-ficação de descarte em efluente. O banho residual foi neutralizado com à adição de ácido acético.

3.2 Processo de biopurgaPara o processo de biopurga também foi utilizado

uma malha 100% CO crua 30/1, foram utilizadas no to-tal 6 amostras do substrato com peso de 8,00g +/- 0,05g, pesadas em balança semi-analítica, a relação de banho

Processo Receita 1 Receita 2 Receita 3 Receita 4 Receita 5 Receita 6 unidadeLavação à 25ºC por 5

min.7,0 6,9 9,2 10,0 10,8 11,2 pH final

Lavação à 50ºC por 5

min.

- - 0,13 0,16 0,16 0,16g/l de ácido

acético- - 7,2 7,6 7,7 7,8 pH final

Tabela 3. Neutralização do substrato após purga convencional.

Fonte: próprio autor.

Fonte: próprio autor.

Tabela 4. Neutralização do banho residual da purga convencional.

Processo Receita 1 Receita 2 Receita 3 Receita 4 Receita 5 Receita 6 unidade

50ºC por 5 min.6,4 6,5 9,5 11,4 12,2 12,5 pH inicial- - 8,2 8,0 8,0 8,2 pH final

Ácido Acético - - 0,06 0,3 1,2 2,1 g/l

Figura 3. Processo utilizado para realização da purga convencional.

A+B

90 °C 30 min.

3°C/min.

A- DetergenteB- Hidróxido de Sódio 50°Bé

Lavação / Neutralização

Fonte: próprio autor.

meio ambiente

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meio ambiente

utilizada foi de 1/10. Após pesados os substratos foram preparados 6 banhos de biopurga (Tabela 5). Depois de preparados os banhos em recipientes de 100 ml o subs-trato foi acondicionado no interior do mesmo e subme-tido a um tratamento em máquina de alta temperatu-ra denominada de HT. Para o processo de biopurga o banho contendo a amostra de algodão foi aquecido à temperatura de 70ºC com gradiente de 3,0ºC/min., por onde permaneceu por 30 minutos (Figura 4).

Após o processo de biopurga o substrato foi ex-premido em foulard com pressão de 6 bar e em segui-da relizada uma lavação do substrato (Tabela 6), onde foram acondicionados novamente nos recipientes com 80 ml de água limpa e em seguida realizada uma

lavação em equipamento HT à temperatura de 25ºC por um patamar de 5 minutos. Não foi necessário a utilização de ácido acético para neutralização tanto do substrato como do banho de biopurga residuário, pois conforme tabela anterior os mesmos ficaram com pH final próximo de 7,0.

Posteriormente foram expremidos em foulard com pressão de 6 bar e secados em secadora domés-tica para avaliação.

Teste de hidrofilidadeA hidrofilidade da malha é essencial para que du-

rante o tingimento se obtenha tingimentos igualiza-dos e com qualidade.

Fonte: próprio autor.

Fonte: próprio autor.

Tabela 5. Composição das receitas utilizadas na biopurga.

Produtos Receita 1 Receita 2 Receita 3 Receita 4 Receita 5 Receita 6 unidadeDetergente - 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 g/l

Pectinase - - 0,25 0,5 1,0 2,0 g/l

Água 80 72 70 68 64 56 ml

Carbonatode Sódio

8,5 8,5 8,5 8,5 8,5 8,6pH ajustado

8,0 - 9,0

Banho residual 7,1 7,1 7,1 7,1 7,0 7,0 pH final

Fonte: próprio autor.

A+B+C

70 °C 30 min.

3°C/min.

A- DetergenteB- Hidróxido de Sódio 50°BéC- Ajuste pH com carbonato de sódio (pH 8,0 - 9,0)

Lavação

Figura 4. Processo utilizado para realização da biopurga.

Tabela 6. Lavação do substrato após biopurga.

Processo Receita 1 Receita 2 Receita 3 Receita 4 Receita 5 Receita 6 unidadeLavação à 25ºC

por 5 min.7,1 7,1 7,1 7,0 7,1 7,0 pH final

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Então depois de realizado os processos de purga convencional e biopurga foi avaliada a eficiência das duas purgas utilizando método MTA 008 (Metódo de Teste Aplicativo para determinação do poder de hi-drofilidade) interno do laboratório da empresa Golden Tecnologia.

Método utilizado consiste das seguintes etapas:Com o auxílio de um carimbo com escala de 0 a

22cm foi realizado uma marcação em cada uma das amostras preparadas no processo de purga e biopurga. Os substratos foram em seguida cortados na largura e al-tura do carimbo, fixado um clips na escala 0 e colocado uma fita adesiva na parte superior da amostra (Figura 5).

Após os substratos foram fixados e enrolados no suporte de substrato (Figura 6) e desenrolados ao mes-mo tempo até que atingissem a cuba abaixo que con-tinha uma solução de 5g/l de corante azul turquesa direto. Ao atingir a cuba foi acionado um cronômetro e realizado as medições de absorção da solução de co-rante em centímetros a cada 1 minuto, sendo o tempo total de 5 minutos.

Área de �xação dosubstrato ao suporte

Nível de contato com o corante

Cortar

Posição de �xação do clips

222120191817161514131211109876543210

Fonte: MTA 008 Golden Tecnologia.

Figura 5. Esquema para identificação das amostras do teste de hidrofilidade.

Início Término

12

6

3

Suporte doSubstrato

Substrato

Solução deCorante

Cuba

9

12

6

39

Figura 6. Esquema de montagem do suporte de substrato e cuba com banho de corante.

Fonte: MTA 008 Golden Tecnologia.

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meio ambiente

Resultados do teste de hidrofilidade purga convencional (Tabela 7) e biopurga (Tabela 8).

Produtos Receita 1 Receita 2 Receita 3 Receita 4 Receita 5 Receita 6 unidadeDetergente - 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 g/l

Hidróxido de Sódio

50ºBé- - 0,5 1,0 2,0 3,0 g/l

Tempo1 min. 0,0 1,0 2,5 6,0 6,0 6,0 Cm

2 min. 0,5 2,5 3,0 7,5 7,5 7,0 Cm

3 min. 0,8 3,5 4,5 8,5 8,5 8,0 Cm

4 min. 1,0 4,5 6,0 9,5 9,5 9,0 Cm

5 min. 1,0 5,5 7,0 10,0 10,0 10,0 CmFonte: próprio autor.

Tabela 7. Resultados do teste de hidrofilidade para purga convencional.

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Produtos Receita 1 Receita 2 Receita 3 Receita 4 Receita 5 Receita 6 unidadeDetergente - 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 g/l

Pectinase - - 0,25 0,5 1,0 2,0 g/l

Tempo1 min. 0,0 0,0 2,0 4,0 5,0 4,0 Cm

2 min. 0,0 0,0 4,5 6,0 6,5 6,0 Cm

3 min. 0,3 0,8 6,0 7,5 7,5 7,0 Cm

4 min. 0,5 1,0 7,0 8,5 8,5 8,0 Cm

5 min. 0,5 1,5 8,0 9,0 9,0 8,5 Cm

Os resultados de hidrofilidade no processo de biopurga mostraram a eficiência da pectinase quando comparamos a receita de número 2 com a 4. Os resul-tados da receita número 4 da biopurga foram muito próximos da receita 4 da purga convencional, receitas estas que foram selecionadas para dar continuidade nas próximas etapas do trabalho.

3.3. Grau de brancura BergerApós o tratamento de purga convencional e bio-

purga foram realizadas leituras em espectrofotômetro Datacolor 650, no qual foi avaliado o efeito de dimi-nuição do aspecto amarelado do substrato de algodão (Figuras 7 e 8). Foi utilizada a escala de brancura Berger.

Os resultados de brancura Berger foram seme-lhantes para todas as amostras tratadas com purga convencional e biopurga. Enquanto a malha crua apre-sentou brancura Berger 9, as amostras tratadas tiveram média de brancura Berger 30.

3.4. Avaliação do toqueForam escolhidas aleatoriamente 5 pessoas para

que avaliassem o toque da malha de algodão em que se aplicou o processo de purga convencional e a bio-purga. As amostras foram dispostas sem a identificação do processo em que foram submetidas. Foi avaliado o toque quanto à aspereza e maciez, resultados obtidos (Tabela 9).

Bran

cura

Ber

ger

Receitas

Malha crua 10

10

20

30

40

2 3 4 5 6

9

2831 31323029

Figura 7. Brancura Berger para o algodão com purga convencional.

Fonte: próprio autor.

Fonte: próprio autor.

Tabela 8. Resultados do teste de hidrofilidade para biopurga.

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Figura 8. Brancura Berger para o algodão com biopurga.

Fonte: próprio autor.

Bran

cura

Ber

ger

Receitas

Malha crua 10

10

20

30

40

2 3 4 5 6

9

3031292929 29

A+B

95 °C 40 min.

3°C/min.

A- Hidróxido de Sódio 50°BéB- Peróxido de Hidrogênio 50%

Lavação / Neutralização

meio ambiente

Conforme observado os resultados, o índice de es-colha da malha com melhor toque foi a que recebeu o tratamento de biopurga.

3.5. Alvejamento após purga convencional e biopurga

Para o processo de alvejamento foi selecionado a receita do processo de purga convencional e biopurga em que se obteve o melhor resultado de hidrofilida-de, conforme (Tabela 7), neste caso foi então utilizada a receita de número 4 tanto para a purga convencional

como para o processo de biopurga. Depois de realiza-das ambas as purgas, foram preparados novos banhos para o processo de alvejamento, no total foram 7 ba-nhos com concentrações diferentes de hidróxido de sódio e peróxido de hidrogênio para a malha tratada convencionalmente e 7 banhos para a malha tratada com biopurga (Tabela 10).

O processo de alvejamento foi realizado em equi-pamento HT onde foi aquecido à temperatura de 95ºC, a um gradiente de 3,0ºC/min. onde permaneceu por 40 minutos (Figura 9).

Tabela 9. Avaliação do toque da malha com purga convencional e biopurga.

Pessoa Purga convencional Biopurga1 mais áspero mais macio2 mais áspero mais macio3 mais áspero mais macio4 mais áspero mais macio5 mais áspero mais macio

Fonte: próprio autor.

Fonte: próprio autor.

Figura 9. Processo utilizado para realização do alvejamento.

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A lavação e neutralização tanto para a malha com purga convencional e biopurga, utilizou as mesmas quan-tidades de água e ácido acético. Em ambas as malhas o processo de alvejamento proporcionou um grau de bran-cura Berger com resultados similares (Figura 10).

Após o alvejamento foi realizada a lavação dos substratos e neutralização dos banhos residuários (Tabela 11).

Tabela 11. Lavação dos substratos e neutralização dos banhos residuários.

Fonte: próprio autor.

- Receita 2 Receita 3 Receita 4 Receita 5 Receita 6 Receita 7 Receita 8Alvejamento

pH final 11,5 11,6 11,7 11,9 12,0 12,1 12,2

Lavação/neutralização substratos em banho novopH após

lavação a 25ºC por 5 min.

9,5 9,6 9,7 9,8 10,0 10,1 10,3

mg/l Ácido acético

19 19 19 22 22 32 32

pH final 7,5 7,6 7,5 7,8 7,6 7,6 7,6

Neutralização dos banhos residuários do alvejamentog/l Ácido acético

0,64 0,8 1,1 1,5 2,0 2,5 3,2

pH final 7,8 7,3 7,2 7,2 7,4 7,2 7,2

Tabela 10. Composição das receitas utilizadas no alvejamento.

Fonte: próprio autor.

Legenda Produtos1 Grau de brancura Berger da malha do processo de purga convencional e biopurga

- Hidróxido de Sódio 50ºBéPeróxido de Hidrogênio

50%Unidade

2 1,1 1,6 g/l3 1,3 2,0 g/l4 1,6 2,5 g/l5 2,1 3,1 g/l6 2,6 3,8 g/l7 3,2 4,8 g/l8 4,0 6,0 g/l

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Bran

cura

Ber

ger

10

10

20

30

40

50

60

70

80

90

2 3 4 5 6 7 8

Alvejamento após Biopurga Alvejamento após Purga Convencional Fonte: próprio autor.

Figura 10. Brancura Berger do algodão purgado e biopurgado após alvejamento.

meio ambiente

3.6. Alvejamento - diminuição nas quantidades de hidróxido de sódioPara um alvejamento que se utilizasse o mínimo possível de produto químico e que se obtivesse o mesmo

efeito de grau de brancura, foi selecionada a receita de número 6 tanto para a malha preparada com purga con-vencional como para a com biopurga, pois atingiram o mesmo grau de brancura que as receitas com maior quan-tidade de hidróxido de sódio.

Tabela 12. Dimiuição na quantidade de hidróxido de sódio.

Fonte: próprio autor.

Receita ProdutosHidróxido de Sódio 50ºBé Peróxido de Hidrogênio 50% Unidade

1 2,6 3,8 g/l2 2,0 3,8 g/l3 1,5 3,8 g/l4 1,0 3,8 g/l5 0,5 3,8 g/l

A partir desta receita foi realizada a diminuição nas quantidades de hidróxido de sódio (Tabela 12).O processo de alvejamento com diminuição nas quantidades de hidróxido de sódio foi realizado em equi-

pamento HT onde foi aquecido à temperatura de 95ºC, a um gradiente de 3,0ºC/min. onde permaneceu por 40 minutos (Figura 11).

Figura 11. Processo utilizado para realização do alvejamento.

Fonte: próprio autor.

A+B

95 °C 40 min.

3°C/min.

A- Hidróxido de Sódio 50°BéB- Peróxido de Hidrogênio 50%

Lavação / Neutralização

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A lavação dos substratos e neutralização dos ba-nhos residuários (Tabela 13) foi realizada da mesma forma, tanto para a malha pré-tratada com purga con-vencional, como para a com biopurga.

Após a lavação dos substratos foram realizadas

Bran

cura

Ber

ger

10

10

20

30

40

50

60

70

80

2 3 4 5

Alvejamento após Biopurga Alvejamento após Purga Convencional

leituras espectrofotométricas para que se avaliasse o grau de brancura Berger. Os resultados mostraram que na amostra com biopurga é possível a utilização de menos hidróxido de sódio que em uma malha pré--tratada com purga convencional (Figura 12).

Figura 12. Brancura Berger do algodão purgado e biopurgado após alvejamento.

Fonte: próprio autor.

Fonte: próprio autor.

Tabela 13. Lavação dos substratos e neutralização dos banhos residuários.

Receita 1 Receita 2 Receita 3 Receita 4 Receita 5Alvejamento

pH final 11,8 11,4 11,1 10,8 10,4

Lavação/neutralização substratos em banho novo

pH após lavação a 25ºC por 5 min.

9,9 9,8 9,6 9,2 8,5

mg/l Ácido acético 50 50 50 50 50pH final 7,3 7,2 7,1 6,9 7,0

Neutralização dos banhos residuários do alvejamento

g/l Ácido acético 2,2 1,8 1,3 0,7 0,3pH final 7,3 7,0 7,5 7,1 7,0

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Fonte: próprio autor.

3.7. TingimentoPara o processo de tingimento e última etapa

deste trabalho, realizou-se um tingimento (Tabela 14) do artigo tratado com a purga convencional e bio-purga. O tingimento (Tabela 15) também foi realiza-do nas malhas com alvejamento. Foi utilizada a clas-se de corantes reativos para realização do processo, devido a estes corantes serem os mais utilizados no

tingimento de fibras celulósicas. O tingimento foi re-alizado em equipamento HT à temperatura de 60ºC, com relação de banho 1/10 e dosagens do carbona-to de sódio e hidróxido de sódio, após manteve-se o patamar de fixação conforme a concentração dos corantes utilizados. Após foram avaliados em espec-trofotômetro Datacolor 650 os valores de intensidade da cor (Força %) e dE CMC 2:1.

Tabela 14. Receita de tingimento para malha com purga convencional e biopurga.

Produtos Receita 1 Receita 2 Receita 3 Receita 4 Receita 5 Receita 6 unidadeMalha com purga convencional Malha com biopurga

Dispersante 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 g/lAmarelo 1,800 0,900 0,100 1,800 0,900 0,100 %

Vermelho 0,005 1,500 0,400 0,005 1,500 0,400 %Azul - 0,005 1,800 - 0,014 1,800 %

NaCl PA 60 65 65 60 65 65 g/lNa2CO3 PA 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 g/l

NaOH 50ºBé PA 1,6 1,6 1,6 1,6 1,6 1,6 g/lResultados espectrofotométricos

Força % 100 100 100 102 101 96 -dE CMC 2:1 0,00 0,00 0,00 0,92 0,21 0,40 -

meio ambiente

Fonte: próprio autor.

Tabela 15. Receita de tingimento para malha alvejada após purga convencional e biopurga.

Produtos Receita 1 Receita 2 Receita 3 Receita 4 Receita 5 Receita 6 unidadeMalha alvejada após purga convencional Malha alvejada após biopurga

Dispersante 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 1,0 g/lAmarelo 0,500 0,060 - 0,500 0,060 - %

Vermelho 0,010 0,300 0,006 0,010 0,300 0,006 %Azul - - 0,040 - - 0,040 %

NaCl PA 30 20 10 30 20 10 g/lNa2CO3 PA 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 2,0 g/l

NaOH 50ºBé PA 0,7 0,7 0,4 0,7 0,7 0,4 g/lResultados espectrofotométricos

Força % 100 100 100 103 103 100 -dE CMC 2:1 0,00 0,00 0,00 0,41 0,22 0,07 -

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4. CONCLUSãOPode-se concluir com o estudo, que as enzimas

trazem ganhos positivos aos efluentes gerados, pois atuam deu ma maneira menos impactante ao meio ambiente. Com o trabalho destacou-seque os ganhos alcançados foram desde o início com o processo de biopurga, no qual não houve necessidade de utilização do hidróxido de sódio (agente alcalino responsável por proporcionar melhor hidrofilidade ao algodão), o qual foi substituído pela enzima Pectinase. Posteriormente verificou-se que nos tecidos biopurgados em que foi realizado o processo de alvejamento oxidativo para garantir um melhor grau de brancura, conseguiu-se reduzir as quantidades do hidróxido de sódio.

Processos menos poluentes não só são aqueles em que se possa eliminar, reduzir ou substituir produ-tos químicos, a utilização de menos energia, más além de contribuir para este objetivo, com a utilização da enzima pectinase permitiu-se o uso de um processo com menor temperatura que o processo de purga convencional.

A pectinase por degradar apenas a região não ce-lulósica da fibra, proporcionou um melhor toque ao substrato após o processo de purga. Os resultados do teste de hidrofilidade mostraram que com a utilização da enzima pectinase foi possível obter resultados pró-ximos ao processo convencional.

No processo de alvejamento oxidativo verificou-se também que processos quando bem estudos contri-buem para a utilização de menos produtos químicos, pois garantem a utilização mínima de cada produto com o mesmo resultado. Neste caso foi possível à re-

dução na quantidade de hidróxido de sódio na malha pré-tratada com biopurga, chegando-se ao mesmo grau de brancura que a malha pré-tratada com purga convencional.

O substrato biopurgado também apresentou tin-gimentos bem igualizados e sem alterar a tonalidade das cores, evidenciando que o processo convencional pode ser substituído pela biopurga sem perder a qua-lidade final.

A enzima pectinase atualmente não é utilizada pela maioria das indústrias têxteis, pois, é considerado um produto de alto custo. Porém, neste trabalho foi utilizado apenas 0,50% desta enzima e se considerar a redução de água e de outros produtos utilizados no processo, é possível gerar efluentes em menores quan-tidades e mais facilmente tratados. Isto faz com que a economia obtida com este processo,quando des-contada do custo da enzima, possa levar a uma maior aceitação pelas indústrias e, consequentemente,uma melhor preservação do meio ambiente.

AGrAdECIMENTOSAgradeço primeiramente a Deus pela saúde e for-

ça para conclusão deste curso. À todos colaboradores da empresa Golden Tecnologia que contribuíram de forma direta ou indireta nesta pesquisa. À diretoria da empresa Golden Tecnologia pelo apoio dado, a qual foi muito importante para realização das análises práticas, disponibilizando seu laboratório e a utilização de todos os materiais necessários.

À minha família e em especial à minha noiva, Ga-briele Soares dos Santos pela compreensão e ajuda.

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• Não serão aceitas matrículas de candidatos que, embora aprovados no processo seletivo, estejamregularmente matriculados em cursos oferecidos gratuitamente pelo SENAI-SP e que pretendam cursá-los simultaneamente.

• Observação: A partir deste processo seletivo e somente para os alunos ingressantes, no ato damatrículao candidato ou seu representante recolhe a taxa de R$ 300,00 (trezentos reais), referente à aquisiçãodosmateriais didáticos impressos (livros e apostilas). Essa taxa será semestral.

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Coordenação Cursos Técnicos: Têxtil – Paulo Sérgio [email protected]

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A Freudenberg Não Tecidos, ao final de 2014, deu início à operação de uma nova linha de produção na unidade de Jacareí (SP), dedicada à fabricação

de não tecidos para as indústrias de higiene, como fraldas descartáveis, absorventes femininos, lenços umedecidos, entre outros. “Com equipamentos muito modernos, con-seguiremos aumentar em 40% a nossa produção para o setor de higiene e, de maneira geral, entre 20% e 25% a capacidade total da nossa planta”, afirma Klaus Homberg, Diretor Técnico, da companhia na América do Sul.

“O aumento da produção está atrelado à maior demanda nos clientes tradicionais e ao atendimento a novos players da indústria de higiene, instalados princi-palmente nas regiões Sudeste e Nordeste do País”, co-menta o executivo, citando ainda a estratégia de, além de fortalecer a presença nos mercados que atende, também acessar novos clientes em nichos específicos, como o de produtos premium, que utiliza tecnologia de ponta em seus processos industriais.

O início da operação desta nova linha de produção reforça ainda o compromisso do Grupo Freudenberg com a América do Sul. Este ano, o Grupo destinou um orçamen-todeR$40milhõesparainvestimentoseminovações,ex-pansão da capacidade fabril e otimização dos processos em suas empresas instaladas na região. “Graças à estreita colaboração com especialistas da Alemanha, teremos con-dições de fabricar produtos especializados para higiene ainda melhores, utilizando tecnologias testadas e compro-vadas em não tecidos. Isso fortalece a nossa competitivi-dade por sermos um grupo de atuação global”, comenta o Representante Regional da Freudenberg para a América do Sul, Juan Carlos Borchardt, que reforça: “As vendas au-mentarão significativamente com a expansão da nossa gama de produtos, que consiste em não tecidos muito si-milares ao algodão, impressos ou especialmente leves”.

SOBrE A FrEUdENBErG NãO TECIdOSA Freudenberg Não Tecidos atua no desenvolvi-

mento e fabricação de entretelas, materiais para calça-dos, material higiênico para uso em fraldas e absorven-tes femininos, e também em material para filtração. Os principais setores de atuação da empresa são as indús-trias de confecção, calçadista, fraldas descartáveis, ab-sorventes femininos e panos de limpeza pessoal, além do mercado de filtração de gases e líquidos.

A empresa atua no Brasil desde 1985. Sua unidade fa-bril de Jacareí (SP) e o escritório comercial de São Paulo (SP) e a filial de Novo Hamburgo (RS) contam com cerca de 300 funcionários e atendem mais de 3 mil clientes ativos.

SOBrE O GrUPO FrEUdENBErG

O Grupo Freudenberg, de origem alemã, atua nos segmentos de vedação, controle de vibrações, não te-cidos, lubrificantes especiais, agentes desmoldantes, filtração, dentre outros. Emprega cerca de 40 mil pes-soas em 60 países, com um faturamento anual acima de € 6,62 bilhões.

No Brasil, está presente com seis empresas: Freu-denberg-NOK, Freudenberg Não Tecidos, Klüber Lubri-cation, EagleBurgmann, Chem-Trend e SurTec; desde julho de 2012, atua também por meio da joint venture TrelleborgVibracoustic.

Mais informações:ADS Comunicação Corporativa (www.adsbrasil.com.br)

Alessandra SabbagTel. 11 5090-3032 / e-mail [email protected]

Rodrigo FonsecaTel. 11 5090-3043 / e-mail [email protected]

Sílvia BalzanTel. 11 5090-3014 / e-mail: [email protected]

FrEUdENBErG NãO TECIdOS INICIA A OPErAçãO dE NOVA LINhA dE PrOdUçãO NO BrASIL

QUÍMICA TÊXTIL produtos e serviços

Nova linha dedicada à produção de não tecidos para as indústrias de higiene aumenta em 40% a produção para atender o setor, além de permitir à companhia oferecer uma maior gama de produtos para o mercado premium.

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