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PROJETO DE GRADUAO
Estudo da tecnologia de identificao por radiofreqncia - RFID
Por, Alessandro de Souza Oliveira
Milene Franco Pereira
Braslia, 12 de dezembro de 2006
UNIVERSIDADE DE BRASLA
FACULDADE DE TECNOLOGIA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA ELTRICA
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UNIVERSIDADE DE BRASILIA
Faculdade de Tecnologia Departamento de Engenharia Eltrica
PROJETO DE GRADUAO
Estudo da tecnologia de identificao por radiofreqncia - RFID
POR,
Alessandro de Souza Oliveira Milene Franco Pereira
Relatrio submetido como requisito parcial para obteno do grau de Engenheiro Eletricista.
Banca Examinadora
Antonio Jose Martins Soares UnB/ ENE (Orientador)
Plnio Ricardo Ganime Alves UnB/ ENM
Marco Antonio Brasil Terada UnB/ ENM
Braslia, 12 de dezembro de 2006
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Dedicatria(s)
Ao meu pai Walkir, minha me Marlene e minhas irms Giselle e Tatiana, que so verdadeiros presentes de Deus na minha vida, sempre ao meu lado apoiando em todos os momentos.
Milene Franco Pereira
Ao meu pai Audlio, minha Me Rosilei, meus irmos Leandro e Danillo e minha noiva Raquel, que sempre me apoiaram durante este tempo em que passei na Universidade de Braslia e em todas etapas importantes da minha vida.
Alessandro de Souza Oliveira
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Agradecimentos
minha famlia, pela motivao sempre me estimulando a crescer cientificamente e pessoalmente. Gostaria de agradecer aos professores e mestres, que com prazer e dedicao alimentaram meus conhecimentos, grande parte do que est demonstrado nesse projeto e ainda o que mais importante, me ensinaram a aprender sozinho. Agradeo aos amigos por terem contribudo em anos de estudo compartilhando sugestes e experincias as quais foram de suma importancia para o meu crescimento profissional e pessoal.
Alessandro de Souza Oliveira
Agradeo a meu pai Walkir por me oferecer todas as condies para que fosse possvel eu alcanar meus objetivos. Sempre foi meu companheiro nas madrugadas, eu lendo ou estudando, e ele lendo ou trabalhando. Acredito que fui influenciada por ele a escolher engenharia como rea de estudo, uma vez que, quando pequena, frequentava seu lugar de trabalho e ele me encorajava a perguntar como funciona, pai?. Devo tambm a ele a oportunidade que tive de morar em diversos lugares diferentes, o que me ajudou a acumular uma experincia mpar, que, com certeza, continuar sendo um diferencial para o resto da minha vida.
Agradeo muito tambm minha me Marlene, que sempre me apoiou em todos os momentos, das decises mais triviais s mais srias. Ela sempre falava o que eu precisava ouvir. Suas palavras de incentivo tambm sempre me ajudaram muito, oferecendo valores de liderana, humildade e perseverana. Tantos anos de engenharia e ela ainda no se acostumou em me ver estudando em horrios ou dias to incomuns, sempre preocupada com minha sade e bem-estar, porm sem nunca deixar de estar ao meu lado.
Minhas irms Giselle e Tatiana, quanta diferena fazem para mim. Giselle que muitas vezes acompanhou de perto minha jornada pela engenharia, mesmo no fazendo o mesmo curso. E a Tati, que com muita compreenso e carinho, aos 5 anos, disse uma vez algo que eu nunca vou esquecer: Mi, no dia depois desse dia tudo vai ser diferente, e essas palavras at hoje me do incentivo para continuar quando tudo parece estar ficando difcil demais.
No poderia deixar de agradecer tambm ao Vincius, que a prova maior de que nem sempre preciso estar perto para estar presente, e assim fazer a diferena.
Aos meus professores, que foram, sem dvida alguma, muito importantes na minha formao, compartilhando o conhecimento, incentivando o querer saber e mostrando que somos capazes de mais do que imaginamos. E considero nosso orientador, professor Martins, um timo exemplo de domnio do conhecimento, didtica e incentivo.
E por fim, aos meus amigos da Eltrica que fizeram parte dessa conquista. O apoio mtuo foi sempre muito importante tanto nas horas de estudo quanto de descontrao, para que no perdssemos a certeza de que todo o esforo vale a pena quando se faz o que se gosta. No posso deixar de destacar o meu parceiro de projeto Alessandro, que foi muito parceiro e amigo durante todo o trabalho. Destaque tambm para Lea e Aguiar, que tiveram um papel importante representando para mim mais que colegas de classe em situaes diversas.
Milene Franco Pereira
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RESUMO
O trabalho apresenta um estudo da tecnologia de identificao por radiofreqncia, RFID. So discutidos os componentes do sistema, transponder, dispositivo de leitura e servidor de aplicao. Esse trabalho tambm explica os princpios de funcionamento para cada tipo de sistema RFID, seja ele 1-bit ou n-bit transponder. Alm do estudo tecnolgico, tambm so apresentadas questes de padronizao do sistema, que, por ser ainda recente e estar em grande expanso, so fundamentais. Os smart cards tambm so analisados e seus principais aspectos tecnolgicos e tipos so evidenciados. Por fim, utilizado um kit RFID para melhor compreenso de todos os aspectos estudados anteriormente.
ABSTRACT
This work presents a study of the radio frequency identification technology, RFID. The components of the system, transponder, reader and host are discussed here. This work also explains the principles of functioning for each type of RFID system, either it 1-bit or n-bit transponder. In addition to the technological study, also issues about the standardization of the system are presented, which, for it being a still recent technology in great expansion, are very important. Smart cards are also analyzed and their main technological aspects and types are evidenced. Finally, a RFID kit is used for better understanding of all the previously studied aspects.
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ndice
ndice de ilustraes .....................................................................................................................iii 1. Introduo ................................................................................................................................. 1 1.1 Descrio do sistema RFID................................................................................................. 1 1.2 Justificativa do estudo da tecnologia de identificao por radiofreqncia........................ 2
2. Tecnologias RFID ..................................................................................................................... 4 2.1 Introduo............................................................................................................................ 4 2.2 Evoluo dos sistemas RFID............................................................................................... 5 2.3 Aplicaes da tecnologia RFID........................................................................................... 7 2.3.1 rea automotiva ........................................................................................................... 8 2.3.2 Identificao de animais............................................................................................... 8 2.3.3 Sade ............................................................................................................................ 9 2.3.4 Rastreamento de mercadorias e correspondncias ....................................................... 9 2.3.5 Controle de acesso de pessoal .................................................................................... 10
2.4 Comparao entre mtodos automticos de identificao ................................................ 10 2.4.1 Cdigo de barras......................................................................................................... 10 2.4.2 Carto de memria ..................................................................................................... 13
2.5 Vantagens do uso da tecnologia RFID.............................................................................. 16 3. Princpios de funcionamento................................................................................................... 17 3.1 Introduo.......................................................................................................................... 17 3.2 Sistemas 1-bit transponder ................................................................................................ 18 3.2.1 Sistema de 1-bit por radiofreqncia ......................................................................... 18 3.2.2 Sistema de 1-bit por microondas................................................................................ 20 3.2.3 Sistema 1-bit transponder por diviso da freqncia ................................................. 22 3.2.4 Sistema 1-bit transponder por efeito eletromagntico................................................ 23 3.2.5 Sistema 1-bit transponder por efeito acstico-magntico .......................................... 24
3.3 Sistemas n-bit transponder ............................................................................................... 25 3.3.1 Sistema n-bit transponder por acoplamento indutivo................................................. 26 3.3.2 Sistema n-bit transponder por acoplamento eletromagntico .................................... 28 3.3.3 Sistema n-bit transponder por acoplamento magntico (sistemas de proximidade) .. 30 3.3.4 Sistema n-bit transponder por acoplamento eltrico .................................................. 31
3.4 Sistemas RFID seqenciais ............................................................................................... 33 3.4.1 Sistemas seqenciais por acoplamento indutivo ........................................................ 33 3.4.2 Sistema seqencial SAW (surface acoustic wave) .................................................... 35
4. Padronizao ........................................................................................................................... 39 4.1 Introduo.......................................................................................................................... 39 4.2 Faixas de freqncias utilizadas pelos sistemas RFID...................................................... 40 4.3 Freqncia apropriada para sistemas de RFID por acoplamento indutivo........................ 45 4.4 Regulamentao e padronizao na Europa...................................................................... 47 4.4.1 Dispositivos de curto alcance no especficos. .......................................................... 48 4.4.2 Dispositivos para aplicaes em transportes ferrovirios e rodovirios ................... 48 4.4.3 Dispositivos de acoplamento indutivo ...................................................................... 50
4.5 Regulamentao e padronizao no Brasil........................................................................ 50 5. Cartes inteligentes (Smart Cards) ......................................................................................... 53 5.1 Introduo.......................................................................................................................... 53 5.2 Classificao dos smart cards............................................................................................ 53 5.3 Padronizao ISO para smart cards................................................................................... 55
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5.4 Smart card de contato metlico ......................................................................................... 56 5.4.1 Carto com memria .................................................................................................. 57 5.4.2 Cartes microprocessados .......................................................................................... 58
5.5 Smart card sem contato ..................................................................................................... 59 5.5.1 Smart Card por acoplamento indutivo de contato (CICC)......................................... 61 5.5.2 Smart Card por acoplamento indutivo de proximidade (PICC)................................. 62 5.5.3 Smart Card por acoplamento indutivo de vizinhana (VICC) ................................... 62 5.5.4 Smart card por acoplamento indutivo para longas distncias (RICC) ....................... 63
5.6 Smart cards hbridos.......................................................................................................... 63 5.6 Vantagens e aplicaes do smart card:.............................................................................. 64
6. Estudo de Caso........................................................................................................................ 66 6.1 Introduo.......................................................................................................................... 66 6.2 Descrio tcnica da operao do kit RFID por meio do SMRFID.................................. 67 6.2.1 Modos de operao do dispositivo de leitura ............................................................. 69 6.2.2 Modulao utilizada no sistema RFID da Sonmicro para 125 kHz ........................... 71 6.2.3 Consumo de energia do dispositivo de leitura ........................................................... 72 6.2.4 Modo de leitura: Quantidade de blocos a serem lidos ............................................... 73 6.2.5 Modo de leitura: Quantidade de leituras .................................................................... 73 6.2.6 Rastreamento de bytes (Byte track) ........................................................................... 74 6.2.7 Seqncia de trmino ................................................................................................. 74 6.2.8 Seleo das opes EM4100/02 e EM4100/02 (decodificado).................................. 74 6.2.9 AOR / Password ......................................................................................................... 75
6.3 Caractersticas do transponder Q5B / T5555 .................................................................... 75 6.4 Como programar parmetros............................................................................................. 77 6.4.1 Parmetros de programao (programming parameters) ........................................... 78 6.4.2 Parmetros amplificadores internos (internal amplifier parameters) ........................ 78 6.4.3 Parmetros gerais do sistema (general system parameters)....................................... 79
6.6 Testes e resultados............................................................................................................. 80 7. Concluses .............................................................................................................................. 82 Referncias .................................................................................................................................. 83
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ndice de ilustraes
Figura 1.1 Composio bsica de um sistema RFID .................................................................... 1 Figura 2.1 Desenvolvimento dos sistemas de identificao por radiofreqncia [7].................... 5 Figura 2.2 Evoluo dos sistemas de identificao por radiofreqncia [7]................................. 6 Figura 2.3 Evoluo das aplicaes RFID no comrcio e na prestao de servios [7]. .............. 6 Figura 2.4 Estrutura do cdigo de barras EAN. .......................................................................... 11 Figura 2.5 - Exemplo de cdigo de barras EAN-8...................................................................... 12 Figura 2.6 Codificao EAN-8.................................................................................................... 12 Figura 2.7 Arquitetura tpica de um carto de memria com lgica de segurana. .................... 14 Figura 2.8 Relao tempo versus benefcio para a utilizao da tecnologia RFID [6]. .............. 16 Figura 3.1 Classificao dos sistemas RFID quanto ao princpio de funcionamento. ................ 17 Figura 3.2 Princpio de operao de um sistema 1-bit transponder por radiofreqncia [6]. ..... 18 Figura 3.3 Variao na impedncia Z1 entre os terminais da bobina do dispositivo de leitura para o sistema 1-bit transponder por radiofreqncia. (Q=90, k=1%)........................................ 19 Figura 3.4 Modelo do circuito eltrico para o sistema 1-bit transponder por radiofreqncia. .. 20 Figura 3.5 Princpio de funcionamento de um sistema 1-bit transponder por microondas [6]. .. 21 Figura 3.6 Exemplo de um sistema de loja de departamentos utilizando 1-bit transponder por microondas [6]............................................................................................................................. 22 Figura 3.7 Sistema de 1-bit transponder por diviso na freqncia [6]. .................................. 22 Figura 3.8 Curva tpica de histerese de um material ferromagntico [6]. ................................... 23 Figura 3.9 Sistema 1-bit transponder por efeito acsticomagntico [6]. .................................. 24 Figura 3.10 Representao da transmisso full duplex, half duplex e seqencial [6]. ................ 25 Figura 3.11 Sistema n-bit transponder por acoplamento indutivo [6]......................................... 26 Figura 3.12 Resultado da modulao de carga [6]. ..................................................................... 27 Figura 3-13 Sistema n-bit transponder, modulao de carga com sub-portadora. ...................... 28 Figura 3.14 Princpio de operao do sistema n-bit transponder por backscatter. [6]................ 29 Figura 3.15 Sistema n-bit transponder por acoplamento magntico (sistema de proximidade) [6]. ............................................................................................................................................... 30 Figura 3.16 Sistema n-bit transponder por acoplamento eltrico (sistema de proximidade) [6].31 Figura 3.17 Sistema n-bit transponder por acoplamento eltrico (campo eletromagntico transferindo dados e energia) [6]................................................................................................. 32 Figura 3.18 Circuito equivalente do funcionamento do sistema (leitor + meio + transponder) para acoplamento eltrico [6]...................................................................................................... 33 Figura 3.19 Fases de operao do sistema seqencial (perodo de carga, leitura e descarga). ... 34 Figura 3.20 Diagrama de blocos do transponder seqencial da Texas Instruments [6]. ............. 35 Figura 3.21 Sistema seqencial SAW (construo do transponder) [6]. .................................... 36 Figura 3.21 Modelo do transponder SAW [6]............................................................................. 38 Figura 3.23 Grfico da resposta emitida pelo transponder SAW [6] .......................................... 38 Figura 4.1 Faixas de freqncias utilizadas por sistemas RFID [6]............................................ 41 Figura 4.2 Distribuio do mercado de transponders por faixas de freqncias.[6] ................... 42 Figura 4.3 Comportamento da intensidade de campo em funo da distncia para a freqncia de 13,65 MHz [6] ........................................................................................................................ 46 Figura 4.4 Comportamento do campo magntico para as freqncias 125 kHz, 6,75MHz e 27,125MHz [6]. ........................................................................................................................... 46 Figura 4.5 Alcance do transponder em funo da freqncia de operao, e para H=105 dB A/m............................................................................................................................................ 47 Figura 5.1 Classificao dos smart cards.................................................................................... 54
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Figura 5.2 Tipos de interface dos smart cards. (a) contato. (b) sem contato. (c) hbrido. .......... 55 Figura 5.3 Diviso da famlia dos smart cards [13].................................................................... 56 Figura 5.4 Caractersticas fsicas do smart card por contato metlico[6]................................... 57 Figura 5.5 Diagrama de blocos para uma arquitetura tpica de cartes com memria por contato metlico [13]. .............................................................................................................................. 58 Figura 5.6 Diagrama de blocos para uma arquitetura tpica de cartes com microprocessador por contato metlico [13]. ........................................................................................................... 59 Figura 5.7 Diagrama de blocos para uma arquitetura tpica de smart card sem contato utilizando lgica de segurana, memria EEPROM e a ROM [13]............................................................. 60 Figura 5.8 Diagrama de blocos para arquitetura de smart cards sem contato utilizando microprocessador [13]................................................................................................................. 60 Figura 5.9 Posio de elementos acopladores capacitivos (E1-E4) e indutivos (H1-H4) em um CCIC [13].................................................................................................................................... 61 Figura 5.10 Smart card hbrido com transmisso de RF e contato metlico [13]. ...................... 64 Figura 6.1 Composio bsica do sistema RFID ........................................................................ 66 Figura-6.2 Tela principal do programa SMRFID da SONMICRO ELECTRONICS................. 67 Figura 6.3 Layout da placa do dispositivo de leitura .................................................................. 68 Figura 6.4 Parmetros de configurao do dispositivo de leitura ............................................... 69 Figura 6.5 Janela de programao do transponder...................................................................... 71 Figura 6.6 Transies entre os estados binrios .......................................................................... 72 Figura 6.7 Codificao Manchester utilizando a definio da Figura 6.6a................................. 72 Figura 6.8 Diagrama de blocos do transponder Q5B/T55XX..................................................... 76 Figura 6.9 Mapa da memria do transponder tipo Q5B/T55XX ................................................ 77 Figura 6.10 Parmetros de programao (Programming Parameters). ...................................... 78 Figura 6.11 Espectro de radiofreqncia retirado diretamente do dispositivo de leitura............ 81
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1. Introduo
RFID (Radio Frequency Identification) uma tecnologia que utiliza ondas
eletromagnticas para identificar objetos, pessoas e animais. O sistema RFID surgiu pouco
antes da II Guerra Mundial, quando os aliados utilizaram essa tecnologia para distinguir seus
prprios avies dos avies inimigos. A partir dos anos 80 o Instituto de Tecnologia de
Massachussetts (MIT), em conjunto com outros centros de pesquisa, iniciou estudo de uma
arquitetura que utilizasse os recursos das tecnologias baseadas em radiofreqncia, para servir
como modelo de referncia ao desenvolvimento de novas aplicaes de rastreamento e
localizao de produtos [1][5]. Desse estudo, nasceu o Cdigo Eletrnico de Produtos - EPC
(Electronic Product Code). O EPC define uma arquitetura de identificao de produtos que
utiliza os recursos proporcionados pelos sinais de radiofreqncia.
1.1 Descrio do sistema RFID
O sistema RFID composto basicamente por trs componentes: dispositivo de leitura,
transponder e computador, que esto arranjados conforme a Figura 1.1. Nos captulos
posteriores sero abordadas as possveis aplicaes, princpios de funcionamento, padronizao
e detalhamento dos cartes inteligentes (smart cards). Tambm ser apresentado o estudo de
um kit de desenvolvimento para fins acadmicos do fabricante SONMICRO ELECTRONICS.
Figura 1.1 Composio bsica de um sistema RFID
O dispositivo de leitura responsvel pela emisso de um campo eletromagntico que
alimenta o transponder, que, por sua vez, responde ao dispositivo de leitura com o contedo de
sua memria. Os dados provenientes do transponder so encaminhados para o computador,
onde realizado o processamento de acordo com a aplicao em questo.
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O transponder, tambm conhecido como tag, um dispositivo que contm a informao
(seja ela, 1 bit ou n bit). O transponder funciona como uma carteira de identidade, porm faz
uso de dispositivos eletrnicos (memria, processador, resistores, capacitores e indutores) para
guardar uma informao ou gerar um sinal. Atualmente, os transponders esto disponveis em
diversos formatos, tais como cartes, pastilhas e argolas, e em materiais como plstico, vidro,
epxi etc. Eles esto classificados em duas categorias:
Ativos, que fazem uso de fonte de alimentao prpria. Passivos, que utilizam a energia proveniente do dispositivo de leitura para o seu
funcionamento.
O captulo 3 deste trabalho trata dos princpios de funcionamento da tecnologia RFID.
Nesse captulo sero abordados as particularidades e os princpios bsicos de funcionamento
para os principais sistemas RFID no mercado, bem como as respectivas faixas de freqncia.
Os sistemas de RFID tambm so classificados, de acordo com a faixa de freqncia, em
sistemas de baixa freqncia (30 kHz a 500 kHz) e de alta freqncia (850 MHz a 2,5 GHz).
Os sistemas de baixa freqncia geralmente so utilizados em controles de acesso,
identificao de animais ou objetos, rastreabilidade de produtos etc., por possurem baixo custo
e curto alcance. Os sistemas de alta freqncia (850 kHz a 2,5 GHz) so utilizados para
identificao de objetos em movimento e permitem distncias de leitura classificadas entre
mdia e longa [6].
1.2 Justificativa do estudo da tecnologia de identificao por radiofreqncia
A justificativa do estudo da tecnologia de RFID deve-se possibilidade de rastreamento
de produtos, pessoas e animais, com eficincia, alm de possibilitar novos horizontes de
servios ao longo da cadeia de abastecimento. Algumas empresas esto investindo maciamente
nessa tecnologia. A empresa norte-americana Gillette encomendou cerca de 500 milhes de
transponders, a Boeing e a Airbus as duas maiores fabricantes de avies do planeta exigiram
de seus fornecedores a identificao de peas de avies e motores utilizando essa tecnologia. A
rede de supermercados Wal-Mart tambm solicitou de seus fornecedores a identificao de
produtos por meio dessa tecnologia [1]. A Microsoft est entrando no mercado com o anncio
de que pretende desenvolver softwares e servios para suportar o uso de RFID nos setores
industrial e de varejo [2] [3].
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O exemplo mais recente do uso da tecnologia RFID o Sistema Nacional de
Identificao Automtica de Veculos (Siniav), a ser implantado na cidade de So Paulo
para planejar e executar aes de combate ao roubo e furto de veculos e cargas, bem
como gerir o controle do trfego [4].
O sistema Octopus outro exemplo muito interessante da utilidade do sistema RFID. O
carto Octopus um carto sem contato, recarregvel, que armazena determinados valores em
dinheiro para realizao de pagamentos eletrnicos em sistemas online ou offline de Hong
Kong, China. Esse sistema foi lanado originalmente em setembro de 1997 como sistema de
pagamento de tarifas no transporte pblico [23][24]. Atualmente o sistema de cartes Octopus
tem crescido como sistema de dinheiro eletrnico largamente utilizado no apenas no transporte
pblico, mas tambm para realizao de pagamentos em lojas de convenincia, supermercados,
lanchonetes, parqumetros, estacionamentos e muitos outros pontos de vendas, incluindo
mquinas de venda de refrigerante [23][24]. Alm disso, o sistema Octopus usado para
controle de acesso em escritrios, escolas e apartamentos. Esse carto pode ser utilizado at
para doar dinheiro para instituies de caridade. Para utilizar o carto, basta aproxim-lo a um
dispositivo de leitura Octopus. Esses cartes podem ser recarregados com dinheiro em
mquinas de recarga ou em balces de lojas diversas, ou at mesmo atravs de cartes de
crditos e contas de banco. O sistema de cartes Octopus tem se tornado um dos sistemas de
dinheiro eletrnico mais bem-sucedidos do mundo, contando com mais de 13 milhes de
cartes em circulao (aproximadamente duas vezes a populao de Hong Kong) e mais de 9
milhes de transaes por dia, com aproximadamente 300 pontos de venda (dados janeiro de
2006). O responsvel pelo sistema Octopus, Octopus Cards Limited, uma parceria entre MTR
Corporation e outras companhias de transporte de Hong Kong como KCR, KMB e Citybus. O
segmento internacional da empresa, a Octopus Knowledge Limited, fechou contrato para
extender o sistema para a Holanda [23][24].
Atualmente, o transponder mais barato custa, nos EUA, cerca de 25 centavos de dlar a
unidade na compra de um milho de transponders. No Brasil, segundo a Associao Brasileira
de Automao, esse custo sobe para 80 centavos at 1 dlar a unidade [5] [3]. Esse valor
barato em comparao ao custo de um laptop, ou seja, ao utilizar o transponder para identificar
um laptop o custo do transponder muito baixo em comparao ao custo do laptop, porm,
extremamente caro se for contabilizada a existncia de um transponder em cada caixa de leite
ou garrafa de refrigerante. Mesmo assim a tecnologia RFID est ficando mais acessvel devido
ao desenvolvimento da indstria eletrnica, que a cada dia melhora o desempenho e reduz o
custo de componentes necessrios para a construo desse sistema de identificao.
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2. Tecnologias RFID
2.1 Introduo
Acompanhando os processos evolutivos das telecomunicaes, a tecnologia de
identificao por radiofreqncia (RFID) vem despontando como a nova gerao de sistemas de
identificao, em substituio aos cdigos de barra, cartes de crdito com leitura magntica,
crachs de identificao, entre outros. As vantagens da tecnologia RFID incluem menor tempo
para identificao, menor ocorrncia de falhas e maior controle na segurana e nos fluxos de
informao.
Tal como aconteceu com a Internet, que teve incio com os sistemas intranet nas grandes
organizaes e hoje atinge dimenso global, ou, ainda, com os telefones mveis, que eram
utilizados nos automveis e atualmente esto nos bolsos de cada usurio, tambm tem-se forte
tendncia da radiofreqncia se tornar imprescindvel na cadeia logstica.
O desenvolvimento dessa soluo, at agora condicionado por uma srie de barreiras de
ordem fsica, estrutural e financeira, vem sendo direcionado para novos patamares com os
processos de padronizao e uniformizao. Essas medidas permitem o uso de RFID em escala
global, alm da diminuio do custo da tecnologia. A radiofreqncia no apenas mais uma
forma de processar informao ou de armazenar e controlar dados. As diversas dimenses que
oferece vo muito alm da simples identificao, com a possibilidade de conhecer e analisar
informaes sobre a localizao, estado e condio de pessoas, bens e processos, e colocar
disposio dos gestores logsticos um novo nvel de controle da cadeia de abastecimento [6].
Sucedendo os cdigos de barras, as etiquetas RFID esto sendo demandadas por pesos-
pesados de diversos mercados como, por exemplo, a Boeing e a rede de supermercados Wal-
Mart, ou mesmo instituies como o Pentgono e a Food and Drug Administration (FDA)[3].
Essas empresas e instituies esto incentivando os seus fornecedores para que substituam as
antigas codificaes pelos novos identificadores, que emitem ondas de rdio para leitores
computadorizados. Segundo a empresa norte-americana de consultoria Aberdeen Group,
pesquisas indicam que, na aplicao de logstica, possvel movimentar os bens identificados
com etiquetas RFID com velocidade dez vezes maior em comparao ao que seria possvel com
produtos que utilizam os cdigos de barras. Estimativas apontam que essa tecnologia pode
aumentar, em funo da rea de negcio, entre 10% e 30% os ganhos das empresas, por causa
da diminuio dos custos com estoques e das vantagens em nvel da eficincia e segurana [6].
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2.2 Evoluo dos sistemas RFID
A Figura 2.1 ilustra o desenvolvimento dos sistemas de identificao por
radiofreqncia. Em 1937, pouco antes do incio da segunda guerra mundial, as foras armadas
norte-americanas, de face ao problema na identificao dos alvos terrestres, areos e martimos,
desenvolveram o mtodo de identificao Friend-or-Foe (IFF) que permitia distinguir as
aeronaves aliadas das aeronaves inimigas [7]. Essa tecnologia veio a ser a base dos sistemas de
controle de trfego areo atual.
Em funo do alto custo, o uso da radiofreqncia, at pouco tempo, se restringia apenas
s aplicaes militares, laboratrios e grandes empresas comerciais. Com o avano da
eletrnica e do desenvolvimento de componentes em grande escala, vem diminuindo o custo
final de vrios dispositivos e, assim, permitindo o uso comercial para a grande massa global.
Figura 2.1 Desenvolvimento dos sistemas de identificao por radiofreqncia [7].
As indstrias de manufatura, estocagem e transporte vm desenvolvendo, desde 1970,
projetos de automao, identificao animal, rastreamento de veculos, entre outras, baseadas
na tecnologia de RFID. Com o avano tecnolgico, os sistemas RFID vm ganhando
velocidade de processamento, distncias de leituras cada vez maiores, novas funes, alm da
miniaturizao dos dispositivos, o que permite criar uma srie de aplicaes novas, como o
controle de acervo em bibliotecas. Na Figura 2.2, que mostra a evoluo das aplicaes de
radiofreqncia entre 1960 e 1990, possvel verificar que at esse momento a tecnologia era
usada apenas por grandes empresas, as quais movimentavam um grande volume de produtos,
com o objetivo de compensar o custo. Em 1990, a tecnologia RFID ganha popularidade global,
com aplicaes comerciais, controle de acesso e a sua integrao em meios de pagamento.
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Desde ento, h um esforo por parte de autoridades governamentais e no governamentais,
bem como de grandes fabricantes, em promover a padronizao da tecnologia nos atributos de
freqncia de operao e protocolos de comunicao.
Figura 2.2 Evoluo dos sistemas de identificao por radiofreqncia [7].
O RFID cada vez mais vem ganhando fora e adeptos, fato que se deve, principalmente,
reduo de custos de implantao da tecnologia e do tempo do controle da produo (controle
de estoques, linha de montagem, entre outros). A filosofia Just in Time tem grande parcela de
influncia sobre a deciso de usar ou no o RFID. Na Figura 2.3, tem-se mais uma etapa da
evoluo das aplicaes, estendendo o uso da tecnologia tanto no comrcio como na prestao
de servios [6][7].
Figura 2.3 Evoluo das aplicaes RFID no comrcio e na prestao de servios [7].
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2.3 Aplicaes da tecnologia RFID
A identificao por radiofreqncia uma tecnologia presente no mercado e pode ser
encontrada em diversas reas como controle de acesso, controle de trfego de veculos,
lavanderia, indstrias, controle de containeres, monitorao de pacientes, identificao de
animais, monitorao de bagagem e passageiros nos aeroportos, e aplicaes em ambientes
hostis como processo de pintura industrial e lubrificao de partes ou produtos identificados
com transponders de RFID. A Tabela 2.1 apresenta as aplicaes mais comuns da tecnologia de
RFID, que sero comentadas a seguir.
Tabela 2.1 Aplicaes mais comuns da tecnologia de RFID [6].
Controle de acesso Identificao de animais
Controle de bagagens em aeroportos Financeiras
Pagamentos/Compras:
-Tickets Alimentao
-Cartes de crdito
-Passagens de transporte
coletivo urbano etc.
Sistemas anti-furto e pedgio Lojas de souvenires
Rastreamento de documentos e produtos Esportes
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2.3.1 rea automotiva
As aplicaes na rea automotiva consistem, em sua maioria, nos sistemas anti-furto
para automveis. Dispositivos passivos empregados nos veculos vm sendo desenvolvidos
desde 1993. Como exemplo, tem-se o imobilizador eletrnico, um transponder que
empregado como chaveiro, ou inserido na parte plstica da chave do veculo. Nesse
transponder, podem ser armazenados dados relativos a cada chave, quantas chaves foram
acrescentadas ao sistema e at mesmo informaes sobre o proprietrio em caso de veculo por
encomenda ou personalizado. Nos veculos em que o transponder instalado, quando o
motorista coloca a chave no contato, um microleitor recebe o cdigo encriptado do transpoder e
a partida liberada somente aps a confirmao desse cdigo.
Ainda nesse contexto, encontra-se a aplicao de controle de acesso a condomnios
residenciais ou empresas, as quais fazem uso de transponders ativos colocados no pra-brisa do
automvel. Quando o carro se aproxima, o cdigo do transponder enviado a um dispositivo de
leitura que o encaminha para um computador a fim de verificar se abre ou no a garagem. Nos
estacionamentos comerciais essa tecnologia a mais adequada por reduzir custos operacionais,
ter baixo custo, eliminar congestionamentos, permitir o monitoramento do trfego, da
capacidade de atendimento e do tempo de ocupao, alm de oferecer informaes especficas
sobre cada veculo.
Pode-se, ainda, fazer uso da tecnologia de RFID para controlar o abastecimento de
frotas de nibus ou transportadoras, o que feito fixando-se um transponder passivo ou ativo na
entrada do tanque de combustvel de cada veculo, cujo nmero serial nico e identificado por
um dispositivo de leitura instalado no bico da bomba de combustvel, que libera o
abastecimento. Nos pedgios, costuma-se adotar um transponder ativo com capacidade de
leitura e escrita, possibilitando um sistema de crditos onde, a cada passagem pela cabine de
cobrana do pedgio, so debitados crditos do transponder do respectivo automvel.
2.3.2 Identificao de animais
Neste tipo de aplicao, usado o dispositivo passivo por vrias razes. Os transponders
passivos no necessitam de fonte de alimentao, portanto, uma vez implantado, no h custo
de manuteno com o mesmo. Os transponders subcutneos, quando passivos, representam um
menor risco de infeco e rejeio pelo organismo do animal. No caso de transponders
-
9
externos, se o mesmo for passivo, sua aplicao muito simples possibilitando um
reaproveitamento do transponder de modo a baixar ainda mais o custo operacional da
tecnologia.
2.3.3 Sade
Embora seja possvel o implante, em seres humanos, de transponders de RFID, que so
muito pequenos e projetados especificamente para incluso subcutnea, eles no foram
liberados para uso, a no ser nos Estados Unidos a ttulo de pesquisa e obrigatoriamente na
sade como se fosse um pronturio do paciente. Ainda h muita discusso por autoridades
governamentais e no governamentais e instituies acadmicas sobre o uso de etiquetas RFID
em seres humanos com a finalidade comercial ou financeira. Usando um dispositivo de leitura
especial, os mdicos e a equipe de funcionrios do hospital podem buscar a informao das
etiquetas implantadas, tais como a identidade do paciente, tipo do sangue e detalhes de sua
condio, e se h alguma reao alrgica a determinado medicamento.
2.3.4 Rastreamento de mercadorias e correspondncias
A tecnologia RFID permite o monitoramento remoto de encomendas e correspondncias
corporativas, oferecendo maior agilidade e segurana administrao tanto dos fabricantes
como das empresas de entrega expressa. A etiqueta padro integrada a uma smart-label, ou
etiqueta inteligente, com nmero serial nico, na qual so programadas informaes como
remetente e receptor, destino final e cdigo de barras.
A tecnologia, que por enquanto hbrida, contendo o cdigo RFID e um cdigo de
barras, agiliza a obteno das informaes contidas no container ou lote de produtos sem a
necessidade de abrir o mesmo para verificao, mesmo em trnsito, e permitindo o
redirecionamento das mercadorias ou correspondncias para o devido lugar em caso de erro
por parte da transportadora. Nesse tipo de aplicao, faz-se uso de transponders passivos nas
mercadorias individuais e um leitor de mltiplos acessos para fazer uma leitura rpida e segura
de todos os tags no lote ou container, acelerando o processo de distribuio com total
confiabilidade.
No caso de documentos, os arquivos podem conter parmetros como data de
vencimento, movimentao permitida e pessoas autorizadas a terem acesso aos mesmos. Com
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10
essas informaes, o banco de dados pode construir uma auditoria de manipulao de cada
documento que passa a ser facilmente localizado pelos funcionrios.
2.3.5 Controle de acesso de pessoal
Aplicada nas corporaes, o carto de identificao uma poderosa ferramenta, sem
risco de fraudes, para melhorar o gerenciamento de colaboradores e pessoal autorizado a
transitar nas dependncias da empresa por meio de controle de entrada e sada de funcionrios,
clculo automtico de horas-extras e horas trabalhadas. O carto pode, tambm, ser programado
para gravar informaes sobre a utilizao de equipamentos, uso de vale refeio, exames
mdicos, viagens, participao em programas de treinamento, acesso a determinadas salas da
empresa e vrias outras atividades. Em geral, para esse tipo de aplicao, faz-se uso de
transponder passivos de proximidade, ou seja, sua leitura se restringe a poucos centmetros de
distncia do dispositivo de leitura. Tambm conhecido como crach de acesso, os transponders,
alm da informao armazenada na sua memria, tm adesivos com informaes visuais, como
foto, nome, matrcula e funo do respectivo colaborador, o que agrega valor aplicao de
controle de acesso.
2.4 Comparao entre mtodos automticos de identificao
O uso da tecnologia automtica de identificao (auto-ID) vem crescendo desde a
metade do sculo passado e est se tornando uma parte indispensvel de nossa vida diria. O
cdigo de barras foi a base para as tecnologias de auto-identificao. Encontra-se cdigo de
barras em toda parte, desde produtos prestao de servios. Embora RFID seja aparentemente
novo, no est substituindo o cdigo de barras ou outra tecnologia de identificao, ao menos
por enquanto. Cada tecnologia de auto-identificao tem suas vantagens e desvantagens como
discutido a seguir.
2.4.1 Cdigo de barras
O sistema de identificao de produtos conhecido por cdigo de barras teve origem nos
EUA, em 1973, com o cdigo UPC (universal product code) e, em 1977, esse sistema foi
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11
expandido para a Europa atravs do EAN (European Article Numerical Association). um
cdigo binrio que compreende barras em preto e aberturas em branco arranjadas em uma
configurao paralela de acordo com um padro predeterminado e representam os elementos de
dados que referenciam a um smbolo associado. A seqncia, composta de barras largas e
estreitas e de aberturas, pode ser interpretada alfanumrica e numericamente. Sua leitura feita
pela explorao ptica do laser, isto , pela reflexo diferente de um feixe de laser das barras do
preto e das aberturas brancas. Entretanto, apesar de seu princpio fsico permanecer o mesmo
at hoje, h algumas diferenas considerveis entre as disposies do cdigo nos
aproximadamente dez tipos diferentes de cdigos de barra atualmente em uso.
O cdigo de barras mais popular o EAN, que foi projetado especificamente para
cumprir as exigncias da indstria de mantimentos. O cdigo EAN, que representa um
desenvolvimento do UPC dos EUA, composto por 13 dgitos: o identificador do pas, o
identificador da companhia, o nmero do artigo do fabricante e um dgito de verificao,
conforme a Figura 2.4.
Figura 2.4 Estrutura do cdigo de barras EAN.
O cdigo EAN-8 um tipo de cdigo de barras comumente utilizado no Brasil em
embalagens que dispem de espao restrito, Figura 2.5. No Brasil, os trs primeiros dgitos
representam o prefixo EAN/UCC (European Article Numbering / Uniform Code Council)
licenciado pela GS1, organizao responsvel pelo modelo e implementao de padres globais
relacionados cadeia de suprimentos. Os quatro dgitos seguintes referenciam o item e so
determinados tambm pela organizao GS1. O ltimo dgito um dgito verificador.
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Figura 2.5 - Exemplo de cdigo de barras EAN-8
O cdigo de barras EAN-8 consiste em uma seqncia de barras pretas e brancas que
representam o cdigo do produto. Cada dgito representado por 7 barras pretas ou brancas que
so decodificadas de acordo com a Figura 2.6. A Figura 2.5 mostra o arranjo das barras para o
dgito 5, de acordo com a Figura 2.6a. Para dgitos esquerda das barras centrais, utiliza-se a
Figura 2.6a, e direita, utiliza-se a Figura 2.6b. Cada barra branca representa o bit 0 e cada
barra preta o bit 1. As trs barras iniciais (lado esquerdo), cinco barras do centro e as trs barras
do final representam barras de guarda.
Figura 2.6 Codificao EAN-8
Um dos problemas com o cdigo de barras que pode-se fazer a varredura de apenas
um objeto de cada vez. Alm disso, uma quantidade limitada de dados armazenada no cdigo
deixando de lado informaes importantes como nmero de srie original, data de expirao ou
validade, ou outra informao pertinente. O leitor de cdigo de barras necessariamente tem que
estar em visada com o cdigo para efetuar sua leitura, logo, ocorrem erros de leitura caso o
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artigo codificado esteja empoeirado, sujo ou com algum defeito em sua etiqueta de
identificao. Uma grande vantagem o baixo custo de implementao e manuteno, bastando
a impresso das etiquetas codificadas e um dispositivo de leitura. Atualmente, tem-se uma boa
infra-estrutura para essa aplicao.
Quanto leitura ptica, tem-se, ainda, o OCR (optical character recognition) que foi
usado primeiramente, nos anos de 1960, com o objetivo de criar ou reconhecer caracteres de
modo que pudessem ser lidos de maneira normal por uma pessoa ou de modo automtico por
uma mquina. Como exemplo de aplicao do OCR, tem-se a ferramenta disponibilizada nos
scanners que reconhecem os caracteres de texto e os enviam para um editor de texto. Uma
importante vantagem do OCR sua elevada densidade de informao e possibilidade de leitura
dos dados de modo visual em regime de emergncia, no caso de problemas com a leitura
ptica.
Hoje, o OCR usado na produo, em atividades administrativas e tambm nos bancos
para o registro dos cheques (os dados pessoais, como nmero do cheque e nome do cliente, so
impressos na linha inferior de um cheque do tipo OCR). Entretanto, os sistemas de OCR no se
tornaram universalmente aplicveis devido ao elevado custo e complexidade dos dispositivos
de leitura.
2.4.2 Carto de memria
Em cartes de memria (memory cards), geralmente usa-se uma EEPROM (Electronic
Erasable Programmable Memory), que acessada usando uma lgica seqencial (mquinas de
estado), Figura 2.7. tambm possvel incorporar algoritmos simples de segurana. A
funcionalidade da memria pode ser otimizada para uma aplicao especfica e a flexibilidade
da aplicao altamente limitada, mas, por outro lado, os cartes de memria possuem uma boa
relao custo-beneficio.
Os cartes microprocessados so muito usados em aplicaes que necessitam de uma
maior segurana, como os smart-cards para telefones mveis GSM e os cartes de crdito com
chip. A opo de programar os cartes microprocessados facilita a adaptao rpida s novas
aplicaes que vm surgindo a cada dia, o que representa uma grande vantagem devido a sua
flexibilizao mesmo com um custo relativamente alto, pois seu tempo de vida longo.
-
14
Figura 2.7 Arquitetura tpica de um carto de memria com lgica de segurana.
Na Tabela 2.2, mostra-se uma comparao entre os principais mtodos de auto-
identificao com relao quantidade de dados que podem ser armazenados, segurana da
aplicao, custo, vida til e interferncias do meio. Na Tabela 2.3, tem-se um resumo dos
atributos qualitativos e quantitativos de algumas tecnologias de auto-ID.
Tabela 2.2 Principais parmetros para comparao entre tecnologias de auto-identificao [6].
Parmetros de comparao
Cdigo de Barras
Carto de contato
RFID - Passivo RFID - Ativo
Modificao dos dados
No Sim Sim Sim
Segurana dos dados
Baixa Alta Varivel (Baixo
Alto) Alta
Quantidade de dados
- linear: 8-30 caracteres - 2D: 7.200 caracteres
Acima de 8 MB
Acima de 64 kB
Acima de 8 MB
Custo
Poucos centavos de dlar ou frao de centavo por
item
Pouco mais de US$1,00 por
item
Mdio, pouco menos de 25 centavos de
dlar por item.
Muito alto, de US$10,00 a
US$100,00 por item.
Padronizao Estvel e
padronizado Proprietrio e
no padronizado
No proprietrio e evoluindo para
uma padronizao
Proprietrio e evoluindo para um padro aberto.
Tempo de Vida Pequeno Longo
Indefinido (depende da qualidade do
tag)
3-5 anos dependendo da
bateria de alimentao
Interferncia
Barreira ptica - sujeira ou objetos
obstruindo a visada do laser
Bloqueio do contato
O meio ambiente pode afetar os campos e a transmisso das ondas de
rdio
Barreiras ilimitadas desde que o sinal do tag seja forte e livre de rudo.
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Tabela 2.3 Comparao entre tecnologias de auto-identificao [6].
Controle de acesso / identificao
Vantagens Desvantagens
Chave metlica
No necessita de energia para seu funcionamento. Muito simples de usar.
Pode ser copiada facilmente.
Chave de Combinao
A combinao pode ser alterada facilmente. No h chave para ser perdida ou roubada.
Custo mais alto em relao a chave metlica.
Carto perfurado
No fcil de ser copiado como a chave metlica.
Tecnologia antiga e com baixa flexibilidade. Pode ser copiado.
Carto magntico
Difcil de ser copiado. Disponibilidade de leitores no mercado com baixo custo.
Pode ser danificado com o uso, necessria a instalao de uma infra-estrutura para esta aplicao.
Contact Smart-Card
Possibilidade de aplicar o mesmo carto em vrias atividades. Maior segurana quando comparado a fitas magnticas.
Custo mais alto que um carto magntico.
RFID TAGs
Todas as vantagens dos contact smart cards, porm com a vantagem de no necessitar de contato fsico. O chip fica embutido e protegido garantindo maior vida til.
Possui o custo mais alto entre os mecanismos citados.
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2.5 Vantagens do uso da tecnologia RFID
Os benefcios da tecnologia RFID podem ser categorizados quanto ao tempo (curto
prazo versus longo prazo) ou quanto tangibilidade (direta versus indireta). Em alguns casos,
como etiquetar gado ou etiquetar uma cadeia de suprimentos, deve-se considerar o efeito de
rede, ou seja, o custo da implementao de um sistema RFID pode ser mnimo quando se
considera um sistema fechado (criadores de gado ou distribuidores de suprimentos
desenvolvem seu prprio sistema RFID). Entretanto, o custo aumenta significativamente
quando se considera um sistema aberto, ou seja, vrios criadores ou distribuidores de
suprimentos fazem uso de um sistema comum. Na Figura 2.8, verificam-se as vantagens diretas
e indiretas relacionadas no perodo de tempo. Essa comparao muito importante na tomada
de deciso de implementar o uso desta tecnologia no mercado ou indstria.
Figura 2.8 Relao tempo versus benefcio para a utilizao da tecnologia RFID [6].
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17
3. Princpios de funcionamento
3.1 Introduo
Os sistemas RFID so classificados em duas principais categorias: 1-bit transponder e
n-bit transponder. Os sistemas 1-bit funcionam, basicamente, por meio de fenmenos fsicos e
se subdividem em 5 categorias. Os sistemas n-bit so subdivididos conforme o mecanismo de
transmisso de dados; neste tipo de sistema h, de fato, um fluxo de dados entre o transponder e
o dispositivo de leitura. A Figura 3.1 apresenta a classificao dos diferentes tipos de RFID.
Nessa figura, tambm esto indicadas as sees deste captulo que tratam de cada um dos tipos
de RFID [6].
Figura 3.1 Classificao dos sistemas RFID quanto ao princpio de funcionamento.
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18
3.2 Sistemas 1-bit transponder
Os sistemas 1-bit transponder trabalham com apenas dois estados: ativado ou
desativado. O estado ativado significa que o tag encontra-se na zona de leitura do receptor e, no
estado desativado, no h presena do tag na zona de leitura. Todos os 5 tipos de sistemas de 1-
bit seguem essa mesma idia de identificao por estados.
3.2.1 Sistema de 1-bit por radiofreqncia
Este mecanismo baseado em circuitos ressonantes, contidos nos transponders passivos.
O dispositivo de leitura gera um campo magntico alternado na faixa de radiofreqncia em
torno de 8,2 MHz conforme a Figura 3.2 [6]. A regio de atuao do campo controlada por
meio da potncia fornecida bobina do dispositivo de leitura. Se o transponder estiver na regio
de atuao do dispositivo de leitura, a energia proveniente do campo alternado gerado pelo
dispositivo de leitura induz uma corrente no circuito LC do transponder. Se a freqncia do
dispositivo de leitura combinar com a freqncia de ressonncia do circuito LC contido no
transponder, o sistema ressonante responde com uma pequena mudana na tenso entre os
terminais da bobina (antena) do dispositivo de leitura (gerador) [6].
A magnitude dessa queda de tenso depende da separao entre as bobinas do
dispositivo de leitura e do transponder, e do fator de qualidade Q do circuito ressoante formado
pelo sistema (gerador e transponder) [6].
Figura 3.2 Princpio de operao de um sistema 1-bit transponder por radiofreqncia [6].
-
19
Como as variaes na tenso das bobinas do dispositivo de leitura ou do sensor so
geralmente baixas e, portanto, difcil de serem detectadas, o sinal deve ser livre de interferncia.
Nesse caso, a freqncia do campo gerado varia entre um valor mnimo e um valor mximo. O
sistema comea a oscilar sempre que a freqncia varrida pelo gerador corresponde a
freqncia de ressonncia do transponder, produzindo uma queda de tenso nas bobinas do
gerador e do sensor, se este for utilizado.
Tal queda de tenso percebida e utilizada para sinalizar a presena do transponder na
regio de leitura. A Figura 3.3 mostra o comportamento da impedncia nos terminais da bobina
do dispositivo de leitura para esse tipo de sistema, onde a freqncia do campo varia entre um
valor mnimo e um valor mximo e, no momento em que as freqncias se cruzam, ocorre uma
variao na impedncia da bobina do dispositivo de leitura e, conseqentemente, uma queda na
tenso entre seus terminais [6].
Figura 3.3 Variao na impedncia Z1 entre os terminais da bobina do dispositivo de leitura para o sistema 1-bit transponder por radiofreqncia. (Q=90, k=1%).
A impedncia da bobina do dispositivo de leitura com a presena do transponder em sua
rea de atuao dada pela equao 3.1 que modelada a partir da Figura 3.4 [6].
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20
2122
212
111
1
..).(
CLj
RLjR
LLkZ
onde
ZLjRZ
LT
T
+++
=
++=
(3.1)
Z1 a impedncia nos terminais da bobina do dispositivo de leitura.
R1 a resistncia do enrolamento da bobina do dispositivo de leitura.
R2 a resistncia do enrolamento da bobina do transponder.
L1 a indutncia da bobina do dispositivo de leitura.
L2 a indutncia da bobina do transponder.
C2 a capacitncia contida no circuito do transponder.
k o coeficiente de acoplamento.
a freqncia angular gerada no dispositivo de leitura.
Figura 3.4 Modelo do circuito eltrico para o sistema 1-bit transponder por radiofreqncia.
Esse tipo de sistema muito usado em lojas de departamentos como sistemas anti-furto.
Os transponders podem ser destrudos por um campo magntico suficientemente intenso, de
modo que a tenso induzida destrua o capacitor contido no transponder.
3.2.2 Sistema de 1-bit por microondas
Este tambm um sistema utilizado em lojas de departamento, porm trabalha na faixa
de microondas explorando a gerao de componentes harmnicas no-lineares. Neste tipo de
sistema normalmente so utilizados diodos, devido sua caracterstica no-linear de armazenar
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21
energia. O nmero e a intensidade das harmnicas dependem da caracterstica do diodo
capacitivo utilizado. O layout de um sistema 1-bit transponder por microondas muito simples:
um diodo conectado a uma antena dipolo projetada para a freqncia da portadora, conforme
a Figura 3.5. Em geral, a freqncia da portadora para sistemas desse tipo fp = 2,45 GHz e o
comprimento do dipolo 6 cm. Tambm so usadas as freqncias de 5,6 GHz e 915 MHz
(Europa) como portadoras.
Figura 3.5 Princpio de funcionamento de um sistema 1-bit transponder por microondas [6].
O funcionamento ocorre quando o tag est na zona de leitura e, devido ao campo
eltrico alternado, flui uma corrente pelo dipolo at o diodo que, por sua vez, gera e radia, em
geral, os 2 e 3 harmnicos da freqncia da onda portadora. O dispositivo de leitura capaz
de perceber a freqncia dos harmnicos a que foi ajustado. A Figura 3.6 representa esse
sistema de identificao. Para garantir maior segurana e preciso ao sistema, faz-se uso da
modulao em amplitude ou em freqncia (ASK ou FSK) da onda portadora. Assim, as
harmnicas tero a mesma modulao, permitindo que o sinal esteja livre de interferncia do
meio externo.
No exemplo da Figura 3.6, a onda portadora foi modulada em ASK com 1 kHz e a
freqncia da portadora fp = 2,45 GHz. Portanto, o segundo harmnico de 4,9 GHz e o
terceiro de 7,35 GHz. Considerando que o dispositivo de leitura esteja ajustado para o segundo
harmnico e que o tag esteja na zona de leitura, o alarme ativado.
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22
Figura 3.6 Exemplo de um sistema de loja de departamentos utilizando 1-bit transponder por microondas [6].
3.2.3 Sistema 1-bit transponder por diviso da freqncia
Este tipo de sistema opera em uma grande faixa de freqncia: de 100 Hz a 135,5 kHz.
O tag constitudo por uma bobina, um circuito ressonante e um microchip que tem por funo
dividir por 2 a freqncia da portadora e re-emitir o sinal para o dispositivo de leitura que far a
identificao e execuo da aplicao. O processo semelhante ao do sistema anterior, porm
com uma reduo da freqncia da portadora pela metade. Tambm usado modulao na
amplitude ou na freqncia (ASK ou FSK) a fim de melhorar o desempenho do sistema. A
Figura 3.7 exemplifica esse tipo de sistema.
Figura 3.7 Sistema de 1-bit transponder por diviso na freqncia [6].
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23
3.2.4 Sistema 1-bit transponder por efeito eletromagntico
Este tipo de sistema utiliza campos magnticos na faixa de freqncia entre 10 Hz e 20
kHz. Os transponders so constitudos por uma fita delgada de material magntico amorfo, cuja
curva tpica de histerese deve ser semelhante a da Figura 3.8. A magnetizao dessa fita
periodicamente revertida e a saturao magntica ocorre quando a fita submetida a um intenso
campo magntico alternado. A caracterstica no-linear entre o campo magntico H e a
densidade de fluxo magntico B, prximo saturao, mais a mudana repentina da densidade
de fluxo magntico B na vizinhana do campo H igual a zero, produz componentes harmnicas
na freqncia de operao do transponder.
Figura 3.8 Curva tpica de histerese de um material ferromagntico [6].
O sistema por efeito eletromagntico pode ser melhorado sobrepondo-se sees
adicionais de sinal com freqncias mais elevadas sobre o sinal principal, ou seja, a no-
linearidade da curva da histerese do material ferromagntico, alm dos harmnicos, sinaliza
tambm sees com freqncias da soma e da diferena dos sinais fornecidos. Por exemplo,
dado um sinal principal com freqncia (fs) de 20 Hz e os sinais adicionais (f1) de 3,5 kHz e (f2)
de 5,3 kHz so gerados os seguintes sinais de primeira ordem:
f1 + f2 = 8,80 kHz f2 - f1 = 1,80 kHz fs + f2 = 1,82 kHz
.
.
.
Assim, o dispositivo de leitura reagir com a freqncia harmnica bsica e tambm
com a soma ou a diferena dos sinais extras, o que garante maior confiabilidade ao sistema.
-
24
Devido sua baixa freqncia de operao, so os nicos sistemas para produtos que contm
metal, porm h a desvantagem de depender da posio do transponder presente na regio de
interrogao do dispositivo de leitura. As linhas de campo magntico do transponder devem
estar verticalmente arranjadas atravs da fita de metal amorfo.
Esse tipo de sistema muito utilizado em loja de departamentos e bibliotecas devido ao
baixo custo do dispositivo de leitura e do transponder. O transponder muito pequeno e,
portanto, pode ser escondido dentro da capa de um livro ou atrs da etiqueta de algum produto.
Outro fator importante que esse tipo de transponder pode ser ativado e desativado por
inmeras vezes atravs da magnetizao e desmagnetizao.
3.2.5 Sistema 1-bit transponder por efeito acstico-magntico
Semelhante ao sistema por efeito eletromagntico, o sistema que opera por fenmeno
acstico-magntico utiliza duas fitas de material magntico amorfo. Neste caso, porm, o efeito
considerado o da magnetostrio, que a vibrao decorrente das variaes inter-atmicas, ou
seja, a distncia entre os tomos varia com o campo magntico alternado aplicado na direo
longitudinal. A amplitude da vibrao alta quando a freqncia do campo magntico igual
freqncia de ressonncia (acstica) da fita de metal.
A Figura 3.9 mostra o funcionamento deste tipo de sistema. Quando o tag encontra-se na
regio de leitura do transmissor e do sensor, as fitas de metal comeam a oscilar devido a
influncia do campo magntico. A oscilao na freqncia de ressonncia do material
facilmente percebida pelo dispositivo de leitura. A vantagem deste sistema em relao ao
anterior que a desmagnetizao da fita s pode ser feita por um campo magntico intenso e
com um decaimento lento na magnitude do campo magntico aplicado.
Figura 3.9 Sistema 1-bit transponder por efeito acsticomagntico [6].
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25
3.3 Sistemas n-bit transponder
Nos sistemas n-bit transponder h, de fato, uma comunicao e transmisso de dados
entre os dispositivos de leitura e os respectivos transponders. Tais sistemas podem ser passivos
ou ativos e a transmisso de dados entre eles pode ser do tipo full duplex, half duplex ou
seqencial.
Na transmisso de dados full duplex (FDX), a informao enviada nos dois sentidos e
de forma simultnea, portanto, no existe perda de tempo com turn-around (operao de troca
de sentido de transmisso entre os dispositivos). Um canal full-duplex pode transmitir mais
informaes por unidade de tempo que um canal half-duplex, considerando-se a mesma taxa de
transmisso de dados. Na transmisso half duplex (HDX), a informao enviada nos dois
sentidos, mas no de forma simultnea, ou seja, durante uma transmisso half-duplex, um
dispositivo A ser transmissor em determinado instante, enquanto um dispositivo B ser
receptor. Em outro instante, os papis podem se inverter, por exemplo, o dispositivo A poderia
transmitir dados que B receberia; em seguida, o sentido da transmisso seria invertido e B
transmitiria para A, se os dados foram corretamente recebidos ou se foram detectados erros de
transmisso. A operao de troca de sentido de transmisso entre os dispositivos chamada de
turn-around e o tempo necessrio para os dispositivos chavearem entre as funes de
transmissor e receptor denominado turn-around time, Figura 3.10.
Figura 3.10 Representao da transmisso full duplex, half duplex e seqencial [6].
A transmisso de energia entre o leitor e o transponder contnua para o FDX e para
HDX, o que no ocorre para transmisso seqencial. Na transmisso seqencial, os dados e a
-
26
energia no so transmitidos de forma contnua e sim por determinado perodo de tempo
(pulso), Figura 3.10.
3.3.1 Sistema n-bit transponder por acoplamento indutivo
Um transponder por acoplamento indutivo constitudo por um dispositivo eletrnico
para armazenar os dados e uma bobina que funciona como antena. Em sua grande maioria, so
elementos passivos que recebem a energia para seu funcionamento do dispositivo de leitura. A
Figura 3.11 ilustra o princpio de funcionamento de um sistema RFID n-bit transponder por
acoplamento indutivo. O dispositivo de leitura gera um campo eletromagntico nas freqncias
de 135 kHz ou 13,56 MHz, que penetra na rea da bobina do transponder e induz uma tenso
que retificada e utilizada para alimentar o chip, que enviar de volta para o dispositivo de
leitura o seu ID (cdigo de identificao).
Na Figura 3.11, visto que, paralelo bobina do dispositivo de leitura e paralelo
bobina do transponder, tm-se capacitores cuja finalidade formar um circuito ressonante
ajustado na freqncia de operao do dispositivo de leitura. Esse tipo de montagem pode ser
comparado a um transformador. O acoplamento entre as duas bobinas do sistema muito fraco
e a eficincia na transmisso de potncia entre as duas bobinas depende da freqncia de
operao, do nmero de enrolamentos, da rea da seo transversal do transponder, do ngulo
entre as bobinas e da distncia entre a bobina do transponder e a bobina do dispositivo de
leitura [1].
Figura 3.11 Sistema n-bit transponder por acoplamento indutivo [6].
Para o funcionamento desse sistema como transformador de acoplamento, necessrio
que a distncia entre as bobinas no exceda a 0,16 [1]. Devido a essa caracterstica, ele
tambm conhecido como sistema de proximidade. Seu funcionamento ocorre quando o
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27
transponder est na regio de leitura (zona de interrogao) e sua freqncia de ressonncia
corresponde freqncia do dispositivo de leitura. A resposta ao sistema de leitura pode ser
representada por um transformador de impedncia Zt na bobina (antena) do dispositivo de
leitura, ou seja, ligando e desligando uma resistncia de carga na bobina do transponder,
provoca-se uma alterao na impedncia Zt e, portanto, a tenso VL no dispositivo de leitura
varia. Tal efeito funciona como uma modulao em amplitude da tenso VL no dispositivo de
leitura em funo do chaveamento da resistncia de carga que controlado pelos dados
contidos no transponder. Este tipo de transferncia de dados conhecido por modulao de
carga ou load modulation.
Devido ao fraco acoplamento entre a bobina do dispositivo de leitura e a bobina do
transponder, as flutuaes na tenso da bobina do dispositivo de leitura, que representa o sinal
til, so de magnitudes menores que a tenso de sada do dispositivo de leitura, por exemplo,
para sistemas de 13,56 MHz o sinal til tem uma amplitude de tenso em torno de 10 mV. Para
detectar estas pequenas flutuaes, necessrio utilizar circuitos eletrnicos complexos e caros.
A alternativa para contornar essa situao utilizar a modulao de carga com sub-portadora
(Load modulation with subcarrier), Figura 3.12. O processo feito atravs da comutao da
resistncia de carga em uma freqncia s = 212 kHz, o que gera duas linhas espectrais em ft
s em torno da freqncia central de transmisso ft = 13,56 MHz.
Figura 3.12 Resultado da modulao de carga [6].
A transmisso de dados feita com modulao ASK, FSK ou PSK ou, ainda,
modulando a sub-portadora no tempo atravs do fluxo dos dados. A Figura 3.12 exemplifica o
sistema para gerao da modulao de carga conduzida pelo chaveamento da resistncia de
carga do transponder e a deteco do dispositivo de leitura atravs de sub-portadora.
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A Figura 3.13 mostra o sistema n-bit transponder por acoplamento indutivo, utilizando a
modulao de carga com sub-portadora. Nota-se que a comutao da resistncia de carga
(impedncia Zt composta pela indutncia da bobina do transponder, resistncia do enrolamento
da bobina e as capacitncias C1 e Ct) feita pelo chaveamento do transistor T1.
Figura 3-13 Sistema n-bit transponder, modulao de carga com sub-portadora.
3.3.2 Sistema n-bit transponder por acoplamento eletromagntico
Os sistemas por acoplamento eletromagntico (Backscatter) operam na faixa de UHF
(868 MHz nos EUA e 915 MHz na Europa) e microondas (2,5 GHz ou 5,8 GHz), possuem
longo alcance e, por operarem com comprimentos de onda relativamente curtos, possibilitam o
uso de antenas com pequenas dimenses e de boa eficincia.
A potncia transferida para o transponder deve ser maior ou igual perda no espao
livre mais a potncia consumida pelo circuito eletrnico do transponder. A perda no espao
livre dada por [6]
)log(10)log(10)log(20)log(206,147)( RTmeio GGfRdBP ++= (3.2)
em que R a distncia entre a antena do dispositivo de leitura e a antena (bobina) do
transponder, GT, o ganho da antena do transmissor, GR, o ganho da antena do transponder
(receptor) e f, a freqncia de transmisso.
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A tecnologia de semicondutores permite a fabricao dos circuitos integrados do
transponder com consumo de potncia em torno de 50 W [1]. Porm, para aplicaes que
exigem distncias maiores que 15 m ou operam com circuitos integrados com alto consumo de
energia, necessrio a utilizao de um transponder ativo, ou seja, o uso de fonte de
alimentao prpria para suprir o consumo dos componentes e circuitos integrados que
constituem o transponder a fim de realizar a comunicao entre os dispositivos. Neste caso, faz-
se uso do modo stand-by, em que o transponder ativado somente quando se encontra na regio
de interrogao. Ento o processo de transmisso dos dados contidos no transponder para o
dispositivo de leitura ocorre apenas em momentos discretos.
A transmisso de dados do transponder para o dispositivo de leitura ocorre por meio da
modulao do sinal refletido pela seo de espalhamento. Da tecnologia do radar, sabe-se que
as ondas eletromagnticas so refletidas por objetos com dimenses maiores que a metade do
comprimento de onda. Tambm, a eficincia com que um objeto reflete ondas eletromagnticas
descrita pela seo transversal de espalhamento e dos objetos que esto em ressonncia com a
frente de onda que os atinge. Da potncia P1, que emitida pela antena do dispositivo de leitura
para o transponder, uma parcela atenuada no espao livre e a outra alcana a antena do
transponder, Figura 3.14. A tenso no dipolo retificada pelos diodos D1 e D2 e utilizada para
ativar ou desativar o modo stand-by do transponder. Essa tenso usada tambm como uma
fonte de alimentao para transmisso em distncias curtas.
A parcela da potncia que refletida pela antena, retorna com o valor P2, que varia de
acordo com as caractersticas da reflexo da antena do transponder, as quais so influenciadas
pela variao da carga conectada ela, e chega ao dispositivo de leitura um valor P2. A fim de
transmitir dados do transponder ao dispositivo de leitura, um resistor RL, conectado
paralelamente antena, ligado e desligado conforme os dados contidos na memria do
transponder. Portanto, a amplitude da onda refletida do transponder para o dispositivo de leitura
modulada por backscatter modulation.
Figura 3.14 Princpio de operao do sistema n-bit transponder por backscatter. [6]
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3.3.3 Sistema n-bit transponder por acoplamento magntico (sistemas de proximidade)
Nos sistemas de proximidade, projetados para distncias entre 0,1 cm e 1 cm, o
transponder inserido dentro do dispositivo de leitura. As aplicaes que fazem uso deste tipo
de sistema so conhecidas como touch and go.
A disposio funcional da bobina do transponder e da bobina do leitor corresponde
quela de um transformador, Figura 3.15, na qual o dispositivo de leitura representado pelo
enrolamento do primrio e o enrolamento do secundrio representa a bobina do transponder [6].
Ao se introduzir o transponder no dispositivo de leitura, a bobina do transponder posicionada
precisamente na abertura existente no ncleo em forma de U. Uma corrente alternada de alta
freqncia no enrolamento do primrio gera um campo magntico de alta freqncia no ncleo
e na abertura do arranjo em U. Quando o transponder est presente nesse espao, conforme a
Figura 3.15 mostra, a tenso que induzida na bobina do transponder retificada e utilizada
como fonte para o funcionamento do transponder.
Devido tenso induzida na bobina do transponder ser proporcional freqncia da
corrente de excitao, a freqncia selecionada para transferncia de potncia deve ser to
elevada quanto possvel. Na prtica, as freqncias de operao esto entre 1 MHz e 10 MHz, a
fim de manter-se reduzidas as perdas no transformador. Para isso, usado um material (ferrite)
que seja apropriado para a freqncia escolhida. Os sistemas com acoplamento de proximidade
so muito utilizados para transponders constitudos com circuitos integrados contendo memria
e microprocessador devido possurem uma boa capacidade de fornecimento de potncia sendo,
assim, capazes de alimentar tais dispositivos eletrnicos, os quais consomem mais energia.
Figura 3.15 Sistema n-bit transponder por acoplamento magntico (sistema de proximidade)
[6].
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A modulao de carga com sub-portadora tambm usada para sistemas de proximidade
por acoplamento magntico, como no sistema da Figura 3.15 ou, ainda, para sistemas de
proximidade por acoplamento capacitivo, Figura 3.16, devido pequena distncia que existe
entre o transponder e o dispositivo de leitura. Este tipo de sistema, muito utilizado em sistemas
que utilizam smart cards, tem as caractersticas eltricas, mecnicas e de funcionamento
descrita pela ISO-10536.
Figura 3.16 Sistema n-bit transponder por acoplamento eltrico (sistema de proximidade) [6].
3.3.4 Sistema n-bit transponder por acoplamento eltrico
Nos sistemas de acoplamento eltrico, o dispositivo de leitura gera um campo eltrico de
alta freqncia e a sua antena consiste em uma placa condutora (eletrodo de placa plana),
Figura 3.17. Quando uma tenso de alta freqncia aplicada ao eletrodo, um campo eltrico
de alta freqncia se forma entre o eletrodo e o potencial terra. As tenses requeridas para esse
sistema variam entre algumas centenas de volts e alguns milhares de volts, as quais so geradas
no dispositivo de leitura pela elevao da tenso em um circuito ressonante. A antena do
transponder composta de duas superfcies condutoras que se encontram em um mesmo plano.
Se o transponder for colocado no campo eltrico do dispositivo de leitura, uma tenso eltrica
induzida entre os dois eletrodos do transponder, suprindo a energia necessria para alimentao.
O circuito equivalente da Figura 3.18 representa um sistema de acoplamento eltrico em
seu modelo simplificado, funcionando como um divisor de tenso entre a capacitncia do
dispositivo de leitura e o transponder (capacitncia CRT) e a resistncia de entrada do
transponder (RL) ou, ainda, com a capacitncia entre o transponder e o potencial terra (CTGND).
As correntes que fluem nas superfcies do eletrodo do transponder so muito pequenas,
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conseqentemente, nenhuma exigncia particular imposta para a condutividade do material do
eletrodo. Porm, pode-se aumentar a distncia de leitura do sistema variando-se a capacitncia
CTGND.
Ao se colocar um transponder por acoplamento eltrico na zona de interrogao do
dispositivo de leitura, a impedncia de entrada RL do transponder em conjunto com a
capacitncia CRT atua como um circuito ressonante. O amortecimento do circuito ressonante
pode ser comutado entre dois valores atravs do chaveamento do resistor de modulao Rmod
contido no transponder. Por meio desse chaveamento, gerada a modulao em amplitude da
tenso presente na indutncia L1 e da capacitncia C1, conforme o circuito da Figura 3.18.
A modulao (chaveamento) deste resistor feita de acordo com os dados que sero
transmitidos para o dispositivo de leitura, sendo conhecida como modulao de carga (load
modulation).
Figura 3.17 Sistema n-bit transponder por acoplamento eltrico (campo eletromagntico transferindo dados e energia) [6].
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Figura 3.18 Circuito equivalente do funcionamento do sistema (leitor + meio + transponder) para acoplamento eltrico [6].
3.4 Sistemas RFID seqenciais
Nos sistemas seqenciais, a transmisso de dados e de energia do dispositivo de leitura
para o transponder ocorre de modo alternado. Um sistema seqencial um sistema digital no
qual a sada em determinado instante t depende do valor da entrada neste e em instantes
anteriores [6].
Os sistemas seqenciais so classificados em sncronos e assncronos. Os sistemas
sncronos so aqueles onde as transies ocorrem em instantes discretos definidos por um sinal
de sincronizao, conhecido por clock. Nos sistemas assncronos, as transies podem ocorrer
em qualquer instante, no existindo um sinal de referncia (clock).
3.4.1 Sistemas seqenciais por acoplamento indutivo
Os sistemas seqenciais por acoplamento indutivo operam com freqncias abaixo de
135 kHz, com um acoplamento que criado entre a bobina do leitor e a bobina do transponder,
semelhante ao que ocorre no transformador. A tenso induzida gerada na bobina do transponder
pelo efeito do campo magntico alternado do dispositivo de leitura retificada e pode ser usada
como uma fonte de alimentao. A fim de conseguir uma eficincia mais elevada na
transferncia de dados, a freqncia do transponder deve ser igual ou muito prxima da
freqncia do dispositivo de leitura. Por essa razo, o transponder contm um capacitor
trimming que serve para compensar as diferenas na tolerncia dos componentes eltricos do
sistema e na freqncia de ressonncia.
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Ao contrrio do que ocorre com os sistemas FDX e HDX, no sistema seqencial o
transmissor do dispositivo de leitura e o transponder no operam de forma contnua. A energia
transferida ao transponder pelo dispositivo de leitura feita em perodos discretos. O
funcionamento do sistema consiste em trs operaes: carga, leitura e descarga, Figura 3.19
[6].
Durante a operao de carga, o dispositivo de leitura alimenta o capacitor do
transponder o qual armazena essa energia a fim de utiliz-la posteriormente para a transmisso
de dados, ou seja, na operao de leitura.
Na operao de leitura, o transmissor desligado ficando apenas em stand-by para
receber as informaes que esto sendo enviadas pelo transponder. Aps esse perodo de
transmisso do transponder, ocorre o perodo de descarga, no qual descarregado o resto da
energia armazenada no capacitor. A capacitncia mnima do capacitor de carga calculada
conhecendo-se a tenso e a potncia mnima exigidas para operao do circuito integrado do
transponder por meio da equao
minmax
.
VV
tI
V
qC
==
(3.3)
em que Vmax e Vmin so os valores limites para tenso de operao, I a corrente de consumo do
chip e t o tempo requerido para a transmisso dos dados do transponder para o dispositivo de
leitura.
Figura 3.19 Fases de operao do sistema seqencial (perodo de carga, leitura e descarga).
Em sistemas seqenciais, Figura 3.19 e Figura 3.20, um ciclo de leitura completo
compreende duas fases: a fase de carregamento do capacitor e a fase de leitura dos dados. O
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final da operao de carregamento do capacitor detectado pelo dispositivo end of burst
detector, que monitora a tenso na bobina do transponder e reconhece o momento em que o
campo magntico do dispositivo de leitura desligado. Ao final dessa fase, um circuito
eletrnico oscilador contido no transponder, que utiliza o circuito ressonante formado pela
bobina do transponder, determina a sua ativao. O campo magntico alternado gerado pelo
transponder recebido pelo dispositivo de leitura e, embora seja fraco, a relao sinal rudo
para o modo seqencial melhorada em torno de 20 dB em comparao com a transmisso
FDX e HDX [6].
A modulao do sinal de radiofreqncia gerado na ausncia de uma fonte de
alimentao feita atravs da adio, paralelamente ao circuito ressonante, de um capacitor que
ativado no instante de tempo que ocorre o fluxo de dados. Ao fechar a chave do capacitor de
modulao, ocorre um deslocamento na freqncia, o que gera uma modulao FSK. Aps o
perodo de transmisso, ativado o modo de descarga para efetuar a descarga completa do
capacitor.
Figura 3.20 Diagrama de blocos do transponder seqencial da Texas Instruments [6].
3.4.2 Sistema seqencial SAW (surface acoustic wave)
Este tipo de sistema baseado em ondas acsticas de superfcie, ou seja, no efeito
pizoeltrico e na disperso superficial elstica da onda acstica para baixas velocidades. Se um
cristal inico for deformado elasticamente em determinado sentido, as cargas de superfcie
aparecero, o que gera tenses no cristal. Porm, a aplicao de uma carga na superfcie do
cristal conduz a uma deformao elstica na grade do cristal. Os dispositivos SAW geralmente
fazem uso de freqncias na faixa de microondas (2,45 GHz), onde transdutores eletroacsticos
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e refletores podem ser criados utilizando uma estrutura plana de eletrodos em um substrato
pizoeltrico. Normalmente utilizado um substrato de ltio com um processo
(photolithographic) similar ao usado na microeletrnica para manufatura de circuitos integrados
[6].
A Figura 3.21 e a Figura 3.22 ilustram o layout bsico de um sistema SAW. O
transdutor interdigital posicionado na extremidade do substrato pizoeltrico e uma antena
dipolo apropriada conectada ao seu barramento. O transdutor interdigital usado para
converter sinais eltricos em ondas de superfcie acstica e vice-versa.
Um pulso eltrico aplicado no barramento do transdutor causa uma deformao
mecnica no substrato que, devido ao efeito pizoeltrico entre os eletrodos, gera disperses em
ambos os sentidos na forma de onda de superfcie acstica (SAW). Da mesma forma, a onda de
superfcie acstica que entra no conversor cria um pulso eltrico no barramento do transdutor
devido ao efeito pizoeltrico.
Eletrodos individuais so posicionados ao longo do comprimento do transponder SAW.
Os eletrodos de borda servem para reflexo de uma parcela das ondas de superfcie que entram
no substrato. As barras que compem o refletor normalmente so feitas de alumnio [6].
Figura 3.21 Sistema seqencial SAW (construo do transponder) [6].
O funcionamento do sistema ocorre da seguinte forma: um pulso de explorao de alta
freqncia gerado por um dispositivo de leitura fornecido para a antena dipolo do
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transponder. No transdutor interdigital, o sinal eltrico convertido em uma onda de superfcie
acstica, a qual percorre o substrato no sentido longitudinal. A freqncia da onda de superfcie
corresponde freqncia da onda produzida pelo pulso de amostragem.
A freqncia da portadora da seqncia de pulsos refletidos corresponde freqncia da
transmisso do pulso de amostragem. Parte da onda de superfcie refletida para fora de cada
uma das tiras reflexivas e parte absorvida na extremidade do substrato. A parcela das ondas
que foram refletidas retorna para o transdutor interdigital, onde essas ondas sero convertidas
em uma seqncia de pulsos de alta freqncia e, a seguir, emitidos pela antena dipolo para o
dispositivo de leitura.
O nmero de pulsos recebidos corresponde ao nmero de tiras reflexivas existentes no
substrato e o atraso entre os pulsos proporcional distncia de separao entre as tiras
reflexivas; ou seja, a informao representada por uma seqncia binria de dgitos
semelhante ao cdigo de barras, porm, sua leitura feita por radiofreqncia ao invs de
leitura ptica.
A velocidade de transferncia e a capacidade de armazenamento de dados de um
transponder SAW dependem do tamanho do substrato e da distncia mnima entre as tiras
reflexivas existentes no substrato. Na prtica, a transferncia de dados, codificados entre 16 e
32 bits, ocorre em uma taxa de 500 kbps [6]. A distncia de leitura desse sistema depende da
potncia do pulso de explorao e pode ser estimada atravs da equao do radar.
(3.4) ( )4 0
422.
....
....
ILNSFTk
tGGPd iRTT
=
onde:
d alcance do pulso emitido pelo transponder SAW.
PT a potncia do pulso emitido pelo dispositivo de leitura.
GT o ganho da antena do dispositivo de leitura.
GR o ganho da antena do transponder.
o comprimento de onda.
F a figura de rudo.
S/N a relao sinal rudo.
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IL a perda de insero (atenuao adicional).
T0 a temperatura de rudo da antena de recepo.
A Figura 3.22 e a Figura 3.23 ilustram o funcionamento do transponder SAW, onde um
nico pulso enviado pelo dispositivo de leitura ao transponder, e devido ao efeito pizoeltrico
e aos refletores colocados aps o transdutor interdigital, os pulsos retornam aps alguns
microssegundos em resposta ao pulso de excitao.
Figura 3.21 Modelo do transponder SAW [6]
Figura 3.23 Grfico da resposta emitida pelo transponder SAW [6]
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4. Padronizao
4.1 Introduo
A finalidade da padronizao definir as caractersticas de operao e funcionamento
de equipamentos para que fabricantes distintos possam produzir disp