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 1 INTRODUÇÃO RFID (Radio Frequency Identification  Identificação por Rádio Freqüência) é uma tecnologia utilizada para identificar, rastrear e gerenciar desde produtos e documentos até animais ou mesmo indivíduos, sem contato e sem a necessidade de um campo visual. Uma grande intensificação no uso da tecnologia RFID em aplicações em logística e no comércio varejista é prevista para os próximos anos, principalmente aquelas voltadas à cadeia de suprimentos. A possibilidade de ser aplicada a inúmeras situações tornou a tecnologia RFID objeto de diversos projetos-piloto, em diferentes lugares no mundo. HISTÓRIA A historia do sistema da transmissão por radiofreqüência tem suas bases no sistema de radares utilizados na Segunda Grande Guerra Mundial. Os países envolvidos na grande guerra utilizavam radares inventados em 1935 pelo físico escocês Robert Alexander Watson- Watt, para avisá-los com antecedência de aviões enquanto eles ainda estavam bem distantes. Porem, os radares não identificavam aliados de inimigos. Foi aí que os alemães descobriram que se seu pilotos fizessem uma determinada manobra (360° ao longo do eixo de simetria) quando estivessem retornando à base iriam modificar o sinal de rádio que seria refletido de volta ao radar. Esse é, essencialmente, considerado o primeiro sistema de RFID. A Inglaterra, tendo o Sr. Watson-Watt do seu lado, desenvolveu o primeiro identificador ativo de amigo ou inimigo (IFF  Identify Friend or Foe). Todo avião britânico recebeu um transmissor que, ao receberem sinais das estações de radar, começavam a transmitir um sinal de resposta. Os RFID de hoje funcionam pelo mesmo princípio: um sinal é enviado a uma etiqueta eletrônica, que é ativada e reflete de volta o sinal (sistema passivo) ou transmite seu próprio sinal (sistemas ativos). Nas décadas de 50 e 60, cientistas de varias partes do mundo (Estados Unidos, Europa e Japão) divulgaram pesquisas a respeito de como a energia de radiofreqüência poderia ser utilizada para identificar objetos em varias situações. No setor comercial, a sua primeira utilização se deu em sistemas antifurto, que utilizavam ondas de rádio para determinar se um item havia sido roubado ou pago normalmente. Foi neste contexto que surgiram os tags (etiquetas eletrônicas), que fazem parte do sistema de RFID até hoje.

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INTRODUÇÃO

RFID (Radio Frequency Identification  – Identificação por Rádio Freqüência) é uma

tecnologia utilizada para identificar, rastrear e gerenciar desde produtos e documentos até

animais ou mesmo indivíduos, sem contato e sem a necessidade de um campo visual. Uma

grande intensificação no uso da tecnologia RFID em aplicações em logística e no comércio

varejista é prevista para os próximos anos, principalmente aquelas voltadas à cadeia de

suprimentos. A possibilidade de ser aplicada a inúmeras situações tornou a tecnologia RFID

objeto de diversos projetos-piloto, em diferentes lugares no mundo.

HISTÓRIA

A historia do sistema da transmissão por radiofreqüência tem suas bases no sistema

de radares utilizados na Segunda Grande Guerra Mundial. Os países envolvidos na grande

guerra utilizavam radares inventados em 1935 pelo físico escocês Robert Alexander Watson-

Watt, para avisá-los com antecedência de aviões enquanto eles ainda estavam bem distantes.

Porem, os radares não identificavam aliados de inimigos. Foi aí que os alemães descobriram

que se seu pilotos fizessem uma determinada manobra (360° ao longo do eixo de simetria)

quando estivessem retornando à base iriam modificar o sinal de rádio que seria refletido devolta ao radar. Esse é, essencialmente, considerado o primeiro sistema de RFID.

A Inglaterra, tendo o Sr. Watson-Watt do seu lado, desenvolveu o primeiro

identificador ativo de amigo ou inimigo (IFF  – Identify Friend or Foe). Todo avião britânico

recebeu um transmissor que, ao receberem sinais das estações de radar, começavam a

transmitir um sinal de resposta. Os RFID de hoje funcionam pelo mesmo princípio: um sinal é

enviado a uma etiqueta eletrônica, que é ativada e reflete de volta o sinal (sistema passivo) ou

transmite seu próprio sinal (sistemas ativos).

Nas décadas de 50 e 60, cientistas de varias partes do mundo (Estados Unidos,

Europa e Japão) divulgaram pesquisas a respeito de como a energia de radiofreqüência

poderia ser utilizada para identificar objetos em varias situações.

No setor comercial, a sua primeira utilização se deu em sistemas antifurto, que

utilizavam ondas de rádio para determinar se um item havia sido roubado ou pago

normalmente. Foi neste contexto que surgiram os tags (etiquetas eletrônicas), que fazem

parte do sistema de RFID até hoje.

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FUNCIONAMENTO

Um sistema RFID tem basicamente 4 items:

  Etiqueta (Tag): usada na identificação do item

  Leitora (Reader): função de promovera comunicação entre a tag e o

middleware

  Middleware: possibilita que os dados sejam coletados da tag e enviados para

um sistema (e vice-versa)

  Sistema: qualquer sistema de gerenciamento que faz uso dos dados de leitura

(controle de estoque, ERP, ponto de venda, etc)

Em uma estrutura mais simples, uma leitora coleta o identificador de uma etiqueta

via rádiofrequência e comunica-se com um sistema através de um middleware usando alguma

conexão de rede, seja a cabo ou sem fio.

Figura 01 – Funcionamento do RFID

Essas tags podem ser de vários formatos e podem estar fixadas nos itens de diversas

formas. As leitoras capturam os dados da etiqueta (que pode ser uma simples identificação

como dados mais complexos) e enviam para o middleware. Esse, por sua vez, "traduz" os

dados vindos da leitora e transmitem aos sistemas existentes.

Os sistemas podem fazer algum tipo de processamento e enviar os dados de volta

para o middleware que faz o caminho inverso. Uma aplicação prática disso seria registrar na

etiqueta a data do último inventário, por exemplo.

Em outros exemplos, como controle de acesso, a ação é tomada pela própria leitora,

como no caso liberar ou não o acesso a um determinado local.

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Existem milhares de aplicações possíveis usando a tecnologia com inúmeras

combinações de itens, fluxos, arquiteturas, etc.

As tags podem ser classificadas da seguinte forma:

Quanto à energia:

  ativa

  passiva

Quanto ao modo de operação:

  somente leitura

  leitura/escrita

APLICAÇÕES

As aplicações para o RFID são as mais diversas:

  Rastreabilidade (bagagens, gados, transporte)

  Identificação (comércio, bibliotecas, passaportes)

  Controle de Estoques (indústrias, atacados, varejo)

  Logística (transportadoras, indústria e comércio em geral)

  Controle de Acesso (empresas em geral, pedágios)

VANTAGENS

  Capacidade de armazenamento, leitura e envio de dados para etiquetas ativas

  Leitura sem necessidade do proximidade do leitor para captação de dados

  Robustez das etiquetas com possibilidade de reutilização

  Precisão nas transferências de dados e velocidade no envio dos mesmos

  Prevenção contra roubos e falsificação de mercadorias

DESVANTAGENS

  Custo do chip ainda elevado

  Compatibilidade entre sistemas

  Necessidade de Normatização das frequências

  Uso em materiais metálicos pode afetar o alcance de transmissão das antenas

  Colisão de leitoras e de tags (A colisão de leitores ocorre quando os sinais de

dois ou mais leitores se sobrepõem. O tag é incapaz de responder a dois leitores

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simultaneamente. Os sistemas devem ser ajustados com cuidado para evitar esse problema. A

colisão de tags ocorre quando muitos tags estão muito próximos; mas como o tempo de

leitura é muito pequeno, é mais fácil para os vendedores desenvolver sistemas que se

asseguram de que os tags respondam um de cada vez)

RFID VERSUS CÓDIGO DE BARRAS

Ao se pesquisar sobre a tecnologia RFID, muito se encontra sobre a substituição do

código de barras por este sistema. Alguns defendem a idéia que ambos os sistemas podem co-

existir, porém, geralmente, a idéia que se tem é da substituição. Para uma análise da

substituição do código de barras pelo RFID, a seguir será apresentado uma tabela comparativa

entre o RFID e o código de barras.

Tabela 01 – Comparativo entre RFID e código de barras

RFID APLICADO À INDÚSTRIA DE CELULOSE E PAPEL

A utilização desta tecnologia ainda é baixo nas indústrias de celulose e papel. Os

casos encontrados de aplicação desta tecnologia têm alta taxa de sucesso. Para indústrias de

celulose e papel, até o momento, os principais usos são para rastreabilidade de florestas,

controle de estoques e na área logística.

Um exemplo de utilização da tecnologia na indústria de celulose e papel vem da

pesquisa de alemães que criam um novo jeito de fazer o monitoramento de árvores sem uso

de fios, usando apenas ondas de rádio, sejam elas de pé, na floresta ou na já na forma de toras

no transporte para a indústria. Para realizar o rastreamento da madeira os engenheiros

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adaptaram a tecnologia de rastreamento sem fios criando uma nova etiqueta inteligente feita

inteiramente de papel e celulose.

O micro transmissor de rádio pode ser fixado na árvore e permanece nela, inclusive

entrando no processo produtivo da madeira sem representar um corpo estranho que

atrapalhe o processo industrial. Monitorar a origem e a rota seguida por uma árvore extraída

de uma floresta é algo essencial tanto para a indústria madeireira legalizada, que precisa

monitorar e otimizar seus recursos e para organizações responsáveis pelo manejo sustentável

de áreas florestais, quanto para o poder público, que deve fiscalizar e coibir a extração de

madeira ilegal.

Cada etiqueta inteligente possui em sua memória um identificador único, um

número de identidade de cada árvore. Para verificar quais árvores foram cortadas, ou para

fiscalizar a carga de um caminhão de madeira, tudo o que é necessário fazer é passar com o

caminhão sob um portal de leitura. O portal é na verdade uma grande antena, que lê os

números de cada etiqueta, sem a necessidade do descarregamento de nenhuma tora da carga.

Isto facilita e acelera o processo produtivo, mantendo o ritmo necessário de transporte e

descarregamento para a indústria, e permite que a fiscalização verifique toda a carga, inibindo

o conhecido truque de colocar toras de madeira de lei, cuja extração é proibida, por debaixo

de toras de madeira com extração autorizada.

As etiquetas RFID propriamente ditas foram fabricadas inteiramente de papel e delignina, uma parte integrante das plantas. Isto é importante para reduzir o custo das etiquetas

e fator predominante para não interferir no processamento da madeira industrial, que é

triturada e transformada em pasta para a fabricação de papel ou placas de madeira pré-

moldadas. A etiqueta RFID não precisa de bateria para funcionar: ela recebe do leitor a energia

necessária para que a etiqueta transmita seu número de identificação, está é a única parte do

leitor que é feito de metal, mas na forma de uma película flexível e tão fina que, segundo os

engenheiros, não ultrapassa os níveis típicos de impurezas encontradas na superfície da

madeira. Quando a etiqueta é fixada na árvore, ela recebe o seu número individual. Ao mesmo

tempo, uma base de dados compartilhada entre indústria e autoridades de fiscalização é

atualizada, ligando aquele número a todas as informações sobre a árvore, incluindo espécie,

coordenadas geográficas de localização, ano de plantio, autorização para corte etc.

Outro caso de aplicação da tecnologia em indústria de celulose e papel vem da

Suzano Papel e Celulose. A companhia colocou em funcionamento, em 2008, sua segunda

linha de processamento na fábrica de Mucuri, no extremo sul da Bahia, o que resultou no

aumento em 200% do volume produzido na unidade em 2007. Isso significa que, em vez de

200 caminhões entrando e saindo todos os dias da planta, esse número passou para 600.

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Diante desse cenário, a companhia se viu obrigada a melhorar o fluxo logístico

interno da planta industrial e, para tanto, optou pela implantação leitores de radiofreqüência

em pontos chave e passou a utilizar etiquetas de identificação nos caminhões. Assim quando

um caminhão de madeira se aproxima da entrada da fábrica, é rapidamente identificado e um

painel indica para qual triturador a carga deve ser encaminhada. Todo o fluxo logístico é feito

em uma maquete eletrônica e há sistemas de inteligência logística para melhorar os processos.

Segundo José Carlos Costa, diretor de tecnologia da informação da empresa, a introdução do

RFID já rendeu, logo após sua ativação, a redução em 10% do tempo que um caminhão leva

pra completar todo o ciclo. “Um caminhão de madeira sai da fábrica em 61 minutos. Quando

há qualquer atraso, o sistema apita e a equipe corrige a falha que provocou uma fila, por

exemplo”, afirma o diretor de TI.

A implantação do rastreamento em ambiente controlado foi definida como algo

simples pelo executivo. Ele alerta, porém, que é preciso entender as mudanças estruturais

necessárias para o bom funcionamento de um sistema desse tipo.

O abastecimento de madeira na fábrica da Suzano era coordenado por apenas uma

pessoa. Depois do RFID, os requisitos para controlar o ambiente mudaram e um gestor de

fluxo não é mais necessário, mas sim um analista de processos.

Como se pode ver, a utilização da tecnologia traz bons resultados nas indústrias e a

tendência é que haja um grande crescimento da utilização na indústria de celulose e papel nospróximos anos.

CONCLUSÃO

Como pode ser verificado ao longo do trabalho, os sistemas RFID são altamente

eficientes para controle, rastreamento e identificação, podendo ser aplicado aos mais diversos

tipos de empresas e nas mais diversas áreas e vem apresentando grande sucesso onde são

implantados. Atualmente a grande desvantagem do sistema continua sendo o custo, porém,

pesquisas na área visam reduzir este custo, o que pode ser conseguido principalmente com o

desenvolvimento de novas etiquetas. Há uma previsão de grande expansão do sistema para os

próximos anos e acredita-se que com o desenvolvimento e a redução de custo, este modelo

deverá ter cada vez mais adeptos.

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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

  Conceitos RFID  – Portal Brasileiro sobre RFID. Disponível em: http://

www.rfidbr.com.br/index.php/Table/Conceitos-RFID/

  O que é RFID  – Xavier, Fernando; 2007. Disponível em: http://

www.rfidbr.com.br/images/o_que_e_rfid.pdf 

  RFID  – Sangreman, Anderson; Camanho, Thiago. Disponível em: http://

www.gta.ufrj.br/grad/07_1/rfid

  Suzano melhora logística com uso de etiquetas RFID  – Pita, Marina; 2008. Disponível

em: http://computerworld.uol.com.br/gestao/2008/08/13/suzano-melhora-logistica-

com-uso-de-etiquetas-rfid/

  Floresta antenada: etiqueta eletrônica inteligente rastreia e monitora madeira  – 

Inovação Tecnológica adaptado por Painel Florestal; 2010. Disponível em:

http://painelflorestal.com.br/noticias/madeira/9659/floresta-antenada-etiqueta-

eletronica-inteligente-rastreia-e-monitora-madeira