revista_concreto_50

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    BASF inaugurarimeira fbricae PCE no Brasil

    Cisalhamento emajes alveolares emoncreto protendido

    Mantenedor

    Homenagem doBRACON a estenio da arquitetura

    entenrio Niemeyer

    rtigo Cientfico

    BASF inaugurarimeira fbricae PCE no Brasil

    Cisalhamento emajes alveolares emoncreto protendido

    Mantenedor

    entenrio Niemeyer

    rtigo Cientfico

    IBRACONInstituto Brasileiro do Concreto

    IBRACON

    & Construes& Construes

    Instituto Brasileiro do Concreto

    & Construes

    IBRACONInstituto Brasileiro do Concreto

    Ao naConstruo Civil:presente em obras

    de concreto depequeno e

    grande porte

    Homenagem doBRACON a estenio da arquitetura

    Ano XXXVI | N 50Abr. Mai. Jun. | 2008

    ISSN 1809-7197www.ibracon.org.br

    Ano XXXVIAbr. Mai. Jun. | 2008

    ISSN 1809-7197www.ibracon.org.br

    | N 50

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    REVISTA CONCRETo4

    Instituto Brasileiro do ConcretoFundado em 1972

    Declarado de Utilidade Pblica EstadualLei 2538 ce 11/11/1980

    Declarado de Utilidade Pblica FederalDecreto 86871 de 25/01/1982

    Diretor PresidenteRubens Machado Bittencourt

    Diretor 1 Vice-PresidentePaulo Helene

    Diretor 2 Vice-PresidenteMrio William Esper

    Diretor 1 SecretrioNelson Covas

    Diretor 2 SecretrioSonia Regina Freitas

    Diretor 1 TesoureiroClaudio Sbrighi Neto

    Diretor 2 TesoureiroLuiz Prado Vieira Jnior

    Diretor TcnicoCarlos de Oliveira Campos

    Diretor de EventosTlio Nogueira Bittencourt

    Diretor de Pesquisa e DesenvolvimentoLuiz Carlos Pinto da Silva Filho

    Diretor de Publicaes e Divulgao TcnicaJos Luiz Antunes de Oliveira e Sousa

    Diretor de MarketingAlexandre Baumgarten

    Diretor de Relaes Institucionais

    Wagner Roberto Lopes

    Diretor de CursosJuan Fernando Matas Martin

    Diretor de Certificao de Mo-de-obraJlio Timerman

    O ao est presente numainfinidade de obras de concreto.Saiba mais a partir da pg. 15.

    Ao para Construesem Concreto

    TecnologiaRealcalinizaoeletroqumica: prevenoou reabilitao?

    15

    37

    5 Editorial

    6 Converse com IBRACON

    9 Personalidade Entrevistada. Fernando Stucchi

    15 Alvenarias

    23 Mercado Nacional

    25 Ponte Octvio Frias de Oliveira

    30 Mantenedor

    31 CA-50 de 40mm

    42 Concreto com fibras de ao

    48 Entidades Parceiras

    50 Concreto protendido

    56 Oscar Niemeyer: centenrio 67 Norma brasileira sobre fibras de ao

    77 Mercado Setorial

    80 Telas soldadas em lajes: indicadores

    86 Paredes estruturais de concreto

    90 Acontece nas Regionais

    93 Cabos de protenso

    102 NBR 7480

    104 Artigo Cientfico

    116 Recordes de Engenharia

    Crditos Capa:Condomnio Terra Nova

    Rodobens

    Sumrio

    E Mais...Revista CONCRETO & Construes

    Revista Oficial do IBRACONRevista de carter cientfico, tecnolgico

    e informativo para o setor produtivo da construocivil, para o ensino e para a pesquisa em concreto

    ISSN 1809-7197Tiragem desta edio 5.000 exemplares

    Publicao TrimestralDistribuida gratuitamente aos associados

    PUBLICIDADE E PROMOO

    Arlene Regnier de Lima [email protected]

    EDITORFbio Lus Pedroso MTB 41728

    [email protected]

    DIAGRAMAOGill Pereira (Ellementto-Arte)

    [email protected]

    ASSINATURA E ATENDIMENTOFernanda Evangelista

    [email protected]

    Grfica:Ipsis Grfica e Editora

    Preo:R$ 12,00 Tiragem:5.000 exemplares

    As idias emitidas pelos entrevistados ou emartigos assinados so de responsabilidade de seus

    autores e no expressam, necessariamente, aopinio do Instituto.

    Copyright 2007 IBRACON. Todos os direitos dereproduo reservados. Esta revista e suas partesno podem ser reproduzidas nem copiadas, em

    nenhuma forma de impresso mecnica, eletrnica,ou qualquer outra, sem o consentimento por escrito

    dos autores e editores.

    PRESIDENTE DO COMIT EDITORIALTulio Bittencourt, PEF-EPUSP, Brasil

    COMIT EDITORIALAna E. P. G. A. Jacintho, UNICAMP, Brasil

    Joaquim Figueiras, FEUP, PortugalJos Luiz A. de Oliveira e Sousa , UNICAMP, Brasil

    Luis Carlos Pinto da Silva Filho, UFRGS, BrasilPaulo Helene, PCC-EPUSP, Brasil

    Paulo Monteiro, UC BERKELEY, USAPedro Castro, CINVESTAV, Mxico

    Raul Husni, UBA, ArgentinaRubens Bittencourt, IBRACON, BrasilRuy Ohtake, ARQUITETURA, Brasil

    IBRACONRua Julieta Esprito Santo Pinheiro, 68

    Jardim Olmpia CEP 05542-120So Paulo SP

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    REVISTA CONCRETO 5 AO

    EM

    OBRASDE

    CONCRETO

    EDITORIAL

    Ajudar afazer oque bom ficarainda melhor

    Fiquei muito lisonjeado por ser convidadonovamente para compor a diretoria do IBRACON.Na gesto anterior, como conselheiro, e agora,como diretor de Marketing, posso dizer que mesinto parte da histria do Instituto, uma vez que

    a Vedacit/Otto Baumgart caminha com o Ibracondesde a poca em que foi criado e, como parteda equipe da empresa, orgulho-me tambm deser um representante da sua segunda gerao,encarregada tambm de levar esse relacionamentoem frente.

    Minha afinidade com o concreto no vemapenas do DNA que est na famlia desde pocasde meu tio-av, o engenheiro Emlio Baumgart.Nem por fazer parte da quarta gerao consecutivade engenheiros da famlia. Est fundamentalmente

    na filosofia de pesquisa e qualidade que norteianossos negcios h 72 anos.

    Tenho agora a difcil incumbncia de fazero que j era bom ficar ainda melhor. Na tentativade cumprir com a tarefa a que fui encarregado,vou colocar um pouco da minha experincia afavor do IBRACON para divulgar o Instituto e,assim, aumentar seu nmero de associados. Aomesmo tempo, ser uma busca por fazer crescer oreconhecimento que a instituio merece.

    Aproveitar os bons ventos da construocivil, afinal, quanto mais obras melhor, e ningummelhor que o IBRACON para fornecer o contedotcnico e informativo necessrio e isento paraassegurar qualidade e longevidade s construes.

    E um dos canais para atingirmos taisobjetivos o da comunicao direta e clara,como a que se pratica na revista Concreto &Construes, que nesta edio tem como matriade capa Ao para obras de concreto, e quegerou a manifestao de vrias empresas, atravsde artigos.

    Ao econcreto, uma

    parceria de sucesso,que est tambm emoutros temas dessaedio como a ponteestaiada Octvio Frias deOliveira, um novo marco napaisagem de So Paulo. Pontena qual o ao une e sustenta,numa mistura de arte, tecnologia e criatividade.Edio que reverencia Oscar Niemeyer, em seucentenrio, e a quem se deseja vida ainda maislonga. A ele e a seus seguidores que, com arte eengenharia, tornam o concreto um dos mais belos,versteis e fascinantes materiais.

    Edio que fala de um mercado aquecidoe que assim deve permanecer por um bom tempo.Tomara! Que trata ainda de lajes alveolares, umasada leve para problemas pesados.

    So muitos os motivos para ler e guardaresta edio de Concreto & Construes e quelana, como sempre acontece quando o assunto informao, o desafio de ser superada peloprximo nmero.

    Boa leitura!

    ALEXANDRE BAUMGARTDiretor de Marketing do IBRACON

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    REVISTA CONCRETo6

    IBRACONConverse com oDvida tcnicaPrezado Fbio,Conforme contato telefnico, nossa empresa umafbrica de plsticos que produz laminados para aconstruo civil.Nosso pessoal tcnico est estudando a interaoplstico X concreto buscando otimizar a vida til denossos produtos e para tanto preciso da composiobsica do concreto normalmente usado na constru-o civil, alm dos itens j bastante conhecidos comogua, cimento, areia e aditivos. Desde j agradeoa sua colaborao.Atenciosamente,Carlos Eduardo Pires da Fonseca Departamento Comercial

    Sansuy S.A. Ind. de Plsticos

    Prezado Carlos,Segue resposta de nosso diretor tcnico:O concreto basicamente um compsito elaboradocom cimento, areia, brita e gua. Atualmente nose admite a elaborao do concreto sem aditivos eadies. Entende-se como aditivos os produtos qu-micos que atuam no concreto alterando qualquerpropriedade no estado fresco ou endurecido. So osaceleradores ou retardadores de pega, redutores degua e mais um grande nmero de modificadoresde propriedades.As adies so incorporaes minerais ou orgnicas,geralmente com teores mais elevados, acima de 5%em relao massa do cimento. Nesta categoria osmais usuais so: microsslica, metacaulim, filler depedreira, fibras orgnicas e metlicas. As adiesorgnicas so, na grande maioria, ltex de PVA, SBRe acrlico e resinas epoxdicas.O concreto, de maneira geral, contm um eletrlitode pH alto, acima de 12,5, devido principalmente apresena do Hidrxido de Clcio Ca(OH)2 e leve-mente alcalino Sdio e Potssio. Com o tempo, empresena de umidade, o Gs Carbnico CO

    2reage

    com o hidrxido de clcio, reao de carbonatao,e o pH, na superfcie, pode cair drasticamente.A pergunta um tanto genrica, mas, em linhasgerais, estes so nossos comentrios.Eng. Carlos Campos Diretor Tcnico IBRACON

    Revista CONCRETOBoa tarde!Preliminarmente apresento-me: meu nome James

    Antonio Roque e sou engenheiro civil na Caixa Eco-nmica Federal.Tenho recebido algumas vezes publicaes dessaconceituada associao, gratuitamente, o que apro-veito para agradecer instituio e informar queos assuntos tratados nas publicaes tm auxiliadominha atualizao a respeito dos conhecimentos dosegmento, e tem sido repassado aos colegas de nossosetor de engenharia.Assim, o motivo para enviar-lhe esta mensagem socorrer-me no sentido de alterar o endereo deenvio das publicaes (relevantes e interessantes),ou, solicitar-lhe a gentileza de encaminhar ao setorcompetente para que altere o cadastro de encami-nhamento, como abaixo indicado. Agradeo ante-cipadamente.Saudaes,Eng. James Antonio Roque Caixa Econmica Federal

    Representao de Desenvolvimento Urbano Jundiai

    Caro eng. James,Muito nos satisfaz saber que a revista utilizadapelos agentes da cadeia da construo civil. Estare-mos prontamente providenciando a atualizao deseu cadastro.Atenciosamente,Fbio Lus Pedroso

    Editor revista CONCRETO & Construes

    Homenagem do American Concrete Institute*Prezados Colegas da Comunidade, com muita satisfao que anuncio a todos umfato marcante. O nosso colega eng. Selmo ChapiraKuperman foi homenageado no ltimo domin-go, 30/03/2008, pelo ACI como um Membro Hono-rrio.A homenagem ocorreu em Los Angeles na SPRINGCONVENTION. Esta a mais alta condecorao for-necida pelo ACI a um profissional. Para entendermelhor o significado e a importncia deste prmio,no Brasil apenas trs engenheiros j foram agracia-dos. So eles: Telmaco Hippolyto Van Langendonck Francisco de Assis Baslio Augusto Carlos VasconcelosSegundo relatos do nosso colega Jlio Timerman,que l estava presente, foi uma bela cerimnia comdireito a um discurso emocionado e brilhante doeng. Selmo.

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    REVISTA CONCRETO 7 CONVERSECOM

    O

    IBRACON

    Discorrer sobre as inmeras qualidades do Selmo,tanto pessoais, tcnicas, gerenciais etc, um pleonas-mo. Portanto, parabns ao eng. Selmo, um legtimomerecedor do to significativo prmio.Saudaes,Nelson Covas Diretor-Secretrio do IBRACON/TQS SP*Divulgado inicialmente na Comunidade TQS

    APO nos Estados UnidosCom as mos na massa e nos clculos, trs alunosdo curso de Engenharia Civil do Centro Univer-sitrio da FEI (Fundao Educacional Inaciana)projetaram e construram uma pea de concretopara disputar a Egg Protection Device Competition(Competio de Aparato de Proteo ao Ovo), doAmerican Concrete Institute (ACI), em Los Angeles,Califrnia, nos EUA.J tradicional entre universidades de EngenhariaCivil dos Estados Unidos e pases da Amrica Lati-na, o desafio dos estudantes submeter a pea deconcreto armado a um impacto de uma carga de15kg, protegendo um ovo embaixo dela. O pesodeve cair de uma altura de 0,5m e, caso o ovo noquebre, lanado a altura de 1m e depois de 1,5m,

    assim sucessivamente. O objetivo avaliar qualprtico de concreto oferece a maior resistncia acargas de impacto.No ano passado, os trs alunos Bruno Csar Roton-di, Kleber Di Donato e Renato Batista da Silva fo-ram campees da categoria no Brasil, em um con-curso promovido pelo Ibracon (Instituto Brasileirodo Concreto), que reuniu mais de 20 universidadesdo Brasil. Estes desafios valorizam a qualificaodos estudantes de Engenharia Civil, rea que atu-almente apresenta carncia de profissionais paratrabalhar em obras vitais e estratgicas do Pas,afirma o professor Kurt Amann, coordenador docurso de Engenharia Civil da FEI.Ao todo, 20 universidades esto inscritas no con-

    curso. As trs primeiras equipes tero os trabalhospublicados na revista Concrete International etambm recebero um prmio simblico em di-nheiro. Alm de vivenciar um estudo terico doconcreto, eles tm a chance de fabricar as peasmanualmente, melhorar as propriedades dos ma-teriais e, principalmente, trocar conhecimento comestudantes de outras universidades, acrescentao professor.Assessoria FEI

    King Abdullah University of Science andTechnology Announces InauguralGlobal Research Partnership Investigator

    Winners: Paulo Monteiro, IBRACON mem-ber, is among themKing Abdullah University of Science and Technol-ogy (KAUST) announced the names of the winnersof its Global Research Partnership (GRP) Investiga-tor competition. Twelve international scientistswere selected as KAUST Investigators for the 2007round of nominations, which featured more than60 submissions from 38 of the worlds leadingresearch universities.Through the GRP, KAUST, a new world-class,graduate-level research institution currently un-der development in Saudi Arabia, is providingindividual research assistance to a group of highlyaccomplished scientists and engineers who arededicated to a wide range of research topics ofglobal significance with particular importance to

    Saudi Arabia and the region. Their research in-cludes issues such as water desalination, renewableand sustainable next-generation energy sources,genomics of salt-tolerant plants, durable andenvironmentally friendly construction materials,sustainable utility of hydrocarbons, low-cost high-efficiency solar technology, and the applicationof computational science to human health andbiotechnology.His Excellency Minister Ali Ibrahim Al-Naimi,Saudi Arabias Minister of Petroleum and MineralResources and Chairman of the Board of Trust-ees of KAUST, said, We are pleased that theseexceptionally talented individuals have chosento partner with KAUST to bring their significantscientific and technological contributions to life.Their specific research will not only stimulate thegrowth of Saudi Arabias emerging knowledge-based economy but also serve as a cornerstone ofscientific advancement for the good of all peoplethe world over.The winners of the competition are as follows:

    * *Dr. Yi Cui* - Assistant Professor, Department

    of Materials Science and Engineering at StanfordUniversity in the United States *** *Dr. Ahmed F. Ghoniem* - Ronald C. CraneProfessor of Mechanical Engineering at the Mas-sachusetts Institute of Technology in the UnitedStates *** *Dr. Nicholas Paul Harberd* - Professor, Depart-ment of Plant Sciences at the University of Oxfordin the United Kingdom *** *Dr. Nobuyasu Ito* - Associate Professor, De-partment of Applied Physics at the University ofTokyo in Japan *** *Dr. William Koros* - Professor and RobertoC. Goizueta Chair for Excellence in Chemical En-gineering at the School of Chemical and Biomo-

    lecular Engineering at the Georgia Institute ofTechnology in the United States *** *Dr. Bruce Logan* - Professor of EnvironmentalEngineering at Pennsylvania State University inthe United States *** *Dr. Peter A. Markowich* - Professor of AppliedMathematics at the Centre for Mathematical Sci-ences at the University of Cambridge in the UnitedKingdom *** *Dr. Paulo Monteiro* - Professor of Civiland Environmental Engineering at the Uni-versity of California, Berkeley in the UnitedStates *** *Dr. Bengt Nordn* - Chair Professor of PhysicalChemistry, Department of Chemical and BiologicalEngineering at Chalmers University of Technologyin Sweden *** *Dr. Edward Hartley Sargent* - Professor andCanada Research Chair in Nanotechnology at theUniversity of Toronto in Canada *** *Dr. Brian Stoltz* - Ethel Wilson Bowles andRobert Bowles Professor in the Division of Chem-istry and Chemical Engineering at the CaliforniaInstitute of Technology in the United States *** *Professor Anna Tramontano* - Professor ofBiochemistry at the University of Rome, La Sapi-enza in Italy

    Each KAUST Investigator is expected to spend be-tween three weeks and three months per year onthe KAUST campus in Saudi Arabia participating in

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    REVISTA CONCRETo8

    Materiais de Construo Civil e Princpios de Cinciae Engenharia de Materiais

    Adquira o livro Materiais de Construo Civil,a mais recente publicao didtica lanadapelo IBRACON. Editado em dois volumes, sobcoordenao do Prof. Geraldo Isaia,o livro-texto referncia indispensvel para osestudantes de engenharia civil e arquiteturae para os profissionais da construo civil.

    Ficha tcnica2 volumes1.700 pginas51 captulos85 autoresCapa dura

    Acesse o sumrio da obra:www.ibracon.org.br

    PREOSNo-scios:R$ 250,00

    Scios:R$ 200,00Estudantes:R$ 150,00

    IBRACON

    the research and academic life of the institution.Additional personnel exchanges including the Inves-tigators or their research personnel will be arrangedaccording to the needs of the collaborative workestablished with KAUSTs faculty.The dedication to the pursuit of knowledge exem-plified by these exceptional researchers and theircommitment to the global scientific communityserve as crucial building blocks to KAUSTs mission,said KAUST President-designate Choon Fong Shih.As we continue to create this global institution ofworld-class excellence, it will be important for us toconnect with such high caliber researchers in supportof addressing global solutions.KAUST Interim President Nadhmi Al-Nasr said,KAUST intends to become a major new contributorto the global network of collaborative research.As a convener, it will enable researchers from aroundthe globe and across all cultures to work togetherto solve challenging scientific and technologicalproblems that are of the utmost importance.The KAUST Investigators selection panel was com-posed of 14 distinguished and world-renownedscientists and engineers, remarked the chairman

    of the selection committee, Dr. Frank Press. Headded that members include two Nobel laureates,a winner of the Fields Medal and the King FaisalPrize, and experts who have received internationalrecognition for their accomplishments in scienceand engineering.The selection methodology for choosing Investiga-tors was very rigorous to give full consideration to allnominations, with special focus on the merits of theleading-edge research that was proposed and the po-

    tential contributions of the exceptional group of re-search scientists and engineers who were nominated.The criteria for evaluation included each researchersrecord of accomplishment to date and the directrelevance of the proposed research to the missionareas of KAUST, including energy and environment;materials science and engineering; biosciences; andapplied mathematics and computational science.The KAUST Investigators part of the UniversitysGlobal Research Partnership (GRP) is a peer-reviewed,merit-based, competitive program to assist research inareas of science and technology that are important toSaudi Arabia, the region, and the world. The GRP is akey initiative designed to serve KAUSTs developmen-tal and long-term sustainability needs by establishingstrong links between KAUST and the existing globalresearch enterprise. To that end, KAUST launched theGRP in August 2007 as a part of its strategy to buildthe Universitys research capacity.As with other world-class non-profit research fund-ing enterprises, the annual GRP process begins witha broad solicitation of proposals and relies on acompetitive, independent peer review process toselect and fund research carried out at the propos-

    ing institution on the basis of quality and relevanceto KAUSTs mission.Under the GRP, there are three main programs: In-vestigators (individual scientists), Centers (multipleinvestigators), and Fellows (post-doctoral research-ers). KAUST is expected to announce grants recipi-ents for Centers and Fellows in the second quarterof 2008.http://www.kaust.edu.sa/news-releases/investigator-winners08.aspx

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    REVISTA CONCRETO 9 per

    sonalidadeent

    revistada

    Fernando RebouasStucchi

    Engenheiro Civil (1975), Doutor (1991) e Titular (2007) pela EscolaPolitcnica da Universidade de So Paulo, Fernando Stucchi professor dePontes e Grandes Estruturas na USP desde 1980, Presidente da Comissode Reviso da NB1/NBR-6118/ABNT, NBR-8681/ABNT, NBR-9187/ABNT,NBR-15200/ABNT e Membro Votante do ACI.

    Diretor da EGT Engenharia. Foi responsvel, dentre outras obras, peloControle de Qualidade do projeto da Ponte sobre o rio Guam, em Belm;pelo projeto de 4 pontes em consolos sucessivos sobre o Rio Tiet noRodoanel; trecho Sumar/ Luminrias na Linha V. Madalena / V. Prudente;pela duplicao da Estao Ana Rosa, extenso Pedro Cacunda/ Ponte Pensa

    da Linha Norte/ Sul do Metr de So Paulo; pela monitorao da pontemetroviria sobre o Rio Pinheiros da CPTM em Santo Amaro; pela 4 Linhade Lingotamento Contnuo da Companhia Siderrgica Nacional (CSN); pelaAmpliao do Cais do Tecon-Conceiozinha; e por ante-projetos da pontesobre o Tacon na auto estrada Lyon-Geneve e passarela sobre o Marne,ligando Saint Maur a Creteuil, na Frana.

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    IBRACON O que o motivou a cursar enge-nharia civil?

    Fernando Rebouas Stucchi Esse tipo de es-colha sempre muito difcil de explicar porque uma deciso subjetiva, intuitiva, isto , nodepende s de dados objetivos.

    Mesmo assim, devo dizer que, desde relativa-mente pequeno, tinha muito interesse no queo papai fazia. Ele, Tulio Stucchi, era engenheirocivil e atuava como projetista e executor daquiloque projetava, como o Ginsio do Paulistano e aPonte de Freguesia sobre o Tiet. tambm interessante acrescentar que algumasvezes ele me dizia que, quando bem pequeno, an-tes mesmo de entender o mais grosseiro conceitoda palavra Engenharia, sempre que ganhava umbrinquedo, em vez de sair brincando, eu ficavaobservando e, sempre que conseguia, comeavaa desmont-lo. Por sorte no me proibiramde faz-lo e certamente me ajudavam aremont-lo. Essa curiosidade e gosto pelapesquisa de como as coisasso feitas e funcionam, oumelhor, qual a lgica queest por trs das coisas, deveter muito a ver com a respos-ta sua pergunta. sempre bom lembrar queestvamos nos anos seten-ta, a engenharia estava atodo vapor.

    IBRACON Quando co-meou a trabalhar comoprojetista estrutural? Porque escolheu esse campode trabalho? Qual foi seu primeiro projetoestrutural?

    Fernando Rebouas Stucchi Comecei no in-cio de 74, como estagirio na Projest, trabalhandono clculo de esforos solicitantes em edificaes.Em 1975, comecei na Maubertec, projetando

    edificaes. Pontes, s em 76, aps a lua de mele a formatura.Um projeto interessante do qual me lembro bem,que calculei inteirinho em 75, foi a Cobertura daColnia de Frias do Sindicato dos Txteis da PraiaGrande. Ela tinha 50x100m em planta (projetoVilanova Artigas, alis colega de turma do papai).Na transversal, ela era nervurada e as nervurastinham vos de 35m e dois balanos de 5m. Nalongitudinal, essas nervuras se apoiavam em duasgrandes longarinas apoiadas sobre duas linhasde pilares atravs de neoprenes. A cobertura erafeita de concreto protendido nas duas direes.

    Na verdade, desde antes de entrar na Poli, sem-pre pensei em ser projetista. No me lembro deter dvida. Eu, certamente, nunca imaginei quenossos governantes fossem, nem mesmo quepudessem, tomar as decises que tomaram essesanos todos desde 78, prejudicando enormementea construo do nosso pas, principalmente sua

    infra-estrutura e todas as profisses que nelaestariam envolvidas. Agora, eles querem crescere tero muita dificuldade, no mais por falta dedinheiro, mas de quantidade de engenheiros.Temos formado poucos engenheiros em todosesses anos e ainda perdido boa parte deles paraoutras atividades.

    IBRACON O que ser engenheiro estruturalnos dias de hoje? O profissional foi desvalorizadocom o advento dos softwares de clculo, ou, aocontrrio, sua atuao hoje em dia se faz mais

    necessria?

    Fernando Rebouas Stucchi Penso queo computador, hoje e pelomenos a mdio prazo, sser til para calcular estru-turas.Nessas circunstncias, a habi-lidade de clculo perde valorpara o engenheiro, enquan-to ganham importncia acriatividade para conceberestruturas e seus mtodos

    construtivos e a sagacidadepara perceber o que podedar errado, no s no pro-jeto e na obra, permitindocriar condies que contor-

    nem esses defeitos, mas principalmentenas sadas do computador. Hoje em dia, osmaiores erros esto na nossa comunicao

    com o computador, entrada ou sada.Nessas condies, penso que nosso trabalho di-minuiu, mas ficou mais nobre.

    IBRACON Quais as lies que mais tm marcadosua carreira profissional?

    Fernando Rebouas Stucchi Certamente com os erros que mais aprendemos. mais fcilcom os erros dos outros, mas mais profundocom os nossos.A engenharia no uma cincia exata, umaatividade de risco, que junta fsica, criatividadee bom senso.Como disse Guimares Rosa, viver perigoso.Acrescento que viver como engenheiro aindamais, com certeza.

    A engenhariano uma cincia

    exata, uma atividadede risco, que juntafsica, criatividade

    e bom senso.

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    sonalidadeent

    revistada

    Para poder aproveitar com os erros necessriamuita humildade, comeando por perceber quepodemos de fato cometer erros grosseiros, mastambm podemos fazer avaliaes deficientes ouusar critrios limitados, especialmente quandoanalisamos problemas novos.Toda vez que enfrentamos um problema novo,

    precisamos aceitar que temos que nos dedicar aconhec-lo melhor, a compreend-lo.Para isso a questo central fazer as perguntascertas. Mas quem sabe quais so elas?

    IBRACON Como professor, como v a formaodos engenheiros na Academia? Ela tem atendidoas responsabilidades tcnicas e civis exigidas pelomercado e pela sociedade?

    Fernando Rebouas Stucchi Essa umaquesto difcil. Certamente, existem boasEscolas de Engenharia no Brasil, do nvel dasmelhores do mundo, masexistem outras deficientes.Creio que, de alguma forma,precisamos uniformizar issopor cima, claro, e em todasas profisses.Outra coisa que precisa serlembrada que no se podebasear todo um curso deengenharia em professoresacadmicos em dedicaoexclusiva. Eles so importan-

    tes para uma srie de coisas,como assistncia aos alunos,pesquisa, etc, mas no sepode abrir mo de professores profissionaisem dedicao parcial. No se pode ensinarcirurgia sem ser cirurgio. Infelizmente, essaavaliao no unnime.Outra questo importante o entendimentoe a correta avaliao do alcance da nossa ati-vidade em relao sociedade e ao ambiente.Nesse sentido, os cursos esto sofrendo signi-ficativas alteraes.

    IBRACON O Brasil est formando engenheiroscivis em quantidade suficiente para atender o re-cente aquecimento do setor da construo civil? Omercado est preparado para o desenvolvimentosustentvel do setor?

    Fernando Rebouas Stucchi Na verdade,temos formado poucos engenheiros em relaos necessidades da sociedade, desde meados dosanos 80.Como os governos decidiram administrar o pascomo contadores, sem nimo para arriscar e com

    muita vontade de pagar as dvidas do pas, a faltade engenheiros no foi muito sentida, mas o dfi-cit de infra-estrutura e habitao foi crescendo.Alm de formar poucos engenheiros, estamosperdendo profissionais para outras atividades,como Administrao e Economia, em que nos-sos alunos acabavam deslocando os profissio-

    nais naturais.S para dar uma idia, no ano de 2006 o Brasilformou 19000 engenheiros, o que pode pa-recer muito, mas bem pouco. Nesse mesmoano, a Coria, que tem a metade da populaodo Brasil, formou 80000 engenheiros, enquan-to a China, oito vezes mais populosa, formou300000 engenheiros.Por conta desse fato, as escolas de engenharia

    esto tentando aumentar o nmero devagas de seus cursos, eventualmente comcursos noturnos.

    IBRACON Quais as princi-pais mudanas ocorridas emsua experincia profissionalna forma de conceber osprojetos estruturais? Comotais mudanas refletem aevoluo da tecnologia doconcreto? Exemplifique.

    Fernando Rebouas Stuc-chi No entendo que omodo de conceber tenha

    mudado. Ele um processocriativo, baseado em proces-sos inconscientes e intuitivos

    como sempre foi. S podemos comeara calcular uma estrutura depois de t-laconcebido integralmente, a estrutura e o

    mtodo construtivo. interessante notar que nunca o processo de cl-culo termina com uma avaliao da concepo dotipo. Os clculos passam ao largo da concepo.Eles so fundamentais para detalhar um projeto.Esses processos no esto, no entanto, habilitados

    a avaliar a qualidade de concepo da soluo.Isso muito mais complicado. Um engenheirocompetente pode fazer isso analisando os resulta-dos dos clculos, mas ainda no existe programacapaz de faz-lo sozinho.Penso que o clculo automtico tem dificultadopara os engenheiros aprimorar seus conhecimen-tos intuitivos. A conversa do engenheiro com aestrutura ficou muito mais rpida e no d tempopara aprofundar e introjetar os novos conheci-mentos. Assim, a concepo de novas soluesparece mais difcil.Por outro lado, o desenvolvimento de novos

    O clculoautomtico

    tem dificultadopara os engenheiros

    aprimorar seusconhecimentos

    intuitivos.

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    At, por conta dos programas automticosde clculo, como o TQS, o ALTO-QI ou oSISTRUT, a norma hoje mais consideradaque antes. Infelizmente, nem todos assim ofazem, alguns por desconhecimento, outros,por discordarem dela. fundamental entender que uma norma

    no pode ser unnime e, mesmo no con-cordando com ela em alguns itens, devemosrespeit-la. Se temos de fato prescries al-ternativas que julgamos melhores, devemossugeri-las pelos caminhos oficialmente orga-nizados para tal, e defender sua aprovao.Aprovada a nova reviso, ela passa a ser anova regra a ser respeitada.

    IBRACON O conceito mais relevante danorma NBR 6118/03 o de durabilidadedas estruturas, tendo em vista que a sus-tentabilidade construtiva ganhou muito

    espao na opinio pblica.As construtoras brasileiras,de um modo geral, tm sepautado adequadamentepor este critrio?

    Fernando RebouasStucchi No entendoque esse seja o conceitomais relevante da nor-ma, muito pelo contrrio.Entendo que a NBR6118

    uma norma de projetoque estabelece critriospara verificao de todos

    os Estados Limites usualmente encon-trados na prtica. Dentre eles, os maisimportantes so aqueles ligados aos

    limites ltimos, mas todos os outros tambmso importantes. Durabilidade apenas umdesses outros. A nossa norma ainda no usaexplicitamente esse nome, mas a FIB j fazisso Estado Limite de Durabilidade.Para cada um desses Estados Limites existem

    critrios, em geral na forma de equaes, quedevem ser respeitados, mas, adicionalmente,existem detalhes a respeitar que so igualmenteimportantes para garantir que o Estado Limiteesteja afastado.A questo da durabilidade foi sim uma das maio-res mudanas que fizemos, dentro de um objetivomaior de revisar o que estava dando problemade confiabilidade. Assim, foi possvel aumentar adurabilidade das nossas obras, exigindo concretomais compacto e cobrimento maior e compensan-do o correspondente aumento de custo com ou-tras modificaes, que permitiram economia por

    materiais como Concreto de Alto Desempenho,Concreto Armado com Fibras de Ao, de Vidroou de Carbono, tem aberto mais alternativas, oque enriquece o processo criativo. Precisamos, ur-gentemente, nos apropriar intuitivamente dessesnovos materiais para que possamos utiliz-los emtoda a sua potencialidade.

    IBRACON Quais as tendncias para o concretoe suas estruturas no Brasil nos prximos anos?Como tais tendncias afetaro o trabalho doprojetista?

    Fernando Rebouas Stucchi Entendo que oespao para o concreto armado normal ainda sergrande por muito tempo. De qualquer forma, osconcretos especiais como o CAD, as fibrasde ao, de Vidro ou de carbono tero seuespao crescente.Esses materiais novos estaro a exigir novasconcepes estruturais econstrutivas, o que exigirmais de nossa criatividade.Para dar resposta a essaexigncia, precisaremos deuma intuio bem ajustadaa esses materiais, mas pre-cisaremos tambm de umbom nmero de ensaios delaboratrio. Isso quer dizerque precisamos de bonsLaboratrios. importante

    perceber que os ensaios,alm de dar resposta cien-tfica a questes objetivas,ajudam bastante a aferir a nossa intuiocom a realidade. Eles so fundamentais.

    IBRACON A NBR 6118/03 vai completar cincoanos de vigncia. O que mudou no modo de pro-jetar e executar estruturas de concreto neste tem-po? A norma est bem disseminada no pas?

    Fernando Rebouas Stucchi Acredito que a

    reviso de 2003 tenha conseguido dar um bompasso adiante, mas agora, com os comentriosda comunidade tcnica reunidos pela ABECE,estamos preparando uma reviso menor, deajuste. Uma nova reviso mais profunda deveficar para a prxima, talvez daqui a uma meiadzia de anos.Pela quantidade de discusses, crticas e comen-trios, acho que a maior novidade seja a motiva-o do meio tcnico a usar a norma, entend-lae coment-la. Esse era, desde o incio, o maiorobjetivo: dar um upgrade na qualidade da nossaengenharia estrutural.

    fundamental entenderque uma norma nopode ser unnime e,

    mesmo no concordandocom ela em alguns itens,

    devemos por razesticas, respeit-la.

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    REVISTA CONCRETO 13 per

    sonalidadeent

    revistada

    Em relao ao acidente da Estao Pinheirosdo Metr, prefiro ainda manter silncio at aconcluso dos relatrios. At o momento saiuapenas um relatrio e pelo menos dois outrosesto a caminho.De qualquer forma, o que deve ser entendido que 99% do que foi dito e escrito na poca est

    equivocado ou fora de hora. Num acidente dessetipo, mesmo depois das anlises, muito difcilser conclusivo, a menos que se descubra algoabsolutamente claro, o que raro.Para ter uma idia clara de como difcil fazera autpsia de um acidente em construocivil, basta fazer um paralelo com o caso deum mdico que tivesse que fazer a autpsiade um defunto que passou numa mquina de

    moer. Todos ou quase todos os registrosse destroem.Nesses casos, a imprensa tem uma respon-sabilidade muito grande. Ela deve informar

    a populao e no apavorartodos com informaes gros-seiras e superficiais.Veja-se o acidente coma Chalenger alguns anosatrs. Muitos, lideradospela imprensa, queriamprontamente crucificar oresponsvel, dizendo que osastronautas deveriam estarseguros nessas viagens. Essaavaliao completamente

    equivocada. Essas viagensso altamente arriscadas,muito mais que a constru-

    o de tneis, e os astronautas sabemmuito bem disso.Vale tambm lembrar o caso da Escola de

    Base da Brasla. Ns precisamos de uma imprensaforte e ativa, mas a notcia no pode estar acimada verdade. Se no existe um mnimo de verdade,no pode haver notcia.

    IBRACON Qual, dentre seus projetos, considera

    exemplar tendo em mente o relacionamento en-tre arquiteto e projetista na definio da formafinal da obra?

    Fernando Rebouas Stucchi Como jdisse, no atuo na rea de edificaes e notrabalho to frequentemente com arquitetos.Assim mesmo, temos trabalhado com apoio dearquitetura no projeto de nossas pontes e temsido bom. Um exemplo o projeto do TrevoAnhanguera que a EGT fez para a Engelog comapoio do Sergio Ficher.O mais especial, porm, foi provavelmente o

    terem sobra de confiabilidade. Essa a questo,por exemplo, dos pilares e da fora cortante. interessante analisar essa questo da NBR6118junto com a norma de Incndio e a norma de Sis-mo. Essas duas outras normas tambm vieram nosentido de aumentar a confiabilidade das nossasobras ao longo de todo o Brasil.

    At onde posso ver, entendo que as construtorasesto preocupadas em aplicar esses conceitos dedurabilidade com cuidado, at porque so elasque vo responder pelos defeitos prematuros,pelo menos a princpio. didtico citar, a ttulo de exemplo, o caso da dis-puta entre uma construtora e uma incorporadoranum empreendimento. A construtora queria exi-gir o respeito norma e a incorporadora, pasmemos senhores, no queria exigir tal coisa.

    IBRACON Quais as convergncias e asdivergncias no relacionamento entre oprojetista e o construtorno Brasil?

    Fernando Rebouas Stuc-chi Acredito que isso sejamuito varivel. Dependedemais de um e de outro.Como minha experinciamaior est na rea dasobras de infra-estrutura,onde atua meu escritrio,devo dizer que existe um

    bom entendimento. Desco-nheo construtora que noesteja preocupada com oatendimento das exigncias normativas. Al-gumas delas, inclusive, pagam por iniciativaprpria, o controle de qualidade do projetofeito por outro projetista. J verificamos projetosde outras projetistas e tivemos os nossos proje-tos verificados.Do meu ponto de vista, sempreimportante entender o projeto como produto deinterao de muitos vetores do processo: o cliente,a construtora, o projetista, o verificador e, ainda,

    alguns sub-empreiteiros. Essa viso menos perso-nalista do projeto facilita o entendimento.

    IBRACON O pas tem assistido ultimamente epis-dios que colocaram a engenharia brasileira sob sus-peio. O caso do Metr sintomtico. Qual sua opi-nio sobre esses episdios? Onde est o problema?Existe um problema ou os episdios relacionam-seao fator de risco inerente construo?

    Fernando Rebouas Stucchi Como j foi ditoanteriormente, a engenharia uma atividade derisco e errar humano, pode acontecer.

    Num acidente dessetipo, mesmo depois dasanlises, muito difcilser conclusivo, a menosque se descubra algoabsolutamente claro,

    o que raro.

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    IBRACON

    LANGUAGESEnglish, Portuguese and Spanish. Simultaneous translation.

    MORE INFORMATIONwww.ibracon.org.br

    Chemical AdmixturesDeformations, Creepand Cracking Control

    DurabilityFiber ConcreteFire ResistanceMixture ProportionsNon Destructive TestQuality ControlStructural BehaviorService Life

    V International ACI/CANMET Conferenceon High Performance Concrete Structuresand Materials

    June 18-20th 2008Manaus Brazil

    Conference topics

    V HPC INTERNATIONAL

    ACI/CANMET

    CONFERENCE

    Manaus- Brazil

    2008

    Repair and Strengthening of StructuresSupplementary Cementing MaterialsSustainability

    Self Leveling and SelfConsolidating ConcretesPavement, Dams and BridgesAlkali Aggregate ReactionsMarine StructuresNanotechnology and Cement MaterialsNon-Ferrous and SpecialReinforcement

    Projeto Bsico da 4 Linha do Metr, EstaesButantan e Trs Poderes. Trabalhava na poca naMaubertec e fui o responsvel pelo projeto coor-denando os grupos de engenharia e arquiteturade l, contando com o apoio dos engenheiros earquitetos do Metr.

    IBRACON Quais so os projetos recentes de queest participando e que podem ser consideradosdesafiadores? Quais so os desafios?

    Fernando Rebouas Stucchi O primeiro,sem dvida, a EGT. Montar uma empresa deprojeto com ampla participao societria, capazde atender s exigncias do mercado atual umenorme desafio.No ano passado, terminamos dois projetos muitosignificativos:A Ponte Estaiada sobre o Rio Sergipe em Araca-ju, com 200m de vo principal, onde fizemos oProjeto Bsico e a Assessoria Tcnica Obra paraa SEINFRA.A ponte de Guayaquil, no Equador, em consolossucessivos com aduelas pr-moldadas para a An-drade Gutierrez.Nesse momento, estamos terminando o TrevoAnhanguera para a Engelog, que compreende,

    entre outras, trs pontes sobre o Tiet, constru-das em consolos sucessivos, com forte curvaturahorizontal e vos at 125m. A concepo resultounuma soluo inovadora com apoios pontuais eexcntricos.Vale dizer que demos apoio ao controle de exe-cuo de duas pontes recentes muito especiais: a

    Terceira Ponte de Braslia e a Ponte Otvio Friassobre o Rio Pinheiros.

    IBRACON Para o senhor, qual a importnciados institutos e entidades de classe do setor daconstruo, como o IBRACON?

    Fernando Rebouas Stucchi Entendo que oIbracon mais que uma instituio de classe, namedida que um instituto voltado para o desen-volvimento essencialmente tcnico de todos ostipos de aplicao do concreto.S falando do CT301, no qual desenvolvemos,nesses 4 anos, os Comentrios Tcnicos eExemplos de Aplicao da NBR6118, os TextosBase das normas de Incndio e de Sismos, asvotaes das normas ISO, as propostas de co-mentrios para o ACI318 e assim por diante.Sem o Ibracon e seus patrocinadores, nadadisso seria possvel.

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    EM

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    CONCRETO

    Aos paraconstruo

    civil alvenariasAlberto Menache

    ArcelorMittal

    Reforo de paredesde alvenaria

    com trelias planasde ao

    Para a execuode alvenaria at h pou-co tempo, somente ageometria era fator deestabilidade e resistn-cia do sistema. Com odomnio da tcnica deargamassas base decimento, a dinmica e aconseqente reduo dageometria das alvenariaspassaram a fazer partede todos os tipos de pro-

    jeto de uma edificao.Todas as obras

    tm por princpio umprojeto, desde aquelasmais elementares s maiscomplexas. Mesmo noscasos em que o projetono se apresenta de for-ma oficializada e regis-trada (desenhos, clculos,medidas etc.), ele existena mente de quem deci-

    de fazer a obra ou mes-mo na cabea de quemexecuta. A diversidadede projetos pode dife-rir de modo substancialno que diz respeito aograu de detalhamento eplanejamento das ativi-dades a serem executa-das, tcnicas e materiais,variando ainda a capacidade de absorver tenses,deformaes e garantia de desempenho.

    A tecnologia das estruturas de concreto

    armado tambm trou-xe profundas alteraesno comportamento dasalvenarias, que deixa-ram de lado sua funoprincipal de estruturar asedificaes e passaram aser adotadas como ele-mentos de vedao. Noentanto, com a velocida-de de execuo das obras,o aumento dos vos ea reduo da rigidez,rupturas e infiltraescomearam a ser signi-ficativas, trazendo altoscustos e, principalmente,o descrdito para as cons-

    trutoras que no conse-guem mais edificar semo processo fissuratrio(Figuras 1 e 2), seja umasimples residncia trreaseja um edifcio de mlti-plos andares. Nos ltimosanos, a necessidade deum maior nmero devagas de garagem, dealta produtividade e cus-tos cada vez mais baixos

    obrigaram os edifcios ater caractersticas espe-cficas, como balanos egrandes alturas.

    Alm disso, atrecentemente, as cons-trutoras utilizavam ocimento CPII E como seuaglomerante padro,fato que foi alterado

    com a utilizao do cimento CPIII em larga es-cala. O primeiro tem seu teor de escria de altoforno variando entre 6% e 34%, segundo a NBR

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    11578 Cimento Portland Composto. No segun-do, a quantidade de escria maior, variandoaproximadamente entre 35% e 70%, segundo aNBR 5735 Cimento Portland de Alto Forno. Asubstituio foi feita de forma abrupta e muitosengenheiros de obra ainda no conseguiramadaptar-se a esta nova realidade.

    Esses fatos contriburam sensivelmentepara dificultar o desempenho das alvenarias e

    suas ligaes com as estruturas reticuladas.Os problemas em alvenarias vm sendo mo-tivo de discusses em diversos centros de pesquisase construtoras pelo Brasil. O nvel de desconheci-mento das particularidades desse sistema acarretadiversos tipos de erros e patologias. Os diversossetores da construo civil tm se organizado paraminimizar esse efeito, buscando as causas, origense as diversas formas de resolv-los.

    Sabe-se que as alvenarias apresentamum desempenho satisfatrio quando submeti-das compresso e uma baixa resistncia tra-o. Em funo da necessidade de melhoria naabsoro de tenses de trao e cisalhamento, aque atualmente esto submetidas, a utilizaode trelia plana na execuo de alvenaria vemse tornando uma tecnologia de grande valia,objetivando proporcionar um melhor desempe-

    nho estrutural do sistema quando submetidasa tais esforos.A tecnologia proposta visa o emprego

    da trelia plana entre camadas de blocos, apli-cando esse produto para combater as tensesde trao e cisalhamento.

    A utilizao da trelia plana nas alve-narias de vedao, alm combater o processofissuratrio, proporciona uma maior produtivi-

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    EM

    OBRASDE

    CONCRETO

    dade e racionalizao da alvenaria, por possi-bilitar a eliminao de vergas e contra-vergase a minimizao de uso de outros elementosenrijecedores, como cintas e pilaretes. Em al-guns casos, dependendo do projeto realizadoe do dimensionamento, possvel at mesmoeliminar todos os elementos enrijecedores das

    alvenarias de vedao de uma edificao.

    Tipos e caractersticas dimensionaisdas trelias planas

    disponveis no mercado brasileiro

    A trelia plana possui barras longitudi-nais e diagonais com seo circular e recobertas

    por uma capa de zinco, para utilizao em al-

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    REVISTA CONCRETo18

    venarias de junta tradicional. As caractersticasgeomtricas das trelias planas so apresenta-das na Tabela 1.

    Pr-requisitos para elaboraode projeto de alvenaria de vedao

    Um bom projeto depende de vrios fato-res, porm os dados disponveis para subsidiar astomadas de deciso para o projeto de alvenariadevem ser levados em conta, sendo levantadosprincipalmente os seguintes requisitos:

    Condies climticas:so necessrias acoleta de dados de umidade relativa doar, temperatura e suas variaes, ventospredominantes, insolao preferencial,poca e perodo de execuo.

    Caractersticas arquitetnicas:geometria,abertura de vos, detalhes, frisos,

    elementos decorativos, tipologia, vosespeciais, etc.

    Caractersticas estruturais:principalmentea geometria, rigidez, deformaoimediata e lenta, juntas estruturais,detalhes construtivos, tipo de material (ao,

    concreto ou outros), modulo de elasticidade, tempo de desforma,

    velocidade de execuo, sobreposio deetapas, tipologia da estrutura (laje macia,nervurada, protendida, etc.)

    Caractersticas dos materiais devedao:tipo de bloco, geometria,

    comportamento, sistema de assentamento,ligao entre camadas (verticais ehorizontais).Procedimento executivo:nvel dequalificao da execuo, ferramentas,tipos de fixao, detalhes e velocidadede produo.

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    EM

    OBRASDE

    CONCRETO

    Projeto de alvenaria de vedaoexecutado com trelias planas

    O projeto de alvenaria de vedaocom trelias planas de ao tem a finalidadede identificar as premissas mnimas para a

    estabilidade das alvenarias, apresentandoas especificaes de materiais, geometria,reforos, juntas, ligaes com a estrutura,enrijecimento etc., bem como as diretrizespara execuo e manuteno, especficas portipo de obra, buscando o desempenho satis-fatrio do sistema de vedao ao longo dotempo. Com este objetivo deve-se levar emconta os seguintes itens antes de se elaborarum projeto:

    Condies do contorno para o projeto Tipo de utilizao da alvenaria de vedao

    Especificao de materiais e sistema Controle de produo Controle de manuteno

    O projeto de alvenaria difere-se de outrostipos de projeto por apresentar caracterstica parti-cular, na qual alguns parmetros devem ser verifi-cados no instante da execuo da obra, tais como:prumo, nivelamento, propriedades dos materiaisconstituintes e argamassas, tipo de mo de obraetc. O sistema composto de todos estes parme-tros, cujo acompanhamento se faz necessrio paraa elaborao de um projeto definitivo.

    O projeto da alvenaria reforada com tre-

    lias planas de ao deve levar em considerao osesforos solicitantes a que esta alvenaria estarsubmetida, analisando as cargas verticais e deflexo decorrentes da ao do vento, a partir doconhecimento das resistncias caractersticas doselementos que compem o sistema (Figura 3).

    A seguir (Figura 4), mostrado um

    exemplo de dimensionamento de alvenariacom trelias planas de ao, utilizando-se umprograma de clculo especfico (Figura 4) e combase nas diretrizes da norma internacional EC6 Eurocode 6: Design of masonry structures part1-1: common rules for reinforced and unreinfor-ced masonry structures october 2001.

    O nmero de fiadas armadas com treli-as planas de ao dever ser baseado em projetoespecfico de alvenaria onde ser dimensionadode acordo com as caractersticas estruturais earquitetnicas da edificao, alm do tipo dematerial, argamassa e condies de estabilidadeda mesma.

    Na Figura 5 tem-se um exemplo deprojeto realizado, mostrando a distribuiodas trelias planas de ao nas fiadas de duaselevaes diferentes.

    Detalhamento construtivo

    Os projetos devero contemplar pro-cessos que visam a qualificao e desempenho

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    proposto pelo projetista, facilitando as solu-es executivas de forma explicativa, sendo asprincipais citadas a seguir:a)Levantamento das reas a serem edificadas

    devidamente identificadas;b)Instrues e geometria para a execuo de

    alvenaria modelo;

    c)Descrio dos ensaios laboratoriais nospainis experimentais;d)Relao de especificaes para rastrear

    os testes e a execuo;e)Controle do recebimento dos materiais;f)Critrios de aceitao dos materiais;g)Preparo e aplicao dos blocos;h)Posicionamento das juntas de assentamento e das peas de trelias

    planas de ao;i) Critrios de controle

    (prumo, nvel, alinhamento);j) Procedimento de execuo; Limpeza da estrutura Preparo da superfcie Colocao das barras de ligaes Espessuras das argamassas Assentamento dos blocos Instalao das peas de trelias planas

    de ao Acabamento final.k)Elevao das alvenarias sob as estruturas

    de contorno;l) Posicionamento de detalhes construtivos tais como ligaes com a estrutura,

    espessura das argamassas, colocao ouno de juntas verticais, armaduras,

    enrijecedores, limitaes de juntas,espessura dos blocos;

    m)Indicao do reforo com trelias planasde ao nas fiadas;

    n)Instrues e limitaes da execuo;o)Especificao de todos os

    materiais contribuintes;p)Limitaes e prazos para revestimentos

    e acabamentos;

    q)Indicao e tipologia do controlede execuo.

    Diretrizes de execuo

    A elaborao do procedimento executi-vo de alvenaria armada deve englobar o acom-panhamento da produo e o controle dosmateriais, devendo-se treinar todas as equipesda produo (engenheiros, encarregados,empreiteiros, pedreiros, etc.), conhecendo-setodas as premissas detalhadas no procedimen-to executivo.

    Para o modelo de utilizao de treliasplanas de ao, devero ser seguidas as seguintesorientaes bsicas:

    Utilizao das treliasplanas de ao

    A utilizao de alvenaria armada

    indicada como soluo em qualquer uma dasseguintes situaes:

    Recalques de base Fissuras

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    EM

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    CONCRETO

    Concentraes de tenses ao redorde vos livres de portas e janelas

    Cargas pontuais Deformaes estruturais Cargas externas

    Para todas as recomendaes de uso dosreforos de trelias planas de ao indispens-

    vel a utilizao de argamassa na vertical paraassentamento dos blocos.

    Ligaes entrealvenaria/estrutura semfissuras telas de ao

    galvanizadas eletrosoldadas

    O termo ligaes das alvenarias co-nhecido na engenharia como todas as soluesadotadas para unir ou desunir as alvenarias nocontato com a estrutura suporte.

    Para definio do modelo de ligao, tor-na-se necessrio o conhecimento dos mecanismosde fixao e suas capacidades de desempenho.

    Existem diversos dispositivos para reali-zao da ligao alvenaria/estrutura, sistemasrgidos ou semi-rgidos, com desempenhosdiferentes. Diversas pesquisas j realizadascomprovam uma maior eficincia da tela sol-dada em relao a outros modelos de ligaoquando avaliadas as resistncias ao arranca-mento e ao cisalhamento.

    No entanto, a escolha do sistema estdiretamente relacionada ao tipo e vo daestrutura a ser fechada e da geometria daalvenaria de vedao, que deve ser definidaem projeto especfico de alvenaria, de acordocom as necessidades da obra.

    A utilizao de telas soldadas como

    componente de ligao nas interfaces entrealvenaria e pilar associado ou no ao sistemade trelias planas de ao possibilita evitar osurgimento de fissuras indesejveis nessasregies. Tambm podem ser utilizadas paraamarrao entre alvenarias, dispensando atradicional amarrao entre blocos, aumentan-do a produtividade e racionalizando o servio(Figura 7).

    Essas telas soldadas so produzidascom fio de 1,65mm de dimetro e malha de15x15mm, galvanizadas, o que proporcionamaior proteo contra corroso.

    As dimenses da tela devem ser defi-nidas de acordo com a espessura da alvenaria(largura dos blocos) e devem ficar embutidasna junta vertical de argamassa entre parede epilar, com a tela dobrada para cima. Essas telasso entregues em comprimento de 50cm e com6,0; 7,5; 10,5 e 12 cm de largura.

    A execuo da fixao muito impor-tante para o sucesso do sistema de fixaolateral, uma vez que o erro na fixao podelevar ao comprometimento da deformaolevando ocorrncia de fissuras.

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    REVISTA CONCRETo22

    Reforo de revestimentos de argamassa comtelas eletrosoldadas galvanizadas semi-rgidas

    As telas eletrosoldadas galvanizadas se-mi-rgidas so recomendadas para aplicao nasregies de estrutura e de interface da estruturacom a alvenaria, contribuindo para a absoro

    das tenses provenientes da dilatao e retraodo revestimento de argamassa, evitando a fissu-rao, garantindo melhor aderncia ao chapiscoe contribuindo para minimizar os efeitos decisalhamento nos revestimentos.

    A utilizao de telas eletrosoldadas galva-nizadas semi-rgidas proporciona a distribuiode tenses ao longo do revestimento e melhorao comportamento do revestimento quanto a de-formaes trmicas, possibilitando a prevenodo aparecimento de fissuras indesejveis.

    Alm de regies de estrutura e interface

    alvenaria/estrutura, as telas eletrosoldadas tam-

    bm so indicadas para aplicao em revesti-mentos com superfcies curvas e, principalmen-te, para reforo da argamassa de regularizaocom espessura superior a 6cm.

    Essas telas so fabricadas em malha de25 x 25 mm, fios de = 1,24mm em rolos de50 cm de largura.

    Concluso

    Sabe-se que as tcnicas construtivas uti-lizadas atualmente so muito antigas. Porm,qualquer esforo tcnico em prol da melhoriada qualidade da construo civil conduz aresultados que vo, certamente, refletir nobem-estar dos usurios das edificaes, almde proporcionar melhor desempenho executivopara as construtoras.

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    REVISTA CONCRETO 23 ME

    RCADO

    NACIONAL

    O setor da construo pesada viveum momento de expectativas em relaoaos investimentos programados pelo PAC.Alm disso, a conjuntura econmica do Pasapresenta-se bastante propcia para o desen-volvimento da infra-estrutura.

    Com o cenrio positivo para as cons-trutoras, o mercado interno dever registraruma alta na demanda pelos servios do setor,com destaque para a iniciativa privada.

    Vale lembrar que a indstria da cons-truo teve historicamente o setor pblicocomo principal cliente, o que acabava porrestringir suas receitas, alm de sofrer cons-tantemente com a inadimplncia dos rgosdo governo.

    A maior atratividade do mercadobrasileiro vem atraindo investidores estran-

    Novo cenrioda

    construopesada noBrasil

    geiros que, por sua vez, contribuem para amelhora na estrutura do Pas.

    Levando-se em considerao dados di-vulgados pelo Banco Central, o Brasil registrouem 2007 um montante de US$ 34,61 bilhes eminvestimentos estrangeiros diretos tambm

    chamados de Investimentos Produtivos.Esse valor superou as expectativas do

    mercado, e representou uma expressiva altade 84,32% frente aos resultados de 2006.

    Merece destaque os setores de hote-laria, resorts, espaos esportivos e culturais,alm das Parcerias Pblico-Privadas (PPPs) presentes, principalmente, no setor detransportes que vm recebendo montantescada vez maiores de investimentos.

    Outros setores que sero beneficiadospelo melhor momento do setor e que deve-

    Samara MiyagiAll Consulting

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    ro aumentar a demanda das construtorasdo segmento de obras de grande porte so:saneamento bsico, infra-estrutura rodovi-ria, portos, aeroportos e hidreltricas.

    O setor de mquinas e equipamentostambm exerce um papel bastante acentu-ado na cadeia da construo pesada, tendo

    em vista que so utilizadas em praticamentetodo o processo.Nesse contexto, devemos salientar que

    a demanda aquecida por mquinas e equi-pamentos de grande porte tem provocadouma compresso da oferta desses produtos,o que pode se tornar um srio problema paraa indstria da construo.

    A falta de equipamentos dispon-veis pode gerar atrasos no andamento dasobras da construo pesada, o que denotaa necessidade de medidas urgentes a serem

    tomadas pelo setor de equipamentos a fimde aumentar a oferta desses itens.Cabe frisar que os setores de infra-

    estrutura, contam tambm com as linhas definanciamento do Banco Nacional de De-senvolvimento Econmico e Social (BNDES).O banco destinou em 2007, somente para osegmento de infra-estrutura, um total de R$35 bilhes, superando em 127,27%, o valorapurado no ano anterior.

    Os preparativos para a Copa do Mundode 2014, que ser sediada no Brasil, tambm

    representaro um vetor de aquecimento,tendo em vista que o Pas necessita de muitasadaptaes para atender s exigncias dosorganizadores do evento.

    Somando-se a esses fatores que tminterferido positivamente no setor da constru-o pesada, de extrema relevncia o papel

    que o mercado internacional tem desempe-nhado nos resultados das construtoras.Um maior nmero de contratos tm

    sido fechados com outros pases, principal-mente em virtude da reconhecida qualidadedos servios prestados pelas empresas brasi-leiras, assim como, pela maior atratividadede preo cobrado, quando comparado como das concorrentes estrangeiras que atuamno setor.

    O segmento de construo pesadaapresenta uma tendncia bastante positiva

    para 2008, principalmente, devido matura-o dos programas de investimentos lana-dos recentemente pelo governo, em especialdo PAC quando os primeiros investimentose projetos lanados em 2007, comearo a serefetivamente colocados em prtica.

    Merece destaque ainda o fato de queneste ano sero realizadas eleies muni-cipais, fato este que dever significar umdirecionamento de verbas, no curto prazo,para o desenvolvimento da infra-estruturanas cidades.

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    tabuleiros estaiados), alm de outra duasalas que permitem a ligao entre a avenidaJornalista Roberto Marinho e a pista expressada avenida Naes Unidas. Todas estas alasse prolongam e passam sobre a avenida LuisCarlos Berrini.

    Para tornar este traado virio o maiseficiente possvel, houve a necessidade desobrepor as duas vias curvas estaiadas queatravessam o rio Pinheiros, impondo assim ageometria inovadora do mastro em X.

    Este provvel novo carto postal da ci-dade totaliza 2.910m lineares de obras, dentreos quais 580m so estaiados.

    Fundao

    Para atenderao traado virio pre-tendido, foi necessriolocalizar o mastro namargem direita do rioPinheiros, onde se ini-cia a avenida JornalistaRoberto Marinho. Noentanto, neste pontoh uma srie de inter-ferncias que dificulta-

    ram sua locao.A galeria enter-rada de concreto queabriga trs linhas detransmisso da CTEEPde 345kVa caminhaparalela margem di-reita do rio, bem comoa linha frrea de trensda CPTM (CompanhiaPaulista de Trens Me-tropolitanos). Almdessas duas interfe-

    rncias, soma-se o canal de aduo da estaode bombeamento do crrego guas Espraiadasenterrado exatamente no eixo do apoio.

    A forma encontrada para vencer estasinterferncias foi criar quatro blocos dondepartem os pilares que do origem ao mastrodo apoio central.

    Cada bloco destes suportado por 28estaces escavados de 130cm de dimetro (redu-zido para 120cm quando embutido em rocha) e10 estacas-razes de 41cm de dimetro (reduzidopara 31cm quando embutido em rocha).

    Para este trabalho foram gastos 2880mde concreto e 184ton de ao CA-50.

    Ainda no trecho estaiado, para os apoiosextremos voltadospara avenida Jornalis-ta Roberto Marinho,

    a fundao foi execu-tada com 11 estaesescavadas de 110cmde dimetro (reduzidopara 100cm quandoembutido em rocha).J para os apoios situ-ados na margem es-querda do rio, devidoa presena de linhasde transmisso queimpossibilitaram uso

    de equipamentos degrande porte, optou-se por 50 estacas-razesde 41cm de dimetro(reduzido para 31cmquando embutidoem rocha).

    Para execuoda fundao destesapoios extremos foramconsumidos 490m deconcreto e 89ton deao CA-50.

    Figura 2 Interferncias do apoio central

    Figura 3 Apoio central / Arranjo espacial dos estais

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    Apoio central

    O apoio central tem incio com 4 pilaresde 12m de altura, com seo retangular deseo varivel. Neste ponto, estes pilares soligados transversalmente por uma laje nervu-rada e longitudinalmente por uma plataforma

    Figura 4 Dimenses principais do apoio central

    Figura 5 Dimenses principais dos apoios extremos

    de concreto protendido composta por duasvigas e uma laje. dessa plataforma que parteo tabuleiro avenida Jornalista Roberto Marinho marginal do rio Pinheiros.

    Acima deste primeiro travamento par-tem dois pilares vazados de seo retangular(paredes com espessura de 40cm e 60cm). Aps

    11,4m de altura, a extremidade destes pilares sonovamente travada longitudinalmente por umaplataforma de concreto protendido compostapor duas vigas e uma laje. dessa plataformaque parte o tabuleiro da marginal do rio Pinhei-ros - avenida Jornalista Roberto Marinho.

    A partir do nvel 23,4m (onde a referncia a face do bloco) partem duas torres inclinadas narazo 1:3 com 57,6m de altura, cujas extremidadesconvergem para um mesmo ponto. Estas torrespossuem seo retangular vazada com paredes de40cm de espessura. Na cota 81m, as extremidadesdessas duas torres encontram-se, criando umaligao celular de 9m de altura (n do X).

    A partir de ento partem duas outrastorres com inclinaes na proporo 1:4,5 (pro-poro essa necessria para minimizar a torosolicitante no mastro, devido ao das cargaspermanentes), de tal modo que suas extremida-des se afastam, conferindo ao mastro a formado X. So nesses trechos de 42m de altura queesto alojados os dispositivos de ancoragemdos estais. As paredes de sua seo retangularvazada so protendidas de modo a assegurarque no haja tenses de trao, devido o com-

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    ponente horizontal da fora dos estais. Por fim,com o intuito de travar estas torres para reduziros momentos fletores e torcionais, foi criadauma viga de seo celular na cota 107m.

    Acima desse trecho, j no nvel 132m, hum detalhe arquitetnico de 6m de altura paraconferir ao mastro melhor esttica e leveza.

    Em resumo, para executar este mastrocom 138m de altura, foram necessrios 5600m

    de concreto e 1220ton de ao CA-50, alm de63ton de CP190-RB.

    Apoios extremos

    Os apoios extremos so compostos porpilares macios de seo retangular com os can-tos arredondados, que suportam uma travessacuja funo fazer a ligao monoltica entreo pilar e o tabuleiro estaiado, alm de servir de

    apoio para as vigas pr-moldadas de concretoque compe a ala de acesso.

    Estais

    O estai corresponde ao sistema usadoem pontes suspensas para transferir direta-mente os carregamentos atuantes no tabuleiropara o mastro.

    Cada estai composto por um feixede cordoalhas paralelas. Estas cordoalhas, por

    sua vez, so formadas porsete fios galvanizados dis-postos helicoidalmente,revestidos por uma bainhaindividual de PEAD (polie-tileno de alta densidade)preenchida com cera.

    Alm da proteoindividual da cordoalha,h tambm um tubo dePEAD de cor amarela queenvolve todas as cordoa-lhas que compe um mes-mo estai.

    Cada um dos 4 vosestaiados so suportadospor 18 pares de estais, tota-lizando 144 estais em todoo complexo. O nmero decordoalhas presentes emcada um desses estais variade 10 (estais mais prximosao mastro) a 25 (estais mais

    prximos aos apoios extremos).Devido geometria diferenciada da

    obra, caracterizada por torres inclinadas etabuleiros sobrepostos com curvatura de raioconstante, obteve-se um arranjo espacial nicoe inovador dos estais.

    Nos vos estaiados sobre o rio Pinheiros,como os tabuleiros esto posicionados do ladocontrrio s torres que os sustentam, h um

    entrelaamento de estais que cria configuraosingular de disposio geomtrica no verifi-cada em nenhuma outra ponte suspensa emtodo o mundo.

    Todo estaiamento dessa obra consumiucerca de 375 mil metros de cordoalhas, equiva-lente a 462ton de ao.

    Tabuleiro

    Os tabuleiros estaiados apresentamcurvatura em planta de raio constante (igual a275,1m medidos no eixo), com vos de 140m decomprimento para atravessar a avenida NaesUnidas e os trens da CPTM e 150m para vencero rio Pinheiros.

    A largura de 16m abriga duas longari-nas de 1,5m (onde encontram-se ancorados osestais), dois passeios de 85cm, duas defensasde 40cm e um leito carrovel de 10,5m (sobreuma laje com 48cm de espessura).

    Executado em balanos sucessivos, aslongarinas foram protendidas com cabos po-

    Figura 6 Cruzamento dos estais / Vista sobre o rio Pinheiros

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    sicionados prximos sua face superior paraevitar tenses de trao excessivas durante asetapas construtivas. Outra protenso executadaao longo da construo do tabuleiro foi aquelacomposta por cabos colocados junto a bordainterna do tabuleiro com a finalidade de com-bater os momentos fletores em planta (planohorizontal) proveniente do componente vetorialhorizontal da fora dos estais, que no se alinha

    ao eixo longitudinal do tabuleiro.Uma protenso transversal da laje tam-

    bm foi executada ao longo da construo dotabuleiro, para que a laje suportasse os carre-gamentos sem fissurao.

    A nica protenso feita aps a conclusodo tabuleiro refere-se aos cabos de continuidade,posicionados principalmente junto a face inferiorda viga para assegurar que a seo no fossesubmetida a tenses acima das estipuladas pelas

    Figura 7 Tabuleiro estaiado

    Figura 8 Dimenses principais do tabuleiro

    normas brasileiras duranteas fases de servio, isto , sobao das cargas mveis.

    No h aparelhosde apoio na obra, as li-gaes tabuleiro-pilaresforam feitas monolitica-

    mente (engastadas).Para execuo dos590m de tabuleiro foram ne-cessrios 6400m de concretoe 885ton de ao CA-50, almde 420ton de CP190-RB.

    Engenharia eArquitetura

    importante res-saltar que esta obra foitotalmente concebida porengenheiros, especialmen-

    te e inicialmente pelos profissionais da EnescilEngenharia de Projetos Ltda e posteriormentepelas equipes da ANTW Engenharia de ProjetosLtda, Antranig Muradian Ltda e GeomtricaEngenharia de Projetos Ltda, que ratificaramas formas e confirmaram a arquitetura inicialda obra como vivel, funcional, segura e eco-nmica para o local.

    Posteriormente definio arquitetnica

    da obra, coube a Valente Valente Arquitetoscomplementar o projeto, arredondando arestas,definindo frisos, escolhendo cor dos estais e for-ma do guarda-corpo, dentre outras atividades.

    Em suma, a arquitetura e concepo daobra, em especial a forma do mastro em X, foiobra exclusiva de engenheiros. Coube a equipede arquitetos o trabalho secundrio, pormimportante, de embelezamento e acabamentoda obra.

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    A BASF, empresa fornecedorade qumicos para a indstria da cons-truo civil, inaugurou a primeirafbrica de PCE (ter policarboxilato),mais conhecido como aditivo super-plastificante Glenium, na Amricado Sul. A fbrica, em Guaratinguet,So Paulo, foi inaugurada no ltimodia 6 de maio.

    A empresa, que j possui f-bricas de PCE na Alemanha, China,Estados Unidos, Itlia e Japo, inves-tiu 2 milhes de euros (5,2 milhes dereais) para construir a nova planta.

    Buscamos solues para aju-dar os nossos clientes, oferecendoprodutos de qualidade, de forma gile personalizada. A efetivao desteprojeto vem ao encontro do nosso

    objetivo, justificou Fernando Ma-tias, diretor da unidade de qumicospara construo na Amrica do Sul.

    O novo investimento vai suprira demanda do mercado de constru-o por aditivos superplastificantes,principalmente para as indstrias deconcreto com foco nos pr-moldadose nos concretos protendidos.

    A produo local, aliada localizao estratgica da fbrica deGuaratinguet e a possibilidade deoferecer produtos sob encomendapelo cliente, foram os fatores queinfluram na deciso de investir.

    O Glenium, que at hojeera comercializado em 6 tipos-pa-dro, agora poder ser produzidode forma customizada, de acordocom as necessidades do cliente,comenta Matias.

    A nova planta ter capacida-de produtiva inicial de 12.000 tone-ladas por ano, podendo chegar ata 16.000 toneladas por ano.

    BASF inaugurafbrica

    desuperplastificante emGuaratinguet

    Placa de inagurao: Fernando Matias Diretor da Unidadede Qumicos para Construo para a Amrica do Sul BernhardHofmann Presidente Mundial da Diviso de Qumicos paraConstruo Rolf-Dieter Acker Presidente da BASF para aAmrica do Sul Antonio G ilberto Fil ippo Fernandes Jn ior Prefeito de Guaratinguet Fernando Figueiredo Vice-pres identede Qumicos, Comunicao Social e Jurdico para a Amrica doSul (esq. p/dir.)

    Vista area Complexo Qumico Guaratinguet

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    Utilizao deCA-50

    de40mm dedimetroemarmaduras deconcretoAnibal Knijnik

    Knijnik Engenharia

    Resumo

    Apesar de estarem disponveis no merca-do desde longa data, as barras com dimetro de40mm no so usualmente empregadas no deta-lhamento de peas de concreto armado em nossopas. Este trabalho apresenta e analisa alguns dosaspectos tcnicos envolvidos na sua utilizao,tanto em termos de projeto e detalhamentocomo sob a tica da execuo das estruturas. dada nfase s consideraes relacionadas ade-rncia, ancoragem, alojamentos e montagem.

    1. Introduo

    Na prtica usual da maior parte dos es-critrios de projeto estrutural brasileiros, o usodas bitolas de armadura das peas de concretoarmado encontra-se limitado, quase sempre,a barras com o dimetro nominal mximo de25mm. Em tempos recentes, com o aumentodos valores absolutos das solicitaes nas pe-as, oriundo da crescente demanda por peasmais ousadas capazes de atender s exigncias

    de mercado de produtos (unidades comercia-lizadas) com vos maiores, menores sees depilares, etc., passou a ser utilizada com maiorfreqncia o dimetro de 32mm, principalmen-te em pilares muito carregados.

    Os dois principais fatores para o poucouso destas bitolas mais grossas so: o desco-nhecimento da existncia e da disponibilidadeimediata de barras com dimetros superioresa 25mm e o receio por parte do projetista emdetalhar com bitolas com as quais no estfamiliarizado e das quais, muitas vezes, nempossui dados suficientes. Leonhardt4apresenta

    diretrizes de carter geral para a escolha da bi-tola das armaduras, recomendando a utilizao,em peas comprimidas de grandes dimenses,de bitolas maiores do que 28mm at 40mm.

    A ttulo de ilustrao, sabe-se que menosde 1% em peso dos vergalhes produzidos noBrasil tem dimetro nominal superior a 25mm.

    2. Barras de grande dimetrocomo armaduras

    Definindo barras de grande dimetrocomo sendo aquelas barras utilizadas como ar-

    madura de peas de concreto com bitola nominalsuperior a 25mm, podemos relacionar os seguin-tes aspectos a considerar quando de seu uso:

    Ancoragem Sem sombra de dvida, a pri-meira considerao de propriedade lembradaquando cresce o dimetro de uma barra daarmadura a ancoragem. A aderncia de umabarra de maior dimetro menor do que a deum conjunto de barras de menor dimetro coma mesma rea, j que deveremos ancorar a mes-ma fora em ambas (produto simples da reapela mesma tenso) ao longo de uma superfcie

    lateral menor na barra isolada.Fendilhamento Quando o dimetro cresce,crescem tambm as tenses de fendilhamentoou escorregamento, capazes de causar rupturaslocalizadas da aderncia ou fissurao ao longodas barras, no plano paralelo ao da ao dos mo-mentos fletores. Segundo a NBR-6118/:20031, estaverificao obrigatria para barras com dime-tro superior a 25mm e para feixes de barras comdimetro equivalente maior ou igual a 32mm.

    Fissurao A abertura de fissuras direta-mente proporcional ao dimetro das barras daarmadura. Aumentando-se a bitola das barras

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    cresce automaticamente a abertura das fissuras.Quando trabalharmos com barras de grandedimetro sob solicitaes importantes, muitasvezes a verificao ao estado limite de abertu-ra de fissuras torna-se o ponto crtico e somos

    obrigados a adotar cobrimentos maiores ou atmesmo adotar armaduras suplementares maisjunto superfcie da pea (respeitados os co-brimentos mnimos) na forma de telas soldadaspara diminuir a abertura mxima das fissuras.

    Aderncia Ensaios mostram que a tensode aderncia diminui com o incremento dodimetro das barras. A NBR-6118:20031impeuma reduo na tenso de aderncia quando abitola da armadura excede 32mm. Assim, parauma barra de 40mm, uma reduo de 8% nasua tenso de aderncia se comparada a barras

    de at 32mm de dimetro.Emendas Quanto maior torna-se o dimetro

    das barras da armadura, tanto menos interes-sante se tornam as emendas por traspasse. Essasemendas tm sua utilizao evitada tanto porrazes econmicas como pelas de ordem execu-tiva. Quando trabalhamos com bitolas de gran-de dimetro vedada a emenda por traspasse,devendo as emendas das barras ser executadascom o emprego de outros processos: soldas,luvas, etc. Adicionalmente, todos os processosde racionalizao da produo e montagem dearmaduras preconizam, para bitolas acima de

    20mm, o emprego de emendas por luvas ou porsolda (com eletrodos ou por caldeamento). N.Clarke & N. Watson5, em recente trabalho ondecomentam o estgio e as tendncias atuais da ra-cionalizao de armaduras na Inglaterra, afirmam

    ser vantajoso o emprego de luvas em barras degrande dimetro tanto para diminuir o custo doprocesso de armao como tambm para diminuiro risco de um eventual fissuramento na zona deemendas de barras de grande dimetro.

    Alternativas A alternativa usual quandose opta por no utilizar barras de grande di-metro em peas fortemente armadas de con-creto armado o emprego de feixes, que soelementos de armao formados por conjuntosde 2 ou 3 barras. Na figura 2 abaixo mostram-seem verdadeira grandeza as sees transversais

    de feixes duplos e triplos de barras de 25mm,permitindo a sua comparao com a seo deuma barra de 40mm.

    Comparao entre as alternativas Apreferncia pelo emprego de barras de maiordimetro ao invs de feixes de barras de at25mm acontece por duas razes, uma de ordemprtica: conseqncia direta do fato de quesomente trabalhamos com bitolas de grande di-metro quando necessitamos uma grande seode ao como armadura. Em peas com grandenmero de posies de armadura, o manuseiodas armaduras e a sua montagem so difceis

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    e trabalhosos. Quanto menor o nmero debarras a montar, tanto mais fcil e rpida ser amontagem. As emendas de armaduras de barrasem feixes devem sempre ser escalonadas, o quetambm colabora para dificultar em muito amontagem e o detalhamento das armaduras. Aoutra razo de ordem econmica, j que nodetalhamento e montagem de peas com gran-des taxas de armaduras muito pouco provvelque possamos escalonar adequadamente asarmaduras, principalmente aquelas sob trao(vigas e elementos de fundao). Nestas situ-aes, muito pouco provvel que possamosemendar menos do que 50% das armaduras namesma seo. Essas consideraes no remetem aum valor de

    0t, que multiplicar o comprimento

    necessrio de ancoragem retilnea lbpara forne-

    cer o comprimento de traspasse,que ser quase

    sempre 2,0 (tabela 9.4 da NBR-6118:2003), o queacarretar um custo muito grande em material ede mo de obra na execuo do traspasse.

    3. Taxas timas de armao

    Considerando as prescries daNBR-6118:2003, de que entre barras da armadu-ra longitudinal de pilares e vigas deve existir umespao horizontal livre igual ao dimetro da barraou do feixe equivalente (mas no inferior a 20mmou a 1,2 x o dimetro mximo do agregado) e ad-mitindo a mesma regra para o espaamento entrecamadas verticais de armaduras longitudinais devigas, podemos definir dois parmetros para averificao da mxima capacidade de alojamentode armaduras em peas de concreto:

    uma taxa tima de armao superficial (em cm de ao/cm de concreto) como

    sendo mxima a relao entre a seotransversal de uma barra e a sua rea deconcreto interessada Ai, ou seja aquelarea em volta desta armadura ondea Norma impede a existncia de outrasbarras da armadura longitudinal (vlidaprincipalmente para peas fletidas) e

    uma taxa tima de armao perifrica

    (em cm de ao/cm de concreto) como sendo a mxima relao entre a seo transversal de uma barra e o seu permetro

    interessado de concreto lc, ou sejaaquela distncia no seu entorno, segundoa superfcie externa da pea onde a Normaimpede a existncia de outras barras da

    armadura longitudinal (vlidaprincipalmente para peas comprimidas)

    Chamando de eh ao espaamento livremnimo entre duas barras da mesma camadahorizontal de armadura e de ev ao espaamen-to livre mnimo entre duas camadas verticais dearmaduras e lembrando ainda que, em um feixe,adotamos para fins de detalhamento de ancora-gens, emendas, afastamentos, etc. um dimetroequivalente ao da rea total do feixe, teremos -para uma barra isolada de dimetro d superior a20mm as seguintes situaes otimizadas segun-do os critrios da NBR-6118:2003 (Tabela 1).

    Nos pilares onde a maior vantagemde trabalhar com barras de dimetro maior

    fica mais aparente, j que as armaduras sodispostas usualmente ao longo do permetroda seo em uma nica camada. Neste caso,como a taxa tima diretamente proporcionalao dimetro da barra empregada, quanto maioro dimetro da barra, maior a rea de armaduraque podemos colocar num mesmo permetro deseo, propiciando uma soluo mais adequadade disposio de armaduras.

    Fica ento evidente a vantagem em setrabalhar com bitolas de maior dimetro parapilares bastante carregados, j que utilizando-se bitolas isoladas de 40mm, por exemplo, possvel alojar praticamente a mesma quan-tidade de armadura do que trabalhando comfeixes triplos de 25mm, mas com um consumosignificativamente menor de mo de obra.

    4. Outras consideraes

    Alm de outros usualmente j consi-derados, deve o projetista levar em conta osseguintes pontos quando do detalhamento

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    e da verificao de peas muito armadas comarmaduras de grande dimetro, em especial debarras de grande dimetro: 32mm e 40mm.

    4.1 ARMADURA TRANSVERSAL NAS EMENDAS

    Desde os trabalhos pioneiros de J. Cairns& P.D. Arthur6e de S. Morita & T. Kaku7, entre ou-tros, ficou evidente a importncia da existnciade armadura transversal ao longo das emendasde armaduras, principalmente nos pilares e ou-tros elementos com armaduras comprimidas.Estas armaduras so fundamentais para garantira correta transferncia dos esforos entre as bar-ras na zona da emenda, resistindo aos esforostransversais oriundos da transferncia de cargapara o concreto pelas extremidades das barrascomprimidas, num fenmeno anlogo ao daresistncia de ponta das estacas no solo.

    interessante notar que a NBR-6118:2003no admite a emenda por trespasse de barras comdimetro superior a 32mm. A Norma Americana

    ACI 318/91 admite a emenda por trespasse parabarras comprimidas de at 45mm de dimetro.

    4.2 TENSES DE FENDILHAMENTO

    Barras de grande dimetro solicita-das trao (p.ex.: em vigas e elementos

    de fundao) devem ser verificadas contrao risco de que os esforos de fendilhamentocausados pela ao conjunta dos esforos deaderncia e das tenses verticais provocadaspelas foras de compresso das bielas exce-dam a resistncia do concreto trao nadireo de concretagem. Estas verificaespodem ser feitas, por exemplo, pelo mtodoexplicitado em Leonhardt1 ou pelo processoda ACI-318/95.

    Para melhorar as condies de resistn-cia ao fendilhamento, ao contrrio da melhoriaquanto fissurao, so medidas ineficientesalterar o dimetro ou o espaamento das bar-ras, as nicas medidas eficientes so aumentaro fck, ou o cobrimento.

    4.3 COMPRIMENTO DASBARRAS DE USINA

    Como regra geral, quanto maior for ocomprimento das barras de grande dimetro,

    tanto as de 32mm como as de 40mm, tantomais econmica ser a execuo da armao.Isto acontece principalmente pela reduo donmero de emendas e, como conseqncia di-reta, de posies de armao. Em geral, as usi-nas mantm estoques para pronta entrega debarras com um comprimento padro de 12m.

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    CONCRETO

    Mediante acordo com o fabricante, o forneci-mento de barras com comprimentos maiorespara situaes especficas um procedimentoconsiderado normal na indstria.

    Barras de 40mm para uso em pilares decomprimento padronizado, como num prdiode grande altura com muitos andares tipo ouem elementos pr-moldados, por exemplo,podem ser encomendados em comprimentosexatos ou seus mltiplos, praticamente elimi-nando as perdas.

    5. Exemplos de aplicao

    Para que se possa avaliar as vantagensprticas de se trabalhar com bitolas de 40mm.A figura 4 mostra 4 sees parciais de vigascom largura de 75cm, fortemente armadas.As armaduras, em todas elas, correspondemaproximadamente a 400cm e foi deixado umespao para a insero do vibrador de 10cm noseu centro (Figura 2). De fato, estamos fazendoa comparao de:

    32 barras isoladas de 40mm de dimetroalojadas em 4 camadas80 barras isoladas de 25mm de dimetroalojadas em 7 camadas

    40 feixes duplos de 25mm de dimetroalojados em 6 camadas27 feixes triplos de 25mm de dimetroalojados em 5 camadas

    evidente a vantagem do uso de barrasde 40mm de dimetro sobre as demais alterna-tivas, tanto pela ntida diminuio do grau dedificuldade (e como conseqncia do tempodespendido e da mo de obra consumida),como pela diminuio do risco de defeitos deconcretagem (bicheiras), pelo fato de existir ummaior espao livre entre as barras e um menornumero de camadas de armadura.

    O uso de armaduras de 40mm apresentavantagens ainda maiores quando exemplifica-mos a sua utilizao em pilares atravs de uma

    simulao anloga aquela desenhada acimapara as vigas. A Figura 3 demonstra esse fatode maneira insofismvel.

    Para um mesmo pilar quadrado com85cm de lado foi alojado o mximo nmerode barras, ou feixes conforme o caso, admitidopela NBR-6118:2003. Nota-se que a maior reade armadura alojada correspondeu opode barras isoladas de 40mm (450cm). A seguir,feixes triplos de 25mm (420cm), feixes duplosde 25mm (350cm) e barras isoladas de 25mm(250cm). Esta constatao est coerente comos valores de calculados anteriormente.

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    REVISTA CONCRETo36

    IBRACON4 CONGRESSO INTERNACIONAL SOBRE PATOLOGIAE REABILITAO DE ESTRUTURAS CINPAR 2008

    Aveiro, Portugal 25 a 28 Junho 2008

    OBJETIVOS

    Divulgar e discutir os mtodos de inspeco de estruturas e caracterizao dos materiais; Apresentar e discutir as patologias mais frequentes nas construes; Conhecer e analisar as principais causas das patologias, considerando que este aspecto fundamental para que a reabilitao tenha xito; Divulgar os materiais mais utilizados nos trabalhos de reabilitao e reforo de estruturas das construes; Apresentar e discutir solues para a reabilitao e reforo de estruturas; Promover a troca de experincias nos domnios do estudo das patologias e da reabilitao e reforo de estruturas entre os profissionais

    que actuam nesta rea.

    Contatos

    Telefones +351-234-370938 / 370049

    Fax +351-234-370094

    E-mail [email protected]

    Mais informaes:http://cinpar.web.ua.pt

    6. Concluses

    Com base no acima exposto, podemosconcluir que:a) o uso de bitolas de grande dimetro, emespecial barras de 40mm, vivel, prtico e

    capaz de aumentar substancialmente as taxasde armadura em pilares;b) em vigas e elementos fletidos de fundao(sapatas e blocos), o uso de bitolas de 40mmreduz a mo de obra de fabricao e montageme auxilia no combate formao de vazios deconcretagem, pois possibilita o alojamento da

    REFERNCIAS BIBLIOGRFICAS

    [01] Associao Brasileira de Normas Tcnicas (2003) NBR-6118 Projeto de Estruturas de Concreto - Procedimento[02] Canadian Standards Association (1984) CAN3-A23.3-M84 Design of Concrete Structures for Buildings

    [03] American Concrete Institute (1995) ACI 318-95 Building Code Requirements for Concrete Structures[04] Leonhardt, F. (1978) Construes de Concreto, v.3, 1ed., Rio de Janeiro,Ed. Intercincia.

    [05] Clarke, N. & Watson N. Reinforcement and accessories overview, Concrete, March 2001, pp29-34.[06] Morita, M. & Kaku,T. Splitting bond failure of large deformed reinforcing bars, ACI Journal, Proceedings,

    v.76, jan. 1979, pp93-110.[07] Cairns, J. & Arthur, P.D. Strenght of lapped splices in reinforced concrete columns, ACI Journal,

    Proceedings, v.76, feb. 1979, pp277-296.

    armadura em menos camadas com um nmeromenor de barras por camada quando compara-do a mesma soluo em dimetros menores;c) O uso de armadura em barras com dimetrode 40mm praticamente dispensa o uso de feixesde barras, facilitando a confeco e a monta-gem das armaduras para concreto armado; e

    d) As recomendaes internacionais mo-dernas no que tange aos aspectos deracionalizao das armaduras desaconselhamo uso de emendas por traspasse de barras comdimetro superior a 20mm, sugerindo a maiorviabilidade econmica do uso de emendas porsolda ou mediante o uso de luvas.

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    REVISTA CONCRETO 37 TEC

    NOLOGIA

    Realcalinizao eletroqumica:

    tcnica preventivaou dereabilitao?Fernanda Wanderley C. de Araujo

    Paulo HeleneEscola Politcnica da USP

    Introduo

    A tcnica de realcalinizao eletroqumicatem a finalidade de restabelecer tanto a alca-linidade do concreto quanto a repassivao daarmadura atravs da elevao do pH do concretocarbonatado.

    Com base neste escopo, foi realizada umapesquisa dentre os artigos publicados para verificara eficcia completa da tcnica eletroqumica. Ouseja, tomando como base os resultados discutidospelos autores, foi verificado se a realcalinizaoeletroqumica realmente capaz de proporcionar

    tanto a realcalinizao do concreto carbonatado,quanto a repassivao da armadura despassivada,ambas ocasionadas pela queda de pH, devido entrada do gs carbnico.

    E constatou-se que menos de um terodelas verificava a eficcia da tcnica em relao repassivao das armaduras. As demais bibliogra-fias disponveis tratavam apenas da realcalinizaodo concreto.

    Princpio da tcnica

    O princpio da tcnica consiste em restabe-lecer a proteo contra a corroso da armadurapelo aumento da alcalinidade do concreto. Oaumento da alcalinidade devido ao