Fidelidade - Milagres e Parábolas de Jesus 21

Nos estudos anteriores, focalizamos milagres de Jesus em que ele revelou sua autoridade sobre os elementos da natureza, sobre as enfermidades e sobre a morte. Neste estudo focalizaremos um dos muitos milagres em que Jesus revelou sua autoridade sobre os espí-ritos malignos: a libertação do endemoninhado gadareno. Havia, no lado oposto à Galileia, do outro lado do mar do mesmo nome, uma região habitada por gentios, denominada Decá-polis, em que se situavam as terras de Gadara, e nelas havia uma vila chamada Geraza. Em virtude disto, nos evangelhos aparecem indistintamente os tratamentos de gadarenos e gerasenos, dados aos habitantes da vila. Jesus andava pregando o reino de Deus pelas cidades e vilas da Galileia (Lc 8.1), tendo feito de Cafarnaum a sede de suas atividades. Um dia, ordenou aos apóstolos que passas-sem para o outro lado do mar da Galileia, para as terras de Gadara, e lá realizou o milagre. Mateus fala em dois endemoninhados, enquanto Lucas e Marcos referem-se a apenas um. Lucas e Marcos registraram ape-nas aquele que mais se evidenciou, talvez por causa de sua notorie-dade naquela região, e também pelo fato de, após sua libertação, ter procurado Jesus para segui-lo. Esse milagre demonstrou o absoluto poder de Jesus sobre Satanás e seus anjos.

O milagre de exoulsar os demônio do gadareno demonstrou o abso-luto poder de Jesus sobre Sata-nás e seus anjos.

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A miserável condição do endemoninhado

Durante o ministério terreno de Jesus era comum haver pes-soas possessas corporalmente por demônios. O homem a que se refe-re Lucas em seu Evangelho estava possesso não por um só demônio, mas por muitos deles. Quando Jesus indagou sobre seu nome, os de-mônios deram a si mesmos o nome de “legião”. Vale a pena lembrar que uma legião romana era constituída de 5 mil a 6 mil soldados. Por aí pode-se fazer uma ideia do estado de miséria daquele homem. Tem havido muitas tentativas para explicar os casos de pos-sessões demoníacas como manifestações de loucura, epilepsia, his-teria etc. São tentativas que representam apenas manifestações da incredulidade. O gadareno era, realmente, endemoninhado; se fosse louco, a loucura seria resultante daquela possessão. Se fosse apenas louco, que explicação se daria à morte dos porcos? Porventura a lou-cura de um homem poderia ser transferida para os porcos? Como explicar, também, que o homem tenha sido libertado imediatamente após Jesus ter ordenado aos demônios que saíssem dele? Por viver sob tal escravidão, o homem vivia miseravelmente, sem casa, sem parentes, abrigando-se em sepulturas, aterrorizando as pessoas que passavam por aquelas paragens. Ainda hoje os demônios mantêm muitas pessoas sob seu domínio. Mesmo quando não corporeamente, ao menos espiritual e mentalmente. Como explicar o crescimento da corrupção, da imora-lidade, da violência, da pedofi lia, das aberrações sexuais e da cruel-dade que inundam os noticiários da mídia?

A reação dos gadarenos

Os demônios não são espíritos de pessoas que morreram. São entes espirituais, rebelados contra Deus, e que constituem as hostes da maldade, conforme expressão do apóstolo Paulo: “Porque não temos que lutar contar a carne e o sangue, mas sim contra os prin-cipados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celes-tiais” (Ef 6.12). E o apóstolo Pedro afi rma o poder de Jesus sobre

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anjos e potestades (2Pd 3.22). Os demônios suplicaram a Jesus que lhes permitisse entrar nos porcos que estavam nas imediações. O fato de apresentarem uma súplica e de obedecerem prontamente a Jesus, saindo do homem, de-monstra que Jesus tem todo o poder sabre Satanás e seus seguidores. Este poder é que garante a nossa salvação e a nossa vitória sabre o mal. Jesus permitiu que os porcos fossem destruídos porque den-tro dos limites da terra do povo de Israel, criar porcos era fl agrante desobediência à lei de Deus. E Jesus, com sua autoridade, manifes-tou também o desagrado de Deus. Mas os gadarenos não entenderam isto, embora tenham testemunhado a maravilha operada por Jesus; e, em vez de crerem nele, preferiram pedir a Jesus que deixasse aquela terra. Não levaram em conta nem o valor de um ser humano ser libertado das forças malignas, e nem o fato de estarem livres da ameaça que era aquele homem que agia com ferocidade. Porcos va-liam mais para os criadores daquela região do que um ser humano e do que Jesus. Por isto o Senhor os abandonou em sua incredulidade.

A mudança operada

Quando as pessoas se aproximaram do homem liber-tado, viram, aquele que fora um terror para todos, sentado, vestido, calmo e transformado. Essa é a mudança que Jesus opera em todo e qualquer pecador que, afi nal de contas, não passa de um escravi-zado por Satanás. Jesus o liberta, restaura, equilibra-o, coloca-o no juízo perfeito. Observemos as pessoas sexualmente devassas, bêba-das, drogadas, violentas, cruéis até com fi lhos, desonestas, vingati-vas, corruptas e perceberemos que não estão no juízo perfeito de seres criados por Deus para a sua glória. O homem que antes era um terror tornou-se nova criatura. Sua libertação ilustra a transformação que Jesus faz em cada pecador quando crê nele e se converte.

O homem que antes era um terror tornou-se nova criatura. Sua liber-tação ilustra a transformação que Jesus faz em cada pecador quan-do crê nele e se converte.

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PARA APLICAR À VIDA

1. Infelizmente até mesmo os crentes muitas vezes dão a im-pressão de agirem sob infl uência de Satanás, quando mentem, calu-niam, difamam, injuriam, traem, comportam-se com indecência, são rancorosos, violentos e avaros. Nesses casos, não se trata de posses-são, mas de infl uência, e isto ocorre quando o crente se descuida da oração, da meditação constante na Palavra de Deus e do propósito de agir de acordo com seus ensinamentos. O único recurso para sairmos da infl uência das forças do mal é nos deixar encher do Espírito San-to. Como? O apóstolo Paulo nos ensina: “Enchei-vos do Espírito. Falando entre vós em salmos e hinos, e cânticos espirituais: can-tando e salmodiando ao Senhor no vosso coração; Dando sempre graças por tudo a nosso Deus e Pai, em nome de nosso Senhor Jesus Cristo; sujeitando-se uns outros no temor de Deus” (Ef 5.18b-21). 2. O poder, a autoridade e a soberania absoluta de Jesus sobre as hostes do mal são a nossa garantia de que Satanás será completa-mente derrotado, e que o senhorio de Deus se implantará em todo o universo. Essa certeza deve nos tranquilizar e encorajar na luta pela propagação do evangelho, e a intensifi carmos a obra de missões. 3. Há religiões que são usadas por Satanás para induzir pes-soas ao erro e a se deixarem escravizar por crenças demoníacas, con-trárias aos ensinos das Escrituras e mantê-las presas ao pecado. Pre-cisamos ter compaixão dessas pessoas e lhes anunciar o evangelho da salvação mediante arrependimento e fé em Cristo como Salvador e Senhor.

PARA MEDITAR – “Vai para tua casa, para os teus, e anuncia-lhes quão grandes coisas o Senhor te fez, e como teve misericórdia de ti” (Marcos 5:19). O homem que fora endemoninhado quis acompanhar Jesus com seus discípulos, mas Jesus não o permitiu, e lhe deu essa ordem. E ele, voltando, tornou-se valiosa testemunha de Jesus. Essa é a res-ponsabilidade de cada pessoa quando se converte: procurar os seus, procurar os que a conheciam no pecado, e testemunhar de como foi transformada por Jesus. A obra missionária começa nos grupos de pessoas mais próximas de nós e vai se estendendo até alcançar os limites da terra.