revista zoom

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Arte Surreal: vivencie uma viagem através do imaginário, onde a criatividade atinge novos horizontes Música: entrevista com produtor musical, indicações de músicas inusitadas e capas de cds interessantes Curiosidades: fim do mundo, quarta dimensão e sonhos. A relação entre real e irreal no cotidiano Primeira Edição !

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Revista Zoom

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Page 1: Revista Zoom

Arte Surreal: vivencie uma viagem

através do imaginário, onde a criatividade

atinge novos horizontes

Música:entrevista com produtor musical, indicações de

músicas inusitadas e capas de cds interessantes

Curiosidades: fim do mundo, quarta

dimensão e sonhos. A relação entre real e

irreal no cotidiano

PrimeiraEdição !

Page 2: Revista Zoom

revistaZOOM

é Vegas!

Direção de Criação

Tábita Almeida

Luan Ferreira

Direção de Arte

Giovana Peres

Marcela Ferraz

Assistente de Arte

Júlio César

Everton Rios

Alvaro Vogel

Assistente de Criação

André Benetti

Leonardo Romera

Gustavo Arguello

Fotografia

Giovana Peres

Leonardo Romera

Revisão de texto

Luan Ferreira

A revista Zoom é uma

edição e publicação

da Agência Vegas.

Capallustração: Marcela FerrazColorização: Everton Rios

Page 3: Revista Zoom

Sejam Bem-vindos!

Em que local costuma pairar a sua mente? O quão longe vão os

seus pensamentos, viajando para lugares incríveis, obscuros, ou

até inexistentes, criados por você? Tente imaginar além do que é real,

além do cotidiano. Tente experimentar o dia-a-dia de uma forma

inovadora, carregado de um sentimento novo, de um toque especial.

Aqui iremos passar pela quarta dimensão, pelo apocalipse, pela

poesia, pela reflexão, pela música, pelo tempo, pelo cinema, pela

profundidade da arte surreal, e muito além disso. Queremos chegar

ao infinito. Ao abstrato. Aquilo que nem sempre se entende, aquilo

que nem sempre se define. Mas traduzido no papel, graficamente

exposto, como devaneios de nossa época, registrados, expressados,

usando o sentimento, a criatividade, a intuição, a imaginação. Um

elo entre o real e o surreal. Vivencie esta experiência. Você está

convidado a embarcar nesta viagem.

VEGAS

Luan Ferreira

Page 4: Revista Zoom
Page 5: Revista Zoom

Conteudo#1

A Falta que a Falta Faz

Entrevista

2012: Começo ou Fim?

Artigo de Opinião

Sonhos

Quarta Dimensão

Capas de CDS Inusitadas

Músicas Surreais

Estilo na Rua

Tempo

Dicas de Presentes

Cinema

Arte na Rua

Seriados

6812

1415

1618

26

2425

20

3034

35

´

Page 6: Revista Zoom

C o r r e r . . . a vida manda sempre você correr. Pra ondê? Nenhuma placa foi indicada, nenhum caminho pra seguir. Mas como? Sem indicação, mas mil rotas pra lugar nenhum estão adiante.

O som de cada passo é estrondoso quando chega a noite, num rápido ato até ecoar sobre cada pensamento, se transformando até, talvez, em sonho. Sonho ou pesadelo? Imagens irreconhecíveis, abstratas, formando um belo todo cheio de interrogações a sua volta, dentro de um infinito espaço chamado imaginação, obscuro paraíso de sombras.

E que graça teria se tudo o que planejamos chegasse como num fast-food, em belas bandejas, sendo servidas, nesse caso, por um entregador de desejos? Ah! Que fácil seria, acordar cedo não para correr, como diz a vida, mas para viver. Acordar não para morrer, lentamente, mas para estar vivo de verdade. Viver um pouco mais, menos dias iguais. Mas não. Ironicamente o valor da vida está no esforço que se faz para conseguir o que se quer, sem saber ao certo se o que se quer é o que se vai conseguir, mas faz-se necessário o voo de braços abertos, atirado a névoa lá fora, perseguindo as horas como se o último dia fosse hoje.

A falta que a falta faz! Como diria Jay Vaquer. Sem a falta, que valor teria cada decisão, cada sorriso e cada lágrima? Cada medo, cada pavor, cada amor, cada xícara de café quente. Falta tudo quando não falta nada. Que nada! Diria o tolo preguiçoso por alguns momentos, ou por alguns anos. Mas um dia a falta faria ele enxergar a falta que a falta faz! E é sobre a dita cuja que nossas vidas se movem. E a corrida da vida faz com que, aos poucos, essa falta diminua, sendo substituída lentamente por mais uma taça de vida. Que se bebe saborosamente, com gosto de vitória, de dormir em paz. É uma pena que, não importa quantas taças dessas você possa enxer, no final do tempo, todas irão se quebrar pra você. De uma forma que você será incapaz de concertar, e a corrida terá chegado ao fim.

Quem sabe você perceba, muito antes do final, a falta que a falta faz... porque até no último dia, faltará. Faltará não tanto, e também, quem sabe, o eterno sono profundo que virá será mais pacífico do que aquelas turvas horas que passamos entre a lua e o sol. Que bela corrida, afinal.

A FA LTA FAZA falta que

Marcela Ferraz (ilustração]

Luan Ferreira (texto)

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Page 7: Revista Zoom

A falta que

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Page 8: Revista Zoom

E

Marcela Ferraz (ilustração e texto)

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Marcela - O que é música para você?Eduardo - Antes de tudo, música é vibração.

Mas, respondendo de uma maneira subjetiva, música é a expressão mais profunda, a essência de um ser. A verdadeira identidade de uma pessoa pode ser expressada através da música.

Marcela - Qual é o papel que a música

exerce na sociedade? Qual é o papel que ela deveria exercer?

Eduardo - Ao longo do tempo a música sempre exerceu um importante papel na sociedade, como manifestação artística, filosófica, política, etc. Porém, hoje ela é mais vista como apenas um entretenimento ou um produto. A meu ver, o papel que ela deveria exercer é aquele que está intrínseco ao ato de se fazer música: um componente que ajuda a definir e mostrar a cultura de um grupo social.

Marcela - Qual é a sua opinião a respeito deste ambiente extremamente comercial, onde a música é apenas um produto vendável?

Eduardo - Creio que não há problema algum em vender a música, visando que muitas pessoas vivem ou buscam viver fazendo música, tendo-a como profissão. Partindo da premissa que a música é, antes de tudo, uma manifestação cultural com um papel importantíssimo na definição dos valores de um determinado grupo, não há problema em ganhar dinheiro com isso. É como vender um quadro, uma escultura, um espetáculo de dança e etc.

Entrevista com o músico e produtor Eduardo Bueno, que nos conta um pouco de sua carreira e de suas inspirações

EDUARDO BUENO

Page 9: Revista Zoom

E

Marcela Ferraz (ilustração e texto)

9

Porém, quando se perde a identidade cultural e principalmente a liberdade artística de fazer música, seguindo padrões pré-determinados, uma “lógica de mercado”, a música deixa de ser arte e passa a ser produto, e assim, perde-se a essência do que é música, do ponto de vista artístico.

Não me posiciono totalmente contra isso, mas também não apoio; apenas penso que se há alguém produzindo uma música pobre, visando apenas o mercado, é porque há quem consome e sustenta esse mesmo mercado. Isso apenas reflete a pobreza cultural desse grupo.

Marcela - Qual a importância da música para a formação pessoal e cultural das pessoas?

Eduardo - Costuma-se dizer que a música é o alimento da alma, e partindo desse pensamento, digo que a música tem um poder praticamente metafísico, logo, subjetivo. Cada indivíduo a absorve a sua maneira, e é um fato que através da música mudam-se conceitos e opiniões, estimula quem escuta a buscar entender, às vezes, o que significam determinados termos de uma letra, pensamentos, ou até mesmo o estímulo aos sentidos, as formas como você consegue sentir determinado som, determinada vibração.

Sendo assim, a música pode refletir os valores culturais, éticos e morais de um indivíduo, agindo como um elemento determinante para conhecer e dizer quem é determinado indivíduo.

Marcela - Qual é a realidade de ser um produtor musical no Brasil?

Eduardo - Assim como alguns outros segmentos de mercado, a profissionalização da produção musical no Brasil está apenas no início. Muitas coisas ainda estão por fazer aqui. O público brasileiro, por uma questão cultural, não sabe e não entende bem o que é ser e qual

a função de um produtor musical. Há muitas bandas que se lançam no mercado sem projeto, sem planejamento e sem o conhecimento técnico que um produtor musical tem, muitas vezes por pura negligência ou por uma questão econômica também.

A realidade do produtor musical no Brasil é ao mesmo tempo triste e animadora; triste porque é um ofício pouco valorizado. E animador, pois é um mercado ainda em desenvolvimento, temos um vasto campo a ser explorado. Porém, como qualquer outra profissão, exige dedicação e disciplina. O brasileiro, também por uma questão cultural, tem a mania de querer fama e status, mas raramente quer pagar o preço por isso.

E o preço costuma ser alto! No caso da produção musical, o preço pode ser horas e mais horas de dedicação a uma edição bem feita, de estudos de caso, de comparações e análises que muitas pessoas dentro da própria profissão não estão dispostas a pagar. Não é atoa e exagero que sempre afirmo que as produções gringas, principalmente americanos e europeus, estão muito a frente das produções brasileiras.

Quando pegamos um álbum de rock no Brasil, a gravação, edição, mixagem e masterização desse álbum costuma ser bem abaixo da qualidade média do mercado americano. E tem uma explicação para isso: os americanos têm o hábito de editar e ouvir incansavelmente um trabalho. Além disso, eles já têm sempre à mente a máxima que vale ouro: É melhor prevenir do que remediar! Enquanto o brasileiro não costuma valorizar a captação bem feita de um instrumento, por exemplo, e pensa em empurrar erros e corrigi-los sempre lá na frente; os gringos tem como costume fazer

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Vejo muitas pessoas se dispondo a ensinar e mostrar o que é produzir uma música, como produzir e etc, além de ser uma ferramenta poderosa de divulgação de trabalhos e ideias.

Marcela - Quais são seus projetos, no momento?

Eduardo - Meus projetos neste momento são gravar novamente músicas de uma antiga banda, mas com uma nova roupagem, novos arranjos, com uma qualidade e divulgação mais profissional; continuar a desenvolver as músicas do meu projeto de música eletrônica, onde produzo tracks de electro, psy trance, drum and bass e dubstep; continuar a investir no mercado publicitário (jingles, spots, trilhas) onde obtenho retorno financeiro para continuar a exercer esse ofício, além de registrar minhas ideias, onde costumo gravar desde os ruídos e barulhos produzidos pelos meus gatos, até motores de caminhões e ônibus nas ruas, ou pessoas falando, ou pássaros cantando, simplesmente porque gosto de ficar editando e manipulando esses sons nas horas vagas, por pura diversão. Às vezes sai coisas tão interessantes que eu já usei em produções profissionais. (risos)

Marcela - Quais são suas influências? Eduardo - Eu mesmo, a natureza, a vida, a

tecnologia... Marcela - Como é o processo de criação

de suas músicas?Eduardo - Meu processo de criação é

bem simples: o bom e velho improviso. Normalmente crio músicas de formas totalmente espontâneas. Às vezes ligo o metrônomo, ou para não ficar escutando aquele barulhinho chato do click do metrônomo, programo uma bateria eletrônica, um ritmo qualquer que vem à mente na hora,

desde o início o melhor possível, a fim de corrigir o mínimo e apenas o necessário lá na frente.

Enfim, são exemplos de situações e hábitos que mostram que no Brasil, por ser um lugar que ainda está começando com a popularização da produção musical, há um vasto campo para se fazer de tudo. Ao menos, temos demanda para isso.

Marcela - Seu trabalho é valorizado?Eduardo - Culturalmente falando, não! Poucas

pessoas têm noção do que eu realmente faço quando eu falo que sou produtor musical. Basta eu falar que sou músico ou DJ também e as coisas começam a ficar mais claras. Aí se percebe o valor que o trabalho de um produtor musical tem.

Porém, sou otimista em longo prazo com relação a isso, pois há muitas pessoas interessadas nesse mercado, a tendência é valorizar mais.

Marcela - Na sua opinião, qual o futuro dos produtores musicais no Brasil? Há mudanças importantes acontecendo agora?

Eduardo - Sou otimista com relação ao futuro dos produtores, justamente porque é um mercado em ascensão. Há muitas pessoas interessadas nesse mercado, nessa profissão, mesmo que ainda não valorizado, mas aos poucos vamos caminhando e evoluindo. O conceito de “Home-Studio” tem se tornado cada vez mais popular, e os home-studios são verdadeiros laboratórios iniciais de grandes produções. As mudanças mais importantes referem-se à melhoria econômica e o aumento do consumo do brasileiro, e justamente os home-studios levam o brasileiro a investir mais em equipamentos e conhecimentos.

Eu diria que uma das mais importantes mudanças que aconteceu no setor foi a internet.

Page 11: Revista Zoom

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Na profissão há uma mistura do lado mais racional, aquele em que você pensa tudo o que você faz, com o surreal. O produtor musical é uma espécie de cientista sonoro, onde ele manipula o som a fim de se chegar a algum resultado. Esse é o lado racional. Quando o produtor musical manipula o som a fim de não se chegar a resultado algum, há aí um certo surrealismo. (risos) E há, também, um caso onde, por um processo puramente racional, pensando propositalmente em fazer coisas inusitadas e absurdas, você une o surrealismo com o racionalismo.

pego uma guitarra, um violão ou teclado e fico improvisando. A maioria das músicas que faço surgem assim. Há casos também em que eu estava no metrô, por exemplo, e conforme o barulho do motor e das rodas no trilho ia surgindo, eu imaginava uma melodia que se encaixava naquele “ritmo”.

Já fui muito para eventos como raves, onde há um intenso e frenético ritmo, e ao final dessas raves, voltando para casa, o barulho da roda do trem, do metrô, do ônibus, do carro, das buzinas nas ruas, das pessoas falando, parecia tudo virar extensões das músicas. Posteriormente, com a mente e o corpo descansados, eu me lembrava de algumas coisas que eu imaginava e usava isso em algum trabalho.

A partir de uma melodia, uma linha de baixo, uma sequência harmônica ou apenas um ritmo, eu consigo criar uma música tranquilamente.

Marcela - Você considera que há algo de surreal nelas ou em sua profissão?

Eduardo - Bom, como meu processo criativo advém puramente do improviso e são raros os casos em que eu “penso” a minha música, sim, considero totalmente surreal. O próprio surrealismo é isso! Abstrato, inconsciente, irreal! Alinhado ao uso de elementos pouco comuns nas produções mais famosas, onde utilizo, se for necessário, até um gato miando, gosto de fazer música de um jeito que eu não consigo prever o resultado final. Por existir infinitas possibilidades de se fazer música com um único ritmo, posso escolher qualquer uma das infinitas possibilidades e dar um acabamento final à minha obra.

Page 12: Revista Zoom

Um tema recorrente tem sido o suposto fim do mundo. É bem verdade

que o homem transforma o assunto em entretenimento, mas é verdade também que existem profecias e teorias sobre o fim da raça humana. Existem diferentes formas de, teoricamente, destruir nosso planeta, e entre as mais famosas estão armas de destruição em massa, invasão alienígena, meteoros, etc. Porém existem as possíveis formas de extinção, como o fim da água potável, aquecimento global e total esgotamento dos recursos naturais. Enfim, possíveis ou não, as formas de destruição do nosso planeta se transformaram (há muito tempo) em fonte de inspiração para a indústria do entretenimento, e esta, por

sua vez, utilizou-se da profecia dos maias sobre o fim do mundo, produzindo diversos filmes de ficção científica, documentários e programas de televisão. Essa profecia tornou-se famosa por nos “avisar” que o fim da raça humana seria em 21 de dezembro de 2012, mas a verdade é que essa teoria não previa em momento algum (pelo menos pelo que foi comprovado historicamente, até agora) a destruição do nosso planeta. Ela é baseada na ideia de que o calendário maia é composto por vários Baktuns e estamos no último deles. Baktuns são ciclos de, aproximadamente, 5.000 anos, e cada um desses ciclos representa uma época de mudanças.

Os maias eram uma civilização que estava muito à frente de seu tempo e possuía um grande conhecimento em diversas áreas, como, por exemplo, matemática, agricultura e religião. O último Baktun do calendário maia tem fim em 2012 e depois desse ano não existe mais nenhum, e não há sequer pistas da existência de qualquer outro calendário ou outros Baktuns, o que para muita gente significa que nessa data a raça humana deixará de existir ou o mundo chegará ao seu fim, o que é muito improvável que aconteça.

Recentemente o pesquisador José Luiz Romero desmentiu toda essa crença, afirmando que na pedra maia o fim do último Baktun é simplesmente o encerramento de um ciclo numérico e se referem a chegada de um senhor dos céus, representando assim o fim de uma era e o início de outra. Talvez essa interpretação dos escritos da tal pedra maia possa estar equivocada, mas essa afirmação com certeza não abalará, para algumas pessoas, a ideia de que possamos estar próximos do fim. A única certeza é que isso ainda será muito discutido.

2012 ...Começo ou Fim?André Benetti (texto)

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Page 13: Revista Zoom

Compramos e somos comprados, nascidos em uma sociedade capitalista onde a

futilidade vale mais do que o conhecimento. Somos modificados pelas ideologias impostas e se quer notamos, mudamos nós mesmos por alguém que se quer conhecemos e nem percebemos.

Conduzidos por uma máquina que só expõe falsidades disfarçada com o nome de entretenimento, apenas com a intenção de nos alienar ainda mais e nos tornar aquilo que eles querem que nos tornemos. Coisas relevantes perdem sua relevância pois o mais importante é o choro da mulher rica e poderosa representada por uma atriz global.

E eles fazem o que querem conosco que, sentados, assistindo a TV, nem nos importamos. Nos transformamos então de pessoas em números e esses números vão aumentando a cada novo expectador para o programa da tarde. Somos

o alimento para essa indústria gulosa que está sempre querendo mais.

E essa cegueira, essa visão de que tudo está bem porque estamos seguros em casa, sentados e assistindo a televisão, essa sensação de que as coisas serão sempre daquela forma rotineira que fazemos todos os dias, acompanhando a novela, tudo isso nos impede de ver a realidade que nos cerca e isso precisa ter um fim. As pessoas precisam saber o que elas consomem, precisam entender do que se tratam aquelas ideias que eles querem fixar em nossas cabeças, repetindo diariamente no telejornal. Precisamos abrir os olhos e enxergar o mundo onde ninguém é perfeito e não estamos seguros. Aprender novas formas de se distrair ao invés de sentar-se e admirar a máquina como se ela fosse o nosso maior refúgio. E como começar?

Desligue a TV e vá ler um livro.

Marcela Ferraz (ilustração)

Tábita Almeida e Leonardo Romera (texto)

André Benetti (texto)

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Page 14: Revista Zoom

Compramos e somos comprados, nascidos em uma sociedade capitalista onde a

futilidade vale mais do que o conhecimento. Somos modificados pelas ideologias impostas e se quer notamos, mudamos nós mesmos por alguém que se quer conhecemos e nem percebemos.

Conduzidos por uma máquina que só expõe falsidades disfarçadas com o nome de entretenimento, apenas com a intenção de nos alienar ainda mais e nos tornar aquilo que eles querem que nos tornemos. Coisas relevantes perdem sua relevância pois o mais importante é o choro da mulher rica e poderosa representada por uma atriz global.

E eles fazem o que querem conosco que, sentados, assistindo a TV, nem nos importamos. Nos transformamos então de pessoas em números e esses números vão aumentando a cada novo expectador para o programa da tarde. Somos

o alimento para essa indústria gulosa que está sempre querendo mais.

E essa cegueira, essa visão de que tudo está bem porque estamos seguros em casa, sentados e assistindo a televisão, essa sensação de que as coisas serão sempre daquela forma rotineira que fazemos todos os dias, acompanhando a novela, tudo isso nos impede de ver a realidade que nos cerca e isso precisa ter um fim. As pessoas precisam saber o que elas consomem, precisam entender do que se tratam aquelas ideias que eles querem fixar em nossas cabeças, repetindo diariamente no telejornal. Precisamos abrir os olhos e enxergar o mundo onde ninguém é perfeito e não estamos seguros. Aprender a buscar conhecimento ao invés de sentar-se e admirar a máquina como se ela fosse o nosso maior refúgio. E como começar?

Desligue a TV e vá ler um livro.

Marcela Ferraz (ilustração)

Tábita Almeida e Leonardo Romera (texto)

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Page 15: Revista Zoom

Como explicar o que seria exatamente um sonho? Freud

afirma em seu livro “Interpretação dos Sonhos” que são pensamentos e juntos se tornam complicados a ponto de confundir a mente humana, nos fazendo acreditar em realidades paralelas, mas, quando separados em partes, podemos facilmente associar aqueles fragmentos a pensamentos reais que tivemos.

Seria isso, de fato, verídico? A religião nos ensina que um sonho pode ser um presságio, a cultura nos ensina que o sonho pode ser um desejo oculto, a ciência nos mostra que são meros pensamentos desordenados tentando se alinhar e a confusão está feita novamente.

Independente do caráter religioso, cultural ou científico, esses sonhos nos levam a viver grandes aventuras, descobrir coisas e até nos encontrarmos com algo ou alguém do passado. Deixamos então que o nosso cérebro produza livremente esses sonhos, e um dia, quem sabe, alguém possa decifrar exatamente do que se trata essa viagem maluca na qual embarcamos ao fechar os olhos.

“ Eu estava na casa da minha avó, onde

fui procurar alguma coisa no armário de

panelas. Nesse armário também costuma ter

detergente, esponja, e esses itens de limpeza. Porém,

no lugar deste detergente, havia uma versão miniatura

de um deles que ficava flutuando e brilhando, então

puis as mãos nele e automaticamente fui transportada

para um mundo paralelo. Era um mundo super

tecnológico, e lá as pessoas eram capazes de voar,

além de, por exemplo, poder mudar a cor de seus

cabelos a qualquer momento, somente com o poder

dos seus pensamentos. O problema é que eu estava

presa naquele lugar para sempre, e só poderia voltar

se eu achasse mais uma dessas miniaturas, e o mundo

era todo em miniatura. Era tudo minúsculo, inclusive

eu quando entrei lá, e eu precisava encontrar uma

dessas “chaves” para poder voltar ao mundo real.

Sonho enviado por Bruna Alves, 16

SonhosExistem tantos tipos de sonhos.

Há aqueles em que você sonha acordado, outros em que você parece estar acordado enquanto sonha, mesmo estando dormindo.

Existem também aqueles que, obviamente, não passam de um sonho, mas você não chega

a pensar nisso enquanto está sonhando. Tão

confuso, tão complexo.

Tábita Almeida (ilustração e texto)

Everton Rios (colorização)

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Page 16: Revista Zoom

Quarta Dimensão

Não, não é aquele cineminha que você entra, meche a cadeira e espirra água em você, a

quarta dimensao é frequentemente falado na física, e então se espalhou por todos os campos das artes

e ciências, tornando-se “uma metáfora para o misterioso e fora do comum”.

Foi criado o conceito das sombras para poder nos ajudar a entender melhor a teoria das quatro dimensões. Se lançarmos uma luz sobre um objeto tridimensional, ele irá projetar uma sombra bidimensional. Logo, a luz que incide sobre

um objeto bidimensional projetará uma sombra unidimensional (num mundo bidimensional), e a luz sobre um objeto unidimensional num mundo unidimensional projetará uma sombra zero-dimensional, ou seja, um ponto sem luz. Esta ideia pode ser usada em outra direção; uma luz lançada sobre um objeto quadridimensional projetará uma sombra em três dimensões!

Quer mais quarta dimensão?O Hipercubo (filme) - Oito estranhos

acordam em uma sala aparentemente normal, isso se não fosse pelo fato de todas

as saídas levarem a outras salas iguais. Aos poucos eles descobrem alguns segredos do cubo quadrimensional, como salas com velocidade de tempo diferente e armas mortais.

Seres tridimensionais (nós) são capazes unicamente de ver o mundo com seus olhos em duas dimensões; um ser quadridimensional veria o mundo em três. Assim, seria capaz de, por exemplo, ver os seis lados de uma caixa opaca simultaneamente. E não somente isso, simultaneamente, ele seria também capaz de ver o que está dentro da caixa, da mesma forma que em Flatland (“Planolândia - um romance de muitas dimensões” livro de Edwin Abbott), onde a Esfera vê objetos no mundo bidimensional e tudo que está dentro deles, ao mesmo tempo.

O assunto é muito curioso e empolgante, que até Albert Einstein já estudou sobre isso e criou a teoria do espaço-tempo. Vale a pena conhecer mais.

Salvador Dali usou o tesseract em sua famosa pintura Christus Hypercubus, que retrata Cristo crucificado numa cruz quadridimensional.

o contínuo tempo-espaço que existe junto à Júpiter e suas luas.

Várias referências à quarta dimensão são feitas no filme de “ De volta para o Futuro - Parte III ”, como por exemplo quando “Doc” Brown diz: “Marty, você não está pensando quadridimensionalmente!”.

Na graphic novel “From Hell” de Alan Moore, o autor utiliza a quarta dimensão como uma referência para a insanidade do personagem Jack, o Estripador.

Em Londres o medium Henry Slade, afirmava ter o poder de manipular objetos na quarta dimensão (retirá-los de dentro de cofres fechados, por exemplo).

No filme “Matadouro Cinco” de Kurt Vonnegut, ele apresenta extraterrestres que se referem à quarta dimensão como sendo

Giovana Peres (texto)

Fonte: Wikipédia

Page 17: Revista Zoom

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Page 18: Revista Zoom

The Mars Volta De-Loused in the Comatorium (2003)

BjorkVolta (2007) Audioslave

Audioslave (2002)

Pink FloydA Momentary Lapse of Reason (1987)

Michael JacksonDangerous (1991)

RammesteinSehnsucht (1998)

QueenMiracle (1989)

MuseAbsolution (2003)

Selecionamos algumas capas de cd’s que trazem i lustrações nada convencionais. Veja até onde chega a imaginação destes artistas.

Escuta Essa!

Giovana Peres (ilustração)

Luan Ferreira (texto)

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Page 19: Revista Zoom

The Mars Volta De-Loused in the Comatorium (2003)

BjorkVolta (2007) Audioslave

Audioslave (2002)

Pink FloydA Momentary Lapse of Reason (1987)

Michael JacksonDangerous (1991)

RammesteinSehnsucht (1998)

QueenMiracle (1989)

MuseAbsolution (2003)

Dave McKean é um ilustrador inglês,

fotógrafo, artista de comic books,

designer gráfico, videomaker e músico,

muito inspirado pelo surrealismo para

realizar seus trabalhos, que incorporam

desenho, pintura, fotografia, colagem,

arte digital e escultura.

A obra acima foi feita por McKean

para ilustrar a capa do cd “Metropolis Pt.

2: Scenes from a Memory”, da banda

americana Dream Theater. Observando-a

podemos enxergar a forma pela qual

este artista se expressa, trazendo diversos

elementos variados em sua composição,

que combinou com o estilo da banda,

com seu som pesado e progressivo. É

só um exemplo da criatividade e talento

de McKean, que estão expostos em suas

diversas obras.

Vale a pena conferir!

Escuta Essa!

Giovana Peres (ilustração)

Luan Ferreira (texto)

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Page 20: Revista Zoom

Sabe aquele seu amigo estranho? Aqui estão algumas dicas para acertar na hora de presenteá-lo.

Presentes inusitados!

Máscara Mr. Bean

R$ 59,99, no site Hmmm

Petisqueira Voo-doo

R$ 329,90, no site Hmmm Freddy Krueger de

resinaR$ 89,90, no site

Hmmm

Porta Cartão Ozzy E Any Winehouse

R$ 21,49 cada, no site Monky

Copos de Papel com Estampa

NarizR$ 64,81, no site

Monky

Balança Pisando em Ovos,

R$ 399,99, no site Hmmm

Matéria: Giovana Peres

20

Page 21: Revista Zoom

Matéria: Giovana Peres

21

Aparador de livros Abraço

R$ 37,00, no site i9Store

Toy-artR$ 34,00 cada,no site i9Store

Papel Higiênico Dolar

R$ 59,99, no site Inventari

Porta Lenço de Papel Cup Cake R$ 25,07, no site

Monky

Luminária Laranja Mecânica

R$ 90,00, no site Gadgetz

Pen Drive Galho de Árvore 2 GB

R$ 99,00, no site Gadgetz

Placa Danger Zombie Area, R$ 22,99, no site

Hmmm

WebStores

www.i9store.com.br

www.monky.com.br

www.hmmm.com.br

www.gadgetz..com.br

Page 22: Revista Zoom

Sigismund Schlomo FreudMacerla Ferraz (montagem)

Page 23: Revista Zoom
Page 24: Revista Zoom

Tábita Almeida (foto e texto)

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A largadores, piercings, peças de roupa es-

tampadas de maneira exagerada, cabelos ex-travagantes, dreads, entre outros.

Uma visita a famosa GALERIA DO ROCK, que está localizada no bairro da República no centro de São Paulo, nos mostrou caras e estilos bem diferentes do que estávamos acostumados a ver.

Page 25: Revista Zoom

Artes impressionantes pelo mundo

Artes pelas ruas do ABC

Arte naNão sabemos de onde tiram toda essa criatividade quando andamos pelas

ruas. São nas paredes que esses artistas se expressam, com desenhos cada vez

mais surpreendentes. É incrivel como muda o nosso

ambiente externo, desaparece aquele cinza de todo dia, e as paredes ganham

essas cores, muitas vezes vibrantes e que nos chamam a atenção, muitas

vezes faz-nos esquecer um pouco da vida corrida que temos.

Giovana Peres (texto)

Imagens: acervo pessoal e internet

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Page 26: Revista Zoom

Alguma letras que possuem qualidade, mas não muito sentido.

Quem nunca ouviu uma música e não conseguiu entender por completo a mensagem de sua letra? Não, não estamos falando de música em uma língua desconhecida, e sim em uma linguagem surreal. No Brasil, era muito comum que músicos de sucesso criassem músicas com letras que intrigavam os seus ouvintes. Veja alguns exemplos:

Escritor e músico, Toquinho, em sua parceria com Vinícius de Morais, escreveram 120 canções, 25 discos e mais de mil espetáculos em 11 anos. Selecionamos um trecho de “Nas asas de um violão” de Toquinho, que explica o sentimento do artista pela música de forma surreal.

“[...] criar, fazer soar o som do pensamento com a batida do coração.

Sobrevoar o mar dos sentimentos, O adágio do sofrer, o allegro da paixão. [...]”

Além dessa, outras músicas de Toquinho se apresentam surrealistas, entre elas a famosa “Aquarela”, “Lenda”, “A Arca de Noé”, “Minha Luz Apagou”, “Mistura de Cores” e outras.

Difícil falar de música surrealista no Brasil e não citar Raul Seixas. O cara era um verdadeiro “maluco beleza”’ e se dizia ser uma “metamorfose ambulante”, compunha letras igualmente insanas. Infelizmente, Raul precisava de algumas substâncias químicas para compor letras como Vampiro Doidão, em que já começa de forma bizarra a narrar um fato totalmente alucinado e surreal:

Músicas que não dizem nada?

“Puta que pariu, meu gato pôs um ovo, Mas gato não põe ovo, puta que pariu de novo [...]”,

E a letra segue desse nível de loucura, pra pior. Confira alguns títulos do artista que aderem ao surrealimo: “A Pedra Do Gênesis”, “Trem das sete”, “Vampiro doidão”, “Maluco beleza”, “O Carimbador Maluco”.

Everton Rios (montagem e texto)

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Atualmente, alguns desses artistas que ainda estão vivos continuam escrevendo

letras surreais. Infelizmente, no Brasil, praticamente não se produz música com a qualidade que se produzia antigamente, ou pelo menos não são divulgadas as músicas e os artistas que

realmente tem qualidade musical e mérito de estar em

destaque na mídia. Mas se tratando de músicos

Encerramos nossa matéria com o trecho final da música“Entrada para raros” – O Teatro Mágico:

“[...] Nosso roteiro imaginário é a maneira improvisadaDe viver a vida

De sobreviver o dia, de ressaltar os tombos e relançar as ideias, O teatro nosso de cada dia”

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talentosos, ainda existe uma minoria que se dedica a arte com sentimento e qualidade. Aqui vamos dar destaque para o grupo “O Teatro Mágico”, que oferece uma proposta bem diferente do que estamos acostumados a ver, e aparece com uma mistura interessante de arte e letras que remetem ao surrealismo. Entre elas estão: “Não há de ser nada”, “A pedra mais alta”, “Entrada para raros”, “A metamorfose ou os insetos interiores ou o processo”, entre outras.

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Everton Rios (ilustração)

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A O r i g e m é Nolan mostrando para o mundo que é possível sim, fazer um blockbuster com Intel igencia.

Nascido em Londres, Christopher Nolan já desde pequeno utilizava a camera

8mm de seu pai para fazer filmes, estudou Literatura Inglesa na Universidade de Londres onde começou a filmar com uma camera 16mm.

Ao longo de sua carreira, o cineasta britânico Christopher Nolan comandou sete longas-metragens: “Following”, “Memento”, “Insomnia”, “Batman Begins, “The Prestige”, “The Dark Knight”, “Inception” e “Man of Steel”.

Tem o seu jeito de fazer filme, com suas próprias características, normalmente os começa com um flashback ou alguma cena do fim do filme e os termina com um personagem fazendo um monólogo filosófico.

Um grande quebra-cabeças que vai sendo montado

cena após cena onde tudo se encaixa perfeitamente

Júlio César e Leonardo Romera (montagem e texto)

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A Origem conta a história de um grupo de espiões industriais liderados por Don Cobb e seu

parceiro Arthur, que criaram uma técnica especial que consiste em invadir os sonhos

das pessoas, e assim roubar segredos para seu próprio benefício. Saito, um grande empresário japonês, faz uma tentadora proposta para Don Cobb e seu grupo. Só que, ao invés de roubar segredos, a missão é implantar uma ideia na mente do jovem bilionário Robert Fischer, herdeiro de uma grande companhia rival.

Ficha Técnica

Título original: Inception

Distribuidora: Warner Bros

Gêneros: Ação, Ficção Científica, Thriller

Tempo: 148min

Ano: 2010

Direção: Christopher Nolan

Roteiro: Christopher Nolan

Elenco:

Leonardo DiCaprio (Cobb)

Joseph Gordon-Levitt (Arthur)

Ellen Page (Ariadne)

Michael Caine (Miles)

Marion Cotillard (Mal)

Lukas Haas (Nash)

Cillian Murphy (Fischer)

Tom Hardy (Eames)

Tom Berenger (Browning)

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David Keith Lynch diretor americano nascido em Montana também é

roteirista, produtor, artista visual, músico e ocasional ator norte-americano. Conhecido por seus filmes surrealistas, ele desenvolveu seu próprio estilo cinematográfico, que foi chamado de “Lynchiano”, que é caracterizado por imagens de sonhos. Na verdade, o surreal e, em muitos casos, os elementos violentos de seus filmes lhes deram a reputação de “perturbar, ofender ou mistificar” seu público.

David Lynch também é influência para diversos seguimentos, como representação gráfica, música, além de ser grande inspiração para alguns artistas.

Um Cinema diferente

do Habitual

D a v i d

LYNCHJúlio César e Leonardo Romera (ilustração e texto)

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Lynch criou grandes obras, como “Homem Elefante”, “Veludo Azul”,

“Coração Selvagem”, “Cidade dos Sonhos” e a série “Twin Peaks”.

Ele nunca procurou agradar a mídia, em geral, mas sim expor suas

ideias como quisesse, que se expressa com originalidade, muitas vezes

incomodando os críticos do cinema.

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Bons eram os tem-

pos de criança, quando o relógio pa-

recia ter preguiça, e seus ponteiros... Ociosos ponteiros,

contavam os minutos e horas em seu ritmo lento, sem pressa.

Lembro-me como se fosse ontem, quão demorada era a espera pelo

aniversário, pelo Natal. Os dias passa-vam tão devagar...

Hoje em dia, as coisas são diferentes, ou melhor, o tempo é diferente. Passa

rápido como um carro de fórmula um, que, ao piscar dos olhos, não

está mais lá, já passou... correu. E então, paramos para pen-sar: Por que será que as horas dos dias de hoje passam tão depressa? Será que é apenas uma impressão? Ou é um aviso da mãe natureza, nos alertan-do da proximidade do fim dos tempos? Por incrível que pareça, a se-gunda alternativa não é assim tão absurda como aparenta ser. Segundo o teólogo Leonard Boff, uma variação na frequência de ressonância do campo magnético terrestre (chamada Ressonância de Schumann*) teria redu-zido a duração do dia para 16 horas, apenas. Esta variação ocorreu por volta

dos anos 80, e acentuadamente nos anos 90, quando também houve

muitos desequilíbrios ecológicos. A frequência da terra passou

de 7,83 para 11, e após para 13 hertz por segundo.

Portanto, não é ilusória a percepção de

que tudo está passando

rápi-do demais, pois essa sensação tem embasamento neste transtorno da Ressonância de Schumann.Por outro lado, podemos imaginar que a causa deste fenômeno do aumento da velocidade temporal, seja a modernidade e suas tecnologias que a cada dia evoluem mais e mais; as informa-ções que chegam até nós tão velozmente

por diversos meios de comunicação; o trânsito caótico nas ruas e aveni-

das; a correria no trabalho, em casa... Todos esses fatores

colaboram para que nós tenhamos uma vida mais rá-pida. E assim o tempo passa, e nem notamos. Tudo isso tem um quê esca-tológico, não? Como diria Raulzito: “Para o mundo que

eu quero descer!”.*O físico alemão Winfried Otto

Schumann constatou em 1952 que a Terra é cercada por um

campo eletromagnético poderoso que se forma entre o solo e a parte

inferior da ionosfera, cerca de 100km acima de nós. Esse campo possui uma ressonância mais ou menos constante, da ordem de 7,83 pulsações por segundo. Funciona como uma espécie de marca-passo, responsá-vel pelo equilíbrio da biosfera, condição comum de todas as formas de vida. Verificou-se também que todos os vertebrados e o nosso cérebro são dotados da mesma frequência de 7,83Hz (hertz).

Marcela Ferraz (texto)

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The American Horror Story

Situada em uma casa mal assombrada, esta série, dirigida e escrita por Ryan Murphy e Brald Faulchuck (responsáveis pela recente série Glee), estreou nos Estados Unidos em Outubro de 2011 e retrata o terror-drama de uma forma bem diferente, tendo a proposta de, em cada temporada, trazer uma história e elenco diferentes.

A série tem semelhanças com filmes de terror clássicos, como “O Bebê de Rosemary”

e “O Iluminado”, mas Ryan citou o filme “Inverno de Sangue em Veneza” e a novela americana ”Dark Shadows” como as mais fortes influências para a série.

Basicamente, se passa em uma casa, onde uma família tenta recomeçar a vida. Porém, com o desfecho da trama, mistérios vão sendo revelados, no que se parece agora uma casa mal-assombrada, que já testemunhou assassinatos e segredos. Para os telespectadores que gostam do gênero, a série tem feito sucesso e trás uma proposta de terror bem sombria e ao mesmo tempo atraente.

Houve época em que a indústria da TV e seus seriados eram desvalorizados no

mercado e considerados um refúgio onde as estrelas caídas de Hollywood esperavam a aposentadoria. Até que as séries entraram em vigor e, hoje, vivem uma fase de efervescência, com investimentos sem limites em cenários e efeitos especiais.

Imaginação sem precedentes é o que mais vem movendo essa indústria, sendo o surrealismo, um dos movimentos mais presentes em seriados. Séries como Fringe, The American Horror Story, Once Upon a Time e Supernatural vem abordando cada vez mais contos, lendas urbanas, mundos paralelos, o desconhecido e o mais improvável para instigar e provocar a mente dos telespectadores.

Espelho,Espelho meu

Gustavo Arguello e Alvaro Vogel (texto)Imagens: Internet

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Marcela Ferraz (texto)

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Once Upon a Time

Essa série fabulosa, que mistura ação, drama e ficção, foi exibida pela Fox

domingo (23/10), e ganhou 12,8 milhões de telespectadores apenas em sua estréia. Once Upon a Time conta a história de uma cidade (Storybrooke) onde uma bruxa malvada congela o tempo, mas o feitiço só pode ser quebrado por Emma Swan (Jennifer Morrison, que participou da série House), suposta filha perdida da princesa Branca de Neve. Once Upon a Time foi produzido por Adam Horowitz e Edward Kitsis, que escreveram a série em 2004 (baseados nos contos dos Irmãos Grimms) e também trabalharam juntos na equipe de Lost. Kitsis disse “Eu posso estar errado, mas acho que é a primeira vez em que é mostrado a Branca de Neve com uma espada ou grávida”. Com certeza o potencial é enorme, e os resultados de todo este trabalho já estão expostos.

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Supernatural

Criado e dirigido por Eric Kripke, que já trabalhou na serie Tarzan, foi

escrito inspirado em famosas lendas urbanas. Uma série cheia de efeitos especiais, feita no estilo do filme “Road Trip” (conhecido no Brasil como “Caindo na Estrada”), a história trata-se de dois irmãos que perderam sua mãe cedo, de uma forma desconhecida, e então o pai investiga e descobre que o que a matou foi um demônio. Mas, para estar preparado para enfrentar este inimigo, Jonh Winchester vai atrás de outros bichos horripilantes, enquanto seus filhos Sam e Dean Winchester estão com Bobby Singer. Anos depois, Sam esta na faculdade de direito, quando sua namorada é atacada pelo mesmo demônio, então ele resolve começar a caçar junto com seu irmão Dean.

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Criada por J.J. Abrams (mesmo criador de Lost), é um drama que explora a linha entre o real e o surreal. Essa série teve

uma das produções mais caras da história em seu primeiro episódio, totalizando 12 milhões de dólares. Mistérios, eventos sem explicações

pelo mundo e até um universo paralelo, não deixam de aparecer em Fringe. A série tem muitas semelhanças com a outra grande produção, Lost, que

se encontra no mesmo gênero. Mas J.J. Abrams citou que o roteiro da série veio de várias fontes, incluindo The Twilight Zone e The X-Files. E que, também, o

cientista da série Walter Bishop foi inspirado em John C. Lilly, um investigador do National Institute of Mental Health, que foi um dos pioneiros em pesquisas de privação sensorial.

Uma ficção científica instigante, Fringe tem muitas peculiaridades, como mensagens e códigos, chamados Glyphs, que aparecem nos intervalos dos

episódios e segundo J.J. eles tem um significado secreto, se decodificados. Enfim, se você gosta do desconhecido e seus mistérios, não perca essa grande produção que vem surpreendendo cada vez mais.

Fringe

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Procura ver o breu iluminado,o reflexo opaco daquilo que nao existee que aqui é presente.. .

“ “

~

Marcela Ferraz (foto e edição)

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Nós vamos invadir

a sua cidade!

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Nós vamos invadir

a sua cidade!

Agencia Vegas

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Reconstruindo a Arte

Venus de Botticelli

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Venus de Botticelli

Marcela Ferraz (ilustração)

Everton Rios e Júlio César (edição e colorização)

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