revista yuny 6ª edição

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  • ONDE MORA A SUA INSPIRAO?

    O que a vida sem inspirao? ela que nos ajuda a superar obstculos, a alcanar

    nossos objetivos sejam eles quais forem e a buscar o lado bom da vida. Nesta edio

    da Revista Yuny, trazemos vrias reportagens para instigar nossos leitores a se inspirar

    com as tendncias e os temas que passam pelos universos da msica, arquitetura, arte,

    urbanismo, comportamento e gastronomia.

    Nas prximas pginas, veremos que a inspirao pode estar na belssima arquitetura das

    principais casas de msica do mundo ou mesmo em simples gestos e aes que fazem o

    mundo melhor. Afinal, a satisfao de ajudar o prximo pode ter um poder transformador

    em nossas vidas. A criatividade, o entusiasmo ou insight tambm podem vir das pginas

    de um livro, da street art francesa, da brasilidade aliada gastronomia ou do som nico

    de um disco de vinil, que arrebata os mais nostlgicos e romnticos. Viaje conosco pelas

    experincias gastronmicas que viraram exposio de arte na mostra Foto Food e por

    que no? pelos bares inusitados da nossa querida So Paulo que no servem apenas

    bebidas e petiscos, mas tambm muita diverso.

    Tambm entrevistamos o ator Ricardo Darn. Em tempos em que o papa e um dos

    melhores jogadores de futebol do mundo so argentinos. E por fim conhea os nossos

    imperdveis lanamentos Habitarte2 e United Home & Work, alm da YunyStore um canal

    de vendas exclusivo para atender nossos clientes com uma equipe de corretores focados

    em todos os produtos da empresa.

    Espero que aceite nosso convite e inspire-se.

    Boa leitura!

    Marcos Yunes - CEO Yuny Incorporadora

    4

  • 12 INSTITUCIONAL YunyStore, o canal de vendas exclusivo da Yuny.

    18 ARQUITETURA A belssima arquitetura das princi-

    pais casas de msica do mundo.

    30 INSPIRE-SE Aes e gestos que fazem o

    mundo melhor.

    34 URBANISMO Sobre duas rodas, mas com

    responsabilidade e segurana.

    38 ARTE A street art do francs JR

    Photographer ganha as ruas do mundo.

    52 TENDNCIAS Vinil volta s prateleiras e toca-discos

    dos romnticos.

    58 MODA Com muito estilo nas alturas.

    68 VOLUNTARIADO O imensa satisfao de ajudar os menos favorecidos.

    74 CLICK A fotografia no universo gourmet.

    10

  • 78 PERFIL Ricardo Darn, o interprete singular.

    84 EM CARTAZ O apogeo do cinema argentino.

    90 GASTRONOMIA Diverso alm da mesa.

    94 PORTFLIO HABITARTE 2. Um sucesso puxa o outro.

    UNITED HOME E WORK. Voc escolhe pela emoo e compra com toda a razo.

    102 EXPERTISE Aflalo/Gasperini, o escritrio de arquite-tura que deixa So Paulo mais moderna.

    104 BEM-ESTAR Canoa Havaiana - a volta da

    tradio polinsia.

    EXPEDIENTE

    Marcos Yunes

    Marcelo Yunes

    Edileusa Santos

    Joo Henrique

    PROJETO EDITORIAL

    Rua Harmonia, 293

    CEP 05435-000

    Tel (11) 2893 - 0199

    So Paulo - SP

    DIRETOR DE CRIAOCesar Rodrigues

    [email protected]

    DIRETOR EXECUTIVOChico Volponi

    [email protected]

    JORNALISTASAna Krepp

    Claudio Gues

    Felipe Felizolla

    Luiz Claudio Rodrigues

    Marlon Muraro

    ARTECesar Rodrigues

    Eduardo Barletta

    ARTE FINALAna Luiza Vaccarin

    REVISOAna Luisa Novato Faleiros

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  • Com a YunyStore, a Yuny Incorporadora conta com um canal de vendas exclusivo para atender todos os clientes com uma equipe de corretores especializados em todos os produtos da empresa.

    Com expertise de 18 anos no mercado imobilirio, a Yuny Incorporadora acaba de lanar um novo canal de vendas para atender clientes que desejam conhecer e investir em seu portflio de empreendimentos. YunyS-tore, a nova unidade de negcios, dedicada a atender clientes interessados em investir ou morar em produtos que unem design e localizao privilegiados, caractersticas dos produtos Premium da Yuny Incorporadora oferece atendimento aos interessados em unidades ainda disponveis, alm de lana-mentos e unidades em empreendimentos

    em fase de construo. A nova unidade de negcios funciona de modo complementar s grandes comercializadoras de So Paulo, que so fortes parceiras da Yuny. A YunyStore vem somar esforos a esta fora de vendas, com profissionais especialistas no DNA da incorporadora, capazes de indicar o produto que melhor se encaixe ao perfil do compra-dor. Ao comprar unidades na YunyStore, os clientes tm a certeza de fazer um bom neg-cio, com atendimento especializado e produ-tos especiais, seja na qualidade do projeto, na localizao ou nos preos.

    12 INSTITUCIONAL

  • SOBRE A YUNY

    Criada h 18 anos, a Yuny Incorporadora registra em sua histria mais de 80 empreendimentos, entre edifcios residenciais, comerciais e corporativos, mais de 2 milhes de metros quadrados construdos ou em construo e valor geral de vendas (VGV) de R$ 13 bilhes. A Yuny reconhecida por empreendimentos que se tornaram referncia em suas regies, como o caso da Infinity Tower, torre corporativa que representa o que h de mais moderno em empreendimentos triplo A na cidade de So Paulo. Sempre frente, a Yuny mantm parcerias de sucesso com os mais importantes escritrios de arquitetura do Brasil e do exterior.

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  • 14 INSTITUCIONAL

    frente da Yuny Store, o diretor Alessandro Tessicini coordena uma afinada equipe para atender todas as necessidades de cada cliente. Nesta entrevista exclusiva, o executivo nos fala sobre os diferenciais desse tipo de atendimento, das tendncias do mercado e do perfil dos clientes da Yuny.

    EXCLUSIVOSERVIO

  • Perspectiva ilustrada das fachadas

    Trabalho e Lazer fachada das torres de apartamentos e conjuntos comerciais do Urbanity. Elas so interligadas por uma alameda de servios. A proximidade com o aeroporto de Congonhas, a facilidade do metr e os parques Burle Marx e Severo Gomes a uma pequena distncia tornam mais prtica a vida dos moradores e trabalhadores do empreendimento.

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    Yuny: Como o dia a dia da Yuny Store?Alessandro Tessicini: Nossa equipe comea o dia checando a agenda de trabalho, com o follo-w-up de clientes, agendamento de visitas, apresentao de empreendimentos, mapea-mento de prospects e coordenao de pontos de trabalho em aes de prospeco, entre outros afazeres. Alm do trabalho do dia a dia, promovemos treinamentos de produtos e em-preendimentos, assim como aprimoramento constante da equipe no atendimento a clien-tes e apresentao do corpo de vendas. Pro-movemos ainda eventos peridicos de integra-o das equipes, a fim de tornar o time coeso visando um objetivo nico na convergncia de

    ideias. A inteno fazer diferente e tornar-se uma empresa de vendas nica, com o DNA da Yuny Incorporadora.

    Yuny: O que o cliente pode esperar desse canal de vendas exclusivo?Alessandro Tessicini: A certeza de um atendimen-to de qualidade, oferta de produtos diferencia-dos e com o padro de qualidade Yuny.

    Yuny: Com esse atendimento diferen-ciado, a Yuny conseguiu fazer um perfil dos seus clientes?Alessandro Tessicini: O trabalho est em seu in-cio, mas ao longo dos anos a empresa j vis-

    ta entre os consumidores como uma marca de desejo, fruto de seus projetos diferenciados e contemporneos que aliam design, arquite-tura, arte e o bem morar. Alm disso, temos plantas muito bem pensadas, localizaes privilegiadas dos empreendimentos e cam-panhas de marketing que fazem da Yuny uma marca de sucesso.

    Yuny: Quem o cliente padro dos empreendimentos da Yuny?Alessandro Tessicini: Estamos muito bem posicio-nados no atendimento ao pblico de mdio-al-to padro at o altssimo padro, pblico este conhecedor de arte, arquitetura e que sabe re-

  • Perspectiva ilustrada da fachada

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    conhecer o valor de bons projetos e empreen-dimentos diferenciados. Tambm atendemos a demanda do mdio padro com projetos no menos importantes, mas voltados para este pblico que tem outras exigncias, como rea de lazer de dimenses generosas e de quali-dade, plantas que otimizam os espaos, em regies desejadas da cidade.

    Yuny: Com esse contato mais prximo com os clientes foram detectadas novas necessidades de moradia?Alessandro Tessicini: Sim, sem dvida o contato direto dos clientes trouxe maior sensibilidade na apurao do desejo de cada cliente. Foram desenvolvidos relacionamentos com os clien-tes que vo alm da simples compra. Durante este perodo de contato, o cliente troca ideias e experincias de vida e estes, as transmitem a ns de modo que possamos empregar algo novo em nossos futuros lana-mentos, tentando atender aos anseios e ne-cessidades de nossos clientes.Nosso mercado dinmico e a cidade muda a todo momento, e com ela as necessidades dos cidados, que devem ser sempre levadas em considerao na concepo de qualquer empreendimento imobilirio. Paradigmas so quebrados na medida em que unidades de rea reduzida coexistem com uma torre corporativa, salas comerciais e lojas no trreo, no caso de empreendimentos de uso misto, por exemplo.

    Yuny: O que o cliente espera dos proje-tos corporativos? H um diferencial que norteia os novos lanamentos nesse segmento?Alessandro Tessicini: Temos alguns projetos que viraram cone na cidade, como o caso do Infinity Tower, prdio considerado por muitos o edifcio corporativo mais bonito da cidade, fruto de projeto desenvolvido pelo escritrio de arquitetura americano KPF em parceria com

    Aflalo e Gasperini que tornou-se referncia na cidade, tendo como ocupantes empresas glo-bais de renome dos mais diversos segmentos. Os conceitos de sustentabilidade, por meio da otimizao da iluminao e conforto tr-mico, com a melhor utilizao do ar-condi-cionado. Um projeto bem desenvolvido chan-celado por conselhos reconhecidos, com um conceito j difundido no mercado e que deve continuar crescendo.

    INSTITUCIONAL

    Privilegiar o sentir-se bem. A Yuny busca isto em todos os seus projetos para que cada cliente sinta-se privilegiado sempre que volta para sua casa. A direita, perspectiva ilustrada fachadas do Intersection e na pgina ao lado perspectiva ilustrada da piscina do Unlimited Santos.

  • Perspectiva ilustrada da piscina adulto e infantil

    17

    Yuny: Com as expectativas atuais do mercado, de que forma a Yuny se prepara para atender essa nova demanda?Alessandro Tessicini: Acreditamos que nossos pro-dutos tm potencial de ganho por conta de seus projetos, localizao e diferenciais. Logo, segui-remos neste nicho de mercado, j que acredita-mos o cliente enxergue o valor do empreendi-mento e no se atenha apenas ao preo. Apesar de que, ainda com todos estes diferenciais, prati-quemos preos de oportunidade para o mercado.

    Yuny: Alguma nova tendncia foi per-cebida pela Yuny Store?Alessandro Tessicini: Nossa equipe tem nos dito que esto sendo contatados por muitos clien-tes interessados em investir em imveis. No

    apenas pelas oscilaes do mercado acionrio e de cmbio, mas por acreditarem em nossos empreendimentos e potencial de valorizao futura. H tambm a sinalizao de que as pessoas esto voltando ao mercado e de que, com a superao dos eventos ocorridos no ano de 2014, como a Copa do Mundo e as eleies presidenciais, ressurge o interesse de famlias, solteiros e jovens casais em imveis para uso prprio, o que j sentido desde a ltima se-mana de outubro.

    Yuny: Qual o apartamento dos so-nhos dos clientes da Yuny? E como sero os escritrios do futuro?Alessandro Tessicini: O apartamento dos sonhos dos clientes Yuny aquele que agrega o bem morar com design, praticidade e boa localiza-

    o, atributos enraizados na cultura da empre-sa, que pensa e respira baseado no bem-estar do cliente e desenvolvendo cada projeto como se cada um de ns ali fssemos morar. Com re-lao aos escritrios, acreditamos que os smart offices so uma tendncia, conceito este em-pregado em nosso prximo lanamento, o Uni-ted Work, projeto que carrega consigo atributos que foram pensados para alm de maior confor-to, praticidade e conscincia ecolgica, com re-duo na taxa condominial, pontos de tomadas para recarregar bicicletas e carros eltricos na garagem, iluminao de LED e sensores de pre-sena nas reas comuns do condomnio, eleva-dores com antecipao de chamada e frenagem regenerativa, louas e metais de baixa vazo, sistema de aproveitamento de gua de chuva para reuso de jardim e lavagem de pisos.

  • As maiores casas de msica do mundo apresentam uma linda sinfonia visual

    MSICAPOR: Felipe Filizola | FOTOS: DIVULGAO

    PARA OUVIR COM OS OLHOS

    18 ARQUITETURA

  • No final do primeiro ato do musical O Fantasma da pera, a queda do lustre da pera de Paris incendeia o prdio, co-locando-o abaixo e num mausolu no meio da cidade-luz. O lugar, pano de fundo para a obra de Gaston Leroux adaptada para um musical por Andrew Lloyd Webber em 1986, conti-nua intacto na vida real para o bem dos visitantes de Paris, que podem contemplar a beleza do prdio. O Palais Garnier, nome oficial do prdio construdo durante o reinado de Luis XIV, uma das tantas construes ao redor do mundo que foram projetadas com enorme esmero para celebrar visual-mente a apresentao de msica, independente do estilo. O exterior, assim como diversos prdios de Paris, impressiona pela proporo e suntuosidade. No lado de dentro, as es-cadarias de mrmore, teto de mosaico e lustres de cristal fazem a pera to luxuosa quanto o Palcio de Versalhes.

    Uma das sete artes clssicas, a msica elemento pre-sente e intrnseco na vida das pessoas, e por isso tantos prdios foram construdos ao redor do mundo para que ela possa ser contemplada da melhor forma possvel.

    Msica para a RainhaObra-prima da arquitetura moderna, a pera de Sydney

    no apenas o smbolo de uma cidade, mas de um pas e de um continente. Sua beleza tornou-se um cone da arqui-tetura do sculo XX e hoje conhecida mundo afora. Inaugu-rada em 1973 pela rainha Elizabeth II, depois de 16 anos de construo, foi desenhada pelo arquiteto dinamarqus Jorn Utzon, que recebeu o prmio Pritzker pelo projeto. O prmio, maior honra mundial da arquitetura, veio somente em 2003. Quatro anos depois, em 2007, a UNESCO conferiu pera o ttulo de patrimnio da humanidade. O prdio de design expressionista moderno, com diversos recortes em formato de concha feitos de concreto. Por estar acima do mar, ele sustentado por 588 pilares presos no subsolo marinho.

    19

  • Apesar do nome, a pera uma das casas de show mais concorridas do mundo e recebe performances e even-tos de todos os estilos musicais. As quase 1.500 apresentaes que acon-tecem anualmente levam 1,2 milhes de pessoas ao seu interior. Alm de grandes shows internacionais, a pe-ra sede do Bal Real da Austrlia, da Companhia de Teatro de Sydney e da Orquestra Sinfnica da cidade. Se dentro da pera o assunto msica, o exterior do prdio tambm serve de pano de fundo para a 1a queima de fo-gos do mundo a cada ano-novo, j que pelo fuso horrio a Oceania a primeira regio a celebrar a virada do ano. Mas em seus reinos a Rainha Elizabeth II no

    tem apenas a pera de Sydney como uma das principais casas de show do mundo. Mais perto de sua residncia ela tambm a chefe de estado onde est o Royal Albert Hall, em territrio londrino. O palcio de cristal construdo para sediar a Exposio Mundial, em 1851, foi reformulado e adaptado para tornar-se casa dos espetculos perfor-mticos em Londres. Numa poca sem energia eltrica e poucos estudos de acstica, o prdio apresentava vrios empecilhos para grandes apresenta-es musicais e passou por incontveis reformas ao longo de 150 anos para se adaptar aos requerimentos necessrios dos tempos modernos. O domo de cris-tal hoje fechado e o interior ganhou

    enormes placas em alturas variadas que conferem acstica perfeita do lado de dentro. O prdio em forma de elip-se consegue comportar hoje at 5.500 pessoas, com banheiros, bares e cafs.

    Mosaicos e esculturas decorando o interior e exterior do prdio chamam tanta ateno quanto os artistas que j passaram por l: Phil Collins, Sting, Paul McCartney, Eric Clapton, Elton John, Led Zeppelin e Adele. A esses e tantos outros nomes de peso-pesado da msica tambm se somam outros importantes eventos como pr-estreia de filmes foi l que 007: Operao Skyfall foi lanado e Titanic 3D exibido pela primeira vez - e grandes premia-es como o Brit Awards.

    Acima,a fachada do Sydney Opera House, projeto do arquiteto dinamarqus Jorn Utzon em parceria com o escritrio britnico Arup. Na foto maior, o Royal Albert Hall projeta-do pelos engenheiros Francis Fowke e Henry Young Darracott Scott.

    20 ARQUITETURA

  • 21

  • 22 ARQUITETURA

  • Nos Estados UnidosUm dos projetos mais ousados da histria

    de Los Angeles foi a construo do Walt Dis-ney Concert Hall, projeto do arquiteto Frank Gehry concludo em 2003. O prdio de metal remete ao famoso Museu Guggenheim de Bilbao na Espanha desenhado pelo mesmo ar-quiteto, tambm ganhador do prmio Pritzker. Feito de metal brilhante em formas curvas e orgnicas, o Disney Hall trouxe de volta para Los Angeles uma credibilidade cultural que a cidade havia perdido, j que tinha ficado co-nhecida apenas pelos estdios de filmes. A casa, parte de um megainvestimento de dois bilhes de dlares da prefeitura para revitali-zar o centro da cidade, junto com a construo de calades e vias de acesso, hoje hospeda a Filarmnica de Los Angeles e j foi cenrio para estreias de filmes, shows de msica pop e at apareceu em um episdio do seriado de animao Os Simpsons.

    Uma das casas de msica mais conhecidas do mundo, , sem dvidas, o Radio City Music Hall, em Nova York. Palco para os principais artistas do mundo desde sua abertura em 1932, j passaram por l os brasileiros Joo Gilberto, Roberto Carlos e Tom Jobim, entre outros. Na poca de sua abertura, era a maior casa de espetculos fechada do mundo, com-portando at 6 mil pessoas no seu interior de ornamentos Art Dco. Os desenhos geom-tricos do arquiteto Donald Deskey combinam vidro, alumnio, cromo e couro nos detalhes de paredes, tapetes, luminrias e mveis. O lugar foi um dos primeiros prdios nos Estados Uni-dos com o movimento esttico que viria a se tornar o estilo oficial dos prdios projetados na prxima dcada.

    O Walt Disney Concert Hall, em Los Angeles: criao do arquiteto Frank O. Gehry.

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  • 24 ARQUITETURA

  • Prdios contemporneos dos grandes compositores

    de sinfoniasAgora imagine-se assistindo um espetcu-

    lo em uma casa que j recebeu Tchaikovsky, Brahms e Igor Stravinsky. Alm do contexto histrico, visitar Concertgebouw, em Amster-d, tambm significa conhecer uma das salas com a acstica mais perfeita do mundo. Sede da Orquestra Real holandesa, sua construo foi feita em 1883 com projeto do arquiteto Adolf Leonard van Gendt, que se inspirou no Neue Gewandhaus, em Leipzig, construdo dois anos antes e destrudo durante a Segun-da Guerra Mundial. Ainda que na poca os estu-dos sobre acstica fossem raros, algumas inter-venes ao longo da sua histria permitiram que os frequentadores atuais de Concertgebouw pu-dessem contemplar a sonoridade perfeita de cada instrumento de orquestras e do gigante rgo de 60 registros e 3 divises montado em 1890. Atualmente so interpretados no local cerca de oitocentos concertos ao ano para um pblico de 850 mil pessoas.

    Inaugurado alguns anos antes de Concertge-bouw, o Wiener Musikverein, em Viena, tem algumas semelhanas em sua arquitetura exterior com o prdio holands. No interior retangular de dois pavimentos para camaro-tes, no entanto, impera o uso ostensivo de detalhes em ouro e acabamentos rebuscados. Em 1857, o ento imperador Franz Joseph I decretou que se derrubasse as muralhas que cercavam Viena para promover a expanso da cidade, que se construsse galerias, museus e uma casa de pera na nova rea.

    Assim, em 1870, foi inaugurado o Musik-verein, desde ento sede da orquestra filar-mnica vienense. Na poca da inaugurao, a imprensa chegou a escrever que tamanha exuberncia do prdio distrairia os visitantes da msica a ser apresentada. Mas, na reali-dade, Musikverein nada mais faz do que dar prestgio ainda maior para a arte ali apresen-tada. Alis, a prpria construo pode ser comparada a uma sinfonia.

    Com exatamente 49 metros de comprimen-to, 20 metros de largura e 18 metros de altura, a casa combina em si a forma esttica e est-vel de um retngulo com animaes nos deta-lhes. As paredes e o teto so dispostos ritmi-camente em um jogo interessante de formas e cores. As pinturas no teto, representando Apolo e as nove Musas cercados por figuras

    alegricas, criam um contraponto dinmico ao tom dourado dominante do salo.

    Outro contraste no menos atraente o branco puro das esculturas de Franz Melnitzky. Os pares de figuras femininas, moldadas so-bre as portas da varanda e do rgo, corres-pondem aos detalhes dos encostos de cada cadeira. Em meio a isso, a arte da msica toma a forma concreta de bustos de mr-more de compositores famosos do passado (apenas mestres que j tinham morrido antes de 1870 foram aceitos nesta galeria ilustre). E acima de tudo isso, h a fileira de janelas arqueadas. esse jogo de detalhes, que con-versam e transitam em perfeita harmonia, que faz da arquitetura de Musikverein uma sinfonia to bela quanto uma composio de Mozart ou Bach.

    Dois clssicos do circuito internacional de concertos musicais: o Radio City Music Hall, no Rockefeller Center em Nova York com arquitetura art dco, e o Musikverein, em Viena, ustria.

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  • A RETOMADA DO TEATRO MUNICIPAL altura das grandes casas de espetculos do mundo

    queria que So Paulo estivesse altura dos grandes centros culturais de ento, assim como para promover a pera e concertos. Hoje ele casa da Orques-tra Sinfnica Municipal de So Paulo, da Orquestra Experimental de Repertrio, do Coral Paulistano e do Bal da cidade de So Paulo. Ao longo da histria, foi palco para a Semana de Arte Moderna de 1922, marco do incio do Modernismo no Brasil. Com mais de 100 anos, o Te-atro Municipal de So Paulo conside-rado um dos palcos de maior respeito no pas, tendo abrigado apresentaes dramticas e peras de grandes nomes nacionais e internacionais.

    Depois de quase 3 anos de reformas, o Teatro Municipal de So Paulo reabriu suas portas, em 2011, com vitrais, por-tas, cortinas, tapetes e pinturas restau-radas para trazer de volta o glamour da poca de sua construo. O Teatro foi inaugurado em setembro de 1911 ins-pirado na pera de Paris e tem, na ar-quitetura exterior, traos renascentistas barrocos do sculo 17. O prdio passou por duas grandes reformas: a primeira entre 1951 e 1955 e a segunda entre 1986 e 1991. Nos anos 80, foi tombado como patrimnio histrico da cidade.

    O teatro foi construdo para atender o desejo da elite paulista da poca, que

    Praa Ramos de Azevedo, s/nSo Paulo - SPTelefone +5511 3397.0300Bilheteria +5511 3397.0327

    SERVIO

    26 ARQUITETURA

  • Gentileza gera gentileza. A frase profe-rida no Rio de Janeiro e em outros estados pelo carioca Jos Agradecido, mais conhe-cido como Profeta Gentileza, explicita que o bem se multiplica quando feito esponta-neamente. O profeta recebeu esse apelido por passar sua vida pregando o amor e a paz pelas ruas. Empresrio de transportes at a dcada de 60, Jos abriu mo de seus bens materiais quando, na vspera de um Natal, um circo niteroiense pegou fogo e ele presenciou o sofrimento das centenas de vtimas. O local do incndio logo se trans-formou em uma plantao de flores pelas mos de Gentileza, que passou a flanar pelo Rio pintando mensagens de paz e gentile-zas por muros e postes. O que era para ser

    um pequeno ato social acabou tornando-se numa das maiores intervenes urbanas de arte que a cidade do Rio de Janeiro j pre-senciou. Quando o governo tentou apagar as mensagens com tinta cinza, uma mobi-lizao da sociedade liderada por artistas e formadores de opinio conseguiu manter vivas as pinturas do profeta, em um movi-mento chamado A Arte da Gentileza. Hoje o falecido Agradecido d nome a uma pra-a ao lado da rodoviria carioca, onde sua arte est restaurada e j foi tema de filme, livro e tese em faculdades, alm de ter sido samba-enredo da Escola Grande Rio em um carnaval. Outra (e talvez a mais famosa) ho-menagem ao profeta a msica Gentileza de Marisa Monte.

    POR: ANA KREPP | FOTOS: DIVULGAO

    Uma srie de aes e gestos que nos fazem acreditar que o mundo pode ser melhor

    QUE TAL MUDARMOS O MUNDO COMEANDO POR NS MESMOS?

    30 INSPIRE-SE

  • Se Gentileza o responsvel pela pul-verizao de gentilezas no Brasil, o filme americano A Corrente do Bem (2000) tam-bm levou ao mundo a ideia de que o bem se multiplica. No filme, um professor de Estudos Sociais faz um desafio aos seus alunos em uma de suas aulas: que eles criem algo que possa mudar o mundo. Um de seus alunos inventa ento um novo jogo, chamado pay it forward, no qual cada favor recebido deve ser retribudo a trs outras pessoas. A ideia funciona e logo os resultados so vistos em grandes escalas. Acompanhando a mesma linha de pensa-mento, o autor checo Jan Burian escreveu o livro The Hanging Coffee (O Caf Penden-te ou Caf do Prximo).

    A histria de fico passada em Praga con-ta a histria de uma cafeteria onde os clientes pagam sempre um caf a mais, que fica de crdito para que o estabelecimento possa doar uma xcara da bebida a algum sem condies de compr-la. A ideia logo ganhou o mundo e a vida real, levando cafs e sorrisos de desco-nhecidos para desconhecidos. Em So Paulo, a ideia chegou ao Ekoa Caf, na Vila Madalena. L, uma lousa marca o nmero de cafs pen-dentes disponveis e uma caixa ao lado guarda bilhetes e recados simpticos de quem os dei-xou. Assim, alm do caf, quem visita o local ainda ganha uma mensagem para acompanh--lo. Usando a mesma regra de funcionamento, a Kibon surpreendeu seus clientes este ano fazendo uma ao em alguns pontos de venda

    da capital paulista, onde os clientes tambm pudessem deixar um sorvete para o prximo consumidor. Essa gentileza tornou-se uma das maiores aes virais do ano, e durante o pe-rodo em que ocorreu 97% das pessoas que descobriam que seus picols j estavam pagos tambm deixavam um sorvete pago para o pr-ximo. Em uma enorme metrpole considerada to fria at mesmo pelos seus moradores, surpreendente e gratificante ver que o bem existe e se multiplica, mesmo quando feito para uma pessoa que nunca conheceremos.

    Outras empresas alm da Kibon tambm j perceberam que devem usar sua fora de marca para gerar e incentivar o bem. A Coca-Cola lanou, em 2012, a campa-nha Razes Para Acreditar. Os Bons So a Maioria, um manifesto a favor do oti-mismo e que incentivava seus consumido-res a dividir a lata vermelha com algum. Para construir a mensagem de otimismo, a Coca-Cola utilizou como base levantamentos que mostram como comportamentos e senti-mentos positivos so mais abundantes do que o negativismo. Por exemplo: para cada pessoa dizendo que tudo vai piorar, cem casais plane-jam filhos. E, para cada corrupto, existem oito mil doadores de sangue.

    Uma das aes urbanas da campanha Smart ideas for smarter cities promovida pela multinacional IBM nas mais diversas reas, como educao, transportes, segurana pblica, sade, etc.

    31

  • A verso nacional do filme tinha ainda uma mensagem exclusiva sobre a sustentabilida-de, destacando o comprometimento dos bra-sileiros com a reciclagem: enquanto alguns destroem o meio ambiente, 98% das latinhas de alumnio so recicladas no Brasil. Numa segunda fase da campanha, um filme feito a partir de cmeras de segurana mostra um lado pouco revelado por elas: as coisas boas e inesperadas da vida de uma cidade. Ao in-vs de mostrar cenas de roubos ou acidentes, como de costume, os filmes revelam pessoas ajudando umas s outras, momentos de felici-dade, amor e diverso.

    A IBM, que prega ideias inteligentes em seus produtos, resolveu levar essa inteli-gncia para as ruas. O plano de transfor-mar as cidades em locais mais inteligentes

    misturou publicidade com utilidade, trans-formando outdoors em instalaes urbanas: bancos, abrigos contra a chuva e rampas. Esse mobilirio urbano mostrou como pe-quenas intervenes em uma cidade podem tornar muito mais fcil e agradvel a vida de quem nela vive. A campanha elaborada pela Ogilvy Paris levou o Grand Prix, prmio mximo, do Festival de Cannes esse ano.

    Pensando em melhorar a vida nas cidades, o site Catraca Livre virou referncia quando o tema gentilezas urbanas. O portal um pro-jeto jornalstico criado para ajudar as cidades a serem mais educadas, acolhedoras e criati-vas. Apesar do foco especial em cultura, o site tambm seleciona oportunidades gratuitas ou a preo popular nos mais variados servios na regio metropolitana de So Paulo e na cida-

    Um dos jornalistas brasileiros de maior renome internacional, Dimenstein ganhou os principais prmios destinados a jornalistas e escritores, como o Prmio Nacional de Direitos Humanos e o Prmio Criana e Paz da UNICEF.

    32 INSPIRE-SE

  • de do Rio de Janeiro, abrangendo educao, esportes, consumo, trabalho, sade e empre-endedorismo. Tambm revela personagens, tendncias e projetos que, em qualquer parte do mundo, inspirem solues comunitrias inovadoras e inclusivas. Ao reunir exemplos de boas ideias, outras cidades se inspiram e as replicam para seus moradores.

    O Catraca Livre foi fundado pelo jornalis-ta Gilberto Dimenstein, que hoje coordena o site. Um dos jornalistas brasileiros de maior renome internacional, Dimenstein ganhou os principais prmios destinados a jornalistas e escritores, como o Prmio Nacional de Di-reitos Humanos e o Prmio Criana e Paz da UNICEF. Tambm foi agraciado com a Meno Honrosa da Faculdade de Colmbia, em Nova York. Com o livro O Cidado de Papel, obteve

    Leia um trecho de The Hanging Coffee O Caf Pendente:

    Entramos em um pequeno caf, pedimos e nos sentamos em uma mesa. Logo entram duas pessoas:- Cinco cafs. Dois so para ns e

    trs pendentes.Pagam os cinco cafs, bebem seus dois e se vo. Pergunto:- O que so esses cafs

    pendentes?E me dizem:- Espera e vai ver.Logo vm outras pessoas. Duas garotas pedem dois cafs pagam normalmente. Depois de um tempo, vm trs advogados e pedem sete cafs:- Trs so para ns, e quatro

    pendentes.Pagam por sete, tomam seus trs e vo embora. Depois um rapaz pede dois cafs, bebe s um, mas paga pelos dois. Estamos sentados, conversamos e olhamos, atravs da porta aberta, a praa iluminada pelo sol em frente cafeteria. De repente, aparece na porta um homem com roupas baratas e pergunta em voz baixa:- Vocs tm algum caf

    pendente?

    Campanhas publicitrias de grandes marcas

    incentivam prticas de boa convivncia social em

    cartazes e spotlights.

    uma premiao indita para um livro educati-vo, considerado, em 1994, a melhor obra de no fico pelo Prmio Jabuti. Ele criador e coordenador pedaggico da Cidade Escola Aprendiz, um laboratrio de inovaes peda-ggicas em So Paulo, indicado pela UNESCO como referncia mundial de incluso social pela educao que j foi copiado mundo afora. Atua como colunista e membro do Conselho Editorial da Folha de So Paulo e da rdio CBN.

    O movimento criado pelo site e reforado por aes como as da Kibon, Coca-Cola e IBM nos faz ver que para transformar o mundo em um lugar melhor no precisamos de muito es-foro. Claro que h muito a ser feito, mas uma pequena mudana no dia a dia de cada um de ns e multiplicada por milhes de pessoas pode mudar vidas para (muito) melhor!

    33

  • O esporte, o lazer e a cidadania andam juntos quando o assunto bicicleta.

    S O B R E

    R O D A SDUAS

    34 URBANISMO

  • Que So Paulo se rendeu s bicicletas no novidade nenhuma. Com o advento de CicloFaixas nos quatro cantos da cidade e uma imensido de lojas e oficinas especia-lizadas, a cidade est mais do que nunca de ruas abertas para receber adultos e crianas usando suas magrelas para lazer e transpor-te. Claro que ainda h muito a melhorar, mas aos poucos os paulistanos esto adaptando suas rotinas e hbitos para o convvio com bikes no trnsito, ruas, lojas e at no metr. Tanto os ciclistas quanto os pedestres e mo-toristas esto aprendendo as regras de con-vivncia para que todos saiam ganhando. A Sampa Bikers, por exemplo, oferece mensal-mente um curso de pedal urbano para ensinar e dar confiana para os novatos.

    Para os j aventurados, opes de trilhas e passeios de um dia de durao tambm se pro-liferam pela capital paulista. Tanto para o inte-rior quanto para o litoral, existem grupos que cruzam cidades em busca de novas paisagens e caminhos. O importante para cicloviagens ter conscincia do preparo fsico necessrio para complet-la. Caso contrrio, o lazer aca-ba virando tortura, aconselha Paulo de Tarso, presidente do Sampa Bikers e um dos princi-pais especialistas em cicloturismo no pas.

    O site VaDeBike.org foi criado para aju-dar quem est comeando a usar a bicicleta como meio de transporte e a incentivar quem tem essa vontade, mas ainda no conseguiu coloc-la em prtica. Para conviver em har-monia, aproveite as dicas de segurana. Elas so teis para todos que desejam um trnsito mais seguro e agradvel. A dica principal baseada no pargrafo segundo do artigo 29 do Cdigo de Trnsito Brasileiro: Respeitadas as normas de circulao e conduta estabe-lecidas neste artigo, em ordem decrescente, osveculos de maior porte sero sempre res-ponsveis pela segurana dos menores, os motorizados pelos no motorizados e, juntos, pela incolumidade dos pedestres.

    Veja abaixo as outras dicas listadas pelo site para circular com segurana:

    As luzes da bicicleta so fundamentais para evitar situaes de risco. Elas servem para que os motoristas vejam o ciclista e tenham tempo de desviar ou dar passagem. Embora os refletivos sejam obrigatrios, o ideal usar uma luz piscante branca na frente e vermelha atrs para que os motoristas consigam identificar se o ciclista est indo ou vindo.

    ILUMINAO

    Seu uso recomendvel especialmente para quem est comeando, pois ainda no se tem o equilbrio e a habilidade como caractersticas naturais, aumentando as chances de cair. Apesar dele diminuir a chance de traumatismos cranianos, no protege dos carros, apenas de voc mesmo. Pedale com ateno e cuidado para no precisar coloc-lo prova.

    Seu uso recomendvel especialmente para quem est comeando, Seu uso recomendvel especialmente para quem est comeando, Seu uso recomendvel especialmente para quem est comeando, Seu uso recomendvel especialmente para quem est comeando, Seu uso recomendvel especialmente para quem est comeando, Seu uso recomendvel especialmente para quem est comeando, Seu uso recomendvel especialmente para quem est comeando, Seu uso recomendvel especialmente para quem est comeando,

    CAPACETE

    Os motoristas e pedestres esto acostumados a olhar as vias de mo nica antes de atravessarem ruas e cruzamentos ou entrar e sair de garagens. Alm disso, um motorista que estacionou e vai abrir a porta olhar s no retrovisor para ver se pode abri-la, sem ter motivos para olhar para a frente. Em ruas e avenidas, a velocidade em que voc se aproxima de um carro muito maior se voc estiver na contramo, por ser a soma das velocidades dos dois veculos. O motorista ter bem menos tempo para reagir sua presena e desviar de voc, alm do fato de que uma coliso nessa velocidade faz um bom estrago.

    Os motoristas e pedestres esto acostumados a olhar as vias de mo Os motoristas e pedestres esto acostumados a olhar as vias de mo Os motoristas e pedestres esto acostumados a olhar as vias de mo Os motoristas e pedestres esto acostumados a olhar as vias de mo Os motoristas e pedestres esto acostumados a olhar as vias de mo Os motoristas e pedestres esto acostumados a olhar as vias de mo Os motoristas e pedestres esto acostumados a olhar as vias de mo Os motoristas e pedestres esto acostumados a olhar as vias de mo Os motoristas e pedestres esto acostumados a olhar as vias de mo

    CONTRAMO NO

    Usar a faixa da direita mais seguro por ser a rea destinada aos veculos em menor velocidade. No se posicione muito no canto, seno os carros tentaro passar na mesma faixa em que voc est, mesmo no havendo espao para fazer isso em segurana. Mas seja compreensivo com os motoristas: quando voc passar por um trecho de tamanho considervel onde no houver carros parados, use a rea de estacionamento para desafogar a fila de carros atrs de voc.

    NA DIREITA, MAS NEM TANTO

    muito importante que os motoristas possam prever sua trajetria, por isso sempre sinalizeo que pretende fazer com sinais de mo. Pea passagem, d passagem, sinalize que o motorista pode passar quando voc decidir esper-lo, avise quando voc for precisar entrar na sua frente (e espere para ver se ele vai parar mesmo).

    SINALIZE SEMPRE

    35

  • A escolha da rota um item importante de segurana.No pense no trajeto como se estivesse de carro: oque ruim para os motoristas costuma ser bom para os ciclistas. Avenidas onde o fluxo de carros segue a uma velocidade alta mesmo na pista da direita so desaconselhveis, fuja de lugares assim. Ruas menores so mais seguras e muito mais agradveis, mesmo que com isso o percurso aumente um pouco. O ideal para quem est comeando utilizar as CicloFaixas, mais seguras e geralmente planas, que garantem maior estabilidade e confiana diz Paulo de Tarso.

    EVITE AS GRANDES AVENIDAS

    Se precisar passar pela calada ou atravessar na faixa de pedestres, o cdigo de trnsito manda desmontar da bicicleta. Os pedestres que esto de costas para voc podem dar um passo para o lado sem te ver chegando. Uma criana pode aparecer correndo de dentro de alguma casa. J pensou ter na conscincia o atropelamento de uma criana de trs anos? Fique sempre na rua. Se precisar passar pela calada, desmonte e vire pedestre.

    CALADA PARA PEDESTRES

    No passe no sinal vermelho com a bike, pois pode aparecer um carro em alta velocidade na transversal e voc no conseguir fugir a tempo. Ou pode aparecer um pedestre atravessando a rua correndo, olhando s para o lado de onde ele espera vir o perigo.

    NO FURE O SINAL

    Sempre se adiante ao que os carros podem fazer. Fique atento ao posicionamento e trajetria dos veculos ao seu redor, usando tanto a viso quanto a audio. E evite sempre ultrapassar pela direita, algum pode abrir uma porta para descer do carro ou virar sem aviso para entrar em um estacionamento ou garagem.

    ANTECIPE-SE O QUE OS MOTORISTAS FARO

    PERMITA QUE OS MOTORISTAS SE ANTECIPEM A SUAS AES

    No fique fazendo zigue-zague, no entre sem olhar numa avenida e no mude de pista sem sinalizar, mesmo que o motorista mais prximo esteja l atrs. Do mesmo modo que ele pode calcular mal sua trajetria e achar que vai dar tempo de passar na sua frente, voc pode se enganar ao achar que vai dar tempo de mudar de pista antes dele chegar. Sinalizando, o motorista prev o que voc vai fazer e diminui a velocidade.

    Para chegar ciclovias ou outros pontos da cidade, o biker pode utilizar o metr em determinados horrios e dias. A bicicleta deve ser transportada sempre ao lado do corpo, incluindo passarelas e rampas de acesso. Os embarques e desembarques com bicicletas so permitidos no ltimo carro dos trens, na regio da porta em que o piso da plataforma da estao contenha comunicao visual de identificao do embarque. A prioridade do embarque deve ser sempre dos demais usurios sem bicicletas.

    FORA DA BIKE

    Quem decide investir em bicicletas de alto custo pode ter preocupaes quanto segurana de seu patrimnio. Atletas amadores ou profissionais, entusiastas de trilhas e corridas e at ciclistas de passeio que dispem de equipamentos especializados j possuem a opo de se prevenir quanto perda ou dano de seu veculo a partir da contratao de seguros. Devido falta de difuso deste mercado, as empresas que realizam o servio esto concentradas em So Paulo, mas possvel ser atendido por elas em outras regies do pas. Para contratar o seguro, o valor pode comear por cerca de R$200 por ano, mas cresce de acordo com o valor da bicicleta.

    Na Estar Seguro, pioneira em oferecer o servio no Brasil, o preo varia de acordo com a localidade e o valor da bicicleta. preciso possuir nota fiscal e ser o primeiro dono do equipamento. O custo anual do servio sai entre 7% e 8% do valor total da bicicleta e no h um valor mnimo estipulado para a cobrana. Os ciclistas so atendidos nos casos de roubo em territrio nacional, furto qualificado na residncia e acidente com o veculo transportador da bicicleta.

    Outra empresa de So Paulo a oferecer o servio a Kalassa Brasil Insurance. A bicicleta deve estar em condies boas de uso e deve ter valor mnimo de cinco mil reais, explica Jnior Anastcio, diretor comercial da empresa. O seguro custa em mdia 5% do valor total da bicicleta ou o mnimo de R$ 700. O seguro da Kalassa pode ser acionado nas situaes de roubo dentro da residncia ou durante a pedalada e por danos e roubo enquanto a bicicleta transportada em outro veculo. O diretor afirma que as condies do seguro foram decididas por experincia dos prprios clientes. Foi estudo e observao dos casos que aconteciam com os prprios contratantes. Geralmente, quem adquire o seguro o ciclista que pedala por hobby, por esporte, no o profissional. Temos muitos autnomos e empresrios.

    ASSEGURADOS

    36 URBANISMO

  • Para se InspirarCom faixas exclusivas para veculos de duas rodas, leis

    bike-friendly e passeios ao ar livre, algumas cidades do mun-do se transformaram em paraso para quem pedala. Como muitas das melhores cidades para pedalar do mundo, Minne-apolis construiu uma infraestrutura que promove a bicicleta em muitas frentes. De armrios de bicicleta, faixas de rua designadas para trilhas de lazer e CicloFaixa limpas mesmo quando neva, a cidade oferece um sistema para fazer da bi-cicleta um transporte eficiente, seguro e livre de problemas.

    Em Amsterd, na Holanda, ou em Perth, na Austrlia, os moradores se conscientizaram que o melhor para o mundo tambm melhor para eles. Alm de ser um meio de loco-moo de baixo custo e no poluente, as bicicletas tambm so o meio mais saudvel e mais rpido de transitar, j que no exigem tempo de estacionar, no ficam presas em con-gestionamentos e a manuteno demanda menos tempo do que de um automvel. Em Amsterd, at 40% dos passagei-ros da cidade vo de bicicleta para o trabalho ou escola em

    Servio:Estar SeguroPraa Amrico Jacomino, 75, Vila Madalena, So Paulo/SP Tel.: (11) 2714-6000

    Kalassa Brasil InsuranceAv. Vereador Jos Diniz, 3530, Campo Belo, So Paulo/SPTel.: (11) 3151-6000

    alguns dias. Enquanto isso, a americana Portland construiu 270 quilmetros de ciclovias em ruas e vias pavimentadas e se tornou a melhor cidade do pas segundo a Associao de Ciclistas Americanos, que classifica quantitativamente de-zenas de comunidades de acordo com a infraestrutura para bicicletas, educao no trnsito e programas de incentivo ao uso de veculos no motorizados de duas rodas.

    Para os viajantes, bicicletas tambm oferecem uma ma-neira ntima de ver uma cidade. Para apreciar os canais de Amsterd ou a esplendorosa vista do Parc Du Mont-Royal, em Montreal, as magrelas so a opo certa. Em Paris, pegar um dos 20 mil veculos disponveis nas estaes de bicicletas de aluguel do Vlib, ao redor da cidade, fcil e barato, alm de permitir admirar com calma as construes centenrias da Cidade-Luz. Dos EUA para a Austrlia, na Europa e at na Amrica do Sul, as pessoas esto escolhendo pedais em vez de um carro como o meio mais eficiente para se locomover. E voc, est esperando o que?

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  • ARTE

    POR: LUIZ CLAUDIO RODRIGUES | FOTOS: DIVULGAO

    QUE ENGAJAEm formato monumental nas grandes metrpoles ou comunidades pobres no mundo inteiro, a street art do francs JR ganha as ruas do mundo e chama a ateno do circuito de arte. Certamente o artista que est em ascenso internacional no momento. E o melhor, veio para ficar!

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  • Conhecido apenas pelas iniciais de JR, o artista conquistou o planeta arte desde o final dos anos 2000 e, cada vez mais, assume um papel de destaque no circuito oficial das galerias, museus e instituies renomadas do mundo inteiro. Apesar disso, o que ele gosta mesmo de fazer intervenes nas ruas. Street art, grafite e fotografia so suas ferramentas de trabalho, atual-mente cultuadas por curadores atentos aos talentos que surgem pintando mu-ros e fachadas. Grafiteiros que, muitas vezes, sem qualquer pretenso, traam uma arte provisria, marginal, sempre

    com uma imagem que tenha a ver com o entorno da regio, da histria da ci-dade ou algum tipo de ativismo polti-co. Tal qual o prprio artista.

    JR exibe livremente nas ruas do mundo seu trabalho, que une arte e ativismo ao falar com imagens avas-saladoras sobre compromisso, liber-dade, preconceito, identidade e limite. Depois de encontrar uma cmera no metr de Paris (sua cidade natal), par-ticipou de uma turn de street art, na Europa, com grafiteiros que se comuni-cam por meio de mensagens nas pare-des. Foi a que comeou a trabalhar nos

    limites verticais, observando as pesso-as, e a explorar plataformas de exibio que eram proibidas, como o metr e telhados da Cidade Luz. Alm de pintar muros e fachadas, passou a registr-las em sua cmera. Em 2006, JR deu o pulo do gato ao fazer retratos de uma gerao de bandidos suburbanos e ex-p-los, em grande formato, nos bairros burgueses de Paris. O que seria ilegal acabou se tornando oficial quando o Pa-ris City Hall envolveu seu edifcio (em plena Rue de Rivoli, onde esto as lojas mais luxuosas do mundo) com essa s-rie de imagens provocadoras.

    Acima, instalao de painis fotogrficos de grande dimenso em uma das comunidades de Nairobi no Qunia realizada em 2009.

    direita, retratos da srie Women are heroes exibidos em forma de mural na cidade de Bo, em Serra Leoa.

    40 ARTE

  • 41

  • 42 ARTE

  • No ano seguinte, em outra mostra ilegal, a Face 2 Face postou enormes retratos de isra-elenses e palestinos, frente a frente, em oito cidades palestinas e israelenses. Os especia-listas disseram que seria impossvel, mesmo assim, ele conseguiu a proeza. Depois dessa fase, fez uma srie de fotos que sublinham a dignidade das mulheres, que muitas vezes so discriminadas apenas por causa do gnero, e adensa sua arte com o projeto rugas da cida-de: retratos que visam mostrar por meio das rugas dos habitantes de uma cidade a histria e a memria de um pas. Para isso, escolheu cidades como Cartagena, Shangai e Los An-geles. Seu trabalho com as mulheres rendeu o filme Women Are Heroes, apresentado no Festival de Cinema de Cannes, em competio na categoria Camera DOr, em 2010.

    Com apenas 29 anos, sua consagrao veio com o Prmio TED - organizao que promove conferncias de 15 minutos com personalida-des que fazem a diferena no mundo, seja com seu trabalho ou atitudes que lhe oferece fazer uma interveno urbana chamada Um desejo para mudar o mundo. A partir desse mote, JR cria o Inside Out: um projeto internacional par-ticipativo que envolve pessoas de todo mundo obtendo sua imagem e colando-a em reas p-blicas para apoiar uma ideia, um projeto, uma ao e compartilhar suas experincias.

    Instalao da srie Lovers of the roof realizada em Los Angeles em 2012.

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  • Como tudo que o artista toca ga-nha nova dimenso, esse programa se transforma em Pervasive Art que se es-palha, incontrolavelmente, pelas fave-las dos arredores de Paris, nas paredes do Oriente Mdio, nas pontes quebra-das da frica e at em algumas favelas do Brasil. Aps estas exposies locais, as imagens so transportadas para Lon-dres, Nova York, Berlim e Amsterdam, onde cada expectador as interpreta com sua prpria experincia de vida.

    JR se autodefine como um ativista urbano e gosta que a populao menos favorecida economicamente, que vive

    a se fazer perguntas. Quero tentar criar imagens de pontos importantes como o Oriente Mdio ou o Brasil, que ofere-cem diferentes pontos de vista do que estamos acostumados a ver nos meios de comunicao em todo mundo, que muitas vezes so caricaturas, numa tentativa de se explicar em uma entre-vista ao jornal Le Monde. Mesmo que seja complicado definir seu trabalho, JR procura levar suas mensagens s ruas para as pessoas que nunca entra-ram num museu ou galeria. E ao procu-rar o que comum em seu olhar, o ser humano, tornou-se universal.

    Na foto maior, retrato do fotgrafo francs JR. Nesta pgina, acima, instalao da srie Lovers of the roof realizada em Los Angeles em 2012.

    em comunidades, participe de seu pro-cesso artstico. No Brasil, por exemplo, as crianas que vivem no Morro da Pro-vidncia, no Rio de Janeiro, tornaram-se artistas por uma semana. Como todo artista de sua gerao, difcil classifi-car sua arte. Eu no me considero nem um artista de rua nem um fotgrafo. Para realizar meus projetos, uso a pin-tura, a fotografia, mas tambm o vdeo, imprimo em papel ou lona, espaos urbanos e at livros. Gostaria de trazer a arte para lugares improvveis, criar projetos to grandes com as comunida-des que eles prprios seriam forados

    44 ARTE

  • JR se autodefine como um ativista urbano e gosta que a populao menos favorecida economicamente, que vive em comunidades, participe de seu processo artstico.

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  • WOMEN ARE HEROES

    Para o projeto Women are Heroes, JR decidiu retratar alguns dos mais terrveis lugares para se viver, onde pessoas resistem s mais variadas dificuldades e onde nenhum guia turstico alguma vez se atreveria a levar-nos. Pelos mais inspitos locais, filma os rostos heroicos de mulheres com um passado sofrido, para quem as lgrimas e o riso se misturam e a coragem e a esperana so uma constante forma de sobrevivncia. Desde as favelas do Rio de Janeiro at as paisagens ridas do Qunia, pelas ultrapovoadas ruas da ndia e o Camboja, um olhar diferente que revela lutas dirias. E ao procurar o que comum nos seus rostos e olhares, o artista tentou encontrar a essncia da humanidade. Com material filmado enquanto fotografava ou entrevistava aquelas mulheres, JR criou um documentrio comovente que acabou selecionado para a semana da crtica na edio de 2010 do Festival de Cannes.

    Em sentido horrio, a partir do alto, painis da srie Wrinkle on the City, nas cidades de Havana (Cuba) e Los Angeles (Estados Unidos) e retrato reticulado da srie Women are Heroes, exibido em Nova Dli, na ndia.

  • NOSTALGIA SONORAO vinil volta s prateleiras e toca-discos dos romnticos que no abrem mo da originalidade na hora de ouvir msica.

    por: Felipe Filizola | fotos: Divulgao

    52 TENDNCIAS

  • Com tantas tecnologias criadas para substituir o formato de bolachas para armazenamento de msica, como fitas K7, CDs e MP3, o recente revival dos discos de vinil gera curiosidade primeira vista. Afinal, trazer de volta uma tecnologia atrasada parece um pouco contraditrio. Mas o motivo exatamente o oposto: os especialistas afirmam que nenhum outro mtodo de gravao to fiel quando os LPs. O disco tem a msica no formato anal-gico, o que garante maiores nuances sonoras e destaque especial para os graves. Quando uma msica conver-tida de formato analgico para digital, como no caso de CDs e MP3, ocorre uma perda de qualidade, ainda que pe-quena. Muitas vezes, quando um disco remasterizado, o trabalho feito para

    eliminar o chiado acaba tirando o som orgnico do disco, e ouvidos razoa-velmente treinados podem achar o som um pouco artificial.

    Soma-se a isso o romantismo de colocar e ajustar a agulha na faixa e assistir com os olhos a poesia de um disco tocando. F de vinil, o jornalista e editor do blog Trabalho Sujo, Alexandre Matias, descreve a experincia feti-chista de se ouvir discos moda antiga: O vinil pede tempo pra ouvir msica, em contraste ao MP3, por exemplo, que permite que voc oua msica no com-putador, no celular, em movimento. O vinil exige que voc pare para ouvir m-sica.Dedicar um tempo da semana ex-clusivamente para deleitar-se com um lbum um verdadeiro luxo que ganha adeptos dispostos a transformar esse

    momento no mais especial possvel. E para deixar esse momento ainda mais especial, os amantes da msica tm in-vestido no hobby. A comear pelo pre-o de um LP, que custa em mdia trs vezes mais que um CD. Isso porque o vinil tem uma produo praticamente artesanal, de baixas quantidades e que exige insumos de qualidade. Com a tec-nologia atual, os discos j no chiam como antigamente e reproduzem o som mais fiel e encorpado da gravao original. Alm dos custos com o LP, a atividade requer outros equipamentos especiais, como agulhas trocadas com certa frequncia, caixas acsticas e amplificadores, alm dos prprios toca-discos, que passaram por uma reforma tecnolgica e oferecem funes inexis-tentes nos modelos de dcadas atrs.

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  • Mas esses custos todos parecem razoveis para os aficionados, j que as vendas globais do formato no param de crescer. De acordo com a Federao Internacional da Indstria Fonogrfica, o crescimento mdio de vendas dos ltimos dois anos gira em torno de 50% ao ano, alcanando a marca de 4,6 milhes de unidades em 2012. Fato curioso, j que o mer-cado fonogrfico gera notcias mensais sobre a queda das vendas de msicas em formatos fsicos devido ao apogeu do MP3. Atenta a essa tendncia, a Polysom, nica fbrica de LPs da Amrica Latina, reabriu suas portas em 2010, depois de encerrar suas atividades em 2007 devido s inmeras dificuldades enfren-tadas at ento. A empresa registra um cres-cimento de 40% ao ano e se mostra bastante otimista com o futuro do produto.

    Para quem torce o nariz quanto prati-cidade de um LP ou est na dvida entre a compra de um vinil ou de um CD, muitas gra-vadoras esto resolvendo esse assunto de uma forma bastante interessante. Em alguns casos, o disco vem com um cdigo que per-mite baixar as msicas em algum portal, as-sim o cliente ter tanto o lbum para guardar quanto a verso digital para carregar em seu iPod e ouvir quando quiser. Outra soluo a venda de um CD com um vinil acompanhan-do, normalmente com faixas exclusivas ou verses diferentes em cada um dos formatos. Essa soluo agrada principalmente DJs, que levam para casa e para os clubs diferentes remixes na verso bolacha.

    Para danar e comprarPor falar em baladas, a tendncia da volta

    ao vinil ressurgiu tambm nas pistas de dan-a. Depois de anos aproveitando a praticidade de levar cases compactos ou as msicas em computadores, DJs dos mais diversos estilos voltaram a carregar discos de plstico para as festas onde se apresentam. Um dos principais motivos desse fato responder de maneira profissional a uma leva de neo-DJs que usam recursos tecnolgicos de computadores para mixar msicas de maneira fcil e automtica.

    Nas pick-ups analgicas no existe truque, e o total domnio da tcnica necessrio para no haver erros, j que todo o trabalho deve ser feito ao vivo. Um dos maiores, se no o maior artista de msica eletrnica do Brasil, o DJ Marky, um desses que no troca seus vinis por nada. Dono de uma coleo que ocupa um quarto inteiro de seu apartamento e que no para de crescer, o msico impressiona pistas do mundo inteiro com a sua habilidade, sendo capaz de tocar at com pick-ups de ponta-cabea, o que leva o pblico loucura a cada apresentao.

    Se a coleo de Marky j parece exagera-da, ela ainda est atrs da de Paul Mawhin-ney, um americano que possui mais de trs milhes de discos, avaliados em 50 milhes de dlares. Dono de uma gravadora na Pen-silvnia, nos Estados Unidos, Paul comeou a colecionar em 1951 e teve uma loja de discos at 2008, quando fechou as portas por no querer mais vender as suas preciosidades. A cidade de So Paulo tem uma histria pa-recida. Apesar do nome, o Museu do Vinil, no Ipiranga, tambm nasceu de uma coleo

    54 TENDNCIAS

  • considervel e tornou-se destino certo para os colecionadores que usam o lugar como ponto de venda e troca de discos. Com caixas de vinil bem organizadas e divididas nos mais variados gneros, a maioria dos produtos ali tem preo abaixo da mdia do mercado e ra-ridades so facilmente encontradas.

    Outro destino interessante para quem quer comear ou aumentar a coleo a Feira Li-vre do Vinil, em Santo Andr. Com quase 100 edies e realizada mensalmente, ela atrai co-lecionadores, comerciantes e apreciadores de

    todo o estado de So Paulo para conferir os 21 mil itens venda por edio, divididos por 40 expositores. Em 2013, as prximas datas so 23 de Novembro e 14 de Dezembro. Na capital paulista, a loja Baratos Afins, dentro da Gale-ria do Rock, tambm faz um trabalho contnuo para a educao musical de amantes de vinil. Aberta em 1978 por Luiz Calanca, a loja foca-da em artistas independentes e tem um acer-vo respeitoso em suas prateleiras. Seja na sua prpria casa, na casa de amigos ou em festas, bem provvel que voc se depare novamente

    com o uso do vinil daqui para frente. Se por um tempo ele significava um atraso tecnolgico, hoje ele representa o lado mais legal da msi-ca, seja no lado A ou lado B.

    Servio:Baratos Afins: Rua 24 de Maio, 62 | Centro So Paulo | SP | Tel.: (11) 3223-3629Feira Livre do Vinil:Rua Campos Salles, 58 | Santo Andr, SP | feiralivredovinil.blogspot.com.brMuseu do VinilRua Cisplatina, 502, Ipiranga So Paulo, SP | Tel.: (11) 2915-6387

    Ao lado,o DJ Marky, que usa vinil em festas que anima no mundo inteiro. Nesta pgina, prateleiras de LPs no Museu do Vinil, em So Paulo.

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  • Vestido Patricia BonaldiBrincos AcervoBracelete Flavia BaldiSandalia Christian Loubutin

    58 MODA

  • FOTOGRAFIA_GABRIEL WICKBOLD

    TEXTO_MARLON MURARO

    CIMADEDE

    CIMAExistem cidades bonitas. Existem cidades lindas.Cada qual tem seu encanto, cada uma sua prpria beleza.Cabe a cada um de ns enxerg-la e descobrir onde escondem ou revelam suas curvas e seus horizontes.Mas dentre todas estas diferenas, algo se mostra nico e absoluto: todas as cidades so deslumbrantes quando vistas de cima.E aqui em cima, poucos podem observar e, menos ainda, desfrutar disto todos os dias.O belo parece sempre inalcanvel. E para a maioria das pessoas, . Mas privilegiados so os que podem alcan-lo, senti-lo e observ-lo. Sempre h lugar para mais algum no topo. E chegar l faz parte da natureza humana. No precisamos saber porque, mas queremos estar l. A moda assim. As grifes sabem disso e estrategicamente posicionam-se acima, no topo, para serem buscadas, perseguidas e desejadas por todos, mas alcanadas somente por alguns.Estes mesmos que de suas janelas podem ver a cidade, de cima. Com olhar de conquistador, com orgulho de merecedor e privilgio do vencedor.Voc fez por merecer. Bem-vindo ao topo. Aqui o seu lugar.

  • Vestido Brbara BelaBracelete Cludia ArbecBrincos AcervoSandlia Schutz

  • Vestido Cholet Brincos AcervoAnel Raphael FalciSandlia Schutz

  • Vestido Cris BarrosBrincos AcervoBracelete Espaco Fashion

  • Vestido Brbara Bela Colar Cludia ArbecAnel Raphael FalciSandlia Carrano

  • Vestido Carlos MieleBrincos Acervo StylistBracele Espao FashionSandlia Santa Lolla

  • Vestido Carlos MieleColar Fabrizo GiannoneAnel Swarovisky ElementsSandlia Zeferino

  • por: Felipe Filizola | fotos: Divulgao

    FAZER O BEM FAZ BEM.Melhorar o mundo d trabalho e toda ajuda sempre bem-vinda.

    VOLUNTARIADO 68

  • Enquanto no vivermos em um mundo perfeito, ainda existiro aspectos a serem melhorados e pessoas a serem ajudadas. A vontade de transformar o mundo em um local melhor para se viver ou ajudar uma pessoa a ter melhores condies de vida impulsiona uma multido de pessoas que a cada dia acordam prontas para fazer sua parte. Seja aju-dando a educar crianas, alfabetizar adultos, cuidar de ido-sos, abrigar animais ou doar sangue, no faltam opes para quem est disposto a se dedicar ao prximo.

    A deciso de como ajudar o mundo deve sempre partir do voluntrio, que sabe quanto tempo, dinheiro, energia e condies emocionais tem para oferecer. Escolher o tipo de voluntariado o primeiro passo para quem resolve se doar de alguma forma, e nessa primeira etapa importante con-siderar o perfil pessoal e qual urgncia o comove. J existem alguns sites que podem auxiliar na deciso, como o Volun-trios (www.voluntarios.com.br) e o Voluntariado (www.vo-luntariado.org.br). Neles, h uma lista de associaes srias cadastradas, que so divididas por regies das cidades, por demanda de tempo que cada atividade requer do candida-to, por campo de atuao e por habilidades exigidas para a execuo da atividade. O comprometimento fator determi-nante de sucesso para que a atividade seja recompensadora para o voluntrio e para o assistido. Mesmo pessoas sem tempo podem ajudar muito fazendo doaes, j que a maio-ria dos projetos listados tambm tem recursos financeiros limitados para expandir sua atuao. Para algumas institui-es, a ajuda financeira to importante quanto a recebida por voluntrios dispostos a passar tardes ou finais de sema-na colaborando.

    O ato nobre de fazer o bem recompensado de maneira maior do que se imagina. Ainda que haja a conotao histri-ca de ter a caridade como um ato de altrusmo e abnegao, o voluntrio logo percebe que a ao uma verdadeira tro-ca bilateral. Os sentimentos gratificantes de se fazer o bem aparecem, j que o voluntrio passa a sentir-se necessrio, compartilhando uma habilidade e conhecendo uma outra perspectiva da realidade. A atividade pode ensinar uma nova aptido ou desenvolver alguma j existente, como a capa-cidade de liderana, a sinergia de realizar um trabalho em grupo ou a ser mais compreensivo.

    Organizaes ajudam quem estiver disposto a ajudar.

    A Associao Viva e Deixe Viver treina e capacita volun-trios para se tornarem contadores de histrias em hospitais para crianas e adolescentes internados em oito cidades do pas. Atravs de atividades culturais que estimulam o de-senvolvimento das aptides dessas crianas, a Associao contribui para a humanizao dos servios a elas destinados, integrando no seu cotidiano as condies de comunicao e interao com a realidade externa. Para realizar seu objetivo, ela recebe como doao pelo menos duas horas semanais de seus voluntrios, que contam ou fazem histrias. Sim, porque para existir o contador de histrias necessrio que existam aqueles que do suporte, divulgando, treinando, auxiliando e desenvolvendo a Associao.

    Voluntrios da Associao Viva e Deixe Viver reservam um tempo por semana para se transformarem em contadores de histrias em hospitais.

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  • Para se tornar um voluntrio do Viva preciso conhe-cer e concordar com as suas diretrizes e regras, ter idade superior a 18 anos, disponibilidade para atuar uma vez por semana durante 2 horas no hospital e participar de oficinas de capacitao, que ocorrem na sede da Associao, para aperfeioamento da atividade de contar histrias. Alm dis-so, preciso se manter atualizado sobre literatura infantil, gostar de ler, ter disponibilidade para estudar livros infantis e interesse em ser contador de histrias, pois as atividades desenvolvidas no hospital so baseadas exclusivamente na apresentao de histrias e utilizao de livros. O processo seletivo da Associao um dos mais rigorosos e reconhe-cidos entre as organizaes brasileiras do Terceiro Setor. Em 2011, a instituio recebeu cerca de 600 inscritos e no final restaram 134 voluntrios para atuarem nos hospitais par-ceiros em So Paulo. Muitas vezes, no basta a vontade de exercer um trabalho voluntrio. preciso estar apto aos desafios desta funo, que exige compromisso, conscincia e constncia, como est exposto em nossa misso, ressalta Valdir Cimino, fundador e presidente da entidade.

    A primeira etapa do processo seletivo comea com a pa-lestra Princpios e Diretrizes da Associao Viva e Deixe Viver, com o intuito de sensibilizar o futuro voluntrio sobre a misso, a causa e os valores que so a base do Viva. Cada candidato deve cumprir as seguintes etapas obrigatrias do processo de seleo: 13 encontros/palestras de capaci-tao e treinamento prtico acompanhado de um contador mais experiente. No final desse processo, acontece a tradi-cional celebrao e confraternizao dos voluntrios. Essa seleo e treinamento primordial, pois os voluntrios tero que lidar com situaes de alta carga emocional. Referncia internacional quando o assunto voluntariado, o programa Mdicos Sem Fronteiras tambm tem uma longa lista de exi-gncias e etapas no processo de seleo. O primeiro passo a elaborao de um currculo em ingls ou francs, seguido por uma pr-entrevista por telefone.

    A ONG Mdicos sem fronteiras leva atendimento para as populaes carentes de pases pobres.

    70 VOLUNTARIADO

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  • Se aprovado, o candidato realiza uma ati-vidade presencial, na qual ser avaliado por suas competncias e qualidades, como a motivao pelo trabalho humanitrio, expe-rincia profissional, flexibilidade, adaptabi-lidade, sociabilidade, facilidade e interesse por trabalhar em equipe, capacidade de lidar com grande carga de trabalho e de trabalhar em condies por vezes difceis. Experincia de trabalho em regies remotas e com poucos recursos e conhecimento de outras lnguas es-trangeiras tambm contam pontos.

    Os aprovados na seleo entram num pe-rodo de espera que tem durao varivel, at ser encontrado o posto de trabalho mais adequado para seu perfil. A durao padro de uma misso de aproximadamente nove meses. importante ressaltar que a disponi-bilidade do profissional selecionado dever estar de acordo sua prpria demanda, no en-tanto, ele no escolhe, a priori, em que pas ir trabalhar.O Mdicos Sem Fronteiras bus-ca profissionais que queiram construir uma carreira na organizao. Desse modo, um pe-rodo longo de comprometimento profissional com o MSF em pases e contextos diferentes oferecido aos expatriados, de acordo com sua formao e disponibilidade, assim como diversos treinamentos ao longo da carreira para membros da equipe.

    So muitas as exigncias para ingressar no programa, mas sem esse rigoroso processo seletivo o sucesso e reconhecimento mundial no existiriam. Fundada em 1971 por jovens mdicos e jornalistas franceses, seu objetivo oferecer ajuda mdica e humanitria a popu-laes em situao de emergncia, em casos como conflitos armados, catstrofes, epide-mias, fome e excluso social. Em 1999, o MSF recebeu o Nobel da Paz pelo seu combate em favor da ingerncia humanitria e hoje atua em mais de 70 pases, sendo a maior ONG de ajuda humanitria na rea de sade do mundo.

    Outro programa de voluntariado com desta-que internacional o da Naes Unidas. Cria-do em 1971 a pedido dos pases membros da

    ONU, oPrograma de Voluntrios das Naes Unidas (UNV) tem por objetivo ser uma fonte estratgica de conhecimento e assistncia sobre o papel e a contribuio do voluntaria-do para os programas de desenvolvimento. Desde aquele ano, mais de 30 mil pessoas participaram do Programa. Hoje, o UNV conta com mais de 7.500 voluntrios que a cada ano levam seu conhecimento para comunidades de seu prprio pas ou no exterior -, ajudan-do-as a se transformarem na fora motora de seu prprio desenvolvimento. Os voluntrios atuam em mais de 100 campos profissionais. Ajudam a manter a paz, organizam eleies, trazem alvio em situaes de emergncia, promovem os direitos humanos, melhoram as condies de sade, ensinam tcnicas efeti-vas de agropecuria, promovem a igualdade de sexos e protegem o meio ambiente.

    Os voluntrios desenvolvem atividades nos movimentos populares e no governo, com o setor privado e com as agncias da ONU, alm de trabalham com as ONGs.

    Para se inscrever e mandar seu currculo, os interessados devem ter pelo menos 25 anos (no h limite mximo), possuir experincia em sua rea de trabalho e falar fluentemente pelo menos algum destes trs idiomas oficiais da ONU: ingls, francs e/ou espanhol. Nor-malmente, os trabalhos voluntrios oferecidos tm durao de seis meses a um ano e, pela prpria essncia do voluntariado, no so pa-gos. Porm, aqueles que prestam servios ONU recebem, mensalmente, uma pequena quantia para cobrir gastos bsicos enquanto servem organizao. Essa quantia varia de lugar para lugar e leva em conta o custo de vida do pas onde o voluntrio ir trabalhar.

    72 VOLUNTARIADO

  • DICAS PARA QUEM QUER AJUDAR

    No se voluntarie simplesmente por crdito ou para se vangloriar. Certifi-que-se de que uma coisa da qual voc capaz e que gosta.

    Se voc precisa de habilidades espe-ciais, roupas especiais ou qualquer outro equipamento para conseguir levar em frente seu trabalho voluntrio e ele no foi fornecido, requeira-o. Sua segurana, sade e conforto so to importantes como os de um empregado remunerado.

    Se voc quer se voluntariar, mas no quer ou no tem um contrato de longo prazo, lembre-se de que trabalhos vo-luntrios ocasionais ou de curto prazo podem ajudar muito. Doar sangue no tira muito tempo, e voc se sente muito bem ao fazer isso.

    Se voc est no comando de volun-trios, agradea-os regularmente. Tam-bm no espere que eles fiquem conten-tes com os seus agradecimentos eles no tm que estar l e algum ressenti-mento pode surgir, terminando um bom relacionamento de trabalho ou at mes-mo resultando no fim da organizao.

    Muitas oportunidades de trabalhos voluntrios so caractersticas de certas pocas, como ajudar lares carentes no natal ou doao de material escolar nas voltas s aulas para crianas. Se voc realmente no tem tempo, tente ajudar ao menos uma vez por ano.

    No evite o trabalho voluntrio s porque voc no quer ser incomodado. Todas as sociedades precisam de volun-trios que so competentes, entusiastas, disponveis e de boa vontade. Quando voc se sentir disposto a fazer esse tipo de trabalho, faa isso rapidamente. Exis-te um grande sentimento de troca no tra-balho voluntrio, e voc s vai entender quando o fizer. Enquanto a organizao/clube/escola/sociedade est pegando sua energia de graa, voc est ga-nhando confiana, satisfao em fazer um bom ato, crescendo como pessoa e talvez at treinando outras habilidades que voc no aprenderia se continuasse sozinho e solitrio. Fique aberto para o mundo, porque um dia talvez seja voc a precisar de ajuda.

    MUDAR O MUNDO8 JEITOS DE

    A arrecadao e distribuio de doaes de alimentos, produtos de

    higiene e medicamentos faz parte do Programa de

    Voluntrios das Naes Unidas.

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  • Com restaurantes por todos os cantos da cidade, So Paulo tornou-se a capital da gas-tronomia no Brasil. Seu circuito gourmet ofe-rece cardpio variado - que inclui receitas de todos os lugares do mundo e do Brasil -, cheio de opes para todo tipo de paladar, chefs es-trelados e lugares badalados para quem faz a festa na hora das refeies. Com toda essa movimentao, a cidade no cansa de celebrar a boa mesa com banquetes, eventos especiais e festivais gastronmicos.

    Nesse rol de celebraes agora a vez da fotografia apresentar o que h de melhor no universo gourmet da cidade. A exposio Foto Food - em cartaz at o fim da primeira quinzena de dezembro no restaurante Miya apresenta 14 imagens inditas que revelam a sincronia entre a gastronomia e a arte. A ini-ciativa da Galeria Coletivo, criada pelos fot-grafos Carlos Piratininga e Rogrio Voltan, que rene um grupo de experientes fotgrafos em seu portflio, como Ucha Aratangy, Cac Bra-tke, Felipe Reis, Evelyn Muller, Celia Weiss, Eduardo Pozella, Fred Busch, Jonathan Nobre, Levi Mendes Jr., Lus Gomes, Pedro Morais, Z Amaral, Weber Amendola e Pedro Rubens (in memoriam). Das lentes desse seleto grupo surgiram imagens que aguam os sentidos. Gosto de usar uma luz lateral ou contra mais forte a fim de trazer mais volume comida. A montagem do prato tambm importante, alm da beleza, valoriza a comida, diz a fot-grafa Cac Bratke. A luz tambm a principal aliada da fotgrafa Ucha Aratangy. Foto luz: luz pensada, luz criada, luz construda para tra-zer a atmosfera que queremos para a imagem.

    A comida - preparada por experientes chefs - vira exposio de arte na mostra Foto Food em cartaz na capital paulista

    Abaixo, uma escultura de acelgas

    por Rogrio Voltan.

    direita, um still de panelas clicado por Z Amaral e chocolate

    por Eduardo Pozella.

    JARDIMDAS DELCIASPOR: claudio gues | FOTOS: DIVULGAO

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  • Trabalhar com fotos de comida um prazer, partimos de um material que tem cor, textura e, muitas vezes, memria afetiva. A saber o que fazer com a luz para trazer tona o que se quer de cada prato, revela a fotgrafa.

    A fotografia de gastronomia tem suas peculiaridades. Os fotgrafos costumam es-timular os sentidos e sensibilizar os espec-tadores atravs do olhar, com imagens que valorizam a percepo das texturas, consis-tncia, temperatura, suculncia e sabor de todos os ingredientes servidos em um pra-to. So essas as qualidades realadas pela fotografia para deixar a comida desejvel e gostosa de olhar. Muitas vezes para deixar um alimento visualmente mais atraente, os profissionais recorrem ao food stylist, tam-bm conhecido como produtor de culinria ou estilista de alimentos. Com a assistncia desse especialista, a sesso de fotografia se torna completa com o estudo do visual do prato, da consistncia ideal de cada item dos ingredientes at a montagem, decorao e, principalmente, a manuteno da aparncia do prato pelo tempo necessrio para a cap-tao da imagem. Detalhes que necessitam de muito conhecimento e uma boa dose de mgica. Fotografar alimentos exige bastan-te tcnica e ateno aos detalhes a fim de insinuar a perfeio com uma boa imagem, ensina o fotgrafo Felipe Reis. Para produzir imagens com qualidade, os fotgrafos con-tam com equipamentos e processos especfi-cos, que levam em considerao cada etapa da sesso de fotos, desde a criao de cen-rios at o tratamento das imagens.

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  • CLICK TO CLICK

    Especializada em fotografia, a Galeria Cole-tivo criadora da mostra Foto Food surgiu no ano passado sob a direo dos fotgrafos Carlos Piratininga e Rogrio Voltan. Com um time de experientes profissionais consagra-dos nas reas de design, arquitetura e moda - , a galeria difunde a fotografia como forma de expresso artstica, que transforma o banal em inusitado, o rotineiro em nico, o agradvel em instigante, nas palavras de seus diretores.

    As fotografias expostas no Foto Food po-dem ser compradas via internet. Os clientes podem eleger suas imagens prediletas e fazer o pagamento online no site da Galeria Coleti-vo. Quando criei essa galeria, o objetivo era a venda e a popularizao de fotos artsticas. A mostra no restaurante Miya deixar essa im-portante manifestao de arte mais prxima do pblico, explica Carlos Piratininga.

    SERVIOA exposio Foto Food acontece no restauran-te Miya, de tera a domingo, na Rua Fradique Coutinho, 47, no bairro de Pinheiros. A entrada gratuita. Mais informaes nos sites:www.galeriacoletivo.com.brwww.restaurantemiya.com.br

    01. Ervilhas, Z Amaral02. Limo siciliano,

    Fred Busch03. Mquina de macarro,

    Lus Gomes04. Talheres, Cac Bratke05. A origem do mundo,

    Carlos Piratininga06. Ambulante,

    Evelyn Muller

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  • 78 PERFIL

  • Em tempos de papa Francisco e Lionel Messi, Ricardo Darn, considerado o ator mais importante da Argentina, rejeita o ttulo. Mas tem um segredo: nasceu filho de atores, aprendeu tudo com os pais e nunca teve medo de se expor ao ridculo: qualidade que faz de todo ator um grande intrprete.

    POR: LUIZ CLAUDIO RODRIGUES | FOTOS: DIVULGAO

    FINA ESTAMPA

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  • Dirigido por Juan Jos Campanella, em 2009, no filme O Segredo dos Seus Olhos segundo filme argentino a ganhar a estatueta do Oscar de melhor filme estrangeiro depois de A Histria Oficial, do diretor Luis Puenzo, em 1985 , o ator Ricardo Darn ganhou pro-jeo internacional, mas o sucesso no lhe su-biu cabea. Continuou na Argentina atuando em bons filmes que aumentaram seu prestgio junto crtica especializada e aos aficionados em cinema cult. Filho de atores, comeou a trabalhar cedo no mtier, no rdio e na TV. Pela origem artstica, garante ter superado ta-bus comuns da profisso: nunca teve medo do ridculo e no recusava trabalho algum. No pensava se ia ter prestgio ou no, aceitava todos com muita alegria por saber como ser de uma famlia de atores, sem estabilidade fi-nanceira, lembra o astro argentino. Dos pais, o homnimo Ricardo Darn e Rene Roxana, afirma com tristeza que eram talentosos, mas que no tiveram sorte na vida. Entretanto, foi com eles que aprendeu os meandros, truques e armadilhas do mundo artstico.

    Sua primeira atuao foi aos dez anos no teatro e seis anos depois fez sua estreia na TV, com o programa Alta Comdia e Estacion Retiro, dirigido por Alberto Migr, popular no-velista portenho. Por conta disso, atinge popu-laridade na Argentina, sendo protagonista em vrias produes. Mesmo na televiso, nunca abandonou o teatro mesmo sem fazer qual-quer curso de dramaturgia e discretamente passou a fazer cinema, na maioria das vezes em longas-metragens dedicados ao pblico juvenil.

    O reconhecimento no cinema teve incio com o policial Nove Rainhas, de 2000, dirigido por Fabin Bielinsky, e O Filho da Noiva, pelcula do mais tarde premiado com o Oscar, Campa-nella, dirigido por ele em quatro produes.

    Curiosamente, foi s depois que os longas estouraram na Espanha que os argentinos passaram a dar bola para Darn. Tal qual no Brasil, no mesmo? Sobre o sucesso, o ar-gentino assume postura humilde. Encontrei gente disposta a confiar em mim. Eles esten-deram a mo e me fizeram ir frente, encarar novos desafios. Antes de aceitar um projeto, o roteiro precisa peg-lo pelo estmago, afirmou Darn numa coletiva em So Paulo, em 2010, como homenageado da 5a Mostra

    Cinema e Direitos Humanos na Amrica do Sul. Sobre o cinema latino, tem uma opinio formada: H algo que de alguma maneira nos identifica, que o humor, a vocao de rir de ns mesmos, uma ingenuidade por sermos pa-ses jovens em termos democrticos, afirma. Entre seus projetos futuros, tem o compromis-so de fazer um filme com o brasileiro Walter Salles, mas o roteiro ainda no est finalizado. Com Salles, tudo certo, mas a carreira interna-cional a princpio no lhe interessa.

    80 PERFIL

  • E se, ao mesmo tempo, tem o desejo e re-ceio de filmar com Woody Allen, afirma que jamais trabalharia com Pedro Almodvar. Tenho meus motivos. Discuto muito, e Al-modvar tambm. No ia dar certo. Sobre o seu ofcio, que adotou por vocao, quanto mais natural formos, quando contamos algo com sinceridade, maior a probabilidade de sermos entendidos e de as pessoas, no im-porta o lugar, se identificarem conosco. Isso verdade, pois fez 50 anos de carreira, tem 40 filmes e 10 peas em seu currculo.

    Aos 56 anos, Ricardo Darn um dos mais talentosos atores da atualidade no mundo. Na Argentina, desfruta da mesma populari-dade do jogador Maradona e do papa Fran-cisco, o antigo cardeal de Buenos Aires, Jor-ge Mario Bergoglio. H mais de uma dcada estreia um filme por ano. Seu mais recente filme Tese sobre um Homicdio - do diretor Hernn Goldfrid - um suspense policial.

    O argentino Ricardo Darn em cenas do filme O Segredo dos Seus Olhos, do diretor Juan Jos Campanella.Abaixo, Ricardo Darnno elenco de abutres do diretor Pablo Trapero.

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  • A histria se passa dentro de uma facul-dade de direito. O ator faz o papel de um pro-fessor que d aula de criminalstica. Durante o curso acontece um assassinato de caracte-rsticas muito particulares. O professor fica obcecado com esse crime e resolve ir fundo na investigao. Atualmente terminou de rodar Relatos Selvagens, um filme de um cineasta jovem, chamado Damin Szifrn, composto por seis contos curtos e que, apa-rentemente, no tm ligao entre si. Mas, no fundo, todos tm um denominador comum, que a sobrecarga de violncia na sociedade. Alm disso, est em cartaz no teatro argenti-no com a adaptao teatral de Cenas de um Casamento, escrita pelo diretor sueco Ing-mar Bergman, sob a direo da famosa Nor-ma Aleandro. Ao contrrio dos pais, nunca teve que pedir trabalho. Nunca tive planos

    de querer ser fulano ou beltrano. Isso passa s pessoas que veem as coisas de fora. Eu sempre vi da cozinha. Ou seja, no me reco-nheo ambicioso nesses termos. O que no significa que eu no seja ambicioso nesses termos. Algo devo ter, porque seno no iria para a frente, no evoluiria. Sempre ri demais desse ofcio. No me podem contar nada de como funciona ou tentar me explicar o que a essncia de um ator, o que passa na cabea dele, no corpo, na alma. Disso eu vi tudo: dos meus pais, da minha irm e de mim. Como uma famlia de atores, tivemos muitas opor-tunidades de viver e experimentar, afirmou em recente entrevista ao jornalista brasileiro Ricardo Moreno. Enquanto os novos filmes no vm, ele se diverte no teatro e descansa em casa, com a mulher, os filhos e quatro ca-chorros, num vilarejo perto de Buenos Aires.

    Encontrei gente disposta a confiar em mim. Eles estenderam a mo e me fizeram ir frente, encarar novos desafios

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  • E REALISTAO Novo Cinema Argentino e a sua realidade cheia de poesia

    INTELIGENTE

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  • Muito conhecida pela qualidade de sua in-dstria cinematogrfica, a produo de cine-ma da Argentina sofreu uma obstruo grave na dcada de 70 sob o governo militar. Os efei-tos desse perodo transitaram para a dcada de 80, com o cinema tratando as questes em torno do que viria a ser conhecido como a guerra suja do pas. Apesar da maioria dos roteiros da poca no explorar em formas ou contedos novos, houve excees que brilha-ram nas telas mundo afora, como A Histria Oficial (1985) de Luis Puenzo, vencedor do Os-car de Melhor Filme de Lngua Estrangeira. A pelcula retrata a vida de uma professora de histria que, aps o final do regime militar, ini-ciado em 1976 no pas, tenta descobrir quem a me biolgica de sua filha adotada. Por conta de ameaas sofridas por atores e pro-

    duo, o diretor chegou a anunciar que havia terminado as filmagens, mas continuou meio clandestinamente, trocando as locaes e fil-mando com teleobjetivas, como afirmou em 2006 ao jornal portenho Clarn.

    A dcada de 90 marcou uma nova fase no cinema argentino, representada por um grupo de jovens diretores que lutaram para recupe-rar a identidade cinematogrfica de seu pas e para mostrar a nova realidade da Argentina, menos preocupada com os acontecimentos do passado e mais focada em problemas sociais difusos enfrentados diariamente pelos argen-tinos. O crescimento das escolas de cinema em meados dos anos 90 e a criao de novos festivais de cinema como o Mar del Plata e Ba-fici tornaram-se uma plataforma para os novos diretores mostrarem suas obras.

    POR: ANA KREPP | FOTOS: DIVULGAO

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  • Esse grupo de novos diretores, considerados coletivamente parte do Novo Cinema Argentino, est ligado por sua contemporaneidade de temas e pela mistura de realidade e fico. Suas obras preocupam-se em criti-car a sociedade argentina moderna e mergulham nas vidas de personagens individuais com realismo, iluminando pequenos detalhes to comuns a todo ser humano. Tudo o que acontece hoje em dia tem a ver com o que aconteceu em meados da dcada de 90, disse Ezequiel Luka, diretor, crtico de cine-ma e autor de dois livros que exami-nam a evoluo do cinema argentino desde a sua ressurreio, cerca de duas dcadas atrs. Foi quando sur-giram os mais importantes diretores

    da atualidade, como Pablo Trapero e Lucrecia Martel. Uma nova legisla-o, aprovada em 1995, deu o pontap inicial ao renascimento da indstria, direcionando mais recursos pblicos para os cineastas locais e incentivan-do a coproduo com outros pases.

    Entre os grandes filmes dessa es-cola de diretores esto os magnficos Nove Rainhas (1999) de Fabin Bie-linsky e O Filho da Noiva (2001) de Juan Jos Campanella. Bielinsky recorre farsa e ironia para pr em cena dois simpticos pilantras que planejam um crime. J Campanella recorre ao sen-timentalismo nostlgico e apologia classe mdia para falar dos tempos que correm no pas. Essa classe mdia tambm pano de fundo para O Abrao

    Em sentido horrio, os diretores Lucrecia Martel, Pablo Trapero e Juan Jos Campanella, responsveis pelo bom cinema argentino da atualidade.

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  • METEGOL Campanella para los nios

    Juan Jos Campanella lanou em 2013 a primeira animao em 3D produzida na Argentina. Metegol conta a histria de um boneco de uma mesa de pebolim que ganha vida e passa a viver no mundo real. A produo feita na Argentina e na Espanha a mais cara do cinema argentino de todos os tempos, e tambm a mais cara animao j feita na Amrica Latina, custando um total de 21 milhes de dlares. O roteiro de Campanella e Eduardo Sacheri foi inspirado no conto Memorias de un wing derecho, do falecido escritor e cartunista argentino Roberto Fontanarrosa.

    Partido (2004), de Daniel Burman, que narra a histria de um jovem que tenta conseguir a cidadania polonesa para se mudar para a Europa quando reencon-tra seu pai. O filme ganhou dois Ursos de Prata no Festival de Berlim de 2004.

    Essas quase duas dcadas de inves-timentos culminaram com o segundo Oscar conquistado pela Argentina, em 2010, com o emocionante filme O Segre-do de Seus Olhos. Tambm dirigido por Campanella, o longa conta com o maior astro do pas, o ator Ricardo Darn, que interpreta um oficial de justia recm--aposentado. No mesmo ano em que le-varam a estatueta para casa, os argen-

    tinos tambm ganharam um novo canal de televiso em rede aberta, dedicado exclusivamente ao cinema nacional. Com mais de 100 filmes lanados anu-almente nos ltimos anos, programao definitivamente no falta. Assim como no falta interesse do pblico: em 2011, enquanto 192 milhes de brasileiros compraram 141 milhes de ingressos de cinema, 40 milhes de argentinos com-praram 50 milhes de ingressos!

    Alm dos diretores consagrados, uma nova gerao comea a despontar na cena argentina, como o ex-publici-trio Gustavo Taretto, diretor de Me-dianeras (2011).

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  • O filme ganhou o prmio do pblico do Festival de Berlim e, desde ento, foi assistido em 30 pases. Sebastin Bo-rensztein, famoso por sua carreira na televiso, assinou re-centemente Um Conto Chins (2011), sobre um colecionador mal-humorado que ajuda um chins em apuros. O filme foi o maior sucesso de bilheterias dos ltimos anos e estrelado por Ricardo Darn. O ator, inclusive, anda se aventurando no outro lado das cmeras, dirigindo alguns filmes (veja mat-ria na pgina 70).

    O mais interessante que os filmes que expressam to intensamente a Argentina so tambm reconhecidos em outros pases. O cineasta e professor de cinema Fermin Rivera, diretor do documentrio Huellas y memria, sobre a vida do maior documentarista argentino, Jorge Prelorn (1933-2009), explica um dos motivos de sucesso: J temos uma linguagem que revela a Argentina, no em sentido pi-toresco, mas no registro verdadeiro e realista, contudo sem excluir um olhar potico. Assim, revelando a poesia em realidades duras, o cinema argentino no para de arrancar suspiros da plateia.

    Cartaz do filme Medianeras e o seu dire-tor, o portenho Gustavo Taretto, que abandonou a carreira de publicitrio pelo cinema.

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  • BRBAROSFachada do Tubana Bar, seu cardpio de refrigerantes artesanais e detalhe das prateleiras de jogos do Ludus Luderia.

    Os inusitados bares da capital paulista que tm a diverso fixa no cardpio.

    POR: Felipe Filizola | FOTOS: DIVULGAO

    90 GASTRONOMIA

  • Ludus LuderiaO cardpio mais concorrido do Ludus no o de bebidas, mas o de jogos. Com mais de 700 opes, os clientes podem escolher entre jogos nacionais e importados de tabuleiros, cartas, dados, e role-playing. O valor da entrada d direito ilimitado de partidas e modalidades, e os monitores do bar auxiliam na escolha e ensi-nam as regras de cada jogo. O menu de bebidas tambm faz aluso s brincadeiras, nomeando coquetis com nomes como War, Imagem e Ao, Monopoly e Batalha Naval e ofe-rece diversas opes de pores de petiscos e cervejas nacionais e importadas para serem de-gustadas entre os amigos durante as partidas. Diverso garantida para todas as (maior)idades.R. Treze de Maio, 972 - Bela Vista. Tel.: (11) 3253-8452

    Tubana BarEsse bar presta uma homenagem ao famoso refrigerante retr servindo mais de 20 rtulos diferentes produzidos por pequenos fabrican-tes atuais, a maioria do interior de So Paulo. Na hora da escolha, um tubalier, sommelier de Tubanas, auxilia na tomada de deciso levando em conta o gosto do cliente. Esse pro-fissional tambm o responsvel por montar a carta de bebidas, analisando o buqu e o sabor oculto das Tubanas e trazer sempre novidades para o estabelecimento, localiza-do nos Jardins. Mas como poucas pessoas saem para beber refrigerante, o bar tambm conta com drinques que misturam destilados ao produto-chefe da casa. Entre os mais fa-mosos esto o Cosmopolitan do Agreste, o Mojana, o Supimpa e o Kriptonita. Para acompanhar, receitas que remetem infncia dos frequentadores, assim como as Tu