revista vida e natureza 160

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Base do Ibama Futuro incerto em Painel/SC Pg. | 16 e 17 Meio Ambiente Chapecó como referência Pg. | 04 a 06 Serra do Rio do Rastro Autorizado o complexo turístico Pg. | 13 É proibido expor Animais fora das vitrines Pg. | 09 R$ 7,90 A REVISTA Sobrevivência ameaçada “Adotando o meio ambiente por inteiro” 8 anos C O M V O C Ê E O M E I O A M B I E N T E Papagaios peito-roxo e charão perto da extinção

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Page 1: Revista Vida e Natureza 160

Base do IbamaFuturo incerto em Painel/SC

Pg. | 16 e 17

Meio AmbienteChapecó como referência

Pg. | 04 a 06

Serra do Riodo Rastro

Autorizado o complexo turísticoPg. | 13

É proibido exporAnimais fora das vitrines

Pg. | 09

R$ 7,90

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Sobrevivência ameaçada

“Adotando o meio ambiente por inteiro” 8anos

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Papagaios peito-roxo e charão perto da extinção

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ContatoRua: Presidente Roosevelt, 344Centro – CEP: 88.504 – 020Lages – Santa CatarinaFone: (49) 9148-4045E-mail: [email protected]

Diretor GeralPaulo Chagas Vargas

Consultoria AmbientalBióloga Ana Clarice Granzotto O. Vargas

Jornalista ResponsávelBetina Pinto - Reg. SC 01940 - JP

Diagramação e Projeto GráficoRevista Vida & Natureza - Caroline Colombo

Tiragem e Impressão2.000 exemplaresGráfica Tipotil

Expediente

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12 | PROTETORES ANÔNIMOS

Enquanto alguns caçam e matam, eles salvam

4 A 6 | MUNICÍPIO DE CHAPECÓ

Cidade como referência ambiental

9 | AGORA É PROIBIDO

Lei impede exposição de animais em vitrines

16 E 17 | ESTAÇÃO DO IBAMABAP de Painel trabalha sob a incerteza do futuro

18 | VIDA NO CATIVEIRO

Em Tampa (FL) nasce um gorila

13 | SERRA DO RIO DO RASTRO

Pronta para receber o complexo turístico

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“A Revista Vida & Natureza circula onde você nem imagina. Mas o importante é que ela sempre está onde o Meio Ambiente mais precisa: em suas mãos”.

ÍndiceVisão“Ser um meio de comunicação referencial seguindo princípios e valores éticos, alcançando

assim, a consciência na preservação da Natureza”.

Missão“Fazer com que todos tenham

oportunidade de obter informações envolvendo o meio ambiente e atingir a

consciência futura”.

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Palavra doEditor

Paulo Chagas

De quem é a responsabilidade?

Não há quem não tenho ouvido ou visto alguém falando sobre a necessidade de proteger o meio

ambiente. No entanto ainda está faltando que mais e mais pessoas assumam esta respon-sabilidade. Pois então vejamos. A maioria das ações, e diga-se de passagem, estão sendo praticadas por uma minoria. Grande parte da população até entende o fato de ter que parti-cipar de algum processo de preservação, mas pouco faz, como se o tempo não influenciasse nos acontecimentos que cercam a natureza.

Enquanto isso, as tais minorias seguem trabalhando forte para for-talecer a educação e a consciência.

Estão certas de que atitudes transformadas em práticas podem fazer com que cada vez mais pessoas se incluam no processo preser-vacionista. Você já parou para pensar, sobre o que está fazendo para contribuir de alguma forma com o meio ambiente? Obviamente pensou sim, mas sem exercer alguma atitude. Nesse caso, muitos pensam que a responsabi-lidade maior cabe mesmo às autoridades. Até

certo ponto sim. De resto, a contribuição deve se expandir entre todos numa sociedade.

Diante de tanta falta, ainda, de pre-ocupação com a natureza, repito, de uma maioria da população, é

importante analisar o que então os órgãos com-petentes estão realmente fazendo? Sou capaz de apostar e nunca perder, de que muitos muni-cípios, somente de Santa Catarina, sequer têm uma Pasta ou Departamento dirigido a cuidar do meio ambiente. Projetos então, quase nada. A não ser os esforços de professores em salas de aula atuando na educação das crianças, alertando para a preservação.

Minha preocupação recai muito sobre os gestores, ou seja, os mandatários municipais. Sem

que estejam centrados e com interesse em realmente cultivar a prática da educação e preservação ambiental, não serão seus pares no governo que o farão com todo o esmero. É sabido, no entanto, que existem prefeitos ex-tremamente preocupados com o bem estar da ecologia, e da população, zelando pela saúde de tudo e de todos. Enquanto tiver gente com o poder de decisão, distante do foco ambien-tal, o meio ambiente do município padece junto com o descaso.

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O Município de Chapecó, no Oeste Catarinense, nos últi-mos anos implementou uma

nova política ambiental visando especi-ficamente a melhoria da qualidade de vida da população, com amplos bene-fícios às gerações futuras. A proposta tem o dedo do prefeito José Claudio Ca-ramori, que amplia a visão da susten-tabilidade também às áreas rurais, com a implantação de diversos programas. Entre eles, o Projeto Água Boa, e que contempla o campo desde a revegeta-ção da mata ciliar; a preservação dos riachos, de fontes, além da perfuração de poços artesianos. Já no perímetro urbano, a implantação em 2013, do Pro-grama Chapecó Cidade Limpa, no qual, o lixo, através de um sistema de coleta automatizada, teve uma nova conduta no serviço, especialmente na educação

da comunidade. A nossa reportagem vai mostrar porque Chapecó está se tor-nando referência no Estado em função da política ambiental adotada.

Todo o processo no cuidado com o meio ambiente é divi-dido entre duas importantes

secretarias: a de Desenvolvimento Ru-ral e Meio Ambiente (Agricultura), e a de Serviços Urbanos e Infraestrutura. Embora com coordenações diferentes, ambas atuam em conjunto. O propósito é o mesmo, ou seja, a qualidade de vida dos serviços e da população. O resulta-do tem tido a aprovação da comunidade.

Na Pasta da Agricul-tura, a de Desen-volvimento Ru-

ral e Meio Ambiente, coorde-nada pelo agrônomo Valdir Crestani, a curiosidade foi a

opção em extinguir a Fundação de Meio Ambiente. Segundo ele, a repartição não tem o menor sentido, pois, não vinha cumprindo com as necessidades, absor-vidas pela própria Secretaria. A extinção da Fundação resultou em economia para o Município. A razão para a mudança foi do reconhecimento da Pasta pelo de Ministério da Agricultura na adesão ao novo Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal (SISBI--POA). Além disso, a Secretaria obteve o credenciamento junto à Fatma e à Se-cretaria de Desenvolvimento Sustentá-vel para a realização dos licenciamentos

• A Administração Municipal entende que para a população ter qualidade de vida, precisa muito cuidar do ambiente onde se vive.

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Município é referência no trato ao meio ambiente

Secretarias funcionam de forma integrada e compartilham os serviços tanto na área urbana como no interior

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O Município de Chapecó está seriamente ameaça-do pela falta de água. A

principal fonte de captação, o lajeado São José já não suporta mais o abas-tecimento. No interior, poços artesia-nos, com água originada do aquífero guarani estão se tornando alternativa para as comunidades. Cerca de 350 famílias estão sendo contempladas em diversas linhas. O processo não envolve apenas a abertura dos po-ços, mas também na recomposição da mata ciliar. O Município auxilia gratuitamente entregando palanques, arames e mudas. Cabe ao agricultor apenas a mão-de-obra para a exe-cução do cercamento das áreas e o plantio das mudas.

O Município ainda constrói as redes de água, e os gru-pos comunitários passam

ser responsáveis pela canalização e

a distribuição até às propriedades. Por outro lado, a preservação das águas superficiais (rios, riachos e fontes) tem se constituído em uma das prin-cipais prioridades da SEDEMA. Os produtores ainda tiveram de parte do município, em 2014, a implantação do atendimento do Cadastro Ambiental Rural (CAR) e o serviço de geopro-cessamento rural, com o fornecimento de mapas técnicos. Também foi dado início ao Projeto Bacias, com o objeti-vo de mapear as Bacias Hidrográficas de Chapecó e Região, delimitando e quantificando as mesmas.

Por fim, o futuro do abasteci-mento de água de Chapecó é parte de uma proposta

ousada, com a captação de água em área do município vizinho de Xanxe-rê, vinda por declividade. Um investi-mento que deverá resultar em aproxi-madamente R$ 200 milhões.

• A Administração Municipal entende que para a população ter qualidade de vida, precisa muito cuidar do ambiente onde se vive.

• O município entra com o material e as comunidades rurais com a mão-de-obra.

Município é referência no trato ao meio ambiente

Programa Água Boa, um projeto vital

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Mais de 200 nascentes já foram protegidas pelo Programa

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Prefeito José Claudio

Caramori é um

entusiasta pelo meio ambiente

e outros projetos como Feiras Livres, participação ativa na elaboração dos projetos de Diagnóstico Socioambiental e de Regularização Fundiária, e demais programas governamentais.

Somente no campo dos licen-ciamentos, quase 600 projetos foram protocolados. No que

tange à inspeção, a regularização por parte da Secretaria permitiu já, o abate de mais de 31 mil cabeças de gado e de outros animais. A efetivação dos licen-ciamentos ambientais, gestão florestal, fiscalização ambiental e educação am-biental, cabem à diretoria de Meio Am-biente. “O avanço no processo de ges-tão florestal é sinônimo de garantia da sustentabilidade do setor primário, na venda dos produtos, e proteção da ca-deia produtiva das agroindústrias e as exportações”, salientou Valdir Crestani.

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Chapecó ressente o mesmo problema de todos os mu-nicípios, no que tange à

destinação do lixo. No entanto, busca soluções que possam diminuir o pro-blema, e a longo prazo resolver em definitivo. No campo das ações, a Ad-ministração lançou o Programa Cha-pecó Cidade Limpa, através da inova-ção tecnológica na coleta e transporte dos resíduos sólidos urbanos. A tec-nologia é difundida há mais de 30 anos na Europa. No Brasil, a novida-de chegou em meados de 2007, e já estão em uso em capitais como São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre, além de municípios como Caxias do Sul e Carazinho, no RS.

O sistema ainda mão con-templa toda a população. Cerca de 600 contêine-

res de aço galvanizado devidamen-te identificados nas cores laranja e verde foram distribuídos estrategica-mente em pontos de maior concen-tração de moradores. O recolhimento do lixo úmido é feito por caminhões compactadores equipados com bra-ços mecânicos. Em outro, são depo-sitados os recicláveis, que também são recolhidos pelo mesmo sistema. Porém, o material segue para as co-operativas de catadores.

O novo projeto ainda está em fase de ampliação. Na maior parte da cidade

o recolhimento ainda é feito da forma tradicional. No entanto, o novo siste-ma já está obtendo resultado, com a diminuição da poluição visual e am-biental, diminuição do entupimento de bueiros e consequentes alagamentos. Animais vasculhando e depósitos de lixo na rua, ainda existem, mas os es-paços aonde a coleta automatizada foi implantada há higiene e menos riscos à saúde. Chapecó é o primeiro município de Santa Catarina a adotar no novo sistema. “Há, no entanto, de que os todos moradores se eduquem e facilitem a eficiência do processo. Resultado de um investimento de quase R$ 5 milhões”, ressaltou o pre-feito José Caramori.

• Chapecó é o primeiro município de Santa Catarina a adotar no novo sistema automatizado de coleta de lixo.

Sistema de coleta de lixo automatizada

O sistema de coleta seletiva em Chapecó apresentou um acréscimo de 36,74% no volume de resíduos coletados na comparação entre os dois últimos anos. Em 2013, foram recolhidas

4.282,61 toneladas de lixo, uma média de 356 toneladas ao mês.

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Na eminência do Colapso

A crise da falta d’água no Sudeste e em ou-tros estados, e também energética, assom-bra o Brasil. A incompetência administrativa

dos últimos anos deve ser citada como a principal cul-pada. Cientistas e ambientalistas têm alertado para os descuidos ambientais, sem que tivessem atenção. A política de proteção brasileira é ineficaz e pouco é feito para controlar, por exemplo, os desmatamentos da Amazônia. Por outro lado, entendidos de gabinetes são capazes de proibir a pesca até do lambari dizendo que o peixinho está em extinção. São pessoas com-pletamente desalinhadas com a realidade. Enquanto isso, está instaurado o medo do colapso!

Fórum da Água

O mundo vai discutir a problemática da água, no 7º Fórum Mundial, nas cidades de Dae-gu e Gyeongju, na Coréia do Sul, entre os

dias 12 e 17 de abril. A expectativa é de que partici-pem cerca de 35 mil pessoas de mais de 170 países. O tema será “agua para o nosso futuro”. Obviamente, e espera-se, que o Brasil esteja presente.

Falando em água

Não precisa ser expert no assunto para per-ceber o sério problema que o Sudeste do país está sofrendo com a falta de água.

Todos os reservatórios estão comprometidos e não estão se recompondo, apesar das chuvas naquela região. Caso a situação não volte ao normal, ou que, pelo menos minimize, dá para imaginar o colapso que toda a região, especialmente a Capital, São Paulo, vai sofrer. Isso só no quesito abastecimento de água. Tem ainda o problema energético. Coisa muito séria!

Acordar para o verde

Ao olhar para as ruas de Lages, na Serra Ca-tarinense, e ver que praticamente todas estão desprovidas do verde, causa uma sensação

de impotência. Há quem diga, que em toda a área ur-bana, o verde das árvores não chega a 10% do que de-veria ter. Uma cidade provida de verde, têm de ter, no mínimo 50% ou mais de cobertura vegetal. O que mais preocupa são os projetos recém elaborados, e que não contemplam o plantio de árvores. Um dos exemplos, é a revitalização da Via Gastronômica, na Rua Emiliano Ramos, no Centro de Lages, tomada apenas, pelo con-creto, sem falar o da Av. Duque de Caxias.

Trato da natureza

Estive recentemente na cidade de Chapecó, no Oeste Catarinense, seguindo a proposta do Projeto Vida e Natureza, de conhecer e

registrar o processo ambiental de municípios catari-nenses. Confesso que fiquei impressionado a respeito de tudo o que vi, no trato das questões ambientais. O Município também sofre com a falta de recursos hídri-cos, mas tem projeto para solucionar, nos próximos anos. Na Revista, uma série de reportagens estão pu-blicadas, mostrando parte do que os administradores estão fazendo para a qualidade de vida da população e do ambiente em que vivem. Há foco, comprometi-mento das lideranças com a natureza.

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DE OLHO NO AMBIENTE

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• Malu Nunes é engenheira florestal, mestre em Conservação e diretora executiva da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza

E agora, Brasil?

A festa (da democracia) acabou: novos chefes do executivo nacional e esta-

dual escolhidos, além de deputados e senadores. E agora, José? Maria? Nordestino? Sulista? Brasileiro? Qual rota o país tomará para garantir o su-cesso da fórmula que alia e harmoniza desenvolvimento econômico e conser-vação da natureza, equação cada vez mais óbvia quando o que está em jogo é o futuro das pessoas e das nações?

Não sabemos. Durante as eleições, pouco se falou sobre meio ambiente além

do óbvio: que é preciso protegê-lo. Temas mais profundos relacionados à conservação de nosso patrimônio na-tural e indispensáveis para a garantia da qualidade de vida da população re-ceberam pouca ou nenhuma atenção na pauta de discussões públicas.

Além de possíveis soluções e das implicações da se-vera crise hídrica pela qual

passa o país, também ficaram em se-gundo plano discussões sobre o esta-belecimento de uma política nacional

de adaptação às mudanças climáticas e até mesmo sobre como estimular a pesquisa científica para preencher o imenso vazio de conhecimento a res-peito de nossas áreas naturais nativas e das espécies que nelas existem.

Outro tema importantíssi-mo não contemplado foi a proteção e ampliação

do Sistema Nacional de Unidades de Conservação. Mesmo após mais de uma década de criação e regulamen-tação, essa importante ferramenta ainda precisa ser consolidada e efe-tivamente aplicada na prática para enfrentar a evolução das ameaças à proteção da natureza no Brasil. Cria-do para consolidar o papel e a gestão das unidades de conservação (UCs) no país, essa lei tem como objetivo valorizar essas áreas protegidas, importantíssimas não apenas para a proteção da biodiversidade, mas também indispensáveis para a vida e o bem-estar dos brasileiros.

Elas fornecem serviços am-bientais essenciais à vida, como o fornecimento de

á-gua limpa, a purificação do ar, a re-gulação do microclima e o sequestro de carbono. Também representam geração de renda para milhares de brasileiros, pois importantes pontos turísticos naturais de grande beleza cênica são protegidos em seus in-teriores, além de algumas UCs ma-rinhas funcionarem como berçários para o desenvolvimento de peixes que poderão ser pescados fora de seus limites. Nem todos esses be-nefícios, porém, fizeram com que as unidades de conservação recebem a atenção merecida durante o processo eleitoral.

Diz o provérbio que não ser visto significa não ser lem-brado. Podemos ir além:

não lembrar implica em não priorizar. Finalizados os votos, baixadas as ban-deiras partidárias, acalmada a mídia, fica agora uma sensação de vazio nessa questão: será que nos tornamos indiferentes à questão ambiental?

A mea culpa, nesse caso, cabe a quem? Aos eleito-res que desconhecem o

impacto da proteção da natureza em suas vidas e não exigiram propostas relacionadas ao assunto? À mídia que não levantou a pauta porque ela não suscitava interesse em seus públicos? Aos candidatos que despriorizaram o tema por acreditar que propostas rela-cionadas à conservação da natureza não se convertem em votos? Parece improvável que a responsabilidade recaia sobre um único grupo, mas é evidente e inquestionável que os re-sultados e impactos serão sentidos por todos. E então?

Parque Nacional do Juruena (MT e AM).

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Lei proíbe a venda e exposição de animais em vitrines e gaiolas

A Lei que proíbe a venda e exposição de animais em vitrines e gaiolas em esta-

belecimentos comerciais, como pet shop, clínicas veterinárias, parques de exposições e feiras agropecuá-rias, foi aprovada no dia 15 de janeiro de 2015. O Conselho Federal de Me-dicina Veterinária (CFMV) publicou a Resolução 1069/2014, considerando que a exposição, manutenção, hi-giene, estética e venda ou doação de animais em estabelecimentos comerciais é uma prática comum no país e que estes procedimentos po-dem afetar o bem estar animal.

A partir de agora, todos os es-tabelecimentos comerciais devem estar devidamente

registrados no sistema CFMV/CRM-Vs e manter um médico veterinário como responsável técnico, com a res-ponsabilidade de orientar e garantir que os estabelecimentos cumpram a lei, principalmente assegurar que as instalações, locais de manutenção dos animais e funcionários.

Os estabelecimentos como Pets, devem proporcionar um ambiente livre de ex-

cesso de barulho, com luminosidade adequada, livre de poluição e prote-gido contra intempéries ou situações que causem estresse aos animais. O

• Animais domésticos não poderão mais ficar expostos em vitrines e gaiolas, ou em lugares sem higiene

que significa que eles não poderão ficar mais em vitrines ou gaiolas na frente do estabelecimento, de forma desconfortável, em pequeno espaço, submetidos à estresse.

Além disso, devem ter espa-ço suficiente para os ani-mais se movimentem, de

acordo com as suas necessidades. Pois, há casos em que vários animais são alojados em espaços pequenos, sem cama para deitar nem água su-ficiente para beber, sem alimentação adequada. É bom lembrar que situa-ções de maus-tratos não são apenas um ato doloso, mas também culposo. Lembrando que casos de maus tra-

tos podem acarretar em 3 meses a 1 ano de prisão, além de multa.

Será observado ainda o respeito aos programas de imunização (vacina-

ção) dos animais de acordo com a espécie; detalhes com relação à procedência e idade mínima dos animais e respeito à idade mínima para permanência nos estabeleci-mentos; a não permissão da venda ou doação de fêmeas gestantes e de animais que tenham sido sub-metidos a procedimentos proibidos pelo CFMV como a caudectomia em cães, cirurgia realizada para cortar a cauda dos animais.

Os protetores dos animais garantem que a Lei foi mais uma pequena vitória e deve ser comemorada

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O papagaio-charão é o menor papa-gaio encontrado no Brasil, sendo restrito atualmente ao Rio Grande

do Sul e Santa Catarina. Possui como uma das principais características a migração anual que realiza, partindo do Rio Grande do Sul onde se reproduz e se deslocando para a região serrana de Santa Catarina (especialmente La-ges, Urupema e Painel) onde se alimenta dos pinhões durante o inverno. Com o fim da tem-porada de pinhão, os bandos retornam para o Rio Grande do Sul para iniciar um novo ciclo reprodutivo. Atualmente sua população, que vem sendo estudada e monitorada há mais de 20 anos pelo Projeto Charão é de aproximada-mente 23 mil papagaios.

Já o papagaio-de-peito-roxo ocorre apenas em alguns locais do sul e sudeste do Brasil, além de poucos

indivíduos no Paraguai e Argentina. A popula-ção atual está estimada entre 3.500 a 4.000

indivíduos nestes países, sendo que no Pa-raguai e Argentina o número não chega a 500 papagaios na natureza. A Região Serrana de Santa Catarina é uma das mais importantes de toda essa área de distribuição, pois, contempla aproximadamente 15% do número total de pa-pagaios-de-peito-roxo existentes.

As duas espécies são consideradas mundialmente ameaçadas de extin-ção pela IUCN (União Internacional

para a Conservação da Natureza), pois sofrem com a perda de seu habitat natural, são muito capturadas para a criação como animais de es-timação e são também contrabandeadas para outros estados e países. Um dos grandes pro-blemas para o aumento das populações destes papagaios é justamente a dificuldade de con-seguir reproduzir, pois os filhotes capturados nos ninhos perdem sua função na natureza, pois não terão a chance de se reproduzir. Além disso, a retirada de árvores velhas das flores-tas, que proporcionem ocos para a reprodução também dificulta o sucesso reprodutivo dos papagaios. Um terceiro fator que vem afetando as populações negativamente é a predação de ovos e filhotes por gambás e tucanos, além do ataque e morte de fêmeas e filhotes nos ninhos por abelhas que disputam a cavidade para se estabelecerem.

Criação do projeto

O Projeto-Charão, uma parceria en-tre a Associação Amigos do Meio Ambiente de Carazinho/RS (AMA)

e a Universidade de Passo Fundo (UPF/RS, foi criado em 1991 para pesquisar o papa-gaio-charão, espécie que na época era pou-co conhecida e muito facilmente encontrada para venda ilegalmente em várias cidades da região norte do Rio Grande do Sul. Nos últimos seis anos, percebendo a delicada situação em que se encontrava o papagaio--de-peito-roxo, o Projeto Charão passou a di-recionar as pesquisas e trabalhos de conser-vação mais em específico com essa espécie.

Como o papagaio-de-peito-roxo ain-da é uma espécie pouco conheci-da, estão sendo realizados vários

trabalhos de pesquisa, envolvendo aspectos reprodutivos, dieta alimentar, área de vida e va-riabilidade genética das populações.

Na área da conservação estão sendo realizadas palestras em escolas da região de ocorrência dos papagaios,

participação em eventos, produção de material didático e visitas aos proprietários de terras.

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Pelo reduzido número de papagaios que ainda existem

livres, e a dificuldade que estas aves tem encontrado para se

reproduzir, é extremamente importante que a população não compre papagaios, ou qualquer

outro animal silvestre, pois se não há procura, não haverá comércio

para quem captura.

PROJETO CHARÃO: luta pela conservação

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Caixas-ninho

Outras atividades conservacionis-tas que vem sendo desenvolvidas são focadas diretamente aos ani-

mais e seus ambientes, como a instalação de caixas-ninho para aumentar a oferta de locais para a reprodução dos papagaios. Nos últimos 4 anos, já foram instaladas 150 cai-xas-ninho em duas regiões catarinenses: a região serrana e a região dos lagos. Nestas caixas registramos nesta última temporada as primeiras ocupações pelo papagaio-de--peito-roxo com sucesso reprodutivo.

Quando são encontrados ninhos na natureza, ou quando ocorre a utilização das caixas, são insta-

lados nos filhotes antes de abandonarem os ninhos, rádio transmissores que vão fornecer sinais para aparelhos rádio receptores atra-vés de uma antena utilizada pelos biólogos do Projeto Charão. Esses sinais permitem que a equipe de campo acompanhe os filho-tes por toda área que eles transitarem, forne-cendo assim informações importantes sobre o tipo de ambiente preferido, tamanho de área de vida, bem como se ocorre tolerância com ambientes antropizados.

Censo mundial

Outra ação a ser desenvolvida em 2015 é a realização de um censo mundial, que envolverá pesqui-

sadores do Brasil, Argentina e Paraguai para realizar a contagem dos bandos de papagaio--de-peito-roxo simultaneamente em todas as áreas conhecidas de ocorrência destes papa-gaios, visando chegar mais próximo ao núme-ro total real de indivíduos ainda existentes.

O Projeto Charão conta também com o Centro de Reprodução de Psi-tacídeos – CREP William Belton,

junto a Universidade de Passo Fundo, onde possui um plantel de papagaios das duas espécies para desenvolver trabalhos de pes-quisa e reprodução em cativeiro, para que no futuro, se necessário, seja realizada reintrodu-ção destas aves na natureza. Reiterando, que as aves do plantel são todas oriundas de cap-turas realizadas pelo IBAMA e Polícia Ambien-tal e destinadas ao CREP com licença federal.

Todas estas atividades são desenvol-vidas com o apoio do Fundo Nacio-nal para a Biodiversidade (FUNBIO)

através do Acordo TFCA (Tropical Forest Con-servation Act) e da Fundação Grupo Boticário de Proteção à Natureza.

(Texto: Jonas Kilpp - Projeto Charão - AMA/UPF).

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Sobrevivência nas mãos de protetores da fauna silvestre

A relação do homem com o meio ambiente e o meio animal está repleta de con-

trapontos. De um lado há os que incan-savelmente lutam para manter a vida, especialmente dos animais silvestres, outros abdicam da consciência e da razão e desafiam a lei, depredando, caçando e matando animais, indepen-dentemente de qualquer que seja a condição. Assim, o homem passa a ser o maior predador de todos os animais.

A Revista Vida e Natureza tenta descrever sempre que pode temas que pos-

sam servir de exemplo à sociedade, a partir de ações anônimas de algumas pessoas no sentido de preservar a vida ou até mesmo devolver a chan-ce de alguns animais sobreviverem, mesmo que não tenham mais chance de voltar aos seus habitats.

Cada ação nesse sentido quase sempre tem o en-volvimento do Ibama, da

Polícia Ambiental, de médicos ve-terinários e acadêmicos do Centro de Ciências Veterinárias (CAV), de Lages, entre tantos outros voluntá-rios anônimos.

Muitos desses animais são descobertos em situação complexa e

muito perto da morte. O encami-nhamento segue uma rotina que poucos sabem, mas que normal-mente culmina com o salvamen-to de uma vida. É no CAV, sob a responsabilidade do professor Dr. Aury Nunes de Moraes, que estes animais são tratados, e depois são enviados à Base Avançada de Pes-quisa do Ibama, em Painel, onde ficam sob os cuidados dos técnicos responsáveis pela Base.

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Caminhões e máquinas se perdem ao relento

Painel - Quem for flagrado cometendo crime ambiental – uma proibição por enquan-

to regulamentada pela Resolução do Conama, de nº 278 de 24 de maio de 2001, além de ser multado, pode vir a perder os veículos, as máquinas e os equipamentos usados para a der-rubada. Foi o que aconteceu com um desses contraventores, e por ser rein-cidente, acabou tendo os caminhões e máquinas presas juntamente com a carga araucárias. Muitos são deslo-

cados para lugares não apropriados. É que aconteceu com a Base de Pes-quisa Avançada (BAP) do Ibama, em Painel, por exemplo, onde foram dei-xados alguns caminhões e máquinas carregados de pinheiro nativo.

A madeira, depois de dois anos à espera de uma de-cisão, teve destino. Já os

caminhões e as máquinas, desde 2007 estão se deteriorando ao relen-to, ainda aguardando uma decisão por parte da Justiça.

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Criação de complexo turístico na Serra do Rio do Rastro

O Governo do Estado está autorizado a conceder, por 30 anos, à iniciativa

privada, uma área de 16 mil metros quadrados localizados próximos aos peraus da Serra do Rio do Rastro, em Bom Jardim da Serra. A con-cessão vai permitir a criação de um complexo para a prática de turismo de aventura, observação e educa-ção ambiental.

A Lei 16.531, que trata do as-sunto, foi sancionada pelo governador Raimundo Co-

lombo no final de 2014. “O processo é uma solicitação antiga do trade tu-rístico da região por levar mais equi-pamentos de turismo e desenvolvi-mento à Serra catarinense”, explica o diretor de Gestão Patrimonial da Se-cretaria de Estado da Administração (SEA), Pedro Roberto Abel.

• Reconhecer e premiar são formas de valorizar áreas voltadas para a preservação.

Caminhões e tratores perdidos, deteriorados pelo tempo

Serra do Rio do Rastro deverá ser explorado no campo da aventura, observação e educação ambiental

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A partir da lei, a SEA e a Se- cretaria de Desenvolvime- nto Regional de São Jo-

aquim vão fazer um Procedimento de Manifestação de Interesse e lan-çar, ainda sem data prevista, uma

concorrência pública para escolher o melhor projeto para a criação do complexo. A empresa que conquis-tar a concessão terá que obter todos os licenciamentos, principalmente os referentes à legislação ambiental.

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A cada ano são produzidas cerca de 70 milhões de toneladas de lixo no Bra-

sil, sendo que 24 milhões não têm o descarte correto, de acordo com a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Es-peciais (Abrelpe). Estudo conduzido pela ONG WWF mostrou que uma em cada três pessoas não sabe o que fazer com o lixo produzido em casa. A solução para o problema do lixo deve vir por iniciativas descen-tralizadas. São necessárias de mais ações como a compostagem em casa, pequenas unidades compac-tas em condomínios e bairros, assim como novas soluções, como o uso agrícola, para este tipo de material.

Alimentos

Já parou para pensar quantas embalagens você leva para dentro de casa quando vol-

ta do supermercado? É muito papel, plástico, papelão, na maioria das ve-zes desnecessárias. Algumas redes de supermercados já têm os “caixas verdes”, nos quais você pode deixar as embalagens que não vai usar para serem recicladas. Já é um começo.

Outra forma é optar por ali-mentos naturais, que, além de mais saudáveis, não

precisam de embalagens. As feiras são ótimas opções. Já para os restos, o ideal é compostar, um processo sim-ples e que pode ser feito até em apar-tamentos. Hoje já existem vários tipos de composteiras, também chamadas de minhocários, onde são depositadas frutas, sementes, legumes, verduras, sobras de alimentos cozidos ou estra-gados, cascas de ovo, etc.

Louça

Você sabia que as buchas de espuma demoram muito mais para serem recicladas

do que feitas de material vegetal ou as palhas de aço? Por isso, prefira as duas últimas, que fazem o mesmo tra-balho e não poluem o ambiente.

A prática da

reciclagem em casa

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Banheiro

Este é um dos lugares que mais recebe o lixo não reci-clável, como papel higiêni-

co. Experimente trocar os saquinhos plásticos do lixinho do banheiro por saquinhos feitos de jornal. É simples e não mistura plástico, que demora séculos para se deteriorar, com ma-terial não reciclável. Além disso, ao usar cosméticos, prefira as emba-lagens que permitam que o produto seja usado até o final. Cada vez mais empresas estão investindo neste tipo de material, e reutilize as de plástico.

Papéis

Evite amassar os papéis que irão para o lixo. Rasgue em pedaços. Quando amassa-

dos, eles ocupam muito mais espaço, além de dar mais trabalho. Ajuda mui-to é ter em casa uma lixeira específica para reciclagem, de preferência com nichos para cada tipo de lixo: metal, papel, vidro e plástico.

Vidros

Vidros de maionese, de molho, garrafas, perfumes etc., inteiros ou quebrados,

podem ser facilmente recicláveis, mas atenção a alguns cuidados. Lave bem os vidros para evitar insetos e, caso algum esteja quebrado, colo-que em caixas ou embrulhe em jornal para não machucar os responsáveis pela coleta.

Óleo de Cozinha

Nem pense em jogar o óleo que sobra das frituras no ralo da pia. Além de cau-

sar entupimento, apenas um litro de óleo jogado no ralo polui um milhão de litros de água potável! Portanto, guarde os restos em garrafas e doe para instituições que darão os fins adequados aos resíduos.

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Castração de cães

O ano de 2014 foi de gran-de movimentação por parte das pessoas que

compõem o Conselho Municipal do Meio Ambiente (Comdema). Diver-sos temas foram encaminhados. E, em 2015 não será diferente. No ano que passou, um dos projetos mais importantes definidos deu início ao programa de castração de cães e gatos em Lages. Vários animais já passaram pelo procedimento. O foco inicial era o de castrar 120 animais por semestre. A perspectiva é de que, neste ano, além da continuidade, é aumentar ainda mais o número de animais castrados. Por outro lado, os Conselheiros sabem que o município ainda carece de saber a real situação social dos responsáveis dos animais. Durante as reuniões, houve questio-namentos sobre a percentagem de sexagem dos animais a serem cas-trados. É que durante a castração há necessidade de um trabalho assíduo de controle (cadastro, shipagem, quantidades, etc.). Outro ponto de preocupação é a viabilidade de con-tinuar tal atividade, sendo para ma-chos e fêmeas, independente do sexo e espécie. Quanto ao deslocamento, este ocorre por parte do proprietá-rio. Outra perspectiva se desenvolve sobre animais errantes e castração. No entanto, há entendimento de que esse é um novo projeto.

Coleta seletiva de lixo

Além disso, em 2014, os conselheiros abriram dis-cussão a respeito do futuro

da Copercicla, e dar resposta à ques-tionamentos feitos pela Promotoria Pública. A intenção é fazer com que entidade ganhe em produtividade, a partir de cronogramas planejados de atividades ambientais. Já as discus-sões sobre a coleta seletiva, avança-ram com apresentações do projeto na Câmara de Vereadores. Neste ano, novas etapas devem consolidar

o projeto, que se encaminha para a prática, porém, com a perspectiva de maior participação da comunidade. O pensamento é manter a coleta de lixo porta a porta. No entanto o grupo também tem debatido sobre novas al-ternativas. Todos sabem que é preci-so, também, estimular a participação de parte dos catadores e fazer com que a população interaja mais no processo. Uma das sugestões foi a de criar um meio de divulgação com a possibilidade de criar um mascote. A aquisição pode ser feita através do fundo de meio ambiente.

Catadores

Um tema que deverá ser par-te do debate dos conselhei-ros neste ano de 2015 será,

sem dúvida sobre a organização dos catadores. No ano passado o assunto foi pauta em algumas reuniões e com avanços. Atualmente encontram-se cadastrados cerca de 250 catado-res. A proposta que deve se concre-tizar em 2015, é a conclusão de um mapeamento de onde circulam estes prestadores de serviço. Muitos utilizam carroças, o que dificulta a circulação. Percebe-se no entanto, que este tema será muito debatido ainda, em Lages.

Comdema:

2015: anode muitotrabalho

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Willian Veronesetécnico do

IBAMA

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As autoridades competentes e esferas como o Instituto Brasileiro do Meio Am-

biente e dos Resíduos Naturais Re-nováveis (Ibama), parecem estar se especializando ao descaso com suas bases avançadas em Santa Catarina. Um dos exemplos é a de Painel, na Serra Catarinense que, há anos, não tem mais uma função definida, embo-ra continue atuando de forma precá-ria, e sem nenhuma atividade oficial em curso. São quase 20 mil hectares de área que poderiam estar a serviço da comunidade regional. Desse mon-tante, 1,8 mil m² estão inundados com tanques de água potável, o que po-deria manter a criação de milhões de alevinos para o povoamento dos rios de todo o Estado, das mais variadas espécies nativas.

Além disso, há espaço para a implantação de um Cen-tro de Recuperação de

Animais Silvestres (CRAS), com a garantia de tratamento e reintegra-ção, assim que recuperados. Algo que poderia funcionar a partir de uma parceria com o Centro Agroveteriná-rio da Udesc, em Lages, que por sua vez já cuida dos animais, através de seus professores e acadêmicos, sem custo. A sugestão é do técnico Willian Veronese que é um dos dois funcionários do Ibama, e que presta serviço à BAP do Ibama.

A Base Avançada de Pes-quisa, de Painel, que já foi bastante utilizada na

criação de alevinos, também teve grande papel educacional. Houve um tempo em que aproximadamente 2,5 mil alunos visitavam a unidade anu-almente. O local conta com sala de projeção para educação ambiental; museu didático com dezenas de ani-mais taxidermizados; cinco viveiros para abrigar animais silvestres em

recuperação, entre outras peculiari-dades que aguçam a curiosidade dos visitantes. A preocupação é com o futuro da Base. Há quem proponha a realização de convênios com empre-sas e universidades para o custeio das despesas fixas, que não passam de CR$ 2,5 mil mensais, e nela, tra-balhar inúmeros projetos como o do papagaio charão, do papagaio do peito-roxo, do cuidado de animais silvestres, e ainda o projeto Puma, tendo por trás de tudo, professores e coordenadores desses projetos.

Porém, ainda há a possi-bilidade de que a Base Avançada de Pesquisa

passe ao controle da Epagri, para a realização de outros experimen-tos, incluindo, o de peixes. Mas, en-quanto nada disso se resolve, tudo no BAP segue, apenas aguardando pelo futuro, aparentemente difícil de ser definido.

BAP sob a incerteza do futuro• A Base Avançada de Pesquisa, pertencente ao Ibama, ainda segue sem definição

sobre qual será a finalidade da estrutura montada em uma área de quase 20 mil hectares.

Base Avançada de Pesquisa, em Painel à espera das definições oficiais sobre as atividades futuras

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Motivo para comemorar: gorila nasce em cativeiro• São poucos os lugares que conseguem, com sucesso, a reprodução de animais selvagens, principalmente os que estão seriamente ameaçados de extinção

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Assim, o Busch Gardens Tampa (FL) está em fes-ta com a chegada de um

bebê gorila macho. O filhote está sau-dável e sob os cuidados da mamãe de primeira viagem Pele (foto). Este é o segundo nascimento de sucesso dessa espécie no Busch Gardens e aumenta para seis o número de gori-las no parque. Eles vivem na Myombe Reserve, uma área de mais de 12 mil m2 inaugurada em 1992. Em alguns momentos do dia, o público já conse-gue observar o filhote e sua mamãe circulando pela área.

Bolingo, que é o possível reprodutor do novo filhote, foi o primeiro caso de nas-

cimento do parque, o qual aconteceu em 2005. Já a mamãe Pele chegou no Busch Gardens em 2010, vinda do Gladys Porter Zoo, em Brownsville, Texas. Esse nascimento é parte das atividade do parque em parceria com a Association of Zoos and Aquariums’ (AZA) na execução do Species Survi-val Plan® (SSP), que desenvolve um plano de programas para a preser-vação das espécies em extinção. A missão do SSP é gerenciar de forma cooperativa as espécies ameaçadas ou em perigo, contanto com a ajuda das populações que vivem dentro das instalações dos credenciados da AZA.

Desde 2004, o Busch Gar-dens apoia, por meio do Fundo de Conservação

SeaWorld e Busch Gardens, os estu-dos sobre gorilas-do-ocidente.

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