revista universo upf #10 - julho de 2015

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Page 1: Revista Universo UPF #10 - Julho de 2015
Page 2: Revista Universo UPF #10 - Julho de 2015

Julho / 20152 UniversoUPF

espaço do leitor

Produção de textos: Alessandra Pasinato (MTb/RS17292), Carla Patrícia Vailatti (MTb/RS14403); Caroline Simor da Silva (MTb/RS15861); Filippe de Oliveira (MTb/16570); Laisa Priscila Fantinel (MTb 15.894); Leonardo Rodrigues Andreoli (MTb/14508); Natália Fávero (MTb/RS14761), Daniele Becker (estagiária) e Silvia Brugnera (DRT/13147).Fotografias: Gelsoli Casagrande Edição e supervisão: Silvia Brugnera (DRT/13147)Revisão de textos: Cinara Sabadin DagnezeProjeto gráfico: Fábio Luis Rockenbach e Luis A. Hofman Jr.Diagramação: Marcus Vinícius Freitas / Núcleo Experimental de Jornalismo FAC UPFImagens/logo de capa: Arquivo UPF, Núcleo Expe-rimental de Publicidade e Propaganda FAC UPF

A revista Universo UPF é uma publicação da Univer-sidade de Passo Fundo e tem distribuição gratuita

Revista Universo UPF - nº 10Julho / 2015

Universidade de Passo Fundo - BR 285, Bairro São José - Passo Fundo/RS - CEP: 99052-900Telefone: (54) 3316 8100www.upf.br

A Revista Universo UPF também está

disponível na versão digital. Ela pode ser lida

no site www.upf.br

Reitor n José Carlos Carles de SouzaVice-reitora de Graduação n Rosani SgariVice-reitor de Pesquisa e Pós-Graduaçãon Leonardo José Gil BarcellosVice-reitora de Extensão e Assuntos Comunitários n Bernadete Maria DalmolinVice-reitor Administrativo n Agenor Dias de Meira JuniorExecutivo de Comunicação e Marketing FUPFn Cristiano Mielczarski Silva

nesta

Pg 7nProjeto de extensão auxilia

empreendimentos de economia solidária

Pg 11n Diálogo é a chave da gestão

humana de pessoas

Pg 21n Desenvolvimento pessoal e

profissional qualifica e melhora serviços

Pg 23 n Título de Cidadão Emérito de Passo Fundo é entregue ao reitor da UPF

O espaço do leitor recebe comentários, sugestões e impressões sobre a revista Universo UPF. Para participar, escreva um e-mail para [email protected]. Nossos telefones de contato são (54) 3316-8142 e 3316-8138. Boa leitura a todos!

Equipe de produção da revista Universo UPF

Acompanhe a Universidade

nas redes sociais: UPFOficial

edição

“Neste ano de 2015, o Instituto de Ciências Exatas e Geociências da Universidade de Passo Fundo (Iceg/UPF) celebra 45 anos de história. Ao longo desse período, os cursos que integram a Unidade Acadêmica têm colaborado com a produção e a difusão do conhecimento nas áreas de ciências exatas e de geociências, oportunizando, para a comunidade regional, excelência do ensino integrada à pesquisa com inovação e à extensão comunitária. O Iceg tem como valores o compromisso com a qualidade acadêmica, a integração entre as áreas do conhecimento, o apoio à construção da cidadania e da autonomia do estudante, a colaboração com o desenvolvimento regional e a atualização constante perante os novos desafios da educação superior. Nesse contexto, a Revista Universo UPF tem contribuído na divulgação qualificada das mais diferentes iniciativas promovidas pela comunidade acadêmica que faz parte do Iceg. Com um olhar jornalístico de qualidade, contribui para aprofundar temas que, muitas vezes, não são de conhecimento público, mas que fazem parte do cotidiano da Instituição."

Dr. Cristiano Cervi Diretor do Instituto de Ciências Exatas e Geociências (Iceg)

UPF emNÚMEROS9 campi instalados em Passo Fundo e regiãoMais de 100 municípios abrangidos em sua área de atuação20.687 alunos matriculados na graduação, pós-graduação, extensão, UPF Idiomas e Integrado UPF17. 195 alunos matriculados na graduação603 alunos regulares matriculados nos programas stricto sensu821 alunos matriculados em cursos lato sensu432 alunos matriculados na UPF Idiomas - FUPF862 alunos matriculados no CEMI - FUPF773 matriculados na Extensão (Creati)939 professores de Ensino Superior (48,67% Me., 29,18% Dr.)1.297 funcionários 61 cursos de graduação em oferta55 cursos de especialização em andamento14 cursos de mestrado institucional4 cursos de doutorado institucional10 estágios pós-doutorais69.363 profissionais formados10 bibliotecas434.011 exemplares de livros disponíveis em 116.106 títulos23 anfiteatros e auditórios174 salas para ensino prático-experimental300 laboratórios150 clínicas49 convênios com instituições estrangeiras para intercâmbio acadêmico em 15 países

universidadeupfUniversidadeUPF

Universidadede Passo Fundo

Page 3: Revista Universo UPF #10 - Julho de 2015

Julho / 2015 3UniversoUPFFotos: Gelsoli Casagrande

Um mestrado que busca

qualificar a sala de aulaPrograma de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Matemática busca, por meio de projetos, os instrumentos para melhorar o dia a dia de alunos e professores

P roporcionar a qualificação profissional dos professores nas áreas de Ciências, Física, Matemática e Química

promovendo a aplicação de pesquisas e a atualização do conhecimento científico e tecnológico e está entre os objetivos do Programa de Pós-Graduação em Ensino de Ciências e Matemática da Universidade de Passo Fundo (PPGECM/UPF). Com foco na aplicação dos projetos no dia a dia das escolas, o Programa se fortalece com atividades bem projetadas e resultados concretos em sala de aula.

As ações, desenvolvidas por alunos e professores, buscam elaborar produtos educacionais, tais como portais, objetos de interatividade e instrumentos que possam qualificar o cotidiano da escola. De acordo com a coordenadora do Pro-grama, professora Dra. Cleci Werner da Rosa, o Mestrado já trouxe importantes resultados e conseguiu aproximar a Uni-versidade ainda mais da comunidade. “Ficávamos muito distantes da rotina das escolas e o Mestrado profissional veio suprir esse vácuo entre a pesquisa acadêmica e a sala de aula. Veio para fa-zer essa ponte, reativando projetos, des-cobrindo novas possibilidades e apre-sentando uma nova realidade”, destaca.

Resultados em sala de aulaFoi pensando na aplicação dos co-

nhecimentos no ambiente real das sa-las de aula que alunos do Programa e professores da rede pública de ensino de Passo Fundo decidiram participar de um edital da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio Grande do Sul (Fapergs). Com o projeto “O uso de situação de estudo (SE) para dinamizar a interdisciplinaridade e potencializar a aprendizagem em ciências”, eles foram contemplados no Programa de Iniciação em Ciências, Matemática, Engenharias, Tecnologias Criativas e Letras (Picmel).

Coordenado pela professora Dra. Ali-

Outro resultado positivo dentro do Programa é a participação de professores e alunos no Programa Pesquisador Gaú-cho, também da Fapergs. Por meio de edital, a equipe foi contemplada com uma verba de R$ 50 mil, valor que viabilizou as ações do projeto Robótica Livre Educativa.

O Pesquisador Gaúcho visa proporcionar o aprofundamento da instrumentalização no ensino, enfatizando a vertente tecnológica como meio favorecedor do ensino e da aprendizagem, investigando a utilização de materiais didáticos diversos (textos, equipamentos, experimentos, jogos, vídeos), bem como das novas tecnologias (softwares, internet) na construção dos saberes escolares.

A coordenação desses trabalhos é do professor Dr. Marco Trentin, mas as atividades também contam com a participa-ção dos professores do PPGECM Dr. Adriano Canabarro Teixeira, Dra. Cleci Werner da Rosa e Dr. Luiz Eduardo Schardong Spalding. Segundo Trentin, a intenção do projeto é trabalhar com robótica livre, adquirindo componentes, equipamentos e ferramentas que viabilizam a elaboração dos materiais, usados na UPF e disponibilizados para as escolas. “Por meio dos jogos e dos equipamentos de robótica, podemos aproximar os alunos do conhecimento da física e da matemática, por exemplo, nos aproximando também da realidade”, destaca, lembrando que os resultados também são evidenciados pela expressiva adesão dos alunos à Olimpíada de Robótica, que envolve escolas públicas e privadas de todo o estado.

Alunos colocam em prática os conhecimentos recebidos em sala de aula

ne Locatelli, o projeto visa aplicar uma situação de estudo na área de química dos alimentos, especificamente com o leite, em concordância com o tema nutrição. Segundo ela, dessa temática, serão tratados os aspectos históricos, biológicos, químicos e econômicos, nas

disciplinas de Quí-mica e Biologia, construindo con-ceitos científicos importantes den-tro dos conteúdos elencados para as atividades. “Como estratégia de ensi-no, se dará ênfase à experimentação

em uma linha que leve o aluno à pesqui-sa e à investigação”, explica.

De acordo com Aline, a ideia inicial para participação nesse projeto foi do acadêmico do PPGECM Sthefen Fer-nando Andrade da Ronch, tendo em vista que sua pesquisa e seu produto educacional em desenvolvimento estão voltados para uma abordagem inter-disciplinar entre Química e Biologia no ensino médio. “O financiamento pro-porcionado pela Fapergs possibilitou a aquisição de recursos para auxiliar

no desenvolvimento do trabalho de pesquisa, que é um recorte das ações desenvolvidas no projeto em questão, por meio da compra de livros, reagen-tes, computador, impressora e câmera digital”, pontuou.

Entre os resultados já observados pela equipe, estão o aumento da integração das áreas do conhecimento dentro do espaço escolar; a aplicação dos conhe-cimentos de Química e Biologia através dos processos de ciência e tecnologia de alimentos; a produção de artigos, produ-tos educacionais e participação em even-tos da área de Ciências; e a construção da autonomia intelectual por parte dos alu-nos, a partir das atividades propostas.

O projeto está sendo desenvolvido por dois professores que atuam em es-colas estaduais de ensino médio de Pas-so Fundo, Maria Cristina de Quadros Lopes, da área de Biologia, e Sthefen Fernando Andrade da Ronch, da área de Química. Esse projeto é coordena-do pela professora Dra. Aline Locatelli, com a colaboração da professora Dra. Alana Neto Zoch, ambas docentes per-manentes do PPGECM. Também parti-cipa, como colaboradora, a professora Me. Clóvia Marozzin Mistura, da área de Química da UPF.

Projetos bem feitos, recursos garantidos

Com os recursos, equipamentos são adquiridos

universidade

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Julho / 20154 UniversoUPF

Palavra do

ReitorJosé Carlos Carles de Souza*

Buscando o aprimoramento constante, a ViceReitoria de Gra-duação da Universidade de Passo Fundo (UPF), por meio do Setor de Apoio Pedagógico (SAP) e do Programa de Formação

Docente, promove encontros regulares, visando à formação e à capa-citação dos gestores da Instituição.

No dia 13 de maio, um desses momentos integrou gestores dos mais diversos setores e unidades da UPF, no Encontro de Diretores e Coordenadores. O evento, originalmente idealizado para direto-res de unidades acadêmicas, diretores de campi, coordenadores de curso, coordenadores adjuntos e de áreas institucionais, foi, aos pou-cos, remodelado. Considerando os desafios concernentes à gestão, percebeu-se a importância de ampliar o convite aos conselheiros da Fundação Universidade de Pas-so Fundo, aos assessores das vi-ce-reitorias da UPF, e aos demais professores e funcionários que estão envolvidos na tarefa admi-nistrativo-pedagógica. Essa am-pliação se justificou em razão de que, cada um, em seu setor, experimenta dilemas, de caráter organizacional ou comporta-mental, rotinas e processos que precisam ser continuamente re-pensados ou reavaliados.

Na oportunidade, Ricardo Spíndola Mariz, doutor em Sociologia e pesquisador da Universidade Católica de Brasília, ministrou uma palestra com a temática “Gestão do ensino superior: realidade, com-plexidade e possibilidades”. O encontro contou com a presença da vice-reitora de Graduação, Rosani Sgari; da vice-reitora de Extensão e Assuntos Comunitários, Bernadete Maria Dalmolin, e do presidente da Fundação Universidade de Passo Fundo (FUPF), Alexandre Au-gusto Nienow.

Entre os aspectos abordados em sua explanação, o professor Mariz destacou a gestão universitária como a arte de “desatar nós”, ressal-tando que essa experiência transforma e amplia a compreensão do sujeito envolvido acerca da própria Instituição na qual está inserido, uma vez que permite a visão de elementos comuns por diferentes lugares e perspectivas. Esclareceu que as variáveis no plano emocio-nal interferem na função da gestão, especialmente em decorrência do acúmulo de atividades, tarefas, reuniões e metas que permeiam o cotidiano do gestor. Nesse sentido, alerta para a necessidade de estabelecer objetivos e de priorizar a qualidade nas funções a serem desempenhadas. “Há de se lidar com a frustração de que a gestão não é o lugar para a realização pessoal, mas para a realização coletiva. Na maior parte do tempo, estamos desatando nós que não gostaríamos de desatar e que não representam os nossos projetos para o perío-do de gestão. Aprender a lidar com essa realidade permite retocar os planos, colocando o foco sempre no coletivo”, diz ele.

Enfatizou a importância de uma gestão humana de recursos que reverte a lógica da gestão dos recursos humanos; focada na gestão. Não significa fazer carreira na gestão porque “experiência é aquela que me transforma” e isso é diferente de fazer uma carreira. Final-mente, atenta para uma metáfora: “no barco da gestão, não cabe todo o oceano. Portanto, planejar não significa necessariamente execu-tar”. Para ele, mais do que administrar recursos, é preciso gestar o novo, que, às vezes, não implica inovar, mas, renovar.

Para a vice-reitora de Graduação Rosani Sgari, a iniciativa marca uma renovação na preparação integrada de todos os envolvidos na administração da Universidade, para pensar a gestão conjuntamen-te e de modo articulado, preparando a Instituição para melhor rece-ber os acadêmicos que aqui ingressam. “Sabemos que o perfil do ges-tor, suas habilidades e capacidades interferem significativamente no trabalho desenvolvido e na tomada de decisões. Fortalecermo-nos mutuamente é uma alternativa viável para o enfrentamento das de-mandas que nos cercam, para a afirmação da esperança e renovação da liderança” – salienta a professora e psicóloga, que finaliza, concor-dando com Mariz, destacando que “não se pode exercer liderança no pessimismo. A esperança faz parte do processo”.

Desde o início do ano de 2015, a imprensa vem noticiando a necessidade da aplica-ção de medidas visando ao ajuste e à adequação de contas na macroeconomia nacional. A cada mês que passa, esse cenário de contenção apresenta restrições

nas políticas públicas que até então fomentavam vários programas na área social. Re-centemente, foi veiculada a informação dando conta da redução drástica, por parte do governo federal, nos valores destinados à educação. No âmbito do ensino superior, os cortes atingem tanto os programas destinados aos cursos de graduação quanto os recur-sos de fomento dos programas de pós-graduação e a verba para realização de eventos científicos. Além disso, a restrição de recursos definida por essa medida afetou, direta-mente, a contratação do financiamento estudantil (Fies). A Universidade de Passo Fundo (UPF) tem cerca de 5 mil alunos beneficiados com esse financiamento e acompanhou e testemunhou a enorme dificuldade que eles encontraram na efetivação dos processos relacionados ao aditamento de seus contratos em razão dos inúmeros obstáculos impos-tos pelo sistema operacional do programa SisFies. Durante esse processo, várias foram as gestões empreendidas pela UPF junto ao FNDE e ao MEC visando à regularização do sistema e de todo o cenário imposto pelas dificuldades, no entanto, embora dispendidos os maiores esforços, os retornos esperados não foram alcançados em sua íntegra.

A UPF sempre apoiou as iniciativas governamentais que vêm ao encontro dos interes-ses dos alunos, como por exemplo as relacionadas ao Prouni, ao Fies e ao Pronatec, den-tre outros programas. Nesse contexto, a Instituição sempre manifestou, e ora reitera, que continua apostando na regularização e no funcionamento do programa Fies. Tanto isso é verdadeiro que mesmo não tendo recebido o valor correspondente ao pagamento da semestralidade dos alunos vinculados a esse programa, permitiu que esses alunos per-manecessem em suas salas de aula, frequentando regularmente seus respectivos cursos.

Importa referir que, nesse primeiro semestre de 2015, o FNDE deveria ter repassado aos cofres da UPF a quantia de aproximadamente R$ 42 milhões, correspondente ao va-lor da semestralidade de seus alunos que têm suas mensalidades subsidiadas pelo Fies. Entretanto, até o momento, o valor repassado pelo MEC/FNDE foi de R$ 12 milhões. Disso tudo, decorre a dificuldade mais saliente vivenciada pela UPF e que está exigindo a par-ticipação de todos nós – funcionários e professores – na adoção de medidas que visam à redução de custos de uma forma geral, o que se estende inclusive às despesas de custeio e de pessoal. Nesse sentido, foram nomeadas duas comissões; a primeira, pelo Conselho Universitário (Consun), e, a outra, pelo Conselho Diretor da FUPF, com vistas a definir uma readequação orçamentária frente ao cenário econômico no qual nos encontramos.

A alteração no regramento e a consequente redução do montante dos recursos a se-rem, de ora em diante, destinados ao programa Fies, certamente implicarão a redução no número de acadêmicos contemplados com o financiamento. Nesse contexto, consi-derando que é cada vez maior o número de alunos que necessitam de crédito estudantil para poder pagar o valor das mensalidades de seus cursos, a UPF lançou um programa próprio de auxílio ao estudante universitário, denominado de Plano de Apoio Estudantil (PAE/UPF). Os alunos que se beneficiarem do PAE poderão frequentar o curso escolhido pagando o valor correspondente à metade do custo normal da mensalidade, e o valor restante será quitado após a conclusão do curso, com o pagamento inicial postergado para um ano após a colação de grau, no mesmo número de meses utilizados para a sua graduação.

Essa realidade econômica, marcada pela enorme escassez de recursos financeiros, tem desafiado a gestão da UPF a envidar esforços no sentido de preparar a Instituição para poder superar esse momento de dificuldade. Assim, além daquelas medidas já refe-ridas, serão retomadas outras ações contempladas na proposta de reforma administrati-va, iniciada em 2012.

Ainda, os atuais indicadores econômicos na área educacional também sinalizam que o horizonte de curto e médio prazo é de muita cautela, e exige a redução de despesas de toda ordem. Prova disso é o fato de que, se por um lado, realizamos, no último ano, excelentes vestibulares, por outro, vimos muitos alunos, em decorrência do cenário eco-nômico posto, não conseguirem efetivar e/ou manter suas matrículas.

Assim, diante desse quadro de dificuldades – compartilhado em todos os espaços co-legiados de gestão –, é fundamental a união e a adesão de todos ao propósito de promo-vermos as reduções programadas, a fim de equilibrarmos o valor total das despesas com o montante da receita e a efetiva disponibilidade de recursos, em parte combalida pela conjuntura econômica.

Nesse contexto, precisamos unir as nossas forças para, conjuntamente, realizarmos os ajustes necessários e continuarmos desenvolvendo o ensino, a pesquisa, a extensão e a inovação tecnológica, a partir do nosso capital intelectual, consubstanciado pelo tra-balho integrado de nossos docentes e pela ativa participação de nossos funcionários. A situação exige a priorização de ações e a identificação de oportunidades para continuar-mos trilhando o caminho da excelência acadêmica.

Momento de formação integra e fortalece gestores da UPFRosani Sgari *

O cenário econômico atual e as restrições orçamentárias nas políticas educacionais

(*) Vice-reitora de Graduação da UPF(*) Reitor da UPF

Page 5: Revista Universo UPF #10 - Julho de 2015

Julho / 2015 5UniversoUPF

Foto: Gelsoli Casagrande

A exuberância da natureza preserva-da traz mais do que ar puro e beleza aos olhos. Mantém a biodiversidade e colore o Campus I da Universidade

de Passo Fundo (UPF), que conta com um sig-nificativo patrimônio vegetal. Nesse ambiente, também são encontradas diversas espécies de animais, que fazem da riqueza natural o seu habitat. Juntos, fauna e flora compõem o espa-ço universitário, que é privilegiado pela biodi-versidade que concentra.

Para saber quais são as espécies vegetais presentes no Campus e implantar o Sistema de Gestão Ambiental da Instituição, a Fundação Universidade de Passo Fundo (FUPF) tem rea-lizado, o Plano de Monitoramento da Flora, no qual foram identificadas e localizadas as Áreas de Preservação Permanente (APPs), e foram ca-talogadas mais de 100 diferentes espécies na-tivas e exóticas. Dessas, mais da metade é da flora nativa do Brasil.

Além disso, há três anos, um criterioso le-vantamento técnico das áreas de uso da fauna, associado aos recursos hídricos presentes nas APPs da UPF, vem sendo realizado pelo Insti-

Patrimônio vegetal conta com mais de 100 diferentes espécies nativas e exóticas. Além disso, relatório da fauna identifica diversas espécies de anfíbios, répteis e mamíferos

tuto de Ciências Biológicas (ICB). Os estudos apontaram a existência de dez espécies de anfí-bios, vinte de répteis e 11 de mamíferos na área do Campus central da Instituição.

Os levantamentos de fauna e flora, além de identificar as espécies, colocam a Instituição em dia com as determinações da Licença de Operação nº 14/2012 DL, concedida pela Fun-dação de Proteção Ambiental Henrique Luís Roessler (Fepam).

Fauna diversificadaAs espécies mais abundantes de mamíferos

encontradas até o momento foram o gambá

Levantamento da fauna

O monitoramento da fauna iniciou em 2012, com o propósito de sistematizar a preservação das APPs. O levantamento vem sendo conduzido pelas biólogas Dra. Noeli Zanella (Laboratório de Herpetologia) e Dra. Carla Tedesco (Laboratório de Ecologia), professoras do ICB, com o auxílio de acadêmicos do curso de Ciências Biológicas.

De acordo com Noeli, o relatório apresenta a análise de um conjunto de dados (espécies, deslocamentos, fatores abióticos) coletados ao longo do ano com o propósito de monitorar a fauna do Campus. “Diversos ambientes do Campus são monitorados, dentre os quais os úmidos, a capoeira ou a sucessão de vegetação e as áreas abertas”, explica a professora.

universidade

INVENTÁRIO BOTÂNICOe RELATÓRIO DE FAUNA

mostram a biodiversidade no Campus I

(Didelphis albiventris), o graxaim (Lycalopex gymnocercus), o tatu (Dasypus novemcinctus) e o veado (Mazama gouazoubira). “Uma espécie de mamífero que se destaca, pela abundância e visibilidade, é o graxaim. É uma espécie bem adaptada a ambientes periurbanos, entretanto, deve ser mantida sem contato e não deve ser alimentada, pois demanda uma alimentação específica”, destaca a bióloga Dra. Noeli Za-nella.

Para os anfíbios, por terem atividade notur-na, é feito, mensalmente, o registro de espécies em vocalização à noite. Os mamíferos são mo-nitorados a partir da amostragem em estradas

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Julho / 20156 UniversoUPF

e trilhas localizadas nos locais delimita-dos por visualização direta, ou por evi-dências indiretas, como pegadas e fezes. Também são utilizadas armadilhas para pegadas de mamíferos (plots), o que possibilita o registro da espécie. “Esse registro é feito mensalmente e nos dá a dimensão de quais e quantas espécies circulam pelo Campus”, observa a pro-fessora.

Em 2013, se iniciou o monitoramento e o manejo de rã-touro (Lithobates cates-beianus) nas áreas úmidas. “Essa é uma espécie exótica e interfere na conserva-ção de muitas espécies, já que preda an-fíbios nativos”, esclarece a bióloga.

A maioria das espécies presentes no Campus, especialmente nas áreas úmi-das, é sensível aos distúrbios ambien-tais nos seus habitats. “É recomendado que os visitantes não acessem áreas fora dos caminhos calçados, que depositem seus resíduos em lixeiras/contêineres apropriados e que não alimentem ne-nhum animal”, alerta a professora.

Armadilhas fotográficasEm 2015, as pesquisadoras estão utili-

zando um dos métodos mais modernos, eficientes e não invasivos hoje disponí-veis para monitoramento de mamíferos, ideal para estudos de longa duração, que consiste no uso de armadilhas fo-tográficas. Ao todo, estão instaladas, na extensão do Campus, seis armadilhas, equipamentos pequenos que, por meio de um sensor de movimento, registram em imagem a presença dos animais.

De acordo com a professora Noeli, é

um instrumento que permite certificar as espécies. “Com essa metodologia, teremos imagens dos animais que vão complementar o monitoramento que fa-zemos da fauna”, pontua.

Levantamento de floraHistoricamente e cada vez mais, o

Campus I da UPF tem servido como es-paço de lazer da comunidade de Passo Fundo e região e, com sua vegetação diversificada e exuberante, também representa um verdadeiro laboratório vivo. Conforme a engenheira florestal e agrônoma, doutora em Agronomia e responsável técnica pelo Plano de Moni-toramento da Flora, professora Evanisa Fátima Reginato Quevedo Melo, muitos exemplares que compõem a vegetação têm grande importância para o microcli-

ma, para o conforto ambiental das edi-ficações e para o bem-estar relacionado ao desenvolvimento das atividades com melhor rendimento pelos alunos, pro-fessores e funcionários envolvidos na atividade fim da Universidade.

Algumas quadras com vegetação es-tão integradas com as Unidades Aca-dêmicas ou protegidas pelas cortinas vegetais propiciadas pelas APPs. “Te-mos uma vegetação especial dentro das quadras implantadas, exemplares de rara beleza, como as corticeiras do ba-nhado e da serra, o açucará, o bosque de araucárias, as canelas, uma vegetação característica de mirtáceas com espécies frutíferas nativas, integrados à vegeta-ção exótica, como os povoamentos de eucalipto e pinus”, comenta.

De acordo com Evanisa, há alguns anos foram definidas as Áreas de Pre-servação Permanente que compõem o Campus I, conforme as características de vegetação, a umidade das áreas, a presença de nascentes, açudes ou la-gos, e cursos d’água. As APPs formam um corredor ecológico com a presença de vegetação nativa, criando uma área verde para a interligação de fragmentos arbóreos. No ano de 2013, foi implanta-do um projeto de reflorestamento e en-riquecimento de algumas dessas áreas.

Espécies ameaçadas e um exemplar raroO levantamento contempla exem-

plares ameaçados de extinção, como as corticeiras, a araucária e o xaxim. “A presença de exemplares de xaxim, de araucária, de açucará, de corticeira--do-banhado e de corticeira-da-serra servem de importante documento para a vegetação em risco ou ameaçada de extinção, relacionada nas listas verme-lhas, tendo importância como valores educativos, demonstrando a preocupa-ção com a preservação da natureza”, comenta a responsável técnica.

Em março, professores e

acadêmicos instalaram

as câmeras para monito-

ramento de mamíferos

Foto: Gelsoli Casagrande

Graxaim fêmea no Campus I da UPF

Foto: Ricardo Grigolo

Diversidade vegetal

Ao longo das diferentes quadras, é possível verificar a diversidade vegetal, tanto de espécies exóticas, como eucaliptos, pinus, ciprestes, tipuana, grevilhea e plátanos – que se adaptaram às condições climáticas locais, integrando-se com as espécies brasileiras – quanto de espécies nativas, como ipês, corticeiras, canafístula, gerivá, umbu e pinheiro brasileiro.

A composição vegetal ornamental é formada por azaléia, jasmim amarelo, buquê-de-noiva, pingo-de-ouro, pitospóro, angiquinho, hortência, agapanto, lírio amarelo e espécies anuais, em canteiros na frente de alguns prédios. “A vegetação do Campus resgata a cultura, a educação e a história, preservando a vegetação característica regional e nativa, assim como ameniza as condi-ções climáticas desse espaço, mantendo a diversidade de espécies”, define Evanisa.

Page 7: Revista Universo UPF #10 - Julho de 2015

Julho / 2015 7UniversoUPFFoto: Gelsoli Casagrande

O projeto “Extensão univer-sitária e trabalho decente: assessoria em economia soli-dária no município de Passo

Fundo”, ligado à Vice-Reitoria de Exten-são e Assuntos Comunitários da Univer-sidade de Passo Fundo (VREAC/UPF), visa auxiliar empreendimentos de eco-nomia solidária para incubar uma co-operativa. Neste momento, a iniciativa está na fase de coleta de experiências, de reuniões de aproximação com repre-sentantes desses empreendimentos e de construção para a forma de incubação.

A equipe é composta por quatro pro-fessores e 14 alunos, de áreas como Direito, Ciências Sociais, Psicologia e Serviços Social. Os integrantes discutem e produzem reflexões sobre as leituras de embasamento para elaboração das ações. “Todos os integrantes possuem voz e vez e são convidados a serem os protagonistas das ações do projeto de extensão. Nosso objetivo é oferecer co-nhecimentos acadêmicos para auxiliar os empreendimentos e aprender a reali-dade vivida no interior das cooperativas. Essa troca constitui um dos elementos mais ricos de um projeto de extensão, ou seja, a troca de experiências teóricas e práticas”, destaca o professor de Socio-logia da UPF e coordenador do projeto, Me. Ivan Dourado.

O projeto constitui um trabalho de intervenção e auxílio aos empreendi-mentos. “Estamos nos apropriando dos métodos de incubação de cooperativas já realizados, para, posteriormente, in-cubar uma cooperativa, nos moldes de uma incubação universitária”, explica Dourado.

As empresas, em sua maioria, são microempreendimentos ou empreendi-mentos familiares. Há falta de assistên-cia e o acesso aos recursos é mais difícil. “As cooperativas de economia solidária carecem de apoios organizacionais, de espaços de troca de experiências e de mecanismos coletivos de fortalecimento de parcerias institucionais que permi-

Projeto de extensão auxilia empreendimentos de

ECONOMIA SOLIDÁRIAIniciativa visa implantar projeto piloto de incubação para atender cerca de 25 empreendimentos

tam aos empreendimentos a produção, comercialização e autonomia dos seus processos decisórios”, observa o coor-denador do projeto.

O projeto vem justamente fortalecer esses empreendimentos locais de pe-queno porte. “A ideia é construir novas alternativas de emprego e renda, lutan-do para fortalecer os aspectos solidários, democráticos e autônomos, opostos à realidade de trabalho e subemprego que marca o mercado de trabalho tradi-cional”, salienta o professor.

Trajetória do projetoO projeto “Extensão universitária e

trabalho decente: assessoria em eco-nomia solidária no município de Passo Fundo/RS” constitui um desdobramen-to de um projeto iniciado em 2005, mas institucionalizado em 2006 com o nome de “Projeto de atendimento a sujeitos e grupos sociais em situação de vulne-rabilidade”. Inicialmente, este proje-to tinha por objetivo ouvir pessoas de comunidades mais carentes de Passo Fundo, que viviam a realidade do de-semprego ou do não emprego. Era for-mado por alunos e professores do curso de Psicologia e foi gradativamente se tornando interdisciplinar, com o ingres-so de professores e alunos do curso de Serviço Social. Com essa experiência e a partir da reunião de dados com base

na realidade vivida no projeto, o grupo iniciou uma reorientação teórica e me-todológica para a construção de um ma-peamento da situação das cooperativas de trabalho de Passo Fundo.

De 2010 até 2014, o projeto dedicou-se a estruturar um mapeamento dos empreendimentos de economia solidária da região, atividade que culminou na elaboração de um material que será publicado no segundo semestre de 2015. Com os dados analisados e discutidos, o projeto orientou-se para a realização de uma experiência de incubação e atendimento às necessidades das cooperativas de economia solidária localizadas na região. Nesta fase, a equipe é formada por acadêmicos e professores de áreas como Direito, Ciências Sociais, Psicologia e Serviço Social.

comunidade

Equipe do projeto é composta por quatro professores e 14 alunos, de áreas como Direito, Ciências Sociais, Psicologia e Serviço Social

Foto: Divulgação

Projeções

A intenção do grupo é iniciar no segundo semestre um projeto piloto de incubação. “Atualmente, estamos na fase de coleta de experiências já publicadas, reuniões de aproximação com os empreendimentos já mapeados, e construção da nossa própria identidade teórica e metodológica de forma de incubação e assessoria universitária. Pretendemos, no segundo semestre de 2015, iniciar um projeto piloto de incubação e atender às necessi-dades de, no mínimo, 25 empreendimentos já existentes”, revela Dourado.

Um dos grandes parceiros dessa iniciativa é a Cáritas Arqui-diocesana de Passo Fundo, que atualmente está organizando reuniões com os empreendimentos interessados da região.

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Julho / 20158 UniversoUPF

C onstruída de forma coletiva, a Política de Responsabili-dade Social Universitária (PRSU) oficializa e orienta

o compromisso da Universidade de Passo Fundo (UPF) com o desenvol-vimento social da região e do país em que está inserida. A implementação dessa Política revela o esforço da Ins-tituição na perspectiva de responder, com criatividade e inovação, aos desa-fios postos pela sociedade contempo-rânea, expressos, inclusive, em atos normativos do Ministério da Educação (MEC) e seus órgãos vinculados, como

A responsabilidade social universitária se efetiva na promoção da cidadania, a partir de uma perspectiva transdisciplinar do processo de formação, no sentido oportunizar espaços de construção de conhecimento que potencializem o entrelaçamento de saberes acadêmicos e da comunidade

especial

Pensar e agir em prol da consideração da diversida-de cultural, da variedade de memórias e da valoriza-ção do patrimônio cultural tem se revelado profícuo e provocador. Iniciativas vinculadas a essas áreas são realizadas há tempos em ações esporádicas ou contínuas, desenvolvidas em diversos setores da UPF, entretanto, ante a organização das informações para a produção da Política de Responsabilidade Social Universitária, percebemos a necessidade de repensar essa estrutura de forma mais articulada e integrada.

Nesse sentido, mais do que elencar as importan-tes ações incutidas no cotidiano da Universidade, vislumbramos sua articulação e potencialização. Uma das iniciativas é a constituição do Centro de Cultura, Memória e Patrimônio (CCMP). A partir do CCMP (ainda em estruturação), que inicialmente abrange as atividades do curso de História e do Programa de Pós-Graduação em História da UPF, pretende-se reunir

e instrumentar teórico-metodologicamente as ativi-dades de ensino, pesquisa e extensão, visando à sua divulgação como unidade operacional da Universida-de, considerando sempre as condições de um desen-volvimento crítico e responsável quanto à cultura, à memória e ao patrimônio coletivo. Assim, cientes dos desafios relacionados a essa proposta, pretende-se, via Centro, abrigar e vetorizar as iniciativas vincu-ladas aos seus temas norteadores, promovidas por áreas, unidades e setores de toda a UPF. Junto a isso, potencializam-se as articulações extrainstitucionais com atuação de integrantes do curso de História e das Ciências Sociais, sobretudo, em conselhos, entidades e grupos da cidade de Passo Fundo, a partir de ações dos projetos Momento Patrimônio, representação no Conselho Municipal de Cultura, oficinas de Educação Patrimonial e atividades do Laboratório de Arqueolo-gia e Cultura Material (Lacuma), projetos de pesquisa e

extensão envolvendo acervos judiciários, produção e análise de memórias de personagens da história local e regional em propostas de história oral – vinculadas ou não ao Laboratório de Memória Oral e Imagens (Lamoi), convênios para salvaguarda e disponibiliza-ção de acervos pelo Arquivo Histórico Regional (AHR) e Museu Histórico Regional (MHR), entre outras.

Ainda muito há a se realizar em iniciativas que promovam atividades voltadas ao desenvolvimento, à produção e à preservação cultural pelo tripé do ensino, pesquisa e extensão em prol da diversidade cultural, das memórias e patrimônios locais e regionais e, para tanto, convidamos aos interessados a integrarem-se nesse projeto coletivo e desafiador.

Professoras Gizele Zanoto e Jaqueline Ahlert – colaboram na área de Preservação da Memória e Patrimônio Cultural.

Cultura, Memória e Patrimônio

o Conselho Nacional de Educação (CNE) e a Comissão Nacional de Ava-liação (Conaes), que instigam as uni-versidades a pautarem suas políticas e ações com responsabilidade social.

A vinculação com a comunidade e o compromisso com o desenvolvimento regional foram incorporados à natu-reza da Instituição para além de seu compromisso social e político. Para a UPF, portanto, ser comunitária tem um significado histórico e carrega a noção de identidade, de responsabi-lidade coletiva e de cooperação, tanto com a comunidade em que está inseri-

da quanto com as instituições coirmãs que integram o Consórcio de Univer-sidades Comunitárias Gaúchas (Co-mung) e a Associação Brasileira das Universidades Comunitárias (Abruc), que expressam a mesma finalidade social.

A UPF foi concebida para partici-par do processo de desenvolvimento humano, social, educacional, cul-tural, econômico e tecnológico da região Norte do Rio Grande do Sul, onde mantém sua sede e onde, de forma extremamente comprometi-da, recebe alunos de várias outras

Responsabilidade

SOCIAL práticas que transformam

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Julho / 2015 9UniversoUPF

Responsabilidade

SOCIAL práticas que transformam

regiões do estado e do Brasil. A Ins-tituição, contudo, não restringe sua atuação a limites regionais, uma vez que consolida-se como referência no que diz respeito a intercâmbios e relações de cooperação com países de todos os continentes.

Transversal às ações da UPF, a sua Política de Responsabilidade Social materializa a articulação entre ensino, pesquisa, extensão e gestão, expressos em seus diversos cursos e programas acadêmicos e administrativos. Hoje, a Universidade configura-se como uma Instituição totalmente inserida na prática social, assegurando a pertinência de suas ações e a sua inclusão nos planos local, regional, nacional e internacional.

O processo de gestão da Universi-dade é conduzido de modo colegia-do e com foco em princípios como a universalidade e o acesso ao conhe-cimento das pessoas que constituem a comunidade acadêmica e daqueles em que a Instituição estabelece rela-ções institucionais. Nesse formato, os processos de tomada de decisão oportunizam a todos o acesso ao co-nhecimento e, assim, organizam um sistema sustentável e garantem sua evolução e continuidade.

FinalidadeA Política de Responsabilidade

Social da UPF é alicerçada no Plane-jamento Estratégico, no Plano de De-senvolvimento Institucional e no Sis-tema Nacional de Avaliação do Ensino Superior (Sinaes). As discussões e as ações que envolvem seu desenvolvi-

mento são orientadas pelo objetivo ge-ral de “implementar na Instituição um sistema de governança organizacional baseado nos princípios e diretrizes de responsabilidade social definidos institucionalmente, o qual possibili-te tomar decisões e realizar ações de identificação dos impactos sociais, ambientais e econômicos no contexto de atuação institucional, promovendo a cidadania, os direitos humanos e a sustentabilidade para as atuais e futu-ras gerações”.

Conforme a vice-reitora de Extensão e Assuntos Comunitários, Bernadete Dalmolin, ações de responsabilidade social vêm sendo desenvolvidas na

Instituição, mas aprovar uma política significa que a UPF quer que todo o fazer universitário seja mediado pelo paradigma de sustentabilidade eco-nômica, ambiental e social. “A Res-ponsabilidade Social deve impregnar todos e cada um dos espaços univer-sitários. Se nossa missão é formar ci-dadãos competentes, com postura crí-tica, ética e humanística, preparados para atuarem como agentes de trans-formação, todo e qualquer ato deve ser pedagógico e exemplar”, relata.

O processo é constituído pelo traba-lho desenvolvido em quatro grandes áreas de atuação, que estão previstas nos documentos da UPF e que foram

A dimensão “inclusão social” da Política de Res-ponsabilidade Social Universitária da UPF tem como objetivo principal contribuir para o enfrentamento das questões sociais e suas múltiplas configurações no con-texto social. São elementos norteadores nessa discus-são a necessidade de construir processos transversais, indissociáveis e participativos, em um contexto no qual todas as ações e setores institucionais busquem efetivar práticas no sentido da transformação social.

A partir dessa perspectiva, a inclusão social constitui elemento central acerca do processo de formação aca-dêmica, a partir de um pressuposto de desenvolvimen-to integral que possa oferecer formação profissional de excelência alicerçada na formação humana crítica e autônoma.

Essa postura remete ao compromisso da Univer-sidade com o desenvolvimento sustentável, pautado em um conceito de desenvolvimento econômico e social que garanta a equidade social, o cuidado com

o meio ambiente, não apenas como uma organização integrante do sistema produtivo, mas como uma Ins-tituição comprometida com valores democráticos, de promoção da cidadania e da justiça social, no sentido de contribuir efetivamente na construção de uma sociedade mais justa, considerando o papel fundamen-tal da educação nos processos de formação humana, social e cidadã, entrelaçando saberes acadêmicos e da comunidade.

Nessa direção, o processo de gestão da UPF tem sido conduzido de forma a buscar garantir princípios como a universalidade e o acesso ao conhecimento por parte da comunidade acadêmica e comunidade em geral, re-afirmando o seu compromisso com o desenvolvimento regional. Uma das estruturas que garante a disponibi-lização de espaços e a realização de práticas que con-templem os diversos sujeitos e suas necessidades é o Setor de Apoio aos Estudantes (Saes), que se caracteriza como um espaço de acolhimento, escuta e mediação na

busca de tornar acessíveis os recursos e espaços a partir do desenvolvimento de processos de acessibilidade, inclusão e autonomia. Esse é um trabalho contínuo e progressivo que envolve ações em todos os espaços institucionais. Alguns exemplos dessa dimensão são: vestibular acessível; acessibilidade em eventos e nas unidades; interpretação e tradução de Libras/Português para os estudantes surdos; adaptações de materiais conforme a necessidade; mobilidade aos estudantes com restrições motoras ou comprometimento visual; apoio pedagógico; acompanhamento psicológico e psiquiátrico; acompanhamento psicopedagógico; aulas de apoio; bem como orientação pedagógica aos profes-sores que possuem em salas de aula estudantes com necessidades especiais; acessibilidade as pessoas com necessidades especiais em quase todos os campi.

Alexandra Begnini Sortica Zeni e Lísia Rodigheri Godinho-colaboraram com a área de Inclusão Social

Inclusão social

Vice-reitora de Extensão e Assuntos Comunitários, Bernadete Dalmolin

Foto: Gelsoli Casagrande

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Julho / 201510 UniversoUPF

Essa dimensão da política da responsabilidade social universitária perpassa por diversas questões acerca das concepções de desenvol-vimento e de progresso. Nesse sentido, é importante destacar que as universidades foram historicamente construídas como espaço de desenvolvimento da alta cultura. Todavia, com o advento de novas necessidades de inclusão social, em um contexto no qual se coloca o desenvolvimento como objetivo, a instituição universitária é chama-da pela sociedade a atendê-las. Assim, um modelo de universidade voltada aos interesses da comunidade que a institui pode ser uma referência para articular ativamente os sujeitos na busca de inclusão, a partir do território e das relações sociais e produtivas que o compõem. O compromisso com o desenvolvimento sustentável, na direção dos direitos humanos pautados na necessidade de igualdade e defesa da dignidade humana, constitui elemento fundamental na concepção dessa dimensão.

Nesse contexto, a universidade constitui-se enquanto um impor-tante alicerce na comunidade, a fim de pensar o processo de desen-volvimento, fortalecendo a percepção de que o desenvolvimento é imperativo, mas pautando uma compreensão que contemple aspectos de desenvolvimento sustentável, humano e integral. As articulações da universidade com a comunidade pautam-se pela perspectiva de produção de processos emancipatórios e de sujeitos que protagonizem a transformação social.

Lísia Rodigheri Godinho e Renato Fioreze-colaboraram com a área de Desenvolvimento Econômico e Social

A Política Ambiental da UPF está sendo desenvolvida em conformidade com as recomendações da Agenda 21, a qual sugere que o ensino também é fundamental para atribuir consciência ambien-tal, valores, ética, atitudes, técnicas e comportamentos em consonância com o desenvolvimento sustentável.

Nesse sentido, a Universidade desenvolve várias ações, como atividades de educação socioam-biental, preservação, conservação, monitoramento e gestão de resíduos, que visam ao desenvol-vimento socioambiental. Entre as iniciativas em andamento, podem ser citados os processos que envolvem a renovação da Licença Operação do Campus I, em Passo Fundo, e o projeto de extensão Fazendo a Lição de Casa, que trata, em destaque, da adequada segregação dos resíduos gerados na UPF. O trabalho é realizado por meio de setores como o Museu Zoobotânico Augusto Ruschi (Muzar), o Centro de Ciências e Tecnologias Ambientais (CCTAM) e o Setor de Saneamento Ambiental (SSA).

Embora já existam inúmeras iniciativas em andamento, a efetivação da Política Ambiental Institucional da UPF (PAI/UPF) deverá projetar novos cenários, que transcenderão questões legais e envolverão toda a comunidade acadêmica. O projeto está sendo implementado a partir de processos participativos, que contam com a colaboração de dinamizadores, escolhidos nas unidades universi-tárias, campi e setores administrativos. Numa fase posterior, esse grupo será ampliado e contará com a representação de acadêmicos.

A PAI propõe cinco eixos de atuação, previstos no documento de Responsabilidade Social: preser-vação, conservação e sustentabilidade ambiental; educação e comunicação ambiental; gerencia-mento de resíduos, efluentes, emissões e prevenção da poluição; eficiência energética e planejamen-to, urbanização e ocupação dos espaços.

Em agosto de 2015, deverá ser instalada uma oficina de trabalho/plenária, que discutirá a Política de Desenvolvimento Social – Meio Ambiente da UPF. A definição da política também contará com uma audiência na qual será apresentada e debatida a proposta aprovada pelo grupo.

Professoras Carla Tedesco e Elisabeth Foschiera - colaboram na área de Meio Ambiente

Desenvolvimento econômico e social Meio Ambiente

contempladas para a definição da Po-lítica. Desse modo, as iniciativas da PRSU da UPF serão orientadas pelas seguintes áreas: inclusão social, de-senvolvimento econômico e social, meio ambiente, preservação da me-mória e patrimônio cultural.

Para dar suporte ao desafio que en-volve a constituição das práticas de responsabilidade social e consideran-do as necessidades de colaboração de pessoas que se vinculam com áreas temáticas e/ou setores estratégicos re-lacionados à Política, a Universidade

formou uma comissão de implementa-ção da PRSU. A partir de reuniões se-manais, os participantes estudam, re-fletem e discutem sobre as áreas e sua aplicação dentro da Instituição. Os en-contros são mediados pela professora Bernadete Dalmolin e contam com a participação da professora Clenir Ma-ria Moretto, vinculada à Vice-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitá-rios; das professoras Cristina Fioreze e Patrícia Valério, vinculadas à Vice-Reitoria de Graduação; do professor Nadir Pichler, vincu-

lado à Vice-Reitoria de Pesquisa e Pós--Graduação, e de Aislan Freitas, vin-culado à Vice-Reitoria Administrativa.

Também compõem a comissão os professores Renato Fioreze e Júlio Ce-sar Giacomini, do curso de Direito; as professoras Gizele Zanotto e Jacque-line Ahlert, do curso de História, e a professora Carla Tedesco, do Centro de Ciências e Tecnologias Ambientais (CCTAM). Os encontros ainda contam com a contribuição de profissionais convidados e dos funcionários Cristia-ne Klein, da Fundação Universidade de Passo Fundo (FUPF); Carine Hacke-nhaar e Alexandra Begnini, da área de Gestão de Recursos Humanos; Lísia Rodigheri Godinho, da Divisão de Ex-tensão; Paula Maróstica, da Divisão de Graduação; e Cristiano Mielczar-ski, Daniela Godinho e Lilian Dickel, da Agência de Co-municação e Marketing (Agecom).

Reunião entre os integrantes

da comissão de implementação

da PRSU

Foto: Gelsoli Casagrande

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Julho / 2015 11UniversoUPF

Foto: Gelsoli Casagrande

entrevista

n Nem só de números, planilhas e estratégias se faz a Administração. Frieza e racionalidade são essenciais para se lidar com números, mas, ao se trabalhar com pessoas – afinal, se trata de uma ciência social –, o administrador precisa de outras habilidades, como empatia e sensibilidade

Dra. Denize Grzybovski e Dra. Anelise Rebelato Mozzato

DIÁLOGO É A CHAVE DA GESTÃO HUMANA DE PESSOAS

Tratar pessoas com o mesmo dis-tanciamento com que se lida com cál-culos é um equívoco que faz parte da história da Administração, mas que cada vez mais fica no passado. Estu-dos recentes evidenciam que a huma-nização da gestão de pessoas impac-ta no interesse, no desenvolvimento e na motivação dos trabalhadores. A seguir, as professoras Dra. Denize Grzybovski e Dra. Anelise Rebelato Mozzato, membros do grupo de pes-quisa Estudos em Gestão de Pessoas, do Programa de Pós-Graduação em Administração (PPGADM), elucidam os principais pontos desse modelo de trabalho.

Como a gestão de pes-soas evoluiu ao longo da história?

Denize: A partir da dé-cada de 1960, as empresas começaram a ver os traba-lhadores como pessoas, que têm sentimentos e his-tórias, e não como meros recursos ou máquinas.

Anelise: No Brasil, esse avanço aconteceu a partir dos anos 1990, quando se começou a questionar as práticas adotadas até então.

Como ocorreu esse pro-cesso de humanização?

Denize: Após a II Guerra Mundial, o Japão adotou uma estratégia de recupe-ração que contemplava as pessoas, fazendo com que elas se comprometessem

com o trabalho. Eles deram o start para um novo jeito de gerenciar, no qual as pessoas tinham liberdade para criar ou mudar a maneira de trabalhar. Até en-tão, a prática seguia o modelo america-no, mais funcionalista, em que o traba-lhador é visto como um simples recurso. No Brasil, aprendemos a administrar pelo modelo americano, mas percebe-mos que essa prática não gera os resul-tados esperados porque, culturalmente, somos diferentes. Somos mais livres, descontraídos, menos "formatados".

Anelise: Em razão desse histórico, começou-se a voltar a atenção para as escolas europeias, que são menos ra-cionais, positivistas, e mais reflexivas e críticas. A Alemanha passou por esse processo com bastante intensidade com a Escola de Frankfurt, no repensar a racionalidade funcionalista. Nessa ló-gica é que, recentemente, a Teoria da Administração abriu espaço para ouvir o pesquisador que pensa de maneira diferente, numa racionalidade crítica, emancipatóra e humanizadora, até em razão de que os modelos rígidos de ges-tão de pessoas não estão mais dando conta do que se espera.

É comum vermos empresas e funcionários em conflito, mesmo que ambos tenham objetivos se-melhantes. A humanização das re-lações pode ser uma solução?

Denize: O primeiro caminho é ou-vir as partes. Mas como isso pode ser feito, se as empresas estão formata-das em modelos burocráticos, com salas fechadas, cargos, funções pré--determinadas? Quando se fala em humanização, é preciso superar essa estrutura clássica, abrir espaço para a interação social. Muitos empresá-rios consideram isso perda de tem-po, eles não querem ouvir, querem resultados.

Anelise: Fica o poderio de um lado e os trabalhadores do outro, imer-sos numa hierarquia enorme que em nada facilita a comunicação. Assim, a falta de consideração e respeito pelo ser humano torna-se evidente, con-sequentemente, causando conflito e dificultando a sua resolução.

Diante desse cenário, como os empresários e gestores podem pra-ticar a gestão humanizada?

Denize: Devem se abrir para ouvir as necessidades, mas não no sentido de assistencialismo. Devem observar, por exemplo, se o seu funcionário prefere ter como benefício uma saco-la econômica ou uma tarde livre.

Anelise: Não existe receita, porque cada organização tem uma realidade diferente, mas ouvir, respeitar e bus-car informação é o ponto de partida. Às vezes, se pensa que esse papel deve ser desempenhado pelo psicólo-go, pelo setor de recursos humanos, mas não, todos devem se envolver. Cada vez mais, as práticas de gestão de pessoas são descentralizadas. A partir do momento em que envol-vemos mais os gestores de todas as áreas, estamos promovendo maior proximidade e comunicação entre as pessoas. Cada organização tem a sua realidade e deve procurar a sua forma de fazer a gestão das pessoas, para que cada trabalhador se sinta mais comprometido e valorizado.

Professoras Dra. Denize Grzybovski

e Dra. Anelise Rebelato Mozzato,

membros do grupo de pesquisa

Estudos em Gestão de Pessoas

do Programa dePós-Graduação

em Administração (PPGADM )

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Julho / 201512 UniversoUPF

O s crescentes avanços tecno-lógicos da sociedade globali-zada provocam significativos impactos na disseminação e

na produção do conhecimento. Nesse contexto de aprimoramento, buscando adaptar-se aos novos paradigmas que surgiram ao longo dos anos, a Editora da Universidade de Passo Fundo (UPF Editora) marca sua história cumprin-do um papel de vanguarda. No ano em que celebra os 20 anos de sua existên-cia, a UPF Editora consolida os espaços conquistados no cultivo e na difusão escrita do conhecimento científico, contribuindo, não só para o desenvol-vimento da ciência, como também, de forma ampla, para o desenvolvimento social do país. Além disso, a atividade editorial universitária produzida na UPF tem importância estratégica, inter-nacionalmente comprovada, ao primar pela publicação qualificada das pesqui-

Produção editorial ultrapassa duas décadas na UPF, com a Editora assumindo posição de vanguarda na divulgação de pesquisas acadêmicas

UPF EDITORA

sas realizadas nas atividades de ensi-no, de pesquisa e de extensão.

Conforme a coordenadora, professora Dra. Karen Beltrame Becker Fritz, embo-ra a UPF Editora esteja preparada para editar publicações diversas, o livro tem sido a mais comum. “Para celebrar os 20 anos da atividade editorial, elabora-mos um catálogo que traz a memória da UPF Editora contada pelos livros. São 880 obras publicadas até este momen-to. Revisitar o passado de publicações é uma tarefa que executamos com gran-de alegria, pois mostra o trabalho não somente da Editora, mas evidencia os resultados das investigações científicas dos professores e de outros profissionais das diversas áreas do conhecimento”, aponta a professora.

Outra atividade programada para celebrar os 20 anos está localizada no Centro de Convivência da Universidade: uma exposição de livros publicados pela

Há 20 anos contribuindo com a difusãodo conhecimento científico

Equipe é composta por

mestrandos e doutores

na revisão de linguagem e profissionais

especializados atuando

nas áreas de diagramação,

design e administração

Fotos: Gelsoli Casagrande

universidade

As obras da UPF Editora podem ser acessadas em formatos digitais.

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Julho / 2015 13UniversoUPF

Preparada para o futuro cada vez mais tecnológico

Na opinião da professora Karen, a UPF Editora pode ser considerada um ‘termômetro’ da eficácia institucional e da efetividade acadêmica, tendo em vista que os critérios de seleção dos textos precisam ser muito rígidos, orientados por uma lógica acadêmica e sem fins lucrativos. “Na UPF Edi-tora, as decisões sempre foram colegiadas, tudo é discutido no Conselho Editorial, que é formado por professores doutores com notório saber na área. A função de receber os originais, ler, julgar e decidir quanto ao destino de uma determinada obra sempre foi e será do Conselho Editorial”, expli-ca. Nesse contexto, ela ressalta que a ação cultural da UPF Editora, ao longo do tempo, identifica-se com o projeto político da própria universidade e é um caminho natural para o intercâmbio entre a comunidade acadêmica e a sociedade, promovendo estímulo à leitura e à produção intelectual.

Ainda de acordo com a coordenadora, a UPF Editora continuará primando pela qualidade do processo de editoração daquilo que se torna público. “É importante que os avanços da ciência cheguem à sociedade e ultrapassem os muros das universidades e de centros de pesquisa. Nesse contexto, novamente, destaca-se o papel de uma editora universitária como a nossa”, aponta, ressal-tando, ainda, que a UPF Editora está atenta à potencial contribuição das editoras universitárias no atual processo de internacionalização da universidade brasileira, pública ou privada, no sentido de criar espaços supranacionais integrados da produção intelectual dos pesquisadores.

UPF Editora ao longo do tempo, em que também estão contemplados os perió-dicos da Instituição. “São 12 periódicos editorados até o momento, com 215 edi-ções publicadas”, comenta, enfatizando que, atualmente, há forte tendência à valorização dos periódicos na divulga-ção do conhecimento científico, funda-mentalmente porque o processo de ava-liação dos programas de pós-graduação tem valorizado de forma considerável esse meio de publicação. “Criados em ritmo proporcional à expansão dos ra-mos do conhecimento científico, os pe-riódicos demonstram concretamente o processo crescente de especialização e as repercussões dos avanços científicos sobre as formas de produção do conhe-cimento. É frequente ouvir, nos meios acadêmicos, sugestões aos pesquisado-res para que invistam tempo e esforços na produção de artigos, por ser esse o produto que mais pontua e classifica os programas de pós-graduação, nas dife-rentes áreas”, comenta Karen.

Novos paradigmas na produção de publicaçõesAs mudanças tecnológicas trouxe-

ram consigo novos paradigmas. Esses impactos também produziram novos caminhos para a editoração de publi-

cações, e, em pouco tempo, a produção eletrônica passou a ocupar importantes espaços na produção editorial, ao lado das produções impressas. "Produzimos, hoje, e-books em dois formatos. O pri-meiro e mais popular, quase unânime, é o conhecido PDF, com formato estático. O segundo é o e-pub, com o qual o leitor pode interagir e folhear as páginas. Esse é, normalmente, acessado em e-readers, tablets, celulares ou outros dispositivos que usam aplicativos próprios para tal", comenta a coordenadora, explicando

Professor Doutor

Adriano Pasqualotti

sendo recebido na UPF Editora

Professora Dra. Karen Beltrame Becker Fritz, coordenadora da UPF

Editora

que, independentemente do formato escolhido, o livro pode ser disponibi-lizado para download no site da UPF Editora, com distribuição gratuita. Esses formatos, segundo ela, permitem que a obra possa circular no espaço-tempo on-line. “Para nós, da UPF Editora, es-ses avanços têm levado à construção de um mundo on-line de publicações, de divulgação científica com dados que são publicados de forma mais ágil, amplian-do, cada vez mais, o conhecimento”, ressalta Karen.

Diante de um contexto complexo no mundo editorial, a UPF Editora inves-te em profissionais para acompanhar o avanço e responder aos desafios con-temporâneos. Por isso, tem em sua equi-pe mestrandos e doutores na tarefa de revisão de linguagem e profissionais especializados, atuando nas áreas de diagramação, design e administração, demonstrando o comprometimento com o conhecimento específico necessário para cada tarefa. “O trabalho desenvol-vido pela UPF Editora, por necessitar de profissionais com formações distintas, forma um grupo unido, na constante busca por melhores resultados na ativi-dade editorial,” destaca a professora.

Fotos: Gelsoli Casagrande

UPF Editora está preparada para editar publicações variadas

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Julho / 201514 UniversoUPF

SAESSAES

A acessibilidade ao ensino de qualidade e a permanência do aluno são investimentos da Universidade de Passo

Fundo (UPF). Para contribuir com o processo de inclusão, a Vice-Reitoria de Graduação tem como um de seus braços de apoio os serviços oferecidos pelo Se-tor de Atenção ao Estudante (Saes). As intervenções feitas em auxílio ao aluno que apresenta alguma dificuldade ou que necessita de ajuda ou apoio inicia-ram ainda em 1993, com a criação do Setor Psicopedagógico – hoje Saes –, o qual, a partir de 2007, ampliou a oferta dos serviços oferecidos. Conforme a co-ordenadora do Saes, psicóloga e profes-sora Dra. Silvana Baumkarten, todos os projetos desenvolvidos pelo setor objeti-vam garantir a inclusão e a acessibilida-de do aluno ao ensino de qualidade e a sua permanência na Universidade.

um espaço deacolhimento e mediaçãode dificuldades

Setor busca construir uma rede de relacionamentos por meio de projetos que possibilitam ao acadêmico encontrar caminhos para superar as dificuldades emocionais e de aprendizagem

Eixos de atuaçãoO Saes trabalha com três eixos: psico-

pedagógico, psicológico e de tecnologia assistiva. Em cada um deles, são desen-volvidos projetos específicos, com aten-dimento às dificuldades emocionais e de aprendizagem. “Realizamos oficinas em sala de aula que desenvolvem a aprendi-zagem; temos grupos de apoio a famílias de alunos que têm deficiência; oferece-mos recepção e acolhimento ao aluno ingressante, e, no próximo semestre, iniciaremos também oficinas temáticas, com abordagens diversas. A primeira oficina vai auxiliar alunos que têm difi-culdade de apresentar trabalhos em pú-blico, e, posteriormente, o trabalho será de prevenção à drogadição”, comenta a coordenadora, explicando que as ofici-nas se dão a partir de demandas que são enviadas pelas coordenações e/ou pelos próprios alunos.

Por meio de seus projetos, o Saes acolhe o conflito como possibilidade potencialmente resolutiva e criativa da problemática apresentada, otimizando os espaços do aprender. Além disso, procura construir uma rede de relacio-namentos que possibilitem ao acadêmi-co encontrar caminhos para superar as dificuldades. Outro suporte oferecido pelo Saes é a mobilidade pelo Campus. Com esse serviço, os alunos cadeirantes são acompanhados por funcionários que auxiliam na sua locomoção, desde a chegada na Universidade, em seu meio de transporte, até a sala de aula.

O trabalho de inclusão auxilia tam-bém os acadêmicos cegos ou com bai-xa visão, favorecendo sua mobilidade. Esses alunos contam com a disponibi-lização de material em braile para as aulas e/ou com a impressão de provas em fontes ampliadas. Da mesma for-

institucional

Equipe de trabalho

desenvolve atividades

com os acadêmicos

Foto: Leonardo Andreoli

SAES

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Julho / 2015 15UniversoUPF

Entre os programas desenvolvidos pelo Saes, destacam-se:

ma, os surdos contam com a presença de intérprete de Libras durante as au-las e outras atividades acadêmicas. A ideia é sempre desenvolver a autono-mia nos alunos com deficiência, não só dentro do Campus, mas fora dele também, e, nesse contexto, o Saes também trabalha com os professores, ambientando-os quanto à acessibili-dade e às deficiências dos acadêmi-cos, promovendo a inclusão destes. “Primamos pela inclusão do aluno, para que ele possa ter o direito de cur-sar o ensino superior com qualidade”, finaliza a psicóloga Silvana.

No eixo da tecnologia assistiva, há, atualmente, três projetos em desen-volvimento: o serviço de tradução e interpretação, o auxílio a acadêmico com deficiência e a orientação a pro-fessores com alunos surdos.

A Língua Brasileira de Sinais é uma língua natural, plenamente desenvol-vida, que assegura uma comunicação completa e integral. Por meio do servi-ço de tradução e interpretação, o Saes viabiliza a tradução/interpretação em Libras/português, com profissionais especializados na área, os quais atu-am em sala de aula junto com acadê-micos surdos, professores e colegas ouvintes, em todas as atividades aca-dêmicas. A orientação dada aos pro-fessores que trabalham com alunos surdos ocorre sob forma de oficina, criada especialmente para atender às necessidades dos docentes e coorde-nadores de curso.

Os números surpreendentes e o alcance deste trabalhoOs números de atendimentos reali-

zados pelo Saes são surpreendentes: somente em 2014, 133 alunos, de 34 cursos da Instituição, estiveram em

atendimentos psicológicos, totalizan-do 1.055 seções. Além desses, busca-ram atendimento psicopedagógico 159 alunos, de 35 cursos da UPF, resul-tando em 391 sessões de atendimen-to. Nas aulas de apoio, foi registra-da a participação de 1.463 alunos, de 32 cursos, envolvendo 61 disciplinas. O programa Roda de Conversa levou 1.814 alunos a participar de 58 en-contros promovidos em parceria com a coordenação da área de Ética e Co-nhecimento e com os professores das disciplinas de Iniciação ao Conheci-mento Acadêmico.

Além disso, foram atendidos 60 alu-nos na orientação profissional e 29 famílias de acadêmicos foram acom-panhadas, somando 41 atendimentos a familiares. Também, foram desen-volvidas 264 atividades envolvendo tecnologia assistiva, intérpretes e par-ticipação nas aulas e disciplinas.

No que se refere à sua função de

inclusão e de fortalecimento à per-manência dos alunos na Instituição, o trabalho desenvolvido no Setor de Atenção ao Estudante tem caráter extremamente relevante e favorece a qualidade educativa e o espaço do aprender e ensinar como algo lúdico e estimulante. Todo esse trabalho é ex-tensivo aos seis campi da UPF e a Vice--Reitoria de Graduação tem atestado o alcance dos trabalhos e os desafios propostos nesse tipo de serviço. “Há necessidade de debruçarmo-nos sobre a construção de todas as alternativas possíveis que favoreçam a qualidade educativa na UPF”, salienta a vice--reitora de Graduação, professora Dra. Rosani Sgari.

O Saes está localizado junto à Biblio-teca Central – Campus I, Passo Fundo. Informações sobre os programas e os atendimentos podem ser obtidas pelo telefone (54) 3316-8256 ou pelo e-mail [email protected].

Projeto orientação profissional/educacional na trajetória acadêmica: orienta acadêmicos na sua trajetória acadêmica, analisando situações de ingresso, reingresso, transferência e/ou reopção de curso. O foco do trabalho está no autoconhecimento e no conhecimento das profissões, visando à permanência e ao fortalecimento dos círculos de relações com a Universidade.

Projeto aluno apoiador: auxilia o aluno em suas dúvidas, na execução de exercícios, propõe grupos de estudo, estimulando a ajuda entre os colegas. Conta com a participação direta de acadêmicos que auxiliam estudantes com dificuldades de aprendizagem, através de atividades de apoio para pequenos grupos.

Projeto oficina aprender a aprender: possibilita ao acadêmico vivenciar suas ações no ambiente acadêmico, abrindo um espaço para representação de situações que está vivenciando dentro dos processos de ensino e aprendizagem.

Atendimento e acompanhamento psicopedagógico: oferece um serviço especializado, com o objetivo de potencializar o processo de aprendizagem, de construção e reconstrução do conhecimento.

Atendimento e acompanhamento psicológico: oportuniza o contato com um profissional psicólogo especializado, capaz de atender situações de conflitos que refletem no desempenho acadêmico ou em aspectos emocionais, relacionais e/ou socioculturais da vida do aluno.

Projeto roda de conversa vai à sala de aula: oportuniza ao aluno ingressante um espaço para refletir sobre seu ingresso na Universidade, em um momento de conversa/escuta sobre suas expectativas, dificuldades e dúvidas e sobre os sentimentos de ser universitário.

Programa de aulas de apoio: desenvolve atividades de aulas de apoio para alunos com dificuldades de aprendizagem, oferecendo um espaço de ensino e promoção de conhecimento.

Projetos desenvolvidos

pelo Saes garantem

inclusão e acessibilidade

do aluno ao ensino de qualidade

Foto: Gelsoli Casagrande

Page 16: Revista Universo UPF #10 - Julho de 2015

Julho / 201516 UniversoUPF

institucionalExperiência internacional qualifica a pesquisa e a docência

Professores do Programa de Pós-Graduação em Odontologia buscam novas possibilidades durante estágio pós-doutoral em Chicago

O desejo de estar sempre em formação e trans-formação foi a mola propulsora para que dois professores do quadro docente da Faculdade de Odontologia (FO) e do Programa de Pós-Gra-

duação em Odontologia da Universidade de Passo Fundo (PPGOdonto/UPF) buscassem experiência internacional. Doglas Cecchin e Ana Paula Farina realizaram estágio pós--doutoral na Universidade de Illinois, em Chicago, onde produziram artigos, desenvolveram descobertas e estabe-leceram importantes parcerias.

A motivação para a dedicação à pesquisa teve origem ain-da na graduação, quando se sentiram estimulados a pros-seguir seus estudos a nível de mestrado e de doutorado. Formados pela UPF, com especializações na Universidade de São Paulo (USP) e na Universidade Estadual de Campi-nas (Unicamp), respectivamente, Doglas e Ana Paula con-quistaram um espaço singular para realização de estágio pós-doutoral na Universidade de Illinois, na qual desenvol-veram importantes pesquisas, encontrando resultados que serão aplicados em sala da aula.

Resultados importantes e reconhecimentoEm Chicago, Cecchin desenvolveu trabalhos relaciona-

dos à caracterização da dentina tratada com substâncias experimentais e soluções ricas em proantocianidinas. O principal objetivo de seus estudos foi encontrar formas

para melhorar as propriedades biomecânicas dentinárias e, consequentemente, aumentar a durabilidade de procedi-mentos restauradores adesivos realizados na cavidade oral. “Os resultados foram importantes, pois descobrimos novas formas de tratamento da dentina, que podem ser aplicadas antes da finalização do tratamento endodôntico e que se-rão essenciais no desenvolvimento de uma nova solução. Dependendo dos resultados de outros estudos, em breve, esse método poderá ser indicado como nova opção para o preparo de canais radiculares”, explica, registrando que um artigo seu sobre essa temática já fora publicado e outro já está aceito em um periódico Qualis A e com alto fator de impacto.

Ana Paula estudou o papel dos proteoglicanos, macro-moléculas naturais capazes de restaurar as células epi-dérmicas e de aumentar o metabolismo dos componentes do tecido presentes na dentina sobre o comportamento de adesivos utilizados em restaurações e sobre as proprieda-des biomecânicas da matriz dentinária. “Após período ex-tenso de trabalho e o desenvolvimento de 11 metodologias de estudo, foi descoberto que a modificação da dentina é capaz de auxiliar nos procedimentos restauradores. O de-senvolvimento dessa técnica permitiu a utilização, com maior estabilidade, de sistemas adesivos experimentais, que futuramente poderão ser empregados na Odontolo-gia”, registra a pesquisadora.

Incentivo institucional resulta em boas parceriasMotivar o quadro docente pela formação continuada

é uma das metas da Vice-Reitoria de Pesquisa e Pós-Gra-duação. Para o vice-reitor, professor Dr. Leonardo José Gil Barcellos, quanto mais investimentos forem fei-tos na qualificação dos professores, melhores resultados serão obti-dos, tanto na pesquisa quanto na graduação. “Temos conquistado es-paços significativos em importantes instituições de pesquisa do mundo. Esse investimento retor-na de forma imediata através da motivação do professor e da visibilida-de da UPF, por meio dos artigos e dos bons resul-tados obtidos”, pontua.

Na opinião do profes-sor Doglas, o apoio institucional foi fundamental para que o sonho da experiência internacional se realizasse. “Fomos estimulados ao desenvolvimento de atividades de pesquisa desde a época em que éramos alunos da graduação na Fa-culdade. Vemos isso como um estímulo e incentivo, muito importante para continuarmos crescendo e buscando no-vos horizontes”, frisa.

Professora Ana Paula estudou

o papel dos proteoglicanos,

macromoléculas naturais capazes

de restaurar as células

epidérmicas e de aumentar o

metabolismo dos componentes do tecido presentes

na dentina

Fotos: Divulgação UPF

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Julho / 2015 17UniversoUPF

Experiência internacional qualifica a pesquisa e a docência

institucionalArquitetura que TRANSFORMATrabalhos realizados no Escritório Modelo de Arquitetura e Urbanismo da UPF transformam a vida da comunidade

O Viva!, Escritório Modelo de Arquitetura e Urbanismo (Emau), projeto vinculado à Vice-Reitoria de Extensão

e Assuntos Comunitários da Universi-dade de Passo Fundo (VREAC/UPF), tem como finalidade complementar a educação universitária dos acadêmi-cos, afirmando, assim, o compromisso de engajamento com a comunidade, respeitando a realidade social na qual esta se insere. O grupo na UPF, formado por acadêmicos voluntários, desenvol-ve projetos para entidades ou grupos comunitários que não têm condições fi-nanceiras de contratar um serviço nes-sa área. Todas as ações são voluntárias e sem fins lucrativos.

Existem diversos escritórios modelos no Brasil. De acordo com a Federação Nacional dos Estudantes de Arquite-tura e Urbanismo, são mais de trinta Emaus em funcionamento no país. “Os escritórios modelos servem para pro-porcionar ao aluno da graduação uma

experiência prática e ao mesmo tempo retribuir para a sociedade um pouco de todo investimento coletivo feito na Uni-versidade. Suas atividades consistem em oferecer serviços para comunidades carentes. É muito agregador”, explica a coordenadora do projeto de extensão na UPF, professora Me. Carla Portal Vasconcellos.

O Emau teve origem a partir da dis-cussão a respeito da vivência e das práticas dos estudantes de Arquitetura durante a graduação, com a finalidade não só de complementar a educação universitária, mas também de contri-buir com o desenvolvimento, nas mais diversas instâncias, da comunidade que acolhe e é acolhida pela universi-dade. As ações são desenvolvidas com entidades ou grupos que têm ideias e não sabem a quem recorrer ou não dis-põem de verbas para contratar um ar-quiteto. “O projeto desenvolvido ajuda a comunidade a buscar recursos para transformar sonhos em realidades”, sa-lienta a professora.

O projeto também agrega experiência para os acadêmicos, que participam vo-luntariamente das atividades. “O Emau me torna mais humano. É por meio dele

que consigo perceber a profissão de ar-quiteto da forma mais pura, na sua es-sência, e com a certeza de êxito”, decla-ra o acadêmico de Arquitetura da UPF Tayleran Vigânigo Brandão, membro fundador do Emau.

O escritório modelo promove ações coletivas com o objetivo de melhorar primeiramente o ser. “Assim, é possível trabalhar com os sonhos e a vida das pessoas, com a simplicidade e o efeito necessário. Se soubermos cuidar o so-nho mais simples, saberemos cuidar do todo, sem preocupações”, destaca Brandão.

Intervenções realizadasNos dois anos de existência do Viva!,

foram realizadas oficinas para comuni-dades e intervenções em escolas muni-cipais de educação infantil e de ensino fundamental. Atualmente, o grupo está fazendo estudos que viabilizem o desenvolvimento de um projeto em Ca-razinho e outros envolvendo as comu-nidades étnico-raciais. Recentemente, também foram realizadas oficinas de artes alternativas e foi desenvolvido um trabalho no município de XV de No-vembro.

Viva!Emau é formado por acadêmicos voluntários da UPF

Foto: Gelsoli Casagrande

Todas as ações são realizadas

de forma voluntária Foto: Divulgação UPF

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Julho / 201518 UniversoUPF

Fotos: Gelsoli Casagrande

I nvestigar, analisar as relações sócio-históricas e compreender as diversas concepções metodológi-cas que referenciam a docência.

Essas são algumas das atividades que os acadêmicos do curso de licenciatura em História da Universidade de Passo Fun-do (UPF) aprendem a exercer durante a graduação, que, neste ano, completa 45 anos de existência.

Fundado em 1970, o curso já formou 1719 profissionais. Atualmente, sua es-trutura ocupa espaços no Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH), Campus I, e no Campus III, no centro de Passo Fundo, e é constituída por labo-

Definitivamente, fazendo

HISTÓRIAInfraestrutura, corpo docente e um trabalho conjunto da graduação com a pós-graduação fazem o curso de História da UPF estar entre os dez mais bem qualificados cursos de licenciatura do Brasil

ratórios diversificados que possibilitam uma formação integral e qualificada do professor-pesquisador em História. Dentre esses laboratórios, destacam-se o Arquivo Histórico Regional (AHR), o Museu Histórico Regional (MHR), o La-boratório de Cultura Material e Arqueo-logia (Lacuma), o Laboratório de Memó-ria Oral e Imagem (Lamoi), os núcleos e grupos de pesquisa em História Política, Social e Cultural, e o projeto de extensão Momento Patrimônio.

De acordo com a coordena-dora, professora Dra. Gizele Zanotto, o curso forma egres-sos com perfil diversificado. “Se anteriormente o foco básico era somente a licen-ciatura, que ainda compõe o maior mercado de trabalho da área, hoje também preconizamos uma formação do professor-pesquisador apto a trabalhar em outros campos que demandam, sempre mais, profissionais de História”, comenta.

Diferenciais garantem reconhecimentoCom duração de oito semestres e

aulas ministradas no turno da noite, a graduação na UPF tem como dife-rencial o corpo docente qualificado, composto essencialmente por doutores e pós-doutores em História. Segundo Gizele, os professores do curso também integram o colegiado de programas de pós-graduação na Instituição, dentre os quais o Programa de Pós-Graduação em História (PPGH), que proporciona aos estudantes não só a possibilidade de formação continuada imediatamen-te após a conclusão da graduação, mas o investimento em pesquisa e na ex-

Mercado de trabalho em expansãoO curso de História tem formado professores aptos a atuar em

escolas do ensino fundamental e médio, mercado que, em Passo Fundo e região, ainda não está saturado e apresenta demanda contínua por profissionais. Além disso, conforme a professora Gizele, há um aumento significativo na requisição, por Secretarias de Educação e Cultura, de profissionais para atuarem em espaços de memória dos municípios, sobretudo em museus, arquivos e casas de cultura, locais em que muitos egressos trabalham coti-dianamente. “O mercado de trabalho diversificado é ainda adido de demandas menos gerais, mas que são igualmente importan-tes: assessoria parlamentar, consultoria histórica e patrimonial, elaboração de projetos de intervenção patrimonial ou dossiês históricos, participação em equipes de trabalho interdisciplinares de comissões voltadas às questões de acervos e memória, e con-sultoria para produção de mídias (TV, rádio e cinema)”, acrescenta.

celência e atualização do trabalho em sala de aula. “A excelência dos docen-tes foi fator essencial para os resulta-dos positivos alcançados pelo curso na mais recente avaliação do Ministério da Educação (MEC), em 2012. Na ocasião, o Conceito Preliminar de Curso (CPC) legado à História da UPF pelo MEC, por meio do Inep, foi 5, que é o concei-to máximo. Esse resultado também é devido ao destacado desempenho dos acadêmicos na prova do Exame Nacio-

nal dos Cursos (Enade), na qual alcançaram conceito 4, em um rol possível de 0 a 5. Essas avaliações destaca-ram o curso como o sétimo mais bem qualificado curso de licenciatura em História do país”, registra a coorde-

nadora.A relação dos futuros historiadores

com o PPGH tem início ainda na gra-duação. Durante a sua formação, os alunos se beneficiam da articulação promovida pela inserção no universo da formação complementar qualifi-cada por meio de várias atividades, como eventos, cursos e palestras pro-movidos conjuntamente entre o curso e o PPGH. “Bolsas de pesquisa também aproximam graduandos do universo de investigação, bem como grupos de pesquisa em que os alunos dialogam e trabalham com mestrandos e douto-randos. Essa proximidade é confirma-da durante os quatro anos de formação e o caminho natural para aqueles que desejam se dedicar à produção do co-nhecimento é sua inserção no PPGH, via processo de seleção, ofertado duas vezes ao ano para o nível de mestra-do”, relata a coordenadora.

Coordenadora do curso de História, professora Gizele Zanotto menciona a relação da graduação com o PPGH.

Mercado de trabalho promissor constitui a formação de profissionais nas áreas de licenciatura e de pesquisa

Quer saber mais sobre o curso de História? Acesse

o site www.upf.br.

curso de graduação

Page 19: Revista Universo UPF #10 - Julho de 2015

Julho / 2015 19UniversoUPFFoto: Gelsoli Casagrande

Quer saber mais? Detalhes sobre o

curso de Engenharia Ambiental podem ser obtidos no site

www.upf.br.

N ão é de hoje que as questões ambientais, como a degra-dação do meio ambiente, são motivo de preocupação

aos pesquisadores. O intenso cresci-mento e desenvolvimento das cidades, provocado, dentre outros fatores, pela industrialização, tem causado sérios danos ao planeta Terra, e, consequen-temente, à população que nele vive. Nessa perspectiva, torna-se importante e fundamental a formação de profissio-nais qualificados para o gerenciamento e o controle dos passivos ambientais liberados na atmosfera, e, para atender a essas demandas, a Universidade de Passo Fundo (UPF) dispõe do curso de Engenharia Ambiental.

Novo como a área que estuda, o cur-so de Engenharia Ambiental foi criado

Há 11 anos, curso de Engenharia Ambiental da UPF objetiva formar profissionais centrados na relação entre homem e natureza

ENGENHARIA AMBIENTALprima pela atenção ao meio ambiente

na Instituição há 11 anos, em maio de 2004, e já formou 154 en-genheiros ambientais. Sua grade curricular é constitu-ída de dez semestres, que contemplam disciplinas relacionadas aos campos da tecnologia e gestão am-biental. De acordo com o coordenador, professor Me. Eder Nonnemacher, sua infraestrutura, situada junto à Faculdade de Engenha-ria e Arquitetura (Fear), Campus I, pos-sui laboratórios de ensino modernos, com materiais e equipamentos capazes de atender às atividades de ensino e pes-quisa relacionadas às áreas de atuação do engenheiro. “Nos espaços, os acadê-micos realizam trabalhos práticos, bem como estudos que envolvem, por exem-

plo, o monitoramento e a mitigação dos impactos ambientais, além da gestão e do tratamento de resíduos e efluentes”, relata.

Curso é destaque no RSOfertado tanto no processo seletivo

de verão quanto no de inverno, o curso de Engenharia Ambiental tem como di-ferencial o corpo docente, formado por mais de 90% de professores mestres e doutores. Mesmo com os poucos anos de atuação na formação de engenheiros, dados comprovam o reconhecimento da graduação: sempre em um rol máximo de cinco, em 2011 o curso obteve nota 4 no Conceito Preliminar de Curso (CPC), e em 2014, conquistou quatro estrelas pelo Guia do Estudante da Editora Abril.

Segundo Nonnemacher, o conceito atribuído pelo CPC coloca a Engenha-ria Ambiental da UPF entre os melhores cursos da área no Rio Grande do Sul, em uma instituição com destaque nacional. “A soma da qualificação dos docentes com a infraestrutura e com as avalia-ções obtidas resulta em excelência na formação acadêmica”, comenta o coor-denador.

Outra característica que diferencia a graduação é a implantação de dois no-vos laboratórios, que devem atender às

áreas de geoprocessamento, monitoramento e modelagem ambiental, e hidráulica e hi-drologia. As instalações vão estar vinculadas ao Centro Tec-nológico de Engenharia Civil e Ambiental 2 (Cetec 2), novo prédio da Fear, no qual são estruturados espaços dedica-

dos ao desenvolvimento de pesquisas. A forte relação com a extensão, na qual os estudantes têm a possibilidade de planejar e executar projetos e atividades com a comunidade, também faz o curso ter destaque no estado.

curso de graduação

Múltiplas opções de carreira

Durante os cinco anos da graduação, os alunos aprendem a exercer várias atividades relacionadas ao meio ambiente, tais como minimizar os impactos ambientais das ações humanas, e, assim, viabilizar o desenvolvimento econômico sus-tentável. Para executar suas funções, o egresso atualmente conta com um mercado de trabalho promissor, no qual pode contribuir com a sua formação multidisciplinar em empresas públicas e privadas, órgãos ambientais governamentais em nível municipal, estadual e federal, e em entidades não governamentais que exercem influente e decisiva atuação na área de engenharia ambiental. “A grande preocupação ecológica e o endurecimento das leis ambientais possibilitam a atuação no controle da poluição, planejamento e gestão ambiental, recuperação de áreas degradadas, prevenção da poluição e pesquisa de novas tecnologias que minimizem as dificuldades e os problemas do mundo atual”, descreve o professor Me. Eder Nonnemacher.

Os alunos egressos que desejam dar sequência aos seus estudos também têm a oportunidade de ingressar no Progra-ma de Pós-Graduação em Engenharia Civil e Ambiental (PPGEng), no curso de Mestrado em Engenharia Civil e Ambiental.

Alunos dispõem de laboratórios

para o desen-volvimento de

pesquisas

Coordenador da graduação, professor Me. Eder Nonnemacher destaca os diferenciaisda Engenharia Ambiental da UPF

Fotos: Gelsoli Casagrande

Page 20: Revista Universo UPF #10 - Julho de 2015

Julho / 201520 UniversoUPF

faço parte desta história “Sempre fui um apaixonado por esta Instituição”

Há 29 anos na UPF, o funcionário Edelar Alcides Pedro, do setor de Vestibular, acompanha o crescimento da Universidade de Passso Fundo

“Sempre fui um apaixonado por esta Instituição.

Procuro cuidar dela como se minha fosse. Acredito

que esse tenha sido o principal motivo de minha

permanência”

Senso críticoPara Edelar, a principal caracterís-

tica que agregou à sua vida pessoal nesse tempo em que atua na UPF é o desenvolvimento de um senso crítico apurado. “Trabalhar tanto tempo cer-cado de pessoas com privilegiado nível intelectual faz com que você aprenda e cresça junto com elas”, comenta. Sobre as pessoas com as quais já trabalhou, conta que guarda muitos sentimentos bons. “Trabalhando a maior parte do tempo no suporte a usuários, na área de Tecnologia da Informação, tive a opor-tunidade de conhecer muitas pessoas: professores, funcionários, estagiários, alunos e comunidade externa. Trabalhei com muitas pessoas decentes, honestas, colaborativas”, enfatiza.

Passado e futuroQuando olha para o passado, Ede-

lar se orgulha ao destacar que muitos de seus familiares já passaram pelos bancos da UPF, alguns como alunos, outros como funcionários e professo-res. Quando olha para o futuro, mos-tra confiança. “Minha expectativa é ver a UPF cada vez mais forte, ética, com a maior parte dos seus cursos bem avaliados pelo MEC, aprimoran-do seus processos internos, mantendo a liderança na sua área de atuação e nunca descuidando de sua sustentabi-lidade”, conclui.

P ara permanecer atuante em uma instituição por qua-se três décadas, é preciso acreditar em seus valores e

sentir-se pertencente ao espaço e aos projetos, mas, acima de tudo, é preciso paixão. Apaixonar-se constantemente por novas ideias e comprometer-se com sua concretização é fundamental para que estar em uma instituição signifique mais do que apenas estar empregado. Essa forma de pensar é o que motiva o funcionário Edelar Alcides Pedro a per-manecer na UPF por mais de 29 anos.

A jornada na Universidade teve iní-cio em 1985, quando, aos 17 anos, ini-ciou, como acadêmico, seus estudos no curso de Direito e, como funcioná-rio, a função de conferente, no então chamado Centro de Processamento de Dados (CPD). “Essa foi a primeira e úni-ca empresa na qual trabalhei em toda minha carreira profissional”, ressalta. Durante esse tempo, atuou na área de informática por 28 anos. Atualmente, está vinculado ao Setor de Vestibular e à Comissão de Concursos Externos. “Tive a oportunidade de contribuir em inúmeras comissões ao longo desses 29 anos, tais como comissões eleitorais, de planejamento estratégico, de saúde e acadêmicas, além de comissões das Jornadas de Literatura, dentre outras. Hoje, trabalho com a parte de logística do Setor de Vestibular, auxiliando os colegas nas mais diversas atividades relacionadas à estrutura do processo se-letivo”, acrescenta.

Além dos momentos de

trabalho, Edelar destaca os senti-

mentos positivos que guarda pelas

pessoas com as quais trabalhou ao longo desses

29 anos

Edelar Alcides Pedro começou a trabalhar na UPF aos 17 anos, quando também ingressou no curso de Direito da Instituição

Foto: Gelsoli Casagrande

Foto: Arquivo pessoal

Na maior parte do tempo na UPF, Edelar atuou na área de

Tecnologia da Informação

Foto: Arquivo pessoal

Page 21: Revista Universo UPF #10 - Julho de 2015

Julho / 2015 21UniversoUPF

Foto: Arquivo pessoal

A evolução da vida profissio-nal depende de atualização, capacitação e aprendizados constantes. Quando funcio-

nários e instituição conseguem aspirar objetivos comuns e há uma sinergia nas ações, resultados como qualifica-ção da gestão, melhoria de serviços e realização pessoal e profissional sur-gem naturalmente. O programa Scala da Fundação UPF oferece esse espaço de desenvolvimento pessoal para professo-res, funcionários e estagiários das suas mantidas. Apenas no primeiro ano de atividades, foram ofertadas mais de 27 mil horas de atividades de capacitação, principalmente por meio de iniciativas como a Escola de Líderes, o projeto De-

Programa Scala proporciona a ascensão profissional e potencializa relações pessoais. Apenas no primeiro ano, mais de 27 mil horas de atividades foram oferecidas

Desenvolvimento pessoal e profissional qualifica e melhora serviços

Boas avaliações

A encarregada administrativa da Faculdade de Artes e Comunicação (FAC), Julie Baltoré, participou das capacitações e avalia que os encontros proporcionam aos gestores melhores condições de desenvolverem suas atividades. “Passamos por muitas situações semelhantes e aprendemos com as experiên-cias uns dos outros, além do papel fundamental do facilitador (palestrante) de cada módulo, que nos instrui e traz sua impor-tante bagagem e formação profissional para compartilhar”, enfatiza.

Nos cursos ofertados pelos programa Scala, as avaliações de satisfação dos participantes varia entre 88,5% e 100%.

senvolve e a Atualização de Práticas de Gestão na Educação Superior.

O programa, que teve suas atividades iniciadas em 2014, é realizado pela Divi-são de Recursos Humanos, por meio da Seção de Desenvolvimento de Pessoas, e já tem resultados positivos. Apenas em 2014, mais de 6,4 mil pessoas participa-ram das diversas atividades do Scala, levando-se em consideração a possibili-dade de participar de mais de uma ati-vidade durante o período. Para o vice--reitor Administrativo da UPF, professor Dr. Agenor Dias de Meira Junior, a UPF é uma Instituição comprometida com o desenvolvimento de seus próprios funcionários. “Queremos novas ideias, gente de atitude e que esteja disposta a crescer com a Instituição”, argumenta, observando que a Universidade é gran-de e que tem muito potencial de cresci-mento.

A supervisora da Seção de Desenvol-vimento de Pessoas Carine Hackenhaar explica que boa parte das atividades fo-

ram baseadas no resultado do Levanta-mento de Necessidades de Treinamento (LNT). Além do desenvolvimento pesso-al, o programa se justifica pela necessi-dade da Instituição de contar com pro-fissionais qualificados para atender com excelência o público diferenciado que a procura. “Entende-se que o desenvolvi-mento constante, além de ser um fator de retenção, gera o sentimento de valo-rização e reconhecimento, o que acaba por suscitar nos profissionais o compro-metimento com a Instituição”, destaca.

CursosOs cursos e as capacitações são ofere-

cidos em três diferentes níveis: interno, externo e in company. Os cursos internos são oferecidos periodicamente e auxi-liam no desenvolvimento de competên-cias comportamentais, técnicas, institu-cionais, de gestão e de saúde, segurança e meio ambiente. A fim de oportunizar a atualização dos profissionais, a Insti-tuição oferece auxílio-financeiro e/ou liberação de ponto para os funcionários participarem de cursos externos especí-ficos, geralmente de capacitação técni-ca. Os cursos in company são oferecidos por meio da contratação de instrutores externos, que ministram atividades den-tro da Instituição.

ContinuidadePara o coordenador da Divisão de Re-

cursos Humanos da FUPF Aislan Frei-tas, a partir dos bons resultados obtidos no ano passado, foi possível aprimorar e oferecer novamente as capacitações. “Com base nos resultados das avalia-ções de desempenho, novas metas de capacitação serão traçadas anualmente, o que possibilitará o desenvolvimento contínuo de todos, promovendo, assim, uma escalada profissional, baseada em competências norteadoras e que estão alinhadas aos objetivos da Instituição”, enfatiza. Pelo menos 18 cursos estão programados para acontecerem ainda neste ano.

Saiba maisPara saber mais sobre os cursos ofe-

recidos pela Divisão de Recursos Huma-nos, confira, na intranet, o link Recursos Humanos – Cursos Internos, ou entre em contato com a Seção de Desenvolvimento de pessoas pelo telefone 54 3316-8338.

universidade

Apenas em 2014,

atividades do Programa

Scala tiveram mais

de 6,4 mil participantes

Foto: Gelsoli Casagrande

Foto: Arquivo UPF

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Julho / 201522 UniversoUPF

reconhecimento

O egresso da Faculdade de Direito da Universidade de Passo Fundo (FD/UPF) Ro-lando Valcir Spanholo, de

38 anos, foi um dos dois gaúchos entre os 58 aprovados no concurso para juiz federal substituto do Tribunal Regional Federal (TRF) da 1ª Região (Brasília). Spanholo é natural de Sananduva, no norte do Rio Grande do Sul, e tomou posse no dia 29 de janeiro de 2015. No dia 01º de junho, o juiz foi lotado para a Subseção Judiciária de Anápolis, em Goiás.

De origem humilde, o juiz federal é filho de um ex-borracheiro e de uma ex--costureira. No início da vida profissio-nal, o egresso da UPF trabalhou como borracheiro, costureiro, vendedor am-bulante e lavador de carros. Os primei-ros contatos com a área de Direito foram durante o curso na UPF. Formou-se em Direito em 1998. Também atuou como advogado e procurador municipal. Conforme Spanholo, a estreita parceria mantida com a Universidade lhe permi-tiu obter a base necessária para alcançar o cargo de Juiz Federal. “Alcançar este cargo, diante da minha origem, parecia improvável. A UPF não só me ajudou a ter a base necessária, como também foi decisiva para mudar radicalmente o perfil de toda minha família ao longo das últimas duas décadas”, revela o ma-gistrado.

Egresso da Faculdade de Direito é empossado como juiz federalForam quatro anos dedicados a concursos públicos e um acúmulo de 200 quilos de materiais de estudo

O ex-aluno lembra com carinho da Universidade. “Apesar da nossa origem humilde, atualmente, graças à parce-ria iniciada ainda no ano de 1989 com a UPF, minha família já conta com seis advogados. No final do ano que vem, meu sobrinho mais velho também esta-rá colando grau em Direito. Para minha felicidade, no mesmo dia em que saiu o resultado da minha aprovação, acompa-nhei a matrícula do meu filho, também no Direito da UPF”, destaca o egresso.

O empenho nos últimos quatro anos foi intenso e decisivo para a conquista de Spanholo, que também obteve apro-vação em outros concursos. Foram mais de 200 quilos de materiais de estudo. “Já obtive aprovação para o cargo de conse-lheiro substituto do Tribunal de Contas do RS, em um concurso no qual tirei a maior nota na prova oral e em que fiquei em nono lugar, e para o cargo de audi-tor externo, também do TCE/RS”, frisa o juiz.

Para o cargo assumido, Spanholo fi-cou entre os 13 primeiros colocados, em um concurso com mais de dez mil ins-critos, caracterizado como um dos mais concorridos dentre os concursos dos cinco Tribunais Regionais Federais. Os 56 classificados empossados venceram a concorrência de 90 candidatos por vaga, considerando os 5.209 inscritos que fizeram a prova escrita. “Na atuali-dade, são raros os candidatos que con-

seguem lograr a aprovação prestando concurso apenas numa região. Eu mesmo já tinha avançado de fase nos últimos quatro concursos de juiz federal realizados no país – TRF5 de Recife, TRF3 de São Paulo, TRF1 de Brasí-lia e TRF4 de Porto Alegre”, observou Spanholo.

O reitor da UPF, José Carlos Carles de Souza, lembra, com orgulho, que foi professor de Spanholo, em 1996, na dis-ciplina então intitulada Direito Comer-cial III, e destaca que “é gratificante ou-vir a história desse ex-aluno, hoje juiz federal. Conhecer o esforço pessoal, as dificuldades que ele foi obrigado a supe-rar para poder investir na sua formação acadêmica e, além disso, para realizar os estudos que subsidiaram o seu in-gresso na magistratura – o que deman-da elevada capacidade intelectual – me faz ter a certeza de que as grandes con-quistas dependem da capacidade e da disposição de superação dos obstáculos que se apresentam, características que estão inconstestavelmente presentes em Spanholo”, reconhece, desejando sucesso ao ex-aluno da Universidade de Passo Fundo.

Foto: ASCOM/TRF1

Rolando Valcir Spanholo durante a solenidade de posse, no dia 29 de janeiro, em Brasília

Foram mais de 200 quilos de materiais de estudo

Page 23: Revista Universo UPF #10 - Julho de 2015

Julho / 2015 23UniversoUPF

fique por dentro

Alfabetização matemática: as primeiras manifestações da escrita infantil - 5ª ediçãoAutora: Ocsana Sônia Danyluk

A vida do branco Autor: Leonardo José Gil Barcellos

Lançamentos da UPF EditoraTodos come-book disponível para download gratuitowww.upf.br/editora

Representação institucional

Vozes Kamé e Kairu: processos educativos estéticos vivenciados numa escola Kaingang Autores: Sandra Rogéria de Oliveira, Beatriz Favaretto e Graciela Ormezzano

Os alunos que ingressaram no curso de Ciências Biológi-cas do Instituto de Ciências Biológicas da Universidade de Passo Fundo (ICB/UPF) pelo Vestibular de Verão de 2015 participaram de um trote que prezou pelo respeito aos ca-louros e que foi marcado por um caráter social e educativo. As atividades foram promovi-das pela coordenação do cur-so, juntamente com os alunos veteranos do terceiro nível, com o Diretório Acadêmico e com a professora Dra. Carla Tedesco, que acompanhou os “bixos” na limpeza do Lago do Jacaré, localizado na Área de Preservação Permanente (APP) do Campus I da UPF.

A proposta, segundo a coor-denadora do curso, professora Dra. Cercí Maria Carneiro, teve a intenção de colocar os calou-ros em contato com algumas atividades que serão desen-volvidas no decorrer do curso e de familiarizá-los com ações de preservação das espécies e de relacionamento com o am-biente.

Entre calouros, veteranos e integrantes do DA, o trote reu-niu mais de quarenta alunos. Durante a ação de limpeza, os futuros biólogos fizeram a retirada de salvíneas, plan-tas aquáticas que invadem a superfície dos lagos, o que os deixa pouco arejados, preju-dicando a vida dos peixes e de organismos aquáticos.

O reconhecimento pela comprometida atuação nas áreas ju-rídica e da educação levou a Câmara de Vereadores de Pas-so Fundo a conceder o título de Cidadão Emérito de Passo

Fundo ao reitor da Universidade de Passo Fundo (UPF) José Carlos Carles de Souza. A honraria foi entregue durante sessão solene da Casa Legislativa. Familiares, autoridades acadêmicas e políticas, representantes de entidades e da comunidade prestigiaram o mo-mento.

Em um pronunciamento que misturou emoção e gratidão, o pro-fessor José Carlos agradeceu a todos os presentes, especialmente à esposa Moema Rosa de Souza; aos filhos Maria Carolina Rosa de Souza e João Vicente Rosa de Souza; ao pai, já falecido, Antônio Godoy de Souza; e à mãe Neri Carles de Souza, pelo apoio cons-

tante. Também ressaltou o orgulho de ter sido professor dos representantes dos três poderes presentes na sessão: Executivo, Legislativo e Judiciário. “Reputo o fato de eu pertencer e defender os anseios de vários grupos, o que, certamente, foi alvo de um olhar sensível ao trabalho desenvolvido, que acabou motivando esta homenagem. Essa é a justificativa que encontro para merecer tamanha honraria, a qual divido com todas as pessoas que me foram essenciais na caminhada vitoriosa que empreendi”, enfatiza.

Título de Cidadão Emérito de Passo Fundo é entregue ao reitor da UPF

Trote consciente: curso de Ciências Biológicas da UPF envolve seus calouros em limpeza do Lago do Jacaré

Fortalecendo seu caráter comunitário, UPF representa Passo Fundo e região em ações que visam ao crescimento local e regional

A direção do Conselho das Universidades Comunitárias Gaúchas (Comung), consti-tuída pelos reitores José Carlos Carles de Souza (UPF), Ney José Lazzari (Univates), Martinho Luis Kelm (Unijuí) e José Carlos Pereira Bachettini Júnior (UCPel), esteve reunida com o secretário estadual de Edu-cação, Carlos Eduardo Viera da Cunha, em Porto Alegre. Durante o encontro, foram abordadas questões relativas a projetos prioritários e referentes à situação da edu-cação pública no Rio Grande do Sul.

A Universidade de Passo Fundo (UPF) esteve representada na reunião do Consórcio das Universidades Comunitárias Gaúchas (Comung). Participaram do encontro, que reuniu membros de 15 instituições que integram o Consórcio, o reitor José Carlos Carles de Souza e o vice-reitor Administrativo Agenor Dias de Meira Junior. A atividade foi realizada na Universidade de Caxias do Sul (UCS).

A vice-reitora de Extensão e Assuntos Comunitários, Bernadete Maria Dalmolin, esteve em Brasília, participando do encontro da Comissão Técnica Multidisciplinar.

Page 24: Revista Universo UPF #10 - Julho de 2015

Julho / 201524 UniversoUPF

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