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Caminho para o desenvolvimento A Fronteira Oeste e a Campanha estão entre as regiões com menor grau de desenvolvimento do País. Com a economia baseada na produção primária, apresentam um baixo grau de indus- trialização. Por isso, sofrem, ao longo das últimas décadas, de um grande esvaziamento. Muitos do que deixavam suas cidades partiam em busca da formação acadêmica, já que as universidades ali existentes eram todas privadas. Por tudo isso, era um ambiente favorável para sediar uma das 18 novas universidades fe- derais criadas pelos governos Lula/Dilma dentro do Programa de Expansão do Ensino Universitário. O Brasil mudou muito nos últimos anos. São sete milhões de alunos nas universidades, 49 mil escolas em tempo integral, 422 escolas técnicas federais, além de mais de R$ 200 bilhões que serão destinados à educação nos próximos 10 anos, com o investimento em educação chegando a 10% do PIB (hoje ele é de 6,4%). As pessoas também puderam ser mais bem qualificadas por meio do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e ao Emprego (Pronatec), que já ofertou oito milhões de vagas, com R$ 14 bilhões de in- vestimento e 6,8 milhões de inscritos. E a nossa região, a partir da conquista da Unipampa, instalada em dez municípios, também começa a mudar. Afinal, como disse o presidente Lula, em Bagé, no dia 27 de julho de 2005, quando anun- ciou a criação de nossa universidade: “Atrás de uma universidade vai o conhecimento, vai a pos- sibilidade de desenvolvimento, vai a geração de emprego e vai a formação de gente pobre que nunca sonhou fazer uma universidade”. Nas próximas páginas contaremos a história da conquista e as transformações que a Unipam- pa está produzindo no Pampa Gaúcho.

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Revista Unipampa _ Transforma Jaguarao_Revolução no Pampa_Mainardi_Pimenta

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Page 1: Revista Unipampa _ Transforma Jaguarao_Revolução no Pampa_Mainardi_Pimenta

Caminho para o desenvolvimentoA Fronteira Oeste e a Campanha estão entre

as regiões com menor grau de desenvolvimento do País. Com a economia baseada na produção primária, apresentam um baixo grau de indus-trialização. Por isso, sofrem, ao longo das últimas décadas, de um grande esvaziamento. Muitos do que deixavam suas cidades partiam em busca da formação acadêmica, já que as universidades ali existentes eram todas privadas.

Por tudo isso, era um ambiente favorável para sediar uma das 18 novas universidades fe-derais criadas pelos governos Lula/Dilma dentro do Programa de Expansão do Ensino Universitário.

O Brasil mudou muito nos últimos anos. São sete milhões de alunos nas universidades, 49 mil escolas em tempo integral, 422 escolas técnicas federais, além de mais de R$ 200 bilhões que serão destinados à educação nos próximos 10 anos, com o investimento em educação chegando a 10% do PIB (hoje ele é de 6,4%). As pessoas

também puderam ser mais bem qualificadas por meio do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e ao Emprego (Pronatec), que já ofertou oito milhões de vagas, com R$ 14 bilhões de in-vestimento e 6,8 milhões de inscritos.

E a nossa região, a partir da conquista da Unipampa, instalada em dez municípios, também começa a mudar.

Afinal, como disse o presidente Lula, em Bagé, no dia 27 de julho de 2005, quando anun-ciou a criação de nossa universidade: “Atrás de uma universidade vai o conhecimento, vai a pos-sibilidade de desenvolvimento, vai a geração de emprego e vai a formação de gente pobre que nunca sonhou fazer uma universidade”.

Nas próximas páginas contaremos a história da conquista e as transformações que a Unipam-pa está produzindo no Pampa Gaúcho.

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Até a publicação da Lei Federal nº 11.640, de 11 de janeiro de 2008, que criou a Unipam-pa, um longo caminho precisou ser percorrido. A ampla mobilização popular realizada entre os me-ses de abril e julho de 2005 em 23 municípios da Fronteira Oeste e Campanha, que levou mais de 70 mil pessoas às ruas, foi decisiva.

Tudo começou quando a direção da Univer-sidade da Região da Campanha (Urcamp), bus-cando alternativas para enfrentar uma das piores crises da instituição em seus 50 anos de vida, procurou o então prefeito de Bagé, Luiz Fernando Mainardi, e o deputado federal Paulo Pimenta. O professor Arno Cunha, que ocupava a reitoria, re-latou a Mainardi e Pimenta a aflitiva situação no dia 27 de fevereiro de 2005.

Os dois entraram em campo e marcaram agenda com Tarso Genro, que era ministro da Educação. A Urcamp queria apoio para um plano

de estabilização que possibilitasse encaminhar solução para a dívida de R$ 50 milhões e permi-tisse captar recursos para um programa de inves-timentos que levassem à modernização.

No encontro do dia 10 de março, Tarso pro-pôs duas medidas. A curto prazo, com apoio dos técnicos do MEC, a elaboração de um plano de captação de verbas juntos às agências oficiais de financiamento. A médio prazo, a mobilização para incluir a universidade no Plano de Expansão do Ensino Universitário, que começava a ser gestado pelo Governo Federal.

As propostas foram apresentadas ao Conse-lho da Fundação Atilla Taborda, mantenedora da Urcamp, no dia 24 de março e uma semana de-pois estava formada a Comissão de Mobilização. O primeiro ato público pela federalização da Ur-camp aconteceu no Ginásio Corujão, em Bagé, no 16 de maio, reunindo cerca de três mil pessoas.

Conquista que veio das ruas

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Mobilização tomou as cidades

O grande dia

A partir do primeiro ato, o movimento tomou os 23 municípios da área de abrangência das Ur-camp. Caminhadas, carreatas, mateadas e comí-cios foram realizados em toda a região, levando milhares de pessoas às ruas para reivindicar a fe-deralização da Urcamp. Foi, sem dúvidas, o maior movimento popular já realizado na região.

Diante das dificuldades legais e institucio-nais de federalização da Urcamp, a luta foi dire-

O dia 27 de julho de 2005 vai entrar para a História da região. Nesta data, Lula, diante de aproximadamente 40 mil pessoas, reunidas na Praça Silveira Martins, anunciou a criação da Uni-pampa, hoje considerada uma das maiores obras já realizadas por um governo em favor do desen-volvimento da Metade Sul do Rio Grande do Sul.

Bagé se preparou e se enfeitou para receber as milhares de pessoas que vieram de 22 municí-pios e que estavam integradas ao movimento que superou barreiras ideológicos, religiosas e até clu-bísticas. Era uma luta de todos e para todos. Mais de 250 ônibus se dirigiram para Bagé levando pessoas que queriam ser protagonistas de uma

cionada para a conquista de uma Universidade Federal para a região.

O movimento deu certo. Mainardi, Pimenta e Arno, acompanhados de Tarso, mantiveram, au-diência com Lula no dia 14 de junho, em Brasília, data em que foi confirmada a ida do presidente da República a Bagé no dia 27 de julho para anunciar a criação da Universidade Federal do Pampa.

conquista que mudaria suas vidas, as vidas de suas cidades e a vida da região.

Em Bagé, Mainardi decretou ponto faculta-tivo na Prefeitura e garantiu passe livre no trans-porte municipal. O comércio e os bancos fecha-ram no início da tarde.

O povo não se decepcionou. Lula anunciou, naquela tarde ensolarada de inverno, que Bagé e região teriam uma universidade com campus em outros nove municípios. Foi uma grande festa que os que lá estavam até hoje não esquecem e nem esquecerão.

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Um campus pioneiro

Oportunidade de trabalho no bairro Kennedy

A história do campus da Uni-pampa de Jaguarão se confunde com o pioneirismo. O campus foi o primeiro a abrir o Restaurante Universitário (R.U). Outra conquista inédita é a abertura do polo de Educação a Distância. O atual

As consequências da instalação da Unipampa tam-bém chegaram ao casal Andreia Cardoso Rodrigues e André Quadro Bretanha. Morador do bairro Kennedy, onde está o campus da Universidade, desde que nasceu, o pedreiro man-tinha na casa da sua mãe, com quem morava antes de ca-sar, uma pequena locadora de vídeo games. Com o tempo e o casamento, também veio a mudança, que ocorreu para o mesmo bairro. E a locadora foi junto.

Além dos vídeo games, Bretanha também oferecia serviço de impressão, que começou a ser cada vez mais pro-curado pelos estudantes da Universidade. “Eu lembro que uma menina veio aqui e pediu impressão e me disse que a minha impressora não iria dar conta de tanta impressão. Mas eu pensei comigo mesmo, claro que vai”. Com o passar do tempo, o empresário deu razão a acadêmica, e já tem, pelo menos, três máquinas de xérox e impressoras.

Com o aumento da clientela, a casa teve que ser am-pliada para abrigar a lanchonete, papelaria e lan house. Pelo sucesso do negócio, o comerciante deixou de lado a profissão de pedreiro para se dedicar exclusivamente ao comércio. O casal conta que a sua vida financeira melhorou e que atual-mente a renda deles dobrou. Os proprietários ainda empre-gam a irmã de Bretanha, que atende no local.

tregue em janeiro de 2016, com es-paço para abrigar, gratuitamente, 100 acadêmicos.

Hoje, a comunidade acadêmica é formada por 1.200 estudantes, 60 professores, 26 terceirizados, 31 téc-nicos administrativos. São seis cursos de graduação, oito pós-graduações e dois mestrados, que são compartilha-dos com outros campi. O espírito do campus Jaguarão é de inovação, que Vieira acredita ser uma forma de dar retorno e envolver a população local com a universidade. “Eu acredito que a Unipampa é capaz de mudar a realida-de da cidade.”

desafio segundo o diretor do campus, Maurício Aires Vieira, é a permanência dos estudantes na cidade, já que 60% dos alunos são de outros locais do país e pertencem as classes C e D.

Para enfrentar a situação, foram implantadas pelo Governo Federal, o Programa de Bolsas de Permanência (PBP), que fornece auxílio econômico, para moradia, transporte e alimenta-ção, aos que comprovem não ter con-dições econômicas de supri-las. Ainda como forma de dar condições para a permanência dos universitários, está sendo construída no campus, a casa do estudante. A moradia deve ser en-

O impacto da Unipampa sobre JaguarãoOs reflexos da instalação de uma

universidade federal, como a Unipam-pa, são sentidos em toda a cidade. Pois ela não só oportuniza ensino público, gratuito e de qualidade, como também traz desenvolvimento econômico, social e cultural para regiões de fronteira pou-co desenvolvidas até então. É o que ex-plica o prefeito de Jaguarão, José Cláu-dio Ferreira Martins.

O gestor conta que desde a che-gada da instituição de ensino, o municí-pio mudou para melhor. “É um vetor de desenvolvimento. Valorizou os imóveis e repotencializou Jaguarão”, enumera.

mentar e consumir. Alavancando todos os setores da economia local.

Ainda como reflexo sentido após a instalação da instituição de ensino, o gestor comenta que recursos antes não disponíveis para a cidade, como para pavimentação de 230 quadras, chegam ao município com mais facilidade. “Não há como comparar Jaguarão antes e de-pois da Unipampa. Foi a maior conquis-ta do último século. Hoje, temos uma perspectiva diferente para a cidade, um nível de debate mais elevado, apropria-ção cultural e patrimonial e um desen-volvimento muito vasto”.

O aquecimento da economia se deu, principalmente, pela chegada de centenas de estudantes, funcionários e professores vindos de todos os lugares do Brasil, que precisam morar, se ali-

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Novos moradores

O sonho possívelA possibilidade cursar uma universidade

pública era tido como um sonho impossível por Iago Peres Maciel, 20 anos. Filho de emprega-da doméstica e neto de pedreiro, o jovem não tinha condições financeiras de sair de Jaguarão para estudar. Porém, o que parecia impossível se tornou realidade. A realizadora? A Unipampa.

O acadêmico ressalta que optou pelo curso de História graças ao incentivo de pro-fessores da sua escola e do método de ensino diferenciado, que o fizeram se apaixonar pela matéria. Cursando o primeiro semestre, ele já sabe exatamente o que quer do futuro. “Eu que-ro ser professor, mostrar para os alunos uma nova forma de aprender e fazer eles gostarem de História”.

A rotina corrida de aulas e tarefas aca-dêmicas é conciliada com o trabalho. O salário ajuda a família, que é só orgulho do filho uni-versitário.

A valorização imobiliária figura entre os benefícios que a universidade federal traz para um município. Muitos espaços que se mantiveram desocupados, vagas em hotéis, casas e apartamentos fechados por anos, voltam a ser ha-bitados, o que impulsiona a economia local e traz renda aos moradores e empresários.

É o caso do dono da Pousada Azul, Adam Ledesma, uruguaio naturalizado brasileiro, que vê nos hospedes per-manentes, oriundos, na sua grande maioria, da universi-dade, uma vantagem para o seu negócio. Ledesma relata que a ocupação total se concentra no feriado de Carnaval, porém a pousada tem despesas durante o ano inteiro. Para

cobrir esses gastos é importante, que o local mantenha-se ocupado. Portanto, para garantir a entrada do dinheiro, que ajuda no pagamento desses gastos fixos e deixar os univer-sitários confortáveis, o empresário afirma que é flexível e faz preço, facilitando a estadia deles na cidade.

Além dos moradores permanentes, o negócio tam-bém ganha mais volume de clientes, já que por abrigar uma universidade, recebe diversas autoridades e visitantes, que ocupam as vagas em hotéis e pensões. A hospedaria aberta em 2012 começou com oito quartos, hoje já são 23. A am-pliação se deu pelo aumento no movimento que chegou a 80% nos últimos anos, segundo o empresário.

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Universidade em construção

Estrutura básica está montada

Desde o dia 15 de setembro de 2006, quan-do o então ministro da Educação, Fernando Ha-dad, hoje prefeito de São Paulo, proferiu a aula inaugural da Unipampa, no município de Bagé, a universidade vem num constante processo de construção. Muitas obras já foram feitas. Muitos equipamentos adquiridos.

Mas ainda há um caminho a percorrer, que vem sendo palmilhado de acordo com a grandeza do projeto. Não é uma universidade qualquer. É,

na verdade, uma universidade que se constrói na diversidade do Pampa, com interação para além dos dez municípios em que está instalada, pois desenvolve ações em todo o seu entorno.

Somente entre os anos de 2009, época em que a Unipampa se desvinculou das Universida-des Federais de Santa Maria e Pelotas, e o pri-meiro semestre de 2014, já foram investidos R$ 238.799.142,36, dos quais R$ 129.563.838,78 em obras e R$ 109.235.303,58 em equipamentos. A folha de pagamento saiu de R$ 1.400.898,95 em agosto de 2008 para R$ 12.807.291,82 no mês de agosto deste ano. Cresceu mais do que dez vezes, o que bem dimensiona a expansão da Unipampa.

Os reflexos são sentidos de forma direta em todas as cidades em que estão instalados os campus da nova universidade. E não são apenas de ordem econômica. Lideranças empresariais e políticas atestam que houve grandes transforma-ções sociais e culturais nos municípios.

A estrutura física básica da Uni-pampa já está montada. Prédios e la-boratórios, com equipamentos de pri-meira linha, funcionam a pleno. Neste momento, estão sendo montados os restaurantes universitários e já come-çaram a ser construídas as casas de estudantes.

Quatro restaurantes já estão fun-cionando e, até o final do ano, come-çam a operar mais dois restaurantes, um em Bagé e outro em Dom Pedrito. Para o campus de Uruguaiana, que funciona em prédio adquirido da PUC, está em fase de contratação de empre-sa que servirá as refeições a preços subsidiados.

As obras das casas dos estudan-tes já estão acontecendo. Cada cam-pus terá uma casa. Em Santana do Livramento, cidade onde a instituição não possui terreno, foi locado um imó-vel, que já está em funcionamento.

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Cursos estão em fase de consolidação

Cerca de 2.500 alunos formados

Recebendo 3.120 alunos por ano, a Uni-pampa saiu de 30 cursos de graduação que fun-cionavam em 2006 para os atuais 63. Estes se encontram em fase de consolidação. Os que fo-ram avaliados até agora obtiveram notas entre 4 e 5. Uma excelente avaliação que tem como nota máxima o 5.

Hoje são cerca de 12 mil alunos, sendo 11 mil em cursos de graduação e mil na pós-gradu-ação. Mas, ainda há espaço físico para abrigar novos estudantes. Para isso, é necessário obter sucesso nas pactuações negociadas junto ao Mi-nistério da Educação para aumentar a oferta de cursos noturnos.

No horizonte da criação de novos, a univer-sidade trabalha com a perspectiva de montar cur-sos de Medicina e Direito.

A Unipampa, que conta, hoje, com 716 pro-fessores e 696 servidores, já formou 2.481 alunos desde 2010. Somente em 2013 foram graduados 727 estudantes. Com 63 cursos de graduação, a universidade tem hoje com cerca de 9,9 mil estu-dantes, devendo abrigar, quando estiver efetiva-mente implantada, 12 mil estudantes.

A instituição mantem 781 alunos bolsistas,

sendo 208 na área de ensino, 251 na extensão e 322 em pesquisa. O acervo das bibliotecas é de aproximadamente 190 mil exemplares, entre livros, periódicos e outras mídias.

Em todas as unidades, funcionam 81 grupos de pesquisas que desenvolvem 803 projetos, 16 cursos de especialização e a produção científica já alcançou a soma de 2.681 trabalhos.

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A Unipampa é de todos e para todosSe tem uma coisa de que nós não nos arrepende-

mos é do nosso envolvimento no processo que resultou na conquista de uma Universidade Federal para nossa região. Este era um sonho de nossa geração que se transformou em bandeira de lutas desde à época em que, jovens estu-dantes, liderávamos o movimento estudantil em Santa Ma-ria e Bagé. E uma possibilidade concreta para impulsionar o crescimento da Campanha e da Fronteira Oeste.

Quando aceitamos o desafio proposto pelo ministro Tarso e passamos a coordenar a ampla mobilização que to-mou conta da região estávamos convencidos de que esta era uma das mais importantes contribuições que podería-mos oferecer para o nosso desenvolvimento. Foi com esta certeza que nos jogamos de cabeça e corpo nesta emprei-tada, cientes do papel de homens públicos comprometidos com as transformações necessárias para que o Brasil e o Rio Grande avancem cada vez mais.

Percorremos milhares de quilômetros viajando por 23 cidades. Participamos de dezenas de reuniões nos mu-nicípios, em Porto Alegre e Brasília. Estivemos com o pre-sidente Lula, com o então ministro Tarso Genro e seus as-sessores no Ministério da Educação. Mas, não cansamos. Pelo contrário, cada atividade nos dava a certeza de que o caminho era esse e que estávamos no rumo certo.

No dia 27 de julho de 2005, em Bagé, quando ou-vimos o presidente Lula anunciar a criação da Unipampa, vibramos junto com as 40 mil pessoas que tomavam a Pra-ça Silveira Martins e várias quadras da Avenida Sete de Se-tembro.

Hoje, ao percorrer estes municípios e presenciar os avanços já produzidos em menos de uma década, conversar com pessoas que mudaram suas vidas, receber agradeci-mentos de pais e familiares que conseguiram ver os sonhos de filhos e parentes realizados, nos damos conta da grande-za do que foi a conquista da Unipampa.

Não devemos e nem podemos esquecer o apoio estimulador do atual governador Tarso Genro. Foi ele que, na condição de ministro de Educação orientou os nossos passos, fazendo com que o nosso norte estivesse em con-sonância com a política do Governo Federal. Tarso é parte importante desta conquista.

Devemos, por outro lado e por um dever de justiça, reconhecer que não fosse a sensibilidade do presidente Lula não teríamos esta conquista. Um operário, portador de diploma de curso técnico, que vislumbrou nos investimen-tos em educação uma alternativa para o desenvolvimento do País e, acima de tudo, de inclusão social, é o grande res-ponsável por tudo isso.

Política, aliás, que tem continuidade com a presiden-ta Dilma, que ampliou os repasses para a educação e que também sabe da importância da emancipação dos pobres e menos favorecidos, caminho que fica mais curto com a formação e qualificação profissional. A Unipampa, portanto, é uma vitória de todos nós. A Unipampa é de todos e para todos.

Luiz Fernando MainardiDeputado Estadual

Paulo PimentaDeputado Federal