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revista UCS SETEMBRO E OUTUBRO/2015 . ANO 3 . Nº 18 RUMO DA EXCELÊNCIA UCS UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL NUTRIÇÃO SAUDÁVEL ORGÂNICOS GANHAM ESPAÇO NA REEDUCAÇÃO ALIMENTAR TEMPOS DE INOVAÇÃO STARTUPS TRANSFORMAM JOVENS EM PROTAGONISTAS DO EMPREENDEDORISMO RANKING NACIONAL CONFIRMA UCS ENTRE MELHORES UNIVERSIDADES DO PAÍS

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Publicação bimensal da Assessoria de Comunicação da Universidade de Caxias do Sul.

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Page 1: revista UCS

revistaUCSSetembro e outubro/2015 . Ano 3 . nº 18

RUMO DA EXCELÊNCIA

UCS UNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL

NUTRIÇÃO SAUDÁVELORGÂNICOS GANHAM ESPAÇO

NA REEDUCAÇÃO ALIMENTAR

TEMPOS DE

INOVAÇÃOSTARTUPS TRANSFORMAM

JOVENS EM PROTAGONISTAS

DO EMPREENDEDORISMO

RANKING NACIONAL CONFIRMA

UCS ENTRE MELHORES

UNIVERSIDADES DO PAÍS

Page 2: revista UCS

Universidade de Caxias do SulReitor: Evaldo Antonio KuiavaVice-Reitor: Odacir Deonisio GraciolliPró-Reitor Acadêmico: Marcelo RossatoPró-Reitor de Pesquisa e Pós-Graduação: José Carlos KöchePró-Reitor de Inovação e Desenvolvimento Tecnológico: Odacir Deonisio GraciolliChefe de Gabinete: Gelson Leonardo RechDiretor Administrativo e Financeiro: Cesar Augusto Bernardi

Produção: Assessoria de Comunicação da UCS/Setor de Imprensa e Mídias Digitais Edição: Ariel Rossi Griffante Redação e revisão: Ariel Rossi Griffante, Cristina Beatriz Boff, Franciele Lorenzett, Josmari Pavan e Vagner Espeiorin Supervisão: Dimas Augusto FelippiFoto de capa: Claudia Velho Tiragem: 6.000 exemplaresContato: 54.3218.2116 [email protected] Versão digital: www.ucs.br/site/revista-ucs/

STARTUPS:CULTURA DIGITAL PROJETA JOVENS AO PROTAGONISMO EMPREENDEDOR5 A 9

REDE DE OLHARES, DA UCSTV, INTEGRA PROGRAMAÇÃO NACIONAL DO CANAL FUTURA4

LEONARDO BOFF:

FUTURO ESTÁ NA ECOLOGIA

INTEGRAL16 E 17

Fotos Claudia Velho

facebook.com.br/ucsoficial twitter.com/ucs_oficial instagram.com/ucs_oficial pinterest.com/ucsoficial/ https://www.flickr.com/photos/_ucs

ESCOLHA PROFISSIONAL:FASE DE CONHECER A SI E AO MUNDO12 E 13

ITALIANIDADE: A CONSTRUÇÃO DE UM MITO DE IDENTIDADE

14 E 15

REEDUCAÇÃO ALIMENTAR: A SAÚDE COMEÇA PELO PRATO

10 E 11

ENCONTRO DEJOVENS PESQUISADORES REÚNE 336 TRABALHOS DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA4

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Claudia VelhoA 2ª melhor instituição

de Educação Superior do Brasil em Inovação e a 7ª em Pesquisa entre as uni-versidades comunitárias e privadas. No mesmo segmento, a 2ª melhor do RS e a 5ª do Brasil. Se contabilizadas também as universidades públicas, as classificações destacadas se mantêm: 5ª posição estadual e a 40ª nacional entre 192 avaliadas.

As posições, obtidas no Ranking Universitário Folha (RUF) 2015, o mais conceituado levantamento sobre o ensino superior do país, divulgado em 14 de setembro, confirmam a Universidade de Caxias do Sul (UCS) como uma das mais qualificadas universidades brasileiras. A análise, elaborada pelo jornal Folha de S. Paulo, pesquisa anualmente ins-tituições públicas, priva-das e comunitárias a partir de cinco critérios: Ensino, Pesquisa, Mercado, Inova-ção e Internacionalização. À exceção da manuten-ção do 2º lugar nacional em Inovação, a UCS subiu em todas as demais clas-sificações do ranking. “Es-ses resultados coroam as ações da reitoria, profes-sores, alunos e funcioná-rios em prol das diretrizes institucionais de excelên-cia, inovação, desenvol-vimento, inserção social e sustentabilidade, além

de reforçar nossa respon-sabilidade em alcançar ainda mais qualificação”, avalia o reitor Evaldo Anto-nio Kuiava.

A UCS é a única insti-tuição da região a oferecer cursos nas nove áreas do conhecimento reconhe-cidas pelo Ministério da

Educação (MEC), em 84 graduações com 97 ha-bilitações distribuídas em nove unidades (em Caxias do Sul, Bento Gonçal-ves, Farroupilha, Canela, Guaporé, Nova Prata, São Sebastião do Caí, Vacaria e Veranópolis), atendendo 70 municípios.

ENTRE AS MELHORES DO BRASILUNIVERSIDADE DE CAXIAS DO SUL MANTEVE SEGUNDO LUGAR NACIONAL EM INOVAÇÃO E SUBIU EM TODAS AS DEMAIS POSIÇÕES NA MAIS CONCEITUADA CLASSIFICAÇÃO DA EDUCAÇÃO SUPERIOR DO PAÍS

A UCS no Ranking Universitário Folha

melhor do Brasil em Inovação

em Pesquisa

melhor do RS

do Brasilentre as universidades comunitárias e privadas

5 ª melhor do RS e 40ª do Brasil entre 192 universidades, incluindo as públicas

5ªESSES RESULTADOS COROAM AS DIRETRIZES DE EXCELÊNCIA,

INOVAÇÃO E DESENVOLVIMENTO“

“EVALDO ANTONIO KUIAVA, Reitor

ARIEL ROSSI GRIFFANTE - [email protected]

Os dados completos estão disponíveis no link www.ruf.folha.uol.com.br/2015/

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As cores da Serra estão na tela do Brasil. O Rede de Olhares, programa-âncora da UCSTV, in-tegra, desde 2 de setembro, a programação nacio-nal do Canal Futura. Com duração de 30 minutos, o Rede de Olhares – Janela Futura é exibido todas as quartas, às 23h30, com reprises em três horá-rios alternativos na semana e sinal acessível a 94 milhões de telespectadores.

Com a inédita migração de um programa regio-nal para um canal nacional, a emissora educativa da UCS passa a ter a audiência potencial de 46 milhões de pessoas que regularmente assistem ao Futura, sendo 2 milhões de educadores, con-forme pesquisa Datafolha. “O Rede de Olhares em edição nacional mostra o êxito de uma proposta inovadora, que surgiu para apresentar a diversida-de e promover a inclusão em seus aspectos mais amplos, com uma criação coletiva e comunitária”, destaca o diretor-geral do Centro de Teledifusão Educativa (Cetel), responsável pela UCSTV, Jacob Hoffmann.

Para o responsável pelas Relações Universi-tárias do Canal Futura, Acácio Jacinto, a parceria qualifica a proposta da emissora, que mantém vín-culo com 45 instituições de ensino do Brasil e do exterior. “Pela excelência na educação, a UCS é muito representativa para a região, que agora va-mos mostrar para todo o Brasil. A proposta do pro-grama é maravilhosa e contagia a nossa rede de universidades a contribuir com esse grande mosai-co cultural que surge através da TV”, comemora.

REDE DE OLHARES LEVAA SERRA À TV NACIONAL

PROGRAMA-CAMALEÃODesde sua origem, em outubro de 2011, o Rede de Olhares se propõe a ser uma produção aberta à diversidade de visões sobre os temas que debate. Nesse tempo, teve mais de 500 edições inéditas e levou 15 mil participantes ao estúdio da UCSTV, entre convidados e plateias. O camaleão, símbolo do programa, traduz também a multiplicidade da equipe que compõe o Rede (que se reveza desde a produção até a apresentação) e a própria filosofia de trabalho – de um processo criativo surgido das diferentes percepções da realidade de cada integrante, em um exercício de jornalismo coletivo. A exibição em âmbito nacional, novidade nos 18 anos de existência da UCSTV, faz parte de um projeto de reorientação de toda a programação do canal regional.

REDE DE OLHARES – JANELA FUTURAw Onde: Canal Futura (30min)w Quando: inéditos às quartas (23h30) e reprises aos domingos (18h30); segundas (meia-noite) e quintas (3h30)

REDE DE OLHARES DIÁRIOw Onde: UCSTV (60min)w Quando: inéditos, de segunda a sexta, às 18h30min. Reprises às 22h30min e 11h30min.

PROGRAME-SE

Edição comemorativa: quatro anos combinando diversidade e coletividade.

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CORREÇÃO - O curso de Direito do Campus Universitário de Nova Prata também conta com o Serviço de Assistência Jurídica (SAJU), pelo qual alunos estagiários e professores atendem gratuitamente à população de baixa renda dos sete municípios que integram a Comarca de Nova Prata. A informação não constou na matéria ‘Formação Humanizada’ (pg 11) da edição 17 da Revista UCS. O SAJU é disponibilizado ainda nos demais campi (Caxias do Sul, Bento Gonçalves, Farroupilha, Guaporé, Vacaria, São Sebastião do Caí e Canela) da universidade.

Pesquisa e Inovação como Fatores de Competitividade, na área das Ciências Exatas; Ações da UCS quanto à Sustentabilida-de Ambiental de Caxias do Sul e Região, no campo das Ciências da Vida; e Contextos Urbanos na Contemporaneidade, nas Ciên-cias Humanas, foram as temáti-cas desenvolvidas na XXIII edição do Encontro de Jovens Pesquisa-dores e na V Mostra Acadêmica de Inovação e Tecnologia, pro-movidos pela Universidade de Caxias do Sul (UCS) de 15 a 17 de setembro.

Os eventos reuniram 336 tra-balhos resultantes de atividades

de iniciação científica (123 em Exatas, 113 em Ciências da Vida e 100 em Humanas) realizados por acadêmicos da UCS e de ou-tras instituições de Educação Su-perior e por estudantes do Ensino Médio. As pesquisas destacadas

em cada área, pela UCS, Simecs (Sindicato das Indústrias Meta-lúrgicas, Mecânicas e de Mate-rial Elétrico de Caxias do Sul) e Simplás (Sindicato das Indústrias de Material Plástico do Nordeste Gaúcho) receberam premiação.

JOVENS PESQUISADORES APRESENTA 336 TRABALHOS CIENTÍFICOS

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Ezequiel Vedana da Rosa, Ariane Pelicioli e Bruno Rafael de Souza, criadores da Piipee: cinco anos e meio de pesquisa, testes, desenvolvimento e negociações de investimento até a prontidão para lançar-se ao mercado em escala industrial.

Arquivo pessoal/Divulgação

STARTPROFISSIONAL

RESULTANTES DA REVOLUÇÃO CULTURAL DA ERA DIGITAL, STARTUPS RESSIGNIFICAM CONCEITOS, ALTERAM DINÂMICA E TRANSFORMAM JOVENS EM PROTAGONISTAS DO EMPREENDEDORISMO

ARIEL ROSSI GRIFFANTE - [email protected]

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Ezequiel estava dormindo. Desper-tou, sentou-se na cama, e percebeu uma pergunta em mente: por que se conso-me tanta água potável no vaso sanitário? Chegou a formulá-la ao pai, que jogava videogame no quarto – e apenas anuiu brevemente sem desprender-se do en-tretenimento. Era março de 2010 e o en-tão estudante de Comércio Internacional de imediato passou a pensar em uma solução química – em ambos sentidos – para a economia de pelo menos 80% da água (o correspondente ao descarte da urina) utilizada nas descargas de banhei-ros Brasil afora. Cinco anos depois, a in-quietação pessoal que gerou propósito social está prestes a se consolidar como empreendimento profissional.

A pretensão de criar uma solução para um problema real e relevante; de-senvolvida a partir de uma tecnologia

inovadora e com alto grau de incerteza sobre a receptividade do mercado; a possibilidade de reprodução do modelo em qualquer lugar sem grandes customi-zações (repetibilidade); e a perspectiva de, uma vez consolidado o produto, ob-ter crescimento exponencial com manu-tenção de baixo custo (escalabilidade), acabariam por dar à iniciativa do bento-gonçalvense Ezequiel Vedana da Rosa, 27 anos, a caracterização de uma star-tup (veja quadro abaixo).

O termo surgiu nos Estados Unidos no final dos anos 1990, com a expansão os negócios ‘pontocom’ no Vale do Silí-cio, Califórnia, e entrou no Brasil na virada do século. Embora empregado desde o surgimento dos empreendimentos com base tecnológica para definir o ‘dar iní-cio’ àqueles desencadeados com pouco capital e muita inventividade, o conceito

ganhou força com a indústria da informá-tica – sendo exemplo mais emblemático a Apple, surgida em 1976. Consolidou-se como modelo de negócio, contudo, com a massificação da Internet.

Por aqui, o formato startup intensifi-cou-se nos últimos cinco anos, alavanca-do por jovens como Ezequiel, sua espo-sa, Ariane Pelicioli, 24, e o amigo Bruno Rafael de Souza, 29, (à época acadêmi-cos iniciantes de Psicologia e de Publici-dade e Propaganda, respectivamente), a quem convocou para a empreitada que resultaria na criação do Piipee – produto composto por um dispositivo de aciona-mento e uma solução química bacterici-da e biodegradável, capaz de atuar nas características físico-químicas da urina, alterando sua coloração e eliminando o odor, dispensando, assim, o uso da des-carga sanitária (leia mais na página 9).

w INOVAÇÃO: é a introdução, com êxito – representado pela viabilidade comercial –, no mercado, de novos (ou com características diferentes dos já existentes) produtos, serviços, processos, métodos e sistemas. O segredo é se colocar no lugar do consumidor e buscar oferecer uma saída simples e de impacto na rotina das pessoas, para um problema real e relevante.

w BASE TECNOLÓGICA: os projetos, de qualquer porte ou setor, devem ter na inovação tecnológica os fundamentos de sua estratégia competitiva, propondo novos ou melhorados

produtos ou processos. O termo produto se aplica a bens e serviços, podendo ser softwares, aplicativos, hardwares ou outro tipo de equipamento, método ou procedimento.

w REPETIBILIDADE: ser repetível implica a reprodução do modelo produtivo em qualquer lugar, em escala potencialmente ilimitada, entregando o produto sem muitas customizações ou adaptações para cada cliente. Pode ocorrer tanto com a venda de uma mesma unidade várias vezes (caso de um software) ou mantendo o produto disponível independentemente da demanda.

w ESCALABILIDADE: trata do potencial do empreendimento de crescer rapidamente, com ampliação exponencial da receita e baixa elevação de custo, sem que isso influencie no modelo de negócio. Para alguns teóricos, quando se torna escalável, a startup deixa de existir, consolidando-se como empresa lucrativa.

w ALTO RISCO: o propósito inovador traz consigo um cenário de incerteza – não se pode prever a reação do mercado ao produto ou serviço, havendo maior risco de rejeição ou de o projeto não se provar sustentável.

Características das Startups

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Walter Sengik Cruz, acadêmico de Engenharia de Controle e Automação: remodelação constante, rede de contatos e muita relação com clientes e usuários.

ACREDITAR QUE BASTA UMA IDEIA E TRABALHAR NA

GARAGEM PARA FICAR MILIONÁRIO É DOCE

ILUSÃO. DEDICAÇÃO É O QUE VAI FAZER

A DIFERENÇA ENTRE UM EMPREENDEDOR E ALGUÉM APENAS

IDEALISTA

WALTER SENGIK CRUZ, desenvolvedor do aplicativo PéBaixo

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Embora, como evidencia a Piipee, star-tups não signifiquem, necessariamente, desenvolvimento de produtos, serviços, processos, métodos ou sistemas ligados ao ambiente digital, o conceito se consa-gra no universo dos softwares. A razão é simples: eles são mais repetíveis e esca-láveis (características fundamentais do modelo) do que outras soluções. Nesse contexto, amparado no acesso cada vez mais universalizado à interconectividade – atualmente são 81,5 milhões os usuários com acesso à Internet por smartphone no Brasil – o grande filão são os aplicativos.

É o caso do PéBaixo, que mostra in-formações sobre ofertas de calçados em lojas próximas de onde o consumidor pes-quisa, criado pelo acadêmico de Engenha-ria de Controle e Automação Walter Sengik Cruz, 24 anos. Desenvolvido na disciplina de Empreendedorismo da UCS, no primei-ro semestre de 2014, o trabalho tornou-se, desde então, mais do que negócio, condi-ção para valiosas lições profissionais a seu idealizador.

“Uma startup precisa estar constan-temente se remodelando, conferindo se o mercado está preparado para receber novo produto; se a solução oferecida é madura o suficiente; e se o usuário estará

interessado naquela solução”, ensina. Segundo ele, o aprendizado veio logo

nas primeiras explorações dos potenciais do negócio. O retorno colhido trouxe muito mais reconsiderações do que aprovações à ideia inicial (um software que mostrava produtos em geral das lojas de determina-do entorno), obrigando a uma nova forma-tação.

Na linguagem das startups, ocorreu uma ‘’pivotagem’ – redirecionamento de estratégia quando a experimentada não dá resultado. “Nesse teste de validação da hipótese vi que não tinha jeito. Seria impos-sível manter um banco de imagens de to-dos os produtos, o que se propunha a ser um diferencial”, conta Walter, explicando a decisão de deter-se aos calçados.

“A melhor forma de conhecer a viabili-dade é ir pra rua, contatar potenciais clien-tes e usuários”, destaca. Ele valoriza, ain-da, a troca de informações também entre empreendedores como uma necessida-de que se impõe – e se opõe – a um dos maiores dogmas do meio corporativo: “É preciso esquecer o medo de falar achando que vão roubar a ideia. Uma startup neces-sita de uma rede de contatos muito forte. Críticas geram muita construção para o negócio”, enfatiza.

LIÇÕES INOVADORAS “

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Alinhada à posição de vanguarda no incentivo ao desenvolvimento re-gional, a Universidade de Caxias do Sul realiza, até dezembro, a primeira edição do StartUCS – Transforman-do Ideias em Negócios, projeto de fomento a startups objetivando o desenvolvimento e a inserção de no-vas empresas no mercado de forma sustentável e competitiva. Vinculada ao Programa de Empreendedorismo, a iniciativa é dirigida a estudantes de graduação e pós-graduação, profes-sores e funcionários, sendo limitada a dez empreendimentos.

A execução do StartUCS se dará em duas fases. A primeira, destinada ao aperfeiçoamento da ideia e estrutu-ração do modelo de negócio, é com-posta por 20 encontros semanais de 3 horas, com mentoria de especialistas das áreas de tecnologia, investimento,

contabilidade, finanças, psicologia, ju-rídica e da Incubadora Tecnológica da UCS. Ao final do cronograma será re-alizado um pitch-day de 3 a 5 minutos para exposição dos projetos a poten-ciais investidores.

A segunda fase será voltada à con-solidação efetiva da empresa, com a elaboração de um plano de negócio envolvendo a criação de um protótipo testável e a busca de clientes. “Nesse momento há um produto físico, valida-ção técnica e comercial, qualificando a empresa a receber aporte financei-ro”, explica o professor Enor Tonolli.

Mesmo os projetos que não in-gressarem no mercado terão oportu-nidade de seguir sendo aperfeiçoa-dos na Incubadora Tecnológica, que disponibilizará espaço físico, infraes-trutura, secretaria e busca de fomento para a startup.

Da relação com a crítica e a contrarie-dade, aliás, emerge do meio das startups um dos aspectos mais transformadores trazidos pela cultura digital: a ressignifica-ção do conceito fracasso. “A frustração é característica desse ambiente, e a resiliên-cia uma condição necessária. É comum a ideia ser rejeitada, adaptada e aperfeiço-ada. O aparente fracasso dá experiência para se constituir algo mais sólido”, escla-rece o doutor em Administração e mestre em Engenharia de Produção Enor Tonolli, professor do Programa de Empreendedo-rismo da UCS. “Nos Estados Unidos é de 100 vezes a média de participações em pitch-days (eventos de apresentação de projetos no tempo de um a três minutos) até uma startup conquistar um investidor”, ilustra.

Esse movimento traz embutida uma mudança de abrangência sociocultural. “No Brasil o fracasso tem uma conotação social terrível. Para evitá-lo não se ousa, não se inova. Somos vistos como criativos, mas o país é um dos menos inovadores do mundo”, aponta Tonolli. “Nos Estados Unidos fracasso é currículo; é como o em-preendedor aprende o que precisa para consolidar uma ideia”, completa. Desse modo, ao salientar que empreender está muito mais relacionado a comportamento – dependendo de autoconfiança, autono-mia e criatividade – do que conhecimento técnico, o professor o que as startups se estabelecem como espaços de compe-tência, conhecimento e foco.

Aluno que levou a teoria à prática e nela reuniu experiência, o criador do PéBaixo,

atesta: “A maturidade para aprender com os erros e ver onde melhorar é muito im-portante. O fundamental para empreender é foco e persistência; a inteligência do ne-gócio vem com o tempo”, defende Walter Sengik, confirmando que houve relativo abatimento perante a – embora esperada, ainda impactante – rejeição do mercado à primeira versão lançada do aplicativo.

Para não sucumbir ao desânimo, o acadêmico buscou amparo em especia-listas, participando de nada menos que 12 programas de mentoria e qualificação. “Acreditar que basta uma ideia e trabalhar na garagem para ficar milionário é doce ilusão. Criar um aplicativo é como criar qualquer produto final. Dedicação é o que vai fazer a diferença entre um empreende-dor e alguém apenas idealista”, define.

FRACASSO PRA QUE TE QUERO

PROGRAMA DA UCS INCENTIVA O MODELO

NO BRASIL, PARA EVITAR O FRACASSO,

NÃO SE OUSA, NÃO SE INOVA. NOS ESTADOS UNIDOS FRACASSO É CURRÍCULO; É COMO

O EMPREENDEDOR APRENDE O QUE

PRECISA PARA CONSOLIDAR UMA IDEIA

ENOR TONOLLI, professor do Programa de Empreendedorismo

Page 9: revista UCS

Cinco anos e meio depois do inusitado despertar questionando o uso da água potá-vel em uma manhã qualquer, o Piipee está às vésperas de ser lançado comercialmente. Se-gundo o idealizador Ezequiel Vedana da Rosa, egresso da UCS, o dispenser (entre R$ 40 e R$ 50) e refis (R$ 25 o litro, que garante 500 acionamentos) devem ingressar no mercado em até 90 dias, a partir de uma produção de mil unidades/mês.

O impulso para a escala industrial – linha de chegada de uma startup e ponto de partida de uma empresa – será dado pelo fechamento de acordos de investimento (cujos valores só serão divulgados na finalização dos contratos) construídos depois de muita pesquisa e expe-rimentação. “Passei um ano urinando em copi-nhos e fazendo misturas para testar o efeito”, brinca Ezequiel, que desde a metade de 2014

dedica-se exclusivamente ao empreendimen-to.

O processo levou ao desenvolvimento de uma solução biodegradável e bactericida com-posta por essência de pinho e eucalipto (agora há mais três opções de fragrância) formando o princípio ativo, que, com pouco mais de 1ml por aplicação em spray, atua na eliminação do odor e alteração da cor da urina – responsável por 80% das descargas em vaso sanitário, ao qual o dispositivo é acoplado.

Instalada em Bento Gonçalves, a empresa teve 30 mil unidades pré-vendidas até abril des-te ano, e, desde então, outras 15 mil encomen-dadas, estima Ezequiel. Repercutido na mídia nacional, o produto chamou a atenção desde empresas com milhares de funcionários até de famílias com vários filhos, tendo em comum o interesse em testar a eficácia da solução.

“A principal característica de uma star-tup é procurar solucionar um problema do mercado”. Com esta premissa (uma das várias a partir das quais exibe domínio de argumentação sobre o modelo de empre-endimento), o estudante Walter Sengik Cruz explica a inspiração para a criação do PéBaixo. O aplicativo para smartphone possibilita consultar a disponibilidade de calçados por tipo, preço e visualização de imagens, com indicações de lojas próxi-mas e promoções. “O e-commerce fatu-rou R$ 35,8 bilhões no Brasil em 2014. Se não crescerem no online, as lojas físicas vão perder muito mercado”, justifica.

A facilidade de pesquisa e compra é

decisiva para o sucesso das vendas pela Internet. Por outro lado, a maioria dos con-sumidores ainda prefere provar as peças antes de adquiri-las. Com isso, o PéBaixo se encaixa no espaço que combina as vantagens dos dois sistemas.

O produto é disponibilizado aos co-merciantes mediante uma mensalidade entre R$ 60 e R$ 100. “A ideia é oferecer uma ferramenta de comunicação, com o foco de levar o cliente até a loja”, define o idealizador. Em virtude disso, pontua Walter, novas funcionalidades estão sen-do implementadas, como a concessão de descontos para quem escolher um estabelecimento por meio do software e

a divulgação das redes sociais das lojas cadastradas.

Em paralelo à procura de investido-res e ao trabalho de colocar o produto no mercado, o jovem segue buscando aperfeiçoamento. Após a formação em Engenharia de Controle e Automação pela UCS, Walter pretende especializar-se em Gestão de Marketing visando habilitar-se à promoção do aplicativo. Os maiores desafios, enquanto isso, também são tipicamente ‘startupeiros’: as limitações financeiras e o tempo parcial, razão e de-corrência da manutenção do emprego como projetista elétrico em uma grande empresa de Caxias.

w Modelo de negócios: descreve a lógica de criação, entrega e captura de valor por parte de uma empresa. É como a startup apresenta-se como capaz de transformar sua ideia em resultado financeiro.

w ‘Pivotar’: derivado do inglês to pivot (girar sobre um eixo, mudando de direção), refere ao redirecionamento do negócio depois de uma estratégia testada não ter levado a resultados esperados. Como as startups são empresas novas ou em fase de consolidação, a pivotagem serve, essencialmente, para formatar o negócio.

w Investidor-Anjo: pessoa física que investe capital próprio em startups em troca de participação no negócio e assumindo papel de mentor ou conselheiro, sem posição executiva na empresa. O termo ‘anjo’ é conferido pela concessão de apoio ao novo empreendedor por meio do repasse

de know-how, experiência e orientação em rede de relacionamento, não ficando, portanto, a participação restrita ao aporte financeiro ao negócio.

w Gestão de recursos: é um modelo complementar e subsequente ao investimento-anjo, realizado a partir de recursos de terceiros geridos por fundos de investimento e similares. Segundo a organização Anjos do Brasil, o aporte total por empresa no país tem variado, em média, entre R$ 200 mil a R$ 500 mil, podendo chegar a R$ 1 milhão.

w Aceleradoras: são organizações que impulsionam as startups oferecendo capital, espaço físico, mentoria e networking, assim denominadas por, com este método, acelerarem o ingresso dos empreendimentos no mercado – em geral no período de três a seis meses. Em contrapartida, recebem a designação, normalmente, de 10% a 20% das ações da nova empresa.

Conceitos

SOLUÇÃO REAL E RELEVANTE

FOCO, PERSISTÊNCIA E APERFEIÇOAMENTO

Reprodução

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O Campus-Sede da UCS é o novo es-paço da agricultura orgânica da região. Desde o dia 17 de setembro ocorre sema-nalmente a comercialização de alimentos cultivados sem o uso de agrotóxicos por produtores ligados a seis associações da região: a EcoCaxias, de Caxias do Sul; a cooperativa Coopeg e a Associação En-costa da Serra, ambas de Garibaldi; a Associação Farroupilhense de Agroecolo-gia; a Agronope, de Nova Petrópolis; e a cooperativa EcoNativa, de Ipê.

A ideia surgiu em sintonia com a pers-pectiva de sustentabilidade defendida pela reitoria como um valor institucional. “Inicialmente, a intenção seria atender o grande número de visitantes que passam

TODA QUINTA TEM FEIRA ORGÂNICA NO CAMPUS-SEDEPRIORIZAR O CONSUMO DE PRODUTOS NATURAIS, CULTIVADOS SEM O USO DE FERTILIZANTES, É UM CAMINHO EFETIVO PARA A REEDUCAÇÃO ALIMENTAR

JOSMARI PAVAN – [email protected]

SAÚDE À MESA

Com o estilo de vida frenético que dá o tom da sociedade con-temporânea, é cada vez maior o número de pessoas que procura na alimentação equilibrada um modo de compensar o estresse e os danos causados à saúde.

Em contraponto ao desejo coletivo de comer melhor, muitas informações incorretas chegam aos consumidores entre uma refeição e outra. O principal mito nesse aspecto, aponta a profes-sora Heloísa Theodoro, do curso de Nutrição da Universidade de Caxias do Sul (UCS), está na difi-culdade de se chegar a um estilo de vida equilibrado, o que, para muitos, é impraticável. “Através da criação de metas e de pe-quenas mudanças nos hábitos alimentares, alcançamos uma ali-mentação saudável”, indica.

O acompanhamento médi-co, muitas vezes colocado em segundo plano ou até mesmo

dispensado, é fundamental nes-se processo. Segundo Heloísa, a reeducação alimentar deve ser orientada por um profissional nu-tricionista que irá auxiliar o pacien-te em suas escolhas.

O SEGREDO É A DISCIPLINA Equilibrar a quantidade e a

qualidade de alimentos consumi-dos é a chave para a reeducação alimentar. Dietas radicais, que diminuem demais ou eliminam determinados grupos alimenta-res do cardápio até podem trazer resultados a curto prazo, mas podem acarretar em problemas para a saúde de forma geral. Assim, é preciso observar: toda mudança na alimentação deve ser permanente e feita de forma gradual e específica para cada indivíduo. “A reeducação alimen-tar bem-sucedida depende de mudanças como, por exemplo, a redução no consumo de açúcar

e de sal. Isso deve ser gradativo, para que o paladar se readapte ao sabor dos alimentos”, ensina a especialista.

Nesse sentido, a professora destaca, ainda, os exercícios físi-cos que, associados a mudanças na alimentação, impactam positi-vamente na saúde. “Os benefí-cios se dão pela regularidade da prática e pelo consumo diário de alimentos saudáveis, ou seja, os efeitos ocorrem graças à discipli-na em relação à rotina alimentar e aos exercícios físicos”, destaca.

De forma prática, os alimen-tos que devem estar presentes diariamente na mesa são os in natura e minimamente processa-dos. Frutas, hortaliças, farinhas integrais, além de arroz, feijão, carne, leite e ovos são exemplos. O consumo de água, em torno de dois litros por dia, também é es-sencial para o bom funcionamen-to do organismo.

Page 11: revista UCS

1- Fazer de alimentos in natura ou minimamente processados a base da alimentação2- Utilizar óleos, gorduras, sal e açúcar em pequenas quantidades ao temperar e cozinhar alimentos3- Limitar o consumo de alimentos processados4- Evitar o consumo e alimentos ultraprocessados5- Comer com regularidade e atenção, em ambientes apropriados e, sempre que possível, com companhia6- Fazer compras em locais que ofertem variedades

de alimentos in natura ou minimamente processados7- Desenvolver, exercitar e partilhar habilidades culinárias8- Planejar o uso do tempo para dar à alimentação o espaço que ela merece9- Dar preferência, quando fora de casa, a locais que servem refeições feitas na hora10- Ser crítico quanto a informações, orientações e mensagens sobre alimentação veiculadas em propagandas comerciais

10 passos para uma alimentação saudávelBaseado no Guia Alimentar para a População Brasileira, de 2014, do Ministério da Saúde

O Campus-Sede da UCS é o novo es-paço da agricultura orgânica da região. Desde o dia 17 de setembro ocorre sema-nalmente a comercialização de alimentos cultivados sem o uso de agrotóxicos por produtores ligados a seis associações da região: a EcoCaxias, de Caxias do Sul; a cooperativa Coopeg e a Associação En-costa da Serra, ambas de Garibaldi; a Associação Farroupilhense de Agroecolo-gia; a Agronope, de Nova Petrópolis; e a cooperativa EcoNativa, de Ipê.

A ideia surgiu em sintonia com a pers-pectiva de sustentabilidade defendida pela reitoria como um valor institucional. “Inicialmente, a intenção seria atender o grande número de visitantes que passam

pela UCS. Para contemplar também os alunos e funcionários, achamos melhor realizá-la durante a semana”, conta a co-ordenadora do Laboratório de Agricultura Orgânica (que integra o Núcleo de Ino-vação e Desenvolvimento da Agricultura Sustentável da universidade), professora Valdirene Camatti.

Para o produtor João Ivandro Dal-mas, da cooperativa Coopeg, a feira é uma oportunidade de desfazer possíveis equívocos sobre os produtos sem agro-tóxicos. “É comum as pessoas pensarem que produtos orgânicos não têm um as-pecto bonito, e aqui podemos mostrar que isso não é verdade. Sem falar que o consumidor pode conhecer quem plan-

ta o alimento, não há atravessadores”, destaca. A aprovação também acontece entre os consumidores. “Já costumo com-prar alimentos orgânicos, mas com a feira tão perto, com certeza virei toda semana”, comemora Simone Donato, residente pró-ximo à UCS.

A feira orgânica é realizada às quin-tas-feiras, das 12h30min às 19h, no es-tacionamento da Casa Amarela (entre o Centro Cívico e o Bloco M, na entrada do campus), oferecendo frutas, verduras, sementes, brotos, biscoitos, pães, sucos e doces, entre outros. Dentro da propo-sição ecológica, os consumidores devem levar as próprias sacolas para o transpor-te dos alimentos.

TODA QUINTA TEM FEIRA ORGÂNICA NO CAMPUS-SEDE

Quem deseja intensificar os cuidados com a alimen-tação pode acrescentar os itens orgânicos à dieta. O cultivo orgânico é a forma de plantio agrícola que abre mão de fertilizantes sintéticos e pesticidas. Rotação de culturas, adubos naturais e controle biológico de pragas são usados para manter a produtividade do solo, suprin-do adequadamente os nutrientes necessários às plan-tas. Por isso, os alimentos podem conter mais vitaminas e minerais do que os cultivados de forma convencional.

Além dos aspectos nutricionais, a professora Helo-ísa reforça a importância deste consumo também em razão de fatores socioambientais. “Além de os alimentos orgânicos serem superiores aos convencionais, quanto mais pessoas buscarem por produtos do tipo e de base agroecológica, maior será o apoio que os produtores da agroecologia familiar receberão e mais próximos estare-mos de um sistema alimentar social e ambientalmente sustentável”, justifica.

GANHOS SOCIOAMBIENTAIS

Fotos Claudia Velho

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A escolha da profissão é um dos mo-mentos mais importantes da vida do ado-lescente, que ao encerrar o Ensino Médio busca ingressar na Universidade. E esse momento – de definir que rumo tomar, que escolha fazer – é conflitivo. “O jovem se depara com um leque cada vez maior de cursos e possibilidades atrativas em relação ao mundo do trabalho, porém, o desejo de sucesso imediato e as pressões familiares e sociais que enfrenta para que a sua decisão seja assertiva, aumentam a sua insegurança e ansiedade frente à si-tuação vivenciada”, ressalta a psicóloga e professora Sandra Maria Poloni, coordena-dora do projeto de Orientação Vocacional da Universidade de Caxias do Sul (UCS).

O momento da definição profissional, na opinião da psicóloga Renata Sassi, coorde-nadora do curso de Psicologia da UCS, “é sempre muito difícil pelas características da própria escolha. O adolescente precisa op-tar não só pela profissão que terá, mas por quem ele quer ser, qual o estilo de vida que ele quer levar, ter consciência do papel que irá desempenhar e da realização pessoal e econômica que poderá ter futuramente”.

FASE DE AFIRMAÇÃOE esse momento – da escolha profissio-

nal – coincide com outro vivenciado pelos adolescentes: o determinado por intensos

conflitos de identidade. “A adolescência é uma fase da vida que se expressa através da necessidade da afirmação, da inse-gurança e da esperança com o tornar-se adulto. Os jovens são envolvidos por uma sociedade que dita que a escolha profissio-nal deve ocorrer ao fim do Ensino Médio, mas nem sempre essa etapa coincide com o momento que o jovem adquire a maturi-dade”, enfatiza Renata.

“Na etapa em que está buscando sua identidade (quem sou eu?), o adolescente acaba precisando decidir sobre seu futuro profissional, escolhendo um curso e defi-nindo uma profissão, sua identidade profis-sional: quem serei e qual minha missão e o meu papel na sociedade”, reforça Sandra.

E é aí que surgem temores, dúvidas e incertezas que são próprias desse estágio de transição da adolescência para a vida adulta, mas que interferem no processo de escolha. Assim, é fundamental que o ado-lescente conheça o cenário, isto é, a reali-dade profissional, os cursos existentes e o mercado de trabalho, todos em constante flutuação e transformação.

Atenta a esse contexto, a Universidade de Caxias do Sul promove, a cada ano, o Portas Abertas, evento que proporciona aos estu-dantes do Ensino Médio contato direto com a estrutura e detalhamento das várias opções de cursos oferecidos na instituição (veja box).

Portas Abertas ao conhecimentoNeste ano, a UCS promove o Portas Abertas de 1º a 3 de outubro, no Campus-Sede, em Caxias do Sul. Nesses dias, os estudantes terão acesso aos laboratórios e à infraestrutura de ensino da universidade. Com uma programação variada para toda a família, o evento é completado pelo 1º Mix Portas Abertas, com shows, DJs, gastronomia, artesanato, entre outras atrações. Saiba mais no site www.ucs.br/portasabertas

BUSCAR INFORMAÇÕES SOBRE CARREIRAS, MERCADO E SI MESMO ATENUA MEDO DE NÃO FAZER A OPÇÃO CERTA, FRACASSAR OU NÃO CORRESPONDER ÀS EXPECTATIVAS DOS FAMILIARES NO MOMENTO DA DEFINIÇÃO PROFISSIONAL

CRISTINA BEATRIZ BOFF - [email protected]

QUE CURSO ESCOLHER?

CONSEGUIREI SER APROVADO NO CURSO

ESCOLHIDO? TEREI SUCESSO NA CARREIRA

PROFISSIONAL? ESSAS INDAGAÇÕES

POVOAM O IMAGINÁRIO E A

REALIDADE DESSE ADOLESCENTE QUE

BUSCA IDENTIDADE E AFIRMAÇÃO PESSOAL

SANDRA POLONI, coordenadora do projeto de Orientação Vocacional

CONHECER PARA ESCOLHER“

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O PROCESSO DE ESCOLHA ENVOLVE UM TRIPÉ:

AUTOCONHECIMENTO, CONHECIMENTO DA

REALIDADE DA PROFISSÃO E TOMADA DE DECISÃO.

É IMPORTANTE QUE O JOVEM CONHEÇA O

MÍNIMO, PELO MENOS AS ATIVIDADES PRINCIPAIS,

DE CADA UMA DELAS

RENATA SASSI, coordenadora do curso

de Psicologia da UCS

CONSCIÊNCIA DE QUEM SE ÉE DE QUEM SE PRETENDE SER

Claudia Velho

‘NADA SE COMPARA À EXPERIÊNCIA’

O estudante do 3º ano do Ensino Médio Rafael Galiotto Thains, 17 anos, experimentou um período de indecisão e insegurança frente à realidade de estar concluindo o ciclo escolar e ter que de-cidir o que fazer depois. Para conhecer mais sobre sua possível escolha, o aluno da Escola São Rafael, de Flores da Cunha, bus-cou informações sobre a área pretendida, Ciências Biológicas.

“A minha avó tinha várias plantas em casa e eu convivia mui-to com isso. Lia bastante sobre a área na internet, em revistas e jornais, e então descobri que tinha a ver com botânica”, conta, recordando o interesse inicial. Mais tarde, Rafael teve a oportuni-dade de trabalhar em laboratório como bolsista na UCS. “Nada se compara a ter uma experiência, sentir a expectativa para ver se um experimento dará certo, por exemplo”, aponta Rafael, sobre a certeza para a decisão pela graduação a partir do contato com a ciência.

Já Gabriela dos Santos da Silva, 17, estudante do 3º ano do Ensino Médio no Centro Tecnológico (Cetec) da UCS, gosta da área da Saúde, mas ficou indecisa entre dois cursos. “Medici-na Veterinária foi minha primeira opção desde criança. Depois pensei em Farmácia, mas com a possibilidade de Veterinária na UCS, me decidi”, descreve. Gabriela sempre teve interesse em ciências e também amor pelos animais, mas procurou es-tar bem-informada para se decidir. “Fiz um curso e um estágio, quando conheci uma colega que era da primeira turma de Veteri-nária. Com ela, pude saber sobre o curso e fiquei mais tranquila. Depois, procurei também com a coordenadora da graduação”, relata. (Franciele Lorenzett, especial)

A escolha profissional não é algo pronto, mas um processo de cons-trução “que vai se delineando a partir do próprio sujeito, da sua realidade interna, dos seus interesses, gostos, valores, motivações, potenciais e ide-alizações. Da tomada de consciência de quem é e de quem pretende ser, através do autoconhecimento, da informação e do processo de deci-são”, explica Sandra Poloni. Por isso, a especialista defende a participação do adolescente em um processo de orientação vocacional, “para que a escolha seja feita de forma conscien-te, madura, autêntica e ajustada entre interesses e potencialidades, resul-

tando em grandes possibilidades de sucesso na profissão escolhida”.

Em virtude da sensação de an-gústia provocada pela indecisão, Re-nata Sassi destaca a importância do suporte familiar para a definição de carreira pelo adolescente. “Vivemos tempos conflituosos, ocasionados pe-las mudanças no mundo do trabalho, que exige indivíduos mais competiti-vos, adaptativos e competentes. A in-fluência da família ocorre de diversas maneiras, e é positivo para os jovens receberem incentivos dos pais para seguirem seus próprios desejos”, ressalta a coordenadora do curso de Psicologia da UCS.

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O ano de 1975 foi marcado por momentos difí-ceis na política brasileira. Eram tempos de ditadura, anos de chumbo. O cenário na Serra gaúcha, po-rém, não flertava com o sentimento de tensão em escala nacional. Por aqui, era época de festa, de celebração do centenário da imigração italiana e, também, da ascensão de um novo olhar sobre as tradições trazidas pelos responsáveis pela ocupa-ção territorial promovida no final do século XIX. Foi um período divisor de águas.

“A noção de italianidade foi construída. Três agentes ajudaram a fomentar esse sentimento na década de 1970: os intelectuais, a Igreja e os em-presários. Eles viriam a ter papel fundamental na manutenção do mito do italiano, que não estava lá no início”, sentencia a professora Vania Beatriz Merlotti Herédia, do Centro de Ciências Humanas e da Educação da Universidade de Caxias do Sul (UCS).

Ao se completarem 140 anos da chegada dos primeiros italianos, a fala da pesquisadora, reco-nhecida pelos trabalhos que envolvem a imigração e o processo de industrialização local, é emblemá-tica. Em um de seus estudos, ela buscou mapear a historiografia regional em torno de uma linha con-ceitual para demonstrar as transformações sobre o modo de ver o italiano. Dentre as conclusões obti-das está a associação do sucesso do processo de colonização a um elemento típico do capital.

“Criou-se um mito em relação ao italiano, porque a região teve todos os fatores para que o desenvol-vimento desse certo. A começar pela propriedade privada na família. O italiano não estava abando-nado. Ele tem uma referência: o lugar em que ele mora”, frisa a pesquisadora.

O MITO DA ITALIANIDADEPRODUÇÃO CIENTÍFICA EM TORNO DA INFLUÊNCIA CULTURAL TRAZIDA DA EUROPA ACENTUOU-SE A PARTIR DE 1975, COM AS COMEMORAÇÕES DO CENTENÁRIO DA IMIGRAÇÃO. PASSADOS 40 ANOS, O FOCO SE VOLTA À MULTICULTURALIDADE.

VAGNER ESPEIORIN – [email protected]

Acesse, via QRCode, mais fotos do acervo ECIRS/IMHC

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Se para o Brasil o filme O Quatrilho ficou marcado como a obra represen-tativa da retomada do cinema nacional, para a Serra gaúcha ele ilustra parte considerável da história da região. No li-vro escrito pelo professor José Clemen-te Pozenato – e que deu origem à obra cinematográfica –, há um traço impor-tante para a contextualização da mito-logia da imigração: a demonstração do italiano que deu certo.

Apesar da traição da mulher, o per-sonagem Angelo Gardone, um típico descendente de imigrante, foca sua vida no trabalho, arrisca ao comprar uma colônia de terra, cria um moinho de farinha, cresce financeiramente, vai mo-rar na cidade e dá origem a um banco. Rico, vê sua família ampliar e ganha o reconhecimento da sociedade. Angelo ilustra o mito italiano da região. Apesar disso, a realidade esconde outro fator: nem todos tiveram a mesma sorte.

“Se tem aquela ideia de que o italiano

tem uma propulsão para os negócios. Se a gente vai analisar, os empreende-dores foram os que juntaram capital. A grande maioria continuou pequeno, na sua propriedade”, esclarece a professo-ra Luiza Horn Iotti, do Mestrado Profis-sional em História da UCS e que estuda a imigração e relações de poder.

A pesquisadora reforça o posicio-namento de que a propriedade foi o grande diferencial em relação às outras etnias que ocuparam a região. Tal como no filme, a produção local lançou as bases para o acúmulo de capital, mas ele só veio de fato com a exploração do comércio. O que era cultivado aqui alimentava também outras cidades. “A nossa região deu certo porque nela foi implantada a única reforma agrária no país, com um sistema de minifúndio. Cada um teve seu pedaço de terra e deu conta do que era seu. Algum ou outro conseguiu se sobressair com o capital”, esclarece Luiza.

Participação multicultural

Depois de 140 anos, cidade e região não são as mesmas. Elas cresceram, exibem pujança empreendedora e demonstram, inevitavelmente, a importância que a imigração teve. Mas outras etnias ajudaram a compor esse cenário de avanços. Novas pesquisas realizadas na Universidade se posicionam em torno da participação, no desenvolvimento regional, dos negros, dos índios e também dos tropeiros que levavam o gado da região dos Vales aos Campos de Cima da Serra.

“Hoje, se você estudar a história de Caxias, já encontra a história dos negros, dos poloneses, e de outros povos. Agora, isso começa a ter um outro valor”, explica a professora Vania, demonstrando que a cidade – e a pesquisa – têm sim espaço para a multiculturalidade.

Marcas antropológicasApesar dos elementos sociológico e econômico terem

peso considerável sobre o processo migratório, foram as mar-cas antropológicas que guiaram as primeiras pesquisas em torno das comunidades italianas. Os usos e costumes deixa-dos pelos imigrantes constituíram-se em objetos de análise do Projeto ECIRS, criado em 1974 para o estudo da cultura da imigração e mantido até hoje pela UCS.

À época, a intenção era documentar os hábitos que ficaram marcados no cotidiano de pessoas que habitavam especial-

mente a zona rural. O resultado está disponível para acesso público. As fotografias que ilustram essa reportagem são uma amostra (pequena, por sinal) de um acervo bem mais amplo, que, além das populações, capta os cenários da região colo-nial italiana.

“Esses estudos têm papel importante. Eles ajudaram a mu-dar o conceito de colono na região, que estava vinculado à ideia do imigrante. Até então, o olhar para o imigrante não tinha tanto valor, não tinha esse elemento identitário”, explica Vania.

Triunfo do minifúndio

Fotos Aldo Toniazzo e Ary Trentin/ECIRS/IMHC

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POR MAIS SONHOE HUMANIDADE

Admirado e, na mesma medida, contestado por seus posicionamentos, o teólogo Leonardo Boff, 77 anos, é um homem inquieto. Suas ideias incisivas sobre temas como meio ambiente e política reverberam por trás de um semblante tranquilo e culminam naquela que talvez seja sua principal militância: para ele, é preciso que a humanidade transforme radicalmente o modo de encarar a vida, derrube paradigmas e substitua o indivi-dualismo pelo sentimento de coletividade.

Em visita à Universidade de Caxias do Sul (UCS) no mês de julho, onde comandou a abertura do Seminário de Pesquisa em Turismo do Mercosul (Semintur), Boff atraiu centenas de pessoas e investiu em chamar a pla-teia à reflexão. Ética, hospitalidade e turismo foram pon-

to de partida de uma abordagem que se estendeu para reflexões sociais e humanitárias, temáticas que desde os anos 1960 o colocam entre os mais destacados pen-sadores brasileiros.

Ao discorrer sobre o prejuízo para a manutenção da vida das pessoas e do próprio planeta, que conside-ra ser provocado pela globalização, o teólogo não se furtou de apresentar soluções possíveis, desde que aplicadas em escala global. “Nunca tivemos ameaças tão graves à vida humana na Terra. É um caminho sem retorno. Vivemos em estado de caos, mas é preciso in-vestir no lado construtivo do caos e neutralizar o aspec-to negativo. É do caos que surgem transformações”, defendeu.

CONSULTOR DA NOVA ENCÍCLICA SOBRE O MEIO AMBIENTE DO PAPA FRANCISCO, TEÓLOGO LEONARDO BOFF PERSISTE NA DEFESA DO PARADIGMA DA COLETIVIDADE

JOSMARI PAVAN - [email protected]

CASA COMUM – a alternativa da Ecologia IntegralVinte e dois anos depois de aban-

donar as atividades eclesiásticas por desentender-se com a cúpula da Igreja, tendo inclusive sido punido pelo Vaticano em virtude da militân-cia pela Teologia da Libertação (leia mais na página ao lado) Leonardo Boff foi convidado pelo Papa Fran-cisco a auxiliar na elaboração da Encíclica do Meio Ambiente. Diferen-temente de documentos similares, a encíclica, lançada em junho deste ano, não se dirige apenas a católicos e defende que o futuro no planeta só será possível com uma mudança ra-dical no trato dos recursos naturais.

O enunciado traz o conceito de Ecologia Integral, cunhado por Boff,

que, ao propor uma ampla trans-formação nas relações com o meio ambiente, define o planeta como a ‘casa comum’, onde todos os seres vivos formam um ecossistema e são responsáveis por ele.

“Por trás das crises, há seres hu-manos; por trás das estatísticas, há verdadeiras vias-sacras do sofrimen-to. Quem vai para a Itália, Espanha, fica espantado ao ver as paróquias abrindo comedores públicos porque os milhares de desempregados não têm onde comer. Isso não aparece na imprensa porque é antissistêmi-co. Acontece que esse sistema não funciona mais. As crises devem ser-vir para a busca pelo bem comum”,

alertou.Para chegar a esse estágio, o te-

ólogo aponta as universidades como espaços fundamentais de fomento à nova e necessária realidade, não podendo se resumir a ‘chocadoras do sistema’, como define. “Vejo nas universidades muitos jovens despo-litizados e desinformados, que se preocupam em se formar para ter um bom emprego e ganhar dinheiro. Claro que dinheiro é importante, mas é preciso usar os conhecimentos adquiridos para o benefício das pes-soas, para servir ao povo. Esse é o desafio ético”, ponderou, justificando com um contraponto: “Falta um pou-co de sonho à humanidade”.

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CampoGrande

Claudia Velho

POR TRÁS DAS CRISES, HÁ SERES HUMANOS. POR TRÁS DAS ESTATÍSTICAS HÁ VERDADEIRAS VIAS-SACRAS DO SOFRIMENTO. AS CRISES DEVEM SERVIR PARA A BUSCA PELO BEM COMUM

“Contestação libertadora

As ideias contestadoras transformaram a trajetória de Leonardo Boff. Membro da Ordem dos Frades Menores, na qual ingressou em 1959, teve papel ativo na criação da Teologia da Libertação – corrente teológica cristã surgida na América Latina nos anos 1960, depois do Concílio Vaticano II e da Conferência de Medelín. Ao considerar que o Evangelho coloca os pobres como prioridade, a teologia propõe a religião como meio para resolução de problemas e desigualdades sociais.

Após o doutorado em Teologia e Filosofia pela Universidade de Munique, Alemanha, em 1970, assinou diversas publicações sobre religião, direitos humanos, causas sociais, ecologia, espiritualidade e antropologia, tendo hoje mais de 60 livros lançados. Um dos mais importantes foi Igreja: Carisma e Poder que, em razão das teses em defesa da Teologia da Libertação, motivou um processo da Sagrada Congregação para a Defesa da Fé, do Vaticano, que condenou o autor a um ano de ‘silêncio obsequioso’ e o depôs das suas funções editoriais e de magistério no campo religioso.

Segundo o site oficial de Boff, devido à repercussão mundial, a pena foi suspensa parcialmente em 1986. Porém, em 1992, ameaçado de uma segunda punição pelas autoridades de Roma, ele renunciou às atividades eclesiásticas e se autopromoveu ao estado leigo. No ano seguinte, ingressou na Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ) como professor de ética, filosofia e ecologia, mantendo também a atuação como teólogo da libertação, escritor e conferencista.

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Quando o horizonte está tão perto, o olhar esquece de alcançá-lo

Vania Marta Espeiorin – Jornalista e mestre em Educação

Vagner Espeiorin

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Além da tradicional e relevan-te função relacionada ao ensino, a universidade, atualmente, tem também a importante função da pesquisa, motivada por dois fa-tores: a necessidade de qualificar permanentemente o ensino, ade-quando-o constantemente aos novos conhecimentos produzidos e desenvolvendo competências, junto ao aluno, relacionadas ao processo de construção de co-nhecimento – como a identifica-ção e resolução de problemas e a capacidade crítica no uso res-ponsável do conhecimento – e a de contribuir para o avanço cien-tífico e tecnológico e, assim, dar sustentação ao desenvolvimento local e regional.

O mercado de trabalho em que as empresas atuam compe-titivamente está inserido em se-tores econômicos cada vez mais baseados na inovação. E esse mercado exige dos profissionais um perfil com um mínimo de ha-bilidades e competências, para que possam contribuir signifi-cativamente com o crescimento sustentável e a inovação dessas organizações.

Atualmente, a Universidade de Caxias do Sul tem 231 alunos de graduação e 222 de ensino médio que atuam como bolsistas de ini-ciação científica nos projetos de 206 pesquisadores integrantes dos 98 grupos de pesquisa da UCS cadastrados no CNPQ, e junto aos 17 Núcleos de Inovação e Desenvolvimento e 16 Núcleos de Pesquisa da instituição. Além disso, junto às linhas de pesquisa dos seis cursos de Doutorado e 14 de Mestrado, dos 598 alunos matriculados, 278 são bolsistas vinculados aos projetos de pes-quisa desses programas.

A coparticipação dos alunos

nessas pesquisas lhes proporcio-na aprendizagens como a de ela-borar referenciais científicos que possam dar sustentação à identi-ficação e à solução de novos pro-blemas, bem como à construção de procedimentos críticos de tes-tes e avaliação dessas soluções, que vão além das desenvolvidas em sala de aula. É nesses dife-rentes níveis que a UCS qualifica profissionais de graduação e de pós-graduação – bacharéis e li-cenciados, mestres, doutores e pós-doutores – com essas com-petências derivadas da vivência do processo de investigação científica durante suas trajetórias acadêmicas.

Além desse ganho pedagógi-co, a pesquisa na Universidade, para cada área da pós-gradu-ação, procura direcionar suas linhas de investigação para a pro-dução de conhecimento científico e tecnológico que contribua, no mínimo, para a sustentabilidade social, econômica e ambiental do desenvolvimento do local e região em que está inserida. Hoje a UCS não apenas contribui junto à co-munidade acadêmica e científica internacional, com publicações relevantes para o desenvolvimen-to da ciência e da tecnologia, como também se articula com as organizações empreendedo-ras locais, regionais e nacionais, desenvolvendo pesquisas cien-tíficas e tecnológicas que lhes permitam introduzir inovação em suas áreas de atuação.

E é esta articulação, na UCS, da pesquisa com a qualificação do ensino e com a busca de solu-ções para os problemas da socie-dade local e regional, que a colo-ca em uma posição de destaque no cumprimento de sua missão institucional.

Prof. Dr. José Carlos KöchePró-Reitor de Pesquisa e de Pós-Graduação

A PESQUISA COMO INSTRUMENTODE QUALIFICAÇÃO INSTITUCIONAL

ARTIGO

A PESQUISA QUALIFICA O ENSINO, DESENVOLVENDO

COMPETÊNCIAS RELACIONADAS À CONSTRUÇÃO DO

CONHECIMENTO, E CONTRIBUI PARA O

AVANÇO CIENTÍFICO E TECNOLÓGICO, DANDO

SUSTENTAÇÃO AO DESENVOLVIMENTO

REGIONAL.

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Universidade de Caxias do SulCaixa Postal 131395020-972 - Caxias do Sul - RS

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