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>> CAMPEONATO AUSTRALIANO DE SUPERCROSS - MUNDIAL DE MOTOCROSS - EDITORIAL<< TESTE KX450F 2010 CONFÍRA AS PRINCIPAIS MUDANÇAS QUE A KAWASAKI FEZ EM SUA NOVA KX450F PARA O ANO DE 2010. MX DAS NAÇÕES ESTADOS UNIDOS GARANTE MAIS UM TÍTULO. ENTREVISTA CHRISTOPHE POURCEL. ANO3 - EDIÇÃO 33 - SP

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>> CAMPEONATO AUSTRALIANO DE SUPERCROSS - MUNDIAL DE MOTOCROSS - EDITORIAL<<

TESTE KX450F 2010CONFÍRA AS PRINCIPAIS

MUDANÇAS QUE A

KAWASAKI FEZ EM SUA

NOVA KX450F PARA O ANO

DE 2010.

MX DAS NAÇÕES

ESTADOS UNIDOS GARANTE MAIS UM TÍTULO.

ENTREVISTACHRISTOPHE POURCEL.

AN

O3

- ED

IÇÃO

33

- SP

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CONTEÚDO

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Salão das Duas RodasConfira as novidades do maior salão da America Latina

Motocross da NaçõesEstados Unidos conquista o título

Bate - PapoChristophe Pourcel

Kawasaki KX450FConfira as novidades

TopRider.com.br - Expediente Editora DRCARua 37, Nº 20 - Portal de Pirapora Salto de Pirapora – SP CEP: 18160-000 [email protected]

Atendimento São Paulo Rua Comprida, 523 cs03 - Vila Mazzei São Paulo - SP CEP: 02311-010 Tel:(11) 2206 1214

Editor Rui Filipe Quintal [email protected]

JornalistaDerick Almeida [email protected]

Projeto Gráfico/Editoração Danilo Ribeiro [email protected]

Pré-impressão e Impressão - VOX Editora

A TopRider.com.br é editada pela Editora DRCA LTDA. ME com distribuição gratuita e dirigida. A reprodução de qualquer matéria ou foto, ainda que parcial, é proibida sem a concordância expressa da direção.

FIM MotocrossBrasil - Canelinha - SC

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FEIRA - SALÃO DAS

A cada dois anos a cidade de São Paulo hospeda o maior evento de duas rodas da América Latina, o Salão das Duas Rodas. Envolvendo toda a cadeia produtiva do setor reunindo montadoras, fabricantes, comerciantes e consumidores, a 10ª edição voltou a ser realizada no Pavilhão de Exposições do Anhembi com seus 100 mil metros quadrados, decisão inteligente já que o Centro de Exposições Imigrantes era de difícil acesso e não mais comportava os interessados e o consumi-dor.

Como a maioria dos eventos dessa natureza e seguindo as tendências mundiais o evento contou com duas áreas distintas – a área de exposição dentro do pavilhão e a arena na área externa para eventos. Este ano não houve etapa do Arena Cross, mas o público não ficou sem

opções de lazer. Além dos tradicionais “test-drives” promovidos por algumas marcas de motocicletas, as equipes Pro Tork Alto Giro Show, Jorge Negretti Motocross Show, a Zerinho Moto Show e a Gas Gas Moto Trial divertiram adultos e crianças.

Embora não tenha sido um salão de grandes novidades, com motocicletas conceito ou grandes lançamentos, algumas empresas aproveitaram para apresentar alternativas para o caos em que as grandes cidades se tornaram. Assim várias marcas investiram na apresentação de possibi-lidades até agora pouco exploradas, como as scooters e entre elas as scooters elétricas. Não foram poucas as marcas que apresentaram suas opções para este segmento que está cada vez mais em evidência.

A scooter Alemã E-Max será montada e comercializada pela Lem Motor do Brasil

EDITORIAL

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Entre as opções elétricas duas chamaram a atenção do público devido a sua proposta tecnológica, qualidade e origem. A LEM Motor do Brasil apresentou a E-MAX. De origem alemã a scooter elétrica apresenta um motor na roda de 4000W a mais potente de sua categoria com autonomia de 60 km e um tempo de recarga de 3 a 5 horas dependendo da fonte de energia. Com design Italiano, o mesmo designer da Ducati, a E-MAX tem porte médio e chega a 60km/h propositalmente controlados para permitir que a mesma seja pilotada por pessoas que não tenham habilitação de motocicletas.

Outra característica interessante da marca é que a mesma possui um “booster” que dobra a potên-cia do veículo sempre que o piloto precise de mais força – caso de subidas ou ultrapassagens.

A outra novidade também elétrica foram os modelos On e Off Road da Zero Motorcycles marca americana que o Grupo Izzo trouxe para medir o interesse do público por motos elétricas tipo cross e motard. Com motores de 8000W e autonomia de duas horas ou 64km as motos foram outro sucesso.

Começamos aos poucos a nos conscientizar e nos preocupar com o meio ambiente e o futuro de nossos filhos.

Embora ainda veículos caros os mesmos estão cada vez mais próximos de opções a combustão e com uma autonomia que os torna viável se respeitados os limites e os objetivos a que se propõem a cumprir.

DUAS RODAS 2009

O Salão das Duas Rodas contou com a presença de grandes marcas do segmento

007Texto: Rui Filipe - Foto: Danilo Ribeir / Derick Almeida

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Estados Unidos conquista mais um título

CORRIDA - MX1 e MX2

Logo no início desta bateria ficava níti-do que a briga entre o italiano Antonio Cairoli e o australiano Chad Reed seria uma das melhores do evento. Cairoli, que havia feito o holeshot, abria certa distância de Reed, que não conseguia encostar no italiano.

Ryan Dungey saiu da quinta colocação e fez uma ótima corrida para chegar à terceira colocação com Clement Desalle na quarta colocação. Este úl-timo, disputou posição com o espanhol Jonathan Barragan, que cometeu um erro e caiu para a décima - segunda colocação.

O francês Marvin Musquim, campeão mundial 2009, levou sua KTM à quinta colocação – a melhor colocação con-quistada por um piloto da MX2 neste evento – e ficou a frente de pilotos experientes como Joshua Coppins e Tommy Searle, outro piloto da categoria MX2 a ficar entre os dez primeiros.

Texto: Derick Almeida - Foto: Divulgação

MOTO

CROS

S DAS

NAÇÕ

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CORRIDA - OPEN E MX2

O francês Gautier Paulin correu com uma motocicleta 450cc e dominou esta segunda bateria do dia para colocar a França a frente dos outros países. Paulin liderou o pelotão a corrida inteira, enquanto Ivan Tedesco fez um constante segundo lugar até que na última volta o italiano David Philip-paerts, que se posicionava na terceira colocação, encostou e passou Tedesco para assumir a segunda colocação.

O também italiano Davide Guarneri não teve tanta sorte quanto seu conter-râneo Philippaerts. O australiano Michael Byrne envolveu Guarneri em um acidente na segunda volta e ambos saíram da prova.

O estoniano Tanel Leok ficou com a quarta colocação, logo a frente de Marvin Musquim, que não podia fazer melhor a bordo de sua KTM 250F. O piloto americano Jake Weimer, também da categoria MX2, cometeu um erro e caiu para a 25ª colocação.

MOTOCROSS DAS NAÇÕES

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Steve Ramon fez uma corrida discreta, mas mesmo assim se manteve entre os primeiros

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CORRIDA - MX1 e OPEN

A última bateria do dia foi aberta com uma grande confusão na reta de largada e viu o vencedor da primeira bateria e líder da esquadra italiana, Antonio Cairoli, cair. A motocicleta do atual campeão mundial da categoria MX1 quebrou e não possibilitou a volta do piloto nesta bateria.

O espanhol Jonathan Barragan liderou as primeiras voltas com Ryan Dungey logo atrás, até que, em um momento de êxito, o americano ultrapassou Bar-ragan para assumir o topo da classifi-cação. Dungey permaneceu na ponta até o final da prova e levou a única vitória americana do dia.

Barragan lutou durante a prova, en-tretanto, caiu para a quarta colocação com Steve Ramon e David Philippaerts a sua frente, respectivamente na segunda e terceira colocações. Steven Frossard fez uma penosa primeira bateria, entretanto uma ótima quinta colocação nesta bateria. Foi Gautier Paulin, na verdade, quem não ofereceu suporte ao time francês nesta última bateria, por ter caído na primeira volta ao aterrissar em alguns pilotos que havia se acidentado.

Devido a este pequeno erro de Paulin, a França foi para a segunda colocação na tabela, atrás do time americano que manteve a consistência ao longo do evento. A despeito de um problema na motocicleta de Desalle, a Bélgica ficou com a terceira colocação na tabela.

MOTOCROSS DAS NAÇÕES

A vitória individual da categoria MX1 ficou com o americano Ryan Dungey, Marvin Musquim com a vitória da cat-egoria MX2 e David Philippaerts com a categoria Open.

O Brasil fez mais um excelente re-sultado neste MX das Nações ao se classificar diretamente para as baterias finais e conquistar a 14ª colocação em um cenário bastante difícil e com-petitivo. Parabéns Antonio Jorge Balbi Júnior, Swian Zanoni e Wellington Garcia por todo o empenho e trabalho realizado!!!!

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019Texto: Rui Filipe - Foto: Divulgação

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FIM MOTOCROSS - BRASIL

Categoria MX2 - 1ª Bateria

Na primeira bateria da categoria MX2, Rui Gonçalves fez uma largada espetacular, seguido do francês, Valentin Teillet e o garoto de apenas 15 anos de idade, estreante nesta temporada 2009, Ken Roczen.Nesta prova inicial, o campeonato ainda estava em jogo entre os pilotos da Red Bull KTM, Marvin Musquim e Rui Gonçalves, por-tanto, seria decisiva. O português, Gonçalves, ficou na ponta por três voltas quando foi ultrapassado justamente pelo francês Marvin Musquim, que largou na quarta colocação e logo se recuperou. Em decorrência das ultrapassagens realizadas por Musquim, cada piloto caiu uma posição. Atrás do segundo colocado, Rui Gonçalves vinha Teillet em terceiro e Roczen em quarto.

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021Texto: Derick Alemida - Foto: Divulgação

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Na sexta volta Valentin Teillet e Ken Roczen conseguem se aproximar e ultrapassar Rui Gonçalves. Ambos assumiram respectivamente a segunda e terceira colo-cações. Steven Frossard, da Kawasaki, largou na sexta colocação e ao longo da prova conquistou algumas colocações, entretanto, foi na oitava volta que obteve sua maior chance. Uma disputa de duas voltas com Rui Gonçalves lhe rendeu a quarta colocação da prova.

Deste ponto em diante as cinco primeiras colocações mantiveram-se. Gautier Paulin, piloto que há algumas etapas competia diretamente pelo título mundial de 2009, largou apenas na sétima colocação e durante a prova passou para a sexta colocação.

Os brasileiros foram excepcionais nesta prova. Swian Zanoni largou na 28ª colocação e se recuperou bastante, até chegar à 15ª colocação. Christopher “Pipo” Castro

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FIM MOTOCROSS - BRASIL

Foto acima - Marvin Musquim conquistou o t[ituloda categoria MX2.

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026Texto: Derick Almeida - Foto: Divulgação

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Na quarta volta o português Rui Gonçalves, que já se via pres-sionado, foi ultrapassado pelo jovem prodígio Ken Roczen. Em um ritmo impressionante, o alemão começou a se aproximar dos pilotos Steven Frossard e Marvin Musquim. Em uma disputa a três, iniciada com a chegada de Roczen, a troca de posições foi inevitável. Em mudança abrupta de traçado, Roczen conseguiu a melhor tangência na curva do triplo e ultrapassou Frossard e Musquim em seqüência para assumir a primeira colocação da prova.

O alemão da equipe Teka Suzuki liderou a bateria por cinco voltas de maneira agressiva, até ser ultrapassado por Musquim há apenas três voltas do final. Rui Gonçalves, um dos favoritos ao título no começo da temporada, perdeu algumas posições e finalizou a prova na quinta colocação. Musquin, por sua vez, terminou na primeira colocação, seguido de Ken Roczen e Steven Frossard. Thales Vilardi, após uma prova incrível de disputas com o francês Cedric Soubeyaras, conquistou a melhor colocação brasileira nas duas baterias com a 12ª posição.

Categoria MX1 - 1ª Bateria

O holeshot da categoria foi feito pelo alemão Maximilian Nagl, seguido de Clement Desalle e Steve Ramon. Ken de Dyker

acompanhou o ótimo ritmo também e se posicionou logo atrás de Swian. Ao final da prova tinha-se Marvin Musquim na primeira colocação e, agora, campeão mundial 2009, seguido de Ken Roczen em uma excelente performance e Valentin Toillet na terceira colocação.

Categoria MX2 - 2ª Bateria

No início da segunda bateria da MX2 tinha-se novamente o português Rui Gonçalves na liderança. Desta vez, em contrapartida, Marvin Musquim havia largado na segunda posição e, já na segunda volta, assumia a primeira colocação. Ao aproveitar a opor-tunidade deixada por Musquim, Steven Frossard que estava na terceira colocação ultrapassou Rui Gonçalves e assumiu a vice-liderança da prova. Atrás de Gonçalves estavam Ken Roczen e Teillet.

Foto acima - Marvin Musquim conquistou o t[ituloda categoria MX2.

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FIM MOTOCROSS - BRASIL

finalizou a primeira volta na quarta colocação e também estava presente na disputa. Já nas voltas iniciais travava uma batalha com seu companheiro de equipe, Steve Ramon, pela terceira colocação da prova. Enquanto isso, em busca da liderança da prova, Clement Desalle se posicionava muito próximo de Nagl e ameaçava ultrapassagens.

Na sétima volta, Ken de Dyker consegue a ultrapassagem sobre Steve Ramon e na nona volta é a vez de Desalle levar a melhor sobre Maximilian Nagl e garantir a primeira colocação. O campeão mundial de 2008, David Philippaerts largou na sétima posição, entretanto fez uma cor-rida espetacular assim como o brasileiro Antonio Jorge Balbi.

Ao final da prova Clement Dessale se posi-cionava em primeiro, seguido de Maximilian Nagl e, após uma ótima prova de recuperação, David Philippaerts. Antonio Balbi finalizou a prova com um excelente décimo lugar. Simplesmente a mel-hor colocação de um brasileiro na bateria.

Categoria MX1 - 2ª Bateria

Na segunda bateria foi a vez de Ken de Dyker sair na frente, seguido de seu companheiro de equipe Steve Ramon e Maximilian Nagl. Clem-ent Desalle, que acabava de largar na quarta colocação, começa a conquistar posições a partir da quarta volta. Simultaneamente, Steve Ramon ultrapassa seu conterrâneo e assume a liderança.

Após descer uma posição, Ken de Dyker se viu sob a ameaça de Clement Desalle e, na sétima

volta, o francês ultrapassa o belga para assumir a segunda colocação da prova. Detalhe importante é que apenas Desalle emendou o grande triplo da nova pista de Canelinha, algo que lhe rendeu preciosos segundos. Joshua Coppins também fazia uma ótima prova e na oitava volta ultrapas-sava Ken de Dyker.

A segunda bateria do GP Brasil MX1 terminou com Steve Ramon na primeira colocação, seguido de Clement Desalle e Joshua Coppins. Os brasileiros fizeram ótimas corridas, entretanto foi Balbi quem se destacou mais uma vez com a 11ª colocação. Vale ressaltar que o brasileiro teve vários problemas ao longo das duas baterias.

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025Texto: Derick Almeida - Foto: Divulgação

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Quando se trata de motos de competição só uma coisa interessa – vencer. A Kawasaki 450F de 2009 fez isso em nosso comparativo com as demais motos da categoria. A moto se saiu tão bem que achamos que a Kawasaki em 2010fosse apenas realçar os gráficos e deixar as coisas por isso mesmo. No entanto, com a entrada da nova Suzuki e Yamaha para 2010 a Kawasaki decidiu afinar sua melhor moto de MX para assegurar que seus pilotos continuem por cima.

Texto: Rui Filipe - Foto: Kinney Jones

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A plataforma básica de 2009 foi mantida para 2010, e embora seja difícil identificar as melhorias, elas foram feitas no motor e chas-sis para melhorar a performance da moto na pista.

Motor

O motor monocilíndrico de 449cc quatro tempos, com refrigeração liquida, comando duplo, e injeção eletrônica é o mesmo. A novidade fica por conta do novo pistão, cilindro, virabrequim e comando de válvulas. Os mesmos usados pelo seu departamento oficial de competição.

A maior mudança fica mesmo por conta do novo pistão. Ele é mais leve e mais curto para uma melhor performance em geral. Ele desliza pelo um novo cilindro com tolerâncias menores entre ele e a carcaça do motor. O virabrequim tem um desenho novo que mel-hora a tração e resposta entre a roda traseira e o punho direito. Por último, o comando de válvulas avançou o ponto em 2 graus.

Embreagem

A embreagem não foi deixada de lado e apre-senta uma campana com novo desenho para

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transmitir maior “feeling” para o piloto, como também melhor refrigeração do sistema. Os discos foram reforçados e apresentam maior espessura melhorando a durabilidade dos mesmos. Mudanças que permitiram manter a mesma caixa de mudanças de cinco marchas com uma corrente mais leve.

Injeção Eletrônica

Se o “hardware” sofreu alterações o “soft-ware” não poderia passar em branco. O ECU foi reprogramado. O piloto ou seu mecânico podem contudo reprogramar adquirindo o “Kawasaki Fuel Injenction Calibration Kit” (Kit Kawasaki de Afinação da Injeção de Combustível). Este kit é recomendável, já que mostrou ser muito mais valioso que qualquer outra alteração feita no motor por um custo muito razoável.

Sitema de Escapamento

O cano de descarga de Titânio foi substituído por outro de aço. Um pouco mais de 2cm mais curto, melhora a resposta de média para alta. Os radiadores foram aumentados com aletas mais largas para evitar que o barro fique impregnado e o motor venha a sofrer com superaquecimento. Eles estão mais parrudos evitando a necessidade de se usar reforços. Scott Simon, piloto Pro Tork, e convidado da Motorcycle USA, acostumado com motos da marca acredita terem resolvido uma das fraquezas da moto.

Chassi

Quanto ao quadro, a caixa de direção foi trabalhada para reduzir a rigidez do conjunto. A balança também sofreu alterações para acompanhar a dianteira e oferecer um con-junto mais equilibrado.

Os links também foram redesenhados para oferecer maior tração. As suspensões, dianteira e traseira apresentam molas mais duras, respectivamente 0,47kg/mm e 54 kg/mm com reválvulamento para acompanhar as mudanças. Para finalizar os pneus são agora Bridgestone da série M403 e 404.

Para apresentar a moto a Kawasaki nos convidou até a pista de Pala Raceway no Sul da Califórnia. Para quem gosta de pistas que misturam areia solta com chão duro e pulos de dificuldade intermediária – a pista é perfeita.

Como era de se prever a moto pegou sem di-ficuldades, basta duas pedaladas, independ-

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ente de temperatura ou altitude. Aliás todas as motos deveriam ser assim. Para quem não é profissional, as diferenças podem parecer pequenas, mas para quem vive do negócio as mudanças foram significativas.

Vai ser difícil achar um piloto que ache que moto precise de mais motor. Independente de marcha ou giro do motor. Basta acelerar e a moto responde feito uma esportiva, ma ela faz isso de uma forma tão progressiva que não vai pegar nenhum piloto desprevenido, mesmo que seja um novato. Você ainda

conta com o “Kit Kawasaki de Afinação” para fazer a moto reagir a seu gosto.

“A moto me parece um pouco mais rápida que a do ano passado” disse Scott Simon. “Ela engana um pouco. A resposta da 09 era mais violenta. A resposta na 010 vem de forma mais progressiva, mais domada. Ela me deu a impressão de podermos acelerar mais forte nas saídas de curva sem arrancar nossos braços do lugar. Ela está muito mais fácil de controlar. Alta é muito boa e os giros não param de crescer.”

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O quadro ficou muito melhor. Parecia mais uma 250F – a traseira parecia estar mais baixa. Ela é mais confortável de andar.“

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Dado a potência disponível, ficou difícil avaliar se as alterações feitas na embreagem melhoraram já que o uso dela ficou restrito, mas as melhoras devem aumentar a durabilidade do conjunto. Durante as sessões de fotos, Scott Simon disse não ter sentido tanta diferença no quadro, mas sua opinião mudou depois de ter testado ela pra valer numa corrida simulada.

“O quadro ficou muito melhor. Parecia mais uma 250F – a traseira parecia estar mais baixa. Ela é mais confortável de andar. A moto tracionou melhor e a traseira não ficou passarinhando. A moto do ano passado queria levantar o tempo todo nas curvas, não é o caso da moto deste ano que é muito melhor de curva.”

Scott Simon que pesa cerca de 87kg, reclamou das suspensões como sendo muito moles. Qualquer piloto de sua estatura que ande o que ele anda, deve reclamar da maciez em exagero.

“A suspensão estava macia demais para mim. Mesmo assim acho que estava melhor do que o ano passado. Ela absorveu bem os buracos de frenagem, mas deu fim de curso nos pulos. Aumentaram a com-pressão e isso ajudou. Também gostei o jeito que a suspensão traseira agiu na saída de curvas. Ela não só tracionava bem como não me maltratou. Lembro bem como a 09 não tracionava tão bem.”

Devido ao tipo de terreno da pista de Pala ficou difícil avaliar a mel-hora dos pneus Bridgestone versus os Dunlop de 09. Mas os pneus atuais funcionaram muito bem.

“Gostei dos pneus, mas acredito que qualquer marca de pneu se daria bem aqui,” Brincou Simon. “A frente empurrava bem, mas talvez por causa da pista em si. Percebi que os pneus derrapavam bem o que ajudava na curvas sem parede ou cava.”

Dito isso, a nova Kawasaki custa USD 500 a mais que a 09 e já está disponível nas concessionárias Americanas. Embora não apresente mudanças revolucionárias e difíceis de serem detectadas por ama-dores, nas mãos de um profissional as diferenças aparecem.

O quadro ficou muito melhor. Parecia mais uma 250F – a traseira parecia estar mais baixa. Ela é mais confortável de andar.“

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Bate - PapoChristophe Pourcel

Texto: Dericl Almeida - Foto: Divulgação

O piloto da Monster Energy/Pro Circuit Kawasaki, Christophe Pourcel, se tornou uma das mais interessantes histórias que já sondaram os boxes do Campeonato Americano de Motocross. Pourcel se recuperou de uma lesão na coluna vertebral, conquistou o campeonato de Supercross na categoria Lites lado Leste e quase levou para casa o campeonato americano de Motocross. Entretanto, este desfecho não o deixou nada feliz e, agora, queremos saber o por que.

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Não sei se Ryan Dungey, por acaso, bateu em mim ou algo parecido. Só sei que a moto simplesmente parou quando eu estava liderando o pelotão. “

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Top Rider: Sabemos que você está se sentindo muito mal neste momento...

Christophe Pourcel: De jeito nenhum! Você está brincando, certo?!

Top Rider: Sarcasmo à parte. Tente colocar em palavras o que estava passando pela sua cabeça na semana passada, em Southweek, quando sua motocicleta quebrou e algumas outras coisas ruins aconteceram.

Christophe Pourcel: Aquilo foi má sorte. Essa é a palavra.

Top Rider: Aquele problema na primeira bateria arruinou a sua segunda bateria. Poderíamos dizer que mentalmente também?

Christophe Pourcel: Não, eu estava bem após a primeira bateria. A motocicleta quebrou, mas senti que podia correr sem problemas. Entretanto, assim que eu estava preparado para ir em frente, a moto simplesmente parou na primeira curva. Não sei por que. Não sei se Ryan Dungey, por acaso, bateu em mim ou algo parecido. Só sei que a moto simplesmente parou quando eu estava liderando o pelotão. Depois disso perdi a vontade de continuar.

Top Rider: É verdade, parecia que você estava apenas contornando o traçado da pista após o ocorrido.

Christophe Pourcel: Sim, quero dizer, o que eu poderia fazer naquela situação? Tinha lama por todos os lados – na primeira bateria também – e senti que alguma coisa maior não quis que eu ganhasse esse campeonato.

Top Rider: Parecia que você tinha algo a provar nesta etapa. Foi desta maneira que você realmente se sentiu?

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Christophe Pourcel: Não, eu creio que eu já tenha provado minha capacidade. Geralmente sou mais rápido que os competidores nas pistas, e quando não, tento levar a moto suavemente até a linha de chegada para ganhar a corrida. Eu tive muita má sorte este ano, começando pelos meus problemas com a embreagem, o mal funcionamento do gate em Colorado e os dois pontos em Hangtown. É fogo!

Top Rider: Na primeira bateria, você estava segurando Ryan Dungey? Ou você estava esperando por ele?

Christophe Pourcel: Ele recusou me ultrapassar. Foi como há duas ou três corridas quando ganhei as duas baterias facilmente em Unadilla. Eu sei da minha velocidade, ninguém consegue chegar em mim. Hoje Ryan estava bastante rápido, mas apenas disputamos posições porque eu quis que as coisas fossem desta maneira. Eu conseguiria ter vencido esta corrida facilmente, ele não iria me ultrapassar. Eu tentei me divertir um pouco. Lógico, eu não queria tirá-lo da pista ou algo do gênero – este não era meu objetivo, pois não gostaria de vencer um campeonato deste jeito – mas com certeza tentei brincar um pouco com ele. Só que ele não estava nem um pouco afim. Queria fazer isso, pois não tivemos a oportunidade de correr de verdade este ano.

Top Rider: E como anda a sua coluna? Você não vai fazer uma cirurgia?

Christophe Pourcel: Sim. Segunda-feira irei ver o médico que analisará meu estomago e clavícula. Na quarta-feira irei ver tudo isso para consertar qualquer coisa que esteja errada.

Top Rider: Isso quer dizer que você ficará melhor daqui para frente?

Christophe Pourcel: Sim, avisarei vocês! Na verdade estou bem ansioso para ir ao hospital, pois meu estomago está doendo bastante! Eu tenho que dar um jeito nessa coisa, logo! Eu nunca estaria feliz em ir ao hospital, mas, neste momento, é o que eu mais quero fazer.

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Ele recusou me ultrapassar. Foi como há duas ou três corridas quando ganhei as duas baterias facilmente em Unadilla. Eu sei da minha velocidade.“

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Eu tenho que dar um jeito nessa coisa, logo! Eu nunca estaria feliz em ir ao hospital, mas, nestemomento, é o que eu mais quero fazer.“

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