revista tela viva - 86 outubro de 1999

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www.telaviva.com.br OS TESTES PARA DEFINIR O PADRÃO DE DTV NO PAÍS PRODUTORAS E AGÊNCIAS DE PUBLICIDADE MADE IN BRAZIL Nº86 OUTUBRO 99

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Revista Tela Viva - 86 Outubro de 1999

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Page 1: Revista Tela Viva - 86  Outubro de 1999

www.telaviva.com.br

os testes para definir o

padrão de dtv no país

produtoras e agências de

publicidade made in brazil

nº86outubro 99

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Não disponivel

í n d i c e

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este s ímbolo l iga você aos serv iços tela viva na internet .

Ô guia tela viva

Ô fichas técnicas de comercia is

Ô edições anter iores da tela viva

Ô legis lação do audiovisual@w w w . t e l a v i v a . c o m . b r

í n d i c e

rubens glasberg

Desde a posse de Pimenta da Veiga no

Ministério das Comunicações, a Anatel jamais

foi chamada a participar das discussões no

governo destinadas a elaborar um projeto

de Lei de Comunicação Eletrônica de Massa

a ser enviado ao Congresso. A confirmação

deste fato pelo presidente do órgão regulador,

Renato Guerreiro, durante entrevista na

TV Cultura, veio apenas confirmar o que

já se suspeitava: não há vontade política

do governo Fernando Henrique em dar

continuidade a este projeto como nos

tempos de Sérgio Motta e no breve período

de Mendonça de Barros. Afinal, ninguém

de bom senso consegue imaginar que se

elabore uma lei adequando o rádio e a TV ao

novo tempo das telecomunicações excluindo

a agência governamental encarregada de

administrar o espectro de freqüências. No

primeiro semestre deste ano participei de

um seminário fechado do Minicom sobre a

Lei de Comunicação de Massa. Na ocasião

perguntei ao ministro por que a Anatel não

fora convidada. O ministro não respondeu e

ainda me chamou a atenção para que nada do

que ali se falava fosse divulgado. A proibição

se fundamentava, segundo soube depois por

um porta-voz do ministério, na existência

de um decreto impedindo a divulgação de

projetos de lei antes de serem encaminhados à

Casa Civil da Presidência da República. Fiquei

perplexo, porque nenhum dos participantes

do seminário ouviu sequer um trecho do

que deveria ser o projeto. Os representantes

do ministério só ouviram os convidados.

Nada revelaram. Não havia, portanto, o

que divulgar. O mais surpreendente é

que Pimenta da Veiga vem seguidamente

prometendo discussões públicas sobre o

projeto de lei. Até agora, nada. Só há duas

hipóteses plausíveis para explicar essa novela:

o governo tem, mas não quer divulgar seu

projeto, talvez por temer reações contrárias;

ou o governo não tem nada em mente e quer

empurrar o assunto com a barriga, deixando

o broadcasting como está. Em qualquer dos

casos, os efeitos negativos para o País e a

sociedade são os mesmos.

e d i t o r i a l

SCANNER 4

DTV 10

CAPA 14

PROGRAMAÇÃO 18

PUBLICIDADE 20

MAKINGOF 22

PRODUÇÃO 24

MULTIMÍDIA 32

TELEVISÃO 36

TERCEIRIzAÇÃO 38

EQUIPAMENTOS 42

PROGRAMAÇÃOREGIONAL 44

FIQUEPORDENTRO 47

AGENDA 50

TesTes brasileiros

laboraTórios de revelação

CirCular 21

ComerCiais inTernaCionais

Canal universiTário do rio - uTv

auToração de dvd

shop Tour

Tv senaC

swiTChers

pará

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A exibição de imagens panorâmicas virou moda. Para fugir do tradicional formato 3:4 a Miksom colocou seis telas em linha para fazer apresentações no evento de lançamento dos novos carros Fiesta e Courier e do motor Rocam, da Ford, realizado em Itaparica (BA), no início de setembro passado. Para gerar imagens de 24 metros de comprimento por três metros de altura e alimentar os projetores sem emendas e em sincro a solução foi

“fatiar” as imagens e colocar cada parte em cada um dos seis hard disks. Uma máquina Premier, periférico usado em ilhas de edição não-linear, abria o HD diretamente para o projetor para se obter a panorâmica perfeita. “O espectador tem uma sensação diferente quando vê a transmissão. É simples de ver, mas complicado para fazer”, explica o diretor de criação Paulo Suplicy, que comprovou a tendência nos estandes da BMW, VW, GM e Mercedez-Bens, no Salão do

Automóvel de Frankfurt, na Alemanha, no final de setembro.

T E L A V I V A o u T u b r o D E 1 9 9 9�

S c a n n e rCONTRATAÇÕES

EM MASSADentre a inúmeras contratações realizadas pela Rede TV! nestes dois últimos meses, nos quais a emissora esteve se reestruturando, está a de Wilson Roberto Santos, como gerente da assessoria de imprensa e divulgação da emissora, que prepara para este mês o lançamento da nova programação. As novas vinhetas que estréiam com os programas foram produzidas pela produtora Noz, de Ricardo Van Steen.

Carlos Missiroli comanda Walter Nisi, Sidney Espósito Maurício Rabello, Newton Simon, Sidnei Ferrari e Fernando Costa, na área comercial. Marly Canelloi é a nova gerente de marketing e Afonso Maurício Moreira assumiu a direção de exibição da rede.

NOVO OBJETIVOGilberto Pacco reinaugurou sua VG Vídeo Produções no mês passado, objetivando produção de programas de TV e filmes publicitários. Para isso montou uma cabine de locução e um estúdio de 40 m2 interligados às ilhas de edição não-linear Media 100 e linear Betacam, instaladas no bairro do Aeroporto, na Zona Sul de

wilson roberto santos

Foto

s: d

ivul

gaçã

o

TeM DOnOUm cachorro procura por um dono e oferece recompensa! A inversão de valores usada na nova campanha da CTBC Celular, veiculada no Triângulo Mineiro, é de autoria da Ideale comunicação, de Campinas (SP), comandada por Neto de Moraes e Beto Lima. O filme, produzido pela própria Ideale, para divulgar a promoção que dá uma casa, uma pick-up Silverado e (obviamente) um filhote de cachorro, tem a direção de Walter Caira. A finalização ficou a cargo do Studio Eletrônico e a sonorização é a MSG, ambas de Campinas.

na MODa

MaIS GLOBOA TV Tribuna, afiliada da Rede Globo em Santos, está ampliando a cobertura de seu sinal por todo o Vale do Ribeira, na região sudeste do Estado de São Paulo. Na segunda quinzena de setembro, a TV Tribuna chegou às cidades de Miracatu, Sete Barras, Iguape e Cajati. O sinal pode ser captado em UHF.

canaL MeTeOrOLÓGIcO

A Univap TV, emissora ligada à Universidade do Vale do Paraíba, inaugurou no dia 1 de outubro a TV climatempo, canal especializado em serviços meteorológicos. A coordenação geral do canal está a cargo do meteorologista Carlos Magno e tem sede em São José dos Campos (SP), no campus da Univap. Na equipe de produção do canal estão estagiários dos cursos de comunicação da Univap e também alunos do curso de Meteorologia do Colégio Técnico Industrial.

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PrêMIO nO PLanaLTO cenTraLDe um total de 303 peças inscritas, foram selecionados 20 comerciais para a primeira prévia do Prêmio Jaime câmara de Propaganda. O prêmio é oferecido ao melhor comercial das categorias Vendas, Varejo, Institucional e Serviço Público Comunitário, exibidos na TV Anhangüera - afiliada da Rede Globo em Goiás. A primeira prévia refere-se aos filmes exibidos de janeiro a julho deste ano. Em janeiro, a emissora divulga a segunda prévia - com os filmes de agosto a dezembro e só então sai o resultado final dos melhores comerciais de TV exibidos em 1999.

Em todas as quatro categorias, algumas agências e produtoras se destacam, com maior número de indicações. Dos 20 filmes selecionados, cinco foram criados pela ArtPlus Propaganda. Quanto à produção, a produtora mais indicada foi a Makro Produções, seguida da Arte Suprema. Juntas, somam 15 indicações.

Os filmes brasileiros ainda esbarram na dificuldade de chegar às salas de exibição e conquistar o público. “Por trás do pano”, de Luiz Villaça, chega este mês a Porto Alegre (RS) depois de passar pelo Rio e por São Paulo. O diretor considera que os filmes nacionais poderiam ter melhor desempenho de bilheteria se tivessem mais tempo para criar o boca-a-boca entre o público, uma vez que dispõem de pouca verba para sua divulgação. Villaça prega ainda uma maior união entre os cineastas para que um possa abrir

caminho para o outro nas salas de exibição.

O vencedor do prêmio de Melhor Filme pelo Júri Popular do Festival de Gramado, realizado em agosto passado, ficou apenas uma semana em sete salas cariocas e 15 dias nos sete cinemas paulistanos. “A melhor performance

em São Paulo foi possível graças à cinemark que cedeu este maior espaço”, explica Villaça. O circuito que já conta com 81 salas em São Paulo prevê inaugurações em Campo Grande (MS); no Shopping Botafogo, no Rio de Janeiro; e em Ribeirão Preto (SP).

T E L A V I V A o u T u b r o D E 1 9 9 9 �

S c a n n e r EM MINAS Depois de ocupar diferentes cargos desde que se mudou para a ex-TV Triângulo, em Uberlândia, em 96, Carlos Freitas assume agora a Gerência Executiva da TV Ideal, afiliada da Rede Globo em Ituiutaba (MG) com unidade em Uberaba.

A emissora compõe o Sistema Integrado de Minas ao lado da TV Integração, com sede em Uberlândia e unidades em Araguari, Patos de Minas,

Paracatu e Patrocínio, e da TV União com geradora em Araxá e unidades em Divinópolis, Pará de Minas e Itaúna.

Rosane Lucchio e Carlos Brant são os novos gerentes executivos das TVs Integração e União, respectivamente. As três novas gerências foram criadas para dar mais agilidade e autonomia às emissoras, atendendo à reestruturação proposta pelo superintendente do Sistema Integrado de Minas André Aguera.

ATENDIMENTO EXCLUSIVO

A rede varejista de eletroeletrônicos Ponto Frio tem agora um diretor de atendimento dedicado dentro da Fischer América. Recém-contratado, Sebastião Pedro da Costa já trabalhou com propaganda, promoções e eventos em várias agências, com bastante ênfase para a área de varejo.

Carlos Freitas

PanO & TeLa

nO MercaDOA alterosa cinevídeo, de Belo Horizonte (MG), está inaugurando este mês dois novos equipamentos: o Flame e o Smoke, da Discreet, operacionalizados em hardwares da Silicon Graphics.

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A Teleimage - empresa do grupo Casablanca Service Provider - está investindo na área de efeitos especiais para cinema. A empresa já atua na locação de equipamentos para captação e finalização e agora pretende avançar na área de efeitos. Para isso, trabalha com as imagens digitalizadas pelo datacine da Casablanca e manipuladas no Inferno e Flame, da Discreet. Faltava só a ponta final: a volta das imagens digitais para a película.

A primeira tentativa da empresa foi a de trabalhar com o Cineón, um equipamento desenvolvido pela Kodak cujo princípio era a projeção das imagens em RGB sobre a película. O processo é superior ao da kinescopia, mas ainda era considerado insatisfatório, segundo o diretor da Teleimage, Patrick Siaretta. A próxima empreitada é a aquisição de um “transfer engine”, equipamento que funciona como um scanner invertido, ou seja, imprime as

imagens digitais a laser na película.

Para reforçar o time de efeitos especiais da casa, a Teleimage trouxe o effects artist richard Klein, de Los Angeles. Em seu currículo, o especialista em efeitos especiais traz passagens pelos filmes “Space jam” e “Batman e Robin”.

aLTa DeFInIÇÃO

cOMISSÃO DO SenaDOO Senado Federal começa a elaborar uma agenda mínima dos trabalhos da comissão de cinema da casa, que pretende fazer um levantamento dos problemas do mercado audiovisual brasileiro e buscar políticas para sua solução. Segundo João da Silveira, assessor técnico do senador Francelino Pereira (PFL-MG), relator da comissão, “entre os aspectos que pretendemos tratar inclui-se o funcionamento do Artigo 3º da Lei do Audiovisual, que trata da co-produção internacional com recursos da remessa de lucros para o exterior e que não tem funcionado devidamente”. Neste mês haverá uma audiência em Brasília com cineastas e produtores. Segundo as palavras do próprio senador, este acompanhamento deve se estender até a redação da proposta de lei em dezembro.

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S c a n n e rCARA E COROA Ex-diretora de RTVC na Ammirati Puris Lintas, Celia Basto mudou de lado e agora volta para o Rio de Janeiro, onde nasceu, para assumir a Diretoria Geral da filial carioca da Espiral Filmes. Em seu currículo, Celia traz várias passagens por agências e produtoras, o que mostra que ela conhece a fundo os dois lados da moeda.

MAUÁ NAS ESCOLAS

O novo longa-metragem de Sergio Rezende, “Mauá, o imperador e o rei”, entra nas comemorações dos 500 anos de descobrimento com um projeto dirigido para escolas e estudantes. A intenção do diretor é a de levar a maior quantidade de estudantes possível às salas de cinema. Para isso, a produção do filme montou uma assessoria especial às escolas e um site na Internet com informações sobre o filme e o personagem título.

CARA NOVADesde 1 de setembro, Marco Antonio Gaio é o diretor de marketing da TV Gazeta. Para desempenhar sua nova função foi preciso abrir mão da Secretaria Executiva da Associação dos Profissionais de Propaganda - APP. A principal tarefa do novo executivo é redesenhar os caminhos da emissora que vem crescendo em audiência feminina.

Celia basto

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Mais um round da briga entre a Secretaria do Audiovisual, do Ministério da Cultura, e os sindicatos dos trabalhadores na área audiovisual ocorreu no último mês de setembro. O motivo foi a exclusão definitiva de membros dessas entidades da comissão de cinema, órgão de assessoramento na elaboração de políticas nacionais para o setor. Segundo relatório do Ministério da Cultura e o próprio secretário do audiovisual, as entidades sindicais - únicas que tiveram seus pedidos de adesão recusados entre 24 entidades inscritas - não cumprem as normas do decreto que instaurou o órgão.

“A comissão, como definido em lei, não existe para tratar de assuntos de natureza trabalhista, que devem

ser discutidos no Ministério do Trabalho, mas para a consolidação da indústria no mercado brasileiro e uma discussão de política cultural”, explica o secretário José Álvaro Moisés.

Representantes dos trabalhadores reagem. O Sindicato dos Trabalhadores da Indústria Cinematográfica (STIC) conseguiu o apoio de vários parlamentares à proposta de inclusão, organizando algumas manifestações públicas contra o Ministério no Rio de Janeiro. “Houve um lobby muito forte do lado empresarial contra nós. A

comissão acabou formada só por empregadores”, diz o presidente do STIC, Geraldo Pereira. O presidente do SindCine, Tony de Souza, faz coro: “Existe uma oposição política feita por alguns produtores que não utilizam corretamente a Lei do Audiovisual. Nós estamos pensando seriamente em entrar com uma ação judicial para garantir nosso direito de integrar a comissão”, afirma.

Os membros da comissão definitiva são: Aníbal Massaini Neto, Luís Carlos Barreto e Marisa Leão, na área de produção; Augusto Sevá e José Jofilly, na área de direção; Evandro do Carmo Guimarães, na área de televisão; Alexandre Adamiu e Ugo Sorrentino, na área de exibição; Leopoldo Nunes, na área de documentários; Marco Aurélio Marcondes e Rodrigo Saturnino Braga, na área de distribuição.

a BrIGa cOnTInUa

T E L A V I V A o u T u b r o D E 1 9 9 9�

S c a n n e rMARCANDO POSIÇÃO

Duas produtoras paulistanas, de olho no mercado e nas locações da Cidade Maravilhosa, estão tratando de invadir as praias cariocas, cada uma a seu modo. A Companhia Ilustrada, de Ricardo Carvalho, fechou acordo com a Yes Rio. A fusão resultará em uma única empresa, com a manutenção das duas sedes atuais. A intenção, segundo o atendimento Marcos Araújo, é criar uma estrutura no Rio que permita o intercâmbio entre os diretores das duas praças.

Em São Paulo, ficam os diretores Ricardo Carvalho, o Gordo, Oscar Rodrigues Alves e as novas aquisições: Dainara Toffoli e Ralph Strelow. Dainara vem da Academia de Filmes e Strelow passa a se dedicar à direção, sem deixar a direção de fotografia. No Rio, permanece o diretor da Yes Caio Abréa e a produtora ainda lança a estreante Tatiana Delamare, que vem da Conspiração Filmes, onde atuava como assistente de direção.

A Academia de Filmes também dá seus primeiros passos no Rio. Nesse caso, a produtora de Paulo Schmidt, Marily Raphul e Tadeu Jungle se associou ao atendimento Antônio Carlos Accioly, que durante anos trabalhou na Yes Rio. A sede carioca terá autonomia para produzir e está formando um time de diretores locais. A idéia também é intercambiar diretores entre São Paulo e Rio, aproveitando locações e recursos técnicos de cada cidade. Para Paulo Schmidt, a parceria com um profissional que já conhece o mercado do Rio de Janeiro é fundamental.

antonio, paulo, marily e Tadeu

cOMUnIcaÇÃO eM BLOcO

A Prax Holding, empresa do ex-vice-presidente da W/Brasil Javier Llussá Ciuret, adquiriu em setembro 40% da Guimarães Profissionais e da Thymus Consultoria em Identidade de Marca. O controle acionário das duas agências continua sendo de Ricardo Guimarães, mas ambas passam a fazer parte da carteira de empresas de comunicação sob a coordenação da Prax, que já inclui W/Brasil, Lew Lara, Propaganda Registrada, Made in Brasil e Pop Com.

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Beto Costa

TeSTeS BraSILeIrOSo bras i l in ic ia tes tes para

def in i r o padrão de TV dig i ta l .

o obje t ivo é comparar o

desempenho dos s i s temas de

t ransmissão d ig i ta l terres t re

e aval iar as condições de

adaptação à real idade bras i le i ra.

O Brasil começa oficialmente a fazer os testes de TV digital e é o primeiro país do mundo a testar em condições similares os padrões de transmissão para DTV usados na Europa, Estados Unidos e Japão. A iniciativa coorde-nada pelo grupo Abert/SET - formado há cinco anos por engenheiros das principais emissoras com o objetivo de costurar uma proposta de implantação da DTV no Brasil -, conta com a par-ticipação da Universidade Mackenzie, que é patrocinada pela NEC do Brasil. Os testes serão realizados conforme estabelecido pelo Ato n° 4.609 de 30 de agosto de 1999 da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) e tem consultoria técnica da Fundação CPqD. As experiências que visam a definição do padrão para a implantação da DTV no País serão conduzidas em São Paulo. A estimativa é que os testes estejam concluídos até o final do ano e o relatório com os resultados seja encaminhado para a Anatel em janeiro do ano que vem. A agência prevê que até março de 2000 o padrão de trans-

missão estará definido.O objetivo dos testes é comparar o desempenho dos sistemas de trans-missão ATSC, adotado nos EUA; do DVB que impera na Europa; e do ISDB-T japonês. As experiências que mais se aproximaram foram a da Aus-trália, que testou o ATSC e o DVB, mas utilizou diferentes valores de limiar de taxa de erro de bits, tomados em pontos diferentes de um sistema para o outro e o de Singapura, que testou os três padrões. Só que os resultados são bastante contestados porque não foram realizados simulta-neamente.Neste mês terá início a mais impor-tante fase do projeto - o teste de campo, do qual participarão as 17 emissoras de televisão (veja box) autorizadas pela Anatel. A engenheira Valderez Donzelli, coordenadora do Subgrupo de Medidas e Testes do grupo Abert/SET e responsável pela Divisão de Projetos Técnicos da TV Cultura, explica que a intenção é avaliar a recepção de sinais (indoor e outdoor) pelos usuários.

em campo

Antes de ir a campo, todos os equi-pamentos são dissecados no labo-ratório da Universidade Mackenzie, em São Paulo. Um grupo formado por sete engenheiros do Mackenzie, oito engenheiros das emissoras e dois consultores estiveram direta-mente envolvidos na montagem de um laboratório com equipamentos e instrumentais fornecidos através do

convênio com a NEC do Brasil.Para a realização dos testes de campo o ponto de transmissão escolhido é a torre da TV Cultura, em São Paulo. Três sistemas digitais e um analógico, alocados no canal 34, vão operar simultaneamente. Inicialmente estavam previstos testes para o Rio de Janeiro também. “São Paulo é cheia de prédios, o que gera dificuldades na transmissão analógica, com áreas de sombra, áreas de melhor recepção”, conta Valderez.Durante as transmissões, uma viatura vai percorrer cerca de 200 pontos da cidade para avaliar a qualidade de recepção dos sinais, a partir de 15 de outubro. A bateria de testes cria expectativa também nos países que ainda não escolheram o padrão de transmissão. Os resultados obtidos por aqui podem servir de parâmetros lá fora. Em todo o continente americano, por exemplo, a canalização é em 6 MHz, igual à do Brasil. Os Estados Unidos escolheram o ATSC sem concluir testes aprofundados comparativos. Hoje, a DTV na terra do Tio Sam enfrenta um drama. Além da necessidade da instalação de prosai-cas antenas externas para a recepção das imagens digitais, a modulação de freqüência 8-VSB, do ATSC, está sob suspeita após os testes realizados pela Sinclair Broadcasting, em Baltimore. O grupo norte-americano fez testes simultâneos com ATSC e DVB (que usa o sistema de modulação COFDM) e apontou resultados preocupantes para a recepção interna do sinal do padrão ATSC. O grupo do ATSC contesta, ale-gando que “foram feitas comparações não-científicas”.Todos os testes realizados pelo Grupo Abert/SET têm o acompanha-mento dos fabricantes. Uma maneira de evitar polêmica como a que está ocorrendo nos EUA. Os exercícios realizados também têm a anuência da Anatel. A Agência Nacional de Telecomunicações vai escolher o padrão brasileiro de transmissão de DTV amparado pelos relatórios pro-duzidos pelo Grupo Abert/SET, pois não teria tempo nem recursos para realizar os estudos e testes com as

d T v

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próprias pernas. Os exercícios do Grupo de DTV vão consumir inves-timentos de R$ 3,2 milhões (R$ 700 mil bancados pela Abert e o restante pela NEC).

cana l i za ção

O trabalho do Grupo Abert/SET é dividido em várias frentes. O Sub-grupo de Canalização tem a difícil missão de encontrar soluções para prever um canal digital para cada canal analógico. Nesta equação, que parece simples, também entram as retransmissoras, além das geradoras. E é aí que o caldo entorna. O prob-lema é a grande concentração de canais de geração e retransmissão em São Paulo, no interior de São Paulo e no Rio de Janeiro. “Os testes de campo vão averiguar a relação de proteção entre o canal analógico e o canal digital. Isto também vai ajudar na distribuição de canais”, explica Valderez Donzelli. Os estudos para conjugar canais analógicos e digitais têm suporte de William Meintel, autor do software usado pelos broadcasters na canali-zação nos Estados Unidos. “Nós já desenvolvemos uma ferramenta para exercício de procura de canais”, explica Liliana Nakonechnyj, coorde-nadora do subgrupo de canalização. O sistema adotado funciona com base em três módulos básicos de cálculo. Um deles está fundamentado num

sofisticado algoritmo cuja missão é usar parâmetros pré-determinados para encontrar a melhor com-binação entre os canais analógicos existentes e os novos canais digitais. O segundo módulo com-para a cobertura do canal analógico existente e do digital encontrado para a mesma localidade, usando o método estatístico da propagação. A terceira possibilidade usa a base de terreno digitalizado para calcular a atenuação entre as emissoras de localidades diferentes, indicando a melhor forma de coexistência entre os canais. O superintendente de comunicação de massa da Anatel, Jarbas Valente, declarou durante a Broadcast & Cable, realizada no Rio em agosto passado, que um ano após a definição do padrão brasileiro serão feitas as primei-ras outorgas de concessões dos canais digitais. “Nós pretendemos fazer um retrato fiel de tudo que pode acon-tecer”, pontifica Valderez Donzelli.

p rognó s t i co

Uma análise comparativa feita pelo Grupo de DTV com base em testes realizados em outros países aponta que a principal desvantagem do sistema europeu (COFDM) é não estar

ainda preparado para a canalização em 6 MHz, o que é possível com o 8-VSB, adotado pelos norte-americanos. O diretor da Central Globo de Engen-haria e coordenador do Grupo Abert/SET, Fernando Bittencourt, também não abre mão da necessidade dos tes-tes. “Consideramos necessário porque nossas condições de contorno para escolha do sistema não são exata-mente iguais às de outros países que já optaram. Temos uma canalização de 6 MHz, enquanto na Europa é de 8 MHz. Queremos HDTV, enquanto a Europa não acena com esta opção. Somos dependentes de uma boa cobe-rtura pelo ar e recepção com antena interna, enquanto nos EUA, 80% dos lares recebem o sinal por cabo ou satélite. Vamos incluir a recepção móvel nos testes, enquanto nos EUA nem falaram nisto”, defende. Nos planos básicos de TV e RTV con-stam mais de 500 geradoras e cerca de 7,3 mil retransmissoras. Dá para supor que as dimensões do mercado brasileiro devem alvoroçar o apetite da indústria de equipamentos. A Rede Globo já disse que pretende entrar na Era da DTV em dois anos e meio. A Record, que almeja tirar a hege-monia da emissora de Roberto Marinho antes do término da primeira década do próximo milênio, também promete seguir o mesmo caminho. “Nós já sabemos que só com um transmissor e antena vamos ter de desembolsar US$ 1 milhão”, faz as contas o gerente geral de rede da Record, Wander de Castro.

T E L A V I V A o u T u b r o D E 1 9 9 9 1 1

nO MUnDO DIGITaL

De acordo com informações levantadas pelo Grupo Abert/SET, estima-se que 40% da audiência dos EUA já pode receber sinais digitais. A previsão é de que até novembro a cobertura digital chegue a 60%. Mais de 50 emissoras norte-americanas já transmitem em digital. A FCC (agência reguladora das telecomunicações dos EUA) já recebeu mais de 250 pedidos de instalação de canal digital. A esperança dos broadcasters norte-americanos é que os problemas de recepção sejam resolvidos com uma nova geração de chips justamente para melhor adequar o padrão ATSC a esta realidade, eliminando a necessidade de antenas externas. Até o final do ano o Canadá deve iniciar as transmissões usando o padrão ATSC. Argentina, Taiwan e Coréia do Sul também adotaram formalmente o sistema.

aUTOrIZaDaS• Abril S/A > São Paulo/SP

• Canal Brasileiro de Informação - CBI

Ltda. > São Paulo/SP

• Empresa Paulista de Televisão Ltda. >

Campinas/SP

• Fundação Padre Anchieta - Centro

Paulista de Rádio e TV Educativas> São

Paulo/SP

• Rádio e Televisão Bandeirantes do Rio de

Janeiro Ltda.> Rio de Janeiro/RJ

• Rádio e Televisão Bandeirantes Ltda.>

São Paulo/SP

• Rádio e Televisão OM Ltda.> Curitiba/PR

• Rádio Record S/A> São Paulo/SP

• Rede Mulher de Televisão Ltda.>

Araraquara/SP

• S/A Correio Braziliense> Brasília/DF

• Sociedade Rádio Televisão Alterosa Ltda.>

Belo Horizonte/MG

• Televisão Independente de São José do Rio

Preto Ltda.> São J. do Rio Preto/SP

• TV Globo Ltda.> Rio de Janeiro/RJ

• TV Globo Ltda.> São Paulo/SP

• TV Ômega Ltda.> Rio de Janeiro/RJ

• TVSBT Canal 11 do Rio de Janeiro Ltda.>

Rio de Janeiro/RJ

• TVSBT Canal 4 de São Paulo S/A> São

Paulo/SP

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Samuel PoSSebon

O presidente da Agência Nacional de Telecomunicações Renato Navarro Guerreiro fala, em entrevista exclusiva à Tela Viva, sobre os rumos da TV digital no Brasil.

Tela Viva - A Anatel está esboçando um cronograma, mas não é só isso. Tem o must carry de sinais digitais pelo operadores de cabo, o segundo canal. o que está definido?

renato Guerreiro - Definido só o cronograma dos testes. Até porque se houvesse algo definido nós estaríamos nos antecipando aos resultados advindos das experiências que serão realizadas este mês. Não temos ainda definições sobre os procedimentos a serem adotados na fase pós-testes. Há uma coisa interessante nessa questão dos testes, e isso será motivo de muito orgulho para nós brasileiros, pois o Brasil está sendo um dos poucos países do mundo a efetivamente testar as diversas tecnologias. O Brasil está colocando em teste as opções disponíveis no mercado. Os demais países, inclusive países mais avançados, estão muito interessados no desenvolvimento dos nossos testes, que envolverão os padrões norte-americano (ATSC), o europeu (DVB) e o japonês (ISDB-T). Há alguns dias estive lendo a matéria publicada na edição de setembro da Tela Viva sobre algumas dificuldades que estão sendo observadas na recepção dos sinais, dentro das casas com a tecnologia norte-americana...TV - ... a tradução de matéria da broadcasting & Cable sobre os testes realizados pelo Grupo Sinclair em baltimore?

rG - Isso. É preciso dedicar especial atenção a este segmento de transmissão, de propagação, de transmissão de sinais broadcast, até pela importância que esse serviço tem na sociedade brasileira. Por isso nós queremos dar um passo que envolva uma avaliação profunda da tecnologia, mas não só a tecnologia. Precisamos avaliar também com uma mesma importância os custos. Não só os custos dos operadores, mas também os custos da sociedade. Por mais que tenhamos de conviver um período relativamente longo com a simultaneidade das transmissões em digital e analógico, nós temos de ter uma visão absolutamente clara das condições do nosso país, das características, da sua capacidade econômica e da capacidade do seu povo de absorver uma tecnologia e os produtos vinculados a essa tecnologia e fazer com que ela possa se manter disseminada no mercado como é hoje a TV brasileira. A TV brasileira tem uma penetração próxima a 90% e nós não podemos imaginar que venha uma nova tecnologia que torne proibitivo o acesso de algumas camadas da sociedade a ela. Um serviço que para estas pessoas é fundamental. Estes aspectos todos têm de ser considerados nas decisões que nós vamos tomar depois da realização dos testes, das questões técnicas e dos custos que estarão sendo avaliados paralelamente a esse processo. O elenco de trabalhos que vai decorrer destes testes é muito grande e vai levar a uma série de regulamentos posteriores. Isso permitirá andar rapidamente nesse processo de regulamentação no ano que vem para que

possamos ter a implementação da TV digital no Brasil.

TV - Isso vai envolver uma reestruturação do espectro, principalmente no rio e em São Paulo, onde há pouco espaço para um segundo canal.

rG - Certamente vai envolver. Uma das coisas que precisa e será extremamente analisada diz respeito ao nível de interferência entre a transmissão digital e a analógica e a digital com a digital, para vermos qual é o nível de afastamento de canal que nós deveremos ter para um e para outro. As empresas de radiodifusão terão de ter necessariamente dois canais para transmitir sua programação. Estas questões terão de ser vistas e irão determinar um rearranjo completo no plano de canalização. De pronto, estamos realizando um estudo preliminar com relação ao plano de canalização e vamos identificar um conjunto de canais que possam ser destinados à migração para o digital, impedindo a sua utilização analógica para reservá-los para esta transição. Se houver uma disseminação muito grande do uso do espectro isso dificultará a transição em algumas cidades, não em todas. Em cidades grandes isso merece muita atenção. Mas isso já está sendo feito e não dependerá do teste.

T E L A V I V A o u T u b r o D E 1 9 9 91 2

renato guerreiro fala sobre dtv

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Não disponivel

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Hamilton Rosa JR.

Não é exclusividade dos laboratórios de cinema e publicidade brasileiros se defrontarem com uma série de problemas advindos do mercado livre e competitivo que a globalização impõe nesta virada de milênio. Sem fronteiras que delimitem sua atuação, o empresariado precisa ter uma dinâmica de atualização para não perder o bonde da história. Os principais laboratórios de revelação e copiagem de filmes no Brasil montam (ou modernizam) suas estruturas com novos equipamentos e oferecem know-how, assistência e preço para disputar a preferência dos produtores cinematrográficos.A desvalorização do real em relação ao dólar favorece a realização dos trabalhos em solo brasileiro e está servindo para acabar com um estigma de que as empresas nacionais não têm recursos nem preparo para competir no panorama internacional.Com o fim dos Laboratórios Líder, foram fundadas duas novas empresas que trabalham num sistema

À be i r a do ano 2000 ,

o me r cado aud iov i s ua l

v i s l umb ra um mundo com

nova s t e cno log i a s , f o rma to s e

uma men ta l i dade g l oba l i zada .

os l abo ra tó r i o s b ra s i l e i r o s s e

a t ua l i zam pa ra t r i l ha r ne s t e

novo un i v e r so .

cooperativado: o Labo Cine do Brasil, no Rio de Janeiro, e o Cinema Copiagem e Revelação, em São Paulo. Na empresa carioca, dos 116 profissionais que trabalham, 42 são sócios do empreendimento, que passa por um processo de renovação. Em São Paulo a cooperativa tem 33 sócios egressos do antigo Líder. “Estamos investindo cerca de US$ 900 mil no Rio e entre US$ 300 mil e US$ 350 mil em São Paulo, revela Wilson Borges, advisor do Labo Cine e da Cine Copiagem e Revelação. A Labo Cine comprou dois terrenos e acabou de fechar um contrato para construção em 90 dias de um laboratório com 1,85 mil m2 de área construída dentro do Pólo de Cinema e Vídeo do Rio.

T E L A V I V A o u T u b r o D E 1 9 9 91 �

C a p a

re ve lação brasileira

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Entre os projetos desenvolvidos pelo Labo Cine constam ações de patrocínio, incentivo a jovens cineastas e, principalmente, a pretensão de realizar três filmes por ano em regime de co-produção. “A recuperação dos 50 filmes brasileiros apresentados no final do ano passado no Museum of Modern Art (MoMA), de Nova York, realizada pelos nossos profissionais comprova o nível do trabalho que realizamos e que não estamos defasados tecnologicamente”, atesta Borges.

con f r on t o

Essa realidade confronta-se com a concepção que o vice-presidente executivo da Chile Filmes, Cristián Varela, tem do mercado cinematográfico. “O Brasil não está atualizado com a tecnologia de copiagem e revelação e a única alternativa para os produtores brasileiros deterem o melhor em tecnologia é nos Estados Unidos”. Foi partindo deste argumento que, recentemente, o grupo multinacional Chile Filmes, com braços estendidos do Chile à Argentina (onde funciona sob a razão social Cinecolor), investiu US$ 5 milhões na compra do Laboratório Cinematográfico Curt & Alex, que pertencia à Kodak, e pretende instalar seu novo parque em São Paulo numa primeira etapa. “Compramos um terreno em Alphaville, onde temos a intenção de construir um laboratório muito sofisticado e estamos nos associando aos Estúdios Mega para implantação de um laboratório de revelação de negativos para o mercado publicitário”, comenta Varela.Segundo Borges, o argumento de que os produtores e realizadores precisam buscar nos laboratórios do exterior a tecnologia e mão de obra qualificada para concluir suas realizações pode ser refutado com dados: “Dos 20 principais filmes produzidos recentemente nessa retomada do cinema nacional, 19 foram revelados no Brasil”.

Seja porque antes havia uma paridade do real com o dólar, seja por causa de algum acordo de co-produção, o cinema brasileiro flertou com o mercado internacional na hora de revelar seus produtos. A Casablanca Service Provider tem um laboratório de revelação no seu complexo de pós-produção em São Paulo. Arlette Siaretta, diretora geral da Casablanca, diz que o grupo latino-americano é especializado em vídeo: “Eles são conceituados neste setor, mas não têm know-how em cinema. Podem comprar a melhor aparelhagem, mas terão de mudar a filosofia de trabalho dentro da Curt & Alex e incrementar o quadro de profissionais”, afirma.Segundo a diretora comercial da Casablanca, Solange da Cruz, é difícil ver o empenho de tantos profissionais serem preteridos em favor do mercado exterior. “Estamos aptos para entrar no mundo da

alta definição. Participamos de uma concorrência para transformar uma série da Rede Globo no primeiro filme de alta definição. Concorremos com laboratórios de Los Angeles, da Flórida e de Nova York e a Globo Filmes optou pelo nosso trabalho, o que é sinal de que talento, criatividade e capacidade, nós temos”, orgulha-se Solange.A diretora comercial da Casablanca questiona por que uma empresa composta de capital chileno e argentino entra no Brasil ao mesmo tempo em que na Argentina fazem a maior campanha para que haja um bloqueio de insumos brasileiros. “Porque eles podem entrar no Brasil

e nós não podemos explorar o mercado deles?”O consultor Wilson Borges considera a reserva de mercado uma alternativa obsoleta para um mercado que cada vez mais prima pela globalização. “Eu sou a favor de uma reserva apenas quando se trata de duplicar filmes americanos no mercado brasileiro. Há uma persistência da major em tentar reciclar as cópias dos filmes utilizados nos cinemas norte-americanos aqui no Brasil. Eles querem trazer essas películas velhas para cá e acrescentar apenas a legenda. Neste caso é um absurdo e eu sou contra. Mas protecionismo ao laboratório brasileiro é besteira, pois considero a concorrência purificadora. A competição tem de ser aberta, o cliente deve ter um leque rico de opções, para que possa escolher a melhor proposta”, argumenta. De acordo com Borges, o preço das cópias brasileiras é 30% inferior aos praticados no Chile, na Argentina e nos Estados Unidos. Na opinião de Arlette Siaretta, da Casablanca, a informação é o único ponto que não pode ser negligenciado aos produtores e realizadores brasileiros. Para escolher a solução mais adequada, eles têm de estar muito bem informados sobre o que está disponível no mercado. Precisa entender as características de cada laboratório.

r e cu r so s

A Labo Cine amplia, reduz, revela, copia, faz cinescopagem e oferece ainda os serviços de sensitometria. Conta com um novo Dixe, aparelho de telecinagem off line com som, uma nova ilha de edição Avid e uma reveladora de negativo com capacidade, para positivo, de 11 mil m/h e 2,5 mil m/h de negativo. “Já adquirimos todas as janelas de ampliação de Super-16 para 35 mm; janela molhada em Super-35 e Cinemascope em Super-35. Temos um projetor para revisão em High Speed e o maior departamento de montagem de negativo do País”,

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a atual situação dos

laboratórios brasileiros é

tema polêmico no meio

cinematográfico.

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conta Wilson Borges. O Cinema Copiagem e Revelação, instalado em mais de cinco mil metros quadrados de área construída, também tem uma Dixe para revelação de negativo de som, trabalha com três equipamentos de revelação com capacidade de 6,5 mil m/h e 1,5 mil m/h de revelação de negativo. Na opinião do consultor Borges, esse é o melhor equipamento de revelação abaixo dos EUA e fica 24 horas por dia aberto, inclusive de sábado e domingo, o que é seu principal diferencial em relação aos outros laboratórios.A nova Curt & Alex com capital da Chile Filmes tem sede em São Paulo. Oferece atualmente revelação para os formatos tradicionais 16 mm e 35 mm, com janela seca e molhada, e recentemente adquiriu uma mesa computadorizada para corte de negativo e um telecine off line Dixie (parecido com o da Labo Cine, mas sem a telecinagem

com o som). O vice-presidente do grupo, Cristián Varela, espera trazer em breve os equipamentos que eles compraram da Cine Site, uma divisão da Kodak, que trabalha com efeitos visuais numa grande porcentagem dos filmes atuais, entre os quais “Do fundo do mar”. “Pretendemos trazer o serviço de scanning, processo intermediário para trabalhar as imagens com efeitos, e de recording, que copia o resultado em película, para o Brasil o mais rápido possível.” Num segundo estágio dentro do Brasil, a Chile Filmes pretende montar um laboratório no Rio. “Nos próximos 12 meses, teremos uma amostragem dos resultados do Brasil, a partir deste número poderemos apressar a nossa entrada no Rio.”A Casablanca tem a vantagem de fazer a finalização e a revelação juntas. Trabalha com revelação em 16 mm e 35 mm e faz a preparação do material para a telecinagem. Estão aposentando a antiga máquina de revelação por

uma americana Dreiser, que tem capacidade de 1,3 mil m/h só para negativo. Mas é no setor de alta definição que a finalizadora está mais equipada: com a recente aquisição do datacine Spirit, da Philips, que faz a telecinagem em HDTV e três Simphonys, que trabalham em off line para HDTV.

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C A P A

os produtores e realizadores de cinema precisam conhecer as características e os serviços prestados pelos laboratórios instalados no brasil.

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lizandra de almeida

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TALK SHOWSOBRE RODAS

De segunda a sexta-feira, a partir das dez e meia da noite, São Paulo vê sua própria cara na telinha, pelo Canal 21. E, como milhares de pau-listanos, passeia de ônibus. O pro-grama “Circular” trouxe para a TV uma nova linguagem para os batidos talk shows que povoam a programa-ção da TV aberta. A bordo de um ônibus-estúdio, a jornalista Maria Cristina Poli conversa com anônimos e famosos enquanto passeia pela cidade.Uma boa dose de planejamento e pesquisa foi necessária para a via-bilização técnica da idéia de Maria Cristina e do diretor Marcelo Sirân-gelo. Em primeiro lugar, a escolha do próprio ônibus. O modelo utilizado é da Asia Motors e já anda pelas ruas da Coréia. Apenas dois vieram para São Paulo em teste e transpor-tavam os funcionários da fábrica da

Mic rocâme ra s e um bom

i s o l amen to a cú s t i c o ga ran t em

a qua l i dade t é cn i ca ne ce s sá r i a

pa ra que o “C i r c u l a r ” do

Cana l 21 pe r co r ra São Pau l o

s em con t r a t empos , i novando a

l i nguagem do s p rog ramas de

en t r e v i s t a s da s em i s so ra s de TV .

também temos mais mobilidade, pois podemos instalá-las com grips em vários lugares e até fora do ônibus, captando imagens subjetivas”, explica Sirângelo.

s em r u í do

Para captar o áudio, são usados microfones de lapela sem fio na entrevistadora e nos entrevistados. Quando a reportagem desce do ôni-bus, leva microfones direcionais ou convencionais. Apesar dos ruídos da cidade, o estúdio segura bem a cap-tação ao vivo. “Estamos conseguindo uma ótima resolução para música. Fizemos um tratamento acústico no ônibus que evita eco e reverberação e ficamos surpresos com o resultado. Vários artistas cantaram no ônibus e o resultado foi muito bom.” Mas o som da cidade não pode deixar de fazer parte da ambientação do programa, já que a grande estrela é mesmo São Paulo. Conforme o programa vai se fir-mando, outros aperfeiçoamentos são feitos. Um deles foi a substituição do sistema de ar condicionado. A princípio, eram usados aparelhos convencionais, muito barulhentos para ficarem ligados durante as gravações. Com o novo sistema, o ar é distribuído por canais internos de ventilação, mas o equipamento em si fica do lado de fora.Outros personagens que não têm interferido nas gravações, segundo Sirângelo, são os famosos buracos de rua. O ônibus já tem uma suspensão reforçada, mas um dos planos de mel-horia inclui a instalação de um sistema de suspensão a ar, que também evita ruídos.A luz instalada no ônibus é fria, não só para não aquecer demais o ambi-ente, como também para garantir um bom resultado durante o dia e à noite. Sirangelo conta que, muitas vezes, a luz acaba refletindo nos vidros, mas que essas interferências são assumidas como linguagem, já que a interação com a cidade é a tônica do pro-grama. Em dias muito ensolarados, a produção equipa os vidros com uma

empresa. A vantagem do modelo está nas janelas panorâmicas, com vidros amplos que permitem boa visão do lado de fora.O ônibus em si é equipado como uma unidade móvel. A diferença é que permite a captação em movimen-to. Além do estúdio, montado com sofás e carpete no fundo do ônibus, com uma ampla janela ao fundo, o veículo carrega um VT, uma mesa de corte, com capacidade para até cinco câmeras, e uma mesa de áudio, com entrada para oito microfones. “Pre-cisamos preparar o ônibus para trab-alhar em movimento. Para isso, foram instalados amortecedores nas extremi-dades por onde as mesas estão pre-sas. Além de evitarmos os pulos na imagem, também conseguimos manter os equipamentos sem danos, mesmo com freadas bruscas”, diz o diretor.A captação das imagens é feita por quatro câmeras, que já evoluíram desde a estréia do programa, em agosto. A câmera principal é uma Betacam, operada por um cinegraf-ista que pode trabalhar dentro e fora do ônibus. Outras três câmeras são fixas e extremamente pequenas. Até setembro, eram três DVCAMs digitais, instaladas dentro da área de estúdio do ônibus. Com elas, eram captados planos gerais e fechados dos entrevis-tados. A partir de outubro, elas foram substituídas por três microcâmeras Toshiba, com resolução de 700 linhas, o que torna as imagens de todas as câmeras equivalentes. “Com elas

p r o g r a m a ç ã o

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malha escura, que aparece como uma leve textura na telinha e permite a visão externa. O circular do Canal 21 está nas ruas de São Paulo quatro dias por semana, durante toda a tarde. Diariamente, a equipe conta com sete horas de pós-produção e seis horas de corte seco, base da edição do programa. “Justamente porque o programa é diário, optamos por um acabamento simples, com poucos efeitos”, afirma Sirangelo. A edição ainda é reforçada por imagens da cidade captadas em 16 mm, que também foram usadas na composição da abertura do programa. “Antes de o programa entrar no ar, saímos um dia para captar essas ima-gens, pensando em usá-las nessas vinhetas internas e passagens.”

i lustres & desconhecidos

Além de artistas e pessoas famosas que passam e vivem em São Paulo, o programa também leva ao estúdio móvel personalidades que contribuem para melhorar a vida da cidade. Um

dos entrevistados, por exemplo, foi um arquiteto que fez um estudo sobre as curvas mais perigosas de São Paulo, um prato cheio para a produção que tenta sempre combinar o personagem com locais da cidade. “Estamos con-seguindo dar a cara que queríamos ao programa e os próprios entrevistados perceberam isso. Quase todos eles vêm com sugestões de lugares para visitarmos”, completa.Mas o “Circular” não vive só de gente famosa. Às vezes, oferece os 15 minu-tos de fama a ilustres desconhecidos que estão parados no ponto de ôni-bus. “Convidamos algumas pessoas a entrar e então conversamos num tom cotidiano, perguntando aquelas coi-sas básicas que perguntamos quando damos carona: para onde estão indo, o que fazem da vida, sem constranger as pessoas”, continua o diretor.O espírito descontraído e sem afetação do programa é a meta que a jornalista Maria Cristina Poli vem perseguindo desde que deixou as bem comporta-das reportagens do jornalismo da Rede Globo. Depois de passar pelo

“Vitrine”, da TV Cultura, vinha acalentando o sonho de “buscar informações da mesma forma como contamos uma novidade ao vizinho”, como ela mesma define o programa. A rotina diária de gravações também não a assusta: “Estamos cumprindo a meta de deixar a cidade falar. Não fica desgastante porque em São Paulo o que não falta são pautas”. Maria Cristina se diz ainda mais satis-feita pelo fato de estar novamente na Rede Bandeirantes, onde começou sua carreira. “Na época, eu era assis-tente de produção do programa da Hebe Camargo. Foi minha primeira passagem pela TV.”

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Apresentação:Maria Cristina Poli

Direção:Marcelo Sirângelo

Motoristadoônibus:Leal

DiretordeTV:Neriovaldo Manosso

Câmera:Agnaldo Rocha

Operadordeáudio:Luiz Inácio Bezerra

Edição: Simone Lopes

C r é D I T o S

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T E L A V I V A o u T u b r o D E 1 9 9 92 0

mônica Teixeira

Antes da crise econômica mundial, antes da quebra de bolsas, antes da palavra globalização se incorporar ao nosso vocabulário, a propaganda já havia eliminado as fronteiras do mundo. No Brasil, por exemplo, muitas agências e produtoras fazem comerciais para serem exibidos bem longe daqui. A agência multinacional J. W. Thompson abriu o primeiro escritório no Brasil em 1929. Entre os clientes internacionais da Thompson, destacam-se Gessy Lever, Shell, Warner Lambert (dos chicletes

A g loba l i za ção da pub l i c i dade

não é um f enômeno novo . No

b ra s i l , agênc i a s e p rodu to ra s

e s t ão expo r t ando s ua s

c r i a çõe s e r ea l i za ção g raça s

ao r e conhec imen to mund ia l

con segu i do pe l o s p ro f i s s i ona i s

made i n b raz i l .

propaganda também se desenvolveu e hoje é respeitada em todo o mundo.” A opinião é de André Pinho, diretor executivo de criação da Thompson São Paulo. Recentemente, a agência foi convidada a participar de uma espécie de concorrência criativa para um comercial de J&B que seria veiculado na Europa. A idéia brasileira foi aprovada e o comercial filmado na Inglaterra sob a direção de um francês. Outra história que enche de orgulho os publicitários da Thompson é a da campanha de Halls, o drops do alívio refrescante. Há quatro anos, a Thompson de Nova York criou o primeiro filme de uma série onde os personagens eram pingüins feitos em animação. Criar o segundo comercial da série no Brasil era um desafio. O filme mostrava um único pingüim patinando no gelo e foi aprovado pelo cliente e exibido não só no Brasil como na Argentina e em Portugal.

g rego s e t r o i ano s

Segundo os profissionais da área, a globalização da criação publicitária não é uma onda, é uma estratégia inteligente que resulta em comerciais de altíssima qualidade e economia para o cliente. Forster explica com um exemplo: “Ao invés de se fazer 30 produções de US$ 100 mil em todo o mundo num total de US$ 3 milhões, é melhor produzir um filme que funcione com diversas adaptações e que custe US$ 1 milhão. Sobram US$ 2 milhões para investir em mídia. E muitos países se beneficiam disso, pois um comercial com esse orçamento num país como o Equador, por exemplo, vira um acontecimento televisivo. É um show”.Nem só as agências multinacionais têm o privilégio de exportar suas criações. A DPZ, uma agência 100% nacional, fez recentemente uma campanha para a América Latina de um xampu da Johnson&Johnson. Ela também é responsável pela

p u b l i C i d a d e

COMERCIAISSEMFRONTEIRA

Bubbaloo, Trident e Halls) e a UDV (United Destillars Vintners), uma fusão de produtores de bebidas que inclui José Cuervo, J&B, Smirnoff, Baileys, entre outros. A Thompson do Brasil cria para mercados como América Latina, Sudeste Asiático e Leste Europeu.Em 1988, a agência brasileira passou a ser centro de excelência criativa da marca Lux. Foi um reconhecimento pela criação dos comerciais protagonizados pelas atrizes Malu Mader, Maitê Proença, Sonia Braga e Deborah Bloch. “A idéia e a realização foram consideradas padrão de qualidade para a marca Lux em todo o mundo”, conta Celso Forster, vice-presidente e diretor de atendimento da agência. Os comerciais foram exportados para 42 países. E apesar de algumas modificações no filme -como a troca de atrizes e embalagens - serem necessárias, a Alemanha manteve Maitê Proença como garota-propaganda. A partir dessa campanha, todos os comerciais de sabonetes Lux feitos no resto do mundo passam pelo Brasil, mesmo que seja para que os profissionais brasileiros dêem apenas alguns palpites. “Os veículos de comunicação no Brasil são muito desenvolvidos, por isso a

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criação dos comerciais do cigarro Hollywood para todos os mercados do produto mundo afora. Os três últimos comerciais foram veiculados na América Latina (inclusive Brasil), no Oriente Médio e nos países do Leste Europeu. Normalmente, a criação de um comercial não consegue agradar a gregos e troianos. Ela esbarra na diversidade cultural. E esta barreira, a globalização ainda não conseguiu eliminar. A tática usada para vender sabonetes aqui no Brasil, por exemplo, é um crime contra a moral nos países muçulmanos onde as mulheres ainda escondem o rosto com véus. Os criadores dos comerciais de Lux tiveram de substituir a sensualidade do banho na banheira por cenas que não mostrassem nada além de joelho para baixo e ombro para cima. “Nós conversamos muito com o país para entender seus valores”, explica Forster da Thompson. O comercial do creme dental Close Up chamado ladrão de beijos também sofreu alterações ao ser exibido na Indonésia. Lá é proibido beijar em público. A solução encontrada pelos publicitários foi trocar as cenas de beijo por brincadeiras e no final mostrar duas embalagens de creme dental se tocando pela tampa insinuando um beijo. Ao criar um anúncio para Cuba, os publicitários da agência tiveram aulas com um sociólogo cubano para entender os traços culturais do país. Outras vezes, é o produto que determina a necessidade de adaptações. “Cerveja, por exemplo, é muito idiossincrática”, diz Pinho, da Thompson, se referindo ao gosto muito particular de cada cultura. “Já sabonete independe do mercado. Tênis, por exemplo, o adolescente consome tênis no Brasil do mesmo jeito que consome na França ou nos Estados Unidos. Apesar do Brasil ser um centro de criação respeitado no mundo, a produção do comercial não é feita, necessariamente, em território nacional. Na hora de filmar, o custo

vem em primeiro lugar. O último filme do sabonete Lux foi feito em agosto aqui no Brasil por uma produtora brasileira, a Movi&Art. Os únicos estrangeiros na equipe eram o produtor inglês, o maquiador da Califórnia (contratado pela própria produtora por se tratar de uma maquiagem de corpo inteiro, técnica pouco usada aqui no Brasil) e um editor de pós-produção francês. E as atrizes: além de uma brasileira, havia uma argentina e uma colombiana. O comercial deve ser exibido em alguns países latino-americanos. Sabonete Lux, postos Esso, cigarros Free, cerveja Malta (peruana)... a Movi&Art já tem experiência em produções internacionais. Agora, aproveitando o momento econômico, resolveu investir todas as fichas na política da boa vizinhança. Pérsio Pizani, sócio da Movi&Art viajou recentemente para os principais países das Américas do Sul e Central divulgando o trabalho da produtora. O resultado dessa expedição já começou a aparecer: “Recebemos algumas propostas e estamos orçando”, ele conta.

conqu i s t a de t e r r i t ó r i o

Conquistar a terra do marketing e do consumo. Há cinco anos, a produtora paulista Film Planet, da diretora Flávia Morais inaugurou um escritório na Califórnia. “O mercado interno estava ficando pequeno demais e foi preciso se lançar pelo mundo”. Dois anos mais tarde, a Film chegou a Buenos Aires. Hoje, a produtora atende os Estados Unidos e os países latino-americanos. Além de produzir, a Film também “vende” diretores americanos no Brasil apresentando nomes de seu catálogo para as agências ou simplesmente presta serviços de produção e locação de equipamentos para equipes estrangeiras que vêm filmar no Brasil. “As fronteiras estão ficando menores, as contas estão se globalizando e hoje se trabalha

com diretores e produtores de vários lugares”, analisa Karin Stuckenschmitt, produtora executiva de projetos internacionais da Film. A produtora tem uma lista enorme de comerciais internacionais, entre eles, Budlight, da cerveja Budweiser e Esso, ambos para a América Latina, DirecTV para os Estados Unidos, American Airlines, e muitos outros. “A Film foi a produtora que deu o primeiro passo”, diz Karin. “Acho que existem nichos em que nunca vamos conseguir entrar”, explica referindo-se às tradicionais campanhas norte-americanas, “mas o mercado latino-americano está crescendo em alta velocidade até mesmo dentro dos Estados Unidos e tem gente de olho em quem conhece este mercado emergente”. Talento, qualidade e agora preço. Pelo menos na publicidade, o Brasil pode se beneficiar dessa tal globalização.Nos últimos seis meses, a produtora Zero Filmes fez filmes importantes para o mercado internacional. Foi a produtora escolhida pela agênciamultinacional TBWA para produzir dois comerciais de Nivea que seriam veiculados na América Latina, no México e na Alemanha. A Zero também foi procurada pela agência Ogilvy de Frankfurt para realizar um comercial do produto Biovit. A fama da produtora chegou até a Alemanha graças ao filme das formigas de Philco, premiado no Festival de Cannes. Este ano, a Zero Filmes fechou um contrato com a DDB da Argentina para produzir dois comerciais do MacDonald’s para o mercado argentino. “A publicidade brasileira tem reconhecimento internacional. O Brasil ainda é considerado uma país exótico e hoje passamos a ter preços competitivos”, Neco Schertel, sócio-diretor executivo da Zero Filmes. Essa combinação de fatores coloca o Brasil numa posição privilegiada diante de outros mercados. O próximo passo da Zero é tentar colocar o pé no mercado norte-americano.

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Cliente: Única

Produto: institucional

Agência: Adag

Criação: Equipe Adag

Produtora: Omnicon

Direção: José Eduardo Miglioli

Fotografia: Aldo Imperatrice

Visualeffects:Marcelo Siqueira (Teleimage)

Telecine: Teleimage

Datacine: Casablanca

Trilha: Timbre FX

Finalização: Teleimage

F I C H A T é C N I C A

álcool combustível direto da mangueira de cana. a composição de dois takes filmados separados.Cana flexível graças ao datacine.

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lizandra de almeida

m a K i n g o F

Mesmo antes da implantação do sistema de transmissão em alta definição, os equipamentos já preparados para esta tecnologia representaram, neste filme, uma forma de facilitar a realização de uma idéia. O filme é uma campanha institucional assinada por diversos produtores de álcool do Estado de São Paulo, com apoio do governo estadual, que pretende promover a volta dos incentivos à produção do álcool combustível.Segundo o redator Otoniel S. Pereira, o filme é basicamente informativo e precisava comportar uma grande quantidade de texto, com um visual atraente. “Em geral, filmes desse tipo são resolvidos com um depoimento ou com o uso de letterings, mas nós tivemos a possibilidade de criar uma imagem mais elaborada”, explica. “Optamos por imagens que revelassem frescor, com cores vivas e que representassem a idéia do álcool”.O filme mostra o bico de uma bomba de combustível que vai derramando o álcool em um recipiente e conforme a locução avança, a câmera se movimenta sobre a mangueira da bomba,

á L C O O L E M A L T A D E F I N I Ç Ã O

com a textura da cana, o efeito só seria obtido com a junção gomo a gomo da cana. A fim de facilitar a composição, usou-se os recursos do datacine Spirit. A cana foi filmada inteira e as imagens transferidas para vídeo no datacine, em alta resolução. Desta forma, a área de trabalho ficou ampliada e vários gomos puderam ser trabalhados ao mesmo tempo. “Com isso, resolvemos o problema em dois ou três layers, compondo as imagens no Fire. Usamos também o Inferno para alguns efeitos mais específicos, mas pudemos contar com a agilidade do Fire na composição”, analisa Siqueira.A composição das imagens e a criação virtual da mangueira texturizada permitiram que o filme todo fosse um único plano seqüência, com o passeio de uma câmera virtual sobre a mangueira, até chegar na bomba. Na transição entre o cenário em que aparece o álcool sendo derramado (filmado ao vivo) e o canavial, Siqueira fez uma fusão de imagens para que a passagem fosse suave. O canavial também foi filmado ao vivo, assim como a bomba, e ambos foram compostos também. Praticamente todo o filme é formado de

que se transforma em uma cana-de-açúcar até chegar à bomba propriamente dita, em um fundo de canavial. Segundo o diretor de efeitos especiais Marcelo Siqueira, a grande dificuldade do filme estava na necessidade de se criar uma cana flexível, que se assemelhasse à mangueira. Isso porque a cana verdadeira não é manipulável e se quebra com facilidade.Para trabalhar a textura da cana, optou-se pela filmagem ao vivo em fundo azul. Depois, os vários gomos foram compostos e trabalhados em computação gráfica. Como a intenção era a de criar uma mangueira

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Cliente: Avon Cosméticos Ltda.

Produto: Night Force

Agência: Salles DMB&B

EquipedeCriação: Irene Knoth, Bia

Penteado, Fábio Pinheiro e Hélio de Oliveira

Produtora: Cine Cinematográfica

Direção: Clóvis Mello

Fotografia: Jean Benoit

Steadycam:Túlio

Telecine: Casablanca

Montagem: Clóvis Mello/João Branco

Trilha: Cardantec

Finalização: Casablanca

F I C H A T é C N I C A

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F ichas técn icas de c o m e r c i a i s www. te lav iva .com.br

R E S T A U R A Ç Ã O F A C I A L

restauração facial na tela ... ... e ao natural.

de arte. A modelo que aparece no filme não é realmente restauradora, mas as mãos que aparecem em close são de uma profissional, que realiza movimentos reais, com instrumentos reais. O ateliê onde a restauradora trabalha foi montado em uma sala da Casa da Fazenda, centro cultural na Zona Sul de São Paulo, que preserva características da decoração e arquitetura coloniais. O quadro é uma reprodução a óleo inspirada no original de Botticelli, feita pelo artista plástico Marcos Sachs, com quase quatro metros quadrados. A restauração provoca uma mudança sutil na face da mulher da tela, que se torna mais fina. A diferença entre as imagens é real, pois foram pintadas à mão duas telas ligeiramente diferentes.O filme acontece em duas etapas, que têm fotografias distintas. No momento em que a restauradora aparece em seu ateliê, a luz é difusa e amarelada. À noite, quando está em casa passando o creme, a mulher está no banheiro e a luz se torna azulada. As tonalidades foram acentuadas no telecine.Em nenhum momento a câmera foi presa ao tripé - todas as imagens foram captadas por steadycam, o que garantiu movimentos precisos e suaves, como se a câmera fosse a visão subjetiva de um observador.

á L C O O L E M A L T A D E F I N I Ç Ã O

imagens paradas compostas em layers, mas no final o cenário está vivo e se movimenta.“A mágica do filme estava justamente em garantir que a história fosse contada em um único plano”, diz o diretor José Eduardo Miglioli. Ao orçar o filme, o diretor analisou diversas possibilidades. Uma delas seria a construção de um mock-up e de efeitos mecânicos para a passagem de um quadro para outro, sem cortes. “Mas certamente teríamos muitas diárias de filmagem, enquanto nesse caso pudemos fazer todas as cenas ao vivo em apenas um dia”, conta. Logo no início do filme, a câmera se desloca para um barquinho de papel feito com um formulário de IPVA, que representa o desconto que está sendo oferecido aos proprietários de carro a álcool. O barquinho foi filmado em separado, também em fundo azul, e fundido com a água na pós-produção. “Já estávamos rodando em high speed por causa da água. Se ainda tivéssemos de coordenar os movimentos do barquinho, acabaríamos gastando muito negativo. A única solução para filmar o barquinho da maneira que queríamos seria usando um motion control, que teria de ser trazido de fora”, afirma o diretor.Todas as imagens em close da mangueira foram feitas a partir de imagens telecinadas em alta definição que, depois de compostas, voltaram à resolução convencional. Apenas as cenas do início e final do filme, nas quais o cenário tinha tamanho proporcional na resolução normal, foram telecinadas normalmente.

A intenção do cliente era mostrar a capacidade que o creme Night Force tem para reduzir a flacidez facial, com um clima bastante suave e dirigido a mulheres com mais de 40 anos. A solução encontrada pela equipe da Salles foi a de comparar os efeitos do produto com os de uma restauração de arte. O filme mostra, portanto, uma restauradora em seu trabalho e compara os resultados da restauração com o que o creme faz ao rosto de uma mulher. “Encontramos no quadro uma maneira sutil e plástica de demonstrar os efeitos do produto”, explica Bia Penteado. Para dar veracidade à cena, a produtora se empenhou na direção

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Paulo boccaTo

UM CANAL SÓ CARIOCAUM CANAL SÓ CARIOCA

O Canal Universitário do Rio de Janeiro, UTV, espaço que veicula programação produzida por instituições de ensino superior da capital carioca, acaba de entrar no ar. Transmitida pelo canal 16 da Net Rio, a UTV pode ser vista desde o último dia 30 de agosto, ocupando inicialmente uma grade de quatro horas diárias de programação. O canal é mantido por 19 instituições associadas, nove das quais já têm enviado programas regularmente

As un i v e r s i dade s do r i o de

Jane i r o j á t êm s eu cana l

d i s t r i b u í do pe l a Ne t . A s

e s t r u t u ra s u sada s pa ra a

p rodução da p rog ramação

que e s t á i naugu rando a uTV

va r i am ba s t an t e pa ra cada

um do s pa r t i c i pan t e s do

emp reend imen to .

canal carioca abriga também instituições de pesquisa e escolas superiores entre seus associados, como a Fundação Cesgranrio, a Fundação Oswaldo Cruz, o Instituto Militar de Engenharia e a Escola Superior de Guerra. “O canal ganha, com isso, uma feição bastante ampla e democrática”, aposta Gabriella. Para a instalação da UTV, cada um dos associados investiu R$ 15 mil na aquisição de equipamentos de transmissão e na montagem da estrutura física. A taxa de manutenção mensal, por associado, é de R$ 3 mil. Num primeiro momento, a sede escolhida para o canal foi a Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), escola que já tem uma tradição na produção televisiva e abriga o centro transmissor, a administração e a produção das chamadas e da programação visual da TV. “Dentro de dois anos, esperamos contar com uma sede própria”, diz a diretora da UTV. Para os primeiros meses de funcionamento, não há exigência de produção regular de programas inéditos por parte das associadas. “Nós dividimos a grade em faixas temáticas, para estabelecer uma identidade com o telespectador,

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p r o d u ç ã o

(veja box). Os demais associados ainda estão em processo de montagem de uma estrutura de produção que permita ocupar os horários no canal. O espaço para a veiculação da UTV, obrigatoriamente cedido por lei pelas operadoras de TV a cabo, passa a ser ocupado agora após três anos de discussões. “Em 1996, logo que a lei foi implementada, começamos a discutir a formação da UTV no âmbito das instituições privadas e, posteriormente, essa pauta foi incorporada pelo Fórum de Reitores do Rio de Janeiro, associação que discute os rumos do ensino superior no município. Se, por um lado, esse processo causou demora para a implantação do canal, por outro entramos no ar já com um forte apoio institucional”, explica a diretora do canal, Gabriella Dias. A discussão no fórum evoluiu para a criação da Sociedade de Televisão das Universidades do Rio de Janeiro, associação que responde juridicamente pela UTV. O conceito da UTV traz algumas diferenças em relação ao seu similar paulistano, o CNU. Enquanto este congrega apenas universidades no sentido estrito do termo, o

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mas sem restringir os tipos de programas que cada um deve produzir. A unidade do canal vem por uma costura visual e pela tendência natural das instituições produtoras em veicular uma programação pautada pela ética e pelo aprofundamento do conteúdo. Todos entenderam também a importância da produção de programas em série, como forma de criar um hábito nos espectadores”, define Gabriella. As faixas de programação são divididas em sete temas: Idéias, dedicada aos debates; Oficina, que exibe realizações dos próprios universitários; Movimento, com programas sobre arte e cultura; Viver, dedicada à saúde e meio ambiente; Olhar, sobre temas de interesse da comunidade universitária; Dois Mil, com programas sobre tecnologia e informática; e Fora de Série, dedicada aos especiais. A costura vem de uma vinheta escolhida por meio de um concurso realizado entre alunos das instituições participantes. “Essa divisão nos permite duas horas diárias de programação inédita, mais a mesma quantidade de reprises”, explica Gabriella. Posteriormente, há planos de abrir o horário da manhã para a transmissão de teleconferências, com a parceria do Canal Universitário de São Paulo.A expansão do canal dependerá do aumento da capacidade de produção dos associados, que custeiam suas próprias estruturas e definem, de forma independente, os formatos dos programas apresentados. Essa situação traz programas realizados em diferentes suportes, do S-VHS ao Beta, e estruturas de produção, que podem contar com a participação integral de alunos até a realização inteiramente profissional. “Embora haja essa diversidade, estaremos sempre buscando um alto padrão técnico”, diz Gabriella Dias.

cesgranrio: a fundação não tem um núcleo de produção de TV, apenas uma assessoria de imprensa que coordena e define as pautas e formatos dos programas produzidos. “Nós contamos com o suporte técnico da Universidade Gama Filho (UGF), que nos fornece parte dos equipamentos”, diz o jornalista Cláudio Pompeu, um dos responsáveis pela programação com Nícia Maria Menezes. O programa semanal “Trocando Idéias”, que discute temas ligados à avaliação no mundo acadêmico sob a apresentação da professora Teresa Penna Firme, é gravado na sala da presidência da entidade. “Gravamos os quatro programas do mês em apenas um dia, sempre com dois convidados em cada programa”, explica Pompeu. O método de produção foi escolhido para baratear os custos, já que, além do empréstimo de duas câmeras Beta pela Gama Filho, a Cesgranrio conta, para a gravação, com a locação de mesa de corte e de uma terceira câmera Beta. A edição e a finalização são feitas na UGF.

Fiocruz: a Fundação Instituto Oswaldo Cruz atua na área audiovisual há dez anos, como distribuidora de vídeos nas áreas de saúde, meio ambiente, ciência e tecnologia produzidos por universidades, organizações não-governamentais e institutos de pesquisa de todo o Brasil. Seu acervo, que chega a dois mil títulos, serve de base para um dos programas produzidos para a UTV, o “Vídeo saúde”. O Departamento de Comunicação e Saúde da Fiocruz, responsável pela distribuidora, cuida da organização e seleção do material,

que passa pelo crivo de consultores da fundação, sendo posteriormente finalizado para a TV em equipamentos da própria instituição. “Nós temos câmeras Beta e um Avid, além de um estúdio em construção. Para o ‘Vídeo saúde’, nós produzimos as cabeças e textos com informações de serviços ligados ao tema dos vídeos apresentados, um ou dois por programa”, conta Sérgio Britto, um dos produtores dos programas da Fiocruz. A fundação também exibe os programas “Canal saúde: debate” e “Canal saúde: revista”. “Ambos são produzidos prioritariamente para veiculação na TVE-RJ e passam por um retratamento para exibição na UTV”, explica Britto. O “Canal saúde” surgiu de um convênio da Fiocruz com o Ministério da Saúde e a Embratel, sendo transmitido diariamente, em outro formato, pela TV Executiva desta última. Sua realização tem a parceria da TVE, que viabiliza a infra-estrutura de produção e finalização.

PUc - rio: a produção da PUC para a UTV é inteiramente realizada pelos alunos dos cursos de Comunicação, que cuidam da pauta à edição. A universidade conta com câmeras Mini-DV, ilha de edição não-linear Avid e estúdio próprio, estrutura montada para atender à produção para o Canal Universitário, além de alguns equipamentos alugados. São produzidos por mês: “Conversa no campus”, um formato de produção mais ágil, que só utiliza gravações em estúdio, por meio de entrevistas com ex-alunos e outras pessoas ligadas à comunidade, e os programas temáticos provisoriamente

A PRODUÇÃO DOS ASSOCIADOSNove da s a s so c i ada s da uTV man t êm uma e s t r u t u ra

pa ra a p rodução de p rog ramas p róp r i o s .

Ve j a o que e como p roduz cada um de l a s :

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intitulados “PUC ciência”, “PUC humanas e sociais” e “PUC artes”. Esses últimos são programas de 23 minutos de duração que discutem sempre um tema único, com matérias e entrevistas. A coordenação geral é de Miguel Pereira.

cândido Mendes: a Universidade Cândido Mendes não tem cursos na área de Comunicação, terceirizando a produção de seus programas através da produtora KTV. O eixo da programação da universidade é a produção dos especiais construídos a partir de eventos patrocinados pela própria UCAM. “Realidade virtual Cândido Mendes” é uma série de quatro programas de meia hora, oriunda de um evento anual do Centro Cultural da Universidade sobre tecnologia ligada à arte. “Nosso Centro Cultural é atuante há mais de 20 anos e, nesses eventos, sempre conta com a presença e o trabalho de expoentes internacionais, que vamos mostrar em nossos programas”, diz Maria Pia Mendes de Almeida, diretora e coordenadora adjunta da TV UCAM. “Agenda do milênio: a construção do tempo e os futuros possíveis” tem sua origem em um evento do

mesmo nome promovido pelo Instituto do Pluralismo Cultural, com apoio da Unesco, que trouxe ao Rio nomes como o sociólogo Alain Turaine e o crítico literário Andreas Huyssen para discutir os grandes temas do fim do século. Será exibido em outubro na UTV, com 35 minutos de duração. “Direito penal” é um programa quinzenal de debates que conta com a presença de professores da Faculdade de Direito da Cândido Mendes. O espaço para os alunos é aberto no especial “A águia pousou”, sobre moda, que mostra as produções dos formandos da Escola de Moda. Toda a produção da UCAM é gravada em Beta analógica.

castelo Branco: o curso de Comunicação da Universidade Castelo Branco tem apenas quatro anos de existência. “Por conta disso, ainda estamos montando nossa infra-estrutura para atender não só ao Canal Universitário, mas também à formação profissional”, diz Edmílson Oliveira, coordenador do curso. A UCB trabalha com equipamentos de produção e finalização S-VHS, só transferindo os programas finalizados para Beta. Por enquanto, tem levado ao ar o “Novos rumos”, debates sobre temas gerais produzido em estúdio e apresentado pelo Reitor Paulo Alcântara Gomes. Em fase de produção, o programa “Letras em imagem”, com especiais de uma hora sobre grandes autores literários, terá o formato documentário, contando com a participação dos alunos na pesquisa e realização. Os alunos também participam com reportagens inseridas no “Caderno U”, revista produzida em conjunto pelos alunos de todas as associadas que têm curso de jornalismo, coordenado pelo professor Antônio Brasil, da UERJ.estácio: a proposta da Universidade Estácio de Sá é utilizar o Canal Universitário

como espaço para a formação e experimentação do aluno. Produz atualmente dois programas semanais: “Aula aberta”, gravado em estúdio, tem a apresentação de Felipe Pena e discute temas universitários com a participação de uma platéia de alunos; “Controle remoto” é uma revista de uma hora pautada, produzida, dirigida, apresentada e finalizada por alunos dos cursos de Comunicação. “Esse programa não tem uma cara, nem um apresentador fixo. Às vezes, a matéria tem a cabeça feita por um aluno e a reportagem por outro. Nos intervalos, entram comerciais criados por nossa agência de publicidade júnior, a Sapiens”, conta Regina Varella, coordenadora de programação e mídia da Estácio. Há também dois programas mensais de uma hora, de formato mais fechado: “Panorama cultural”, sobre o circuito alternativo de arte, e “Estácio saúde”, sobre esporte e saúde. Alunos de outros cursos também entram nas produções: os do curso de Web Designer fazem a programação visual; os de Moda, fazem os figurinos e assim por diante. A Estácio utiliza equipamentos próprios: câmeras Beta, ilhas Avid e Beta e departamento de computação gráfica. “Essa estrutura já era utilizada para a TV Estácio, de circulação interna, e para a produção de um jornal diário inteiramente realizado pelos alunos que é veiculado pelo Canal Comunitário”, conta Regina.

UerJ: a Universidade Estadual do Rio de Janeiro trabalha com uma estrutura profissional dentro de sua Coordenadoria de Televisão do Centro de Tecnologia Educacional. Alunos de Comunicação, História e Ciências Sociais trabalham como estagiários nas áreas de produção e pesquisa. O programa “Campus universitário” procura aproximar universidade e comunidade, através da divulgação de pesquisas e da discussão

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P r o D u ç ã o

MAIS ASSOCIADOSoutras instituições associadas:

• Academia Nacional de Engenharia,

• CEFET-RJ, • Centro Universitário da Cidade

- UniverCidade, • Centro Universitário Moacyr

Sreder Bastos, • Escola Superior de Guerra, • Faculdades Integradas Hélio

Alonso - FACHA, • Instituto Militar de Engenharia, • Universidade do Rio de Janeiro

(Uni-Rio), • Universidade Federal do Rio de

Janeiro (UFRJ) e • Universidade Santa Úrsula.

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de switcher e estúdio próprio.

Veiga de almeida: com um Centro de Produção em TV montado para atender às demandas do curso de Comunicação, sob a coordenação de Mônica Miranda, ex-TV Manchete, a Universidade Veiga de Almeida tem dois programas de produção própria, “Vitrines do Rio” e “Zoação”, e um terceiro, o “Vídeo vitrine”, que abre espaço para a exibição de produções audiovisuais de alunos de várias universidades cariocas. “Vitrines do Rio” conta com cinco blocos produzidos inteiramente pelos alunos abordando questões sociais da cidade. Cada bloco mostra uma matéria de cerca de três minutos, finalizando com uma discussão, pelos próprios alunos, sobre o tema tratado. “Zoação”, feito em parceria com o Centro Cultural Veiga de Almeida, tem formato voltado para o público jovem, com entrevistas e brincadeiras com convidados que passeiam pelo campus da universidade. O programa tem a peculiaridade de ser apresentado por dois alunos gêmeos chamados Pablo Marlon e Marlon Pablo. A UVA trabalha com duas câmeras Beta, quatro DVCAM e quatro ilhas para diferentes suportes.

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P r o D u ç ã o

de temas cotidianos à luz do pensamento acadêmico. Estruturado em três blocos, traz também matérias especiais, com tratamento documentário, e quadros fixos, como o “Campus profissões”, sobre orientação profissional. Apresentado por Cristiane Viana e Flávio Leão, inclui eventuais programas especiais com tema único, como a visita de Fidel Castro ao Rio de Janeiro. “Rio tecnologia”, que já teve exibição regular na TVE-RJ, com apresentação de Cláudia Pfeiffer e reportagens de Mário Verdi, faz um link entre instituições de pesquisa e o setor produtivo, através da parceria com a Rede de Tecnologia do Rio de Janeiro, entidade que abriga todos os institutos de pesquisa do Estado. “Argumento” é um programa de debates mediado por Ronaldo Rosas que aborda problemas urbanos, sob a assessoria do Núcleo Superior de Estudos Governamentais da UERJ. A universidade conta com equipamento de gravação e edição em Beta. “Para manter nossa produção, contamos com parcerias importantes, como a Rede de Tecnologia, dentro do programa Rio Inteligente, patrocinado pela prefeitura, e com recursos provenientes da prestação de serviços para a sociedade, através de nosso Centro de Produção”, explica a

coordenadora Lourdes Antoniolli.

Gama Filho: além de co-produzir o “Trocando idéias”, com a Cesgranrio, cuidando dos aspectos técnicos do programa, a Universidade Gama Filho participa como co-produtora do “Caderno U”, veiculando e discutindo reportagens realizadas por alunos de várias instituições. Completando sua participação na UTV, a UGF leva ao ar o “TV Gama”, programa voltado para o público jovem, num formato semelhante aos de Serginho Groissman. “Nós contamos com alunos como apresentadores, debatedores, produtores e técnicos na produção do ‘TV Gama’. Quando colocamos alguém de fora, normalmente é por meio de matérias, para que a presença de um convidado no estúdio não tire a liberdade e a espontaneidade que marcam o programa”, conta João Uchôa, coordenador da produção da Gama Filho. A estrutura operacional da universidade já vinha sendo montada antes do surgimento da UTV, com a assessoria técnica da Cooperativa Brasileira de Vídeo, para a utilização na TV escola veiculada no circuito interno da Gama Filho. Hoje, a UGF conta com três câmeras Beta de externa e três de estúdio, duas ilhas Avid, uma Beta de corte seco e duas S-VHS, além

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emerSon calvenTe

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Até oito canais de áudio. Até 32 legendas. Até nove ângulos de câmera. Áudio surround multicanal Dolby Digital, DTS, PCM, MPEG e SDDS. Capacidade de armazenamento de 4,7 Gb a 17 Gb. Controle de censura. Proteção contra cópias: antipirataria digital e analógica. Tamanha capacidade só foi possível após o desenvolvimento das tecnologias de compressão digital, incluindo o MPEG-2 para o sinal de vídeo e o Dolby AC-3 para o áudio. Desde o início de seu desenvolvimento, foi decidido que o DVD teria as mesmas dimensões do CD standard (12 cm de diâmetro e 1,2 mm de largura) e poderia ser reproduzido no mesmo equipamento, assegurando que os players de DVD também seriam compatíveis com os CDs. Compatibilidade com os formatos anteriores (backward compatibility) é

Com a pretensão de

substituir a fita VHS,

o CD-roM, o CD de áudio,

o Laser Disc e outras mídias, o DVD

(Digital Versatile Disc) supera os limites

do mercado de entretenimento e ganha

espaço nas aplicações corporativas.

aumentadas. São aceitos os padrões de cores NTSC e PAL em ambos os formatos de imagem: 4:3 e 16:9. A qualidade de imagem de um DVD é consideravelmente melhor que a de um videocassete e até melhor que a imagem de um disco laser, desde que a fita mestre seja de alta qualidade.

ap l i ca çõe s

Atualmente, a maior aplicação do DVD tem sido no mercado de homevideo. Os consumidores estão percebendo que o DVD é uma mídia definitiva e cresce a demanda por players e novos títulos. Os preços dos equipamentos no Brasil ainda são muito altos, mas, convertendo-se em dólares, os valores já são quase os mesmos que nos EUA. Os aparelhos ainda são importados e não há nenhuma empresa montando os equipamentos no Brasil. Entretanto, crescem as aplicações no mercado corporativo, nas áreas de treinamento e educação e até na indústria fonográfica. A CareWare Multimídia é a primeira empresa brasileira a autorar DVD e a décima primeira no mundo. Para o diretor da empresa, Renato Oshima, “o DVD vai substituir qualquer tipo de saída utilizada no mercado corporativo. Ele une tudo o que tem de bom em cada uma das mídias”. A grande vantagem do CD-ROM é a interatividade, porém, sem qualidade de áudio e vídeo. O Laser Disc tem qualidade de AV muito boa, mas a interatividade é limitada e a portabilidade é ruim. “Quando o mercado corporativo descobrir todas as vantagens do DVD como mídia de saída e distribuição, todos produzirão DVD, inclusive substituindo o CD-ROM”, afirma Oshima. Algumas empresas como a Motorola e o SBT já descobriram o poder do DVD. O disco da Motorola tem a função de auxiliar no treinamento de vendas dos aparelhos de telefonia celular StarTac. O SBT está utilizando a versatilidade multilínguas do DVD para ajudar a vender seus programas para o mercado mundial. O DVD autorado pela CareWare para o SBT foi dublado em quatro idiomas

uma das características

mais importantes do DVD.

Entre os subformatos do DVD, estão o DVD-Vídeo e o DVD-ROM. O mesmo disco pode ser os dois ao mesmo tempo: é o chamado DVD-Híbrido, ou seja, é um DVD-Vídeo que tem uma área de ROM. Além de contar com excelente qualidade de som e imagem, o usuário dispõe de aplicações multimídia como num CD-ROM convencional. Players de DVD-ROM podem reproduzir seguramente CD-ROMs, CDs e DVD-Vídeos. Além da eficiência das tecnologias de compressão digital, o aumento da capacidade de armazenamento é resultado da utilização de dois discos de 0,6 mm colados, para todas as versões de DVD. De acordo com a capacidade de armazenamento, há quatro versões de DVD. O de menor capacidade, o DVD 5, comporta 4,7 Gb de dados ou 133 minutos de vídeo a uma taxa de transferência comum de 4,6 Mbits/s, ou o equivalente a sete discos de CD-ROM. O DVD 9 comporta até 8,5 Gb, o DVD 10 até 9,4 Gb e o DVD 17 até 17 Gb de dados. O DVD usa “taxas de transferência variáveis”, ou seja, se há muito movimento e detalhes na imagem, as taxas de dados transferidos para estas sucessões de imagens são

aUTOraÇÃO De DVD: O FUTUrO É aGOra

m u l T i m í d i a

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diferentes e é totalmente apresentado em blocos, como entrevistas, entretenimento, novelas etc. Cinco mil cópias serão replicadas e distribuídas em diversas feiras internacionais de programas para TV. Com o DVD perde-se o conceito de linearidade. O usuário não tem mais de usar a tecla FF do controle remoto para assistir apenas ao que lhe interessa. Com a interatividade proporcionada pelo DVD, são apresentadas telas de menus que permitem ao espectador escolher o que quer ver sem perder tempo vendo outras coisas e tudo com poucos cliques no controle remoto. “O usuário corporativo vai usar mais os recursos do DVD que os usuários domésticos. Estes continuam assistindo aos programas de forma linear. O usuário corporativo, aquele que faz um treinamento ou assiste a um institucional, vai utilizar muito mais os recursos de interatividade do DVD. Vai haver um momento a médio ou longo prazo em que a maioria dos produtos de comunicação empresarial vai ser

distribuída em DVD”, acrescenta Oshima. Para ele, também na indústria fonográfica, o futuro é audiovisual. “O que era bom ficou ainda melhor. Eu acredito que um dia não vai existir mais o CD e o DVD vai atender ao mercado de áudio também. O mesmo DVD que o usuário assiste em casa, ele vai levar para o carro para ouvir o som”. O DVD pode atingir uma freqüência de 192 kHz contra 44,1 kHz do CD convencional. Já existem players de CDs para automóveis com decodificadores Dolby Digital: é o surround dentro do carro.

p repa ração

A preparação para a produção de um título no formato DVD requer planejamento e uma série de cuidados. Novas técnicas e termos como autoria, pré-masterização, replicação, emulação, one-off, DA-88 e DLT não são muito comuns para aqueles que estão acostumados a produzir apenas vídeos.

A CareWare Multimídia procurou dar o “mapa da mina”. Os formatos Betacam Digital, Betacam SP, D1 e D2, nesta ordem, devem ser priorizados na gravação da fita master de vídeo.Também é muito importante observar os padrões de cores e de time code: o padrão de cor deve ser NTSC e o time code mais adequado é o SMPTE, 29,971 frames por segundo e non-drop frame. O áudio deve estar em suporte digital, através da fita DA-88, que suporta até oito canais de áudio. Pelo menos quatro canais devem ser gravados contendo diálogos, músicas e efeitos em taxa de amostragem de 48 kHz e time code sincronizado com o TC da fita de vídeo. Posteriormente, o áudio será mixado em sistema Dolby Digital AC3. Caso não se grave o áudio em canais separados utilizando-se a fita DA-88, o DVD ficará restrito ao som estéreo convencional. Na legendagem do DVD, cada legenda é um arquivo

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no formato bitmap. A empresa cliente deverá fornecer um disquete com as legendas geradas num editor de texto qualquer e com as informações do número seqüencial, tempo de entrada, tempo de saída e o texto, e o tempo deverá estar na forma hh:mm:ss:ff (horas, minutos, segundos e frames). A interatividade do DVD é garantida por sua interface gráfica e seu desen-volvimento começa pelo planejamento da interação. Quando há muita intera-ção, o processo de produção do DVD é similar ao da produção do CD-ROM. “Há reuniões de briefing para se iden-tificar qual é o objetivo do produto, público-alvo etc., e um roteiro é desen-volvido para criar a navegação lógica do produto. A partir desta definição é feito o planejamento gráfico, a criação e o desenvolvimento propriamente dito”, esclarece Oshima. Atualmente, o padrão utilizado nos títulos de entretenimento são: escolha de capí-tulos, legendas, idiomas, biografias, filmo-grafias e trailers. Inicia-se então o processo de autoria, na qual todas estas mídias são tratadas e processadas, tendo como saída uma fita DLT (Digital Linear Tape), que pode ser chamada de pré-master. O con-junto das etapas descritas anteriormente é conhecido por pré-masterização. Com a fita DLT, o próximo passo é a replicação, o processo industrial através do qual os discos são fabricados. Antes de replicar milhares de discos, a empre-sa fornece algumas amostras, chamadas de one-offs, para aprovação do cliente

e controle de quali-dade. O processo de autoria de DVD tem um preço médio de R$ 25 mil para um filme de 100 minutos em dois idiomas. Entretanto, produzir DVD não é uma sofisticação permitida apenas aos que gra-vam em formatos de altíssima qualidade. A partir de qualquer formato de gravação é possível produzir um DVD simples, ou seja, sem dublagem ou legendas, duração de vídeo em torno de seis minutos, possível reprodução em looping e uma tela de menu, a um custo aproximado de R$ 3 mil. A replicação de um DVD custa entre R$ 3 e R$ 4, semel-hante à da duplicação de fitas VHS.

au to ra ção

Para se ter a codificação em MPEG, em alta qualidade e em tempo real, é necessário um hardware dedicado acompanhado de um software de con-trole. Esse hardware contém embutidas técnicas de codificação específicas para a aplicação desejada, como o uso de VBR (variable bit rate) ou de codifi-cação de Dolby no áudio, em tempo real. Um dos grandes segredos para melhores imagens em uma dada taxa de dados são os filtros. Estes, fazem com que um vídeo em MPEG-2 de

uma placa tenha mais qualidade que o mesmo vídeo codificado em MPEG-2, na mesma taxa, em outra placa. A Optibase é líder mun-dial neste segmento e obtém os melhores resul-tados em compressão MPEG. Seus produtos, como o DVD Fab! e o DVD Fab!xpress, que são acompanhados pelo software Scenarist, da

Daikin, são utilizados para codificação MPEG e autoração de DVD pelos film-es de Hollywood até a transmissão de vídeo por linha de dados em grandes redes norte-americanas, incluindo armazenamento em massa. No Brasil, a Optibase é representada pela Floripa Tecnologia, que tem seus produtos para teste em laboratório. Para Robert Noebauer, presidente da empresa, é possível aprender a autorar DVD de forma rápida e fácil. “É um trabalho que, como na edição não-linear, requer alguns conhecimentos, como o entendimento dofuncionamen-to da compressão MPEG, para garantir a qualidade do produto final. O con-hecimento aprofundado do sistema DVD permite explorar recursos sofisti-cados”, explica. O DVD vai mudar o modo como as pessoas assistem filmes, ouvem música, acessam apli-cações multimídia, jogam games ou armazenam dados de computador.

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M u L T I M í D I A

A interatividade do

DVD é garantida

pela sua interface

gráfica e é a chave

para iniciar seu

desenvolvimento.

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edylita Falgetano

A h i s tó r ia das comun i cações

no b ras i l t em ma i s um caso

de p rograma de te lev i são que

consegu iu se t rans fo rmar em uma

em i s so ra de TV para cons ta r de

seus ana i s : o Shop Tour .

Em 1987 o publicitário Luiz Antonio Galebe resolveu reunir uma série de infomerciais num programa de uma hora. Comprou um espaço (baratinho) nas madrugadas da TV Record de São Paulo e produziu o “Shop Tour”, que anunciava ofertas de lojas sem condições de bancar a produção e a mídia nos intervalos comerciais das emissoras de TV. Muita coisa mudou nesses 12 anos: governos, moedas e as emissoras. Mas aquele moço, muitas vezes alcunhado de “camelô eletrônico”, é hoje o dono de uma emissora de TV - o canal 11 da cidade de Cachoeira do Sul (RS) - e seis canais de retransmissão, sendo cinco no Rio Grande do Sul além do canal 46 de Osasco, na Grande São Paulo.Pouca coisa mudou no programa

desde que entrou no ar e aportou em 95 no Canal Brasileiro de Informação (CBI), em São Paulo. Apenas recursos visuais foram incorporados ao formato inicial para melhorar a qualidade estética das ofertas apresentadas informalmente pelos apresentadores ou pelos próprios proprietários e gerentes das lojas, fábricas, imobiliárias e concessionárias de veículos que atualmente até enfrentam fila para poder aparecer no “Shop Tour”. Vários clones têm surgido na tentativa de seguir a trilha vitoriosa do “Shop Tour”. Porém, aos incautos um aviso: o formato está registrado na Biblioteca Nacional desde 1990. O professor da cadeira de Direito Autoral da Unip (SP) Eduardo Pimenta explica que tanto a obra quanto o título estão protegidos pela Lei n° 9.610/98 que substituiu a de n° 5.988/73, que versa sobre os direitos autorais. “Quaisquer semelhanças com a obra intelectual ou com o título são passíveis de caracterizar tanto uma violação dos direitos autorais quanto concorrência desleal”, explica Pimenta. “A semelhança gera uma obra derivada e o título goza de prerrogativas pois pode confundir o espectador/consumidor”, completa o advogado. Os imitadores estão sujeitos às sanções penais, pois o roteiro cinematográfico

do “Shop Tour” está devidamente registrado na Biblioteca Nacional.

imi tado, nunca igualado

Mesmo estando sujeitas a um processo-crime, diversas emissoras de TV vendem espaço e colocam no ar programas idênticos ao criado por Galebe. “As imitações estão aí. Só que falta alma. Falta essência. Eles copiam sem entender o porquê. O ‘Shop Tour’ tem toda uma história e por isso sabemos exatamente como fazer o programa pois desenvolvemos passo a passo sua trajetória”, desabafa o diretor-presidente do Shop Tour. Histórias para contar não faltam para Cláudio Ranieri, diretor comercial da empresa. “Fizemos um tour por várias emissoras até chegarmos ao CBI e termos 12 horas de programação no ar”, conta Ranieri. O “Shop Tour”, veiculado inicialmente na Record, já passou pela Gazeta, foi para a Bandeirantes, voltou para a Gazeta e retornou à Record antes de se fixar no CBI, onde é apresentado desde 95. A Manchete também fez parte desse passeio televisivo, concomitantemente à última fase da Record.No final de abril deste ano, através da Portaria nº 236 de 29/04/99, o Ministério das Comunicações autorizou a Shop Tour TV Ltda. (que fez o projeto de viabilização do canal 46+ de Osasco) a retransmitir os sinais gerados pela Televisão Cachoeira do Sul Ltda., previamente comprado. Com a transformação em emissora de televisão Ranieri ganhou uma nova missão. “A fórmula nacional será a mesma. O discurso muda de acordo com a cidade.” Para desenvolver esse trabalho o diretor comercial está coordenando o Departamento de Comunicação, que unificou as áreas de Marketing e Produto da empresa e é responsável pela integração com as áreas de Produção, Comercial, Cadastro, Vendas e Televendas. “Tudo isto é necessário para que os anunciantes encontrem na emissora uma oportunidade para anunciar seus produtos em rede

T e l e v i s ã o

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O PROGRAMA QUE VIROU EMISSORAO PROGRAMA QUE VIROU EMISSORA

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nacional, a um custo bastante acessível, e os consumidores continuem a confiar no programa.” Depois de trabalhar arduamente na viabilização do canal na Grande São Paulo, o superintendente de rede do Shop Tour, Jorge Adamo, não perde o pique. Está desenvolvendo novos projetos e pretende incluir o novo canal no line-up das diversas operadoras de cabo brasileiras. “O programa será mantido na CBI nos moldes atuais. Estamos definindo uma programação diferente para o canal Shop Tour, que em São Paulo poderá ser assistido pelo 46 UHF.”A programação veiculada nacionalmente seguirá a mesma linha consagrada, e Adamo pretende estabelecer diversas parcerias com agências (e até mesmo produtoras) locais para colocar no ar, no início do ano que vem, os infomerciais do próprio canal.

bem equ ipada

A produção própria dos infomerciais sempre foi uma das principais prerrogativas defendidas por Luiz Galebe. “A possibilidade de produção local é uma tentativa, ainda em estudo, para viabilizar a inserção de clientes distantes do centro de operação da empresa, quando a emissora puder ser captada em todo o Brasil”, prevê Adamo.Nove equipes de produção, com viaturas próprias, e equipamento Betacam SP percorrem, em média, nove endereços por dia para produzir os 350 infomerciais veiculados semanalmente, vendidos por uma equipe de 60 pessoas. Cada cliente desembolsa R$ 2,85 mil para produzir e veicular 14 inserções aleatórias durante os sete dias da semana. “Só quem anuncia no bloco ‘Hora certa’ é que escolhe previamente o horário de exibição”, explica Ranieri. O privilégio custa aproximadamente R$ 1,42 mil por três inserções.As gravações são feitas entre segunda e quinta-feira e os comercias editados até o final da sexta-feira. “Isso não significa que no

início da semana as ilhas fiquem ociosas”, explica Paulo Guanais, coordenador do Núcleo de Pós-Produção. Tanto as três ilhas de edição - duas Betacam SP e uma com quatro máquinas, switcher, DFS e chroma-key digital também da Sony - quanto a central de computação gráfica (que conta com um Media 100), também são usadas para realizar os comerciais das Lojas Americanas, protagonizados por Galebe&Cia. Para atender à demanda advinda da produção da programação do novo canal está sendo montada uma quarta ilha de edição complementada pelo recém-adquirido Edit, da Discreet. “Neste momento estamos estudando a possibilidade de adquirir um Flint”, completa Guanais.Tanto a torre de uplink quanto os equipamentos de retransmissão do canal 46 já estão instalados para cumprir o prazo estabelecido pela lei. O canal Shop Tour vai entrar no ar em São Paulo com 5 kW de potência, usando um transmissor Telavo/ABS de 40 kW. Além da torre, a sede da empresa, na Zona Sul de São Paulo, abriga também a central de exibição. “Vamos trabalhar com duas máquinas SpotWare da Floripa, com 400 Gbites de memória e sistema de codificação MPEG-2, da Philips”, explica Nelson Nunes, gerente operacional da Central Master.

o cana l

O ritmo acelerado com que as coisas acontecem no Shop Tour é diretamente proporcional ao esquema de apresentação criado por Galebe. Várias barreiras foram ultrapassadas para que um programa de ofertas exibido nas madrugadas virasse uma canal de televisão.

As razões apontadas para tal crescimento vão desde a conjuntura econômica brasileira até a credibilidade alcançada pela empresa. “Acabou o preconceito que algumas agências de propaganda

tinham com o ‘Shop Tour’. Hoje somos encarado como mídia”, define Ranieri, que considera o programa “um espelho do mercado”. Embora não divulgue seu faturamento anual a informação oficial da empresa é que o programa “tem uma receita compatível com uma emissora de televisão”.Vários dos atuais anunciantes há 12 anos torciam o nariz quando procurados pela equipe de vendas do programa que conquistou clientes que o próprio diretor comercial nem sonhava em contatar, como uma concessionária da Mercedes-Benz. “O consumidor hoje tem uma postura totalmente diferente. Chique, atualmente, é comprar barato.”O “Shop Tour” acompanhou o desenvolvimento do consumidor brasileiro e toma suas precauções antes de vender seu espaço. Pesquisas junto ao Serasa e ao Procon são realizadas para garantir a seriedade do anunciante. Os próprios apresentadores “testam”, no ar, os produtos anunciados. “É claro que falhas acontecem. Mas temos nosso serviço de atendimento ao espectador. Todas as denúncias são checadas e, quando comprovadas, nos retratamos e tiramos o anúncio do ar”, confessa Ranieri.Planos expansionistas já estão em pauta no Shop Tour. E, é bom lembrar que Senor Abravanel, o proprietário do SBT, popularmente conhecido como Silvio Santos, também começou sua carreira televisiva como apresentador do programa, que continua no ar até hoje.

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A origem do canal Shop Tour é semelhante à do SBT: seus proprietários

eram, e ainda são, apresentadores de TV.

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Única emissora brasileira com produção inteiramente terceirizada, a TV Senac, de São Paulo, está no ar desde novembro de 1995, quando começou a ser transmitida via satélite para as 50 unidades do Senac espalhadas por todo o estado. A partir de 97, a emissora expandiu seu alcance com a transmissão pelo sistema de TV por assinatura, via Net e operadoras regionais, e por canais abertos, via MMDS, VHF e UHF, atingindo dez estados brasileiros, além de transmissão pelas operadoras via satélite (DTH), DirecTV, Sky e

A p ropo s t a da TV Senac

São Pau l o é ap re sen t a r uma

p rog ramação que va l o r i z e ,

eduque e a t ua l i z e o p ro f i s s i ona l

no me r cado de t r aba l ho .

A em i s so ra de s i na l f e chado

t ambém ab re e spaço pa ra a

co - p rodução de documen tá r i o s .

que a tecnologia digital entrou em cena, fica muito difícil manter-se atualizado. Os equipamentos se modificam a cada ano e, se tivéssemos de investir nesse tipo de atualização, certamente faltariam recursos para colocar a TV no ar 24 horas por dia”, conta Ana.

pa r ce i r a 1

A Franmi Produção e Publicidade, empresa dirigida por Max Alvim e Carlos Alberto Bottini, é parceira da TV Senac desde sua implantação, assessorando inclusive a montagem da estrutura da emissora. “No final de 94, quando começamos a montar a emissora, recorremos ao know-how do Bottini, que durante muito tempo foi diretor de operações da Rede Bandeirantes, e de sua empresa, que é uma das poucas produtoras com vasta experiência em todas as áreas de operação de uma TV, incluindo a transmissão”, afirma a diretora geral. A Franmi cuida da produção mais cotidiana da TV Senac, como as vinhetas, chamadas, animações, campanhas e programas da grade fixa. “Além desses trabalhos, também desenvolvemos alguns projetos especiais, alguns por nossa própria iniciativa, que acabam entrando na programação da emissora”, afirma Max Alvim, um dos diretores da empresa, citando a série de projetos “Páginas da estrada”, sobre a cultura latino-americana. “Passamos nove meses com uma equipe captando imagens por toda a América do Sul. O trabalho resultou em uma série de seis documentários sobre os países visitados: dois sobre arte e cultura popular, dois sobre mulheres escritoras e mais dois sobre educação à distância”, conta Alvim. A estrutura que permite dar conta de todo esse trabalho é invejável: a Franmi conta com 160 profissionais e um parque de equipamentos composto por mais de uma dezena de câmeras Beta SP (para a maior

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T e r C e i r i z a ç ã o

TecSat, para todo o território nacional. A programação da TV Senac atinge também Canadá e Japão. Baseada em uma estrutura enxuta de produção, que permite operacionalizar a emissora com um orçamento anual de cerca de R$ 18 milhões, dos quais R$ 13 milhões são destinados à programação, a TV Senac transmite programas produzidos de várias maneiras: produção terceirizada, através das produtoras Franmi e Documenta; parcerias com empresas e intercâmbios com outras emissoras do País e do exterior, como a TV Cultura, de São Paulo, e a We TV, do Canadá; co-produções, com produtoras independentes; e aquisição. “Trabalhamos com uma equipe de pesquisadores, pauteiros e jornalistas com cerca de 40 integrantes que define as linhas básicas de nossa programação e, a partir daí, terceirizamos tudo, inclusive a produção de vinhetas e chamadas, só voltando a realizar o processo em sua outra ponta, a transmissão”, explica a diretora-geral da TV Senac, Ana Dip. A opção pela terceirização surgiu como uma maneira de manter uma alta qualidade nos programas produzidos sem ter de investir freqüentemente na aquisição de equipamentos de produção. “Depois

A OPÇÃO DA

A OPÇÃO DA

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parte dos programas) e Digital (para a parte de programação visual e algumas produções especiais), ilhas lineares e não-lineares, equipamentos de sonorização, como o ProTools, estúdios, caminhões de externa etc. Estruturada em quatro divisões (broadcast, para programação; arte, para som, animação e cenografia; engenharia, para equipamentos e telecomunicações; multimídia, para WebTV, TV on demand e Internet), a empresa acaba de adquirir uma estação móvel SNG, para transmissão de dados via satélite, sendo cadastrada nos sistemas Brasilsat, Intelsat e PanAmSat. Essa situação permite à Franmi atender clientes do porte da CNN, NHK, TV Fuji, TV Assahi, além das principais redes broadcast nacionais, na área de engenharia, além de emissoras como a TV Senac, a TV Assembléia e a TV Cultura. “No caso do Senac, os programas ao vivo que gravamos são transmitidos por microondas”, esclarece Alvim.

pa r ce i r a 2

A segunda parceira constante da TV na área de produção é a Documenta

Vídeo, empresa criada há dois anos por José Roberto Ferreira Cintra, o Zezo, e Carlos Alberto Vicalvi, o Cacá, egressos do núcleo de documentários da própria Franmi. “Nós produzimos principalmente os programas das séries ‘Mundo’, como a ‘Mundo da ecologia’ e a ‘Mundo da alimentação’, documentários temáticos de 11 minutos de duração, além de documentários especiais de 49 minutos, normalmente um por mês, e alguns propostos por nós”, explica Cacá. A produção das séries “Mundo” é quinzenal e conta com uma equipe fixa de cerca de 30 profissionais. Para os especiais, as equipes podem variar. Nos últimos meses, a Documenta realizou documentários sobre a região cortada pela Hidrovia Tietê-Paraná, sobre a região do Caraça e sobre os 100 anos do Instituto Osvaldo Cruz, pautas sugeridas pela própria equipe da produtora. Além disso, a TV Senac encomendou especiais como “As paneleiras de Vitória”, em finalização, “Avenida Paulista”, “Design industrial” e “Campos do Jordão”. A Documenta conta com câmeras Beta DX-30, equipamentos de edição (Media 100) e finalização.

Ana Dip conta que a sugestão de pautas e a concepção dos programas é discutida pelos profissionais da TV Senac, que também cuidam da escolha de convidados e da elaboração de textos e de um pré-roteiro. Posteriormente, o assunto é discutido com os profissionais das produtoras terceirizadas, que trazem novas pautas e abordagens. “Com as imagens gravadas, o conteúdo é discutido por todos a partir de uma edição em corte seco. Se aprovado, parte para a finalização”, explica.

co - p roduçõe s

A diretora-geral da TV Senac acrescenta que há uma verba anualmente destinada para co-produções. Atualmente, a emissora está envolvida em vários documentários e séries nesse sistema. No último mês de agosto, foi exibido, simultaneamente com a TV Cultura, o documentário “Anita Garibaldi: amores e guerras”, co-produção com a TV educativa paulista. Para os próximos meses, estão previstas várias estréias. “Will Eisner - profissão: cartunista”, co-produção com a Scriptorium dirigida por Marisa Furtado e Paulo Serran,

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Não disponivel

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é uma série em três episódios sobre o criador do personagem Spirit. O lançamento ocorre no dia 8 de outubro, no Centro de Comunicações e Artes do Senac, no bairro paulistano da Lapa, com a presença do cartunista, de personagens caracterizados, um cenário estilizado representando os becos nova-iorquinos - habitat dos personagens de Eisner - e a abertura de uma exposição de cartuns. No mesmo dia, a série estréia na TV Senac. Ainda em outubro, outro documentário sobre cartoons vai ao ar: “Pasquim: a revolução pelo cartoon”, co-produzido pela Jal & Gual Comunicação, em fase de finalização. Estreiam ainda este ano a série de 12 programas “Raízes brasileiras”, co-produção com a RG Brasil, e o documentário “A trajetória de Geraldo de Barros”, com a Tatu Filmes.

s i s t ema

A TV ainda tem projetos em parceria com patrocinadores, como “Instrumental Sesc Paulista”, já no ar, “Fragmentos”, em fase de conclusão do piloto, e um especial

que vai transformar a exposição “Fernanda Montenegro em cena” em documentário. Todos esses projetos têm a parceria financeira do Sesc. “A programação é completada por produções de outros países, veiculadas na série ‘Visões de Mundo’ e adquiridas através de uma acordo de intercâmbio com a We TV e por aquisições”, diz Ana.Uma das grandes vantagens da TV Senac é seu sistema de transmissão. A emissora tem 24 horas por dia no satélite Brasilsat B3, com espaço de 12 MHz dividido em dois canais e dados transmitidos pelo sistema de compressão MPEG-2. Um dos canais é destinado à transmissão da programação da TV, atingindo um público potencial de 18 milhões de espectadores; o segundo tem oito horas diárias reservadas para a transmissão da programação da TV Assembléia Legislativa e as outras 16 horas destinadas à comercialização do sistema de teleconferências, que já conta com clientes como a Companhia Hidrelétrica do São Francisco, a Associação Paulista de Medicina e a Fundacentro, e tem 47 pontos de recepção espalhados

por todo o país, além de oferecer a possibilidade de instalação de kits de transmissão nas próprias empresas interessadas. “A comercialização desse sistema traz uma grande possibilidade de tornar o canal auto-sustentável, gerando recursos além dos R$ 18 milhões mesais de verba direta do Senac que o canal recebe”, diz Ana Dip. Outras possibilidades de aumento dos recursos vêm da comercialização dos breaks e da venda de cotas de patrocínio para os programas da casa, que tem sido feita pela agência de publicidade DMC. A TV Senac só aceita publicidade institucional, restringindo comerciais de varejo, bebidas e cigarros. Outra alternativa de capitalização é a captação pelas Leis de Incentivo à Cultura, opção que a diretora-geral classifica como “muito complicada”. “Além de muito burocráticas, essas leis não têm a agilidade que uma emissora de TV necessita”, reclama, recordando que a TV Senac tem um projeto aprovado desde o início de 99, a série “Mundos”, e, até o momento, não teve sucesso na captação.

paulo boccato

T E r C E I r I Z A ç ã o

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OS nOVOS SWITcHerSOS nOVOS

SWITcHerS

A data para o início das transmissões digitais ainda não está definida. Mas isso não significa que a migração das redes brasileiras do analógico para o digital só vá ocorrer daqui a alguns anos. Primeiro as emissoras investiram em câmeras digitais, depois em ilhas, e finalmente os investimentos chegaram na ponta - nos switchers. O que estava ocorrendo é que a captação e finalização em digital estava perdendo qualidade justamente na hora de chegar ao switcher. Agora, os prejuízos começam a ser reparados. Uma das vantagens relevantes é de que o switcher digital pode eliminar as indesejáveis interferências inerentes ao mundo do sinal analógico. Um dos mais recentes lançamentos é o Kalypso, da Grass Valley. Um switcher para ser usado em pós-produção e produção que oferece

b roadca s t e r s b ra s i l e i r o s

começam a i n ve s t i r em sw i t c he r s

d i g i t a i s .

o equ i pamen to , u sado em

p rodução e pó s - p rodução , v em

ganhando t e r r eno no me r cado

e a i ndú s t r i a o f e r e ce so l u çõe s

pa ra ap l i ca çõe s de méd io e

pequeno po r t e .

controle completo sobre várias funções que até então careciam de comando externo. Tem 80 entradas (vídeo e/ou key) que eliminam a necessidade de roteamento externo, ou sub-switchers, na maioria das aplicações. As 46 saídas são reconfiguráveis (mais duas fixas) e permitem combinação de saídas M/E (Mixer Effects). Em cada canal de M/E é possível posicionar quatro keys (gráficos ou logotipos sobre um vídeo de fundo, por exemplo). Cada keyer do sistema dispõe de um gerador de borderline para criar sombras, projeções e contornos. O Kalypso tem até seis canais de efeitos digitais integrados, que suportam transformações de 2D em espaço 3D e efeitos de 2D (como mosaicos). O dispositivo time line de memória (que já vinha sendo usado em outros switchers da Grass Valley), permite combinar disparos externos e comandos de execução no andamento de um efeito interno do switcher. O diretor-presidente da Videodata, representante da Grass Valley no Brasil, Rosalvo Carvalho, faz mistério, mas diz que durante a Broadcasting & Cable, realizada no mês passado no Rio, foram encaminhadas três negociações. “No mundo inteiro já foram vendidas 25 unidades”, afirma. A NEP Supershooters, da Pittsburgh (Pensilvânia), já teria assumido o compromisso de compra do Kalypso. A empresa é fornecedora de caminhões de externa para redes e TVs a cabo dos Estados Unidos. Fox e CBS pretendem usar o equipamento na temporada de

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e q u i p a m e n T o s outono norte-americana dos jogos da Liga Nacional de Futebol Americano. ESPN e Turner Entertainment Networks devem seguir o mesmo caminho, usando o Kalypso em transmissões esportivas. Como tudo tem seu preço, broadscasters, preparem o bolso. A versão de quatro canais M/E do Kalypso tem preço inicial de US$ 215 mil (tabela americana). A versão com dois canais M/E promete ser lançada antes da NAB do ano 2000, espera-se, a um preço menor.

a t é a t r an s i ção

A Grass Valley quer manter a liderança de master switchers no Brasil com o Master Digital 2100. O modelo é o sucedâneo do Master 21, com mais de 3,5 mil unidades vendidas no mundo inteiro. E a Record é a primeira emissora brasileira a investir na novidade. “Ele pode chamar até 32 vídeo servidores. Tem DVE de efeitos 2D embutida, que pode seccionar a imagem sem deformar. A operação pode ser automatizada com o uso do software Louth Automation, que pode ser programado para repetir uma série de rotinas”, explica Rosalvo Carvalho, da Videodata. Outro switcher da Era Digital que foi apresentado na B&C foi o Digital Diamond 35 (DD35), da Philips. Tem até 64 entradas de vídeo, quatro M/E e pilota até 15 keys simultaneamente (o que permite algo parecido com uma arte com 15 GCs simultâneos). Tem três color backgrounds, controla até quatro VTs e duas DVEs e dispõe de 500 memórias. “Elas podem ser programadas e acessadas instantaneamente. Este é o grande diferencial. A maioria dos switchers tem no máximo 100 memórias”, explica Paulo Azevedo, representante da Philips no Brasil. O DD35 pode ter uso compartilhado. Duas réguas podem estar voltadas para transmissão ao vivo, e a outra metade (mais duas réguas de controle) atuando em pós-produção. A versão anterior do DD, o DD30 já é usado pela RBS, de Porto Alegre e Florianópolis, mas o DD30 não pode ganhar upgrade para a versão mais recente. Como o Kalypso, o

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DD35 é considerado de fácil operação, as interfaces são bastante intuitivas. A grande desvantagem do modelo da Philips é que ele não transmite em HDTV, nem em SDTV, característica que o Kalypso tem. Só que do ponto de vista do bolso, o DD35 é bem mais acessível. A configuração básica sai por US$ 120 mil. Dependendo do uso, pode até valer a pena investir num equipamento mais barato, mesmo considerando que ele pode ir para o lixo quando a HDTV tupiniquim for uma realidade.

me io t e rmo

Switcher digital de produção e pós-produção é um equipamento que vai ganhando terreno nas emissoras. Por isso a indústria tem oferecido soluções para aplicações de médio e pequeno porte. A Sony lançou na última NAB o switcher digital 7150. Tem 1,5 M/E, 32 entradas de vídeo, permite controle da DME (gerador de efeitos) e do roteador de áudio e vídeo. “Antes a Sony só tinha mesas muito pequenas, de 16 entradas. Ou muito grandes, de 36 entradas, com 2 M/E, o que encarecia muito o produto. A DVS 7150 é uma mesa poderosa de tamanho médio. O uso em caminhões de externa é a aplicação que melhor

trabalha a relação custo/benefício”, explica Luís Carlos Meluzzi, gerente de broadcasting da Sony/Brasil. A afiliada da Bandeirantes em Ribeirão Preto é o primeiro negócio fechado no país. A emissora começou a usar o equipamento no começo de setembro. O preço do DVS varia de US$ 60 mil a US$ 120 mil, dependendo da configuração. A Sony também dispõe de um modelo que pode ser usado em transmissões de HDTV e SDTV. Mas aí a conversa é bem diferente. O preço é três vezes maior. O HDVS 7150 custa na faixa de US$ 300 mil. “Não é possível fazer upgrade do DVS para o HDVS. Cada equipamento é para uma etapa diferente da transição do analógico para o digital”, esclarece Meluzzi. E é bom que fique claro que switcher digital não é exatamente uma novidade. Eles começaram a chegar ao mercado há cerca de quatro anos. Alguns modelos têm até funcionamento híbrido

- trabalham com sinal analógico e digital. O Àccom 8150 é um dos representantes desta estirpe. Está na praça desde 96. Tem três entradas de vídeo, e uma DVE (Digital Video Effects) embutida. “Ele é recomendado para aplicações de pequeno porte, devido ao número limitado de canais. O grande diferencial é a DVE embutida. O custo de uma mesa similar mais uma DVE é até 20% superior. Para emissoras de pequeno porte ele também pode ser uma boa opção”, afirma Sérgio Constantino, gerente de broadcasting da Video Systems, representante da Àccom no Brasil. O 8150 é um modelo que permite upgrade. Desde que a TV Globo inaugurou a nova unidade na Zona Sul de São Paulo, vem usando este equipamento. O preço da configuração básica do 8150 está na faixa de US$ 40 mil.

beto Costa

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SWITcHerS na PraÇa

MODeLO FaBrIcanTe cOnFIGUraÇÃO PreÇO (US$ mil)Kalypso Grass Valley 80 entradas/ 4 ME 215DD 35 Philips 64 entradas/4 ME 120DVS7150 Sony 32 entradas/1,5 ME 608150 Àccom 3 entradas 40

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Paulo BoCCato

P r O G r a M a Ç Ã O r e G I O n a L

ParÁUm dos mais importante estados da região Norte do país, o Pará, é responsável por 2,4% do potencial de consumo do país e tem cerca de 1,2 milhão de domicílios com TV, segundo o anuário Mídia Dados 98. Sua grande extensão territorial, por onde se espalham aproximadamente 5,7 milhões de habitantes, traz algumas peculiaridades na organização da televisão local. Para cobrir toda a região, servida por um precário sistema de transportes, a transmissão é realizada preferencialmente por satélite e poucas emissoras conseguem alcançar todas as regiões do estado. Algumas retransmissoras situadas no perímetro da Amazônia Legal, as chamadas microgeradoras, tinham um status especial graças à Portaria 93 (19/07/89) que permitia a veiculação de programas de interesse comunitário desde que não ultrapassasse 15% do total da programação da estação geradora a que estiver vinculada e as inserções publicitárias locais, desde que feitas no mesmo intervalo destinado pelas estações geradoras cedentes da programação à sua publicidade comercial local.O Decreto 2.593/98 publicado em 15/05/98 proibia a veiculação de programação local a partir de maio deste ano, mas em dezembro do ano passado este prazo foi ampliado até maio de 2000 pela Portaria 325 de 22/12/98. A possibilidade de inserção comercial local está mantida.

A F I L I A D A S G L O B A I S

As associadas da TV Liberal, afiliadas da Rede Globo, são um exemplo dessa situação: até o ano passado, cada uma delas produzia o telejornal “Liberal comunidade”, veiculado aos domingos, discutindo questões de interesse da região através de reportagens e entrevistas. Para se adequar à atual legislação a produção dos programas já foi suspensa e a estrutura disponível para tanto passou a ser utilizada exclusivamente para a produção de matérias que são veiculadas dentro da grade de programação da TV Liberal de Belém. A Rede Globo, aliás, tem duas afiliadas no Estado do Pará: a TV Liberal, de Belém, com retransmissoras dotadas de núcleo de jornalismo em Altamira, Castanhal, Itaituba, Marabá, Paragominas, Redenção e Tucuruí, que alcança a

maior parte do estado, e a TV Tapajós, emissora do município de Santarém, que abrange dez cidades do Noroeste do Pará. A primeira é dotada de uplink que envia seu sinal digitalmente para o Brasilsat, sendo captada em lugares de difícil acesso por decodificadores habilitados remotamente. “Anteriormente, essas localidades recebiam apenas a programação nacional, ficando fora do ar durante os comerciais e programas de veiculação local. Agora, recebem o sinal direto de Belém”, explica o diretor de engenharia da TV Liberal, Dênis Brandão. A programação local produzida por essas emissoras é bastante semelhante, privilegiando o telejornalismo. Na TV Liberal, todos os programas são produzidos na própria emissora, com exceção do “Minuto da universidade”, informativo realizado pela Universidade Federal do Pará e veiculado aos sábados nos intervalos do programa “Zorra total”. São utilizados equipamentos Beta analógicos e digitais. A programação de segunda a sábado inclui duas edições do “Jornal Liberal”, ao meio-dia, com 50 minutos de duração, e às 18h45, com duração de 15 minutos, além de um bloco local de dez minutos do “Globo esporte”, exibido às 12h50. Nos dias de semana, a TV Liberal exibe também o “Bom dia Pará”, telejornal de 30 minutos com início às 6h45. A programação local é completada pelo “Liberal Comunidade”, exibido aos domingos às sete da manhã. Com meia hora de duração, o programa é composto de matérias e entrevistas que pretendem aprofundar a discussão de temas de interesse da região. Aos domingos, também é transmitida, ao vivo, a missa das seis da manhã. “Eventualmente, produzimos e veiculamos alguns programas especiais, como os que estamos preparando sobre a festa do Círio de Nazaré. Transmitimos também o Festival de Folclore de Santarém, enviado por satélite”, explica o gerente de programação da TV, Augusto Cerqueira.A TV Tapajós produz os telejornais “Jornal Tapajós” (primeira edição às 11h00 e segunda edição às 17h50, de segunda a sábado), “Bom dia Santarém” (segunda a sexta, 5h45) e “Tapajós comunidade” (domingo, às 6h00), além do bloco local do “Globo esporte”, exibido às 11h45. A diferença de horário leva em conta que o Noroeste do estado tem um fuso diferente em relação à área alcançada pela TV Liberal.

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Além disso, a emissora de Santarém produz dois programetes semanais de cinco minutos exibidos durante a primeira edição de sábado do “Jornal Tapajós”: “Paraísos selvagens”, que mostra os recursos turísticos da região, e “Santarém coisas nossas”, mostrando na música, a cultura e a história das cidades abrangidas pelo canal. Com 20 anos de existência, a TV Tapajós acaba de ganhar dois novos transmissores com módulos de implantação para HDTV, um segundo editor não-linear de vídeo, o Vmax 301 RT/Digisuite, em real time, e um Digital Break, que se juntaram às câmeras Beta digitais e analógicas adquiridas nos últimos anos. As duas emissoras recorrem à troca de matérias jornalísticas entre si: a TV Tapajós enviando material para compor eventualmente os telejornais da capital e a TV Liberal ocupando blocos fixos nos de Santarém. As matérias produzidas pelas retransmissoras que possuem núcleo de jornalismo são enviadas para a TV Liberal por avião, para inserção nos telejornais da emissora.

E D U C A T I V A

A TV Cultura, de Belém, mantida pela Funtelpa - Fundação de Telecomunicações do Pará, retransmite parte da programação da TV Cultura de São Paulo e o programa “Sem censura”, da TVE-RJ, ocupando o restante da grade com programação local. Alcançando atualmente um raio de 70 km a partir de Belém, a Cultura vai expandir seu sinal até maio de 2000, subindo um uplink digital para 76 estações retransmissoras no interior. Segundo Sônia Freitas, diretora-geral da TV, também há planos de atualizar o parque de equipamentos da emissora, com aquisição

de câmeras e ilhas Beta digitais e analógicas, substituindo o atual sistema S-VHS. A Cultura também deve estrear, ainda este mês, dois novos programas produzidos localmente: o infantil “Cata lendas”, de exibição quinzenal, e o “Sons e tons”, programa semanal dedicado à música erudita. Atualmente, a Cultura conta com o “Revista feminina”, exibido de segunda a sexta às 13h15, com reprise às 19h00, o “Sem censura Pará”, de segunda a sexta às 13h30, o “Esporte cultura”, de segunda a sábado às 13h00, e o “Jornal Cultura”, de segunda a sábado às 19h15. “Revista feminina” tem enfoque na prestação de serviços, defesa do consumidor e dicas de saúde e boa forma. Apresentado por Adelaide Oliveira, o programa inclui reportagens, quadros fixos e, na sexta-feira, um entrevistado que fala sobre um tema abordado em enquetes durante a semana. “Sem censura Pará” é um programa ao vivo apresentado por Linda Ribeiro, com a presença de dois debatedores - que se revezam em um quadro de onze profissionais de várias áreas que colaboram com a emissora - e quatro convidados especiais, um por bloco. Com duração de uma hora e meia, o “Sem censura” tem dois quadros fixos, únicos segmentos gravados do programa: a agenda de eventos, na segunda, e a agenda cultural, na sexta. O “Esporte Cultura” conta com um rodízio dos apresentadores Flávio Barros e Diane Maués, que apresentam matérias enfocando especialmente o esporte amador. O “Jornal Cultura” faz um apanhado das notícias do dia de interesse local, com quinze minutos de duração.

B A N D A F I L I A D A S

Afiliada da Bandeirantes, a Rede Brasil Amazônia de Televisão (RBA) alcança a maior parte do Estado do Pará através de retransmissoras que captam o sinal de satélite transmitido a partir de Belém. Os programas locais da emissora, produzidos em S-VHS e transmitidos ao vivo, com a exceção do “Esporte total Pará”, privilegiam os temas esportivos e policiais. Na faixa de esportes, a RBA conta com dois noticiários por dia, de segunda a sexta: o “Camisa 13”, das 7h00 às 7h30, e o “Esporte total Pará”, das 13h30 às 13h40. As manhãs da RBA já começam quentes com a exibição de “Cidade contra o crime” (de segunda a sexta, das 7h30 às 8h00), com matérias ao vivo das delegacias e de qualquer outro ponto da cidade onde haja sinais de contravenção. A programação policial continua no horário de almoço, com o “Barra pesada”, programa de

G e r a D O r a S P a r a e n S e S

cIDaDe eMISSOra caBeÇa-De-reDe canaL

Belém Cultura - 2Belém BoasNovas(TBN) CNT 4Belém SBT SBT 5Belém Liberal Globo 7Belém Record Record 10Belém BrasilAmazônia Bandeirantes 13Itaituba Itaituba Record 2Marabá Capital Record 50Marabá Eldorado SBT 7Marabá Tocantins Bandeirantes 10Santarém Tapajós Globo 4

horár io dos programas reg iona is www. te lav iva .com.br

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uma hora de entrevistas, matérias e prestação de serviços, veiculado de segunda a sexta às 12h30. O “Metendo bronca”, líder absoluto de audiência no horário das 13h40 às 15h00, vai ao ar de segunda a sexta sob a batuta do folclórico apresentador Luís Eduardo Anaice, com reportagens policiais, brincadeiras e matérias “caricaturais”. A programação noturna da RBA é mais amena: o “Jornal RBA”, das 19h00 às 19h30, resume as notícias do dia, incluindo matérias especiais com a atuação dos parlamentares paraenses em Brasília. As noites de segunda são preenchidas com um programa de entrevistas de uma hora de duração, o “Argumento”, que entra no ar às 22h15. Aos domingos, a RBA transmite a missa dominical a partir das 7h00 e, aos sábados pela manhã, entra no ar o único programa veiculado por meio de compra de horário, o telemarketing “Feirão do automóvel”.A Bandeirantes tem outra emissora afiliada no estado: a TV Tocantins, de Marabá, que abrange um raio de 80 km a partir da sede. Com produção em S-VHS, a TV Tocantins conta com cinco programas de cunho religioso: “Despertar da fé”, “A prece poderosa”, “Cristo é a resposta”, “Água viva” e “Jesus verdade”, que alcançam altos índices de audiência na região. A emissora também produz os jornalísticos “Acontece”, de segunda a sexta das 13h10 às 13h45, e “Cidade viva”, aos sábados das 8h30 às 9h30, além do talk show “Quirino Filho”, exibido aos sábados das 10h30 às 11h30.

R E C O R D , S B T e c n t

A TV Record, de Belém, tem alcance restrito à região metropolitana da capital, atingindo cerca de 2,5 milhões de pessoas. Para o final deste mês, está prevista uma expansão, por satélite, para todo o estado, cujas retransmissoras ainda recebem o sinal da cabeça-de-rede. “Essa ampliação da área de abrangência deve acarretar uma mudança na programação local, com aumento do espaço dedicado ao telejornalismo”, diz o diretor de jornalismo da empresa, Linomar Bahia. Por enquanto, a Record paraense produz apenas o “Informe Pará”, telejornal de 15 minutos exibido de segunda a sábado às 19h05. “Temos matérias ao vivo de vários pontos da cidade e a presença de comentaristas e convidados que sempre aprofundam o assunto abordado”, explica Bahia. A emissora produz em Beta e deve ter, até o final do ano, um novo telejornal diário no horário de 12h00 às 13h00.O SBT não produz programação própria em sua

emissora de Belém, ao contrário do que ocorre na afiliada da rede paulista em Marabá, a TV Eldorado. A emissora atinge cinco municípios da região, num total de 420 mil habitantes, e produz três programas: o policial “Aqui agora Marabá”, de segunda a sábado das 12h45 às 13h45; o jornalístico “Noticidade”, de segunda a sábado das 18h40 às 19h00, e o programa de entrevistas “Conexão Marabá”, aos sábados das 12h00 às 12h45. Segundo Marcos Spíndola, diretor-executivo do canal, toda a programação é produzida em S-VHS.A evangélica TBN (TV Boas Novas), também de Belém, conta com a maior parcela de programação local: cerca de metade da grade é preenchida por programas produzidos pela própria emissora e por alguns produtores independentes que compram horário. A grande maioria dos programas é de doutrinação religiosa, como “Telecurso bíblico”, “Grito de vitória”, “Ondas de amor e paz”, “Os grandes tribunos de Deus” e “De bruxo a ministro de Deus”, e de música gospel, como “Grande musical RBN”, “Celebrai” e “Palco gospel”. A programação conta inclusive com um infantil evangélico, o programa “Criança & Cia”. O jornalista e pastor Jerônimo Filho, diretor de programação da emissora, classifica a capacidade produtiva da TBN como “um milagre” e cita exemplos: “Durante a transmissão ao vivo de uma campanha para arrecadar fundos para a compra do satélite evangélico, o Jesus-Sat, uma de nossas três câmeras ameaçou falhar. Coloquei as mãos sobre ela, fiz uma oração e a tal câmera nunca mais deu defeito algum”. Jerônimo preconiza “a abertura de espaço para programas locais como fundamental para fugir do esquema das grandes redes, que restringem cada vez mais o espaço para as culturas regionais”. A TBN produz com câmeras S-VHS e estuda a aquisição de câmeras Beta para o próximo ano. Na parte de transmissão, alcança boa parte do estado por satélite e começa a instalar retransmissoras em diversas cidades do interior.O espaço para a produção independente é ocupado por programas religiosos da Igreja do Evangelho Quadrangular e por outros programas sem cunho evangélico, veiculados através de compra de horário. Entre eles, estão: “TV cidade”, de variedades da cultura local; “Fogo cruzado”, jornalístico opinativo, “Em cima do lance”, mesa-redonda sobre o futebol paraense; “Vida e saúde”, com dicas de saúde; “Cara a cara com a verdade”, entrevistas com autoridades locais; e o talk show “Gil Reis”. O restante da programação é completado por programas nacionais da CNT e da rede Boas Novas, cadeia evangélica que alcança dez estados do país.

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F i q u e p o r d e n T r o

P R O M A X P A R A A A M É R I C A L A T I N AA Promax&BDA, evento que engloba seminários, workshops e premiação sobre os trabalhos de promoção dos canais latino-americanos, quer este ano atrair um maior número de profissionais das redes brasileiras. A Promax & BDA Latin America acontece em 8 e 9 de novembro em Miami (EUA). Trata-se da segunda edição do evento. Segundo Steve Grieder, responsável pela coordenação o Promax & BDA, neste ano estará em pauta o mercado do Brasil, México e Argentina. A maioria dos participantes vem dos canais pagos, mas o evento está também aberto aos profissionais das emissoras de broadcasting. No evento de 1998, entre as emissoras abertas participantes estiveram a Televisa (México), Artear (Argentina) e Cisneros (Venezuela). Do Brasil, em 98, participaram profissionais dos canais Globosat e HBO Brasil. A Globosat ganhou um prêmio de ouro e duas pratas, mais um prêmio especial do júri. Pela HBO Brasil, o Cinemax levou uma prata. Entre as programadoras internacionais, as mais premiadas foram Turner, Nickelodeon e Discovery. Informações e inscrições: www.promax.org.

B O L A N A T E L O N AEm seu segundo ano de existência, o FestivalInternacionaldeCinemadaAmazônia terá este ano uma mostra peculiar. Além da apresentação de longas-metragens nas categorias Lançamentos Nacionais e Mostra de Diretores Estreantes, o festival também trará a Mostra de Cinema e Futebol. A exibição acontece dos dias 22 a 25 de novembro, em Belém do Pará. Do dia 26 de novembro ao dia 3 de dezembro, o festival abre espaço para os curtas-metragens, incluindo internacionais.

C U R S O N O M S

A UniversidadeFederaldeMatoGrossodoSul acaba de ganhar um novo curso de pós-graduação em Imagem e Som. Com 20 vagas disponíveis, o curso inclui disciplinas nas áreas de Pesquisa, História Audiovisual, Novas Tecnologias, Percepção Musical, Storyboard e Roteiro, Fotografia, Gravação e Manipulação dos Sons, Digitalização e Manipulação de Imagens 2D, Geração de Imagens, Criação em WWW, Semiótica da Imagem, Produção em Cine/Vídeo, Multimídia, Tecnologia Musical, Semiologia do Gesto e da Fala no Audiovisual. As inscrições estão abertas até 30 de outubro, pelo (67) 787-3311 (ramais 2318 e 2319).

E M B R A S Í L I A

O 32ºFestivaldeBrasíliadoCinemaBrasileiro (FBCB), que acontece no período de 23 a 30 de novembro de 1999 é uma realização da Secretaria de Cultura do Distrito Federal. Além das mostras competitivas de filmes de curta, média e longa-metragem em 16 mm e 35 mm promoverá também mostras paralelas: Festivalzinho (para o público infanto-juvenil); workshops, oficinas, debates, encontros, exposições, fórum e Festival nas Satélites. O período de inscrição vai até 10 de outubro. Mais informações pelo telefone (61) 325-7777, no site: www.sc.gdf.gov.br/festbrasilia, e-mail: festbrasilia@gdf.

A L I A S | W A V E F R O N T E S E N A C - S PA Alias|Wavefront e o Centro de Comunicações e Artes do Senac-SP promovem o curso Maya-IntroduçãoaComputaçãoGráfica, dirigido tanto para profissionais da área quanto para leigos interessados em conhecer o software. Não há pré-requisitos e os alunos podem optar pelo curso intensivo ou extensivo. Mais informações pelo telefone (11) 3872-6722 e na homepage www.sp.senac.br

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T E L A V I V A o u T u b r o D E 1 9 9 9� 0

a G e n D a

O U T U B r O

13 a 19 Curso: “Edição linear com GC e efeitos”. Espaço Cultural AD Videotech, São Paulo, SP. Fone: (11) 573-4069. Fax: (11) 571-8659. E-mail: [email protected].

13 a 4/11 Curso: “3D Studio Max”. Espaço Cultural AD Videotech, São Paulo, SP. Fone: (11) 573-4069. Fax: (11) 571-8659. E-mail: [email protected].

18 a 22 Curso: “Especialização em Adobe Premier”. Espaço Cultural AD Videotech, São Paulo, SP. Fone: (11) 573-4069. Fax: (11) 571-8659. E-mail: [email protected].

19 a 5/11 Curso: “Direção, roteiro e produção”. CIMC, São Paulo, SP. Fone: (11) 575-6279. Fax: (11) 517-0854. E-mail: [email protected]. Internet: www.cimc.art.br.

19 a 22 Curso: “Direção cinematográfica, diário de filmagem”, com Eliane Caffé (“Kenoma”). CIMC, São Paulo, SP. Fone: (11) 575-6279. Fax: (11) 517-0854. E-mail: [email protected]. Internet: www.cimc.art.br.

20 a 29 Curso: “Formação em câmera”. Espaço Cultural AD Videotech, São Paulo, SP. Fone: (11) 573-4069. Fax: (11) 571-8659. E-mail: [email protected].

23 a 13/11 Cursos: “Oficina de animação” e “Especialização em Adope Premier”. Espaço Cultural AD Videotech, São Paulo, SP. Fone: (11) 573-4069. Fax: (11) 571-8659. E-mail: [email protected].

23 a 20/11 Curso: “Especialização em vídeo produção”. Espaço Cultural AD Videotech, São Paulo, SP. Fone: (11) 573-4069. Fax: (11) 571-8659. E-mail: [email protected].

25 a 29 Cursos: “Básico de iluminação” e “Especialização em Adobe Premier”. Espaço Cultural AD Videotech, São Paulo, SP. Fone: (11) 573-4069. Fax: (11) 571-8659. E-mail: [email protected].

30 a 18/12 Curso: “Formação em câmera”. Espaço Cultural AD Videotech, São Paulo, SP. Fone: (11) 575-2909. E-mail: [email protected].

n O V e M B r O

1º a 22 Curso: “3D Studio Max”. Espaço Cultural AD Videotech, São Paulo, SP. Fone: (011) 575-2909. E-mail: [email protected].

3 a 5 Curso: “Introdução à vídeo produção”. Espaço Cultural AD Videotech, São Paulo, SP. Fone: (11) 573-4069. Fax: (11) 571-8659. E-mail: [email protected].

3 a 7 Curso: “Especialização em Adobe Premier”. Espaço Cultural AD Videotech, São Paulo, SP. Fone: (11) 575-2909. E-mail: [email protected].

3 a 9 - 13 a 17 Curso: “Edição em corte seco”. Espaço Cultural AD Videotech, São Paulo, SP. Fone: (11) 575-2909. E-mail: [email protected].

6 a 4/12 Oficina de animação. Espaço Cultural AD Videotech, São Paulo, SP. Fone: (11) 575-2909. E-mail: [email protected].

8 a 10 Infocomm Europe. Colônia, Alemanha. Fone: (1-703) 273-7200. Fax: (1-703) 278-8082. Internet: www.icia.org.

9 a 14 III Mostra MIS de Vídeo. Museu da Imagem e do Som. São paulo, SP. Fone: (11) 852-9197, 881-4417 e 280-0896. E-mail: [email protected].

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