revista talkafé edição 02

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1 Foto: Pedro David / Nascimento Música DEZEMBRO | 2012 | ED 2 DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

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SeçõeS

12 S a b o r e S e a r o m a S

16 t u r i S m oMonteiro Lobato - Um livro aberto de cultura e natureza

20 G u i a C u L t u r a LCunha, das cerâmicas, dos fuscas e dos festivais

Lançamentos e grãos premiados

14 u m b o m L u G a rO requinte e a doçura do tradicional

24 C a f é C o m C u L t u r aNovidades em livros, cinema, teatro e shows

08 C o n v e r S a C o m C a f éMilton Nascimento

Sabor e mistério do café turco03 C a f é n o m u n d o

REVISTA TALKAFÉ | ISSN 2238-9520 | Dezembro / 2012Designers Gráficos: Walder Guimarães, Renan Mendonça e Kallel CapuchoComercial: Renato Nomoto e Nickson GabrielColaboradores: Roberta Bazilli, Renato Freire, Editora Sextante, Editora Arqueiro, Ednilson Xavier, Marcus Teles, Gabriel Canuto e Anderson Cavalcante. Fotografia: Pedro David/ Nascimento Música, Maryeli Zani, Arquivo Confeitaria Colombo, Prefeitura Municipal de Monteiro Lobato, Árpad Cserép, Julio Maziero, Nina Zubin, Rafael Koch Rossi, Caio Galucci e Emílio Rodrigues. Para anunciar ligue: (12) 3133-2449ou pelo email: [email protected]ão: Resolução GráficaDistribuição nas principais Livrarias e Cafeterias do Brasil. Saiba mais: www.editoraexpedicoes.com.br/talkafe

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A Revista TALKAFÉ é uma publicação da Editora ExpediçõesRua Monsenhor Filippo, 367 - Guaratinguetá/SP – CEP 12.501-410email: [email protected]: www.editoraexpedicoes.com.brA Editora não se responsabiliza pelos conceitos emitidos nos artigos assinados.

Editor: Danilo RosasAdministração: Renata RosasProjeto Gráfico: Studio DRCoordenação Editorial: Lívia FernandesCoordenadora de Arte: Beatriz MathídiosRedação: Julio MazieroOperações Comerciais: Daniele Castro

Aromas, sabores, deleites e emoções fazem do mundo do café e do universo literário experiências inesquecíveis. E este blend, promovido pela Talkafé, está mais saboroso do que nunca nesta segunda edição. Deguste o delicioso cardápio que preparamos para você amigo leitor, que traz ninguém menos que Milton Nascimento em nosso Papo com Café, falando de seus 50 anos de carreira.

Finas iguarias também são servidas nas páginas de Turismo, com a natureza e a cultura de Monteiro Lobato; e na seção Guia Cultural, com a arte, as festas e os Fuscas de Cunha.

O tempero exótico do Oriente invade o Café no Mundo com o sabor e os mistérios do Türk Kahvesi, o delicioso café turco. Esta lista de delícias conta ainda com dicas dos melhores e mais raros grãos, lugares especiais, tecnologia, receitas, a palavra de especialistas, lançamentos literários, shows, teatro, cinema e uma pitada de história.

A Talkafé é uma receita que vicia e pode ser consumida sem moderação!

Que o ano de 2013 sejam repletos de aromas, sabores, deleites e emoções!

Danilo Rosas | @danilo_rosas

editorial

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A sustentabilidade chegou à informática, um dos principais geradores de lixo tecnológico.

São os teclados e mouses feitos com fibras de bambu, o material mais sustentável do planeta. Além de adicionar estilo e beleza ao seu escritório, eles têm compatibilidade com smartphones, tabletas e outros aparelhos com conexão Bluetooth e USB. Existem modelos com fio e wireless.

Um dos destaques da 22ª edição da Bienal Internacional do Livro de São Paulo, encerrada em agosto, foram os livros da editora“Os Menores Livros do Mundo”. Fazendo jus ao nome, as publicações são realmente minúsculas.

Entre os menores livros, estão a trilogia “Te Amo”, que trazem 30 poemas de amor de autores variados.

Com 1 cm de largura por 1,5 cm de altura, custam R$ 22, e estavam expostos num estande de 5 cm por 6 cm. Ah, a lupa não está incluída no valor.

Aqueles que dominam a tecnologia do iPhone, iPad, iPod e outros, mas tremem diante de uma cafeteira, têm no aplicativo Intelligentsia Coffee a solução para seus problemas. Desde o cafezinho mais simples, aquele de coador de pano, até aqueles tirados das mais avançadas máquinas, todos têm seu passo a passo detalhado, com temporizadores para cada tipo de café. Ele só não lava a xícara.

HardWare de bambu

LuPa iCoffee

expreSSo

De olho no aquecimento global, que promete elevar a temperatura do planeta Terra de 2 a 3 graus até 2050, com previsão, pelo IPCC (Intergovernamental Panel on Climate Change), de até 5,8º C em 100 anos, especialistas afirmam que muitos alimentos se tornarão raridade. Na lista de ameaçados pelas alterações climáticas, poluição e ação direta do homem figuram a mandioca; o palmito; o pinhão; a banana; o chocolate; o salmão; o bacalhau; o mel; a uva; o arroz; e até mesmo, o nosso cafezinho, uma vez que os cafezais já são ameaçados pelas chuvas, calor e pragas. Quem viver verá!

armaGedom CuLinÁrio

A editora Planeta DeAgostini definitivamente elegeu os colecionadores como seu principal público alvo, com lançamentos feitos sob medida para agradar esta turma exigente e de gosto muito específico. Ela já colocou no mercado o Xadrez Star Wars; a coleção de DVDs de música clássica da Deutsche Grammophon; Tesouros da Terra, com minerais e pedras preciosas de todo o mundo; Damas de Época, com bonecas de porcelana ricamente vestidas, entre tantos outros. Seus mais recentes lançamentos marcam pelo refino, como a Zippo Collection, que traz isqueiros da famosa marca, personalizados com diversos temas, e a coleção Relógios Históricos, com lindos modelos exclusivos, baseados em importantes personagens da história, como Darwin e Napoleão.

a aleGria doS ColeCioNadoreS

Foto: Divulgação

Café da manhã

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Para os apaixonados por café sentar-se à mesa e degustar a bebida é um momento muito especial. E se a própria mesa e até a cadeira utilizadas fossem feitas de café? Seria algo mágico não é? Pois saibam que os móveis produzidos pela empresa britânica de design Re-worked nada têm de magia, mas sim um design bacana e um forte apelo ecológico. Produzidos com um material batizado de Çurface, feito com 30% de pó de café usado e 70% de plástico reciclável, os móveis são combinados com madeira reaproveitada para ganhar suas feições definitivas.

Além de beleza e sustentabilidade, os móveis são resistentes a água. Entre os projetos de destaque da Re-worked está o Google Coffe Lab, um café na sede londrina da empresa, que ganhou uma mesa feita com o Çurface além de uma máquina de café recoberta com o material. Informações no site www.re-worked.blogspot.com.

MÓVeiS de CaFÉ

imPreSSÃo 3d amaZon.Com.br

Finalmente, após alguns adiamentos, a Amazon iniciou oficialmente suas operações no Brasil. A gigante da Internet começou, inicialmente, suas atividades com a venda de e-books. Os livros físicos ficarão para 2013. A Amazon tem planos de vender, já em janeiro do ano que vem, 5 mil e-books por dia e, no período de um ano, quer atingir a marca de 1 milhão de Kindles (o seu modelo de tablet) vendidos no país. A Amazon já conta com 300 mil brasileiros cadastrados em sua filial americana.

As impressoras 3D estão aí e são muito práticas. Basta projetar o objeto em um aplicativo 3D e enviá-lo para a “impressão”. Dependendo da máquina, os modelos são esculpidos em polímero, gel, ou material em pó, para uso industrial, na medicina ou doméstico, por exemplo. Os preços caíram bastante.

Os moradores de Baku, capital do Azerbaijão, já pagam suas contas exalando o delicioso perfume do café. Para tanto, utilizam cartões de crédito aromatizados, uma novidade lançada pela Visa e pela rede de bancos AtaBank. Além do aroma café, o serviço é apresentado em outra versão: o Visa Classic Aroma Limão. Uma curiosidade: que sabores teríamos aqui no Brasil?

O bar mais bonito do mundo fica na cidade de Varna, na Bulgária. Ele é o Café Graffiti, vencedor do International Restaurant & Bar Design Awards 2012, premiação internacional concedida aos melhores projetos de design para bares e restaurantes. Arte e modernismo foram combinados de maneira única, com teto e pilares feitos com lâminas de madeira, lembrando um cogumelo. O projeto foi elaborado pelo escritório búlgaro Mode Desegnstudio.

CartÃo de Crédito aromatiZado

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Por Roberta Bazilli

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Quem disse que lugar de mulher é na cozinha? Criada há quase 10 anos, a IWCA – International Women’s Coffee Alliance (Aliança Internacional das Mulheres do Café) surgiu com a missão de inte-grar e valorizar as mulheres da comunidade do setor cafeeiro. Essa Aliança nasceu do encontro das mulheres da indústria do café dos EUA e do Canadá com produtoras da Nicarágua, onde puderam ver de perto a realidade da vida no campo, até então desconhecida por essas mulheres que comercializavam o produto. Esta experi-ência muito as sensibilizou, surgindo então a IWCA, que nada mais é que uma rede global de mulheres do café, que defende a redução de barreiras, permitindo o acesso de outras participantes ao redor do mundo.

No Brasil, a IWCA chegou em 2011 no 6° Espaço Café Brasil, tendo como idealizadora do grupo Josiane Cotrim Macieira, jorna-lista e esposa do embaixador do Brasil na Noruega, pertencente à quarta geração de cafeicultores nas Matas de Minas e uma apai-xonada por café. Este encontro, que reuniu produtoras e represen-tantes de todo o setor cafeeiro de várias regiões do Brasil, deu tão certo que em outubro de 2012, no 7° Espaço Café Brasil, foi assinada oficialmente a carta de entendimento criando o capítulo brasileiro da organização. Isso significa que, a partir de agora, a transferência de conhecimento, o fortalecimento de uma rede de contatos, a execução de cursos e treinamentos se tornarão uma re-alidade, dando oportunidade para capacitação social e econômica, valorizando as mulheres do setor cafeeiro do grão à xícara, rumo a um futuro mais sustentável.

No século das mulheres, a ONU (Organização das Nações Unidas) estabeleceu a igualdade de gênero como uma das metas do milênio. No Brasil, a atuação das mulheres no campo, como tomadoras de decisão, é cada vez maior. De acordo com o Mi-nistério do Desenvolvimento Agrário, 23% das famílias, ligadas a alguma atividade no agronegócio, são lideradas por elas. Em Divi-nolândia, interior de São Paulo, não é diferente, com o surgimento

da IWCA no Brasil, muitas mulheres até então “invisíveis” no setor cafeeiro começaram a se destacar, como é o caso das produtoras da APROD (Associação dos Produtores de Café de Montanha de Divinolândia), que a partir da visita de Josiane Cotrim pela região, deram inicio a criação de projetos e um ciclo de palestras, dentre elas sobre a importância do uso do EPI (Equipamento de Proteção Individual) visual durante a colheita do café, em parceria com o Hos-pital Regional e com a CONDERG (Consórcio de Desenvolvimento Regional), que através das enfermeiras Cecília Machado e Micheli Magri, conseguiram implantar um viveiro de mudas de café produ-zidos por deficientes visuais, além de um trabalho de alfabetização das mulheres do campo em parceria com o SENAR (Serviço Nacio-nal de Aprendizagem Rural), que muito as orgulha.

Através deste trabalho de conscientização do uso do EPI visual, muitas mulheres que até pouco tempo atrás se recusavam a usar o equipamento de proteção já estão contagiando outras companhei-ras no campo, e já pode-se comprovar uma redução significativa de acidentes causados na época da colheita do café, onde os galhos afetam os olhos, machucando e até podendo levar a cegueira. Es-tas mulheres divinolandenses são exemplos de determinação e tra-balho em equipe, que em tão pouco tempo já conseguiram realizar um projeto único, com identidade própria e de tamanha grandeza, comprovando que lugar de mulher não é só na cozinha.

Casa Pilão

Mulheres do Café

Roberta da Silva Bazilli - Q GraderBarista, Classificadora e Degustadora

através da metodologia COB, classificadora e degustadora SCAA, classificadora e degustadora com o

título de Q Grader pelo CQI (Comissão Internacional de Café).

O Tal dO Kafé

Por Roberta Bazilli

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A revista Talkafé conversou com um dos maiores talentos da Música Brasileira, Milton Nascimento, que em 2012 completa 50 anos de carreira. Embora tenha nascido no Rio de Janeiro, em 26 de outubro de 1942, Milton se tornou o rosto e a voz de Minas Gerais, para onde se mudou aos dois anos de idade, na cidade de Três Pontas. Meio século depois e reconhecido internacionalmente, o cantor percorre o Brasil mais uma vez, com a turnê “Milton Nascimento - 50 Anos de Carreira”. Nestas apresentações, que contam com a direção geral de Regis Faria, Milton Nascimento relembra suas grandes composições e seus maiores sucessos, entre elas, “Morro Velho” e “Travessia”. Os shows farão parte de um DVD comemorativo de seus 50 anos de carreira. O artista será ainda tema de dois livros que deverão ser lançados em breve.

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Rosto e voz de““Minas Gerais

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Por Julio Maziero

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Como grande contador de histórias que é, você se lembra de algum fato importante de sua carreira que aconteceu em torno de uma boa conversa com café?

Lembrar de algo específico assim é muito difícil, afinal de contas, só de carreira são cinquenta anos de histórias. Mas eu tenho fortes lembranças de tudo que envolve o café porque fui criado numa região que até hoje é um dos maiores pólos produtores de café do Brasil. Durante toda minha infância, em Três Pontas, sul de Minas Gerais, a gente cresceu frequentando fazendas de café. E até hoje várias dessas memórias ainda permanecem no meu imaginário.

Grande parte da população o vê como a voz de Minas Gerais, embora você tenha nascido no Rio de Janeiro. Qual a sua relação com Minas e a importância em sua carreira?

Quando me perguntam de onde eu vim, digo sempre que sou de Minas, e só quando questionam o local de nascimento é que digo que vim no Rio. Mas toda minha formação pessoal, como homem, cidadão, músico e etc, eu devo a Três Pontas e a minha família, principalmente meus pais, Lília e Zino. Posso dizer sem medo que Minas Gerais me ensinou a seguir essa estrada que graças a Deus continuo seguindo até hoje.

Nestes seus 50 anos de carreira você tem deixado um grande legado à música brasileira. Olhando para trás, qual você destacaria?

Eu tenho fortes lembranças de tudo que envolve o café...

É uma coisa impossível eu mesmo analisar o meu legado. Até porque, eu acredito que se começa a falar em legado de uma pessoa apenas quando ela morre (risos). E, se tudo der certo, isso ainda está longe de acontecer comigo. Certa vez, uma pessoa com um grau espiritual mais elevado, me disse que eu só deixaria esse plano aos 92 anos de idade, e eu continuo acreditando que é daí pra mais.

Você lançou dois discos batizados como “Clube da Esquina” e considera seu álbum “Angelus” como o terceiro Clube da Esquina. Teremos um Clube da Esquina 4?

Há décadas que eu convivo com essa questão, e vou repetir mais uma vez: cada época é diferente. Todo mundo só fica esperando por um Clube 3, Clube 4, Clube 5... Eu gosto mesmo é do novo, de viver coisas novas, isso sim me interessa, o novo.

Você fez parcerias com músicos importantes como Herbie Hancock, Sting, James Taylor, Peter Gabriel, Paul Simon, Jon Andreson, Mercedes Sosa e Pat Metheny, entre muitos outros. Qual é o DNA internacional da música de Milton Nascimento?

Como eu disse antes, analisar a mim mesmo não é o tipo

“Posso dizer sem medo Minas

Gerais me ensinou a seguir essa estrada...

de coisa que eu gosto de fazer. Acho que falar da gente, se não for para nos autocriticar, fica uma coisa um pouco piegas. Falar por exemplo, do impacto da minha música no mundo, não seria nada agradável pra mim.

A Talkafé é uma revista que cobre o mundo da literatura e do café. Você está programando o lançamento de dois livros. Pode-nos contar um pouco mais sobre eles?

O compositor Chico Amaral está escrevendo um livro baseado numa série de conversas que nós tivemos ao longo deste ano, mas ainda faltam mais alguns encontros para finalizarmos o material. E o outro livro que estão preparando para um lançamento futuro é uma coletanêa com todas as minhas letras comentadas, algumas por mim mesmo e outras por meus parceiros.

Tanta vitalidade se deve a quê? A fazer o que gosta?O motivo de tanta vitalidade pode se resumir em algumas

poucas palavras: amizade, família, força de vontade e alegria de viver.

Você é um apaixonado por cinema, inclusive compôs músicas para trilhas de filmes como “Chico Rei”, entre outros. Quais filmes resumiriam a sua vida?

Vou dizer apenas um filme que marcou minha vida e, se não fosse por ele, talvez eu não seria o tipo de compositor que sou hoje, trata-se de “Jules et Jim”, de Fraçois Truffaut.

“ Vitalidade pode se resumir em algumas poucas palavras: amizade, família, força de vontade e alegria de viver.”

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A Camocim conta com um rigoroso processo de seleção natural de grãos para produzir um café super especial, o Jacu Bird Coffee. Quem faz o trabalho é o Jacú, ave que é um dos melhores selecionadores de grãos de café da natureza. Após ingerir os grãos, o animal os elimina. Uma equipe da fazenda recolhe as fezes, separa os grãos, que são secos, limpos e armazenados por até três meses. Deste processo resulta um café raro e naturalmente selecionado, doce, encorpado, mas ligeiramente ácido. Sua produção anual se limita a 500 quilos. Informações: Cafeshop (44) 3346-5848 ou www.cafeshop.com.br

Famoso por seu sabor suave, sem amargor, boa acidez, aroma intenso e corpo limpo, o Jamaica Blue Mountain Coffee ® é originário do leste da Jamaica, mais precisamente da região das montanhas que lhe emprestaram o nome, as Blue Mountains. Ao longo desta majestosa cadeia montanhosa, considerada Reserva Florestal, a terra e o clima são decisivos para a produção deste café especialíssimo. O país, inclusive, já é famoso internacionalmente pela qualidade do café produzido ali desde XVIII, quando os produtores escolham as Montanhas Azuis como local ideal para a cefeicultura. O Blue Mountain é vendido a US$ 90 o quilo (cerca de R$ 180). www.bluemountaincoffee.com

Produzido na fazenda Esmeralda Jaramillo, nas encostas do Monte Barú, oeste do Panamá, o café Esmeralda Especial é fruto de um rigoroso processo de seleção e beneficiamento que faz de seu sabor intenso e forte algo único. Além do clima frio, que contribui para a diferenciação do produto, em sua colheita somente os grãos maduros, de cor vermelha, são coletados. Uma minuciosa seleção dos grãos separa aqueles com qualidade para o processamento, certificado com a norma ISO 9002. O resultado é um café de acidez média, corpo adocicado e com um toque cítrico. Toda esta qualidade tem um preço, e neste caso, a embalagem com 500 gramas custa US$ 100 (cerca de R$ 200). www.haciendaesmeralda.com

JaCU Bird CoFFee

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Sabores e Aromas

Chef Renato Freire

Ingredientes

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Sabores e Aromas Receita

- Escolher e lavar bem os grãos de soja. Colocá-los numa panela

e cobrí-los com agua fria. Levar ao fogo e assim que abrir fervura,

escorrer e dispensar a água.

- Colocar novamente os grãos na panela e

acrescentar 01 litro de água, levar ao fogo até ferver.

Apagar o fogo e deixá-los esfriar dentro da própria água.

- Bater a soja e a água no liquidificador até quebrar bem os grãos,

mas sem deixar ficar muito fino (é importante deixar uns pedacinhos

para imitar melhor a consistências das amêndoas.

- Colocar a massa obtida em uma panela de fundo grosso

e juntar o açúcar e o leite condensado.

Cozinhar mexendo sempre até que a massa desgrude do fundo da panela.

Adicionar a manteiga, misturar bem e deixar esfriar.

- Enrolar a massa no formato desejado e deixar secar um pouco.

- Derreter em banho-maria ou no microondas, misturar bem até o chocolate

esfriar e ficar no ponto certo de cobrir os bombons. Passar os bombons pelo

chocolate e escorrer o excesso. Enfeitar com desenhos

feitos com chocolate branco.

O resultado é surpreendente, pelo sabor e pela textura.

½ kg de soja em grãos

01 litro de água

400 g de açúcar refinado

02 latas de leite condensado

01 colher (chá) de essência de amêndoas

01 colher (sopa) de manteiga

½ kg de chocolate para cobertura

100 g de chocolate branco para enfeitar

Chef Renato Freire

Modo de Preparo da MassaIngredientes

Engenheiro Químico pela UFMG (1978), Economista pela Faculdade Candido

Mendes (1983), Cozinheiro,Confeiteiro autodidata e Autor do livro:

A mágica na cozinha- curiosidades, truques e fingimentos na gastronomia.

contato: [email protected]

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BoMBoNS de aMÊNdoaS FiNGidaS

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Representante da “Belle Époque” no Brasil, a Confeitaria Colombo foi criada em 1894 pelos portugueses Manoel José Lebrão e Joaquim Borges de Meirelles. Com mais de 118 anos de história, por onde transitaram grandes personagens brasileiros, foi tombada pelo Patrimônio Histórico e Artístico do Estado do Rio de Janeiro. A Confeitaria Colombo é, com certeza, um bom lugar para se apreciar um café.

Sua decoração “Art Nouveau” é comparável ao que existe de mais típico e representativo deste período nos salões europeus, marcada pela presença de espelhos belgas, mobiliário em jacarandá e bancadas de mármore italiano, distribuídos em quatro andares com amplos salões.

No seu teto merece destaque uma clarabóia, com mosaicos coloridos, que banha todo o local com luz natural.

Referência da boemia e tradicional ponto de encontro de artistas, intelectuais e políticos, seus luxuosos salões trazem de volta a mesma atmosfera de quando eram frequentados por Olavo Bilac (homenageado com uma placa comemorativa na entrada da casa), Rui Barbosa, Machado de Assis, José do Patrocínio, Chiquinha Gonzaga, Villa Lobos, Virginia Lane, Getúlio Vargas, entre outros. Ela também foi visitada pelo rei Alberto da Bélgica, em l920, e pela rainha Elizabeth, da Inglaterra, em l968.

Sua história foi imortalizada em diversos poemas e citações. Foi tema do samba-enredo da Escola Império da Tijuca, com a música “No Sassarico”; marcou presença na memória popular com a famosa marchinha de carnaval “Sassaricando”, sucesso de 1952, na voz da vedete Virgínia Lane, também frequentadora assídua do local.

À frente de seus pães, sonhos, doces e incontáveis delícias, entre outros, está, há 12 anos, o Chef e supervisor geral, Renato Freire, que após sete anos trabalhando na Holanda, trouxe para a cozinha da Colombo sua experiência em pâtisserie (área da culinária francesa especializada em bolos e doces). O cardápio preparado para a Colombo oferece, além dos tradicionais doces e salgados, também waffles, saladas, sanduíches, crepes e massas.

Para estender e difundir sua história e seus sabores, a Confeitaria Colombo dispõe de três filiais: Colombo Express, caracterizado pelo fast food; uma localizada no Barra Shopping; e a Colombo do Café do Forte, localizada no Forte de Copacabana, que tem uma linda vista para o mar.

o requinte e a doçura do tradicional

Um bom lugar ...

Chef Renato Freire

Por Lívia Fernandes

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o freguês tem sempre razão!A célebre frase “o freguês tem sempre razão” é de autoria de Manoel José Lebrão, um dos fundadores da Confeitaria Colombo. A máxima, que foi dita em meados de em 1894, na inauguração da confeitaria, atravessou fronteiras, ganhou cidades e estabelecimentos, tornando-se slogan para diversas campanhas, permanece sendo respeitada na casa perante seus clientes.

Um bom lugar ...

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Quem visita Monteiro Lobato conhece mais da história deste charmoso município, que reúne atrativos culturais e naturais imperdíveis. A cidade também recebeu como morador ilustre o criador do Sítio do Pica-Pau Amarelo e de outras obras primas da Literatura Brasileira.

As origens do lugar remontam ao século XIX, no auge da cafeicultura valeparaibana, quando o povoado de Buquira foi criado em área dos territórios das cidades vizinhas de Taubaté e Caçapava. O nome Buquira, em Tupi Guarani, significa Ribeirão dos Pássaros. Em 1857 foi elevada à condição de distrito e em 1880 à de vila. Sua emancipação como cidade aconteceu em 1900. Em 1934 voltou a ser distrito, desta vez de São José dos Campos até que, em 1948, ganhou sua emancipação definitiva.

Ao longo de sua história, a cidade teve vários nomes, que foram acompanhando sua trajetória: Freguesia das Estacas, Freguesia de Nossa Senhora do Bonsucesso de Buquira, Vila das Palmeiras do Buquira, Vila de Buquira, município de Buquira, a partir de 1900 e, finalmente, em 1948, Monteiro Lobato em homenagem ao escritor taubateano.

Sítio - No município, os visitantes têm a oportunidade de conhecer o lugar onde um dos maiores escritores na história do país deu início, de fato, à sua carreira no mundo das letras, a Fazenda do Buquira, posteriormente rebatizada de Sítio do Pica-Pau Amarelo, em reverência à sua obra. O local abriga um museu que possui em seu acervo objetos pessoais de Monteiro Lobato, que morou ali entre 1911 e 1917. Lá é possível ver a cama onde dormiu o criador de Pedrinho, Narizinho e Emília, uma roca, além de armários e instrumentos típicos da vida em uma fazenda, como um moedor de mandioca utilizado para fabricar polvilho.

A presença da avó brasileira por natureza, Dona Benta, também pode ser sentida quando observamos o amplo fogão a lenha, usado

atualmente na produção de doces caseiros e compotas, que levam a marca do Sítio do Pica-Pau Amarelo e são vendidos no local. Ao saborear essas iguarias, é impossível não lembrar dos deliciosos quitutes da Tia Anastácia.

A casa, que tem cerca de mil metros quadrados de área construída, foi erguida em 1870 e sua arquitetura preserva o estilo da época, com as características portas e janelas de pé-direito alto que circundam todo o imóvel. Ao todo são mais de oitenta portas e janelas.

Monteiro Lobato era promotor público na cidade de Areias quando herdou do avô, o Visconde de Tremembé, a Fazenda São José do Buquira. Mudou-se para o local em 1911 e tentou desenvolver as atividades de fazendeiro, buscando modernizar os métodos arcaicos da agricultura da época, mas, aos poucos, veio a desilusão com a vida rural e ele vendeu a propriedade e mudou-se para São Paulo.

Suas lembranças, ligadas à vida no campo e às belezas naturais das terras do Buquira serviram como inspiração para obras como “Urupês”, lançado em 1914, e “O Saci-Pererê”. Lá, foram escritos os artigos de jornal que deram origem ao Jeca Tatu. Localizado a poucos metros da sede da fazenda, o riacho batizado de Reino da Águas Claras se destaca pela natureza exuberante, vegetação abundante e uma linda cachoeira, local preferido de Lobato para refrescantes banhos sob a queda d’água de quase trinta metros de altura.

Valorizando sua vocação literária, a cidade realiza anualmente, entre os meses de agosto e setembro, o “Festival de Literatura Infantil”, que reúne escritores, personalidades, em mostras e debates sobre o tema.

Artes e sabores – A cidade de Monteiro Lobato também se destaca no artesanato e na culinária, heranças de suas raízes históricas e culturais.

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UM liVro aBerto de CUltUra e NatUreZaPor Julio Maziero

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O artesanato no município é notório por ser produzido com matéria prima encontrada na natureza. Taboa, palha de milho, madeira, sementes e vários outros materiais se combinam e se misturam, em imagens sacras, peças e artigos de decoração exclusivos. O crochê também merece destaque, mas são os coloridos bonecos de pano a marca registrada da cidade, representando personagens do Sítio do Pica-Pau Amarelo, como a Emília, Visconde e o Saci Pererê, símbolo do município. A produção artística se tornou uma importante fonte de renda para os moradores e deu origem à Associação dos Artesãos de Monteiro Lobato.

A tradição das danças folclóricas no município tem suas raízes no início do século passado, quando surgiram os primeiros grupos de Catira e Moçambique, e é preservada até hoje como verdadeiro patrimônio imaterial. Outra riqueza cultural remanescente do princípio do século XX são os Pereirões, bonecos gigantes que dançam carregados pelos foliões durante o Carnaval.

A gastronomia é uma verdadeira tentação ao pecado da gula. Sua cozinha caipira preserva a herança das tradições do passado tropeirista e as marcantes influências mineiras. Leitoa à pururuca, frango caipira, arroz tropeiro, tutu de feijão, torresmo, canjiquinha com carne de porco e muitas outras delícias servidas em seus restaurantes são de dar água na boca. Pouca gente sabe, mas o famoso bolinho caipira, feito de farinha de milho e recheado com carne moída, foi criado por uma moradora da cidade e era conhecido como “Bolinho da Toninha”. Os doces caseiros e compotas, bombocados, quindins, cocadas, pés-de-moleque, queijos, bolos e diversas outras iguarias também enchem os olhos e aguçam o paladar dos visitantes.

José Renato Monteiro Lobato nasce em Taubaté, em 18 de abril de 1882 e desde cedo demonstra talento para a literatura. Aos onze anos de idade troca o nome para José Bento, em homenagem ao pai. Em 1904 se forma na Faculdade de Direito de São Paulo e retorna a Taubaté, onde assume interinamente o cargo de promotor. Dedica-se também a escrever contos e artigos para jornais da época. Lobato muda-se, em 1907, para a cidade de Areias, no Vale Histórico, onde assume o cargo de promotor. Com a morte do avô, o Visconde de Tremembé, recebe de herança a Fazenda do Buquira, localizada no atual município de Monteiro Lobato. Suas lembranças, ligadas à vida no campo e às belezas naturais das terras do Buquira serviram como inspiração para obras como Urupês, lançada em 1914, O Saci-Pererê e os artigos de jornal que deram origem ao Jeca Tatu. Em 1920 lança A Menina do Nariz Arrebitado e, a partir de então, mergulha no universo dos livros infantis, trazendo à vida personagens eternos, como Emília, Pedrinho e o Visconde de Sabugosa. Lobato também se dedicou à causas nobres como a campanha do petróleo, mas ele permanece vivo na memória de todos como o criador, daquele lugar mágico batizado de Sítio do Pica-Pau Amarelo. Morre em 4 de julho de 1948, vítima de um acidente vascular, deixando uma obra constituída por 17 volumes dedicados ao público infantil e outros 17 para adultos, entre contos, ensaios, artigos e correspondência.

Recentemente, obras importantes do escritor, como “Caçadas de Pedrinho” e “Negrinha” têm sido alvo de uma entidade que combate o racismo e pede o seu banimento devido ao suposto conteúdo preconceituoso. Disparates à parte, é uma prova de que, mesmo depois de morto, o gênio que criou livros essenciais e cunhou frases como “Um país se faz com homens e livros”, “Meu plano agora é um só: dar ferro e petróleo ao Brasil”, e “Acho a criatura humana muito mais interessante no período infantil do que depois de idiotamente tornar-se adulta”, continua mais imprescindível do que nunca.

Natureza – Chamada de “Pérola da Mantiqueira”, Monteiro Lobato oferece um roteiro de cachoeiras exuberantes. Entre elas, a cachoeira da Usina do Rio Buquira, que possui dezenas de cursos d’água que formam quedas belíssimas. Trilhas pela mata nativa levam a outras cachoeiras com piscinas naturais, caminhos que podem também ser percorridos a cavalo, num passeio inesquecível. A cidade pode ser considerada o paraíso dos acampamentos, que se beneficiam pelas belezas naturais do município. Pousadas e sítios levam o visitante a conhecer um pouco mais do aconchego de uma típica vida do interior.

Monteiro Lobato

Fazenda Boa Vista

MoNteiro loBato

Turismo Rural, Ecológico,

Histórico-Cultural e de Aventura

Distâncias:

SP: 132 km

RJ: 322 km

População: 3.994 habitantes

Área Total: 333 km2

O Sítio do Pica-Pau Amarelo funciona de terça-feira a

domingo e pode ser visitado sempre das 09h às 17h.

Para grupos é necessário o agendamento

prévio. Personagens do Sítio acompanham os visitantes

no passeio. O museu promove vários eventos, entre eles

a Semana Monteiro Lobato, em abril, o Arraiá do Jeca, no

mês de junho e a Semana da Criança, em outubro.

O acesso ao local é no km 08 da Estrada do Livro, que

liga Monteiro Lobato a Caçapava. Fonte: Site oficial

da Prefeitura de Monteiro Lobato.

“PéROLA DA MANTIQUEIRA”

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Sinônimo de mistérios, em que uniões são feitas e futuros são revelados, o “Türk Kahvesi”, famoso café turco, é símbolo de cultura e tradição na Turquia, país no qual a maioria da população bebe muito chá, mas não perdeu o seu jeito próprio de preparar um bom cafezinho. Com um método singular de preparo, sua pluralidade se apresenta na hora de seu consumo.

O grão cafeeiro foi introduzido na Turquia em meados de 1473, na cidade de Constantinopla (atual Istambul). Foi lá, durante o século XV, que surgiu o primeiro estabelecimento que tinha por finalidade servir cafés. Essas cafeterias tornaram-se famosas e frequentes pontos de encontros, dando sequência às casas de café na Europa e Ásia. A partir de então, suas denominações sofreram algumas modificações, mas, na Turquia, o seu modo de preparo e misticismo permanecem imutáveis.

Com o pó moído ao ponto de açúcar de confeiteiro, o café é introduzido em um “cezve” (pequena chaleira turca com uma alça comprida para que o fogo não alcance as mãos), junto com uma colher de açúcar para cada três de café. Em seguida é colocada a medida exata de água para cada xícara que será consumida, chegando ao estado de fervura por três vezes.

O diferencial se faz neste momento, a cada vez que o café é fervido, os compostos responsáveis pelo sabor e aroma são dispersos dando lugar ao sabor amargo, que, para ser disfarçado, é comum adicionar cardamomo à beberagem. Em seguida, a bebida é servida sem a interferência do coador. Proporcionando um café forte e com textura bem densa.

O correto é dispensar o uso da colher e esperar por alguns segundos para o pó assentar no fundo da xícara antes de consumi-lo.

Ao fim, após a apreciação da bebida, tem início a fase em que o misticismo e as revelações tomam conta. A tradição reza que, após ingerir o café, deve-se virar a chávena ao contrário, de cima para baixo, para que o pó que se acumulou no fundo do recipiente escorra e disperse, desenhando o futuro da pessoa que bebeu. As leituras são feitas por mulheres que carregam como herança o dom de ler o futuro através da borra de café, a excêntrica e misteriosa Cafeomancia!

Sabor e miStério do Café turCo

tÜrK KaHveSiCafé no mundo

Por Lívia Fernandes

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Encravada nas serras do Vale do Paraíba, a simpática cidade de Cunha reserva muitas surpresas a quem procura algo mais que um simples destino turístico. Arte, cultura, festivais, clima agradável, delícias gastronômicas, natureza e Fuscas, muitos Fuscas.

Maior município do Estado de São Paulo em extensão territorial, a Estância Climática de Cunha, tem uma área de 1.410 quilômetros quadrados, distribuídos pelos vales, colinas e montanhas que formam as serras do Quebra Cangalha, da Bocaina e do Mar.

A cidade é considerada a capital da cerâmica, arte produzida nos diversos ateliês de cerâmica espalhados por suas ruas pacatas e praças bucólicas. Anos de trabalho e desenvolvimento de novas técnicas fizeram desta arte o seu principal produto cultural. Tanto que existe uma associação especialmente criada para reunir os profissionais do setor, a Cunha Cerâmica.

Um dos maiores atrativos de Cunha é justamente a abertura dos fornos dos ateliês. Ao longo do ano, a queima de cerâmica Raku e abertura dos fornos Noborigama constituem um espetáculo único para os visitantes e a qualidade do trabalho de seus artistas é reconhecida no Brasil e no exterior. A fama se deve também à diversidade de técnicas e tendências dos ateliês, cada qual com personalidade própria, oferecendo ao visitante uma visão extensa e profunda dessa arte milenar. Queimas elétricas, a lenha ou a gás, esculturas, objetos de decoração, arte utilitária, esmaltes diferenciados e engobes, execução de peças através da modelagem manual ou no torno, enfim, seja qual for o produto, a técnica e o material utilizados, dos fornos de Cunha brotam artefatos únicos e de alto teor artístico.

Fom fom – Quem passeia pelas ruas tranquilas de Cunha, com certeza, vai descobrir uma particularidade do município: a quantidade de Fuscas. O simpático carrinho está em praticamente todas as vias públicas, às vezes, vários exemplares de uma só vez. De todos os anos de fabricação, cores e modelos, o Fusca reina soberano em Cunha. Estimativas dão conta de que existem cerca de 2 mil deles circulando pelas ruas.

A explicação seria a resistência do veículo, que enfrenta sem medo estradas de terra, comuns na extensa zona rural da cidade, além de ter força suficiente para subir suas inúmeras ladeiras e morros. Por esta razão, quem possui um Fusca em Cunha, dificilmente vai se desfazer dele, o que faz com que o mercado de peças, equipamentos e manutenção do automóvel também seja bastante valorizado. Alguns moradores possuem vários exemplares e, como colecionadores, não vendem por preço nenhum. Se o brasileiro já tinha um caso de amor com o Fusca, o morador de Cunha nutre uma paixão cinematográfica pelo carro.

Festivais – Se engana quem olha para Cunha imaginando somente tranquilidade. A cidade é movimentada por festas e festivais durante praticamente o ano inteiro. Logo em janeiro acontece o Festival de Verão, batizado de “Fuscunha”, já que ela é conhecida como a cidade do Fusca. Por esta razão, o evento é dedicado aos proprietários do amado modelo da Volkswagen, com desfiles, exposições e uma série de atrativos.

Com a chegada do frio, a animação não diminui, pois o município realiza também o já tradicional “Festival de Inverno - Acordes na Serra”, que reúne apresentações de orquestras, corais, cameratas, música regional, além de shows de dança,

doS FUSCaS e doS FeStiVaiS

daS CerÂMiCaS,

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Guia culTural

Cunha,Por Julio Maziero

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teatro e oficinas culturais. O Festival de Inverno conta também com gastronomia típica de inverno, exposições, evento esportivo e shows. Agosto é o mês da boa mesa, com o Festival Gastronômico do Cordeiro Serrano, que acontece em diversos restaurantes do município e tem a carne do cordeiro como principal iguaria, servida com vários acompanhamentos. No mês de outubro acontece na cidade o Festival da Cerâmica, com aberturas de fornada, queimas de raku, workshops, oficinas e exposição dos ceramistas.

A cidade conta ainda com festejos típicos, como a Folia de Reis, em janeiro; a Festa do Pinhão, em abril; a Festa do Divino Espírito Santo, em julho; a Expocunha – Festa do Peão Valente, em setembro; e o Natal de Luz, durante todo o mês de dezembro.

Belezas e delícias – Cercada pelas belezas das serras, Cunha é um convite ao convívio com a natureza, em cachoeiras como as do Pimenta, do Desterro e do Mato Limpo, entre outras, ou ainda com a vista sensacional do alto da Pedra da Macela, de onde se pode vislumbrar o litoral sul fluminense, com destaque para Paraty e Angra dos Reis. A cidade também dá acesso a dois redutos de Mata Atlântica, o Parque Estadual da Serra do Mar e o Parque Nacional da Serra da Bocaina. Uma opção de interesse histórico é percorrer a Trilha do Ouro, via calçada com pedras pelos escravos, no século XVIII, para escoamento da produção aurífera de Minas Gerais para o porto de Paraty.

Outro atrativo do município é a culinária com pratos típicos da gastronomia tropeira, herança cultural bastante presente na

região, além de receitas que têm o shiitake e a truta, produzidos na cidade, como ingrediente principal. Cunha também conta com produção artesanal de vinho, cerveja e cachaça.

Com tantas atrações imperdíveis, acrescidas de uma boa infraestrutura receptiva, com restaurantes, hoteis-fazenda e pousadas, que inclusive disponibilizam produtos e serviços com o conceito Gay Friendly, receptivo ao público LGBT, Cunha desponta como um destino diferenciado no eixo Rio-São Paulo.

COMO CHEGAR:Pela Rodovia Presidente Dutra são aproximadamente 220 km de distância de São Paulo, cerca de 2,5 horas de viagem. No trevo de Guaratinguetá, saída 65, fica acesso a Cunha pela Rodovia Paulo Virgílo (SP-171). A cidade fica a 47 km do trevo.

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CERÂMICAA tradição da cerâmica em Cunha teve início com as antigas paneleiras, que, como o nome mesmo já diz, produziam panelas de barro, e ganhou força com a chegada dos ceramistas japoneses e portugueses que, em 1975, construíram no município o primeiro forno Noborigama, introduzindo assim a cerâmica de alta temperatura.

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Literaturacafé cOm culTura

o CaSamentoO economista Nicholas Sparks, que sempre almejou o

atletismo de alta competição, mas devido a um acidente foi impedido de realizar o seu sonho, lançou seu primeiro livro aos 31 anos. Hoje, são 17 obras publicadas, traduzidas em 45 idiomas e com cerca de 80 milhões de exemplares vendidos em todo o mundo. Sete de seus livros ganharam adaptações para o cinema: “Diário de uma Paixão”, “Querido John”, “Noites de Tormenta”, “Uma Carta de Amor”, “Um Amor para Recordar”, “Um Home de Sorte” e “A Última Música”.

Nicholas lança agora mais um sucesso, “O Casamento”. Nesta emocionante sequência do grande sucesso “Diário de uma paixão”, Wilson Lewis se vê diante de uma verdade dolorosa, após 30 anos de casamento: sua esposa, Jane, parece ter deixado de amá-lo. E o único culpado disso é ele próprio, já que se dedica somente ao trabalho e passa mais tempo no escritório do que com sua família. Ele nunca conseguiu ser romântico e nem viver uma história de amor como a de seu sogro, contada no livro “Diário de uma paixão”. A incapacidade de Wilson em demonstrar emoções faz com que Jane questione se teria feito a escolha certa no casamento com ele. O incrível é que Wilson sente que seu amor pela esposa só aumentou ao longo dos anos e decide fazer o que for necessário para lutar por ele. Neste livro, o autor leva o leitor a se lembrar da alegria de se apaixonar e o desafio de se manter viva esta paixão.

de nicholas Sparks224 páginas | Editora Arqueiro

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de anderson Cavalcante144 páginas | Editora Sextante

de Colleen Houck352 páginas | Editora Arqueiro

Nesta sua segunda obra literária, o autor nos convida a responder uma pergunta inquietante: o que realmente importa? Esta questão, aparentemente simples, não revela de imediato a complexidade de sua resposta. E, dependendo desta reposta, os resultados podem mudar a história da sua vida. Ao invés de deixar a vida te levar, ouse, questione-se, busque seus objetivos e surpreenda-se. Todos temos uma missão no mundo, por isso, tenha a certeza de que você não está aqui por acaso. É desta consciência que nasce a energia para viver em plenitude. Neste livro, você encontrará reflexões que o ajudarão a resgatar sua essência e a caminhar na direção da sua autorrealização. Levar uma vida sem propósito é viver sem liberdade para crescer. Mais do que isso, é não viver, porque, na verdade, nascemos para realizar nossa missão. Essa é a nossa natureza, portanto, não aceite nada menos que isso. Anderson Cavalcante é autor dos livros “Você acredita em milagres?”; “As coisas boas da vida”; “Minha mãe, meu mundo”; “Meu pai, meu herói”; “Viva as coisas essenciais da vida” e “Meu jeito de dizer que te amo”.

Abalada pela perda recente dos pais, Kelsey Hayes se vê diante da necessidade de encontrar um emprego para custear sua faculdade. Contratada por um circo, ela é arrebatada pela principal atração, um lindo tigre branco de olhos azuis, chamado Ren. A ligação que surge entre ela e o misterioso e solitário animal a faz passar a maior parte de seu tempo livre ao lado deste novo amigo. O que Kelsey ainda não sabe é que o tigre é na verdade Alagan Dhiren Rajaram, um príncipe indiano que foi amaldiçoado por um mago há mais de 300 anos, e que ela pode ser a única pessoa capaz de ajudá-lo a quebrar esse feitiço. Devolver a Ren sua humanidade passa então a ser sua missão de vida. Para tanto, ela embarca em uma perigosa jornada pela Índia, enfrentando forças sombrias, criaturas imortais e mundos místicos, enquanto tenta decifrar uma antiga profecia. Ao mesmo tempo, se apaixona perdidamente tanto pelo tigre quanto pelo homem. Primeiro volume de uma saga épica e emocionante, o livro leva o leitor a uma viagem pelo universo dos mitos e lendas da Índia, visitando lugares exóticos e conhecendo personagens sedutores. A obra ficou sete semanas no primeiro lugar da lista de mais vendidos da Amazon, entrando depois na do The New York Times.

O que realmente importa?

A Maldição do Tigre

de nicholas Sparks224 páginas | Editora Arqueiro

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Literatura

Elvis, o Peixinho CantorDe Gill Guile e Daren King20 páginas Editora: Zastras

O peixinho Elvis encontra vários instrumentos musicais no fundo do mar e chama seus amigos para montar uma banda. Como é muito pequeno para qualquer instrumento, ele fica desanimado e desiste de participar da banda, até que seus amigos descobrem que Elvis tem um talento que pode fazer dele um verdadeiro ídolo. Livro com um dispositivo que emite o som de instrumentos musicais.

Germes!De Martin Howard e Colin Stimpson36 páginas Editora: Zastras

Uma Fazendado BarulhoDe Stephanie Stansbie e Veronica Vasylenko20 páginas | Editora: Zastras

Saul é um germe do bem que vive no interior de um vaso sanitário e se recusa a atacar o menino que se esquece de lavar as mãos. O exército comandado pela rainha Bactéria se prepara para atacar a criança e Saul nada poder fazer para impedi-los, até que o inesperado acontece. A ameaça culmina na grande batalha com o exército do rei Anticorpo. A guerra vai mudar a vida de Saul.

Na fazenda, o Bichano acorda tarde e acha estranho não ter ouvido o canto de Galinho logo cedo. Então ele se junta aos amigos, Pato, Ovelha e Vaca, para tentar achar o amigo. Livro ilustrado e com um dispositivo em várias páginas que, ao ser pressionado, emite o som dos animais da fazenda. Na última página, todos os sons são reunidos em um final surpreendente e emocionante.

liTeraTura

de brendon burchard208 páginas Editora Novo Conceito

Todos nós somos bons em alguma coisa na vida. Uns em fazer bons bolos de chocolate, outros em ser bons pais, alguns em economizar dinheiro, e mais outros em matemática, esportes, enfim, tudo aquilo que faz parte do universo do ser humano. Cada indivíduo tem uma especialidade e pode ajudar outras pessoas com ela. E, mais ainda, segundo o autor, pode ajudar ao seu bolso, uma vez que qualquer pessoa, munida de conhecimento bem trabalhado, pode ser um expert e prestar consultoria para os outros em troca de dinheiro. Você pode ser remunerado por compartilhar suas informações e recomendações práticas e úteis. O melhor modo de realizar isso é apresentar convenientemente seus conhecimentos. Você está aqui para fazer a diferença e o primeiro passo é descobrir qual é a sua especialidade. Brendon Burchard é o fundador da Experts Academy e autor best-seller de Life’s Golden Ticket. Ele é um dos principais orientadores motivacionais e de negócios do mundo.

Qual a real motivação para alguns comportamentos do consumidor? Desmistificando antigas teorias de marketing sobre o tema, o livro traz uma visão completamente inovadora para a área: o estudo e a influência da biologia, fisiologia e anatomia no consumo. A obra questiona também as teorias econômicas sob o ponto de vista exclusivamente estatístico e busca na biologia as explicações para o consumo. O autor revela que os animais praticam economia, o que significa que ela é ancestral, e, portanto, está em uma conclusão biológica. Por meio de diversos estudos e pesquisas, o autor, profissional e professor de marketing, conclui que muitas das ações do consumidor vão sendo desvendadas e adquirindo novo sentido dentro de suas análises. O livro traz à tona um conhecimento capaz de fazer compreender realmente o que acontece internamente em nosso organismo, em todo o nosso sistema, órgãos e processos que motivam e geram o comportamento de consumo.

O Mensageiro MilionárioFaça a diferença e enriqueça ao compartilhar seus conhecimentos de Pedro Camargo

168 páginasEditora Novo Conceito

Comportamento do Consumidor A biologia, anatomia e fisiologia do consumo

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LiteraturaHQ

A literatura desde sempre foi um dos principais meios de transporte para o mundo da fantasia, pela sua imensa capacidade de despertar a criatividade do leitor, principalmente do público infanto-juvenil. A leitura desperta o lúdico nas crianças e jovens ao mesmo tempo em que agrega conhecimento, enriquece o vocabulário e aumenta a bagagem cultural.

Nesta era digital em que vivemos, na qual tudo é curtido, compartilhado e lido nas telas de computadores, tablets e celulares, o velho e bom livro parecia fadado ao esquecimento e a uma vida empoeirada nas estantes, mas, ainda bem, não é isso que está acontecendo. As vendas realizadas na última Bienal Internacional do Livro de São Paulo parecem indicar um caminho contrário. O evento registrou um aumento significativo nas vendas de livros, especialmente os destinados ao público infanto-juvenil, fato comemorado por diversas editoras e livrarias.

Para atingir a este público infanto-juvenil, constantemente plugado na Internet, e incentivá-lo a ler e conhecer o melhor da Literatura Brasileira e também da Literatura Internacional, diversas editoras utilizaram estratégias criativas, entre elas, lançar estes clássicos no formato de histórias em quadrinhos.

SUCESSOS MUNDIAISDesde o seu surgimento, no final do século XIX, por volta

de 1880, as HQs cativaram a imaginação do público com seus personagens, heróis, vilões e aventuras repletas de cor, movimento e também de boas histórias.

CLÁSSiCoS em QuadrinHoS um novo CaminHo Para a Literatura

Assim como a transposição de livros para o cinema obtiveram êxito, levar estas boas tramas para os quadrinhos parecia um passo lógico. E foi isso que aconteceu.

Várias editoras decidiram lançar ou relançar clássicos adaptados para os quadrinhos. A Peirópoles colocou no mercado, entre outras obras, “A Divina Comédia”, de Dante Alighieri; “Frankenstein”, de Mary Shelley; “O Auto da Barca do Inferno”, de Gil Vicente; “Os Lusíadas”, de Camões; e “O Corvo”, de Edigar Allan Poe. Ainda entre os clássicos internacionais, a L&PM lançou “Guerra e Paz”, de Leon Tolstoi; “Viagem ao Centro da Terra”, de Julio Verne, “Dom Quixote”, de Miguel de Cervantes; “A Odisséia”, de Homero; “A Ilha do Tesouro”, de Robert Louis Stevenson; e “Um Conto de Natal”, de Charles Dickens. Pelo seu caráter educativo, a coleção contou com o apoio da UNESCO.

TESOUROS BRASILEIROSApostando eu uma linguagem moderna e também no apelo

visual, os clássicos da Literatura Brasileira também ganharam esta roupagem quadrinística. A Editora Ática lançou “Dom Casmurro” e “O Alienista”, de Machado de Assis; “O Guarani”, de José de Alencar; e “O Cortiço”, de Aluízio Azevedo. A RBS Publicações colocou no mercado “Memórias de um Sargento de Milícias”, de Manuel Antônio de Almeida; “O Triste fim de Policarpo Quaresma”, de Lima Barreto; e “Memórias Póstumas de Brás Cubas”, de Machado de Assis, entre outras.

A coleção Clássicos da Literatura Brasileira em Quadrinhos da Escala Educacional conta com títulos como “O Ateneu”, de Raul Pompéia; “O Homem que falava Javanês”, de Lima Barreto; “O Enfermeiro” e “A Cartomante”, de Machado de Assis, e muitos outras obras seminais.

Como as editoras bem ressaltam, as adaptações em quadrinhos não substituem os livros originais, mas abrem um importante canal para que as novas gerações tenham acesso a estes clássicos.

Por Julio Maziero

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O Tal dO livreirO

Vivemos na era do conhecimento e da informação. Opções eletrônicas para a leitura, como o E-Book, o Kindle, o Reader, entre outros formatos já estão no dia a dia dos

novos leitores, que cresceram convivendo com as tecnologias de última geração e não têm dificuldades com o novo. Para os pessimistas, o livro impresso e o exercício do livreiro estariam com os dias contados, quase uma visão apocalíptica do fim dos tempos. Mas o livreiro é persistente e não é nesse cenário que ele acredita.

A Associação Nacional de Livrarias (ANL)

tem trabalhado incansavelmente nessas discussões, que representam grande avanço na democratização do acesso ao livro e, consequentemente, na ampliação do público leitor em nosso país. Entretanto, temos

consciência de que, para o mercado livreiro, os desafios são muitos e os impasses ainda maiores. E é urgente envolver cada vez mais os livreiros independentes nas políticas públicas de incentivo ao livro e à leitura, assim como nas ações que estejam ao seu alcance. Precisamos incentivá-las já que são elas que privilegiam o livro como seu principal produto de venda.

Embora o segmento livreiro demonstre um crescimento nos últimos anos, a ANL detectou durante o seu Levantamento de 2011, um aumento inferior à inflação, demonstrando, entre outras razões, a real queda no preço final do livro. No levantamento identificou-se também que 21,88% das livrarias brasileiras têm um faturamento anual menor que R$ 1,2 milhão, contra os 32,35% apresentados em 2010; um reflexo direto do fechamento das pequenas livrarias (com até duas lojas) no Brasil. Já a faixa R$ 1,2 milhão e R$ 9,6 milhões passou de 29,41% para 34,88%, identificando a expansão nas redes de até cinco lojas.

Acreditamos que cada vez mais o livreiro reconheça que as livrarias brasileiras, assim como no mundo, passam por um período de grande transformação. Acompanhar e adotar as novas tecnologias é um dos caminhos. O livro físico não desaparecerá das prateleiras das livrarias, mas o eletrônico, rapidamente, estará presente em nossas vidas e caminhará paralelamente ao livro físico, sem sombra de dúvida.

Sabemos do risco de fechamento de

livrarias de pequeno e médio porte, devido principalmente à concorrência desleal, provocando uma concentração ainda maior do setor. O que nos leva à compreensão de que não serão os livros eletrônicos e as novas tecnologias os nossos principais predadores. Nos últimos anos temos presenciado o fechamento de livrarias tradicionais, que segundo nos mostra o levantamento, têm o livro como seu principal produto (entre 80% e 90% de seu faturamento) e que não conseguiram derrotar a concorrência predatória. Mas, também identificamos um amadurecimento do setor, um total 90,91% dos livreiros entrevistados deverão investir, até o final de 2012, em vários segmentos de seus negócios, um aumento de 12,78%, comparativamente ao ano de 2011.

Ednilson Xavier

Executivo na área de livrarias há 32 anos é presidente da Associação Nacional de

Livrarias (ANL). www.anl.com.bro MerCADo Do LIVro NA erA DA TeCNoLoGIA

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O Tal dO livrO

No segmento de livrarias, assim como em todos os segmentos verejistas, o cliente é o responsável direto pelo rendimento e sustentabilidade das empresas. Dessa forma, podemos dizer que agregar valor para o cliente é agregar valor à receita e à

marca. Mas como agregar valor para o cliente de livrarias?

Na posição de comerciantes de itens culturais, nós, responsáveis pelo segmento de livrarias, devemos prezar pela qualidade no atendimento, variedade no acervo e, principalmente, ambiente favorável para consulta de livros. O conjunto dessas ações funciona como atrativo para os clientes novos e resulta no retorno dos que já visitaram a loja.

O cliente que se interessa por livros busca mais do que uma simples impressão encadernada. Essas pessoas estão em busca de informação, cultura, entretenimento, identificação com o conteúdo. Buscam muito além de um produto, buscam enriquecer o seu repertório de conhecimento.

Levando em consideração o diferencial desse cliente, uma livraria deve assumir, como premissa básica, a responsabilidade de criar um ambiente agradável, sofisticado e propício para que os visitantes se sintam à vontade nas lojas. Desde as pequenas lojas até as grandes redes, independente do porte, rendimento, ou localização, o ponto básico deve ser este. Além dos princípios fundamentais, muitas livrarias investem em outras formas de satisfazer o cliente, como realização de eventos culturais, disponibilidade de cafés no interior das lojas e programas de fidelização.

A realização de eventos culturais - como exemplo as sessões de autógrafos com autores - é uma tendência crescente e positiva para os clientes, assim como para o autor, para a editora responsável e para o estabelecimento que recebe o evento. Algumas ações do tipo já alcançaram a marca de sete mil exemplares vendidos em uma única sessão de autógrafos, que durou aproximadamente cinco horas. Além dos exemplares vendidos e do alto fluxo de clientes, muitos desses eventos ganham destaque espontâneo na mídia e propagam o nome da livraria em canais de comunicação em massa.

Uma das formas mais eficazes de fidelização de clientes são os programas que proporcionam pontuação a cada produto adquirido. O incentivo ao acúmulo de pontos faz com que o cliente, ao realizar suas compras, dê preferência a um determinado estabelecimento e, em troca, o estabelecimento disponibiliza vantagens para os clientes, como descontos, vale-compras e brindes exclusivos. Quanto mais o cliente compra, mais ele ganha. Partindo deste princípio, temos uma relação infinita de cumplicidade que gera receita direta para a empresa.

Podemos concluir, assim, que no nosso segmento é imprescindível agregar valor aos produtos e serviços, e contamos com um interminável leque de ações que, se bem aplicadas, certamente serão responsáveis pelo sucesso das empresas.

Ednilson Xavier

Presidente da Rede Leitura de Livrarias e diretor da Associação

Nacional de Livrarias (ANL).

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A IMporTâNCIA De VALoreS AGreGADoS àS LIVrArIAS

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café cOm culTura

Após cinco anos afastado dos palcos, o Barão Vermelho está de volta e com sua a formação original! O grupo, que se separou em 2007, retorna neste ano com a turnê comemorativa que celebra os 30 anos do seu primeiro álbum, lançado em 1982.

Na estreia da turnê será lançado o DVD com um documentário sobre os primórdios da banda, que contou com uma participação muito especial. Em um determinado momento do show, aparece no telão, o cantor Cazuza, cantando pela primeira vez, há 20 anos, um de seus grandes sucessos: a música “Codinome Beija Flor”, de seu primeiro disco solo. A canção foi acompanhada ao vivo pelo vocalista Frejat.

A turnê, que terá duração de seis meses, percorrerá todo o Brasil. Seu último show acontecerá no mês de março de 2013.

Nesta volta à estrada, Roberto Frejat será acompanhado do baixista Rodrigo Santos, do baterista Guto Goffi, do guitarrista Fernando Magalhães e do tecladista Maurício Barros, da formação original, em participação especial. Participa ainda o baixista Dé Palmeira, que também cuida do processo de resgate e remasterização do material.

Os fãs brasileiros do cantor e surfista profissional Donavon Frankenreiter estão comemorando a vinda do norte-americano para uma série de 12 espetáculos por aqui. As apresentações, todas gratuitas e acústicas, acontecem em várias praias brasileiras e começaram nos dias 11 e 15 de dezembro no Rio de Janeiro, passarão por Santa Catarina (Camboriú, dia 16/12; e Florianópolis, dia 26/12), São Paulo (Guarujá, dia 03/01; São Sebastião, dia 05/01; e Caraguatatuba, dia 26/01), Bahia (Itacaré, dia 06/01), Ceará (Praia do Futuro, dia 12/01), Paraíba (Ponta de Campina, dia 13/01) e Pernambuco (Porto de Galinhas, dia 19/01). O estilo musical praieiro de Donavon guarda muitas semelhanças com o do cantor, e seu amigo, Jack Jonson. Entre seus maiores sucessos figuram as músicas “It Don’t Matter”, “On My Mind” e “Free”.

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Teatro e FilmeSão Paulo entrou definitivamente no circuito dos grandes espetáculos da

Broadway. Após sucessos como Cabaret, A Família Addams, o próximo grande êxito dos palcos a chegar à Pauliceia será “Rei Leão – O Musical” que, apesar de estrear somente no dia 07 de março de 2013, no Teatro Renault, já teve sua venda de ingressos iniciada no dia 6 de dezembro.

A produção, baseada no filme homônimo da Disney, segue em ritmo acelerado e contará com um elenco formado por atores, cantores e bailarinos brasileiros. A atriz Rachel Ripani ficou responsável pela tradução do script para o português.

Na área musical, o cantor, compositor e ex-ministro Gilberto Gil assina as versões brasileiras das canções, entre elas “Ciclo da Vida” (The Circle of Life), “Terra Seca” (Shadowland), “Está em Ti” (He Lives in You) e “Dá Pra Ver o Amor Aqui” (Can You Feel The Love Tonight).

A peça está há 15 anos em cartaz nos Estados Unidos, foi traduzida em vários idiomas e já passou por 15 países, arrecadando cerca de US$ 4,8 bilhões. Sucesso absoluto de público, o espetáculo, que é considerada o maior sucesso da Broadway, será pela primeira vez produzido na América do Sul.

“Rei Leão – O Musical” ficará em cartaz de quarta-feira a domingo, com duas sessões por dia aos finais de semana.

Venda de ingressosValores: de R$ 50 a R$ 280Locais: site da Tickets for Fun (premier.ticketsforfun.com.br), pelo telefone 4005-5588 e nas bilheterias do Teatro Renault (Avenida Brigadeiro Luis Antonio, 411 - Bela Vista - SP).

Censura: 14 anosCapacidade: 600 lugaresDuração: 2h30

HaKuna matata!

O ano de 2012 será festejado pelos fãs do Mestre do Suspense. É que, finalmente, as obras-primas de Alfred Hitchcock chegaram ao Brasil em Blu-ray, com toda a qualidade de imagem e som que só a alta definição pode proporcionar. O Box especial, batizado de “Alfred Hitchcock – A Obra Prima” traz nada menos que 14 filmes do consagrado diretor inglês. Esta edição limitada comemora o centenário da Universal Pictures e reúne produções realizadas nos estúdios entre 1942 e 1976. E, quando se trata de Alfred Hitchcock, estamos falando de filmes que redefiniram o gênero suspense e gravaram seu nome na história do cinema: “Psicose”, “Um Corpo Que Cai”, “Os Pássaros”, “Janela Indiscreta”, “Festim Diabólico”, “O Homem que Sabia Demais”, “Cortina Rasgada”, “Frenesi”, “Marnie – Confissões de Uma Ladra”, “Topázio”, “Sabotador”, “O Terceiro Tiro”, “A Sombra de Uma Dúvida” e “Trama Macabra”. Todas as obras foram remasterizadas e ganharam imagem cristalina e áudio em DTS-HD MA 5.1. Esta é a oportunidade de ter, num único Box, obras que fazem parte do imaginário popular, com cenas que ficaram gravadas na mente do espectador, como o assassinato no chuveiro, em “Psicose”; a cena da vertigem, em “Um Corpo que Cai”; a sequência da orquestra, em “O Homem que Sabia Demais”, entre tantas outras. É item de coleção obrigatório para os fãs e amantes do bom cinema. O lançamento pode ser encontrado nas principais lojas e livrarias. O preço, porém, está tão assustador quanto as obras do mestre: R$ 499,90.

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Casa do Barista: (21) 3811.6700

A liberdade está aí, na sua frente, pronta para bater asas, com um desejo imenso de viver. Vejo que muitas pessoas têm medo da vida e outras do viver. A vida está aí diante dos seus olhos para ser vivida por você em plenitude, mas, para que isso ocorra verdadeiramente, você precisa fazer as pazes com a pessoa mais importante da sua vida que é você. No momento que você se assume como carcereiro de si mesmo é que você passa a viver a sua liberdade e assim abrir todas as possibilidades existentes no universo que é você.

Quero muito que você desfrute da delícia que é estar em liberdade num mundo que o tempo todo insiste em querer delimitar aonde você deve ou não se sentir liberto. Acredito que todos nós deliberamos o tempo todo o quanto queremos experimentar a nossa liberdade. Agora precisamos sim assumir a responsabilidade de sermos donos das nossas decisões e dos nossos caminhos, pois somente assim seremos capazes de saborearmos tudo que a vida tem a nos oferecer de melhor, sentindo desde uma brisa em contato com nosso rosto ao cheiro de uma Dama da Noite que insiste em nos contagiar com sua fragrância.

Liberdade é um estado de espírito, é algo que acontece dentro de você e não fora de você. Curta a sua liberdade de tal forma que possa contagiar todos ao seu redor com essa energia envolvente, afinal, liberdade em sua essência, é a vida se revelando diante dos seus olhos.

Vejo que muitas pessoas possuem uma visão limitada sobre liberdade, pois estão restritas a um pensamento simplista, no qual liberdade se resume ao direito de ir e vir. Vejo que liberdade vai além da questão física, restrita a um corpo que por si só é limitado. Muitas pessoas acreditam que um detento, por estar preso, perdeu totalmente a sua liberdade, quando na verdade a única coisa que está presa é o corpo dele, mas a mente não, a mente continua livre para pensar e criar, livre para proporcionar viagens no universo da imaginação que muitas pessoas que estão fisicamente livres jamais serão capazes de fazer. Livre para fazer uso da sua criatividade e criar obras capazes de surpreender os mais críticos dos críticos. Ele só é capaz disso por saber que liberdade é algo que transcende qualquer cela.

A pior prisão que existe é aquela que está dentro de nós, quantos de nós somos os carcereiros de nossas almas. Somos capazes de acorrentar todo o nosso potencial muitas vezes de forma inconsciente e outras tantas por medo do desconhecido.

Noutro dia li um texto, se eu não me engano do Rubem Alves, que dizia “o pássaro está se batendo na gaiola, nossa que violento esse pássaro. Violento não é o pássaro, violenta é a gaiola”, quantos de nós ficamos colocando nossas mentes e corações em gaiolas produzidas por nós mesmos? Quantos de nós, diante de grandes oportunidades, enjaulamos nossa coragem e disposição?

Nesta edição, conversamos com o autor

Anderson Cavalcante.

Formado em administração de Empresas com ênfase em marketing,

é autor dos livros “Você acredita em milagres?”, “As coisas boas da vida”,

“Minha mãe, meu mundo”, “Meu pai, meu herói”, entre outros.

LIBerDADe É UM eSTADo De eSpÍrITo

uma pausa para...

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Devemos ter em mente que o café oxida. O processo de oxidação começa a influenciar de forma muito perceptível aproximadamente após sete minutos do instante em que foi moído. Os óleos aromáticos são praticamente tudo o que um café diferenciado em sabor tem para oferecer, e eles não estarão mais presentes após oxidar.

Então, nosso primeiro passo será moer o café apenas no momento do preparo. Para isso existem moinhos caseiros muito práticos à venda (Hario, Cadence, Krups,Cuisinart). O segundo passo será comprar café torrado em grãos e não mais café torrado e moído. Hoje em dia é possível adquirir em redes de supermercados. A marca, blend (mescla dos grãos), ponto de torra, tipo e classificação do café ficam a seu critério.

Tendo considerado as etapas acima, vamos para a dica do preparo do café efetivamente. Utilizaremos o método por filtragem tradicional, com filtro descartável. Existem outras possibilidades de preparo. Seguem as dicas para o preparo do melhor café coado em filtro tradicional descartável:

- Aqueça a água até perto da fervura, use sempre água sem cloro, caso deixe a água ferver, aguarde um cerca de 1 minuto antes de verter no café. A temperatura ideal é de 90º a 95º

- Posicione o suporte para filtro sobre o utensílio que receberá a bebida, coloque o filtro e passe um pouco de água quente para eliminar resíduos do papel que

influenciam negativamente no sabor da bebida.

- Moa os grãos na quantidade desejada – (8g a 10g para cada 100ml)

- Pré-aqueça o utensílio que esta usando onde cairá o café que esta sendo coado, assim como as xícaras que serão utilizadas.

- Faça uma pré-infusão no pó de café. Como? Apenas umedeça o pó uniformemente com um pouco da água quente para hidratar, e deixe descansar por aproximadamente 30 segundos. É o suficiente.

- Agora verta lentamente a água no pó de café, com fluxo bem lento, pelas bordas do pó afim de mantê-lo todo em contato com a água, buscando extrair por igual as características de cada uma das suas partículas.

- Os últimos 5% da extração devem ser descartados.

- Consuma o café enquanto estiver fresco. Faça sempre apenas a quantidade que irá consumir, não armazene café pronto para beber mais tarde.

Certamente, seguindo estas dicas, seu cafezinho fará sucesso. Chame seus amigos, familiares e, em meio a conversas e sorrisos, um bom café cairá muito bem!

dicas dO barisTa

CoMo fAzer o MeLhor CAfÉ CoADo?

Músico, gerente de eventos, professor e consultor auxiliar na

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Gabriel Canuto

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Você sabia?A história da chegada das primeiras mudas de café

ao Brasil tem elementos dignos dos melhores contos de espionagem, com aventura, suspense e pitadas de romance.

No século XVIII, quem tinha o controle sobre o café, tinha o poder. Ele era guardado como segredo de estado e as lavouras cafeeiras, pelo seu imenso potencial lucrativo, eram controladas com mão de ferro e vigiadas dia e noite.

O governo brasileiro sabia que o país tinha terras adequadas para o cultivo, só faltava o principal: uma muda de café. Foi então que, em 1727, o Sargento-Mor Francisco de Mello Palheta partiu para a Guiana Francesa com duas missões: a primeira delas era verificar a fronteira, que estava sendo violada pelos franceses; a segunda, e mais importante, era trazer para o país uma muda da preciosa planta, cuja exportação era terminantemente proibida pela França.

Francisco de Mello Palheta é considerado pelos historiadores como um dos maiores bandeirantes da Amazônia, porque incorporou ao território brasileiro, vasta extensão de terras da região. Suas datas de nascimento e mortes são apenas estimadas, em 1670 e 1750, respectivamente. O documentário “Sementes do Ouro Negro” conta um pouco de sua vida.

Palheta sabia que seria difícil convencer o governador francês Claude d’Orvilliers, da cidade de Caiena, capital da Guiana Francesa, a ceder uma muda de café, por isso, como militar e aventureiro experiente que era, tendo comandado missões pelos rios Madeira e Mamoré, ele decidiu utilizar de estratégia.

Este James Bond colonial resolveu então apelar para seus atributos físicos para cumprir sua missão. Com fama de ter sucesso com o sexo oposto, ele investiu na conquista da esposa do governante e foi bem sucedido. Em sua bagagem, além dos suspiros da mulher alheia, trouxe também uma pequena e valiosa muda de Café Arábica.

o eSPiÃo do CaféPor Julio Maziero

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Você sabia?

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