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SUÍNOS&CIA - REVISTA TÉCNICA DA SUINOCULTURA ANO VI - Nº 28/2008

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Edição 28 da revista Suínos e CIA

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º 28/

2008

Editorial

Atualmente a mídia trata a crise mundial como o fi nal dos tempos e parece que não teremos mais solução na economia contando com um diagnóstico crítico, evidenciando frustrações e pessimismo. Neste ambiente com constantes especulações presenciamos um cenário de questionamento de como serão os próximos dias e a constante preocupação se sobreviveremos a toda essa situação. Os que vivem a atividade de suinocultura conhecem êxito e fracasso e sabem que sempre existirão momentos difíceis, os quais devem ser administrados de forma efi ciente, com investimentos certeiros para a superação desses momentos decisivos. A palavra de ordem no momento, sem dúvida, é precaução. Evitar dívidas de juros altos, principalmente as que a atividade com seu histórico dos últimos anos não consegue gerar recursos para pagar. Havendo oportunidade, troque dívida cara por uma opção de juros mais barato, focalize as necessidades básicas que podem gerar resultados a curto e médio prazo, mas que sejam de investimentos suportáveis e que não comprometam a saúde fi nanceira de sua empresa. Acredite na motivação das pessoas e invista em recursos humanos optando por especialização, conhecimento, administração do tempo e foco no objetivo e resultados. Fuja dos excessos, procure superar toda situação com os pés no chão evitando investimentos milagrosos que podem gerar despesas e poucos recursos. Enfi m, acredite que sempre existem oportunidades para aqueles que sabem superar situações difíceis com otimismo e criatividade.

As Editoras

Índice

06 Entrevista

10 Reprodução

16 Manejo

26 Sanidade

32 Revisão Técnica

54 Sumários de Pesquisa

57 Recursos Humanos

58 Jogo Rápido

60 Aconteceu

62 Divirta-se

06 Entrevista Geraldo Camilo Alberton

10 Reprodução Vitalidade: sobrevivência de leitões pelo melhoramento genético

16 Manejo Tratamento de leitões atrasados: experiência prática

26 Sanidade Impacto econômico das doenças na produção de suínos

32 Revisão Técnica 20º Congresso da IPVS

54 Sumários de Pesquisa

57 Recursos Humanos Para Refl etir: De que grupo você faz parte?

58 Jogo Rápido Dra. Adriana Pereira pergunta: Vamos avaliar como se encontra seus conhecimentos frente a requisição de exames laboratoriais?

60 Aconteceu ABRAVES São Paulo reestruturada lança seu I Encontro Técnico

Pfi zer traz especialistas a São Paulo

62 Divirta-se Jogo dos 7 erros Teste seus conhecimentos Diagrama

Revista Técnica da Suinocultura

A Revista Suínos&Cia é destinada a médicos veterinário, zootecnista, produtores e

demais profi ssionais que atuam na área de suinocultura. Contém artigos técnico-científi cos

e editorias instrutivas, apresentados por especialistas do Brasil e do mundo.

Editora TécnicaMaria Nazaré Lisboa

CRMV-SP 03906

Consultoria TécnicaAdriana Cássia Pereira

CRMV - SP 18.577

Deborah Gerda de GeusCRMV - SP 22.464

Edison de AlmeidaCRMV - SP 3045

Jornalista ResponsávelFrancielly Thaís Hirata

MTB 7739

Projeto Gráfi co e EditoraçãoDsigns Editoração e Comunicação

[email protected]

IlustraçõesRoque de Ávila Júnior

CapaFoto cedida por Agroceres PIC

(reprodutor AGPIC 427)

Atendimento ao ClienteAdriana Cássia Pereira

[email protected]

Assinaturas AnuaisBrasil: R$ 120,00

Exterior: R$ 160,00Liria Santos

[email protected]

ImpressãoSilvamarts

Administração, Redação e PublicaçãoRua Felipe dos Santos, 50

Jardim GuanabaraCEP 13073-270 - Campinas - SP

Tels.: (19) 3243-8868 / [email protected]

www.suinosecia.com.br

A reprodução parcial ou total de reportagens e artigos será permitida apenas com a

autorização por escrito dos editores.

Expediente

Destaque:Geraldo Camilo Alberton

Apaixonado pela docência, o médico veterinário Geraldo Camilo Alberton optou pelas salas de aulas da universidade para trans-ferir conhecimento e experiência adquiridos em sua formação para os futuros profi ssionais. Ao encontrar na profi ssão a realização pessoal, o veterinário que se especializou em suínos é atualmente professor da Universidade Federal do Paraná (UFPR).

O mestre Geraldo Alberton é formado em Medicina Veterinária pela UFPR há 18 anos, mestrado em Ciências Veterinária na UFPR (1996) e na seqüência, em 1998, doutor em Medicina Veterinária pela Universidade Esta-dual Paulista Júlio de Mesquita Filho (UNESP). Dedicou seus estudos a pesquisa em sanidade, especialmente patologia.

Desde 1993 trabalha como professor da UFPR, onde atua no ensino de graduação e pós-graduação e também na área de pesquisa, focalizando em sanidade: infecções urinárias, locomotores, e doenças infecciosas. Alberton também realiza pesquisas na área de inspeção.

Suínos&Cia: Porque decidiu pela Medicina Veterinária?

Dr. Geraldo: Desde criança sempre desejei ser médi-co veterinário. No segundo grau realizei o curso de Técnico em Agropecuária e tive contato com a pecuária, o que au-mentou a minha vontade de trabalhar com animais. Assim, quando tive que decidir por uma profi ssão optei pela Me-dicina Veterinária.

Suínos&Cia: Sua aproximação com suínos aconteceu durante a universidade?

Dr. Geraldo: Meu interesse pela suinocultura acon-teceu durante o período de estudante. Durante a gradu-ação estive direcionado à área de Tecnologia e Inspeção de Produtos de Origem Animal. No entanto depois de for-mado tive a oportunidade de trabalhar com suínos como sanitarista. Neste momento decidi pela suinocultura, por ter tido muita relação com esse segmento.

Suínos&Cia: O que o levou a decidir pela docência?

Dr. Geraldo: Em 1993 fui convidado a participar de um concurso para professor de Doenças dos Suínos na UFPR, embora ainda não tivesse mestrado e doutora-do, decidi buscar a oportunidade descobrindo que havia muita afi nidade com a docência. A primeira aula que eu ministrei foi no próprio concurso para professor. Depois que as aulas começaram tive a certeza de que realmente gostava de ensinar e de viver no ambiente universitário.

Suínos&Cia: Como foi realizar mestrado e doutora-do seguidamente?

Dr. Geraldo: Realizei ambos os cursos sendo pro-fessor da UFPR. O mestrado foi na UFPR e tive a excelente oportunidade de trabalhar em conjunto com a Embrapa Suínos e Aves em um projeto com infecção urinária em porcas, que foi meu tema de dissertação. Fui orientado nessa pesquisa pelo Dr. Jurij Sobestiansky, que na época atuava como pesquisador do CNPSA. Assim fui muito bem acolhido na instituição tendo o apoio do Jurij. Também tive o privilégio de ter sido orientado pelo professor Pedro Werner na UFPR. Ainda durante o mestrado, realizei algu-mas disciplinas no curso de Pós-graduação da Universida-de Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), com excelentes professores do setor de suínos. Com relação ao meu dou-torado, o fi z na Universidade Estadual Paulista (UNESP) em Botucatu. Trabalhei com artrite em suínos no abatedouro, no entanto a pesquisa foi desenvolvida em Concórdia, em parceria com o CNPSA, Sadia S.A e Serviço de Inspeção Fe-deral. Na Embrapa fui co-orientado pelo Dr. Itamar Piffer, que na época ainda era pesquisador do centro e, me apoiou muito neste trabalho. O trabalho era árduo, mas novamente eu estava no CNPSA, local repleto de profi ssionais de gran-de gabarito e sempre dispostos a ajudar. Meu orientador na UNESP era uma pessoa muito especial, que confi ou no meu trabalho e me deu carta branca para ir a Santa Catarina con-

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Entrevista

Suínos & Cia Ano VI - nº 28/2008

Suínos & CiaAno VI - nº 28/2008

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Entrevistaduzir a pesquisa. Os profi ssionais do SIF, da Sadia S.A.e CNPSA me auxiliaram mui-to na parte de coleta e processamento das amostras. Sem a ajuda deles, não teria sido possível realizar esta pesquisa.

Suínos&Cia: O fato de realizar pes-quisas em sanidade ajuda na sua tarefa de professor?

Dr. Geraldo: Acredito que sim, sem dúvida os conhecimentos gerados nessas pesquisas são aplicados no ensino e ge-ram oportunidade na orientação para ou-tras pesquisas tanto na graduação como na pós-graduação. O mais importante foi o amadurecimento científi co que o mes-trado e o doutorado proporcionaram e, isso se refl ete positivamente no meu tra-balho.

Suínos&Cia: Quais as disciplinas que ministra na graduação e pós-gradua-ção?

Dr. Geraldo: Na graduação minis-tro duas disciplinas obrigatórias: Intro-dução à Medicina Veterinária e Doenças dos Suínos e mais duas optativas: Tópicos Especiais em Sanidade Suína e Grupo de Estudos em Sanidade de Aves e Suínos. Na pós-graduação ministro seminários gerais e sanidade suína.

Suínos&Cia: Como trata essa res-ponsabilidade de formar novos profi ssio-nais?

Dr. Geraldo: Nós professores temos uma responsabilidade gigante em nossas mãos. Recebemos alunos que estão no fi -nal da adolescência, e mandamos para o mercado, profi ssionais graduados. Temos que passar não apenas conhecimento, mas também valores extremamente im-portantes como ética, comportamento, cidadania, entre outros, tão signifi cativos para o sucesso profi ssional. Infelizmente muitos desses conceitos não são tratados como disciplinas; apenas são transmitidos no convívio com os alunos. Por isso, assim como a atitude dos pais infl uenciam no desenvolvimento do caráter de seus fi -lhos, a nossa atitude como professor, tam-bém infl uencia na formação de valores dos nossos alunos.

Suínos&Cia: Quais os principais de-safi os da docência?

Dr. Geraldo: O primeiro e principal desafi o dos profi ssionais que atuam como docentes é aprender a arte de ensinar, in-felizmente a grande maioria não possui formação pedagógica. São profi ssionais das mais diferentes áreas que ingressa-ram para o corpo docente de uma uni-versidade e, consequentemente, do dia pra noite, viraram professores. Cada um acaba aprendendo e se aprimorando por conta própria. Cito como exemplo eu, que participei de apenas dois cursos de curta duração sobre Docência no Ensino Supe-rior, mas o que mais aprendi foi na prática e com a leitura de livros especializados so-bre o assunto. O outro grande desafi o é o de ser professor, em um país que pouco se valoriza a profi ssão de professor.

Suínos&Cia: Se sente realizado como professor?

Dr. Geraldo: Estou muito realizado ensinando a área de sanidade suína, pois é um setor de grande empregabilidade e de extrema importância para o país e para o mundo. Ademais, é uma área muito tec-nifi cada e com pesquisas de ponta. Deste modo, abordo assuntos sempre atuais e falo aos alunos sobre um mercado em franca expansão no Brasil. A profi ssão de professor é muito gratifi cante e, considero

como uma das profi ssões mais motivado-ras e importantes para o país.

Suínos&Cia: Percebe interesse pelos alunos quanto à especialização de suínos?

Dr. Geraldo: Infelizmente não. São poucos os alunos que se interessam pela suinocultura. A maioria se interessa pela área de Clínica e Cirurgia de Animais de Companhia. Os que se interessam por su-ínos geralmente saem da faculdade com bons empregos e, raramente trocam de área.

Suínos&Cia: Ser homenageado por várias turmas de formandos, isso lhe deixa com a satisfação de dever cumprido?

Dr. Geraldo: Sinto-me muito li-sonjeado. Com certeza esta é uma forma de reconhecimento, pois é muito gratifi -cante e emocionante ser homenageado pelos nossos alunos. Diferentemente do que ocorre em um ambiente empresarial, onde os funcionários são recompensados pela sua atuação profi ssional, na univer-sidade não existe nada disso, pois não há nem critérios para avaliar quem efetiva-mente está cumprindo a contento o seu papel. O único reconhecimento que te-mos vem por parte dos alunos e, por isso, considero este tipo de homenagem uma certifi cação de qualidade do trabalho que realizo.

Entrevista

8Suínos & Cia Ano VI - nº 28/2008

Suínos&Cia: Entre os estudos e pes-quisas que realizou, qual foi o mais gratifi -cante?

Dr. Geraldo: Sinceramente foi ter trabalhado com artrite de suínos no ser-viço de inspeção, que realizei durante o doutorado, não apenas pela magnitude do trabalho, mas também pelo ineditismo para o Brasil. Muitas dúvidas que existiam sobre o assunto foram esclarecidas nes-sa pesquisa. Ainda hoje, são condenadas muitas carcaças de suínos devido à artrite e, nessa pesquisa demonstramos que a principal causa de artrite é a osteocon-drose, que se trata de um processo não infeccioso, portanto, nesse caso a conde-nação é simplesmente desnecessária.

Suínos&Cia: Como os estudos de sanidade suína podem auxiliar na prática os profi ssionais que estão a campo?

Dr. Geraldo: A sanidade tem como principal fundamento a prevenção de do-enças e, consequentemente, está muito atrelada ao manejo e ambiência, que são áreas de formação comuns à Medicina Ve-terinária e à Zootecnia. Deste modo, os es-tudos com sanidade acabam reforçando a idéia de que os profi ssionais que atuam na suinocultura precisam cada vez mais entender de “como criar os suínos” de ma-neira preventiva quanto ao controle de doenças. Sendo muito mais importante do que saber diagnosticar e tratar enfer-midades.

Suínos&Cia: Qual a importância da atualização constante dos profi ssionais da medicina veterinária e zootecnia?

Dr. Geraldo: Estamos na era do co-nhecimento. O que se aprende na univer-sidade, simplesmente é a base do conhe-cimento. Todos os profi ssionais precisam se atualizar constantemente através da leitura de revistas técnicas e científi cas, participando de congressos técnico-cien-tífi cos e realizando cursos de aperfeiço-amento ou pós-graduação. Atualmente dispomos de um recurso extremamente de fácil acesso que é a internet. É impres-sionante a facilidade que se tem para bus-car atualização e novos conceitos.

Suínos&Cia: Pode citar, de acordo com sua visão científi ca, quais foram os principais avanços nos últimos anos alcan-çados na área de sanidade suína?

Dr. Geraldo: Os avanços mais sig-nifi cativos que ocorreram em sanidade de suínos foram conseqüências da moder-nização de nossas granjas. As melhorias das instalações, do manejo, da nutrição e das vacinas disponíveis no mercado, se refl etiram positivamente na sanidade de nossos plantéis. Outro fato muito positivo foi a certifi cação das Granjas de Repro-dutores. Antigamente muitas doenças eram introduzidas nas granjas por meio de reprodutores infectados e, atualmente, somente granja livres dessas doenças po-

dem comercializar reprodutores. Isso con-tribuiu signifi cativamente para o controle de doenças como a Peste Suína Clássica e Doença de Aujeszky.

Suínos&Cia: Poderia comentar como se encontra o Brasil em relação à pes-quisa e tecnologia na espécie suína?

Dr. Geraldo: O Brasil tem excelen-tes grupos de pesquisa de suínos. Depen-dendo do assunto, se encontram mais trabalhos atuais e de qualidade no país do que no exterior. Apesar de se ter pouco recurso para pesquisa, se realiza muitos estudos de qualidade. Entretanto, nossa competitividade com o exterior fi ca com-prometida porque muitas técnicas avan-çadas que são utilizadas rotineiramente na pesquisa internacional, aqui, por ques-tões de recursos, são pouco disponíveis. Creio que esse cenário envolve a medida que o país fortalece sua economia.

Suínos&Cia: Como avalia a impor-tância do professor para a suinocultura?

Dr. Geraldo: Tanto, professores e pesquisadores têm uma grande respon-sabilidade com a suinocultura. È necessá-rio formar profi ssionais de qualidade para atuar na área e, também, realizar pesqui-sas que tragam soluções para a atividade. Como o Brasil está em fase de desenvol-vimento, os recursos disponíveis são limi-tados, logo, temos que ter muita parcimô-nia na realização de nossas tarefas. Nada adianta formar alunos ou realizar pesqui-sas que não estejam em sintonia com as necessidades do mercado.

Suínos&Cia: A quem gostaria de agradecer o sucesso de sua trajetória?

Dr. Geraldo: Primeiramente aos meus pais, que sempre investiram e es-timularam meus estudos. Em segundo lugar, à UFPR, instituição que me acolheu como aluno e como professor e que me possibilitou a realização do mestrado e doutorado. Em terceiro lugar, aos amigos que encontrei por todos os cantos por onde andei. Tenho certeza que todas as vitórias que obtive na minha vida estive-ram intimamente ligadas à ação direta ou indireta desses amigos.

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Reprodução

Suínos & Cia Ano VI - nº 28/2008

Vitalidade: sobrevivência de leitões pelo melhoramento

genético

Introdução

Pode-se afi rmar que o melho-ramento genético dos suínos alcançou as metas, tão almejadas nas décadas de 60 e 70, de produção de carcaças com baixo percentual de toucinho, maior profundidade e maior área de olho de lombo, resultando em alto percentual de carne magra produzida por animal abatido, em um intervalo de tempo cada vez menor, devido às altas taxas de crescimento diário. Esta produção se dá com custos também cada vez menores, fruto da melhoria da conversão alimentar, imprimido, principalmente pelo componente pa-terno das linhagens comerciais. Em relação às características advindas do componente materno, também houve um grande avanço a partir da década de 80, que se concretizou na década de 90 e continua até os dias atuais.

Em termos numéricos, o me-lhoramento genético dos suínos, considerando as linhagens paternas e maternas, proporcionou, em média, progressos genéticos anuais da ordem de +20 gramas para ganho de peso médio diário (GPMD), +0,5% em carne magra (CM%) e +0,2 leitões/leitegada(16). No entanto, atualmente, há uma forte pressão para que mesmo características como baixo valor eco-nômico também sejam colocadas nos índices de seleção, como por exem-plo, agressividade e comportamen-tos estereotipados(07) e características

relacionadas ao impacto ambiental provocado pela suinocultura, como a excreção de nitrogênio e fósforo nas fezes. Em pesquisa recente, a exem-plo de, Qu, Rothschild e Stahl (2007) utilizando a técnica de “microarray” detectaram efeito da linhagem do ca-chaço sobre a expressão de 339 ge-nes, identifi caram também efeito da quantidade de fósforo na dieta sobre a expressão de 18 genes e o efeito da interação entre a linhagem do cacha-ço e a dieta sobre a expressão de 31 genes.

Adicionalmente, devido à resposta correlacionada(05), algumas características pioraram e, atualmen-

te, as taxas de mortalidade de leitões nas fases iniciais de vida aumentaram muito, contribuindo para a diminuição da velocidade do progresso genético da característica número de leitões desmamados por porca ano (D/P/A), mesmo com grande progresso genéti-co na característica tamanho de leite-gada (TL)(06). O mesmo foi encontra-do em linhagens de camundongos se-lecionadas para tamanho da ninhada comparado a uma linhagem controle que foi mantida sob cruzamento ale-atório por vinte gerações, ou seja, um aumento do número de fi lhotes por parto e um aumento concomitante da mortalidade pré-desmame na linha-gem selecionada(24). Considerando

Robson Carlos Antunes 1

Ana Carolina Portella Silveira 2

Aline Silva Mello César 2

Paulo Fernando Alves de Freitas 2

Professor da FAMEV - UFU 1

Mestrandos da FAMEV-UFU 2

[email protected]

A soma do melhoramento genético paterno e materno continua trazendo ótimos benefi cios para produção como conversão alimentar e alta taxa de crescimento diário.

que a mortalidade de leitões não é im-portante apenas do ponto de vista eco-nômico e de produção, mas também do ponto de vista de bem estar animal e social, já que a sociedade não apre-cia o fato de grande número de leitões morrerem em sistemas intensivos de produção e não aprova o sacrifício de animais doentes ou refugos(31), torna-se necessário o investimento no melhoramento genético de caracte-rísticas que propiciem o aumento da sobrevivência dos leitões.

Estratégias de aumento da taxa de sobrevivência dos leitões pelo melhoramento genético podem ser implementadas focando a habi-lidade materna das linhas fêmeas ou ainda o aumento da resistência inata dos leitões às condições adversas en-frentadas no ambiente extra-uterino logo após o nascimento ou também, melhorando geneticamente os leitões no tocante à resistência a doenças es-pecífi cas; e, logicamente, uma com-binação de todas estas estratégias. Há necessidade de lembrar que o com-ponente longevidade das matrizes infl uencia diretamente a lucratividade e a efi ciência do sistema de produção de leitões(28).

Aumentando a sobrevivência por meio do componente materno

Para fazer melhoramento ge-nético para a habilidade materna da porca, seja pelo aumento da produção de leite ou da efi ciência da lactação(1), já que a produção de leite da por-ca é um dos fatores mais importan-tes da limitação do crescimento do neonato(15); ou pelo melhor comporta-mento da matriz ao expor os tetos e pelo som característico emitido para chamar os leitões para mamar, e ain-da, pelo comportamento cuidadoso ao deitar evitando o esmagamento(25), ou ainda pela combinação destas características, é necessário tomar alguns cuidados nos programas de

melhoramento genético. As granjas núcleos de melhoramento genético que selecionam para a característica habilidade materna não devem usar hormônios para induzir o parto e, muito menos, para auxiliar a expulsão dos leitões após o parto iniciado. Em recente trabalho conduzido no Méxi-co, os autores mostraram que a admi-nistração de ocitocina para auxiliar o parto tem efeito adverso sobre a via-bilidade do neonato provocado pelo número, freqüência e intensidade das contrações miometriais, levando a um aumento do número de leitões que nascem com bradicardia e com acido-se metabólica(18). O uso de ocitocina também aumenta a chance dos leitões sofrerem intervalos de hipóxia antes do nascimento, aumentando a mor-talidade na maternidade(19). Mesmo assim, o uso da ocitocina no auxílio ao parto tem aumentado em granjas comerciais, pois esta prática diminui a duração total do parto e o intervalo entre a expulsão dos leitões, otimi-zando a mão-de-obra em grandes uni-dades produtoras de leitões, apesar de aumentar também a incidência de partos distócicos, além dos problemas mencionados com os neonatos(29).

Uma pesquisa conduzida pelo National Pork Producers Council (NPPC) nos Estados Unidos (EUA) mostrou que há diferenças enormes com respeito à longevidade das fê-meas e capacidade reprodutiva entre linhagens(17). Estas diferenças, cer-tamente, também devem se estender ao comportamento destas matrizes, pois, apesar destas pesquisas não te-rem estudado características compor-tamentais especifi camente, o peso da leitegada e a perda de peso durante a lactação foram estudados neste proje-to e ambos são afetados pelo compor-tamento da fêmea na maternidade.

Investir no melhoramento ge-nético da característica habilidade materna é possível, já que os vários componentes desta característica são herdáveis(1), e necessário, pois há grande variação entre as linha-gens comerciais dos resultados de produção(17) que também são conse-qüência do comportamento materno, entre outros fatores. No entanto, é im-portante lembrar que para se calcular valores genéticos para determinados componentes da característica habi-lidade materna, deve-se corrigir esta-tisticamente para a vitalidade inerente

A produção de leite da porca é um dos fatores mais importantes na limitação do crescimento dos neonatos.

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Reprodução

dos leitões que a porca amamentou em cada ciclo(9).

Finalizando, deve-se eviden-ciar que um dos componentes mais importantes da característica habi-lidade materna, que é a produção de leite, pode ser melhorado selecionan-do fêmeas com boa conformação de úbere durante o período de lactação, pois existe correlação positiva entre produção de leite e conformação do úbere(20). Mas, tem-se que conside-rar as respostas correlacionadas para as outras características, buscando o melhor balanço entre elas(1).

Melhoramento genético para resistência a doenças específi cas

Uma pesquisa conduzida na Universidade de Nebraska pelo grupo liderado pelo Dr. Rodger K. Johnson mostrou que as linhas paternas sele-cionadas para altas taxas de cresci-mento em carne magra, quais sejam Pietrain, Duroc ou Hampshire, são mais sensíveis aos efeitos deletérios provocados pela infecção pelo vírus da PRRS(21). Desde a década de 70,

pesquisas têm sido conduzidas no sentido de desvendar mecanismos que expliquem a resistência a doenças específi cas e com isto, seja possível o desenvolvimento de marcadores mo-leculares que possam ser usados no melhoramento genético por meio da seleção assistida por marcadores(34). Um exemplo de sucesso nesta área é o desenvolvimento de marcadores para resistência a colibacilose que já foi concluído, patenteado e é ampla-mente utilizado pela PIC (Pig Impro-vement Company) em seu programa de melhoramento. Estudos sobre a herança genética deste marcador de resistência mostraram que a resis-tência resulta da falta de um simples receptor de superfície celular para a cepa K88. Desta forma, os leitões que não possuem este receptor não são colonizados, pois a E. coli cepa K88 não consegue se aderir à mucosa in-testinal destes leitões(34).

A utilização de modelos ani-mais empregando camundongos e ratos transgênicos, em que alguns genes são silenciados pela técnica de knout out, é uma ferramenta valio-síssima na elucidação dos mecanis-mos moleculares das doenças e tem

produzido bastante conhecimento no caso específi co de doenças humanas, como Diabetes e Mal de Parkinson. A produção de suínos transgênicos tem aumentado nos últimos anos e, em breve, analogamente ao que já acon-tece com as pesquisas de doenças em humanos, estas técnicas serão aplica-das na elucidação dos mecanismos moleculares que regem as doenças em suínos. Técnicas recentes e com poder maior de elucidação também serão utilizadas neste sentido como, por exemplo, a recém desenvolvida técnica de RNA de interferência que gerou um prêmio Nobel. Isto propor-cionará a utilização da estratégia de Marked Assisted Selection (MAS) em maior escala no melhoramento gené-tico de suínos no tocante ao desen-volvimento de linhagens resistentes a doenças específi cas.

Melhoramento genético para a vitalidade dos leitões

Vitalidade dos leitões é de-fi nida como sendo a capacidade dos leitões sobreviverem da fase fi nal de gestação, passando pelo parto e pelo período crítico dos primeiros três dias até o desmame(9). Como o conceito envolve a natimortalidade, é interes-sante frisar que é extremamente im-portante a correta diferenciação dos leitões natimortos daqueles que nas-ceram e morreram logo após o parto e, não raramente, sem a presença do “parteiro”, pois a mortalidade fetal é infl uenciada por genes da mãe e ge-nes do feto e ocorre em períodos crí-ticos da gestação que coincidem com as mudanças na placenta(33). Entre os dias 20 e 30 de gestação, há o maior crescimento da placenta e logo após, entre 35 e 40 dias, há um pico de mor-talidade fetal que pode ser mensurado avaliando-se os leitões mumifi cados abaixo de 4 cm de comprimento(33). Até os 60 dias de gestação, há um crescimento linear do comprimen-

Os leitões mais pesados ao nascer tem mais chances de sobreviver, devido a menor probabilidade de sofrer hipotermia.

Reprodução

12Suínos & Cia Ano VI - nº 28/2008

to da placenta atingindo aos 65 dias a maior taxa de aumento do peso e, coincidindo com esta fase importante mudança na placenta, há outro pico de mortalidade fetal entre 55 e 65 dias de gestação que pode ser medido avaliando os números de leitões mu-mifi cados com 10 a 21 cm(33). E, fi -nalmente, após 100 dias de gestação, há o último pico de mortalidade fetal que são os leitões natimortos, com aspecto normal ou já em deterioração (leitões “achocolatados”).

Produções acima de 30 D/P/A já acontecem em vários locais em ní-vel mundial, às vezes, com mudanças no manejo com a intenção de alcan-çar este tipo de meta, cobrindo marrãs com 160kg aos 270 dias e as mantendo como mães de leite na primeira lacta-ção, alongando o período de lactação para 30 dias, com efeito benéfi co so-bre a reprodução no próximo parto(22). Mas um dos maiores problemas que impede que um número maior de uni-dades produtoras ultrapasse a barreira dos 30 leitões D/P/A é o aumento da mortalidade que aconteceu nas linha-gens maternas como resposta correla-cionada negativamente com a carac-terística tamanho de leitegada(6). Uma possível explicação para o aumento da mortalidade dos leitões é o fato de que rações de gestação com balan-ço inadequado de aminoácidos ideal possam levar leitões a termo com de-fi ciências nutricionais já ao parto, o que proporcionaria uma diminuição da vitalidade destes leitões. Os traba-lhos de Kim e Wu, 2005 mostram que há uma necessidade de se formular rações específi cas para a fase inicial e fi nal da gestação no tocante ao ba-lanço de aminoácidos ideal e também considerar as diferenças entre primí-paras e multíparas(8). O manejo de se usar apenas um tipo de ração gestação com o mesmo nível adequando ape-nas a quantidade para as diferentes fases da gestação e categoria de fê-meas gestantes certamente não está em concordância com os resultados

destas pesquisas.Quando se pensa em melhorar

esta característica, vem logo em men-te a estratégia de se aumentar o peso ao nascer dos leitões, pois leitões mais pesados têm mais chances de sobreviver, já que a probabilidade de sofrerem hipotermia é menor(31). Mas, paradoxalmente, em uma revisão pu-blicada sobre este tema são citados vários trabalhos que mostram que se-lecionar para o aumento do peso ao nascer não aumenta a sobrevivência dos leitões e a explicação dada para esta contradição é o fato de que são genes diferentes que controlam o peso ao nascer e a maturidade fi sio-lógica do leitão, sendo mais efi ciente selecionar para aumentar a uniformi-dade de peso dentro de leitegada para elevar indiretamente a taxa de sobre-vivência até o desmame(2).

Pensando em selecionar carac-terísticas comportamentais dos leitões que, por conseqüência, aumentaria a taxa de sobrevivência, uma pesquisa foi conduzida em rebanhos núcleos de melhoramento, em que foi avaliado o comportamento de dois grupos de lei-tões com relação ao mérito genético

para a característica vitalidade logo após o parto e durante as primeiras 24 horas, medindo o tempo gasto do nas-cimento até o leitão fi car de pé, tempo gasto até o primeiro contato com o úbere e o tempo que o leitão levou do nascimento até colocar o teto na boca. Estas características comportamen-tais não explicaram a diferença de mérito genético para a característica vitalidade(12).

Este mesmo grupo de pes-quisadores continuou aprofundando o assunto para tentar explicar as di-ferenças encontradas em relação ao mérito genético para a característica vitalidade dos leitões e conduziram outras pesquisas buscando diferenças de estoques de energia nos dois gru-pos de leitões com relação ao méri-to genético e encontraram no grupo de maior mérito genético uma maior quantidade de glicogênio muscular e hepático, maior conteúdo de gordura, maior peso de adrenal, níveis mais elevados de corticóides circulantes e melhor efi ciência placentária(13). Este grupo de pesquisadores também mostrou que a seleção para a caracte-rística vitalidade dos leitões ao parto pelo componente materno leva a uma

Uma das caracteristicas da habilidade materna é a produção de leite, que pode ser melhorada selecionando fêmeas com boa conformação de úbere.

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Reprodução

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Os suínos nascem com pouca reserva de gordura e pobre capaci-dade gliconeogênica e, portanto, de-pendem dos estoques de glicogênio(3). Por este motivo, os achados das pes-quisas citadas são bastante valiosos para explicar diferenças nas taxas de sobrevivências dos leitões. Adicio-nalmente, outro fato colabora para a convergência destes resultados na explicação da característica vitalida-de, o fator fi siológico ligado ao parto e à maturidade dos leitões ao fi nal da gestação, que é o aumento do nível de cortisol, responsável por induzir o pulmão a produzir uma quantida-de adequada de surfactante, que será extremamente importante na primeira inspiração de cada leitão no momento do parto(4). A importância do aumento do cortisol na fase fi nal da gestação ligada ao aumento da produção de surfactante fi ca clara quando se co-nhece o fato de que maternidades de humanos usam surfactante isolados de pulmões de suínos para aumentar a taxa de sobrevida de crianças que nascem prematuras.

Selecionar para vitalidade dos leitões é possível, efi ciente e necessário(9). Há resposta correla-cionada com outras características de interesse econômico e devem ser balanceadas dentro do programa de melhoramento genético. Interessante notar que quando se seleciona para vitalidade dos leitões e taxa de cres-cimento, concomitantemente, ocorre um ganho extra na taxa de crescimen-to comparado a uma estratégia em que se seleciona apenas para taxa de crescimento(10).

Durante o 8º Congresso Mun-dial de Genética Aplicada ao Me-lhoramento Animal (8th WCGALP-World Congress on Genetics Applied to Livestock Production), realizado em 2006 pela primeira vez no Bra-sil, muitos dos trabalhos de pesqui-

sas apresentados foram sobre o me-lhoramento genético para vitalidade dos leitões. Dos 27 trabalhos apre-sentados na seção de Melhoramento Genético de Suínos (Pig Breeding), oito foram sobre vitalidade dos lei-tões. Destes trabalhos apresentados em 2006, muitos já foram publicados em revistas especializadas. Um espe-cifi camente traz uma contribuição in-teressante, mostrando que selecionar para o número de leitões que sobrevi-veram até o 5º dia útil após o parto é mais efi ciente do que selecionar para tamanho de leitegada ao nascer(30).

Considerações fi nais

Selecionar para a característi-ca vitalidade dos leitões é possível e necessário e para ser implementado com efi ciência deve-se, além de se controlar os pais biológicos, desen-volver correções estatísticas para o peso ao nascer, para o efeito da ha-bilidade materna da mãe de leite, de-vido à transferência entre leitegadas, pois são fatores de grande impacto na taxa de sobrevivência dos leitões. A herdabilidade da característica vitali-dade dos leitões é muito baixa, mas a sua grande variabilidade torna-a pas-sível de seleção com efi ciência eco-nômica. O fato de esta característica ser de magnitude bastante baixa faz com que seja necessário o uso de in-formações de grande número de ani-mais geneticamente conectados em ambientes diversos, para aumentar a acurácia de seleção dos valores gené-ticos e, conseqüentemente, aumentar o progresso genético para esta carac-terística. A conseqüência do melhora-mento genético para a característica vitalidade dos leitões é o aumento da uniformidade do peso ao nascer e a produção de leitões fi siologicamente mais maduros.

Reprodução

14Suínos & Cia Ano VI - nº 28/2008

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Reprodução

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Manejo

Suínos & Cia Ano VI - nº 28/2008

Glauber S. Machado(1)

Roniê W. Pinheiro(1)

1 Médicos Veterinários da Integrall Soluções em Produção Animal

Tratamento de leitões atrasados: experiência prática

Introdução

Nas últimas duas décadas, a indústria de melhoramento de suínos direcionou boa parte do seu foco na seleção de matrizes de alta produtivi-dade, objetivando aumentar o número de leitões nascidos/parto e um conse-qüente aumento no número de leitões desmamados/porca/ano. Trata-se de um enorme benefício para a suino-cultura industrial, e não há dúvidas de que este ganho genético deve ser mantido e até mesmo incrementado, desde que acompanhado de processos que preservem ou mesmo aperfeiço-em a qualidade do leitão nascido. Não há qualquer dúvida que o ganho ge-nético pode e deve continuar positivo para a prolifi cidade das linhagens ma-ternas, pois a indústria especializada já conta com ferramentas de seleção genética para vitalidade e sobrevivên-cia dos leitões, com excelentes resul-tados já conquistados e consagrados em alguns programas, conciliando assim quantidade com qualidade dos leitões nascidos.

Os leitões “atrasados” repre-sentam, portanto, a expressão clínica mais visível do conceito de variabili-dade na produção de suínos. Podendo afi rmar que a variabilidade representa o maior custo de oportunidade da pro-dução, e também um dos custos mais negligenciados por técnicos e produ-tores. Dentro desse custo, podemos relacionar diversas facetas que com-prometem e oneram a produção em granjas com alta variabilidade ou alto percentual de leitões atrasados:• Custo associado aos descontos pra-

ticados pela indústria: em sistemas que abatem com tipifi cação indi-vidual de carcaças, calcula-se que

apenas de 10% a 20% dos animais abatidos atualmente são classifi ca-dos dentro da área de máxima de rentabilidade nas matrizes de remu-neração;

• Custo associado à inefi ciência de utilização de instalações: o sistema tudo dentro / tudo fora expôs a in-conveniência da variabilidade em peso;

• Custo associado ao comprometi-mento da alimentação por fases, quando há alta variabilidade de peso em uma mesma fase;

• Custo de produção mais elevado dos animais menores: a variabilidade causa distribuição desigual dos cus-tos de produção;

• Custo associado à maior mortalida-de dos animais menores e refugos;

• Custo associado à instabilidade imunológica do rebanho, mantida e promovida pelos animais “super-di-fusores” que compõem a população de animais atrasados.

No decorrer deste artigo, se-rão demonstradas as possibilidades de tratamento dos leitões atrasados do manejo, nutrição e da terapêuti-

ca. Também será enfatizado o com-ponente genético da variabilidade. Inicialmente será abordada uma dis-cussão ampla sobre o peso ao nasci-mento, o peso ao desmame e a pri-meira semana após o desmame, bem como suas implicações futuras, por se tratarem dos grandes determinan-tes da variabilidade e da ocorrência de leitões atrasados, nas fases subse-qüentes.

Peso ao Nascimento

O baixo peso ao nascimento afeta de forma direta a ocorrência de leitões atrasados e a taxa de mortali-dade nas diversas fases de produção, além de criar dentro do sistema de produção as chamadas subpopula-ções imunológicas. Estas apresentam comportamento imunológico e sani-tário distinto dos demais animais e são responsáveis pela manutenção e recirculação de problemas clínicos no rebanho, além da amplifi cação dos problemas sanitários por estes ani-mais “super-difusores”, sendo um fa-tor de risco constante para os animais contemporâneos.

Tabela 1 – Infl uência do peso ao nascimento sobre os parâmetros de desempenho subseqüente (Azain et al., 1996)

Grupo 1 Grupo 2

Número de Leitões 128 (23%) 438 (77%)

Média de Peso ao Nascimento (kg) 1,23 b 1,76 a

Média de Peso aos 14 dias (kg) 2,97 b 4,86 a

Média de Peso ao desmame (kg) 6,08 b 8,35 a

Idade Média ao Desmame 26,4 26,2

GPD do nascimento ao dia 14 (g/d) 122 b 223 a

GPD do dia 14 ao desmame (g/d) 408 b 501 a

GPD na creche (g/d) 339 b 396 a

Manejo

A redução no peso ao nasci-mento é acompanhada pelo aumento na variação de peso no crescimento e queda no desempenho. Em média, os leitões com peso inferior a 900 g ao nascimento requerem de sete a 15 dias a mais para chegarem ao abate que as categorias de pesos superiores(3). Por outro lado, os leitões que nascem mais pesados têm maior peso ao des-mame e na saída de creche, com este potencial sendo expresso até o abate. Como regra geral, considera-se que um aumento de 100g ao nascimento resulta num ganho de 200g ao desma-me e que a cada 100g adicionados no desmame possibilita um ganho extra de 500g ao abate(10). Entretanto, essa relação (efeito multiplicador) pode variar muito entre diferentes sistemas de produção, por ser também infl uen-ciada por diversos fatores extrínsecos. A tabela 1 permite visualizar essa re-lação entre o peso ao nascer e os pesos subseqüentes. Neste trabalho (Azain et al., 1996), os leitões de maior peso ao nascer (grupo 2), demonstraram melhor desempenho ponderal em to-das as fases subseqüentes.

Sabe-se que os leitões apre-sentam baixas reservas energéticas pela ausência de tecido adiposo mar-rom, baixo percentual de gordura cor-poral e dependência exclusiva de gli-cose nas primeiras horas de vida(9). Os

leitões nascem em média com 1,6% de gordura corporal e o aumento do peso ao nascimento é acompanhado do aumento neste percentual de gor-dura, que assegura melhor isolamento corporal e maior reserva aumento à sobrevida nesta fase, sendo consegui-do com ajuste nutricional na gestação. As maiores perdas por mortalidade na maternidade ocorrem, em sua maio-ria, até o terceiro dia de vida, estando correlacionadas com o peso e vigor dos leitões ao nascimento. Em traba-lhos americanos e europeus, os leitões que nascem com peso inferior a 1,0 kg apresentam taxas de mortalidade superiores a 40%(6, 13). Avaliando a so-brevivência de leitões em 11 diferen-

tes categorias de peso ao nascimento, de 200 em 200 gramas, Quiniou et al encontraram taxas de mortalidade de 64% no primeiro dia, para leitões nascidos com menos de 600 gramas, e de 85% até o desmame, para esses mesmos leitões. Já para os leitões nascidos entre 601 e 800 gramas, a mortalidade foi de 29% no primeiro dia de vida, com mortalidade acumu-lada de 52% até o desmame, para essa mesma categoria.

Já em condições de manejo otimizadas, em trabalhos nacionais, esta mortalidade é um pouco menor, mas ainda assim muito mais expres-siva do que a mortalidade de animais médios e pesados ao nascimento. Tra-balhando com causas não infeccio-sas de mortalidade na maternidade, Furtado (2007) encontrou 28,9% de mortalidade nos leitões nascidos com menos de 900 gramas de peso.

Desempenho dos animais

Em um ensaio conduzido a campo, neste ano de 2008, em uma granja de 4500 matrizes, encontrou-se uma taxa de mortalidade da ordem de 45% nos leitões nascidos com me-nos de 600 gramas, ao passo que os leitões nascidos com peso entre 601 e 900 gramas apresentaram 32% de mortalidade no primeiro mês e 24% no segundo mês. O ensaio permite concluir que as diversas ferramentas de manejo aplicadas logo após o nas-cimento tiveram muito pouco êxito nos leitões nascidos com menos de

Gráfi co 1 – Taxas de mortalidade pré-desmame de leitões nascidos em diferentes categorias de ganho de peso (Integrall, 2008).

Leitões que nascem mais pesados tem maior pesoao desmame e na saída de creche.Fonte: Juvenal Ribeiro

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Manejo

600 gramas. O objetivo deste trabalho vai além da comparação entre as taxas de mortalidade, abrangendo também a avaliação completa de desempenho (ganho ponderal e efi ciência alimen-tar) dos animais nascidos em diferen-tes categorias de peso. Desta forma, pode-se inclusive optar pelo sacrifício ou não, já ao nascimento, de leitões nascidos abaixo de um patamar mí-nimo de peso que seja considerado o “peso mínimo de viabilidade econô-mica”. O gráfi co 1 ilustra os dados de mortalidade obtidos nos primeiros 2 meses desse ensaio.

Leitões nascidos com peso inferior a 1,2 kg apresentam baixas reservas ao nascimento requerendo maior tempo para a primeira mama-da, apresentando maior taxa de mor-talidade até o terceiro dia e menor peso ao desmame. Sabe-se ainda que leitegadas numerosas, em porcas com idade avançada, aumentam a preva-lência de leitões com peso inferior a 800 g (Bertolin 1992). Avaliando a variabilidade em diversos parâmetros ao nascimento, Leenhouwers (2001) encontrou uma signifi cativa amplitu-de de variação, conforme se observa na tabela 2.

O coefi ciente de variação do peso das leitegadas ao nascimento situa-se entre 22% e 26%, sendo que o número de leitões nascidos está in-versamente relacionado com o peso ao nascimento e de forma positiva com o coefi ciente de variação (CV). Assim, há uma forte correlação entre o peso ao nascimento, peso ao des-mame e dias necessários para o abate. Ainda, observa-se que os leitões que nascem menores fazem parte de uma subpopulação de animais, na qual há menor ingestão de colostro, com re-dução na duração da imunidade pas-siva, fi cando expostos aos agentes

patogênicos de forma prematura. Esta classe de animais altera a dinâmica de infecção nas granjas permitindo repi-ques nas taxas de mortalidades com perdas de desempenho. O número de fi bras musculares é um importante determinante da massa muscular. No suíno, o número de células muscula-res é concluído durante a fase de ges-tação, com este permanecendo fi xo do nascimento ao abate (Dwyer & Sticklnad, 1991). Após o nascimen-to, o potencial crescimento muscular está limitado à hipertrofi a (aumento no tamanho das células). Desta for-ma, algumas questões são levantadas com relação à capacidade limitada de crescimento dos leitões que têm baixo peso ao nascimento:1) Estes apresentam menor número

de fi bras musculares ao nascimen-to e, portanto menor potencial de crescimento muscular;

2) Menor capacidade de ingestão em

valores absolutos; ou3) Menor concentração de IGF-1, o

que reduziria a taxa de ganho des-tes animais.

Algumas pesquisas têm mos-trado que os leitões com baixo peso ao nascer apresentam menor número de fi bras musculares(6). Entretanto, outros trabalhos mostram que esta re-dução no número de fi bras musculares ocorre apenas em leitões que nascem com peso inferior a 800 g, não sendo observado nas demais categorias de peso(7). Lynch et al. (2006) concluí-ram que os leitões de baixo peso ao nascimento apresentam-se mais leves ao abate, com redução na média de ganho diário e ingestão de alimentos. A concentração de IGF-1 é menor (28%) do que no grupo de animais pe-sados, não havendo qualquer diferen-ça quanto ao número de fi bras entre as categorias de peso ao nascimento.

Os animais com baixo peso ao nascimento apresentam ainda uma menor altura das vilosidades intesti-nais, redução na atividade das enzi-mas lactase e lipase, menor número de receptores de hormônios da tireóide no músculo e menor nível de IGF-1 na circulação. A redução no peso ao nascimento também pode estar asso-ciada a um menor número de fi bras musculares e redução no percentual de carne magra ao abate(10).

Tabela 2 – Amplitude de variação de diferentes parâmetros ao nascimento(Leenhouwers, 2001)

Variável Média Mín. Máx.

Peso Nascimento (g) 1518 450 2600

Intervalo entre nascimento (min) 19,1 0 175

Tempo para se levantar (min) 8,9 1 56

Tempo para chegar ao teto (min) 23,1 3 240

Tempo para primeira mamada (min) 52,7 5 382

Nos animais com nascimento abaixo do peso apresentam menor altura das vilosidades intestinais.Fonte: Suinos & Cia

Suínos & CiaAno VI - nº 28/2008

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ManejoAlguns fatores têm

infl uência direta no peso ao nascimento e desmame, podendo citar a ordem de parição. Observa-se um au-mento de peso linear tendo como base a primeira pari-ção e uma queda da sexta parição em diante. Smith et al. (2007) apontam a quarta parição como pico de peso ao nascimento embora al-guns trabalhos tenham mos-trado que este pico ocorre nas matrizes de quinta pari-ção. O aumento no peso ao nascimento entre a primei-ra e segunda parição pode estar ligado ao aumento do espaço uterino. Já a queda do peso ao nascimento e au-mento da variação do peso ao nascimento nas matrizes mais velhas ocorre pelo au-mento na taxa de ovulação e tamanho da leitegada(12). Problemas relacionados à nutrição fetal e efi ciência placentária também podem estar associados ao menor peso ao nascimento e maior variabilidade de peso em leitegadas de porcas mais velhas.

A correlação negativa entre tamanho de leitegada e peso ao nas-cimento é um fato, já atestado em di-versos trabalhos. Entretanto, há atual-mente diversas ferramentas de seleção e melhoramento que têm permitido a melhoria da qualidade ao nascimento em leitegadas numerosas.

Peso ao Desmame

Um dos mais importantes fa-tores que infl uenciam a performance pós-desmame de suínos é o peso à desmama. Observa-se efeito da idade da matriz, época do ano e idade de desmame sobre o parâmetro de peso ao desmame. As fêmeas de primeira e segunda parição tendem a apresen-tar leitegadas mais leves ao desma-me, estando os leitões mais pesados na quarta e quinta parições. Sabe-se que as matrizes mais jovens possuem glândula mamária em desenvolvi-

mento, produzindo menos leite e re-duzindo signifi cativamente o peso ao desmame.

Há uma correlação fortemente positiva entre o peso ao desmame, a efi ciência de crescimento e a qualida-de de carcaça dos animais abatidos. Desta forma, o peso ao desmame é um importante parâmetro de predição para o peso na saída de creche, con-forme evidenciado por Cole & Var-ley (2000) e apresentado na tabela 3. Cooper et al. (2001) relatam que para cada 1 kg que se consegue agregar no peso ao desmame há um acréscimo de

1,9 kg no peso de saída de creche (56 dias de idade) e ao abate este animais tive-ram 4,2 kg de ganho adi-cional.

Em uma simulação econômica, considerando pressupostos americanos de mercado, foi detecta-da vantagem em dólar, de 3,47; 5,24; 4,91; 6,34 e 8,29 por suíno abatido aos 125 kg de peso vivo e desmamados, respectiva-mente, com 5,5; 6,4; 7,3; 8,2 e 9,5 kg aos 20 dias em comparação com os leitões desmamados com 4,6 Kg. Faz-se necessária, portan-to, a implementação de manejo e tecnologias, de ordem prática, que asse-gurem a maximização do peso ao desmame, dentro das condições do sistema de produção.

A melhoria da con-dição corporal das matri-zes, ajustes de manejos e ambiente, melhorias na qualidade da ração de lac-tação, bem como adoção

de um programa de suplementação para leitões lactentes, trazem bene-fícios diretos e comprovados, sendo observada melhoria no peso médio, redução da variação de peso dentro de leitegada e menor mortalidade desses leitões lactentes.

Em geral, leitões mais pesados ao desmama crescem mais rapidamen-te no período imediatamente posterior à desmame e são menos susceptíveis a distúrbios digestivos e à diarréia. No entanto, leitões desmamados pre-cocemente, mesmo com um peso aci-ma de 5,5 kg, não apresentaram um

Tabela 3 – Infl uência do peso ao desmame sobre o desempenho até o abate com 104 Kg (Cole & Varley, 2000)

Pesos ao desmame 4,1 a 5,0 5,1 a 6,8 6,9 a 8,6

Idade à desmama (d) 24 25 25

Peso ao abate (kg) 104 104 104

GPD recria e terminação (g) 703a 732b 750c

Consumo diário ração (Kg) 2,304 2,336 2,300

Dias do desmame até o abate 136a 134a 128b

As matrizes mais jovens possuem glândula mamária em desenvolvimento, produzindo menos leite e reduzindo o peso ao desmame.Fonte: Juvenal Ribeiro

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Manejodesempenho subseqüente satisfatório. Assim, os animais que pesam menos de 4,5 kg ao desmame (21 dias) re-querem 12 dias a mais para atingirem o peso de venda quando comparados aos leitões desmamados com 6,8 kg(2). A idade da desmama é um importante fator que interfere na média de ganho diário após a desmama e na lucrati-vidade ao abate, em função do peso à desmama e maturidade fi siológica dos animais. O desempenho dos ani-mais aumenta de forma linear com o aumento da idade de desmame até que se atinja 22 dias como idade de desmama(11). Em condições práticas, observações constatam que há respos-ta positiva crescente, em diversos pa-râmetros de desempenho dos leitões pós-desmame, quando se aumenta a idade de desmame dos 17-18 dias até a idade de 23-24 dias.

A primeira semana após o desmame

A taxa de crescimento duran-te a primeira semana pós-desmame também é um excelente indicador dos dias de alojamento necessários para o abate. Os leitões com ganhos superiores na semana subseqüente à desmama chegam ao abate alguns dias antes que os animais que apre-sentam uma queda ou mesmo um ganho muito moderado durante este período. Os animais com ganhos diá-rios inferiores a 115g na primeira se-mana, após a desmama demoram até 20 dias a mais para chegar ao abate quando comparados com os animais que mantêm a taxa de ganho similar ao da maternidade (250g/dia). A mag-nitude da correlação entre ganho de peso pós-desmame e peso ao abate é superior que aquela observada entre

o peso ao nascimento ou desmame com o peso de abate, o que justifi ca a adoção de manejos que incrementem ganhos nesta fase. A tabela 4 ilustra o efeito do GPD na primeira semana pós-desmame sobre o desempenho subseqüente.

De forma similar, trabalhos da equipe de nutrição da Universidade do Kansas evidenciaram correlação forte e positiva entre o GPD na primeira se-mana pós-desmame e o desempenho dos animais até o abate (gráfi co 2).

Ações concretas para redução da variabilidade de peso

Diversos fatores contribuem para que os animais possam expressar o desempenho máximo nas granjas

comerciais. Sabemos que de 20% a 30% deste potencial é perdido do nas-cimento ao abate. Estas perdas estão associadas à redução na taxa de in-gestão provocadas por condições que limitam o consumo, levando à restri-ção alimentar. Dentre essas condições limitantes, podemos citar fatores am-bientais, nutricionais, sanitários, nú-mero de animais/baia, densidade de ocupação, etc. Muitos pesquisadores têm estudado como os diversos fato-res afetam a taxa de crescimento, fi -cando claro que estes interagem entre si, aumentando o nível de estresse dos animais. O efeito destes fatores pare-ce ser aditivo e a remoção de alguns deles pode aumentar o desempenho. Nesse contexto, podemos relacionar 3 diferentes abordagens ou grupos de ferramentas para redução da variabi-lidade e para tratamento dos leitões atrasados:

• Ferramentas de manejo• Ferramentas nutricionais• Ferramentas terapêuticas

Não há dúvidas que esses três grupos de ferramentas podem abran-ger um universo muito extenso de al-ternativas. Está descrito abaixo alguns exemplos de ferramentas utilizadas com sucesso na prática de campo, que

Tabela 3 - Efeito do GPD durante a 1ª semana pós-desmame sobre odesenvolvimento subseqüente dos leitões (Mahan, 1996)

Parâmetros GPD na primeira semana pós-desmame (g/dia)

Idade 0 0- 0,15 0,15 – 0,23 > 0,23

28 dias 14,5 15,9 16,8 18,2

56 dias 30,0 30,9 32,7 35,0

156 dias 105,3 108,5 111,7 113,5

Idade aos 113,5 kg 183 179 175 173

Linhagens genéticas modernas tendem a conciliar quantidade de leitões com qualidade do leitão nascido, garantindo ganho genético positivo para prolifi cidade, sobrevivência e qualidade do leitão ao mesmo tempo.Fonte: Juvenal Ribeiro

Suínos & CiaAno VI - nº 28/2008

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Manejo

certamente contribuem para a maior uniformidade dos lotes produzidos.

Ferramentas de Manejo

Uma das mais importantes fer-ramentas no controle dos problemas sanitários é a ingestão de colostro. Manejos que possibilitem a máxima ingestão nas primeiras seis horas após a parição devem ser considerados e priorizados, já que a concentração de imunoglobulinas cai de forma abrup-ta nas doze horas após o parto, assim como cai drasticamente a capacidade de absorção pelos leitões.

Os leitões com alto peso ao nascimento apresentam uma maior concentração de IgG no plasma na primeira fase de vida, estando esta correlacionada a uma maior ingestão do mesmo, logo após o nascimento. A relação, em leitões leves e pesados, se mantém durante toda a lactação, mas a concentração absoluta cai de forma considerável quando comparada ao nascimento. A indução e sincroniza-ção dos partos tornam possível um manejo mais adequado de colostro, desde que implantada com todos os cuidados necessários para o sucesso desta técnica. E também a utiliza-ção rotineiramente da marcação e numeração dos primeiros 7-8 leitões ao nascer, com posterior rodízio de mamada. Com este manejo, se obtém melhora sensivelmente da ingestão de colostro pelos leitões pequenos e pelos últimos leitões a nascer. Este manejo possibilita uma ingestão mui-

to mais uniforme de colostro e, assim, um status imunológico mais equiva-lente entre os animais, contribuindo para uma maior estabilidade imuno-lógica.

Talvez o mais importante fator que atua sobre a variabilidade seja o status de saúde do rebanho. O grau de exposição às doenças difere entre ani-mais, assim como o impacto da expo-sição antigênica do animal saudável sobre seu desempenho varia entre in-divíduos, sendo possível observar um forte impacto sobre o coefi ciente de variação (CV) dos pesos nas diversas idades(3).

A idade de desmame é um importante fator a considerar no con-trole da viabilidade nas leitegadas, e na ocorrência de leitões atrasados ou refugos. É comum observar granjas praticando desmames relativamente precoces (18-19 dias), projetando o peso estimado aos 21 dias, mas es-quecendo que o ganho real é inferior ao projetado e, mais do que isso, que o ganho real não é uniforme entre os leitões, criando maior variação dentro dos lotes desmamados, menores taxas

de ganho pós-desmame e elevação na taxa de mortalidade (tabela 4).

Nos casos de desmames pre-coces em granjas comerciais, é sabi-do que aproximadamente 25% dos animais são desmamados com menos de 3,5 kg. Essa variabilidade do lote é um grande desafi o de manejo e uma das maiores causas de leitões atrasa-dos nas fases de creche, recria e ter-minação. É preciso conhecer o CV es-perado para cada fase, sendo este um importante indicador na efi ciência dos manejos adotados na granja. Dentro de uma distribuição normal espera-se um CV de 20% para o peso ao desma-me, de 12% a 15% na saída da creche e entre 8% e 12 % no momento do abate. Reduzir a variabilidade implica no aumento da uniformidade dos ani-mais de um mesmo grupo. Remover leitões pequenos ou grandes do grupo não reduz a variabilidade, mas sim-plesmente os separa em subgrupos, aumentando a uniformidade aparente, mas não a uniformidade real da pro-dução. Para reduzir a variabilidade é preciso fazer os leitões menores cres-cerem mais rapidamente; somente as-sim a uniformidade estará garantida. Nesse contexto, a adoção de manejos, estratégias nutricionais e/ou terapêu-ticas diferenciados para as categorias mais leves, podem reduzir a variabili-dade melhorando o desempenho con-junto do grupo.

Outro fator determinante para um bom desempenho diz respeito ao ambiente. É fundamental que os lei-tões sejam mantidos em sua zona de conforto para que todos os nutrientes absorvidos sejam utilizados para o crescimento, e não direcionados para a regulação e manutenção da tempe-ratura corporal. Por outro lado, fl utu-ações extremas na temperatura diária, associadas às altas concentrações de

Tabela 4 - Infl uência da idade ao desmame sobre desempenho posterior(Main et al, 2002)

Idade 12 d. 15 d. 18 d. 21 d.

Peso(kg) 4,2 4,9 5,7 6,5

Cons. (g/d) 426 512 562 653

GPD (g/d) 299 a 367 b 408 b 476 c

Conversão Alimentar 1,42 1,39 1,38 1,38

Peso 42 d. pós-desm. 16,9 a 20,3 b 22,6 b 25,8 c

Gráfi co 2 – Relação entre o GPD na 1ª semana pós-desmame e a idade ao abate (KSU, 2001)

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Manejo

gases (amônia) e poeira, acabam por ocasionar irritações no trato respi-ratório dos animais, aumentando a probabilidade de ocorrência e agra-vamento de doenças respiratórias. O manejo de cortinas é fundamental para manter a temperatura adequada a cada fase, permitindo a renovação de ar das salas e impedindo a incidência direta de correntes de ar frio sobre os leitões. Dependendo das condições climáticas, nem sempre, somente o uso de cortinas é sufi ciente para ga-rantir o conforto térmico dos leitões, especialmente nas primeiras semanas de creche. Portanto, é bastante comum encontrarmos situações de campo em que se faz necessário dispor de alter-nativas suplementares para manter a temperatura ideal em cada fase.

Ferramentas Nutricionais

O fornecimento de ração ade-quada deve iniciar logo nos primeiros dias de vida, permitindo uma melhor adaptação dos leitões às dietas e pre-parando-os para maior ingestão ao desmame. Não restam dúvidas de que a primeira semana de alojamento na creche é a mais importante em termos de adaptação fi siológica ao novo siste-ma de instalação e, principalmente, a uma alimentação totalmente diferen-te do leite materno. O grande desafi o é fazer com que o leitão ganhe peso já nos primeiros dias, imediatamente após o desmame, e que durante toda a fase seguinte tenha a máxima efi ciên-cia de conversão possível, a um custo compatível. Os leitões devem ter fá-

cil acesso à ração, sendo estimulados ao consumo várias vezes ao dia. Os menores devem ser manejados de for-ma diferenciada, permitindo um con-sumo das rações de melhores níveis por um tempo adicional, sempre que possível.

Uma vez desmamado, o leitão na creche tem de satisfazer suas neces-sidades de alimento e água em fontes diferentes na baia, enquanto que até o desmame o leite materno atendia am-bas as necessidades. O tempo médio para que o leitão ingira água pela pri-meira vez na creche é variável, sendo que alguns leitões podem levar até dois dias para encontrar o bebedouro e efetivamente ingerir água em volu-mes signifi cativos. Em sistemas com manejo defi ciente de fornecimento de água, pode-se observar inclusive per-da de peso dos leitões nos primeiros dias pós-desmame, com sinais claros de desidratação. O maior consumo de ração pós-desmame estimula a secre-ção de enzimas pancreáticas, e um aumento na altura das vilosidades do intestino delgado, conseqüentemen-te, um incremento no ganho de peso. Portanto, consumo de ração e de água devem ser trabalhados em conjunto desde a entrada dos leitões na creche.

A qualidade do leitão ao nas-cimento pode ser manipulada através de estratégias nutricionais específi cas, durante as diferentes fases da ges-tação. A literatura indica resultados confl itantes no que tange os efeitos da nutrição na gestação sobre o aumento do peso ao nascimento. Em condições práticas, estão sendo implantados di-ferentes programas de alimentação diferenciada em fêmeas hiperprolífi -

cas, com resultados muito promisso-res sobre a qualidade e uniformidade do peso ao nascer. E também a im-plantação de estratégias nutricionais específi cas para os animais de baixo peso ou refugos, principalmente nos momentos de alojamento na creche e na terminação.

O principal componente des-sa estratégia é uma associação de ingredientes nutracêuticos, proteínas funcionais, palatabilizantes, imuno-moduladores, vitaminas específi cas em doses supra-nutricionais, anti-oxi-dantes e outros elementos com dife-rentes propriedades nutricionais, imu-nológicas e imunofi siológicas. Vários resultados de campo já foram cole-tados, indicando excelente potencial de redução das taxas de refugagem e mortalidade, desde que o forneci-mento seja iniciado com os animais ainda apresentando padrões razoáveis de consumo. A tabela 5 ilustra alguns dos dados já mensurados a campo, sendo que o modo de uso predomi-nante é por 15-20 dias contínuos após a transferência para a fase de creche e/ou de recria.

É necessário, entretanto, res-peitar os limites entre os desafi os nutricionais e os desafi os sanitários que acometem os leitões atrasados. Não restam dúvidas que as subpopu-lações de animais refugos e atrasados apresentam muito mais desafi os de ordem sanitária, sendo intensamente acometidos por enfermidades entéri-cas e respiratórias. Nesse contexto, os melhores resultados de recuperação e tratamento de leitões atrasados são obtidos quando se concilia as ferra-mentas de manejo, nutrição e tera-pêutica.

Ferramentas Terapêuticas

A principal justifi cativa para considerar as abordagens terapêuticas no tratamento de leitões atrasados é a seguinte: os problemas sanitários re-presentam a principal causa da refu-gagem, assim como representam tam-bém a principal conseqüência dessa mesma refugagem. Independente dos fatores de risco adicionais que estejam envolvidos (baixo peso ao nascimen-

Tabela 5 - Resultados preliminares com a utilização de uma ferramenta nutracêutica específi ca para animais de baixo peso

Granja Idade Efeitos observados

Granja 1 (MG) 65-80 dias 1,145 kG/dia x 0,738 kG/dia(55,15% aumento no GPD)

78% de recuperação de refugos do grupo avaliado

Granja 2 (SC) 70-85 dias 89% de recuperação de refugos

Granja 3 (RS) 70-85 dias 94% de recuperação de refugos

Granja 4 (SC) 152-165 dias 92% alcançaram peso e condição física para abate

Granja 5 (SC) 55-70 dias 79% de recuperação do lote de refugos

Granja 6 (MG) 63-80 dias 84% x 38% de recuperação

(avaliados x controle negativo)

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Manejo

01. Alison, L., Stalder, K. J., Serenius, T. V., Baas, T. J., Mabry, J. W., Effects of piglet birth weights at weaning and 42 days post weaning. Journal of Swine Health and Production, V. 15 n. 4, 2007.

02. Azain, M. J., T. Tomkins, J. S. Sowinski, R. A. Arentson, and D.E. Jewell. Effect of supplemental pig milk replacer on litter performance: Seasonal variation in response. J. Animal Sci. 74: 2195-2202, 1996.

03. Beaulieu, A. D., Patience, J. F., Leterme, P., Variability in growth and the impact of litter size. 8th Annual swine Technology Workshop, 2006.

04. Cooper, D. R., Patience, J. F., Gonyou, H. W., Zijlstra, R.T., Characterization of Within Pen and within room variation in pigs from birth to market: variation In birthweight and days to market. Monograph 01-03. Prairie Swine Centre Inc., Sakatoon, SK, 2001

05. Gondret, F., Lefaucher, L., Louveau, I., Lebret, B., Pichodo, X., Le Cozler, Y., Infl uence of piglet birth weight on postnatal growth performance, tissue lipogenic capacity and muscle hostological traits at market weight.Livestock Production Science, 93 p.137-148.

06. Gondret, F., Lefaucheur, L., Louveau, I., Lebrer, B., Pichoto, X., Le Cozler, Y., Infl uence of piglet birth weight on postnatal growth performance, tissue lipogenic capacity and muscle histological traits at market weight. Livest. Prod Sci. v.93, p.137-146, 2005.

07. Handel, S. E., Stickland, N.C. Muscle cellularity and birth weight. Animal Production, 44 p. 311-317, 1987.

to, baixa ingestão de colostro, etc), as enfermidades certamente ganham lu-gar de destaque nesses grupos de lei-tões atrasados. Segundo o trabalho de Nottar (2007 - dados não publicados), avaliando causas de baixo desenvol-vimento em suínos nas fases de recria e terminação, nada menos que 94,1% dos refugos avaliados apresentavam problemas sanitários confi rmados. Por sua vez, Hogedal (2006) avaliou animais contemporâneos de menor peso no abate, e concluiu que este grupo de animais atrasados apresen-tou mais lesões (p<0,00001) relacio-nadas a problemas sanitários do que os animais de maior peso ao abate.

Durante o ano de 2008, ini-ciou-se algumas avaliações com a utilização de medicação injetável de extra-longa ação, em dose única (tula-tromicina injetável), nos animais mais leves, no momento da transferência para a terminação. Em uma granja comercial de 1800 matrizes, com alto desafi o por doenças respiratórias, os primeiros resultados já indicam boas perspectivas de recuperação de lei-tões atrasados. Foram tratados os 8% dos animais no alojamento na termi-nação, sendo estes os animais mais leves dos lotes transferidos. Até maio de 2008, foi detectada uma diferença sensível na ocorrência de refugagem, sendo de 13,4% para o grupo controle não tratado e apenas 2% para o grupo medicado, viabilizando economica-mente a utilização deste protocolo. As taxas de mortalidade, o ganho de peso e o índice de medicações adicionais estão em avaliação. Entretanto, os ganhos advindos desse protocolo vão além dos resultados obtidos nos ani-mais refugos, pois obtemos também uma redução drástica da circulação dos agentes etiológicos nessa subpo-pulação, reduzindo assim seu poder de difusão para os animais contempo-râneos.

Considerações Finais

Há correlação direta entre o peso ao nascer, o peso ao desmame e o desempenho subseqüente. Esses parâmetros devem ser trabalhados nos diversos setores, para que possam somar ao desempenho fi nal.

O desempenho na primeira semana pós-desmame apresenta for-te correlação com o peso na saída de creche e dias necessários para o abate.

Diversas ferramentas e mane-jos infl uenciam na variabilidade ao longo do crescimento, e podem ser

utilizadas na melhoria para maior produção de carne magra.

Os melhores resultados para o tratamento de leitões atrasados são obtidos quando conciliado as ferra-mentas de manejo, as ferramentas nutricionais e as ferramentas tera-pêuticas já disponíveis.

Referências bibliográfi cas

08. Johnson, R. K., Nielsen, M. K., Casey, D. S., Responses in ovulation rate, embryonal survival, and litter trits in swine to 14 generation of selection to increase litter size. J. Anim. Sci. v.77, p. 541-557, 1999.

09. Lima, G. JE., Nutrição de porcas em gestação e lactação: qual a sua infl uência sobre o desenvolvimento da leitegada? Simpósio Sobre Nutrição e Manejo de Leitões. CBNA, Campinas, p.102, 1998.

10. Lynch, P. B., Cahill, A., Lawlor, L., Boyle, L., O’Doherty, J., Dividich, L. le, Studies on Growth Rates in Pigs and The Effect of Birth Weight, 2006.

11. Main, R. G., Dritz, S. S., Tokach, M. D., Goodband, R. D., Nelssen, J. L., Effects of weaning age on pig performance in three-site production. Swine Day, 2002.

12. Milligan, B. N., Fraser, D., Kramer, D. L., Within-litter birth weight variationin the domestic pig and its relation to pre-weaning survival, weight gain, and variationin weaning weights. Livest. Prod. Sci. v.76, p. 191, 1992.

13. Quiniou, N., Dagorn, J., Gaudre, D., Variation of piglets birth weight anda consequences on subsequent performance. Livest. Prod. Sci. v.68, p.63-70, 2002.

14. Rehfeldt, C., Kuhn, G., Consequences of birth weight for postnatal growth performance and carcass quality in pigs as related to myogenesis. J. Animal Science, 84, p.E113-E123, 2006.

15. Taylor, J. A., Salter, D. N., Close W. H., Laswai, G. H., Serum Concentrations of Insulin-like growth factor 1 and cholesterol in relation to protein and fat deposition in growing pigs. Animal Production, v. 55, p.257-264, 1992.

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Sanidade

Suínos & Cia Ano VI - nº 28/2008

Introdução

As mudanças mais profundas vivenciadas pela moderna produção de suínos nos últimos anos, tiveram sua origem na geração de animais li-vres de agentes infecciosos. Quando as práticas de biossegurança não são aplicadas corretamente, com a fi nali-dade de prevenir a introdução e/ou a transmissão de doenças infecciosas, a conseqüência lógica é a redução da rentabilidade da empresa, devido aos efeitos sobre os parâmetros de produção. O objetivo desse artigo é apresentar algumas evidências que demonstram de que maneira as doen-ças infecciosas podem repercutir eco-nomicamente sobre a rentabilidade do negócio e quais são as estratégias de produção que, nos dias de hoje, ga-rantem melhores resultados.

Impacto das doenças sobre a rentabilidade das criações de suínos

O impacto econômico das doenças na produção de suínos é in-discutível, podendo variar em cada granja, na dependência de fatores tais como a freqüência da doença, o efeito sobre a produção e os custos de tratamento e/ou prevenção. Isto tem levado ao desenvolvimento de um número crescente de granjas de alta sanidade, a fi m de permitir o alcance de metas de produção competitivas. Se descompusermos a rentabilidade de uma granja de suínos na forma de uma árvore de produtividade (Figu-ra 1), visualizaremos melhor em que nível cada doença exerce seu efeito negativo. Na árvore de produtivida-de estão destacados na cor laranja,

aqueles aspectos sobre os quais geral-mente se produz o maior impacto das doenças infecciosas.

Com freqüência, os veteriná-rios e os produtores tomam decisões baseados em conclusões incorretas. O impacto da doença em cada com-ponente de rentabilidade da empresa de suínos pode variar. O importante é contar com ferramentas de diag-nóstico que permitam identifi car os problemas, antes que seu efeito seja devastador.

Qual é o maior impacto: uma elevação da mortalidade ou uma redução do ganho de peso?

Tradicionalmente, estima-se que o maior impacto econômico es-teja associado a doenças que levem à

Vitelio Utrera Universidade Central de Venezuela

[email protected]

Impacto econômico das doenças na produção de

suínos

Figura 1 - Árvore de rentabilidade de uma empresa de criação de suínos.

Fonte: Dufresne, 1999

Sanidade

mortalidade elevada. Holtkamp e co-laboradores (2007a), ao realizar um estudo para avaliar as perdas econô-micas associadas aos problemas sani-tários mais freqüentes na América do Norte, concluíram que o maior efeito estava associado com as doenças que produziam um aumento na efi ciência da conversão alimentar. Para tanto, ao avaliar o impacto das doenças sobre a produção, aquelas entidades que re-duzem a efi ciência da conversão ali-mentar representam um sério proble-ma fi nanceiro. Nesse mesmo estudo, o impacto econômico de patologias que produziam um incremento da morta-lidade tardiamente, no pós-desmame, era signifi cativamente superior, em comparação àquelas entidades que re-percutiam nas etapas iniciais do cres-cimento. Entre as patologias que pro-duziam um maior efeito negativo, por seu impacto combinado sobre a efi ci-ência da conversão e sobre a mortali-dade no crescimento, estão a PRRS, as doenças associadas ao circovírus suíno do tipo 2 e as doenças relacio-nadas com o M. hyopneumoniae e o A. pleuropneumoniae (7).

Um diagnóstico a tempo

O impacto das doenças tam-bém depende do tempo em que a po-pulação tenha estado exposta ao agen-te infeccioso. Depois da introdução de qualquer doença em uma granja suscetível, a população experimenta, através do tempo, a disseminação da infecção, a qual vai promovendo uma

redução dos animais suscetíveis e a geração de imunidade no plantel. Por-tanto, a evolução das doenças é sepa-rada em: uma fase aguda inicial e uma fase endêmica posterior, na qual são afetados aqueles indivíduos expostos, depois que a imunidade passiva trans-mitida das mães imunes, aos seus leitões, tenha decrescido. O êxito de qualquer estratégia de prevenção de doenças dependerá então da habilida-de em detectar precocemente o pro-blema, antes de sua disseminação à população suscetível. Portanto, a mo-nitoria periódica da saúde do plantel deve ser uma rotina obrigatória.

Calculando o custo das doenças

Ao calcular o custo da introdu-ção de qualquer patologia, devemos considerar a perda na produtividade e os custos de intervenção associa-dos com a fase aguda, assim como também aqueles associados ao perí-odo endêmico da doença. Do mesmo modo, devemos considerar uma va-riedade de fatores tais como a susce-tibilidade da população, o fl uxo dos animais no sistema, a virulência do

A monitoria periódica da saúde do plantel é fundamental para diminuir o impacto econômico.

O sucesso da estratégia de prevenção de doenças, depende da habilidade em detectar precocemente o problema e evitar assim a disseminação.

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Sanidade

28Suínos & Cia Ano VI - nº 28/2008

microrganismo, os custos de alimen-tação, a taxa de mortalidade e os cus-tos de intervenção destinados a trata-mento e/ou estabilização da infecção na população.

Se não somos capazes de estimar o impacto econômico da doença, é muito difícil defi nir uma relação custo-benefício de qualquer intervenção, para então poder estabelecer – do ponto de vista fi nanceiro – qual a melhor estratégia destinada à prevenção do problema. Batista e Pijoan (2006), demonstraram que a aplicação de um programa de erradicação de doenças era totalmente justifi cável logo após a análise do custo das patologias sobre duas granjas, utilizando um programa de registros computadorizados (PigChamp®) e realizando uma análise do tipo custo-benefício (Tabela 1). Ambas as granjas tinham as mesmas

localização geográfi ca, composição genética, manejo e administração, diferenciando-se no fato de uma

delas ser positiva para PRRS, doença de Aujeszky, M. hyopneumoniae, A. pleuropneumoniae e Salmonella choleraesuis, enquanto a outra era livre de tais doenças.

Uma maneira prática e ele-mentar de estimar o efeito de qualquer doença é a realização de uma previ-são da produção da granja (3), onde se estabelece – em uma folha de cálcu-lo – todas as metas a serem atingidas em um período de tempo determina-do, procedendo então à avaliação de como os parâmetros produtivos são alterados por qualquer mudança gera-da por: uma elevação nos índices de mortalidade, uma redução na efi ciên-cia da conversão alimentar ou qual-quer outro efeito da presença de uma doença infecciosa.

Impacto das doenças em diferentes sistemas de produção. Sistemas de fl uxo contínuo versus sistemas “tudo dentro - tudo fora”.

O fl uxo dos suínos no sistema de produção tradicional é, com freqüência, contínuo. Isso signifi ca que as baias, módulos ou edifícios são

Tabela 2 - Desempenho dos suínos em um sistema TD - TF ecomparação ao de suínos em Fluxo Contínuo.

TDTF Fluxo Contínuo

GDP 0.78 0.69

Dias a 105 Kg 172 185

Efi ciência de conversão 3.03 3.22

Fonte: Scheidt Y col, 1995

Tabela 1 - Comparação de parâmetros de produção entregranja de alta sanidade (A) e granja padrão (B).

Granja A Granja B

Taxa de Parto 84.4 70.6

Nascidos Totais 11.9 9.4

Nascidos Vivos 11.0 8.9

Desmamados / Porca / Ano 23.8 17.9

Mortalidade Final de Desmame 4,2 10.8

Leitões Vendidos / Porca / Ano 22.8 16.0

Toneladas de Carne Vendidas / Porca / Ano 2.348 1.328

Conversão Alimentar 2.54 2.8

Dias de vida / 100 kg 154 +180

Ganho Diário de Peso 0.672 0.555

Leitões Vendidos (2000 fêmeas) 45.360 32.000

Custo de Produção / Kg (US $) 0.81 1.13

Fonte: Batista e Pijoan, 2006

Para sintetizar a síntese de carne magra, os leitões precisam ser criados em um ambiente com baixa carga e exposição de agentes infecciosos.

Sanidade

mantidos permanentemente abrigando suínos de diferentes idades. Tem sido demonstrado de modo ostensivo que o desempenho dos suínos submetidos a um manejo “tudo dentro - tudo fora” (TD - TF) é superior ao dos animais mantidos sob um sistema de fl uxo contínuo. (Tabela 2).

Em geral, os suínos confi nados em um sistema TD - TF apresentam menos problemas infecciosos. Por-tanto, sua taxa de crescimento e a efi ciência de sua conversão sempre são superiores as dos animais cria-dos em um sistema de fl uxo contí-nuo. Ainda quando os sistemas de produção TD - TF diminuem o im-pacto econômico das doenças, as me-didas não são sufi cientes para permitir sua erradicação. Por isso as empresas produtoras de suínos, principalmente aquelas que vendem material gené-tico, são obrigadas a garantir que os reprodutores comercializados estejam livres de doenças e têm que considerar a aplicação de medidas de erradicação de problemas infecciosos, no caso da introdução dos mesmos em sua po-pulação. A produção em multi-sítios foi, originalmente, desenvolvida para gerar uma progênie de animais livres de pseudoraiva, provenientes de mães

infectadas (5). Com o tempo, tal expe-riência mostrou-se útil também para a eliminação da síndrome respirató-ria e reprodutiva do suíno (PRRS), a partir de um plantel de reprodutores infectados. Hoje em dia estão descri-tas uma série de estratégias e tecno-logias, destinadas à erradicação de doenças, tais métodos têm demons-trado ser efi cazes (4) na eliminação de doenças, a exemplo da doença de Aujeszky, PRRS, M. hyopneumoniae, A. pleuropneumoniae, gastrenteri-te transmissível, disenteria suína e a rinite atrófi ca progressiva. Entre os métodos utilizados estão: o desmame segregado, o despovoamento parcial e/ou total, o repovoamento, a medi-

cação estratégica, o fechamento de granjas e a estabilização da imunida-de do plantel. A eliminação de agentes infecciosos mediante ao uso combi-nado de desmame segregado, planos de vacinação e medicações tem sido previamente relatada (Tabela 3).

Desmame Segregado

Antes do desenvolvimento dos sistemas de múltiplos sítios, o despo-voamento era a única estratégia efi caz para a eliminação de patógenos das populações de suínos. A descoberta de que o desmame segregado (isowean) permitia eliminar agentes infeccio-sos sem recorrer ao despovoamento

Tabela 3 - Agentes infecciosos que podem ser eliminados mediante o uso do desmame segregado.

OrganismoIdade máxima de desmame

Medicação nas Fêmeas

Medicação nos Leitões

Vacinas nas Fêmeas

Vacinas nos Leitões

Haemophilus parasuis 10 - + + -

Bordetella bronchiseptica 10 - + + -

Pasteurella multocida 10 - + + -

Actinobacillus pleuropneumoniae 21 - 28 - + + -

Mycoplasma hyopneumoniae 20 - + + -

Salmonella spp. 14 - 16 -

Lawsonia intracellularis 10 - - - -

Leptospira spp. 14 - 16 - + + -

PRV 20 - - + -

SI Vírus 20 - - + -

PRRS Vírus 14 - 16 - - - -

TGE Vírus 20 - - + -

Fonte: Harris e Alexander, 1999

Figura 2 - Pesos de diferentes idades de leitões com desmame segregadoem comparação a leitões da mesma leitegada, porém criados em fl uxo contínuo.

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Sanidade

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completo do plantel, representou um grande avanço no modo de se criar suínos e permitiu atingir níveis de produtividade que, tradicionalmen-te, eram impossíveis de serem con-seguidos. O princípio do desmame segregado baseia-se no fato de que os leitões lactentes se mantêm livres dos agentes patógenos que circulam na maioria das granjas de suínos. Se os leitões se mantêm não infectados até o momento do desmame, uma vez separados da mãe e transferidos para um local adequadamente limpo, de-sinfetado e desprovido de suínos de outras idades, terão condições de se desenvolver livres de microrganismos patógenos.

Quando esse sistema foi cria-do, o objetivo inicial da obtenção de suínos livres de agentes infecciosos revelou o benefício de que os leitões desenvolvidos de modo segregado se destacavam do restante dos animais de mesma idade e cresciam em um nível signifi cativamente superior ao observado em leitões provenientes da mesma leitegada, porém mantidos em um fl uxo contínuo (Figura 2).

A vantagem do desmame se-

Tabela 4 - Desempenho desmame-fi nalização de uma granja de fl uxo contínuo depois de ser submetida ao despovoamento-repovoamento.

Parâmetro

Peso médio ao ingresso/Idade 6.94 kg / 21.1 dias

Peso médio a mercado/Idade 113.95 kg / 179 dias

GDP desmame fi nalização 0.658 kg

Conversão desmame fi nalização 2.62

Mortalidade desmame fi nalização 1.3%

gregado baseia-se no princípio de produzir suínos sadios, já que os lei-tões criados desta maneira têm uma menor ativação em seus sistemas imunológicos, melhores taxas de ga-nho de peso e efi cácia de conversão e produzem mais carne magra. A pro-dução de suínos sob baixas condições de higiene ou alta exposição a agentes infecciosos leva a um estímulo exage-rado do sistema imunológico, o que gera uma redução na deposição de proteína para a síntese de carne ma-gra. Do mesmo modo demonstra-se que, quando os aminoácidos são uti-lizados para uma síntese diferente da produção de tecido muscular, o corpo também terá uma tendência de produ-zir mais gordura (11). Concluindo, para maximizar a síntese de carne magra, os leitões precisam ser criados em um

ambiente onde haja baixa exposição a agentes infecciosos. Os suínos que se desenvolvem sob condições de desmame segregado e em um sistema de múltiplos sítios, são expostos a um número menor de agentes infecciosos e antígenos nocivos (como as endo-toxinas existentes, em alta concen-tração, nos ambientes altamente con-taminados), que normalmente estão presentes nos sistemas de produção convencionais(11). Adicionalmente, devido à separação por grupos de ida-de e ao manejo TD - TF, as condições sanitárias são geralmente superiores. Tudo isso resulta em um menor estí-mulo do sistema imunológico. Essa menor estimulação traduz-se em um melhor desempenho, melhorando a taxa de crescimento.

Os sistemas de fl uxo contínuo não são competitivos?

Por tudo o que foi dito ante-riormente, poderíamos concluir que não é possível produzir suínos de modo competitivo com sistemas de fl uxo contínuo. Apesar dos benefícios inegáveis dos sistemas de múltiplos sítios, os mesmos são difíceis de se-rem aplicados por pequenos produto-res, cujo volume de produção sema-nal não permita completar as instala-ções seguindo as normas do sistema TD - TF. Johnson (1999) demonstrou que, é possível produzir com cifras altamente competitivas em um siste-ma de fl uxo contínuo e em sítio único (Tabela 4), o segredo está em garantir que o plantel esteja sadio. A saúde é

Antes do desenvolvimento do sistema de multiplos sítios, o despovoamento era a única estratégia para eliminação de agentes infecciosos.

Sanidade

Tabela 5 - Desempenho dos suínos no desmame-terminação de uma granja de fl uxo contínuo, depois da realização do fechamento temporário da mesma, aclimatação

das reposições e despovoamento parcial.

Antes Depois

Peso em 175 dias 89 kg 100 kg

GDP desmame-fi nalização 508 gramas/dia 571 gramas/dias

Conversão desmame-fi nalização 3.37 3.00

Mortalidade desmame-fi nalização 8% 2.3%

o motor principal, que garante a ob-tenção das cifras de ganho de peso diário (GPD) e de dias para se chegar ao abate, ditados pelo valor genético de nossos animais. Portanto, é obriga-tório o diagnóstico das doenças exis-tentes em cada granja e a tomada de decisões destinadas a controlá-las e/ou erradicá-las.

É possível gerar suínos sadios provenientes de um rebanho infectado de matrizes?

Um dos problemas de saúde de maior impacto econômico, na atu-alidade, é a Síndrome Respiratória e Reprodutiva do suíno (PRRS), ainda quando o manejo TD - TF seja con-siderado um fator chave para a redu-ção da sua transmissão. Experiências recentes na Venezuela, em granjas de fl uxo contínuo (Tabela 5), permi-tiram melhorar signifi cativamente os parâmetros de produção mediante a aplicação das seguintes medidas de controle:

1) Impedimento da introdução de reposições na granja durante um período de seis meses;

2) Após o término do período de impedimento, aclimatação de todas fêmeas de reposição a ser introduzida no plantel (2);

3) Uma vez demonstrado que o vírus não estava circulando na po-pulação de fêmeas, início de um des-povoamento parcial do pós-desmame, para criar uma bolha sanitária com a fi nalidade de impedir que os leitões provenientes de mães negativas se misturem com leitões infectados.

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Referências

Conclusão

A tendência mundial atual é de um incremento dos custos de produ-ção do suíno, devido a uma elevação dos preços das matérias primas que compõem as dietas, principalmente milho e soja. Por isso, toda interven-ção que promova uma melhora da efi cácia da conversão alimentar, re-

percutirá no incremento da rentabili-dade do negócio. Independentemente do sistema adotado, o objetivo chave da produção moderna de suínos é ga-rantir a manutenção de animais sadios que expressem todo seu potencial ge-nético, em termos de kg produzidos por ano, com a maior rentabilidade possível. Desse modo, uma prática rotineira de manutenção das empre-sas de criação de suínos deve ser a monitoria da saúde do rebanho, a fi m de identifi car as doenças infecciosas presentes, medir sua magnitude – caso sejam diagnosticadas – e aplicar medidas preventivas custo-efetivas de controle e/ou erradicação, com o objetivo de reduzir ao máximo o seu impacto econômico.

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20º Congresso da IPVS(International Pig Veterinary Society)

Durban (África do Sul), 22 a 26 de Junho de 2008

Antonio Palomo YagüeSETNA NUTRICION – INZO

[email protected]

Introdução

A suinocultura na África do Sul é pequena, dinâmica, bem orga-nizada e equiparável – em seus sis-temas de produção – ao restante do mundo (25,31 leitões desmamados/porca). O plantel de reprodutoras é de 103.000 fêmeas, distribuído em 400 granjas e gerando uma produção de mais de dois milhões de suínos e 157.000 toneladas de carne por ano. 80% da produção está concentrada em 250 granjas com mais de 500 ma-trizes. O tamanho das granjas varia de 50 a 7.000 matrizes.

Do total produzido, 45 % é con-sumido na forma de carne in natura e os 55% restantes é processado, com uma média de consumo per capita da ordem de 3,8 kg/ano. Ainda assim, a África do Sul importa anualmente 23.000 toneladas de carne suína, pro-veniente principalmente do Brasil (até o ano passado) e a partir de 2007, da Europa (65%) e do Canadá (28,5%), sendo que 70% das referidas importa-ções são cortes (costelas).

Dos 20 abatedouros sacrifi cam 98% dos suínos produzidos, com um

peso médio de 70 kg de peso vivo. Apenas cinco matadouros estão cre-denciados para exportação, sendo todos eles totalmente automatiza-dos (sacrifício por CO2, robotização do setor de cortes, classifi cação por scanner, rastreabilidade, etc.).

Os criadores estão organiza-dos em 10 províncias, com autoridade independente e agrupados através da Organização Nacional dos Produtores de Suínos da África do Sul (SAPPO).

O maior grupo está localizado no nor-te do país e se chama Premier Pork Producers (PPP), agrupando a metade dos produtores e produzindo 60% da carne suína nacional. A SAPPO está estruturada em Comitês especializa-dos, tendo no momento como pontos de ação essenciais:

• Treinamento e desenvolvi-mento de novos produtores;

• Medidas de biossegurança;

A 20ª edição do Congresso da Internacional Pig Veterinary Society (IPVS) aconteceu na ci-dade costeira do leste sul africano Durban no ultimo mês de junho. Durante os dias do congresso, participaram mais de 44 países de todos os continentes, no qual reuniu mais de 2.500 participantes. O IPVS acontece a cada dois anos e sempre aborda temas de diferentes áreas da atualidade de maior relevância na produção de suínos. Confi ra o excelente resumo do Dr. Antonio Palomo preparado es-pecialmente para os nossos leitores que através dessa leitura pode encontrar os principais tópicos discutidos durante o evento destacando temas de doenças infecciosas, reprodução, nutrição e manejo que certamente irão contribuir na atuação pratica dos especialistas de suínos.

32Suínos & Cia Ano VI - nº 28/2008

Revisão Técnica

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34Suínos & Cia Ano VI - nº 28/2008

• Controle de doenças através de medicina preventiva – monitoria sistemática dos vírus da febre aftosa, peste suína clássica, peste suína afri-cana, síndrome respiratória e repro-dutiva suína (PRRS) e gripe;

• Controle de resíduos produ-zidos pelas granjas.

A SAPPO não assiste fi nancei-ramente os produtores associados. As principais pirâmides genéticas exis-tentes na África do Sul são a PIC e a Topigs, além de algumas granjas de seleção independentes. A linha ma-terna principal é Landrace por Large White e os fi nalizadores são Pietrain, Duroc e raças sintéticas. Em torno de 75% das coberturas são realizadas mediante inseminação artifi cial.

A alimentação constitui 70% do custo de produção, onde o milho compõe 70% das dietas e 70% a 75% dos criadores produzem sua própria ração (home mixers).

DESENVOLVIMENTO DO CONGRESSO

Esta 20ª edição do Congresso da Internacional Pig Veterinary So-ciety (IPVS) ocorreu no Internacional Convention Center de Durban (IIC Arena), cidade costeira do leste Sul africano, sendo o primeiro celebrado no continente africano. O primeiro Congresso da IPVS foi realizado em junho de 1969, em Cambridge (Reino Unido), com 500 participantes e 123 trabalhos apresentados; em julho de 1986 foi realizado na Espanha, em Barcelona, com 1.026 participantes e 455 trabalhos inscritos.

Nesta edição há 2.146 pessoas inscritas, das quais 196 são acompa-nhantes e o evento conta com a parti-cipação de 1.800 delegados, de 44 paí-ses dos cinco continentes. Durante os cinco dias de duração do Congresso foram apresentados 918 trabalhos.

Portanto, desde o seu início há quatro décadas, os trabalhos se mul-tiplicaram por oito e os congressistas por quatro.

O conjunto das apresentações está classifi cado em diferentes áreas da produção de suínos, conforme re-ferência na tabela 1.

No encerramento do Congres-so houve a eleição da sede do IPVS 2012, onde após a apresentação das quatro candidaturas e dos votos dos delegados, se obteve classifi cação conforme a tabela 2.

Assim, os dois próximos Con-gressos da IPVS serão em:A) Vancouver (Canadá) – 21° IPVS, entre 18 e 21 de Julho de 2010;B) Coréia – 22° IPVS, em 2012.

TRABALHOS

Nesta parte do resumo técnico do 20º Congresso Internacional do

IPVS, consta um resumo conciso, de-vido ao grande número de trabalhos apresentados, das comunicações orais e posters, destacando aqueles reali-zados pela delegação espanhola. A classifi cação é de forma acadêmica, para uma melhor estruturação, leitu-ra e compreensão. As grandes áreas do conhecimento, nas quais todos os trabalhos foram agrupados são: doen-ças infecciosas (virais, bacterianas e parasitarias), reprodução, nutrição e manejo.

DOENÇAS VIRAIS

DV1 – Doença de Aujeszky

Na Malásia, onde há uma elevada prevalência, vacina-se siste-maticamente com vacinas inativadas

Tabela 1

ASSUNTOS Nº DE TRABALHOS PERCENTUAL (%)

1- SANIDADE (79,4)

1.1.-VIRAIS 284 30,8

CIRCOVIROSE-PCV2 124 13,6

PRRS 83 9,1

OUTROS 77 8,1

1.2.- BACTERIANAS 239 26,0

Lawsonia intracellularis 53 6,0

Mycoplasma hyopneumoniae 51 5,6

Salmonella sp 31 3,4

Actinobacilluspleuropneumoniae

27 3,0

Brachispira sp 20 2,0

Haemophilus parasuis /Pasteurella multocida

57 6,0

1.3.- PARASITÁRIAS 18 2,0

1.4.- ZOONOSES 6 0,6

1.5.- GERAL 79 8,6

1.6.- FARMACOLOGIA 72 8,0

1.7.- IMUNOLOGIA 31 3,4

2- PRODUÇÃO 60 6,5

3- REPRODUÇÃO 51 5,5

4- NUTRIÇÃO 43 4,7

5- BEM ESTAR 27 3,0

6- GENÉTICA 8 0,9

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Revisão Técnica

e vivo-modifi cadas, deletadas para a glicoproteina gI (Idexx Herdchek PRV gB & gI test). Há maior preva-lência em granjas de maior tamanho.

A China é endêmica e não dis-põe de um programa de controle. Os profi ssionais do laboratório Hipra, apresentaram um protocolo vacinal adaptado à China, assim como um estudo de soro-prevalência, em 11 províncias produtoras, com 54,8% de positivos.

DV2 – Hepatite (HV)

Zoonose emergente. O suíno como reservatório da infecção.

O vírus divide-se em quatro genótipos, diferenciados por regiões geográfi cas, hospedeiro e tipo de in-fecção. Não há sintomatologia clínica aparente.

Estudos com bile, realizados na Itália através de PCR de tempo real (RT-PCR), identifi caram o genó-tipo três em granjas com identidade genômica elevada às cepas suínas dinamarquesas e às espanholas e in-glesas (humanas). Não há correlação com infecções concomitantes do cir-covírus suíno do tipo dois e do vírus da PRRS.

Detectado pela primeira vez em suínos nos EUA, em 1997.

Estudos ingleses indicam 100% de excreção viral em granjas de suínos, com prevalência nas mesmas entre cinco e 35% (21,5%), sendo os suínos de 10 a 12 semanas de idade os que apresentam o maior pico de elimi-nação viral, o que por sua vez coinci-de com os 80 a 120 dias dos trabalhos italianos. Transmissão oro-fecal.

Foi conduzido uma pesquisa

por espanhóis do Centro de Recerca e Sanidade Animal em conjunto com a Universidade Autônoma de Barce-lona - CR e SA-UAB-IRTA), os soros analisados por RT-PCR, encontraram alta prevalência em suínos de engor-da (76,9% para IgG – anticorpos ma-ternais até as nove semanas de idade – 7,7% para IgA e 15,4% para IgM). É o primeiro trabalho a demonstrar a transmissão oral de suínos inoculados para sentinelas, sem a presença de si-nais clínicos.

DV3 – Gripe suína

Desde 1998 predominam três vírus infl uenza nas populações suínas norteamericanas, inglesas e dinamar-quesas: H1N1, H1N2 e H3N2.

Estudos ingle-ses, entre 1991 e 2006, demonstram que mais de 50% dos suínos adultos já foram infec-tados por, pelo menos, uma cepa do vírus in-fl uenza do tipo A. O ví-rus é isolado a partir do pulmão, traquéia e ton-silas, sendo que 45% dos casos são de infec-ções concomitantes.

Não foi possí-vel detectar reações cruzadas entre as ce-pas H1N1 européias e H1N2 dinamarquesas, com o teste de Inibição da Hemaglutinação (IHA).

Há efeito sinér-gico nas infecções mis-

tas do vírus da gripe com a Bordetella bronchiseptica, nos EUA, com uma indução precoce e elevada de citoqui-nas, em leitões de quatro semanas de idade.

As técnicas de ELISA e IHA não diferenciam os anticorpos vaci-nais dos infecciosos, sendo a técnica de imunohistoquímica (IHC) mais adequada para detectar o antígeno, em pulmões selecionados de suínos com sinais clínicos evidentes (febre, apatia, depressão, dispnéia, etc.).

Em um estudo espanhol dos colegas do laboratório Hipra, reali-zado com o CISA (Centro de Inves-tigación en Sanidad Animal) entre 2003 e 2007, apenas 17% das granjas revelaram-se soro negativas e os vírus H1N1 e H3N2 foram os mais comu-mente isolados.

DV4 – Circovirose suína (PCV-2)

Estudos canadenses utilizando o teste de ELISA da Iowa State Uni-versity (ISU) mostraram uma soro-

Tabela 2

Percentual ( % ) PRIMEIRA VOTAÇÃO SEGUNDA VOTAÇÃO

PRAGA 12,31 7,80

BRUXELAS 11,87 NV

CORÉIA 37,35 52,34

MÉXICO 38,57 39,90

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prevalência de 83,2%. A prevalência foi maior em porcas, plantel de repo-sição e suínos de mais de 24 sema-nas de idade. Houve similaridade de prevalência por regiões e sistemas de produção (um e três sítios).

O PCV-1 tem 1.759 nucleotí-deos, o PCV-2 tem 1.767 e suspeita-se que os últimos cinco aminoácidos sejam importantes na patogenia do vírus.

O PCV-2 já foi identifi cado no sêmen, em testículos e glândulas sexuais acessórias, como próstata, epidídimo e glândulas bulbo-uretrais. (www.pcvd.org)

A vacinação anterior à expo-sição ao vírus reduz drasticamente a quantidade viral no soro, o que já não ocorre no caso da vacinação posterior. A vacinação das primíparas e porcas com o produto Circovac™ induz a formação de altos níveis de anticorpos (AC) em fêmeas e em leitões a partir do quinto dia de idade (SERELISA PCV-2 Ab). Nas porcas, a placenta é epitélio-corial.

O uso de sentinelas como in-dicadores da doença, não é determi-nante. A partir dos 140 dias de idade, difi cilmente se transmite os sintomas clínicos da circovirose suína.

Os trabalhos espanhóis rea-lizados no Centro de Recerca e Sa-nidade Animal em conjunto com a Universidade Autônoma de Barce-lona, explicam como ocorre a maior detecção em quantidade viral, durante a manifestação da Síndrome da Refu-gagem Multi-sistêmica (PMWS) e que a mesma se apresenta numa idade mais tardia na Espanha, em compa-ração à Dinamarca. Também fi xam, após uma meta análise, os parâmetros que determinam as infecções experi-mentais com leitões de menos de três semanas de idade e que não tenham ainda tomado colostro, inoculados com altas doses de PCV-2 do tipo 1 e com outros agentes concomitantes.

Em outro trabalho, sugerem que a resposta celular tem grande im-portância no processo da prevenção

da doença (realizando um ensaio com uma vacina recombinante de báculo-vírus).

As duas cepas heterólogas PCV-2a e PCV-2b estão associadas com a reaparição da circovirose suína nos EUA.

Na Suécia a doença foi detec-tada em dezembro de 2003, sendo mais freqüente em grandes granjas e em unidades de ciclo completo.

Na Noruega surgiu em 2003, afetando leitões de oito a16 semanas de idade.

Na Suíça foi detectada tam-bém em 2003, de forma epizoótica e associada ao PCV2 do grupo 1. Apesar do PCV2 já ter sido descrito na Austrália, ainda não houve mani-festação local da síndrome da Refu-gagem Multi-sistêmica, nem de casos clínicos da doença.

No Canadá a doença se ma-nifesta clinicamente a partir dos 85 dias de idade. A vacinação com o pro-duto CircoFlex™, entre 19 e 59 dias de idade, promove excelentes resul-tados de proteção vacinal, com uma redução da mortalidade entre 2,8% e 10,6% mesmo na presença de anti-corpos maternais. Não há correlação signifi cativa na soro-conversão, entre vacinação e proteção. Com uma só dose dessa mesma vacina, em gran-

jas com circovirose suína subclínica, melhora-se o ganho médio diário em 30 gramas, além do consumo médio diário, o peso da carcaça no abate, o percentual de carne magra e a morta-lidade.

Não há evidências de que o PCV-2 esteja presente e se replique nas células epiteliais intestinais (in vitro em células intestinais), ainda que detectado nas fezes. Em um trabalho realizado na ISU fi cou confi rmado que o PCV-2 pode induzir enterites. Nos EUA, PCV-2 está associado principalmente a quadros respiratórios, estando a maioria deles (68%) associados a outros patógenos pulmonares como Pasteurella multocida, Mycoplasma hyopneumoniae, Streptoccocus suis, o vírus da PRRS e o vírus da gripe.

O mecanismo de persistência do PCV-2 no sistema reprodutivo dos cachaços não inclui a apoptose. As infecções sub-clínicas são freqüentes, motivo pelo qual não se recomenda os métodos sorológicos para o diag-nóstico da circovirose suína. No caso de infecções sub-clínicas em leitões, as IgM aparecem entre os 7 e 14 dias, persistindo durante os 42 dias poste-riores à infecção e as IgG surgem en-tre 24 e 49 dias, persistindo por várias semanas.

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Revisão TécnicaA Dra. Montserrat Torremorell

apresentou um sistema de avaliação corporal, desenvolvido em conjunto com as equipes da Genus/Pic e Ralco Nutrition, para determinar o grau de incidência da circovirose em granjas com manifestação sub-clínica ou crô-nica da doença (valores variando de zero a quatro).

No Brasil o primeiro caso de circovirose foi detectado no ano 2000, sendo a maioria dos casos atri-buída ao PCV-1, com a presença do PCV-2 nos casos mais recentes e com sintomatologia clínica mais severa.

Nos trabalhos de um consul-tor norte-americano e de sua equipe, foi encontrado um benefício de US$ 10,00/suíno e US$ 9,85/suíno vaci-nando com uma dose de CircoFlex™ às três semanas de vida, derivado da redução da mortalidade, da melhora no ganho médio diário e no percentu-al de carne magra no abate.

Um trabalho canadense com-parou três vacinas (1= 02 doses nas mães; 2 = uma dose nos leitões e 3 = duas doses nos leitões). Houve me-lhora em todos os casos, relativa à mortalidade, com algumas diferenças entre si.

Os fetos de porcas que estejam na metade do período de gestação (55 dias) são os mais suscetíveis à repli-cação do PCV-2.

Um trabalho realizado em Iowa, comparando as reações locais em leitões vacinados com três vacinas distintas, encontrou diferenças entre elas, da ordem de 90, 50 e 10% de reações. No Japão, 62,5% das granjas tiveram casos de Síndrome da Refu-gagem Multi-sistêmica, em 2001. Os resultados da vacinação com produtos de uma ou duas doses foram positi-vos, reduzindo a mortalidade, a vire-mia e a presença do vírus nas fezes (em não vacinados até seis semanas de idade), além de melhorar o ganho médio de peso diário.

O uso do produto Circovac™ em reprodutoras, desde junho de 2007 na França, determinou um in-

cremento no nº. de leitões nascidos vivos (+ 0,5. p = 0,03) e nos desma-mados por leitegada (+ 0,3. p = 0,04), além de torná-los mais vigorosos no momento do nascimento, segundo 55% dos produtores entrevistados.

As vacinas contra o PCV-2 mostraram-se efetivas na redução das lesões pulmonares e ganglionares, além da viremia, em suínos co-infec-tados no mesmo dia com o PCV-2 e o vírus da PRRS.

Nos quadros reprodutivos re-lativos ao PCV-2 devemos enfatizar a necessidade de se fazer um diagnós-tico diferencial entre o parvovírus, o vírus da PRRS e a leptospirose.

Possível sinergia entre a into-xicação por fumonisina e o PCV-2, estimulando sua replicação in-vitro, levando a danos hepáticos, edema pulmonar, imunossupressão e atra-so no crescimento.Os resultados da vacinação de leitões com imunidade maternal (três granjas, aos 21 e 28 dias de idade), com Suvaxyn Circo One™ na Espanha, apresentados pe-los colegas do laboratório Fort Dodge e em conjunto com Centro de Recerca e Sanidade Animal em conjunto com a Universidade Autônoma de Barce-lona, implicaram em uma redução na mortalidade, nas lesões, na viremia e na presença do PCV-2 nos tecidos.

Os colegas da Universidade de Murcia, departamentos de Produ-ção, Sanidade e Anatomia Patológica, apresentaram um trabalho realizado com 36 suínos entre 16 e 25 semanas de idade e com problemas de síndro-me da Refugagem Multi-sistêmica e manifestações do Complexo Respi-ratório Suíno. Analisaram, em cada caso, as proteínas de fase aguda como argumento diferenciador de ambas as patologias, observaram valores de haptoglobina, proteína C reativa e soro amilóide. Concluindo a necessi-dade de mais estudos, no futuro.

DV5 – PRRS (Síndrome Respiratória e Reprodutiva Suína)

Profi ssionais espanhóis da Universidade Complutense de Madri, foram analisados a habilidade limita-da para indução de anticorpos neutra-lizantes que têm as diferentes cepas do vírus, particularmente signifi cativa entre as cepas européias. Essas referi-das cepas diferem em sua patogenia e origem geográfi ca, não havendo uma correlação estrita entre suas caracte-rísticas patogênicas. Os sinais clíni-cos e lesões pulmonares dependem da cepa. Foi realizado um ensaio com quatro cepas vacinais vivas modifi ca-

Revisão Técnica

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das, em 96 leitões de três semanas de idade, tendo sido determinado como as quatro induzem viremia, com va-riações em sua transmissão sobre animais não vacinados, aumentado assim o risco de reversão das formas mais virulentas.

Uma parceria entre a Universi-dade de Córdoba e Murcia com CISA - (Centro de Investigación en Sanidad Animal) e INIA e Surrey-UK, reali-zaram um estudo com 32 leitões SPF (leitões livres de patógenos) com cin-co semanas de idade, demonstrou não haver mudanças no número de leucó-citos daqueles que se infectaram, sem que houvesse decréscimo de linfóci-tos, monócitos e células CD4 + CD8, tanto no sangue como no tecido lin-fóide periférico (o vírus se replica no pulmão e no tecido linfóide).

Na Holanda, entre 2004 e 2007, as cepas isoladas (170) têm 88,8% de homologia com a cepa da vacina Porcilis PRRS™, não tendo sido encontrada a cepa primária Le-lystad. Não se percebeu diferenças em homologia entre as cepas de gran-jas vacinadas e não vacinadas.

Foram demonstradas várias diferenças na freqüência dos fatores de risco, entre granjas de reprodutores dos EUA e Canadá, sendo a maior de-las o tamanho da granja no momento

da infecção.Diversos trabalhos norte-ame-

ricanos foram realizados em granjas com mais de 2. 500 porcas, explican-do programas de eliminação do vírus da PRRS sem despovoar animais de engorda, nem reprodutoras, através do uso de um programa sistemático de vacinação, utilizando uma vacina viva atenuada em porcas, marrãs e no setor de engorda, com despovoa-mento de leitões; e em outros casos, usando sistemas de fi ltração de ar, com o aumento de medidas de biosse-gurança paralelas. Outros programas vacinais concentram-se na imuniza-ção de porcas com duas doses, antes do parto e de leitões às duas semanas de idade, demonstrando um benefício econômico de € 3,02 por suíno. Essa referida doença custa à indústria sui-nícola norte-americana, entre US$ 5,6 e 7,6/suíno vendido.

Na Suécia, o primeiro diag-nóstico da PRRS foi realizado em ju-lho de 2007, com perdas reprodutivas signifi cativas e incremento da morta-lidade, antes do desmame.

No Chile, a doença foi diag-nosticada pela primeira vez em 1999, tendo sido criado um Plano Nacio-nal de Controle (www.sag.gob.cl). A prevalência no tempo e em diferentes granjas foi descrita, encontrando-se

maior positividade na região Me-tropolitana, que é onde está a maior densidade suinícola. O projeto foi ex-plicado por Montserrat Torremorell, Leonardo Cuevas, Marta Rojas, Fer-nando Osorio e Steve Henry.

Na África do Sul surgiu em 2004, com abortos, orelhas azuis e transtornos respiratórios em suínos de engorda, originados por uma cepa norte americana, o que procedeu ao sacrifício de todos os animais e à sua erradicação.

No Brasil, até o momento, ain-da não foi descrito nenhum caso de PRRS (numa amostragem de 2.540 soros, 100% resultaram negativos).

Vários trabalhos sobre a trans-missão aérea, tanto do vírus da PRRS, como do M. hyopneumoniae, indicam que o vento tem 62% de efeito, a umi-dade 17% e o índice de radiação ultra-violeta, apenas 9%.

Os genótipos norte americanos induzem a mais mudanças nas células dendríticas infectadas, que as cepas européias, o que pode explicar suas diferenças em termos de virulência.

Um pré-requisito essencial para se interpretar corretamente os resultados sorológicos por ELISA, é fazer uma exclusão sobre as cepas de vírus de origem vacinal ou suas deri-vadas, através da prova do RT-PCR.

O segredo para desmamar lei-tões negativos para PRRS, nascidos de porcas positivas, está em contro-lar a infecção das nulíparas antes que elas entrem na área das coberturas e tenham contato com o resto do plan-tel, procedimento este que assegura o término de sua fase de viremia.

A administração de aivlosin na ração, entre 100 e 200 ppm, no início da doença, reduz a gravidade dos pro-blemas respiratórios (pneumonia) e a viremia associadas ao vírus da PRRS, em modelos de infecção experimen-tais.

Suínos infectados com o vírus da PRRS têm um nível plasmático de ceftiofur menor que os não infecta-

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dos, o que nos orienta a ajustar a dose do referido antibiótico, quando o uti-lizamos em granjas positivas para o vírus da PRRS.

A vacina Progressis PRRS™ (cepa P120) induz imunidade celular específi ca (IFN ganma in vitro).

Uma pesquisa conduzida por espanhóis da Intervet e F. Grao, con-sultores da região de Murcia, apre-sentaram um plano de controle para um quadro agudo de PRRS em uma granja de 6.000 fêmeas em três fases, utilizando a vacina Porcilis PRRS™.

DV6 – PESTE SUÍNA CLÁSSICA (PSC)

A vacinação está proibida na Comunidade Européia (CE) e a PSC é uma doença de notifi cação obriga-tória junto à OIE (Organização Inter-nacional de Epizootias). A aplicação in vivo de um derivado de inidazol piridina (BPIP) inibe a replicação do vírus da PSC.

Em países endêmicos a PSC é controlada mediante a vacinação de porcas, antes do parto e também de leitões (Malásia). Em casos de emergência se pratica a vacinação sistemática do plantel. Há outros pro-gramas baseados em duas vacinações

sistemáticas ao ano, em porcas e em leitões no momento do desmame. Embora o grau de sensibilidade das provas de ELISA seja melhor que o da soro-neutralização (SN), há di-ferenças de sensibilidade entre os ELISA, no tocante a títulos.

O subtipo 2.1 do vírus da PSC foi diagnosticado na África do Sul depois de 87 anos de ausência, pelo contato entre suídeos (domésticos e selvagens, particularmente os javalis, como portadores em potencial).

A doença da febre alta suína (porcine high fever disease ou PHFD), na China (PRRS versus PSC) já afeta 23 províncias, com 50 milhões de su-ínos mortos. Tanto os sintomas clíni-cos como as lesões, são compatíveis com a PSC.

O uso de modelos matemáticos espaciais e aleatórios, na Bélgica, os quais simulam o movimento geográfi -co dos animais, serve para avaliar es-tratégias de controle futuras frente à PSC. Estudos espanhóis apresentados nessa linha pela equipe da Universi-dade Complutense de Madrid, sobre os últimos focos de PSC em Segovia durante 1997/98, concluíram que a disseminação local é um componente importante na transmissão da doença. Lembrar que, na Espanha, estamos livres de PSC (classical swine fever)

desde 1986, com dois surtos ocorridos em 1998 e em 2001/02. Em outro tra-balho sobre os riscos quantitativos da introdução da PSC na Espanha atra-vés da importação de cachaços e re-produtoras, a mesma equipe da UCM, em conjunto com Perez, A, da UC Davis, na Califórnia, concluiu que as maiores possibilidades de introdução do vírus estão no noroeste espanhol, nos meses de fevereiro e março.

A equipe de E. Pérez-Martín, do Centro de Recerca e Sanidade Animal em conjunto com a Univer-sidade Autônoma de Barcelona - CR e SA-UAB-IRTA, em conjunto com o CISA (Centro de investigación en Sanidad Animal) - INIA, INIA, INTA de Buenos Aires e VLA – UK, estu-dando o vírus da peste suína africana (PSA) concluiu ser possível conferir uma proteção parcial frente ao mes-mo, na ausência de anticorpos espe-cífi cos, usando uma vacina de DNA que induza a produção de anticorpos neutralizantes e resposta celular.

DV7 – OUTROS VÍRUS

TORQUE TENO VÍRUS (TTV): vírus DNA – anellovírus – presente em humanos e animais do-mésticos. É parte da fl ora normal, sendo conhecidos dois geno-grupos (1 e 2), considerados não patogênicos (o g1, em suínos gnotobióticos infec-tados, provoca pneumonia intersticial e pode ser detectado nos tecidos 10 dias pós infecção).

Em humanos, a medula óssea e o fígado são os órgãos de replica-ção. A transmissão oro - fecal é a mais conhecida, sendo factível a transmis-são uterina (aos sete dias depois da infecção, em gnotobióticos).

Em suínos gnotobióticos in-fectados conjuntamente com PCV-2 e o vírus da PRRS, o TTVg1 atua como promotor de referida infecção.

Os pesquisadores espanhóis do Centro de Recerca e Sanidade Animal e com a Universidade Autô-

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Revisão Técnicanoma de Barcelona - CR e SA-UAB-IRTA, relataram que os vírus TTV-1 e TTV-2 circularam na população suína entre 1985 e 2005 (exceto em 1992, 93, 98 e 99), num estudo realizado em 162 amostras de soro. O vírus pôde ser detectado no soro, plasma, sêmen e fezes, em seu estudo de prevalên-cia realizado através de RT-PCR, em swabs nasais de leitões com 11 a 15 semanas de idade, de modo contrário a outros estudos que detectaram o ví-rus com maior prevalência em leitões desmamados. Outro estudo detectou TTV no colostro e em leitões recém-nascidos, o que pode signifi car uma transmissão vertical. Colocaram em dúvida a possibilidade da atuação do TTV-2 em co-infecções com o PCV-2 e na patogenia da síndrome da Refu-gagem Multi-sistêmica. Esta mesma equipe de trabalho realizou um estu-do o CSIC de Madrid, em 670 soros suínos, determinando 80% de preva-lência do torovírus (responsável por episódios de diarréia em cavalos), em suínos adultos. Neste vírus a infecção aparece mais cedo, entre três e sete semanas de vida, ao diminuírem os anticorpos maternais.

DOENÇAS BACTERIANAS

DB1 – Actinobacillus pleuropneumoniae (APP)

A aplicação da vacina Pleurovac™ (Schering Plough Intervet), com as toxinas I, II e III, na Austrália, revelou-se efi caz frente ao desafi o dos sorotipos 1, 7 e 15, em termos de mortalidade, sintomas respiratórios e lesões pulmonares. Os anticorpos (AC) maternais parecem durar até às oito semanas e interferem com a imunidade ativa, por isso se vacina os leitões entre oito e 10 semanas de vida, repetindo-se a dose duas e três semanas depois.

Sua manifestação clínica, na Noruega, é tanto aguda como crônica. Os sorotipos mais freqüentes são: 2, 6, 7, 8 e 10 (6 e 8, mais). As medi-

das de despovoamento parcial, com o tratamento injetável à base de en-rofl oxacina, mais a tiamulina na água de bebida, controlam o problema de modos efi caz.

Na Suécia, os sorotipos 2 e 5 são os mais freqüentes, havendo um incremento na sua incidência em granjas mais povoadas.

A associação entre o APP e o vírus da gripe resulta em rápida dis-seminação.

O ceftiofur sódico e a tilmi-cosina demonstraram-se efi cazes no controle de surtos de APP, devidos aos sorotipos 1, 5 e 7, assim como também o foi a vacina PneuPac™, nos EUA.

Dos 15 sorotipos, alguns mos-traram-se mais virulentos que outros, de tal forma que na Argentina, o S1 - sorotipo 1 apresenta manifestações clínicas mais severas, com mais alte-rações hematológicas e histopatológi-cas.

APP e M. hyopneumoniae induzem uma pleurite para-pneumônica, enquanto o H. parasuis e o Streptococcus suis são responsáveis pela pleurite primária nos suínos.

Em um trabalho inglês foi de-monstrada a efi cácia da tulatromicina na eliminação dos sorotipos seis e 12, após a injeção em todas as porcas

(primíparas, multíparas e cachaços), numa granja de 525 porcas, nos dias zero, cinco e 10.

Em um estudo do NVI, da Universidade de Leon, utilizando 30 leitões SPF com nove semanas de vida, concluiu-se que a enrofl oxacina funciona bem no tratamento de casos agudos, embora eles não convertam, tornando-se suscetíveis a uma nova infecção. A tetraciclina foi efi caz nes-se tipo de tratamento, permitindo o desenvolvimento de imunidade pro-tetora; já a penicilina foi a menos efi -caz entre os princípios ativos testados para esse tratamento.

O trabalho espanhol realizado pelo Centro de Recerca e Sanidade Animal e a Universidade Autônoma de Barcelona - CR e SA-UAB-IRTA, em conjunto com a Cooperativa de Ivars, em três granjas e com três cepas distintas de APP, demonstrou como o parâmetro farmacológico PK/PD é di-ferente para cada um dos antibióticos testados (enrofl oxacina e fl orfenicol), em cada um dos três isolamentos.

Uma pesquisa realizada pela equipe da Schering Plough, usando fl orfenicol mais amoxicilina num quadro agudo de APP, obteve uma correlação positiva com o ganho mé-dio de peso diário e a uniformidade dos suínos tratados.

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DB2 – Mycoplasma hyopneumoniae (Mh)

Vários trabalhos dos EUA relataram sobre a eliminação do Mh mediante a estabilização da imuni-dade em porcas, dupla vacinação do plantel reprodutivo com um inter-valo de três semanas entre as doses, segregação de leitões aos 10 dias de lactação, uso estratégico de antibió-ticos em porcas, atenção ao sistema de adoções-cessões, despovoamento completo de creches e engorda, fl uxos únicos e estrito controle de entrada de pessoas em granjas. As indicações te-rapêuticas referenciadas são: lincomi-cina a 100 ppm, durante quatro sema-nas e para todas as porcas; tulatromi-cina no dia do nascimento, para todo o efetivo de porcas e leitões; tiamu-tina mais clortetraciclina na ração. A vacinação de porcas e leitões às três e seis semanas de idade demonstram de forma controvertida, uma melhora do ganho médio de peso diário e redução das lesões pulmonares. As práticas de adoções-cessões podem afetar a transferência de imunidade maternal, tanto humoral como celular.

Relevante, em termos de PCR, foram os diferentes níveis de AC de M. hyopneumoniae em porcas, rela-

cionados com a idade e o parto. Essas diferenças se justifi cam uma vez que seus leitões serão misturados, o que provoca uma resposta intensa a soro conversão, apesar da proteção ativa induzida no caso de vacinação reco-mendada, a ausência de AC maternais e do momento da infecção.

Trabalhos interessantes foram apresentados sobre as diferenças de viru-lência das cepas de M. hyopneumoniae, mostrando que as de baixa virulência, apesar dos sintomas clínicos e lesões escassas, não induzem proteção de-pois da infecção. A interação entre ce-pas de alta e baixa virulência necessi-ta ser mais bem investigada. Determi-nação da diversidade genética em 36 amostras isoladas, através de PCR.

Foi apresentado um trabalho onde se utilizou vacinas de uma (às três semanas) ou duas doses, tendo sido encontradas diferenças em ter-mos de soro conversão e índice de lesões pulmonares, mas não com re-lação ao ganho médio de peso diário.

Trabalhos recentes confi r-mam não haver transmissão verti-cal, até oito meses pós-infecção. Granjas dinamarquesas infectadas por M. hyopneumoniae chegam a ter perdas da ordem de 37 g, em termos de ganho médio de peso diário, per-das de conversão de 0,08 g/kg e 0,9%

a mais de mortalidade, o que leva um sobre custo de € 2,7/suíno abatido.

Foram apresentados os resultados de uma vacina composta por M. hyopneumoniae + HPS (Haemophilus parasuis), aplicada em leitões no pós desmame, com reforço posterior, correspondentes a uma redução signifi cativa das lesões pulmonares (8,2 versus 2,0%). Em algumas granjas foi descrita a ocorrência de reações vacinais secundárias.

Dentro das apresentações de pesquisadores espanhóis realizadas, na qual se propõe um método de avaliação do índice de lesões pulmonares. A classifi cação vai de zero a cinco, com base na área de tecido afetado microscopicamente, com a palpação de áreas escuras e no percentual de suínos com lesões, suínos com lesões de grau quatro e cinco e no índice médio. Em outro trabalho relativo a 120 leitões vacinados contra M. hyopneumoniae com dois produtos de dose única, foram estudados os níveis de duas proteínas séricas de fase aguda (PigMAP e Haptoglobina), durante as duas semanas posteriores à vacinação. Não foi observado um incremento signifi cativo no nível de ambas as proteínas, em leitões vacinados com o produto M+PAC™.

Os profi ssionais da Intervet, apresentaram um trabalho realizado em oito granjas de ciclo completo, onde os animais foram vacinados conjuntamente com Porcilis MHyo™ e Porcilis PRRS™, havendo redução da prevalência e da extensão da pneu-monia enzoótica. Um outro trabalho apresentado pela equipe da Schering Ploght e colaboradores sobre a erra-dicação de M. hyopneumoniae, com-binado com o despovoamento parcial dos setores de creche e engorda e o tratamento com Aivlosin™ (tylva-losin). Já um consultor de Zaragoza, avaliou a infl uência das lesões pulmo-nares de Mh sobre os índices produ-tivos (ganho médio de peso diário e valor da carcaça no abatedouro).

Joaquín Bringas, da Sat Suis,

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Revisão Técnicacom a equipe da Schering Plough, mostrou os efeitos positivos de duas injeções de fl orfenicol, em compa-ração a três aplicações de ceftiofur sódico, sobre a febre e a depressão decorrentes de um quadro agudo de Complexo Respiratório Suíno.

DB3 – Haemophilus parasuis

Um estudo australiano rea-lizado em 20 granjas, utilizando swabs nasais para a coleta de amos-tras, analisadas por ERIC-PCR, rea-fi rmou a importância da qualidade e quantidade adequada das mesmas, para um diagnóstico correto dos so-rotipos presentes na granja, sua pre-valência e patogenia. Os melhores re-sultados são obtidos quando se com-bina amostras de animais sadios com doentes, numa mesma coleta. Uma vez conhecidas as cepas da granja, podem-se aplicar métodos mais sóli-dos, como os controles da exposição e as estratégias de vacinação.

Mais de 29% dos isolamentos, nos EUA, não são de cepas patogêni-cas. Genotipar o H. parasuis através do método de ERIC-PCR, com o ob-jetivo de conhecer os grupos de cepas mais prevalentes, nos ajudará a sele-cionar a vacina mais adequada.

No Brasil, os sorotipos de maior prevalência são: 2, 4 e 5. Algu-mas cepas podem persistir na granja por até seis anos.

Os colegas espanhóis da Universidade de Leon, em conjun-to com os da Universidade de Zara-goza, infectaram nove leitões com H. parasuis, sorotipos 2, 4 e 5; ana-lisaram a resposta dos mesmos frente à fase aguda da doença de Glässer e comprovaram uma evolução paralela entre a presença e a gravidade dos si-nais clínicos da mesma, com a dura-ção e a magnitude das alterações na concentração das proteínas de fase aguda, PigMAP e Haptoglobina.

A equipe do Centro de Re-cerca e da Universidade Autônoma de Barcelona apresentaram uma pes-

quisa onde vacinando seis porcas de uma granja de 250 reprodutoras com Hipravac-Glässer™ demonstrou que as mesmas tinham um nível maior de AC que as não vacinadas, de modo que seus leitões se colonizavam mais tarde e em menor grau (25,8 versus 50% de leitões aos 24 dias de idade). O nível de anticorpos passivos cai, em ambos os grupos, aos 60 dias de ida-de dos leitões, havendo um aumento da colonização bacteriana (100% nos não vacinados contra 85,7% nos vaci-nados). Quando a imunidade humoral decresce nos leitões incrementa-se a colonização e, portanto, a prevalên-cia.

DB4 – Rinite Atrófi ca

Os fatores ambientais e o mau manejo agravam os quadros de rini-te atrófi ca, sendo a vacinação a base para reduzir o impacto clínico e pa-tológico da mesma. Foram testadas duas vacinas, na Tailândia, das quais se aplicou duas doses, com um inter-valo de quatro semanas entre si, em nulíparas que apresentavam diferen-tes respostas imunitárias, relativas ao título frente à toxina da Pasteurella multocida. O controle desse tipo de patologia requer uma integração en-

tre o manejo ambiental, o tratamento com antibiótico e o programa de va-cinação.

A presença da toxina Fumonisina B1 nas rações aumenta a gravidade da pneumonia causada pela Pasteurella multocida e pela Bordetella bronchiseptica.

Nos isolados de P. multocida, A. pleuropneumniae e Actinobacillus suis, nos EUA, entre 2003 e 2006, encontrou-se melhor resposta à clor-tetraciclina que à oxitetraciclina.

DB5 – Brachispira sp

Primeiro estudo na Suíça de-tectando através de PCR (swab re-tal) a Brachispira hyodisenteriae e a B. pilosicoli. De 105 granjas, 10 foram positivas para ambas as bac-térias, havendo histórico prévio de diarréias em leitões e na engorda, em todas onde a Brachispira pilosicoli foi identifi cada.

Num estudo alemão, as infecções experimentais com B. hyodisenteriae em leitões de 16 kg provocaram diarréia muco-hemorrágica depois de um à 13 dias de incubação, sendo que os animais infectados com B. innocens, B. intermedia e B. murdochii mostraram-se assintomáticos.

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Ricardo J.M. Neto que traba-lhou em Sapo (UK), expôs um pro-grama terapêutico de erradicação de disenteria hemorrágica em uma gran-ja de 900 porcas em criação extensi-va, com tiamulina e valnemulina.

Profi ssionais espanhóis, em conjunto com a Novartis, expuseram um programa de erradicação numa granja de 1.800 porcas, em três fa-ses, cronicamente infectada há qua-tro anos, utilizando tiamulina com oxitetraciclina, associado às medidas de limpeza, desinfecção e controle de roedores (também realizado em outro estudo australiano).

Na Universidade de Leon, es-tudaram as suscetibilidades antimi-crobianas frente à B. hyodisenteriae, em isolamentos realizados na Espa-nha, entre 2000 e 2007, encontrando resistência à tilosina, à lincomicina e às pleuromutilinas (tiamulina, valne-mulina).

Junto com a equipe da Calier, apresentaram dados de uma auto-vacina inativada, para aplicação em porcas, com redução de sinais clíni-cos em duas granjas, de 2.270 e 200 porcas (C. Dávila).

Uma outra pesquisa realizada pela Pfi zer em conjunto com os co-legas da OPP, trataram os animais de uma granja com 675 porcas, de duas fases e positiva para a Brachispira hyodisenteriae a partir das 16 sema-nas de idade; o tratamento instituído foi linco-spectin + tilosina via água de bebida, durante sete dias, obtendo melhor qualidade de fezes e maior ga-nho médio de peso diário no primeiro grupo, com menor número de suínos injetados com tiamulina e sem rever-são clínica, há duas semanas da con-clusão do tratamento.

DB6 – Clostridium sp

Para controlar a enterite neo-natal por Clostridium sp, a Bacitracina disalicilato revelou-se efi caz, quando adicionada à ração a 250 ppm, du-rante duas semanas antes e três após o parto (aprovada apenas nos EUA e

não na Europa).As infecções mistas, por

Clostridium perfringens e Isospora suis provocam elevada mortalidade neonatal.

Na Holanda, a incidência de enterite hemorrágica por Clostridium perfringens do tipo C tem se incre-mentado em leitões lactentes, com um a quatro dias de idade, devido à toxina beta 2. Esse quadro também costuma ocorrer devido ao C. diffi cile, embora com baixa mortalidade, mas com até 100% de morbidade e grande atraso de crescimento (de 1,0 a 1,5 kg a me-nos no desmame).

DB7 – Lawsonia intracellularis

Um trabalho grego, usando Virbamix PE™ na ração, a 1 kg/to-nelada (óleos essenciais de Origanum vulgare e Allium sativum) demons-trou atividade antimicrobiana frente à L. intracellularis, em leitões.

Na Dinamarca, o uso de áci-dos orgânicos com Óxido de Zinco (Zn O), a 2.500 ppm, entre 7 e 30 kg de peso, demonstrou efeitos positivos frente a infecções por E. coli 0149 e L. intracellularis.

A L. intracellularis pode per-sistir fora do hospedeiro por 14 dias

e sua fonte principal de contágio é a transmissão horizontal. Um bom pro-grama sanitário reduz essa pressão.

Na Suécia, 48% das granjas de produção de leitões são positivas para a L. intracellularis.

Um estudo dinamarquês rea-lizado em 45 granjas revelou que os sinais clínicos mais evidentes ocor-rem entre seis e 20 semanas de idade. Os suínos soro convertem duas se-manas antes que a bactéria possa ser detectada nas fezes pelo PCR (www.landmandsporttalen.dk). Neste país, a tiamulina, a tilosina, a clortetracicli-na e a valnemulina são os antibióti-cos mais adequados para melhorar o ganho médio de peso diário (GMPD) e os índices de conversão e mortali-dade, dependendo das condições da granja. O uso da vacina Enterisol Ilei-tis™, em nove granjas com mais de 500 porcas, determinou melhora sig-nifi cativa nos parâmetros produtivos mencionados, além de homogeneizar os lotes que receberam o produto.

Numa meta análise, realizada na Ásia em 11.536 animais com a vacina Enterisol Ileitis™, se obteve uma melhora de 53 g no GMPD, uma redução de 42% na mortalidade, além de um custo menor de medicação (€ 0,90/suíno) e de uma maior uniformi-dade (+14 %).

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Revisão TécnicaUm estudo francês estimou

perdas econômicas por ileíte, da or-dem de $ 2,5 a 10 ($ 5,08 em média), por suíno afetado. Através do kit de diagnóstico Ileitest (IFA) foi deter-minada a prevalência de 68%, em 2.915 granjas de engorda, entre 2000 e 2007.

Um trabalho suíço fala sobre o desenvolvimento de um “Taíman PCR”, que quantifi ca a L. intracellularis em amostras de fezes e que permite distinguir os casos agudos e os sub-clínicos, entre os animais infectados.

Um estudo coreano revelou a detecção da referida bactéria em 70% das granjas e demonstrou uma me-lhora no retorno sobre o investimento (ROI) da ordem de 4,3/1, com o uso da vacina Enterisol Ileitis™ aos 32 dias de idade.

Sobre uma base de dados de 65 granjas de 12 países europeus (18 com casos sub-clínicos e 47 com casos clínicos), entre 2005 e 2007,164. 214 suínos vacinados entre três e 15 semanas de idade com En-terisol Ileitis™, melhorou o GMPD entre 36 e 46 g, o índice de conversão (IC) entre 0,08 e 0,07 e a mortalida-de foi reduzida entre 1,39% e 2,06%. Isso tudo supõe uma melhora na mar-gem bruta da ordem de € 3,47 a 4,70/suíno, nos casos clínicos e sub-clíni-cos, respectivamente.

Profi ssionais espanhóis da Boehringer Ingelheim apresentaram os dados do impacto do uso da vaci-na em cinco granjas espanholas, num total de 50.330 suínos vacinados en-tre três e oito semanas de idade, ob-tendo melhoras de GMPD entre 10 e 76g, IC entre 0,021 e 0,270 kg por kg e redução da mortalidade de 16,8 a 40,8%. A melhora desses índices ele-vou a margem bruta de € 2,65 a 7,09/suíno e o ROI de 2/1 para 5,2/1.

Experimentos semelhantes foram ainda apresentados de uma granja de 500 porcas em ciclo com-pleto e de uma granja de 300 porcas em ciclo completo. Já a Faculdade de Veterinária de Leon, em três gran-

jas (120, 400 e 800 fêmeas, em ciclo completo) e, fi nalizando, Antonio López da Agronsella-Piensos Unzué, com Antonio Palomo da Setna Nutri-ción-Inzo, numa granja de alto nível sanitário, com 2.500 reprodutoras em regime aberto.

DB8 – Salmonella sp

Leitões nascidos de porcas com altos títulos de anticorpos (AC) terão títulos elevados aos sete dias de idade, podendo negativar depois. Incremen-tar o número de leitões negativos para Salmonella sp, quando da sua entrada na creche, contribuirá para a manuten-ção dos programas de controle da mes-ma, em nível de granja.

A análise dos níveis de Salmonella sp na água de bebida, nos EUA, revelou maior quantidade em águas residenciais e originárias de bosques, que nas águas de uso agríco-la e de granjas. A bactéria persiste por longo tempo no meio ambiente.

Na Europa, segundo o decre-to 2160/2003, entrará em vigor um plano para o controle de salmonelas a partir de Julho de 2009. Desde 2005 a Bélgica estabeleceu um Plano Na-cional, o qual tomou maior impulso a partir de Julho de 2007, identifi cando

os fatores de risco em granjas suiníco-las. Os principais fatores determina-dos são: vazio sanitário insufi ciente; falta de medidas de higiene, limpeza e desinfecção; falta de registro de vi-sitas; controle de roedores e animais de companhia. Não foram encontra-das diferenças, quanto à detecção de Salmonella sp, na apresentação das rações (granuladas e fareladas).

Os fatores de risco identifi -cados na França são: granjas muito grandes; falta de quarentena; vazio sanitário insufi ciente; falta de higiene com relação à água de bebida.

Há diferenças signifi cativas quanto à prevalência por províncias e por categoria de pesos, assim como esta-ções do ano (verão - outono > inverno).

O diagnóstico por RT-PCR é mais sensível que os métodos de cul-tivo convencionais, além de reduzir tempo e trabalho. O nível de conta-minação de carcaças no abatedouro está relacionado com o grau de conta-minação da pele dos suínos vivos no pré-abate; este, por sua vez, relacio-na-se com o nível na área de carga e o período de espera. O conteúdo do íleo e os gânglios mesentéricos são as partes mais contaminadas.

O uso de acidifi cante na água de bebida produz resultados

Revisão Técnica

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contraditórios quanto à excreção da Salmonella sp, assim como a sua prevalência.

Os colegas da Faculdade de Veterinária de León, P. Rubio, J.A. Collazos, C. García, A. Carvajal e L. de Castro, juntamente com L.M. Samaniego da Universidade Matanzas de Cuba, explicam o uso in vitro de algumas bactérias produtoras de ácido lático (L. reuteri, L. animalis, L. murinus, L. ruminis e L. delbrueckii) isoladas do intestino do suíno, assim como seu efeito antagonista com a Salmonella typhimurium, que reduz sua excreção e os sinais clínicos da doença. As duas primeiras sobrevivem bem ao suco gástrico e o L. animalis também o faz com relação aos sais biliares.

Manuel Lainez, M. González e J. Herrera, do CITA de Valencia, num estudo de excreção fecal de Salmonella sp, realizado em uma granja de 2.500 porcas em múltiplos sítios, concluíram haver um alto risco de infecção em leitões, durante toda a fase de lactação.

DB9 – Erisipela (E. rhusiophatiae)

Sua distribuição é mundial e provoca quadros agudos e crônicos em suínos suscetíveis. Os AC mater-nais duram de 7 a 8 semanas. Com o uso da vacina Suvaxyn E-oral™, o agente não persiste na nasofaringe depois da vacinação. Considerar que

existe a possibilidade de recombi-nação de cepas selvagens e a conse-qüente reversão de sua virulência.

O laboratório da Iowa State University, nos EUA, relatou um in-cremento da erisipela em mamíferos marinhos, além de informar que os suínos são suscetíveis a 17 dos 28 sorotipos conhecidos. As infecções mais freqüentes são devidas aos soro-tipos 1 a, 1 b e 2.

Utiliza-se a técnica da imuno-histoquímica para determinar o antí-geno e uma técnica de PCR para a sua diferenciação genética.

DB10 – Leptospira sp

Tem dispersão mundial. Seus AC são determinados por técnicas de micro-aglutinação e não persistem por mais de seis semanas, sendo os rins os seus reservatórios.

As medidas de higiene redu-zem a incidência de novas infecções. As tetraciclinas, mais concretamente a doxiciclina, e o antibiótico mais bio-disponível na administração oral, reduzindo a excreção da Leptospira sp, além de ser bem tolerado em todas as fases da gestação.

DB11 – Streptococcus suis

A amoxicilina, administrada por via oral, tem uma efi cácia variá-

vel frente ao S. suis e ao H. parasuis. Sua biodisponibilidade em suínos chega a variar até 30% (é três vezes menor que em humanos), infl uencia-da pelo pH intestinal do animal e pela interação com alimentos e outros fár-macos.

DB12 – Staphylococcus sp

Resistências do Staphylococcus aureus à meticilina são conhecidas nos casos de infecções hospitalares, em humanos, no mundo todo. Em suínos foram descritas no Canadá, Holanda e em trabalhos apresentados na Alemanha, em todas as idades do plantel. A primeira referência de resistências em bovinos foi relatada em 1970, em casos de mastite em vacas leiteiras, na Bélgica. Atualmente, as fontes de amostras para o estudo de resistências são os exudatos nasais.

DB13 – Outras bactérias

Mycobacterium haemosusis, como responsável pela eperitrozoo-nose ou icteroanemia em suínos de engorda, neonatos (leitões pálidos, ictéricos) e porcas pré-parto (febre, hipo-agalaxia).

Mycoplasma hyosynoviae in-duz à artrite. Os resultados ligados ao sexo nem sempre se correlacionam com o estado sanitário. O cultivo e a confi rmação, com o teste de anticor-pos fl uorescentes e o teste de inibição do crescimento são necessários para o diagnóstico a partir do fl uido sino-vial e do swab articular (leva tempo). Utilizam-se dois tipos de PCR, com elevada sensibilidade, como alternati-va ao diagnóstico.

Actinobacillus suis é detecta-do por PCR de material coletado em tonsilas, sendo sensível à tilmicosina e à tulatromicina.

A associação entre H. parasuis e Mycoplasma hyorhinis é comum nos quadros de serosites (peritonite, pleurite e pericardite).

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DOENÇAS PARASITÁRIAS

A disseminação da infecção por Isospora suis está intensamente correlacionada com a contaminação ambiental. Assim sendo, a porca tem seu papel na introdução do agente na baia de parição, a qual é mantida pela transmissão entre os leitões que se contaminam na própria baia. O trata-mento metafi lático da coccidiose com Baycox™ previne os sintomas graves da doença e as perdas de leitões.

Na Irlanda do Norte, entre 2003 e 2004, a incidência de manchas de leite no fígado foi de 24%, em 86% das granjas positivas analisadas, o que fez com que esse tipo de observação se mostrasse mais sensível para o diagnóstico, que o exame coprológico. Não foi encontrado Trichuris suis e apenas uns 5% de infecções mistas (Ascaris suum com Strongilus sp). As perdas econômicas, devidas a infecções pelo Ascaris suum, são estimadas em € 6,30/suíno abatido. Há uma correlação positiva entre a presença de manchas de leite no fígado, com problemas respiratórios na terminação. A ação da larva migratória do Ascaris suum no fígado tem um impacto negativo sobre a resposta à vacinação frente ao M. hyopneumoniae.

Os colegas espanhóis do labo-ratório Hipra descreveram um caso em porcas nulíparas, causado por Trichuris suis durante a adaptação-entrada em uma granja de 300 fêmeas em criação extensiva, com sintomas de emagrecimento, infertilidade, diar-réia com sangue, severa desidratação e mortalidade de 35% no referido lote de marrãs.

REPRODUÇÃO

Um estudo belga, realizado em 354 porcas nas quais se injetou 2 mL de cloprostenol (PGF2α - Planate), entre 24 e 48 horas antes do término do parto, resultou – com relação ao controle – num intervalo desmame-cio (IDC) melhor (5,3 versus 5,4), um IDC fi nal de 9,1 versus 9,5 e, so-bretudo, num incremento no número de nascidos vivos no parto seguinte (13,3 versus 12,5).

Altos níveis plasmáticos de uréia, TGO e TGP podem revelar a presença de quadros crônicos o sub-clínicos de descargas vaginais poste-riores à inseminação.

Os ovários das porcas primípa-ras, no desmame, são menos suscetí-veis ao estímulo hormonal, devendo-se por isso ter em conta a dose de go-

nadotrofi nas exógenas administradas, para uma resposta adequada.

Os níveis mais altos de pro-teínas são encontrados na fase aguda (haptoglobina, proteína reativa C) e uma semana após o parto, devido aos mecanismos de adaptação fi siológicos do organismo (lipólise, regeneração uterina, desenvolvimento de tecido mamário – reações infl amatórias).

Os padrões de motilidade do oviduto variam durante os diferentes estágios do ciclo estral, já que sua ati-vidade muscular é regulada por níveis de progesterona, prostaglandinas e estradiol 17 beta. O sêmen do cacha-ço é rico em estrógenos.

O laboratório Ceva apresentou um kit de ELISA semi-quantitativo (Pig-Reprokit™), para determinar os níveis séricos de progesterona (entre 0 e 19,2 ng/mL), com uma sensibili-dade de 100% e uma especifi cidade de 84%.

Um estudo tailandês revelou uma prevalência de síndrome MMA da ordem de 40%, em granjas de su-ínos com maior incidência de porcas primíparas. Aplicando fl unixin me-glumine obteve-se resultados benéfi -cos em termos de peso e número de leitões desmamados (+ 0,5 leitão), assim como no intervalo desmame-cobertura (5,33 versus 8,36).

Num estudo belga, em 2.509 granjas com mais de 150 porcas, os fatores de risco mais comuns para que os leitões nasçam mortos são: a linha genética; altas temperaturas na sala de partos; lavagem ou não das porcas na entrada dos partos; período do dia em que ocorre o parto; porcas velhas; maior tamanho da leitegada e infec-ções pelo vírus da PRRS. A média de nascidos mortos neste estudo foi de 8,1 ± 12,8%.

A forma de sobrevivência mais rentável para os leitões peque-nos é mantê-los durante uma semana a mais na baia de parição, com uma porca da semana seguinte à qual fo-ram desmamamos por tamanho.

Leitões de peso elevado, fren-

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Revisão Técnicate aos normais no nascimento (1.500 versus 1.250 g) têm maior possibilida-de de asfi xiarem-se durante o parto.

Numa análise de 999 granjas francesas, entre 2004 e 2006, foi defi -nido um intervalo desmame-cobertu-ra médio de 6,1 ± 1,2 dias, sendo de 7,2 ± 2 dias nas primíparas e de 5,9 ±1 dia nas porcas entre o segundo e o sexto parto.

Injetando PG 600™ nas primí-paras, no desmame as três semanas de idade, em uma granja mexicana de 350 porcas, chegou-se a um IDC de 2,9 dias a menos e a um tamanho de lei-tegada de 1,61 leitões a mais, além de uma melhora de 4,4% na fertilidade.

Leitoas com níveis de proges-terona de 7g/litro são consideradas cíclicas. Este trabalho dinamarquês concluiu que cobrir/inseminar mais tarde que o segundo ciclo, não incre-menta o tamanho da leitegada.

Desmamar as primíparas no dia 23, em vez de 26 e administrar-lhes altrenogest durante quatro dias, não provoca melhora signifi cativa no IDC, nem na fertilidade, segundo um trabalho realizado em três granjas belgas. Estes mesmos pesquisadores determinaram, num estudo realizado em 110 granjas, os principais fatores de risco para a síndrome de disgala-xia pós-parto (dentro de 72 horas): elevado consumo de ração de lacta-ção (ad libitum); incorreta indução de partos; consumo de água na gestação antes da ração, com relação à água à disposição; traslado tardio para a sala de partos, em período insufi ciente para sua aclimatação; supervisão in-sufi ciente do parto; síndrome da por-ca gorda na entrada da sala de partos.

Um estudo italiano, realizado em uma granja de 800 porcas, onde se mediu a gordura dorsal na entrada e na saída da sala de partos, duran-te 18 meses, concluiu que as porcas que haviam perdido mais de 4 mm de gordura têm pior fertilidade (3%) e geram leitegada de menor tamanho, comparativamente ao parto seguinte (0,43 leitões). Em primíparas, uma

perda de 3 mm da lugar a uma perda de fertilidade da ordem de 9% e 0,7 leitões nascidos vivos a menos no se-gundo parto.

A morfologia e motilidade se-minal têm um baixo nível de predição nos índices de concepção e de partos, não havendo tampouco correlação entre granjas, nem entre o número de partos das porcas.

A administração de HCG nas do-ses seminais leva a resultados variáveis em termos de prolifi cidade, podendo haver efeitos adversos sobre a mesma e sobre a fertilidade, se administrarmos altas doses (750 UI versus 500 UI).

As fl uorquinolonas e a enro-fl oxacina são terapias interessantes frente a infecções do trato urinário (ITU).

Um estudo dinamarquês onde 76 porcas, entre dois e nove partos, foram sacrifi cadas no 29º dia de ges-tação, revelou uma média de 25,3 cor-pos lúteos (16 a 39), o que supõe uma sobrevivência embrionária de 79%.

Em um trabalho espanhol rea-lizado numa granja de 1.500 porcas, em 2.718 inseminações (678 com Pla-nate™ a 0,3 mL) foi encontrado efei-to positivo na fertilidade e no tama-nho da leitegada (+ 0,5 leitões), com signifi cância estatística. Em outro

estudo dos colegas da Intervet em 70 porcas ibéricas injetadas no desmame com 5 mL de PG 600™, entre Julho e Agosto de 2007, foi obtida uma redu-ção do IDC, de 10,12 para 6,62 dias, sem variações sobre a fertilidade.

NUTRIÇÃO

Uma concentração de zearale-nona da ordem de 1,5 mg/kg de ração, em primíparas (do dia 101 de gestação ao desmame) não afeta a involução ute-rina, nem tem efeitos adversos sobre a morfologia ovariana e do oviduto. Essa referida micotoxina se acumula na bile.

A suplementação de selênio orgânico, ácido fólico, vitamina E, vi-tamina C e iodo em porcas, melhora o balanço nutricional anti-oxidativo e aumenta tanto a prolifi cidade como a viabilidade dos leitões ao nascer, sobretudo a partir do segundo ciclo de alimentação com o referido suple-mento.

A demanda por água, para as porcas lactantes, começa tão logo ter-mina o parto, incrementando-se cons-tantemente até o15º dia de lactação.

Os leitões com baixo nível de hemoglobina (< 80 g/L) no décimo dia de idade geralmente têm níveis baixos ao redor do vigésimo dia. Isso

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determina um crescimento inferior, além de uma mortalidade superior nos primeiros dias de vida, compa-rado aos leitões com níveis de Hb entre 80 e 100 g/L. Conclui-se neste trabalho sueco, o quanto um atraso na aplicação de ferro injetável, ou a sua suplementação oral, podem in-crementar os quadros de anemia. A aplicação de duas doses de ferro nos dias 1 e 3 após o nascimento (Glepto-ferron a 200 mg/dose) não promoveu diferenças signifi cativas no peso do desmame, comparativamente à apli-cação nos dias 14 e 21.

Relato de caso de intoxicação sobre-aguda por selênio em suínos de engorda, numa granja de 250 porcas em ciclo completo, na Alemanha, com 51% de mortalidade, desordens neurológicas, paralisia, apatia e he-morragias focais na porção cinzenta de medula espinhal. Os níveis de selê-nio (1,09 a 1,32 mg/L) e de aspartato amino-transferase (54 a 161 U/L) es-tavam aumentados, em função dos al-tos níveis de selênio no alimento dos suínos (58,6 mg/kg MS – 18,1 mg/kg de dieta líquida).

Descrição de um quadro de in-toxicação por melanina na ração, na Tailândia. A melanina é uma tri-amina empregada na indústria de plásticos e

fertilizantes, com elevado conteúdo de nitrogênio e proteína. Morreram 4.000 leitões desmamados, com per-da de peso progressiva, rosário raquí-tico, pele amarelada, níveis séricos de uréia e creatinina elevados e presença de melanina nos rins (6.000 ppm) – a ração inicial continha 3.209 ppm de melanina.

Proteínas e aminoácidos de origem microbiana contribuem de forma signifi cativa com as perdas dos níveis basais endógenos de aminoáci-dos procedentes da dieta, no íleo.

Porcas lactantes que conso-mem níveis elevados de ácidos gra-xos Omega 6 e N 3 (fontes: óleo de peixe versus óleo de girassol), têm seu apetite reduzido, devido ao efeito anoréxico das leptinas e os níveis ele-vados das citoquinas.

A regeneração das vilosidades intestinais necessita de ácidos graxos poli-insaturados para formar novas membranas de fosfolipídios. Suínos alimentados com ácido alfa linoleico têm uma superfície de micro-vilosi-dades superior, no duodeno e no íleo.

A interação entre a idade dos leitões e o pH intestinal defi ne a quantidade e o tempo de acidifi cação da água de bebida, com o objetivo de promover um resultado positivo sobre

os patógenos intestinais. Os melhores resultados obtidos em leitões de qua-tro a cinco semanas, quanto aos seus parâmetros zootécnicos (GPMD ,IC e mortalidade), foram obtidos em um pH = 5.

A integridade da mucosa não glandular do estômago, em leitões de seis a sete semanas de idade, se vê al-terada pelo tamanho das partículas da ração (quando inferiores a 0,4 mm), tanto no tipo farelado como granula-do. A incorporação de 2,5% de ligno-celulose não surtiu nenhum efeito signifi cativo, em nenhum de ambos os tipos de ração.

Os pesquisadores espanhóis do Centro de Recerca e da Universi-dade Autônoma de Barcelona, em um estudo com 48 leitões de 26 dias de idade, aos quais não se havia forne-cido ração inicial durante o período de lactação e que foram alimentados com três tipos de dietas (à base de cevada, arroz e aveia descorticada), encontraram decréscimo no tamanho das vilosidades em todos eles – nos primeiros seis dias de idade – cada vez que realizavam a reposição da dieta à base de cevada. A diversida-de microbiana se manteve elevada em todos os tratamentos, sobretudo no íleo e no ceco, nos diferentes dias pós-desmame, sendo maior nas dietas à base de arroz e menor nas dietas à base de cevada, no íleo. Assim, con-cluíram que as dietas à base de arroz mantêm uma fl ora microbiana mais sólida, servindo de suporte para uma biodiversidade mais estável no íleo e no ceco, ao longo do tempo.

A restrição alimentar, frente ao consumo ad libitum e a disponibilida-de de espaço de comedouro sufi ciente para todos os suínos que se alimentam ao mesmo tempo, reduzem a variação do crescimento entre eles, produzindo lotes mais homogêneos, segundo es-tudos dinamarqueses.

Uma pesquisa realizada pela Universidade de Murcia, com a Uni-versidade Federal do Ceará (Brasil)

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Revisão Técnicae J.M. de la Fuente, da Danisco, in-corporaram betaina (2 kg/tonelada) à dieta de 24 primíparas e 24 multípa-ras, durante cinco dias anteriores ao parto e por toda a fase de lactação, entre maio e outubro de 2006. Os re-sultados obtidos foram uns melhores pesos ao desmame e menor intervalo desmame/cobertura (4,7 versus 5,8 dias) no grupo Controle, sem nenhu-ma variação nos componentes do lei-te, salvo o conteúdo de betaina.

Um estudo conduzido sobre 1.271 leitões, oriundos de 122 porcas, determinando seus pesos de partida, intermediários e fi nais, assim como seus desvios padrão; encontraram um alto nível de signifi cância nas diferen-ças entre os pesos iniciais e fi nais e, com isso, discorreram sobre a impor-tância do tamanho do leitão ao nas-cimento e o interesse econômico de levar à terminação os leitões nascidos com pouco peso. Com essas mesmas porcas e suas leitegadas, geraram um dado de 23,6% de mortalidade, desde a 1ª semana de vida até o abate dos mesmos, sendo os acumulados da or-dem de: 9,1% na lactação; 3,2% na creche e 11,3% na fase de engorda (devido ao PCV2). 36,1% das porcas foram responsáveis por 65,5% das baixas. Classifi caram as porcas em dois grupos: aquelas cujas leitegadas tiveram um alto percentual de sobre-vivência (87,33 %) e aquelas que, ao contrário, o tiveram mais baixo (54,05 %), sendo a diferença altamente sig-nifi cativa.

MANEJO

Os veterinários podem con-tribuir na redução dos custos de pro-dução, assessorando seus clientes no sentido da adoção de programas de prevenção sanitária, tendo o cuidado de prestar especial atenção nos pa-râmetros de biossegurança, fatores meio-ambientais e fl uxos únicos de animais (Health Management Plan).

A aplicação de programas de

higiene e desinfecção deve ser feita especifi camente para cada granja e re-gistrados por escrito (Higienograma).

Um trabalho belga compara – em granjas entre 130 e 500 fême-as – a produção por bandas semanais, que passam a ser bandas de quatro a cinco semanas e que gerou uma me-lhora sanitária global frente à PRRS, ao M. hyopneumoniae e ao APP, ao se reduzir a mistura de animais e leite-gadas. A estratifi cação da produção, que limita o contato entre suínos in-fectados e suscetíveis, é a base para o controle de doenças em granjas con-vencionais.

O estresse causado pelo re-agrupamento das porcas após a inse-minação, costuma piorar os índices de fertilidade e prolifi cidade. O uso de azaperone (Suacrón™) no novo grupo formado pode melhorar essa condição, segundo um estudo ho-landês realizado em 1.195 porcas. A comparação entre grupos estáveis pe-quenos e grupos dinâmicos grandes, revelou um risco maior de perdas em-brionárias. Os autores atribuem esse fenômeno, provavelmente, ao sistema de alimentação das porcas, o qual consideram como sendo de grande infl uência na aparição de problemas reprodutivos quando se trabalha com casos de gestação em grupos.

A mortalidade de porcas em uma granja com uma média de 2,8 partos, na Suécia, foi de 4,3% (50% por falhas cardíacas + traumas), aos quais somamos uns 10,5% de porcas sacrifi cadas (1/3 primíparas) com una média de 2,1 partos, devido princi-palmente a problemas locomotores. Em um estudo conduzido nos EUA, concluiu-se que granjas com proble-mas de aprumos vêem afetada ne-gativamente a sua produtividade, a longo prazo. Também na Dinamarca (Dk) os problemas locomotores são a primeira causa de sacrifício de re-produtoras, sendo recomendado co-locá-las em uma sala especialmente habilitada como hospital, o que lhes permite recuperar 80% das mesmas.

Na DK, desde 2005 todas as granjas devem dispor de salas hospital (para leitões, requerem focos de calor, piso seco com área de descanso e água/ra-ção frescos), com dimensões de 2 x 4 metros. Os transtornos digestivos e perdas de condição corporal são as primeiras causas de hospitalização e os animais que tenham passado por essa situação devem ser registrados e marcados. 89% dos leitões e 75% dos suínos de engorda se recuperam, quando alojados nessa baia-hospital.

Pesquisadores da Universida-de Autônoma de Barcelona em con-junto com o o laboratório Calier, ana-lisaram os níveis plasmáticos de pro-teínas de fase aguda, em 210 leitões desmamados com 20 dias de idade e durante os 29 a 47 dias posteriores, concluindo que tanto o pigMaP como a haptoglobina sofrem um incremento entre 6 e 14 dias depois do desmame, baixando posteriormente. Interessante ressaltar que o pigMAP se incrementa menos em leitões mais pesados (> 6,0 kg), que em médios (5,0 a 5,9 kg) e pequenos (< 4,9 kg). Já a haptoglobi-na não costuma ser afetada pelo peso do leitão, revelando-se signifi cativa-mente maior nas fêmeas (comparado aos machos) entre os dias 0 e sete do ensaio.

O manejo pré-abate (carga, transporte, descarga e tempo de espe-ra) infl uencia seriamente na qualidade da carne e carcaça do suíno, devido à acidose metabólica, hipoxia, hipo ou hipercalcemia, hiperglicemia, lac-tacidose, desidratação e hipertermia, geradas por ele mesmo. Sua gravida-de está relacionada com a duração e a intensidade do referido estímulo.

Os suínos sacrifi cados com CO2 apresentam redução do pH e au-mento do cálcio e do lactato san-güíneos. A norma Européia 93/119/EC permite o sacrifício em atmosfera de, pelo menos, 70% de CO2 em rela-ção ao volume de ar, por um mínimo de 70 segundos (na Alemanha se re-quer 80% de CO2).

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A eletrocussão a 300 V tam-bém deve ser aplicada em pontos ade-quados (www.cdpqinc.qc.ca).

Improvac™ é uma vacina anti-GnRF que proporciona uma al-ternativa efetiva e menos evasiva à castração cirúrgica dos machos, ao mesmo tempo que melhora a conver-são alimentar (CA) e o porcentual de carne magra. Um estudo norte-ameri-cano em 48.967 versus 49.693 suínos castrados cirúrgica e imunologica-mente, respectivamente, demonstrou uma melhora da ordem de 9% na CA, de 1,4% do GMPD e de 7% no valor da carcaça. O custo da castração físi-ca foi estimado em US$ 0,09/suíno, versus US$ 0,19/suíno no grupo da Improvac™, sem incluir o custo do produto. O custo de produção e os benefícios de sua aplicação (RSI) são variáveis, segundo o sistema de pro-dução e o mercado de destino.

Improvac™ acaba de ser apro-vada para uso na Suíça, na indicação de duas doses de 2 mL por via SC (a última de quatro a seis semanas antes do abate e a primeira entre oito e11 semanas antes da segunda), consi-derando um abate realizado entre 23 e 26 semanas de idade. Nos suínos sacrifi cados com seis meses de vida não se observa alterações nos parâ-metros de qualidade de carne (pH fi nal, cor, capacidade de retenção de água, perdas por gotejamento, infi l-tração, textura e suculência – estudos realizados no Reino Unido, México, Filipinas, Coréia e Austrália). Os ní-veis de aminoácidos das dietas devem ser ajustados segundo o momento da vacinação, tipo de ração e idade/peso do abate.

A castração em leitões é re-comendada entre 3 e 7 dias de ida-de. Na Noruega, pela Legislação e desde 2002, deve ser realizada por veterinários e com o uso de anestési-cos (lidocaína, ketamina, azaperone, metamina, natricum, mopenthium ou pentobarbital).

São várias as causas de necro-

se de orelhas e mordeduras de rabos, as quais vão desde altas densidades, tipos de piso, sistemas de ventilação, defi ciências no consumo/qualidade de ração e água, más condições ambien-tais de temperatura e umidade, pouca higiene, vazios sanitários inadequa-dos, toxinas nas rações, etc., mas nem PRRS e nem PMWS estão associadas com o incremento no risco de ocor-rência das mesmas. Tampouco existe correlação nos casos da ocorrência de ambas nas granjas, uma vez que seus fatores de risco não são sempre os mesmos.

A análise dos parâmetros de GMPD e mortalidade é essencial no controle dos custos de produção.

Zoonoses – os dez agentes infecciosos básicos são: Campylobacter sp, Escherichia coli, Erisipela sp, Salmonella sp, o vírus da gripe, Streptococcus suis, Toxoplasma gondii, Trichinella spiralis, Yersinia enterocolitica e Taenia solium.

Profi ssionais da empresa Lleida, em conjunto com a equipe da Elanco, apresentaram um trabalho realizado com 724 leitões desmamados, divididos e dois tratamentos: amoxicilina a 300 ppm e Pulmotil™ a 400 ppm, durante 21 dias e seguiram sua evolução até a

22ª semana de idade, quando foram enviados para o abate. Concluíram não haver diferença de peso vivo, na saída de creche e nem no fi nal da engorda, havendo, entretanto maior peso de carcaça (+ 1,49 kg) e melhor classifi cação da mesma no lote do Pulmotil™, com um benefício por suíno terminado da ordem de € 2,45 e um RSI de 8,69.

Carlos Cantín, com a já men-cionada equipe da Elanco, numa granja de 550 porcas onde se adicio-nou 100 ppm de Tylan™ premix na dieta das porcas lactantes e se fez um comparativo frente a um lote con-trole, obteve uma redução na morta-lidade dos leitões em lactação (3,54 versus 7,09 % - p < 0,1) e um menor número de leitões tratados por causa de diarréia, o que gerou um benefício por porca da ordem de € 12,8 no lote da tilosina.

Um outro trabalho foi avaliado o método que estima a efi cácia do Valor Total dos Suínos (Full Value Pigs) no mercado, partindo do caso de uma granja de engorda infectada com Lawsonia intracellularis e tratada com tilosina a 100 ppm, durante três semanas ou a 400 ppm, durante o período de risco.

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Sumários de Pesquisa

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Inseminação: o efeito da baixa concentração espermática e de bactérias na taxa de parição e nascidos totais

Muitos pesquisadores e profi s-sionais acreditam que as doses inse-minantes com número muito baixo de espermatozóides e com contaminação bacteriana reduzem a fertilidade nos suínos, entretanto, poucos trabalhos têm sido publicados monitorando es-ses parâmetros, por um longo perío-do de tempo, na produção comercial. Objetivados a estudar por um perí-odo maior a fertilidade nos suínos, L. Darwin e colaboradores, em uma pesquisa de quatro anos, Swine Vet Center pela University of Nebraska at Lincoln, (Proceedings of the 20º IPVS Congress, 2008) determinaram o número de nascidos totais e a taxa de parição de porcas e marrãs insemi-nadas com doses de um pool de ejacu-lados com quantidade variável de es-permatozóides e presença ou ausência de bactérias viáveis.

Método

Duas centrais de inseminação, ambas atendendo vários rebanhos de matrizes suínas, coletaram sêmen três vezes por semana e distribuíram para as granjas usuárias na mesma manhã após a coleta, onde o sêmen foi uti-lizado até o quarto dia após a coleta. Todos os machos doadores atingiram os padrões mínimos para motilidade, sendo a morfologia e acrossomas. O sêmen foi aplicado ao acaso em duas grandes organizações de produção (N= 30 rebanhos de matrizes). Regu-larmente, quatro amostras foram sub-metidas a um laboratório independen-te usando um sistema padronizado, previamente descrito, para análise do sêmen e cultura bacteriana. Porcas e marrãs inseminadas com um lote da mesma categoria de concentração de espermatozóides por dose eram alo-cadas ao mesmo grupo de tratamento. As fêmeas foram inseminadas uma

vez por dia enquanto apresentaram refl exo de tolerância ao cachaço.

Os dados colhidos das análi-ses laboratoriais incluíram no número total de espermatozóides por dose, a presença de bactérias e identifi cação da bactéria isolada. O número de nas-cidos totais e a taxa de parição foram obtidos através do programa Pig-Champ. Para fi ns de análise, os dados sobre o número de espermatozóides por dose foram agrupados em esca-las com incrementos de 0.5 bilhões, iniciando com menos de 2.5 bilhões e fi nalizando com 4.5 bilhões ou mais espermatozóides por dose. Todos os dados foram analisados utilizando o procedimento SAS.

Resultados

Pelas análises dos autores, ocorreu um efeito signifi cativo da ca-tegoria de concentração de esperma-tozóides por dose sobre o número de nascidos totais. Não houve diferença na taxa de parição para as várias ca-tegorias de concentração por dose e nem ocorreu efeito expressivo de bac-térias ou interação entre concentração espermática e de bactérias.

Alguns estudos prévios ha-viam demonstrado uma diferença signifi cativa na taxa de parição e nas-cidos totais entre porcas inseminadas

com 2.5 bilhões comparadas com 3.0 bilhões de espermatozóides por dose. Outro estudo mostrou a taxa de pa-rição e tamanho de leitegada decres-centes quando foram utilizados 0.5 bilhões na inseminação intra-uterina versus 4.0 bilhões por dose na insemi-nação tradicional. Finalmente não foi observada diferença signifi cativa uti-lizando um bilhão de espermatozói-des comparados com 3.0 bilhões em inseminação convencional. Os dados do presente estudo não mostraram diferença na taxa de partos entre as diferentes categorias de concentração de espermatozóides por dose, entre-tanto ocorreu uma diferença signifi ca-tiva em nascidos totais. Houve ainda uma redução signifi cativa no número de nascidos totais nas concentrações abaixo de 3.0 bilhões por dose.

Embora bactérias espermici-das tenham potencial para reduzir a fertilidade, a presença de bactérias não teve efeito signifi cativo nem na taxa de parição e nem no tamanho da leitegada. Isto é explicado pelos auto-res como resultado do limitado núme-ro de amostras positivas identifi cadas e o grau de contaminação presente. Quando se considera a importância do melhoramento genético, as doses com concentrações demasiadamente altas de espermatozóides poderiam levar à distribuição de sêmen de ma-chos com menor valor genético. Com

Suínos & CiaAno VI - nº 28/2008

55

Sumários de Pesquisabase nesses resultados, L. Darwin e colaboradores sugerem que, para o sêmen em pool armazenado por dois a quatro dias antes da IA, 3.0-3.5 bi-lhões de espermatozóides por dose são ideais para assegurar um número aceitável de nascidos totais.

O surto de mortes fetais causado por PCV2em rebanhosrecém-estabelecidos

O Circovírus Suíno Tipo 2 (PCV2) já foi descrito como agen-te causal de morte fetal em suínos em estudos anteriores. Mas, desta vez, com o objetivo de descrever os achados clínicos e de diagnóstico re-lacionados a um surto de mortes fe-tais causado por PCV2, com especial atenção ao diagnóstico diferencial de Parvovirus suíno (PPV), P. Høgedal com a colaboração de Copenhagen e Dinamarca (Proceedings of the 20º IPVS Congress, 2008) relata um caso dinamarquês onde o circovírus foi o agente causador das mortes.

Método

Em março de 2006 foram in-troduzidas 340 marrãs SPF gestantes em uma granja previamente vazia,

limpa e desinfetada, de acordo com as normas dinamarquesas do sistema SPF (livre de patógenos). Todas as marrãs haviam sido vacinadas contra o Parvovírus suíno antes da cobertu-ra. As primeiras fêmeas pariram 14 dias depois e durante os dois meses seguintes, semanalmente foram re-gistradas as médias de leitões nasci-dos vivos, natimortos e mumifi cados. Também foram registrados todos os dados de identifi cação das porcas e datas dos partos.

De abril a setembro, um total de 89 fetos foram submetidos à ne-crópsia laboratorial, teste de IgG/IgM dos fl uídos fetais, detecção de antí-genos e detecção imunohistoquími-ca (IHC) para Parvovírus. Durante o estágio inicial de submissão, os fetos foram examinados para PPV (antíge-nos e anticorpos) e leptospira spp., os quais resultaram em testes negati-vos. Os 89 fetos também foram sub-metidos a exames sorológicos para a Síndrome Respiratória e Reprodutiva Suína (PRRS), PPV e PCV2.

Resultados

Os números fi nais do estudo de caso mostram que no total 128 marrãs pariram a média de 10,87 nas-cidos vivos, 0,94 natimortos e 1,65 fetos mumifi cados (11,6%). Durante esse período (dias 38-92) ocorreram

cinco abortamentos e duas marrãs morreram. O surto agudo de morte dos fetos cessou em meados de abril e nos dois meses seguintes o número de nascidos vivos aumentou e de nati-mortos e mumifi cados decresceu.

Dos 89 fetos examinados, 47 estavam totalmente mumifi cados, 38 estavam em estágios iniciais de mu-mifi cação e quatro apresentavam-se sem lesões. Dentre os 42 não total-mente mumifi cados, cinco estavam ictéricos, cinco apresentavam ascite, três apresentavam sangramento na base do coração e dois tinham o cora-ção aumentado.

Devido a mumifi cação, 47 fe-tos não permitiram testes para IgG/IgM ou IHC. De 40 fetos, em sete o fl uído da cavidade pleural apresenta-va níveis elevados de IgG indicando infecção intra-uterina. Todos os fetos expelidos após seis de maio foram negativos para IgG. Somente um dos leitões IgG positivo teve o teste de IHC positivo para PCV2. Os resul-tados apontam também que os fetos foram PPV negativos (antígeno e an-ticorpos). Em sete de abril, os títulos de anticorpos ELISA contra PPV, de 26 marrãs, eram de baixo nível (32 – 512), com a exceção de uma fêmea, conseqüência interpretada como re-sultado da vacinação.

As avaliações para PPRS e leptospira spp. foram negativas. To-das as 26 marrãs tinham anticorpos contra PCV2 (títulos variando de 50 até 31250). Através de testes soro-lógicos, o rebanho foi negativo para PRRS até dezembro de 2007. O exa-me do miocárdio de 40 fetos, através de IHC, apontou 30 % de casos posi-tivos para PCV2, sendo os fetos com resultado positivo todos nascidos en-tre dois e 13 de abril.

A investigação excluiu o diagnóstico diferencial de falha re-produtiva causada por infecção de PPV, PRRS e leptospirose. Após os resultados reprodutivos retornarem à normalidade, nenhum feto PCV2 po-sitivo foi encontrado. Os fetos PCV2 positivos pertenciam a sete fêmeas, demonstrando um efeito de leitegada

Sumários de Pesquisa

56Suínos & Cia Ano VI - nº 28/2008

Tabela 1: Dados médios de produção de 11 empresas brasileiras antes e depois da ocorrência da PMWS.

Parâmetro Antes PMWS Depois PMWS

Média Média Mínimo/máximo

Mortalidade (%) 1.6 4.9 2.5 – 10.0

Conv.Alim. (kg/kg) 2.60 2.90 2.3 – 3.3

Ganho diário (kg) 824 787 650 - 922

e conduzindo à conclusão de que o PCV2 foi o responsável pelo surto.

As análises dos autores indi-cam que esta foi uma alta incidência em comparação com outros relatos. A infecção por PCV2 em fetos de mar-rãs inoculadas via rota nasal já foi anteriormente demonstrada. Os fetos positivos para PCV2 foram todos en-contrados dentro de um período de tempo relativamente curto (duas se-manas). O surto cessou durante o mês de abril, mas amostras sangüíneas oito meses mais tarde tornaram pro-vável que o PCV2 pode permanecer endêmico na população de marrãs jo-vens por um período maior e também entre porcas gestantes, mas em um menor nível.

O impacto da circovirose (PMWS) nas empresas brasileiras de produção suína

Atualmente a Circovirose (PMWS) é a síndrome de doença in-fecciosa mais importante na produção brasileira de suínos. Com uma varie-dade de sintomas, esta síndrome afeta o sistema imune e pode assim, abrir a porta para co-infecções, as quais resultam em perdas de desempenho. P. Schwarz e colaboradores realiza-ram pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul, um levantamento epidemiológico em áreas de produção suína do Brasil. O trabalho, Boehrin-ger Ingelheim Vetmedica Brazil (Pro-ceedings of the 20º IPVS Congress, 2008) foi realizado em empresas de integração vertical e em cooperativas, com o objetivo de identifi car a distri-buição e o impacto dos principais pro-blemas associados com o Circovírus Suíno Tipo 2 (PCV2).

Método

O levantamento incluiu 13 empresas nas regiões sul, sudeste e centro-oeste do Brasil, envolvendo uma população total de 620.000 por-cas. As questões investigavam sobre a ocorrência de sintomas associados ao PCV2, incluindo mortalidade, méto-do, diagnóstico utilizado, resultados dos parâmetros principais de produ-ção e o uso de antimicrobianos.

Resultado

Do total de 13 empresas que participaram no levantamento, 11 identifi caram o PCV2 como sendo um obstáculo signifi cativo à otimi-zação do desempenho produtivo de seus rebanhos. A maioria das empre-sas citou o aumento da mortalidade e a refugagem como os parâmetros de maior impacto. Adicionalmente, os sintomas clínicos de doença entérica foram relatados por oito dentre as 13

participantes, enquanto quatro empre-sas mencionaram principalmente as doenças respiratórias. Uma empresa relatou a ocorrência de ambos (sinais clínicos entéricos e respiratórios), com nenhuma diferença na sua inci-dência. A extensão e os dados médios de produção após a ocorrência da Cir-covirose (PMWS) são apresentados na tabela 1, comparados com os da-dos médios anteriores. Foram utiliza-dos principalmente antibióticos ma-crolídeos para controlar as infecções bacterianas, estes são freqüentemente aplicados em pulsos. Um total entre US$ 1.90 e US$ 5.20 foi calcula-do como custo adicional por animal como resultado da Circovirose.

Os autores, ao considerar que a produção de suínos tecnifi cada no Brasil envolve algo como 1.5 milhões de porcas e que o presente estudo incluiu cerca de 40% das porcas alo-jadas, concluíram que a Circovirose teve um impacto negativo considerá-vel no status sanitário dos suínos no Brasil, sendo responsável por um au-mento signifi cativo no custo de pro-dução de suínos. Alguns resultados médios apresentados na tabela 1 são aceitáveis em muitos ambientes de produção, entretanto, os parâmetros de desempenho em várias empresas indicaram problemas de produção quando comparados com o período pré-PMWS.

Para Refl etir:De que grupo você faz parte?

“Tínhamos uma aula de Fi-siologia na Escola de Medicina logo após a semana as pátria.

Como a maioria dos alunos havia viajado, aproveitando o feriado prolongado, todos estavam ansiosos para contar as novidades aos colegas e a excitação era geral.

Um professor entrou na sala e imediatamente percebeu que iria ter trabalho para conseguir silêncio.

Com paciência, tentou come-çar a aula, mas você acha que minha turma correspondeu??

Que nada...O professor tornou a pedir si-

lêncio...Mas, não adiantou.Foi aí que o professor perdeu

a paciência e “rodou a baiana”deu a maior bronca...

Ele disse:- Prestem atenção, porque eu

vou falar isso única vez: desde que comecei a lecionar, descobri que nós, professores, trabalhamos apenas 5% dos alunos de uma turma. Em todos esses anos, observei que, de cada 100 alunos, apenas cinco são realmen-te aqueles que fazem a diferença no futuro; apenas cinco se tornam pro-fi ssionais brilhantes. Os outros 95% servem apenas para fazer volume; são medíocres e passam pela vida sem deixar nada de útil.

O interessante é que esta por-centagem vale para todo o mundo.

Se vocês prestarem atenção, notarão que, de 100 professores, ape-nas cinco são aqueles que fazem a di-ferença; de 100 garçons, apenas cinco

são excelentes; de 100 motoristas de táxi, apenas cinco são verdadeiros profi ssionais...

É uma pena não termos como separar estes 5% do resto, pois, se isso fosse possível, eu deixaria ape-nas os alunos especiais e colocaria os demais para fora, então teria o silên-cio necessário para dar uma boa aula.

Mas...Só o tempo será capaz de mostrar isso.

Claro que cada um de vocês sempre pode escolher a qual grupo pertencerá.

Obrigado pela atenção e va-mos à aula de hoje.

Nem preciso dizer o silêncio que fi cou na sala e o nível de aten-ção que o professor conseguiu após aquele discurso. Aliás, a bronca tocou fundo em todos nós, pois minha tur-ma teve um comportamento exemplar

em todas as aulas de fi siologia duran-te todo o semestre.

Hoje, não me lembro de mui-ta coisa das aulas de fi siologia, mas a bronca do professor eu nunca mais esqueci. Para mim, aquele professor foi um dos 5% que fi zeram a diferen-ça na minha vida.

De fato, percebi que ele tinha razão e, desde então, tenho feito de tudo para fi car sempre no grupo dos 5%, mas, como ele disse, não há como saber se estamos ino bem ou não, só o tempo...

Mas, uma coisa é certa: se não tentarmos ser especiais em tudo que fazemos, se não tentarmos fazer tudo o melhor possível, seguramente so-braremos na turma do resto”

Autor Desconhecido

Recursos Humanos

Suínos & CiaAno VI - nº 28/2008

57

Dra. Adriana Pereira pergunta:Vamos avaliar como se encontra seus conhecimentos

frente a requisição de exames laboratoriais?

Na produção de suínos muitos são os fatores que interferem no status imunológico dos animais, tornando-os susceptíveis a inúmeras doenças. A contribuição do laboratório de diagnóstico sem duvida é de fundamental importância para o fechamento de casos clínicos que afetam indivíduos e/ ou populações. Avalie no questionário abaixo seus conhecimentos quanto ao adequado envio de materiais e aos exames laboratoriais solicitados.

1 - Na presença de sinais clínicos que caracterizam surtos de doenças em uma determinada população, qual o tipo de animal que deve ser selecionado para necrópsia?(A) Animal encontrado morto.(B) Animal com sinais clínicos na

fase aguda da doença.(C) Animal com crescimento

atrasado, arrepiado e fraco.

2 - Para um adequado diagnóstico através de isolamento e antibiograma se faz necessário que:(A) O material coletado provenha

de animal que não tenha sido recentemente medicado.

(B) O material coletado deve ser fresco e enviado congelado.

(C) Proceda de animais que apresentem sinais clínicos na fase aguda da doença.

3 - Quais os cuidados que se deve ter quando enviar amostras para isolamento bacteriano e antibiograma?(A) Jamais lavar em água corrente

os órgãos que apresentam alterações

(B) Colher parte da área lesada com higiene e condicionamento com gelo seco.

(C) Coletar o material e colocar diretamente na caixa de envio com bastante gelo.

4 - Qual o tempo que se deve proceder o envio de amostras para realizar isolamento e antibiograma?

(A) Desde que se coloque muito gelo diretamente em contato com o material não haverá nenhum problema para realização do exame.

(B) Enviar as amostras devidamente condicionada e conservadas em gelo o mais breve possível.

(C) Pode ser entre 24 a 48 horas depois da coleta.

5 - Quando se deve realizar isolamento e antibiograma?(A) Quando há suspeita de

envolvimento bacteriano. (B) Pode ser sugerido tanto para

vírus como bactérias.(C) O isolamento e o antibiograma

são utilizados para fungos.

6 - O que signifi ca ELISA e quando se deve utilizar?

(A) É um método imunoenzimático para detecção de anticorpos a partir do soro livre de hemólise.

(B) Método de detecção de imunoglobulinas, realizado a partir do sangue.

(C) ELISA – Imunoensaio enzimático para detectar somente doenças virais.

7 - O que é histopatológico?(A) Método que visa avaliar

alterações de orgãos ou tecidos ocasionado por um determinado agente etiológico.

(B) É uma técnica utilizada para detectar somente lesões nos tecidos de origem viral.

(C) É o conjunto de lesões macro e microscópicas observadas nos tecidos, seja por vírus e/ou bactérias.

8 - Ao solicitar um exame histopatológico como deve ser enviado o material?(A) Coletar fragmentos lesionados

juntamente com o tecido sadio, e fi xar em solução de formol a 10%.

(B) Envio de órgãos congelados para avaliação da lesão tecidual.

(C) Envio de órgãos refrigerados o mais breve possível.

9 - Como proceder o envio de amostras para Imunohistoquimica?(A) Envio de órgãos congelados,

quando se suspeita da presença do agente etiológico.

(B) Envio de fragmentos refrigerados, condicionados em caixa isotérmicas o mais breve possível.

(C) Envio de fragmentos fi xados em solução de formol 10%.

58

Jogo Rápido

Suínos & Cia Ano VI - nº 28/2008

Jogo Rápido

Se você fez 30 pontosou mais Parabéns! Os conhecimentos básicos de pato-logia fi siologia e imunologia ajudam no seu dia a dia contribuindo para o envio e identifi cação do material a ser analisado no laboratório para colaborar no fechamento do diag-nóstico clínico da sua granja.

10 - Como enviar leite para detectar a presença de mastite:

(A) Em frasco estéril e congelado.

(B) Em frascos limpos a temperatura ambiente.

(C) Frasco estéril e refrigerado.

11 - Quando requisitar hemograma?

(A) Em casos de suspeita de anemia e de hemoparasitas.

(B) Suspeita de Circovirose.

(C) Suspeita de doença do edema.

12 - Como enviar amostras de soro para sorologia?

(A) Envio de soro sem anticoagulante centrifugado, identifi cado e refrigerado.

(B) Coleta de sangue em tubo contendo anticoagulante. Após coleta manter em refrigeração.

(C )Envio do sangue total sem anticoagulante refrigerado o mais rápido possível.

13 - Quais dessas enfermidades podem ser controladas a partir da sorologia?

(A) Doença de Aujeszky, PRRS (Síndrome Respiratória e Reprodutiva Suína), Peste Suína Clássica.

(B) TGE, Infl uenza, Actinobacillus pleuropneumoniae, Brucelose.

(C) Leptospirose, Erisipela, Tuberculose.

14 - Quando solicitar diagnóstico de PCR (Reação de Cadeia pela Polimerase).

(A) Diagnóstico de paternidade.

(B) Identifi cação e confi rmação de DNA para bactérias e vírus e exceto fungos.

(C) No caso de confi rmação quando o diagnóstico não é conclusivo.

15 – Como proceder o envio de órgãos para PCR (Reação de Cadeia pela Polimerase).

(A) Envio de órgãos congelados.

(B) Envio de soro congelado.

(C) Envio de fragmentos de órgãos fi xados em formol.

Pergunta Alternativa Valor da Resposta

SuaResposta

1

A - 1

B 3

C 0

2

A 3

B 1

C 2

3

A 2

B 1

C 3

4

A 2

B 3

C 1

5.

A 2

B 1

C 3

6

A 3

B 0

C 1

7

A 1

B 0

C 3

8

A 3

B 0

C 2

9

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B 2

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10

A 0

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C 3

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A 3

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C 0

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A 3

B 0

C 2

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A 3

B 0

C -1

14

A 3

B 0

C 2

15

A 3

B 1

C 0

Se você fez menos de30 pontosPrecisa Melhorar!Você pode melhorar, caso tenha in-teresse neste área procure empresas disponíveis que auxiliam no direcio-namento da coleta para o processa-mento das amostras.

Suínos & CiaAno VI - nº 28/2008

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60Suínos & Cia Ano VI - nº 28/2008

60Suínos & Cia Ano VI - nº 28/2008

O evento aconteceu no Hotel Nacional Inn em Campinas. Reuniu mais de 100 participantes entre Mé-dicos veterinários, Zootecnistas, Sui-nocultores, Técnicos e profi ssionais da suinocultura. O objetivo principal foi a retomada das atividades da As-sociação Brasileira de Médicos Vete-rinários Especialistas em Suínos do estado de São Paulo apoiados tam-bém pela APCS (Associação Paulista dos Criadores de Suínos) na presença do seu representante Valdomiro Fer-reira e pela ABRAVES Nacional re-presentada pela atual presidente Dra Fernanda Almeida. Em um ambiente descontraído e técnico foram minis-tradas duas palestras e um rico de-bate. As palestras foram ministradas pela Dra. e Professora Elizabeth San-tin da Universidade Federal do Para-ná (UFPR) e pelo veterano Médico Veterinário Luciano Roppa o primei-ro presidente da ABRAVES SP. O público presente participou após as palestras de um breve debate sobre a profi ssão e o profi ssional do futuro, moderado pela presidente atual da

entidade Maria Nazare Simões Lis-boa a qual pediu a presença e parti-cipação da Professora e Dra. Masaio Mizuno no assunto que com muita autoridade abordou a importância do conhecimento através da educa-ção continuada para todos os profi s-sionais da área. Após as palestras o evento foi encerrado com um jantar de confraternização. A ABRAVES – SP agradece a todos que apóiam e acreditam na entidade e espera revê-los em suas próximas atividades que em breve serão realizadas.

ABRAVES São Paulo reestruturada lança seu I Encontro Técnico

PresidenteMaria Nazaré T. S. Lisboa

Vice-presidenteErlete Vuaden

Primeiro secretárioFrancisco Oliveira

Segundo secretárioIzabel Muniz

Primeiro tesoureiroAdriana de Cássia Pereira

Segundo tesoureiroEdison de Almeida

Comitê científi coMasaio MizunoAmilton SilvaLuciano RoppaFlávio HiroseAníbal de Sant’Anna Moretti

Comitê FiscalSilvio BorgesAndréa SilvestrimLuciano CatelliJuliana SarubbiLuiz César Belagamba

Atual comissão da ABRAVES - SP

Aconteceu

Suínos & CiaAno VI - nº 28/2008

61Suínos & CiaAno VI - nº 28/2008

61

Pfi zer traz especialistas a São Paulo

Cerca de 40 profi ssionais do segmento de laboratórios de diagnós-tico em suinocultura e avicultura pu-deram aprimorar seus conhecimentos sobre padronização de técnicas de antibiograma e aspectos práticos do suporte laboratorial, durante a segunda edição do evento Shaping the Future - Laboratórios, organizado pela Pfi zer durante o mês de dezembro.

O evento realizado em São Paulo contou com pesquisadores internacionais, tais como Dr. Jeffrey Watts, diretor responsável pelo Departamento de Descobertas Farmacêuticas em Animais de Produção da Divisão de Saúde Animal da Pfi zer nos Estados Unidos (Kalamazoo, Michigan). Dr. Watts é especialista em padronização de técnicas de antibiograma e ministrou palestra sobre como são defi nidos os limites de sensibilidade e resistência e a importância clínica dos testes de susceptibilidade antimicrobiana. Esteve presente também o cientista sênior da Divisão de Saúde Animal da Pfi zer nos Estados Unidos (Kalamazoo, Michigan), Dr. Michael Sweeney. Durante o evento, Dr. Sweeney apresentou uma atualização da metodologia de testes laboratoriais, além de mostrar aos participantes o Programa Norte-americano de Vigilância do Desenvolvimento da Resistência Bacteriana.

“O evento cumpre com o ob-jetivo da Pfi zer em atualizar o conhe-cimento técnico-científi co para toda a cadeia produtiva da avicultura e sui-nocultura nacional, o que inclui tam-bém os laboratórios de diagnóstico”,

explica Vítor Franceschini, gerente de produtos de suinocultura da Divi-são de Saúde Animal da Pfi zer. “Du-rante o evento, foram atualizados os conceitos mais importantes ligados às técnicas de antibiograma”, comple-menta.

Sobre antibiograma

O antibiograma é um teste que mostra os padrões de resistência ou susceptibilidade de uma bactéria a vários antibióticos. Os resultados do antibiograma são interpretados e utili-zados na decisão sobre qual tratamen-to ou medida preventiva será aplicada nos animais.

A Pfi zer é a indústria farma-cêutica que mais investe em pesquisa e desenvolvimento de novos medica-mentos. O resultado desse trabalho são produtos que melhoram a saúde e a vida de milhões de pessoas em todo o mundo. Fundada em 1849 e presen-te em 150 países, a Pfi zer comercia-

liza medicamentos na área de Saúde Humana e Animal.

A Divisão de Saúde Animal está organizada em Unidades de Ne-gócios (Bovinos Corte e Leite, Suí-nos e Aves, Animais de Companhia e Agrícola) e é líder no mercado de medicamentos veterinários. A em-presa desenvolve medicamentos para prevenção e tratamento de doenças de animais de produção e de estimação, além de investir em programas de educação continuada que visam qua-lidade e produtividade do agronegó-cio brasileiro, bem como sanidade e bem-estar dos animais.

Como o consumidor podeentrar em contato com a

Divisão de Saúde Animal da Pfi zer:

www.pfi zersaudeanimal.com.br

ou telefone 0800 011 19 19

CDN Comunicação CorporativaCamila Costantini

[email protected]

Aconteceu

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Divirta-se

Suínos & Cia Ano VI - nº 28/2008

Teste seus conhecimentos

Jogo dos 7 erros

( ) O vírus da varíola é sensível aos desinfetantes.

( ) Atinge somente leitões.

( ) Além do diagnóstico clinico, o exame histopatológico e a microscopia eletrônicasão os métodos utilizados para confi rmação do diagnóstico laboratorial.

( ) Um dos tratamentos realizados é a utilização de antibióticoterapia.

( ) As lesões são observadas principalmente na pele,região abdominal e inguinal podendoespalhar-se pela cabeça(orelhas e focinho).

( ) O vírus pode ser transmitido porparasitas como piolhos e ácaros.

A Varíola é um vírus que provoca lesões cutâneas em suínos principalmente entre 2 à 8 semanas de idade. Vamos testar seus conhecimentos frente a patologia assinalando Verdadeiro (V) ou Falso (F).

Suínos & CiaAno VI - nº 28/2008

63

Divirta-se

12 13

1 11 ▼

► ▼

2 ► ▼

8 9 ►

3 ► ▼ 15

10 ►

4 ►

5 ►

6 ►

7 ►

14 ►

Vamos testar seus conhecimentos sobre a suinocultura, respondendo abaixo as questões no diagrama.

1 - Alimento natural rico em gorduras, açúcares e imunoglobulinas (proteínas).

2 - Importante ferramenta no diagnóstico de doenças.

3 - Uma das vias de eliminação do vírus da PRRS.

4 - Conjunto de normas e medidas para assegurar a saúde dos animais.

5 - Infecção do ouvido.

6 - Deseja-se nas leitegadas.

7 - População de animais.

8 - Processo de reprodução artifi cial.

9 - Medida de higiene e biosegurança antes da entrada na granja.

10 - Um dos órgãos utilizados para diagnóstico de circovirus em nascidos mortos.

11 - Controla a entrada de pessoas na granja.

12 - Raça suína.

13 - Causa de perda embrionária.

14 - Fator que afeta indiretamente o tamanho da leitegada

15 - Material de coleta para pesquisa de anticorpos.

e a suinocultura respondendo abaixo as questões no diagrama

Diagrama

Faça como Devansir da Luz Sampaio - Gerente de uma das

Unidades da Frango Forte. Envie sua sugestão para o Divirta-see-mail: [email protected]

Divirta-se

64Suínos & Cia Ano VI - nº 28/2008

12 13

1 11 ▼

► L I V R O D▼E V I S I T A

2 ► N E▼C R O P S I A S

O 8 9 ► B A N H O T

3 ► S A L▼I V A D 15

▼ S R

O N 10 ► C O R A Ç Ã O E

4 ► B I O S S E G U R A N Ç A S

5 ► O T I T E CE G S

6 ► U N I F O R M I D A DE U E

O I E T

N E

7 ► P L A N T E L R

Ç 14 ► C L I M A

à I

O C

O

Teste seusconhecimentos

Jogo dos 7 erros

( V ) O vírus da varíola é sensível aos desinfetantes.

( F ) Atinge somente leitões.

( V ) Além do diagnóstico clinico, o exame histopa-tológico e a microscopia eletrônica são os métodos utilizados para confi rmação do diagnóstico.

( F ) Um dos tratamentos realizados é a utilização de antibióticoterapia.

( V ) As lesões são observadas principalmente na pele, região abdominal e inguinal podendo espal-har-se pela cabeça (orelhas e focinho).

( V ) O vírus pode ser transmitido por parasitas como piolhos e ácaros.

Diagrama

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