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SOU ANO I >>EDIÇÃO I >>REVISTA DA CATEDRAL R$ 10,00 ESPERANÇA

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ESPERANÇA DROGAS AMOR SOLIDARIEDADE FAZENDA DA ESPERANÇA

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Page 1: REVISTA SOU | EDIÇÃO I

SOUANO I >>EDIÇÃO I >>REVISTA DA CATEDRALR$ 10,00

ESPERANÇA

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SOU AMORSOU O QUE SOUSOU RAZÃO, SOU FAMÍLIA, SOU FÉ

editorial>>>>

Cônego Emerson Rogério Anizi

O corre-corre da vida cotidiana acaba por transformar o ser humano em um executador de funções e as vezes acaba por não ter tempo para si e muito menos para criar laços de aproximação, de amizades e assim pouco a pouco acaba perdendo laços consigo próprio. Cada vez mais o desafio é firmar, criar uma opinião pessoal dentro da história individual de cada um e que por conseqüência reflete na vida social que estamos inseridos.Nesta dinâmica a SOU está nascendo... começa respirar entre nós. Uma proposta diferenciada de ser informação. Uma equipe de profissionais que oferecem em um conjunto de páginas e conteúdos com o objetivo de levar a informação a tua casa, ao teu consultório, ao teu local de trabalho para te convidar a viver esta dinâmica diferenciada de SER. A SOU jamais quer criar uma tendência ou uma única linha de vivencia da fé, mas apenas ela quer ser um canal de comunicação que proporcione ao leitor protagonizar uma reflexão crítica diante de fatos e argumentos que circulam em nosso ambiente social e fazem parte do nosso dia a dia.Nas páginas da SOU o amigo leitor irá encontrar matérias atuais e que pedem uma tomada de posição individual e que com certeza terá um reflexo na vida coletiva dentro da sociedade. SOU pessoa, SOU indivíduo e SOU chamado a participar ativamente do mundo que vivo. Mergulhe em cada página e descubra você mesmo o universo que a SOU preparou para você em uma Revista que chegou fazer parte de tuas escolhas.

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Maioridade Penal

Inclusão Social

PAPA FRANCISCODEMOCRACIA

DrogasSuicídio

Amizade

AIDS

Prostituição

MANIFESTAÇÃO

SOLIDARIEDADE

Esperança

índice>>>>

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ENTRE 4 PAREDESMAIORIDADE PENAL

Nosso desafio hoje está sempre girando em encontrar respostas a problemas que se apresentam aos nossos olhos a cada instante que evoluímos em nossa trajetória de vida. A variedade de problemas é enorme e a diversidade chega até assustar diante de soluções que parecem distantes de serem encontradas. A sensação é que quanto mais buscamos, mais distanciados ficamos de encontrar algo satisfatório e eficiente para a vida cotidiana.Um dos grandes desafios sociais é a questão da violência, atos violentos que nos apavoram, pois o requinte de crueldade e frieza parece não ter limites. Acompanhamos perplexos assaltos em ônibus, prática de violência sexual, espancamen-tos por preconceitos raciais, assassinatos, corrup-ção descarada com abuso de poder, enfim tudo envolvendo uma banalização do valor da vida. Certamente um esquema que representa que o homem se tornou lobo de si mesmo, onde para atingir os próprios interesses o homem não se importa com os meios utilizados e sim alcançar

seus objetivos.Dentro deste desafio começa uma busca incansável de soluções, culpados e cria-se uma mentalidade de transferências de culpas, tentando sempre achar um culpado. Dentro desta busca surge a proposta de revisar a Maioridade Penal, reduzindo a culpabilidade de atos para a idade de 16 anos, pois muitos “adolescentes” já cometem atos infracionais com requintes duríssimos de violência e muitosaproveitam desta situação, pois a medida aplicada é variável de 6 meses a três anos em uma diversidade de alternativas de cumprimento da mesma. Problema sério e realmente concreto, mas ao mesmo tempo a questão está enraizada em razões mais intrínsecas a realidade aparente, ou seja, a pergunta a ser feita deveria ser o “por quê” que estamos vivendo um momento tão violento? Somente desta maneira poderíamos achar uma solução. A lei da Maioridade Penal sem dúvida pode ser uma resposta concreta, mas não reduzir a idade, se torna imprescindível estudar verdadeiramente a raiz do problema, não podemos mais achar resposta paliativas, conhecemos o sistema penal brasileiro, onde se tornou uma escola de profissionais do crime, não existe reeducação na maioria dos presídios. Qual a oferta feita a pais trabalhadores diante da infra-estrutura que vivem? Qual o nosso sistema educacional atual...onde professores se tornam reféns dos próprios alunos? Olhemos o nosso sistema judicial diante da morosidade de aplicar a lei. Uma classe política, não

em sua totalidade, que nos envergonha a cada dia com roubos descarados e ainda são protegidos pela própria lei, com ‘celas especiais”. Imaginemos um sistema legal que protege pessoas com nível acadêmico superior diante de crimes cometidos, não deveria ser ao contrario...por serem formados academicamente, não deveriam sofrer uma medida mais firme, pois se pressupõe que a pessoa tenha um grau maior de compreensão??? Quem é chamado para defender a sociedade e bem comum do cidadão, não é estranho que se envolvam em crimes de assassinatos por encomenda para ajudar a “despoluir” o ambiente social e ainda são tratados em cadeias especiais??? Creio que a Lei da Maioridade Penal deva ser aplicada sem dúvidas, mas não como um meio paliativo para tentar camuflar uma resposta ao cidadão, mas existe uma necessidade maior por detrás dos bastidores, o ser humano precisa ser colocado no centro, realmente ser pensado como pessoa e não como estatísticas, todas as classes profissionais deveriam ser valorizadas e justamente equiparadas para no mínimo ter possibilidade de um padrão digno de vida. Não podemos banalizar o funcionário e nem tão pouco os detentos que convivem dentro do sistema penitenciário. Gostaria de saber se estão pensando na Equipe que trabalha diretamente no sistema em oferecer condições mínimas para poderem trabalhar e cuidar de suas famílias, dando salário digno e ambiente saudável e seguro de trabalho? Aos internos se existe um programa concreto e não teórico de reeducação e ressocialização onde se possa produzir, trabalhar e realmente provocar uma mudança? Afinal é muito prático “limpar” o meio social e colocar tudo dentro de quatro paredes de concreto e esperar alguns anos para termos tudo novamente no convívio social, porém com um índice agravante de violência.

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ENTRE 4 PAREDESMAIORIDADE PENAL

Nosso desafio hoje está sempre girando em encontrar respostas a problemas que se apresentam aos nossos olhos a cada instante que evoluímos em nossa trajetória de vida. A variedade de problemas é enorme e a diversidade chega até assustar diante de soluções que parecem distantes de serem encontradas. A sensação é que quanto mais buscamos, mais distanciados ficamos de encontrar algo satisfatório e eficiente para a vida cotidiana.Um dos grandes desafios sociais é a questão da violência, atos violentos que nos apavoram, pois o requinte de crueldade e frieza parece não ter limites. Acompanhamos perplexos assaltos em ônibus, prática de violência sexual, espancamen-tos por preconceitos raciais, assassinatos, corrup-ção descarada com abuso de poder, enfim tudo envolvendo uma banalização do valor da vida. Certamente um esquema que representa que o homem se tornou lobo de si mesmo, onde para atingir os próprios interesses o homem não se importa com os meios utilizados e sim alcançar

seus objetivos.Dentro deste desafio começa uma busca incansável de soluções, culpados e cria-se uma mentalidade de transferências de culpas, tentando sempre achar um culpado. Dentro desta busca surge a proposta de revisar a Maioridade Penal, reduzindo a culpabilidade de atos para a idade de 16 anos, pois muitos “adolescentes” já cometem atos infracionais com requintes duríssimos de violência e muitosaproveitam desta situação, pois a medida aplicada é variável de 6 meses a três anos em uma diversidade de alternativas de cumprimento da mesma. Problema sério e realmente concreto, mas ao mesmo tempo a questão está enraizada em razões mais intrínsecas a realidade aparente, ou seja, a pergunta a ser feita deveria ser o “por quê” que estamos vivendo um momento tão violento? Somente desta maneira poderíamos achar uma solução. A lei da Maioridade Penal sem dúvida pode ser uma resposta concreta, mas não reduzir a idade, se torna imprescindível estudar verdadeiramente a raiz do problema, não podemos mais achar resposta paliativas, conhecemos o sistema penal brasileiro, onde se tornou uma escola de profissionais do crime, não existe reeducação na maioria dos presídios. Qual a oferta feita a pais trabalhadores diante da infra-estrutura que vivem? Qual o nosso sistema educacional atual...onde professores se tornam reféns dos próprios alunos? Olhemos o nosso sistema judicial diante da morosidade de aplicar a lei. Uma classe política, não

em sua totalidade, que nos envergonha a cada dia com roubos descarados e ainda são protegidos pela própria lei, com ‘celas especiais”. Imaginemos um sistema legal que protege pessoas com nível acadêmico superior diante de crimes cometidos, não deveria ser ao contrario...por serem formados academicamente, não deveriam sofrer uma medida mais firme, pois se pressupõe que a pessoa tenha um grau maior de compreensão??? Quem é chamado para defender a sociedade e bem comum do cidadão, não é estranho que se envolvam em crimes de assassinatos por encomenda para ajudar a “despoluir” o ambiente social e ainda são tratados em cadeias especiais??? Creio que a Lei da Maioridade Penal deva ser aplicada sem dúvidas, mas não como um meio paliativo para tentar camuflar uma resposta ao cidadão, mas existe uma necessidade maior por detrás dos bastidores, o ser humano precisa ser colocado no centro, realmente ser pensado como pessoa e não como estatísticas, todas as classes profissionais deveriam ser valorizadas e justamente equiparadas para no mínimo ter possibilidade de um padrão digno de vida. Não podemos banalizar o funcionário e nem tão pouco os detentos que convivem dentro do sistema penitenciário. Gostaria de saber se estão pensando na Equipe que trabalha diretamente no sistema em oferecer condições mínimas para poderem trabalhar e cuidar de suas famílias, dando salário digno e ambiente saudável e seguro de trabalho? Aos internos se existe um programa concreto e não teórico de reeducação e ressocialização onde se possa produzir, trabalhar e realmente provocar uma mudança? Afinal é muito prático “limpar” o meio social e colocar tudo dentro de quatro paredes de concreto e esperar alguns anos para termos tudo novamente no convívio social, porém com um índice agravante de violência.

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MURO DO SILÊNCIOProstituição: foco na mulher e um muro de silêncio em torno do homem que paga e, portanto, mantém o comércio do sexo.

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P.R.O.S.T.I.T.U.I.Ç.Ã.O

Minha infância foi difícil do ponto de vista econômico, pois mal tínhamos dinheiro para comer e nos vestir. Em um certo momento da minha adolescência, tive uma oportunidade de ganhar esse dinheiro que faltava, de uma maneira mais fácil, e daí em diante, não parei mais.Percebi que com esse dinheiro que ganhava, eu e minha mãe conseguimos sobreviver.Minha mãe sabe desta vida paralela que levo. Não é o caminho que ela sonhou e imaginou pra mim, mas também nunca me repreendeu ou proibiu que eu continuasse.No começo, eu me sentia mal com isso, mas depois fui me acostumando, e agora até gosto do que faço. Como este é único caminho que enxergo no momento, procuro tirar o lado bom. Pois através desse trabalho, consigo me sustentar, bem como a minha mãe. Compro minhas roupas e faço algu-mas coisas que gosto.Faço, normalmente, 5 programas por dia, mas não é sempre. Depende muito da situação. No meio da semana, faço de 2 a 3 programas por dia. No final de semana, faço de 3 a 4, chegando até 5 por dia. No Clarice Chanelzinha

Garota de Programa

fim das contas, é um dinheiro que eu não ganharia se dependesse do governo ou se trabalhasse como doméstica.Quanto aos estudos, tenho esperança de um dia fazer uma faculdade, ser alguém importante profis-sionalmente, e ter meu sustento de uma forma onde todos possam ter orgulho de mim. Eu sempre fui muito esperta, era bem aplicada na escola, e até sei falar em inglês também.Tive alguns namorados, mas os relacionamentos não duraram muito tempo. Eles sabiam da vida que eu levava e não gostavam. Tive um namorado que até dizia que não ligava, pois gostava de mim do jeito que eu sou, mas infelizmente também não deu certo.Eu ainda sonho em ter uma família. Sou bonita, inteligente e acho que vou conseguir isso. Quero encontrar meu príncipe encantado, casar na igreja e ter filhos. Que menina não sonha com isso?

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“Quero encontrar meu Príncipe encantado, casar na igreja e ter filhos. Que menina não sonha isso ?”Fo

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Um mundo mágico,Um mundo Artistas S.A!

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Informações 3815.8293www.artistassa.com.br

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VIAGEM SEM VOLTA Fo

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Procurar uma resposta para os desafios que encontramos no decorrer de nossa história de vida sempre foi e sempre será o destino de todos nós. Cada um experimenta superar seus traumas, suas dores e decepções de maneiras diversas, mas no fundo todas as respostas são esperadas como definitivas para aliviar ou mostrar uma solução concreta e as vezes imediata para nossos problemas. Enfrentar nossa realidade de vida nem sempre é fácil, mas fugir não é a melhor saída.

DROGAS, para muitos o grande mal da humanidade. A Dra. Florence Kerr-Corrêa, psiquiatra e professora na Unesp em Botucatu fala sobre dependência química, tratamentos, comportamentos e prevenção.“Quando se fala em drogas, deixam o álcool de fora, e o álcool é a droga mais devastadora”. Ela também afirma que a fé é fator de proteção e que isso está provado em pesquisas.” – diz Dra. Florence.

SOU – o que leva ao consumo dependente de drogas ? FKC – Muitas vezes vulnerabilidade social, um lar desajustado, sem regra, onde os pais não têm controle sobre os filhos, e também o desconhecimento de que o álcool não é droga. São fatores que favorecem o uso de drogas. Mas também podemos encontrar fatores da personalidade, como aquelas pessoas que vivem em risco constantes, que minimizam um possível impacto, que não observam limites, e por ai vai. Veja que é um conjunto de fatores.

SOU – Onde a Fé entra para minimizar ou até mesmo acabar com dependência das drogas ?FKC – Mais do que a Fé, destaco as pessoas que cumprem as obrigações impostas pela Fé. São muito mais protegidos das drogas os indivíduos que vão duas ou três vezes à igreja por semana e que oram todo dia. No Brasil a religião se mostra como fator de proteção. Digo no Brasil, pois pesquisas indicam que na Europa ou América do norte, essa porcentagem é pequena. Digo Fé, mas uma Fé verdadeira, não apenas no discurso. A pessoa precisa participar. SOU – Existe predisposição genética para as drogas ? FKC – Tem, para o álcool está bem determinado, mas responde entre 17 % e 20 % dos casos. A maio-ria dos usuários de álcool e drogas não encontram familiares que fazem uso ou que fizeram uso exag-erado e dependente.

SOU – É possível dominar as drogas ? Ou seja, experimentar e ter a certeza de que não vai se tornar um viciado?FKC – O jovem muitas vezes é muito onipotente, então ele acha que pode correr com o carro que nada vai acontecer e com as drogas é a mesma coisa. É importante salientar que muita gente experimenta e não gosta, ao passo que muitas pessoas experimentam e ficam dependentes, e não era esse o desejo dela.

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As experiências que envolvem a vida cotidiana nos dias atuais provocam buscas

e conquistas onde cada ser humano traz em si o desejo e a necessidade de

realização. Certamente todos querem acertar na vida e torcem para que suas

escolhas possam sempre dar certo. Trabalhar com a frustração ou até mesmo com

resultados não esperados provocam nas pessoas uma série de reações que

podem variar de um extremo ao outro e uma destas reações é o

SUICÍDIO, como uma forma de fuga, ou talvez como uma resposta que

possa transparecer “alívio imediato”.

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Dr. José Manuel Bertolote, docente da UNESP, no Departamento de Neurologia, Psicologia e Psiquiatria nos fala com uma visão objetiva sobre o suícidio e suas várias facetas e a importância da fé na prevenção.

SOU – Como o senhor definiria o suicídio em poucas palavras ?J M B – É a morte que o individuo dá a sí mesmo. Antes da palavra suicídio, existia a expressão criminoso de si mesmo, e isso tinha um aspecto curioso, pois era passível de sentença. Na Inglaterra até o século XVII, quando se comprovava o suicídio, todos os seus bens eram repassados para a Coroa, ou seja, a punição se estendia para a família toda.

SOU – É possível traçar um paralelo entre suicídio e religião ?J M B – Do ponto de vista da saúde publica, que é minha abordagem atual, existe uma nítida relação. Eu fiz um trabalho simples, sem grandes pretensões, mas que ganhou notoriedade por conta dessa relação suicídio e religião. As taxas mais altas de suicídios eram observadas nos países oficialmente ateus, países que não existem mais praticamente, e as taxas mais baixas eram percebidas nos países muçulmanos, no lslã, onde as taxas se aproximavam a zero. O Cristianismo tem taxas relativamente baixas, mas dentro do Cristianismo, segundo a pesquisa, os Protestantes têm números ainda menores que os Católicos. Obviamente Budistas e Hinduístas possuem taxas mais altas que os Cristãos. As religiões que acreditam em reencarnação

indicam taxas médias de suicídio, e as que acreditam na alma e não na reencarnação mostram percentuais mais baixos. No Islã, por ser uma religião muito fundamentalista, o suicídio é o pecado mais graves, pois é a destruição da obra suprema do criador. Recebi recentemente um estudo vindo da Austrália, mostrando que a relação, crença e Deus, é um fator de proteção onde as pessoas que crêem em Deus, obtém melhores resultados em tratamentos para suas doenças.

SOU – E o suicídios entre jovens, qual a abordagem que o senhor faz ? J M B – Algumas décadas para cá, o método utilizado é cada vez mais letal, com medicamentos mais letais, e obviamente isso influi na estatística. Há 30 ou 50 anos atrás seria tentativa de suicídio, e hoje se configura no fato, por isso vem aumentando esse número entre os jovens.

SOU – É possível analisar o suicídio além do campo da pesquisa ? É possível implícitar o suicidio em questões onde nenhuma pesquisa pode chegar ? Exemplo: Relacionar o fato a alma da pessoa. JMB – Eu vejo o suicídio talvez um pouco mais amplo do que temos na cultura, e isso me fascina. É uma questão que poucos pesquisadores podem abordar, mas o fato é que a permissividade em relação ao suicídio passa pela religião, e isso é um dado cultural muito forte. A maior taxa das Américas é de Cuba, e isso vem desde o século XIV. Eu estava uma vez em Cuba, justamente investigando isso, e me contaram uma historia que se conta a todos as crianças na escola,

que é a seguinte: O indivíduo foi para o exército, e alguém vem informar sua mãe que ele havia sido preso em combate. E a mãe diz não acreditar, pois, segundo ela, o filho se mataria antes de ser preso, pois sua honra não permitiria isso. Então percebe-se um dado cultural muito importante, ou seja, uma pessoa de honra não se deixa prender, e isso se ensina na escola. Você forma um conceito do que pode ser bom e do que pode ser proibido. Outro exemplo, é que um amigo meu Muçulmano me disse uma vez que as três coisas mais proibidas para um muçulmano era ingerir bebida alcoólica, comer carne de porco e se suicidar. Então percebe-se que em um local o suicídio é uma possibilidade, em outro é uma recomendação e outro é uma proibição. Existem várias tribos na África onde não existe suicídio, pois essa palavra sequer existe, ou seja, a pessoa não sabe que isso existe, não faz parte do universo dele.

Sou – Por fim, além da fé, qual seria outro ‘’remédio’’ para o suicídio ?JMB – A maioria das pesquisas trabalha com fator de risco, ou seja, o que leva ao suicídio? Eu tenho a satisfação de ter iniciado o trabalho inverso, que é investigar o fator de proteção, ou fatores que minimizam. Um desses fatores é a presença de vínculos afetivos, e isso é mais forte para mulheres do que pra homens, se a mulher tiver filhos então, melhor ainda, pois filhos formam um fator fantástico de proteção ao suicídio. Então isso é um remédio, ou seja, a criação de um ambiente afetivo, onde existe amor. E isso claro também serve para a criança, que vai crescer nesse

ambiente e consequentemente vai desenvolver uma “vacina” ao suicídio. Exemplos clássicos: Quase todos os pedófilos foram abusados quando crianças, os violentos receberam agressões quando crianças, porém quem recebeu amor, vai repassar aquilo que teve na infância. As relações sociais servem também como um fator de prevenção. Algumas religiões proporcionam isso com suas experiências em comunidades, outras não dão essa opção, como o Hinduísmo, onde não existem templos, tudo é feito a céu aberto, não existindo esse relacionamento comum. Então o afeto, a vivência em sociedade, entre outros aspectos, servem como esse remédio contra o suicídio.

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Dr. José Manuel Bertolote, docente da UNESP, no Departamento de Neurologia, Psicologia e Psiquiatria nos fala com uma visão objetiva sobre o suícidio e suas várias facetas e a importância da fé na prevenção.

SOU – Como o senhor definiria o suicídio em poucas palavras ?J M B – É a morte que o individuo dá a sí mesmo. Antes da palavra suicídio, existia a expressão criminoso de si mesmo, e isso tinha um aspecto curioso, pois era passível de sentença. Na Inglaterra até o século XVII, quando se comprovava o suicídio, todos os seus bens eram repassados para a Coroa, ou seja, a punição se estendia para a família toda.

SOU – É possível traçar um paralelo entre suicídio e religião ?J M B – Do ponto de vista da saúde publica, que é minha abordagem atual, existe uma nítida relação. Eu fiz um trabalho simples, sem grandes pretensões, mas que ganhou notoriedade por conta dessa relação suicídio e religião. As taxas mais altas de suicídios eram observadas nos países oficialmente ateus, países que não existem mais praticamente, e as taxas mais baixas eram percebidas nos países muçulmanos, no lslã, onde as taxas se aproximavam a zero. O Cristianismo tem taxas relativamente baixas, mas dentro do Cristianismo, segundo a pesquisa, os Protestantes têm números ainda menores que os Católicos. Obviamente Budistas e Hinduístas possuem taxas mais altas que os Cristãos. As religiões que acreditam em reencarnação

indicam taxas médias de suicídio, e as que acreditam na alma e não na reencarnação mostram percentuais mais baixos. No Islã, por ser uma religião muito fundamentalista, o suicídio é o pecado mais graves, pois é a destruição da obra suprema do criador. Recebi recentemente um estudo vindo da Austrália, mostrando que a relação, crença e Deus, é um fator de proteção onde as pessoas que crêem em Deus, obtém melhores resultados em tratamentos para suas doenças.

SOU – E o suicídios entre jovens, qual a abordagem que o senhor faz ? J M B – Algumas décadas para cá, o método utilizado é cada vez mais letal, com medicamentos mais letais, e obviamente isso influi na estatística. Há 30 ou 50 anos atrás seria tentativa de suicídio, e hoje se configura no fato, por isso vem aumentando esse número entre os jovens.

SOU – É possível analisar o suicídio além do campo da pesquisa ? É possível implícitar o suicidio em questões onde nenhuma pesquisa pode chegar ? Exemplo: Relacionar o fato a alma da pessoa. JMB – Eu vejo o suicídio talvez um pouco mais amplo do que temos na cultura, e isso me fascina. É uma questão que poucos pesquisadores podem abordar, mas o fato é que a permissividade em relação ao suicídio passa pela religião, e isso é um dado cultural muito forte. A maior taxa das Américas é de Cuba, e isso vem desde o século XIV. Eu estava uma vez em Cuba, justamente investigando isso, e me contaram uma historia que se conta a todos as crianças na escola,

que é a seguinte: O indivíduo foi para o exército, e alguém vem informar sua mãe que ele havia sido preso em combate. E a mãe diz não acreditar, pois, segundo ela, o filho se mataria antes de ser preso, pois sua honra não permitiria isso. Então percebe-se um dado cultural muito importante, ou seja, uma pessoa de honra não se deixa prender, e isso se ensina na escola. Você forma um conceito do que pode ser bom e do que pode ser proibido. Outro exemplo, é que um amigo meu Muçulmano me disse uma vez que as três coisas mais proibidas para um muçulmano era ingerir bebida alcoólica, comer carne de porco e se suicidar. Então percebe-se que em um local o suicídio é uma possibilidade, em outro é uma recomendação e outro é uma proibição. Existem várias tribos na África onde não existe suicídio, pois essa palavra sequer existe, ou seja, a pessoa não sabe que isso existe, não faz parte do universo dele.

Sou – Por fim, além da fé, qual seria outro ‘’remédio’’ para o suicídio ?JMB – A maioria das pesquisas trabalha com fator de risco, ou seja, o que leva ao suicídio? Eu tenho a satisfação de ter iniciado o trabalho inverso, que é investigar o fator de proteção, ou fatores que minimizam. Um desses fatores é a presença de vínculos afetivos, e isso é mais forte para mulheres do que pra homens, se a mulher tiver filhos então, melhor ainda, pois filhos formam um fator fantástico de proteção ao suicídio. Então isso é um remédio, ou seja, a criação de um ambiente afetivo, onde existe amor. E isso claro também serve para a criança, que vai crescer nesse

ambiente e consequentemente vai desenvolver uma “vacina” ao suicídio. Exemplos clássicos: Quase todos os pedófilos foram abusados quando crianças, os violentos receberam agressões quando crianças, porém quem recebeu amor, vai repassar aquilo que teve na infância. As relações sociais servem também como um fator de prevenção. Algumas religiões proporcionam isso com suas experiências em comunidades, outras não dão essa opção, como o Hinduísmo, onde não existem templos, tudo é feito a céu aberto, não existindo esse relacionamento comum. Então o afeto, a vivência em sociedade, entre outros aspectos, servem como esse remédio contra o suicídio.

“É a morte que o individuo dá a sí mesmo.”

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Rua Azaléia, 169 | Jardim Bom Pastor | Botucatu | SP | (14) 99782.0782 | (14) 99798.2098 | [email protected]

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A igualdade e a singularidade: traços da amizade sólidaA pessoa, hoje, vive num ambiente de relações cada vez mais instantâneas. Esses relacionamentos acontecem, por sua vez, pela denominada “rede virtual”. Contudo, a maioria das pessoas perde a noção de confiança, uma vez que confiar no outro se torna algo desafiador e, inclusive, leva à responsabilidade de respeitar a dignidade da pessoa.A dignidade da pessoa implica o princípio da igualdade e da singularidade. A igualdade se demonstra pela capacidade das pessoas em buscar aquilo que corresponde de semelhante, tais como: esporte, música, trabalho e entre outros. A pessoa anseia pelo desejo de se completar e de se fascinar com o encanto do novo. Todavia, o encanto parece perder o seu sentido na “rede virtual”, porque as pessoas, muitas vezes, criam máscaras ao traçarem o perfil, de modo que a imaginação expõe fatos aos quais não correspondem ao critério de semelhança e sim de criar um cenário de caráter utilitário e de consumo do outro. A categoria do ato de pensar se dilui no cenário utilitário e entra em jogo a atitude de agradar e de sufocar o outro com uma série de informações que impossibilitam o acesso ao interior do outro. Quando se pensa na atitude a ser tomada pelo princípio da igualdade, a “rede virtual” pode se transformar num canal útil e, até mesmo, precioso à formação de amizades sólidas. Ser sólido significa a lealdade, o respeito e, principalmente o exercício da fraternidade. A pessoa pode tecer este caminho como meio de filtrar os relacionamentos instantâneos, a fim de não corromper a sua privacidade e o seu interior. A “rede virtual” conduz à capacidade de amizades sólidas, à medida que possa chegar ao encontro, propriamente presencial, marcado pela responsabilidade de conhecer o outro na sua integridade.O conhecimento do outro na sua integridade possibilita ver a singularidade num cenário de caráter humanizador. As relações precisam resgatar traços humanizadores capazes de reforçarem o encantamento com o que há de mais belo no outro, a vida. Viver

envolve o fato de brincar e jogar no campo da existência, de forma que a vida seja uma escola repleta de desafios que despertam a curiosidade de conhecer novas culturas. A “rede virtual” pode ser um canal ao desenvolvimento do jogo com a vida. Contudo, a pessoa precisa ir além dela e partir em direção à rua, à periferia e aos locais mais perdidos dos horizontes sedentários da tela virtual. O esporte pode ser um caminho para o exercício humanizador, pois ao praticá-lo presencialmente com os outros ou de forma individual, percebe-se novos sentidos da vida, porque se passa a admirar a natureza presente ao redor e a ver as preciosidades de cada coisa, como por exemplo, o calor do sol, o vento, os pássaros, as pessoas, o caminho de seus trabalhos e assim por diante. A “rede virtual” impossibilita o caráter humanizador quando a pessoa se fecha num mundo sedentário e que limita os seus horizontes, pois a vida não se limita à virtualidade e sim é dinâmica. A amizade sólida necessita da valorização da singularidade de cada pessoa, a fim de conhecer o outro passo a passo, sem pressa e na expectativa de que a vida se reveste do ato de jogar e brincar, de trazer à tona a criança muitas vezes adormecida no interior.

Diante dos dados apresentados, cada um é convidado a fazer sua auto-avaliação. Como está a minha conduta? Procuro seguir o caráter utilitário ou o humanizador na construção de amizades sólidas? E mais, de que forma sair do mundo

sedentário da “rede virtual” em direção à dinamicidade da vida? Nesta reflexão, destaca-se a prática do esporte como meio de jogar e brincar com a vida. Agora, você, no seu grupo de jovens, na sua pastoral, na sua pequena comunidade, poderá descobrir novos meios para que a vida humana não seja reduzida ao sedentarismo de ficar isolado diante de uma máquina. A vida é uma escola que provoca a capacidade de se relacionar com cada ser vivo presente ao redor na vontade de construir amizades sólidas. Pensar e vivenciar, eis a missão de cada pessoa que deseja marcar uma bela história no livro da vida com momentos alegres e tristes.

amizade

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A Fazenda Esperança é uma das respostas concretas a toda luta e tentativa de proposta de oferecer ao ser humano uma possibilidade nova de vida. A Fazenda da Esperança acolhe jovens que desejam se libertar das drogas e do álcool, mas também aqueles que anseiam descobrir suas vocações.Os recuperantes vivem do seu próprio trabalho como fonte de auto-estima e auto-sustento. Nos 12 meses de recuperação, só a partir do terceiro mês o recuperante recebe visita dos familiares. A Fazenda da Esperança acolhe pessoas, homens e mulheres, e lhes propiciam moradia, alimentação e outras necessidades básicas para que continuem firmes em sua caminhada rumo ao retorno à vida. A organização das casas baseia-se na famí-lia a fim de provocar mudanças de valores, morais e princípios. Toda a convivência é apoiada nas Palavras de Deus tirada do evangelho e também se sustenta no carisma da unidade de Chiara Lubich e no carisma da pobreza de São Francisco de Assis.O dependente químico precisa desejar e manifestar a vontade de ter uma vida livre das drogas e do álcool,

pedindo uma segunda chance via carta escrita de próprio punho para ser acolhido, explicando os motivos que o levaram a solicitar ajuda. Cada jovem é responsável por sua própria recuperação. A comunidade terapêutica só acolhe as pessoas que pedem ajuda, pois os internos não ficam em locais fechados por muros ou portões. Tudo é aberto e dá acesso a rua, ou seja, na liberdade de recomeçar e reconquistar a própria identidade a pessoa vai aprendendo a trabalhar com os seus limites, conhecendo as suas fragilidades e criando identidade com as suas próprias forças.Toda família participa de todo o processo, como deveria fazer em qualquer outra decisão de vida de seu ente querido, afinal é necessário envolver os familiares neste processo de recomeço. Reestruturar ou até restabelecer laços rompidos, pelo fato que o jovem retorna para o seu seio familiar. Por exemplo, os pais e irmãos são acompanhados e freqüentam reuniões separadas do interno antes do primeiro encontro com o mesmo no terceiro mês da recuperação e durante todo o restante do processo de recuperação, os familiares são motivados a

participarem das visitas e formação oferecida aos mesmos.Hoje a Fazenda está enraizada em 15 nações diferentes, com 91 unidades, porém todas as unidades respeitando a cultura onde está inserida, mas realizando o mesmo programa e organização em todas elas. Um programa que está embasado no tripé: espiritualidade, trabalho e convivência, demonstrando que mesmo que a obra tenha crescido, pois este ano completa30 anos, a essência deve ser mantida, por saber que os frutos colhidos foram positivos para quem levou seriamente a proposta original da Fazenda da Esperança. Esses 30 anos de existência possui um começo simples, mas rico em unidade e partilha, um sonho que se torna realidade porque um jovem acreditou que poderia fazer a diferença, acreditou que seria possível iniciar uma nova realidade no desafio de combater o mundo das drogas e provocar a Esperança em quem desejava sair.Este jovem se chama Nelson Giovaneli que se aproximou de um grupo de jovens que consumiam e vendiam drogas perto de sua casa. Isso em 1983, na esquina da rua Tupinambás com a Guaicurus, no bairro do Pedregulho,

na cidade de Guaratinguetá interior de São Paulo. Ele foi animado a dar esse passo por frei Hans Stapel seu pároco que o incentivava a viver concretamente a Palavra de Deus.Nelson conquistou a confiança daqueles dependentes químicos. Um deles Antonio Eleutério foi o primeiro a ser contagiado e pediu ajuda para se libertar das drogas, tudo isso porque Nelson buscava colocar em prática a frase “Fiz-me fraco com os fracos a fim de ganhar os fracos” (I Cor 9,22).Frei Hans tornou-se pároco da igreja Nossa Senhora da Glória em 1979. Ele nasceu no fim da segunda guerra mundial, cresceu junto da reconstrução da Alemanha, orientado religiosamente na Igreja Católica por seus pais, conheceu o carisma da unidade de Chiara Lubich e da pobreza de são Francisco de Assis, os quais divulgam em sua vida religiosa.Foi liberado integralmente para a Fazenda da Esperança em 1992 quando seus superiores entenderam essa necessidade.Os companheiros de Antonio notaram algo diferente em sua vida. Isso os levou a buscar a ajudar do jovem

paroquiano que os propõem viver radicalmente a Palavra de Deus e à noite encontrar-se na Igreja ao invés da esquina para trocar as experiências vividas a cada dia.Esse grupo sugeriu a Nelson alugar uma casa para viverem junto. O aluguel e as despesas pagariam com seus trabalhos. As primeiras atividades foram a limpeza de jardins enquanto Nelson continuava em seu emprego de “office boy”, na cooperativa de laticínio de Guaratinguetá. Tudo o que ganhavam colocavam em comum para se sustentar.Iraci Leite e Lucilene Rosendo, conhecida por Luci, iniciaram o trabalho de recuperação feminina em 1989, na cidade de Guaratinguetá / SP. Elas deixaram tudo para seguir o exemplo de Nelson. Iniciando a vivência feminina neste universo chamado Esperança, de ir ao encontro da face feminina de Deus perdida entre tantas mulheres, mães, jovens machucadas pela dor da vida. Os relatos de vida, os testemunhos experimentados pela SOU durante um tempo de convivência entre a meninas fez nascer a BELEZA DA ESPERANÇA...Faces transformadas, porém com uma transformação que começou no interior de cada uma delas, uma face que começou a nascer em cada alma,

em cada coração, que revelou o SOU esperança de cada uma delas.A obra foi ganhando uma dimensão que não encontrava fronteiras que pudessem neutralizar a mão de Deus, pois na percepção de encontrar uma face, uma vida que necessitasse de olhar diferenciado e da oferta de um sorriso que criasse a Esperança de nova vida...ali estava a Fazenda chegando e assim uma das realidades comoventes e extremamente pedagógica para notarmos o desejo de vida, o anseio de amor e uma oferta generosa de alegria e coragem é a Casa Sol Nascente, onde realmente brilha o sol da vida e da esperança.Uma casa que acolhe homens, mulheres e crianças portadoras do vírus HIV/AIDS e/ou filhos de pais com HIV/AIDS, em situação de orfandade e de precariedade social e financeira, na faixa etária de 0 a 12 anos, cujas famílias, quando ainda as tem, não dispõem de condições emocionais e materiais para abrigar adequadamente a criança e proporcionar o acompanhamento específico adequado à problemática que apresentam. Uma casa que se transforma em verdadeiro lar, laços familiares criados pelo amor e pela solidariedade.

A igualdade e a singularidade: traços da amizade sólidaA pessoa, hoje, vive num ambiente de relações cada vez mais instantâneas. Esses relacionamentos acontecem, por sua vez, pela denominada “rede virtual”. Contudo, a maioria das pessoas perde a noção de confiança, uma vez que confiar no outro se torna algo desafiador e, inclusive, leva à responsabilidade de respeitar a dignidade da pessoa.A dignidade da pessoa implica o princípio da igualdade e da singularidade. A igualdade se demonstra pela capacidade das pessoas em buscar aquilo que corresponde de semelhante, tais como: esporte, música, trabalho e entre outros. A pessoa anseia pelo desejo de se completar e de se fascinar com o encanto do novo. Todavia, o encanto parece perder o seu sentido na “rede virtual”, porque as pessoas, muitas vezes, criam máscaras ao traçarem o perfil, de modo que a imaginação expõe fatos aos quais não correspondem ao critério de semelhança e sim de criar um cenário de caráter utilitário e de consumo do outro. A categoria do ato de pensar se dilui no cenário utilitário e entra em jogo a atitude de agradar e de sufocar o outro com uma série de informações que impossibilitam o acesso ao interior do outro. Quando se pensa na atitude a ser tomada pelo princípio da igualdade, a “rede virtual” pode se transformar num canal útil e, até mesmo, precioso à formação de amizades sólidas. Ser sólido significa a lealdade, o respeito e, principalmente o exercício da fraternidade. A pessoa pode tecer este caminho como meio de filtrar os relacionamentos instantâneos, a fim de não corromper a sua privacidade e o seu interior. A “rede virtual” conduz à capacidade de amizades sólidas, à medida que possa chegar ao encontro, propriamente presencial, marcado pela responsabilidade de conhecer o outro na sua integridade.O conhecimento do outro na sua integridade possibilita ver a singularidade num cenário de caráter humanizador. As relações precisam resgatar traços humanizadores capazes de reforçarem o encantamento com o que há de mais belo no outro, a vida. Viver

Pe. Nelson Maria Brechó da Silva

envolve o fato de brincar e jogar no campo da existência, de forma que a vida seja uma escola repleta de desafios que despertam a curiosidade de conhecer novas culturas. A “rede virtual” pode ser um canal ao desenvolvimento do jogo com a vida. Contudo, a pessoa precisa ir além dela e partir em direção à rua, à periferia e aos locais mais perdidos dos horizontes sedentários da tela virtual. O esporte pode ser um caminho para o exercício humanizador, pois ao praticá-lo presencialmente com os outros ou de forma individual, percebe-se novos sentidos da vida, porque se passa a admirar a natureza presente ao redor e a ver as preciosidades de cada coisa, como por exemplo, o calor do sol, o vento, os pássaros, as pessoas, o caminho de seus trabalhos e assim por diante. A “rede virtual” impossibilita o caráter humanizador quando a pessoa se fecha num mundo sedentário e que limita os seus horizontes, pois a vida não se limita à virtualidade e sim é dinâmica. A amizade sólida necessita da valorização da singularidade de cada pessoa, a fim de conhecer o outro passo a passo, sem pressa e na expectativa de que a vida se reveste do ato de jogar e brincar, de trazer à tona a criança muitas vezes adormecida no interior.

Diante dos dados apresentados, cada um é convidado a fazer sua auto-avaliação. Como está a minha conduta? Procuro seguir o caráter utilitário ou o humanizador na construção de amizades sólidas? E mais, de que forma sair do mundo

sedentário da “rede virtual” em direção à dinamicidade da vida? Nesta reflexão, destaca-se a prática do esporte como meio de jogar e brincar com a vida. Agora, você, no seu grupo de jovens, na sua pastoral, na sua pequena comunidade, poderá descobrir novos meios para que a vida humana não seja reduzida ao sedentarismo de ficar isolado diante de uma máquina. A vida é uma escola que provoca a capacidade de se relacionar com cada ser vivo presente ao redor na vontade de construir amizades sólidas. Pensar e vivenciar, eis a missão de cada pessoa que deseja marcar uma bela história no livro da vida com momentos alegres e tristes.

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A Fazenda Esperança é uma das respostas concretas a toda luta e tentativa de proposta de oferecer ao ser humano uma possibilidade nova de vida. A Fazenda da Esperança acolhe jovens que desejam se libertar das drogas e do álcool, mas também aqueles que anseiam descobrir suas vocações.Os recuperantes vivem do seu próprio trabalho como fonte de auto-estima e auto-sustento. Nos 12 meses de recuperação, só a partir do terceiro mês o recuperante recebe visita dos familiares. A Fazenda da Esperança acolhe pessoas, homens e mulheres, e lhes propiciam moradia, alimentação e outras necessidades básicas para que continuem firmes em sua caminhada rumo ao retorno à vida. A organização das casas baseia-se na famí-lia a fim de provocar mudanças de valores, morais e princípios. Toda a convivência é apoiada nas Palavras de Deus tirada do evangelho e também se sustenta no carisma da unidade de Chiara Lubich e no carisma da pobreza de São Francisco de Assis.O dependente químico precisa desejar e manifestar a vontade de ter uma vida livre das drogas e do álcool,

pedindo uma segunda chance via carta escrita de próprio punho para ser acolhido, explicando os motivos que o levaram a solicitar ajuda. Cada jovem é responsável por sua própria recuperação. A comunidade terapêutica só acolhe as pessoas que pedem ajuda, pois os internos não ficam em locais fechados por muros ou portões. Tudo é aberto e dá acesso a rua, ou seja, na liberdade de recomeçar e reconquistar a própria identidade a pessoa vai aprendendo a trabalhar com os seus limites, conhecendo as suas fragilidades e criando identidade com as suas próprias forças.Toda família participa de todo o processo, como deveria fazer em qualquer outra decisão de vida de seu ente querido, afinal é necessário envolver os familiares neste processo de recomeço. Reestruturar ou até restabelecer laços rompidos, pelo fato que o jovem retorna para o seu seio familiar. Por exemplo, os pais e irmãos são acompanhados e freqüentam reuniões separadas do interno antes do primeiro encontro com o mesmo no terceiro mês da recuperação e durante todo o restante do processo de recuperação, os familiares são motivados a

participarem das visitas e formação oferecida aos mesmos.Hoje a Fazenda está enraizada em 15 nações diferentes, com 91 unidades, porém todas as unidades respeitando a cultura onde está inserida, mas realizando o mesmo programa e organização em todas elas. Um programa que está embasado no tripé: espiritualidade, trabalho e convivência, demonstrando que mesmo que a obra tenha crescido, pois este ano completa30 anos, a essência deve ser mantida, por saber que os frutos colhidos foram positivos para quem levou seriamente a proposta original da Fazenda da Esperança. Esses 30 anos de existência possui um começo simples, mas rico em unidade e partilha, um sonho que se torna realidade porque um jovem acreditou que poderia fazer a diferença, acreditou que seria possível iniciar uma nova realidade no desafio de combater o mundo das drogas e provocar a Esperança em quem desejava sair.Este jovem se chama Nelson Giovaneli que se aproximou de um grupo de jovens que consumiam e vendiam drogas perto de sua casa. Isso em 1983, na esquina da rua Tupinambás com a Guaicurus, no bairro do Pedregulho,

na cidade de Guaratinguetá interior de São Paulo. Ele foi animado a dar esse passo por frei Hans Stapel seu pároco que o incentivava a viver concretamente a Palavra de Deus.Nelson conquistou a confiança daqueles dependentes químicos. Um deles Antonio Eleutério foi o primeiro a ser contagiado e pediu ajuda para se libertar das drogas, tudo isso porque Nelson buscava colocar em prática a frase “Fiz-me fraco com os fracos a fim de ganhar os fracos” (I Cor 9,22).Frei Hans tornou-se pároco da igreja Nossa Senhora da Glória em 1979. Ele nasceu no fim da segunda guerra mundial, cresceu junto da reconstrução da Alemanha, orientado religiosamente na Igreja Católica por seus pais, conheceu o carisma da unidade de Chiara Lubich e da pobreza de são Francisco de Assis, os quais divulgam em sua vida religiosa.Foi liberado integralmente para a Fazenda da Esperança em 1992 quando seus superiores entenderam essa necessidade.Os companheiros de Antonio notaram algo diferente em sua vida. Isso os levou a buscar a ajudar do jovem

paroquiano que os propõem viver radicalmente a Palavra de Deus e à noite encontrar-se na Igreja ao invés da esquina para trocar as experiências vividas a cada dia.Esse grupo sugeriu a Nelson alugar uma casa para viverem junto. O aluguel e as despesas pagariam com seus trabalhos. As primeiras atividades foram a limpeza de jardins enquanto Nelson continuava em seu emprego de “office boy”, na cooperativa de laticínio de Guaratinguetá. Tudo o que ganhavam colocavam em comum para se sustentar.Iraci Leite e Lucilene Rosendo, conhecida por Luci, iniciaram o trabalho de recuperação feminina em 1989, na cidade de Guaratinguetá / SP. Elas deixaram tudo para seguir o exemplo de Nelson. Iniciando a vivência feminina neste universo chamado Esperança, de ir ao encontro da face feminina de Deus perdida entre tantas mulheres, mães, jovens machucadas pela dor da vida. Os relatos de vida, os testemunhos experimentados pela SOU durante um tempo de convivência entre a meninas fez nascer a BELEZA DA ESPERANÇA...Faces transformadas, porém com uma transformação que começou no interior de cada uma delas, uma face que começou a nascer em cada alma,

em cada coração, que revelou o SOU esperança de cada uma delas.A obra foi ganhando uma dimensão que não encontrava fronteiras que pudessem neutralizar a mão de Deus, pois na percepção de encontrar uma face, uma vida que necessitasse de olhar diferenciado e da oferta de um sorriso que criasse a Esperança de nova vida...ali estava a Fazenda chegando e assim uma das realidades comoventes e extremamente pedagógica para notarmos o desejo de vida, o anseio de amor e uma oferta generosa de alegria e coragem é a Casa Sol Nascente, onde realmente brilha o sol da vida e da esperança.Uma casa que acolhe homens, mulheres e crianças portadoras do vírus HIV/AIDS e/ou filhos de pais com HIV/AIDS, em situação de orfandade e de precariedade social e financeira, na faixa etária de 0 a 12 anos, cujas famílias, quando ainda as tem, não dispõem de condições emocionais e materiais para abrigar adequadamente a criança e proporcionar o acompanhamento específico adequado à problemática que apresentam. Uma casa que se transforma em verdadeiro lar, laços familiares criados pelo amor e pela solidariedade.

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A Fazenda Esperança é uma das respostas concretas a toda luta e tentativa de proposta de oferecer ao ser humano uma possibilidade nova de vida. A Fazenda da Esperança acolhe jovens que desejam se libertar das drogas e do álcool, mas também aqueles que anseiam descobrir suas vocações.Os recuperantes vivem do seu próprio trabalho como fonte de auto-estima e auto-sustento. Nos 12 meses de recuperação, só a partir do terceiro mês o recuperante recebe visita dos familiares. A Fazenda da Esperança acolhe pessoas, homens e mulheres, e lhes propiciam moradia, alimentação e outras necessidades básicas para que continuem firmes em sua caminhada rumo ao retorno à vida. A organização das casas baseia-se na famí-lia a fim de provocar mudanças de valores, morais e princípios. Toda a convivência é apoiada nas Palavras de Deus tirada do evangelho e também se sustenta no carisma da unidade de Chiara Lubich e no carisma da pobreza de São Francisco de Assis.O dependente químico precisa desejar e manifestar a vontade de ter uma vida livre das drogas e do álcool,

pedindo uma segunda chance via carta escrita de próprio punho para ser acolhido, explicando os motivos que o levaram a solicitar ajuda. Cada jovem é responsável por sua própria recuperação. A comunidade terapêutica só acolhe as pessoas que pedem ajuda, pois os internos não ficam em locais fechados por muros ou portões. Tudo é aberto e dá acesso a rua, ou seja, na liberdade de recomeçar e reconquistar a própria identidade a pessoa vai aprendendo a trabalhar com os seus limites, conhecendo as suas fragilidades e criando identidade com as suas próprias forças.Toda família participa de todo o processo, como deveria fazer em qualquer outra decisão de vida de seu ente querido, afinal é necessário envolver os familiares neste processo de recomeço. Reestruturar ou até restabelecer laços rompidos, pelo fato que o jovem retorna para o seu seio familiar. Por exemplo, os pais e irmãos são acompanhados e freqüentam reuniões separadas do interno antes do primeiro encontro com o mesmo no terceiro mês da recuperação e durante todo o restante do processo de recuperação, os familiares são motivados a

participarem das visitas e formação oferecida aos mesmos.Hoje a Fazenda está enraizada em 15 nações diferentes, com 91 unidades, porém todas as unidades respeitando a cultura onde está inserida, mas realizando o mesmo programa e organização em todas elas. Um programa que está embasado no tripé: espiritualidade, trabalho e convivência, demonstrando que mesmo que a obra tenha crescido, pois este ano completa30 anos, a essência deve ser mantida, por saber que os frutos colhidos foram positivos para quem levou seriamente a proposta original da Fazenda da Esperança. Esses 30 anos de existência possui um começo simples, mas rico em unidade e partilha, um sonho que se torna realidade porque um jovem acreditou que poderia fazer a diferença, acreditou que seria possível iniciar uma nova realidade no desafio de combater o mundo das drogas e provocar a Esperança em quem desejava sair.Este jovem se chama Nelson Giovaneli que se aproximou de um grupo de jovens que consumiam e vendiam drogas perto de sua casa. Isso em 1983, na esquina da rua Tupinambás com a Guaicurus, no bairro do Pedregulho,

na cidade de Guaratinguetá interior de São Paulo. Ele foi animado a dar esse passo por frei Hans Stapel seu pároco que o incentivava a viver concretamente a Palavra de Deus.Nelson conquistou a confiança daqueles dependentes químicos. Um deles Antonio Eleutério foi o primeiro a ser contagiado e pediu ajuda para se libertar das drogas, tudo isso porque Nelson buscava colocar em prática a frase “Fiz-me fraco com os fracos a fim de ganhar os fracos” (I Cor 9,22).Frei Hans tornou-se pároco da igreja Nossa Senhora da Glória em 1979. Ele nasceu no fim da segunda guerra mundial, cresceu junto da reconstrução da Alemanha, orientado religiosamente na Igreja Católica por seus pais, conheceu o carisma da unidade de Chiara Lubich e da pobreza de são Francisco de Assis, os quais divulgam em sua vida religiosa.Foi liberado integralmente para a Fazenda da Esperança em 1992 quando seus superiores entenderam essa necessidade.Os companheiros de Antonio notaram algo diferente em sua vida. Isso os levou a buscar a ajudar do jovem

paroquiano que os propõem viver radicalmente a Palavra de Deus e à noite encontrar-se na Igreja ao invés da esquina para trocar as experiências vividas a cada dia.Esse grupo sugeriu a Nelson alugar uma casa para viverem junto. O aluguel e as despesas pagariam com seus trabalhos. As primeiras atividades foram a limpeza de jardins enquanto Nelson continuava em seu emprego de “office boy”, na cooperativa de laticínio de Guaratinguetá. Tudo o que ganhavam colocavam em comum para se sustentar.Iraci Leite e Lucilene Rosendo, conhecida por Luci, iniciaram o trabalho de recuperação feminina em 1989, na cidade de Guaratinguetá / SP. Elas deixaram tudo para seguir o exemplo de Nelson. Iniciando a vivência feminina neste universo chamado Esperança, de ir ao encontro da face feminina de Deus perdida entre tantas mulheres, mães, jovens machucadas pela dor da vida. Os relatos de vida, os testemunhos experimentados pela SOU durante um tempo de convivência entre a meninas fez nascer a BELEZA DA ESPERANÇA...Faces transformadas, porém com uma transformação que começou no interior de cada uma delas, uma face que começou a nascer em cada alma,

em cada coração, que revelou o SOU esperança de cada uma delas.A obra foi ganhando uma dimensão que não encontrava fronteiras que pudessem neutralizar a mão de Deus, pois na percepção de encontrar uma face, uma vida que necessitasse de olhar diferenciado e da oferta de um sorriso que criasse a Esperança de nova vida...ali estava a Fazenda chegando e assim uma das realidades comoventes e extremamente pedagógica para notarmos o desejo de vida, o anseio de amor e uma oferta generosa de alegria e coragem é a Casa Sol Nascente, onde realmente brilha o sol da vida e da esperança.Uma casa que acolhe homens, mulheres e crianças portadoras do vírus HIV/AIDS e/ou filhos de pais com HIV/AIDS, em situação de orfandade e de precariedade social e financeira, na faixa etária de 0 a 12 anos, cujas famílias, quando ainda as tem, não dispõem de condições emocionais e materiais para abrigar adequadamente a criança e proporcionar o acompanhamento específico adequado à problemática que apresentam. Uma casa que se transforma em verdadeiro lar, laços familiares criados pelo amor e pela solidariedade.

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O GRITO DAS RUAS

A Fazenda Esperança é uma das respostas concretas a toda luta e tentativa de proposta de oferecer ao ser humano uma possibilidade nova de vida. A Fazenda da Esperança acolhe jovens que desejam se libertar das drogas e do álcool, mas também aqueles que anseiam descobrir suas vocações.Os recuperantes vivem do seu próprio trabalho como fonte de auto-estima e auto-sustento. Nos 12 meses de recuperação, só a partir do terceiro mês o recuperante recebe visita dos familiares. A Fazenda da Esperança acolhe pessoas, homens e mulheres, e lhes propiciam moradia, alimentação e outras necessidades básicas para que continuem firmes em sua caminhada rumo ao retorno à vida. A organização das casas baseia-se na famí-lia a fim de provocar mudanças de valores, morais e princípios. Toda a convivência é apoiada nas Palavras de Deus tirada do evangelho e também se sustenta no carisma da unidade de Chiara Lubich e no carisma da pobreza de São Francisco de Assis.O dependente químico precisa desejar e manifestar a vontade de ter uma vida livre das drogas e do álcool,

pedindo uma segunda chance via carta escrita de próprio punho para ser acolhido, explicando os motivos que o levaram a solicitar ajuda. Cada jovem é responsável por sua própria recuperação. A comunidade terapêutica só acolhe as pessoas que pedem ajuda, pois os internos não ficam em locais fechados por muros ou portões. Tudo é aberto e dá acesso a rua, ou seja, na liberdade de recomeçar e reconquistar a própria identidade a pessoa vai aprendendo a trabalhar com os seus limites, conhecendo as suas fragilidades e criando identidade com as suas próprias forças.Toda família participa de todo o processo, como deveria fazer em qualquer outra decisão de vida de seu ente querido, afinal é necessário envolver os familiares neste processo de recomeço. Reestruturar ou até restabelecer laços rompidos, pelo fato que o jovem retorna para o seu seio familiar. Por exemplo, os pais e irmãos são acompanhados e freqüentam reuniões separadas do interno antes do primeiro encontro com o mesmo no terceiro mês da recuperação e durante todo o restante do processo de recuperação, os familiares são motivados a

participarem das visitas e formação oferecida aos mesmos.Hoje a Fazenda está enraizada em 15 nações diferentes, com 91 unidades, porém todas as unidades respeitando a cultura onde está inserida, mas realizando o mesmo programa e organização em todas elas. Um programa que está embasado no tripé: espiritualidade, trabalho e convivência, demonstrando que mesmo que a obra tenha crescido, pois este ano completa30 anos, a essência deve ser mantida, por saber que os frutos colhidos foram positivos para quem levou seriamente a proposta original da Fazenda da Esperança. Esses 30 anos de existência possui um começo simples, mas rico em unidade e partilha, um sonho que se torna realidade porque um jovem acreditou que poderia fazer a diferença, acreditou que seria possível iniciar uma nova realidade no desafio de combater o mundo das drogas e provocar a Esperança em quem desejava sair.Este jovem se chama Nelson Giovaneli que se aproximou de um grupo de jovens que consumiam e vendiam drogas perto de sua casa. Isso em 1983, na esquina da rua Tupinambás com a Guaicurus, no bairro do Pedregulho,

na cidade de Guaratinguetá interior de São Paulo. Ele foi animado a dar esse passo por frei Hans Stapel seu pároco que o incentivava a viver concretamente a Palavra de Deus.Nelson conquistou a confiança daqueles dependentes químicos. Um deles Antonio Eleutério foi o primeiro a ser contagiado e pediu ajuda para se libertar das drogas, tudo isso porque Nelson buscava colocar em prática a frase “Fiz-me fraco com os fracos a fim de ganhar os fracos” (I Cor 9,22).Frei Hans tornou-se pároco da igreja Nossa Senhora da Glória em 1979. Ele nasceu no fim da segunda guerra mundial, cresceu junto da reconstrução da Alemanha, orientado religiosamente na Igreja Católica por seus pais, conheceu o carisma da unidade de Chiara Lubich e da pobreza de são Francisco de Assis, os quais divulgam em sua vida religiosa.Foi liberado integralmente para a Fazenda da Esperança em 1992 quando seus superiores entenderam essa necessidade.Os companheiros de Antonio notaram algo diferente em sua vida. Isso os levou a buscar a ajudar do jovem

paroquiano que os propõem viver radicalmente a Palavra de Deus e à noite encontrar-se na Igreja ao invés da esquina para trocar as experiências vividas a cada dia.Esse grupo sugeriu a Nelson alugar uma casa para viverem junto. O aluguel e as despesas pagariam com seus trabalhos. As primeiras atividades foram a limpeza de jardins enquanto Nelson continuava em seu emprego de “office boy”, na cooperativa de laticínio de Guaratinguetá. Tudo o que ganhavam colocavam em comum para se sustentar.Iraci Leite e Lucilene Rosendo, conhecida por Luci, iniciaram o trabalho de recuperação feminina em 1989, na cidade de Guaratinguetá / SP. Elas deixaram tudo para seguir o exemplo de Nelson. Iniciando a vivência feminina neste universo chamado Esperança, de ir ao encontro da face feminina de Deus perdida entre tantas mulheres, mães, jovens machucadas pela dor da vida. Os relatos de vida, os testemunhos experimentados pela SOU durante um tempo de convivência entre a meninas fez nascer a BELEZA DA ESPERANÇA...Faces transformadas, porém com uma transformação que começou no interior de cada uma delas, uma face que começou a nascer em cada alma,

em cada coração, que revelou o SOU esperança de cada uma delas.A obra foi ganhando uma dimensão que não encontrava fronteiras que pudessem neutralizar a mão de Deus, pois na percepção de encontrar uma face, uma vida que necessitasse de olhar diferenciado e da oferta de um sorriso que criasse a Esperança de nova vida...ali estava a Fazenda chegando e assim uma das realidades comoventes e extremamente pedagógica para notarmos o desejo de vida, o anseio de amor e uma oferta generosa de alegria e coragem é a Casa Sol Nascente, onde realmente brilha o sol da vida e da esperança.Uma casa que acolhe homens, mulheres e crianças portadoras do vírus HIV/AIDS e/ou filhos de pais com HIV/AIDS, em situação de orfandade e de precariedade social e financeira, na faixa etária de 0 a 12 anos, cujas famílias, quando ainda as tem, não dispõem de condições emocionais e materiais para abrigar adequadamente a criança e proporcionar o acompanhamento específico adequado à problemática que apresentam. Uma casa que se transforma em verdadeiro lar, laços familiares criados pelo amor e pela solidariedade.

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O povo acordou! As ruas ficaram movimentadas em pouco tempo. Eu, como cidadão, juntei-me ao movimento das ruas. Levei minha família. Quis que meus filhos, ainda adolescentes, não perdessem a oportunidade de marchar por um pais melhor. Foi bonito demais ver e marchar com o povo pelas ruas de Botucatu por valores e direitos que há tempos lhe são negados. As manifestações deixaram claro que embora o Brasil transpareça estar melhorando, ainda há muito que fazer.Na verdade, as manifestações levantaram a pontinha do tapete da política, onde alguma sujeira pode ser vista, mas o grosso do que está escondido debaixo do tapete nem de longe ainda foi visto. O grito nas ruas deixou claro que o povo não suporta mais a falta de investimento sério na educação, na saúde e no transporte público. O clamor do povo evidenciou que basta de tanta injustiça, de coisas atrapalhadas, de tanto dinheiro público jogado no ralo da corrupção. O marketing político produziu um Brasil muito bonito por fora, mas, quem vive e depende de serviços públicos, sabe que o Brasil está feio por dentro. Um país que gasta bilhões em eventos mundiais, mas, que joga seu povo doente nos corredores dos hospitais, sem nenhuma digni-dade e tratamento medico de qualidade. Sem falar na educação publica, com raras exceções, que é uma vergonha. As manifestações populares demonstraram a força que o povo tem quando esta unido em torno de objetivos comuns. Isso serviu para acordar e lembrar ao povo que a democracia não se realiza somente no dia da eleição, quando obrigatoriamente vai às urnas para votar e escolher as pessoas que comandam o pais. Quem entende e pratica a democracia apenas como um ato de votar, assemelha-se a quem dá um cheque assinado, em branco, para quem não conhece.

Reverendo Clayton Leal da SilvaIgreja Presbiteriana Independente

Catedral Evangélica de Botucatu

É preciso vigiar!O povo tem direito de saber o que passa, como se gasta o dinheiro público, se não sabe, se não está contente, deve ir às ruas protestar e buscar o direito de todos os cidadãos, sem reserva, sem partidarismo, com espiritualidade, ordem e determinação.A fé cristã não exclui e nem impede a livre participação em movimentos populares legítimos que buscam melhorar o exercício da democracia. Pelo contrario, é também por causa do silêncio quase conivente de pessoas de fé, que aqueles que estão vestidos de autoridade, abusam do poder e fazem o que querem, muitas vezes, à benefício próprio ou de um pequeno grupo de amigos e partidários. A fé cristã na busca da justiça não pode ser pontual, apenas eventos esporádicos, convocados pelas redes sociais, mas tem de ser um estilo permanente de vida, fundamentado nas Sagradas Escrituras, que, a modo dos profetas, sempre denunciará as injustiças e buscará os valores do Reino de Deus para todo o povo. Protestar de forma ordeira, pacifica, está na gênese do povo cristão. Há muitas coisas no nosso Brasil que necessitam ser mudadas e nos convocam para sair às ruas e protestar. Foi isso que fez o profeta Amos quando pediu em nome de Deus: “que corra a retidão como um rio e a justiça como um ribeiro.”

A Fazenda Esperança é uma das respostas concretas a toda luta e tentativa de proposta de oferecer ao ser humano uma possibilidade nova de vida. A Fazenda da Esperança acolhe jovens que desejam se libertar das drogas e do álcool, mas também aqueles que anseiam descobrir suas vocações.Os recuperantes vivem do seu próprio trabalho como fonte de auto-estima e auto-sustento. Nos 12 meses de recuperação, só a partir do terceiro mês o recuperante recebe visita dos familiares. A Fazenda da Esperança acolhe pessoas, homens e mulheres, e lhes propiciam moradia, alimentação e outras necessidades básicas para que continuem firmes em sua caminhada rumo ao retorno à vida. A organização das casas baseia-se na famí-lia a fim de provocar mudanças de valores, morais e princípios. Toda a convivência é apoiada nas Palavras de Deus tirada do evangelho e também se sustenta no carisma da unidade de Chiara Lubich e no carisma da pobreza de São Francisco de Assis.O dependente químico precisa desejar e manifestar a vontade de ter uma vida livre das drogas e do álcool,

pedindo uma segunda chance via carta escrita de próprio punho para ser acolhido, explicando os motivos que o levaram a solicitar ajuda. Cada jovem é responsável por sua própria recuperação. A comunidade terapêutica só acolhe as pessoas que pedem ajuda, pois os internos não ficam em locais fechados por muros ou portões. Tudo é aberto e dá acesso a rua, ou seja, na liberdade de recomeçar e reconquistar a própria identidade a pessoa vai aprendendo a trabalhar com os seus limites, conhecendo as suas fragilidades e criando identidade com as suas próprias forças.Toda família participa de todo o processo, como deveria fazer em qualquer outra decisão de vida de seu ente querido, afinal é necessário envolver os familiares neste processo de recomeço. Reestruturar ou até restabelecer laços rompidos, pelo fato que o jovem retorna para o seu seio familiar. Por exemplo, os pais e irmãos são acompanhados e freqüentam reuniões separadas do interno antes do primeiro encontro com o mesmo no terceiro mês da recuperação e durante todo o restante do processo de recuperação, os familiares são motivados a

participarem das visitas e formação oferecida aos mesmos.Hoje a Fazenda está enraizada em 15 nações diferentes, com 91 unidades, porém todas as unidades respeitando a cultura onde está inserida, mas realizando o mesmo programa e organização em todas elas. Um programa que está embasado no tripé: espiritualidade, trabalho e convivência, demonstrando que mesmo que a obra tenha crescido, pois este ano completa30 anos, a essência deve ser mantida, por saber que os frutos colhidos foram positivos para quem levou seriamente a proposta original da Fazenda da Esperança. Esses 30 anos de existência possui um começo simples, mas rico em unidade e partilha, um sonho que se torna realidade porque um jovem acreditou que poderia fazer a diferença, acreditou que seria possível iniciar uma nova realidade no desafio de combater o mundo das drogas e provocar a Esperança em quem desejava sair.Este jovem se chama Nelson Giovaneli que se aproximou de um grupo de jovens que consumiam e vendiam drogas perto de sua casa. Isso em 1983, na esquina da rua Tupinambás com a Guaicurus, no bairro do Pedregulho,

na cidade de Guaratinguetá interior de São Paulo. Ele foi animado a dar esse passo por frei Hans Stapel seu pároco que o incentivava a viver concretamente a Palavra de Deus.Nelson conquistou a confiança daqueles dependentes químicos. Um deles Antonio Eleutério foi o primeiro a ser contagiado e pediu ajuda para se libertar das drogas, tudo isso porque Nelson buscava colocar em prática a frase “Fiz-me fraco com os fracos a fim de ganhar os fracos” (I Cor 9,22).Frei Hans tornou-se pároco da igreja Nossa Senhora da Glória em 1979. Ele nasceu no fim da segunda guerra mundial, cresceu junto da reconstrução da Alemanha, orientado religiosamente na Igreja Católica por seus pais, conheceu o carisma da unidade de Chiara Lubich e da pobreza de são Francisco de Assis, os quais divulgam em sua vida religiosa.Foi liberado integralmente para a Fazenda da Esperança em 1992 quando seus superiores entenderam essa necessidade.Os companheiros de Antonio notaram algo diferente em sua vida. Isso os levou a buscar a ajudar do jovem

paroquiano que os propõem viver radicalmente a Palavra de Deus e à noite encontrar-se na Igreja ao invés da esquina para trocar as experiências vividas a cada dia.Esse grupo sugeriu a Nelson alugar uma casa para viverem junto. O aluguel e as despesas pagariam com seus trabalhos. As primeiras atividades foram a limpeza de jardins enquanto Nelson continuava em seu emprego de “office boy”, na cooperativa de laticínio de Guaratinguetá. Tudo o que ganhavam colocavam em comum para se sustentar.Iraci Leite e Lucilene Rosendo, conhecida por Luci, iniciaram o trabalho de recuperação feminina em 1989, na cidade de Guaratinguetá / SP. Elas deixaram tudo para seguir o exemplo de Nelson. Iniciando a vivência feminina neste universo chamado Esperança, de ir ao encontro da face feminina de Deus perdida entre tantas mulheres, mães, jovens machucadas pela dor da vida. Os relatos de vida, os testemunhos experimentados pela SOU durante um tempo de convivência entre a meninas fez nascer a BELEZA DA ESPERANÇA...Faces transformadas, porém com uma transformação que começou no interior de cada uma delas, uma face que começou a nascer em cada alma,

em cada coração, que revelou o SOU esperança de cada uma delas.A obra foi ganhando uma dimensão que não encontrava fronteiras que pudessem neutralizar a mão de Deus, pois na percepção de encontrar uma face, uma vida que necessitasse de olhar diferenciado e da oferta de um sorriso que criasse a Esperança de nova vida...ali estava a Fazenda chegando e assim uma das realidades comoventes e extremamente pedagógica para notarmos o desejo de vida, o anseio de amor e uma oferta generosa de alegria e coragem é a Casa Sol Nascente, onde realmente brilha o sol da vida e da esperança.Uma casa que acolhe homens, mulheres e crianças portadoras do vírus HIV/AIDS e/ou filhos de pais com HIV/AIDS, em situação de orfandade e de precariedade social e financeira, na faixa etária de 0 a 12 anos, cujas famílias, quando ainda as tem, não dispõem de condições emocionais e materiais para abrigar adequadamente a criança e proporcionar o acompanhamento específico adequado à problemática que apresentam. Uma casa que se transforma em verdadeiro lar, laços familiares criados pelo amor e pela solidariedade.

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DEMOCRACIAA importância da representatividade política no estabelecimento da democraciaA grande onda de manifestações populares vividas no Brasil nos últimos meses gerou uma série de expectativas sobre a participação de nosso povo na vida política do país que, infelizmente, parece não ter se concretizado. Para que a democracia possa ser, de fato, representativa, o engajamento civil é parte fundamental nesse processo. Os representantes políticos devem trabalhar de modo a ouvir as demandas do seu público, os cidadãos, de quem se espera sempre um retorno. Porém, sem a devida organização, qualquer movimento pode acabar enfraquecido, conduzindo a representação popular a um nocivo retrocesso democrático.Os manifestantes tiveram determinação e ousadia para expressar uma incutida indignação com o momento vivido pelo país. Mas não tiveram voz. A chamada voz das ruas, aludida durante o período de revolta, por lá permaneceu. Isso nos faz refletir que de pouca eficácia duradoura adianta criar um movimento, se ele não tem rosto, nem bandeira. O povo precisa sim ir às ruas, mas precisa também combater toda a sua insatisfação pelo lado de dentro, de forma preparada, onde as coisas acontecem.Não se pode ignorar, como vem ocorrendo entre os recentes manifestos, a relevante presença dos partidos políticos nos movimentos reivindicatórios. Como afirma o Papa Francisco, em seu livro de diálogos com o Rabino Abraham Skorka, Sobre o Céu e a Terra, “o desprestígio do trabalho político precisa ser revertido, porque a política é a forma mais elevada de caridade social”. Peças indispensáveis no diálogo entre governo e cidadãos, os partidos políticos detêm, em seu histórico, um grandioso número de lutas a favor das causas populares e do estabelecimento e permanência da democracia.Além da organização e filiação partidária, existem também outros caminhos para se chegar à participação efetiva na vida política, que levam a resultados objetivos desde que tratados com responsabilidade. Vão desde o voto que é dado a cada representante escolhido, de forma consciente, ao acompanhamento do que por ele é feito durante o seu mandato. São de cada cidadão o direito e o dever de cobrar. O que se espera e se faz necessário nesse momento de mudanças é que, unidos de modo organizado e partidário, cidadãos e representantes possam fazer cada vez mais pelo nosso país.

A Fazenda Esperança é uma das respostas concretas a toda luta e tentativa de proposta de oferecer ao ser humano uma possibilidade nova de vida. A Fazenda da Esperança acolhe jovens que desejam se libertar das drogas e do álcool, mas também aqueles que anseiam descobrir suas vocações.Os recuperantes vivem do seu próprio trabalho como fonte de auto-estima e auto-sustento. Nos 12 meses de recuperação, só a partir do terceiro mês o recuperante recebe visita dos familiares. A Fazenda da Esperança acolhe pessoas, homens e mulheres, e lhes propiciam moradia, alimentação e outras necessidades básicas para que continuem firmes em sua caminhada rumo ao retorno à vida. A organização das casas baseia-se na famí-lia a fim de provocar mudanças de valores, morais e princípios. Toda a convivência é apoiada nas Palavras de Deus tirada do evangelho e também se sustenta no carisma da unidade de Chiara Lubich e no carisma da pobreza de São Francisco de Assis.O dependente químico precisa desejar e manifestar a vontade de ter uma vida livre das drogas e do álcool,

pedindo uma segunda chance via carta escrita de próprio punho para ser acolhido, explicando os motivos que o levaram a solicitar ajuda. Cada jovem é responsável por sua própria recuperação. A comunidade terapêutica só acolhe as pessoas que pedem ajuda, pois os internos não ficam em locais fechados por muros ou portões. Tudo é aberto e dá acesso a rua, ou seja, na liberdade de recomeçar e reconquistar a própria identidade a pessoa vai aprendendo a trabalhar com os seus limites, conhecendo as suas fragilidades e criando identidade com as suas próprias forças.Toda família participa de todo o processo, como deveria fazer em qualquer outra decisão de vida de seu ente querido, afinal é necessário envolver os familiares neste processo de recomeço. Reestruturar ou até restabelecer laços rompidos, pelo fato que o jovem retorna para o seu seio familiar. Por exemplo, os pais e irmãos são acompanhados e freqüentam reuniões separadas do interno antes do primeiro encontro com o mesmo no terceiro mês da recuperação e durante todo o restante do processo de recuperação, os familiares são motivados a

participarem das visitas e formação oferecida aos mesmos.Hoje a Fazenda está enraizada em 15 nações diferentes, com 91 unidades, porém todas as unidades respeitando a cultura onde está inserida, mas realizando o mesmo programa e organização em todas elas. Um programa que está embasado no tripé: espiritualidade, trabalho e convivência, demonstrando que mesmo que a obra tenha crescido, pois este ano completa30 anos, a essência deve ser mantida, por saber que os frutos colhidos foram positivos para quem levou seriamente a proposta original da Fazenda da Esperança. Esses 30 anos de existência possui um começo simples, mas rico em unidade e partilha, um sonho que se torna realidade porque um jovem acreditou que poderia fazer a diferença, acreditou que seria possível iniciar uma nova realidade no desafio de combater o mundo das drogas e provocar a Esperança em quem desejava sair.Este jovem se chama Nelson Giovaneli que se aproximou de um grupo de jovens que consumiam e vendiam drogas perto de sua casa. Isso em 1983, na esquina da rua Tupinambás com a Guaicurus, no bairro do Pedregulho,

na cidade de Guaratinguetá interior de São Paulo. Ele foi animado a dar esse passo por frei Hans Stapel seu pároco que o incentivava a viver concretamente a Palavra de Deus.Nelson conquistou a confiança daqueles dependentes químicos. Um deles Antonio Eleutério foi o primeiro a ser contagiado e pediu ajuda para se libertar das drogas, tudo isso porque Nelson buscava colocar em prática a frase “Fiz-me fraco com os fracos a fim de ganhar os fracos” (I Cor 9,22).Frei Hans tornou-se pároco da igreja Nossa Senhora da Glória em 1979. Ele nasceu no fim da segunda guerra mundial, cresceu junto da reconstrução da Alemanha, orientado religiosamente na Igreja Católica por seus pais, conheceu o carisma da unidade de Chiara Lubich e da pobreza de são Francisco de Assis, os quais divulgam em sua vida religiosa.Foi liberado integralmente para a Fazenda da Esperança em 1992 quando seus superiores entenderam essa necessidade.Os companheiros de Antonio notaram algo diferente em sua vida. Isso os levou a buscar a ajudar do jovem

paroquiano que os propõem viver radicalmente a Palavra de Deus e à noite encontrar-se na Igreja ao invés da esquina para trocar as experiências vividas a cada dia.Esse grupo sugeriu a Nelson alugar uma casa para viverem junto. O aluguel e as despesas pagariam com seus trabalhos. As primeiras atividades foram a limpeza de jardins enquanto Nelson continuava em seu emprego de “office boy”, na cooperativa de laticínio de Guaratinguetá. Tudo o que ganhavam colocavam em comum para se sustentar.Iraci Leite e Lucilene Rosendo, conhecida por Luci, iniciaram o trabalho de recuperação feminina em 1989, na cidade de Guaratinguetá / SP. Elas deixaram tudo para seguir o exemplo de Nelson. Iniciando a vivência feminina neste universo chamado Esperança, de ir ao encontro da face feminina de Deus perdida entre tantas mulheres, mães, jovens machucadas pela dor da vida. Os relatos de vida, os testemunhos experimentados pela SOU durante um tempo de convivência entre a meninas fez nascer a BELEZA DA ESPERANÇA...Faces transformadas, porém com uma transformação que começou no interior de cada uma delas, uma face que começou a nascer em cada alma,

em cada coração, que revelou o SOU esperança de cada uma delas.A obra foi ganhando uma dimensão que não encontrava fronteiras que pudessem neutralizar a mão de Deus, pois na percepção de encontrar uma face, uma vida que necessitasse de olhar diferenciado e da oferta de um sorriso que criasse a Esperança de nova vida...ali estava a Fazenda chegando e assim uma das realidades comoventes e extremamente pedagógica para notarmos o desejo de vida, o anseio de amor e uma oferta generosa de alegria e coragem é a Casa Sol Nascente, onde realmente brilha o sol da vida e da esperança.Uma casa que acolhe homens, mulheres e crianças portadoras do vírus HIV/AIDS e/ou filhos de pais com HIV/AIDS, em situação de orfandade e de precariedade social e financeira, na faixa etária de 0 a 12 anos, cujas famílias, quando ainda as tem, não dispõem de condições emocionais e materiais para abrigar adequadamente a criança e proporcionar o acompanhamento específico adequado à problemática que apresentam. Uma casa que se transforma em verdadeiro lar, laços familiares criados pelo amor e pela solidariedade.

Deputado Federal Milton Monti

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A esperanca também se passa

com exemplos!

A Expande compartilha desta ideia.

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A Fazenda Esperança é uma das respostas concretas a toda luta e tentativa de proposta de oferecer ao ser humano uma possibilidade nova de vida. A Fazenda da Esperança acolhe jovens que desejam se libertar das drogas e do álcool, mas também aqueles que anseiam descobrir suas vocações.Os recuperantes vivem do seu próprio trabalho como fonte de auto-estima e auto-sustento. Nos 12 meses de recuperação, só a partir do terceiro mês o recuperante recebe visita dos familiares. A Fazenda da Esperança acolhe pessoas, homens e mulheres, e lhes propiciam moradia, alimentação e outras necessidades básicas para que continuem firmes em sua caminhada rumo ao retorno à vida. A organização das casas baseia-se na famí-lia a fim de provocar mudanças de valores, morais e princípios. Toda a convivência é apoiada nas Palavras de Deus tirada do evangelho e também se sustenta no carisma da unidade de Chiara Lubich e no carisma da pobreza de São Francisco de Assis.O dependente químico precisa desejar e manifestar a vontade de ter uma vida livre das drogas e do álcool,

pedindo uma segunda chance via carta escrita de próprio punho para ser acolhido, explicando os motivos que o levaram a solicitar ajuda. Cada jovem é responsável por sua própria recuperação. A comunidade terapêutica só acolhe as pessoas que pedem ajuda, pois os internos não ficam em locais fechados por muros ou portões. Tudo é aberto e dá acesso a rua, ou seja, na liberdade de recomeçar e reconquistar a própria identidade a pessoa vai aprendendo a trabalhar com os seus limites, conhecendo as suas fragilidades e criando identidade com as suas próprias forças.Toda família participa de todo o processo, como deveria fazer em qualquer outra decisão de vida de seu ente querido, afinal é necessário envolver os familiares neste processo de recomeço. Reestruturar ou até restabelecer laços rompidos, pelo fato que o jovem retorna para o seu seio familiar. Por exemplo, os pais e irmãos são acompanhados e freqüentam reuniões separadas do interno antes do primeiro encontro com o mesmo no terceiro mês da recuperação e durante todo o restante do processo de recuperação, os familiares são motivados a

participarem das visitas e formação oferecida aos mesmos.Hoje a Fazenda está enraizada em 15 nações diferentes, com 91 unidades, porém todas as unidades respeitando a cultura onde está inserida, mas realizando o mesmo programa e organização em todas elas. Um programa que está embasado no tripé: espiritualidade, trabalho e convivência, demonstrando que mesmo que a obra tenha crescido, pois este ano completa30 anos, a essência deve ser mantida, por saber que os frutos colhidos foram positivos para quem levou seriamente a proposta original da Fazenda da Esperança. Esses 30 anos de existência possui um começo simples, mas rico em unidade e partilha, um sonho que se torna realidade porque um jovem acreditou que poderia fazer a diferença, acreditou que seria possível iniciar uma nova realidade no desafio de combater o mundo das drogas e provocar a Esperança em quem desejava sair.Este jovem se chama Nelson Giovaneli que se aproximou de um grupo de jovens que consumiam e vendiam drogas perto de sua casa. Isso em 1983, na esquina da rua Tupinambás com a Guaicurus, no bairro do Pedregulho,

na cidade de Guaratinguetá interior de São Paulo. Ele foi animado a dar esse passo por frei Hans Stapel seu pároco que o incentivava a viver concretamente a Palavra de Deus.Nelson conquistou a confiança daqueles dependentes químicos. Um deles Antonio Eleutério foi o primeiro a ser contagiado e pediu ajuda para se libertar das drogas, tudo isso porque Nelson buscava colocar em prática a frase “Fiz-me fraco com os fracos a fim de ganhar os fracos” (I Cor 9,22).Frei Hans tornou-se pároco da igreja Nossa Senhora da Glória em 1979. Ele nasceu no fim da segunda guerra mundial, cresceu junto da reconstrução da Alemanha, orientado religiosamente na Igreja Católica por seus pais, conheceu o carisma da unidade de Chiara Lubich e da pobreza de são Francisco de Assis, os quais divulgam em sua vida religiosa.Foi liberado integralmente para a Fazenda da Esperança em 1992 quando seus superiores entenderam essa necessidade.Os companheiros de Antonio notaram algo diferente em sua vida. Isso os levou a buscar a ajudar do jovem

paroquiano que os propõem viver radicalmente a Palavra de Deus e à noite encontrar-se na Igreja ao invés da esquina para trocar as experiências vividas a cada dia.Esse grupo sugeriu a Nelson alugar uma casa para viverem junto. O aluguel e as despesas pagariam com seus trabalhos. As primeiras atividades foram a limpeza de jardins enquanto Nelson continuava em seu emprego de “office boy”, na cooperativa de laticínio de Guaratinguetá. Tudo o que ganhavam colocavam em comum para se sustentar.Iraci Leite e Lucilene Rosendo, conhecida por Luci, iniciaram o trabalho de recuperação feminina em 1989, na cidade de Guaratinguetá / SP. Elas deixaram tudo para seguir o exemplo de Nelson. Iniciando a vivência feminina neste universo chamado Esperança, de ir ao encontro da face feminina de Deus perdida entre tantas mulheres, mães, jovens machucadas pela dor da vida. Os relatos de vida, os testemunhos experimentados pela SOU durante um tempo de convivência entre a meninas fez nascer a BELEZA DA ESPERANÇA...Faces transformadas, porém com uma transformação que começou no interior de cada uma delas, uma face que começou a nascer em cada alma,

em cada coração, que revelou o SOU esperança de cada uma delas.A obra foi ganhando uma dimensão que não encontrava fronteiras que pudessem neutralizar a mão de Deus, pois na percepção de encontrar uma face, uma vida que necessitasse de olhar diferenciado e da oferta de um sorriso que criasse a Esperança de nova vida...ali estava a Fazenda chegando e assim uma das realidades comoventes e extremamente pedagógica para notarmos o desejo de vida, o anseio de amor e uma oferta generosa de alegria e coragem é a Casa Sol Nascente, onde realmente brilha o sol da vida e da esperança.Uma casa que acolhe homens, mulheres e crianças portadoras do vírus HIV/AIDS e/ou filhos de pais com HIV/AIDS, em situação de orfandade e de precariedade social e financeira, na faixa etária de 0 a 12 anos, cujas famílias, quando ainda as tem, não dispõem de condições emocionais e materiais para abrigar adequadamente a criança e proporcionar o acompanhamento específico adequado à problemática que apresentam. Uma casa que se transforma em verdadeiro lar, laços familiares criados pelo amor e pela solidariedade.

I Havea

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A Fazenda Esperança é uma das respostas concretas a toda luta e tentativa de proposta de oferecer ao ser humano uma possibilidade nova de vida. A Fazenda da Esperança acolhe jovens que desejam se libertar das drogas e do álcool, mas também aqueles que anseiam descobrir suas vocações.Os recuperantes vivem do seu próprio trabalho como fonte de auto-estima e auto-sustento. Nos 12 meses de recuperação, só a partir do terceiro mês o recuperante recebe visita dos familiares. A Fazenda da Esperança acolhe pessoas, homens e mulheres, e lhes propiciam moradia, alimentação e outras necessidades básicas para que continuem firmes em sua caminhada rumo ao retorno à vida. A organização das casas baseia-se na famí-lia a fim de provocar mudanças de valores, morais e princípios. Toda a convivência é apoiada nas Palavras de Deus tirada do evangelho e também se sustenta no carisma da unidade de Chiara Lubich e no carisma da pobreza de São Francisco de Assis.O dependente químico precisa desejar e manifestar a vontade de ter uma vida livre das drogas e do álcool,

pedindo uma segunda chance via carta escrita de próprio punho para ser acolhido, explicando os motivos que o levaram a solicitar ajuda. Cada jovem é responsável por sua própria recuperação. A comunidade terapêutica só acolhe as pessoas que pedem ajuda, pois os internos não ficam em locais fechados por muros ou portões. Tudo é aberto e dá acesso a rua, ou seja, na liberdade de recomeçar e reconquistar a própria identidade a pessoa vai aprendendo a trabalhar com os seus limites, conhecendo as suas fragilidades e criando identidade com as suas próprias forças.Toda família participa de todo o processo, como deveria fazer em qualquer outra decisão de vida de seu ente querido, afinal é necessário envolver os familiares neste processo de recomeço. Reestruturar ou até restabelecer laços rompidos, pelo fato que o jovem retorna para o seu seio familiar. Por exemplo, os pais e irmãos são acompanhados e freqüentam reuniões separadas do interno antes do primeiro encontro com o mesmo no terceiro mês da recuperação e durante todo o restante do processo de recuperação, os familiares são motivados a

participarem das visitas e formação oferecida aos mesmos.Hoje a Fazenda está enraizada em 15 nações diferentes, com 91 unidades, porém todas as unidades respeitando a cultura onde está inserida, mas realizando o mesmo programa e organização em todas elas. Um programa que está embasado no tripé: espiritualidade, trabalho e convivência, demonstrando que mesmo que a obra tenha crescido, pois este ano completa30 anos, a essência deve ser mantida, por saber que os frutos colhidos foram positivos para quem levou seriamente a proposta original da Fazenda da Esperança. Esses 30 anos de existência possui um começo simples, mas rico em unidade e partilha, um sonho que se torna realidade porque um jovem acreditou que poderia fazer a diferença, acreditou que seria possível iniciar uma nova realidade no desafio de combater o mundo das drogas e provocar a Esperança em quem desejava sair.Este jovem se chama Nelson Giovaneli que se aproximou de um grupo de jovens que consumiam e vendiam drogas perto de sua casa. Isso em 1983, na esquina da rua Tupinambás com a Guaicurus, no bairro do Pedregulho,

na cidade de Guaratinguetá interior de São Paulo. Ele foi animado a dar esse passo por frei Hans Stapel seu pároco que o incentivava a viver concretamente a Palavra de Deus.Nelson conquistou a confiança daqueles dependentes químicos. Um deles Antonio Eleutério foi o primeiro a ser contagiado e pediu ajuda para se libertar das drogas, tudo isso porque Nelson buscava colocar em prática a frase “Fiz-me fraco com os fracos a fim de ganhar os fracos” (I Cor 9,22).Frei Hans tornou-se pároco da igreja Nossa Senhora da Glória em 1979. Ele nasceu no fim da segunda guerra mundial, cresceu junto da reconstrução da Alemanha, orientado religiosamente na Igreja Católica por seus pais, conheceu o carisma da unidade de Chiara Lubich e da pobreza de são Francisco de Assis, os quais divulgam em sua vida religiosa.Foi liberado integralmente para a Fazenda da Esperança em 1992 quando seus superiores entenderam essa necessidade.Os companheiros de Antonio notaram algo diferente em sua vida. Isso os levou a buscar a ajudar do jovem

paroquiano que os propõem viver radicalmente a Palavra de Deus e à noite encontrar-se na Igreja ao invés da esquina para trocar as experiências vividas a cada dia.Esse grupo sugeriu a Nelson alugar uma casa para viverem junto. O aluguel e as despesas pagariam com seus trabalhos. As primeiras atividades foram a limpeza de jardins enquanto Nelson continuava em seu emprego de “office boy”, na cooperativa de laticínio de Guaratinguetá. Tudo o que ganhavam colocavam em comum para se sustentar.Iraci Leite e Lucilene Rosendo, conhecida por Luci, iniciaram o trabalho de recuperação feminina em 1989, na cidade de Guaratinguetá / SP. Elas deixaram tudo para seguir o exemplo de Nelson. Iniciando a vivência feminina neste universo chamado Esperança, de ir ao encontro da face feminina de Deus perdida entre tantas mulheres, mães, jovens machucadas pela dor da vida. Os relatos de vida, os testemunhos experimentados pela SOU durante um tempo de convivência entre a meninas fez nascer a BELEZA DA ESPERANÇA...Faces transformadas, porém com uma transformação que começou no interior de cada uma delas, uma face que começou a nascer em cada alma,

em cada coração, que revelou o SOU esperança de cada uma delas.A obra foi ganhando uma dimensão que não encontrava fronteiras que pudessem neutralizar a mão de Deus, pois na percepção de encontrar uma face, uma vida que necessitasse de olhar diferenciado e da oferta de um sorriso que criasse a Esperança de nova vida...ali estava a Fazenda chegando e assim uma das realidades comoventes e extremamente pedagógica para notarmos o desejo de vida, o anseio de amor e uma oferta generosa de alegria e coragem é a Casa Sol Nascente, onde realmente brilha o sol da vida e da esperança.Uma casa que acolhe homens, mulheres e crianças portadoras do vírus HIV/AIDS e/ou filhos de pais com HIV/AIDS, em situação de orfandade e de precariedade social e financeira, na faixa etária de 0 a 12 anos, cujas famílias, quando ainda as tem, não dispõem de condições emocionais e materiais para abrigar adequadamente a criança e proporcionar o acompanhamento específico adequado à problemática que apresentam. Uma casa que se transforma em verdadeiro lar, laços familiares criados pelo amor e pela solidariedade.

I Havea Dream“Eu tenho um sonho que um dia esta nação se levantará e viverá o verdadeiro significadode sua crença...”

Martin Luter King Jr.

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A Fazenda Esperança é uma das respostas concretas a toda luta e tentativa de proposta de oferecer ao ser humano uma possibilidade nova de vida. A Fazenda da Esperança acolhe jovens que desejam se libertar das drogas e do álcool, mas também aqueles que anseiam descobrir suas vocações.Os recuperantes vivem do seu próprio trabalho como fonte de auto-estima e auto-sustento. Nos 12 meses de recuperação, só a partir do terceiro mês o recuperante recebe visita dos familiares. A Fazenda da Esperança acolhe pessoas, homens e mulheres, e lhes propiciam moradia, alimentação e outras necessidades básicas para que continuem firmes em sua caminhada rumo ao retorno à vida. A organização das casas baseia-se na famí-lia a fim de provocar mudanças de valores, morais e princípios. Toda a convivência é apoiada nas Palavras de Deus tirada do evangelho e também se sustenta no carisma da unidade de Chiara Lubich e no carisma da pobreza de São Francisco de Assis.O dependente químico precisa desejar e manifestar a vontade de ter uma vida livre das drogas e do álcool,

pedindo uma segunda chance via carta escrita de próprio punho para ser acolhido, explicando os motivos que o levaram a solicitar ajuda. Cada jovem é responsável por sua própria recuperação. A comunidade terapêutica só acolhe as pessoas que pedem ajuda, pois os internos não ficam em locais fechados por muros ou portões. Tudo é aberto e dá acesso a rua, ou seja, na liberdade de recomeçar e reconquistar a própria identidade a pessoa vai aprendendo a trabalhar com os seus limites, conhecendo as suas fragilidades e criando identidade com as suas próprias forças.Toda família participa de todo o processo, como deveria fazer em qualquer outra decisão de vida de seu ente querido, afinal é necessário envolver os familiares neste processo de recomeço. Reestruturar ou até restabelecer laços rompidos, pelo fato que o jovem retorna para o seu seio familiar. Por exemplo, os pais e irmãos são acompanhados e freqüentam reuniões separadas do interno antes do primeiro encontro com o mesmo no terceiro mês da recuperação e durante todo o restante do processo de recuperação, os familiares são motivados a

participarem das visitas e formação oferecida aos mesmos.Hoje a Fazenda está enraizada em 15 nações diferentes, com 91 unidades, porém todas as unidades respeitando a cultura onde está inserida, mas realizando o mesmo programa e organização em todas elas. Um programa que está embasado no tripé: espiritualidade, trabalho e convivência, demonstrando que mesmo que a obra tenha crescido, pois este ano completa30 anos, a essência deve ser mantida, por saber que os frutos colhidos foram positivos para quem levou seriamente a proposta original da Fazenda da Esperança. Esses 30 anos de existência possui um começo simples, mas rico em unidade e partilha, um sonho que se torna realidade porque um jovem acreditou que poderia fazer a diferença, acreditou que seria possível iniciar uma nova realidade no desafio de combater o mundo das drogas e provocar a Esperança em quem desejava sair.Este jovem se chama Nelson Giovaneli que se aproximou de um grupo de jovens que consumiam e vendiam drogas perto de sua casa. Isso em 1983, na esquina da rua Tupinambás com a Guaicurus, no bairro do Pedregulho,

na cidade de Guaratinguetá interior de São Paulo. Ele foi animado a dar esse passo por frei Hans Stapel seu pároco que o incentivava a viver concretamente a Palavra de Deus.Nelson conquistou a confiança daqueles dependentes químicos. Um deles Antonio Eleutério foi o primeiro a ser contagiado e pediu ajuda para se libertar das drogas, tudo isso porque Nelson buscava colocar em prática a frase “Fiz-me fraco com os fracos a fim de ganhar os fracos” (I Cor 9,22).Frei Hans tornou-se pároco da igreja Nossa Senhora da Glória em 1979. Ele nasceu no fim da segunda guerra mundial, cresceu junto da reconstrução da Alemanha, orientado religiosamente na Igreja Católica por seus pais, conheceu o carisma da unidade de Chiara Lubich e da pobreza de são Francisco de Assis, os quais divulgam em sua vida religiosa.Foi liberado integralmente para a Fazenda da Esperança em 1992 quando seus superiores entenderam essa necessidade.Os companheiros de Antonio notaram algo diferente em sua vida. Isso os levou a buscar a ajudar do jovem

paroquiano que os propõem viver radicalmente a Palavra de Deus e à noite encontrar-se na Igreja ao invés da esquina para trocar as experiências vividas a cada dia.Esse grupo sugeriu a Nelson alugar uma casa para viverem junto. O aluguel e as despesas pagariam com seus trabalhos. As primeiras atividades foram a limpeza de jardins enquanto Nelson continuava em seu emprego de “office boy”, na cooperativa de laticínio de Guaratinguetá. Tudo o que ganhavam colocavam em comum para se sustentar.Iraci Leite e Lucilene Rosendo, conhecida por Luci, iniciaram o trabalho de recuperação feminina em 1989, na cidade de Guaratinguetá / SP. Elas deixaram tudo para seguir o exemplo de Nelson. Iniciando a vivência feminina neste universo chamado Esperança, de ir ao encontro da face feminina de Deus perdida entre tantas mulheres, mães, jovens machucadas pela dor da vida. Os relatos de vida, os testemunhos experimentados pela SOU durante um tempo de convivência entre a meninas fez nascer a BELEZA DA ESPERANÇA...Faces transformadas, porém com uma transformação que começou no interior de cada uma delas, uma face que começou a nascer em cada alma,

em cada coração, que revelou o SOU esperança de cada uma delas.A obra foi ganhando uma dimensão que não encontrava fronteiras que pudessem neutralizar a mão de Deus, pois na percepção de encontrar uma face, uma vida que necessitasse de olhar diferenciado e da oferta de um sorriso que criasse a Esperança de nova vida...ali estava a Fazenda chegando e assim uma das realidades comoventes e extremamente pedagógica para notarmos o desejo de vida, o anseio de amor e uma oferta generosa de alegria e coragem é a Casa Sol Nascente, onde realmente brilha o sol da vida e da esperança.Uma casa que acolhe homens, mulheres e crianças portadoras do vírus HIV/AIDS e/ou filhos de pais com HIV/AIDS, em situação de orfandade e de precariedade social e financeira, na faixa etária de 0 a 12 anos, cujas famílias, quando ainda as tem, não dispõem de condições emocionais e materiais para abrigar adequadamente a criança e proporcionar o acompanhamento específico adequado à problemática que apresentam. Uma casa que se transforma em verdadeiro lar, laços familiares criados pelo amor e pela solidariedade.

Rua General Telles, 1364 | (14) 3815.1000 | Botucatu | www.adegaparatodos.com.br

O bom vinho, na melhor Adega

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A Fazenda Esperança é uma das respostas concretas a toda luta e tentativa de proposta de oferecer ao ser humano uma possibilidade nova de vida. A Fazenda da Esperança acolhe jovens que desejam se libertar das drogas e do álcool, mas também aqueles que anseiam descobrir suas vocações.Os recuperantes vivem do seu próprio trabalho como fonte de auto-estima e auto-sustento. Nos 12 meses de recuperação, só a partir do terceiro mês o recuperante recebe visita dos familiares. A Fazenda da Esperança acolhe pessoas, homens e mulheres, e lhes propiciam moradia, alimentação e outras necessidades básicas para que continuem firmes em sua caminhada rumo ao retorno à vida. A organização das casas baseia-se na famí-lia a fim de provocar mudanças de valores, morais e princípios. Toda a convivência é apoiada nas Palavras de Deus tirada do evangelho e também se sustenta no carisma da unidade de Chiara Lubich e no carisma da pobreza de São Francisco de Assis.O dependente químico precisa desejar e manifestar a vontade de ter uma vida livre das drogas e do álcool,

pedindo uma segunda chance via carta escrita de próprio punho para ser acolhido, explicando os motivos que o levaram a solicitar ajuda. Cada jovem é responsável por sua própria recuperação. A comunidade terapêutica só acolhe as pessoas que pedem ajuda, pois os internos não ficam em locais fechados por muros ou portões. Tudo é aberto e dá acesso a rua, ou seja, na liberdade de recomeçar e reconquistar a própria identidade a pessoa vai aprendendo a trabalhar com os seus limites, conhecendo as suas fragilidades e criando identidade com as suas próprias forças.Toda família participa de todo o processo, como deveria fazer em qualquer outra decisão de vida de seu ente querido, afinal é necessário envolver os familiares neste processo de recomeço. Reestruturar ou até restabelecer laços rompidos, pelo fato que o jovem retorna para o seu seio familiar. Por exemplo, os pais e irmãos são acompanhados e freqüentam reuniões separadas do interno antes do primeiro encontro com o mesmo no terceiro mês da recuperação e durante todo o restante do processo de recuperação, os familiares são motivados a

participarem das visitas e formação oferecida aos mesmos.Hoje a Fazenda está enraizada em 15 nações diferentes, com 91 unidades, porém todas as unidades respeitando a cultura onde está inserida, mas realizando o mesmo programa e organização em todas elas. Um programa que está embasado no tripé: espiritualidade, trabalho e convivência, demonstrando que mesmo que a obra tenha crescido, pois este ano completa30 anos, a essência deve ser mantida, por saber que os frutos colhidos foram positivos para quem levou seriamente a proposta original da Fazenda da Esperança. Esses 30 anos de existência possui um começo simples, mas rico em unidade e partilha, um sonho que se torna realidade porque um jovem acreditou que poderia fazer a diferença, acreditou que seria possível iniciar uma nova realidade no desafio de combater o mundo das drogas e provocar a Esperança em quem desejava sair.Este jovem se chama Nelson Giovaneli que se aproximou de um grupo de jovens que consumiam e vendiam drogas perto de sua casa. Isso em 1983, na esquina da rua Tupinambás com a Guaicurus, no bairro do Pedregulho,

na cidade de Guaratinguetá interior de São Paulo. Ele foi animado a dar esse passo por frei Hans Stapel seu pároco que o incentivava a viver concretamente a Palavra de Deus.Nelson conquistou a confiança daqueles dependentes químicos. Um deles Antonio Eleutério foi o primeiro a ser contagiado e pediu ajuda para se libertar das drogas, tudo isso porque Nelson buscava colocar em prática a frase “Fiz-me fraco com os fracos a fim de ganhar os fracos” (I Cor 9,22).Frei Hans tornou-se pároco da igreja Nossa Senhora da Glória em 1979. Ele nasceu no fim da segunda guerra mundial, cresceu junto da reconstrução da Alemanha, orientado religiosamente na Igreja Católica por seus pais, conheceu o carisma da unidade de Chiara Lubich e da pobreza de são Francisco de Assis, os quais divulgam em sua vida religiosa.Foi liberado integralmente para a Fazenda da Esperança em 1992 quando seus superiores entenderam essa necessidade.Os companheiros de Antonio notaram algo diferente em sua vida. Isso os levou a buscar a ajudar do jovem

paroquiano que os propõem viver radicalmente a Palavra de Deus e à noite encontrar-se na Igreja ao invés da esquina para trocar as experiências vividas a cada dia.Esse grupo sugeriu a Nelson alugar uma casa para viverem junto. O aluguel e as despesas pagariam com seus trabalhos. As primeiras atividades foram a limpeza de jardins enquanto Nelson continuava em seu emprego de “office boy”, na cooperativa de laticínio de Guaratinguetá. Tudo o que ganhavam colocavam em comum para se sustentar.Iraci Leite e Lucilene Rosendo, conhecida por Luci, iniciaram o trabalho de recuperação feminina em 1989, na cidade de Guaratinguetá / SP. Elas deixaram tudo para seguir o exemplo de Nelson. Iniciando a vivência feminina neste universo chamado Esperança, de ir ao encontro da face feminina de Deus perdida entre tantas mulheres, mães, jovens machucadas pela dor da vida. Os relatos de vida, os testemunhos experimentados pela SOU durante um tempo de convivência entre a meninas fez nascer a BELEZA DA ESPERANÇA...Faces transformadas, porém com uma transformação que começou no interior de cada uma delas, uma face que começou a nascer em cada alma,

em cada coração, que revelou o SOU esperança de cada uma delas.A obra foi ganhando uma dimensão que não encontrava fronteiras que pudessem neutralizar a mão de Deus, pois na percepção de encontrar uma face, uma vida que necessitasse de olhar diferenciado e da oferta de um sorriso que criasse a Esperança de nova vida...ali estava a Fazenda chegando e assim uma das realidades comoventes e extremamente pedagógica para notarmos o desejo de vida, o anseio de amor e uma oferta generosa de alegria e coragem é a Casa Sol Nascente, onde realmente brilha o sol da vida e da esperança.Uma casa que acolhe homens, mulheres e crianças portadoras do vírus HIV/AIDS e/ou filhos de pais com HIV/AIDS, em situação de orfandade e de precariedade social e financeira, na faixa etária de 0 a 12 anos, cujas famílias, quando ainda as tem, não dispõem de condições emocionais e materiais para abrigar adequadamente a criança e proporcionar o acompanhamento específico adequado à problemática que apresentam. Uma casa que se transforma em verdadeiro lar, laços familiares criados pelo amor e pela solidariedade.

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A Fazenda Esperança é uma das respostas concretas a toda luta e tentativa de proposta de oferecer ao ser humano uma possibilidade nova de vida. A Fazenda da Esperança acolhe jovens que desejam se libertar das drogas e do álcool, mas também aqueles que anseiam descobrir suas vocações.Os recuperantes vivem do seu próprio trabalho como fonte de auto-estima e auto-sustento. Nos 12 meses de recuperação, só a partir do terceiro mês o recuperante recebe visita dos familiares. A Fazenda da Esperança acolhe pessoas, homens e mulheres, e lhes propiciam moradia, alimentação e outras necessidades básicas para que continuem firmes em sua caminhada rumo ao retorno à vida. A organização das casas baseia-se na famí-lia a fim de provocar mudanças de valores, morais e princípios. Toda a convivência é apoiada nas Palavras de Deus tirada do evangelho e também se sustenta no carisma da unidade de Chiara Lubich e no carisma da pobreza de São Francisco de Assis.O dependente químico precisa desejar e manifestar a vontade de ter uma vida livre das drogas e do álcool,

pedindo uma segunda chance via carta escrita de próprio punho para ser acolhido, explicando os motivos que o levaram a solicitar ajuda. Cada jovem é responsável por sua própria recuperação. A comunidade terapêutica só acolhe as pessoas que pedem ajuda, pois os internos não ficam em locais fechados por muros ou portões. Tudo é aberto e dá acesso a rua, ou seja, na liberdade de recomeçar e reconquistar a própria identidade a pessoa vai aprendendo a trabalhar com os seus limites, conhecendo as suas fragilidades e criando identidade com as suas próprias forças.Toda família participa de todo o processo, como deveria fazer em qualquer outra decisão de vida de seu ente querido, afinal é necessário envolver os familiares neste processo de recomeço. Reestruturar ou até restabelecer laços rompidos, pelo fato que o jovem retorna para o seu seio familiar. Por exemplo, os pais e irmãos são acompanhados e freqüentam reuniões separadas do interno antes do primeiro encontro com o mesmo no terceiro mês da recuperação e durante todo o restante do processo de recuperação, os familiares são motivados a

participarem das visitas e formação oferecida aos mesmos.Hoje a Fazenda está enraizada em 15 nações diferentes, com 91 unidades, porém todas as unidades respeitando a cultura onde está inserida, mas realizando o mesmo programa e organização em todas elas. Um programa que está embasado no tripé: espiritualidade, trabalho e convivência, demonstrando que mesmo que a obra tenha crescido, pois este ano completa30 anos, a essência deve ser mantida, por saber que os frutos colhidos foram positivos para quem levou seriamente a proposta original da Fazenda da Esperança. Esses 30 anos de existência possui um começo simples, mas rico em unidade e partilha, um sonho que se torna realidade porque um jovem acreditou que poderia fazer a diferença, acreditou que seria possível iniciar uma nova realidade no desafio de combater o mundo das drogas e provocar a Esperança em quem desejava sair.Este jovem se chama Nelson Giovaneli que se aproximou de um grupo de jovens que consumiam e vendiam drogas perto de sua casa. Isso em 1983, na esquina da rua Tupinambás com a Guaicurus, no bairro do Pedregulho,

na cidade de Guaratinguetá interior de São Paulo. Ele foi animado a dar esse passo por frei Hans Stapel seu pároco que o incentivava a viver concretamente a Palavra de Deus.Nelson conquistou a confiança daqueles dependentes químicos. Um deles Antonio Eleutério foi o primeiro a ser contagiado e pediu ajuda para se libertar das drogas, tudo isso porque Nelson buscava colocar em prática a frase “Fiz-me fraco com os fracos a fim de ganhar os fracos” (I Cor 9,22).Frei Hans tornou-se pároco da igreja Nossa Senhora da Glória em 1979. Ele nasceu no fim da segunda guerra mundial, cresceu junto da reconstrução da Alemanha, orientado religiosamente na Igreja Católica por seus pais, conheceu o carisma da unidade de Chiara Lubich e da pobreza de são Francisco de Assis, os quais divulgam em sua vida religiosa.Foi liberado integralmente para a Fazenda da Esperança em 1992 quando seus superiores entenderam essa necessidade.Os companheiros de Antonio notaram algo diferente em sua vida. Isso os levou a buscar a ajudar do jovem

paroquiano que os propõem viver radicalmente a Palavra de Deus e à noite encontrar-se na Igreja ao invés da esquina para trocar as experiências vividas a cada dia.Esse grupo sugeriu a Nelson alugar uma casa para viverem junto. O aluguel e as despesas pagariam com seus trabalhos. As primeiras atividades foram a limpeza de jardins enquanto Nelson continuava em seu emprego de “office boy”, na cooperativa de laticínio de Guaratinguetá. Tudo o que ganhavam colocavam em comum para se sustentar.Iraci Leite e Lucilene Rosendo, conhecida por Luci, iniciaram o trabalho de recuperação feminina em 1989, na cidade de Guaratinguetá / SP. Elas deixaram tudo para seguir o exemplo de Nelson. Iniciando a vivência feminina neste universo chamado Esperança, de ir ao encontro da face feminina de Deus perdida entre tantas mulheres, mães, jovens machucadas pela dor da vida. Os relatos de vida, os testemunhos experimentados pela SOU durante um tempo de convivência entre a meninas fez nascer a BELEZA DA ESPERANÇA...Faces transformadas, porém com uma transformação que começou no interior de cada uma delas, uma face que começou a nascer em cada alma,

em cada coração, que revelou o SOU esperança de cada uma delas.A obra foi ganhando uma dimensão que não encontrava fronteiras que pudessem neutralizar a mão de Deus, pois na percepção de encontrar uma face, uma vida que necessitasse de olhar diferenciado e da oferta de um sorriso que criasse a Esperança de nova vida...ali estava a Fazenda chegando e assim uma das realidades comoventes e extremamente pedagógica para notarmos o desejo de vida, o anseio de amor e uma oferta generosa de alegria e coragem é a Casa Sol Nascente, onde realmente brilha o sol da vida e da esperança.Uma casa que acolhe homens, mulheres e crianças portadoras do vírus HIV/AIDS e/ou filhos de pais com HIV/AIDS, em situação de orfandade e de precariedade social e financeira, na faixa etária de 0 a 12 anos, cujas famílias, quando ainda as tem, não dispõem de condições emocionais e materiais para abrigar adequadamente a criança e proporcionar o acompanhamento específico adequado à problemática que apresentam. Uma casa que se transforma em verdadeiro lar, laços familiares criados pelo amor e pela solidariedade.

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OS OLHOS DA ALMA

Na simplicidade de traços arquitetônicos, na expressão de fé de um povo, exala como que um perfume sutil, a beleza escondia nas formas, cores, texturas, ações e cren-ças. Uma beleza que muitas vezes tornou-se quase que despercebida, por uma cultura imediatista e artificial, onde o amor, a caridade e a fé deixaram de ser aspectos importantes, pois foram gradativamente perdendo seus valores. Tão sutil, como uma brisa que não vemos, mas sentimos o frescor de sua visita, assim acontece com a beleza que percorre o nosso ser, transformando lacunas vazias em espaços preenchidos por valores que nutrem o bem viver tão almejado na contemporaneidade. Símbolos e representações transmitem a paz, o amor e a fraternidade em meio ao caos vivido nos dias atuais. Crenças e expressões de fé que transcendem valores já degradados pelo individualismo encontrado neste tempo hodierno. Assim, tão suave como o bater das asas de um pássaro, a beleza penetra na vida do homem promovendo o exaurir das dores, angustias, decepções, incredulidades, desamores e frustrações, enfim seu poder transformador carece ser percebido e aplicado, traduzindo na vida, a mola propulsora de um novo agir, ser e viver diante da sociedade. Abrir os olhos para a beleza, pode impulsionar o homem à uma nova reflexão, possibilitando que o ser não caminhe para um esvazia-mento de fé, de esperança e de amor entre os demais. Mudar é preciso! Pois, quem tiver olhos que vejam. Observar a realidade com um novo olhar torna-se

necessário, pois quando somos tocados pela beleza, percebemos que apenas o ato de olhar, muitos já o realizam, no entanto somente ver, fazem aqueles que realizam de fato esta experiência transformadora, deixando de ser meramente um olhar estático para tornar-se um ser dinâmico em meio a realidade. Não se trata de relativizar a arte, mas sim de compreender a realidade a partir de uma nova visão, fornecendo um caminho para que os valores possam se tornar um patrimônio público, ou seja, estar sujeito a todos. A arte critica a realidade, desenvolvendo caminhos para que o homem reveja seus valores e atitudes diante de tudo aquilo que a sociedade lhe oferece. Assim, o silêncio aparente das imagens, formas e expressões de fé, transmitem um estímulo à emancipação do homem, que muitas vezes vive uma pseudo liberdade. Desta forma, a arte torna-se libertadora, pois ela foge de padrões previamente estabelecidos, permitindo ao homem buscar a verdade por meio deste exercício filosófico de socialização de valores éticos e morais, exercendo assim, um compromisso com a verdade. Por isso, a arte não representa a realidade, mas sim uma crítica, onde aquilo que muitas vezes pode nos parecer utópico tornar-se realidade de amor, de fraternidade e de igualdade. Cabe-nos como seres criados pela beleza, transformar por meio dela, tudo aquilo que divide que separa e que exclui, em uma ação de unidade, caridade e amor.

Jorge Armando Pereira

A Fazenda Esperança é uma das respostas concretas a toda luta e tentativa de proposta de oferecer ao ser humano uma possibilidade nova de vida. A Fazenda da Esperança acolhe jovens que desejam se libertar das drogas e do álcool, mas também aqueles que anseiam descobrir suas vocações.Os recuperantes vivem do seu próprio trabalho como fonte de auto-estima e auto-sustento. Nos 12 meses de recuperação, só a partir do terceiro mês o recuperante recebe visita dos familiares. A Fazenda da Esperança acolhe pessoas, homens e mulheres, e lhes propiciam moradia, alimentação e outras necessidades básicas para que continuem firmes em sua caminhada rumo ao retorno à vida. A organização das casas baseia-se na famí-lia a fim de provocar mudanças de valores, morais e princípios. Toda a convivência é apoiada nas Palavras de Deus tirada do evangelho e também se sustenta no carisma da unidade de Chiara Lubich e no carisma da pobreza de São Francisco de Assis.O dependente químico precisa desejar e manifestar a vontade de ter uma vida livre das drogas e do álcool,

pedindo uma segunda chance via carta escrita de próprio punho para ser acolhido, explicando os motivos que o levaram a solicitar ajuda. Cada jovem é responsável por sua própria recuperação. A comunidade terapêutica só acolhe as pessoas que pedem ajuda, pois os internos não ficam em locais fechados por muros ou portões. Tudo é aberto e dá acesso a rua, ou seja, na liberdade de recomeçar e reconquistar a própria identidade a pessoa vai aprendendo a trabalhar com os seus limites, conhecendo as suas fragilidades e criando identidade com as suas próprias forças.Toda família participa de todo o processo, como deveria fazer em qualquer outra decisão de vida de seu ente querido, afinal é necessário envolver os familiares neste processo de recomeço. Reestruturar ou até restabelecer laços rompidos, pelo fato que o jovem retorna para o seu seio familiar. Por exemplo, os pais e irmãos são acompanhados e freqüentam reuniões separadas do interno antes do primeiro encontro com o mesmo no terceiro mês da recuperação e durante todo o restante do processo de recuperação, os familiares são motivados a

participarem das visitas e formação oferecida aos mesmos.Hoje a Fazenda está enraizada em 15 nações diferentes, com 91 unidades, porém todas as unidades respeitando a cultura onde está inserida, mas realizando o mesmo programa e organização em todas elas. Um programa que está embasado no tripé: espiritualidade, trabalho e convivência, demonstrando que mesmo que a obra tenha crescido, pois este ano completa30 anos, a essência deve ser mantida, por saber que os frutos colhidos foram positivos para quem levou seriamente a proposta original da Fazenda da Esperança. Esses 30 anos de existência possui um começo simples, mas rico em unidade e partilha, um sonho que se torna realidade porque um jovem acreditou que poderia fazer a diferença, acreditou que seria possível iniciar uma nova realidade no desafio de combater o mundo das drogas e provocar a Esperança em quem desejava sair.Este jovem se chama Nelson Giovaneli que se aproximou de um grupo de jovens que consumiam e vendiam drogas perto de sua casa. Isso em 1983, na esquina da rua Tupinambás com a Guaicurus, no bairro do Pedregulho,

na cidade de Guaratinguetá interior de São Paulo. Ele foi animado a dar esse passo por frei Hans Stapel seu pároco que o incentivava a viver concretamente a Palavra de Deus.Nelson conquistou a confiança daqueles dependentes químicos. Um deles Antonio Eleutério foi o primeiro a ser contagiado e pediu ajuda para se libertar das drogas, tudo isso porque Nelson buscava colocar em prática a frase “Fiz-me fraco com os fracos a fim de ganhar os fracos” (I Cor 9,22).Frei Hans tornou-se pároco da igreja Nossa Senhora da Glória em 1979. Ele nasceu no fim da segunda guerra mundial, cresceu junto da reconstrução da Alemanha, orientado religiosamente na Igreja Católica por seus pais, conheceu o carisma da unidade de Chiara Lubich e da pobreza de são Francisco de Assis, os quais divulgam em sua vida religiosa.Foi liberado integralmente para a Fazenda da Esperança em 1992 quando seus superiores entenderam essa necessidade.Os companheiros de Antonio notaram algo diferente em sua vida. Isso os levou a buscar a ajudar do jovem

paroquiano que os propõem viver radicalmente a Palavra de Deus e à noite encontrar-se na Igreja ao invés da esquina para trocar as experiências vividas a cada dia.Esse grupo sugeriu a Nelson alugar uma casa para viverem junto. O aluguel e as despesas pagariam com seus trabalhos. As primeiras atividades foram a limpeza de jardins enquanto Nelson continuava em seu emprego de “office boy”, na cooperativa de laticínio de Guaratinguetá. Tudo o que ganhavam colocavam em comum para se sustentar.Iraci Leite e Lucilene Rosendo, conhecida por Luci, iniciaram o trabalho de recuperação feminina em 1989, na cidade de Guaratinguetá / SP. Elas deixaram tudo para seguir o exemplo de Nelson. Iniciando a vivência feminina neste universo chamado Esperança, de ir ao encontro da face feminina de Deus perdida entre tantas mulheres, mães, jovens machucadas pela dor da vida. Os relatos de vida, os testemunhos experimentados pela SOU durante um tempo de convivência entre a meninas fez nascer a BELEZA DA ESPERANÇA...Faces transformadas, porém com uma transformação que começou no interior de cada uma delas, uma face que começou a nascer em cada alma,

em cada coração, que revelou o SOU esperança de cada uma delas.A obra foi ganhando uma dimensão que não encontrava fronteiras que pudessem neutralizar a mão de Deus, pois na percepção de encontrar uma face, uma vida que necessitasse de olhar diferenciado e da oferta de um sorriso que criasse a Esperança de nova vida...ali estava a Fazenda chegando e assim uma das realidades comoventes e extremamente pedagógica para notarmos o desejo de vida, o anseio de amor e uma oferta generosa de alegria e coragem é a Casa Sol Nascente, onde realmente brilha o sol da vida e da esperança.Uma casa que acolhe homens, mulheres e crianças portadoras do vírus HIV/AIDS e/ou filhos de pais com HIV/AIDS, em situação de orfandade e de precariedade social e financeira, na faixa etária de 0 a 12 anos, cujas famílias, quando ainda as tem, não dispõem de condições emocionais e materiais para abrigar adequadamente a criança e proporcionar o acompanhamento específico adequado à problemática que apresentam. Uma casa que se transforma em verdadeiro lar, laços familiares criados pelo amor e pela solidariedade.

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A Fazenda Esperança é uma das respostas concretas a toda luta e tentativa de proposta de oferecer ao ser humano uma possibilidade nova de vida. A Fazenda da Esperança acolhe jovens que desejam se libertar das drogas e do álcool, mas também aqueles que anseiam descobrir suas vocações.Os recuperantes vivem do seu próprio trabalho como fonte de auto-estima e auto-sustento. Nos 12 meses de recuperação, só a partir do terceiro mês o recuperante recebe visita dos familiares. A Fazenda da Esperança acolhe pessoas, homens e mulheres, e lhes propiciam moradia, alimentação e outras necessidades básicas para que continuem firmes em sua caminhada rumo ao retorno à vida. A organização das casas baseia-se na famí-lia a fim de provocar mudanças de valores, morais e princípios. Toda a convivência é apoiada nas Palavras de Deus tirada do evangelho e também se sustenta no carisma da unidade de Chiara Lubich e no carisma da pobreza de São Francisco de Assis.O dependente químico precisa desejar e manifestar a vontade de ter uma vida livre das drogas e do álcool,

pedindo uma segunda chance via carta escrita de próprio punho para ser acolhido, explicando os motivos que o levaram a solicitar ajuda. Cada jovem é responsável por sua própria recuperação. A comunidade terapêutica só acolhe as pessoas que pedem ajuda, pois os internos não ficam em locais fechados por muros ou portões. Tudo é aberto e dá acesso a rua, ou seja, na liberdade de recomeçar e reconquistar a própria identidade a pessoa vai aprendendo a trabalhar com os seus limites, conhecendo as suas fragilidades e criando identidade com as suas próprias forças.Toda família participa de todo o processo, como deveria fazer em qualquer outra decisão de vida de seu ente querido, afinal é necessário envolver os familiares neste processo de recomeço. Reestruturar ou até restabelecer laços rompidos, pelo fato que o jovem retorna para o seu seio familiar. Por exemplo, os pais e irmãos são acompanhados e freqüentam reuniões separadas do interno antes do primeiro encontro com o mesmo no terceiro mês da recuperação e durante todo o restante do processo de recuperação, os familiares são motivados a

participarem das visitas e formação oferecida aos mesmos.Hoje a Fazenda está enraizada em 15 nações diferentes, com 91 unidades, porém todas as unidades respeitando a cultura onde está inserida, mas realizando o mesmo programa e organização em todas elas. Um programa que está embasado no tripé: espiritualidade, trabalho e convivência, demonstrando que mesmo que a obra tenha crescido, pois este ano completa30 anos, a essência deve ser mantida, por saber que os frutos colhidos foram positivos para quem levou seriamente a proposta original da Fazenda da Esperança. Esses 30 anos de existência possui um começo simples, mas rico em unidade e partilha, um sonho que se torna realidade porque um jovem acreditou que poderia fazer a diferença, acreditou que seria possível iniciar uma nova realidade no desafio de combater o mundo das drogas e provocar a Esperança em quem desejava sair.Este jovem se chama Nelson Giovaneli que se aproximou de um grupo de jovens que consumiam e vendiam drogas perto de sua casa. Isso em 1983, na esquina da rua Tupinambás com a Guaicurus, no bairro do Pedregulho,

na cidade de Guaratinguetá interior de São Paulo. Ele foi animado a dar esse passo por frei Hans Stapel seu pároco que o incentivava a viver concretamente a Palavra de Deus.Nelson conquistou a confiança daqueles dependentes químicos. Um deles Antonio Eleutério foi o primeiro a ser contagiado e pediu ajuda para se libertar das drogas, tudo isso porque Nelson buscava colocar em prática a frase “Fiz-me fraco com os fracos a fim de ganhar os fracos” (I Cor 9,22).Frei Hans tornou-se pároco da igreja Nossa Senhora da Glória em 1979. Ele nasceu no fim da segunda guerra mundial, cresceu junto da reconstrução da Alemanha, orientado religiosamente na Igreja Católica por seus pais, conheceu o carisma da unidade de Chiara Lubich e da pobreza de são Francisco de Assis, os quais divulgam em sua vida religiosa.Foi liberado integralmente para a Fazenda da Esperança em 1992 quando seus superiores entenderam essa necessidade.Os companheiros de Antonio notaram algo diferente em sua vida. Isso os levou a buscar a ajudar do jovem

paroquiano que os propõem viver radicalmente a Palavra de Deus e à noite encontrar-se na Igreja ao invés da esquina para trocar as experiências vividas a cada dia.Esse grupo sugeriu a Nelson alugar uma casa para viverem junto. O aluguel e as despesas pagariam com seus trabalhos. As primeiras atividades foram a limpeza de jardins enquanto Nelson continuava em seu emprego de “office boy”, na cooperativa de laticínio de Guaratinguetá. Tudo o que ganhavam colocavam em comum para se sustentar.Iraci Leite e Lucilene Rosendo, conhecida por Luci, iniciaram o trabalho de recuperação feminina em 1989, na cidade de Guaratinguetá / SP. Elas deixaram tudo para seguir o exemplo de Nelson. Iniciando a vivência feminina neste universo chamado Esperança, de ir ao encontro da face feminina de Deus perdida entre tantas mulheres, mães, jovens machucadas pela dor da vida. Os relatos de vida, os testemunhos experimentados pela SOU durante um tempo de convivência entre a meninas fez nascer a BELEZA DA ESPERANÇA...Faces transformadas, porém com uma transformação que começou no interior de cada uma delas, uma face que começou a nascer em cada alma,

em cada coração, que revelou o SOU esperança de cada uma delas.A obra foi ganhando uma dimensão que não encontrava fronteiras que pudessem neutralizar a mão de Deus, pois na percepção de encontrar uma face, uma vida que necessitasse de olhar diferenciado e da oferta de um sorriso que criasse a Esperança de nova vida...ali estava a Fazenda chegando e assim uma das realidades comoventes e extremamente pedagógica para notarmos o desejo de vida, o anseio de amor e uma oferta generosa de alegria e coragem é a Casa Sol Nascente, onde realmente brilha o sol da vida e da esperança.Uma casa que acolhe homens, mulheres e crianças portadoras do vírus HIV/AIDS e/ou filhos de pais com HIV/AIDS, em situação de orfandade e de precariedade social e financeira, na faixa etária de 0 a 12 anos, cujas famílias, quando ainda as tem, não dispõem de condições emocionais e materiais para abrigar adequadamente a criança e proporcionar o acompanhamento específico adequado à problemática que apresentam. Uma casa que se transforma em verdadeiro lar, laços familiares criados pelo amor e pela solidariedade.

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A Fazenda Esperança é uma das respostas concretas a toda luta e tentativa de proposta de oferecer ao ser humano uma possibilidade nova de vida. A Fazenda da Esperança acolhe jovens que desejam se libertar das drogas e do álcool, mas também aqueles que anseiam descobrir suas vocações.Os recuperantes vivem do seu próprio trabalho como fonte de auto-estima e auto-sustento. Nos 12 meses de recuperação, só a partir do terceiro mês o recuperante recebe visita dos familiares. A Fazenda da Esperança acolhe pessoas, homens e mulheres, e lhes propiciam moradia, alimentação e outras necessidades básicas para que continuem firmes em sua caminhada rumo ao retorno à vida. A organização das casas baseia-se na famí-lia a fim de provocar mudanças de valores, morais e princípios. Toda a convivência é apoiada nas Palavras de Deus tirada do evangelho e também se sustenta no carisma da unidade de Chiara Lubich e no carisma da pobreza de São Francisco de Assis.O dependente químico precisa desejar e manifestar a vontade de ter uma vida livre das drogas e do álcool,

pedindo uma segunda chance via carta escrita de próprio punho para ser acolhido, explicando os motivos que o levaram a solicitar ajuda. Cada jovem é responsável por sua própria recuperação. A comunidade terapêutica só acolhe as pessoas que pedem ajuda, pois os internos não ficam em locais fechados por muros ou portões. Tudo é aberto e dá acesso a rua, ou seja, na liberdade de recomeçar e reconquistar a própria identidade a pessoa vai aprendendo a trabalhar com os seus limites, conhecendo as suas fragilidades e criando identidade com as suas próprias forças.Toda família participa de todo o processo, como deveria fazer em qualquer outra decisão de vida de seu ente querido, afinal é necessário envolver os familiares neste processo de recomeço. Reestruturar ou até restabelecer laços rompidos, pelo fato que o jovem retorna para o seu seio familiar. Por exemplo, os pais e irmãos são acompanhados e freqüentam reuniões separadas do interno antes do primeiro encontro com o mesmo no terceiro mês da recuperação e durante todo o restante do processo de recuperação, os familiares são motivados a

participarem das visitas e formação oferecida aos mesmos.Hoje a Fazenda está enraizada em 15 nações diferentes, com 91 unidades, porém todas as unidades respeitando a cultura onde está inserida, mas realizando o mesmo programa e organização em todas elas. Um programa que está embasado no tripé: espiritualidade, trabalho e convivência, demonstrando que mesmo que a obra tenha crescido, pois este ano completa30 anos, a essência deve ser mantida, por saber que os frutos colhidos foram positivos para quem levou seriamente a proposta original da Fazenda da Esperança. Esses 30 anos de existência possui um começo simples, mas rico em unidade e partilha, um sonho que se torna realidade porque um jovem acreditou que poderia fazer a diferença, acreditou que seria possível iniciar uma nova realidade no desafio de combater o mundo das drogas e provocar a Esperança em quem desejava sair.Este jovem se chama Nelson Giovaneli que se aproximou de um grupo de jovens que consumiam e vendiam drogas perto de sua casa. Isso em 1983, na esquina da rua Tupinambás com a Guaicurus, no bairro do Pedregulho,

na cidade de Guaratinguetá interior de São Paulo. Ele foi animado a dar esse passo por frei Hans Stapel seu pároco que o incentivava a viver concretamente a Palavra de Deus.Nelson conquistou a confiança daqueles dependentes químicos. Um deles Antonio Eleutério foi o primeiro a ser contagiado e pediu ajuda para se libertar das drogas, tudo isso porque Nelson buscava colocar em prática a frase “Fiz-me fraco com os fracos a fim de ganhar os fracos” (I Cor 9,22).Frei Hans tornou-se pároco da igreja Nossa Senhora da Glória em 1979. Ele nasceu no fim da segunda guerra mundial, cresceu junto da reconstrução da Alemanha, orientado religiosamente na Igreja Católica por seus pais, conheceu o carisma da unidade de Chiara Lubich e da pobreza de são Francisco de Assis, os quais divulgam em sua vida religiosa.Foi liberado integralmente para a Fazenda da Esperança em 1992 quando seus superiores entenderam essa necessidade.Os companheiros de Antonio notaram algo diferente em sua vida. Isso os levou a buscar a ajudar do jovem

paroquiano que os propõem viver radicalmente a Palavra de Deus e à noite encontrar-se na Igreja ao invés da esquina para trocar as experiências vividas a cada dia.Esse grupo sugeriu a Nelson alugar uma casa para viverem junto. O aluguel e as despesas pagariam com seus trabalhos. As primeiras atividades foram a limpeza de jardins enquanto Nelson continuava em seu emprego de “office boy”, na cooperativa de laticínio de Guaratinguetá. Tudo o que ganhavam colocavam em comum para se sustentar.Iraci Leite e Lucilene Rosendo, conhecida por Luci, iniciaram o trabalho de recuperação feminina em 1989, na cidade de Guaratinguetá / SP. Elas deixaram tudo para seguir o exemplo de Nelson. Iniciando a vivência feminina neste universo chamado Esperança, de ir ao encontro da face feminina de Deus perdida entre tantas mulheres, mães, jovens machucadas pela dor da vida. Os relatos de vida, os testemunhos experimentados pela SOU durante um tempo de convivência entre a meninas fez nascer a BELEZA DA ESPERANÇA...Faces transformadas, porém com uma transformação que começou no interior de cada uma delas, uma face que começou a nascer em cada alma,

em cada coração, que revelou o SOU esperança de cada uma delas.A obra foi ganhando uma dimensão que não encontrava fronteiras que pudessem neutralizar a mão de Deus, pois na percepção de encontrar uma face, uma vida que necessitasse de olhar diferenciado e da oferta de um sorriso que criasse a Esperança de nova vida...ali estava a Fazenda chegando e assim uma das realidades comoventes e extremamente pedagógica para notarmos o desejo de vida, o anseio de amor e uma oferta generosa de alegria e coragem é a Casa Sol Nascente, onde realmente brilha o sol da vida e da esperança.Uma casa que acolhe homens, mulheres e crianças portadoras do vírus HIV/AIDS e/ou filhos de pais com HIV/AIDS, em situação de orfandade e de precariedade social e financeira, na faixa etária de 0 a 12 anos, cujas famílias, quando ainda as tem, não dispõem de condições emocionais e materiais para abrigar adequadamente a criança e proporcionar o acompanhamento específico adequado à problemática que apresentam. Uma casa que se transforma em verdadeiro lar, laços familiares criados pelo amor e pela solidariedade.

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A Fazenda Esperança é uma das respostas concretas a toda luta e tentativa de proposta de oferecer ao ser humano uma possibilidade nova de vida. A Fazenda da Esperança acolhe jovens que desejam se libertar das drogas e do álcool, mas também aqueles que anseiam descobrir suas vocações.Os recuperantes vivem do seu próprio trabalho como fonte de auto-estima e auto-sustento. Nos 12 meses de recuperação, só a partir do terceiro mês o recuperante recebe visita dos familiares. A Fazenda da Esperança acolhe pessoas, homens e mulheres, e lhes propiciam moradia, alimentação e outras necessidades básicas para que continuem firmes em sua caminhada rumo ao retorno à vida. A organização das casas baseia-se na famí-lia a fim de provocar mudanças de valores, morais e princípios. Toda a convivência é apoiada nas Palavras de Deus tirada do evangelho e também se sustenta no carisma da unidade de Chiara Lubich e no carisma da pobreza de São Francisco de Assis.O dependente químico precisa desejar e manifestar a vontade de ter uma vida livre das drogas e do álcool,

pedindo uma segunda chance via carta escrita de próprio punho para ser acolhido, explicando os motivos que o levaram a solicitar ajuda. Cada jovem é responsável por sua própria recuperação. A comunidade terapêutica só acolhe as pessoas que pedem ajuda, pois os internos não ficam em locais fechados por muros ou portões. Tudo é aberto e dá acesso a rua, ou seja, na liberdade de recomeçar e reconquistar a própria identidade a pessoa vai aprendendo a trabalhar com os seus limites, conhecendo as suas fragilidades e criando identidade com as suas próprias forças.Toda família participa de todo o processo, como deveria fazer em qualquer outra decisão de vida de seu ente querido, afinal é necessário envolver os familiares neste processo de recomeço. Reestruturar ou até restabelecer laços rompidos, pelo fato que o jovem retorna para o seu seio familiar. Por exemplo, os pais e irmãos são acompanhados e freqüentam reuniões separadas do interno antes do primeiro encontro com o mesmo no terceiro mês da recuperação e durante todo o restante do processo de recuperação, os familiares são motivados a

participarem das visitas e formação oferecida aos mesmos.Hoje a Fazenda está enraizada em 15 nações diferentes, com 91 unidades, porém todas as unidades respeitando a cultura onde está inserida, mas realizando o mesmo programa e organização em todas elas. Um programa que está embasado no tripé: espiritualidade, trabalho e convivência, demonstrando que mesmo que a obra tenha crescido, pois este ano completa30 anos, a essência deve ser mantida, por saber que os frutos colhidos foram positivos para quem levou seriamente a proposta original da Fazenda da Esperança. Esses 30 anos de existência possui um começo simples, mas rico em unidade e partilha, um sonho que se torna realidade porque um jovem acreditou que poderia fazer a diferença, acreditou que seria possível iniciar uma nova realidade no desafio de combater o mundo das drogas e provocar a Esperança em quem desejava sair.Este jovem se chama Nelson Giovaneli que se aproximou de um grupo de jovens que consumiam e vendiam drogas perto de sua casa. Isso em 1983, na esquina da rua Tupinambás com a Guaicurus, no bairro do Pedregulho,

na cidade de Guaratinguetá interior de São Paulo. Ele foi animado a dar esse passo por frei Hans Stapel seu pároco que o incentivava a viver concretamente a Palavra de Deus.Nelson conquistou a confiança daqueles dependentes químicos. Um deles Antonio Eleutério foi o primeiro a ser contagiado e pediu ajuda para se libertar das drogas, tudo isso porque Nelson buscava colocar em prática a frase “Fiz-me fraco com os fracos a fim de ganhar os fracos” (I Cor 9,22).Frei Hans tornou-se pároco da igreja Nossa Senhora da Glória em 1979. Ele nasceu no fim da segunda guerra mundial, cresceu junto da reconstrução da Alemanha, orientado religiosamente na Igreja Católica por seus pais, conheceu o carisma da unidade de Chiara Lubich e da pobreza de são Francisco de Assis, os quais divulgam em sua vida religiosa.Foi liberado integralmente para a Fazenda da Esperança em 1992 quando seus superiores entenderam essa necessidade.Os companheiros de Antonio notaram algo diferente em sua vida. Isso os levou a buscar a ajudar do jovem

paroquiano que os propõem viver radicalmente a Palavra de Deus e à noite encontrar-se na Igreja ao invés da esquina para trocar as experiências vividas a cada dia.Esse grupo sugeriu a Nelson alugar uma casa para viverem junto. O aluguel e as despesas pagariam com seus trabalhos. As primeiras atividades foram a limpeza de jardins enquanto Nelson continuava em seu emprego de “office boy”, na cooperativa de laticínio de Guaratinguetá. Tudo o que ganhavam colocavam em comum para se sustentar.Iraci Leite e Lucilene Rosendo, conhecida por Luci, iniciaram o trabalho de recuperação feminina em 1989, na cidade de Guaratinguetá / SP. Elas deixaram tudo para seguir o exemplo de Nelson. Iniciando a vivência feminina neste universo chamado Esperança, de ir ao encontro da face feminina de Deus perdida entre tantas mulheres, mães, jovens machucadas pela dor da vida. Os relatos de vida, os testemunhos experimentados pela SOU durante um tempo de convivência entre a meninas fez nascer a BELEZA DA ESPERANÇA...Faces transformadas, porém com uma transformação que começou no interior de cada uma delas, uma face que começou a nascer em cada alma,

em cada coração, que revelou o SOU esperança de cada uma delas.A obra foi ganhando uma dimensão que não encontrava fronteiras que pudessem neutralizar a mão de Deus, pois na percepção de encontrar uma face, uma vida que necessitasse de olhar diferenciado e da oferta de um sorriso que criasse a Esperança de nova vida...ali estava a Fazenda chegando e assim uma das realidades comoventes e extremamente pedagógica para notarmos o desejo de vida, o anseio de amor e uma oferta generosa de alegria e coragem é a Casa Sol Nascente, onde realmente brilha o sol da vida e da esperança.Uma casa que acolhe homens, mulheres e crianças portadoras do vírus HIV/AIDS e/ou filhos de pais com HIV/AIDS, em situação de orfandade e de precariedade social e financeira, na faixa etária de 0 a 12 anos, cujas famílias, quando ainda as tem, não dispõem de condições emocionais e materiais para abrigar adequadamente a criança e proporcionar o acompanhamento específico adequado à problemática que apresentam. Uma casa que se transforma em verdadeiro lar, laços familiares criados pelo amor e pela solidariedade.

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A Fazenda Esperança é uma das respostas concretas a toda luta e tentativa de proposta de oferecer ao ser humano uma possibilidade nova de vida. A Fazenda da Esperança acolhe jovens que desejam se libertar das drogas e do álcool, mas também aqueles que anseiam descobrir suas vocações.Os recuperantes vivem do seu próprio trabalho como fonte de auto-estima e auto-sustento. Nos 12 meses de recuperação, só a partir do terceiro mês o recuperante recebe visita dos familiares. A Fazenda da Esperança acolhe pessoas, homens e mulheres, e lhes propiciam moradia, alimentação e outras necessidades básicas para que continuem firmes em sua caminhada rumo ao retorno à vida. A organização das casas baseia-se na famí-lia a fim de provocar mudanças de valores, morais e princípios. Toda a convivência é apoiada nas Palavras de Deus tirada do evangelho e também se sustenta no carisma da unidade de Chiara Lubich e no carisma da pobreza de São Francisco de Assis.O dependente químico precisa desejar e manifestar a vontade de ter uma vida livre das drogas e do álcool,

pedindo uma segunda chance via carta escrita de próprio punho para ser acolhido, explicando os motivos que o levaram a solicitar ajuda. Cada jovem é responsável por sua própria recuperação. A comunidade terapêutica só acolhe as pessoas que pedem ajuda, pois os internos não ficam em locais fechados por muros ou portões. Tudo é aberto e dá acesso a rua, ou seja, na liberdade de recomeçar e reconquistar a própria identidade a pessoa vai aprendendo a trabalhar com os seus limites, conhecendo as suas fragilidades e criando identidade com as suas próprias forças.Toda família participa de todo o processo, como deveria fazer em qualquer outra decisão de vida de seu ente querido, afinal é necessário envolver os familiares neste processo de recomeço. Reestruturar ou até restabelecer laços rompidos, pelo fato que o jovem retorna para o seu seio familiar. Por exemplo, os pais e irmãos são acompanhados e freqüentam reuniões separadas do interno antes do primeiro encontro com o mesmo no terceiro mês da recuperação e durante todo o restante do processo de recuperação, os familiares são motivados a

participarem das visitas e formação oferecida aos mesmos.Hoje a Fazenda está enraizada em 15 nações diferentes, com 91 unidades, porém todas as unidades respeitando a cultura onde está inserida, mas realizando o mesmo programa e organização em todas elas. Um programa que está embasado no tripé: espiritualidade, trabalho e convivência, demonstrando que mesmo que a obra tenha crescido, pois este ano completa30 anos, a essência deve ser mantida, por saber que os frutos colhidos foram positivos para quem levou seriamente a proposta original da Fazenda da Esperança. Esses 30 anos de existência possui um começo simples, mas rico em unidade e partilha, um sonho que se torna realidade porque um jovem acreditou que poderia fazer a diferença, acreditou que seria possível iniciar uma nova realidade no desafio de combater o mundo das drogas e provocar a Esperança em quem desejava sair.Este jovem se chama Nelson Giovaneli que se aproximou de um grupo de jovens que consumiam e vendiam drogas perto de sua casa. Isso em 1983, na esquina da rua Tupinambás com a Guaicurus, no bairro do Pedregulho,

na cidade de Guaratinguetá interior de São Paulo. Ele foi animado a dar esse passo por frei Hans Stapel seu pároco que o incentivava a viver concretamente a Palavra de Deus.Nelson conquistou a confiança daqueles dependentes químicos. Um deles Antonio Eleutério foi o primeiro a ser contagiado e pediu ajuda para se libertar das drogas, tudo isso porque Nelson buscava colocar em prática a frase “Fiz-me fraco com os fracos a fim de ganhar os fracos” (I Cor 9,22).Frei Hans tornou-se pároco da igreja Nossa Senhora da Glória em 1979. Ele nasceu no fim da segunda guerra mundial, cresceu junto da reconstrução da Alemanha, orientado religiosamente na Igreja Católica por seus pais, conheceu o carisma da unidade de Chiara Lubich e da pobreza de são Francisco de Assis, os quais divulgam em sua vida religiosa.Foi liberado integralmente para a Fazenda da Esperança em 1992 quando seus superiores entenderam essa necessidade.Os companheiros de Antonio notaram algo diferente em sua vida. Isso os levou a buscar a ajudar do jovem

paroquiano que os propõem viver radicalmente a Palavra de Deus e à noite encontrar-se na Igreja ao invés da esquina para trocar as experiências vividas a cada dia.Esse grupo sugeriu a Nelson alugar uma casa para viverem junto. O aluguel e as despesas pagariam com seus trabalhos. As primeiras atividades foram a limpeza de jardins enquanto Nelson continuava em seu emprego de “office boy”, na cooperativa de laticínio de Guaratinguetá. Tudo o que ganhavam colocavam em comum para se sustentar.Iraci Leite e Lucilene Rosendo, conhecida por Luci, iniciaram o trabalho de recuperação feminina em 1989, na cidade de Guaratinguetá / SP. Elas deixaram tudo para seguir o exemplo de Nelson. Iniciando a vivência feminina neste universo chamado Esperança, de ir ao encontro da face feminina de Deus perdida entre tantas mulheres, mães, jovens machucadas pela dor da vida. Os relatos de vida, os testemunhos experimentados pela SOU durante um tempo de convivência entre a meninas fez nascer a BELEZA DA ESPERANÇA...Faces transformadas, porém com uma transformação que começou no interior de cada uma delas, uma face que começou a nascer em cada alma,

em cada coração, que revelou o SOU esperança de cada uma delas.A obra foi ganhando uma dimensão que não encontrava fronteiras que pudessem neutralizar a mão de Deus, pois na percepção de encontrar uma face, uma vida que necessitasse de olhar diferenciado e da oferta de um sorriso que criasse a Esperança de nova vida...ali estava a Fazenda chegando e assim uma das realidades comoventes e extremamente pedagógica para notarmos o desejo de vida, o anseio de amor e uma oferta generosa de alegria e coragem é a Casa Sol Nascente, onde realmente brilha o sol da vida e da esperança.Uma casa que acolhe homens, mulheres e crianças portadoras do vírus HIV/AIDS e/ou filhos de pais com HIV/AIDS, em situação de orfandade e de precariedade social e financeira, na faixa etária de 0 a 12 anos, cujas famílias, quando ainda as tem, não dispõem de condições emocionais e materiais para abrigar adequadamente a criança e proporcionar o acompanhamento específico adequado à problemática que apresentam. Uma casa que se transforma em verdadeiro lar, laços familiares criados pelo amor e pela solidariedade.

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A Fazenda Esperança é uma das respostas concretas a toda luta e tentativa de proposta de oferecer ao ser humano uma possibilidade nova de vida. A Fazenda da Esperança acolhe jovens que desejam se libertar das drogas e do álcool, mas também aqueles que anseiam descobrir suas vocações.Os recuperantes vivem do seu próprio trabalho como fonte de auto-estima e auto-sustento. Nos 12 meses de recuperação, só a partir do terceiro mês o recuperante recebe visita dos familiares. A Fazenda da Esperança acolhe pessoas, homens e mulheres, e lhes propiciam moradia, alimentação e outras necessidades básicas para que continuem firmes em sua caminhada rumo ao retorno à vida. A organização das casas baseia-se na famí-lia a fim de provocar mudanças de valores, morais e princípios. Toda a convivência é apoiada nas Palavras de Deus tirada do evangelho e também se sustenta no carisma da unidade de Chiara Lubich e no carisma da pobreza de São Francisco de Assis.O dependente químico precisa desejar e manifestar a vontade de ter uma vida livre das drogas e do álcool,

pedindo uma segunda chance via carta escrita de próprio punho para ser acolhido, explicando os motivos que o levaram a solicitar ajuda. Cada jovem é responsável por sua própria recuperação. A comunidade terapêutica só acolhe as pessoas que pedem ajuda, pois os internos não ficam em locais fechados por muros ou portões. Tudo é aberto e dá acesso a rua, ou seja, na liberdade de recomeçar e reconquistar a própria identidade a pessoa vai aprendendo a trabalhar com os seus limites, conhecendo as suas fragilidades e criando identidade com as suas próprias forças.Toda família participa de todo o processo, como deveria fazer em qualquer outra decisão de vida de seu ente querido, afinal é necessário envolver os familiares neste processo de recomeço. Reestruturar ou até restabelecer laços rompidos, pelo fato que o jovem retorna para o seu seio familiar. Por exemplo, os pais e irmãos são acompanhados e freqüentam reuniões separadas do interno antes do primeiro encontro com o mesmo no terceiro mês da recuperação e durante todo o restante do processo de recuperação, os familiares são motivados a

participarem das visitas e formação oferecida aos mesmos.Hoje a Fazenda está enraizada em 15 nações diferentes, com 91 unidades, porém todas as unidades respeitando a cultura onde está inserida, mas realizando o mesmo programa e organização em todas elas. Um programa que está embasado no tripé: espiritualidade, trabalho e convivência, demonstrando que mesmo que a obra tenha crescido, pois este ano completa30 anos, a essência deve ser mantida, por saber que os frutos colhidos foram positivos para quem levou seriamente a proposta original da Fazenda da Esperança. Esses 30 anos de existência possui um começo simples, mas rico em unidade e partilha, um sonho que se torna realidade porque um jovem acreditou que poderia fazer a diferença, acreditou que seria possível iniciar uma nova realidade no desafio de combater o mundo das drogas e provocar a Esperança em quem desejava sair.Este jovem se chama Nelson Giovaneli que se aproximou de um grupo de jovens que consumiam e vendiam drogas perto de sua casa. Isso em 1983, na esquina da rua Tupinambás com a Guaicurus, no bairro do Pedregulho,

na cidade de Guaratinguetá interior de São Paulo. Ele foi animado a dar esse passo por frei Hans Stapel seu pároco que o incentivava a viver concretamente a Palavra de Deus.Nelson conquistou a confiança daqueles dependentes químicos. Um deles Antonio Eleutério foi o primeiro a ser contagiado e pediu ajuda para se libertar das drogas, tudo isso porque Nelson buscava colocar em prática a frase “Fiz-me fraco com os fracos a fim de ganhar os fracos” (I Cor 9,22).Frei Hans tornou-se pároco da igreja Nossa Senhora da Glória em 1979. Ele nasceu no fim da segunda guerra mundial, cresceu junto da reconstrução da Alemanha, orientado religiosamente na Igreja Católica por seus pais, conheceu o carisma da unidade de Chiara Lubich e da pobreza de são Francisco de Assis, os quais divulgam em sua vida religiosa.Foi liberado integralmente para a Fazenda da Esperança em 1992 quando seus superiores entenderam essa necessidade.Os companheiros de Antonio notaram algo diferente em sua vida. Isso os levou a buscar a ajudar do jovem

paroquiano que os propõem viver radicalmente a Palavra de Deus e à noite encontrar-se na Igreja ao invés da esquina para trocar as experiências vividas a cada dia.Esse grupo sugeriu a Nelson alugar uma casa para viverem junto. O aluguel e as despesas pagariam com seus trabalhos. As primeiras atividades foram a limpeza de jardins enquanto Nelson continuava em seu emprego de “office boy”, na cooperativa de laticínio de Guaratinguetá. Tudo o que ganhavam colocavam em comum para se sustentar.Iraci Leite e Lucilene Rosendo, conhecida por Luci, iniciaram o trabalho de recuperação feminina em 1989, na cidade de Guaratinguetá / SP. Elas deixaram tudo para seguir o exemplo de Nelson. Iniciando a vivência feminina neste universo chamado Esperança, de ir ao encontro da face feminina de Deus perdida entre tantas mulheres, mães, jovens machucadas pela dor da vida. Os relatos de vida, os testemunhos experimentados pela SOU durante um tempo de convivência entre a meninas fez nascer a BELEZA DA ESPERANÇA...Faces transformadas, porém com uma transformação que começou no interior de cada uma delas, uma face que começou a nascer em cada alma,

em cada coração, que revelou o SOU esperança de cada uma delas.A obra foi ganhando uma dimensão que não encontrava fronteiras que pudessem neutralizar a mão de Deus, pois na percepção de encontrar uma face, uma vida que necessitasse de olhar diferenciado e da oferta de um sorriso que criasse a Esperança de nova vida...ali estava a Fazenda chegando e assim uma das realidades comoventes e extremamente pedagógica para notarmos o desejo de vida, o anseio de amor e uma oferta generosa de alegria e coragem é a Casa Sol Nascente, onde realmente brilha o sol da vida e da esperança.Uma casa que acolhe homens, mulheres e crianças portadoras do vírus HIV/AIDS e/ou filhos de pais com HIV/AIDS, em situação de orfandade e de precariedade social e financeira, na faixa etária de 0 a 12 anos, cujas famílias, quando ainda as tem, não dispõem de condições emocionais e materiais para abrigar adequadamente a criança e proporcionar o acompanhamento específico adequado à problemática que apresentam. Uma casa que se transforma em verdadeiro lar, laços familiares criados pelo amor e pela solidariedade.

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A Fazenda Esperança é uma das respostas concretas a toda luta e tentativa de proposta de oferecer ao ser humano uma possibilidade nova de vida. A Fazenda da Esperança acolhe jovens que desejam se libertar das drogas e do álcool, mas também aqueles que anseiam descobrir suas vocações.Os recuperantes vivem do seu próprio trabalho como fonte de auto-estima e auto-sustento. Nos 12 meses de recuperação, só a partir do terceiro mês o recuperante recebe visita dos familiares. A Fazenda da Esperança acolhe pessoas, homens e mulheres, e lhes propiciam moradia, alimentação e outras necessidades básicas para que continuem firmes em sua caminhada rumo ao retorno à vida. A organização das casas baseia-se na famí-lia a fim de provocar mudanças de valores, morais e princípios. Toda a convivência é apoiada nas Palavras de Deus tirada do evangelho e também se sustenta no carisma da unidade de Chiara Lubich e no carisma da pobreza de São Francisco de Assis.O dependente químico precisa desejar e manifestar a vontade de ter uma vida livre das drogas e do álcool,

pedindo uma segunda chance via carta escrita de próprio punho para ser acolhido, explicando os motivos que o levaram a solicitar ajuda. Cada jovem é responsável por sua própria recuperação. A comunidade terapêutica só acolhe as pessoas que pedem ajuda, pois os internos não ficam em locais fechados por muros ou portões. Tudo é aberto e dá acesso a rua, ou seja, na liberdade de recomeçar e reconquistar a própria identidade a pessoa vai aprendendo a trabalhar com os seus limites, conhecendo as suas fragilidades e criando identidade com as suas próprias forças.Toda família participa de todo o processo, como deveria fazer em qualquer outra decisão de vida de seu ente querido, afinal é necessário envolver os familiares neste processo de recomeço. Reestruturar ou até restabelecer laços rompidos, pelo fato que o jovem retorna para o seu seio familiar. Por exemplo, os pais e irmãos são acompanhados e freqüentam reuniões separadas do interno antes do primeiro encontro com o mesmo no terceiro mês da recuperação e durante todo o restante do processo de recuperação, os familiares são motivados a

participarem das visitas e formação oferecida aos mesmos.Hoje a Fazenda está enraizada em 15 nações diferentes, com 91 unidades, porém todas as unidades respeitando a cultura onde está inserida, mas realizando o mesmo programa e organização em todas elas. Um programa que está embasado no tripé: espiritualidade, trabalho e convivência, demonstrando que mesmo que a obra tenha crescido, pois este ano completa30 anos, a essência deve ser mantida, por saber que os frutos colhidos foram positivos para quem levou seriamente a proposta original da Fazenda da Esperança. Esses 30 anos de existência possui um começo simples, mas rico em unidade e partilha, um sonho que se torna realidade porque um jovem acreditou que poderia fazer a diferença, acreditou que seria possível iniciar uma nova realidade no desafio de combater o mundo das drogas e provocar a Esperança em quem desejava sair.Este jovem se chama Nelson Giovaneli que se aproximou de um grupo de jovens que consumiam e vendiam drogas perto de sua casa. Isso em 1983, na esquina da rua Tupinambás com a Guaicurus, no bairro do Pedregulho,

na cidade de Guaratinguetá interior de São Paulo. Ele foi animado a dar esse passo por frei Hans Stapel seu pároco que o incentivava a viver concretamente a Palavra de Deus.Nelson conquistou a confiança daqueles dependentes químicos. Um deles Antonio Eleutério foi o primeiro a ser contagiado e pediu ajuda para se libertar das drogas, tudo isso porque Nelson buscava colocar em prática a frase “Fiz-me fraco com os fracos a fim de ganhar os fracos” (I Cor 9,22).Frei Hans tornou-se pároco da igreja Nossa Senhora da Glória em 1979. Ele nasceu no fim da segunda guerra mundial, cresceu junto da reconstrução da Alemanha, orientado religiosamente na Igreja Católica por seus pais, conheceu o carisma da unidade de Chiara Lubich e da pobreza de são Francisco de Assis, os quais divulgam em sua vida religiosa.Foi liberado integralmente para a Fazenda da Esperança em 1992 quando seus superiores entenderam essa necessidade.Os companheiros de Antonio notaram algo diferente em sua vida. Isso os levou a buscar a ajudar do jovem

paroquiano que os propõem viver radicalmente a Palavra de Deus e à noite encontrar-se na Igreja ao invés da esquina para trocar as experiências vividas a cada dia.Esse grupo sugeriu a Nelson alugar uma casa para viverem junto. O aluguel e as despesas pagariam com seus trabalhos. As primeiras atividades foram a limpeza de jardins enquanto Nelson continuava em seu emprego de “office boy”, na cooperativa de laticínio de Guaratinguetá. Tudo o que ganhavam colocavam em comum para se sustentar.Iraci Leite e Lucilene Rosendo, conhecida por Luci, iniciaram o trabalho de recuperação feminina em 1989, na cidade de Guaratinguetá / SP. Elas deixaram tudo para seguir o exemplo de Nelson. Iniciando a vivência feminina neste universo chamado Esperança, de ir ao encontro da face feminina de Deus perdida entre tantas mulheres, mães, jovens machucadas pela dor da vida. Os relatos de vida, os testemunhos experimentados pela SOU durante um tempo de convivência entre a meninas fez nascer a BELEZA DA ESPERANÇA...Faces transformadas, porém com uma transformação que começou no interior de cada uma delas, uma face que começou a nascer em cada alma,

em cada coração, que revelou o SOU esperança de cada uma delas.A obra foi ganhando uma dimensão que não encontrava fronteiras que pudessem neutralizar a mão de Deus, pois na percepção de encontrar uma face, uma vida que necessitasse de olhar diferenciado e da oferta de um sorriso que criasse a Esperança de nova vida...ali estava a Fazenda chegando e assim uma das realidades comoventes e extremamente pedagógica para notarmos o desejo de vida, o anseio de amor e uma oferta generosa de alegria e coragem é a Casa Sol Nascente, onde realmente brilha o sol da vida e da esperança.Uma casa que acolhe homens, mulheres e crianças portadoras do vírus HIV/AIDS e/ou filhos de pais com HIV/AIDS, em situação de orfandade e de precariedade social e financeira, na faixa etária de 0 a 12 anos, cujas famílias, quando ainda as tem, não dispõem de condições emocionais e materiais para abrigar adequadamente a criança e proporcionar o acompanhamento específico adequado à problemática que apresentam. Uma casa que se transforma em verdadeiro lar, laços familiares criados pelo amor e pela solidariedade.

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A Fazenda Esperança é uma das respostas concretas a toda luta e tentativa de proposta de oferecer ao ser humano uma possibilidade nova de vida. A Fazenda da Esperança acolhe jovens que desejam se libertar das drogas e do álcool, mas também aqueles que anseiam descobrir suas vocações.Os recuperantes vivem do seu próprio trabalho como fonte de auto-estima e auto-sustento. Nos 12 meses de recuperação, só a partir do terceiro mês o recuperante recebe visita dos familiares. A Fazenda da Esperança acolhe pessoas, homens e mulheres, e lhes propiciam moradia, alimentação e outras necessidades básicas para que continuem firmes em sua caminhada rumo ao retorno à vida. A organização das casas baseia-se na famí-lia a fim de provocar mudanças de valores, morais e princípios. Toda a convivência é apoiada nas Palavras de Deus tirada do evangelho e também se sustenta no carisma da unidade de Chiara Lubich e no carisma da pobreza de São Francisco de Assis.O dependente químico precisa desejar e manifestar a vontade de ter uma vida livre das drogas e do álcool,

pedindo uma segunda chance via carta escrita de próprio punho para ser acolhido, explicando os motivos que o levaram a solicitar ajuda. Cada jovem é responsável por sua própria recuperação. A comunidade terapêutica só acolhe as pessoas que pedem ajuda, pois os internos não ficam em locais fechados por muros ou portões. Tudo é aberto e dá acesso a rua, ou seja, na liberdade de recomeçar e reconquistar a própria identidade a pessoa vai aprendendo a trabalhar com os seus limites, conhecendo as suas fragilidades e criando identidade com as suas próprias forças.Toda família participa de todo o processo, como deveria fazer em qualquer outra decisão de vida de seu ente querido, afinal é necessário envolver os familiares neste processo de recomeço. Reestruturar ou até restabelecer laços rompidos, pelo fato que o jovem retorna para o seu seio familiar. Por exemplo, os pais e irmãos são acompanhados e freqüentam reuniões separadas do interno antes do primeiro encontro com o mesmo no terceiro mês da recuperação e durante todo o restante do processo de recuperação, os familiares são motivados a

participarem das visitas e formação oferecida aos mesmos.Hoje a Fazenda está enraizada em 15 nações diferentes, com 91 unidades, porém todas as unidades respeitando a cultura onde está inserida, mas realizando o mesmo programa e organização em todas elas. Um programa que está embasado no tripé: espiritualidade, trabalho e convivência, demonstrando que mesmo que a obra tenha crescido, pois este ano completa30 anos, a essência deve ser mantida, por saber que os frutos colhidos foram positivos para quem levou seriamente a proposta original da Fazenda da Esperança. Esses 30 anos de existência possui um começo simples, mas rico em unidade e partilha, um sonho que se torna realidade porque um jovem acreditou que poderia fazer a diferença, acreditou que seria possível iniciar uma nova realidade no desafio de combater o mundo das drogas e provocar a Esperança em quem desejava sair.Este jovem se chama Nelson Giovaneli que se aproximou de um grupo de jovens que consumiam e vendiam drogas perto de sua casa. Isso em 1983, na esquina da rua Tupinambás com a Guaicurus, no bairro do Pedregulho,

na cidade de Guaratinguetá interior de São Paulo. Ele foi animado a dar esse passo por frei Hans Stapel seu pároco que o incentivava a viver concretamente a Palavra de Deus.Nelson conquistou a confiança daqueles dependentes químicos. Um deles Antonio Eleutério foi o primeiro a ser contagiado e pediu ajuda para se libertar das drogas, tudo isso porque Nelson buscava colocar em prática a frase “Fiz-me fraco com os fracos a fim de ganhar os fracos” (I Cor 9,22).Frei Hans tornou-se pároco da igreja Nossa Senhora da Glória em 1979. Ele nasceu no fim da segunda guerra mundial, cresceu junto da reconstrução da Alemanha, orientado religiosamente na Igreja Católica por seus pais, conheceu o carisma da unidade de Chiara Lubich e da pobreza de são Francisco de Assis, os quais divulgam em sua vida religiosa.Foi liberado integralmente para a Fazenda da Esperança em 1992 quando seus superiores entenderam essa necessidade.Os companheiros de Antonio notaram algo diferente em sua vida. Isso os levou a buscar a ajudar do jovem

paroquiano que os propõem viver radicalmente a Palavra de Deus e à noite encontrar-se na Igreja ao invés da esquina para trocar as experiências vividas a cada dia.Esse grupo sugeriu a Nelson alugar uma casa para viverem junto. O aluguel e as despesas pagariam com seus trabalhos. As primeiras atividades foram a limpeza de jardins enquanto Nelson continuava em seu emprego de “office boy”, na cooperativa de laticínio de Guaratinguetá. Tudo o que ganhavam colocavam em comum para se sustentar.Iraci Leite e Lucilene Rosendo, conhecida por Luci, iniciaram o trabalho de recuperação feminina em 1989, na cidade de Guaratinguetá / SP. Elas deixaram tudo para seguir o exemplo de Nelson. Iniciando a vivência feminina neste universo chamado Esperança, de ir ao encontro da face feminina de Deus perdida entre tantas mulheres, mães, jovens machucadas pela dor da vida. Os relatos de vida, os testemunhos experimentados pela SOU durante um tempo de convivência entre a meninas fez nascer a BELEZA DA ESPERANÇA...Faces transformadas, porém com uma transformação que começou no interior de cada uma delas, uma face que começou a nascer em cada alma,

em cada coração, que revelou o SOU esperança de cada uma delas.A obra foi ganhando uma dimensão que não encontrava fronteiras que pudessem neutralizar a mão de Deus, pois na percepção de encontrar uma face, uma vida que necessitasse de olhar diferenciado e da oferta de um sorriso que criasse a Esperança de nova vida...ali estava a Fazenda chegando e assim uma das realidades comoventes e extremamente pedagógica para notarmos o desejo de vida, o anseio de amor e uma oferta generosa de alegria e coragem é a Casa Sol Nascente, onde realmente brilha o sol da vida e da esperança.Uma casa que acolhe homens, mulheres e crianças portadoras do vírus HIV/AIDS e/ou filhos de pais com HIV/AIDS, em situação de orfandade e de precariedade social e financeira, na faixa etária de 0 a 12 anos, cujas famílias, quando ainda as tem, não dispõem de condições emocionais e materiais para abrigar adequadamente a criança e proporcionar o acompanhamento específico adequado à problemática que apresentam. Uma casa que se transforma em verdadeiro lar, laços familiares criados pelo amor e pela solidariedade.

[Quem vive a palavra gera esperança]

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A Fazenda Esperança é uma das respostas concretas a toda luta e tentativa de proposta de oferecer ao ser humano uma possibilidade nova de vida. A Fazenda da Esperança acolhe jovens que desejam se libertar das drogas e do álcool, mas também aqueles que anseiam descobrir suas vocações.Os recuperantes vivem do seu próprio trabalho como fonte de auto-estima e auto-sustento. Nos 12 meses de recuperação, só a partir do terceiro mês o recuperante recebe visita dos familiares. A Fazenda da Esperança acolhe pessoas, homens e mulheres, e lhes propiciam moradia, alimentação e outras necessidades básicas para que continuem firmes em sua caminhada rumo ao retorno à vida. A organização das casas baseia-se na famí-lia a fim de provocar mudanças de valores, morais e princípios. Toda a convivência é apoiada nas Palavras de Deus tirada do evangelho e também se sustenta no carisma da unidade de Chiara Lubich e no carisma da pobreza de São Francisco de Assis.O dependente químico precisa desejar e manifestar a vontade de ter uma vida livre das drogas e do álcool,

pedindo uma segunda chance via carta escrita de próprio punho para ser acolhido, explicando os motivos que o levaram a solicitar ajuda. Cada jovem é responsável por sua própria recuperação. A comunidade terapêutica só acolhe as pessoas que pedem ajuda, pois os internos não ficam em locais fechados por muros ou portões. Tudo é aberto e dá acesso a rua, ou seja, na liberdade de recomeçar e reconquistar a própria identidade a pessoa vai aprendendo a trabalhar com os seus limites, conhecendo as suas fragilidades e criando identidade com as suas próprias forças.Toda família participa de todo o processo, como deveria fazer em qualquer outra decisão de vida de seu ente querido, afinal é necessário envolver os familiares neste processo de recomeço. Reestruturar ou até restabelecer laços rompidos, pelo fato que o jovem retorna para o seu seio familiar. Por exemplo, os pais e irmãos são acompanhados e freqüentam reuniões separadas do interno antes do primeiro encontro com o mesmo no terceiro mês da recuperação e durante todo o restante do processo de recuperação, os familiares são motivados a

participarem das visitas e formação oferecida aos mesmos.Hoje a Fazenda está enraizada em 15 nações diferentes, com 91 unidades, porém todas as unidades respeitando a cultura onde está inserida, mas realizando o mesmo programa e organização em todas elas. Um programa que está embasado no tripé: espiritualidade, trabalho e convivência, demonstrando que mesmo que a obra tenha crescido, pois este ano completa30 anos, a essência deve ser mantida, por saber que os frutos colhidos foram positivos para quem levou seriamente a proposta original da Fazenda da Esperança. Esses 30 anos de existência possui um começo simples, mas rico em unidade e partilha, um sonho que se torna realidade porque um jovem acreditou que poderia fazer a diferença, acreditou que seria possível iniciar uma nova realidade no desafio de combater o mundo das drogas e provocar a Esperança em quem desejava sair.Este jovem se chama Nelson Giovaneli que se aproximou de um grupo de jovens que consumiam e vendiam drogas perto de sua casa. Isso em 1983, na esquina da rua Tupinambás com a Guaicurus, no bairro do Pedregulho,

na cidade de Guaratinguetá interior de São Paulo. Ele foi animado a dar esse passo por frei Hans Stapel seu pároco que o incentivava a viver concretamente a Palavra de Deus.Nelson conquistou a confiança daqueles dependentes químicos. Um deles Antonio Eleutério foi o primeiro a ser contagiado e pediu ajuda para se libertar das drogas, tudo isso porque Nelson buscava colocar em prática a frase “Fiz-me fraco com os fracos a fim de ganhar os fracos” (I Cor 9,22).Frei Hans tornou-se pároco da igreja Nossa Senhora da Glória em 1979. Ele nasceu no fim da segunda guerra mundial, cresceu junto da reconstrução da Alemanha, orientado religiosamente na Igreja Católica por seus pais, conheceu o carisma da unidade de Chiara Lubich e da pobreza de são Francisco de Assis, os quais divulgam em sua vida religiosa.Foi liberado integralmente para a Fazenda da Esperança em 1992 quando seus superiores entenderam essa necessidade.Os companheiros de Antonio notaram algo diferente em sua vida. Isso os levou a buscar a ajudar do jovem

paroquiano que os propõem viver radicalmente a Palavra de Deus e à noite encontrar-se na Igreja ao invés da esquina para trocar as experiências vividas a cada dia.Esse grupo sugeriu a Nelson alugar uma casa para viverem junto. O aluguel e as despesas pagariam com seus trabalhos. As primeiras atividades foram a limpeza de jardins enquanto Nelson continuava em seu emprego de “office boy”, na cooperativa de laticínio de Guaratinguetá. Tudo o que ganhavam colocavam em comum para se sustentar.Iraci Leite e Lucilene Rosendo, conhecida por Luci, iniciaram o trabalho de recuperação feminina em 1989, na cidade de Guaratinguetá / SP. Elas deixaram tudo para seguir o exemplo de Nelson. Iniciando a vivência feminina neste universo chamado Esperança, de ir ao encontro da face feminina de Deus perdida entre tantas mulheres, mães, jovens machucadas pela dor da vida. Os relatos de vida, os testemunhos experimentados pela SOU durante um tempo de convivência entre a meninas fez nascer a BELEZA DA ESPERANÇA...Faces transformadas, porém com uma transformação que começou no interior de cada uma delas, uma face que começou a nascer em cada alma,

em cada coração, que revelou o SOU esperança de cada uma delas.A obra foi ganhando uma dimensão que não encontrava fronteiras que pudessem neutralizar a mão de Deus, pois na percepção de encontrar uma face, uma vida que necessitasse de olhar diferenciado e da oferta de um sorriso que criasse a Esperança de nova vida...ali estava a Fazenda chegando e assim uma das realidades comoventes e extremamente pedagógica para notarmos o desejo de vida, o anseio de amor e uma oferta generosa de alegria e coragem é a Casa Sol Nascente, onde realmente brilha o sol da vida e da esperança.Uma casa que acolhe homens, mulheres e crianças portadoras do vírus HIV/AIDS e/ou filhos de pais com HIV/AIDS, em situação de orfandade e de precariedade social e financeira, na faixa etária de 0 a 12 anos, cujas famílias, quando ainda as tem, não dispõem de condições emocionais e materiais para abrigar adequadamente a criança e proporcionar o acompanhamento específico adequado à problemática que apresentam. Uma casa que se transforma em verdadeiro lar, laços familiares criados pelo amor e pela solidariedade.

Foto

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A Fazenda Esperança é uma das respostas concretas a toda luta e tentativa de proposta de oferecer ao ser humano uma possibilidade nova de vida. A Fazenda da Esperança acolhe jovens que desejam se libertar das drogas e do álcool, mas também aqueles que anseiam descobrir suas vocações.Os recuperantes vivem do seu próprio trabalho como fonte de auto-estima e auto-sustento. Nos 12 meses de recuperação, só a partir do terceiro mês o recuperante recebe visita dos familiares. A Fazenda da Esperança acolhe pessoas, homens e mulheres, e lhes propiciam moradia, alimentação e outras necessidades básicas para que continuem firmes em sua caminhada rumo ao retorno à vida. A organização das casas baseia-se na famí-lia a fim de provocar mudanças de valores, morais e princípios. Toda a convivência é apoiada nas Palavras de Deus tirada do evangelho e também se sustenta no carisma da unidade de Chiara Lubich e no carisma da pobreza de São Francisco de Assis.O dependente químico precisa desejar e manifestar a vontade de ter uma vida livre das drogas e do álcool,

pedindo uma segunda chance via carta escrita de próprio punho para ser acolhido, explicando os motivos que o levaram a solicitar ajuda. Cada jovem é responsável por sua própria recuperação. A comunidade terapêutica só acolhe as pessoas que pedem ajuda, pois os internos não ficam em locais fechados por muros ou portões. Tudo é aberto e dá acesso a rua, ou seja, na liberdade de recomeçar e reconquistar a própria identidade a pessoa vai aprendendo a trabalhar com os seus limites, conhecendo as suas fragilidades e criando identidade com as suas próprias forças.Toda família participa de todo o processo, como deveria fazer em qualquer outra decisão de vida de seu ente querido, afinal é necessário envolver os familiares neste processo de recomeço. Reestruturar ou até restabelecer laços rompidos, pelo fato que o jovem retorna para o seu seio familiar. Por exemplo, os pais e irmãos são acompanhados e freqüentam reuniões separadas do interno antes do primeiro encontro com o mesmo no terceiro mês da recuperação e durante todo o restante do processo de recuperação, os familiares são motivados a

participarem das visitas e formação oferecida aos mesmos.Hoje a Fazenda está enraizada em 15 nações diferentes, com 91 unidades, porém todas as unidades respeitando a cultura onde está inserida, mas realizando o mesmo programa e organização em todas elas. Um programa que está embasado no tripé: espiritualidade, trabalho e convivência, demonstrando que mesmo que a obra tenha crescido, pois este ano completa30 anos, a essência deve ser mantida, por saber que os frutos colhidos foram positivos para quem levou seriamente a proposta original da Fazenda da Esperança. Esses 30 anos de existência possui um começo simples, mas rico em unidade e partilha, um sonho que se torna realidade porque um jovem acreditou que poderia fazer a diferença, acreditou que seria possível iniciar uma nova realidade no desafio de combater o mundo das drogas e provocar a Esperança em quem desejava sair.Este jovem se chama Nelson Giovaneli que se aproximou de um grupo de jovens que consumiam e vendiam drogas perto de sua casa. Isso em 1983, na esquina da rua Tupinambás com a Guaicurus, no bairro do Pedregulho,

na cidade de Guaratinguetá interior de São Paulo. Ele foi animado a dar esse passo por frei Hans Stapel seu pároco que o incentivava a viver concretamente a Palavra de Deus.Nelson conquistou a confiança daqueles dependentes químicos. Um deles Antonio Eleutério foi o primeiro a ser contagiado e pediu ajuda para se libertar das drogas, tudo isso porque Nelson buscava colocar em prática a frase “Fiz-me fraco com os fracos a fim de ganhar os fracos” (I Cor 9,22).Frei Hans tornou-se pároco da igreja Nossa Senhora da Glória em 1979. Ele nasceu no fim da segunda guerra mundial, cresceu junto da reconstrução da Alemanha, orientado religiosamente na Igreja Católica por seus pais, conheceu o carisma da unidade de Chiara Lubich e da pobreza de são Francisco de Assis, os quais divulgam em sua vida religiosa.Foi liberado integralmente para a Fazenda da Esperança em 1992 quando seus superiores entenderam essa necessidade.Os companheiros de Antonio notaram algo diferente em sua vida. Isso os levou a buscar a ajudar do jovem

paroquiano que os propõem viver radicalmente a Palavra de Deus e à noite encontrar-se na Igreja ao invés da esquina para trocar as experiências vividas a cada dia.Esse grupo sugeriu a Nelson alugar uma casa para viverem junto. O aluguel e as despesas pagariam com seus trabalhos. As primeiras atividades foram a limpeza de jardins enquanto Nelson continuava em seu emprego de “office boy”, na cooperativa de laticínio de Guaratinguetá. Tudo o que ganhavam colocavam em comum para se sustentar.Iraci Leite e Lucilene Rosendo, conhecida por Luci, iniciaram o trabalho de recuperação feminina em 1989, na cidade de Guaratinguetá / SP. Elas deixaram tudo para seguir o exemplo de Nelson. Iniciando a vivência feminina neste universo chamado Esperança, de ir ao encontro da face feminina de Deus perdida entre tantas mulheres, mães, jovens machucadas pela dor da vida. Os relatos de vida, os testemunhos experimentados pela SOU durante um tempo de convivência entre a meninas fez nascer a BELEZA DA ESPERANÇA...Faces transformadas, porém com uma transformação que começou no interior de cada uma delas, uma face que começou a nascer em cada alma,

em cada coração, que revelou o SOU esperança de cada uma delas.A obra foi ganhando uma dimensão que não encontrava fronteiras que pudessem neutralizar a mão de Deus, pois na percepção de encontrar uma face, uma vida que necessitasse de olhar diferenciado e da oferta de um sorriso que criasse a Esperança de nova vida...ali estava a Fazenda chegando e assim uma das realidades comoventes e extremamente pedagógica para notarmos o desejo de vida, o anseio de amor e uma oferta generosa de alegria e coragem é a Casa Sol Nascente, onde realmente brilha o sol da vida e da esperança.Uma casa que acolhe homens, mulheres e crianças portadoras do vírus HIV/AIDS e/ou filhos de pais com HIV/AIDS, em situação de orfandade e de precariedade social e financeira, na faixa etária de 0 a 12 anos, cujas famílias, quando ainda as tem, não dispõem de condições emocionais e materiais para abrigar adequadamente a criança e proporcionar o acompanhamento específico adequado à problemática que apresentam. Uma casa que se transforma em verdadeiro lar, laços familiares criados pelo amor e pela solidariedade.

Erika Silva natural de Minas Gerais, com 34 anos de idade e 13 meses vividos dentro da

espiritualidade da Fazenda da Esperança. Uma jovem que relata sua vida e seus sonhos, sua história

que mesclou alegria e momentos de desafiadores que fizeram em um determinado momento de sua

vida, no ano de 2008, experimentar a cocaína. Uma experiência que iniciou com a dependência e uso

de seu marido dentro do próprio lar e experimentado a primeira dose...gostou!!! No período de uso,

o casal acabou engravidando da primeira filha, gravidez que foi vivida até o sexto mês sob o uso e

efeitos da cocaína. Motivada pelo amor a filha e desejo de cuidar desta pequena vida, conseguiu se

estabilizar, sem uso da droga, por um ano. Consequentemente os conflitos entre ela e o esposo

aumentaram e os desafios de Erika se tornavam mais pesados, pois o uso do marido continuava

dentro do lar. Confiando nas próprias forças tentou lutar sozinha e não resistiu, voltando ao uso da

cocaína. Resolveu então pedir ajuda e foi o que fez. Durante dez meses se retirou na Fazenda da

Esperança e após este período retornou para a casa e não demorou muito tempo “limpa” e acabou

recaindo e cedendo a tentação do “pó”. Um período de desespero, fraqueza e ao mesmo tempo de

superação, pois diante da dificuldade acaba reconhecendo que sem a “Fazenda” não conseguirá

levantar e caminhar livremente, sendo mãe, sendo mulher e sendo pessoa.

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A Fazenda Esperança é uma das respostas concretas a toda luta e tentativa de proposta de oferecer ao ser humano uma possibilidade nova de vida. A Fazenda da Esperança acolhe jovens que desejam se libertar das drogas e do álcool, mas também aqueles que anseiam descobrir suas vocações.Os recuperantes vivem do seu próprio trabalho como fonte de auto-estima e auto-sustento. Nos 12 meses de recuperação, só a partir do terceiro mês o recuperante recebe visita dos familiares. A Fazenda da Esperança acolhe pessoas, homens e mulheres, e lhes propiciam moradia, alimentação e outras necessidades básicas para que continuem firmes em sua caminhada rumo ao retorno à vida. A organização das casas baseia-se na famí-lia a fim de provocar mudanças de valores, morais e princípios. Toda a convivência é apoiada nas Palavras de Deus tirada do evangelho e também se sustenta no carisma da unidade de Chiara Lubich e no carisma da pobreza de São Francisco de Assis.O dependente químico precisa desejar e manifestar a vontade de ter uma vida livre das drogas e do álcool,

pedindo uma segunda chance via carta escrita de próprio punho para ser acolhido, explicando os motivos que o levaram a solicitar ajuda. Cada jovem é responsável por sua própria recuperação. A comunidade terapêutica só acolhe as pessoas que pedem ajuda, pois os internos não ficam em locais fechados por muros ou portões. Tudo é aberto e dá acesso a rua, ou seja, na liberdade de recomeçar e reconquistar a própria identidade a pessoa vai aprendendo a trabalhar com os seus limites, conhecendo as suas fragilidades e criando identidade com as suas próprias forças.Toda família participa de todo o processo, como deveria fazer em qualquer outra decisão de vida de seu ente querido, afinal é necessário envolver os familiares neste processo de recomeço. Reestruturar ou até restabelecer laços rompidos, pelo fato que o jovem retorna para o seu seio familiar. Por exemplo, os pais e irmãos são acompanhados e freqüentam reuniões separadas do interno antes do primeiro encontro com o mesmo no terceiro mês da recuperação e durante todo o restante do processo de recuperação, os familiares são motivados a

participarem das visitas e formação oferecida aos mesmos.Hoje a Fazenda está enraizada em 15 nações diferentes, com 91 unidades, porém todas as unidades respeitando a cultura onde está inserida, mas realizando o mesmo programa e organização em todas elas. Um programa que está embasado no tripé: espiritualidade, trabalho e convivência, demonstrando que mesmo que a obra tenha crescido, pois este ano completa30 anos, a essência deve ser mantida, por saber que os frutos colhidos foram positivos para quem levou seriamente a proposta original da Fazenda da Esperança. Esses 30 anos de existência possui um começo simples, mas rico em unidade e partilha, um sonho que se torna realidade porque um jovem acreditou que poderia fazer a diferença, acreditou que seria possível iniciar uma nova realidade no desafio de combater o mundo das drogas e provocar a Esperança em quem desejava sair.Este jovem se chama Nelson Giovaneli que se aproximou de um grupo de jovens que consumiam e vendiam drogas perto de sua casa. Isso em 1983, na esquina da rua Tupinambás com a Guaicurus, no bairro do Pedregulho,

na cidade de Guaratinguetá interior de São Paulo. Ele foi animado a dar esse passo por frei Hans Stapel seu pároco que o incentivava a viver concretamente a Palavra de Deus.Nelson conquistou a confiança daqueles dependentes químicos. Um deles Antonio Eleutério foi o primeiro a ser contagiado e pediu ajuda para se libertar das drogas, tudo isso porque Nelson buscava colocar em prática a frase “Fiz-me fraco com os fracos a fim de ganhar os fracos” (I Cor 9,22).Frei Hans tornou-se pároco da igreja Nossa Senhora da Glória em 1979. Ele nasceu no fim da segunda guerra mundial, cresceu junto da reconstrução da Alemanha, orientado religiosamente na Igreja Católica por seus pais, conheceu o carisma da unidade de Chiara Lubich e da pobreza de são Francisco de Assis, os quais divulgam em sua vida religiosa.Foi liberado integralmente para a Fazenda da Esperança em 1992 quando seus superiores entenderam essa necessidade.Os companheiros de Antonio notaram algo diferente em sua vida. Isso os levou a buscar a ajudar do jovem

paroquiano que os propõem viver radicalmente a Palavra de Deus e à noite encontrar-se na Igreja ao invés da esquina para trocar as experiências vividas a cada dia.Esse grupo sugeriu a Nelson alugar uma casa para viverem junto. O aluguel e as despesas pagariam com seus trabalhos. As primeiras atividades foram a limpeza de jardins enquanto Nelson continuava em seu emprego de “office boy”, na cooperativa de laticínio de Guaratinguetá. Tudo o que ganhavam colocavam em comum para se sustentar.Iraci Leite e Lucilene Rosendo, conhecida por Luci, iniciaram o trabalho de recuperação feminina em 1989, na cidade de Guaratinguetá / SP. Elas deixaram tudo para seguir o exemplo de Nelson. Iniciando a vivência feminina neste universo chamado Esperança, de ir ao encontro da face feminina de Deus perdida entre tantas mulheres, mães, jovens machucadas pela dor da vida. Os relatos de vida, os testemunhos experimentados pela SOU durante um tempo de convivência entre a meninas fez nascer a BELEZA DA ESPERANÇA...Faces transformadas, porém com uma transformação que começou no interior de cada uma delas, uma face que começou a nascer em cada alma,

em cada coração, que revelou o SOU esperança de cada uma delas.A obra foi ganhando uma dimensão que não encontrava fronteiras que pudessem neutralizar a mão de Deus, pois na percepção de encontrar uma face, uma vida que necessitasse de olhar diferenciado e da oferta de um sorriso que criasse a Esperança de nova vida...ali estava a Fazenda chegando e assim uma das realidades comoventes e extremamente pedagógica para notarmos o desejo de vida, o anseio de amor e uma oferta generosa de alegria e coragem é a Casa Sol Nascente, onde realmente brilha o sol da vida e da esperança.Uma casa que acolhe homens, mulheres e crianças portadoras do vírus HIV/AIDS e/ou filhos de pais com HIV/AIDS, em situação de orfandade e de precariedade social e financeira, na faixa etária de 0 a 12 anos, cujas famílias, quando ainda as tem, não dispõem de condições emocionais e materiais para abrigar adequadamente a criança e proporcionar o acompanhamento específico adequado à problemática que apresentam. Uma casa que se transforma em verdadeiro lar, laços familiares criados pelo amor e pela solidariedade.

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A Fazenda Esperança é uma das respostas concretas a toda luta e tentativa de proposta de oferecer ao ser humano uma possibilidade nova de vida. A Fazenda da Esperança acolhe jovens que desejam se libertar das drogas e do álcool, mas também aqueles que anseiam descobrir suas vocações.Os recuperantes vivem do seu próprio trabalho como fonte de auto-estima e auto-sustento. Nos 12 meses de recuperação, só a partir do terceiro mês o recuperante recebe visita dos familiares. A Fazenda da Esperança acolhe pessoas, homens e mulheres, e lhes propiciam moradia, alimentação e outras necessidades básicas para que continuem firmes em sua caminhada rumo ao retorno à vida. A organização das casas baseia-se na famí-lia a fim de provocar mudanças de valores, morais e princípios. Toda a convivência é apoiada nas Palavras de Deus tirada do evangelho e também se sustenta no carisma da unidade de Chiara Lubich e no carisma da pobreza de São Francisco de Assis.O dependente químico precisa desejar e manifestar a vontade de ter uma vida livre das drogas e do álcool,

pedindo uma segunda chance via carta escrita de próprio punho para ser acolhido, explicando os motivos que o levaram a solicitar ajuda. Cada jovem é responsável por sua própria recuperação. A comunidade terapêutica só acolhe as pessoas que pedem ajuda, pois os internos não ficam em locais fechados por muros ou portões. Tudo é aberto e dá acesso a rua, ou seja, na liberdade de recomeçar e reconquistar a própria identidade a pessoa vai aprendendo a trabalhar com os seus limites, conhecendo as suas fragilidades e criando identidade com as suas próprias forças.Toda família participa de todo o processo, como deveria fazer em qualquer outra decisão de vida de seu ente querido, afinal é necessário envolver os familiares neste processo de recomeço. Reestruturar ou até restabelecer laços rompidos, pelo fato que o jovem retorna para o seu seio familiar. Por exemplo, os pais e irmãos são acompanhados e freqüentam reuniões separadas do interno antes do primeiro encontro com o mesmo no terceiro mês da recuperação e durante todo o restante do processo de recuperação, os familiares são motivados a

participarem das visitas e formação oferecida aos mesmos.Hoje a Fazenda está enraizada em 15 nações diferentes, com 91 unidades, porém todas as unidades respeitando a cultura onde está inserida, mas realizando o mesmo programa e organização em todas elas. Um programa que está embasado no tripé: espiritualidade, trabalho e convivência, demonstrando que mesmo que a obra tenha crescido, pois este ano completa30 anos, a essência deve ser mantida, por saber que os frutos colhidos foram positivos para quem levou seriamente a proposta original da Fazenda da Esperança. Esses 30 anos de existência possui um começo simples, mas rico em unidade e partilha, um sonho que se torna realidade porque um jovem acreditou que poderia fazer a diferença, acreditou que seria possível iniciar uma nova realidade no desafio de combater o mundo das drogas e provocar a Esperança em quem desejava sair.Este jovem se chama Nelson Giovaneli que se aproximou de um grupo de jovens que consumiam e vendiam drogas perto de sua casa. Isso em 1983, na esquina da rua Tupinambás com a Guaicurus, no bairro do Pedregulho,

na cidade de Guaratinguetá interior de São Paulo. Ele foi animado a dar esse passo por frei Hans Stapel seu pároco que o incentivava a viver concretamente a Palavra de Deus.Nelson conquistou a confiança daqueles dependentes químicos. Um deles Antonio Eleutério foi o primeiro a ser contagiado e pediu ajuda para se libertar das drogas, tudo isso porque Nelson buscava colocar em prática a frase “Fiz-me fraco com os fracos a fim de ganhar os fracos” (I Cor 9,22).Frei Hans tornou-se pároco da igreja Nossa Senhora da Glória em 1979. Ele nasceu no fim da segunda guerra mundial, cresceu junto da reconstrução da Alemanha, orientado religiosamente na Igreja Católica por seus pais, conheceu o carisma da unidade de Chiara Lubich e da pobreza de são Francisco de Assis, os quais divulgam em sua vida religiosa.Foi liberado integralmente para a Fazenda da Esperança em 1992 quando seus superiores entenderam essa necessidade.Os companheiros de Antonio notaram algo diferente em sua vida. Isso os levou a buscar a ajudar do jovem

paroquiano que os propõem viver radicalmente a Palavra de Deus e à noite encontrar-se na Igreja ao invés da esquina para trocar as experiências vividas a cada dia.Esse grupo sugeriu a Nelson alugar uma casa para viverem junto. O aluguel e as despesas pagariam com seus trabalhos. As primeiras atividades foram a limpeza de jardins enquanto Nelson continuava em seu emprego de “office boy”, na cooperativa de laticínio de Guaratinguetá. Tudo o que ganhavam colocavam em comum para se sustentar.Iraci Leite e Lucilene Rosendo, conhecida por Luci, iniciaram o trabalho de recuperação feminina em 1989, na cidade de Guaratinguetá / SP. Elas deixaram tudo para seguir o exemplo de Nelson. Iniciando a vivência feminina neste universo chamado Esperança, de ir ao encontro da face feminina de Deus perdida entre tantas mulheres, mães, jovens machucadas pela dor da vida. Os relatos de vida, os testemunhos experimentados pela SOU durante um tempo de convivência entre a meninas fez nascer a BELEZA DA ESPERANÇA...Faces transformadas, porém com uma transformação que começou no interior de cada uma delas, uma face que começou a nascer em cada alma,

em cada coração, que revelou o SOU esperança de cada uma delas.A obra foi ganhando uma dimensão que não encontrava fronteiras que pudessem neutralizar a mão de Deus, pois na percepção de encontrar uma face, uma vida que necessitasse de olhar diferenciado e da oferta de um sorriso que criasse a Esperança de nova vida...ali estava a Fazenda chegando e assim uma das realidades comoventes e extremamente pedagógica para notarmos o desejo de vida, o anseio de amor e uma oferta generosa de alegria e coragem é a Casa Sol Nascente, onde realmente brilha o sol da vida e da esperança.Uma casa que acolhe homens, mulheres e crianças portadoras do vírus HIV/AIDS e/ou filhos de pais com HIV/AIDS, em situação de orfandade e de precariedade social e financeira, na faixa etária de 0 a 12 anos, cujas famílias, quando ainda as tem, não dispõem de condições emocionais e materiais para abrigar adequadamente a criança e proporcionar o acompanhamento específico adequado à problemática que apresentam. Uma casa que se transforma em verdadeiro lar, laços familiares criados pelo amor e pela solidariedade.

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A Fazenda Esperança é uma das respostas concretas a toda luta e tentativa de proposta de oferecer ao ser humano uma possibilidade nova de vida. A Fazenda da Esperança acolhe jovens que desejam se libertar das drogas e do álcool, mas também aqueles que anseiam descobrir suas vocações.Os recuperantes vivem do seu próprio trabalho como fonte de auto-estima e auto-sustento. Nos 12 meses de recuperação, só a partir do terceiro mês o recuperante recebe visita dos familiares. A Fazenda da Esperança acolhe pessoas, homens e mulheres, e lhes propiciam moradia, alimentação e outras necessidades básicas para que continuem firmes em sua caminhada rumo ao retorno à vida. A organização das casas baseia-se na famí-lia a fim de provocar mudanças de valores, morais e princípios. Toda a convivência é apoiada nas Palavras de Deus tirada do evangelho e também se sustenta no carisma da unidade de Chiara Lubich e no carisma da pobreza de São Francisco de Assis.O dependente químico precisa desejar e manifestar a vontade de ter uma vida livre das drogas e do álcool,

pedindo uma segunda chance via carta escrita de próprio punho para ser acolhido, explicando os motivos que o levaram a solicitar ajuda. Cada jovem é responsável por sua própria recuperação. A comunidade terapêutica só acolhe as pessoas que pedem ajuda, pois os internos não ficam em locais fechados por muros ou portões. Tudo é aberto e dá acesso a rua, ou seja, na liberdade de recomeçar e reconquistar a própria identidade a pessoa vai aprendendo a trabalhar com os seus limites, conhecendo as suas fragilidades e criando identidade com as suas próprias forças.Toda família participa de todo o processo, como deveria fazer em qualquer outra decisão de vida de seu ente querido, afinal é necessário envolver os familiares neste processo de recomeço. Reestruturar ou até restabelecer laços rompidos, pelo fato que o jovem retorna para o seu seio familiar. Por exemplo, os pais e irmãos são acompanhados e freqüentam reuniões separadas do interno antes do primeiro encontro com o mesmo no terceiro mês da recuperação e durante todo o restante do processo de recuperação, os familiares são motivados a

participarem das visitas e formação oferecida aos mesmos.Hoje a Fazenda está enraizada em 15 nações diferentes, com 91 unidades, porém todas as unidades respeitando a cultura onde está inserida, mas realizando o mesmo programa e organização em todas elas. Um programa que está embasado no tripé: espiritualidade, trabalho e convivência, demonstrando que mesmo que a obra tenha crescido, pois este ano completa30 anos, a essência deve ser mantida, por saber que os frutos colhidos foram positivos para quem levou seriamente a proposta original da Fazenda da Esperança. Esses 30 anos de existência possui um começo simples, mas rico em unidade e partilha, um sonho que se torna realidade porque um jovem acreditou que poderia fazer a diferença, acreditou que seria possível iniciar uma nova realidade no desafio de combater o mundo das drogas e provocar a Esperança em quem desejava sair.Este jovem se chama Nelson Giovaneli que se aproximou de um grupo de jovens que consumiam e vendiam drogas perto de sua casa. Isso em 1983, na esquina da rua Tupinambás com a Guaicurus, no bairro do Pedregulho,

na cidade de Guaratinguetá interior de São Paulo. Ele foi animado a dar esse passo por frei Hans Stapel seu pároco que o incentivava a viver concretamente a Palavra de Deus.Nelson conquistou a confiança daqueles dependentes químicos. Um deles Antonio Eleutério foi o primeiro a ser contagiado e pediu ajuda para se libertar das drogas, tudo isso porque Nelson buscava colocar em prática a frase “Fiz-me fraco com os fracos a fim de ganhar os fracos” (I Cor 9,22).Frei Hans tornou-se pároco da igreja Nossa Senhora da Glória em 1979. Ele nasceu no fim da segunda guerra mundial, cresceu junto da reconstrução da Alemanha, orientado religiosamente na Igreja Católica por seus pais, conheceu o carisma da unidade de Chiara Lubich e da pobreza de são Francisco de Assis, os quais divulgam em sua vida religiosa.Foi liberado integralmente para a Fazenda da Esperança em 1992 quando seus superiores entenderam essa necessidade.Os companheiros de Antonio notaram algo diferente em sua vida. Isso os levou a buscar a ajudar do jovem

paroquiano que os propõem viver radicalmente a Palavra de Deus e à noite encontrar-se na Igreja ao invés da esquina para trocar as experiências vividas a cada dia.Esse grupo sugeriu a Nelson alugar uma casa para viverem junto. O aluguel e as despesas pagariam com seus trabalhos. As primeiras atividades foram a limpeza de jardins enquanto Nelson continuava em seu emprego de “office boy”, na cooperativa de laticínio de Guaratinguetá. Tudo o que ganhavam colocavam em comum para se sustentar.Iraci Leite e Lucilene Rosendo, conhecida por Luci, iniciaram o trabalho de recuperação feminina em 1989, na cidade de Guaratinguetá / SP. Elas deixaram tudo para seguir o exemplo de Nelson. Iniciando a vivência feminina neste universo chamado Esperança, de ir ao encontro da face feminina de Deus perdida entre tantas mulheres, mães, jovens machucadas pela dor da vida. Os relatos de vida, os testemunhos experimentados pela SOU durante um tempo de convivência entre a meninas fez nascer a BELEZA DA ESPERANÇA...Faces transformadas, porém com uma transformação que começou no interior de cada uma delas, uma face que começou a nascer em cada alma,

em cada coração, que revelou o SOU esperança de cada uma delas.A obra foi ganhando uma dimensão que não encontrava fronteiras que pudessem neutralizar a mão de Deus, pois na percepção de encontrar uma face, uma vida que necessitasse de olhar diferenciado e da oferta de um sorriso que criasse a Esperança de nova vida...ali estava a Fazenda chegando e assim uma das realidades comoventes e extremamente pedagógica para notarmos o desejo de vida, o anseio de amor e uma oferta generosa de alegria e coragem é a Casa Sol Nascente, onde realmente brilha o sol da vida e da esperança.Uma casa que acolhe homens, mulheres e crianças portadoras do vírus HIV/AIDS e/ou filhos de pais com HIV/AIDS, em situação de orfandade e de precariedade social e financeira, na faixa etária de 0 a 12 anos, cujas famílias, quando ainda as tem, não dispõem de condições emocionais e materiais para abrigar adequadamente a criança e proporcionar o acompanhamento específico adequado à problemática que apresentam. Uma casa que se transforma em verdadeiro lar, laços familiares criados pelo amor e pela solidariedade.

Marivalva Honorato Cardoso, 25 anos nascida no estado de Pernambuco e vivendo a 4 meses na Fazenda Esperança. “ Não tinha o Deus que tenho hoje aqui na Fazenda”...assim Marinalva começa a relatar sua história, demonstrando a importância de uma espiritualidade em seu novo estilo de vida. Durante um ano e onze meses viu sua vida desmoronar, onde foi perdendo amigos, casa e família, mesmo negando o uso e mentindo, as evidencias do comportamento apontava que algo estava fora do eixo. Ao presenciar a situação crítica de uma amiga, que quase falece em suas mãos, sente a urgência de pedir ajuda e acaba fazendo uma experiência por 15 dias em uma clínica que não responde a sua necessidade maoir: recuperação e autonomia de vida! Foi onde conhece, através do Grupo Esperança Viva, a vida da Fazenda Esperança, pois para se livrar das drogas, começa a usar medicamentos que praticamente a “dopam”. Marivalda é a caçula de 7 filhos e nestes quatros meses de Fazenda começa a sonhar com um novo retorno, realizar a sonhada Universidade de Engenharia Civil e começa a construir neste dia-a-dia da vivência da Palavra, no trabalho e na convivência com as outras meninas da Fazenda. “Não quero um certificado de 1 ano de internação, quero a mudança dentro de mim”.

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A Fazenda Esperança é uma das respostas concretas a toda luta e tentativa de proposta de oferecer ao ser humano uma possibilidade nova de vida. A Fazenda da Esperança acolhe jovens que desejam se libertar das drogas e do álcool, mas também aqueles que anseiam descobrir suas vocações.Os recuperantes vivem do seu próprio trabalho como fonte de auto-estima e auto-sustento. Nos 12 meses de recuperação, só a partir do terceiro mês o recuperante recebe visita dos familiares. A Fazenda da Esperança acolhe pessoas, homens e mulheres, e lhes propiciam moradia, alimentação e outras necessidades básicas para que continuem firmes em sua caminhada rumo ao retorno à vida. A organização das casas baseia-se na famí-lia a fim de provocar mudanças de valores, morais e princípios. Toda a convivência é apoiada nas Palavras de Deus tirada do evangelho e também se sustenta no carisma da unidade de Chiara Lubich e no carisma da pobreza de São Francisco de Assis.O dependente químico precisa desejar e manifestar a vontade de ter uma vida livre das drogas e do álcool,

pedindo uma segunda chance via carta escrita de próprio punho para ser acolhido, explicando os motivos que o levaram a solicitar ajuda. Cada jovem é responsável por sua própria recuperação. A comunidade terapêutica só acolhe as pessoas que pedem ajuda, pois os internos não ficam em locais fechados por muros ou portões. Tudo é aberto e dá acesso a rua, ou seja, na liberdade de recomeçar e reconquistar a própria identidade a pessoa vai aprendendo a trabalhar com os seus limites, conhecendo as suas fragilidades e criando identidade com as suas próprias forças.Toda família participa de todo o processo, como deveria fazer em qualquer outra decisão de vida de seu ente querido, afinal é necessário envolver os familiares neste processo de recomeço. Reestruturar ou até restabelecer laços rompidos, pelo fato que o jovem retorna para o seu seio familiar. Por exemplo, os pais e irmãos são acompanhados e freqüentam reuniões separadas do interno antes do primeiro encontro com o mesmo no terceiro mês da recuperação e durante todo o restante do processo de recuperação, os familiares são motivados a

participarem das visitas e formação oferecida aos mesmos.Hoje a Fazenda está enraizada em 15 nações diferentes, com 91 unidades, porém todas as unidades respeitando a cultura onde está inserida, mas realizando o mesmo programa e organização em todas elas. Um programa que está embasado no tripé: espiritualidade, trabalho e convivência, demonstrando que mesmo que a obra tenha crescido, pois este ano completa30 anos, a essência deve ser mantida, por saber que os frutos colhidos foram positivos para quem levou seriamente a proposta original da Fazenda da Esperança. Esses 30 anos de existência possui um começo simples, mas rico em unidade e partilha, um sonho que se torna realidade porque um jovem acreditou que poderia fazer a diferença, acreditou que seria possível iniciar uma nova realidade no desafio de combater o mundo das drogas e provocar a Esperança em quem desejava sair.Este jovem se chama Nelson Giovaneli que se aproximou de um grupo de jovens que consumiam e vendiam drogas perto de sua casa. Isso em 1983, na esquina da rua Tupinambás com a Guaicurus, no bairro do Pedregulho,

na cidade de Guaratinguetá interior de São Paulo. Ele foi animado a dar esse passo por frei Hans Stapel seu pároco que o incentivava a viver concretamente a Palavra de Deus.Nelson conquistou a confiança daqueles dependentes químicos. Um deles Antonio Eleutério foi o primeiro a ser contagiado e pediu ajuda para se libertar das drogas, tudo isso porque Nelson buscava colocar em prática a frase “Fiz-me fraco com os fracos a fim de ganhar os fracos” (I Cor 9,22).Frei Hans tornou-se pároco da igreja Nossa Senhora da Glória em 1979. Ele nasceu no fim da segunda guerra mundial, cresceu junto da reconstrução da Alemanha, orientado religiosamente na Igreja Católica por seus pais, conheceu o carisma da unidade de Chiara Lubich e da pobreza de são Francisco de Assis, os quais divulgam em sua vida religiosa.Foi liberado integralmente para a Fazenda da Esperança em 1992 quando seus superiores entenderam essa necessidade.Os companheiros de Antonio notaram algo diferente em sua vida. Isso os levou a buscar a ajudar do jovem

paroquiano que os propõem viver radicalmente a Palavra de Deus e à noite encontrar-se na Igreja ao invés da esquina para trocar as experiências vividas a cada dia.Esse grupo sugeriu a Nelson alugar uma casa para viverem junto. O aluguel e as despesas pagariam com seus trabalhos. As primeiras atividades foram a limpeza de jardins enquanto Nelson continuava em seu emprego de “office boy”, na cooperativa de laticínio de Guaratinguetá. Tudo o que ganhavam colocavam em comum para se sustentar.Iraci Leite e Lucilene Rosendo, conhecida por Luci, iniciaram o trabalho de recuperação feminina em 1989, na cidade de Guaratinguetá / SP. Elas deixaram tudo para seguir o exemplo de Nelson. Iniciando a vivência feminina neste universo chamado Esperança, de ir ao encontro da face feminina de Deus perdida entre tantas mulheres, mães, jovens machucadas pela dor da vida. Os relatos de vida, os testemunhos experimentados pela SOU durante um tempo de convivência entre a meninas fez nascer a BELEZA DA ESPERANÇA...Faces transformadas, porém com uma transformação que começou no interior de cada uma delas, uma face que começou a nascer em cada alma,

em cada coração, que revelou o SOU esperança de cada uma delas.A obra foi ganhando uma dimensão que não encontrava fronteiras que pudessem neutralizar a mão de Deus, pois na percepção de encontrar uma face, uma vida que necessitasse de olhar diferenciado e da oferta de um sorriso que criasse a Esperança de nova vida...ali estava a Fazenda chegando e assim uma das realidades comoventes e extremamente pedagógica para notarmos o desejo de vida, o anseio de amor e uma oferta generosa de alegria e coragem é a Casa Sol Nascente, onde realmente brilha o sol da vida e da esperança.Uma casa que acolhe homens, mulheres e crianças portadoras do vírus HIV/AIDS e/ou filhos de pais com HIV/AIDS, em situação de orfandade e de precariedade social e financeira, na faixa etária de 0 a 12 anos, cujas famílias, quando ainda as tem, não dispõem de condições emocionais e materiais para abrigar adequadamente a criança e proporcionar o acompanhamento específico adequado à problemática que apresentam. Uma casa que se transforma em verdadeiro lar, laços familiares criados pelo amor e pela solidariedade.

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A Fazenda Esperança é uma das respostas concretas a toda luta e tentativa de proposta de oferecer ao ser humano uma possibilidade nova de vida. A Fazenda da Esperança acolhe jovens que desejam se libertar das drogas e do álcool, mas também aqueles que anseiam descobrir suas vocações.Os recuperantes vivem do seu próprio trabalho como fonte de auto-estima e auto-sustento. Nos 12 meses de recuperação, só a partir do terceiro mês o recuperante recebe visita dos familiares. A Fazenda da Esperança acolhe pessoas, homens e mulheres, e lhes propiciam moradia, alimentação e outras necessidades básicas para que continuem firmes em sua caminhada rumo ao retorno à vida. A organização das casas baseia-se na famí-lia a fim de provocar mudanças de valores, morais e princípios. Toda a convivência é apoiada nas Palavras de Deus tirada do evangelho e também se sustenta no carisma da unidade de Chiara Lubich e no carisma da pobreza de São Francisco de Assis.O dependente químico precisa desejar e manifestar a vontade de ter uma vida livre das drogas e do álcool,

pedindo uma segunda chance via carta escrita de próprio punho para ser acolhido, explicando os motivos que o levaram a solicitar ajuda. Cada jovem é responsável por sua própria recuperação. A comunidade terapêutica só acolhe as pessoas que pedem ajuda, pois os internos não ficam em locais fechados por muros ou portões. Tudo é aberto e dá acesso a rua, ou seja, na liberdade de recomeçar e reconquistar a própria identidade a pessoa vai aprendendo a trabalhar com os seus limites, conhecendo as suas fragilidades e criando identidade com as suas próprias forças.Toda família participa de todo o processo, como deveria fazer em qualquer outra decisão de vida de seu ente querido, afinal é necessário envolver os familiares neste processo de recomeço. Reestruturar ou até restabelecer laços rompidos, pelo fato que o jovem retorna para o seu seio familiar. Por exemplo, os pais e irmãos são acompanhados e freqüentam reuniões separadas do interno antes do primeiro encontro com o mesmo no terceiro mês da recuperação e durante todo o restante do processo de recuperação, os familiares são motivados a

participarem das visitas e formação oferecida aos mesmos.Hoje a Fazenda está enraizada em 15 nações diferentes, com 91 unidades, porém todas as unidades respeitando a cultura onde está inserida, mas realizando o mesmo programa e organização em todas elas. Um programa que está embasado no tripé: espiritualidade, trabalho e convivência, demonstrando que mesmo que a obra tenha crescido, pois este ano completa30 anos, a essência deve ser mantida, por saber que os frutos colhidos foram positivos para quem levou seriamente a proposta original da Fazenda da Esperança. Esses 30 anos de existência possui um começo simples, mas rico em unidade e partilha, um sonho que se torna realidade porque um jovem acreditou que poderia fazer a diferença, acreditou que seria possível iniciar uma nova realidade no desafio de combater o mundo das drogas e provocar a Esperança em quem desejava sair.Este jovem se chama Nelson Giovaneli que se aproximou de um grupo de jovens que consumiam e vendiam drogas perto de sua casa. Isso em 1983, na esquina da rua Tupinambás com a Guaicurus, no bairro do Pedregulho,

na cidade de Guaratinguetá interior de São Paulo. Ele foi animado a dar esse passo por frei Hans Stapel seu pároco que o incentivava a viver concretamente a Palavra de Deus.Nelson conquistou a confiança daqueles dependentes químicos. Um deles Antonio Eleutério foi o primeiro a ser contagiado e pediu ajuda para se libertar das drogas, tudo isso porque Nelson buscava colocar em prática a frase “Fiz-me fraco com os fracos a fim de ganhar os fracos” (I Cor 9,22).Frei Hans tornou-se pároco da igreja Nossa Senhora da Glória em 1979. Ele nasceu no fim da segunda guerra mundial, cresceu junto da reconstrução da Alemanha, orientado religiosamente na Igreja Católica por seus pais, conheceu o carisma da unidade de Chiara Lubich e da pobreza de são Francisco de Assis, os quais divulgam em sua vida religiosa.Foi liberado integralmente para a Fazenda da Esperança em 1992 quando seus superiores entenderam essa necessidade.Os companheiros de Antonio notaram algo diferente em sua vida. Isso os levou a buscar a ajudar do jovem

paroquiano que os propõem viver radicalmente a Palavra de Deus e à noite encontrar-se na Igreja ao invés da esquina para trocar as experiências vividas a cada dia.Esse grupo sugeriu a Nelson alugar uma casa para viverem junto. O aluguel e as despesas pagariam com seus trabalhos. As primeiras atividades foram a limpeza de jardins enquanto Nelson continuava em seu emprego de “office boy”, na cooperativa de laticínio de Guaratinguetá. Tudo o que ganhavam colocavam em comum para se sustentar.Iraci Leite e Lucilene Rosendo, conhecida por Luci, iniciaram o trabalho de recuperação feminina em 1989, na cidade de Guaratinguetá / SP. Elas deixaram tudo para seguir o exemplo de Nelson. Iniciando a vivência feminina neste universo chamado Esperança, de ir ao encontro da face feminina de Deus perdida entre tantas mulheres, mães, jovens machucadas pela dor da vida. Os relatos de vida, os testemunhos experimentados pela SOU durante um tempo de convivência entre a meninas fez nascer a BELEZA DA ESPERANÇA...Faces transformadas, porém com uma transformação que começou no interior de cada uma delas, uma face que começou a nascer em cada alma,

em cada coração, que revelou o SOU esperança de cada uma delas.A obra foi ganhando uma dimensão que não encontrava fronteiras que pudessem neutralizar a mão de Deus, pois na percepção de encontrar uma face, uma vida que necessitasse de olhar diferenciado e da oferta de um sorriso que criasse a Esperança de nova vida...ali estava a Fazenda chegando e assim uma das realidades comoventes e extremamente pedagógica para notarmos o desejo de vida, o anseio de amor e uma oferta generosa de alegria e coragem é a Casa Sol Nascente, onde realmente brilha o sol da vida e da esperança.Uma casa que acolhe homens, mulheres e crianças portadoras do vírus HIV/AIDS e/ou filhos de pais com HIV/AIDS, em situação de orfandade e de precariedade social e financeira, na faixa etária de 0 a 12 anos, cujas famílias, quando ainda as tem, não dispõem de condições emocionais e materiais para abrigar adequadamente a criança e proporcionar o acompanhamento específico adequado à problemática que apresentam. Uma casa que se transforma em verdadeiro lar, laços familiares criados pelo amor e pela solidariedade.

Rafaela Fernandes com seus 20 anos de idade, começa sua vida em Jacareí, interior de São Paulo e vive na Fazenda, buscando sua recuperação a 11 meses. Desde sua infância acabou experimentando a separação de seus, ainda quando era uma pequena bebe de 1 ano de vida. Desde sempre se classificou como uma menina agitada e sempre em busca, sempre teve tudo e não lhe faltava nada materialmente e aos 13 anos de idade esta agitação e suas escolhas acabaram por lhe apresentar a maconha, um desejo de ser “livre”, como geralmente acontece a maconha começou a não satisfazer suas buscas de “liberdade” e assim acaba por conhecer a cocaína, que lhe proporcinava uma sensação prazeirosa e eletrizante, mas no fundo era uma fuga. Praticamente chegou na Fazenda com a meta de permanecer 3 meses, com um acordo realizado com a mãe, pois no início era a vontade e imposição materna que fez com que Rafaela optasse pela internação...”cheguei autosuficiente...precisar quebrar muito a cara aqui dentro. Hoje tenho a maturidade que minha recuperação e para toda vida, percebo que estou aqui por mim mesma e não faço isto pelos outros...é porque acredito”.

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A Fazenda Esperança é uma das respostas concretas a toda luta e tentativa de proposta de oferecer ao ser humano uma possibilidade nova de vida. A Fazenda da Esperança acolhe jovens que desejam se libertar das drogas e do álcool, mas também aqueles que anseiam descobrir suas vocações.Os recuperantes vivem do seu próprio trabalho como fonte de auto-estima e auto-sustento. Nos 12 meses de recuperação, só a partir do terceiro mês o recuperante recebe visita dos familiares. A Fazenda da Esperança acolhe pessoas, homens e mulheres, e lhes propiciam moradia, alimentação e outras necessidades básicas para que continuem firmes em sua caminhada rumo ao retorno à vida. A organização das casas baseia-se na famí-lia a fim de provocar mudanças de valores, morais e princípios. Toda a convivência é apoiada nas Palavras de Deus tirada do evangelho e também se sustenta no carisma da unidade de Chiara Lubich e no carisma da pobreza de São Francisco de Assis.O dependente químico precisa desejar e manifestar a vontade de ter uma vida livre das drogas e do álcool,

pedindo uma segunda chance via carta escrita de próprio punho para ser acolhido, explicando os motivos que o levaram a solicitar ajuda. Cada jovem é responsável por sua própria recuperação. A comunidade terapêutica só acolhe as pessoas que pedem ajuda, pois os internos não ficam em locais fechados por muros ou portões. Tudo é aberto e dá acesso a rua, ou seja, na liberdade de recomeçar e reconquistar a própria identidade a pessoa vai aprendendo a trabalhar com os seus limites, conhecendo as suas fragilidades e criando identidade com as suas próprias forças.Toda família participa de todo o processo, como deveria fazer em qualquer outra decisão de vida de seu ente querido, afinal é necessário envolver os familiares neste processo de recomeço. Reestruturar ou até restabelecer laços rompidos, pelo fato que o jovem retorna para o seu seio familiar. Por exemplo, os pais e irmãos são acompanhados e freqüentam reuniões separadas do interno antes do primeiro encontro com o mesmo no terceiro mês da recuperação e durante todo o restante do processo de recuperação, os familiares são motivados a

participarem das visitas e formação oferecida aos mesmos.Hoje a Fazenda está enraizada em 15 nações diferentes, com 91 unidades, porém todas as unidades respeitando a cultura onde está inserida, mas realizando o mesmo programa e organização em todas elas. Um programa que está embasado no tripé: espiritualidade, trabalho e convivência, demonstrando que mesmo que a obra tenha crescido, pois este ano completa30 anos, a essência deve ser mantida, por saber que os frutos colhidos foram positivos para quem levou seriamente a proposta original da Fazenda da Esperança. Esses 30 anos de existência possui um começo simples, mas rico em unidade e partilha, um sonho que se torna realidade porque um jovem acreditou que poderia fazer a diferença, acreditou que seria possível iniciar uma nova realidade no desafio de combater o mundo das drogas e provocar a Esperança em quem desejava sair.Este jovem se chama Nelson Giovaneli que se aproximou de um grupo de jovens que consumiam e vendiam drogas perto de sua casa. Isso em 1983, na esquina da rua Tupinambás com a Guaicurus, no bairro do Pedregulho,

na cidade de Guaratinguetá interior de São Paulo. Ele foi animado a dar esse passo por frei Hans Stapel seu pároco que o incentivava a viver concretamente a Palavra de Deus.Nelson conquistou a confiança daqueles dependentes químicos. Um deles Antonio Eleutério foi o primeiro a ser contagiado e pediu ajuda para se libertar das drogas, tudo isso porque Nelson buscava colocar em prática a frase “Fiz-me fraco com os fracos a fim de ganhar os fracos” (I Cor 9,22).Frei Hans tornou-se pároco da igreja Nossa Senhora da Glória em 1979. Ele nasceu no fim da segunda guerra mundial, cresceu junto da reconstrução da Alemanha, orientado religiosamente na Igreja Católica por seus pais, conheceu o carisma da unidade de Chiara Lubich e da pobreza de são Francisco de Assis, os quais divulgam em sua vida religiosa.Foi liberado integralmente para a Fazenda da Esperança em 1992 quando seus superiores entenderam essa necessidade.Os companheiros de Antonio notaram algo diferente em sua vida. Isso os levou a buscar a ajudar do jovem

paroquiano que os propõem viver radicalmente a Palavra de Deus e à noite encontrar-se na Igreja ao invés da esquina para trocar as experiências vividas a cada dia.Esse grupo sugeriu a Nelson alugar uma casa para viverem junto. O aluguel e as despesas pagariam com seus trabalhos. As primeiras atividades foram a limpeza de jardins enquanto Nelson continuava em seu emprego de “office boy”, na cooperativa de laticínio de Guaratinguetá. Tudo o que ganhavam colocavam em comum para se sustentar.Iraci Leite e Lucilene Rosendo, conhecida por Luci, iniciaram o trabalho de recuperação feminina em 1989, na cidade de Guaratinguetá / SP. Elas deixaram tudo para seguir o exemplo de Nelson. Iniciando a vivência feminina neste universo chamado Esperança, de ir ao encontro da face feminina de Deus perdida entre tantas mulheres, mães, jovens machucadas pela dor da vida. Os relatos de vida, os testemunhos experimentados pela SOU durante um tempo de convivência entre a meninas fez nascer a BELEZA DA ESPERANÇA...Faces transformadas, porém com uma transformação que começou no interior de cada uma delas, uma face que começou a nascer em cada alma,

em cada coração, que revelou o SOU esperança de cada uma delas.A obra foi ganhando uma dimensão que não encontrava fronteiras que pudessem neutralizar a mão de Deus, pois na percepção de encontrar uma face, uma vida que necessitasse de olhar diferenciado e da oferta de um sorriso que criasse a Esperança de nova vida...ali estava a Fazenda chegando e assim uma das realidades comoventes e extremamente pedagógica para notarmos o desejo de vida, o anseio de amor e uma oferta generosa de alegria e coragem é a Casa Sol Nascente, onde realmente brilha o sol da vida e da esperança.Uma casa que acolhe homens, mulheres e crianças portadoras do vírus HIV/AIDS e/ou filhos de pais com HIV/AIDS, em situação de orfandade e de precariedade social e financeira, na faixa etária de 0 a 12 anos, cujas famílias, quando ainda as tem, não dispõem de condições emocionais e materiais para abrigar adequadamente a criança e proporcionar o acompanhamento específico adequado à problemática que apresentam. Uma casa que se transforma em verdadeiro lar, laços familiares criados pelo amor e pela solidariedade.

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A Fazenda Esperança é uma das respostas concretas a toda luta e tentativa de proposta de oferecer ao ser humano uma possibilidade nova de vida. A Fazenda da Esperança acolhe jovens que desejam se libertar das drogas e do álcool, mas também aqueles que anseiam descobrir suas vocações.Os recuperantes vivem do seu próprio trabalho como fonte de auto-estima e auto-sustento. Nos 12 meses de recuperação, só a partir do terceiro mês o recuperante recebe visita dos familiares. A Fazenda da Esperança acolhe pessoas, homens e mulheres, e lhes propiciam moradia, alimentação e outras necessidades básicas para que continuem firmes em sua caminhada rumo ao retorno à vida. A organização das casas baseia-se na famí-lia a fim de provocar mudanças de valores, morais e princípios. Toda a convivência é apoiada nas Palavras de Deus tirada do evangelho e também se sustenta no carisma da unidade de Chiara Lubich e no carisma da pobreza de São Francisco de Assis.O dependente químico precisa desejar e manifestar a vontade de ter uma vida livre das drogas e do álcool,

pedindo uma segunda chance via carta escrita de próprio punho para ser acolhido, explicando os motivos que o levaram a solicitar ajuda. Cada jovem é responsável por sua própria recuperação. A comunidade terapêutica só acolhe as pessoas que pedem ajuda, pois os internos não ficam em locais fechados por muros ou portões. Tudo é aberto e dá acesso a rua, ou seja, na liberdade de recomeçar e reconquistar a própria identidade a pessoa vai aprendendo a trabalhar com os seus limites, conhecendo as suas fragilidades e criando identidade com as suas próprias forças.Toda família participa de todo o processo, como deveria fazer em qualquer outra decisão de vida de seu ente querido, afinal é necessário envolver os familiares neste processo de recomeço. Reestruturar ou até restabelecer laços rompidos, pelo fato que o jovem retorna para o seu seio familiar. Por exemplo, os pais e irmãos são acompanhados e freqüentam reuniões separadas do interno antes do primeiro encontro com o mesmo no terceiro mês da recuperação e durante todo o restante do processo de recuperação, os familiares são motivados a

participarem das visitas e formação oferecida aos mesmos.Hoje a Fazenda está enraizada em 15 nações diferentes, com 91 unidades, porém todas as unidades respeitando a cultura onde está inserida, mas realizando o mesmo programa e organização em todas elas. Um programa que está embasado no tripé: espiritualidade, trabalho e convivência, demonstrando que mesmo que a obra tenha crescido, pois este ano completa30 anos, a essência deve ser mantida, por saber que os frutos colhidos foram positivos para quem levou seriamente a proposta original da Fazenda da Esperança. Esses 30 anos de existência possui um começo simples, mas rico em unidade e partilha, um sonho que se torna realidade porque um jovem acreditou que poderia fazer a diferença, acreditou que seria possível iniciar uma nova realidade no desafio de combater o mundo das drogas e provocar a Esperança em quem desejava sair.Este jovem se chama Nelson Giovaneli que se aproximou de um grupo de jovens que consumiam e vendiam drogas perto de sua casa. Isso em 1983, na esquina da rua Tupinambás com a Guaicurus, no bairro do Pedregulho,

na cidade de Guaratinguetá interior de São Paulo. Ele foi animado a dar esse passo por frei Hans Stapel seu pároco que o incentivava a viver concretamente a Palavra de Deus.Nelson conquistou a confiança daqueles dependentes químicos. Um deles Antonio Eleutério foi o primeiro a ser contagiado e pediu ajuda para se libertar das drogas, tudo isso porque Nelson buscava colocar em prática a frase “Fiz-me fraco com os fracos a fim de ganhar os fracos” (I Cor 9,22).Frei Hans tornou-se pároco da igreja Nossa Senhora da Glória em 1979. Ele nasceu no fim da segunda guerra mundial, cresceu junto da reconstrução da Alemanha, orientado religiosamente na Igreja Católica por seus pais, conheceu o carisma da unidade de Chiara Lubich e da pobreza de são Francisco de Assis, os quais divulgam em sua vida religiosa.Foi liberado integralmente para a Fazenda da Esperança em 1992 quando seus superiores entenderam essa necessidade.Os companheiros de Antonio notaram algo diferente em sua vida. Isso os levou a buscar a ajudar do jovem

paroquiano que os propõem viver radicalmente a Palavra de Deus e à noite encontrar-se na Igreja ao invés da esquina para trocar as experiências vividas a cada dia.Esse grupo sugeriu a Nelson alugar uma casa para viverem junto. O aluguel e as despesas pagariam com seus trabalhos. As primeiras atividades foram a limpeza de jardins enquanto Nelson continuava em seu emprego de “office boy”, na cooperativa de laticínio de Guaratinguetá. Tudo o que ganhavam colocavam em comum para se sustentar.Iraci Leite e Lucilene Rosendo, conhecida por Luci, iniciaram o trabalho de recuperação feminina em 1989, na cidade de Guaratinguetá / SP. Elas deixaram tudo para seguir o exemplo de Nelson. Iniciando a vivência feminina neste universo chamado Esperança, de ir ao encontro da face feminina de Deus perdida entre tantas mulheres, mães, jovens machucadas pela dor da vida. Os relatos de vida, os testemunhos experimentados pela SOU durante um tempo de convivência entre a meninas fez nascer a BELEZA DA ESPERANÇA...Faces transformadas, porém com uma transformação que começou no interior de cada uma delas, uma face que começou a nascer em cada alma,

em cada coração, que revelou o SOU esperança de cada uma delas.A obra foi ganhando uma dimensão que não encontrava fronteiras que pudessem neutralizar a mão de Deus, pois na percepção de encontrar uma face, uma vida que necessitasse de olhar diferenciado e da oferta de um sorriso que criasse a Esperança de nova vida...ali estava a Fazenda chegando e assim uma das realidades comoventes e extremamente pedagógica para notarmos o desejo de vida, o anseio de amor e uma oferta generosa de alegria e coragem é a Casa Sol Nascente, onde realmente brilha o sol da vida e da esperança.Uma casa que acolhe homens, mulheres e crianças portadoras do vírus HIV/AIDS e/ou filhos de pais com HIV/AIDS, em situação de orfandade e de precariedade social e financeira, na faixa etária de 0 a 12 anos, cujas famílias, quando ainda as tem, não dispõem de condições emocionais e materiais para abrigar adequadamente a criança e proporcionar o acompanhamento específico adequado à problemática que apresentam. Uma casa que se transforma em verdadeiro lar, laços familiares criados pelo amor e pela solidariedade.

Camila C. B. Silva, nascida no interior de São Paulo, hoje com 35 anos e já vivendo concretamente a Fazenda por 3 anos. Uma jovem que optou pela espiritualidade e modo de viver a Fazenda por conviver com seu marido usuário de drogas. O marido escolheu buscar a recuperação para oferecer a Camila uma qualidade melhor de vida a dois. Durante a internação do marido, Camila, mesmo não sendo usuário, optou viver o mesmo estilo de vida proposto pela Fazenda e se doou como voluntária. Hoje vive, junto com o marido e filhos dentro Fazenda, fazendo uma experiência de viver providencialmente em conformidade com o Evangelho, como realmente a vida em família se tornasse uma missão guiada por Deus e segundo Sua vontade.

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A Fazenda Esperança é uma das respostas concretas a toda luta e tentativa de proposta de oferecer ao ser humano uma possibilidade nova de vida. A Fazenda da Esperança acolhe jovens que desejam se libertar das drogas e do álcool, mas também aqueles que anseiam descobrir suas vocações.Os recuperantes vivem do seu próprio trabalho como fonte de auto-estima e auto-sustento. Nos 12 meses de recuperação, só a partir do terceiro mês o recuperante recebe visita dos familiares. A Fazenda da Esperança acolhe pessoas, homens e mulheres, e lhes propiciam moradia, alimentação e outras necessidades básicas para que continuem firmes em sua caminhada rumo ao retorno à vida. A organização das casas baseia-se na famí-lia a fim de provocar mudanças de valores, morais e princípios. Toda a convivência é apoiada nas Palavras de Deus tirada do evangelho e também se sustenta no carisma da unidade de Chiara Lubich e no carisma da pobreza de São Francisco de Assis.O dependente químico precisa desejar e manifestar a vontade de ter uma vida livre das drogas e do álcool,

pedindo uma segunda chance via carta escrita de próprio punho para ser acolhido, explicando os motivos que o levaram a solicitar ajuda. Cada jovem é responsável por sua própria recuperação. A comunidade terapêutica só acolhe as pessoas que pedem ajuda, pois os internos não ficam em locais fechados por muros ou portões. Tudo é aberto e dá acesso a rua, ou seja, na liberdade de recomeçar e reconquistar a própria identidade a pessoa vai aprendendo a trabalhar com os seus limites, conhecendo as suas fragilidades e criando identidade com as suas próprias forças.Toda família participa de todo o processo, como deveria fazer em qualquer outra decisão de vida de seu ente querido, afinal é necessário envolver os familiares neste processo de recomeço. Reestruturar ou até restabelecer laços rompidos, pelo fato que o jovem retorna para o seu seio familiar. Por exemplo, os pais e irmãos são acompanhados e freqüentam reuniões separadas do interno antes do primeiro encontro com o mesmo no terceiro mês da recuperação e durante todo o restante do processo de recuperação, os familiares são motivados a

participarem das visitas e formação oferecida aos mesmos.Hoje a Fazenda está enraizada em 15 nações diferentes, com 91 unidades, porém todas as unidades respeitando a cultura onde está inserida, mas realizando o mesmo programa e organização em todas elas. Um programa que está embasado no tripé: espiritualidade, trabalho e convivência, demonstrando que mesmo que a obra tenha crescido, pois este ano completa30 anos, a essência deve ser mantida, por saber que os frutos colhidos foram positivos para quem levou seriamente a proposta original da Fazenda da Esperança. Esses 30 anos de existência possui um começo simples, mas rico em unidade e partilha, um sonho que se torna realidade porque um jovem acreditou que poderia fazer a diferença, acreditou que seria possível iniciar uma nova realidade no desafio de combater o mundo das drogas e provocar a Esperança em quem desejava sair.Este jovem se chama Nelson Giovaneli que se aproximou de um grupo de jovens que consumiam e vendiam drogas perto de sua casa. Isso em 1983, na esquina da rua Tupinambás com a Guaicurus, no bairro do Pedregulho,

na cidade de Guaratinguetá interior de São Paulo. Ele foi animado a dar esse passo por frei Hans Stapel seu pároco que o incentivava a viver concretamente a Palavra de Deus.Nelson conquistou a confiança daqueles dependentes químicos. Um deles Antonio Eleutério foi o primeiro a ser contagiado e pediu ajuda para se libertar das drogas, tudo isso porque Nelson buscava colocar em prática a frase “Fiz-me fraco com os fracos a fim de ganhar os fracos” (I Cor 9,22).Frei Hans tornou-se pároco da igreja Nossa Senhora da Glória em 1979. Ele nasceu no fim da segunda guerra mundial, cresceu junto da reconstrução da Alemanha, orientado religiosamente na Igreja Católica por seus pais, conheceu o carisma da unidade de Chiara Lubich e da pobreza de são Francisco de Assis, os quais divulgam em sua vida religiosa.Foi liberado integralmente para a Fazenda da Esperança em 1992 quando seus superiores entenderam essa necessidade.Os companheiros de Antonio notaram algo diferente em sua vida. Isso os levou a buscar a ajudar do jovem

paroquiano que os propõem viver radicalmente a Palavra de Deus e à noite encontrar-se na Igreja ao invés da esquina para trocar as experiências vividas a cada dia.Esse grupo sugeriu a Nelson alugar uma casa para viverem junto. O aluguel e as despesas pagariam com seus trabalhos. As primeiras atividades foram a limpeza de jardins enquanto Nelson continuava em seu emprego de “office boy”, na cooperativa de laticínio de Guaratinguetá. Tudo o que ganhavam colocavam em comum para se sustentar.Iraci Leite e Lucilene Rosendo, conhecida por Luci, iniciaram o trabalho de recuperação feminina em 1989, na cidade de Guaratinguetá / SP. Elas deixaram tudo para seguir o exemplo de Nelson. Iniciando a vivência feminina neste universo chamado Esperança, de ir ao encontro da face feminina de Deus perdida entre tantas mulheres, mães, jovens machucadas pela dor da vida. Os relatos de vida, os testemunhos experimentados pela SOU durante um tempo de convivência entre a meninas fez nascer a BELEZA DA ESPERANÇA...Faces transformadas, porém com uma transformação que começou no interior de cada uma delas, uma face que começou a nascer em cada alma,

em cada coração, que revelou o SOU esperança de cada uma delas.A obra foi ganhando uma dimensão que não encontrava fronteiras que pudessem neutralizar a mão de Deus, pois na percepção de encontrar uma face, uma vida que necessitasse de olhar diferenciado e da oferta de um sorriso que criasse a Esperança de nova vida...ali estava a Fazenda chegando e assim uma das realidades comoventes e extremamente pedagógica para notarmos o desejo de vida, o anseio de amor e uma oferta generosa de alegria e coragem é a Casa Sol Nascente, onde realmente brilha o sol da vida e da esperança.Uma casa que acolhe homens, mulheres e crianças portadoras do vírus HIV/AIDS e/ou filhos de pais com HIV/AIDS, em situação de orfandade e de precariedade social e financeira, na faixa etária de 0 a 12 anos, cujas famílias, quando ainda as tem, não dispõem de condições emocionais e materiais para abrigar adequadamente a criança e proporcionar o acompanhamento específico adequado à problemática que apresentam. Uma casa que se transforma em verdadeiro lar, laços familiares criados pelo amor e pela solidariedade.

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“A beleza mais rara pode ser externada

com naturalidade ou lapidada com todos

os artefatos da moda, mas certamente seu

maior valor, a sua verdadeira raridade brota

da sua alma e de toda dignidade plantada

no interior do ser humano”

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A Fazenda Esperança é uma das respostas concretas a toda luta e tentativa de proposta de oferecer ao ser humano uma possibilidade nova de vida. A Fazenda da Esperança acolhe jovens que desejam se libertar das drogas e do álcool, mas também aqueles que anseiam descobrir suas vocações.Os recuperantes vivem do seu próprio trabalho como fonte de auto-estima e auto-sustento. Nos 12 meses de recuperação, só a partir do terceiro mês o recuperante recebe visita dos familiares. A Fazenda da Esperança acolhe pessoas, homens e mulheres, e lhes propiciam moradia, alimentação e outras necessidades básicas para que continuem firmes em sua caminhada rumo ao retorno à vida. A organização das casas baseia-se na famí-lia a fim de provocar mudanças de valores, morais e princípios. Toda a convivência é apoiada nas Palavras de Deus tirada do evangelho e também se sustenta no carisma da unidade de Chiara Lubich e no carisma da pobreza de São Francisco de Assis.O dependente químico precisa desejar e manifestar a vontade de ter uma vida livre das drogas e do álcool,

pedindo uma segunda chance via carta escrita de próprio punho para ser acolhido, explicando os motivos que o levaram a solicitar ajuda. Cada jovem é responsável por sua própria recuperação. A comunidade terapêutica só acolhe as pessoas que pedem ajuda, pois os internos não ficam em locais fechados por muros ou portões. Tudo é aberto e dá acesso a rua, ou seja, na liberdade de recomeçar e reconquistar a própria identidade a pessoa vai aprendendo a trabalhar com os seus limites, conhecendo as suas fragilidades e criando identidade com as suas próprias forças.Toda família participa de todo o processo, como deveria fazer em qualquer outra decisão de vida de seu ente querido, afinal é necessário envolver os familiares neste processo de recomeço. Reestruturar ou até restabelecer laços rompidos, pelo fato que o jovem retorna para o seu seio familiar. Por exemplo, os pais e irmãos são acompanhados e freqüentam reuniões separadas do interno antes do primeiro encontro com o mesmo no terceiro mês da recuperação e durante todo o restante do processo de recuperação, os familiares são motivados a

participarem das visitas e formação oferecida aos mesmos.Hoje a Fazenda está enraizada em 15 nações diferentes, com 91 unidades, porém todas as unidades respeitando a cultura onde está inserida, mas realizando o mesmo programa e organização em todas elas. Um programa que está embasado no tripé: espiritualidade, trabalho e convivência, demonstrando que mesmo que a obra tenha crescido, pois este ano completa30 anos, a essência deve ser mantida, por saber que os frutos colhidos foram positivos para quem levou seriamente a proposta original da Fazenda da Esperança. Esses 30 anos de existência possui um começo simples, mas rico em unidade e partilha, um sonho que se torna realidade porque um jovem acreditou que poderia fazer a diferença, acreditou que seria possível iniciar uma nova realidade no desafio de combater o mundo das drogas e provocar a Esperança em quem desejava sair.Este jovem se chama Nelson Giovaneli que se aproximou de um grupo de jovens que consumiam e vendiam drogas perto de sua casa. Isso em 1983, na esquina da rua Tupinambás com a Guaicurus, no bairro do Pedregulho,

na cidade de Guaratinguetá interior de São Paulo. Ele foi animado a dar esse passo por frei Hans Stapel seu pároco que o incentivava a viver concretamente a Palavra de Deus.Nelson conquistou a confiança daqueles dependentes químicos. Um deles Antonio Eleutério foi o primeiro a ser contagiado e pediu ajuda para se libertar das drogas, tudo isso porque Nelson buscava colocar em prática a frase “Fiz-me fraco com os fracos a fim de ganhar os fracos” (I Cor 9,22).Frei Hans tornou-se pároco da igreja Nossa Senhora da Glória em 1979. Ele nasceu no fim da segunda guerra mundial, cresceu junto da reconstrução da Alemanha, orientado religiosamente na Igreja Católica por seus pais, conheceu o carisma da unidade de Chiara Lubich e da pobreza de são Francisco de Assis, os quais divulgam em sua vida religiosa.Foi liberado integralmente para a Fazenda da Esperança em 1992 quando seus superiores entenderam essa necessidade.Os companheiros de Antonio notaram algo diferente em sua vida. Isso os levou a buscar a ajudar do jovem

paroquiano que os propõem viver radicalmente a Palavra de Deus e à noite encontrar-se na Igreja ao invés da esquina para trocar as experiências vividas a cada dia.Esse grupo sugeriu a Nelson alugar uma casa para viverem junto. O aluguel e as despesas pagariam com seus trabalhos. As primeiras atividades foram a limpeza de jardins enquanto Nelson continuava em seu emprego de “office boy”, na cooperativa de laticínio de Guaratinguetá. Tudo o que ganhavam colocavam em comum para se sustentar.Iraci Leite e Lucilene Rosendo, conhecida por Luci, iniciaram o trabalho de recuperação feminina em 1989, na cidade de Guaratinguetá / SP. Elas deixaram tudo para seguir o exemplo de Nelson. Iniciando a vivência feminina neste universo chamado Esperança, de ir ao encontro da face feminina de Deus perdida entre tantas mulheres, mães, jovens machucadas pela dor da vida. Os relatos de vida, os testemunhos experimentados pela SOU durante um tempo de convivência entre a meninas fez nascer a BELEZA DA ESPERANÇA...Faces transformadas, porém com uma transformação que começou no interior de cada uma delas, uma face que começou a nascer em cada alma,

em cada coração, que revelou o SOU esperança de cada uma delas.A obra foi ganhando uma dimensão que não encontrava fronteiras que pudessem neutralizar a mão de Deus, pois na percepção de encontrar uma face, uma vida que necessitasse de olhar diferenciado e da oferta de um sorriso que criasse a Esperança de nova vida...ali estava a Fazenda chegando e assim uma das realidades comoventes e extremamente pedagógica para notarmos o desejo de vida, o anseio de amor e uma oferta generosa de alegria e coragem é a Casa Sol Nascente, onde realmente brilha o sol da vida e da esperança.Uma casa que acolhe homens, mulheres e crianças portadoras do vírus HIV/AIDS e/ou filhos de pais com HIV/AIDS, em situação de orfandade e de precariedade social e financeira, na faixa etária de 0 a 12 anos, cujas famílias, quando ainda as tem, não dispõem de condições emocionais e materiais para abrigar adequadamente a criança e proporcionar o acompanhamento específico adequado à problemática que apresentam. Uma casa que se transforma em verdadeiro lar, laços familiares criados pelo amor e pela solidariedade.

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A Fazenda Esperança é uma das respostas concretas a toda luta e tentativa de proposta de oferecer ao ser humano uma possibilidade nova de vida. A Fazenda da Esperança acolhe jovens que desejam se libertar das drogas e do álcool, mas também aqueles que anseiam descobrir suas vocações.Os recuperantes vivem do seu próprio trabalho como fonte de auto-estima e auto-sustento. Nos 12 meses de recuperação, só a partir do terceiro mês o recuperante recebe visita dos familiares. A Fazenda da Esperança acolhe pessoas, homens e mulheres, e lhes propiciam moradia, alimentação e outras necessidades básicas para que continuem firmes em sua caminhada rumo ao retorno à vida. A organização das casas baseia-se na famí-lia a fim de provocar mudanças de valores, morais e princípios. Toda a convivência é apoiada nas Palavras de Deus tirada do evangelho e também se sustenta no carisma da unidade de Chiara Lubich e no carisma da pobreza de São Francisco de Assis.O dependente químico precisa desejar e manifestar a vontade de ter uma vida livre das drogas e do álcool,

pedindo uma segunda chance via carta escrita de próprio punho para ser acolhido, explicando os motivos que o levaram a solicitar ajuda. Cada jovem é responsável por sua própria recuperação. A comunidade terapêutica só acolhe as pessoas que pedem ajuda, pois os internos não ficam em locais fechados por muros ou portões. Tudo é aberto e dá acesso a rua, ou seja, na liberdade de recomeçar e reconquistar a própria identidade a pessoa vai aprendendo a trabalhar com os seus limites, conhecendo as suas fragilidades e criando identidade com as suas próprias forças.Toda família participa de todo o processo, como deveria fazer em qualquer outra decisão de vida de seu ente querido, afinal é necessário envolver os familiares neste processo de recomeço. Reestruturar ou até restabelecer laços rompidos, pelo fato que o jovem retorna para o seu seio familiar. Por exemplo, os pais e irmãos são acompanhados e freqüentam reuniões separadas do interno antes do primeiro encontro com o mesmo no terceiro mês da recuperação e durante todo o restante do processo de recuperação, os familiares são motivados a

participarem das visitas e formação oferecida aos mesmos.Hoje a Fazenda está enraizada em 15 nações diferentes, com 91 unidades, porém todas as unidades respeitando a cultura onde está inserida, mas realizando o mesmo programa e organização em todas elas. Um programa que está embasado no tripé: espiritualidade, trabalho e convivência, demonstrando que mesmo que a obra tenha crescido, pois este ano completa30 anos, a essência deve ser mantida, por saber que os frutos colhidos foram positivos para quem levou seriamente a proposta original da Fazenda da Esperança. Esses 30 anos de existência possui um começo simples, mas rico em unidade e partilha, um sonho que se torna realidade porque um jovem acreditou que poderia fazer a diferença, acreditou que seria possível iniciar uma nova realidade no desafio de combater o mundo das drogas e provocar a Esperança em quem desejava sair.Este jovem se chama Nelson Giovaneli que se aproximou de um grupo de jovens que consumiam e vendiam drogas perto de sua casa. Isso em 1983, na esquina da rua Tupinambás com a Guaicurus, no bairro do Pedregulho,

na cidade de Guaratinguetá interior de São Paulo. Ele foi animado a dar esse passo por frei Hans Stapel seu pároco que o incentivava a viver concretamente a Palavra de Deus.Nelson conquistou a confiança daqueles dependentes químicos. Um deles Antonio Eleutério foi o primeiro a ser contagiado e pediu ajuda para se libertar das drogas, tudo isso porque Nelson buscava colocar em prática a frase “Fiz-me fraco com os fracos a fim de ganhar os fracos” (I Cor 9,22).Frei Hans tornou-se pároco da igreja Nossa Senhora da Glória em 1979. Ele nasceu no fim da segunda guerra mundial, cresceu junto da reconstrução da Alemanha, orientado religiosamente na Igreja Católica por seus pais, conheceu o carisma da unidade de Chiara Lubich e da pobreza de são Francisco de Assis, os quais divulgam em sua vida religiosa.Foi liberado integralmente para a Fazenda da Esperança em 1992 quando seus superiores entenderam essa necessidade.Os companheiros de Antonio notaram algo diferente em sua vida. Isso os levou a buscar a ajudar do jovem

paroquiano que os propõem viver radicalmente a Palavra de Deus e à noite encontrar-se na Igreja ao invés da esquina para trocar as experiências vividas a cada dia.Esse grupo sugeriu a Nelson alugar uma casa para viverem junto. O aluguel e as despesas pagariam com seus trabalhos. As primeiras atividades foram a limpeza de jardins enquanto Nelson continuava em seu emprego de “office boy”, na cooperativa de laticínio de Guaratinguetá. Tudo o que ganhavam colocavam em comum para se sustentar.Iraci Leite e Lucilene Rosendo, conhecida por Luci, iniciaram o trabalho de recuperação feminina em 1989, na cidade de Guaratinguetá / SP. Elas deixaram tudo para seguir o exemplo de Nelson. Iniciando a vivência feminina neste universo chamado Esperança, de ir ao encontro da face feminina de Deus perdida entre tantas mulheres, mães, jovens machucadas pela dor da vida. Os relatos de vida, os testemunhos experimentados pela SOU durante um tempo de convivência entre a meninas fez nascer a BELEZA DA ESPERANÇA...Faces transformadas, porém com uma transformação que começou no interior de cada uma delas, uma face que começou a nascer em cada alma,

em cada coração, que revelou o SOU esperança de cada uma delas.A obra foi ganhando uma dimensão que não encontrava fronteiras que pudessem neutralizar a mão de Deus, pois na percepção de encontrar uma face, uma vida que necessitasse de olhar diferenciado e da oferta de um sorriso que criasse a Esperança de nova vida...ali estava a Fazenda chegando e assim uma das realidades comoventes e extremamente pedagógica para notarmos o desejo de vida, o anseio de amor e uma oferta generosa de alegria e coragem é a Casa Sol Nascente, onde realmente brilha o sol da vida e da esperança.Uma casa que acolhe homens, mulheres e crianças portadoras do vírus HIV/AIDS e/ou filhos de pais com HIV/AIDS, em situação de orfandade e de precariedade social e financeira, na faixa etária de 0 a 12 anos, cujas famílias, quando ainda as tem, não dispõem de condições emocionais e materiais para abrigar adequadamente a criança e proporcionar o acompanhamento específico adequado à problemática que apresentam. Uma casa que se transforma em verdadeiro lar, laços familiares criados pelo amor e pela solidariedade.

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A Fazenda Esperança é uma das respostas concretas a toda luta e tentativa de proposta de oferecer ao ser humano uma possibilidade nova de vida. A Fazenda da Esperança acolhe jovens que desejam se libertar das drogas e do álcool, mas também aqueles que anseiam descobrir suas vocações.Os recuperantes vivem do seu próprio trabalho como fonte de auto-estima e auto-sustento. Nos 12 meses de recuperação, só a partir do terceiro mês o recuperante recebe visita dos familiares. A Fazenda da Esperança acolhe pessoas, homens e mulheres, e lhes propiciam moradia, alimentação e outras necessidades básicas para que continuem firmes em sua caminhada rumo ao retorno à vida. A organização das casas baseia-se na famí-lia a fim de provocar mudanças de valores, morais e princípios. Toda a convivência é apoiada nas Palavras de Deus tirada do evangelho e também se sustenta no carisma da unidade de Chiara Lubich e no carisma da pobreza de São Francisco de Assis.O dependente químico precisa desejar e manifestar a vontade de ter uma vida livre das drogas e do álcool,

pedindo uma segunda chance via carta escrita de próprio punho para ser acolhido, explicando os motivos que o levaram a solicitar ajuda. Cada jovem é responsável por sua própria recuperação. A comunidade terapêutica só acolhe as pessoas que pedem ajuda, pois os internos não ficam em locais fechados por muros ou portões. Tudo é aberto e dá acesso a rua, ou seja, na liberdade de recomeçar e reconquistar a própria identidade a pessoa vai aprendendo a trabalhar com os seus limites, conhecendo as suas fragilidades e criando identidade com as suas próprias forças.Toda família participa de todo o processo, como deveria fazer em qualquer outra decisão de vida de seu ente querido, afinal é necessário envolver os familiares neste processo de recomeço. Reestruturar ou até restabelecer laços rompidos, pelo fato que o jovem retorna para o seu seio familiar. Por exemplo, os pais e irmãos são acompanhados e freqüentam reuniões separadas do interno antes do primeiro encontro com o mesmo no terceiro mês da recuperação e durante todo o restante do processo de recuperação, os familiares são motivados a

participarem das visitas e formação oferecida aos mesmos.Hoje a Fazenda está enraizada em 15 nações diferentes, com 91 unidades, porém todas as unidades respeitando a cultura onde está inserida, mas realizando o mesmo programa e organização em todas elas. Um programa que está embasado no tripé: espiritualidade, trabalho e convivência, demonstrando que mesmo que a obra tenha crescido, pois este ano completa30 anos, a essência deve ser mantida, por saber que os frutos colhidos foram positivos para quem levou seriamente a proposta original da Fazenda da Esperança. Esses 30 anos de existência possui um começo simples, mas rico em unidade e partilha, um sonho que se torna realidade porque um jovem acreditou que poderia fazer a diferença, acreditou que seria possível iniciar uma nova realidade no desafio de combater o mundo das drogas e provocar a Esperança em quem desejava sair.Este jovem se chama Nelson Giovaneli que se aproximou de um grupo de jovens que consumiam e vendiam drogas perto de sua casa. Isso em 1983, na esquina da rua Tupinambás com a Guaicurus, no bairro do Pedregulho,

na cidade de Guaratinguetá interior de São Paulo. Ele foi animado a dar esse passo por frei Hans Stapel seu pároco que o incentivava a viver concretamente a Palavra de Deus.Nelson conquistou a confiança daqueles dependentes químicos. Um deles Antonio Eleutério foi o primeiro a ser contagiado e pediu ajuda para se libertar das drogas, tudo isso porque Nelson buscava colocar em prática a frase “Fiz-me fraco com os fracos a fim de ganhar os fracos” (I Cor 9,22).Frei Hans tornou-se pároco da igreja Nossa Senhora da Glória em 1979. Ele nasceu no fim da segunda guerra mundial, cresceu junto da reconstrução da Alemanha, orientado religiosamente na Igreja Católica por seus pais, conheceu o carisma da unidade de Chiara Lubich e da pobreza de são Francisco de Assis, os quais divulgam em sua vida religiosa.Foi liberado integralmente para a Fazenda da Esperança em 1992 quando seus superiores entenderam essa necessidade.Os companheiros de Antonio notaram algo diferente em sua vida. Isso os levou a buscar a ajudar do jovem

paroquiano que os propõem viver radicalmente a Palavra de Deus e à noite encontrar-se na Igreja ao invés da esquina para trocar as experiências vividas a cada dia.Esse grupo sugeriu a Nelson alugar uma casa para viverem junto. O aluguel e as despesas pagariam com seus trabalhos. As primeiras atividades foram a limpeza de jardins enquanto Nelson continuava em seu emprego de “office boy”, na cooperativa de laticínio de Guaratinguetá. Tudo o que ganhavam colocavam em comum para se sustentar.Iraci Leite e Lucilene Rosendo, conhecida por Luci, iniciaram o trabalho de recuperação feminina em 1989, na cidade de Guaratinguetá / SP. Elas deixaram tudo para seguir o exemplo de Nelson. Iniciando a vivência feminina neste universo chamado Esperança, de ir ao encontro da face feminina de Deus perdida entre tantas mulheres, mães, jovens machucadas pela dor da vida. Os relatos de vida, os testemunhos experimentados pela SOU durante um tempo de convivência entre a meninas fez nascer a BELEZA DA ESPERANÇA...Faces transformadas, porém com uma transformação que começou no interior de cada uma delas, uma face que começou a nascer em cada alma,

em cada coração, que revelou o SOU esperança de cada uma delas.A obra foi ganhando uma dimensão que não encontrava fronteiras que pudessem neutralizar a mão de Deus, pois na percepção de encontrar uma face, uma vida que necessitasse de olhar diferenciado e da oferta de um sorriso que criasse a Esperança de nova vida...ali estava a Fazenda chegando e assim uma das realidades comoventes e extremamente pedagógica para notarmos o desejo de vida, o anseio de amor e uma oferta generosa de alegria e coragem é a Casa Sol Nascente, onde realmente brilha o sol da vida e da esperança.Uma casa que acolhe homens, mulheres e crianças portadoras do vírus HIV/AIDS e/ou filhos de pais com HIV/AIDS, em situação de orfandade e de precariedade social e financeira, na faixa etária de 0 a 12 anos, cujas famílias, quando ainda as tem, não dispõem de condições emocionais e materiais para abrigar adequadamente a criança e proporcionar o acompanhamento específico adequado à problemática que apresentam. Uma casa que se transforma em verdadeiro lar, laços familiares criados pelo amor e pela solidariedade.

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A Fazenda Esperança é uma das respostas concretas a toda luta e tentativa de proposta de oferecer ao ser humano uma possibilidade nova de vida. A Fazenda da Esperança acolhe jovens que desejam se libertar das drogas e do álcool, mas também aqueles que anseiam descobrir suas vocações.Os recuperantes vivem do seu próprio trabalho como fonte de auto-estima e auto-sustento. Nos 12 meses de recuperação, só a partir do terceiro mês o recuperante recebe visita dos familiares. A Fazenda da Esperança acolhe pessoas, homens e mulheres, e lhes propiciam moradia, alimentação e outras necessidades básicas para que continuem firmes em sua caminhada rumo ao retorno à vida. A organização das casas baseia-se na famí-lia a fim de provocar mudanças de valores, morais e princípios. Toda a convivência é apoiada nas Palavras de Deus tirada do evangelho e também se sustenta no carisma da unidade de Chiara Lubich e no carisma da pobreza de São Francisco de Assis.O dependente químico precisa desejar e manifestar a vontade de ter uma vida livre das drogas e do álcool,

pedindo uma segunda chance via carta escrita de próprio punho para ser acolhido, explicando os motivos que o levaram a solicitar ajuda. Cada jovem é responsável por sua própria recuperação. A comunidade terapêutica só acolhe as pessoas que pedem ajuda, pois os internos não ficam em locais fechados por muros ou portões. Tudo é aberto e dá acesso a rua, ou seja, na liberdade de recomeçar e reconquistar a própria identidade a pessoa vai aprendendo a trabalhar com os seus limites, conhecendo as suas fragilidades e criando identidade com as suas próprias forças.Toda família participa de todo o processo, como deveria fazer em qualquer outra decisão de vida de seu ente querido, afinal é necessário envolver os familiares neste processo de recomeço. Reestruturar ou até restabelecer laços rompidos, pelo fato que o jovem retorna para o seu seio familiar. Por exemplo, os pais e irmãos são acompanhados e freqüentam reuniões separadas do interno antes do primeiro encontro com o mesmo no terceiro mês da recuperação e durante todo o restante do processo de recuperação, os familiares são motivados a

participarem das visitas e formação oferecida aos mesmos.Hoje a Fazenda está enraizada em 15 nações diferentes, com 91 unidades, porém todas as unidades respeitando a cultura onde está inserida, mas realizando o mesmo programa e organização em todas elas. Um programa que está embasado no tripé: espiritualidade, trabalho e convivência, demonstrando que mesmo que a obra tenha crescido, pois este ano completa30 anos, a essência deve ser mantida, por saber que os frutos colhidos foram positivos para quem levou seriamente a proposta original da Fazenda da Esperança. Esses 30 anos de existência possui um começo simples, mas rico em unidade e partilha, um sonho que se torna realidade porque um jovem acreditou que poderia fazer a diferença, acreditou que seria possível iniciar uma nova realidade no desafio de combater o mundo das drogas e provocar a Esperança em quem desejava sair.Este jovem se chama Nelson Giovaneli que se aproximou de um grupo de jovens que consumiam e vendiam drogas perto de sua casa. Isso em 1983, na esquina da rua Tupinambás com a Guaicurus, no bairro do Pedregulho,

na cidade de Guaratinguetá interior de São Paulo. Ele foi animado a dar esse passo por frei Hans Stapel seu pároco que o incentivava a viver concretamente a Palavra de Deus.Nelson conquistou a confiança daqueles dependentes químicos. Um deles Antonio Eleutério foi o primeiro a ser contagiado e pediu ajuda para se libertar das drogas, tudo isso porque Nelson buscava colocar em prática a frase “Fiz-me fraco com os fracos a fim de ganhar os fracos” (I Cor 9,22).Frei Hans tornou-se pároco da igreja Nossa Senhora da Glória em 1979. Ele nasceu no fim da segunda guerra mundial, cresceu junto da reconstrução da Alemanha, orientado religiosamente na Igreja Católica por seus pais, conheceu o carisma da unidade de Chiara Lubich e da pobreza de são Francisco de Assis, os quais divulgam em sua vida religiosa.Foi liberado integralmente para a Fazenda da Esperança em 1992 quando seus superiores entenderam essa necessidade.Os companheiros de Antonio notaram algo diferente em sua vida. Isso os levou a buscar a ajudar do jovem

paroquiano que os propõem viver radicalmente a Palavra de Deus e à noite encontrar-se na Igreja ao invés da esquina para trocar as experiências vividas a cada dia.Esse grupo sugeriu a Nelson alugar uma casa para viverem junto. O aluguel e as despesas pagariam com seus trabalhos. As primeiras atividades foram a limpeza de jardins enquanto Nelson continuava em seu emprego de “office boy”, na cooperativa de laticínio de Guaratinguetá. Tudo o que ganhavam colocavam em comum para se sustentar.Iraci Leite e Lucilene Rosendo, conhecida por Luci, iniciaram o trabalho de recuperação feminina em 1989, na cidade de Guaratinguetá / SP. Elas deixaram tudo para seguir o exemplo de Nelson. Iniciando a vivência feminina neste universo chamado Esperança, de ir ao encontro da face feminina de Deus perdida entre tantas mulheres, mães, jovens machucadas pela dor da vida. Os relatos de vida, os testemunhos experimentados pela SOU durante um tempo de convivência entre a meninas fez nascer a BELEZA DA ESPERANÇA...Faces transformadas, porém com uma transformação que começou no interior de cada uma delas, uma face que começou a nascer em cada alma,

em cada coração, que revelou o SOU esperança de cada uma delas.A obra foi ganhando uma dimensão que não encontrava fronteiras que pudessem neutralizar a mão de Deus, pois na percepção de encontrar uma face, uma vida que necessitasse de olhar diferenciado e da oferta de um sorriso que criasse a Esperança de nova vida...ali estava a Fazenda chegando e assim uma das realidades comoventes e extremamente pedagógica para notarmos o desejo de vida, o anseio de amor e uma oferta generosa de alegria e coragem é a Casa Sol Nascente, onde realmente brilha o sol da vida e da esperança.Uma casa que acolhe homens, mulheres e crianças portadoras do vírus HIV/AIDS e/ou filhos de pais com HIV/AIDS, em situação de orfandade e de precariedade social e financeira, na faixa etária de 0 a 12 anos, cujas famílias, quando ainda as tem, não dispõem de condições emocionais e materiais para abrigar adequadamente a criança e proporcionar o acompanhamento específico adequado à problemática que apresentam. Uma casa que se transforma em verdadeiro lar, laços familiares criados pelo amor e pela solidariedade.

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A Fazenda Esperança é uma das respostas concretas a toda luta e tentativa de proposta de oferecer ao ser humano uma possibilidade nova de vida. A Fazenda da Esperança acolhe jovens que desejam se libertar das drogas e do álcool, mas também aqueles que anseiam descobrir suas vocações.Os recuperantes vivem do seu próprio trabalho como fonte de auto-estima e auto-sustento. Nos 12 meses de recuperação, só a partir do terceiro mês o recuperante recebe visita dos familiares. A Fazenda da Esperança acolhe pessoas, homens e mulheres, e lhes propiciam moradia, alimentação e outras necessidades básicas para que continuem firmes em sua caminhada rumo ao retorno à vida. A organização das casas baseia-se na famí-lia a fim de provocar mudanças de valores, morais e princípios. Toda a convivência é apoiada nas Palavras de Deus tirada do evangelho e também se sustenta no carisma da unidade de Chiara Lubich e no carisma da pobreza de São Francisco de Assis.O dependente químico precisa desejar e manifestar a vontade de ter uma vida livre das drogas e do álcool,

pedindo uma segunda chance via carta escrita de próprio punho para ser acolhido, explicando os motivos que o levaram a solicitar ajuda. Cada jovem é responsável por sua própria recuperação. A comunidade terapêutica só acolhe as pessoas que pedem ajuda, pois os internos não ficam em locais fechados por muros ou portões. Tudo é aberto e dá acesso a rua, ou seja, na liberdade de recomeçar e reconquistar a própria identidade a pessoa vai aprendendo a trabalhar com os seus limites, conhecendo as suas fragilidades e criando identidade com as suas próprias forças.Toda família participa de todo o processo, como deveria fazer em qualquer outra decisão de vida de seu ente querido, afinal é necessário envolver os familiares neste processo de recomeço. Reestruturar ou até restabelecer laços rompidos, pelo fato que o jovem retorna para o seu seio familiar. Por exemplo, os pais e irmãos são acompanhados e freqüentam reuniões separadas do interno antes do primeiro encontro com o mesmo no terceiro mês da recuperação e durante todo o restante do processo de recuperação, os familiares são motivados a

participarem das visitas e formação oferecida aos mesmos.Hoje a Fazenda está enraizada em 15 nações diferentes, com 91 unidades, porém todas as unidades respeitando a cultura onde está inserida, mas realizando o mesmo programa e organização em todas elas. Um programa que está embasado no tripé: espiritualidade, trabalho e convivência, demonstrando que mesmo que a obra tenha crescido, pois este ano completa30 anos, a essência deve ser mantida, por saber que os frutos colhidos foram positivos para quem levou seriamente a proposta original da Fazenda da Esperança. Esses 30 anos de existência possui um começo simples, mas rico em unidade e partilha, um sonho que se torna realidade porque um jovem acreditou que poderia fazer a diferença, acreditou que seria possível iniciar uma nova realidade no desafio de combater o mundo das drogas e provocar a Esperança em quem desejava sair.Este jovem se chama Nelson Giovaneli que se aproximou de um grupo de jovens que consumiam e vendiam drogas perto de sua casa. Isso em 1983, na esquina da rua Tupinambás com a Guaicurus, no bairro do Pedregulho,

na cidade de Guaratinguetá interior de São Paulo. Ele foi animado a dar esse passo por frei Hans Stapel seu pároco que o incentivava a viver concretamente a Palavra de Deus.Nelson conquistou a confiança daqueles dependentes químicos. Um deles Antonio Eleutério foi o primeiro a ser contagiado e pediu ajuda para se libertar das drogas, tudo isso porque Nelson buscava colocar em prática a frase “Fiz-me fraco com os fracos a fim de ganhar os fracos” (I Cor 9,22).Frei Hans tornou-se pároco da igreja Nossa Senhora da Glória em 1979. Ele nasceu no fim da segunda guerra mundial, cresceu junto da reconstrução da Alemanha, orientado religiosamente na Igreja Católica por seus pais, conheceu o carisma da unidade de Chiara Lubich e da pobreza de são Francisco de Assis, os quais divulgam em sua vida religiosa.Foi liberado integralmente para a Fazenda da Esperança em 1992 quando seus superiores entenderam essa necessidade.Os companheiros de Antonio notaram algo diferente em sua vida. Isso os levou a buscar a ajudar do jovem

paroquiano que os propõem viver radicalmente a Palavra de Deus e à noite encontrar-se na Igreja ao invés da esquina para trocar as experiências vividas a cada dia.Esse grupo sugeriu a Nelson alugar uma casa para viverem junto. O aluguel e as despesas pagariam com seus trabalhos. As primeiras atividades foram a limpeza de jardins enquanto Nelson continuava em seu emprego de “office boy”, na cooperativa de laticínio de Guaratinguetá. Tudo o que ganhavam colocavam em comum para se sustentar.Iraci Leite e Lucilene Rosendo, conhecida por Luci, iniciaram o trabalho de recuperação feminina em 1989, na cidade de Guaratinguetá / SP. Elas deixaram tudo para seguir o exemplo de Nelson. Iniciando a vivência feminina neste universo chamado Esperança, de ir ao encontro da face feminina de Deus perdida entre tantas mulheres, mães, jovens machucadas pela dor da vida. Os relatos de vida, os testemunhos experimentados pela SOU durante um tempo de convivência entre a meninas fez nascer a BELEZA DA ESPERANÇA...Faces transformadas, porém com uma transformação que começou no interior de cada uma delas, uma face que começou a nascer em cada alma,

em cada coração, que revelou o SOU esperança de cada uma delas.A obra foi ganhando uma dimensão que não encontrava fronteiras que pudessem neutralizar a mão de Deus, pois na percepção de encontrar uma face, uma vida que necessitasse de olhar diferenciado e da oferta de um sorriso que criasse a Esperança de nova vida...ali estava a Fazenda chegando e assim uma das realidades comoventes e extremamente pedagógica para notarmos o desejo de vida, o anseio de amor e uma oferta generosa de alegria e coragem é a Casa Sol Nascente, onde realmente brilha o sol da vida e da esperança.Uma casa que acolhe homens, mulheres e crianças portadoras do vírus HIV/AIDS e/ou filhos de pais com HIV/AIDS, em situação de orfandade e de precariedade social e financeira, na faixa etária de 0 a 12 anos, cujas famílias, quando ainda as tem, não dispõem de condições emocionais e materiais para abrigar adequadamente a criança e proporcionar o acompanhamento específico adequado à problemática que apresentam. Uma casa que se transforma em verdadeiro lar, laços familiares criados pelo amor e pela solidariedade.

SOUlidariedadeÉ o ato de bondade com todas as pessoas à nossa volta, independentemente de suas necessidades.Costumeiramente dizemos que não nos sobra tempo em nosso dia-a-dia. Ao mesmo tempo, por conta desta difícil realidade, acomodamo-nos diante das mazelas sociais e deixamos a benevolência quase sempre para depois. Será que nossa vida é realmente curta ou será que estamos administrando mal o nosso tempo a ponto de deixarmos nosso próximo sempre em segundo plano?Neste sentido, devemos estar atentos aos sofrimentos alheios, pois quem passa pela vida e não sofre, passa pela vida e não vive!Saiba que viver é um risco constante. Às vezes, causa medo e insegurança. Contudo, devemos ser bravos nesse combate. Veja como uma simples mudança de postura é capaz de transformar todo um pensamento antiquado e preconceituoso contra si mesmo e contra os outros! Na vida o tempo é muito importante. É dentro dele que contaremos a nossa história e onde tudo acontece. Basta saber fazer as escolhas certas!Que prêmio é tão importante que não pode ser compartilhado? E a alegria, deve ser só de alguns?Parar o mundo não é possível. Mas temos, sim, a oportunidade de fazer com que ele seja mais justo e aconchegante. E para isso acontecer, é preciso que sejamos mais solidários. Não é difícil, ao

contrário, é muito mais fácil e útil fazer brotar um sorriso no rosto de uma pessoa. Para isso, é necessário compreender as atitudes humanas e nunca recrimina-las. Enxergar a alma do outro, ter sensibilidade para identificar suas necessidades, se doar sem esperar algo em troca. A conduta em favor do semelhante traz Deus para junto de nós. A humildade mexe com o coração de Deus e nos garante um final mais feliz nessa jornada terrena!A vida é vivida a partir de parâmetros. Configuramos e reconfiguramos valores e conceitos ao sabor das linhas desenhadas no caderno de nossa existência. A solidariedade, sem dúvida, é amor. Aliás, o tipo mais nobre, mais inesquecível e mais admirável deste. Posso dizer, convictamente, que ao longo de 13 anos em um trabalho árduo, porém, gratificante, sempre após a tempestade vem um arco íris e que torna as nossas vidas coloridas. Digo isso, especialmente, sempre que uma criança volta ao convívio familiar. Hoje posso dizer que aprendi a me colocar na situação do outro antes mesmo de julgá-lo.A solidariedade é a certeza da presença de alguém, tomando chuva com você, ainda que nada ganhe com isso.

Leila ZorkotCoordenadora da Casa Santa Maria

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A Fazenda Esperança é uma das respostas concretas a toda luta e tentativa de proposta de oferecer ao ser humano uma possibilidade nova de vida. A Fazenda da Esperança acolhe jovens que desejam se libertar das drogas e do álcool, mas também aqueles que anseiam descobrir suas vocações.Os recuperantes vivem do seu próprio trabalho como fonte de auto-estima e auto-sustento. Nos 12 meses de recuperação, só a partir do terceiro mês o recuperante recebe visita dos familiares. A Fazenda da Esperança acolhe pessoas, homens e mulheres, e lhes propiciam moradia, alimentação e outras necessidades básicas para que continuem firmes em sua caminhada rumo ao retorno à vida. A organização das casas baseia-se na famí-lia a fim de provocar mudanças de valores, morais e princípios. Toda a convivência é apoiada nas Palavras de Deus tirada do evangelho e também se sustenta no carisma da unidade de Chiara Lubich e no carisma da pobreza de São Francisco de Assis.O dependente químico precisa desejar e manifestar a vontade de ter uma vida livre das drogas e do álcool,

pedindo uma segunda chance via carta escrita de próprio punho para ser acolhido, explicando os motivos que o levaram a solicitar ajuda. Cada jovem é responsável por sua própria recuperação. A comunidade terapêutica só acolhe as pessoas que pedem ajuda, pois os internos não ficam em locais fechados por muros ou portões. Tudo é aberto e dá acesso a rua, ou seja, na liberdade de recomeçar e reconquistar a própria identidade a pessoa vai aprendendo a trabalhar com os seus limites, conhecendo as suas fragilidades e criando identidade com as suas próprias forças.Toda família participa de todo o processo, como deveria fazer em qualquer outra decisão de vida de seu ente querido, afinal é necessário envolver os familiares neste processo de recomeço. Reestruturar ou até restabelecer laços rompidos, pelo fato que o jovem retorna para o seu seio familiar. Por exemplo, os pais e irmãos são acompanhados e freqüentam reuniões separadas do interno antes do primeiro encontro com o mesmo no terceiro mês da recuperação e durante todo o restante do processo de recuperação, os familiares são motivados a

participarem das visitas e formação oferecida aos mesmos.Hoje a Fazenda está enraizada em 15 nações diferentes, com 91 unidades, porém todas as unidades respeitando a cultura onde está inserida, mas realizando o mesmo programa e organização em todas elas. Um programa que está embasado no tripé: espiritualidade, trabalho e convivência, demonstrando que mesmo que a obra tenha crescido, pois este ano completa30 anos, a essência deve ser mantida, por saber que os frutos colhidos foram positivos para quem levou seriamente a proposta original da Fazenda da Esperança. Esses 30 anos de existência possui um começo simples, mas rico em unidade e partilha, um sonho que se torna realidade porque um jovem acreditou que poderia fazer a diferença, acreditou que seria possível iniciar uma nova realidade no desafio de combater o mundo das drogas e provocar a Esperança em quem desejava sair.Este jovem se chama Nelson Giovaneli que se aproximou de um grupo de jovens que consumiam e vendiam drogas perto de sua casa. Isso em 1983, na esquina da rua Tupinambás com a Guaicurus, no bairro do Pedregulho,

na cidade de Guaratinguetá interior de São Paulo. Ele foi animado a dar esse passo por frei Hans Stapel seu pároco que o incentivava a viver concretamente a Palavra de Deus.Nelson conquistou a confiança daqueles dependentes químicos. Um deles Antonio Eleutério foi o primeiro a ser contagiado e pediu ajuda para se libertar das drogas, tudo isso porque Nelson buscava colocar em prática a frase “Fiz-me fraco com os fracos a fim de ganhar os fracos” (I Cor 9,22).Frei Hans tornou-se pároco da igreja Nossa Senhora da Glória em 1979. Ele nasceu no fim da segunda guerra mundial, cresceu junto da reconstrução da Alemanha, orientado religiosamente na Igreja Católica por seus pais, conheceu o carisma da unidade de Chiara Lubich e da pobreza de são Francisco de Assis, os quais divulgam em sua vida religiosa.Foi liberado integralmente para a Fazenda da Esperança em 1992 quando seus superiores entenderam essa necessidade.Os companheiros de Antonio notaram algo diferente em sua vida. Isso os levou a buscar a ajudar do jovem

paroquiano que os propõem viver radicalmente a Palavra de Deus e à noite encontrar-se na Igreja ao invés da esquina para trocar as experiências vividas a cada dia.Esse grupo sugeriu a Nelson alugar uma casa para viverem junto. O aluguel e as despesas pagariam com seus trabalhos. As primeiras atividades foram a limpeza de jardins enquanto Nelson continuava em seu emprego de “office boy”, na cooperativa de laticínio de Guaratinguetá. Tudo o que ganhavam colocavam em comum para se sustentar.Iraci Leite e Lucilene Rosendo, conhecida por Luci, iniciaram o trabalho de recuperação feminina em 1989, na cidade de Guaratinguetá / SP. Elas deixaram tudo para seguir o exemplo de Nelson. Iniciando a vivência feminina neste universo chamado Esperança, de ir ao encontro da face feminina de Deus perdida entre tantas mulheres, mães, jovens machucadas pela dor da vida. Os relatos de vida, os testemunhos experimentados pela SOU durante um tempo de convivência entre a meninas fez nascer a BELEZA DA ESPERANÇA...Faces transformadas, porém com uma transformação que começou no interior de cada uma delas, uma face que começou a nascer em cada alma,

em cada coração, que revelou o SOU esperança de cada uma delas.A obra foi ganhando uma dimensão que não encontrava fronteiras que pudessem neutralizar a mão de Deus, pois na percepção de encontrar uma face, uma vida que necessitasse de olhar diferenciado e da oferta de um sorriso que criasse a Esperança de nova vida...ali estava a Fazenda chegando e assim uma das realidades comoventes e extremamente pedagógica para notarmos o desejo de vida, o anseio de amor e uma oferta generosa de alegria e coragem é a Casa Sol Nascente, onde realmente brilha o sol da vida e da esperança.Uma casa que acolhe homens, mulheres e crianças portadoras do vírus HIV/AIDS e/ou filhos de pais com HIV/AIDS, em situação de orfandade e de precariedade social e financeira, na faixa etária de 0 a 12 anos, cujas famílias, quando ainda as tem, não dispõem de condições emocionais e materiais para abrigar adequadamente a criança e proporcionar o acompanhamento específico adequado à problemática que apresentam. Uma casa que se transforma em verdadeiro lar, laços familiares criados pelo amor e pela solidariedade.

O Brasil e o mundo se encantaram perplexos com a proximidade e a sinceridade, o calor humano, a simplicidade e o despojamento, a incansável alegria pura e irradiante, a ausência de medo e a vontade de abraçar a todos, abraçando a muitos, do Papa Francisco por ocasião da JMJ no Rio de Janeiro. Era como se o próprio São Francisco estivesse nos visitando.Francisco dos franciscos pobres, dos franciscos enfermos, dos franciscos vítimas das drogas, dos franciscos das periferias, dos franciscos crianças, adolescentes e jovens, dos franciscos idosos. Francisco dos franciscos que desejam e trabalham

para revelar toda pureza e beleza do rosto da Igreja de Jesus Cristo.O Santo Padre, o Papa Francisco, deixou claro, tanto por meio de suas palavras quanto por meio de suas atitudes que a missão da Igreja não é julgar quem quer que seja. A missão da Igreja é simplesmente amar como Jesus amou. Primeiro amar e só depois apresentar a proposta do Reino de Deus. Ou melhor, apresentar o projeto evangélico de vida por meio do amor incondicional. Porque só depois de se sentir verdadeiramente amada e respeitada é que a pessoa encontra forças para se “converter” e mudar de uma vida sem sentido - desfigurada e desfigurante – para

uma vida com sentido – transfigurada e transfigurante. “Contemplando vocês que hoje estão aqui presentes, me vem à mente a história de São Francisco de Assis. Diante do Crucifixo, ele escuta a voz de Jesus que lhe diz: «Francisco, vai e repara a minha casa». E o jovem Francisco responde, com prontidão e generosidade, a esta chamada do Senhor para reparar sua casa. Mas qual casa? Aos poucos, ele percebe que não se tratava fazer de pedreiro para reparar um edifício feito de pedras, mas de dar a sua contribuição para a vida da Igreja; era colocar-se ao serviço da Igreja, amando-a e trabalhando para que

transparecesse nela sempre mais a Face de Cristo. Também hoje o Senhor continua precisando de vocês, jovens, para a sua Igreja. Queridos jovens, o Senhor precisa de vocês! Ele também hoje chama a cada um de vocês para segui-lo na sua Igreja e ser missionário. Hoje, queridos jovens, o Senhor lhes chama! Não em magote, mas um a um… a cada um. Escutem no coração aquilo que lhes diz.” (Papa Francisco – Vigília – Copacabana 27.07.13 – RJ)

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A Fazenda Esperança é uma das respostas concretas a toda luta e tentativa de proposta de oferecer ao ser humano uma possibilidade nova de vida. A Fazenda da Esperança acolhe jovens que desejam se libertar das drogas e do álcool, mas também aqueles que anseiam descobrir suas vocações.Os recuperantes vivem do seu próprio trabalho como fonte de auto-estima e auto-sustento. Nos 12 meses de recuperação, só a partir do terceiro mês o recuperante recebe visita dos familiares. A Fazenda da Esperança acolhe pessoas, homens e mulheres, e lhes propiciam moradia, alimentação e outras necessidades básicas para que continuem firmes em sua caminhada rumo ao retorno à vida. A organização das casas baseia-se na famí-lia a fim de provocar mudanças de valores, morais e princípios. Toda a convivência é apoiada nas Palavras de Deus tirada do evangelho e também se sustenta no carisma da unidade de Chiara Lubich e no carisma da pobreza de São Francisco de Assis.O dependente químico precisa desejar e manifestar a vontade de ter uma vida livre das drogas e do álcool,

pedindo uma segunda chance via carta escrita de próprio punho para ser acolhido, explicando os motivos que o levaram a solicitar ajuda. Cada jovem é responsável por sua própria recuperação. A comunidade terapêutica só acolhe as pessoas que pedem ajuda, pois os internos não ficam em locais fechados por muros ou portões. Tudo é aberto e dá acesso a rua, ou seja, na liberdade de recomeçar e reconquistar a própria identidade a pessoa vai aprendendo a trabalhar com os seus limites, conhecendo as suas fragilidades e criando identidade com as suas próprias forças.Toda família participa de todo o processo, como deveria fazer em qualquer outra decisão de vida de seu ente querido, afinal é necessário envolver os familiares neste processo de recomeço. Reestruturar ou até restabelecer laços rompidos, pelo fato que o jovem retorna para o seu seio familiar. Por exemplo, os pais e irmãos são acompanhados e freqüentam reuniões separadas do interno antes do primeiro encontro com o mesmo no terceiro mês da recuperação e durante todo o restante do processo de recuperação, os familiares são motivados a

participarem das visitas e formação oferecida aos mesmos.Hoje a Fazenda está enraizada em 15 nações diferentes, com 91 unidades, porém todas as unidades respeitando a cultura onde está inserida, mas realizando o mesmo programa e organização em todas elas. Um programa que está embasado no tripé: espiritualidade, trabalho e convivência, demonstrando que mesmo que a obra tenha crescido, pois este ano completa30 anos, a essência deve ser mantida, por saber que os frutos colhidos foram positivos para quem levou seriamente a proposta original da Fazenda da Esperança. Esses 30 anos de existência possui um começo simples, mas rico em unidade e partilha, um sonho que se torna realidade porque um jovem acreditou que poderia fazer a diferença, acreditou que seria possível iniciar uma nova realidade no desafio de combater o mundo das drogas e provocar a Esperança em quem desejava sair.Este jovem se chama Nelson Giovaneli que se aproximou de um grupo de jovens que consumiam e vendiam drogas perto de sua casa. Isso em 1983, na esquina da rua Tupinambás com a Guaicurus, no bairro do Pedregulho,

na cidade de Guaratinguetá interior de São Paulo. Ele foi animado a dar esse passo por frei Hans Stapel seu pároco que o incentivava a viver concretamente a Palavra de Deus.Nelson conquistou a confiança daqueles dependentes químicos. Um deles Antonio Eleutério foi o primeiro a ser contagiado e pediu ajuda para se libertar das drogas, tudo isso porque Nelson buscava colocar em prática a frase “Fiz-me fraco com os fracos a fim de ganhar os fracos” (I Cor 9,22).Frei Hans tornou-se pároco da igreja Nossa Senhora da Glória em 1979. Ele nasceu no fim da segunda guerra mundial, cresceu junto da reconstrução da Alemanha, orientado religiosamente na Igreja Católica por seus pais, conheceu o carisma da unidade de Chiara Lubich e da pobreza de são Francisco de Assis, os quais divulgam em sua vida religiosa.Foi liberado integralmente para a Fazenda da Esperança em 1992 quando seus superiores entenderam essa necessidade.Os companheiros de Antonio notaram algo diferente em sua vida. Isso os levou a buscar a ajudar do jovem

paroquiano que os propõem viver radicalmente a Palavra de Deus e à noite encontrar-se na Igreja ao invés da esquina para trocar as experiências vividas a cada dia.Esse grupo sugeriu a Nelson alugar uma casa para viverem junto. O aluguel e as despesas pagariam com seus trabalhos. As primeiras atividades foram a limpeza de jardins enquanto Nelson continuava em seu emprego de “office boy”, na cooperativa de laticínio de Guaratinguetá. Tudo o que ganhavam colocavam em comum para se sustentar.Iraci Leite e Lucilene Rosendo, conhecida por Luci, iniciaram o trabalho de recuperação feminina em 1989, na cidade de Guaratinguetá / SP. Elas deixaram tudo para seguir o exemplo de Nelson. Iniciando a vivência feminina neste universo chamado Esperança, de ir ao encontro da face feminina de Deus perdida entre tantas mulheres, mães, jovens machucadas pela dor da vida. Os relatos de vida, os testemunhos experimentados pela SOU durante um tempo de convivência entre a meninas fez nascer a BELEZA DA ESPERANÇA...Faces transformadas, porém com uma transformação que começou no interior de cada uma delas, uma face que começou a nascer em cada alma,

em cada coração, que revelou o SOU esperança de cada uma delas.A obra foi ganhando uma dimensão que não encontrava fronteiras que pudessem neutralizar a mão de Deus, pois na percepção de encontrar uma face, uma vida que necessitasse de olhar diferenciado e da oferta de um sorriso que criasse a Esperança de nova vida...ali estava a Fazenda chegando e assim uma das realidades comoventes e extremamente pedagógica para notarmos o desejo de vida, o anseio de amor e uma oferta generosa de alegria e coragem é a Casa Sol Nascente, onde realmente brilha o sol da vida e da esperança.Uma casa que acolhe homens, mulheres e crianças portadoras do vírus HIV/AIDS e/ou filhos de pais com HIV/AIDS, em situação de orfandade e de precariedade social e financeira, na faixa etária de 0 a 12 anos, cujas famílias, quando ainda as tem, não dispõem de condições emocionais e materiais para abrigar adequadamente a criança e proporcionar o acompanhamento específico adequado à problemática que apresentam. Uma casa que se transforma em verdadeiro lar, laços familiares criados pelo amor e pela solidariedade.

O Brasil e o mundo se encantaram perplexos com a proximidade e a sinceridade, o calor humano, a simplicidade e o despojamento, a incansável alegria pura e irradiante, a ausência de medo e a vontade de abraçar a todos, abraçando a muitos, do Papa Francisco por ocasião da JMJ no Rio de Janeiro. Era como se o próprio São Francisco estivesse nos visitando.Francisco dos franciscos pobres, dos franciscos enfermos, dos franciscos vítimas das drogas, dos franciscos das periferias, dos franciscos crianças, adolescentes e jovens, dos franciscos idosos. Francisco dos franciscos que desejam e trabalham

para revelar toda pureza e beleza do rosto da Igreja de Jesus Cristo.O Santo Padre, o Papa Francisco, deixou claro, tanto por meio de suas palavras quanto por meio de suas atitudes que a missão da Igreja não é julgar quem quer que seja. A missão da Igreja é simplesmente amar como Jesus amou. Primeiro amar e só depois apresentar a proposta do Reino de Deus. Ou melhor, apresentar o projeto evangélico de vida por meio do amor incondicional. Porque só depois de se sentir verdadeiramente amada e respeitada é que a pessoa encontra forças para se “converter” e mudar de uma vida sem sentido - desfigurada e desfigurante – para

Dom Maurício Grotto de CamargoArcebispo Metropolitano de Botucatu

FRANCISCOFRANCISCOdos

uma vida com sentido – transfigurada e transfigurante. “Contemplando vocês que hoje estão aqui presentes, me vem à mente a história de São Francisco de Assis. Diante do Crucifixo, ele escuta a voz de Jesus que lhe diz: «Francisco, vai e repara a minha casa». E o jovem Francisco responde, com prontidão e generosidade, a esta chamada do Senhor para reparar sua casa. Mas qual casa? Aos poucos, ele percebe que não se tratava fazer de pedreiro para reparar um edifício feito de pedras, mas de dar a sua contribuição para a vida da Igreja; era colocar-se ao serviço da Igreja, amando-a e trabalhando para que

transparecesse nela sempre mais a Face de Cristo. Também hoje o Senhor continua precisando de vocês, jovens, para a sua Igreja. Queridos jovens, o Senhor precisa de vocês! Ele também hoje chama a cada um de vocês para segui-lo na sua Igreja e ser missionário. Hoje, queridos jovens, o Senhor lhes chama! Não em magote, mas um a um… a cada um. Escutem no coração aquilo que lhes diz.” (Papa Francisco – Vigília – Copacabana 27.07.13 – RJ)

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A Fazenda Esperança é uma das respostas concretas a toda luta e tentativa de proposta de oferecer ao ser humano uma possibilidade nova de vida. A Fazenda da Esperança acolhe jovens que desejam se libertar das drogas e do álcool, mas também aqueles que anseiam descobrir suas vocações.Os recuperantes vivem do seu próprio trabalho como fonte de auto-estima e auto-sustento. Nos 12 meses de recuperação, só a partir do terceiro mês o recuperante recebe visita dos familiares. A Fazenda da Esperança acolhe pessoas, homens e mulheres, e lhes propiciam moradia, alimentação e outras necessidades básicas para que continuem firmes em sua caminhada rumo ao retorno à vida. A organização das casas baseia-se na famí-lia a fim de provocar mudanças de valores, morais e princípios. Toda a convivência é apoiada nas Palavras de Deus tirada do evangelho e também se sustenta no carisma da unidade de Chiara Lubich e no carisma da pobreza de São Francisco de Assis.O dependente químico precisa desejar e manifestar a vontade de ter uma vida livre das drogas e do álcool,

pedindo uma segunda chance via carta escrita de próprio punho para ser acolhido, explicando os motivos que o levaram a solicitar ajuda. Cada jovem é responsável por sua própria recuperação. A comunidade terapêutica só acolhe as pessoas que pedem ajuda, pois os internos não ficam em locais fechados por muros ou portões. Tudo é aberto e dá acesso a rua, ou seja, na liberdade de recomeçar e reconquistar a própria identidade a pessoa vai aprendendo a trabalhar com os seus limites, conhecendo as suas fragilidades e criando identidade com as suas próprias forças.Toda família participa de todo o processo, como deveria fazer em qualquer outra decisão de vida de seu ente querido, afinal é necessário envolver os familiares neste processo de recomeço. Reestruturar ou até restabelecer laços rompidos, pelo fato que o jovem retorna para o seu seio familiar. Por exemplo, os pais e irmãos são acompanhados e freqüentam reuniões separadas do interno antes do primeiro encontro com o mesmo no terceiro mês da recuperação e durante todo o restante do processo de recuperação, os familiares são motivados a

participarem das visitas e formação oferecida aos mesmos.Hoje a Fazenda está enraizada em 15 nações diferentes, com 91 unidades, porém todas as unidades respeitando a cultura onde está inserida, mas realizando o mesmo programa e organização em todas elas. Um programa que está embasado no tripé: espiritualidade, trabalho e convivência, demonstrando que mesmo que a obra tenha crescido, pois este ano completa30 anos, a essência deve ser mantida, por saber que os frutos colhidos foram positivos para quem levou seriamente a proposta original da Fazenda da Esperança. Esses 30 anos de existência possui um começo simples, mas rico em unidade e partilha, um sonho que se torna realidade porque um jovem acreditou que poderia fazer a diferença, acreditou que seria possível iniciar uma nova realidade no desafio de combater o mundo das drogas e provocar a Esperança em quem desejava sair.Este jovem se chama Nelson Giovaneli que se aproximou de um grupo de jovens que consumiam e vendiam drogas perto de sua casa. Isso em 1983, na esquina da rua Tupinambás com a Guaicurus, no bairro do Pedregulho,

na cidade de Guaratinguetá interior de São Paulo. Ele foi animado a dar esse passo por frei Hans Stapel seu pároco que o incentivava a viver concretamente a Palavra de Deus.Nelson conquistou a confiança daqueles dependentes químicos. Um deles Antonio Eleutério foi o primeiro a ser contagiado e pediu ajuda para se libertar das drogas, tudo isso porque Nelson buscava colocar em prática a frase “Fiz-me fraco com os fracos a fim de ganhar os fracos” (I Cor 9,22).Frei Hans tornou-se pároco da igreja Nossa Senhora da Glória em 1979. Ele nasceu no fim da segunda guerra mundial, cresceu junto da reconstrução da Alemanha, orientado religiosamente na Igreja Católica por seus pais, conheceu o carisma da unidade de Chiara Lubich e da pobreza de são Francisco de Assis, os quais divulgam em sua vida religiosa.Foi liberado integralmente para a Fazenda da Esperança em 1992 quando seus superiores entenderam essa necessidade.Os companheiros de Antonio notaram algo diferente em sua vida. Isso os levou a buscar a ajudar do jovem

paroquiano que os propõem viver radicalmente a Palavra de Deus e à noite encontrar-se na Igreja ao invés da esquina para trocar as experiências vividas a cada dia.Esse grupo sugeriu a Nelson alugar uma casa para viverem junto. O aluguel e as despesas pagariam com seus trabalhos. As primeiras atividades foram a limpeza de jardins enquanto Nelson continuava em seu emprego de “office boy”, na cooperativa de laticínio de Guaratinguetá. Tudo o que ganhavam colocavam em comum para se sustentar.Iraci Leite e Lucilene Rosendo, conhecida por Luci, iniciaram o trabalho de recuperação feminina em 1989, na cidade de Guaratinguetá / SP. Elas deixaram tudo para seguir o exemplo de Nelson. Iniciando a vivência feminina neste universo chamado Esperança, de ir ao encontro da face feminina de Deus perdida entre tantas mulheres, mães, jovens machucadas pela dor da vida. Os relatos de vida, os testemunhos experimentados pela SOU durante um tempo de convivência entre a meninas fez nascer a BELEZA DA ESPERANÇA...Faces transformadas, porém com uma transformação que começou no interior de cada uma delas, uma face que começou a nascer em cada alma,

em cada coração, que revelou o SOU esperança de cada uma delas.A obra foi ganhando uma dimensão que não encontrava fronteiras que pudessem neutralizar a mão de Deus, pois na percepção de encontrar uma face, uma vida que necessitasse de olhar diferenciado e da oferta de um sorriso que criasse a Esperança de nova vida...ali estava a Fazenda chegando e assim uma das realidades comoventes e extremamente pedagógica para notarmos o desejo de vida, o anseio de amor e uma oferta generosa de alegria e coragem é a Casa Sol Nascente, onde realmente brilha o sol da vida e da esperança.Uma casa que acolhe homens, mulheres e crianças portadoras do vírus HIV/AIDS e/ou filhos de pais com HIV/AIDS, em situação de orfandade e de precariedade social e financeira, na faixa etária de 0 a 12 anos, cujas famílias, quando ainda as tem, não dispõem de condições emocionais e materiais para abrigar adequadamente a criança e proporcionar o acompanhamento específico adequado à problemática que apresentam. Uma casa que se transforma em verdadeiro lar, laços familiares criados pelo amor e pela solidariedade. SOU Fo

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A Fazenda Esperança é uma das respostas concretas a toda luta e tentativa de proposta de oferecer ao ser humano uma possibilidade nova de vida. A Fazenda da Esperança acolhe jovens que desejam se libertar das drogas e do álcool, mas também aqueles que anseiam descobrir suas vocações.Os recuperantes vivem do seu próprio trabalho como fonte de auto-estima e auto-sustento. Nos 12 meses de recuperação, só a partir do terceiro mês o recuperante recebe visita dos familiares. A Fazenda da Esperança acolhe pessoas, homens e mulheres, e lhes propiciam moradia, alimentação e outras necessidades básicas para que continuem firmes em sua caminhada rumo ao retorno à vida. A organização das casas baseia-se na famí-lia a fim de provocar mudanças de valores, morais e princípios. Toda a convivência é apoiada nas Palavras de Deus tirada do evangelho e também se sustenta no carisma da unidade de Chiara Lubich e no carisma da pobreza de São Francisco de Assis.O dependente químico precisa desejar e manifestar a vontade de ter uma vida livre das drogas e do álcool,

pedindo uma segunda chance via carta escrita de próprio punho para ser acolhido, explicando os motivos que o levaram a solicitar ajuda. Cada jovem é responsável por sua própria recuperação. A comunidade terapêutica só acolhe as pessoas que pedem ajuda, pois os internos não ficam em locais fechados por muros ou portões. Tudo é aberto e dá acesso a rua, ou seja, na liberdade de recomeçar e reconquistar a própria identidade a pessoa vai aprendendo a trabalhar com os seus limites, conhecendo as suas fragilidades e criando identidade com as suas próprias forças.Toda família participa de todo o processo, como deveria fazer em qualquer outra decisão de vida de seu ente querido, afinal é necessário envolver os familiares neste processo de recomeço. Reestruturar ou até restabelecer laços rompidos, pelo fato que o jovem retorna para o seu seio familiar. Por exemplo, os pais e irmãos são acompanhados e freqüentam reuniões separadas do interno antes do primeiro encontro com o mesmo no terceiro mês da recuperação e durante todo o restante do processo de recuperação, os familiares são motivados a

participarem das visitas e formação oferecida aos mesmos.Hoje a Fazenda está enraizada em 15 nações diferentes, com 91 unidades, porém todas as unidades respeitando a cultura onde está inserida, mas realizando o mesmo programa e organização em todas elas. Um programa que está embasado no tripé: espiritualidade, trabalho e convivência, demonstrando que mesmo que a obra tenha crescido, pois este ano completa30 anos, a essência deve ser mantida, por saber que os frutos colhidos foram positivos para quem levou seriamente a proposta original da Fazenda da Esperança. Esses 30 anos de existência possui um começo simples, mas rico em unidade e partilha, um sonho que se torna realidade porque um jovem acreditou que poderia fazer a diferença, acreditou que seria possível iniciar uma nova realidade no desafio de combater o mundo das drogas e provocar a Esperança em quem desejava sair.Este jovem se chama Nelson Giovaneli que se aproximou de um grupo de jovens que consumiam e vendiam drogas perto de sua casa. Isso em 1983, na esquina da rua Tupinambás com a Guaicurus, no bairro do Pedregulho,

na cidade de Guaratinguetá interior de São Paulo. Ele foi animado a dar esse passo por frei Hans Stapel seu pároco que o incentivava a viver concretamente a Palavra de Deus.Nelson conquistou a confiança daqueles dependentes químicos. Um deles Antonio Eleutério foi o primeiro a ser contagiado e pediu ajuda para se libertar das drogas, tudo isso porque Nelson buscava colocar em prática a frase “Fiz-me fraco com os fracos a fim de ganhar os fracos” (I Cor 9,22).Frei Hans tornou-se pároco da igreja Nossa Senhora da Glória em 1979. Ele nasceu no fim da segunda guerra mundial, cresceu junto da reconstrução da Alemanha, orientado religiosamente na Igreja Católica por seus pais, conheceu o carisma da unidade de Chiara Lubich e da pobreza de são Francisco de Assis, os quais divulgam em sua vida religiosa.Foi liberado integralmente para a Fazenda da Esperança em 1992 quando seus superiores entenderam essa necessidade.Os companheiros de Antonio notaram algo diferente em sua vida. Isso os levou a buscar a ajudar do jovem

paroquiano que os propõem viver radicalmente a Palavra de Deus e à noite encontrar-se na Igreja ao invés da esquina para trocar as experiências vividas a cada dia.Esse grupo sugeriu a Nelson alugar uma casa para viverem junto. O aluguel e as despesas pagariam com seus trabalhos. As primeiras atividades foram a limpeza de jardins enquanto Nelson continuava em seu emprego de “office boy”, na cooperativa de laticínio de Guaratinguetá. Tudo o que ganhavam colocavam em comum para se sustentar.Iraci Leite e Lucilene Rosendo, conhecida por Luci, iniciaram o trabalho de recuperação feminina em 1989, na cidade de Guaratinguetá / SP. Elas deixaram tudo para seguir o exemplo de Nelson. Iniciando a vivência feminina neste universo chamado Esperança, de ir ao encontro da face feminina de Deus perdida entre tantas mulheres, mães, jovens machucadas pela dor da vida. Os relatos de vida, os testemunhos experimentados pela SOU durante um tempo de convivência entre a meninas fez nascer a BELEZA DA ESPERANÇA...Faces transformadas, porém com uma transformação que começou no interior de cada uma delas, uma face que começou a nascer em cada alma,

em cada coração, que revelou o SOU esperança de cada uma delas.A obra foi ganhando uma dimensão que não encontrava fronteiras que pudessem neutralizar a mão de Deus, pois na percepção de encontrar uma face, uma vida que necessitasse de olhar diferenciado e da oferta de um sorriso que criasse a Esperança de nova vida...ali estava a Fazenda chegando e assim uma das realidades comoventes e extremamente pedagógica para notarmos o desejo de vida, o anseio de amor e uma oferta generosa de alegria e coragem é a Casa Sol Nascente, onde realmente brilha o sol da vida e da esperança.Uma casa que acolhe homens, mulheres e crianças portadoras do vírus HIV/AIDS e/ou filhos de pais com HIV/AIDS, em situação de orfandade e de precariedade social e financeira, na faixa etária de 0 a 12 anos, cujas famílias, quando ainda as tem, não dispõem de condições emocionais e materiais para abrigar adequadamente a criança e proporcionar o acompanhamento específico adequado à problemática que apresentam. Uma casa que se transforma em verdadeiro lar, laços familiares criados pelo amor e pela solidariedade.

Botucatu: Rua Prudente de Moraes, 845 | Centro | (14) 3811.1212Bauru: Rua Caetano Sampieri, 7-85 | Jd. Panorama | (14) 3235.3555

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colaboradores >>>>

Cônego Émerson Rogério Anizi

Dra. Florence Kerr-Corrêa

Leila ZorkotReverendo Clayton Leal da Silva Milton Monti

Dom Maurício Grotto de Camargo Pe. Nelson Maria Brechó da Silva

Jorge Armando Pereira Dr. José Manuel Bertolote

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Ano I - Edição I - 2013

Malu OrnelasEliete Soares

Lívia AlmeidaEduardo F. Reibscheid

Fotos

Cônego Emerson Rogério AniziPublisher

Projeto Gráfico

José Roberto Quinteiro JúniorMTB - 40.493/SP

Jornalista

Maria Pia OrnelasMaquiagem

Grafilar - Lar Analia FrancoImpressão

Lilian OrnelasMurilo MurbackAline D’Luque

Assistentes

Milton MontiDr. Eduardo Zacharias

Geraldo CoutoMarcos Vecchio

Bruno Giraldi

Agradecimentos

Revista da Catedral de Botucatu

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