revista sindloc-sp - edição 144, abril/2013

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REVISTA SINDLOC SP GRAVAME NÃO É MAIS PROBLEMA Projeto pioneiro viabiliza leilão de usados com liberação rápida do carro O Mão Santa Oscar transmite dicas de liderança para empresários do setor Ano XVII – Edição 144 - abril 2013 Mercado de importados de olho no Brasil e nas locadoras Sindicato das Empresas Locadoras de Veículos Automotores do Estado de São Paulo

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Publicação mensal do Sindicato das Locadoras de Veículos Automotores do Estado de São Paulo

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REVISTA

SindlocSpGRAVAME NÃO É MAIS PROBLEMA

Projeto pioneiro viabiliza leilão de usados com liberação rápida do carro

O Mão Santa Oscar transmite dicas de liderança para empresários do setor

Ano XVII – Edição 144 - abril 2013

Mercado de importados de olho no Brasil e nas locadoras

Sindicato das Empresas Locadoras de Veículos Automotores do Estado de São Paulo

Job: 20645-002 -- Empresa: Neogama -- Arquivo: 20645-002-Renault-Varejo-AnRv-Sindloc-210x280_pag001.pdfRegistro: 114842 -- Data: 19:07:06 11/04/2013

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EDITORIAL

I de IPI. I de improviso

Sábado, 30 de março. Em pleno café da manhã, leio as manchetes dando conta da prorro-gação do IPI reduzido até dezembro. Não é notícia velha. O imposto menor para carros novos, que já havia sido prolongado até o fim de 2012, ganhou mais um ano de sobrevida.

Fôlego extra para as vendas, estímulo adicional para o combate à inflação, manutenção dos níveis de emprego e produção. Os argumentos são variados e bem justificados. Mas, de-finitivamente, o verbo PLANEJAR passa longe dos corredores de Brasília. Enquanto o governo toma decisões ao calor dos acontecimentos, as locadoras, que já estavam preparadas para botar o bloco dos seminovos na rua, são obrigadas a repensar mais uma vez suas estratégias.

Em outubro do ano passado, o ministro da Fazenda assegurava que provavelmente a pror-rogação até dezembro do ano passado seria a última. Em dezembro, o discurso era o de que reduções temporárias seriam revertidas em 2013. Às portas do mês de abril, tudo mudou. Va-mos novamente presenciar a depreciação da frota de usados. E não estamos falando de carros com mais de cinco anos de vida. A cada 24 meses, o setor de locação investe em renovação de estoque, mesmo com a oferta de crédito ainda longe do ideal.

As concessões de crédito a pessoas físicas apresentaram recuo de 7,9% em fevereiro na com-paração com janeiro, e um dos principais segmentos responsáveis pela queda foi o automotivo. O declínio para pessoas jurídicas foi de 2,1%. A inadimplência média no país já chega à casa de 6%, contra 2,5% de anos anteriores. São tantos os gargalos, mas é no IPI que reside a solução mágica. Só esqueceram de pensar que, sem tanta abundância de crédito, a dita classe C já não é a menina dos olhos do consumo. Provavelmente, os benefícios do imposto reduzido vão se limitar aos detentores de maior renda.

Não condenamos a redução do imposto e seus objetivos. Mas cadê o planejamento? No-vamente, o governo insiste em beneficiar o carro zero, mas relega a outra ponta ao segundo plano. Nunca é demais recordar que, para cada veículo novo vendido no país, outros cinco usados são comercializados. E com esse contrassenso e a frota de seminovos depreciada, o custo para as empresas de locação seguirá sua tendência de alta, despesa que fatalmente terá de ser repassada ao consumidor.

Improviso parece ser um mantra no Planalto. E assim seguimos nossa batalha, planejando, replanejando... até termos outra surpresa numa tranquila manhã de sábado. Quem sabe com o IPI reduzido até a Copa do Mundo!

Alberto de Camargo VidigalPresidente do Sindloc-SP

A Revista Sindloc SP é uma publicação do Sindicato das Empresas Locadoras de Veículos Automotores do Estado de São Paulo, distribuída gratuitamente a empresas do setor, indústria automobilística, indústria do turismo, executivos financeiros e jornalistas.

Presidente: Alberto de Camargo VidigalVice-Presidente: Eladio Paniagua JuniorDiretor Financeiro: Luiz Carlos de Carvalho Pinto LangDiretor Secretário: Paulo Miguel Jr.Consultor de Gestão: Luiz Antonio CabralConselho Fiscal: Eliane Baida, Paulo Gaba Jr. e Paulo Hermas Bonilha JuniorProdução Editorial: Scritta – www.scritta.com.brCoordenação: Leandro LuizeRedação: Dalton L. C. de Almeida, Eduardo Graboski e Kátia SimõesRevisão: Leandro Luize

Diagramação: ECo Soluções em Conteúdowww.ecoeditorial.com.brJornalista Responsável: Paulo Piratininga - MTPS 17.095 - [email protected]ão: Gráfica RevelaçãoTiragem: 5 mil exemplaresCirculação: distribuição eletrônica para 7 mil leitores cadastradosEndereço: Praça Ramos de Azevedo, 209 – cj. 22 e 23 Telefone: (11) 3123-3131E-mail: [email protected]

É permitida a reprodução total ou parcial dasreportagens, desde que citada a fonte.

EXPEDIENTE

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sumáRIO

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MERCADO

GESTÃO

MUNDO

ARTIGO

Ricardo Strunz, presidente da Abeiva, comenta sobre o potencial do mercado de importados no Brasil e as apostas do setor.

Como obter uma comunicação visual eficiente e fazer dela um diferencial para seu negócio? O consultor do Sebrae-SP oferece orientações.

Com motocicletas dobráveis, locadoras podem reduzir custos e dinamizar tempo com a entrega do veículo ao cliente.

Fraude corporativa. Especialista trata desse mal que assola todos os setores e exige estratégias especiais para ser combatido.

SETOR EVENTO08 12Sindloc une forças com o mercado e criam plataforma de venda de usados com baixa do gravame e liberação rápida do veículo.

Oscar Schmidt, o Mão Santa, fala para mais de 200 convidados sobre liderança, trabalho, conquista de resultados e garra.

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InfORmAçõEs úTEIs

SUPERMÁQUINA

MOBILIDADEMarca americana apresenta carro elétrico mais rápido do mundo

Aluguel de carros por hora conquista cada vez mais clientes

A empresa Detroit Electric apresentou no início de abril seu primeiro carro, um esportivo batizado de SP:01. Segun-do a empresa, é o carro elétrico mais rápido do mundo, acelerando de 0 a 100 km/h em 3,7 segundos e atingindo velocidade máxima de incríveis 249 km/h.

Com transmissão manual de quatro velocidades e opção de cinco marchas ou câmbio automático de duas velocida-des, o SP:01 tem um smartphone integrado ao sistema. O motorista poderá controlar as preferências no carro, o som, e fazer ligações. A suspensão é independente nas quatro rodas, acertada para receber o peso extra de uma bateria de 37kWh. Os itens de segurança englobam freios ABS com controle de estabilidade (ESP), sistema que carrega a bateria com a energia da frenagem e garan-tia de 48 mil km. O preço estimado é de US$ 135 mil.

Pesquisa realizada pela empresa de auditoria KPMG revela que o conceito de mobilidade nas locações de au-tomóveis deve conquistar cada vez mais clientes. O le-vantamento foi realizado com executivos das principais indústrias automotivas do mundo e afirma que 72% deles acreditam no sucesso do conceito, também chamado de compartilhamento de veículos.

No compartilhamento, o cliente pode reservar pela in-ternet um carro para usar somente por algumas horas, sem precisar se preocupar com custos de combustível e outros referentes à propriedade do veículo. Nos Estados Unidos, a modalidade vem se tornando uma alternativa à compra de carros, principalmente em grandes metrópoles com graves problemas no trânsito.

MAIS MILHAGEMGastos com viagens corporativas aumentam 13% em 2012

A Associação Latino Americana de Gestores de Eventos e Viagens Corporativas (Alagev) apontou que as despesas das empresas com viagens corporativas aumentaram 13% no ano passado. O campeão de gastos foi a viagem de avião, com 46% do total, seguida por hospedagem (34,9%) e locação de veícu-los (7,1%). E a tendência para 2013 não é diferente.

De olho nesse diferencial, empresas de locação mantêm planos especiais para ganhar espaço na concorrência pelo pú-blico executivo, mais exigente que o locador comum. Além de descontos promocionais e convênios, equipamentos dife-renciados, como carros equipados com airbags, freios ABS e câmbio automático, agregam valor à negociação.

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Desde a publicação da Lei nº 8.212/1991, que instituiu o plano de custeio da seguridade social, muito se tem discutido sobre a base de cálculo da contribuição previdenciária patronal sobre a folha de salários.

Os artigos 22 e 28 da lei de custeio determinam que a base de cálculo da contribuição patronal é o “total das remunerações pagas, devidas ou creditadas a qualquer título, durante o mês, aos segurados empregados e trabalhadores avulsos que lhes prestem serviços, destinadas a retribuir o trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços, nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa”.

Constata-se que apenas os ganhos habituais decorrentes da prestação efetiva de serviços devem ser levados em consideração para calcular a contribuição. Por outro lado, os ganhos não-habi-tuais e os que não decorrem da retribuição pelo trabalho prestado não devem compor a base de cálculo do tributo.

Contudo, o antigo Instituto Nacional da Seguridade Social, atu-almente unificado à Receita Federal do Brasil, nunca admitiu que as empresas excluíssem da base de cálculo verbas com verdadeiro caráter indenizatório, que não representam retribuição pelo tra-balho prestado ou mesmo pelo tempo em que o empregado fica à disposição do empregador – exemplos são os pagamentos de um terço de férias aos funcionários; do aviso prévio indenizado, quando da demissão sem justa causa; dos 15 primeiros dias de afastamento dos empregados por doença ou acidente; do auxí-lio-creche; do abono-assiduidade; do salário-maternidade; das fé-rias gozadas, o que obrigou muitos contribuintes a ingressar com ações para terem reconhecido o direito de reduzir o tributo devi-do sobre a folha de salários.

Após cerca de 20 anos de discussão judicial, os tribunais supe-riores tem se posicionado de forma favorável aos contribuintes, admitindo que as verbas de caráter indenizatório sejam excluídas

do cálculo da contribuição patronal. O Superior Tribunal de Jus-tiça (STJ), em decisão publicada em maio de 2010, reafirmou que o terço de férias tem caráter indenizatório e não deve compor a base de cálculo.

O mesmo Tribunal, em decisão publicada no dia 15 de mar-ço de 2010, entendeu que as verbas pagas nos primeiros 15 dias de afastamento dos empregados por motivo de doença não in-tegram a base de cálculo, por não possuírem natureza remune-ratória. O Supremo Tribunal Federal (STF) também se mostrou favorável à exclusão das verbas indenizatórias da base de cálculo. Em maio de 2009, julgou que não deve incidir o tributo sobre o terço constitucional de férias e, em março de 2010, definiu que o vale-transporte, mesmo quando pago em dinheiro, não compõe a base de cálculo do tributo, pela natureza não-salarial do mesmo.

Mais recentemente, o STJ reconheceu que não deve incidir a contribuição sobre os pagamentos de férias gozadas aos empre-gados e também do salário-maternidade. Diante do atual posicio-namento jurisprudencial, as empresas que recolheram o tributo têm o direito de pedir sua devolução, podendo utilizar o crédito em compensações com débitos previdenciários. Por fim, caso a empresa tenha sido autuada por ter excluído uma verba indeniza-tória da base de cálculo, há bons argumentos para se apresentar defesa administrativa e judicial contra tal exigência, já que os ór-gãos julgadores administrativos costumam seguir as orientações dos tribunais superiores.

As verbas de natureza indenizatória e a base de cálculo da contribuição previdenciária

TRABALHISTA

Marcelo Botelho Pupo é especialista e mestre em direito tributário pela PUC-SP e coordenador da área tributária do escritório Queiroz e Lautenschläger [email protected]

cOLunA

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No processo de locação de um veículo (ou até de frota), há o procedimento de entrega em que são verificadas as condições em que o bem está sendo entregue. É o chamado check-list. Como locatário usual, até para melhor atender ao setor, percebo que sempre é dada atenção especial ao aspecto externo do veículo dos danos pré-existentes e quantidade de combustível. Mas além de mostrar a presença do pneu sobressalente e itens para sua substituição, se necessário, nunca identifiquei a realização de um check-list específico para os equipamentos obrigatórios e seu fun-cionamento – tais como limpador e lavador de pára-brisa, buzina, faróis e lanternas durante o dia ou mesmo à noite, entre outros. Os equipamentos obrigatórios, além dos constantes no Art. 105 do CTB, estão na Resolução 14/98 do CONTRAN (www.denatran.gov.br - legislação - resoluções).

O Código de Trânsito, em seu Art. 257, §§ 2º e 3º, diferencia as infrações que são de responsabilidade do condutor (aquelas co-metidas na direção do veículo) daquelas de responsabilidade do proprietário (regularidade do veículo, equipamentos e habilitação regular de seus condutores). Todas as multas ficarão vinculadas ao veículo. Portanto, na prática, quem ficará responsável pelo pa-gamento perante o órgão de trânsito será o proprietário. As in-frações de condução serão imputadas ao condutor, seja por ter sido parado e identificado no momento da autuação, seja por ter sido indicado pelo proprietário no prazo legal. E a não indicação de condutor gera o agravamento da multa para proprietário pes-soa jurídica, enquanto nas infrações de proprietário (pessoa física ou jurídica) não cabe indicação de condutor e, por consequência, não poderiam gerar agravamento pela não indicação.

Os contratos de locação preveem que as infrações cometidas serão cobradas do locatário e, na mesma oportunidade, ele ou-torga poderes à locadora para indicá-lo como condutor. Como dissemos acima, as infrações de proprietário não comportam indi-cação de condutor e não irão gerar qualquer outra consequência para ele (pontuação etc).

Fizemos todas as considerações e reflexões para alertar que, no check-list, é recomendável que a presença e o funcionamento de todos os equipamentos obrigatórios sejam verificados (exemplo: faróis e lanternas mesmo durante o dia), pois a infração se dá ‘sem

equipamento obrigatório ou estando ineficiente ou inoperante’, com base no Art. 230 do CTB.

O check-list representará a comprovação de que o veículo foi entregue com tais equipamentos presentes e em funcionamento. Dessa forma, caso haja alguma autuação por tais ausências ou não funcionamento, se comprovará que isso ocorreu após a tomada de posse do veículo por parte do locatário, legitimando a cobran-ça da multa de proprietário (locadora) também do locatário. É re-comendável também que seja incluído no contrato esse detalhe, pois perante o órgão de trânsito o proprietário ficará responsável por pagar qualquer multa, mas na relação particular legitimará o regresso desse prejuízo.

Na devolução do veículo também é realizado o check-list de de-volução, momento em que fazemos as mesmas recomendações, pois um equipamento que estava em funcionamento pode ter sido danificado. É até constrangedor comentar e seria temerário acusar considerando a presunção de boa-fé do consumidor, mas eventualmente algum desses itens pode ter sido substituído por outro em piores condições (exemplo: macaco quebrado ou extin-tor de incêndio vencido) e que poderá ser repassado ao próximo locatário já com problemas.

A importância do check-list

TRÂNSITO

Marcelo José Araújo é advogado e consultor especialista em Direito de Trânsito. É professor de Direito de Trânsito e presidente da Comissão de Trânsito, Transporte e Mobilidade da OAB/PR

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nOVIDADE

Leilão de usados com baixa do gravame e liberação rápida do veículoSindloc-SP, consultoria, bancos, avaliadoras e leiloeiros unem esforços e inteligências em projeto pioneiro no setor

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Na locação automotiva, as frotas de veículos são a espinha dor-sal do serviço ofertado aos clientes. A dinâmica do segmento de-manda uma constante substituição dos carros, mas as empresas esbarram em obstáculos como a baixa do gravame e a dificuldade de liberação rápida do veículo. Porém, uma proposta inovadora promete acabar com esse desafio burocrático.

O Sindloc-SP desenvolveu, com apoio de uma consultoria espe-cializada, bancos, avaliadoras e leiloeiros, um projeto para a realiza-ção de leilões diferenciados. Por meio deles, se viabilizarão rápidas baixas de gravame, indispensáveis para a revenda de veículos em leasing. A ideia foi desenhada em parceria com a Sodré Santoro – maior empresa da América do Sul no mercado de leilões – e a MZB Assessoria e Consultoria em Negócios, futura responsável por conduzir as negociações entre locadoras e bancos para a quitação antecipada do leasing.

A iniciativa nasceu também como resposta aos entraves na comercialização de automóveis após as decisões governamentais de reduzir os impostos sobre os zero quilômetro. Nesse contex-to, outro grande diferencial do projeto será permitir a venda de carros usados em excelente estado de conservação, com média de apenas um ano e meio a dois anos de uso, mas aferidos por empresa avaliadora. Uma estratégia que tem o leiloeiro como fa-cilitador entre as partes e a MZB como intermediadora nos acer-tos para finalizar os contratos junto a bancos e financiadoras.

Elemento importante, a credibilidade da companhia respon-sável pelos leilões é parte crucial do projeto, que garantirá aos compradores uma modalidade segura, desburocratizada e total-mente transparente de compra no atacado e/ou varejo. Mas an-tes de serem levados a leilão, os carros passam por uma auditoria veicular promovida por uma empresa especializada. Esta emitirá um parecer assegurando que o veículo apresenta condições e padrões de qualidade exigidos para a venda. Graças à expertise de todos os agentes envolvidos no processo, o comprador sai-rá com o carro aferido e devidamente documentado, enquanto cada uma das outras partes receberá seu percentual de rendi-mentos – no caso da financiadora ou banco, a quitação dos va-lores ainda em aberto do contrato de leasing.

O projeto será de extrema valia para as locadoras, que dia a dia são prejudicadas pelas constantes e mal planejadas reduções de IPI e facilidades de financiamento dados à aquisição do carro zero. “Além disso, a situação impacta nossa atividade indiretamente, pois muitas empresas têm de arcar com investimentos em pátios e lojas voltadas à venda de seus carros fora de uso, para desmobi-lizar esse capital agora ocioso”, contextualiza o consultor de gestão do Sindloc-SP, Luiz Antônio Cabral.

Com esse leilão diferenciado, as empresas podem ainda redire-cionar o foco de trabalho para sua atividade-fim – locar veículos, reforçar a terceirização de frota, gerenciar custos fixos e capaci-tar mão de obra para atendimento ao público. “Estamos falando de um segmento estratégico que está entre os maiores clientes das montadoras, por sua rápida rotatividade de veículos e gran-de demanda. Se não ajudarmos as locadoras a se desfazer com eficiência e rapidez de seus carros, o ciclo de renovação da frota fica comprometido, um risco ao negócio e à própria economia nacional”, completa Luiz Fernando Sodré Santoro, fundador e pre-sidente da Sodré Santoro.

Máxima eficiência“Nosso objetivo é obter o melhor negócio e venda possível, oxi-

genando uma mecânica já consagrada”, explica Alan Damasceno, consultor da MZB, um dos idealizadores do projeto. Ele também destaca que a novidade está exatamente na auditoria prévia do estado do carro, o que assegura um alto padrão de qualidade. É uma segurança que reduz o risco sobre a compra, valoriza o car-ro e proporciona os melhores rendimentos para a operação, sem contar que a disponibilização de um histórico do veículo ou do lote em leilão é algo inédito.

“Essa análise prévia é fundamental, pois acaba com o receio inerente à compra de um produto com danos ou avarias, visto que previamente já se saberá suas condições. Isso eleva o valor do veículo e dos lances” destaca Damasceno. Outra vantagem é que os leilões acontecerão também pela internet em tempo real, possibilitando a participação de compradores em todo o Brasil.

“O tempo de venda de um carro usado nas concessionárias é, em média, superior a 90 dias. E a isso ainda se soma todos os trâ-mites de documentação. Já via leilões, o período completo não ul-trapassa um mês, com a velocidade de liberação de documentos pelo Detran. E há casos em que a situação foi resolvida em apenas 10 dias”, explica Santoro, com a experiência de quem negocia mais de 300 carros por dia por meio de leilões.A plataforma é basicamente um “ganha-ganha”, em que todas as partes envolvidas lucram a partir de um sistema transparente e de credibilidade, poupando o consumidor de burocracias e dores de cabeça que poderiam levá-lo a desistir do negócio. E resolve o problema da liberação do carro, que há tempos atrapalha as locadoras. Fora isso, pela própria natureza do serviço, os veículos são sempre classificados como um produto de primeira qualidade a um preço justo. “Essa combinação de fatores e união de forças, certamente, será muito bem recebida pelo mercado”, acredita Luiz Antônio Cabral.

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História dos leilões no Brasil, por Sodré SantoroConsiderado o papa dos leilões no Brasil, Luiz

Fernando Sodré Santoro praticamente reinventou o mercado em que hoje é referência no Brasil e na América do Sul. Sua visão o levou a realizar leilões que transformavam em capital bens inoperantes ou defasados de empresas industriais. Essa atuação afastou a pecha de que leilões eram sinônimos de massa falida ou do repasse de produtos defeituo-sos, de baixa qualidade e confiabilidade.

Na década de 90, com a chegada de Fernan-do Collor à presidência e suas estratégias para o combate a inflação, Santoro previu um período de recessão e buscou novos focos. Nisto identificou no carro um produto que mantinha a vitalidade de demanda mesmo na crise, criando os primeiros leilões de carros do país. De lá para cá, a empresa expandiu sua atuação. Atende empresas privadas e estatais, pessoas jurídicas e físicas no Brasil e no mundo. No segmento automotivo, contabiliza 1,2 milhão de carros vendidos.

Nosso objetivo é obter o melhor negócio e venda possível, oxigenando uma mecânica já consagrada.

Essa combinação de fatores e união de forças, certamente, será muito bem recebida pelo mercado.

”Estamos falando de um segmento estratégico e está entre os maiores clientes das montadoras.

Alan Damasceno, MZB

Luiz Fernando Sodré Santoro, Sodré Santoro

Luiz Antônio Cabral, Sindloc-SP

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InsPEçÃO VEIcuLAR

LEGISLAÇÃOEnfim, chegam as novas regras de inspeção veicular em São Paulo

A novela da inspeção veicular na capital paulista, no dia 11 de abril, chegou ao fim de mais um capítulo quando o prefeito Fer-nando Haddad (PT) sancionou uma nova lei sobre o tema. As novas regras beneficiam o setor de locação e afastam a adminis-tração pública de uma intervenção meramente econômica sobre o tema, que limitaria a inspeção veicular a uma fonte extra para o caixa municipal.

As novas normas levarão o peso da taxa, de R$ 47,44, a recair apenas sobre o bolso dos donos de automóveis que não passarem pela avaliação. Para as locadoras, o ponto relevante é a criação de uma divisão “etária” dos veículos. Dessa forma, carros com até três anos não são obrigados a se submeter aos testes, o que elimina esse custo para os gestores do segmento, já que a idade média na área é de dois anos.

Ainda que não seja o ponto final da polêmica, a nova legislação traz mudanças importantes e que devem entendidas com cuida-do. A Revista Sindloc-SP preparou um resumo para entender o que muda com a inspeção:

Só carros com documento da capital paulista faziam a inspeção

Inspeção com periodicidade anual

Não eram inspecionados veículos de coleção e de outras cidades, inclusos os da Grande São Paulo, além de carros novos licenciados no ano da inspeção

Preço de R$ 47,44 para todos os veículos

Testavam emissão de poluentes, pos-síveis vazamentos de óleo, água ou outro líquido, além de nível de ruído.

A inspeção era feita exclusivamente em um dos 16 centros da Controlar

Todos os veículos da capital a partir de quatro anos de fabricação e carros de outras cidades que rodem mais de 120 dias por ano na cidade farão inspeção

Isenção até o 3º licenciamento, a cada dois anos até o 8º e a partir dis-so anualmente

Isenção da inspeção para veículos de coleção e de outras cidades, inclusos os da Grande São Paulo, e carros novos até o terceiro ano de licenciamento

Haverá reembolso em 2013 para os que passarem na inspeção. Em 2014 a taxa só será cobrada de quem for re-provado

Não houve mudança nos aspectos que serão testados

Novas empresas serão credenciadas pela Prefeitura, com a substituição dos postos da Controlar

regrAS AntigAS regrAS noVAS

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Mais de 200 empresários do setor de locação, além de parceiros do Sindloc-SP, reuniram-se no último dia 21 no hotel In-terContinental, em São Paulo, para a pales-tra do ex-jogador da seleção brasileira de basquete, Oscar Schmidt. Na sequência, foi promovido um jantar de confraterniza-ção. O evento faz parte de um ciclo de pa-lestras que a entidade realiza para estreitar o relacionamento com gestores.

O encontro permitiu uma interação úni-ca entre empresários, parceiros e fornece-dores, todos em grande número, atraindo inclusive os patrocínios de Fiat Itaú, Grand Brasil, SegPlus e Infosistemas. Além da ma-ciça presença dos associados, o evento re-gistrou a participação de representantes da Volkswagen, GM, Renault, Ford, Hyundai, Banco Safra e Banco Ford.

Após afastar-se das quadras, Oscar Schmi-dt – ícone do esporte no Brasil – passou a se dedicar a transmitir sua experiência de 33 anos. Durante a pales-tra, o atleta falou da sua trajetória e desta-cou importantes lições sobre liderança, desa-fios, motivação, carrei-ra, trabalho em equipe e inovação. Destacou ainda que o sucesso só é possível com de-terminação, empenho, trabalho e a dedicação de todo um time.

Para Oscar Schmidt, a motivação pode ser entendida como a base

para qualquer empresa. Esse conceito, se-gundo ele, está baseado em alguns fatores, tais como trabalho interessante, que pro-porcione desafios, autonomia e aprendiza-dos; auto-realização, quando se tem prazer ao realizar as atividades; reconhecimento; segurança e estabilidade; diálogo de de-senvolvimento, quando há um feedback de incentivo do empregador; promoção ou crescimento na organização ou no time; condições de trabalho; e a remuneração.

Além disso, a própria empresa deve estar motivada, buscando novos desafios e oportunidades, além de encarar as dificuldades. “A experiência no esporte me ensinou que o sucesso é consequência de trabalho e foco. Sempre quis ser

melhor dia após dia nas quadras. Busquei permanentemente novos desafios para ob-ter sucesso e chegar onde eu sonhava. To-das as pessoas e empresas precisam ter uma motivação para colecionar conquistas. Se a corporação está estimulada, seus colabora-dores também estarão”, ressalta.

Mas, para o eterno Mão Santa, a organiza-ção e seus funcionários só estarão motivados se houver um líder preparado para treinar e incentivar as equipes, estabelecendo diálogos e admitindo as suas responsabilidades. “Líder tem de treinar mais do que todas as outras pessoas, deve se destacar e ser exemplo para todos. Ele protege e ensina a sua equipe. Não é fácil liderar, pois requer paciência e muita disciplina. Considero-me um vencedor por-que não deixei nada por fazer. Fui um líder no basquete porque me dediquei ao esporte e almejei sempre a superação”, revela.

Um líder também deve ter visão, sabendo onde quer chegar e não apenas sonhar; ser apaixonado pela empresa e pelo que faz; e re-conhecer a importância de formar um time competente, que esteja alinhado aos interes-ses e objetivos da corporação. Afinal, o líder vende suas ideias e, para isso é necessário ter como característica a capacidade de mobili-zar. Da mesma forma que se movimentam nações inteiras em nome de um objetivo, as-sim deve ocorrer também nas organizações.

EVEnTO

A motivação corporativa por Oscar Schmidt

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“Costumo dizer que todos os conceitos estão inseridos em cinco valores, são eles: visão, decisão, time, obstinação e paixão. Visão não só no sentido de olhar adiante, mas de enxergar oportunidades; decisão porque tudo depende de uma escolha; time para lutar pelos objetivos, afinal, jamais conquistaremos sucesso sozinho, obstina-ção e perseverança para trilhar o caminho traçado e paixão, para ter prazer com aquilo que se faz”, resume Oscar Schmidt.

Ciclo de palestrasA iniciativa de promover eventos regu-

lares para os associados é uma forma de ampliar o intercâmbio de informações e experiências entre os gestores das locado-ras. “A intenção é que, durante essas con-versas, sejam identificadas oportunidades

de negócios e parcerias, contribuindo para a consolidação do nosso setor. Os eventos serão temáticos, de acordo com a demanda dos nossos associados, e contarão com re-nomados palestrantes”, destaca Alberto de Camargo Vidigal, presidente do Sindloc-SP.

No encerramento do evento, a diretoria apresentou uma lista de palestrantes para as próximas edições. Entre os nomes esta-va o do navegador Amir Klink, do técni-co campeão olímpico e tri mundial com a seleção brasileira de vôlei, Bernardinho, do economista e ex-ministro da Fazenda Pedro Malan e do maestro João Carlos Martins. Além de escolherem o melhor convidado, os associados puderam sugerir outros nomes. O resultado deve ser divul-gado em breve, bem como a data, o horá-rio e local do evento.

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Otimista, o ex-presidente e membro do Conselho Nacional da Associação Brasilei-ra de Locadoras de Automóveis (ABLA), José Adriano Donzelli, enxerga boas opor-tunidades de negócios para o setor em 2013, mesmo com o cenário econômico mundial desfavorável. Com um trabalho atuante em Goiás, ele destaca que o prin-cipal desafio das empresas é aprimorar a gestão administrativo-financeira, com foco na profissionalização do segmento.

“O crescimento pífio do PIB em 2012 é a prova de que a economia sofre os reflexos da globalização. Mas sou um otimista nato e acredito em nosso mercado, que tem de-monstrado um crescimento sustentável. É claro que passaremos, como em anos an-teriores, por uma depuração. Entretanto, o preparo técnico de nossas empresas é su-perior ao de anos anteriores”, analisa. Acre-dito que as nossas dificuldades não acon-tecem em função da demanda dos nossos serviços. O problema está em suprir nossas necessidades de crédito, de mão de obra qualificada e principalmente de gestão.”

De acordo com Donzelli, o estado de Goiás experimenta um processo de plena expansão e consolidação econômica. Não à toa, a região é considerada a força motriz do coração do Brasil. No agronegócio, está entre os primeiros estados na contabiliza-ção dos comodities agrícolas. Seu rebanho, de quase 4 milhões de cabeças, é muito

expressivo nacionalmente. Além disso, Goiás se destaca na produção de minérios, nióbio e de veículos. Hoje são quatro mon-tadoras operando na região. E outras ainda estão por vir.

O dirigente entende que essa economia pujante abre oportunidades de crescimen-to em todos os setores, inclusive o de loca-ção. “Para isso, devemos zelar pelos nossos negócios. Parece simplista dizer que o nos-so desafio se resume na gestão, mas como sou um ‘homem da roça’, aprendi que o que determina a produção não é o esforço empreendido na colheita, e sim a escolha de boas sementes e o cuidado do plantio”, observa. Para ele, ampliar os mercados e gerar novos negócios, sem o devido e pré-vio planejamento, podem ser fatais para a empresa. “O setor de locação de automó-veis no Brasil não é para aventureiros ou amadores. Mais do que saber aonde po-demos chegar, temos que ter a consciência do que somos”, pontua.

Em relação à possibilidade de intercâm-bio de negócios entre Goiás e São Paulo, Donzelli acredita que não existem fronteiras físicas no ambiente empresarial. Ele enume-ra algumas empresas goianas de sucesso que estão presentes em várias regiões do país, promovendo uma verdadeira sinergia. Casos da Hipermarcas, do setor farmacêuti-co e de cosmético, e da JBS-Friboi, a maior processadora de carnes do mundo.

“Da mesma forma, são incontáveis as companhias paulistas que atuam forte-mente no mercado goiano. Assim, o limite de atuação de nossos negócios é muito tênue. E como disse anteriormente, nosso desafio não é de demanda, mas de gestão. Nossa fronteira não é física, mas de com-petência em empreender com solidez em qualquer região do país”, finaliza.

LÍDER sETORIAL

Nosso maior desafio é aprimorar a gestão financeira, revela José Adriano DonzelliEx-presidente e membro do Conselho Nacional da ABLA aposta em crescimento sustentável do setor e preparo técnico para enfrentar cenário adverso

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Criada em 1991 para congregar montadoras de automóveis sem fábricas no Brasil, a Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores (Abeiva) reúne 15 associados. São fabricantes que vendem desde dez unidades por ano de automóveis de alto luxo até mais de 70 mil veí-culos mais populares no mesmo período. Em mais de duas décadas de atividade, a Abeiva já assistiu aos altos e baixos

do mercado de importados no país. Agora, diante das novas alíquotas de IPI impostas pelo governo, revê suas metas de crescimento para 2013. Confira o que pensa Ricardo Strunz, diretor da entidade, sobre o momento vivido pelas monta-doras estrangeiras no Brasil, um nicho de mercado a ser ob-servado de perto pelas locadoras e que segue sua aposta no potencial do mercado nacional.

mERcADO

Sindloc - os últimos anos foram de grandes desafios para o segmento?Abeiva - Com certeza. A partir de 2011, com o aumento unilateral do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializa-dos) a situação começou a ficar mais difícil. As montadoras não puderam repassar os custos ao preço final em ra-zão da magnitude do aumento. Para se ter uma ideia, a alíquota para os veículos acima de dois litros subiu de 25% para 55%. Outro desafio grande foi a média cambial. Em 2011, trabalhávamos com o dólar cotado a US$ 1,85. Hoje, este valor gira em torno de US$ 2,04. É mais um custo que não se pode repassar por questões de competitividade.

Sindloc - Mesmo com um cenário menos positivo, as montadoras estrangeiras continuam de olho no Brasil?Abeiva - O mercado brasileiro continua muito atraente. México, Estados Unidos e Canadá registram queda nos volumes de vendas de milhões de unidades. A Europa está estagnada. A África sempre foi um mercado marginal, assim como o Oriente Médio, salvo algumas exceções. China, Rússia e Turquia despontam como destinos interes-santes e, na sequência, vem o Brasil, um dos poucos no mundo a revelar índices de crescimento futuro. Sem contar que somos um país continental. De olho justamente em um futuro próximo, muitas montadoras iniciaram há cerca de dois anos seus planos de implantação de revendas no Brasil. O processo é longo não só para homologar os carros, mas também para maturar as lojas. Quando as medidas foram adotadas, a maioria já estava desembar-cando por aqui e foi pega de calças curtas.

Montadoras estrangeiras continuam de olho no mercado brasileiro

Sindloc - Quais são as expectativas de vendas para este ano?Abeiva - Em 2011, registramos recorde de vendas, com a comercialização de 200 mil unidades. Em 2012, os núme-ros caíram para cerca de 130 mil veículos vendidos. A previsão inicial era de somar 150 mil, mas tudo dependerá do desempenho nos próximos meses. No primeiro bimestre deste ano, a média de vendas caiu de 12,5 mil para 7,9 mil carros comercializados.

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Sindloc - Qual o impacto do inovar Auto, regime implantado pelo governo em dezembro de 2012?Abeiva - Um dos capítulos é direcionado às importado-ras com atuação no Brasil, porém sem fábricas instaladas. O regime instituiu cotas de importação em volumes com base na média histórica de vendas de 2009, 2010 e 2011, com teto máximo de 4.800 unidades comercializadas por ano. Para as marcas premium e para as que vendem entre 4,8 mil e 10 mil unidades, o não aumento do IPI até o teto da cota teve impacto positivo. Já para as importadoras com escala, que comercializam em média 50 mil carros por ano, o baque foi grande, porque o não aumento do IPI não pesa na conta do final.

Sindloc - Qual o perfil do mercado de veículos importados no Brasil?Abeiva - Atualmente são 29 marcas estrangeiras em operação, que, juntas, geraram 23 mil postos de trabalho e recolheram R$ 3,6 bilhões em impostos em 2012.

Sindloc - Que outras categorias podem contribuir para reforçar essa parceria com as locadoras?Abeiva - Destaco o nicho de veículos comerciais leves urbanos, criados para resolver o problema da logística de transporte dentro dos centros urbanos. As restrições a veículos grandes estão cada vez mais rígidas. Muitas impor-tadoras já estão trazendo para o Brasil esse tipo de veículo e a implantação em frotas terceirizadas, por meio das locadoras, daria um novo gás ao mercado.

Sindloc - Quais foram as grandes conquistas da Abeiva nestes anos de atuação?Abeiva - Nossa principal conquista sempre será trazer as últimas tecnologias para o mercado, não limitar o acesso do consumidor brasileiro ao que é lançado no exterior. Esse movimento é saudável para as empresas nacionais que passam a investir mais em inovações. Muitas tecnologias disponíveis hoje nos modelos brasileiros originaram da busca de maior competitividade com qualidade, a exemplo dos freios ABS, do Air Bag, da injeção eletrônica. Nossa bandeira é lutar para que o setor não tire a oportunidade do consumidor brasileiro de usufruir das mais modernas tecnologias disponíveis ao redor do mundo.

Sindloc - Qual é a atual participação do segmento de veículos importados no mercado de locação?Abeiva - Essa participação ainda é muito tímida, mas há potencial para termos uma parceria sólida com esse segmento. Existe um grupo de consumidores que demandam por veículos de luxo, como executivos, diretores de empresas, visitantes estrangeiros. Gente que está habituada com carros blindados e de alto luxo. Esse é um seg-mento de mercado pouco aproveitado no Brasil.

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GEsTâO

Comunicação visual eficiente, cliente conquistado

A instalação de peças de comunicação visual pelas empresas colabora para os ne-gócios, atrair clientes e informar. Mas seu excesso e mau planejamento podem com-prometer e destruir esse momento tão va-lioso – o primeiro contato, cada vez mais crucial para a prosperidade e sobrevivência de negócios no setor de locação.

Para o consultor do Sebrae-SP, Alfredo Firmino de Carvalho, toda a comunica-ção visual deve ser considerada o cartão de visitas do negócio. “A vitrine, a fachada, o site ou o interior do estabelecimento. Tudo pode ser significativo para cativar o cliente”, ressalta. O especialista recomen-da um exercício simples e imprescindível. “É o que chamo de ‘ir ao outro lado da loja’, ver como ela se encontra, se a men-sagem para o cliente é de fácil compre-ensão, se o público é atendido adequada-mente pelos funcionários, se o ambiente é bem iluminado etc.”.

Muitos empresários costumam ter em vista as limitações de orçamento. A solu-ção passa pela customização dos recur-sos, criatividade e, claro, pelo respeito à legislação local. “Vale destacar que alguns elementos são considerados indispensá-veis em uma fachada, como o telefone, e-mail, logo da empresa e endereço do site”, complementa.

Internet como aliadaAo contrário do que se possa pensar,

atualmente uma página na internet é um

elemento importantíssimo, tanto quan-to os serviços, informações e facilidades que ela deve oferecer ao visitante. “Para o Sebrae, a presença no universo virtual é uma pré-condição para se manter nos negócios. Hoje encontramos muitos pres-tadores de serviços de tecnologia e com preços acessíveis a todos os bolsos”, expli-ca o consultor.

Extensão da loja, o ambiente online deve seguir a linha estética do espaço físico, pos-suir conteúdo relevante, atualização cons-tante, fácil navegação, informações úteis e um design que facilite a leitura e uso pelos

visitantes “Caso o empresário não tenha tempo ou conhecimento de como proce-der, não arrisque, delegue a quem entende do assunto”, reforça Carvalho.

Como estratégia de fidelização, a co-municação visual provoca interesse e desperta desejo. Mas a conquista efeti-va desse objetivo só acontecerá se ela for combinada a um atendimento de qualidade. “Muito mais do que vende-dores, os funcionários devem ser verda-deiros consultores e resolucionadores dos problemas e dificuldades dos clien-tes”, completa.

1 - A comunicação deve ser clara, simples e direta, tanto no visual como no tratamento ao cliente2 - O estabelecimento deve ter boa iluminação interna e externa. A es-colha de madeira deve remeter a um produto nobre 3 - Impecável! Fachada, painéis e pla-cas devem estar sempre bem cuida-dos e limpos4 - Conheça em detalhes a legislação local referente à fachada e evite multas5 - O painel deve conter informa-ções como telefone, e-mail e lo-gotipo da empresa

dicas para uma comunicação visual eficiente6 - O site é parte da comunica-ção visual e é indispensável. Deve haver continuidade visual entre o universo digital e o ambiente real 7 - Use letras grandes e de fácil identificação, com bom contraste entre fundo e painel. Isso também vale para o site na internet8 - O mobiliário nunca deve ser uma barreira ou obstáculo para o consumidor entrar na locadora 9 - Fique atento à acessibilidade voltada a deficientes e à dispo-nibilidade de carros preparados para esse público

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munDO

Moto dobrável pode dinamizar interação entre cliente e locadoras

Não é segredo que serviços como o ‘leva e traz’ são grandes diferenciais na acirrada concorrência existente no mer-cado de locações automotivas. Mas da mesma forma que potencializam a con-quista e fidelização de clientes, satisfeitos pela praticidade da prestação deste ser-viço, cria-se uma dificuldade técnica adi-cional. Afinal, como o funcionário irá bus-car o carro e/ou voltar após entregá-lo?

A solução mais utilizada, embora dis-pendiosa, é o uso de outro veículo e co-laborador para transportar o motorista em um dos sentidos do percurso, o que inevitavelmente acarreta mais custos ao negócio. Felizmente, a tecnologia avança a passos largos com o advento de uma revolução em mobilidade. Já pensou na hipótese de o condutor ir ou voltar de moto? Mas não com uma moto qualquer.

A mini moto elétrica dobrável come-ça a se tornar uma realidade. A ideia está já na fase de captação de investimentos no Brasil e nasceu da criatividade do grupo húngaro Antro, especializado no desen-volvimento de projetos automobilísticos

inovadores. A Moveo, como é chamada, apresenta carenagem feita em fibra de carbono ela possui grande resistência, le-veza e velocidades de até 45 Km/h, além de alcançar distâncias de até 35 Km com carga completa. Valores ideais para o trân-sito e dimensões de grandes metrópoles em todo o mundo. A novidade soma-se às Dibiasi italianas, amplamente utilizadas pelas locadoras no Exterior.

Com apenas 25 kg, a moto pesa tan-to quanto uma mala e, quando dobrada, pode ser carregada como tal. Inclusive, é exatamente nesse aspecto que ela pro-mete ser revolucionária, não só para o público em geral, que pode colocá-la de-baixo da mesa do escritório enquanto ela recarrega as baterias, mas também para as locadoras – podendo ser guardada no porta-malas do carro que será entregue ao cliente. Seria como levar um backup automotivo que cabe no espaço de um step, não gasta combustível poluente e, por isso, é ambientalmente sustentável.

Para o segmento de locação, sua facilida-de de armazenagem favorece que ela seja

incorporada à estrutura da empresa sem causar grandes transtornos. E, provavel-mente, acarretará em custos menores em quesitos como o de securitização, já que pode ser deixada guardada longe da rua, bastando qualquer cantinho disponível.

As perspectivas de preço dessa scooter são igualmente positivas. Como qualquer produto, não é impossível que, se o Brasil apresentar demanda, ela venha a ser pro-duzida por aqui em larga escala e possa custar em torno de US$ 2.500.

Naturalmente, essa boa ideia não é um monopólio da Antro e da Dibiasi. A Volkswagem, gigante do setor automo-bilístico, já apresentou, em 2010, a e-bike, uma bicicleta elétrica dobrável. A Yamaha, por sua vez, em 2005, divulgou conceitos de pelo menos três modelos dobráveis de bicicletas movidas à energia elétrica. E a XOR Motors, em meados de 2009, apre-sentou três modelos de scooters também dobráveis. Ao que tudo indica, é uma questão de tempo até as ruas serem toma-das e os empresários mais atinados apro-veitarem as novas oportunidades.

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sInDLOc

SINDLOC-SP

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Apoio total às locadoras associadas

Atualmente, o SINDLOC-SP representa cerca de 900 locadoras de automóveis, que juntas disponibilizam frota de mais de 150 mil automóveis para locação no Estado de São Paulo. A entida-de tem como principal papel criar facilitadores e contribuir com a eliminação de entraves que prejudicam o desenvolvimento da atividade dessas locadoras.

O SINDLOC-SP tem consolidado seu compromisso com a ética e o respeito, e fortalece sempre os conceitos de qualidade e profissionalismo entre as empresas, os parceiros, o mercado e a sociedade.

A entidade oferece todo o assessoramento de gestão sobre o negócio para seus associados e disponibiliza inúmeros benefícios: assessoria jurídica sobre todas as questões que envolvem a ativi-dade, plataforma de seguros com orientações e produtos diferen-ciados, e serviços de ressarcimento em acidentes que envolvem terceiros são alguns exemplos. Além disso, mantém parcerias com

fornecedores de produtos e serviços necessários ao negócio em condições diferenciadas, bem como realiza treinamentos, pales-tras e eventos de integração entre os empresários.

Ao mesmo tempo, o SINDLOC-SP interage com as autoridades constituídas e, quando necessário, promove ações que visam a pre-servar o interesse geral da atividade de locação de automóveis.

Como resultado deste trabalho, a entidade amplia a cada dia o número de locadoras associadas. São empresas que enxergam o valor das ações do SINDLOC-SP, se utilizam dos benefícios dispo-nibilizados e acreditam que a união é fundamental para o desen-volvimento do setor.

Ao liderar este importante segmento da economia brasilei-ra, o objetivo do SINDLOC-SP é que essas empresas se profis-sionalizem cada vez mais e prestem um serviço de qualidade, além de difundir a cultura da locação de automóveis e am-pliar o mercado.

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ARTIGO

Prevenção e aspectos das fraudes corporativas

As discussões sobre o assunto são intermináveis, mas as frau-des continuam a figurar no topo dos problemas enfrentados pelas empresas. Avaliando o conhecido histórico de fraudes e pesquisas relacionadas ao tema, não vemos abordagens específicas sobre os programas anti-fraude, com exceção dos setores regulamentados: seguro e financeiro.

Segundo recente pesquisa publicada pela Association of Certi-fied Fraud Examiners (ACFE), o custo com as fraudes representa 5% do faturamento das empresas. Para uma corporação com re-ceita anual de R$ 80 milhões, não é missão nada fácil sustentar um passivo de R$ 4 milhões, que poderia ser perfeitamente evitado e até alocado para um investimento em equipe ou tecnologia.

As áreas mais vulneráveis são, em ordem de relevância, supri-mentos/almoxarifado, comercial, logística/transportes, tesouraria e a seção processual de recursos humanos. Os motivos estão re-lacionados à estrutura administrativa das empresas, à ausência de controles internos, às deficiências em recursos humanos e à cul-tura interna. Poucos casos são rastreados por meio da auditoria contábil, graças à falta de enfoque nesse setor.

Um modelo anti-fraude eficiente pode ser inspirado nos princí-pios estabelecidos pelo Committee of Sponsoring Organizations of the Treadway Comission (COSO), organização privada criada nos Estados Unidos em 1985 para evitar fraudes nas demonstrações contábeis. De forma cíclica e contínua, deve-se realizar avaliações de riscos de fraudes, criar um ambiente de controle, conceber e implementar atividades de controle, compartilhar informações e comunicar e realizar monitoramento.

É necessário elencar o processo (conta contábil ou ciclo signifi-cante), os riscos, as causas, possíveis envolvidos, impacto e proba-bilidade. Sendo assim, em algum momento devemos pensar como fraudadores e reconhecer as vulnerabilidades. O envolvimento da alta administração, auditoria interna, gerência de TI, gestores de

processos, sob a supervisão do comitê de auditoria, é essencial.Outro cuidado é o reconhecimento indevido de receita decor-

rente de vendas fictícias – tais como contabilização de receitas sem documentação suporte e movimentação de produtos; ven-das a clientes não registradas (contabilidade e contas a receber) e vendas em condições comerciais não usuais (preço, prazo, des-conto, juros e limite de crédito). Os possíveis envolvidos são ge-rência de vendas, representantes de vendas, gerência de estoque, cliente e alta-administração.

O programa anti-fraude possibilita identificar os mecanismos que o ambiente de controle da companhia tem implantado. Podemos considerar como elementos do ambiente de controle: políticas, pro-cedimentos e código de ética; procedimento de contratação rígi-dos; plano formal de carreira; e treinamento da equipe de venda. Além disso, recomenda-se a revisão periódica dos pedidos e notas fiscais de venda, para identificar condições comerciais ou preço não usuais; segregação de funções entre os responsáveis pela venda, pela liberação do limite de crédito e por incluir o pedido/Nota Fiscal no sistema; e aprovação sistêmica para as atividades de venda, como desconto, bonificação e vendas acima do limite de crédito.

O compartilhamento e comunicação das informações são im-portantes. Neste caso, relatórios de auditoria são boas ferramen-tas. Para finalizar, o monitoramento das atividades reduz signifi-cativamente os riscos, por meio de práticas como a circularização de clientes, confirmando valores e condições comerciais; acompa-nhamento do volume de vendas, comparando com o histórico da companhia e média da indústria; e revisões periódicas trimestrais e no encerramento do período, para identificar transações irregu-lares de vendas.

Luiz Fiore Consultor da área de risk advisory

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Job: Fiat-varejo-agosto -- Empresa: Leo Burnett -- Arquivo: C25606-002-Fiat-ClienteSatisfeito-Sindiloc-21x30_pag001.pdfRegistro: 89204 -- Data: 17:18:49 24/08/2012