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Edição nº2

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Indice ´

Editorial

Cobertura sem cereja

Entrevista

Resenha

Shows e eventos

O que + rola por ai...

Ser independente...

Coquetel Molotov

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Editorial

Bem-vindosa mais uma edição da Revista Sétimo Selo. Para esta edição preparamos uma entrevista especial com a banda Bertola. Falamos um pouco sobre o que a banda aprendeu durante esse período de estrada, o som e as músicas que fazem mais sucesso, as novidades que estão vindo por aí em breve e o que eles fazem fora da cena musical. Claro que também não poderíamos deixar de pegar as referências e indicações. O objetivo da Revista continua por querer mostrar o que acontece na cena independente em geral. Como foi dito por Flávio Bertola, e percebemos isso a cada dia mais: “O inde-pendente deixa de ser uma estilo de vida e passa a ser uma espécie de necessidade...” Sim! Todos nós somos independentes e/ou a vida nos obri-ga a ser. Então, apesar de todas as diferenças, o “ser inde-pendente” é o que torna o indivíduo comum na massa, é o que nos torna semelhantes. O foco desta edição é, portanto, demonstrar que cada um tem uma cabeça, mas fazemos parte de um todo comum, di-tado por regras e hipocrisias, às vezes verdade e... quase sem-pre mentira.

Sétimo Selo 6

O que você vai ver nesta edição:

Cobertura sem cereja: Sem sensualidade ou sexualidade, mas sem deixar de ser feminina, a mulher vai às ruas como veio ao mundo para protestar contra os abusos e a desigualdade socio-cultural entre os sexos.

Banda Bertola: “Quem tem medo sai da frente!”Entrevista com a banda e fotos dos shows.

#Resenha: Lançamento do videoclipe da música Entardecer, gravada junto com os amigos!

Shows: Na Obra e no Centro Cultural nem Secos

OQMRPA: Tattoos e teatro neste mës!

Ser Inde-pendente: Conceitual e despojado!

CONTATO

Coquetel Molotov: Influência do rock além do meio musical, comporta-mento e... Tendência???

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Sétimo Selo 7

Uai... então que eu sou

Independente?

@

Cobertura sem Cereja!

A Sétimo Selo cobriu a Marcha das vadias: passeata contra a exploração sexual das

mulheres e a favor de uma liber-dade mais justa! Confiram aqui as imagens do movimento.

Início da concentração Rumo à rua Guaicurus

Sétimo Selo 8

Cobertura sem Cereja!

Passeata rumo à praça

da Estação

Sétimo Selo 9

Sétimo Selo 10

Encontrode vadias na

Praça da Estação

Sétimo Selo 11

Todos dizem NÃO

ao abuso contra a Mulher!

Sétimo Selo 12

EntrevistaUm Rock ‘n Rol

l massivo,

sarcástico e empolgante! Es

sa

é a banda entrevistada desta

edição: Banda Bertola!

S.S: Como surgiu a ban-da e a inspiração do nome?

Bom, na verdade a banda surgiu já faz muito tempo, porque eu já tinha uma banda com o Lucas, a Sinergia desde 2006, na verdade início de 2006; e nós produzimos vári-as músicas e decidimos que queríamos gravar um CD, porém a banda aca-bou… Eu resolvi continu-ar com o projeto sozinho, mas como a banda mu-dou e já não eram mais os mesmos músicos, eu resolvi colocar o nome: Bertola e

os noctívagos. Noctívagos porque eu conheci as pes-soas da banda no Male-ta (rsrs), que era um lugar boêmio, e como nós tam-bém gostávamos da noite, resolvemos colocar este nome.

S.S: Quem é o Bertola e quem são Os Noctíva-gos?

Eu sou Flávio Bertola, vocalista; os noctívagos são Lucas Nascimento na guitarra, Serginho Ribei-ro no contrabaixo e Del Cabral na bateria.

Sétimo Selo 14

S.S: Vocês se conhecem mesmo a quanto tem-po?

Na verdade, o Sergi- nho eu já conheço a mais tempo que o Lucas. O Serginho eu conheci a mais tempo, de bares e noites. Ele já era mais noctívago! O Cabral que é o nosso ba-terista atualmente, tocava em uma banda chamda Gardenais, essa banda tem todo um histórico for-mado aqui em BH e quan-do eu via ele tocar nos shows da Gardenais, eu já ficava de olho, porque ele tem uma pegada musi-cal muito forte, uma inten-sidade muito grande no modo de tocar e eu acho que isso combina muito bem com o nosso estilo.

S.S: Pra conhecer um pouco do pessoal da banda, o que fazem no

mundo fora da música?

O Cabral é engenhei-ro, o Serginho é sócio da PatoMultimídia com o Leo Moraes, o Lucas é analis-ta editorial e eu sou ana-lista de sistemas, mas não estou exercendo a profis-são no momento, também dou aulas de Yoga, tenho formação e já pratico a mais de oito anos. Por en-quanto a gente ainda não consegue viver de música mas a pretensão é essa.

S.S: Qual ou quais são as músicas preferidas da banda?

Eu acho que cada um tem a sua, mas algumas músicas são mais a marca registrada da nossa ban-da, como por exemplo: Beleza Perversa, Helena e Jonnhy Kamicaze, uma música que não pode fal-

Sétimo Selo 15

tar nunca! Normalmente a gente termina o show com ela.

S.S: Sentimos uma pega-da muito rock’n roll, e em muitas letras como o lodo da mente, tem uma pegada mais blues... Quais são as referências musicais e/ou artísticas em geral?

Bom, em termos de música, nossas influências são estas: o Rock’n Roll e o Blues. Mas cada pessoa da banda tem seus artistas preferidos. O nosso bate-rista, o Cabral gosta muito do Led Zeppelin, do John

Bonham, que é uma refe-rência pra ele, e ele gosta muito do Kiss também. O Lucas gosta muito do Pink Floyd, do jeito que o Gil-mour toca. O Serginho já é mais grooveiro, ele curte esse estilo mais swingado. E eu, acredito que sou um vocalista que tento colo-car um pouco mais de in-tensidade e de agressivi-dade no palco e naquilo que a gente faz, eu pes-soalmente tenho muita in-fluência dos titãs, princi-palmente daquela fase do Cabeça de Dinossauro, que para mim foi um mar-co na história do rock na-cional, Legião Urbana, al-gumas outras bandas dos anos 80, a Finnis Africae, que é uma banda pouco conhecida, mas que eu gosto muito, Hojerizah, a Picassos Falsos… Então as influências são muito vari-adas, mas nossas músicas estão mais na onda do Rock’n Roll e do Blues mes-mo.

Serginho, Flávio, Cabral e Lucas. (Da esquerda para a direita.)

Sétimo Selo 16

S.S: Quais materiais vocês já têm gravados?

Nós lançamos nosso primeiro CD, O lodo da mente; em dezembro de 2009 no museu Inimá de Paula.

S.S: Como foi esse show?

O show foi legal, eu acho que por ser o primeiro CD, nós cometemos uma série de erros que certa-mente nós não cometere-mos no segundo. Lógico que o fato de lançar um CD no final do ano é um erro, porque não dá tempo para as pessoas assimilar-em nem pra crítica assimi-lar, então nós temos a im-pressão de que lançamos o Cd… e no ano seguinte... ele já morreu. Esse tipo de coisa nós vamos fazer dife-rente no segundo. Mas, foi muito legal, o Mu-seu Inimá de Paula tem um auditório muito bom, é um lugar muito legal, eu acho

que valeu muito a pena a gente ter lançado o CD lá, foi a escolha certa.

S.S: As músicas seguem um tom de sarcasmo e falam muito do compor-tamento das pessoas, como é o processo de criação?

Depende muito. Mui-tas vezes eu escrevo a le-tra e o Lucas faz a música depois. Já aconteceu em várias músicas de fazermos tudo juntos. Nós vamos pra minha casa, compramos umas cervejas, tocamos um violão e aí começa a sair tudo junto. Então não existe uma regra no proces-so de criação, depende muito da música, da fase

Show no Matriz.

Sétimo Selo 17

de cada um dos integran-tes e da inspiração.

S.S: Do lançamento do primeiro CD em 2009 até hoje, a banda abriu mão de alguma coisa? Quais as transformações, se houve?

Bom, nós apren-demos que sozinhos nós não fazemos nada, isso é uma regra na música in-dependente, e até você conseguir achar as pes-soas certas com as quais

você possa se juntar, eu acho que isso leva tempo. Desde aquela época, a gente tentou se inserir em vários grupos que existem em BH, mas não nos adap-tamos. Eu acredito que o grupo com o qual a gen-te teve mais afinidade até hoje, foi o BH Indie, pela forma como é feito o fes-tival e as relações pessoais que acontecem através do festival são mais espon-tâneas. Nós aprendemos que existem certas ban-das que fazem um sucesso momentâneo no meio in-dependente, o chamado hype (promoção extrema de uma pessoa, idéia ou produto), e que muitas ve-zes esse sucesso acaba do mesmo jeito que veio. En-tão vale a pena construír-mos uma carreira aos pou-cos, de forma consistente, sem querer estar na “crista da onda” o tempo inteiro.

S.S: Quais os objetivos da banda no cenário “Indie”?

Foto: Marcos Ganndu

Sétimo Selo 18

“Indie” eu não sei… rsrs

(primeiro momento ‘‘cons- trangimento’’ da entevis-tadora rsrs)

S.S: “Independente” se-ria a palavra certa.

É... porque esse termo Indie ficou uma coisa mui-to pejorativa né? É aquela pessoa que tem que usar roupa xadrez (desculpa, você está de xadrez, mas eu não estou te chamando de Indie rsrs)...

(segundo momento ‘‘cons-trangimento’’ da entrevis-tadora) … que usa allstar ver-melho, que lê o blog do Lucio Ribeiro e que curte bandas que parecem com Los Hermanos e ban-das instrumentais genéri-cas, então não somos isso rsrs. Somos uma banda in-dependente, e até esse

termo “independente” já está um pouco em desuso porque todo mundo hoje em dia é independente, ti-rando a Ivete Sangalo e a Cláudia Leite, todo mundo é independente. Mas eu acredito que o nosso ob-jetivo é conseguir nos sus-tentar através da música. Inclusive o Lucas e eu, es-tamos fazendo um curso no Sebrae de planejamen-to estratégico para músi-cos, nesse curso estão pre-sentes mais de 20 bandas! Nós estamos passando por um período de transição em que todos se sentem um pouco perdidos, em que o artista tem que as-sumir o controle sobre sua carreira, fazer um plane-jamento, ficar por dentro da produção, traçar os objetivos… Nós estamos tentando isso: fazer com que a banda fique mais or-ganizada nesse sentido da produção, para que pos-samos, em um futuro próxi-mo, conseguirmos nos sus-tentar através da música.

Sétimo Selo 19

S.S: Para atingir a auto-suficiência, o artista de-pende muito do retorno do público. Com a so-ciedade em que vive-mos hoje, que já não é tão politizada como an-tes e nem muito voltada às questões sociais, há obstáculos ao ver da banda? Quais os desa-fios? Acho que ainda exis-tem pessoas cultas e politi-zadas sim. O problema maior é que esse nicho não se encontra localizado numa única área. Portanto o desafio é conseguir um meio de circular e levar a nossa música aonde essas pessoas estão.

S.S: Como é produzir um evento como o Som na Sucata? Quais as dificul-dades e o que a banda agregou para si?

A maior dificuldade é lidar com os imprevistos

que acontecem. Por mais que você faça um plane-jamento minucioso, sem-pre surgem imprevistos. É nessa hora que a gente tem que ter força e agi-lidade para lidar com os problemas.

S.S: Qual a periodici-dade do evento, ele será mesmo semestral? Por enquanto não há uma periodicidade bem definida. O próximo even-to será nos dias 11 e 12 de agosto.

S.S: E quanto a lei do silêncio, qual a proposta do evento em relação à isso? Ou não houve em-pecilhos?

Não houve empeci-lhos, até porquê, o horário do evento evento foi du-rante a tarde e terminou por volta de 21:00hs no máximo. Pretendemos manter este horário.

Sétimo Selo 20

S.S: Vocês já participa-ram de diversos shows e eventos, qual foi o mais marcante?

Bom, um show muito importante pra gente foi o show que fizemos no even-to que estamos produzin-do, chamado Som na Su-cata, no prédio Rainha da Sucata na praça da Liber-dade. O primeiro evento foi muito legal, as pessoas curtiram muito e acho que essa experiência de fazer um show em locais públi-cos é muito interessante, porque tocamos pra um público variadíssimo, des-de crianças até idosos; pessoas comuns que gos-tam da nossa música. En-tão esse show, o primeiro show que fizemos lá, foi muito legal e muito impor-tante. Ele ocorreu em 26 de Fevereiro deste ano. Já estamos produzindo o segundo!

S.S: Vimos no blog de vocês uma cartinha de

uma fã pedindo pra to-car uma música pra ela, Qual foi a sensação de receber esta carta?

Foi meio estranho porque eu não estava acostumado com isso, mas gostei muito, achei muito legal isso ter acontecido. Na verdade o que acon-teceu foi que nós fomos fazer um show no Matriz e eu dei um CD da banda pro Charles, que é o segu-rança do local; ele levou pra ouvir na casa dele e a filha dele gostou tanto que confiscou o Cd e escreveu essa cartinha pra gente… Eu achei muito legal, esse tipo de coisa é uma pro-va de que fazemos um rock popular, que não tem nada de alternativo, en-tão as pessoas que não es-tão envolvidas nesse meio musical de alguma forma, gostam do nosso som. Não há restrição de idade, de classe social, de nada… E isso é muito legal, eu fiquei muito emocionado.

Sétimo Selo 21

S.S: Quanto ao clipe “Beleza Perversa”, mui-tas garotas e principal-mente os garotos, se identificam muito com a letra; ela foi inspirada em alguém?

Na verdade essa músi-ca, a letra dela quem es-creveu foi um amigo meu chamado Leo Minduri, ele escreveu a letra mas eu acredito que não tenha sido inspirado em um per-sonagem específico não, acho que é uma coisa mais da imaginação dele mesmo. Na época que eu o conheci , nós freqüen-távamos muitos bares e íamos ao Malleta, sentá-vamos lá e observávamos muito as pessoas, prin-cipalmente as mulheres né?! Então, sempre surgia um personagem. Como nós estávamos montando uma banda (eu e os meus amigos noctívagos) o Leo escreveu essa letra e deu pra gente musicar. Aí eu e

o Lucas trabalhamos nela e a musicamos. Taí o resul-tado…

S.S: Da cena indepen-dente mineira, quais outras bandas vocês curtem?

Tem muitas bandas. Nós curtimos muito a ban-da Valsa Binária, que é do nosso amigo Léo Moraes, nós achamos a banda sensacional. Tem a banda Spooler que é uma ban-da supermoderna, com elementos eletrônicos, é uma banda muito legal também. Tem uma banda chamada Hotel Catete, que é umas das coisas mais originais que eu vi ultimam-ente em BH, eles resgatam aquela boemia antiga do Lupicínio Rodrigues, eu acho essa banda mui-to boa. Tem muita coisa, tem muita banda inde-pendente boa em BH com certeza!

S.S: Estamos vendo a Sétimo Selo 22

cena independente crescer cada vez mais, e tal como o grunge, o punk (e outras ver-tentes) passa a ser tam-bém um estilo de vida. Muitos “organizadores de eventos” veêm nisso uma oportunidade de ganhar dinheiro fácil. Qual sua opinião sobre isso?

E u

(Flávio) acho que depende do grupo. Existem sim cer-tos grupos e produtorres que realmente gostam de explorar o artista. Às vezes eles escolhem as bandas eleitas deles pra pagar um bom cachê e muitas vezes usam bandas meno-res como uma espécie de massa ou de manobra pra conseguir objetivos políti-cos e isso tem acontecido muito, não só aqui em BH,

mas em vários lugares do país também. Eu sou con-tra isso! Mas existem gru-pos diferentes, não existe

Show no evento Som na Sucata I.

Sétimo Selo 23

só um grupo aqui (Belo Horizonte). Nós da banda Bertola, também estamos tentando formar o nosso, através do Som na Sucata, nós objetivamos fazer um movimento itinerante que possa realmente rodar por BH nos locais públicos, ás vezes até tentar um pa-trocínio pra conseguir pa-gar um cachê pras bandas. Então, eu acredito que os artistas se unindo pra pro-duzir os próprios eventos vai ser a saída pro meio indepen-dente a partir de agora.

S.S: O que vocês acham da cena independente mineira, ela é autêntica ou vocês acham que so-fremos depreciação em relação ao movimento original devido o capi-talismo e os interesses pessoais, ou isso é nor-mal?

Musicalmente falando, a cena independente de

BH é riquíssima… riquíssima! O que falta são certos ajus-tes para que possamos tor-nar essa cena sustentável, e isso depende não só das bandas, mas também dos produtores, dos donos de casa de shows em geral, da imprensa, das rádios… É um conjunto de elementos que devem ser mudados, por exemplo, em relação às casas de show, todas as casas de médio porte são voltadas às bandas cover, isso é um problema sério sem dúvida, se os donos

das casas de shows se conscientizarem que existe uma cena independente muito rica em BH e que essa cena pode se susten-tar também, até comer-cialmente pra eles, seria lucrativo, a coisa toda mu-

Sétimo Selo 24

daria…

S.S: O que vocês têm ouvido ultimamente? E lido?

Pra lhe dizer a ver-dade, eu tenho ouvido muita banda independ-ente. Porque eu acredito que, também como artis-ta, quero saber o que as pessoas da minha época tem a dizer, qual a opinião delas e o que elas estão fa-lando. Eu, pessoalmente, jamais sairia da minha casa pra ouvir uma banda co-

ver, que faz um cover do Deep Purple por exemplo durante duas horas igualz-inho! Eu prefiro ouvir o origi-nal! Então sempre que tem uma banda diferente que me chama a atenção, eu procuro ir, procuro conhe-cer até porque isso acaba me inspirando também, como músico e como ar-tista. É uma oportunidade de conhecer coisas novas, de trocar idéias depois do show com as pessoas, ver o que elas pensam e tudo isso acaba me inspirando, principalmente como ar-tista. Já na leitura, tenho um gosto literário muito peculiar, meu pai era pro-fessor de português, en-tão ele me incutiu o hábi-to da leitura desde muito cedo, só que aos poucos eu fui definindo um gosto específico, por exemplo, em relação à poesia, eu considero três poetas in-superáveis, que são o Fer-nando Pessoa, o Baude-laire e o Rimbaud, são três poetas que eu adoro e acho que realmente são os

Sétimo Selo 25

melhores. Já na prosa, eu gosto muito de um escritor também francês chama-do Maupassant, que é um contista muito bom. Bra-sileiro eu gosto muito da Hilda Hilst, tem uma outra poeta chamada Ana Cris-tina César também muito boa, então a minha ver-tente é essa.

S.S: Pra gente conhe-cer mais sobre a banda e conferir as músicas e o clipe, onde podemos encontrá-los no mundo virtual?

Além do blog http://bandabertola.com.br/blog/ e o myspace, tam-bém temos o site oficial da

banda que é www.banda-bertola.com.br, lá tem o link pra todas as redes sociais e nós também estamos com nosso CD na Tratore, que é uma distribuidora independente, é a maior distribuidora indepen-dente do Brasil, também temos o Cd em outras lojas como a Amazon e a dis-tribuição digital, no itunes por exemplo. Além disso, quem procurar nos sites de busca vai encontrar nosso som disponível em diversos lugares, pra poder baixar, de graça ou não… Quem quiser contribuir, por favor, fique à vontade!

S.S: Quais são as expec-tativas para o futuro?

Bom, nós queremos terminar de gravar esse CD ainda esse ano, se o cd não ficar pronto até se-tembro ou outubro nós não vamos lançá-lo esse ano, vamos deixar pro próximo ano, e já com esse CD pre-

Flávio Bertola

Sétimo Selo 26

tendemos começar uma mini turnê principalmente pelo interior de MG e de-pois sair um pouco do es-tado pra fazer shows no Rio e em São Paulo. São os próximos objetivos.

S.S: Sobre o Cd que irão lançar, o que pode adi-antar pra galera do con-teúdo?

Na verdade, esse pró-ximo CD é um pouco dife-rente do primeiro, porque no primeiro nós entramos no estúdio já com todas as músicas prontas, nós já tocávamos essas músicas há muito tempo, os arran-jos já estavam bem ela-borados… Agora é dife-rente, nós já temos quatro músicas gravadas, mas a maioria das músicas desse disco os arranjos ainda nem estão prontos. Então nós estamos fazendo uma pré-produção no estú-dio antes, pra não perder muito tempo e depois en-trar no estúdio pra gravar!

Vai ser um processo mais lento do que no primei-ro mas eu posso adiantar que não vai mudar muito

Sérgio Ribeiro

Lucas Nascimento

Sétimo Selo 27

em relação à pegada, ao tema das nossas músicas, ao sarcasmo. E tem até uma música que acredito vai ser o carro-chefe do cd que se chama “Pão de Queijo Fields Forever” que fala sobre essa cultura mi-neira, xiita, de forma bem irônica. E acho que talvez, o que mudou foi a inserção de uma música que o Lu-cas criou chamada “Pala-vras ao Vento”, que é uma música muito bonita e que vai trazer pra nossa banda um certo lirismo poético que não houve no primeiro CD. Isso vai ser uma grande novidade!

S.S: Para uma banda in-dependente, às vezes é dificil conciliar ensaios, shows, contas pra pagar, vida pessoal, família... Qual a dica pra quem está começando?

Eu acho que a dica é: sempre ter um bom diá-logo com as pessoas da banda, nunca marcar um

show ou um ensaio antes de falar com os demais in-tegrantes pra não causar problemas. Então se você

tiver um bom relaciona-mento com as pessoas da sua banda, vocês sempre encontrão um tempo, um horário em que todos po-dem se dedicar, isso é im-portante, sempre manter um diálogo e informar a todos o que está acon-tecendo na banda, tudo, porque assim não há pro-blemas nem mal entendi-dos.

Del Cabral

Sétimo Selo 28

S.S: Qual a próxima ban-da que vocês gostariam que estrevistássemos?

O Hotel Catete seria uma banda legal pra vocês entrevistarem porque é uma banda muito origi-nal, o Bruno é meu amigo mas eu não estou “puxan-do sardinha” rsrs a banda é mesmo muito boa e se-ria muito interessante, seria uma entrevista até diver-tidíssima pra vocês faze-rem.

S.S: Um recado pra galera que acompanha a revista... Eu achei muito legal a iniciativa da revista Séti-mo Selo o Luis já havia me falado sobre esse projeto e acho que muitas vezes a gente se encontra pra re-clamar das coisas “… ahh que tá tudo muito ruim!” Mas ninguém coloca a mão na massa pra fazer as coisas e eu acho que esse lance da revista vai ser mui-to legal pra poder divulgar

o que está realmente a-contecendo no meio musi-cal belorizontino, e eu que-ria deixar um recado pro público que curte música aqui em BH que procurem saber sobre as coisas no-vas que estão acontecen-do, porque tem bandas in-dependentes muito legais e quem gosta de música eu tenho certeza absoluta que irá se surpreender!!!

Sétimo Selo 29

No dia 18 de dezembro de 2009, a Banda Bertola lançou o seu primeiro CD “O Lodo da Mente” no auditório do

Museu Inimá de Paula. Nesse show foram tocadas as 12 músicas do CD, e a resposta do público e dos jornalistas

presentes no evento não poderia ter sido melhor. Todos acharam o show muito

intenso e divertido e a banda espera dar continuidade a esse trabaho que tem

recebido elogios tanto do público, quanto da crítica.

Sétimo Selo 30

Contato com a banda: 3224-5287

Sétimo Selo 31

http://www.bandabertola.com.brhttp://bandabertola.com.br/blog/

https://www.facebook.com/bandabertola

[email protected]

#Resenha Video Clipe

Foi filmado em Belo Horizonte, no domingo de 27/05/2012, durante a festa de despedida da antiga casa de Jonathan (guitarra e voz), que foi demolida devido a questões de especulação imobiliária. Na ocasião todos os amigos que fizeram parte da história da casa e que também tiveram a casa como parte de sua própria história compareceram para o registro. O processo de produção foi todo encabeçado pela própria banda, com a ajuda dos amigos no processo de captação das imagens.Download e letra: http://quasecoadjuvante.bandcamp.com/track/entardecer

Filmado por:Luiz RamosMarco AntônioPablo BernardoLucas BotelhoJonathan Tadeu

Contatos:

http://www.quasecoadjuvante.tnb.art.br https://www.facebook.com/quasecoadjuvantetwitter: @[email protected](31) 8759-8350 (Tiago)

“Entardecer” é o primeiro clipe da banda Quase Coadjuvante, retirado do dual-single “Gênio Ruim”, que também comporá o próximo disco da banda “Cartas para a próxima estação”, em

produção no Estúdio Giffoni em Belo Horizonte.

Roteiro e edição por:Jonathan Tadeu

Colaboradores:Guilherme VilellaTiago de CauxLígia MilagresAna Luppi

Sétimo Selo 32

Shows E

ven

to

A OBRA BAR DANÇANTERua Rio Grande Do Norte, 1168

26/07/12R$15,00

22H

Sétimo Selo 33

A OBRA BAR DANÇANTERua Rio Grande Do Norte,

116819/07/12R$15,00

22H

CENTRO CULTURAL NEM SECOSRua São Salvador, 9 - Bonfim

29/07/12 17HENTRADA: Alimentos, agasalhos,

brinquedos e livros.

O que + rola

Sétimo Selo 34

1° ENCONTRO DE TATUADORES DA SAVASSI18 E 19 DE AGOSTO - BH MG STUDIOS PARTICIPANTES:Pietá TattooBozó TattooTattooReggaeSouless TattooCaverna TattooStattoos TatuagemTattoo e CompanhiaArmani Tattoo e Piercing

CONVIDADOS:Deputamadre TatuariaTony Piercing - PRKelson Frost

De 14:00h às 22:00hInfo: (31) 3261-7765meia entrada a todos: R$10,00www.tabutattoo.com.brLocal: HOTEL QUALITY Av. Afonso Pena, 3761 Mangabeiras

“A-MOSTRA.LAB” surge do desejo de alargar portas, de proporcionar um am-biente de trocas, reunir diferentes jovens artistas cênicos, a fim de incentivar e fortalecer a cena teatral com a troca de impressões e expressões entre artistas e público.

ESQUYNA ESPAÇO COLETIVO TEATRALRUA CÉLIA DE SOUZA, 571 SAGRADA FAMÍLIA.INFO: (31) 9395-0500

por aí...

Sétimo Selo 35

Durante o mês de julho de 2012, a mostra “Em contato com a agua lavar abundantemente com os olhos” que ocupará a galeria do térreo do Centro Cultural da UFMG, torna públicos os procedimentos poéticos de três artistas que, selecionados por edital, ocuparam por dez meses um espaço coletivo dedica-do à criação e à experimentação.

CENTRO CULTURAL UFMGAV. SANTOS DUMONT, 174MAIS INFO: (31) 3409-8290

SER INDEPENDENTE...

“É ser igual mosca... tá na bosta mas tá feliz!”

A larva da mosca é muito útil na medicina legal e na pesca. O estado de desen-volvimento da larva pode ajudar na determinação do tempo decorrido des-de a morte de uma pessoa.Uma vez que a larva só se alimenta de carne morta e alimentos podres, surgi-ram experiências, em am-biente controlado, para in-troduzir a larva em feridas, eliminando a carne putre-facta, evitando a gangrena.O ciclo de vida de uma mosca varia de 25 a 30 dias.

Então moscas, uní-vos para eliminar a podridão deste

mundo!Y e a h !

Sétimo Selo 36

Uai... então eu sou

Independente?

Banda Paz-me

SER INDEPENDENTE...

“É ser igual mosca... tá na bosta mas tá feliz!”( Banda Paz-me)

Sétimo Selo 37

Não seu idiota. VOCÊ é mesmo

uma mosca!

Coquetel MolotovAté onde o gosto musical pode influenciar em decisões na vida das pessoas? É uma espécie de preconceito ou

ordem natural das coisas?Eis a seguir, uma coluna que muito aguçou a

curiosidade e o interesse.

Por mais preconceituo-so que seja, não dá para fugir: a forma como a pessoa fala, se veste, age, trabalha, dirige e muitas coisas mais dizem muito sobre o indivíduo. Dá para julgar cada um por esse tipo de coisa? Cada um avalia da forma como achar melhor.

Da mesma forma, os hábi-tos culturais – os livros que lê, a música que ouve, os eventos frequenta – tam-bém dizem bastante so-bre as pessoas. Existe a chance de se errar por com-pleto, mas faz parte do jogo.

Dois fatos importantes, ape-sar de corriqueiros, mostram que os apreciadores de rock podem ter esperança de dias melhores, apesar dos ca-

sos recorrentes de precon-ceito explícito e perseguição por conta do gosto pessoal em pleno século XXI – al-gumas dessas excrescên-cias têm sido narradas em textos no Combate Rock.

No começo de agosto um gerente de uma grande mul-tinacional instalada no ABC (Grande São Paulo) penava para contratar um estagiário para a área de contabilidade e administração. Analisou diver-sos currículos e entrevistou 24 jovens ainda na faculdade ou egressos de cursos técnicos.

Conversou com todo o tipo de gente, do mais certinho ao mais despojado, do mais conservador à mais desi-

nibida e modernosa. Precon-ceitos à parte, procurou focar apenas a questão técnica e os conhecimentos exigidos.

Sétimo Selo 38

Alguns candidatos até pos-suíam a maioria dos req-uisitos exigidos, mas acaba-ram desclassificados em um quesito fundamental para o gerente: informação geral, que inclui hábitos culturais.

O escolhido foi um rapaz de 20 anos, o penúltimo a ser es-colhido. Bem vestido, mas de forma casual, usando rabo de cavalo, mostrou segurança e certa descontração, além de bom vocabulário e de se ex-pressar de forma razoável, bem acima da média.

Durante as perguntas, o gestor observou que o ga-roto segurava um livro e car-regava um iPod. O livro era a biografia de Eric Clapton. Após a quinta pergunta, di-recionou a conversa para co-

nhecimentos gerais e perce-beu que o rapaz lia jornais e se interessava pelo noticiário.

“Você gosta de rock?”, per-guntou o gerente. “Sim, e de jazz também”, respondeu o garoto. O entrevistador não se conteve e indagou se o rapaz se importava de mos-trar o que o iPod continha. E viu um gosto eclético dentro do próprio rock: havia muita coisa de Black Sabbath, Deep Purple, AC/DC, mas também de Miles Davis e big bands.

“Não aprecio rock, não su-porto o que minhas filhas ouvem, mesmo seja Rolling Stones, meu negócio é Mo-zart, Bach e música erudita. Mas uma coisa eu aprendi nas empresas em que pas-sei e nos processos seletivos que coordenei: quem gosta de rock geralmente é um profis-sional mais antenado, que costuma ler mais do que a mé-dia porque se interessa pelos artistas do estilo. Geralmente são mais bem informados so-bre o que acontece no mundo e respondem bem no traba-lho quando são contratados. Nunca me arrependi ao levar em consideração também esse critério”, diz o gerente.

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O resultado é que o garoto foi contratado após 15 minutos de conversa, enquanto cada entrevista com os outros can-didatos durava 40 minutos. “Não tive dúvida alguma ao contratá-lo. E o mais interes-sante disso: percebo que essa é uma tendência em parte do mercado há pelo menos três anos, pois converso muito com amigos de outras empre-sas e esse tipo de critério está bastante disseminado. Quem gosta de rock é ao menos dife-renciado”, finalizou o gestor.

Já em uma escola particular da zona oeste de São Paulo, do tipo mais alternativo e liberal, o trabalho de conclusão do en-sino médio era uma espécie de TCC (Trabalho de Conclusão de Curso) das faculdades. A dife-rença é que, para não ter essa carga de responsabilidade, foi criado uma espécie de concurso para premiar algumas categori-as de trabalhos – profundidade do tema, ousadia, importância social e mais alguns critérios.

O vencedor geral foi o de uma menina esperta de 17 anos, fi-lha de um jornalista pouco chega-do ao rock, mas com bom gos-to para ouvir jazz e blues. O tra-balho traduzia para a garotada a importância dos Beatles para a música popular do século XX.

Para isso realizou uma am-pla pesquisa sobre as origens do blues, do jazz, da coun-try music norte-americana e traçou um panorama completo da evolução do rock desde os primórdios até os megashows de Rush, AC/DC, U2 e Metallica. Seu trabalho contou ainda com a defesa de uma tese em frente a uma banca de professores.

O resultado é que, além do prêmio principal – placa de prata e uma quantia em di-nheiro em forma de vale para ser gasto em uma livraria –, acabou sendo agraciada com a proposta de transformar seu trabalho em um pequeno livro, bancado pela escola.

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Detalhe: a reivindicação partiu dos colegas da meni-na, que ficaram fascina-dos com a história do rock – poucos deles eram ínti-mos do gênero, pelo que o pai da menina me contou.

Os Beatles foram o ponto de partida para uma aluna de um colégio paulistano para traçar um panorama extenso e com-pleto sobre a história do rock; o trabalho ganhou prêmio e vai se transformar em livro. Seria um flagrante exagero afirmar que gostar de rock facilita a obtenção de empre-go ou estágio – ou que quem

gosta de rock é muito melhor aluno do que os outros nas escolas. Mas o simples fato de haver reconhecimento de que apreciar rock frequente-mente leva a uma situação diferenciada já é um alento diante dos seguidos casos de intolerância e preconceito.

Gostar de rock não torna ninguém melhor ou pior, mais ou menos competente, mais ou menos inteligente. Mas os casos acima mostram que o roqueiro pode se beneficiar de situações em que é pos-sível se mostrar diferenciado, mostrando uma cultura geral acima da média e mais ver-satilidade no campo profis-sional. E o que é melhor, isso começa a ser reconhecido por um parte do mercado.

Bom gosto não se discute: adquire-se.

Fonte - http://blogs.estadao.com.br/combate_rock/gostar-de-rock-comeca-a-pesar-na-avaliacao-profissional/

Coluna de Marcelo Moreira

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