revista rotary brasil - janeiro de 2016
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Edição n° 1123 da revista Rotary Brasil.TRANSCRIPT
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UM PRESENTE PARA VOC
www.revistarotarybrasil.com.br
A sua revista novinhaem folha
A revistA regionAl do rotAry JAneiro 2016 Ano 91 n 1123
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Voc no vai mais querer largar a sua revista
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A edio digitAl dA RotARy BRAsil AgoRA est disponvel em AplicAtivos exclusivos. FAA o downloAd nA Apple App stoRe e nA google plAy e tenhA tAmBm Acesso Ao contedo do nosso novo site.
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JANEIRO 2016n 1123
12 Ponto de vistaDevoto incansvel da educaoEntrevista com o professor e acadmico Arnaldo NiskierRenata Cor
18 Coluna do Presidente do rotary internationalK.R. Ravindran
19 Coluna do diretor do rotary internationalJaneiro dedicado aosServios ProfissionaisJos Ubiracy
20 Coluna do Chair da Fundao rotriaA lgica do caubiRay Klinginsmith
21 Coluna do Curadorda Fundao rotriaPrestando contasMrio Csar de Camargo
22 Coluna da aBtrFInovaes e sucesso em plena criseDejarino Costa dos Santos Filho
23 Coluna dos Coordenadoresda Fundao rotriaConte com a ajuda da CadrePaulo Augusto Zanardi e Hugo Drea
24 Coluna dos Coordenadoresda imagem PBliCaDiferenas entre distintivo, pin e btonMrcio Cavalca Medeiros
25 Coluna dos Coordenadores do rotaryDiversificando os nossos clubesAntonio Henrique de Vasconcelos
26 em Cima do Fato: A tragdia de marianaRio de lama, mar de solidariedadeLuiz Renato D. Coutinho
32 PerFilMarcus Bonna, o harmonizadorde futuros
33 Pensando o rotaryMais um na multidoAntenor Barros Leal
36 CaPa
l Uma reforma necessria:conhea as mudanas da sua revistal Escutando a voz dos leitores:resultado da pesquisa Datafolha
RotaRy InteRnatIonalone RotaRy CenteR 1560 SheRman avenue evanSton, IllInoIS, eua
Curadores da Fundao rotria 2015-16ChairRay Klinginsmith
Chair eleitoKalyan Banerjee
ViCe-ChairPaul A. Netzel
CuradoresMrio Csar de CamargoBryn StylesJulio SorjsMichael K. McGovernNoel A. Bajatrselik BalkanRon D. BurtonSakuji TanakaSamuel F. OworiSushil GuptaThomas M. ThorfinnsonYoung Suk Yoon
seCretrio-geralJohn Hewko
Conselho diretor 2015-16PresidenteK.R. Ravindran
Presidente eleitoJohn F. Germ
ViCe-PresidenteGreg E. Podd
tesoureiroPer Hyen
diretoresJos Ubiracy SilvaBradford R. HowardEduardo San Martin CarreoGuiller E. TumanganGuiseppe VialeHsiu-Ming LinJennifer E. JonesJulia D. PhelpsKaren WentzManoj D. DesaiPeter L. OfferRobert L. HallSafak AlpaySaowalak RattanavichTakanori Sugitani
seCretrio-geralJohn Hewko
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Quantos somos
O Rotary uma organizao internacional formada por mais de 1,2 milho de pessoas em 220 pases e regies geogrficas. Os rotarianos prestam servios humanitrios e ajudam a promover a boa vontade e a paz mundial.
www.rotary.orgAo tornar-se rotariano, voc se conecta a um grupo de profissionais que trabalham voluntariamente para ajudar o prximo.
Como a associao a um Rotary Club se d por meio de convite, procure o clube mais prximo de voc para outras informaes:
www.rotary.org/pt/search/club-finder
Publicada ininterruptamente desde 1924, a Revista Rotary Brasil a publicao oficial do Rotary em nosso pas. Aqui voc conhece um pouco do trabalho voluntrio dos rotarianos brasileiros e de outros pases. Seja bem-vindo! Conhea o Ideal de Servir! Junte-se a ns!
www.revistarotarybrasil.com.brwww.facebook.com/revistarotarybrasil
a REVIsta
QuEm somos
Em todo o mundoNmero de clubes: 35.069; Total de rotarianos: 1.227.099 (sendo 248.857 mulheres); Pases e regies onde o Rotary est presente: 218; Nmero de distritos rotrios: 544; Rotaract Clubs: 8.705 (em 171 pases, reunindo um total de 200.215 rotaractianos); Interact Clubs: 19.068 (em 158 pases, reunindo um total de 438.564 interactianos); Ncleos Rotary de Desenvolvimento Comunitrio: 8.666 (em 90 pases, reunindo um total de 173.320 voluntrios no rotarianos).
No BrasilNmero de clubes: 2.384; Total de rotarianos: 55.613 (sendo 13.191 mulheres); Nmero de distritos rotrios: 38; Rotaract Clubs: 629 (reunindo um total de 14.467 rotaractianos); Interact Clubs: 960 (reunindo um total de 22.080 interactianos); Ncleos Rotary de Desenvolvimento Comunitrio: 351 (reunindo um total de 7.020 voluntrios no rotarianos). Fonte: Escritrio do Rotary International no Brasil (dados de dezembro de 2015).
SeeS06 Convite ao leitor07 Cartas e recados08 Curtas16 Calendrio l Saudades30 Giro global: o trabalho do Rotary mundo afora44 Dicas culturais46 Clubes e distritos65 Interact e Rotaract68 Informativo Rotaract Brasil69 Casas da Amizade70 Reconhecimentos da Fundao Rotria71 Rotarianos que so notcia l Os 50 mais72 Aconteceu73 Relax74 Imagens que marcam
UM PRESENTE PARA VOC
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A sua revista novinhaem folha
A REVISTA REGIONAL DO ROTARY JANEIRO 2016 ANO 91 N 1123
pag 1 azul.indd 30 21/12/2015 16:08:57
Diagramadas por Alex Mendes, a capa e a principal matria desta edio contam com ilustraes de Z Otavio, um dos artistas grficos mais requisitados de sua gerao, com trabalhos assinados em publicaes do Brasil, como Folha de S. Paulo, O Estado de S. Paulo, revistas da Editora Abril, e do exterior.
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REVISTA RoTARy BRASIl | JANEIRO dE 20166
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TICA: UM PRINCPIO QUEDEVE SER APLICADO SEMPRE.
Revista de Propriedade da Cooperativa Editora Brasil RotrioCNPJ 33.266.784/0001-53 Inscrio Municipal 00.883.425Av. Rio Branco, 125, 18 andar CEP: 20040-006 Sede prpriaRio de Janeiro RJ Tel: (21) 2506-5600 / Fax: (21) 2506-5601
A Revista Rotary Brasil, consciente de sua responsabilidade ambiental e social, utiliza papis com certificado FSC (Forest Stewardship Council) para a impresso desta revista. A Certificao FSC garante que uma matria-prima florestal provenha de um manejo considerado social, ambiental e economicamente adequado.
DIRETORIA EXECUTIVAPresidenteMilton Ferreira TitoVice-Presidente de OperaesEduardo Muniz WerneckVice-Presidente de AdministraoWaldenir de Bragana Vice-Presidente de FinanasGeorge Manuel da Rocha Vice-Presidente de Planejamento e ControleJos Luiz FonsecaVice-Presidente de MarketingBemvindo Augusto Dias Vice-Presidente de Relaes InstitucionaisAdelia Antonieta VillasVice-Presidente JurdicoJorge Bragana
CONSELHO DE ADMINISTRAOAlberto BittencourtCarlos Gueiros Fernando Magnus Fernando QuintellaJoel Renn Jos Alves Fortes Vicente Herculano
MEMBROS SUPLENTESCarmelinda MaliskaRil Moura
ASSESSORESAlice Cavaliere LorentzAntonio VilardoCardinele Batista LucasCludio da Cunha ValleCleofas Paes de SantiagoEduardo de Souza Soares Eduardo de Barros PimentelFernando Moreira de FariaFlvio MendlovitzGeraldo Lopes de OliveiraSebastio Cony DantasSebastio Porto
CONSELHO FISCALMembros efetivos Herlon Monteiro FontesOrlando Graneiro Wilmar Garcia Barbosa
Membros suplentesChrista Bohnhof-GrhnDulce Grnewald de OliveiraPaulo Gustavo Ouricuri
CONSELHO EDITORIALCONSULTIVOPresidenteMilton Ferreira Tito
MembrosAdelia Antonieta VillasBemvindo Augusto DiasEduardo Muniz WerneckFernando QuintellaGeorge Manuel da RochaIvone SacchettoJorge BraganaJos Luiz FonsecaJos Ubiracy SilvaMrio Csar de CamargoWaldenir de Bragana
CONSELHO SUPERIORMrio de Oliveira AntoninoDRI 1985-87Gerson GonalvesDRI 1993-95Jos Alfredo PretoniDRI 1995-97Hiplito Srgio FerreiraDRI 1999-01Alceu Antimo VezozzoDRI 2001-03Luiz Coelho de OliveiraDRI 2003-05Themstocles A. C. PinhoDRI 2007-09Antonio Hallage DRI 2009-11Jos Antonio Figueiredo AntirioDRI 2011-13Jos Ubiracy SilvaDRI 2015-17
Ricardo Vieira Lima Magalhes GondimEx-presidente da Cooperativa EditoraBrasil Rotrio COMISSO EDITORIALEXECUTIVA Presidente Milton Ferreira Tito
MembrosBemvindo Augusto Dias Eduardo Muniz Werneck Jos Luiz FonsecaLuiz Renato D. CoutinhoManoel MagalhesNuno Virglio NetoRenata Cor
Revista
Convite ao leitoR www.revistarotarybrasil.com.br
H 91 anos, esta revista a casa do rotariano
brasileiro. Por aqui j passaram diversas gera-
es de homens e mulheres que se dedicaram
ao Ideal de Servir do Rotary, e sob estas paredes
que novas geraes vo se formando para levar essa
histria adiante.
Ao longo destas nove dcadas, a rua onde a casa
est localizada mudou de nome algumas vezes. Quan-
do ela foi erguida, em 1924, seu nome era Notcias
Rotrias, ttulo do boletim do Rotary Club do Rio de
Janeiro, o primeiro do pas. Quatro anos depois, a rua
foi rebatizada como Rotary Brasileiro. Em 1951, outra
mudana: Brasil Rotrio nome que mais perdurou, e
pelo qual ela ficou conhecida pelos atuais moradores.
Mas este um mundo em transformao, e por-
tanto ns precisamos estar preparados para mudar
com ele, como afirmou Paul Harris, o fundador do
Rotary. Por isso no foi somente o nome da rua que
mudou algumas vezes: alteraram-se os mveis, a
disposio de alguns cmodos da casa, as cores das
paredes. Sempre com a mesma inteno: deix-la
mais aconchegante, slida, bonita.
Nesta virada de ano, a casa do rotariano brasileiro
est passando por mudanas outra vez. Mudam o
nome da rua, a fachada, o jardim, mas o que a man-
tm de p, bem firme (aquele mesmo cho dos seus
fundadores, as mesmas colunas), permanece aqui,
reconhecvel e ntimo. E aqui que ainda convivere-
mos juntos por muito tempo, nesta mesma famlia.
Como voc viu l fora, ilustre morador, o pintor
acabou de dar os ltimos reto-
ques. Ento venha com a gente
conhec-la de perto. Abra as
janelas por onde se v o futuro!
Seja bem-vindo: a casa sua!
Equipe de Jornalismo
EXPEDIENTE
Editor-chefe: Milton Ferreira Tito Editor: Nuno Virglio Neto Jorn. Prof. MtB 24490 RJEditor adjunto e jornalista responsvel: Luiz Renato D. Coutinho Jorn. Prof. MtB 25583 RJRedao e site: Luiz Renato D. Coutinho, Manoel Magalhes, Maria Lcia Ribeiro de Sousa,Nuno Virglio Neto e Renata CorDiagramao e digitalizao: Alex Mendes, Armando Santos e Maria Cristina AndradeImpresso: Log & Print Grfica e Logstica S.A.Tiragem desta edio: 55.200 exemplaresE-mail da Redao: [email protected]: www.revistarotarybrasil.com.brFacebook: www.facebook.com/revistarotarybrasil
As matrias assinadas so de inteira responsabilidade dos seus autores. As
vises expressas nesta publicao no so necessariamente aquelas do Rotary
International ou da Fundao Rotria. So de propriedade do Rotary International
e usadas sob licena as marcas ROTARY,
UM PRESENTE PARA VOC
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A sua revista novinhaem folha
A REVISTA REGIONAL DO ROTARY JANEIRO 2016 ANO 91 N 1123
pag 1 azul.indd 30 21/12/2015 16:08:57
A MESMA CASA CoMUM NoVo ColoRIDo
e
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erraTal O projeto Combate Obesidade Infantil, publicado na pgina 66 da edio de novembro de 2015, foi realizado pelo Interact Club de Curitiba-Oeste em parceria com o Interact Club de Pinhais, PR (distrito 4730).
Cartas e reCados
Sobre o uSo e a publicaode textoS e imagenS
O leitor que contribui com a
Revista Rotary Brasil por meio
do envio de contedo tais
como fotos, informaes, textos
e frases, entre outros aceita
e se responsabiliza pela autoria
e or iginal idade do mater ial
enviado revista, bem como
pela obteno da autorizao
de terceiros que eventualmente
seja necessria para os fins
desejados, respondendo dessa
forma por qualquer reivindicao
que venha a ser apresentada
Revista Rotary Brasil, judicial ou
extrajudicialmente, em relao aos
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de imagem, ou ainda por eventuais
danos morais e/ou materiais
causados Revista Rotary Brasil,
Cooperativa Editora Brasil
Rotrio ou a terceiros.
Entre os direitos da Revista
Rotary Brasil incluem-se, tambm,
os de adaptao e condensao
dos textos e imagens enviados
revista.
JANEIRO dE 2016 | reViSta rotary braSil 7
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escritrio do ri no brasil http://www.rotary.org.brendereoRua Tagipuru, 209 PerdizesSo Paulo SP BrasilCEP: 01156-000Tel: (11) 3217-2630Fax: (11) 3667-6575Horrio: 2 a 6, de 8h s 17hgerenteCelso [email protected]
A Seu ServioQuadro Social (assistncia aos governadores de distrito e aos clubes)dbora [email protected] da Fundao rotriaEdilson M. [email protected] FinanceiroFabio [email protected]
encomendas de publicaes, materiais e programas audiovisuaisClarita [email protected].: (11) 3217-2630Fax: (11) 3667-6575rotary internationalSecretaria (Sede Mundial)1560 Sherman Avenue, Evanston, Il 60201 USAPhone: 00-21-1847 866-3000 Fax: 00-21-1847 328-8554Horrio: 8h30 s 16h45 (horrio de Washington)
Os comentrios publicados nesta pgina so extrados do Facebook e de cartas e e-mails enviados para a nossa Redao. No caso das correspondncias, elas devem ser enviadas para o e-mail [email protected] ou para a Avenida Rio Branco, 125/18 andar Centro Rio de Janeiro/RJ; CEP: 20040-006. Em razo do seu tamanho ou para facilitar a compreenso, os textos podero ser editados.
AgradecimentoCaro presidente e companheiro, sua mensagem muito tocante e agradeo aos nossos amigos brasileiros pelos pensamentos nestes momentos difceis.Transmitirei seu gesto de solidariedade a toda a equipe da revista.A Frana conservar seus valores de humanismo.Com meus melhores cumprimentos,Christophe Courjon, editor-chefe da revista LeRotarien, em resposta mensagem de solidariedade enviada pelo presidente e editor-chefe da Rotary Brasil, Milton Ferreira Tito, por ocasio dos ataques terroristas em Paris, em novembro de 2015.
SugestoPessoal, parabns pela revista.Sobre o tema que gostaria de ver abordado, vai a uma sugesto: vamos fazer um Concurso Ideia Brilhante. Vamos dar um presente para a me-lhor ideia e, se for muito boa, vai ajudar muito a comunidade e dever sair tambm na revista. Poderemos ajudar a melhorar esse planeta, o quintal dos nossos filhos e netos. Vamos fazer um multiplicador, vamos incentivar a leitura. Se a gente ensinar uma pessoa a dar o primeiro passo, no teremos vivido em vo.Vamos colocar nossas ideias para fora.Grande abrao a todos, adoro ler essa revista.Arnaldo Di Pscoa, associado ao Rotary Club de So Paulo-Santana, SP (distrito 4430)
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revista rotary Brasil | JANEIRO dE 20168
Curtas www.revistarotarybrasil.com.br
mosquito
Famlia Rotria convocada
Segundo o Ministrio da Sade, em 2015 foram registrados 1.566.510 casos provveis de dengue no pas.
Tambm no ano passado, a incidncia de casos no Brasil, para cada grupo de 100 mil habitantes, foi de 368
pessoas, ndice que para a Organizao Mundial da Sade representa situao de epidemia a classificao
mnima de epidemia de 300 casos por 100 mil habitantes.
No ms passado, a revista divulgou em seu site e na sua fanpage no Facebook a campanha Sbado
da Faxina No d folga para o mosquito da dengue, do Ministrio da Sade, e obteve respostas de diversas
partes do pas. Houve, por exemplo, quem sugerisse que o prprio Rotary International poderia desen-
volver uma campanha contra a doena, e houve quem lembrasse da capilaridade da nossa organizao, o que permitiria
facilmente mobilizar a Famlia Rotria Brasil afora no combate ao Aedes aegypti, transmissor da virose. Fato que o vero
e o perodo de chuvas tornam ainda mais urgente a ampla mobilizao dos Rotary Clubs para conscientizar a populao
sobre a necessidade de eliminar os focos de proliferao do vetor da dengue o mesmo que transmite o zika e o chikun-
gunya. S assim poderemos construir um 2016 com nmeros mais felizes.
Saiba mais sobre a campanha Sbado da Faxina no endereo: www.blog.saude.gov.br
contra est
e
revista rotary Brasil | JANEIRO dE 20168
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JANEIRO dE 2016 | revista rotary Brasil 9
Um alerta sobre arrecadao de fundos
Nossa matria de capa de novembro trouxe exem-
plos de Rotary Clubs que tm buscado formas
alternativas para equilibrar as finanas durante
a crise econmica. Uma das prticas citadas
foi a realizao de eventos de arrecadao de fundos, o que
motivou uma correspondncia do rotariano Luiz Bortoli,
associado ao Rotary Club de So Paulo-Pacaembu, SP
(distrito 4610), e contador. A natureza jurdica dos clubes
rotrios, que so associaes civis, confere aos Rotary
Clubs a iseno de impostos e de algumas contribuies
relacionados com as atividades associativas, entendidas
como essenciais. As atividades que tm o objetivo de
arrecadar no so consideradas essenciais pela legislao
brasileira, e, assim, geralmente, colidem com as prescri-
es estatutrias dos clubes, alertou Bortoli, por e-mail,
acrescentando que o entendimento equivocado de tal prtica
como adequada pode resultar em aes fiscais e prejuzos
para os clubes rotrios.
Seul, naturalmenteCom mais de 25 milhes de pessoas vivendo em Seul e arredores, algum pode
achar que ser difcil encon-
trar reas verdes para relaxar
durante a Conveno do Ro-
tary International, de 28 de
maio a 1 de junho de 2016.
Porm, os coreanos amam a
natureza e criaram espaos
onde possvel caminhar, andar de bicicleta, nadar e velejar.
O rio Han, que corta Seul, um convite ao lazer. Aproveite para dar umas pedaladas
nas largas ciclovias s suas margens ou fazer um passeio de barco. Os parques da regio
vo de serenos jardins a pantanais, com vistas espetaculares do rio e da cidade.
Visite o Monte Bugaksan, no muito longe da Casa Azul, que o escritrio execu-
tivo e residncia oficial do presidente. Reaberta em 2006, a trilha ficou fechada por 40
anos depois que soldados norte-coreanos se apoderaram do monte em uma tentativa de
assassinar o presidente da Coreia do Sul.
O Parque Olmpico de Seul, formado por seis estdios, reserva florestal e galeria
de arte ao ar livre com mais de 200 esculturas, um destino turstico bastante popular.
Uma atrao imperdvel para aqueles que estiverem viajando com seus filhos o
Grande Parque da Criana. Com um zoolgico, jardim botnico, playground aqutico,
fonte musical e parque de diverses, tanto adultos como crianas iro adorar o passeio!
(Susie Ma)
Conveno 2016
{
Odistrito 4640, que
abrange parte do
Estado do Paran,
comemorou o re-
cebimento de uma gran-
de notcia no final de
2015. Com dados de um
relatrio de 13 de no-
vembro, o site do Rotary
International informou
que o distrito havia ul-
trapassado a marca de
3.000 associados. Naque-
la ocasio, eram exatos
3.002 rotarianos, o que
confirma o 4640 como
maior distrito do Rotary
no Hemisfrio Sul.
isto
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O maiOr dO Hemisfrio sul
Um CiClista pedala ao longo do rio Han, em seul, em um incio de manh
inscreva-se para a Conveno do rotary de 2016 em seul pelo site www.riconvention.org/pt {
mosquito
Famlia Rotria convocada
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Curtas www.revistarotarybrasil.com.br
Temas de relevncia nacional pautaram uma
reunio do Colgio de Diretores Brasileiros
do Rotary International, no dia 9 de dezem-
bro, em So Paulo. O encontro foi realizado
no Colgio Rio Branco sob a liderana do
atual diretor, Jos Ubiracy Silva, que elaborou uma agenda
de debates em torno de possveis aes a serem realizadas
pelos clubes e distritos brasileiros para ajudar o pas a en-
frentar esses problemas.
Participaram da reunio os ex-diretores Mrio de Oliveira
Antonino, Jos Alfredo Pretoni, Luiz Coelho de Oliveira,
Themstocles A. C. Pinho, Antonio Hallage e Jos Antonio
Figueiredo Antirio. Os ex-diretores Gerson Gonalves, Hi-
plito Srgio Ferreira e Alceu Antimo Vezzozo justificaram
suas ausncias.
Os diretores conversaram sobre como os rotarianos
podem mobilizar-se para colaborar com a recuperao de
Mariana e cidades vizinhas (tema de reportagem desta edi-
o, a partir da pgina 26), enfrentar o surto de zika vrus e
outras doenas provocadas pelo mosquito Aedes aegypti,
e combater a hepatite C por meio de parcerias com a As-
sociao Brasileira dos Portadores de Hepatite a doena
mata mais de 9.000 pessoas por ano no Brasil e infecta
cerca de 2 milhes.
As propostas de ao elaboradas pelo grupo sero enca-
minhadas a todos os nossos 38 governadores de distrito do
pas. O novo nome fantasia da revista regional do Rotary no
Brasil tambm foi tema do encontro.
Ao final dos trabalhos, o diretor Jos Ubiracy ressaltou
a importncia da reunio, informando que outras sero
convocadas ainda neste ano 2015-16. O objetivo pro-
mover uma maior colaborao entre os ex-diretores e os
distritos brasileiros por meio dos governadores distritais
e demais lideranas.
IDEIAS E AESDiretores brasileiros debatemcomo o Rotary pode ajudar pasa enfrentar grandes problemas
RotaRy mobilizado: Nahid Chicani (primeiro esquerda), presidente da Fundao de Rotarianos de So Paulo, recepcionou Jos alfredo Pretoni, antonio Hallage, themstocles
a. C. Pinho, Jos Ubiracy, mrio de oliveira antonino, Jos antonio Figueiredo antirio e
luiz Coelho de oliveira
Revista RotaRy BRasil | JANEIRO DE 201610
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JANEIRO DE 2016 | revista rotary Brasil 11
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Feito para voc
Para termos um mundo mais justo, devemos mostrar que no concordamos com
nenhum tipo de corrupo, no
importando o seu tamanho,
autoria ou circunstncia. Seja
furar uma fila, subornar um
guarda ou desviar dinheiro
pblico, o nosso papel dizer
no a esses e quaisquer outros
atos corruptos.
Ciente dos imensos prejuzos provocados pela corrupo, os
Ministrios Pblicos ibero-americanos se uniram para lanar a
campanha #corrupono. Realizada em 21 pases, a iniciativa
quer mobilizar o maior nmero de pessoas possvel em um grande
movimento. A Revista Rotary Brasil apoia a campanha e acredita que
a participao de toda a Famlia Rotria mais uma vez fundamental.
Para saber mais acesse corrupcaonao.mpf.mp.brEste ms a revista est oferecendo
um brinde aos leitores: um belo
marcador de livro que traz a Prova
Qudrupla, um guia que a medida
das atitudes do rotariano, a ser
usada tanto na sua vida pessoal
quanto profissional. Na esteira do sucesso da erradicao do poliovrus na Nigria e em todo o continente africano, o combate final contra a poliomielite acabou de ganhar novo reforo: a
doao de 40,4 milhes de dlares do Rotary International. O
dinheiro ser usado para custear atividades de imunizao e
vigilncia epidemiolgicas lideradas pela Iniciativa Global de
Erradicao da Plio. A doena, que atualmente se encontra
em apenas dois pases, Paquisto e Afeganisto, est prestes
a se tornar a segunda a ser erradicada da face da Terra a
primeira foi a varola, em 1977.
Rotary refora luta contra a plio
Tomou posse como presidente da Adesg (Associao dos Diplomados da Escola Superior de Guerra) o professor e economista Gustavo Alberto Trompowsky Heck, do Rotary
Club do Rio de Janeiro, RJ (distrito 4570). A transmisso de
cargo ocorreu no dia 8 do ms passado, no Rio de Janeiro,
na Escola Superior de Guerra, cujo comandante, o tenente-
brigadeiro do ar Rafael Rodrigues Filho, conduziu a soleni-
dade. Na oportunidade, o vice-almirante Ricardo Antonio
Veiga Cabral, que deixava o cargo, fez um balano da sua
gesto. Gustavo Heck aproveitou para tecer consideraes
sobre propostas a serem desenvolvidas em seu mandato.
O evento foi prestigiado por grande nmero de associados
e pela professora Dora Sodr, do Rotary Club do Rio de
Janeiro-So Conrado, RJ, filha do almirante Benjamin de
Almeida Sodr, primeiro presidente da Adesg.
Rotariano o novo presidente da Adesg
n Um ex-intercambista do Rotary, Plnio Hess, pilotou o maior
avio de passageiros do mundo, o Airbus A380, com capacidade
para 500 passageiros, na viagem de volta a Dubai, aps o novo
modelo ter pousado no Aeroporto Internacional de So Paulo no
dia 14 de novembro esta foi a primeira viagem do Airbus A380
ao Brasil.
O que houve com os telefones?
Pedimos desculpas a
todos que, em dezembro,
tentaram ligar para a nossa
editora sem conseguir. Os
nossos telefones estiveram
inoperantes em decorrncia
de um problema na rede
da companhia telefnica.
Aproveitamos para informar que
dispomos tambm de um nmero
emergencial: (21) 98521-9755.
Diga no corrupo
Pilotando o maior do mundo
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REVISTA RoTARy BRASIl | JANEIRO dE 201612
Para o professor e imortal da Academia Brasileira de
Letras Arnaldo Niskier, a reformulao dos cursos
de pedagogia uma prioridade absoluta
Devoto incansvel da educao
Ponto de Vista
Renata Cor*
A
www.revistarotarybrasil.com.br
rnaldo Niskier descobriu bem cedo sua
vocao profissional. O professor (forma-
do em matemtica e pedagogia), jornalis-
ta (com passagens pelo jornal ltima Hora
e pela revista e TV Manchete) e escritor
(autor de mais de cem livros e imortal
da Academia Brasileira de Letras) ainda
no havia sado da adolescncia quando decidiu que a sua
vida estaria sempre ligada ao magistrio. Hoje com 80 anos
de idade, ele pode se orgulhar de alguns pioneirismos: foi
precursor da matemtica moderna e um dos responsveis
por inserir o ensino a distncia no pas, alm de ter sido o
primeiro secretrio de Cincia e Tecnologia do pas e cons-
trudo o Planetrio da Cidade do Rio de Janeiro. Ainda
em atividade, Niskier presidente do Centro de Integrao
Empresa-Escola (CIEE) do Rio de Janeiro, vice-presidente
do CIEE Nacional e colabora semanalmente com jornais de
todo o Brasil. Na entrevista a seguir, ele fala de educao e
do trabalho como jornalista.
BRASIL ROTRIO: O senhor diz que a sua vocao
sempre foi uma carreira de professor, e desde muito novo
percebeu isso.
ARNALDO NISKIER: Desde os 15 anos, quando comecei
a dar aulas particulares de matemtica.
Foi assim que o senhor descobriu a sua vocao?
Tomei gosto. uma vocao acompanhada de outra, porque,
aos 16 anos, comecei a fazer jornalismo esportivo no jornal
ltima Hora, levado pelo meu irmo mais velho. Pratica-
mente desde os 15 ou 16 anos, exerci essas duas atividades,
at hoje.
Luiz Renato d. Coutinho
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JANEIRO dE 2016 | REVISTA RoTARy BRASIl 13
Quando o senhor descobriu a vocao para o magistrio,
quais eram os seus sonhos?
Ser um bom professor. Dois dos meus irmos mais velhos
estudavam engenharia e se formaram engenheiros.
O senhor chegou a cogitar estudar engenharia, no foi?
Cheguei a cogitar e cheguei at a fazer o vestibular, mas
no era a minha vocao. Ento, me dediquei ao curso de
matemtica e dali fui.
E o senhor se sente totalmente realizado com a carreira
no magistrio?
Mais do que realizado. A partir do momento em que vi que
era aquilo que eu queria, me dediquei de corpo e alma. Foi
amor de sempre.
Mas o senhor tem uma histria que no ficou restrita sala
de aula, porque tambm ocupou cargos de secretrio de
Educao e de Cultura. H alguma coisa que ainda deseja
realizar pela educao?
O que eu desejo realizar pela educao, continuo fazendo,
que escrever artigos em 15 jornais no Brasil todo, semanal-
mente, e fazendo conferncias, praticamente toda semana.
Continuo ligado educao devotadamente. Agora, os car-
gos pblicos que eu exerci foram coisas do destino.
Estamos em um momento em que a educao parece estar
com problemas especialmente crticos.
No s a educao, o pas est passando por um momento
crtico.
E a educao, muitas vezes, sofreu, mas como o senhor v
esse cenrio de agora?
Triste, porque no vejo soluo em curto prazo. Acho que
o Brasil ainda no se preparou para dar educao a prio-
ridade devida. Quando trocaram o ministro da Educao,
na semana seguinte ele recebeu a notcia de que foram cor-
tados 9,4 bilhes de reais do oramento dele. O sujeito fica
de mos atadas, ele tem que implementar o Plano Nacional
de Educao e no tem recursos. uma coisa realmente
muito difcil, ou quase impraticvel, que um gnio consiga
fazer o que os ministros no tm conseguido, porque no h
recursos, e no vai haver to cedo.
Quais so os problemas mais urgentes na educao?
o magistrio.
A formao dos professores?
Formao e a remunerao dos professores. Acho que todos
os pases que esto frente nesse processo, tipo Finlndia,
Singapura, Taiwan, Coreia do Sul, tratam o professor com
absoluta prioridade. Na formao, na remunerao e no
prestgio social. Esse um aspecto que no se pode esque-
cer nunca. O professor no Brasil no tem a sua autoestima
considerada, ento ele sofre de todos os lados.
O senhor no acredita que se possa resolver outras questes
passando por cima dessa?
No, essa a prioridade nmero um, dois e trs.
O senhor um defensor da escola em tempo integral, no
isso?
Claro. A escola deve ser em tempo integral, o professor deve
ter dedicao exclusiva, mas tudo isso so sonhos que se rea-
lizam quando h, de cima para baixo, a ideia de que vamos
resolver os problemas do pas de uma vez pra sempre. Mas
eu no sinto isso, eu sinto o pas meio perdido e a educao
est perdida no meio.
O senhor um defensor tambm do ensino a distancia.
Acho que fui um dos pioneiros do Brasil, h 40 anos, quan-
do o ento ministro Jarbas Passarinho me convidou para
cuidar desse assunto ao lado do professor Newton Sucupira,
de saudosa memria. Ns realizamos as primeiras reunies
que resultaram na criao da Universidade Aberta do Brasil.
Hoje a educao a distancia tem 1,2 milho de alunos,
O professor no Brasil no tem a sua autoestima considerada, ento ele sofre
de todos os lados
JANEIRO dE 2016 | REVISTA RoTARy BRASIl 13
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REVISTA RoTARy BRASIl | JANEIRO dE 201614
Ponto de Vista
O professor tem que ter tempo para conversar com os alunos, mudar a cabea deles
com a sua experincia, com a sua sabedoria
um sucesso completo, e se o governo estivesse mais bem
orientado, esse nmero j poderia ser o dobro ou o triplo,
que uma forma de sair do atual quadro de 7,5 milhes
de universitrios para 10 milhes rapidamente.
Seria uma maneira de melhorar.
Ampliar as oportunidades para a garotada. Muitos jovens
esto fora da escola, sobretudo no ensino mdio, que uma
catstrofe. o ensino mdio que forma a base para o ensino
superior. Se ele vai mal, evidente que o ensino superior
ser sacrificado.
O ensino a distancia tambm seria eficiente para o ensino
mdio?
A Lei de Diretrizes e Bases da Educao Nacional, de 1996,
que abriu as comportas, pela primeira vez, para o ensino
a distancia, mostra que ele pode ser utilizado em todos os
nveis de ensino, de acordo com a necessidade do pas, mas
evidente que a prioridade o ensino superior.
No imaginava que tambm pudesse ser eficiente para o
ensino mdio.
No tem sido utilizado, mas poderia. Sobretudo o ensino
profissional. O Brasil, com essa extenso extraordinria que
tem, poderia abrir cursos para o pas todo. Alis, abriu, mas
ainda no tem a repercusso devida. Abrir cursos de ensino
profissional no pas todo para os jovens carentes uma boa
poltica que a gente deve defender. Voc pode se bastar,
como vi no Estado de Israel, com um diploma de ensino
mdio e ganhar um bom dinheiro. As profisses de nvel
intermedirio podem ser muito bem remuneradas. Aqui no
Rio, voc formar tcnicos em petrleo e gs, por exemplo,
ou em tecnologia da informao, emprego garantido.
O senhor j viajou a vrios pases para conhecer experi-
ncias relacionadas educao. Conheceu iniciativas que
possamos desenvolver aqui?
Temos que pensar que o Brasil um pas com suas prprias
peculiaridades, ento, ns no podemos imitar nenhum outro,
porque no vai dar certo. Temos que tomar conhecimento do
que se passa l fora, como o caso agora da sala de aula inver-
tida [mtodo em que o aluno aprende o contedo em casa, por
meio de videoaulas e games, e faz exerccios na sala de aula],
que j est sendo feita nos EUA. Ideias assim so para a gente
pensar, estudar e adaptar s nossas realidades. Copiar pura e
simplesmente, como j se tentou fazer, um erro.
Em relao formao e aperfeioamento dos professores,
o que o senhor acha que poderia ser feito?
Reformular urgentemente os cursos de pedagogia nas univer-
sidades. Eles esto envelhecidos, so modelos centenrios que
no podem mais continuar. Essa uma prioridade absoluta.
O senhor acredita que organizaes como o Rotary tm
como participar da educao de alguma maneira, cola-
borando?
Tem participado. Fiz uma palestra num encontro no Rio com
mil pessoas, impressionante [meno ao Instituto Rotary do
Brasil de 2015]. H muito tempo eu no era aplaudido por mil
pessoas ao mesmo tempo, fiquei muito feliz. Senti ali, pelo que
ouvi de outras palestras, que o Rotary est muito empenhado,
como sempre esteve, em ajudar o pas a crescer. O trabalho dele
benemrito, a gente tem que tirar o chapu e respeitar muito.
Como professor e autor de mais de cem livros, como o
senhor v o envolvimento do brasileiro com a leitura?
H muita desinformao a, de um modo geral. Na educa-
o brasileira, faltam bibliotecas para 15 milhes de alunos,
o que um absurdo completo, porque h uma lei que deter-
mina a existncia delas. preciso ir fundo nessa questo. O
brasileiro no l porque o livro caro, em primeiro lugar.
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JANEIRO dE 2016 | REVISTA RoTARy BRASIl 15
Porque, nas escolas pblicas, ele no tem acesso a bons
livros, como deveria ter. Essa toda uma poltica de edu-
cao e cultura, que so irms siamesas e deveriam estar
unidas pra consertar o que est errado em relao a isso.
Gostaria de falar da sua experincia como jornalista. No
livro Memrias de um sobrevivente, o senhor menciona que
se dedicava ao jornalismo por necessidade, mas depois
veio o gosto pela atividade. O que o levou a isso?
O trabalho fascinante. Ser jornalista fascinante. Depois,
trabalhei numa grande revista, a Manchete, que durante
muitos anos liderou o ranking das revistas no Brasil, e era
um prazer enorme estar dentro de uma coisa importante
que era a revista, como foi depois a televiso. Tambm
trabalhei nove anos na TV Manchete, fazia um programa
aos domingos noite, Debate em Manchete. Tinha uma re-
percusso muito grande. Quando voc, como profissional,
se sente til, a realizao plena.
Na apresentao desse livro, o ex-ministro Ernane
Galvas se refere a Adolpho Bloch como algum que
acreditava que os empresrios precisam trabalhar pelo
desenvolvimento do pas, e que inaugurou escolas. Esse
interesse pela educao foi um ponto em comum entre o
senhor e ele. Vocs se tornaram prximos, no foi?
Muito amigos. Trabalhei na Manchete durante quase 40
anos, e ele me tratava com um filho. Eu tinha adorao
por ele. Era um grande executivo, um grande realizador
e um homem que, embora no tenha feito nenhum curso
superior, tinha na cabea, muito privilegiada, a ideia de que
era atravs da educao que o Brasil poderia se desenvolver.
O senhor foi um dos precursores da chamada matemtica
moderna.
Fiz uma coleo chamada Nova matemtica, com a minha
amiga saudosa Beatriz Helena Magno. Fizemos uma cole-
o de oito livros para o ensino fundamental, eles venderam
mais de dez milhes de exemplares no pas na dcada de
1970. Isso foi um pioneirismo, com certeza.
H um depoimento em que o senhor fala da qualidade da
frase, que caiu muito, tanto a escrita quanto a coloquial.
O senhor acha que algumas reformas que foram feitas no
ensino concorreram pra isso? Por exemplo, uma coisa que
se criticou muito a retirada da nfase na gramtica para a
interpretao de texto, nas grades do ensino de portugus.
, mas no so produtos de reformas, isso compreenso
dos professores. H uma briga grande hoje, no pas, entre
gramticos e linguistas pra saber o que mais importante,
e a consequncia que, nas provas do Enem, por exemplo,
esto reduzindo as questes de literatura brasileira. Ora, se
voc est preocupado com o ndice de leitura, e esse ndice
precisa ser aperfeioado, no vai ser retirando as questes
do vestibular que voc vai resolver. Ns temos que valorizar
a literatura brasileira. preciso ler mais, preciso que a
possibilidade de expresso seja cada vez mais rica.
Algumas linguagens podem ter se tornado mais distantes
para os estudantes, mas cabe ao professor intermediar isso.
Orientar. O aluno tem dvidas sobre palavras, sobre ex-
presses, e o professor orienta, esse o grande trabalho do
professor do futuro. Orientador, professor conselheiro, no
o professor que cospe matria e vai embora dar outra aula
em outra escola para sobreviver. O professor tem que ter
tempo para conversar com os alunos, mudar a cabea deles
com a sua experincia, com a sua sabedoria. Isso lindo.
Esse o processo educacional.
*A autora jornalista da Rotary Brasil.
Arqu
ivo
pess
oal
Na revista Manchete, ao lado de adolpho Bloch: uma relao de amizade e admirao
JANEIRO dE 2016 | REVISTA RoTARy BRASIl 15
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Saudades
Ari Srgio Del-Fiol Mdolo, gover-nador 2005-06 do distrito 4430 e associado ao Rotary Club de Mogi das Cruzes-Norte, SP.
n
Edison Rodrigues de Lima, governador 1995-96 do distrito 4500 e associado ao Rotary Club do Recife-Boa Vista, PE.
n
Severino Elias Paixo, governador 1980-81 do distrito 4500 e associado ao Rotary Club do Recife, PE.
n
Antonio Lomanto Junior, como lder do distrito 4550 no perodo 1955-56, era o decano dos governadores distritais brasileiros. Associado ao Rotary Club de Jequi, BA, ele foi governador da Bahia de 1963 a 1967, tendo comeado a car-reira poltica em 1946, como vereador de Jequi. Em seguida, vieram os mandatos de prefeito da mesma cidade, deputado estadual, deputado federal e senador, de 1979 a 1987. Antonio Lomanto encerrou a trajetria poltica como prefeito de Jequi, de 1993 a 1996.
n
Gerson Muniz Ferreira, governador 1997-98 do distrito 4550 e associado ao Rotary Club de Valena, BA.
n
Clio Justo Rodrigues, associado ao Rotary Club de Iguatama, MG (distrito 4560).
n
Samuel Isaac Aguiar, governador 1982-83 do distrito 4720 e asso-ciado ao Rotary Club de Manaus-Adrianpolis, AM.
n
Nelson Imthon Bueno, governador 1987-88 do distrito 4730 e associado ao Rotary Club de Curitiba-Leste, PR.
Janeiro 2016Ms dos servios
profissionais
CALENDRIo www.revistarotarybrasil.com.br
01
asseMbleia internacionalReunio anual de treinamento dedicada aos governadores de distrito eleitos. Painis, sesses para troca de ideias e grupos de trabalho compem a preparao da prxima turma de lderes distritais. Sua realizao se d no hotel Manchester Grand Hyatt San Diego, em San Diego, EUA.
15e16
17a23
dia da confraternizaoUniversal
conferncia presidencial sobre paz, preveno e resolUo de conflitosA ocorrer em Ontrio, EUA, esta a primeira de uma srie de conferncias conjuntas do Rotary International e da Fundao Rotria, abertas a rotarianos e no rotarianos, e destinadas a abordar as reas de enfoque da nossa organizao. Saiba mais em www.peaceconference2016.org. Quatro outros encontros esto programados para fevereiro e maro.
reconhecida pela ONU como uma data para refletirmos sobre a harmonia que
desejamos para a humanidade no ano que temos pela frente. A paz e a
compreenso entre os povos uma das nfasesdo Rotary.
revista rotary brasil | JANEIRO DE 201616
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JANEIRO dE 2016 | revista rotary Brasil 17
Neste caderno abrimos espao a lderes rotarianos na sua misso de orientar a Famlia Rotria sobre os principais desafios
e metas da nossa organizao. Assim, ao lado das colaboraes obrigatrias do presidente do Rotary International e do
chair da Fundao Rotria, ns convidamos o diretor do Rotary International, o curador da Fundao Rotria, a Associao
Brasileira da The Rotary Foundation e os coordenadores da Fundao Rotria, do Rotary e da Imagem Pblica do Rotary a
trazerem informaes em primeira mo e palavras de estmulo aos nossos leitores.
Para esta edio, recebemos as colaboraes indicadas abaixo:
n Presidente do Rotary International ..................................................................................................................... 18
n Diretor do Rotary International .......................................................................................................................... 19
n Chair da Fundao Rotria ................................................................................................................................. 20
n Curador da Fundao Rotria ............................................................................................................................. 21
n Associao Brasileira da The Rotary Foundation (ABTRF)...... ................................................................................ 22
n Coordenadores da Fundao Rotria................................................................................................................... 23
n Coordenadores da Imagem Pblica do Rotary ...................................................................................................... 24
n Coordenadores do Rotary ................................................................................................................................. 25
A mensAgem dos lderes
iStockphoto
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revista rotary Brasil | JANEIRO dE 201618 revista rotary Brasil | JANEIRO dE 201618
Na redeLeia os pronunciamentos e
as notcias do presidentedo rotary International
K.r.ravindran acessando o site
www.rotary.org/office-president
K.R.RavindRan PResidente do RotaRy inteRnational
presidente do rotary international
Caros Companheiros rotarianos,
K.R.Ravindran
A MENSAGEM DOS LDERES
Minha religio, o hindusmo, tem uma histria sobre dois sbios: Shaunaka e abhipratari. eles eram adoradores de Prana, o deus dos ventos. Certo dia, os dois estavam se preparando para almoar quando um estudante pobre bateu porta pedindo por comida.
Garoto, ns no queremos ser importunados agora, disseram. O jovem ficou
surpreso, mas a fome o fez insistir.
digam-me, honorveis senhores, que deus vocs adoram?
Prana, o deus dos ventos, responderam os sbios impacientemente.
Vocs sabiam que o mundo comea e termina com o vento, e que o vento se faz
sentir em todo o universo?
a esta altura, os dois sbios estavam muito irritados com a visita indesejvel.
claro que sabemos disso!, responderam.
Pois bem, falou o estudante. Considerando que Prana est presente no universo
inteiro, ele habita em mim tambm, como parte do universo que sou. ele est dentro
do meu corpo faminto, que aqui vem implorar por um pouco de comida! ao negarem
alimento a mim, vocs negam alimento ao deus que dizem adorar.
Os sbios ento perceberam que o estudante falava a verdade e o convidaram para
a refeio. eles compreenderam, naquele momento, que ao abrir a sua porta para um
necessitado, estavam no apenas beneficiando uma pessoa, mas tambm contribuindo
ao alcance de um bem maior.
Na maior parte das vezes, nossa experincia no rotary se baseia nas comunidades
em que vivemos. Ns nos encontramos semanalmente em nossos clubes, no mesmo
lugar e com os mesmos amigos. enquanto quase todos ns, de uma forma ou outra,
prestamos servios internacionais, o rotary que vivenciamos diariamente bastante
local. assim, por vezes perdemos o foco sobre o que realmente significa o nosso trabalho,
que alcanar um bem maior.
Todo impacto que voc causa como rotariano, individualmente e por meio do seu
clube, multiplicado pela fora dos nmeros. Quando voc alimenta quem tem fome,
educa quem tem sede de saber e protege crianas contra doenas, parece que o que
fez no muito. Mas no se deixe enganar. Voc um entre tantos outros fazendo as
mesmas boas aes. Conjuntamente, podemos ter o impacto que buscamos: ser um
presente para o mundo.
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JANEIRO dE 2016 | revista rotary Brasil 19
Pratique sua profisso com
integridade e inspire
os outros a agirem
eticamente por meio
de suas prprias
palavras e aes
Janeiro dedicado aos Servios Profissionais
Jos Ubiracy*
Para fazer comentrios e sugestes sobre esta coluna, escreva para [email protected]
* O autor diretor 2015-17 do Rotary International.
diretor do rotary international
Embora seja difcil dar uma definio clara e objetiva de Servios Profissionais, eles re-fletem um estilo de vida para todo rotariano atuante e dedicado. O que pretendemos com esta
abordagem ajud-lo a melhor compreender os
Servios Profissionais e fornecer sugestes de como
aplic-los em suas profisses e no Rotary.
O conceito de Servios Profissionais est
vinculado ao objetivo do Rotary, na verdade uma
declarao filosfica do propsito e das respon-
sabilidades do rotariano. Este conceito baseado
no segundo ponto do objetivo, que incentivar o
rotariano a estimular e fomentar: l A promoo de altos padres de tica nos neg-
cios e profisses; l O reconhecimento do valor de todas as ocupaes teis; l A promoo do ideal de servir em todas as atividades profissionais.
Como rotariano, o que voc pode fazer para colocar estes ideais em prtica? Considere as seguintes
sugestes: l Fale sobre sua profisso em seu clube e aprenda sobre as profisses de seus colegas; l Utilize suas habilidades profissionais para servir comunidade; l Pratique sua profisso com integridade e inspire os outros a agirem eticamente por meio de suas prprias
palavras e aes; l Ajude um jovem a alcanar suas aspiraes profissionais; l Oriente e apoie outras pessoas para que se desenvolvam profissionalmente.
Se voc faz qualquer uma destas atividades, j est realizando Servios Profissionais. E se o que mais o
motiva e energiza so os Servios Profissionais, ento voc est no caminho certo, pois este conceito a
essncia do Rotary e o elemento que nos distingue de outras organizaes do gnero.
Sua classificao no clube tem certamente a ver com o motivo pelo qual voc ingressou no Rotary.
muito provvel que algum tenha visto seu potencial como rotariano, por ser uma pessoa respeitada em
seu negcio ou profisso.
Todo Rotary Club uma amostra representativa da populao profissional e empresarial de sua comuni-
dade, o que garante a diversidade de experincias e perspectivas pelo sistema de classificao do Rotary. As
classificaes e os Servios Profissionais caminham juntos e, assim como os rotarianos representam suas
profisses no Rotary, eles tambm representam o Rotary em suas ocupaes.
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revista rotary Brasil | JANEIRO dE 201620
Ray Klinginsmith
Ray KlinginsmithChaiR do Conselho de CuRadoRes da Fundao RotRia
chair da Fundao rotria
O chamado cdigo do Oeste ajudou a
desenvolver os valores
ticos dos caubis
norte-americanos
e guardam muitas
afinidades com os
princpios da nossa
Prova Qudrupla
A lgica do caubi
istockphotoA MENSAGEM DOS LDERES
Cowboy logic, cantada por Michael Martin Murphey, com sua melodia alegre e letra cheia de significado, uma das minhas canes prediletas h muito tempo. Ela tem a ver com o Rotary, pois fala de honestidade e trabalho. Contudo, s passei a compreender de verdade como ela se aplica nossa organizao depois que li Cowboy ethics, de Jim Owen (tica do caubi, livro indito no Brasil).
Jim sabia que o cdigo do Oeste era bastante positivo no desenvolvimento dos valores ticos entre os caubis norte-ame-ricanos. Ele o descreveu em dez princpios bsicos, os quais se alinham perfeitamente nossa Prova Qudrupla.
Trs destes princpios se aplicam parti-cularmente ao Polio Plus. Nos 30 anos que se seguiram ao lanamento do programa, permanecemos comprometidos com a erradicao da poliomielite, embora esta empreitada esteja exigindo muito mais tempo e dinheiro do que espervamos. Apesar disso, temos perseverado e estamos agora prestes a eliminar essa doena. Ao longo do caminho, seguimos trs princpios do cdigo do Oeste: fazer o que deve ser feito,manter a promessa e terminar o que comeamos.
Outros dois princpios tm uma importncia especial para a Fundao Rotria: sentir orgulho do seu trabalho e permanecer fiel ao que voc acredita. Por meio do apoio aos programas da nossa Fundao, desde as primeiras Bolsas Educacionais, em 1948, at as mais recentes iniciativas, como os Centros Rotary pela Paz e o Plano Viso de Futuro, os rotarianos tm ajudado a tornar o mundo melhor. E pelo fato de terem permanecido fiis ao que acreditam, trabalhando com afinco e doando generosamente, nossos programas tm xito e aumentam o orgulho que sentimos por nossa organizao.
Portanto, em vez de pedir a voc, rotariano, que seja leal Fundao, eu gostaria de agradec-lo por todo o seu apoio e lealdade!
revista rotary Brasil | JANEIRO dE 201620
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JANEIRO dE 2016 | revista rotary Brasil 21
Mrio Csar de Camargo*
Para fazer comentrios e sugestes sobre esta coluna, escreva para [email protected]
curador da Fundao rotria
Essa prestao de contas que fao
agora diz respeito
s tarefas confiadas
aos comits da
Fundao, que
rechearam o
primeiro semestre
de minha atividade
como curador
Prestando contas
O termo em ingls accountability, prestao de contas, resume uma das principais funes dos curadores da Fundao Rotria. Definimos despesas milionrias em dlares e arrecadamos tambm fortunas de rotarianos que confiam na administrao de suas doaes, para que sejam destinadas a projetos humanitrios.
Mas essa prestao de contas que fao agora diz respeito s tarefas confiadas aos comits da Fundao, que rechearam o primeiro semestre de minha atividade como curador.
O trabalho do diretor fazer a gesto, o do curador pensar a prxima gerao. Eis um resumo das atividades do semestre, que me levaram seis vezes sede:l Comit de Programas (9 e 10 de julho) Tem como funo avaliar o andamento do Plano Viso de Futuro, a adeso dos distritos ao programa, o nvel de aprovao dos projetos (735 projetos de Subsdio Global foram submetidos at 6 de novembro, tendo sido 420 aprovados e 55 negados), as auditorias de sustentabilidade, o retorno da pesquisa sobre o plano junto aos distritos pioneiros, a avaliao das ferramentas digitais do site de projetos. Esse comit voltou a se reunir entre 9 e 11 de novembro;l Comit de Planejamento Estratgico (8 a 10 de setembro) O objetivo sugerir linhas de ao pensando o futuro da Fundao. Por exemplo: qual ser o prximo programa corporativo? Sair de uma das seis reas de enforque? Quais aprendizados amealhamos com o trabalho de erradicao da plio, utilizveis em futuros projetos? O que o programa Rotary 2020? Enfim, critrios sobre os caminhos da Fundao a serem submetidos ao Conselho de Curadores;l Comit Conjunto de Finanas do Rotary e da Fundao Rotria (30 de setembro a 2 de outubro) Au-toexplicativo, esse comit vital para a preservao do fluxo de fundos para projetos. Qual o retorno do investimento do portflio de 1,2 bilho de dlares da Fundao Rotria? Em quais projetos devemos investir: no site, na captao de recursos, na contratao de pessoal ou na renovao do software? Temos 51 projetos de investimento entre o Rotary International e a Fundao Rotria que somam 42 milhes de dlares, mas dispomos de 6 milhes de dlares; como priorizar?l Reunio do Conselho de Curadores (5 a 9 de outubro) Os registros da reunio totalizam 505 pginas que abrangem administrao (prioridades, objetivos, reviso da estrutura de comits, Conselho de Legis-lao), captao de recursos (reconhecimentos da Sociedade Arch C. Klumph, Sociedade de Doadores Testamentrios, objetivos da arrecadao, o plano de arrecadao em longo prazo da Fundao Rotria), programas (Subsdios Polio Plus, parcerias, Centros Rotary pela Paz, Comit do Centenrio da Fundao Rotria), controladoria (relatrio dos integrantes da Equipe de Consultores Tcnicos da Fundao Rotria, litgios), finanas (auditoria, investimentos, balano atualizado);l Comit Conjunto com Ex-alunos (2 e 3 de dezembro) O objetivo desse grupo do Rotary e da Fundao Rotria estabelecer conexes com a juventude, investigar as razes da resistncia dos jovens nossa organizao, saber como engajar ex-rotaractianos, ex-intercambistas e ex-bolsistas da Fundao Rotria nos nossos quadros.
Um trabalho exaustivo, mas gratificante. Como sempre, o Rotary uma escola para conectar pessoas, uma janela para o mundo, uma babel de culturas e diversidade. Tenho grande orgulho de servir a esta organizao.
www.revistarotarybrasil.com.br
istockphoto
* O autor curador 2015-19 da Fundao Rotria.
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revista rotary Brasil | JANEIRO dE 201622 revista rotary Brasil | JANEIRO dE 201622
ASSOCIAO BRASILEIRA DATHE ROTARY FOUNDATION
Conhea o portal da ABTRF na internet: www.abtrf.org.br
*O autor governador 2013-14 do distrito 4490, coordenador assistente do Rotary para a Zona 22B e associado ao Rotary Club de Maranguape, CE.
Dejarino Costados Santos Filho*
associao brasileira da the rotary foundation (abtrf)
Temos que focar em nosso objetivo,
que o de incentivar
benfeitores e
rotarianos empresrios
a manter e ampliar
suas doaes ABTRF
Inovaes e sucesso em plena crise
A MENSAGEM DOS LDERESA MENSAGEM DOS LDERES
Concentre-se naquilo em que voc bom, de-legue todo o resto, aconselhava Steve Jobs. Assim, entendo que o que sabemos realizar com
expertise durante estes 110 anos de existncia do Rotary fazer o bem. Ocorre que alguns anunciam a existncia de uma crise moral e econmica recaindo sobre nossos ombros, por razes polticas e/ou principiolgicas.
Seria esta crise um motivo de preocupao para ns, uma vez que haveria o perigo imediato de reflexos em nossas doaes ABTRF? No podemos deixar ao largo esta possibilidade, mas temos que focar em nosso objetivo, que o de incentivar benfeitores e rotarianos empresrios a manter e ampliar suas doaes ABTRF.
Cada admirador da ABTRF ter como misso tocar o corao do benfeitor e/ou rotariano. E voc poderia me perguntar: Mas como fazer isso? Vejo que, unidos, dividiremos nossas tarefas. Cito como exemplo o Rotary Club de Iguatu, CE (distrito 4490), que conseguiu uma parceria para que ben-feitores fizessem a contrapartida de 35 mil dlares, destinados a trs projetos de distribuio de gua no Nordeste no perodo da seca a contrapartida aos projetos se dar por meio da ABTRF. J o Rotary Club de Teresina-Piarra, PI (do mesmo 4490), encontrou parceiros e benfeitores para uma contrapartida de 150 mil dlares que visam beneficiar aproximadamente 200 famlias com cisternas de placas em Cajueiro da Praia. Esta cidade piauense convive com uma gua salobra, imprpria ao consumo, por conta da proximidade com o mar, e no se beneficia dos projetos do Governo Federal por localizar-se fora do Semirido Nordestino.
Realizao de eventos para arrecadao de doaes uma excelente estratgia. Movido pela admirao ao distrito 4420, a ele fui quando sob a batuta do casal governador Jos Joaquim do Amaral e Clia Maria, no perodo rotrio de 2013-14. Eu desejava descobrir a frmula de como os rotarianos fazem tantas doaes naquele distrito. Eis o segredo: planejamento, inovao, projetos humanitrios junto Fundao Rotria e reconhecimento. Ao retornar, organizamos a 1 Grande Noite da Fundao Rotria, que consistiu em um jantar de agradecimento do nosso distrito aos grandes doadores da Fundao Rotria. Naquela oportunidade, ocorreu o leilo de uma obra de arte e, para quem doasse um mnimo de 1.000 dlares, haveria a entrega de um espumante de primeira linha personalizado do evento. Como resultado, obtivemos 17 doadores e o casal Solange e Germano Almeida (associado ao Rotary Club de Fortaleza) arrematou a obra, gerando reconhecimento com cristal de Major donors.
Outro exemplo foi o dia do Rotary, em comemorao aos 110 anos da nossa organizao, que integrou os clubes da Grande Fortaleza. Reunimos mais de 500 pessoas em uma belssima barraca de praia, com direito a decorao temtica para uma grande feijoada. O encontro, alm de viabilizar um projeto conjunto, com um aporte de 11.800 reais, possibilitou a doao de 4.000 dlares para a ABTRF (crdito com sorteio entre os clubes participantes). Tivemos ainda ampla cobertura jornalstica, gerando muita imagem pblica.
Grandes investidores crescem muito nos momentos de crise. Assim, ns rotarianos temos que utilizar nossas mentes e coraes neste nosso propsito, pois unir muito mais do que reunir! dessa forma, sigamos determinados e unidos pela ABTRF!
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JANEIRO dE 2016 | revista rotary Brasil 23
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Nossa Equipe de Consultores Tcnicos (a Cadre) ajuda os rotarianos durante o planejamento e a implementao de projetos, garante a boa gesto dos fundos de subsdios e auxilia os curadores da Fundao Rotria no processo de financiamento. Ela formada por rotarianos que esto familiarizados com o nosso programa de subsdios, possuem conhecimentos tcnicos e contam com experincia profissional em pelo menos uma das nossas reas de enfoque.
Os membros da Cadre, que se envolvem no planejamento, monitoramento e avaliao de projetos financiados por subsdios, atuam nos seguintes cargos: lConsultor de pedidos e projetos: auxilia com as solicitaes de Subsdios Globais e a implementao de projetos. lAnalista tcnico: ajuda os nossos funcionrios avaliando a viabilidade tcnica dos pedidos de subsdios. Tais avaliaes so feitas pelo computador e no exigem viagens. lVisitante de projetos: avalia a viabilidade tcnica do projeto proposto (visita prvia) ou da implementao de uma iniciativa j em andamento (visita intermediria). Tais tarefas envolvem viagens ao local do projeto e reunies com os parceiros, moradores da comunidade e representantes de organizaes colaboradoras. lAuditor: avalia a gesto financeira e a superviso dos fundos do subsdio. A tarefa de auditor, que engloba auditorias de rotina, aleatrias, especficas e operacionais, envolve viagens ao local do projeto e reunies com as partes envolvidas.
A escolha de membros da Cadre para nossas tarefas envolvem diversos fatores. Levamos em considerao: Experincia: conhecimento tcnico e familiaridade com os nossos subsdios. Domnio do idioma: habilidade de se comunicar no idioma do pas onde o projeto est sendo implementado.Custo-benefcio: proximidade ao local do projeto. Qualidade das avaliaes: histrico de avaliaes de alta qualidade entregues dentro do prazo (no caso de membros que j participaram de auditorias e outras tarefas) Familiaridade cultural: compreenso da cultura local e da comunidade beneficiada.
Precisamos de rotarianos na frica, Amrica Latina, Caribe e no Sudeste Asitico para todas as reas de enfoque, especialmente nos seguintes campos:l Agricultura, desenvolvimento empresarial (pequenas empresas), capacitao profissional ou projetos que beneficiem vilarejos.l Medicina e cuidados de sade, incluindo mdicos, enfermeiros, parteiras, trabalhadores de sade pblica (especialmente mulheres).l Recursos hdricos e saneamento nas escolas, educao sobre higiene ou promoo de projetos de recursos hdricos e saneamento.l Treinamento de cuidados de sade na comunidade, tecnologias mveis para cuidados de sade ou controle de doenas infecciosas.l Capacitao de professores ou de desenvolvimento curricular que incorpore o uso de tecnologia.
Para mais informaes sobre como se tornar parte da Equipe de Consultores Tcnicos, envie um e-mail para [email protected]
Fonte: Cadre: quem somos e o que fazemos (outubro de 2015)
*Os autores so coordenadores regionais da Fundao Rotria para as Zonas 22A e 23A,e para a Zona 22B, respectivamente.Para fazer comentrios e sugestes sobre esta coluna, escreva para [email protected] e [email protected]
Hugo Drea*
Paulo Augusto Zanardi*
cOORDENADORES DA FUNDAO ROTRIA
A Cadre formada por rotarianos que esto
familiarizados com o nosso
programa de subsdios,
possuem conhecimentos
tcnicos e contam com
experincia profissional em
pelo menos uma
das nossas reas
de enfoque
Conte com a ajuda da CadreiStockphoto
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revista rotary Brasil | JANEIRO dE 201624 revista rotary Brasil | JANEIRO dE 201624
iStockphoto
cOORDENADORES DA imAgEm pblicA DO ROTARY
Quando utilizamos a nossa roda
rotria, uma
forma de nos
distinguirmos
dos demais na
comunidade
Diferenas entre distintivo, pin e bton
Mrcio Cavalca Medeiros*
A MENSAGEM DOS LDERES
No tenho dvidas em dizer que o maior e mais importante instrumento de visibilidade de nossa organizao o distintivo rotrio, como bem apresentou a coordenadora Vera Canto Bertagnoli na edio de novembro. No entanto, mui-tos rotarianos pensam que distintivo, pin e bton so a mesma coisa. No bem assim, afinal, cada objeto tem seus significado e propsito. Sei que alguns se confundem com a lngua inglesa, como no caso da palavra pin que pode significar tambm uma senha numrica para identificar um usurio em um sistema. Porm, estamos no Brasil e devemos seguir o nosso idioma.
Como o prprio nome mostra, distintivo vem de distinguir. Ou seja, quando utilizamos a nossa roda rotria (e no roda dentada e, muito menos, denteada), no colarinho, de preferncia, uma forma de nos distinguirmos dos demais na comunidade. O rotariano tem o dever de utiliz-lo, como forma de dizer aos outros que ele faz parte de uma organizao mundial. Somente o rotariano tem o dever de usar o distintivo do Rotary, afinal, ele associado de um clube que faz parte do Rotary International. Essa uma diferena visual que devemos mostrar e, com isso, ter a oportunidade de falar sobre a nossa organizao, seja para rotarianos ou no. O que observo que muitos no utilizam nosso distintivo na roupa, com medo (talvez) de algum perguntar o que o Rotary e no saberem explicar rapidamente.
O pin, como dizem, aqui no Brasil vem da palavra pingente. Em ingls, seria alfinete. Por ser um pingente, trata-se de uma joia que qualquer pessoa que contribuir para a Fundao Rotria recebe como forma de gra-tido. Um pingente com a imagem do nosso fundador, Paul Harris, por exemplo. Assim sendo, qualquer pessoa pode usar um pin, inclusive o rotariano que contribuir com a nossa Fundao. Ou seja, quem tem um pin da Fundao Rotria porque contribuiu de alguma maneira, e existem vrias formas de doar dinheiro e receber um pin como forma de gratido.
O bton, no Brasil, tem formato de boto, normalmente possui uma imagem e muito utilizado para propaganda de algo. Em ingls, seria boto mesmo, ou seja, nada a ver com algo sobre nossa organizao especificamente. Em campanhas polticas e festas das mais variadas, esse formato utilizado como adesivo e resulta em muita visibilidade. Na comunidade rotria, o bton poderia ser utilizado para divulgar a imagem da campanha End Polio Now, por exemplo, ou at mesmo o lema rotrio de determinada gesto.
O importante na utilizao desses instrumentos saber os motivos e as razes de se us-los. No se trata de exibicionismo e, sim, de uma simbologia dentro de nossa organizao. Avistar a roda rotria no colarinho de algum j me aproxima dessa pessoa de alguma forma. So inmeros os exemplos de situaes em que, por ter identificado um rotariano, at ento desconhecido para mim, minhas amizades rotrias se ampliaram. Ao ver a marca de um Companheiro Paul Harris, de um Major Donor, de um Benfeitor ou da Sociedade Arch C. Klumph, temos de dar as devidas referncias por essa pessoa acreditar em nossa Fundao Rotria.
Quanto ao nosso distintivo, que o usemos diariamente e provoquemos nos outros o interesse em saber do que ele se trata. Quando isso acontecer, devemos saber dizer de maneira rpida e bem objetiva o que o Rotary e faz: O Rotary une lderes que trocam ideias e entram em ao. No tenha receio de us-los, seja o distintivo, o pin ou o bton, mas saiba do que se tratam.
Para fazer comentrios e sugestes sobre esta coluna, escreva para [email protected]
*O autor coordenador da Imagem Pblica do Rotary para as Zonas 22A e 23A.
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JANEIRO dE 2016 | revista rotary Brasil 25
www.revistarotarybrasil.com.br
Antonio Henrique de
Vasconcelos*
*O autor coordenador do Rotary para a Zona 22B.
Para fazer comentrios e sugestes sobre esta coluna, escreva para [email protected]
cOORDENADORES DO ROTARy
Diversificando os nossos clubes
O que faz o Rotary diferente de outras instituies a diversidade de profisses do seu quadro associativo. No somos um clube de mdicos, advogados ou engenheiros. Somos um clube de lderes de diversas classifi-caes profissionais. E quanto mais diversidade de profisses houver, maior representatividade teremos nas comunidades em que estamos inseridos.
So diversos os momentos em que esta di-versidade se revela positiva. Quando trabalhamos servindo nossas comunidades, contamos com o clube formado por diferentes profissionais aptos a colaborar. o caso de uma ao cvico-social. Nela podemos contar com mdicos, dentistas, psicoterapeutas e advogados, os quais podero tirar dvidas em diversas reas jurdicas.
Pensemos tambm em um projeto da Fundao Rotria dedicado aos recursos hdricos, com, por exemplo, instalao de cisternas ou implementao de saneamento bsico. Um engenheiro civil rotariano poder atuar fiscalizando e liderando as iniciativas e servios nessa rea.
Para tudo isso temos que fazer o nosso dever de casa, a comear por duas tarefas. Primeiramente, devemos atualizar a lista de classificaes de nossos clubes. Com o compromisso de sempre preench-las, teremos o nosso clube o mais ecltico possvel.
A segunda tarefa realizar diversas aes para preencher as classificaes atualizadas. Entre idas e vindas pelos distritos brasileiros, j presenciei vrios exemplos de motivao para o crescimento do quadro associativo e, claro, de sua diversidade. Que tal, por exemplo, instituir uma vez por ms a Reunio da Agenda? O secretrio, munido da lista de classificaes atualizada, se faria acompanhar dos presentes com suas prprias agendas e smartphones com todos os seus contatos. E assim comearamos, inda-gando: Quem conhece um advogado tributarista? Todos verificariam seus contatos, e por a em diante.
Este um exemplo de muitas outras aes que podem ser realizadas em seus clubes. Basta liberar a criatividade e trazer mais amigos, mais companheiros, para o convvio na misso do servir.
Outro ponto que muito colaborar para a diversidade o desenvolvimento do quadro associativo nos clubes com menos de 20 rotarianos. Esta realidade, alis, tem preocupado bastante as lideranas rotrias. Praticamente 50% dos Rotary Clubs brasileiros apresentam menos de 20 associados, e, se fizermos uma anlise dos ltimos 10 anos, 95% dos clubes que fecharam no Brasil apresentavam me-nos de 20 pessoas. Sei que j enfatizamos essa questo, mas este um alerta que no se pode calar.
Vamos crescer, vamos fazer um Rotary mais forte, mais representativo. E, acima de tudo, mais tranquilo, quando dividirmos melhor as atividades de nossos clubes entre um maior nmero de compa-nheiros associados.
Devemos atualizar a lista de classificaes
de nossos clubes. Com
o compromisso de
sempre preench-las,
teremos o nosso clube
o mais ecltico possvel
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REVISTA RoTARy BRASIl | JANEIRO dE 201626
Rio de lama, mar de solidariedadeEm cima do fato
Distritos se unem para socorrer populaes atingidas por um dos maiores desastres ambientais do pas
Distrito De Bento rodrigues, em Mariana, trs dias depois do rompimento da barragem do Fundo
REVISTA RoTARy BRASIl | JANEIRO dE 201626
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JANEIRO dE 2016 | REVISTA RoTARy BRASIl 27
Rio de lama, mar de solidariedade
Daniel Marenco/Agencia o Globo
Luiz Renato D. Coutinho*
Tudo na vida tem um lado negativo e um outro posi-tivo, o dito popular. Mas mesmo em uma tragdia podemos encontrar, para o nosso alento, algum as-pecto positivo? Ser, ain-da, que o maior desastre
ambiental de Minas Gerais, e o maior do Brasil na rea de minerao, pode-ria nos proporcionar uma resposta?
s 16h20 do dia 5 de novembro, a Barragem do Fundo, a 35 quil-metros do centro de Mariana, MG, se rompeu, lanando 40 milhes de metros cbicos de lama de rejeitos de minrio no rio Doce. Em 40 minu-tos, esse tsunami chegou ao distrito de Bento Rodrigues, destruiu 207 das suas 252 edificaes, e prosseguiu a marcha sinistra por duas semanas at o municpio de Linhares, no litoral do Esprito Santo. O saldo deixado foi de 19 mortos, trs desa-parecidos e 1.265 desabrigados.
Para obtermos algumas res-postas ao questionamento acima, poderamos considerar as palavras de Cristvo Maurcio Ferreira, governador do distrito 4580, que abarca o sudeste de Minas Gerais, onde se encontram Mariana e outros municpios bastante atingidos pelo mar de lama. Os rotarianos foram fantsticos. Todos os distritos se
colocaram disposio. Chama a ateno a solidariedade das pesso-as, ele declarou
Em trs dias o que chegou de doaes de roupas foi mais do que suficiente, e eu tive que explicar que ns no precisvamos mais, no. No final, agradeci aos 38 distritos, contou o governador.
O depoimento de Luis Ernesto Bastidas, presidente do Rotary Club de Mariana, no foi diferente: Em primeiro lugar, gostaria de agrade-cer a todos os Rotary Clubs pelo esforo solidrio, massivo, rpido e inusitado. Verdadeiramente, nos surpreendeu o aporte alm da necessidade imperante. Todo dia est chegando mais ajuda e no temos sequer local para colocarmos tantas doaes. Percebemos fazer parte de uma verdadeira Famlia Rotria, porque a misria e a dor da comunidade foram sentidas, avaliadas e houve uma resposta dos companheiros.
Isso no significa que a situao esteja resolvida. O desastre foi muito alm do que se pensava. Se-ro 20 anos para retomarmos con-dies razoavelmente aceitveis, considera Luis Ernesto, que informa haver cerca de 800 flagelados na cidade. O que mais nos preocupa a situao deles, resumiu.
JANEIRO dE 2016 | REVISTA RoTARy BRASIl 27
www.revistarotarybrasil.com.br
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REVISTA RoTARy BRASIl | JANEIRO dE 201628
Em cima do fato
Colocados em pousadas e hotis, e gradualmente transferidos para apartamentos e casas alugados pela mineradora Samarco, esses desabri-gados esto precisando de apoio, explicou Luis Ernesto. Como eles vm de uma cultura rural, habitua-dos a viver livres, em contato com a natureza, no permanecem nas residncias, onde se sentem confi-nados, e ficam vagando pelas ruas, emocionalmente abalados. Para o presidente do clube de Mariana, h a necessidade de psiclogos e psiquia-tras voluntrios para atuar, auxilian-do principalmente as crianas, mes e esposas atingidas pela catstrofe. Ele sugere tambm cursos de aper-feioamento profissional para esses homens e mulheres que perderam, alm de suas casas, as atividades de sustento, e que inicialmente foram acolhidos na Arena Mariana, com-plexo esportivo localizado no bairro de Vila Aparecida.
O governador Cristvo Maur-cio comeou a conversa conosco explicando que a atuao dos rotarianos ocorreu em duas frentes, espe-lhando as duas grandes transformaes provocadas pelo desastre ambiental.
A primeira dessas transformaes se deu em Ma-riana, Barra Longa, Ponte Nova e Santa Cruz do Escalvado, municpios que receberam diretamente o volume bruto dos resduos. Barra Longa, que tem menos de 7.000 habitantes, ficou com um metro de lama e demorou muito a ser limpa, lembra. Para essa regio, os rotarianos doaram, alm de roupas, vassouras, rodos e materiais de limpeza.
gua engarrafadaA segunda transformao ocorreu quando a corrente de lama se incorporou ao rio Doce, de 853 quilme-tros de extenso. A gua suja da resultante gerou re-jeio nas populaes de cidades to distantes entre si quanto Governador Valadares, Colatina e Linhares a primeira em Minas e as duas ltimas no Esprito
Santo. Governador Valadares, por exemplo, chegou a de-cretar estado de calamidade pblica em 10 de novembro e at o dia 15 seus 300 mil habitantes, em pnico, so-freram com o corte no abastecimento. Nessa regio eles precisaro, durante um bom tempo, de gua engarrafada, at adquirem confiana na gua do rio, informou Crist-vo Maurcio.
Um reforo ser dado pelo prprio Rotary Club de Ma-riana. Seu presidente nos contou que entraria em contato com a Samarco para viabilizar o transporte de gua mine-ral para a populao s margens do rio Doce. que a ci-dade de Mariana tinha estocados 25 mil litros em garrafas do produto, fruto de recentes doaes.
No dia 9 de dezembro, Luis Ernesto havia recebido um estudo de 30 pginas que pretende dimensionar o desastre ecolgico. O trabalho foi encomendado pelo clube Fa-culdade de Engenharia de Minas da Universidade Federal de Ouro Preto. O desejo com isso estruturar um projeto de recuperao das reas atingidas. Sabemos que ser um projeto caro, ele avalia.
Douglas Magno / Tempo/Agncia o Globo
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JANEIRO dE 2016 | REVISTA RoTARy BRASIl 29
Gostou dessa matria? Envie para ns os seus comentrios: [email protected]
O Brasil o pas com o maior suprimento de gua doce do mundo, seguido pela Rssia e Canad. Detemos cerca de 12% da gua doce superficial disponvel no planeta e 28% da disponvel nas Amricas. No entanto, parece que esnobamos esse prmio da natureza. Segundo a revista Veja, em sua edio de 2 de dezembro, muito provavel-mente houve negligncia combinada com as precrias re-gulamentaes no setor de minerao. A revista poca, por sua vez, em sua edio de 16 de novembro, informou que fazia trs anos que um tcnico do governo federal no comparecia a Bento Rodrigues para vistoriar a barra-gem que se rompeu. Tambm de acordo com Veja, mes-mo em pases com o mesmo nvel de desenvolvimento que o nosso, como Chile e Rssia, barragens como as de Ma-riana no so mais permitidas.
*O autor jornalista da Rotary Brasil.
O grande momento rotrio de Fernando Santos ocorreu ao dividir com o pai, Adilson, a direo de uma carreta de transporte de sua cidade, Sal-to, So Paulo, at Mariana, a 730 quilmetros de
distncia. O veculo ia abarrotado com materiais de limpe-za, roupas e alimentos em um valor estimado em 40 mil reais. Eu dirigi com lgrimas nos olhos, emocionado com a realizao, lembra Fernando. Tudo comeou na noite do dia 5 de novembro, quando ele, que presidente do Rotary Club de Salto-Moutone, SP (distrito 4310), tomou conhecimento, pelo noticirio da TV, do rompimento da barragem do Fundo. Eu no podia me omitir, contou. de imediato, Fernando teve a ideia de pedir o apoio do pai, dono de uma transportadora, e acionar o Rotaract local para uma grande campanha de arrecadao na cidade. Eu diria que 90% do resultado foi obtido por esses jo-vens, e 20% fruto da iniciativa privada e da parceria com a Prefeitura de Salto, ele explica.
nossa Redao outras aes foram relatadas. Ro-tarianos e rotaractianos de Ub, MG (distrito 4580), en-cheram um caminho e entregaram vesturio, roupas de cama, fraldas e gua mineral populao atingida no municpio mineiro de Barra Longa. Os associados aos Ro-tary Clubs de Alegre e Guau, ES (distrito 4410), envia-ram mais de 110 gales de 20 litros de gua mineral para Colatina, ES. Enquanto isso, o Interact e o Rotary Club de Cafelndia, PR (distrito 4640), conseguiram arrecadar 500 litros de gua mineral e enviar para Mariana.
A Famlia Rotria de Blumenau, SC (distrito 4650), tambm se fez presente na onda de solidariedade. Mo-bilizando a mdia local para uma campanha de arrecada-o, ela conseguiu destinar 18 toneladas de gua mineral para Governador Valadares, assim como uma quantia em dinheiro para Ipatinga, cidade mineira tambm atingida e cujos clubes tm promovido a distribuio de gua mine-ral populao. Esta uma pequena amostra de iniciati-vas dos nossos 38 distritos, que ocuparam rodovias tendo como combustvel o Ideal de Servir.
Moradores do bairro de
so raimundo, em Governador
Valadares, enfrentando filas
para conseguir gua. a cidade banhada
pelo rio doce
Voc tambm pode ajudar entrando em contato com o Rotary Club de Mariana pelo e-mail [email protected]
Caminhes do servir
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REVISTA RoTARy BRASIl | JANEIRO dE 201630
Um pouco do que o Rotary vem fazendo mundo aforaProjetos sem fronteiras
Giro Global www.revistarotarybrasil.com.br
UGANDA
Associados aos Rotary Clubs norte-americanos de Kampala-North e Torrey Pines adotaram a comunidade Nkondo, em Uganda, com um Subsdio Global de 114,5 mil dlares que integra quatro das reas de enfoque do Rotary. Uma equipe de formao profissional trabalhou com microcrdito e agricultura, os rotarianos criaram uma biblioteca e um laboratrio de informtica numa escola rural e reabriram uma clnica mdica, entre outros projetos humanitrios. Para ser eficaz, o projeto de combate pobreza tem que ser abrangente, afirma Francis Tusubira, do Rotary Club de Kampala-North. Comeamos devagar e, conforme os desafios foram vencidos, as pessoas ficaram mais confiantes e procuraram atingir novos resultados.
REINO UNIDO
A cidade inglesa
de Horsham,
com 50
mil habitantes,
foi agitada por uma campanha do Rota
ry
Club local. Os rotarianos criaram 187
elefantes de papel mach, com meio me
tro
de altura cada, para um evento chamad
o
Trilha Elefantstica. Celebridades do cin
ema
e dos esportes decoraram os bichinhos
(a atriz Julie Walters, do filme Harry
Potter, autografou alguns). Durante cinc
o
semanas, os paquidermes de papel fica
ram
expostos venda na regio comercial d
e
Horsham. A iniciativa arrecadou mais d
e
30 mil dlares, beneficiando dezenas de
instituies assistenciais. Uma delas, a
Born Free Foundation, que cuida de anim
ais
selvagens, destinar o dinheiro cria
o de
um santurio para elefantes.
REVISTA RoTARy BRASIl | JANEIRO dE 201630
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JANEIRO dE 2016 | REVISTA RoTARy BRASIl 31
Um pouco do que o Rotary vem fazendo mundo afora
Imagens iStockphoto
HONDURAS
Com portas e janelas
infestadas de carunchos e um teto com
goteiras, a Escola Rural
Mista Ramn Rosa, em Coa Abajo, com
apenas trs salas de aula, tinha que co
locar
seus 32 alunos e oito professores em o
utros locais quando chovia. Com 1.000
dlares do prprio bolso e outros 5.000
de um subsdio do distrito 4250 (Beliz
e, Guatemala e Honduras), em 2014
o Rotary Club de Villa Real de Teguciga
lpa gerenciou a reforma da escola e a e
ntrega de 40 carteiras escolares.
Cerca de metade dos 17 associados ao
clube visitou o local do projeto regulam
ente, engajando muitos
moradores das 70 casas da rea para a
judarem na reforma. O clube, que conti
nuou apoiando a escola, doou
material didtico e custeou a participa
o do diretor em um seminrio sobre t
cnicas de ensino.
Rotarianos paquistaneses colaboraram em uma atividade de erradicao da poliomielite. A competio entre 20 fisiculturistas aconteceu em junho em Rahim Yar Khan e atraiu mais de 200 pessoas, que tomaram conhecimento do trabalho do Rotary na erradicao da doena. Esse evento gratuito foi possvel graas colaborao da Ordem dos Advogados de Rahim Yar Khan e da academia de ginstica Ironman Gym-2. O Rotary Club de Rahim Yar Khan Rohi costuma realizar iniciativas esportivas para divulgar a importncia do combate plio. Muhammad Mumtaz Baig, associado do clube e integrante da Comisso Polio Plus do Paquisto, foi um dos organizadores da competio.
PAQUISTO
Originalmente publicado na The Rotarian (janeiro de 2016).
JANEIRO dE 2016 | REVISTA RoTARy BRASIl 31
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REVISTA RoTARy BRASIl | JANEIRO dE 201632
Perfil
O harmonizador de futurosCom um projeto de msica, o rotariano Marcus Bonna est profissionalizando crianas e jovens em Bragana Paulista
N o novo calendrio dos meses comemorativos do Rotary, janeiro dedicado aos servios profissio-nais, um tema desde o incio ligado histria da organizao. A importncia tal que, todos os anos,
um prmio condecora rotarianos que tenham causado impacto na comunidade por meio de suas profisses. No perodo 2014-15, Marcus Cezar Klautau Bonna foi um dos homenageados com o Prmio Rotary de Liderana em Servios Profissionais.
Bonna, que rotariano desde 2009, associado ao Rotary Club de Bragana Paulista-Estncia, SP. Paraense de nascimen-to, ele se mudou para So Paulo em 1982 e, por 21 anos, foi m-sico trompista da Orquestra Sinfnica do Estado de So Paulo. O diagnstico de uma distonia focal mandibular o fez deixar a orquestra e encerrar a carreira de msico profissional. Ele, ento, passou a se dedicar MB Cases, uma pequena indstria de fabricao de estojos para instrumentos musicais e acessrios fundada junto com a esposa, Kathia, que pianista. Aps uma queda, em 1990, tive srios problemas de coluna. Por essa razo, passei a produzir modelos de estojos mais leves e compactos, facilitando assim a minha vida de msico, conta. A leveza e a praticidade dos modelos criados por Bonna fizeram com que seus estojos alcanassem fama nacional e internacional, e ele passou a exportar 98% da produo. Em 2008, se estabeleceu no municpio de Bragana Paulista, levando a empresa para um local maior.
Nas redondezas da nova sede, uma realidade chamou ateno de Bonna: a grande concentrao de crianas e jovens
que passavam a maior parte do tempo nas ruas. Ele ento quis montar um projeto para ensinar msica gratuitamente, no s para afast-los da ociosidade, mas tambm preparar os mais ta-lentosos para se tornarem profissionais. Com a ajuda da esposa e de um amigo especialista em ordem unida, nasceu o Projeto Lyra Bragana. As crianas comearam a ter aulas na prpria sede da empresa, aos sbados, em horrio integral, recebendo caf da manh, almoo e lanche da tarde. Em pouco menos de um ano, foi formada a Orquestra de Metais Lyra Bragana, que segue os padres das bandas marciais. Hoje, conta com 30 componentes e tem seu trabalho reconhecido no Brasil e no exterior, j tendo vencido concursos.
Pouco tempo depois, foi formada a Fanfarra Alegretti. Igualmente campe, tem 130 msicos de nove a 18 anos de idade, e seus melhores alunos integram tambm a Lyra Bra-gana. Atualmente, a Lyra ensaia na MB Cases duas vezes por semana. J todas as aulas, desde 2012, tm lugar na Escola Estadual Luiz Roberto Pinheiro Alegretti, na periferia da cidade, em uma regio considerada de risco. Depois que o projeto foi implementado na escola, foram percebidas mudanas muito positivas no comportamento dos alunos, pois, para participar, eles devem apresentar frequncia e notas acima da mdia, alm de mostrar comportamento exemplar, diz Bonna. Por conta disso, a escola foi escolhida pela Delegacia de Ensino de So Paulo para funcionar em perodo integral a partir deste ano.
Desde o comeo, o Projeto Lyra Bragana apoiado pelo Rotary Club de Bragana Paulista-Estncia. Outros apoiadores tambm ajudam a tornar real o que Bonna um dia sonhou. Eu e minha esposa, que tambm rotariana, acreditamos que a educao por meio da msica pode transformar a vida dos jo-vens que vivem em situao de risco. Esse contato proporciona s crianas maior desenvolvimento mental e intelectual e des-perta a sensibilidade, a criatividade e a concentrao, trazendo considerveis mudanas positivas em seu comportamento, defende o rotariano.
iStockphoto
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JANEIRO dE 2016 | REVISTA RoTARy BRASIl 33
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ckph
oto
Antenor Barros Leal*
Confundido com organizaes laicas ou religiosas, o Rotary no faz parte do dia a dia das popula-es menos informadas ou mesmo daquelas com instruo e conhecimentos. Pesquisas amadoras representam, de certa maneira, o que um trabalho cientificamente planejado responderia. A pergunta
Voc sabe o que o Rotary? geralmente respondida com outra indagao: da maonaria, alguma seita?.
No meu entender de rotariano h mais de 30 anos, temos pouca preocupao com uma divulgao mais profissiona-lizada de nossa histria, das nossas aes e compromissos. Portar o distintivo do Rotary deveria significar uma reao de respeito e gratido para quem o olhasse. Deveria honrar sobremaneira aqueles que o usam com orgulho e alegria e, de certa maneira, deixar no no rotariano uma vontade de pertencer a essa coletividade centenria.
Os recursos investidos pelo Rotary no mundo inteiro para eliminar a poliomielite, enviar estudantes para outros pases, melhorar a educao e contribuir com a promoo da paz so gerados por nossas doaes. Tudo isso auditado por entidades internacionais que avaliam a transparncia, a lisura e o custo-benefcio de cada trabalho que realizamos e o Rotary tem recebido as melhores notas.
PerguntAs e resPostAsNuma revista lida por rotarianos no caberia descrever as qualidades, os servios, a histria e os extraordinrios suces-
sos obtidos em nossos 110 anos de existncia. O que precisa-mos, com urgncia, que as pessoas no rotarianas tomem conhecimento dos fatos acerca de nossa misso. Pertencer ao Rotary algo importante. receber de outras pessoas o reconhecimento e a gratido pelo trabalho que realizamos. O que podemos fazer para atrair os jovens, para torn-los rotarianos definitivamente?
A pergunta principal : O que devemos fazer?. Para respond-la, ser necessria uma pesquisa em mbito na-cional (e se o Rotary International assim entender, poder expandir a indagao) pedindo ideias, sugestes, sentimentos individuais no sentido de obter massa crtica para a tomada de deciso.
Como ponto principal, me parece que o desconheci-mento a respeito do Rotary , sem dvida, nosso problema maior. Mas como manter os atuais companheiros? Estamos satisfeitos? As horas destinadas s reunies se justificam? As reunies so avaliadas? As palestras so atrativas? O nosso distintivo reconhecido? A quantidade de perguntas pode ser grande, mas a densidade das respostas nos levar a um novo patamar.
A grandeza da ideia de Paul Harris, nosso fundador, no pode sucumbir pela vida moderna, pelo trnsito, pelo diferen-te modo de vida dos dias de hoje. Para a honra dele, temos que ser criativos, inovadores, destemidos e com coragem de mudar. Para melhor.
* O autor ex-presidente da Associao Comercial do Rio