revista rock meeting nº 65

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Revista Rock Meeting #65 - Capa: Sonata Arctica, Coluna – Doomal | World Metal | Perfil RM | O que estou ouvindo?, Review – Can't Keep Us Down, Entrevista – Balba | Candelaria | Girlie Hell | Necromancer. [email protected] | @rockmeeting. Free download - http://bit.ly/RockMeetingN65

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EDITORIAL

Há quem bata no peito e diga: “Eu es-cuto metal desde guaraná de rolha”. E isso é um testemunho de plenitude, conhecimento de causa e, principalmente, respeito. Claro, é autoridade no assunto. Menosprezar o outro, que começou a escutar Rock/Metal um dia desses, não faz muito sentido, parece querer se firmar num determinado grupo de pessoas, mostrar-se o maioral, bater no peito e dizer que escuta me-tal desde o Brasil Império. Ah, por favor! Os tempos são outros. Existe algum tipo de manual de que o cara que escuta o som desde a Independên-cia do Brasil, deve subjugar o outro? Claro que pode, oras. Ele estava lá com D. Pedro I e gritaram juntos “Independência ou mosh” e se formou um circlepit às margens do Rio Ipi-ranga, em São Paulo. É cada figura mítica que até os deuses indígenas duvidam. Claro, estes seres dota-dos de intelectualidade, conhecimento sobre a cena e de quem deve estar nela, canta em tupi-guarani.

Brincadeiras à parte, há muitos fãs de metal presos ao seu passado, que são músicos frustrados, organizadores fracassados, que apontam o dedo para o que julgam errado, mas não movem uma palha sequer para aju-dar o que ele chama de cena. Qual é o problema de você usar a cami-sa de banda que quiser no lugar que desejar? Porque até isso é incômodo e o julgo é sempre o mesmo: não aparece em show, mas está em evento de graça usando o “abadá” da banda tal. Ah, vão cuidar de suas vidas, caríssi-mos. A vida é bela demais para se importar com que “abadá de banda eu vou hoje” ou quantos gigas de música eu tenho para mos-trar aos meus amigos. Vão viver! É gostar de criar picuinha! Organizar evento que é bom, nada! Ninguém quer. Co-modismo é o mal do mundo. É isso! Só pode ser isso, não dá para entender estas pessoas nem o que elas desejam. É, só querem cau-sar… de algum modo.

Temporalidade

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TABLE OF CONTENTS05 - Coluna - Doomal10 - News - World Metal14 - Entrevista - Balba20 - Entrevista - Candelaria26 - Capa - Sonata Arctica32 - Entrevista - Necromancer36 - Review - Can’t Keep Us Down48 - Entrevista - Girlie Hell54 - Perfil RM - Felipe Andreoli60 - Coluna - O que estou ouvindo?

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Direção GeralPei Fon

Revisão Rafael Paolilo

CapaAlcides Burn

Colaboradores Ellen Maris

Jonathas Canuto Leandro Fernandes

Mauricio Melo (Espanha)Rodrigo Bueno

Sandro Pessoa

[email protected]

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The Gathering - anos 90

Por Sandro Pessoa(Sunset Metal Press & União Doom BR)

Evolução Musical?A evolução de um artista é mais do que

normal, a necessidade de respirar um outro ar e ultrapassar as barreiras de

suas próprias composições é algo satisfatório e obriga o mesmo a estar sempre girando as engrenagens de sua profissão. E isso é igual em todos os gêneros musicais existentes no mundo, mesmo uma hora ou outra sendo um sacrilégio no ponto de vista de diversos fãs, ainda mais no mundo da música, mais pro-priamente no gênero Rock/Metal, onde a so-noridade diferem grupos, geram sentimentos quase que religiosos, um verdadeiro exército

movido a riffs de guitarra. E então, mais uma vez, o Doom Me-tal, um gênero para poucos mas que abrange uma possibilidade musical tão grande quanto ou até mesmo maior que outros gêneros, vide o que já discutimos por aqui (Doom/Death, Doom/Gothic, Doom/Black, Doom/Heavy e etc…). O caso é que como um antigo ami-go dizia: “toda boa banda tem sua fase gay” e isso não foi diferente no Doom Metal. Me-tallica lançou Load e Reload, Megadeth lan-çou Risk, Celtic Frost lançou Vanity/Nemesis e então temos Anathema, Paradise Lost, My Dying Bride, The Gathering, Tiamat e outras. Eu realmente gostaria de compreender

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a mente de uma banda, por exemplo, Para-dise Lost que foi um dos pilares do Doom/Death Metal um dia deixar o peso e os vo-cais agressivos de lado e compor um álbum como Host (caminhando na vibe do Depeche Mode), é realmente algo bastante difícil de se entender. Recentemente, em uma entrevista para um site chileno, Vincent Cavanagh da banda Anathema, outro pilar de suma importância para o Doom Death Metal, disse que sequer gostava muito do gênero que tocava no início

da banda e que sua proposta é sempre inovar, assim como foi no início de sua carreira, hoje a banda vai lançando álbuns cada vez mais distantes daquilo que realmente a consagrou. Diversos amigos se em-polgam e vão aos atuais shows do Anathema para assistir uma banda que não é mais aquilo que os tornaram fãs. A banda ficou ruim? Não, longe disso, mas é uma banda que é susten-tada por fãs de uma música que atualmente eles não fazem mais e, caso esta surgisse nos dias de hoje com este tipo de som, eu duvido muito que obteriam a mesma importância musical. Eu não sei os motivos des-ta mudança drástica do Anathe-ma mas conheço situações onde o vocalista até mesmo negou

CD’s de Doom Metal dados como presente pelos músicos que outrora foram influencia-dos pelo trabalho que fazia antes, dando a desculpa de que não escuta mais este tipo de som. Eu tento realmente compreender onde está o respeito para com os fãs que colabora-ram com a atual posição do Anathema, mas tudo, cada um com suas loucuras. Eu não sou contra a evolução, o artista precisa disso, tocar a mesma coisa centenas

Paradise Lost: antes e depois

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de vezes por décadas é tenso mas existe um fator que jamais deve ser esquecido: quem te co-locou lá. Você deve uma satis-fação para aquele público que te jogou para o alto. No Rock/Metal é assim, lembram-se do comportamento quase que reli-gioso desta parcela da socieda-de? Eles compram seus álbuns, eles vão aos seus shows e eles vão cobrar algo em troca. Can-sou de tocar aquele estilo, óti-mo, não precisa se preocupar, monte um outro projeto, com outro nome e seja feliz com duas bandas, ou na pior das hi-póteses encerre sua banda com chave de ouro e parta para ou-tra sem arranhar aquela obra que foi tão importante para sua base de fãs. Diversas outras bandas passam pela mesma situação onde por con-ta de um ou dois álbuns do início da carreira que tiveram o Doom como segmento prin-cipal, mesmo tendo quase dez álbuns poste-riores que não tinham mais nada a ver com o estilo inicial ainda são colocados em listas de bandas de Doom, como foi o próprio caso do Anathema que teve um de seus trabalhos selecionados entre os melhores lançamentos de Doom em 2014 em alguns sites.

Anathema: antes e depois

No mundo dos negócios existe a frase de que o “cliente sempre tem a razão”, mas na arte em geral existe a expressão artística do autor da obra e este de forma alguma pode ser “cas-trado” de suas ideias. Porém, para quem quer vender a sua arte, deve-se atentar sim para o mercado do qual faz parte e saber lidar com os fatos quando sua música tornou-se ultra-passada, ou quando suas ideias para aquele gênero simples-

mente acabaram e etc...

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“Adoram o BrASIL”

Robert Plant, lendário ex-vocalista do Led Zeppelin, é uma das princi-pais atrações do megafestival Lol-lapalooza Brasil 2015. O artista se apresenta, no primeiro dia do even-to, confirmado para o dia 28 de mar-ço, no Autódromo de Interlagos, em São Paulo. Em entrevista ao jornal O Estado de São Paulo, Plant fez ques-tão de elogiar o público brasileiro. “(…) os músicos adoram tocar no Brasil, por causa da galera (usa a expressão em português). É viciante e intenso. A reação é entusiasmante para o artista“, declarou. Plant também falou sobre o que pensa de sua nova fase musical, o novo disco gravado com a “selvagem” banda The Sensational Space Shifters, entre outras curiosidades. Leia a entrevista na íntegra AQUI.

Primeiro vídeo

O Monstractor acaba de liberar seu primei-ro clipe oficial em seu canal no Youtube. O ví-deo da música “Immortal Blood”, integrará o novo disco da banda intitulado “Scavenger”. A música contou com a participação de Mar-cello Pompeu (Korzus) e totalmente inspira-dos num momento de intensidade e motiva-ção peculiar na carreira da banda.

Ingresso para show

No dia 07/03, o festival “Metal Maniacs Mee-ting”, que traz de volta a São Paulo um dos maiores representantes do Death Metal o agora intitulado Entombed A.D. O show, que faz parte da turnê “Back To The Front Latin America Tour 2015″, realizada ao lado do Krow, terá ainda a presença das bandas Anarkhon, Vulture e Outlanders, e será reali-zado no Clash Club. Informações AQUI.

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15 anos

Muito mais do que uma simples compi-lação, “The Best Of 15 Years, Based on a True Story...” é um retrato do passado, presente e do futuro do Hangar, uma vez que marca a estreia do novo vocalis-ta, Pedro Campos, e do retorno do gui-tarrista fundador, Cristiano Wortmann. O álbum também trás quatro faixas iné-ditas - “Let me Know Who I Am”, “The Dark Passenger”, “Denied” e “Betrayer” - e a regravação dos clássicos “To Tame a Land” e “Forgotten Pictures”, agora com a nova for-mação. Lançado em formato duplo, ainda recapitula de forma sincera todas as fases do Han-gar. Estão no tracklist faixas como “Like A Wind In The Sky” (do debute “Last Time”), “Savior”, “Legions Of Fate” e “Inside Your Soul” do disco de mesmo nome lançado em 2001.

De volta

Roberto Repolho, uma das mais conhecidas figuras do underground de São José dos Cam-pos e um dos fundadores do Morfolk, está de volta ao grupo após três anos. A banda, novamente um quinteto, promove seu recém--lançado disco ‘…Until Death’, terceiro álbum de estúdio de sua carreira, lançado pelo selo Violent Records.

vinho próprio

Os alemães do Blind Guardian lançaram sua própria marca de vinho, o Red Mirror Merlot. Produzido na Espanha, em uma re-gião onde uvas para vinho são cultivadas há mais 2000 anos, o vinho tem 14% de álcool. Hansi Kürsch, vocalista do grupo, disse: “O Vinho é divertido e fresco, e tem a mesma profundidade. Somos apaixonados por vinho tinto e o Red Mirror Merlot é fantástico.”

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“Coming for you”

De acordo com o The Pulse Of Ra-dio, o The Offspring retornou com uma nova música intitulada “Coming For You”. O grupo lan-çou também um vídeo que traz uma coletânea de fotos e vídeos de diversos festivais de música. A fai-xa é a primeira desde o lançamen-to do nono álbum de estúdio da banda, “Days Gone By”, em 2012.A banda deu dicas de um novo single com uma série de postagens no Facebook, parodiando pôsteres clássicos, como “Star Wars” e “Tubarão”, e incorporando o nome e o logo da banda neles. O disco é esperado ainda esse ano. Mais detalhes não foram revelados

apenas rumores

Para quem imaginava que Dave Lombardo poderia entrar no Megadeth pode tirar seu ca-valo da chuva. Em entrevista para o Wikime-tal, o baterista do Philm disse que “ninguém se aproximou de mim, são apenas rumores”, disse. O nome do baterista foi lembrado após a saída de Shawn Drover em novembro de ano passado. Logo em seguida foi a vez do guitar-rista Chris Broderick sair da banda também. Futuro incerto do Megadeth.

Van halen ao vivo

De acordo com o site MelodicRock.com, Van Halen seu primeiro álbum ao vivo com a participação do vocalista original da banda, David Lee Roth. Gravado em junho de 2013, no famoso Tokyo Dome, o “Tokyo Dome Live in Concert” inclui 23 músicas, fazendo uma viagem pelos 7 álbuns com Roth. E esta novi-dade será lançada no dia 31 de março com um cd duplo e versão em LPs. Agora é esperar por esta novidade muito grata da banda.

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“a paixão pelo rock nos deixa cada vez mais fortes”

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“a paixão pelo rock nos deixa cada vez mais fortes”

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Por Leandro Fernandes ([email protected])Fotos: Divulgação

Com um som peculiar e bem diferente, o Balba vem conquistando grandes fãs na Europa. Lá, o eu som é bem aprecia-

do e respeitado pelo grande público que pos-sui. “Heart Abstract” é o nome do mais novo registro da banda, com músicas intensas e de um estilo único e agradável. Quem nos conta sobre eles é o nosso amigo Dig Obadia, que gentilmente nos concedeu essa entrevista.

Primeiramente, gostaria de saber por que o nome Balba. Trata-se de algo curioso e chamativo.Balba é antropônimo, nome de batismo. Só não nos pergunte sobre paternidade.

Qual o motivo em dar mais ênfase em divulgar o trabalho na Europa?Na verdade, a Europa foi quem nos acolheu. Enviamos nosso material para e-mails de rá-dios de todo o mundo e fomos calorosamente bem recebidos no velho continente. Impres-sionante como os europeus curtem novos tra-balhos. Eles se impressionaram ainda mais pelo fato de sermos brasileiros.

O público brasileiro em alguns momen-tos se mostra um pouco “desinteressa-do” com o som de nossa terra, por que algumas bandas brasileiras têm mais destaque fora do país? A maioria do público brasileiro é escrava e refém das mídias com maior audiência, por isso, é também vítima do grande mercado que se tornaram as rádios FM do nosso país. Toca quem tem grana e, no momento, serta-nejos e os pop-funks de baixa qualidade estão com tudo. Os bons não tocam, mas daqui a

pouco essa moda passa. Rock é pra sempre.

O disco “Heart Abstract” tem sido bem--aceito?Mais uma vez, lá fora. Recebemos uma res-posta muito positiva também dos EUA e no Canadá ;)

A pegada do som da banda se esbarra muito com o rock inglês. Quais são as inspirações?Sim, temos muitas influências de Rolling Sto-nes, Oasis, Radiohead e Muse, além de curtir-

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mos várias bandas inglesas: Arctic Monkeys, Amy Winehouse, Keane, T. Rex, Tears for Fears, Coldplay, Iron, Joy Division, The Smi-ths, Queen, Placebo, Pink Floyd, The Police e por aí vai. Toda e qualquer banda de rock tem obrigação de ter inspirações no rock inglês.

O vídeo da música “A Heart to Unfold” é bem produzido e a música bastante marcante, com uma guitarra bem gru-denta que instiga a ouvir a faixa segui-damente. A escolha dessa música para o vídeo tem algum motivo especial?

Foi muito natural a escolha dela para nosso primeiro videoclipe. Era a que mais funcio-nava em shows, o público se divertia e a gente ainda mais.

A banda já tem algum contato com em-presários ou produtores de outros paí-ses?Atualmente, temos o Alex Chagas da Black Legion, trabalhando como nosso assessor aqui no Brasil e Kurt Gentles, da Ontime Mu-sic Group, do Canadá, nos representando no exterior.

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O que levou a investir em um som mais técnico?A gente não pensa muito sobre nós mesmos, apenas nos reunimos e ao final de um ensaio temos uma música nova. É muito orgânico e divertido. Principalmente quando a ideia vira pelo avesso e tudo faz sentido.

Existem já composições para um novo disco?Já lançamos o nosso segundo disco, o EP Is There Anything She Would Die For, que tam-bém já tocou nas rádios americanas e cana-denses, e ainda no primeiro trimestre de 2015 lançaremos o nosso terceiro disco.

Como está a agenda para o ano de 2015?A agenda está promissora, já recebemos vá-

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rios convites de festivais e grandes eventos. Apenas aguardando a confirmação das datas para divulgar.

Desejando aqui um excelente ano para a banda, o espaço é livre para dedicató-rias e recados.Estamos muito felizes por tudo que consegui-mos conquistar até aqui. Sabemos que a es-trada é dura, mas a paixão pelo rock nos dei-xa cada vez mais fortes. É o público em cada show que nos faz ter a certeza de que não po-demos viver sem tudo isso. Obrigado a todos que participam de nossa história. Uma palma ou uma curtida no Facebook nos alimenta e nos mantém cheios de orgulho de levar nossa cultura para fora do país.

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“A galera tem procurado novos ares”20

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“A galera tem procurado novos ares”21

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O Candelaria vem se destacando na cena ca-rioca e também no Metalcore. Um som inten-so e de atitude, mostra que a banda tem sede de conquistar mais ainda o espaço no Brasil e no mundo! A banda está divulgando seu mais novo single “Xerath” e quem nos explica mais detalhes sobre eles é o grande Alex Szylach. Confira!

É um prazer falar com vocês, gostaria que se apresentassem por gentileza.Prazer todo nosso de estar aqui com vocês da imprensa do rock! Nós somos uma ban-da de Metalcore progressivo, aqueles caras chatos que não gostam de refrão, “sacomé” né? (risos) Nós fundamos a banda em 2012 e estamos caminhando na cena, já com alguns grandes feitos e turnês cheias de diversão. Passamos por algumas mudanças mas isso tudo em função da identidade da banda que foi tomando mais forma.

Como está sendo a repercussão do sin-gle “Xerath”?Impressionantemente, boa! A gente não es-perava tanto desse trabalho, mais foi sensa-cional receber mais de mil likes no Youtube, uma coisa que é bem rara pra uma banda independente! Saímos até na BlankTV! Isso mostrou que o trabalho tomou uma noto-riedade bem legal e ficamos extremamente agradecidos com a galera que tem espalhado a palavra!

O Metalcore é um estilo que vem cres-cendo a cada dia em nosso país. Qual é o fator disso?

A galera tem procurado novos ares, as melo-dias variam entre o melódico e o peso de um Hardcore mais pesado. No geral, o sentimen-to das músicas tem sido passadas muito bem e as pessoas tem se identificado com isso. Fora a união das bandas que é sensacional e isso tem ajudado demais a ir pra frente!

Hoje temos grandes bandas como Maieuttica, Project 46, Muqueta na Oreia. Qual a relação do Candelaria com essa galera ai?Do Maieuttica, somos extremamente próxi-mos. Inclusive o Tássio (Guitarra). Estamos gravando em seu estúdio e isso é sensacio-nal! Melhor escolha que tivemos, somos bem amigos e tem sido bem divertido. Project46 é

Por Leandro Fernandes ([email protected])Fotos: Divulgação

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uma banda que nos inspira bastante na cor-reria e respeitamos bastante por eles chega-rem aonde chegaram! O vini (Guitarra), in-clusive, já apareceu em uns rolês com nossa merch, inclusive em um vídeo do canal Ver-me no Youtube! Foi muito emocionante pra nós ver que um cara que nos inspira, veste a nossa camisa!!

Sabemos que banda hoje em nosso país para se sobreviver de música é um pouco complicado, vocês têm algum emprego paralelo?Todos nós trabalhamos em prol da banda. Wallace (baixo), por exemplo trabalha, na lo-gística da Renner e o Alex (Vocal) trabalhava até pouco tempo pra Nokia. Mas o foco mes-

mo sempre foi a banda.

Como tem sido a recepção do público perante as apresentações da banda.Nós ficamos bobos a cada festival que vamos. Recentemente fizemos uma tour pelo interior paulista e ficamos chocados de como foi sen-sacional. Não esperávamos tanta recepção!! Pessoal elogiando a nova single e já pedindo pra que a gente voltasse logo. Simplesmen-te mágico! E mais bobos ficamos por sermos “biXcoito” em terra de bolacha e ter gente cantando nossa música, né!(riso)

Temos vertentes já clássicas como Korn, Deftones, Coal Chamber e uma bem antiga que é o Beastie Boys. Qual

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a influência dessas bandas perante o Candelaria?Bandas que sempre estiveram presente no nosso dia a dia. Diríamos que influenciaram no peso das melodias e também as letras ser-viam como um abre mente pra gente. Deve-mos uns bons tempos a essas bandas e as res-peitamos muito!

Já existe algum contato com produto-ras ou empresários de outros países?Sim, atualmente estamos conversando com um gerente de mão cheia. Estamos em fase de negociação, então não podemos dar mui-tos detalhes. Mas o cara é bom!

2015 será um ano agitado para a ban-da?

E se vai!! Gravando o novo álbum, agitando toda a produção do lançamento dele e novas merchs!! Ficamos em falta no ano passado, vendemos todas e não conseguimos ter tem-po de repor! Mas esse ano esse erro não se repete! E CD físico vai ter também!

Deixem suas mensagens aqui para os fãs e leitores da revista. Sucesso e vida longa! Pode parecer clichê mas nunca deixe ninguém apontar o dedo pra você e te diminuir. Você é do tamanho que quer ser, e se isso significa a reprovação de algumas pessoas, bem, que se dane! Faça valer a pena cada segundo, afinal, a vida é sua e não cometa o erro de desper-diça-la por causa da opinião dos outros! Voe alto!

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“Sentir o público é uma coisa única”26

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Sabemos que a Finlândia hoje conta com grandes bandas e também espor-tistas, mais precisamente no meio da velocidade. Hoje em dia, incluindo o Sonata, bandas que pode ser incluído no “Top Five” Finlandês?Tony Kakko: Bom, eu acho que muitas das bandas que eu poderia citar aqui estão um pouco fora do rock/metal, mas ok! Eu inclui-ria Nightwish, Children of Bodom, Stratova-rius, Stam1na. E, em seguida, Sonata, embo-ra seja um pouco estranho citar sua própria banda. Eu vou atirar em Lordi para se sentir melhor sobre isso.

O termo “metal melódico” era utiliza-do de forma mais intensa no final dos anos 90, você tem o costume de rotulá--los com esse estilo ou prefere se iden-tificar apenas como o Sonata Arctica mesmo.Eu acho estranho rotular qualquer tipo de coisa mas eu não me sinto desconfortável se nós somos rotulados por metal melódico, pois somos conhecidos assim. Eu acho que de qualquer maneira, o Power Metal, em si, é um rótulo enganoso. Então rock pesado, me-tal melódico ou apenas Sonata Arctica é sufi-ciente! (risos)

A banda se identifica muito com o pú-blico brasileiro e é bem ovacionada por onde passa. Qual é o público que mais se agita com os shows da banda?Sentir o público é uma coisa única. Sempre procuramos dar o máximo para que tenha-mos uma troca de energia com bastante en-tusiasmo. Esse tipo de interação ativa é o que

Por Leandro Fernandes ([email protected])Fotos: Divulgação

gostamos. Existem lugares onde o público não participa juntamente com a banda e o retorno é extremamente gélido, infelizmente isso acontece.

Vocês participam de vários festivais ao redor do mundo, e os mais importan-tes estão na Europa. O que é mais in-teressante: ter um público em um fes-tival ou ter um público que está lá só para ver o Sonata?Eu gosto de ambos. Festivais são sempre uma grande chance de alcançar as pessoas que não ouviram falar de sua banda ou têm uma visão errada ou desatualizada de nós, nas devidas proporções. Isso é sempre divertido. Mas, no-vamente os shows tendem a ser mais intenso e, pelo menos em alguns aspectos melhores em nossos próprios shows. É ótimo estar en-tre os seus “próprios povos”. Gratificante!

O “Ecliptica” é um disco que sempre foi muito bem-aceito no Brasil e ain-da é citado como um dos melhores da banda, recentemente ele fora relança-do com o nome “Ecliptica: Revisited; 15 Anniversary Edition”. A resposta do público mundial, críticos e fãs da ban-da foram de bom agrado?Eu realmente não tenho lido muitos comen-tários de como ele ficou, principalmente as pessoas que não gostaram. Por outro lado, grande parte do público gostou muito. É um ótimo álbum, eu tenho orgulho disso. Se te-mos um álbum clássico, é esse! Então, isso faz com que seja ao mesmo tempo uma coisa sagrada, algo que não deve mexer. E nós, na-turalmente, fizemos exatamente isso, mas a ideia era fazê-lo como um agradecimento por nossa gravadora no Japão, que havia gentil-mente nos solicitado. Eles estão juntos com

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a gente desde o início e seria uma coisa legal de se fazer, originalmente era para ser lan-çado apenas no Japão. Esperamos que o pú-blico mais novo possa descobrir o Sonata e o “Ecliptica” através desta nova versão e depois que possa buscar também o original. Ambas as versões têm seus próprios lados bons.

Com esses mais de 15 anos de carreira e discos memoráveis, como a banda é vista hoje em dia?Agradável e viva, eu espero. Estamos me-lhores do que nunca, em muitos aspectos, e a banda se sente muito vital e renovada. Es-tamos cheios de energia e, apesar de que 15 anos pode parecer muito tempo, é apenas o começo. O Sonata Arctica não tem grana nem para comprar cerveja ainda! (risos)

Saindo um pouco do lado musical, o que agrada a banda no nosso país?

Tudo! A comida é fabulosa! Clima... Eu mes-mo sou uma pessoa que gosta de frio e neve, o calor em excesso não me agrada. Mas você sabe, nós estamos apenas visitando o Brasil novamente. Vou tomar o máximo de sol que puder e voltar para minha casa na Finlândia para fazer o meu esqui e outras atividades de inverno.

Passamos por um período tenso em re-lação à corrupção dos nossos políticos, como se repercute na mídia mundial?Eu vivi um bom tempo sem acompanhar os noticiários pela TV, não sou um adepto a te-levisão, então... Mas eu acho que eu ouvi fa-lar algo sobre isso. Parece que superfatura-ram algumas coisas relacionadas a Copa do Mundo. Eu ainda não acho que afeta nossas vidas aqui na Europa o suficiente para se tor-nar uma grande manchete. Se acontecesse na Finlândia, seria um verdadeiro inferno.

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Voltando agora para a música, conhe-ce algum som diferente aqui no nosso país que não seja ligado ao Rock ou Heavy Metal?Bom, todo mundo conhece o samba. Quando eu era mais jovem existia, vamos chamá-lo de “wedding ring”, um festival onde tocamos um samba. Foi muito legal!

Quais são as lembranças da primeira passagem da banda no Brasil?Isso foi em 2002. Foi emocionante! Todo mundo sempre pergunta se nada de estranho ou engraçado aconteceu, se alguma coisa deu errado. Bom, eu me lembro sempre do nosso show em Brasília onde nada parecia funcio-nar. Os técnicos locais e os nossos não têm uma linguagem comum, de modo que eles estavam tentando lidar através desta barrei-ra da língua com o que parecia ser uma selva de “telefones quebrados”. Era uma bagunça!

Mas, ao final do dia, tudo correu bem. O show foi ótimo e o público foi fantástico. Lembro--me também do primeiro prato brasileiro em uma churrascaria. Oh wow!

Eu gostaria de agradecer a você por esta entrevista e parabenizar a banda por todos esses anos e desejando um ano de 2015 com mais sucesso ainda. Deixe sua mensagem para os fãs brasi-leiros.Obrigado! O Prazer foi meu. Tenha um fan-tástico 2015! Nada poderia me agradar mais do que chamar-me de um frequente visitante no Brasil! Mal posso esperar para ver todos vocês novamente, meus amigos! Muito amor! Vejo vocês em breve! Grande abraço!TK

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“material novo em breve”

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Por: Leandro Fernandes ([email protected])Fotos: Divulgação

Uma das pioneiras do cenário do Metal Na-cional, o Necromancer já se encontra com quase 30 anos de carreira e uma ampla expe-riência na bagagem. Recentemente a banda lançou o disco “Forbbiden Art” que vem sen-do bem elogiado e a maioria das músicas são composições criadas nos anos 80. Quem nos detalha mais sobre o que banda vem fazendo é o grande Luiz Fernando, um dos guitarris-tas. Confira!

É um grande prazer realizar essa entre-vista com vocês. Primeiramente gosta-ria que se apresentassem por gentile-za.Valeu a oportunidade e a força! Somos: Luiz Fernando e Edu Lopez (guitarras), Gusta-vo Fernandes (baixo), Alex Kafer (bateria) e Marcelo Coutinho (vocais).

Sobre o mais recente trabalho “Forbi-dden Art”, como tem sido o retorno de público e critica com o mesmo?A princípio, podemos dizer que temos tido uma recepção muito boa de nosso trabalho, tanto por parte do público quanto o da crítica.

O Necromancer já é uma banda que se aproxima dos 30 anos de carreira. Sabemos que tivemos grandes bandas que iniciaram na mesma época que vo-cês e hoje não se encontram mais em atividade. Pra vocês, qual o fator prin-

cipal de muitas delas não ter consegui-do se manter de pé? Esta é uma pergunta difícil de responder, e podemos falar apenas de nossa experiência e a de alguns amigos nossos de outras bandas. Os dois principais problemas são: diferenças musicais entre os integrantes, que durante al-gum tempo até aceitam tocar, mas depois de algum tempo a situação fica impraticável e, ou este(s) sai (em) da banda e, ou são substi-tuídos ou a banda tem que parar, muitas ve-zes para sempre; o mesmo acontece com rela-ção a vida pessoal de um integrante da banda, pois muitas vezes ocorre algum fato que faz com que ele tenha que tomar uma decisão so-bre o assunto e que torna difícil continuar na banda.

A banda passou por algumas forma-ções, existe algum contato ainda com ex-membros?Sim, com mantemos contato e amizade com a maioria dos ex-integrantes.

Vocês deram uma pausa nas atividades no final da década de 80 devido à falta de guitarrista. Relacionado a isso, nos tempos de hoje, ainda é complicado en-contrar músicos compromissados com o trabalho? Sim, é bastante difícil, em especial no Rio de Janeiro. Mas, pior do que encontrar guitar-rista, é encontrar um baterista. Muito mais complicado ainda.

Sobre o exterior, o disco já chegou por lá? Sim, o disco já foi encaminhado a alguns zi-nes do exterior, mas é algo muito recente. Es-tamos aguardando respostas.

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E a possibilidade de rolar alguns sho-ws em terras estrangeiras, existe algu-ma negociação quanto a isso? Por enquanto, ainda não, mas está nos planos futuros.

Sabemos que o disco acabara de ser lançado, mas já existe algum trabalho engajado para o próximo projeto?A gravação do CD foi feita apenas com três dos integrantes atuais, mas atualmente já que estamos com a banda completa, trabalhamos em novo material e pretendemos produzir material novo em breve.

Agradecendo pelo tempo cedido a essa conversa e desejando um belo ano, dei-xem aqui uma mensagem para os fãs e leitores.Estamos trabalhando na agenda de shows de 2015 e esperamos encontrar todos na estra-da para muito thrash/death metal old school. Aguardem notícias!!

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The Gundown

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Col.Lapse

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Texto e Fotos: Mauricio Melo (Barcelona)Dia 1 - 30/01/2015

Visitamos pelo segundo ano consecu-tivo o festival hardcore (bastante indepen-dente) Can’t Keep Us Down, realizado em Barcelona e muito bem organizado pela ga-lera local. Sem grandes pretensões, e muito menos patrocinadores, o evento conta com a “colaboração” do Ateneu Popular Nou Barris, para entender melhor, uma espécie de Cen-tro Cívico / Centro Cultural. Uns colaboram com os cartazes, outros com fotos e vídeos de edições passadas, o tema vai sendo passado no verdadeiro boca-a-boca através das redes sociais, mensagens e etc. Com direito a des-conto para quem compra entradas antecipa-das para as duas noites, uma oportunidade única de ver reunido em um só fim de sema-na alguns dos melhores grupos hardcore (de vários estilos) da Espanha além de algum vi-sitante gringo. Antes mesmo das portas abrirem, a concentração do lado de fora já prometia. Logo ao entrar, as opções de comida vegana para alimentar a galera eram muitas, afinal uma larga noite se aproximava e estar ali-mentado era algo imprescindível, ainda que nem todos os alimentados fossem veganos. Tradicionais barraquinhas de merchandising disponíveis, os tradicionais vinis tanto em LPs quanto as pequenas bolachas 7”, havia para todos os gostos. E para todos os gostos também ha-viam shows. Um cartaz bastante interessante que começou com uma banda local, a Fang. Abrir uma noite é sempre difícil, ainda mais tendo essa uma grande variedade de bandas por diante. Ainda que o público presente fos-se numeroso, o local ainda estava frio, tanto de ânimos quanto literal. Um hardcore sujo, rápido e de composições pouco sofistica-

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da. Boas letras, isso sim mas apesar do bom show, como foi dito antes, tarefa difícil. Com um público um pouco mais receptivo, por sua presença constante nos últimos meses em diversos shows, que inclusive cobrimos, o Golem mostrou sua intensidade de sempre. Berrado, pesado, porrado e colocando a ga-lera para agitar de um lado a outro diante do baixo palco ao som de suas músicas que qua-se não superam um minuto de duração, como por exemplo, “Excuses” que não chega aos 30 segundos. O grupo já prepara seu primeiro 7” e sua demo recebeu a etiqueta de sold out. Marcando presença por mais uma edi-ção, o punk rock do The Gundown deu o pri-meiro toque de grupo mais técnico da noite e a experiência falou mais alto. Com uma pos-tura de palco digna de quem leva tempo no movimento, com um guitarrista de alta qua-lidade e um baterista que, além da habitual vibração que possuem os instrumentistas do estilo, ajuda e muito nos vocais. Abriram o set com versões plugadas do recente EP acústi-co intitulado Thunders, “Broken Earphones”, seguindo com “Troublemakers of the Uni-ted World” do mesmo EP e fechando o trio de abertura com “Need Our Pride Back”. Um bom show que fechou com “New Age”, cover do Blitz. Não! Nada de batatas fritas. Esses eram outros. O Mindtrap foi o único representante estrangeiro da noite. Um grupo de origens alemã e russa ao melhor estilo hardcore anos 80. Seco, sem firulas e com mensagens dire-tas no queixo. Um setlist curto e apoiado no recém-lançado, Life Among Liars and Thie-ves. Vocalista diretamente no chão, puxando o público de um lado a outro e mesmo quem não conhecia a fundo suas músicas foi con-tagiado pelos riffs. “Two Faces” e Only War-ning” foram algumas que por lá passaram.

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Appraise

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A noite já havia passado da metade quando o Col.lapse pisou no palco. Assim como o The Gundown a experiência atropelou e deixou nítido que Barcelona já é pequena para o grupo. Com ex-integrantes do lendário grupo Cinder, o Col.lapse abriu o set com “No Importa” que habitualmente fechava suas apresentações e que levou o público ao delí-rio. Este cantava todas as letras junto ao vo-calista Joan que saltou, gritou e compartilhou o microfone com a linha de frente. Músicas bem compostas e executadas ao vivo, o grupo é quase um dream team que conta também com o baixista e vocalista do The Gundown e o experiente Eric Altimis nas baquetas, além o imparável Jaume Orriol nas seis cordas de uma boa Gibson. Um set recheado de músicas do disco Enfosat mas também com alguma composição nova. O grupo está bem, chama atenção tocando ao vivo e o público agradece. Algo bem parecido podemos dizer do Constrict, outro grupo que figura muito em nossas publicações “made in Barcelona”. O público está no bolso, o disco que já era para estar publicado mas que conta com um bom atraso já está composto e o quinteto, que ano passado abriu o festival, mostrou que a estra-da já foi asfaltada. Show intenso, com muita vontade, stage dives, vocal berrado e guitar-ras pesadíssimas ao melhor perfil Integrity. Para fechar a noite tivemos o lendário 24 Ideas, um antigo grupo que voltou a ativa há pouco tempo e que, como muitos dizem, não vive de passado ao compor novos temas e já planejando disco para 2015. O show? Bruto ao na melhor das hipóteses. O baixista Jau-me Orriols que também é guitarrista no Col.lapse que havia se apresentado há pouco, deu um verdadeiro show. O vocalista rolando pelo palco, chão e sendo carregado nos bra-ços. Aquele velho estilo hardcore/street nun-

Mindtrap

Fang

Constrict

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ca esteve tão presente e bem representado no festival, pelo menos nessa primeira noite.

Dia 2 - 31/01/2015

O responsável por abrir a segunda noi-te foi o grupo local Blanes, que conta com membros do Constrict, Golem e Appraise, ou seja, uma mistura de bandas locais que resul-ta num bom punk rock melódico. O vocalista, Matt, que se não me engano é americano re-sidente em Barcelona, defendeu muito bem o set apresentado, baseado na primeira demo do grupo, At a Loss que conta com temas como Kings and “Quens of the Masquerade Ball” e “Outbound”. Outro grupo que repre-sentou bem sua recém-publicada demo foi o quarteto punk feminista Siega. Apesar de curto, o set foi intenso com a vocalista Amy berrando ao microfone diretamente da pista, junto ao público. O mesmo podemos dizer do NO, a pista foi definitivamente a extensão do palco. Mais um set curto mas igualmente in-tenso. O público ainda curtia uma preguiça e reservava forças para o que estava por vir e não demorou a se animar. Na sequência tive-mos o Appraise que, assim como ano passado, fez uma excelente apresentação porém com alguns diferenciais que merecem destaque. Gabi, o vocalista do grupo e organizador prin-cipal do evento, está muitos quilos a menos, esta boa forma, e isso refletiu numa apresen-tação de luxo. O vocalista do Blanes, Matt, que também é baixista do Constrict compõe o quinteto (ano passado era um quarteto) dei-xando o outro guitarrista, Joan, mais solto durante seus riffs. Também podemos somar na apresentação deste ano o fato do grupo já haver lançado seu primeiro LP, Deeper Than That. Vale lembrar que em Março o quinteto

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Poder Absoluto

The Flex

Appraise

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em questão vai participar da renomada Rebellion Tour que contará com grupos como Madball, Strife, Backtrack e Rise Of The Northstar e que nesta apresentação o bai-xista Miguel, que compôs a primeira formação do grupo, fez participação em boa parte do show. No Can’t Keep Us Down, Gabi comandou a apresentação, chamou o público que já conhece muito bem as letras e refrões de músicas como “Deeper Than That” e “No Foundation” além de um cover do Minor Threat, demolidor. Na sequência tivemos o Minority Of One. A curio-sidade fica por conta do quinteto ter participado do festi-val em 2014 quando ainda eram o Truth Through Fight. Sim, o quinteto do TTF deixou o hardcore mais extremo de lado e assumiu o até então projeto Minority Of One como banda principal. O estilo mudou mas a intensida-de e a mensagem do punk rock melódico atual é a mes-ma do TTF. O vocalista Fede Edge continua voando no palco. Suas expressões faciais é o reflexo do que vemos e ouvimos enquanto o grupo está no palco. O público já vibra com a banda como se esta já fosse veterana no cenário e as músicas do disco Glory Days já estavam na ponta da língua. É o hardcore de Andalucía fazendo história. Quem também repetiu atuação de gala foram os Valencianos do Poder Absoluto. O vocalista Fácil e suas luvas ao melhor estilo Raybeez comandou o público que demonstrou sua força. Em alguns momentos a pista ficou tensa e alguns ânimos exaltados. Como a banda mesmo se define, isso não é Boston ou Nova Iorque, é hardcore feito em Valência e assim apresentaram temas como “Violencia” e “Solución Final” além do hino Poder Absoluto. Somente uma banda como The Flex poderia elevar ainda mais a intensidade que respirava o ambiente, ou seja, a banda ideal para finalizar o set hardcore do festi-val. Os britânicos estremeceram as estruturas do local e o público agradeceu. Quando digo estremeceram, limito a dizer sonoramente, ou seja, vale lembrar que o voca-lista The Boots (seu apelido) é um verdadeiro armário e que passa boa parte da apresentação saltando no palco o que literalmente sentimos o chão tremer. Músicas como “The New Blood” e “Waste My Time” figuraram o set. As

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Minority of One

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fotos tiveram que ser feitas de trás do palco pois era impossível estar junto ao publico du-rante toda a apresentação. Para finalizar a noite e o festival, tive-mos Belgrado. Uma banda local de post-punk ao melhor estilo Bauhaus. Engana-se quem acha que o público foi embora ou que torceu o nariz por fazerem um perfil completamente diferente das demais bandas que por lá pas-saram, guitarras com bastante efeitos de flan-ges, fuzz e echoes para todos os lados, linhas de baixo contínuas, bem marcadas, e uma vi-brante vocalista. Ao final do set, o público pe-diu bis e a banda atendeu. Um final ideal para um fim de semana perfeito. Um festival que não depende de grandes patrocinadores para seguir existindo. Tudo feito na boa vontade e colaboração, bandas que conciliam trabalho com o sonho de transmitir suas mensagens. Um exemplo a ser seguido e que venham muitos outros. C an’t Keep Us Down 2016, iniciamos a contagem regressiva. Até!

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Foto: Divulgação

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É sempre bom e prazeroso encontrar bandas que esbanjam charme e música boa, assim é a Girlie Hell. O quarteto feminino de Goiás é uma das grandes bandas dessa nova safra que vem surgindo no Brasil, mostrando um som diferente, cativante e de muita atitude. Carol Pasquali nos concedeu um bate-papo muito saudável e inteligente onde ela falou dos con-tratempos que uma banda passa e também tudo aquilo que vem colhendo com os traba-lhos feitos. Boa Leitura!

Tudo bem?! Então, uma banda forma-da somente por mulheres, que por si-nal mandam muito bem! Isso gera al-gum preconceito por parte de outras bandas ou a galera sabe respeitar?Carol Pasquali - Opa, tudo ótimo! Então, infelizmente o preconceito e a resistência ainda existem. Estão diminuindo, mas ain-da estão por aí. O que ainda ouvimos muito por aí é “Nossa, eu nem tava botando muita fé numa banda só de mulheres tocando rock e eu fiquei impressionado!”. Por mais que seja uma resposta positiva, ainda existe essa dúvi-da se mulheres “conseguem” tocar rock. Mas nós estamos aqui pra acabar com isso!

A banda vem crescendo de forma real-mente louvável e merecida, recente-mente fora lançado a “bolachinha” Hit and Run, composta por duas músicas, como tem sido a crítica de mídia e pú-blico?A resposta tem sido incrivelmente positiva! O vinil foi uma realização pessoal nossa e só foi possível graças aos amigos, fãs e familiares

Por Leandro Fernandes ([email protected])Fotos: Flávio Monteiro

que ajudaram através de um financiamento coletivo. Como produto da banda em si, ha-via uma dúvida, pois nem sempre um EP é bem-vindo como trabalho, principalmente após um CD ter sido lançado. Mas a crítica tem avaliado bem e entendido o momento de transição que esse compacto representa.

Sobre o “Get Hard!”. O que a banda tem colhido dele até o momento.O “Get Hard!” abriu portas para nós. Roda-mos bastante com o show desse CD, nos levou a incríveis festivais e até abrimos show para as suecas do Crucified Bárbara. Com ele nós conseguimos espalhar nosso som e incentivar algumas meninas a começarem a tocar algum instrumento e montarem uma banda. E essa

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é a nossa maior realização.

Outro ponto interessante que é o estilo que a banda possui. Vocês se definem como?Essa é a pergunta mais difícil de responder. Somos uma grande mistura de influências e isso que nos faz ter um som diferente. Dize-mos que estamos flutuando em algum lugar entre o Rock ‘n’ Roll e o Metal.

As letras da banda consistem em algo mais específico ou as composições se-guem uma linha mais aleatória?Tratamos de experiências e sentimentos que vivemos e sentimos. Não tratamos de um as-sunto específico, mas usamos a música para

descarregar um pouco da energia que acumu-lamos no dia a dia.

Existe previsão ou já estão trabalhan-do para algo novo?Estamos trabalhando em muitas coisas! Te-mos um single (com clipe) pronto para ser lançado no começo desse ano (provavelmen-te após o carnaval), estamos finalizando um DVD acústico e começando as gravações de um novo disco – o qual não sabemos se ainda será lançado em 2015. O ano começou no 12 pra nós!

Sobre contatos com o pessoal gringo, já existe alguma possibilidade de vocês levarem sua música para Europa ou

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até mesmo aqui, para América?Temos tido contato com fãs que compram CD e merchan e pedem por shows, mas ainda não temos nada definido para o exterior.

Sabemos que banda teve uma troca de vocalistas, com essa troca a banda che-gou a mudar um pouco o estilo, postu-ra ou isso não afeta tanto assim?A troca de vocalistas não tem muito a ver com a troca de estilos que, sim, coincidiu com o fato. Na verdade, a troca de estilo tem mais a ver com o amadurecimento da banda e das integrantes, foi uma coisa bem natural. Não houve uma reunião onde dissemos “ok, va-mos mudar disso para aquilo”. Tocávamos um Hard Rock bem farofa e hoje temos um estilo bem mais pesado, com músicas mais trabalhadas e letras mais fortes. Nossa músi-

ca é um reflexo de nós mesmas, e o tempo fez um bem danado pra gente.

Como se encontra a agenda pra 2015?A agenda se encontra cheia de produções e gravações, mas, por enquanto, sem shows. Estamos focadas em terminar todo esse novo material para depois colher os frutos.

Agradecendo pela entrevista, peço que deixem uma mensagem para os leito-res. Muito sucesso!Nós que agradecemos toda a equipe da Rock Meeting! Temos muitas novidades esse ano e as pessoas podem acompanhar tudo em “tem-po real” em nossas redes sociais. Estamos es-palhadas por aí: Twitter, Facebook, Youtube, Instagram, etc. Muito obrigada e continuem com o excelente trabalho! Grande abraço!

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Apresente-se!Olá! Sou Felipe Andreoli, baixista das ban-das Angra, 4Action, Kiko Loureiro Trio e One Arm Away, além de produtor, professor e fo-tógrafo nas horas vagas.

Quem era você no começo da carreira e quem é você hoje?No início era cheio de esperanças, com mui-ta energia e vontade e nem tanta maturidade. Hoje vejo que envelhecer não tem só contras, e me considero uma pessoa e um músico me-lhor.

Já realizou todos os seus sonhos ou ainda falta algum?Ainda tenho muitos, mas já realizei vários. Acho bom quando você vai descobrindo no-vos sonhos ao longo do caminho. Procuro me manter sempre otimista, buscando novos horizontes, e alimentando sonhos cada vez maiores.

Do que você tem medo?De não poder tocar mais.

O que costuma fazer quando não está em turnê?O trabalho, seja com o Angra ou com meus outros projetos, nunca se resume somente ao palco. Na realidade, o volume de trabalho que nós temos além dos shows é enorme. Nos momentos de lazer gosto de passar tempo com minha esposa e amigos, jogar tennis, jo-

gar videogame, coisas assim.Quando era criança o que você dizia que iria ser?Piloto de Fórmula 1!

O que você faria se não fosse músico?Essa é uma pergunta que eu sempre me faço. Tenho muitas áreas de interesse, desde de-sign gráfico até arquitetura, ou mesmo Di-reito, que tenho muito contato por conta da minha esposa, que é advogada. Seria difícil decidir por um caminho!

Qual foi a sua maior realização pes-soal?É uma realização do dia-a-dia, que é viver de música sem precisar sucumbir ao populares-co. Viver uma vida confortável tocando heavy metal no Brasil é realmente um privilégio.

Qual foi o seu pior mo-mento?Os meus piores momentos são

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Fotos: Pei Fon

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aqueles de incerteza, onde não consigo vislum-brar o futuro e fazer planos. Quando tudo fica ne-buloso e você não sabe que rumo as coisas vão tomar. Eu gosto de poder planejar minha vida, de ter pelo menos uma boa ideia do que está por vir.

O que te motiva? Eu sou motivado pela paixão pelo que faço, mas também pela amizade com aqueles com que tra-balho. Uma das grandes conquistas do Angra hoje é ter uma relação interpessoal muito boa, tranquila, onde cada um tem seu espaço e pode exercer a sua individualidade. O resultado disso é uma motivação muito maior pra todos os envol-vidos.

Houve algum momento na sua carreira que você pensou em desistir?Sim, não posso mentir. A carreira de músico pode ser muito ingrata, às vezes, e as mudanças podem ser muito drásticas e rápidas, o que te deixa meio sem chão. Mas se tem um segredo comum ao su-cesso de todos os maiores artistas do mundo, é a persistência. É nisso que eu procuro me apoiar.

Qual são as 5 bandas que você mais gosta? Cite um álbum e fale deles.Pra me ater ao rock...Metallica - O Ride the Lightning teve uma im-portância muito grande na formação da minha personalidade musical na época em que eu o des-cobri, que deve ter sido em torno de 1991. O Cliff Burton continua sendo um dos meus grandes he-róis, e foi o meu maior espelho no início.

Pantera - Mesmo com os dois clássicos anterio-res, o disco que mais me cativou foi o Far Beyond Driven, que soa denso, agressivo, e tem passagens simplesmente geniais. Um dos maiores marcos dentro do estilo, na minha opinião.Tears for Fears - Uma das maiores e melho-

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res bandas pop rock de todos os tempos, com uma discografia genial, da qual destaco Raoul and the Kings of Spain. Infelizmente o públi-co conhece pouco da carreira dessa banda, e não dá o devido valor à genialidade das com-posições e arranjos.Dream Theater - Uma das poucas bandas que tenho a discografia quase completa, e pra mim o melhor disco é o Awake. Eles con-seguiram uma fórmula perfeita entre peso, melodia, clima e virtuosismo. Na verdade eu destrinchei todos os discos até o A Change of Seasons, quando passei a ter interesses dife-rentes e menos tempo disponível.Silverchair - Surgiu como uma quase boy band na época, com uma molecada bem nova que copiava Nirvana e Pearl Jam, mas a evo-lução disco a disco foi assustadora! O penúl-timo, Diorama, é um dos meus favoritos de todos os tempos, e curiosamente é um disco que eu, o Rafael e o Edu ouvimos muito na época da gravação do Temple of Shadows.

Num passado não muito distante você tinha cabelos grandes e hoje adotou pelo curtinho. Cansou ou a praticidade falou mais alto?Queria experimentar ter cabelo curto de novo. Sim, o fator praticidade pesou bastante, mas acho que mais até o visual. Depois de tantos anos de cabelo comprido, bateu uma vontade de dar uma mudada. Gostei do resultado.

Tomar decisões é sempre muito difícil. Em que momento você decidiu deixar o Almah?Essa foi realmente uma decisão muito difícil. Diferente do que foi falado, nada teve a ver com dificuldades de conflito de agenda com o Angra, mas sim com a minha situação com o Edu na época. Foi muito doloroso abrir mão

de tocar com amigos e de deixar pra trás um trabalho para o qual dediquei tanto esforço, tempo, dinheiro e suor, mas foi a opção certa e não me arrependo.

Existe alguma situação que, se pudes-se voltar atrás, você faria diferente? O que seria?Sim, várias. Desde pequenas coisas até de-cisões importantes que tiveram um impacto profundo na minha vida. A parte boa é que essas passagens servem de aprendizado, en-tão não olho pra trás com arrependimento, mas com a sensação de lição aprendida.

De tantos projetos que participa (An-gra, 4action, One Arm Away e agora montando um novo com Alírio Netto) em que momento você é o Felipe An-dreoli sem o baixo?Em todos os outros! (risos) Eu praticamente só pego no instrumento hoje em dia pra tra-balhar, o que já é bastante devido ao volume de coisas que faço. Mas é preciso equilíbrio em tudo na vida, e como marido, filho e ami-go, preciso me dedicar também às pessoas que eu amo, e a mim mesmo.

Todo mundo tem uma mania, qual a sua?São várias, mas nada que seja gritante, eu acho. A mais evidente é que eu não paro de mexer os dedos, fico sempre tocando uma es-cala virtual onde quer que eu esteja. (risos)

Deixa aqui uma mensagem para nos-sos leitores. Muito obrigada!Obrigado a todo o pessoal que acompanha a Rock Meeting, e também à equipe pelo es-paço! Vejo vocês na tour de divulgação do Secret Garden!

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ETHEREAL– Opus Aethereum Marcos Garcia – Metal Samsara

Outro que ouço diariamente e impor-tune meus amigos com compartilhamento do vídeo de “Unholy Ungodly” todos os dias, de tanto que amei a banda! O Ethereal vem de uma escola de Sym-phonic Black Metal mais moderna, cheia de influências do Death Metal e outros estilos mais extremos, algo que realmente assusta o ouvinte de cara. Uns podem ter a reação de ser mais uma banda apenas, mas uma segun-da ouvida no CD, e pronto: você virou fã do quinteto. Me identifiquei muito com esse quinte-to inglês, que tem um trabalho original e fas-cinante. Vocais que oscilam entre o gutural e o rasgado, com alguns inserts de limpos ago-nizantes, riffs de solos precisos e com boas doses de melodia, fora um fantástico traba-lho de baixo e bateria, e teclados que fazem orquestrações maravilhosas. Sinistro, bem feito, melodioso e a cada nova ouvida, uma descoberta fascinante. Um feeling que o Big Daddy aqui sente com ban-das inovadoras e que sabem criar música sem perder a identidade de um gênero. A banda vem da boa e velha Inglaterra,

mãe do Metal e de muita coisa boa, ou seja, podemos aferir que o Ethereal é um herdeiro digno do sangue inglês, honrando toda uma linhagem de monstros sagrados que mostra-ram ao mundo o que aquelas terras poderiam criar. Quando se ouve músicas como a já ci-tada “Unholy Ungodly” (um murro agressivo na cara, com ótimas linhas vocais de Naut, e um trabalho fascinante das guitarras de Iya-an e M-Inanz), “Psalm of the Deceiver” (com um andamento um pouco menos veloz, que prioriza bastante as melodias soturnas das guitarras e o trabalho de baixo de Volf e da bateria insana de Mordrath), “Aethereum” ou mesmo “Waking Death”, fica claro que, com a oportunidade certa, é bom que bandas como Cradle of Filth, Dimmu Borgir e outros gigan-tes se prepararem, pois o quinteto veio com vontade de ser mais um no seleto grupo dos gigantes do Metal extremo. Até agora, o disco só saiu lá fora (é da Candlelight Records), mas vale o investimen-to. Top 10 certo!Contato: Facebook | Reverbnation

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VIOLATOR – “Scenarios of Brutality” Valterlir Mendes – Recife Metal Law/Máquina do Metal Zine

Eu conheci o Violator quando a ban-da estava prestes a lançar seu primeiro EP. Apesar da pouca frequência, ainda se usava as cartas para entrar em contato com as ban-das e adquirir seus materiais. Antes mesmo de “Violent Mosh” chegar em minhas mãos, recebi a notícia de que a banda iria tocar em Recife, num evento realizado pela saudosa Moondo Records. A trilha sonora da viagem, claro, não poderia ser outra: Violator! O tempo passa rápido e aqueles garotos hoje já são adultos, inclusive com um deles sendo pai. Já fizeram diversos lançamentos, tocaram em diversos lugares, inclusive fora do país, mas sempre mantendo a essência do seu início: de fazer um som calcado na ‘velha escola’, mas que carrega consigo uma carac-terística própria e que continua a chamar a atenção de muitos, inclusive influenciando algumas bandas mais novas.

Atualmente a banda, após uma breve parada nas atividades, continua divulgando o seu segundo full lenght, “Scenarios of Bruta-lity”, mais agressivo do que nunca, não só o som, mas, também sua temática lírica. Achei o som desse álbum mais reto do que outro-ra, mas essa banda continua a chamar minha atenção, sua música continua a me agradar de forma incontestável. Por essa e por muitas outras (que o es-paço aqui seria pequeno para relatar) conti-nuo a ouvir o Thrash Metal do Violator, que me faz querer ir entrar numa roda de mosh e gastar todas as minhas energias. E “Scena-rios of Brutality”, para quem entende a evo-lução do Violator durante todos esses anos, é um álbum essencial. Talvez por isso eu tenha adquirido as duas versões: em CD e LP. “The Plague Never Dies!”.

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