revista rock meeting nº 62

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Revista Rock Meeting #62 - Capa: Korzus. Coluna – Doomal | Review | O que estou ouvindo? | Perfil RM com Alírio Netto (Age of Artemis). News – World Metal. Entrevista – Executer | Stomachal Corrision | Redbeer Club | Royal Dogs | Travis Smith. Review – Cannibal Corpse | RM 5 anos. [email protected] | @rockmeeting. Free download - http://bit.ly/RockMeeting62N

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EDITORIAL Outubro foi marcado pelas eleições para cinco cargos públicos no Brasil e o principal de-les: presidência. Houve um segundo turno. Uma enxurrada de opiniões, reportagens, brigas e até amizades desfeitas por conta da sede de mudan-ça de alguns e a defesa da permanência do que já está. O resultado saiu e consigo muitas revela-ções. No domingo, 26 de outubro, saiu o resul-tado de quem havia vencido as eleições para pre-sidente do Brasil. E por trás dos discursos infla-mados pela raiva com a vitória da candidata que não traria à mudança esperada, os músicos ex-pressaram suas opiniões bem típicas do calor das emoções: pregando a divisão no país segundo o percentual dos votos que a candidata à reeleição teve. Ou seja, deveria haver dois brasis. Norte e sul. Muitos postaram sua indignação em suas páginas pessoais na rede social, onde têm milha-res de seguidores. Músicos de referência nacional no meio underground fizeram apologia a esta ati-tude separatista e xenofóbica como se uma região fosse a culpada por não ter a mudança que tanto era gritada pelo país afora. O problema disso tudo é que, no meio de seus seguidores, há pessoas que moram nestas regiões, que lhe admiravam muito, porém toda aquela visão romântica caiu por terra. Vários fãs começaram a tirar cópia das pos-tagens dos seus músicos preferidos e a postaram em grupos ou em suas páginas pessoais denun-ciando à postura daquele que era uma referência. E não foram poucos. Estes músicos fizeram outras postagens alegando que foram mal interpretados, de que há pessoas na família que vieram do Norte ou Nor-deste do Brasil e não era bem isso que gostariam de falar, era sobre a indignação do resultado da eleição. Porém, na maioria dos comentários, a pa-lavra “sustentar vagabundos” estava bem nítida fazendo uma referência de quem ganha as “bolsas tudo” que o Governo Federal oferece, onde boa

Vergonha!parte dela está situada no Norte e Nordeste. Somos nordestinos com muito orgulho! Não nos envergonha em dizer de onde viemos. Num país onde há um abismo social, problemas de várias instâncias, retornar esse discurso separatista no-vamente não é algo novo. Podemos lembrar a você do infame Metal Open Air. Quantos comentários maldosos foram feitos de que “se tivesse sido feito em São Paulo não aconteceria isso. Só poderia ter sido no Nor-deste”? Detalhe, o evento foi feito por um cara de São Paulo e até hoje impune, enganou milhares de pessoas e ninguém sabe onde foi parar o dinheiro arrecadado. E o tal promotor continua livre orga-nizando eventos como se nada tivesse acontecido. E ninguém fala nele, não é? Nesta mesma época surgiu a máxima de que o “no Nordeste se encontra o melhor públi-co do Heavy Metal”. Muitos músicos elogiando a região e seus fãs, de que gostariam de tocar para este mesmo público. Muito embora estes mesmos músicos, que manifestaram a vontade de tocar nesta região, declararam a separação. Infelizmente, os comentários já foram pos-tados e estão circulando para quem quiser ver. Nós só podemos dar uma dica: está indignado com algo e quer externar? Ótimo, você tem todo o direito. Mas quando postar pense, mas pense direitinho no que vai dizer. E lembre-se de arcar com as consequências dele. E não venha com des-culpas esfarrapas que não cola. O Heavy Metal já é visto de modo margi-nal, como diz Paulo Leminski, “à margem da so-ciedade”, mas nesta atitude política, observamos que os oprimidos estavam trocando de papel e sendo os opressores desta vez. Somos contra qualquer movimento sepa-ratista e xenofóbico. Esse fanatismo político re-velou tanta coisa que nós estamos envergonhados com a postura de muitos músicos que admiráva-mos. Sim, no passado! Pois bem, não temos mais nada a falar. Es-tamos envergonhados!

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TABLE OF CONTENTS07 - Coluna - Doomal11 - News - World Metal15 - Entrevista - Redbeer Club19 - Entrevista - Travis Smith22 - Review - Rock Meeting 5 anos28 - Capa - Korzus36 - Entrevista - Executer42 - Entrevista - Royal Dogs48 - Review - Cannibal Corpse54 - Entrevista - Stomachal Corrision60 - Coluna - Perfil RM - Alírio Netto64 - Coluna - O que estou ouvindo?66 - Coluna - Review

Foto

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Direção GeralPei Fon

Revisão Rafael Paolilo

CapaAlcides Burn

Colaboradores Ellen Maris

Jonathas Canuto Leandro Fernandes

Mauricio Melo (Espanha)Pedro Tennax

Rodrigo Bueno Sandro Pessoa

[email protected]

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Por Sandro Pessoa(Sunset Metal Press & União Doom BR)

DESOLAÇÃO MUSICAL: ENTREVISTA COM MORTIFERIKOriginada em Campos dos Goytacazes,

interior do Rio de Janeiro, o Morti-ferik é um projeto “One Man Band”

idealizado por Anderson Morphis. Sua músi-ca é basicamente Doom Metal com fortes in-fluências de Black Metal com uma carga ab-surdamente pesada de morbidez. Apesar de projetos como estes se resumirem a somen-te gravações em estúdio, o Mortiferik vem se destacando pela presença em festivais do gênero, desmitificando a ideia de que em um show somente o formato tradicional de banda possa funcionar. É um som bastante distin-to, feito para um grupo específico de fãs que

possuem afinidade com temas relacionados a uma atmosfera sombria de tristeza e solidão. A fim de compreender um pouco mais a res-peito da proposta da banda, segue uma entre-vista expondo opiniões importantes a respei-to do projeto e do cenário que o envolve.

Como surgiu a idéia de criar o Mortife-rik? Desde o início sempre foi somen-te você ou teve a participação de mais pessoas? A Mortiferik foi fundada para a libertação ao desabafar minhas ideias lentas e depressivas, surgindo a partir do momento de uma ex-trema necessidade em trilhar meu caminho solitário. Trabalho este que surgiu em para-

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lelo com a minha primeira banda chamada Carnage (Death Doom Metal - Campos dos Goytacazes-RJ), sendo nesta composta por ideias em conjunto. Por causa deste espírito de equipe, muita coisa de minha parte fica-va guardada e muitas vezes esquecida, sendo assim a Mortiferik veio para abrir todas as

jaulas e libertar as criaturas para o mundo. Surgiu para a minha liberdade musical que tanto prezo até os dias atuais. Meu primeiro trabalho fiz todas as composições, atuando na gravação de vocais, baixo e guitarra. Alguns amigos auxiliaram-me, sendo um baterista que fez o acompanhamento e o próprio pro-dutor que apresentou ideias de teclado, pois não tinha noção deste instrumento na época. A partir do segundo registro todos os instru-mentos foram criados por mim.

No Brasil o formato “one man band” ainda é pouco explorado, você tem difi-culdades em relação a isto? Como o pú-blico e os produtores de evento reagem ao seu trabalho? Está sendo gratificante tudo que vem ocor-rendo com a Mortiferik! Vejo que pouco a pouco as pessoas estão compreendendo como funciona este trabalho ao vivo. Não ve-nho tendo dificuldades, muito pelo contrário, muitas portas estão sendo abertas junto aos Guerreiros da Cena. Inicialmente todos ficam curiosos em saber como funciona e o que vai acontecer quando começo a apresentar-me, é a partir daí que acontece a entrega mútua. Viajo em meus pensamentos através de mi-nhas criaturas, captando as energias daque-les que estão presentes nesta nova dimensão. É maravilhoso presenciar todos os aconteci-mentos! Aproveitando todas as oportunida-des para disseminar o meu trabalho no cená-rio underground.

Em relação as composições você é res-ponsável por todos os instrumentos ou

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existe o auxílio de outros músicos, seja em ideias ou somente gravação? Sim, sou responsável por todos os instrumen-tos, sendo que bateria eu utilizo a eletrônica de meu próprio teclado, além de contrabaixo e efeitos. Junto a programação feita por mim, acompanho com vocalizações e guitarra. Con-forme comentado anteriormente, somente o primeiro trabalho (intitulado Memory- 1998) que foi, até o momento, o único registro com apoio de um baterista e tecladista nas grava-ções.

Se para um a banda com mais pessoas

já é complicado lidar com tantos ins-trumentos, cabos e outros periféricos, como é para você lidar com toda esta aparelhagem? Você poderia dizer qual é o seu equipamento? Pode parecer complicado mas, na verdade, é mais tranquilo do que uma banda com vá-rios integrantes. Eu estou acostumado pois há alguns anos que venho fazendo experi-mentalismos e buscando evolu-ção sonora nesta modalidade. Eu utilizo o teclado Yamaha

PSR-740 onde possui entrada para disquete

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com gravação midi, sendo que esta pode ser gravada e executada em vários canais. Toco com uma guitarra Washburn modelo Dime e tenhos dois pedais, um de distorção e outro de ganho, ambos da marca ANTUNES, que é fabricação artesanal do meu amigo Elvis.

Como você enxerga o cenário Doom Metal em nosso país? Existe algo que o incomoda em relação a atual situação? Existem ótimas bandas Doom Metal em nos-so País e isso é um grande orgulho. Apesar de ser um estilo muito restrito, vem tendo muita aceitação e cresce aos poucos em nosso movi-mento. O que incomoda e que tenho observa-do geralmente é o intenso pessimismo de que o Doom Metal não possui força e é tratado com indiferença. Eu não concordo com isso! Penso exatamente o contrário, a força que o estilo possui tem totais condições de fortale-cimento.

Quais bandas nacionais e internacio-nais servem de inspiração ao Mortife-rik? Bandas nacionais como Serpent Rise e Asara-del são as minhas favoritas e tem inspirado--me bastante. Das internacionais tenho feito muitas audições da Evoken e Empyrium.

Foi divulgado que você será um dos participantes da nova compilação da União Doom Brasil, a Doomed Sere-nades Vol.2. Qual a importância disto

para você? Fico muito satisfeito de estar presente nesta coletânea junto as demais bandas que tanto admiro. Trata-se de um acontecimento mui-to importante para mim e que, com certeza, ficará registrado na história do Doom Metal Nacional. Fazer parte desta história é muito gratificante!

Foi uma grande satisfação realizar este bate papo contigo e peço que deixe suas considerações finais.Agradeço demais pela oportunidade desta entrevista e desejo que o nosso Movimento Doom Metal seja cada dia mais fortalecido. Eu farei a minha parte e lutarei incansavel-mente para que a sonoridade possa envolver a todos, com o mais forte de todos os senti-mentos musicais. Força e Honra ao Doom Metal!

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homenagem ao futebol

Os “Thrash Demons” da Jack-devil presentearam os fãs ma-ranhenses de metal e futebol com uma inusitada versão do hino de um time local. O ho-menageado foi o tradicional time Sampaio Correa Futebol Clube. Toda a produção do ví-deo foi feita pelos próprios membros da banda. O hino foi transformado em uma versão arranjada por Ric Mukura (gui-tarra) e Renato Speedwolf (baixo). Gravação e mixagem do áudio pelo baterista Filipe Stress e a produção de vídeo pelo guitarrista/vocalista, André Nadler. Confira o vídeo AQUI.

20 ANOS

No ano em que completam 20 anos de banda, os paraenses do Mitra lançaram um mate-rial especial para celebrar essas duas décadas de metal. A banda surgiu em 1994 e desde então vem colecionando sucessos. O novo ál-bum intitulado “Enigma” foi lançado na Eu-ropa pelo selo Metal Soldier Records.

Show na íntegra

A banda Hicsos disponibilizou em seu canal no Youtube um show completo. A apresen-tação foi realizada no evento carioca Metal Destroyer, no Planet Music. A gravação do evento ficou por conta da produtora Destro-yer. Assita o show AQUI.

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Teaser dvd

As lendas vivas do Ra-tos de Porão lança-ram um teaser do seu DVD, “30 Anos Cruci-ficados Pelo Sistema”, um show gravado no Circo Voador. Além do show na integra, o DVD ainda conta com um documentário sobre o álbum e a cena punk desde o inicio da ban-da. A formação do show é João Gordo (vocal), Mingau (guitarra), Jabá (baixo) e Jão (bateria). Assista um pouco do que está por vir. AQUI.

Novo clipe

A tradicional banda gaucha CxFxC lançou seu novo clipe, com a música “Seja a Cena”. O vídeo foi produzido pela produtora Chama Vídeo Independente e tem como foco princi-pal mostrar a luta da vida de uma banda un-derground, apresentando imagens da banda tocando e em outros momentos fora dos pal-cos. Assista agora AQUI.

“Believer”

A banda Almah disponibilizou no Youtube o novo clipe da música “Believer”, que faz parte do álbum “Unfold”. As filmagens foram rea-lizadas em diversos shows da banda na turnê de promoção do álbum, Unfold World Tour 2014. O clipe foi produzido em parceria com a Under Control Filmes, que já trabalhou em outros vídeos com a banda. Confira o clipe AQUI.

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Novo álbum

Os Hard Rockers da Púrpura Ink chegam mostrando que o Mara-nhão tem de tudo para ser um novo expoente do estilo no Brasil. A ban-da formada por Márcio Glam Vianna (Guitarra) Eraldo Junior (Vocal), Chris Weisen (guitarra), Seth Bass (baixo) e De-rick (bateria) tem pre-visão de lançamento do primeiro álbum em janeiro de 2015. Até lá, a banda disponibilizou a música “Kate” em seu perfil no SoundCloud. Escute já e divulgue para os amigos. AQUI.

Para download

Os paulistanos do Carro Bomba presen-tearam seus fãs com três músicas disponíveis para download grátis em seu site oficial. As músicas fazem parte do novo álbum, “Pragas Urbanas”. As faixas disponibilizadas foram “Máquina”, “Arrastando Correntes” e a faixa título “Pragas Urbanas”. Para fazer o down-load acesse: http://carrobombaoficial.com.br

“Blood Of lions”

A banda gaúcha Krisiun lançou no YouTube um clipe da faixa “ Blood Of Lions” do álbum de 2011, “The Great Execution”. O vídeo foi lançado pela gravadora Century Media Re-cords. A banda está em turnê e vai passar pelo Japão, Nova Zelândia, Austrália e Emi-rados Árabes Unidos. E retorna ao Brasil para duas datas do Norte. Assista agora o clipe de “Blood of Lions” AQUI.

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Lyric video

O super grupo alemão Panzer, forma-do por Schmier (Destruction) Herman Frank (Accept) e o baterista Stefan Sch-warzmann (Accept, ex-Running Wild) anunciou o lançamento do seu primeiro álbum, “Send Them All To Hell”, no dia 28 de novembro pela gravadora Nuclear Blast. Além do Lyric vídeo, a banda dis-ponibilizou o track list do álbum. Veja o vídeo AQUI.

Track- list01. Death Knell02. Hail And Kill03. Temple Of Doom 04. Panzer

Aplicativo para celular

Os usuários de aparelhos Apple agora poderão baixar uma versão do jogo “Rock Science” da banda Soulfy. O aplicativo é parte integrante da série “The Rock Game of the Century” que já conta com nomes como Motorhead. O jogo é uma disputa on-line de perguntas e res-postas onde os fãs testam seus conhecimen-tos sobre suas bandas preferidas. Ainda não há previsão de lançamento para uma versão compatível com aparelhos Android.

CSI

Para você que é fã da série americana de in-vestigação criminal, pode agora contar com a composição de nada mais, nada menos que Tommy Iommi. Convenhamos, só vai engrandecer o seriado. Segundo o próprio guitarrista que “foi perguntado se ele se inte-ressaria, então fez algo que soou legal. Não é muito longa, mas era um trabalho diferente”. Agora é só conferir. A série retorna no dia 6 de novembro nos EUA.

05. Freakshow06. Mr. Nobrain07. Why?08. Virtual Collision09. Roll The Dice10. Bleed For Your Sins

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“Somos uma banda de Heavy Metal com muita influência de Hard Rock”

Por Pedro Tennax ([email protected])Fotos: Banda/ Divulgação

Antes de começarmos, nos conte um pouco a história da Redbeer Club.A banda começou, basicamente, como mui-tas bandas começam: gostávamos de ouvir as mesmas coisas, queríamos montar uma ban-da pra tocar covers dessas bandas que nos influenciavam e por aí vai. Tínhamos uma banda chamada G.R.A.B, que foi a banda res-ponsável por me aproximar do Raul Campos, ex-baterista. E foi daí que começou tudo. Eu, Gabriel e Raul, nos juntamos com Marcelo Rocha e Bolha para formarmos a Antiga Hel-ride e, posteriormente, Redbeer Club. Hoje temos o prazer de tocar com o Pedro Gore no Baixo e com o Rafael Goes na guitarra.

A banda lança seu primeiro álbum em uma boa fase para o Rock maranhen-se. Como vocês enxergam o cenário do Maranhão atualmente em relação ao que existia no início da banda?O cenário é muito favorável em comparação ao de 5 anos atrás. Na época, ainda não tínha-mos tantas bandas que haviam tocado fora, recebendo muitas referências em revistas especializadas, que desbravavam o nordeste ou outras cidades em outros estados e afins. Hoje, o público está muito suscetível a ou-vir novas bandas, apoiando elas, muito mais pessoas estão indo aos shows, tudo ficou mais forte em comparação ha 5 anos.

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Estamos gostando do feedback em re-lação ao lançamento do álbum.

Antes a Redbeer Club se chamava Hel-lride. Essa mudança de nome tem al-guma relação com o desenvolvimento musical da banda?Na verdade, mudamos porque já existiam bandas com esse nome. Tínhamos pensado em vários outros nomes, mas gostávamos de como soava bem a palavra “Red”. De come-ço, lembro-me que ficou Redbeer. Mas já tí-nhamos visto uma cerveja com esse nome, aí acrescentamos o Club como uma palavra que simbolizava “união”. Daí saiu Redbeer Club. Ah, e uma curiosidade: temos uma menção ao nome da banda na música “Rock is all around”. Ela se refere a um bar fictício, ou um lugar que gostamos de ir para contar nossos problemas, nos distrair, conversar e beber.

Uma característica marcante na Re-dbeer Club são as composições sofis-ticadas e bem trabalhadas. A proposta da banda é fazer mesmo um som mais elaborado ou isso acabou acontecendo naturalmente?Esse é um assunto discutido até por nós, in-tegrantes (risos). No começo, a “técnica” saiu de uma forma bem natural pra falar a verda-de. Na hora das composições, no desenvolvi-mento da música, percebíamos que, aos pou-cos, estávamos colocando elementos que com o tempo se tornariam características marcan-tes no estilo da banda. Hoje já é uma particu-laridade que não pode ser esquecida. Então, voltando a pergunta, a proposta da banda sempre foi tocar algo que mesclas-se o Hard Rock com o Heavy Metal. Acredito que estamos fazendo algo bem interessante, e empolgante. Gostamos do que fizemos nas primeiras 7 músicas, e acrescentamos algu-

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mas coisas mais interessantes nas novas.

No álbum podemos perceber uma série de influências e estilos diferentes. Des-de elementos modernos do Melodic Rock, um toque do AOR dos anos 80 e uma pegada bem Heavy Metal. Quais as principais influências em sua músi-ca e como a banda define seu som?As nossas principais influências percorrem do Rock Clássico ao Heavy Metal. Bandas como: Black Sabbath, Ozzy, Dio, Whitesnake, Eclipse, Yngwie Malmsteen, Dream Thea-ter, Jeff Scott Soto, Danger Danger, Mr.Big. Todas essas fazem parte do nosso “arsenal” quando precisamos usá-los para compor. E definimos o estilo como Heavy Metal. Não é o tradicional, mas temos muitas influências. Então, se formos colocar no papel, somos uma banda de Heavy Metal com muita in-fluência de Hard Rock AOR.

Essa mistura de elementos e estilos também podemos perceber na faixa “It’s Just Rock And Roll”, que apresen-ta um solo com um estilo marcante de

Blues e Jazz. Isso. Gabriel Hiena tem muita influência de Jazz. Seria um pecado pra ele, naquele seg-mento da música, não poder usar um pouco da sua influência (risos). Eu, particularmen-te, já acho isso legal. Não comprometeu a es-trutura da música. Ao meu ver, só acrescen-tou.

Falando um pouco sobre o cenário nacional . Você acredita que ainda há muito preconceito e desvalorização das bandas novas ou sente que existe uma receptividade melhor pelo públi-co?Acho que é um pouco dos dois. É lógico que bandas que já possuem um certo respaldo tem mais espaço, mas acredito que o publico ajudou, e muito, pra não deixar essa diferen-ça de “banda nova e velha” ser tão drástica. Devemos muito isso à internet, também. O lançamento de um CD, hoje, pode ser feito digitalmente pelo Soundcloud, Youtube, e vá-rios outros meios que nos ajudam a difundir essa informação de forma rápida e precisa. Agora, vai um pouco além disso, ainda te-

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mos pensamentos como: “Essa banda é nova, logo, não é tão profissional quanto aquela que possui mais estrada”. O preconceito ain-da existe, principalmente de produtores, mas como disse, a internet e o público ajudam a não deixarem essa diferença tão gritante. E lógico, a banda também precisa mostrar que merece respeito, começando em cima do pal-co. Se ela faz um show bom, isso resultará em fãs e respeito dos produtores.

Uma das questões polêmicas no cená-rio atual é a eterna disputa entre som autoral e covers. Muitos ignoram ban-das covers e outros acabam investindo nesse lado para conquistar um bom público. Como você enxerga essa situa-ção?Eu acredito que as bandas autorais procu-ram ganhar reconhecimento com suas mú-sicas. As bandas covers, já começam, talvez, com um pé a frente. A questão é que, no fim, todas estão buscando o seu espaço, só que o caminho trilhado é diferente. Eu não tenho preconceito com bandas covers, e acho que cada um tem um objetivo quando monta a sua banda. Mas eu acho que quando você tem uma banda autoral, o trabalho, talvez, seja maior pra se manter. A banda precisa com-por, e tem que ser algo de agrado pra aqueles que tocam e os que escutam. Então, ter banda cover pode resultar em um caminho mais rá-pido, mas não é, talvez, o mais prazeroso.

Para muitos o Hard n’ Heavy brasilei-ro enfraqueceu e acabou porém, nos últimos anos, vemos bandas com óti-mos trabalhos surgindo como as ma-ranhenses Fúria Louca e Purpura Ink.

Você acha que a Redbeer Club surge como um revival desse estilo no Brasil?Ficaria muito feliz em saber que somos vistos como uma banda que faz menção ao Heavy Metal. Trabalhamos duro para isso. E assim, acho que as três bandas se distinguem em peculiaridades, mas se assemelham na es-sência. A Fúria Louca é uma notória banda daqui, com muita qualidade na sua proposta de som. A Purpura Ink não está abaixo disso. Ambas tem muita qualidade em suas compo-sições. Buscamos compor a partir do que nos influenciam. Conseguimos conquistar muitos fãs com a nossa proposta, sem fugir da pre-missa de tocar o nosso Heavy Metal. Acredito que estamos juntos nessa.

A banda já pensa na produção de um segundo álbum?Sim. Na verdade, estamos em processo de composição. Ainda não decidimos se serão 10 ou 12 músicas, mas estamos trabalhando para que até o próximo ano tudo já esteja pronto e que já tenhamos feito o lançamento até o momento. Estamos ansiosos para que tudo ocorra bem e no tempo certo. E só um aden-do, esse novo álbum, será o álbum que marca a entrada do novo baterista, e estamos ansio-sos para mostrar pra vocês como estamos nos dando bem com essa nova peça chave.

Obrigado pela entrevista. Deixe um re-cado para os leitores da Rock Meeting e o publico maranhense. Queria agradecer a oportunidade por essa en-trevista e dizer que sempre que vocês preci-sarem estamos a disposição. Não deixem de visitar as nossas páginas virtuais: Facebook | SoundCloud. Obrigado a todos. Stay Beer!

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“Nunca julgue um livro pela capa”Por Rodrigo Bueno ([email protected])Tradução - Jonas SutareliFotos: Divulgação

Quem nunca ouviu aquela máxima: “Nunca julgue um livro pela capa”?. Diferentemente de outros tempos,

as capas dos álbuns tentam nos passar o con-teúdo contido naquele material e este artista foi um dos responsáveis por essa nova abor-dagem. Com trabalhos reconhecidos pelas bandas, Death, Katatonia, Opeth, Bloodbath, Overkill e muitos outros, resolvi entrar em contato para saber mais a respeito dele e de suas criações. Sempre gentil e solícito, nos atendeu e respondeu na medida do possível, devido ao grande número de “deadlines” de entrega das artes.

Certamente, o seu interesse por músi-ca deve ter começado na adolescência. Qual foi o primeiro álbum que você comprou e o primeiro show que você assistiu?Provavelmente foi muito antes da adolescên-cia. Eu acho que comprei meus primeiros dis-cos de verdade quando eu tinha 7 anos (Tri-

lha Sonora do Star Wars e o KISS Alive II), e meu primeiro show foi do KISS (Dynasty Tour 1979).

Quais são suas maiores influências?Dave McKean, Mike Clift, Hugh Syme, Derek Riggs.

Quais são suas ferramentas de traba-lho?Qualquer coisa necessária para capturar, criar ou, caso contrário, converter a imagem. Em geral são programas de manipulação de fotografias e imagens, e alguma pintura.

Além da tradicional manipulação di-gital de fotos você também tira suas próprias fotografias. Como isso tudo começou? Por causa das buscas infin-dáveis nos bancos de imagem ou desde o início você já tirava suas próprias fo-tos para um possível uso futuro?Bem, eu quase nunca pesquiso em bancos

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de imagem. Tento evitá-los o máximo possí-vel, a menos que eu precise usar algo que eu não possa fazer (como uma foto da terra ou um elemento de outro país) – ou, alternati-vamente, se não for algo realista, eu normal-mente tento criar algo.

É possível que, algum dia, nós mortais, teremos acesso ao seu banco de ima-gens?Eu não sei. Eu já vi pessoas com bancos de imagem muito melhores que o meu pra mos-trar. O meu são mais coisas padrão, elemen-tos raw que eu fotografo para colocar nas ar-tes.

Você já começou a fazer um trabalho com uma ideia bem específica em men-te e terminou fazendo algo totalmente diferente?Sim, a maioria das vezes com todos os tra-balhos (risos). Eles acabam se tornando um pouco diferente do que eu tinha em mente inicialmente, por uma razão ou outra, que é algo que ocorre naturalmente ou por causa de outras mudanças.

Além de um bom briefing, o que mais é necessário para que seja feito um gran-de trabalho.Principalmente, boa inspiração e tempo para que seja feito da maneira ideal.

Já houve algum trabalho que você qui-sesse fazer mudanças, mas o cliente decidiu deixar da maneira que estava?Sim, teve alguns desse jeito. É a natureza da fera. Ultimamente meu trabalho é realizar a visão de outra pessoa, e não necessariamente a minha como prioridade. Algumas são bem pequenas mas outras tiveram um resultado

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no trabalho que eu não gostei tanto assim.Na sua opinião, qual dos seus traba-lhos te representa melhor?Há um pequeno grupo de peças que variam um pouco em estilo, que eu acho quando co-locadas todas juntas me representam muito bem. As capas do Ghost Reveries e Herita-ge do Opeth, Dead End Kings e Night Is The New Day (versão 2011) da Katatonia, a capa que foi refeita pro The Sound of Perseveran-ce da Death. Bloodbath over Bloodstock do Blootbath, Nightmare do Avenged Sevenfold e The Beginning of Times do Amporphis.

Que tipo de música você tem ouvido ul-timamente?Muitas coisas diferentes, na verdade. O novo Casualtties of Cool (Devin Townsend) está entre os meus ábuns favoritos há muito tem-po. Muitas trilhas sonoras recentemente. Fil-mes e de alguns jogos de video game (Os Sus-peitos, Voo United 93, The Last of Us), mas também uma mistura de coisas que eu tenho como “música para trabalhar” no computa-dor e deixo tocando aleatoriamente. Alguns outros que tenho ouvido recentemente inclu-vem Fair To Midland, In This Moment, Kata-tonia, e o novo Lunatic Soul.

Obrigado pro sua entrevista, Travis. Eu deixo este espaço aberto para suas últimas palavras.Muito obrigado pela oportunidade e por seu interesse no meu trabalho!

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5 anos 1 sentimento

Texto e fotos - Pei Fon (@poifang | [email protected])

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5 anos 1 sentimento

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Não muito distante do objetivo, o aniversário da Rock Mee-ting levou centenas de pessoas para a Praça Marcílio Dias, em Maceió.

Pelo segundo ano seguido, com a proposta do “open air”, a Rock Meeting realizou seu aniversário em praça pública, no último dia 18 de outubro. A celebração contou com a participação de ban-das locais e bandas de outras cidades do Nordeste. Sob muitos olhares, a opinião das bandas era a mesma: im-pressionante. A galera atendeu ao chamado e compareceu à praça e fizeram uma linda festa para quem quisesse ver. Tudo isso na maior tranquilidade e sem qualquer problema. SHOW O tempo estava firme, não choveu e favoreceu bastante o sá-bado de apresentações na Praça Marcílio Dias, em Maceió. Partici-param da comemoração as bandas alagoanas Abismo e Autopse, os pernambucanos do Hate Embrace e, vindo do Rio Grande do Norte, o quinteto do Expose Your Hate. Quem iniciou o show foi a galera do Abismo que trouxe músi-cas novas e fazendo o lançamento de algumas delas. A banda come-çou com músicas de “ninar”, chamando o povo todo para banguear junto com eles com os cuidados do vocalista Allan Nogueira.

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Dani Serafim, vocalista da banda alagoana Autopse

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LuzDeth, vocalista do Expose Your Hate

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Logo em seguida veio a Autopse, liderada pela vocalista Dani Sera-fim. A moça com a carinha de anjo berrava feito homem. A Praça já estava tomada e a galera levantou poeira, literalmente. Com músicas próprias e novas, além de alguns covers do Sepultura e Cavalera Conspiracy, a banda encerrou a sua apresentação em grande estilo. A praça estava lotada quando o Expose Your Hate subiu ao palco. Esperados naquela noite, o quinteto não decepcionou. Fúria e velocidade eram vistos na performance dos caras. Pela primeira vez em Maceió, a banda correspendeu a expectativa e fez um apanhado de seus dois álbuns incluindo o mais recente “Indoctrination of Hate”, lançado este ano. Para o baixista Cláudio Slayer, a sensação foi extrema, única e para-benizou o público pela troca de feelings: “Só temos a agradecer ao público que compareceu ao evento, nesta nossa primeira passagem por Maceió. Foi lindo ver lá do palco o que estava acontecendo. E saudações a Rock Meeting e toda a sua organização. Vida longa!”, acrescentou. Fechando o aniversário com chave de ouro, os pernambucanos do Hate Embrace, também pela primeira vez em Maceió, fizeram um show matador e veloz. Liderados por George Queiroz, a banda não decepcionou e tocaram músicas do seu mais recente álbum, “Sertão Saga”. E fica o aviso: ano que vem tem mais!

Apresentação da banda pernambucana Hate Embrace

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“(Legion)É uma homenagem a toda essa galera que nos faz seguir em frente”

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“(Legion)É uma homenagem a toda essa galera que nos faz seguir em frente”

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A banda destaque do mês dispensa qualquer apresentação! Korzus já é uma banda trintona, com muita his-

tória e que agora conta com um novo álbum. “Legion” vem aí para puxar você pe-las orelhas e te fazer lembrar que aqui tem Thrash Metal de qualidade. Sem perder a es-sência, a banda lança um ótimo sucessor para “Discipline of Hate”, muito aclamado pelo público, mídia e ouvidos bem apurados. Sem muita firula, conversamos com Marcelo Pompeu e Antonio Araújo. Assunto? Legion e o futuro, é claro! Não perca uma li-nha sequer.

Primeiro de tudo, apresentem o “Le-gion” para nós.Marcelo Pompeu - “Legion” é um disco rá-pido e agressivo. Exatamente como tem que ser nosso som – Thrash Metal Old School, thrash das véias.Antonio Araújo - A legião dos headban-gers... A legião mais foda que já conhecemos e que temos o maior orgulho de fazer parte. O nome desse disco é uma homenagem a toda essa galera que nos faz seguir em frente. Além de ter também um viés político. Falar da legião dos injustiçados pela roubalheira e descaramento na política em nosso país. As músicas são o que se deve esperar do Korzus. Porrada e mais porrada. Mantendo a tradição de transformar o sentimento do ódio em mú-sica.

Por Pei Fon e Leandro Fernandes ([email protected])Fotos: Pei Fon

“Legion” estava sendo muito espera-do pelos fãs e também pela mídia. Esse clima de euforia e curiosidade causa ansiedade na banda com relação ao lançamento?Pompeu - Não, para nós isso é normal. Aqui existem os ansiosos e os calmos. Então um vai controlando o outro.Antonio - Certamente rola uma ansiedade. Aquela curiosidade de saber o que vão pen-sar quando ouvir suas músicas! A gente passa tanto tempo num processo de composição e produção de um disco que, às vezes fica, meio confuso até pra nós mesmos se o trampo tá bom o suficiente. Sempre acreditei muito nesse disco. E a resposta tem sido ótima!

“Discipline of Hate” merecidamen-te foi bastante aclamado e muito bem aceito, o novo registro consiste com a mesma pegada ou procuraram incre-mentar mais ainda o som?Pompeu - Sempre queremos dar um toque especial na sonoridade da banda, sem perder os princípios e o estilo do KorzusAntonio - Creio que o Legion é uma conti-nuação natural do Discipline. Tem alguns ele-mentos novos que naturalmente incorpora-mos em nosso processo de composição. Essa formação é talvez a mais longínqua da história da banda. A primeira vez que o Korzus lança dois discos seguidos com a mesma formação. E esse entrosamento certamente se reflete no

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som e nas ideias.

A música “Bleeding Pride” fora revela-da pra galera ter noção do que está por vir. Como foi a resposta do público?Pompeu - Está muito boa! Quem ouve gos-ta. Para nós, é motivo de felicidade!Antonio – “Bleeding Pride” foi escolha da nossa gravadora, AFM Records, para ser o primeiro lyric vídeo divulgado em seu You-Tube oficial. A resposta tem sido fantástica. Em dois dias o vídeo passou de dez mil visua-lizações. E só ouvimos comentários positivos. A música é porrada do começo ao fim! Assim como um bom Thrash deve ser.

A letra da música “Bleeding Pride” re-lata sobre os conflitos na Síria. As ou-tras músicas seguem a mesma propos-ta em abordar fatos que ocorrem no mundo?Pompeu - O Korzus é música de protesto!Antonio - Existem muitos temas diferentes abordados em nossas letras, já que não tra-balhamos com um tema único para o disco. Muitas são inspiradas em fatos reais e outras em histórias de vida, lições e frustrações.

Existe algum personagem por trás do “Legion” ou é uma porrada para todo mundo?Pompeu - É uma visão pessimista do futuro humano. Então é pra todos pensarem. Aliás, todo mundo faz alerta daqui e dali e todos estão ligados, só que atitude mesmo vem de poucos.

Antonio - A letra da música “Legion” tem um viés político. Fala da merda que somos obrigados a engolir como sociedade na qual estamos enterrados até o pescoço. Do ódio e da frustração de se perceber no meio dessa máquina corruptora que se tornou o mundo. Também tivemos a ideia de homenagear sem-pre a nossa legião. A legião do metal. Irmãos de toda a parte do mundo unidos por esse som que é o que amamos fazer. Mas não exis-te um personagem de fato por trás do nome.

A banda já vai cair na estrada para di-vulgação do novo álbum. O que já pode nos adiantar?Pompeu – Esperamos q nossos fãs gostem do que estamos preparando para nova tour e que possa ser tão foda como foi a do “Disci-pline of Hate”. Antonio - Após o show oficial de lançamen-to do disco, no Espaço das Américas, em São Paulo, no dia 22/11, está oficialmente aber-ta a temporada de shows do novo disco. Aí vamos começar a tocar mais músicas dele ao vivo, testando e reconhecendo quais vão funcionar melhor. Também buscar variar um pouco mais o nosso repertório de músicas antigas. Tem muita coisa boa pra tocar! Pro-dutores interessados devem mandar e-mail para [email protected]!

Vocês tocaram no 1° Metal Manifest em setembro. E agora vão tocar no Metal All Stars. Como surgiu o convite e o que estão preparando para o show?Pompeu - Bom, o Manifest era um lance de

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fazer o primeiro show junto com o Top Link e que ocasionalmente foi também com nossos amigos Silvano e Luizão, os donos do Mani-festo Bar, e com o Krisiun e o Cavalera. En-tão foi bem foda esse evento, tudo de bom! O “Metal All Star” surgiu pela Damaris e o Baffo Neto que intermediaram a contratação e tam-bém foram os primeiros a manifestar interes-se pelo show de lançamento do “Legion”.Antonio - O Metal Manifest foi um convite que partiu do pessoal do Manifesto Bar, para participarmos da comemoração do aniversá-rio deles, num show no HSBC com os irmãos do Krisiun e com o Cavalera Conspiracy! Foi foda esse evento! Casa lotada prestigiando um dia de festa do metal brasileiro. No Metal Allstars, a produção do evento veio nos pro-curar e averiguar o possível interesse em lan-çarmos o nosso novo disco por lá. Foi uma via de duas mãos. Agregamos um lançamento ao evento,e tivemos a oportunidade de inaugu-rar a nova tour em um evento de grande porte na cidade de São Paulo.

Top 5. Quais as cinco músicas do Korzus que não podem faltar nos sho-ws? Comente sobre elas.Pompeu – “Guillty Silence” - porque já fa-zem duas tours ou aproximadamente uns 15 anos que ela abre os shows da banda. “Cor-reria” - porque é uma música que é unânime pelos fãs. “Raise Your Soul” - porque também a galera gosta muito e cantam os refrãos en-louquecidos. “Agony” - retrata uma época gloriosa da banda. “Guerreiros do Metal” - tem, na letra, a essência do metal.

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Antonio – Vamos lá.1 – Guerreiros do Metal – Essa música é sim-plesmente a síntese do espírito que a banda carrega e tem como filosofia principal. Lutar incansavelmente pela cena do metal em nos-so país. 2 – Guilty Silence – A faixa de abertura do Ties of Blood. Música que sempre funciona muito bem ao vivo, principalmente para abrir nossos shows.3 – Agony – Faixa de abertura do disco Mass Illusion. Outra que marcou muito a carreira da banda e tem sempre uma grande aceitação dos nossos fãs. 4 – Internally – Outra faixa importante de um disco importante na carreira da banda, o KZS. Curto pra caralho tocar essa música!5 – Truth – O single do Discipline of Hate que rendeu o nosso vídeo mais visualizado até hoje (mais de 420mil views no YouTube).

Por fim, o que ainda podemos esperar do Korzus em 2014. Sucesso e espera-mos vê-los em breve. Pompeu – Final de uma tour e já começa ou-tra com muita dedicação a nossa cena. Muito obrigado! Antonio - Estamos trabalhando agora na di-vulgação do Legion e fazendo planos para um novo vídeoclipe! Muita estrada pela frente, muitas histórias para trás. Metal correndo no sangue sempre com muita verdade e honesti-dade. Seguimos fazendo o que amamos, doa a quem doer. Lutamos pelo metal!

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Por Pei Fon (@poifang | [email protected])Fotos: Assessoria/ Divulgação

É sempre de grande valia falar das ban-das e suas histórias. Contar suas tra-jetórias, ou melhor, permitir que os

próprios integrantes conte o caminho que fi-zeram até o momento. Mudanças, percalços, glórias. De tudo um pouco você vai encontrar nesta super entrevista. Em meio ao “Executer Fest”, o bate-rista Marcelo Béba Cruz tirou um tempinho para nós e respondeu nossas perguntas de forma bem-humorada e com muitas revela-ções. Tá curioso? Deleite-se!

25 anos. História. Como vocês podem contar a trajetória do Executer na cena underground brasileira?Agora já são 27 (risos). Mas a própria história da banda conta nossa trajetória. São 27 anos fazendo o que gostamos, sem inventar, mas progredindo conforme o tempo nos favorece. Todo esse tempo trabalhando entre amigos fazendo som pra amigos. Isso é o mais impor-tante pra nós. É o que nos realiza.

Diante das modificações que a banda já passou, até mesmo por um hiato de 10 anos, o que motiva vocês a continua-rem?Foram poucas modificações já que a banda tem seu line-up inalterado nesses anos todos e a essência do som também sem mudanças. O tempo parado não mudou em nada nosso relacionamento e na estrutura das músicas também. Só nos deu maturidade pra levar o projeto à frente.

Vocês já viram de tudo na cena brasi-

leira, o que foi marcante para a histó-ria da banda? NNossa! Já vimos muita coisa, afinal de con-tas, vivenciamos o início da cena Thrash no Brasil. Passamos os anos 90 assistindo de fora as mudanças na cena e retornamos in-tactos. Com certeza, o que mais marcou foi tocar com grandes nomes daqui, que gosta-mos muito, e nossa viagem nesse ano pra Eu-ropa, que era um antigo sonho. É legal ver bandas novas nascendo com a cara dos anos 80 e ver outras merdas morrendo. Mesmo assim, continuamos com nosso “hobbie”. É gratificante a energia que o Thrash nos dá ao passar do tempo.

Por mais que já se tenha mais de 25 anos de banda, ainda tem sempre o que conquistar. Quais serão os cami-

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nhos do Executer?O Executer é muito pé no chão (do bar tam-bém (risos)), por isso não temos grandes so-nhos mais, como se tem quando é criança, mas sempre se tem algo pra conquistar. Que-remos ainda viajar por lugares que não pas-samos, fazer discos cada vez mais que agra-dem a nós e nosso pequeno público, ter capas bonitas pra nossos álbuns, sei lá, tocar com bandas que a gente gosta, e fazer amigos e mais amigos sempre.

De “Rotten Authorities” a “Helliday” seria possível uma comparação técni-ca? O quanto a banda evoluiu musical-mente falando?Evoluiu sim, por conta dos anos. No Rotten Authorities a gente não sabia nada, era tudo na raça, mas com muito sangue nos olhos.

Ninguém aqui é o gênio do instrumento, mas procuramos sempre aprender. Depois de uma certa idade vem acomodação, mas a evolução é natural. Se você escutar o Helliday e Rotten Authorities com ouvidos técnicos vai achar algumas diferenças.

Lançado este ano, “Helliday” é veloz, agressivo e sem filura. Apresente o ál-bum para nós?Muito prazer, meu nome é “Helliday”, sou filho de Executer com Thrash Metal. Meus pais sempre me ensinaram a ser rápido, sujo e agressivo, sem educação nenhuma e a beber cerveja pra me dar inspiração. Comigo você pode curtir sons extremamente rápidos e sem firulas, direto ao ponto. Fazendo a cabeça da-queles que gostam de mim e do meu estilo. Se você gostou de mim, é meu amigo, se não,

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foda-se! Acho que é um bom jeito de apresentar o disco (risos).

Inspirações. Existe algum personagem por trás de “Helliday” ou a mensagem é mais abrangente?Não, não tem um personagem específico, mas Helliday fala daquilo que a gente sempre fa-lou, do que está na cara de todo mundo que quer enxergar. A capa sim tem a ver com o som “Helliday”, tem várias interpretações, depende do gosto do freguês. O Executer nun-ca quis impor nada, e nem temos esse poder, deixamos pro ouvinte adequar nossas letras com sua realidade. Isso aí!

Depois de um dia daqueles, bater aque-la insônia às 4 da manhã, ficar sem no-ção depois de uma lavagem cerebral e ficar com aquela sensação ruim depois de beber tudo, seria um vírus mortal?Puta pergunta difícil, caralho! (risos) Seria um ebola? Um corrupto maldito? Uma au-toridade podre? Uma cerveja choca? Uma mente psicótica? Fudeu! Bem-vindo ao seu inferno!

Top 5. Quais as cinco bandas que in-fluenciam o som do Executer. Cite um álbum e, em poucas palavras, fale so-bre ele.Bom, vou citar os discos abaixo mas realmen-te não tenho muito o que falar sobre eles que já não foi falado anteriormente.Exodus - Bonded by blood. Obra prima!!!Whiplash - Power and Pain. Thrash mata-dor!!!!Metallica - Ride the Lightning. Começo de tudo!!

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Slayer - Show no Mercy. Sangue!!!!!SP Metal 2. Brasil!!!!

Esse Brasil é muito grande. O que vo-cês conhecem do Norte e Nordeste? Podem citar bandas ou momentos que possam recordar.Infelizmente, ainda não conhecemos muito mas pretendemos ir mais vezes. Fomos a Re-cife, Campina Grande e Belém, mas temos na memória grandes momentos com o Violator, em duas dessas cidades, e fizemos uma gran-de amizade com os malucos do Disgrace and Terror. São momentos inesquecíveis!A galera que curte nosso som, não só no Nor-te e no Nordeste mas no Brasil todo, e quer nos ver ao vivo, tem que entender que não é nossa vontade que conta. E a do produtor dos shows. Se fosse só nossa vontade, tocávamos pelo Brasil todo, todos os finais de semana (risos). Então, você que gosta do nosso traba-lho e que ver nosso show, fiquem em cima do produtor local.

Por fim, alguma previsão de pisar no Nordeste ainda este ano? Sucesso e muito obrigada!Antes de qualquer coisa, muito obrigado pelo espaço, em meu nome e do Executer, foi mui-to legal responder esta entrevista! Queremos ir praí. Se ninguém quiser levar a gente, nós vamos de carona (risos). Queremos muito tocar no nordeste e não pas-sa do ano que vem. Temos muitos amigos que pedem Executer por essas terras. Será um grande prazer levar nosso Thrash verdadeiro pra essa galera insana. Nos vemos ano que vem e mais uma vez obrigado à Rock Meeting pela oportuni-dade das palavras. Valeu bangerzada!

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“Nos preocupamos em não soar clássicos ou antigos demais”

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“Nos preocupamos em não soar clássicos ou antigos demais”

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Por Pedro Tennax ([email protected])Foto: Fabio Matta

A Royal Dogs surge assumindo o estilo “Sleaze Rock” que, apesar de ser popu-lar no Brasil, ainda é um movimento bem pequeno. Ao assumir este estilo, vocês sentem uma responsabilidade em representar este movimento no país?A adoção desse estilo veio mais espontanea-mente do que muita gente imagina. Quando começamos a compor as primeiras músicas, já ficou subentendido para todo mundo da banda. É claro que tivemos que sentar e dis-cutir se realmente valia a pena escolher um estilo tão underground, mas a gente realmen-te resolveu dar a cara a tapa. O Sleaze Rock tem fãs fiéis no Brasil todo e, os que não co-nhecem, se mostraram bem abertos ao estilo. Em São Luís, por exemplo, nós conseguimos juntar bastante gente que não conhecia e veio para somar. No final, a responsabilidade prin-cipal em relação a isso é mostrar que existe, porque depois que as pessoas conhecem não tem como não gostar.

Entre a agressividade influenciada pelo Punk Rock e o peso do Hard Rock, em algumas composições, podemos perceber um toque de modernidade até mesmo com um flerte com o pop. Isso é algo intencional ou foi surgindo naturalmente com as composições?Nós sempre nos preocupamos em não soar clássicos ou antigos demais. A busca pela “modernidade” no som sempre foi uma preo-cupação, mesmo que não deixemos de lado fatores clássicos, como solos e riffs de gui-tarra. Já o “flerte com o pop” é meramente

uma impressão, o Royal Dogs foi criado ba-sicamente com a intenção de ser comercial, tentamos fazer refrãos para as pessoas can-tarem, músicas para serem lembradas. Não demorou muito para que algumas pessoas relacionassem isso a alguma coisa pop. Mes-mo que a gente tente alcançar o público do Sleaze, do Heavy Metal e do Hard Rock, com-pomos para qualquer um que goste de rock, do alternativo ao pop.

Quais são as principais influencias do Royal Dogs?O Sleaze Rock, como um estilo, se trata prin-cipalmente de letras e visual. Musicalmente as bandas costumam ser bem heterogêneas e diferentes entre si, nós não somos exceção. Óbvio que fomos buscar referências de ban-das suecas “mães” do estilo, como Hardcore Superstar, Crashdiet e Backyard Babies, mas também temos o Hard Rock e o Heavy Metal

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no sangue. Estaríamos mentindo se não hou-vesse algo do Guns N’ Roses ou do Metallica nas nossas canções.

Uma característica marcante do Sleaze Rock é o visual. Uma herança do Glam Rock. Couro, maquiagem e spikes são alguns dos elementos mais usados. Há quem ache desnecessário e há quem ache uma parte do show. Qual sua op-nião sobre essa questão do visual da banda?O visual é quase tão importante quanto a mú-sica para uma banda. Deve existir uma iden-tificação entre os sentidos, ajuda o público a relacionar todos os fatores que envolvem o trabalho. Um show é um espetáculo, é ques-tão de respeito para com o público o músico se vender como um todo, eles pagam por isso. Fora que ainda existe uma questão cultural: ninguém vai para um casamento de bermu-

da e chinelo, não? Nós seguimos esse pensa-mento. Nosso público nunca verá um show do Royal Dogs onde parece que a gente aca-bou de acordar.

Vocês sentem que ainda há um precon-ceito por uma parcela do público com um estilo recente como o Sleaze?Só até o momento em que a música aparece. Em São Luís, por exemplo, nosso público é extremamente variado. Nacionalmente exis-te uma divisão bem mais clara. Provavelmen-te, culpa das próprias bandas. O preconceito vem principalmente por parte de uma parcela do público do underground que rotula ban-das de Sleaze como sendo parte de uma “eli-te”, seja social ou envolvida em “panelinhas’. Óbvio que isso não faz muito sentido. Bandas e público juntos que constroem uma cena, então se temos um público grande, mesmo com poucas bandas, isso mostra que o estilo

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é forte.

Alguns fãs fizeram tatuagens em home-nagem à Royal Dogs logo no primeiro ano da banda. Qual a reação de vocês ao verem esse tipo de dedicação logo no inicio?Nós ficamos extremamente felizes, embora assustados. Foi muito bom ver pessoas que se identificaram com as letras além da músi-ca. Isso mostrou que em parte conseguimos alcançar nosso público de uma forma que transcende a banda só como diversão. Fica-mos marcados ali. Obviamente nos empolga-mos para fazer sempre o melhor possível.

O primeiro álbum “On Spree of a Gang” teve uma boa repercussão, sendo bas-tante comentado. No decorrer de 2014 surgiram vários shows e, entre eles, um em uma tradicional festa de Hard Rock em São Paulo. Vocês imaginavam que chegariam tão longe e em tão pou-co tempo?Desde o início da banda nós almejamos o fu-turo de forma clara e estivemos sempre lutan-do por isso. Como nem tudo depende só dos nossos esforços, ficamos realmente empolga-dos com a oportunidade. Apesar dos planos de visitar São Paulo em algum momento de 2014, a chance acabou surgindo antes, o que não deixou de ser uma surpresa. Entretanto, esse “chegar longe” é um reflexo do trabalho da banda, não só como músicos. Ser indepen-dente no Brasil transforma baixistas e guitar-ristas em empresários e publicitários, mesmo com um ou dois shows nos “lugares certos”. O caminho ainda é duro e existe sempre mais a ser feito. O que passou, passou.

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Vocês surgem em uma nova leva de bandas Maranhenses que estão con-seguindo produzir material autoral de qualidade e fazendo esse trabalhar dar frutos. O que vocês acham ser a princi-pal causa desse “boom” de bandas do Maranhão? O que vocês acham que fal-ta para cena local se desenvolver?A principal causa é que as bandas, finalmen-te, abandonaram o coitadismo. Não é apoio de governo, de produtores ou de empresários que fazem uma cena crescer, isso depende essencialmente das bandas. Os músicos em São Luís tomaram vergonha na cara e resol-veram fazer por si só. Se profissionalizaram e começaram a estudar tudo que envolve ter uma banda. Com isso, o público, os empresá-rios e os produtores vieram atrás. É simples. O que falta é uma estrutura de casas melho-res, proporcionando uma rotatividade maior de música autoral. O público pede por isso. Ainda temos poucos lugares adequados para fazer um bom espetáculo.

Deixem uma mensagem para os leito-res da Rock Meeting.Agradecemos a oportunidade do Rock Mee-ting de falarmos sobre o Royal Dogs e convi-damos todos os leitores de Alagoas e do Brasil para que acompanhem o trabalho da banda. Estaremos lançando oficialmente o nosso ál-bum “On Spree Of A Gang” (divulgado no iní-cio deste ano) em parceria com o Wikimetal, no fim de outubro. As faixas estarão disponí-veis para serem compradas ou ouvidas por streaming. Além disso, o público e as bandas do nordeste são os principais sustentadores do underground no Brasil. A gente sabe como as coisas são difíceis mas unidos somos mais fortes.

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Cannibal Corpse destroi Barcelona

Texto e Fotos: Mauricio Melo (Espanha)

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Cannibal Corpse destroi Barcelona

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Existem bandas que não falham nunca, seja em discos, apresentações ao vivo ou até mesmo em sua data de visita.

Não foi a primeira vez que presencia-mos o Cannibal Corpse visitar Barcelona num Outono. Também não é mera coincidência que o local escolhido seja sempre o mesmo: a sala Razzmatazz 2. A Razz, como é conhecida por aqui, sempre acolheu bem banda e seu in-falível público. Antes dos americanos de Buffalo (Nova Iorque) subirem ao palco para destruírem os ouvidos alheios, o aquecimento ficou por conta dos suecos AEON e dos, também, ame-ricanos do Revocation. Da primeira banda conferimos a reta final da apresentação com uma sala ainda “meia-boca”. Tarefa difícil considerando que foi um dia de semana e re-lativamente cedo. Com um público mais sólido, o Revoca-tion, que visitou Barcelona pela primeira vez em seus quase dez anos de estrada e que sem dúvida alguma foi uma motivação extra para o grupo, não teve dificuldades para agradar aos presentes. Apesar de estarem com mate-rial fresquinho no mercado, a música título deste álbum, “Deathless”, ficou literalmente para segundo plano e a abertura por conta de “The Hive”, do álbum lançado ano passa-do. Apesar de um setlist curto, o grupo ainda apresentou sua versão de Dyers Eve, do Me-tallica, com destaque absoluto para o batera que deu uma dinâmica incrível no cover. O cartão de visita da noite foi a reti-rada do lençol que cobria a bateria. Quando o nome Cannibal Corpse reluziu nos bum-bos, urros foram ecoados aos quatro cantos da sala. Mais tarde quem urrou de verdade foi George Fisher, também conhecido como “Corpsegrinder”, abrindo a noite com uma dose tripla do álbum The Bleeding, ainda da

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época de Chris Barnes nos vocais. “Staring Through the Eyes of the Dead” foi a primei-ra machadada e o público veio abaixo. Não satisfeitos, ainda mandaram “Fucked With a Knife”. Alex Webster não parava um segun-do sequer. Para completar a homenagem dos vinte anos deste lançamento, “Stripped, Ra-ped, and Strangled, um início perfeito. Com o território conquistado, foi a vez “Kill or Become” do recém-lançado “A Skele-tal Domain”, completando com “Sadistic Em-bodiment” e “Icepick Lobotomy”. Haja bru-talidade. A arrastada “Scourge of Iron” foi quem abriu os trabalhos para o pacote do dis-co Torture. Deram sequência com “Demen-ted Aggression” numa das maiores demons-trações de brutalidade que este quinteto pode oferecer, rápida, pesada, guitarras com varia-ções de riffs, bateria rápida e Corpsegrinder alternando urros com gritos rasgados, além de sua furiosa maneira de bater cabeça. Po-rém o que fez o público se render, abrir os braços e confessar “estou entregue” foram os riffs de abertura de “Evisceration Plague”. Com uma hora e vinte de apresentação, os canibais se despediram com “Devoured by Vermin” e não retornaram para um possível bis. Uma porque não faz o perfil da banda e outra que após duas dezenas de pancadaria musical estávamos com o cérebro inchado e os ouvidos destruídos. Não poderíamos pedir mais já que, em sua última visita, não toca-ram mais do que 45 minutos quando lança-vam Torture (2012), numa inexplicável noite em que não passaram de banda de abertura para o Children of Bodom.

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“Existia muita raça e vontade de fazer”

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“Existia muita raça e vontade de fazer”

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Por Leandro Fernandes ([email protected])Fotos: Banda/ Divulgação

Os mineiros do Stomachal Corrosion são um dos pioneiros do Grind no país. Sempre buscaram ser firmes

com sua identidade e dentro da cena under-ground tem seu espaço e respeito merecido. A banda pausou os trabalhos por algum tempo e hoje está de volta com o gás total! Conver-sando com Charlie Curcio, líder da banda ele nos contou como foi esse processo de “des-canso”, fala também sobre o futuro e o movi-mento no Brasil. Confira.

Bom, sabemos que a banda iniciou suas atividades em 1991. Gostaria de saber como era a aceitação por parte do público no Brasil, pois o Grind era um estilo pouco explorado por aqui.Charlie Curcio – Realmente a Stomachal Corrosion começou em janeiro de 1991, sen-do hoje uma das bandas mais antigas do estilo do Brasil e acho que até do mundo. Naqueles temos tudo era complicado, em termos de di-vulgação, equipamento, locais para ensaios, estúdios de gravação, etc. Mas existia muita raça e vontade de fazer. O Grind Core estava começando no mudo todo, e chegou por aqui muito deturpado e misturado com seguimen-tos nada relacionados com a temática inicial e verdadeira do estilo no mundo todo.

Vocês tiveram um hiato de cinco anos com a banda. A que se deu essa pausa nos trabalhos?Em 2009, minha vida pessoal estava uma ba-gunça e isso sempre acaba acarretando con-sequências em nossos trabalhos paralelos. No meu caso, a banda. Infelizmente, algumas

coisas não estavam como deveriam ser, e tive que dar um intervalo em tudo, inclusive na banda, que também apresentava situações fora daquilo que acredito ser um projeto em comum.

Antigamente, se via várias tribos, seja ela dentro do Metal ou não. Hoje, na concepção da banda, a “tribo do Metal” permanece unida?Este lance de união é muito subjetivo no meio Underground. Porque, antigamente, falava--se de um movimento depois cena, cenário e por aí. O que sempre houve foi um estilo de música e de vida individualista, mas com um consenso em vários tópicos pessoais entre os milhares de pessoas que o vivem. União eu

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acredito que haja em gangues, torcidas or-ganizadas, e coisas assim, onde se rola uma treta, todos entram para se defender, seja de maneira verbal ou até em caso de brigas mes-mo. No meio underground, infelizmente, rola muita intriguinha, muito pensamento derro-tista de gente frustrada e infeliz. Rola muito policiamento fútil por coisas bestas como a estampa da camiseta do cara de tal banda, ou ainda os moldes como determinada pes-soa organiza seus eventos, suas bandas, etc. O que temos que ter em mente é o bom anda-mento do meio, o resto é assunto pessoal.

Hoje tanto o Metal Tradicional quan-to o Extremo cresce honrosamente em nosso país, a que se deve esse cresci-

mento?Acho que as buscas individuais por melhoras na construção de equipamentos e instrumen-tos, assim como as organizações dos eventos em si. A profissionalização de muitas partes e a saída do caminho de gente que só sabe fa-lar e não age em nada, só atrapalha com seus pensamentos e “discursinhos” derrotistas e ultrapassados, isto tudo tem favorecido para o crescimento do estilo como algo como deve ser. Acho que, e sempre digo isso, as pessoas no meio Metal tem que parar de vê-lo como um animalzinho de estimação e encará-lo como um estilo de música, com sua cultura própria, mas tudo deve ser visto como algo tendo condições de crescimento e fortaleci-mento.

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Minas Gerais é uma grande pioneira do som pesado e, por vocês pertence-rem ao estado, isso torna o trabalho da banda com uma responsabilidade maior ou não encaram dessa maneira?Não acho que o trabalho de outras bandas possa influenciar neste sentido. Reconheço e aplaudo o trabalho das bandas antigas e de muitas atuais, pelo fortalecimento e serie-dade do estilo, mas não vejo como uma res-ponsabilidade nossa ou de outras bandas ter-mos que fazer algo forçados pelo trabalho de outras bandas, seja antigas ou não. Até por-que o mundo continua girando, muitas ban-das boas e ruins estão surgindo e acabando, o processo continua. E cada um é cada um, cada um com sua história e o principal, a meu ver é que haja sempre apoio mútuo.

Com esse retorno da banda, preten-dem fazer alguma tour fora do país?Sigo um pensamento de não ter planos. As coisas vão surgindo de acordo com o nosso trabalho. Temos alguns shows marcados, e há uma conversa em relação a irmos ao nor-deste ano que vem. Mas tudo é conversa, não chega a ser plano ou meta. Ir à Europa é um pensamento que muitos músicos sérios e comprometidos com seu trabalho sempre têm. Ao contrário do que um idiota comen-tou em uma porcaria de um vídeo tosco outro dia, ir à Europa é uma experiência que todos devem ter, e se se ferrarem passarem fome, sede, dormirem mal e o quê quer que seja isso faz parte de um aprendizado. Mas, quando se é um babaca almofadinha pseudo-músico de um lixo de “bandeca”, aí passar por algo assim ofende a pele de seda e bundinha que mamãe deve passar talquinho até hoje.

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O disco “Transtorno Obsceno Repulsi-vo” , deu muito trabalho para finalizá--lo? Cara, eu sempre trabalhei com o mesmo pro-dutor, o Alan, da banda “Mythological Could Towers”, e quando se trabalha com alguém com a experiência e talento que o Alan tem, tudo fica muito mais fácil e rápido.

Como foi o retorno do público com o lançamento do disco?Na realidade este CD saiu há muito tempo. Estamos agora trabalhando para um show que vamos fazer em dezembro, na cidade de Maria da Fé, sul de Minas Gerais. E, se tudo correr bem, como está em novembro deve-mos entrar em estúdio para gravarmos um mini CD promocional com quatro sons. Por-tanto, nossa volta aos palcos acontecerá no dia 06 de dezembro, em Maria da Fé.

Estamos já no fim do ano de 2014. Como está a agenda da banda para o próximo ano?Para 2015 ainda estamos fechando algumas datas, mas ainda não posso adiantar nada. Gosto de respeitar os prazos e determinações dos organizadores de cada evento, para não atropelar o trabalho do pessoal. Mas, já temos algumas datas praticamente fechadas sim.

Gostaria de agradecer pela entrevista e já desejando um excelente ano de 2015, deixem aqui uma mensagem para o pú-blico. O espaço é livre!Eu que agradeço pelo espaço no zine, Lean-dro. Retribuo os votos de ótimo 2015 para você, seus projetos e família. E vamos nessa. A corrosão continua! Lá Teroro Estas Viva!

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Apresente-se!Meu nome é Alírio Netto, tricolor apaixonado e ro-queiro incurável. (risos)

Quem foi você no come-ço da carreira e quem é você hoje?Eu era um aspirante a can-tor, pobre, office boy, carre-gador de caixas em super-mercados e apaixonado por música. Hoje, me tornei músico, compositor e ator.

Já realizou todos os seus sonhos? Ain-da falta algum?Já realizei vários deles como atuar e cantar no país e fora dele. Gravei CDs, estudei músi-ca fora do país, fiz tours aqui no Brasil e fora também, mas ainda tenho muitos sonhos pela frente. Quero sempre mais!

Do que você tem medo?De deixar de sonhar!

O que costuma fazer quando não está em turnê? Dormir por mais tempo? Correr muito. Sou viciado! Corro pelo me-nos de 4 a 5 vezes por semana. Isso tudo pra queimar os vinhos que gosto de beber! Gosto de viajar muito, tenho vários amigos fora do

país que sempre dou um jeito de visitar. Jogo muito FIFA e sempre vou pra Floripa, na casa da Mamis, pra ficar na praia.

Quando era criança o que você dizia que iria ser?Jogador de futebol!

O que você faria se não fosse músico?Músico é o que eu sou. É era isso!!!

Qual foi a sua maior realização pes-soal?Chegar a países diferentes e conquistar um espaço que não imaginava que poderia ser meu!

Qual foi o seu pior momento?Tive um tumor que tentou me sacanear. Comi ele com farinha. (risos)

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Fotos: Danillo Facchini

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O que te motiva?Amanhã ser melhor do que hoje!

Houve algum momento na sua carreira que você pensou em desistir?Tive muitas dificuldades no começo. A grana era curta e tive que trabalhar desde muito cedo (já vendi até picolé quando era moleque). Mas também sempre fui muito ajudado por pessoas que sempre acreditaram em mim. Fora que tive um exemplo de uma guer-reira que é minha mãe! Isso sempre me manteve positivo. Meu cérebro não processa essa palavra “desistir”, não faz parte da minha essência, posso perder pra algo que não controlo, alguém melhor talvez, nunca pra mim mesmo, na verdade não dar o melhor de si é sacrificar o dom!

Qual são as 5 bandas que você mais gosta? Cite um álbum e fale deles.Queen - A night at the OperaJourney - EscapeGuns N Roses - Appetite for DestructionJesus Christ Superstar - London 1996Dream Theater - Awake

Você já morou no México e EUA. Do que você sentia mais falta?Dos amigos e família, me adapto muito fácil. Adorei morar fora e viver coisas que não vivemos aqui. Na real, voltar foi bem difícil! Mas sou brasileiro e não desisto nunca!

Nascido em Santa Catarina. Cresceu em Brasília. E torce para o tricolor carioca. Como surgiu essa paixão pelo Fluminense?Meu avô contaminou a todos menos o Diogo Mafra, guitarrista do Almah, que é meu primo traidor e torcedor do menguinho. (risos)

Como surgiu essa paixão pela corrida? Sempre fui magro, mas tive uma época em que achei umas arrobas a mais. Como aqui-lo não fazia parte da minha essência, devolvi pra quem perdeu. (risos)

Todo mundo tem uma mania, qual a sua?Controlar tudo que eu possa. Isso irrita um pouco as pessoas. Sou bem proativo. Se vejo que tem gente travando faço eu mesmo se eu der conta.

Deixa aqui uma mensagem para nossos leitores. Muito obrigada!Gostaria de agradecer a todos os fãs que sempre me apoiam e acreditam no meu traba-lho. A todos vocês da revista e a você Pei que sempre aguenta minhas piadinhas. (risos)

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O STP é uma das minhas bandas do co-ração! Está no meu Top 6! Tenho 37 anos e comecei a me interessar por música e rock entre o final dos anos 80 e co-meço dos 90. Então fui pego em cheio por toda aquela onda grunge. Especialmente por Alice In Chains, Soundgarden, Pearl Jam e o Screaming Trees. Tinha o Stone Temple Pi-lots que não era de Seattle mas acabou sendo “adotada” pelo grunge. Nessa época o romantismo de se ouvir e pesquisar música ainda existia. A MTV era uma das minhas principais fontes para co-nhecer novas bandas. E nunca vou esquecer da primeira vez que vi o clipe de “Plush”. Essa música me emociona profundamente toda vez que toca, por mais que eu tenha ouvido-a milhões de vezes. Um tempo depois eu acabei caindo de cabeça no metal e confesso que não ouvia mais o STP. Sabe aquela fase de metaleiro radical? Pois bem, quem nunca passou por isso? Anos depois eu acabei conhecendo o rock progres-sivo e dali fui pro fusion, pro jazz, etc. Minha predileção musical acabou voltando-se para trabalhos mais elaborados e sofisticados, que exigissem mais de mim como ouvinte (e críti-co). Absorvi tudo desse cenário. Sou, de fato, um proghead assumido. Nessa época também o STP não era a banda que eu mais ouvia. Depois de tanto tempo absorto nes-

se universo do prog e do jazz/fusion, minha mente e meus ouvidos me pediram um tem-po. Um tempo para ouvir coisas menos re-buscadas, se assim podemos dizer, mas, ain-da assim, cheias de emoção e alma. E qual foi a banda que revisitei primeiro? O STP! Como foi emocionante botar o “Core” para tocar depois de tantos anos e relembrar cada acorde, cada melodia. “Plush”, “Sex Type Thing”, “Wicked Garden”, “Creep”, es-tão todas nele. Sem falar em “Where The Ri-ver Goes”, “Dead and Bloated”, até a instru-mental “No Memory” que é linda! Aliás, acho que assim como os Beatles, os caras do STP têm um talento diferenciado para compor canções. De modo que não apenas o “Core”, mas todos os álbuns da banda são como se fossem “Best Ofs”. Enfim, acho muito bacana esse tipo de experiência que a música nos proporcio-na. Ainda hoje a música me leva de um lado para outro entre as coisas que gosto – além de sempre reservar novas surpresas. Por isso, se um dia você vier para um churrasco na minha casa, não se surpreenda se na mesma noite você ouvir de Soft Machine à Venom, ou de Depeche Mode à Joni Mitchell. Eu passeio fácil entre esses e muitos outros estilos e ar-tistas. Outra coisa é certa: irão rolar MUITAS músicas do STP!

Stone Temple Pilots – “Core” (1992)Por Eliton Tomasi – Som do Darma

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Europe – Bang of Bones (2012)Por Lula Mendonça – Rádio Metal é a Lei

Algumas bandas conseguem lançar excelentes trabalhos que perduram por toda sua carreira. Esses aclamados álbuns trans-formam-se em cartão de visitas que garan-tem uma agenda sempre concorrida mas, ao mesmo tempo, viram sombras que impedem a evolução e amadurecimento dessas bandas. Certamente, esse não é o caso da ban-da sueca de hard rock Europe que, durante os anos 80, emplacou uma sequência de dois excelentes álbuns: “Final Countdown” e “Out of the World”. O que garantiu vários hits e uma vendagem muito expressiva, mais de 10 milhões de cópias, em todo o planeta. Após mais de 20 anos de sua separa-ção, os suecos retornaram suas atividades em 2004 lançando a álbum “Start from the Dark” e em seguida mais três álbuns, “Secret So-ciety”(2006), “Last Look at the Éden”(2009) e “Bag of Bones”(2012). Ao invés de apostar na fórmula que aclamou a banda na década de 80, marcada por refrões grudentos e uso excessivo de teclados, Joey Tempest e compa-

nhia apostaram numa nova proposta musical pautada numa forte influência do blues, tanto nos vocais de Tempest, como nas guitarras de John Norum. Quando me perguntaram qual álbum estou ouvindo com mais frequência, logo tive certeza que era algo do Europe. Poderia citar qualquer dos 04 últimos trabalhos, mas vou me ater ao mais recente, “Bang of Bones”. Nesse álbum a influência do blues e classic rock fica cada vez mais explícito nas composições da banda. Músicas como “Ri-ches To Rags”, “Not Supposed To Sing The Blues”, “Firebox” e “Mercy You Mercy Me” mostram que a fase glam do grupo definitiva-mente ficou nos anos 80 e que a banda evo-lui e consolida sua nova proposta musical a cada novo trabalho. Para os fãs que sentem saudades das baladas marcantes dos suecos o álbum termina com a linda canção “Bring It All Home”. E que venha o próximo álbum que já está prometido para fevereiro ou março de 2015!

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The Golden Grass

Não é de hoje que muitas bandas inves-tem numa sonoridade retrô, com aquele ar dos anos 70. Muitas vezes “baseado” na psi-codelia e andamentos loucos. Veja o caso des-ses norte-americanos, oriundos do Brooklyn que carregam a alcunha de: Professor Plum Brandy, The Golden Goose e Wild Company.Lançaram via Svart Records, da Finlândia, o seu debut autointitulado e que te leva numa viagem no tempo, como se você tivesse em-barcado num Delorean e indo parar no meio de uma casa de shows lá por 74. Com uma sonoridade de fácil absorção e vocais cativantes, a diversão é garantida. O álbum abre com “Please Man”, sendo seguida por “Stuck on a Mountain”, essa última com um forte apelo na psicodelia e arranjos intrin-cados. O destaque fica por conta das viradas de bateria do também vocalista “The Golden Goose”. O som dessas faixas me lembraram o

pouco que conheço do canadense Triumph, ou seja, um hard rock com os 2 pés fincados no experimentalismo. Outro destaque vai para: “One More Time” que carrega consigo uma pegada de Black Sabbath da fase Para-noid.“Wheels”, apesar da sua levada setentista, o seu início me lembrou muito a intro de Brea-king the Girl, do Red Hot, e seu indefectível álbum Blood Sugar Sex Magic. O destaque dessa faixa fica próximo a metade da faixa, onde temos um riff cativante e que emenda numa parada muito viajante, com solos inter-mináveis de guitarra. O álbum termina com “Sugar n’ Spice”, uma faixa pesada que tam-bém lembra o Black Sabbath mas com vocal numa timbragem que lembra o Paul Stanley do Kiss no álbum Rock and Roll Over.Para quem quiser conhecer essa banda relati-vamente nova, mas com uma sonoridade an-tiga, The Golden Grass é o nome dela.

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Mausoleum Gate Seguindo adiante nessa vibe setentista, temos os finlandeses do Mausoleum Gate. Só para deixar claro, eu não costumo resenhar álbuns que não recebo de meus par-ceiros, mas há exceções. Estava eu vasculhando um site de ma-teriais promos e dou de cara com esta capa, com esse demônio com cara de tarado. Fui dar uma olhada no press release e algo me chamou a atenção, já que é diferente do que eu costumo ouvir diariamente. Encontramos aqui um Heavy Metal tradicional, como um pé lá nos anos 70 e com uma boa dose de NWOBHM, alguma coisa lembrando os primeiros dias do Iron Maiden e até mesmo o velho Saxon. O álbum abre com “Magic of the Gypsy Queen” que segue nessa pegada que acabei de citar. “Demon Droid” vem em seguida e tem uns corais bem característicos da época, sem

citar o ótimo solo de guitarra. “Lost Beyond the Sun” não é exatamen-te uma balada, mas seu andamento mais len-to que as anteriores e sua linha sendo guiada pelos teclados a deixam com esse aspecto. Chegando na metade da música, ela ganha um pouco mais de velocidade e peso.“Mercenaries of Steel” tem seu início como se fosse uma invocação de guerreiros para uma batalha e logo entra algumas rufadas de tam-bores, para então começar seu Heavy Metal na pegada do velho Saxon.Para encerrar o play, temos a faixa que dá nome à banda e ao disco “Mausoleum Gate”. Tendo pouco menos de 12 minutos, essa faixa segue a tendência do álbum, numa levada a lá Saxon/Maiden de início de carreira. Algu-mas variações rítmicas e inserções de tecla-dos (numa influência de Purple) dão toque especial dela.

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