revista rock meeting #59

68

Upload: revista-rock-meeting

Post on 02-Apr-2016

237 views

Category:

Documents


4 download

DESCRIPTION

Revista Rock Meeting #59 - Capa: Vulcano, Coluna – Doomal | World Metal | Review, Review – Cruilla Festival Barcelona, Entrevista – Statik Majik | Attractha | Fishead | Capadocia. [email protected] | @rockmeeting. Free download - http://bit.ly/RockMeetingN59

TRANSCRIPT

Page 1: Revista Rock Meeting #59
Page 2: Revista Rock Meeting #59
Page 3: Revista Rock Meeting #59

Editorial

“Reunião de pessoas para um fim de in-teresse comum; sociedade, companhia”.

Acredito que não é preciso dizer muita coisa sobre isso. Parceiro é parceiro e fim de papo.Mas quando a “parceria” é cheia de ou-tras intenções, sabe como é o nome disso? Oportunista. Existe uma penca de oportunistas por aí que não estão preocupados com você ou com o que desenvolve, o lance mesmo é se autopromover as tuas custas, sabia? É claro que cada um tem um bom exemplo para contar e péssimas lembran-ças disso. Aí vem aquela máxima: que jo-gue a primeira pedra quem nunca passou por uma situação assim.

Independente do sofrimento, ficaumaboa liçãopra tudo:desconfiar sem-pre daquela cara de santinho, daquela pró-atividadeexacerbada.Desconfiomui-to de quem se oferece demais para fazer algo por mim. Enfim, fica a dica, sabe? Aprendacom estas lamúrias e tente não cair nova-mente. E se cair, sem problema, a vida tá aí uma hora isso volta. Sabe aquele dita-do: “aqui se faz, aqui se paga”? É isso aí, mermão! Portanto, sem estresse, ok? Colo-que para fora sua ira, escreva, crie algo, vá tocar, andar por aí, esmurre um saco de areia. O melhor é colocar para fora. Aí você vai ficarmelhor e continuar comoseu trabalho. Bom, vou ali esmurrar meu saco de areia. Até mais!

Parceria

Page 4: Revista Rock Meeting #59

Table of Contents07 - Coluna - Doomal11 - News - World Metal16 - Entrevista - Fishead20 - Entrevista - Capadocia28 - Entrevista - Statik Majik34 - Capa - Vulcano44 - Review - Cruilla Festival Barcelona54 - Entrevista - Attractha63 - Coluna - Review

Page 5: Revista Rock Meeting #59

Direção Geral Pei Fon

Revisão Rafael Paolilo

Capa Alcides Burn

Colaboradores Ellen Maris Jonathas Canuto Maicon Leite Marcone Chaves Mauricio Melo (Espanha) Rodrigo Bueno Rômel Santos Sandro Pessoa

CONTATO

Email: [email protected]: Revista Rock MeetingTwitter: @rockmeetingInstagram: Rock MeetingContato: +55 82 9659 5099

Page 6: Revista Rock Meeting #59
Page 7: Revista Rock Meeting #59

07

Depois de quase vinte anos, o tema re-lacionado ao futuro das gravadoras, das bandas como profissão, a quali-

dade dos novos artistas e etc, continua sendo uma das principais preocupações daqueles que se aventuram nesta correnteza de incer-tezas que é o atual mundo da música. É bem fácil encontrarmos diversas opi-niões à respeito disso. A todo instante alguém culpa uma coisa ou outra pela “queda” ou até mesmo “fim” da indústria musical, algo que, a meu ver, não é bem assim. Em uma recente entrevista para o site Metal Injection, o guitarrista Greg Mackin-tosh, da banda inglesa Paradise Lost, co-mentou a respeito da falta de dinheiro na produção de álbuns, divulgação de mate-riais, dificuldade nas vendas e uma série de

questões que deixou a atual indústria musical menos honesta do que antes. Por exemplo: quando lançado um álbum acaba-se lançan-do também outras variações deste mesmo produto com características diferentes como tipos de capas, bônus tracks, versões em LP’s e até mesmo brindes. A banda Ghost B.C., por exemplo, lançou box, meses atrás, onde você poderia adquirir um “Certificado de Di-vórcio”, um Butt Plug, um broche e até um Consolo/masturbador esculpido em tributo ao vocalista Papa Emeritus II. Tudo isso para alcançar os mais diversos tipos de consumi-dores e conseguir o máximo de lucro possível.

Por Sandro Pessoa (Sunset Metal Press & União Doom BR)

MERCADO MUSICAL: QUEDA OU MUTAÇÃO INCOMPREENDIDA?

My

Dyi

ng B

ride

Page 8: Revista Rock Meeting #59

08

Por mais que muitas bandas neguem--se a assumir a dificuldades enfrentadas co-mumente por todas as demais, é fato que atualmente enfrentamos um novo tipo de problema: a falta de compreensão do atual mundo em que vivemos. Antes haviam cen-tenas de bandas espalhadas pelo mundo po-rém, no mainstream, havia apenas um único Kiss, um único Black Sabbath, um Slayer, o mercado era fechado para um grupo especí-fico de bandas com características distintas. Bastavam cinco segundos de música para você já saber diferenciar Pantera, Metallica, Alice In Chains e etc. Eram as bandas com melhores qualidade de gravações, com direito aos melhores horários nos melhores eventos do mundo. Havia muito dinheiro. Não por-quê elas eram superiores ou não, mas porque o mercado da época possibilitava isto. Uma das coisas que mais escutei em minha trajetória no metal é que a cena atual encontra-se em decadência por conta das no-vas bandas que surgiram, por conta de gêne-ros supostamente inferiores aos praticados nas décadas de setenta e oitenta. Argumentos como: o Grunge acabou com o Hard Rock e New Metal estragou o Heavy Metal. Saudo-sistas de tempos antigos com suas explica-ções vagas e sem sentido. Atualmente, com o avanço da tecno-logia e a possibilidade de tê-la em um mero notebook, trouxe a tona aquilo que antes era praticamente impossível. Devido a melhoria

na qualidade das gravações junto da facilida-de em se divulgar os trabalhos por meio das redes sociais, fizeram com que bandas que an-tes fariam parte do lado B da sociedade, antes escondidas por não terem uma gravadora que as jogassem para o alto, alcançassem um es-paço acima do que era permitido. A distância entre quem estava no alto e quem estava em baixo passou a ser menor, porém, como nada é perfeito, isso também trouxe consequências negativas. Se antes, como já citei, as bandas pos-suíam fortes identidades onde um gênero como o Thrash Metal agregava bandas extre-mamente diferentes como Exodus, Megadeth e afins, hoje passou a ter milhares de bandas absurdamente iguais, sem personalidade.

Page 9: Revista Rock Meeting #59

09

Se no fim da década de oitenta tínha-mos um Paradise Lost, um Anathema e um My Dying Bride, quantas cópias destas exis-tem hoje? Influência deveria promover evo-lução e não uma mera repetição. Particularmente, se eu estiver com vontade de escutar algo tipo Paradise Lost, eu irei escutar o próprio. Deixo o glamour dos anos setenta, oitenta e noventa para quem realmente ajudou a construir estas épocas. Deste modo, as bandas que alcançaram a espaçosa superfície do oceano da música, passaram a compartilhar seus espaços com as novas bandas que a atual tecnologia trou-xe para cima, junto da principal ferramenta contra o antigo mercado musical, o comparti-lhamento de músicas na rede, algo que todos

já sabemos. Nosso tão precioso MP3, um dos verdadeiros pregos no caixão de quem antes lucrava com a música. Na minha visão, isto sim foi o respon-sável pela terrível mudança. Algo como A.C. e D.C. da música onde o ponto central é a as-censão da internet unida a disponibilidade de tecnologias, antes exclusivas de gravadoras, agora nas mãos de qualquer um que tenha in-teresse em estudar de forma online e usar seu próprio PC como Home Studio. É por conta disto que artistas como o já citado Greg Mac-kintosh e outros reclamam. A cada nova década os profissionais de qualquer área precisam se contextualizar a respeito de como anda a sociedade. Quem não dá a devida atenção a isto fica para trás, esquecido em tempos que infelizmente não voltam mais. A solução para todo este caos existe, falta saber quem serão os primeiros a descobrirem. Quer ter a mesma repercussão que sua a sua banda predileta obteve anos atrás? Comece seguindo o exemplo dela, des-cubra seu diferencial, não repita o trabalho, pois a mesma já encarregou-se de saturar este meio junto de inúmeras outras bandas cópias, covers e tributos. Fazemos parte de uma revolução que futuramente estará nos livros de história, quais de nós sobreviverão até a conclusão disto tudo? Quais de nós talvez serão capazes de oferecer algo tão relevante a ponto de cra-var seus nomes no grande muro dos artistas renomados pelos trabalhos feitos?

Page 10: Revista Rock Meeting #59
Page 11: Revista Rock Meeting #59

11

Novo álbum

A banda polonesa de Death Metal Decapitated anúncio o tracklist de seu sexto álbum seu mais novo álbum Blood Mantra a ser lançado na Ame-rica do Norte. Veja lista das músicas logo abaixo:01. Exiled In Flesh02. The Blasphemous Psalm To The Dummy God Creation03. Veins04. Blood Mantra05. Nest06. Instinct07. Blindness

08. Red Sun Segundo o membro fundador da banda Wacek “Vogg” Kiełtyka afirma em suas palavras o se-guinte. “Blood Mantra é o álbum mais pesado e maduro que já fizemos em nossa carreira”.

Novo álbum 2

A banda Thresold anunciou seu decimo ál-bum de studio “For the Journey “. Com previ-são de lançamento no dia 19 de setembro na EU, 22 setembro na UK e 30 setembro US .Enquanto o novo álbum não sai, a banda já disponibilizou o novo single “Watchtower on the Moon” na iTunes, Amazon, Google Play and Nuclear Blast.

Single Inédito

Necrobiotic - “Death Metal Machine” será lançado em agosto e a banda lança o single de “Satisfy My Agony”, quase 3 minutos de um Bruto Death Metal. Além de agraciar to-dos com uma demonstração de seu novo tra-balho, os mineiros estão divulgando também seu mais recente vídeo ao vivo de “Apenas um Primata”, música que integra o novo disco. Escute “Satisfy my Agony” AQUI.

Page 12: Revista Rock Meeting #59

12

“Destroyed The System”

O Alcanza não mede esforços para mostrar seu Thrash Metal ríspido e agressivo, com muito trabalho e de-dicação lançaram este ano seu EP de estreia o poderoso “Destroyed The System”. Que vai além do esperado, pois desde a produção sonora, parte gráfica e composições; temos um ma-terial caprichado e que irá agradar em cheio os thrashers de plantão. A gravação, mixagem e masterização fi-cou por conta do experiente produtor Jose Roberto Chapolim, Já a capa do material foi concebida por um dos artistas mais requisitados da atualidade, o mestre Getulio Farias. Se você ainda duvida aproveite e faça o download de “Destroyed The System” AQUI.

Clipe Novo

Os Alemães da banda de metal alternativo Emil Bulls, apresentaram o clipe da mú-sica “Pants Down” de seu mais novo álbum “Sacrifice To Venus”. Contado com Christoph v. Freydorf – Vocal, Stephan “Moik” Karl – Guitar/voz, James Richardson - Baixo/vocal e Andy Bock - Guitar/vocal. A banda liberou o áudio para uma das músicas de novo lança-mento “Hearteater”. Assista AQUI.

Mais um na tour

O After the Burial havia anunciado as ban-das Texas In July, I Declared war, Reflections e agora o pessoal da Come The Dawn como suporte. Veja algumas das datas da turnê na América do Norte! 9/16 - Joliet, IL @ Mojoes9/18 - St. Louis, MO @ Pop’s9/19 - Indianapolis, IN @ Emerson Theater9/20 - Flint, MI @ Machine Shop

Page 13: Revista Rock Meeting #59

13

No Brasil e no Exterior

Assim como na produção do disco, o Tellus Terror se cercou com nomes do mais alto gabarito para a distribui-ção do material: Shinigami Records e Thrash S/A. A Thrash S/A, apesar do nome jovem, tem por trás toda a ex-periência e credibilidade da Encore Records, selo que lançou alguns dos maiores nomes do Metal nacional para o mundo. A Thrash S/A distribuirá o disco por todo o território nacional. A Shinigami Records é conhecida por seu apoio ao Metal nacional e pelos lançamentos de grandes nomes da música pesada internacional no território brasileiro. A Shinigami distribuirá o ‘EZ Life DV8’, além do Brasil, em países como Rússia, Canadá, México e Argentina. Toda a gravação do CD foi feita no Brasil, nos estúdios Visom Digital Brazil e AM Studio, ambos no Rio de janeiro.

Novo álbum 3

A Banda Alunah definiu o mês de outubro como a data de lançamento de seu mais novo álbum “Awakening The Forest” via Napalm Records. “Awakening The Forest” tem previ-são de ser lançado dia 3 de outubro na Euro-pa, 06 de outubro no Reino Unido e 07 outu-bro nos EUA /Canadá. Tracklist - 1. Bricket Wood Coven; 2. Heavy Bough; 3. Awakening The Forest; 4. The Mask Of Herne; 5. Scourge And The Kiss; 6. The Summerland.

Novo EP

Com previsão de lançamento para dia 16 de setembro via Relapse Records, Mirkur é um projeto de uma única mulher, praticando um som mais clássicos do black metal Escandi-navo com uma identidade própria, o projetou deu inicio à algo inusitado e diferente no gê-nero.Ela explica: “A natureza é uma grande parte da razão de black metal ainda existe. E todos os tipos de música pura, que vem de um lugar puro. A palavra Myrkur significa’ es-curidão em islandês”.

Page 14: Revista Rock Meeting #59

14

Metal All Stars

Para quem imaginava que 2014 iria ter apenas a Copa no Brasil está en-ganado. A Top Entrete-nimento tem anunciado um verdadeiro encon-tro do Heavy Metal. O “Metal All Stars” vai acontecer no dia 22 de novembro, no Espaço das Américas, em São Paulo. Se liga no time: Joey Belladona (Anthrax), Vinnie Apice (Dio, Black Sabbath), Blasko (Ozzy Osbourne, Rob Zombie), Zakk Wylde (Black Label Society), Chuck Billy (Testament), James Labrie (Dream Theater), David Ellefson (Megadeth), Geoff Tate (Queensryche), Kobra Paige (Kobra and the Lotus), Cronos (Venom). Os ingressos estão sendo vendidos pelo site do Ticket 360. Os valores variam de R$ 70 a R$ 300. Garanta o seu e não perca esse showzaço! O setlist? Somente os clássicos do Heavy Metal.

Vídeo novo

O guitarrista alagoano Edu Silva lançou seu primeiro videoclipe. A canção “Freedom” foi um dos seus primeiros arranjos solos, sendo contemplada em festivais musicais do Sesc--AL. Atacando como produtor musical, Silva inicia sua carreira solo pra valer. O vídeo foi gravado pela cidade de Maceió e teve a pro-dução de Alex Walker. E o áudio a cargo do Fat Sound Studios. Assista o clipe de “Free-dom” AQUI.

“Dark Redemption”

A banda Necro, que antes era Necronomi-con, lançou seu novo vídeo que estará no mais novo projeto do powertrio. A capa do novo álbum ficou a cargo de Cristiano Suarez, que já trabalhou com o trio antes. O lançamento será no dia 12 de setembro, no bandcamp da banda. Ainda haverá uma versão em vinil via Hydro-Phonic Records. Enquanto o dia não chega, deleitem-se em “Dark Redemption” AQUI.

Page 15: Revista Rock Meeting #59
Page 16: Revista Rock Meeting #59

“Conscientização é a chave de tudo”

Por Leandro FernandesFotos: Divulgação

16

Page 17: Revista Rock Meeting #59

“Green Hope”, primeiro debut da ban-da. Foi um álbum complicado de ser feito?Alexande Avila: O processo de composição e gravação como um todo levou aproximada-mente 1 ano e meio. Diriamos que o processo foi complexo, porém muito prazeroso.

A sensação de ‘dever cumprido’ existiu ou sentem que faltou a mais no disco?Tivemos a sensação de dever cumprido com-pletamente. Depois de 1 ano e meio de pura dedicação ao processo como um todo, foi muito gratificante ter o álbum “Green Hope” em mãos.

Lendo as letras, notamos muita positi-vidade com relação a vários aspectos e também com o lado ambiental, por que enfatizar bastante esse tema?Na verdade, para este primeiro álbum, temas voltados à sustentabilidade e preservação es-tavam em alta. Por isso decidimos ter 3 mú-sicas voltadas a isso. Porém, a proposta das letras da banda é falar de temas atuais, do co-tidiano da banda, sempre passando mensa-gens positivas, sem nenhum tipo de restrição ou preconceito a algum tema em específico.

O nosso país ainda está vivendo um momento delicado, se tratando em meio ambiente, preservação e coisas do tipo. O que falta para o povo se cons-cientizar nesse quesito?Na verdade precisamos resolver este proble-ma de 2 formas: a primeira seria inserindo o tema e realmente investindo em consciência ambiental nas escolas, para que as crianças no futuro possam encarar esta realidade de outra forma. E a segunda forma, seria um trabalho muito mais intenso de marketing e

conscientização dos adultos. Muitos infeliz-mente não têm a menor ideia das consequên-cias de atos muitas vezes simples, como jogar lixo no chão, deixar a torneira aberta desne-cessariamente, não reciclar materiais, etc.

A banda Lazarus Taxon, que é formada por membros da Fates Prophecy, fez uma música falando de baleias, ocea-nos, ou seja, é um tema que realmente preocupa quem tem a consciência de que preservar a natureza é importan-te. Pra vocês, seria interessante as ban-das se voltarem mais pra essa questão?Para nós, seria interessante que a população mundial se voltassem a esta questão. As ban-das podem realmente trazer mais informação e consciência ambiental em suas letras, mas o foco deve ser a conscientização de todos e realmente as ações do dia a dia voltadas à preservação ambiental.

A música “The Cure” se encontra bem em uma linha Rush. Uma letra que fala sobre um homem que procura respos-tas por suas angustias. Existem pes-soas realmente angustiadas procuran-do uma luz?Em menor ou maior grau, todos nós temos nossas angústias e medos, lutamos contra eles e procuramos respostas diariamente. A música retrata um homem que encontra uma maneira de vencer suas angústias, uma luz no fim do túnel.

Esse avanço da tecnologia, acessibili-dade e facilidade para tudo hoje, con-tribui e muito para o desmatamento, poluição, etc. Existe alguma maneira, na opinião de vocês, de controlar toda essa desordem, balancear avanço tec-

17

Page 18: Revista Rock Meeting #59

nológico x meio-ambiente?Conscientização é a chave de tudo. Até onde queremos ir com a degradação do meio-am-biente em prol deo avanço tecnológico? Pre-cisamos fazer a seguinte pergunta: no futuro, com todo o avanço tecnológico disponível, conseguiremos recuperar nosso planeta? Po-deremos reconstruir nossas florestas, rios, eco-sistemas, com a tecnologia disponível?

Voltando a falar da banda, como está a agenda para 2014/2015?Nosso foco está na divulgação do álbum “Green Hope”, através de entrevistas, ações de marketing e shows.

Façam o seu top 5 das bandas ou mú-sicos e consequentemente dos CDs que você tem escutado recentemente. Fale um pouco sobre elas.Na verdade são muitas as bandas que influen-ciam a banda. Sobre as bandas relativamen-te novas, destacamos: Alter Bridge, Black Country Communion e Gojira. Além destas, dentre as influencias destacamos: Rush, Mr. Big, Chicken Foot, Skid Row, Badlands, Tool, Rage Against the Machine, Led Zeppelin en-tre outras.

Previsão para lançamento de algo novo ou até mesmo um disco ao vivo?No momento o foco está mesmo na divulga-ção do álbum “Green Hope”, mas começamos a trabalhar em novas composições para o fu-turo.

Deixe uma mensagem para conscienti-zação e preservação do meio ambiente.“Young people still have a little hope in their future, but the environment deserves full at-tention now”...

18

Page 19: Revista Rock Meeting #59

19

Page 20: Revista Rock Meeting #59

Entrevista

“O primeiro passo de um longo caminho”Por Pei Fon (@poifang | [email protected])Fotos: Divulgação

20

Page 21: Revista Rock Meeting #59

“O primeiro passo de um longo caminho”

21

Page 22: Revista Rock Meeting #59

Saudações galera do Capadocia. É um prazer imenso neste primeiro contato. Por favor, não meçam as palavras.Baffo Neto: Primeiramente, é um prazer poder ser entrevistado por vocês. Muito obri-gado e esperamos que esta seja a primeira de muitas, ainda.

A priori, quem faz o Capadocia? Apre-sentem-se para nossos leitores!Baffo Neto – Vocal e Guitarra.Gustavo Tognetti – BaixoMarcio Garcia – GuitarrasPalmer de Maria – Bateria.Somos todos do ABC Paulista, divididos entre Santo André e São Bernardo do Campo - SP.

Baffo, você morou muito tempo fora do país e conseguiu uma bagagem imen-surável. Quem era o cara antes de mo-rar fora e quem é você hoje?Tem bastante espaço para a resposta, né? En-tão vamos lá.Cara, eu era um músico, fã de metal e assis-tente em um estúdio de gravação em Santo André. Era um cara bastante popular, bastan-te satisfeito mas também bastante frustrado com o fato de não saber o que fazer para con-seguir tocar mais com minha antiga banda na época, o Retturn. Conhecia e era amigo até de muitos dos meus ídolos na época, tinha toda informação que me era possível mas era tudo longe de ser o suficiente para minhas ambi-ções. Eu sentia que havia algo a ser visto, algo a ser aprendido e por isto, conversando com a banda toda, decidimos nos mudarmos para a Europa. A ideia era tocar, levar a banda ao mais longe possível, mostrar nossa música para a maior quantidade de pessoas possível e etc. Hoje, alguns anos depois de tudo isto,

vejo que eu vi o que queria, obtive as infor-mações que eu julgava necessárias, tocamos muito na Europa, vimos muitas coisas, assi-namos com uma gravadora legal e fizemos muito do que tínhamos como objetivo fazer enquanto banda. Mas, infelizmente, não fina-lizamos este processo. A um nível pessoal, eu entendi que tudo que eu tinha como certo e como verdade era apenas um parâmetro regional e pífio perto do vasto leque político, realidade social e di-versidade cultural do qual eu passei a estar inserido. Me tornei então uma pessoa mais inteligente, com parâmetros mais abrangen-tes e com uma visão mais clínica e clara so-bre quase tudo que me interessava na época e ainda me interessa. Eu aprendi a pensar de um modo diferente, em línguas diferentes, entendi que para algumas coisas, é melhor se

22

Page 23: Revista Rock Meeting #59

pensar em inglês e outras coisas, em portu-guês, aprendi a entender melhor o que eu via, a observar melhor as coisas. Não foi só a ida para a Europa que me fez bem. Voltar ao Brasil também me ensinou muito porque eu via tudo com outros olhos, tinha uma nova interpretação para tudo que eu via, entendia tudo muito melhor. Foi fá-cil me inserir onde eu queria depois disso. Hoje eu sou uma pessoa em busca de uma linguagem peculiar e abrangente para tradu-zir minha cultura e meu entendimento sobre consciência, suas implicações e seu uso prá-tico para outras culturas deste mundo. Eu ainda tenho algum tempo para desenvolver essa coisa toda. Sou um dos escolhidos. Sou um dos sortudos. Sou um dos contemplados e sinceramente, ainda há muito que fazer para que eu consiga humildemente retribuir e de-

monstrar minha gratidão ao universo pela sorte que eu tenho e sempre tive. Sou uma pessoa consciente da benevolência que se es-tendeu sobre a minha vida. Estou começando por aqui, com estes shows.

O Capadocia reuniu uma galera para voltar a seguir os passos de sua antiga banda, Retturn. Qual o motivo que le-vou você a criar uma outra banda?O Retturn era uma banda bastante legal, mas já fazia muitos anos que eu carregava este es-tigma e muitas coisas aconteceram. Minha realidade mudou e eu resolvi começar uma banda nova. O Palmer, baterista do Capado-cia, fundou o Retturn comigo na época e ago-ra. Depois de muitos anos estamos tocando juntos novamente. Temos uma boa sincronia de ideia porque tocamos juntos desde crian-

23

Page 24: Revista Rock Meeting #59

bém mais distante enquanto desenvolvía-mos esta banda. O Palmer chegou um pouco depois mas como eu o conheço da vida toda praticamente, foi fácil para ele se encaixar na ideia e acrescentar a si mesmo dentro desta unidade. Este disco representa o encaixe des-ta unidade, o encontro desta unidade, que eu acho que seja muito importante como alicer-ce para uma banda séria. Este disco é o que vai nos colocar como opção entre as demais bandas brasileiras a quem respeitamos e ad-miramos. Este disco marca o primeiro passo de um longo caminho. Ele ainda carrega pe-sadas cicatrizes do aprendizado pelo qual eu particularmente venho passando. Digo isso porque algumas destas mú-sicas foram gravadas ainda na época do Ret-turn, mas nunca foram lançadas antes. Ainda estamos desenvolvendo nosso rumo musi-

ças. Tem bastante energia misturada nessa história aqui.

Pouco mais de 3 anos, Capadocia está perto de lançar seu primeiro CD “Lea-der’s Speech”. Conte-nos sobre este ál-bum.Ficamos este tempo todo ensaiando e desen-volvendo a química da banda. Estas músicas já estão prontas há algum tempo, mas eu as regravei inúmeras vezes e sempre ficava di-ferente, a medida que as ideias iam mudan-do, se encaixando melhor e a sonoridade veio se encaixando. Este disco é o começo desta história. Meus amigos Marcio e Gustavo já estão há muitos anos ao meu lado nessa mis-são, já passamos por coisas muito complexas juntos, já rimos e choramos muito juntos, já vivemos de maneira muito próxima e tam-

24

Page 25: Revista Rock Meeting #59

cal, nossa arte. Ainda estou brigando comigo mesmo para desenvolver uma linguagem que me agrade e que seja clara a todos que nos es-cutem e por isto, já estou compondo para um próximo disco.

Abuso de poder. Corrupção. Desvio de conduta. São temáticas bem assertivas sobre a própria situação política do nosso país, não é? Algum personagem em especial?O interessante destas letras é que apesar de-las terem sido escritas sob uma ótica bastante crítica, elas encontram a razão nesta situação do Brasil e dos Brasileiros, não enquanto pro-blema, mas como uma fase. Todas estas letras foram escritas ainda na Europa. Estávamos longe, tínhamos uma visão macro e saudosis-ta das coisas e das situações no Brasil.

Existe um personagem oculto sim. Um protagonista e um antagonista sempre. O protagonista as vezes é o opressor, Às vezes é o oprimido. Às vezes o personagem é o Mi-chel Gambini, antigo guitarrista/Vocalista do Retturn e hoje Vocalista/Guitarrista do Seita, àss vezes é o corretor de valores, às vezes é a história por si só . Às vezes são os Ilumina-tis e assim vai. Nunca os citamos, mas sim, sempre há um personagem oculto. Ninguém em especial, não é um disco conceitual. É um disco feito pelos observadores e não pelos ob-servados, por isto o nome Leader’s Speech.

Pela primeira vez, vocês vão vir para o Norte e o Nordeste junto com o Cavale-ra Conspiracy. Ansiosos?Cara, o público do Nordeste em específico é bastante precioso. É um privilégio para uma banda nova como o Capadocia, poder fazer estes shows com o Cavalera Conspiracy por causa da situação em que iremos tocar. Se-rão shows bastante significativos, shows im-portantes que, provavelmente, não serão es-quecidos pelo público devido a importância histórica dos Cavaleras. Isto nos interessa muito porque para uma banda nova de São Paulo é muito complicado tocar no nordeste devido a grande distância e o alto custo de lo-comoção. Estamos muito gratos pela oportu-nidade. Prometemos retribuir ao público com um grande show. Espero que todos tenham a curiosidade de conhecer nossas músicas antes de nos ver tocar. Elas estão disponíveis online para Download em nossas páginas nas redes sociais. É só procurar por Capadociaband no Facebook por exemplo. Ver a galera cantar as músicas seria maravilhoso de verdade.Em falar nestes shows, serão as pri-meiras apresentações da banda este ano. Já está tudo pronto? O que a gale-

25

Page 26: Revista Rock Meeting #59

ra pode esperar de vocês?Na verdade, tivemos outros shows aqui em São Paulo e teremos mais alguns um antes de iniciar esta série de shows com o Cavaleras. A galera pode esperar uma banda com vontade de tocar e feito para eles com muito trabalho. Um show para torna-los fãs da banda. É o que queremos.

Para quem ainda não conhece a banda, como a galera pode ouvir o som do Ca-padocia?Temos nossas músicas disponíveis online para download ou streaming na nossa pagina do Facebook, no Soundcloud, Reverbnation, Last FM, Youtube e etc. Procurem por Capa-dociaband que vão achar sem erro. Podem baixar a vontade. Temos nosso primeiro vi-deoclipe online também, da música Standing Still. Espero que os fãs de metal gostem.

Top 5. Quais as cinco bandas que in-fluenciam o som do Capadocia? Cite

um álbum e discorra algumas palavras sobre cada um.Black Sabbath – nenhum álbum em es-pecífico, mas a obra do Black Sabbbath por sí só é bastante inspiradora. A ideia por trás do Black Sabbath é bastante admirável pela ousadia e desprendimento. Coisa fina. Foi o show de Rock de maior publico em São Paulo depois do U2. Alí é muita treta.Nação Zumbi – Tá aí uma banda que eu sou bastante fã. Não é de tudo, porque o povo ali perde as estribeiras musicais muito facil-mente, mas também gosto do que eles fazem pela autenticidade do nicho. Gosto do punch da banda. A pegada é frenética. A carteira de identidade da banda vem estampada na mú-sica com toda pompa e circunstância.Metallica – Se alguma banda de metal não tiver a influência do Metallica em sua músi-ca não pode ser considerada séria. O Metal-lica deve muito de sua popularidade ao Kirk Hammet e seus solos de guitarra com aquela sonoridade clichê, mas popular e de extremo

26

Page 27: Revista Rock Meeting #59

bom gosto. Ele são detentores de muitas das maiores canções já escritas no gênero, não tem como não gostar. São e servem de exem-plo para muita coisa.Lamb of God – O Lamb of God é mais ou menos, para o público deles, o que o Pantera foi para a geração dos anos 90. Obviamente, em uma proporção bem menor, mas é equi-valente em muitos aspectos e um deles, é a ousadia músical. Nem tudo é legal, mas como eles compõem muito, tem muita coisa boa.Rammstein – Essa banda me influenciou bastante, não musicalmente, mas em termos de showbusiness. O show dos caras é uma coisa complicada, viu? Alí vale o preço do in-gresso. Eles tem uma visão do que é ter uma banda muito diferente das demais bandas de rock/metal do planeta. Não sei como foi con-cebida a ideia deles e muito menos como foi viabilizado, mas ali sim se faz o que se deve ser feito em termos de uma banda mains-tream worldclass de verdade tocando metal. Ali não é nem o chicote que estrala, é o ca-

nhão que explode.

Por fim, o que ainda podemos esperar do Capadocia para 2014? Sucesso gale-ra. Nos veremos em breve!Mais dois videoclips, mais shows, talvez não no nordeste, mas no resto do Brasil. Seria uma honra para gente tocar no Abril Pro Rock. Eu ouço falar deste festival desde quando eu e o festival éramos pequenos. É histórico. Seria muito legal pra gente ter a oportunidade de tocar neste festival um dia. Teremos um show grande em SP, pretendemos gravar um vídeo ao vivo deste show, aumentar nossa linha de merchandise e o que a gente mais quer, de verdade, é que as pessoas ouçam nossa mú-sica. De verdade, é o que mais nos importa. O resto é trabalho.Quero agradecer pela oportunidade desta en-trevista. Muita sorte a vocês e no que puder-mos colaborar, podem contar conosco.Obrigado e até mais. Baffo Neto.

27

Page 28: Revista Rock Meeting #59

28

Page 29: Revista Rock Meeting #59

29

Page 30: Revista Rock Meeting #59

Por Pei Fon (@poifang | [email protected])Fotos: Divulgação

“Nós estamos trabalhando com espírito de equipe e com amor pela música”

Sabe quando você está devendo algo para alguém? Assim nos sentíamos em rela-ção a banda carioca Statik Majik. Não

que tenha sido uma promessa nunca cumpri-da, mas pelo carisma que seu frontman tem, se assim podemos dizer. Bati um papo super divertido com o fundador e baterista da banda, Luis Carlos. Dentre suas influências, experiências, opi-niões firmes e expectativas, o baterista deixou aqui sua marca e você pode conferir agora mesmo. Não deixe para depois, leia agora!

Fala Carlinhos, beleza? Como alguns já sabem, mas não custa nada refor-çar, apresenta para os nossos leitores a nova formação do Statik Majik.Luis Carlos – Além do seu amigo baterista aqui (risos), tem o Thiago Velásquez (Baixo e Voz) e o novo integrante Leonardo Cintra na Guitarra.

Recentemente vocês abriram para o Black Label Society, banda do conhe-cidíssimo Zakk Wylde. Conta para nós como foram os shows e como rolou o convite?Foi sensacional! Até porque o BLS também é

uma grande influência para nós, além de to-carmos com a banda de um dos maiores gui-tarristas do mundo. Feliz pela produtora ter acreditado no nosso trabalho. É a recompen-sa de um trabalho sério que fazemos.

Neste ano vocês lançaram um vídeo novo, “Paradox of self existence”. Qual foi a receptividade do público?Foi um momento especial. Contamos com apoio dos fãs que deixaram o clipe bem baca-na. Como diz o Thiago (vocal/baixista), esse clipe significa o elo entre a banda e os fãs. Luiz (o ator principal) é um amigo de longa data, um cara que já tocou comigo em outras bandas e hoje segue sua carreira de ator. O clima no dia foi ótimo, aliás, o mais bacana é que foi o primeiro clipe com o Léo (Guitarra).

Mas um passarinho me contou que pre-tendem lançar um novo vídeo no final deste ano. Já tem música escolhida? O que pode adiantar para nós?O próximo clipe deve ser da música “Between 4 Walls” e assim que tivermos um tempinho começaremos a trabalhar nas ideias. Já temos o produtor para o clipe então pretendemos lançá-lo ainda neste ano. Nossa agenda está

30

Page 31: Revista Rock Meeting #59

“Nós estamos trabalhando com espírito de equipe e com amor pela música”

apertada, mas vamos arrumar um tempinho. “Wrath of Mind” já é o segundo traba-lho da banda e com a nova formação. O que a Statik já colheu?Tudo está da melhor maneira possível. Pri-meiro, a entrada do Léo na guitarra, além dos shows que começaram a surgir, as mídias que foram aparecendo com entrevistas em rádios importantes, em jornal, a nova assessoria que está fazendo um trampo super profissional, enfim. 2014 tem sido um ano maravilhoso

para a banda e estamos bem felizes com isso. Ainda teremos mais novidades por aí. Este ano promete.

Sem falar que o mesmo CD vai ser lan-çado na Inglaterra. Ansioso?Não diria ansioso, mas feliz, porque era o que já vínhamos trabalhando para que aconteces-se. Veio a oportunidade na hora certa e espero que no ano que vem possamos fazer uma gig pela Inglaterra. Temos essa ideia. Com disco lançado lá fora, as coisas fluem bem melhor.

31

Page 32: Revista Rock Meeting #59

A tour do novo CD já passou por alguns países da América do Sul como a Co-lômbia. O mesmo fã de lá é o mesmo que o brasileiro? A música realmente une as pessoas?Sim, eles adoram brasileiros. É um povo lin-do e fomos recebidos da melhor maneira pos-sível. Espero voltar em 2015. Foram shows excelentes, onde pudemos fazer um bom tra-balho por lá. Foi recompensador e uma gran-de vitória em nossa carreira.

Sem contar a turnê europeia. Como fo-ram as coisas por lá? Muito frio (risos). Foi bem bacana, passa-mos pela Alemanha, Holanda, Bélgica, Itália, França e Espanha, e foi “pedreira”. Pegamos shows enormes, eventos mais undergrounds, ou seja, foi uma experiência ímpar em nos-sa carreira e assim que tivermos um tercei-ro trabalho lançado, pretendemos fazer uma nova tour por lá.

Já são 12 anos desde a sua vontade de mudar o conceito da banda e hoje ter o Statik Majik na ativa. Após idas e vin-das, como você descreve o atual mo-mento da banda?O melhor! Com Thiago, arrumei a voz defini-tiva da banda e parece que com o Léo arru-mei a guitarra definitiva. Tudo está fluindo, o clima está ótimo e todos focados e dedicados em um só objetivo: fazer com que a banda dê certo. Nós estamos trabalhando com espírito de equipe e com amor pela música.

Diante da atual conjuntura musical, não só a do Brasil, é possível viver de música? De música ainda não mas, sinceramente, eu

prefiro dizer que eu não vivo de música, mas vivo na música. Como disse anteriormente, agora estamos focados e com objetivos em co-mum no que realmente significa Statik Majik e agora muito mais. Eu passei a acreditar que a banda pode crescer e mostrar ao que veio.

Já é assunto batido, mas a internet é o pivô da dissolução de muitas ban-das devido aos downloads? O que você acha a respeito dos downloads? Pode ou não?Dissolução de algumas bandas? A internet para mim é uma grande solução para que uma banda sobreviva! Basta saber usar as ferramentas certas para que se divulgue seu trabalho. O problema não é a internet, mas sim, de algumas expectativas erradas que al-guns músicos têm sobre sua música e sobre sua carreira. Muita coisa é culpa do maldito ego. Gente que começa a tocar hoje e no outro dia acha que vai ser sucesso, que vai ser um “Rock Star” do dia pra noite. Isso é um gran-de erro!

32

Page 33: Revista Rock Meeting #59

A agenda da banda está lotada. E aí, quando vão pisar no Nordeste nova-mente?Ainda neste ano estaremos passando pela Bahia e talvez pelo Norte tocando no Pará e Tocantins. Agora, para uma turnê mesmo, talvez fique para um terceiro álbum, aliás, queremos tocar em Maceió, hein. (risos)

Top 5. Relacione as 5 bandas que são suas influências. Destaque um álbum e fale um pouco sobre.Black Sabbath – (Volume 4) - É o disco que eu mais curto da banda. Ainda mais depois descobri a coincidência de que ele foi lançado no dia do meu nascimento: 25/09/1972.Kiss – (Creatures of the Night) – Primeiro disco que comprei na minha vida e para mim é o melhor do Kiss. Eric Carr na bateria co-mandava !!!Cathedral – (Statik Majik) – Amo esta banda. Uma grande inspiração para que eu criasse a Statik Majik. E bem, olhe o nome deste EP,

preciso dizer algo mais? (risos)Candlemass – (NightFall) – É um ícone do Heavy Doom Metal mundial, não que a Statik Majik seja uma banda do estilo, mas temos um pouco dessa “vibe” de fazer alguns riff lentos como eles.Black Label Society – (Mafia) – Poderia citar outros álbuns, tem muitos discos bons, mas o que prevalece é o fato da “pegada mais atual e moderna” no nosso som que eles fazem em sua música também. Somos Metal e com uma pegada Rock and Roll como eles.

Por fim, o que ainda podemos esperar do Statik Majik para 2014? Já pensam no sucessor de “Wrath of Mind” ou ainda é muito cedo? Sucesso sempre! Já começamos a trabalhar em novas compo-sições e um novo disco fica para 2015. Com certeza, melhor do que o “Wrath”. Agora que temos uma formação melhor, nada do que lançar um disco melhor (risos). Valeu pelo espaço nesta grande revista, OBRIGADÃO!!!

33

Page 34: Revista Rock Meeting #59

34

Page 35: Revista Rock Meeting #59

35

Page 36: Revista Rock Meeting #59

“Éramos encarados como dementes, cabeludos e sujos”

Por Pei Fon (@poifang | [email protected])Fotos: Rogerio Seiji Kubometal

36

Page 37: Revista Rock Meeting #59

30 anos. Posso contar 30 anos em quantas perguntas? Quando tempo em vídeo é possí-vel contar o que aconteceu em 30 anos? 30 anos em fotos. Um recorte eternizado con-tado em algumas imagens, mas não é o sufi-ciente. Não foi possível esplanar 30 anos de história que a banda destaque deste mês pos-sui, mas trouxemos um pouco de cada para que você não se perca na linha do tempo. A banda Vulcano tem muita história para contar. Zhema, que está desde o início, respondeu uma seleção de perguntas impor-tante e alguns fatos interessantes no período em que eles surgiram. Curioso? Leia agora!

Já são 30 anos e tome história para contar. Nascidos num dos períodos áureos da música, como vocês ficavam sabendo das bandas daquele momen-to, nos anos 80?As bandas de Rock, Hard, progressivo e Heavy Metal dos anos 70 chegavam normal-mente até nós embora não fossem tão normal assim. Eram poucas revistas e os álbuns che-gava atrasados e sem muita informação. No início dos anos 80 a N.W.O.B.H.M chegou e era mais fácil adquirir os álbuns, mas somen-te as bandas grandes de grandes companhias de discos chegavam. Por outro lado, existia o metal underground. Essas bandas eram ob-tidas em gravações em cassete através dos

“Éramos encarados como dementes, cabeludos e sujos”

37

Page 38: Revista Rock Meeting #59

“tape trades” e costumávamos comprar des-sas pessoas.

1981 nasceu o Vulcano fazendo um som bastante pesado para os moldes deste ano, considerado até o pioneira do metal extremo no Brasil. Como foi ter uma banda nascida nestes tempos? O que era ter uma banda de metal?Eram tempos difíceis para quem quisesse ca-minhar nesse sentido. Muitas bandas come-çaram e desistiram. Não haviam bons equi-pamentos, nem instrumentos. Os ensaios eram feitos nas salas de nossas casas, a vizi-nhança reclamava de montão. Éramos enca-rados como dementes, cabeludos e sujos. Eu não entrava no colégio se estivesse vestido de camiseta preta e usando “spike”. A polícia nos parava a todo momento e meu pai pensava que eu era desequilibrado, coisas assim.

São tantos detalhes históricos que po-dem ser abordados que fica até difícil de enumerar, mas quais foram as in-fluências do Vulcano naquele período? Eu ouvia muito rock/hard do início dos anos 70. Minha adolescência se deu nos anos 70. Da metade em diante dos 70 começaram as influências que fora para o Vulcano quando comecei a escutar AC/DC, Judas, Motorhead, Black Sabbath. Mas posso dizer que misturar Black Sabbath com Motorhead era nossa in-tenção.

1985. Vulcano “Live”. Gravado em Americana. O primeiro registro ao vivo de Metal do Brasil. Do que vocês se lembram desta gravação? Por que gravar um álbum ao vivo?Os anos 80 estava chegando na sua metade e havia uma cena de Metal muito boa em São

38

Page 39: Revista Rock Meeting #59

Paulo capital e muitos shows acontecendo. Ocorre que Vulcano sempre foi de Santos no litoral e então não conseguíamos entrar na cena Paulistana. Tentávamos de todas as ma-neiras tocar lá, mas sempre recebíamos um “não”. Por outro lado, o Vulcano era muito reconhecido no interior paulista, principal-mente, na região de Araraquara, Americana, Limeira, Campinas, Valinhos, etc. Foi quan-do eu tive a ideia de gravar um álbum ao vivo e colocar lá em São Paulo, só assim eles iam nos escutar. Lembro de ter feito uma parceria com o Witon da Heavy Metal Rock de Americana e que, neste dia, o ginásio de esportes estava lo-tado, ou melhor, a Cidade de Americana está lotada de “headbangers”.

Agressividade não se perdeu com o tempo. Já são mais de 30 anos de riffs instigados, vocal rasgado e harmonia constante. Não se pode mexer numa fórmula já consagrado, né?Eu penso que o que determina o estilo de uma banda é o equilíbrio de suas composi-ções. Não vou dizer que o Vulcano sempre teve esse equilíbrio. Em alguns álbuns temos uma mescla de músicas, mas muito próximas uma das outras, mas posso afirmar que os quatro últimos álbuns têm uma solidez muito boa. É aquele estilo do Vulcano dos primeiros três álbuns preservado e executado com uma pouco mais de experiência. Por fim, eu penso que em uma banda não pode ter mais do que duas pessoas compondo.

Infelizmente um dos integrantes da formação original nos deixou. Quem foi Soto Junior sob a ótica dos amigos de banda?Soto Junior foi uma cara especial. Ele tinha

39

Page 40: Revista Rock Meeting #59

um humor muito acima da média. Era capaz de transformar uma situação tensa e aborre-cida em um brinde com copos cheios de cer-vejas em poucos minutos. Todos gostavam dele. Não tinha sentimento de vaidade e toca-va muito sua guitarra!

No início dos anos 90 até parte dos anos 2000 vocês estiveram no hiato. Por qual razão ficaram no silêncio e o que fizeram?Em 1988 o Vulcano já estava saindo de cena. Foi uma época horrível para mim. Eu sou um tanto radical com essa coisa de misturar me-tal com forró, macumba, etc. Naquela épo-

ca havia muita gente “fancy”... tenis rebook, calça vision, roupas etiquetadas por marcas, “dreadlock”, bermudão. Não era para mim. Fomos cuidar de nossas familias, fomos para faculdade e cada um seguiu seu caminho.

Desde que voltaram não pararam de lançar material novo. “Wholly Wicked” foi lançado este ano. Apresen-te o álbum para nós. “Wholly Wicked” como o próprio nome diz é um álbum totalmente ímpar cujo as letras versam em sua maioria sobre a maldade que esta por trás das religiões, pastores, padres, papa, rabino, e o “cacete a quatro”. Musical-

40

Page 41: Revista Rock Meeting #59

mente falando, ele tráz músicas poderosas e intensas que dificilmente conseguiremos dar um “stop” antes do álbum terminar.

De onde sai tanta inspiração para com-por músicas?Eu não sei! Eu fico tocando minha guitarra em casa e quando faço um “riff” legal eu já logo escrevo ele e depois de um tempo vou ouvi-lo. Se eu não gostar, jogo fora. Mas se gostar, vou desenvolvê-lo até se transformar em uma música.

Fazendo uma reflexão do ontem e hoje, o que vocês pontuam como diferença,

semelhança ou continua tudo do mes-mo jeito?É semelhante a paixão pelo Metal; é diferen-te a acessibilidade à mídia, equipamentos e informação; continua do mesmo jeito a falta de público nos shows. Embora antigamente eram infinitamente menos “metalheads” e es-tavam espalhados por estados e cidades lon-ges.

A música passa por várias transforma-ções. O que se tem escutado destas no-vas gerações e principalmente as brasi-leiras? E o que dizer da cena no Brasil?Eu sou meio “straight” para com a musica de

41

Page 42: Revista Rock Meeting #59

Metal, então eu ouço muita banda, mas se esta banda não consegui me segurar até a ter-ceira música, eu desisto. Uma das que me se-guram atualmente é o Skinlapse. O Brasil tem uma cena invejável para muitos países sula-mericanos mas, ao mesmo tempo, está se tor-nando muito difícil para, principalmente, as novas bandas brasileiras por conta dos even-tos internacionais. Veja bem meu exemplo:- vem o baixista que tocou uma turnê apenas e nunca gravou nada com uma banda famosa, pega músicos de bandas “cover” Brasileiros, faz uma turnê e lota de pessoas. Um promo-tor faz um festival com bandas brasileiras da nova geração e não consegue pessoas nem para pagar o aluguel do equipamento de som.

2014 não ia ficar apenas com o “Wholly Wicked”. Em outubro será lançado uma edição limitada de vinis de um show feito em Estocolmo, na Suécia. De quem foi a ideia do lançamento?Na última turnê ano passado o promotor preparou um excelente show para o Vulcano e Nifelheim em Stockholm, afinal é a cidade dos anfitriões. Ele então gravou o áudio deste show do Vulcano. Eu não sabia disso e meses depois, já no Brasil, ele me enviou esses ar-quivos. Eu achei tão bom que resolvi mixar e masterizar para um álbum. Quando comen-tei isso com algumas gravadoras, muitas que-riam lançá-lo, mas a Cult Of Horus me ofere-ceu a melhor proposta em vinil, somente em vinil e edição limitada.

E um dvd já estão nos planos da banda?Não! O Vulcano é uma banda totalmente in-dependente, não temos gravadora, não temos distribuidora, não somos patrocinados, nada! Um DVD é muito caro para produzi e não te-mos essa grana.

42

Page 43: Revista Rock Meeting #59

Por serem do Sudeste, quais bandas vocês conhecem do cenário Norte e Nordeste? Quais bandas vocês pode-riam citar destas regiões?Headhunter DC e Mystifier, da Bahia. Bode Preto de Teresina, Maleficarum de Fortale-za, Malkuth de Recife, Nighthunter de Natal. Uma pá!

Top 5. Quais as 5 bandas que influen-ciam o som do Vulcano. Nomeie um ál-bum e fale um pouco sobre ele. Black Sabbath - Álbum homônimo por sua aura obscura, guitarras distorcidas.Judas Priest - Hell Bent for Lether, por sua dinâmica e pegada com solos magníficos.Black Sabbath – Paranoid, crueza e perfei-ção de baixo/batera/guitarra.Motorhead - Overkill, não precisa dizer nada né?Motorhead – Ace of Space, esse foi a “faca-da final”

Por fim, há datas para uma possível turnê pelo Brasil? Muito obrigada. Saudações e sucesso galera!Por enquanto não. Fizemos Lima, no Peru, estamos indo para o Chile e depois partimos para Europa onde ficaremos até novembro. No início do ano vamos para o Paraguai, re-tornamos ao Peru e de lá para Bolívia. Em maio do ano que vem já estamos confirmados para o MDF nos Estados Unidos. Assim, caso algum promotor estiver lendo esta entrevista, gostaríamos muito de termos alguma chance aqui no Brasil. Agradeço a você por esta opor-tunidade em responder essas agradáveis per-guntas e aos leitores por dispender um pouco de seu tempo conosco.

Keep Banging !!!!!

43

Page 44: Revista Rock Meeting #59

44

Page 45: Revista Rock Meeting #59

Texto e fotos: Mauricio Melo (Barcelona - Espanha)

Crescendo com os pés no chão

Nosso tranquilo festival em terras ca-talães vai crescendo a cada edição. Ainda que seja nítida a proposta

de seus organizadores, de não se tornar um monstro incontrolável e de se manterem com os pés no chão, a afluência do publico cresceu consideravelmente e se compararmos com a edição anterior. A ainda mais se a comparação for feita com relação a 2012, quase uma quin-zena de milhares de pessoas a mais que, tra-duzido em números, podemos chegar a algo mais de 35 mil pessoas num total. Também a inclusão de um terceiro dia para esta edição de 2014, com poucas apresentações mas que levou bom público. Como sempre, eclético é a palavra que melhor define o evento. Também devemos destacar a “tran-quilidade” de poder assistir e fotografar cada apresentação que, se comparado a correria de outros festivais que habitualmente marcamos presença, o Cruilla é lazer e um dos melhores festivais para se trabalhar. Nada de imensas distâncias entre os palcos, filas de fotógrafos uma hora antes de cada show ou horários que colocam até três apresentações juntas nos obrigando a “dolorosos” sacrifícios culturais.

John Butler Trio

45

Page 46: Revista Rock Meeting #59

Sexta-Feira 11/07/2014

Nossa jornada começou na sexta-fei-ra com a confidencia dos irmãos australia-nos Angus & Julia Stone que, ainda sob forte sol, atraiu um bom público e admiradores do indie folk para um dos palcos principais, o Deezer. É claro que a simpatia de Julia, ar-riscando palavras em espanhol, foi determi-nante para conquistar a galera além da inter-pretação de músicas como “A Heartbreak”. Ainda tiveram tempo para covers como “Girls Just Want To Have Fun” de Cyndi Lauper e “Bloodbuzz Ohio” do The National. Nossa primeira visita ao outro palco principal veio na sequência com Damon Al-barn. O eterno vocalista do Blur, que em oca-siões se disfarça de 2-D do Gorillaz e ainda marca presença em The Good, The Bad & The Queen, apresentou seu primeiro disco solo, Everyday Robots. Apesar de ser um disco in-trovertido ao melhor estilo banquinho e vio-

lão, Albarn soube como animar o público, o que não foi nenhuma surpresa, com temas de todos seus personagens, mostrando toda sua habilidade e o porque de ser respeitado den-tro da música. Ele tocou versões de algumas músicas do Blur como por exemplo “Out Of Time” e “All Your Life”, Gorillaz com “Slow Country” e “Clint Eastwood” para delírio dos presentes e ainda um par de The Good, The Bad and The Queen, “Kingdom of Doom” e “Three Changes” foram as escolhidas. Na música título de seu recém-lançado álbum, Albarn se sentou ao piano, fazendo o mesmo para interpretar “Heavy Seas Of Love” com a presença de um coro gospel. Para não ficar de fora desta celebração, o grupo Band of Horses que com um consoli-dado público pisou no Deezer para fazer bo-nito. Ainda que seu último disco tenha sido recebido com alguma resistência, a banda de Seattle não deixou por menos com “The Great Salt Lake” e “Laredo” com seus melhores riffs

46

Page 47: Revista Rock Meeting #59

Imeralda Bay

47

Page 48: Revista Rock Meeting #59

Vetusta Morla

48

Page 49: Revista Rock Meeting #59

à la Tio Sam. Finalizamos nossa participação com Ve-tusta Morla, um dos grandes nomes do rock es-panhol e um símbolo da música independente do país. Lançando o terceiro disco e abrindo o set com a música título deste, “La Deriva”, le-vantando o bom público presente. Ainda que a primeira noite constasse com a presença e o tom hip-hop/rap de Calle 13 e Violadores del Verso o corpo já pedia descanso.

Sábado 12/07/2014

Sábado, dia de variedades musicais, dis-puta de terceiro lugar na Copa 2014 pela seleção canarinha e no palco mais próximo ao mediter-râneo a nova queridinha do Mississipi, Valerie June, empunhava seu banjo para interpretar músicas de seu único disco, Pushing Against a Stone. A jovem chamou atenção também por seu vestido vermelho, suas botas e um enorme coque para segurar seus dreads. Ainda que al-guns mais exigentes torcessem no nariz quando a simpática mulata elevou o tom em momentos de sua interpretação, a impressão geral foi bem agradável com “Somebody To Love” e “Working’ Woman Blues”. Valerie soube conduzir bem o público e encerrou suas atividades a tempo de também aproveitar a apresentação de John Butler Trio. Grupo altamente recomendado por Ben Harper e que briga palmo a palmo pela melhor apresen-tação no festival. Os australianos (mais um) de-ram um show a parte e Butler é claro, foi quem liderou a farra. Exibia toda a felicidade por vi-sitar o país pela primeira vez, se desculpou por não ter desembarcado antes e deixou claro que vontade não faltou. Como recompensa, brindou o público com uma apresentação que, como dis-se, está entre as melhores do festival. Butler não utiliza palheta para tocar suas guitarras, uma de-

49

Page 50: Revista Rock Meeting #59

Imeralda Bay

The Selecter

Damon Albam

Valerie June

Band of Horses

50

Page 51: Revista Rock Meeting #59

Jack Johnson

The Selecter

Angus & Jolie Stone

Angus & Jolie Stone

51

Page 52: Revista Rock Meeting #59

las com 11 cordas, e sim umas imensas unhas na mão direita. O grande detalhe fica por con-ta de uma lixa que saca do bolso nos interva-los entre uma música e outra para afiar suas palhetas naturais. Suas músicas soam antigas e ao mesmo tempo frescas. Seus cabelos quei-mados de praia e suas tattoos simbólicas. Um show a ser visto. Para dar continuidade só mesmo o ha-vaiano Jack Johnson e suas “preguiçosas” baladas poderiam manter o clima de verão. O mais interessante foi assistir a pessoas de várias idades cantando suas músicas, quando digo todas as idades há de deixar claro uma faixa etária entre 15 e 60 anos. Começou e fi-nalizou seu show em alta com “Good People”, “Sitting, Waiting, Wishing” e “Radiate”, pro-porcionou momentos agradáveis ao público e finalizou com “I Wanna Be Your Boyfriend” em homenagem ao eterno Tommy Ramone, falecido no dia anterior. Tivemos que correr para não perder aos britânicos do The Selecter, banda formada em 1979 e que conta apenas com dois mem-bros originais, Pauline Black e Artur Gaps Hendrickson. Os mesmos ditaram as regras e o ritmo em músicas como “James Bond”, “Danger” e “On My Radio”. Impressionante também é ver o quanto Gaps se desgasta du-rante a apresentação, o suor literalmente jor-ra de seu corpo. Uma pena termos que abandonar a apresentação ska pela metade para chegar a tempo de conferir o rockabilly da pin-up Imelda May. A diva não decepcionou e apre-sentou músicas do recém-lançado Tribal, en-tre os hits estava “It’s Good To Be Alive”. Mudando de cenário completamente chegamos a apresentação de Macklemore e Ryan Lewis onde não faltaram fogos, serpen-tina e papel picado. Com direito a um telão

52

Page 53: Revista Rock Meeting #59

de fundo e um protagonista vestido com a ca-misa do Barcelona FC, declarando amor à ci-dade em sua primeira visita a território espa-nhol, um macro show em que o público mais uma vez demonstrou conhecimento profun-do do repertório apresentado. Para finalizar a noite tivemos três op-ções bastante distintas. A primeira foi o punk rock, mais rock do que punk, de Berri Txar-rak, os vascos estão completando vinte anos de estrada e sua turnê de celebração passou pelo festival. Porém, a curiosidade de assistir o que o diretor cinematográfico, Emir Kus-turica e sua The No Smoking Orchestra, nos ofereceria em única apresentação no país nos levou até o outro canto do evento. Um folk balcânico que tem um padre violinista, um tipo mafioso no saxofone e alguns roqueiros com guitarras e baixo em punho. Uma mistu-ra sem fim e ritmo frenético que não deixou o público parado em nenhum momento e entre uma canção e outra soava o tema da Pantera Cor-de-Rosa. Em ritmo de fim de festa, com os con-fetes ainda caindo de cima do palco, Estrella Damm, a banda Jazznova com Paul Randol-ph se apresentou para um público com cara de quero mais. Naquela altura o caminho de casa passava a ser a melhor opção, não pela indiscutível qualidade do show, mas sim pelo cansaço. Ao descer a ladeira que dá acesso ao Parc del Fòrum vimos um cidadão com a ca-misa da seleção anfitriã do Mundial 2014, num caminhar desorientado. Não sabíamos quantas ele tinha tomado, se 3 daquele dia ou 7 dos dias anteriores, mas achamos mesmo que ele somou e tomou as 10 num único dia para afogar as mágoas.

Até 2015.

Damon Albam

53

Page 54: Revista Rock Meeting #59

54

Page 55: Revista Rock Meeting #59

Por Leandro FernandesFotos: Pri Secco

A banda passou por algumas forma-ções e chegou até a dar uma pausa nos trabalhos. É difícil encontrar, no mer-cado brasileiro, músicos comprometi-dos e realmente dedicados?Humberto Zambrin (Bateria): Na minha opinião, sim. É possível notar que no Brasil você tem uma infinidade de bandas. Mas, in-felizmente, os músicos dispostos a “subir um nível” e encarar o profissionalismo não é tão grande. Dá até para entender isso. O reco-nhecimento é baixíssimo e as possibilidades de sucesso saõ muito restritas. E olha que sucesso, para mim, é ganhar dinheiro com música para viver decentemente e não ser um milionário. Ricardo Oliveira (Guitarra): Nós fica-mos anos procurando vocalista para banda. E vou deixar claro que não estávamos procu-rando “O” vocalista, mas alguém que tivesse disponibilidade e capacidade de investir na banda e encarar os problemas do undergrou-nd. Foi muito difícil. Em proporção diferente, mas problema similar, podemos citar o Angra e o Hangar, que também enfrentam, frequen-temente, problemas com membros nas ban-das. Até mesmo o Sepultura teve que recorrer a estrangeiros para completar seu line-up e seguir em frente. Eu não culpo os brasileiros por isso. Somos um povo movido a paixão, emoção e quando você começa uma banda é isso mesmo que te move. Mas depois de al-

gum tempo, é possível perceber que nem só de emoção se faz uma banda. Tem que traba-lhar, se dedicar, investir tempo e grana, pen-sar, agir, repensar. Creio que por isso muita gente acaba desistindo.

Os temas de suas composições são va-riados ou de alguma forma vocês ten-tam passar uma mensagem para o ou-vinte?Humberto: Em geral nós definimos a te-mática de uma letra só depois que a música está pronta. Isso no ajuda a “sentir” o clima da música e pensar qual a mensagem que ela deve transmitir. Então, na maior parte dos ca-sos, não trabalhamos com temáticas fechadas ou conceituais, e sim com temas mais livres, focados no cotidiano, experiência de vida, si-tuações presentes e futuras que imaginamos. Porém, mesmo assim, acredito que sempre que se escreve algo a intenção por trás dis-so é levar algum tipo de mensagem. Seja ela dividir uma experiência, relatar um fato ou dissertar sobre um futuro incerto. No fundo existe uma mensagem a ser passada adiante. Ricardo: Claro que nenhum de nós é um “filósofo” ou “pensador” do Rock, mas acre-ditamos em dividir nossas experiências da melhor forma possível. O fato de nos preocu-parmos com as músicas como um todo, tam-bém é parte disso. A mensagem tem que ser completa. Mesmo sem entender o idioma por

55

Page 56: Revista Rock Meeting #59

trás da música. Acredito que a mensagem to-tal pode ser passada adiante sem problemas!

Como está sendo as críticas e a reper-cussão da banda após o lançamento do EP “Engraved”?Humberto: Até agora o EP vem repercu-tindo de maneira muito boa dentro e fora do Brasil! Temos recebido críticas muito positi-vas o que, para nós, é algo especial. O EP foi feito muito rapidamente, após a consolidação da formação atual da banda, de forma a aju-dar a colocar nosso nome no mapa o mais rá-pido possível. Não trabalhamos nele tudo que podia ser trabalhado e espero que no nosso primeiro trabalho “full” muito mais possa ser passado.Marcos de Canha (Vocal): Nós enviamos o EP para vários lugares no mundo e recebe-mos respostas e resenhas positivas de mais de 10 países (todos os links no nosso site). Isso não tem preço para gente! Foi muito bacana e é inspirador para o próximo trabalho!

Uma música forte e bem interessante é a “Blessed Life” e pode se tornar um belo clássico da banda. Ela tem algo em especial, algo que vocês colocaram para tocar os fãs?Humberto: Curioso você mencionar essa música. Ela é a exceção pro que respondi an-teriormente. Foi a única música, cuja temáti-ca estava definida antes de fazer a música. É o contrário da forma que trabalhamos normal-mente. Essa música é uma homenagem a um amigo do Ricardo que faleceu anos atrás num acidente de carro. Era uma pessoa de coração absurdamente bom e uma das pessoas que o incentivou a tocar guitarra! No começo da banda eu disse que queria ter uma balada e ele logo veio com esse assunto e desenvolveu

a música. Ela é pura emoção, do jeito que gos-tamos de fazer. Não há nada colocado ali pro-positadamente para agradar, mas acho que é uma música que fala por si só! Ela nos remete tristeza, alegria e saudade ao mesmo tempo.Marcos: Logo de cara me identifiquei com esta música. Ao saber da história dela essa identificação foi mais forte. Por uma coinci-dência, também num acidente, perdi o amigo que mais me apoiou na música.Ela é, real-mente, forte e especial para todos nós..

Como estão os planos para esse ano de 2014?Humberto: Nosso objetivo é fazer alguns shows de divulgação do EP e estamos ao mes-mo tempo compondo para nosso CD novo. A composição toma muito tempo e estamos dando o máximo pra podermos gravar ainda este ano. No mais, estamos abertos a datas de shows para continuar a divulgação. Gerenciar esse tempo e os compromissos é a chave pra continuar em frente. Não queremos parar de fazer shows para compor, nem vice-versa.

56

Page 57: Revista Rock Meeting #59

Tudo vai ter que sair ao mesmo tempo!

Existe contato com gravadoras estran-geiras para o lançamento do disco?Humberto: Até hoje não recebemos nenhu-ma proposta que realmente valha a pena. A indústria da música ainda está muito confu-sa com o lance de internet e etc. Lançar CD’s não é muito mais viável. Temos que achar outra maneira de fazer dinheiro e recuperar investimentos e, infelizmente, as gravado-ras hoje não tem o poder que tinham antiga-mente. Pesando as propostas que tivemos e a possibilidade de continuar de forma indepen-dente, ainda vejo a independência como uma forma mais fácil de se progredir. Guilherme Momesso (Baixo): A não ser, é claro, que uma grande gravadora venha con-versar com a gente. Aí a coisa muda! (Risos)

O que vocês acham sobre grandes fes-tivais que acontecem aqui no Brasil, onde tudo é preparado para artistas internacionais e as bandas locais não

têm tanto destaque?Humberto: Putz... isso, infelizmente, é um padrão! E não é de hoje. Sempre foi assim e não vejo como mudar tão fácil. Às vezes me parece que alguns produtores têm medo que as bandas nacionais superem as bandas grin-gas, então interferem no som, no tempo, no tamanho do palco e etc. Eu acredito que, dan-do igualdade, você conseguirá separar ho-mens de meninos. Há muitas bandas gringas que são um fiasco e não valem 1/3 do cachê que cobram. Há bandas nacionais que pode-riam, com o investimento correto, fazer sho-ws de colocar gringo de 4. Vejo que, pelo me-nos alguns festivais, estão começando a abrir um pouco mais de espaço e medir o resulta-do. Veja, por exemplo o show do Hibria no Rock In Rio. Muito melhor que outras ban-das do palco principal e em horário nobre. De alguma forma precisamos de produtores que invistam na renovação e no potencial do ce-nário Rock e Metal do Brasil. Há muita coisa disponível que pode ser elevada a um nível melhor!

57

Page 58: Revista Rock Meeting #59

Marcos: O Brasil têm uma diversidade cul-tural muito rica e isso de forma natural se en-raizou no heavy and hard nacional. Mas essa diversidade acaba pesando contra porque os produtores não dão a devida atenção às ban-das nacionais por causa dos estilos mais co-merciais. E olha que tem banda boa pra ca-ramba por aqui. Falta respaldo da mídia, e acredito que todos devem ter o seu espaço. É preciso que haja uma mudança no cenário pra que as bandas sobrevivam.

Toda banda sempre tem algum “he-roi” que funcionam como fonte de ins-piração. Quais são as influências do “Attractha”?Humberto: Os músicos! (risos). Falando sério, como disse antes, buscamos fazer mú-sica como ela é, ou seja, transmitir sentimen-tos e sensações na forma de notas musicais. Qualquer artista/músico que faça isso é uma referência pra nós! Como banda, não temos uma influência clara e unânime de banda A, B ou C, mas sim um punhado de influências individuais que acabaram gerando o nosso som. Não estamos aqui para imitar um ou outro, muito menos pra “reinventar” o Me-tal. Estamos aqui pra fazer nossa música da melhor forma possível! Da minha parte posso citar bandas como Kiss, Iron Maiden, Black Sabbath e outros, que começaram do zero nos anos 70 e traçaram os rumos da música pesa-da de hoje. Mas, como disse, isso depende de cada um da banda.Guilherme: Eu arriscaria dizer que os he-róis de cada um são os outros três integran-tes da banda.(risos) Pela dedicação, esmero, empenho em um cenário onde muitas vezes podemos ter a sensação de estar nadando contra a maré.

De onde surgiu o nome “Attractha”?Humberto: Da falta de opção! (risos). Achar um nome de banda hoje em dia acho que é mais difícil que ter a banda funcionand. Quando chegamos no momento de buscar um nome, tudo quanto é tipo de bobagem apareceu. Dei risada pensando em nomes e suas consequências.Ricardo: Depois de muito pensar, decidi-mos que usaríamos um nome de mulher, mas que não nos colocassem apuros com as nossas! (risos). A partir daí foi fácil. Algumas buscas de internet em relação a personagens históricos e personalidades nos levou à At-tracta. Uma Santa Irlandesa, devota de San Patrick. A história nos pareceu interessante, apesar de não termos nenhuma ligação com qualquer entidade religiosa, pois ela simples-mente foi reconhecida por trazer cura e con-forto às pessoas. É isso que queríamos com a nossa música! Daí mudamos a grafia para algo mais exclusivo, para evitar conflitos de marcas.

Façam o seu top 5 das bandas ou mú-sicos e consequentemente dos CDs que você tem escutado recentemente. Fale um pouco sobre elas.Humberto: Uau, dificil! Mas vamos lá: 1. Motion do Almah: puta Cd foda de uma ban-da foda! Tem o balanço perfeito entre melo-dia e peso, harmonia e técnica. Gosto muito desse CD e tenho ouvido bastante. 2. Men of Honor do Adrenaline Mob: estou viciado nesse CD! Muito bom! adoro os trabalhos vo-cais e de guitarra. Recomendo! 3. Worship Music do Anthrax: cara, isso é bom demais! Apesar de não ser tão novo assim, adoro as musicas desse CD. Peso, técnica e melodia na proporção correta. 4. Dark roots of Earth do Testament: não tenho palavras pra explicar

58

Page 59: Revista Rock Meeting #59

59

Page 60: Revista Rock Meeting #59

esse CD: ouçam e ponto final. Pro número 5, vai um clássico que nunca me canso de ouvir: Rust in peace do Megadeth: não há nada que eu possa dizer desse álbum que já não tenha sido dito. Foi uma das obras que mudaram minha vida no inicio dos anos 90, quando foi lançado! Obrigatório para qalquer fã de Me-tal.Marcos: Cara, é foda escolher só 5 bandas ou músicos. Tem coisa boa pra caramba, mas vou tentar ser o mais direto possível: 1. Al-mah – Unfold: mostra o quanto o Edu Falasch está à vontade nessa banda e as composições são complexas, um direto na cara. 2. James Labrie: Impermanent resonance: mostra a outro lado da voz do Labrie com caracterís-ticas bem diferenciadas: uso de drives e um peso (escute “I Got You – é porrada certeira); quando comparado ao trampo no D.T. Devo ter escutado esse CD umas 20 vezes. Detalhe: num dia só.(risos) 3. Pyramaze - Legend Of The Bone Carver: Porra, conheci o trampo deste vocal há pouco tempo, chama-se Lan-ce King. Tenho mania de sair caçando ban-das pouco conhecidas por aí e encontrei esse trampo, destaques: “Ancient Words Within”, “The Bone Carver”; 4. Slayer: Seasons in the Abyss – esse álbum é das bandas pesadas o da cabeceira; tudo nele é foda, matador e im-perdível para quem gosta de metal. 5. Pain of Salvation: Caraca, como piro nas loucuras desses caras. Esse álbum é daqueles “Ame ou odeie”. Fiquei na primeira possibilidade. Mas tem de ouvir no talo. Baita viagem sonora.Guilherme: Bom, pelo menos a pergunta é “recentemente”(risos).1. Lamb Of God - Wrath: Agressivo, pesa-do, cru, rápido, contemporâneo, com muito groove, com muita pegada. Precisa de mais? 2. Orphaned Land - The Never Ending Way Of Orwarrior: A cada vez que escuto esse ál-

bum me surpreendo com a quantidade de influências que esses israelenses inserem em suas músicas, do death/doom com vozes gu-turais ao progressivo com elementos étnicos, com muita harmonia e coerência além de ser cantado em hebraico. 3. Tenho um costume com Rush, vou escutando um álbum de cada vez seguindo a ordem cronológica, é muito louco acompanhar o “passo a passo” da so-noridade da banda. No momento estou no Counterparts, de novo! 4. Akashic – Times-less Realm: Metal progressivo de ótima qua-lidade, peso e melodia na medida exata e sem abuso de exibicionismo. Um puta cd de uma puta banda gaúcha com excelentes músicos mas que, infelizmente, teve suas atividades encerradas. 5. Tower Of Power – East Bay Grease: Peço licença pra sair um pouco da curva. Esse é o primeiro CD do Tower Of Po-wer, que também começou na Bay Area, mas tocando Soul e Funk (o original) em 1970.

60

Page 61: Revista Rock Meeting #59

Muito Groove, músicas alegres, dançantes, com muito groove, com qualidade e comple-xidade comparável a bandas de prog, mas com linguagens completamente diferentes e com mais groove!!Ricardo Oliveira: Pra mim é muito difícil nomear 5, pois escuto muito a banda em si e não apenas um CD, então vou colocar aqui as bandas no momento que estão fazendo parte das minhas seleções. 1-Dream Theater- uma banda que mudou minha maneira de pensar com relação a composição, 2- Maragold- sem-pre fui fã desse guitarrista (Greg Howe) mas a banda é F..., 3- Nickelback- Simples e dire-to, não precisa mais. 4- Stone Sour – Banda perfeita. 5 - Essa eu escuto o CD inteiro sem interrupções, James LaBrie- Elements of per-suasion, muito bom gosto nas composições e principalmente a criatividade destes caras so-lando. Dois guitarristas de muito bom gosto.

Deixem uma mensagem para os fãs, planos futuros e como anda a agenda de shows.Humberto: Agradeço pelo espaço que nos foi dado pela Rock Meeting e o apoio das pessoas que têm nos seguido frequentemen-te. É esse reconhecimento que nos faz seguir adiante! Ouçam nosso EP, assistam ao nosso clipe de “The Choice” e aguardem nosso novo CD para 2015. Esse é nosso foco. Queria pedir também que compareçam aos shows das ban-das nacionais que vocês gostam. Precisamos que o público esteja presente pois, só assim, haverá renovação da música! Apoiem as ban-das novas, sejam elas brasileiras ou gringas. Não existe diferença, o que existe é a oportu-nidade de estar mais ou menos próximo das bandas que vocês gostam! Um abraço a todos e Rock on!!

61

Page 62: Revista Rock Meeting #59
Page 63: Revista Rock Meeting #59

63

BeastMilkPor Rodrigo Bueno

O final de 2013 e o primeiro semestre deste ano, foi marcado por bons álbuns em vários estilos musicais. Vou relatar apenas 4 destes que me fi-zeram manter animado com o que anda ocor-rendo no mercado da música atual. O final de ano foi marcado por um dos melhores discos que tenho ouvido até os dias atuais. Vindo da gélida Finlândia e lançado pelo meu parceiro Svart Music, este som que é bem diferente do que usualmente eu escu-to. Com um som voltado ao Post Punk, Doom Rock, recebendo doses cavalares de influên-cia de Joy Division / Echo and the Bunnymen e até mesmo por Killing Joke ou dependendo da música The Jesus and Mary Chain. Fica difícil dizer qual faixa é a que mais se destaca pois, para mim, o álbum como um todo merece ser ouvido muitas vezes.

O álbum abre com a empolgante “Death Reflects Us”, passando pela bonitinha/hor-ripilante “The Winds Blows Through Their Skulls” e caindo em “Genocidal Crush”. Esta última, é bem empolgante e alguns trechos dos vocais de Kvohst me lembraram os de Vincent Cavanagh no grandioso Anathema na época dos lindos Alternative 4/Judgement, cantado com uma certa melancolia, mas sem deixar a beleza de lado. A partir daí a ban-da me ganhou e o que veio pela frente foi lu-cro. Outros destaques são “Fear Your Mind”, “You Are Now Under Our Control” “Surf the Apocalypse”, e a melancólica “Strange Attrac-tors”. Indo para um caminho diferente e bem mais esporrento, temos os austríacos do Triumphant. Aqui encontramos aquele Black/Thrash Metal que nos transporta para

Page 64: Revista Rock Meeting #59

64

lá para os anos 80.Tendo apenas nove faixas e 40 minutos, eles mostram que aquele velho espírito “metalei-ro” (odeio essa palavra), se mantém vivo à cada acorde de guitarra. Recebi esse promo através do parceiro alemão Cyclone Empire, e fui dar uma escu-tada e esse som me trouxe muitas recorda-ções de minha áurea juventude. Começando esporrento, após uma bre-ve introdução (instrumental) a faixa “Nach-zehrer”, mostra para que vieram. Seguindo a mesma pegada temos “Zivot Ispod Obrnutog Krsta”, notem que essas faixas são cantadas em seu idioma natal. “Devotion” uma dos destaques, pois é

uma das mais rápidas e também que apresen-ta muitas variações em seu instrumental, os vocais de Bekim Leatherdemon vão dos gru-nhidos para partes mezzo faladas, para mim, uma das melhores faixas do álbum. Passando brevemente pela intro “Nightfall”, temos a empolgante “Fullmoon Over Transylvania” e depois “Herald the Un-sung” que também é outro ponto positivo no disco, além de ter pouco mais de 9 minutos. Vindo também da Áustria temos um outra vertente musical que lançou um disco bem acima da média. Estou falando do Ewïg Frost.O álbum Dirty Tales foi lançado pelo meu amigo Dani Audi e sua Discos Macarras, e

Ewïg Frost

Page 65: Revista Rock Meeting #59

65

Triumphant

para quem não está situado no som deles, é uma mistura de Punk Rock, Black/Speed Me-tal. A simplicidade do som, lê-se também o logotipo, lembra bastante Motörhead. Os vocais de Niitro são mezzo guturais, lembrando muito as bandas de Black/Thrash oitentistas. Em apenas 22 minutos esse trio conse-gue fazer muito barulho e empolgar com seu som, vide as faixas “The Hellhound Blues”, “Black Rollin’ Thunder Clouds” (uma das melhores do disco). Temos outros destaques como: “S Leben Frisst Di Auf”, “Mit Sturm Und Drang”, “Underhand Game” Um destaque especial para o baixista Füel,

que toca numa forma diferente o seu baixo e por muitas vezes você escuta o baixo “esta-lando” nos falantes, devido a quantidade de slaps. Para encerrar essa matéria, temos o novo material do Vintersorg, que foi lançado recentemente via Napalm Records. Confesso que a primeira vez que ouvi essa banda foi no disco Cosmic Genesis de 2000. E lembro que havia achado muito “ale-gre” para minha personalidade. E por muitos anos não dei a devida atenção a esse projeto.Sei que pode parecer um tanto piegas, mas gostei muito desse material. Acredito que a parte folk foi deixada um pouco de lado e hoje se concentre muito mais no “metal”.

Page 66: Revista Rock Meeting #59

66

Coincidentemente, uma banda que me vem a mente ao escutar este disco, é a simila-ridade com a fase atual do Amorphis. Onde temos uma atmosfera agradável nos teclados, vocais harmoniosos, que por vezes flertam com os vocais guturais, e belos riffs de guitarra. O Vintersorg ainda mantém uma leve influência “trOO” de seu passado, onde pode-mos constatar nas faixas: “En blixt från klar

Vintersorg

himmel”, “Lågornas rov”. Outros destaques para o álbum são: “Rymdens brinnande öar, “Ur aska och sot”, “Rymdens brinnande öar” onde temos a par-ticipação da bela Frida Eurenius, “Natten vis-ste vad skymningen såg” e “Urdarmåne”.Espero que esse segundo semestre continue tão bom quanto foi esse primeiro e que em breve possamos retornar com mais resenhas.

Page 67: Revista Rock Meeting #59
Page 68: Revista Rock Meeting #59