revista rochas & equipamentos n.100

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Rochas & Equipamentos | 1º Trimestre 2011 | Nº 100 | XXVI Anos | Preço: € 8.00

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Revista da Indústria da Pedra Natural

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CAPA:EXPOSALÃO, S. A.

EDITOR EXECUTIVO:NUNO HENRIQUES

DESIGN E PRODUÇÃO:CRISTINA SIMÕES

DIR. ADMINISTRATIVA:M. JOSÉ SOROMENHO

REDACÇÃO:MANUELA MARTINS

DEP. COMUNICAÇÃO E ASSINATURAS:M. JOSÉ SOROMENHO

IMPRESSÃO:OFFSET MAIS - Artes Gráficas, S.A.Rua Latino Coelho Nº6 - Venda Nova | 2700 - 516 AmadoraTelef.: 21 499 87 00 | Fax: 21 499 87 17 Email: [email protected] www.offsetmais.pt

PRODUÇÃO FOTOGRÁFICA:COMÉDIL, LDA.

ASSINATURA ANUAL:PORTUGAL: 32 Euros

TIRAGEM:3000 Ex.

COLABORADORES NESTA EDIÇÃO COLABORATORES

A. Casal MouraBrian Robert Gurteen Ernesto MatosLuís LopesJorge Cruz PintoManuel MartinsOctávio Rabaçal MartinsRuben MartinsVictor LambertoVisa Consultores

CORRESPONDENTES:

Brian Robert Gurteen - Alemanha Cid Chiodi Filho - BrasilManuel Santos Guedes - PortugalMarco Selmo - ItáliaPaulo Flório Giafarov - BrasilSérgio Pimenta - Bélgica

ROCHAS & EQUIPAMENTOS2

REVISTA DA INDÚSTRIA DA PEDRA NATURAL

NATURAL STONE INDUSTRY MAGAZINE

PUBLICAÇÃO TRIMESTRAL

Nº 100 - 26º ANO

1º TRIMESTRE 2011

JANEIRO | FEVEREIRO | MARÇO

DIRECTORNUNO HENRIQUESC.I.P. Nº [email protected]

PROPRIEDADECOMEDIL - COMUNICAÇÃO E EDIÇÃO, LDA.NIPC - Nº 502 102 152

EDITORES:COMEDIL - COMUNICAÇÃO E EDIÇÃO, LDA.Empresa Jornalística Registada no Instituto de Comunicação Social nº 223679

ADMINISTRAÇÃO, REDACÇÃO E PUBLICIDADE:Rua das Enfermeiras da Grande Guerra, 14-A1170 - 119 LISBOA - PORTUGALTelef.: + 351 21 812 37 53 | Fax: + 351 21 814 19 00E-mail: [email protected]

ROCHAS&EQUIPAMENTOS E A SUA DIRECÇÃO EDITORIAL PODERÃO NÃO CONCORDARNECESSARIAMENTE COM TODAS AS OPINIÕES EXPRESSAS PELOS AUTORES DOS ARTIGOS PUBLICADOS OU POR AFIRMAÇÕES EXPRESSAS EM ENTREVISTAS, COMO NÃO SE RESPONSABILIZA POR POSSÍVEIS ERROS, OMISSÕES E INEXACTIDÕES QUE POSSAM EVENTUALMENTE EXISTIR.

ROCHAS&EQUIPAMENTOS NÃO É PROPRIEDADE DE NENHUMA ASSOCIAÇÃO SECTORIAL.

DISTRIBUIÇÃO NACIONAL E INTERNACIONAL:EMPRESAS EXTRACTORAS E TRANSFORMADORAS DO SECTOR DA PEDRA NATURAL, FABRICANTES E REPRESENTANTES DE MÁQUINAS E EQUIPAMENTOS, ABRASIVOS, FERRAMENTAS DIAMANTADAS, ACESSÓRIOS, ARQUITECTOS, CONSTRUTORES, DESIGNERS, ENGENHEIROS, GEÓLOGOS, EMPRESAS DE CONSTRUÇÃO E SERVIÇOS, ENTIDADES OFICIAIS, ENTIDADES BANCÁRIAS, UNIVERSIDADES, INSTITUTOS E FEIRAS SECTORIAIS.

PREÇO: 8,00 €DEP. LEGAL Nº 40622/90REGISTADO NO I.C.S. Nº 108 066

ROCHAS & EQUIPAMENTOS É MEMBRO DAS ASSOCIAÇÕES JORNALÍSTICAS:

BÉLGICA

Page 5: Revista Rochas & Equipamentos N.100

Sumário

Summary

3ROCHAS & EQUIPAMENTOS

MÁRMORES DE PORTUGAL

ARTE ESCULPIDA EM VILA VIÇOSA

20 ANOS DE SUCESSO LUSOROCHAS – ROCHAS ORNAMENTAIS, LDA

A CALÇADA PORTUGUESA ESPALHA HISTÓRIA PELOS QUATROS CANTOS DO MUNDO

MÁRMORES E CALCÁRIOS PORTUGUESES QUEREM AUMENTAR EXPORTAÇÕES

OS SABORES DA PEDRA - CARNES DA PEDRA

CONSULTOR DE MARKETING ACONSELHA EMPRESÁRIOS DO SECTOR DA PEDRA NATURAL A CRIAR CONSÓRCIO DE EXPORTAÇÃO

BRASIL FAZ PARCERIA TECNOLÓGICA COM ESPANHA

ESTUDO PROMOVIDO PELA ASSIMAGRA REVELA EMPRESAS SOCIALMENTE RESPONSÁVEIS

2011 AINDA VAI SER UM NO MUITO DIFÍCIL PARA A CONSTRUÇÃO NACIONAL

CIENTISTAS TESTAM UM MATERIAL INOVADOR PROTOCÉLULAS QUE ENVOLVEM O CONSUMO DE CARBONO DO MEIO

FALECEU VÍTOR VASQUES, PRESIDENTE DO CONSELHO DE ADMINISTRAÇÃO DO CEVALOR

FALECEU A SRA. D. ADELAIDE MATA - COMPANHEIRA DE UMA VIDA DO SR. CARLOS MATA

BUYERS GUIDE

EditorialEditorial 4

EDITORIAL

FEIRAS 2011

MARMOMACC 2010 – O SUCESSO CONTINUA

A FEIRA NACIONAL DA PEDRA ESTÁ DE VOLTA À BATALHA

O SIROR VAI ESTAR EM DESTAQUE NA TEKTÓNICA

CANAL ABERTO

INTERCÂMBIO PÉTREO DECORATIVO EUROPEU

DocumentosDocuments 26

Feiras & CongressosFairs & Congresses 6

NotíciasNews 86

Boas PráticasBest Practices 24

Sopa da PedraThe Stone Soup 80

R & E Buyers GuideR & E Buyers Guide 94

MateriaisMaterials 32

EmpresasCompanies 60

MercadosMarkets 66

EntrevistaInterview 72

Page 6: Revista Rochas & Equipamentos N.100

Editorial

Editorial

ROCHAS & EQUIPAMENTOS4

Caros Leitores,

Chegámos ao número 100. O que não deixa de ser apenas um número, mas que incorpora a simbologia de destino e o sentimento de meta alcançada. Uma meta traçada antes de mim, mas que é minha incumbência dar-lhe continuidade. A re-vista Rochas & Equipamentos define-se hoje sem o pirronismo típico, como veículo atemporal do mundo da Pedra Natural e levá-lo a quem da sua beleza usufrui. É nosso objectivo não só informar, reportar e educar dentro do sector, mas cada vez mais, mostrar a nobreza deste material aos agentes envolvidos no seu uso.

Por essa razão aumentámos a distribuição gratuita a instituições, empresas e agentes que sejam associados de alguma maneira à prescrição deste belo material.

Muita coisa mudou nestes 25 anos de trabalho. Mudaram, governos, associações, empresas, operadores, modismos, leis, podemos mesmo dizer que o mundo mudou. Mas a Pedra, continua como sempre, eterna.

Mas é na mudança que nos queremos centrar. Como os mais atentos repara-ram, temos vindo a mudar o design da revista e mudámos a sua periodicidade, para melhor adaptar a revista às feiras e ao mundo. Pois se uma coisa aprendemos neste anos de actividade é que cada vez mais rápido, o mundo muda ciclicamente. Restando-nos uma rápida adaptação á sua veleidade.

Se cada vez é mais necessário uma concórdia entre o tipo e forma dos materiais entre os profissionais que os prescrevem. Conceitos como design, sustentabilidade e ecologia, marcam o sector no politicamente correcto. Mas a verdade, na sua forma mais crua, é que politicamente o sector continua sem o apoio devido. Esperamos que mude rapidamente, mas até lá, resta-nos trabalhar e acreditar que algo vai mudar. Tem que mudar!

Vários estudos internacionais, indicam a Pedra Natural como o material de re-vestimento com a menor pegada ecológica, contudo em Portugal as empresas con-tinuam a não ter apoio energético para a sua extracção e a sua sustentabilidade é ameaçada por artigos e leis que não são só, não realistas, como hipócritas. Já com a cada vez maior emersão de materiais compósitos para a construção, falta um apoio real dentro da formação dos actuais e futuros prescritores.

Portugal perdeu a sua agricultura, pesca e sector secundário. Sem criticar a sua recuperação, a aposta rápida tem que ser nos recursos geológicos.

E francamente, acredito em nós. Acredito que muitas das empresas, associações e agentes institucionais vão trabalhar e criar um futuro melhor. O futuro passa pela colaboração sem fronteiras, exportação e esperar pela presente mas etérea reabi-litação urbana. Prova disso é o número recorde de empresas a candidatarem-se a projectos de internacionalização, presença portuguesa em feiras, projectos associa-tivos e iniciativas institucionais. Nós iremos fazer a nossa parte e esperar que o que foi conjecturado se cumpra. O sector, tanto em Portugal como no mundo precisa de um 2011 com as pessoas certas nos lugares certos, onde todos possam ganhar e não adormecer ao som de uma ópera inatingível.

NuNo EstEvEs HENriquEs

[email protected]

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Feiras & Congressos

Fairs & Congresses

ROCHAS & EQUIPAMENTOS6

2011JANEIRO

BUDMA 2011 11 - 14 JANEIROPOZNA - POLÓNIA

BAU 17 - 22 JANEIROMUNIQUE - ALEMANHA

INDIA STONEMART 20 - 23 JANEIROJAIPUR - ÍNDIA

SURFACES 25 - 27 JANEIRO LAS VEGAS - E.U.A.

STONEXPO26 - 28 JANEIROLAS VEGAS - E.U.A.

FEVEREIRO

BUILDMAT 03 - 06 FEVEREIROCOIMBATORE - TAMIL NADU – ÍNDIA

CONSTRUCTION & INTERIOR DESIGN 04 - 06 FEVEREIROTURKU - FINLÂNDIA

bC INDIA08 - 11 FEVEREIROMUMBAI - ÍNDIA

MARMOL 08 - 11 FEVEREIRO VALÊNCIA - ESPANHA

VITÓRIA STONE FAIR - R&E* 15 - 18 FEVEREIROVITÓRIA - ESPIRITO SANTO- BRASIL

IMMA STONE FAIR 17 - 20 FEVEREIROCHENNAI - ÍNDIA

MARMIN STONE 17 - 20 FEVEREIRO SALÓNICA - GRÉCIA

BUILDARCH23 - 26 FEVEREIROBANGALORE – ÍNDIA

BUILD UP23 - 26 FEVEREIROBANGALORE – ÍNDIA

TECNO+STONE 23 - 26 FEVEREIROKIEV - UCRÂNIA

MARÇO

ECOBUILD 01 - 03 MARÇO LONDRES - REINO UNIDO

XIAMEN INTERNATIONAL STONE FAIR - R&E*06 - 09 MARÇO XIAMEN - CHINA

ARCHITECTURE + CONSTRUCTION MATERIALS 08 - 11 MARÇOTÓQUIO - JAPÃO

MEDIBAT09 - 12 MARÇO SFAX - TUNÍSIA

COVERINGS - R&E* 14 - 17 MARÇOLAS VEGAS - NEVADA - E.U.A.

THE NATURAL STONE SHOW 15 - 17 MARÇO LONDRES - REINO UNIDO

UZBUILD15 – 18 MARÇO TASHKENT – UZBEQUISTÃO

WORLDBEX16 - 20 MARÇO MANILA - FILIPINAS

DOMOTEX ASIA / CHINAFLOOR 22 - 24 MARÇOXANGAI - CHINA

REVESTIR 22 - 25 MARÇOSÃO PAULO - BRASIL

MARBLE - R&E* 23 - 26 MARÇOIZMIR - TURQUIA

LONDON HOMEBUILDING AND RENOVATING SHOW24 – 27 MARÇO LONDRES - REINO UNIDO

ITIF ASIA28 - 30 MARÇOCARACHI – PAQUISTÃO

TECHNIPIERRE - R&E* 31 MARÇO - 3 ABRILLIÈGE - BÉLGICA

ABRIL

MOSBUILD 05 - 08 ABRILMOSCOVO - RÚSSIA

IBF - FEIRA DE CONSTRUÇÃO DA REPÚBLICA CHECA12 – 16 ABRIL BRNO - REPÚBLICA CHECA

PEDRA - R&E* 14 - 17 ABRILBATALHA - PORTUGAL

INTERKAMIEN 15 - 17 ABRILKIELCE - POLÓNIA

AGENDA 2011

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7ROCHAS & EQUIPAMENTOS

www.rochas.info

STONETECH - R&E* 20 - 23 ABRIL PEQUIM - CHINA

MAIO

BATIMATEC 03 - 06 MAIO ARGEL - ALGÉRIA

CHILECONSTRUYE11 - 14 MAIO SANTIAGO - CHILE

LIBYA BUILD 15 - 19 MAIO TRIPOLI - LÍBIA

CONSTRUMAT16 - 21 MAIO BARCELONA – ESPANHA

ASTANABUILD 18 - 20 MAIO ASTANA - KAZAQUISTÃO

KBC KITCHEN AND BATH25 – 28 MAIO XANGAI - CHINA

EXPO MADAGASCAR 26 - 29 MAIO ANTANANARIVO - MADAGÁSCAR

EXPOSTONE31 MAIO – 03 JUNHO MOSCOVO – RÚSSIA

JUNHO

STONE+TEC - R&E* 22 - 25 JUNHONUREMBERGA - ALEMANHA

AGOSTO

CACHOEIRO STONE FAIRCACHOEIRO ITAPEMIRIM - BRASIL

SETEMBRO

BALTIC BUILD12 – 14 SETEMBRO SÃO PETERSBURGO – RÚSSIA

BUILDING & CONSTRUCTION INDONESIA 21 - 24 SETEMBROJACARTA - INDONÉSIA

MARMOMACC - R&E* 21 – 24 SETEMBRO VERONA – ITÁLIA

JAPAN HOME AND BUILDING SHOW28 – 30 SETEMBRO TÓQUIO – JAPÃO

NOVEMBRO

BATIMAT7 - 12 NOVEMBROPARIS - FRANÇA

FUNÉRAIRE 17 - 19 NOVEMBROPARIS - FRANÇA

NATURALSTONE27 – 29 ISTAMBUL - TURQUIA

R&E* - DISTRIBUIÇÃO E REPORTAGEM

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ROCHAS & EQUIPAMENTOS8

O SUCESSO CONTINUA

Verona - Itália29 de Setembro - 02 de Outubro

Este ano a 46ª edição da MARMOMACC (2011) vai realizar-se ligeiramente mais cedo. Marque já na sua agenda, na terceira semana de Setembro, os dias 21 a 24 para expor ou vi-sitar o mais importante evento da indústria da pedra natural, equi-pamentos e tecnologia do sector. A nova calendarização responde aos pedidos de vários operadores estrangeiros que acreditam poder, deste modo, rentabilizar melhor a estadia de trabalho na cidade monumental, associando-a a um programa turístico em condições climatéricas mais agradáveis.

2011 Verona - Itália 21 - 24 de Setembro

MARMOMACC 2010

MARMOMACC

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ROCHAS & EQUIPAMENTOS10

“ A FeirA registou um crescimento globAl de 12,5%“As estatísticas da 45ª edição da “Mos-tra Internazionalle de Marmi, Pietre e Tecnologie” que decorreu em Itália, Ve-rona, entre 29 Setembro e 2 de Outubro de 2010, foram entretanto publicadas. A Feira registou um crescimento glo-bal de 12,5% contrariando as previsões mais pessimistas do mercado, face ao panorama económico global.

A principal leitura e conclusão a tirar destes números é que continua a valer a pena os empresários, arquitectos e designers investirem na deslocação e presença neste espa-ço que permanece incontornável e privilegiado para fazer novos negócios, fidelizar clientes e actualizar informação. Se fizermos uma análise ainda mais fina verificamos que 9% do crescimento global da feira deve-se a uma maior participação de economias emergentes nos continentes asi-ático, africano e americano, o que abre perspectivas para uma evolução e diversificação das vendas.

“ 9% do crescimento globAl dA FeirA

deve-se A umA mAior pArticipAção de economiAs emergentes nos continentes Asiático, AFricAno e AmericAno“

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ROCHAS & EQUIPAMENTOS12

Na Europa, a Alemanha deu mais um sinal de que está a contrariar a tendência económica depres-siva do velho continente com um crescimento de expositores na ordem dos 19,8%. O mercado ale-mão é um dos mais importantes no segmento de produtos processados, o que também ajuda a per-ceber este comportamento positivo, atípico nos países europeus, na actual conjuntura económica.

Esta edição da MARMOMACC ficou também mar-cada pela participação conjunta de 10 empresas Palestinianas. A participação organizada revela uma estratégia com o objectivo de alcançar uma ligação mais directa aos mercados Europeu e Norte-Americano. Israel também reforçou a par-ticipação na feira (+52%) assim como o Líbano (+63,4%).

Pela sua primeira participação destacam-se países como a Roménia, a Ucrânia, o México e os Emira-dos Árabes Unidos.

“ A AlemAnhA deu mAis um sinAl de que está A contrAriAr A tendênciA económicA depressivA do velho conti-nente com um crescimento de exposito-res nA ordem dos 19,8%.“

A Líbia foi o país que registou um maior au-mento de participantes profissionais (+75,6%), seguido do Brasil (+63,4%), da Índia (+ 54,1%) e da Turquia (+49,2%).

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ROCHAS & EQUIPAMENTOS14

No caso Português, esta edição de 2010 revelou-se também pela maior afluência de empresas nacio-nais: trinta e uma. Destas, treze participaram atra-vés da organização efectuada pela ASSIMAGRA.

As opiniões variam mas captou-se a ideia mais ou menos generalizada de que nesta quadragésima quinta edição os contactos estabelecidos são mais promissores.

Numa tentativa de abrir novos mercados os empre-sários portugueses estabeleceram relações com ex-positores do Kuwait, do Líbano e do Sri Lanka.

“ no cAso português, estA edição de 2010 revelou-se tAmbém pelA mAior AFluênciA de empresAs nAcionAis: trintA e umA.“

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ROCHAS & EQUIPAMENTOS16

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ROCHAS & EQUIPAMENTOS18

Os produtores nacionais de calcário fi caram particularmente satisfeitos com a elevada par-ticipação Asiática e Brasileira e pela actual tendência dos mercados que lhes é favorável. Os empresários que apresentaram novos aca-bamentos e linhas também foram bem suce-didos a avaliar pela receptividade que os seus produtos alcançaram. Falamos das ardósias e dos xistos, de novas opções para fachadas e de inovadores acabamentos para espaços interio-res com design.

Apesar da grandiosidade desta feira regista-se a opinião de alguns participantes que consi-deram excessivos os seus 76.000 m2. Alguns stands atribuídos às empresas foram maiores do que o solicitado e nas áreas destinadas à exposição de máquinas e equipamentos alguns espaços fi caram vazios.

+63,4 %+3 %

+21,43 %+26,9 %

+52 %+75,6 %

+26,9 %+21,5 %

+49,2 %

Brasil 474 China 737 Egipto 221 Índia 908 Israel 412

Líbia 72 Líbano 231 Tunísia 130 Turquia 830

mArmomAccA 45ª edição em números

1530 expositores56 países76.000 m2

11 pavilhões25.368 profi ssionais internacionais

Assinalou-se nesta edição da MARMOMACC a par-ticipação de dois expositores do Estado do Vatica-no. E se esta presença é compreensível pela his-tórica ligação do Vaticano aos mármores, já será mais difícil descortinar o interesse comercial de um expositor proveniente da Antárctida!

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ROCHAS & EQUIPAMENTOS20

A FEIRA NACIONAL DA PEDRA ESTÁ DE VOLTA À BATALHA

De 14 a 17 de Abril, na ExpoSalão

A ExpoSalão – Centro de Exposições promove de 14 a 17 de Abril de 2011 a 5ª edição da PEDRA - Feira Nacional da Pedra Natural.

Com lugar marcado no Centro de Exposições da Batalha, a feira bianual da PEDRA enquadra-se geografi camente numa das regiões onde a indústria da pedra natural tem mais presença, promovendo a sua visibilidade e força no mercado externo, neste que é um evento ímpar à escala nacional.

Portugal é o nono produtor mundial de Pedra natural. Com uma produção superior a 3 milhões de toneladas por ano, é um sector de extrema importância para a economia nacional assim como de relevo internacional muito signifi cativo.

É nesta conjuntura que a Feira da PEDRA se tem revelado, edição após edição, uma mais-valia para

as empresas do sector, uma vez que se trata de uma plataforma privilegiada para a exposição de novidades, partilha de know-how e transferência de tecnologias para extrair e trabalhar a pedra. É um espaço onde também se cultivam parcerias entre agentes que em muito contribuem para o desenvolvimento de actividades mais efi cientes e de negócios mais rentáveis.

A feira apresenta-se como uma oportunidade ímpar para as empresas divulgarem os seus produtos, estabelecerem novos contactos, fortalecerem relações comerciais e claro, concretizarem negócios.

A PEDRA decorrerá nos seguintes horários:

- 14 a 16 de Abril (5ª feira a Sábado) das 14h00 às 23h00

- 17 de Abril (Domingo) das 11h00 às 20h00.

Negócios sólidos

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ROCHAS & EQUIPAMENTOS22

A 13ª Edição da TEKTÓNICA vai decorrer de 3 a 7 de Maio, na Feira Internacional de Lisboa, no Parque das Nações. O certa-me, organizado pela AIP-CCI - Associação Industrial Portu-guesa e a FIL, vai ocupar toda a área exposicional com uma mostra representativa dos diversos sectores: SK - Salão Inter-nacional de Pavimentos e Revestimentos Cerâmicos, Espaço Cozinha e Banho; SIMAC - Salão Internacional de Materiais, Máquinas e Equipamentos para a Construção, SIROR – Salão Internacional das Pedras Naturais, Tek Green - Salão das Ener-gias Renováveis, Construção Sustentável e Responsabilidade Social na Construção e Tek Máquinas - Salão das Máquinas e Equipamentos para Construção e Obras Públicas.

Durante 5 dias, a feira vai ser palco de grandes encontros profissionais, incluindo conferências, seminários, workshops, entre outras actividades, nos quais serão abordados temas ac-tuais e relevantes para o sector da construção. As actividades no âmbito do SIROR contam com o apoio da Assimagra e da imprensa especializada no sector da Pedra. As obras candi-datas ao “PRÉMIO António Esteves Henriques – A Pedra na Arquitectura” vão ser apresentadas no evento.

A TEKTÓNICA, considerada como a maior feira de cons-trução em Portugal, é dirigida a arquitectos, designers, em-preiteiros, empresas de cons-trução civil e obras públicas, engenheiros, geólogos, gros-sistas e retalhistas, operado-res, nacionais e estrangeiros,

projectistas e consultores, subempreiteiros, técnicos do sector e autarquias locais.

Durante este ano, a TEKTÓNICA vai acompanhar as empre-sas portuguesas a feiras internacionais nos mercados con-

O SIROR VAI ESTAR EM DESTAQUE NAPedras Naturais

Natural Stones

siderados prioritários e em franca expansão. Entre elas, destacam-se a Lipoexpo, a decorrer na Líbia em Fevereiro, a Constrói Angola, a FICH- Feira Internacional de Cons-trução e Habitação em Cabo Verde e a Construmar, em Marrocos, to-das a acontecer durante o mês de Outubro.

A organização da TEKTÓNICA aguarda a visita de profissionais de todo o mundo, com especial incidência nos países da Comuni-dade da Língua Portuguesa, Norte de África, Médio Oriente e Países de Leste. Os Hosted Buyers, convi-dados da TEKTÓNICA, procuram as novidades que as empresas nacio-nais com capacidade de exporta-ção vão apresentar na feira.

A TEKTÓNICA com o apoio das Entidades Oficiais, das principais Organizações Sectoriais e socio-profissionais de Portugal e o en-volvimento do tecido empresarial, pretende estimular a identificação de oportunidades e a concretiza-ção de negócios através da expo-sição e de actividades profissionais complementares cada vez mais re-conhecidas no sector.

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Boas Práticas

Best Practices

ROCHAS & EQUIPAMENTOS24

Sou produtor de blocos e de placas em bruto. Tenho que proceder à marcação CE da pedra?

A marcação CE não incide sobre a pedra, mas sim sobre os diversos produtos destinados a serem incorpo-rados nas construções e com o objectivo de assegurar o controlo do respectivo desempenho. Porque nem os blocos nem as placas em bruto são produtos finais, não estão sujeitos a marcação CE.

Utilizei ladrilhos de 60x60x3 cm de uma ardósia estrangeira, assentes sobre apoios, para pavimentar um pátio ao ar livre. Aconteceu que, decorrido um mês, muitos desses ladrilhos começaram a lascar segundo um ou dois planos paralelos à face vista. Pergunto qual terá sido a causa e como deveria ter procedido para me certificar de que tal não viria a acontecer.

Como sabe, as ardósias são rochas com xistosidade muito evidente, podendo dividir-se facilmente em lâmi-nas paralelas, mais ou menos espessas (clivam segundo os planos de xistosidade). No geral, trata-se de rochas de granularidade muito fina que sofreram metamorfismo de muito baixo grau mas suficiente para propiciar a orientação dos minerais argilosos, levando-os a disporem-se em planos paralelos, sendo que as forças de ligação entre esses planos são muito fracas (daí a clivagem das ardósias e dos xistos em geral ser fácil).

Pode mesmo acontecer que a grandeza dessas forças de ligação seja menor em alguns dos planos e daí re-sulte que, após terem sofrido vários períodos de humedecimento/secagem, as placas venham a lascar segundo os planos de menor coesão. E quanto mais espessa for a placa, maior probabilidade existirá de conter planos de maior fraqueza.

Por outro lado, existem rochas a que comercialmente se dá o nome de ardósias e que, na verdade o não são. É o caso dos lutitos e de muitas outras rochas sedimentares laminadas, que, ao contrário das ardósias e dos xistos, quando abrem, isso acontece segundo planos paralelos à estratificação (e não segundo planos de xistosidade). Esses planos de estratificação são, em regra, ainda menos coesos que os de xistosidade.

É claro que existem diversas qualidades de ardósia e, para a utilização pretendida (um pátio ao ar livre), deveria ter sido seleccionada uma ardósia de qualidade extra. O que poderia ter feito para verificar o compor-tamento da ardósia que escolheu quando exposta aos agentes atmosféricos, era mandar realizar um ensaio de choque térmico, o qual reproduz as acções do calor e da humidade sobre a pedra. Em alternativa, bastaria mesmo mergulhar uma ou várias placas em água deixando que se embebam bem, depois secá-las comple-tamente ao sol ou em forno muito brando (não excedendo os 110 ºC), de imediato mergulhá-las novamente em água e repetir o procedimento umas vinte vezes. Se a ardósia não lascasse, seria considerada adequada.

CANAL ABERTOCoordenação: A. Casal MouraColaboração: Laboratório do INETI e Cevalor

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25ROCHAS & EQUIPAMENTOS

O mercado disponibiliza materiais em pedra aglomerada com aspecto que lembra o da pedra natural e verifico que, algumas vezes, possuem designações semelhantes, o que pode confundir o utilizador. Será que a pedra aglomerada substitui a pedra natural em todos os seus atributos?

A pedra aglomerada é um produto feito com fragmentos de pedra natural (90 a 95%) aglutinados por um ligante, normalmente uma resina. À partida, diremos que não será difícil distingui-la da pedra natural por simples observação e muito menos o será ao microscópio.

Já existem Normas harmonizadas para a marcação CE de alguns produtos de pedra aglomerada, pelo que a sua qualidade industrial está assegurada. Quanto ao respectivo desempenho em obra, é um facto que já a temos visto aplicada com resultados satisfatórios. Todavia, ainda é cedo para se conhecer a sua durabilidade, a qual irá depender sobretudo do comportamento do agente ligante. Ou seja, valerá o que valer a resina. Por outro lado, é certo que não tem o comportamento ao fogo da pedra natural, dado que tais resinas são com-bustíveis.

De qualquer modo, é minha opinião (e a de muita gente) que a pedra aglomerada não tem a “nobreza” da pedra natural.

Recebi um fornecimento de ladrilhos para colocar na minha casa, mas, agora, o aplicador que contratei diz que a pedra é fraca e que não se responsabiliza pelo trabalho final. Já pensei em devolver a pedra, mas ainda não sei o que fazer e, por isso, preciso da sua ajuda. Desde já lhe fico agradecido e, dada a urgência, peço-lhe a fineza de me responder por e-mail para j.guimaraes@.......

Sr. Guimarães: nestas situações impõe-se agir com a prudência necessária.

A começar: já pediu ao seu fornecedor para lhe mostrar trabalhos onde essa pedra foi aplicada? Aí poderá ajuizar se lhe agradam ou não.

Continuando: conhece bem o aplicador que contratou? Se sim, e tem toda a confiança nele, não aplique e devolva o fornecimento. Se não, procure outro aplicador com boas referências e registe e siga a opinião dele.

É que não pode deixar de considerar que o aplicador que lhe disse que a pedra é fraca o possa ter dito er-radamente (por convencimento ou por simples desconhecimento) ou eventualmente ter segundas intenções, como sejam, desculpabilizar-se no caso de o trabalho ficar mal feito ou procurar justificar ter de demorar mais tempo a executá-lo invocando cuidados especiais (e por isso ir sair mais caro que o previsto) ou, então, fazer com que o senhor contrate um novo fornecedor (se calhar conhecido dele) e pague bem mais por uma pedra semelhante ou por outra que ainda pode valer menos que a que já tem. Tenha consciência de que, no “mundo” dos produtos da construção, o utilizador final é a parte mais fraca, porque, quase sempre, e como é natural, é o que sabe menos sobre esses produtos.

E, já agora, pelo menos fique a saber que tão importante é a qualidade da pedra como a do trabalho de aplicação. Por isso, é de escolher sempre fornecedores e aplicadores idóneos!

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Documentos

Documents

ROCHAS & EQUIPAMENTOS26

Pelos preços unitários, constata-se que a União Eu-ropeia exporta preferentemente artefactos com ele-vado valor acrescentado, e importa maioritariamente matéria-prima para ulterior processamento e expedi-ção de produto transformado.

Esta magna realidade vem a ser a consequência imediata do elevado padrão técnico e tecnológico, mas também profissional, alcançado pelos povos pe-treamente mais evoluídos da União Europeia, onde a tradição se alia profícua e proveitosamente às gran-des conquistas científicas, educativas e culturais, as mais retumbantes do nosso Planeta.

E note-se que a actual crise económica e financeira mundial não teve início na Europa, mas sim nos Esta-dos Unidos da América, com a especulação imobiliária agravada a partir de Agosto de 2007.

Afirmar que a Europa dos vinte e sete países consti-tui um só grande mercado doméstico, significa subli-

INTERCÂMBIO PÉTREO DECORATIVO EUROPEU

EXPORTAÇÕESParâmetros 2007 2008 Variação (%)Mil toneladas 5230,90 5142,20 -1,7

Milhões Euros 2100,10 2167,20 3,2

Euros/Ton. 401,48 421,45 5,0

IMPORTAÇÕESMil toneladas 9878,8 9634,5 -2,5

Milhões Euros 2402,8 2409,5 0,3

Euros/Ton. 243,23 250,09 2,8

Fonte: “Stone 2009” - World Marketing Handbook - Eurostat

nhar uma realidade magnífica e irreversível.

A questão é válida, por maioria de razão, no Sector Pétreo Ornamental, que foi um dos primeiros a tradu-zir a própria vocação comunitária em actos concretos: não aconteceu por acaso o acto constitutivo da Fede-ração Europeia do Sector, que foi precedido durante alguns anos por um Comité de Coordenação, saído do célebre e frutuoso Congresso de Florença sabiamente realizado em 1964.

Actualmente assume destacada importância co-locar em evidência como a União Europeia governa quota muito significativa do intercâmbio mundial.

Para além das motivações internas, que em diversos povos comunitários representam volumes da ordem de 50% da produção útil global, absorvendo os ma-teriais de menos qualidade recusados pelos exigentes mercados externos, o intercâmbio internacional re-presenta uma parcela de grande valor.

POR: OctáviO Rabaçal MaRtins Engenheiro de Minas Assessor Principal

A crise económica e financeira mundial acabaria por reflectir-se ine-vitavelmente no Sector Europeu das Rochas Ornamentais, acusando em 2008 o intercâmbio os recuos quantitativos de 1,7% nas expor-tações e de 2,5% nas importações, muito embora em valor se tenham granjeado os acréscimos de 3,2% nas expedições internacionais e de 0,3% nas aquisições, em con-sequência da subida de 5% do preço médio uni-tário nas vendas e de 2,8% nas correspondentes compras, comprovando o alto apreço pelos arte-factos do Ocidente.

A Europa, embora ressentindo-se da crise, não deixou de marcar sólida presença.

Apesar do recuo ponderal patente em 2008, a expressão valorativa progrediu.

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EU / 27 - INTERCÂMBIO PÉTREO DECORATIVO NO BIÉNIO 2007-2008

Anos CódigosEXPORT IMPORT

1000 Ton. Milhões Euros Euros/Ton. 1000 Ton. Milhões Euros Euros/Ton.

2008

25.15 2451,60 500,30 204,07 1022,80 192,60 188,32

25.16 576,70 88,20 152,94 3674,70 624,70 170,00

68.01 160,60 37,40 232,88 1815,90 306,70 168,90

68.02 1923,70 1519,70 790,00 2883,30 1185,70 411,23

68.03 29,60 21,60 729,73 237,80 99,80 419,68

Total 5142,20 2167,20 421,45 9634,50 2409,50 250,09

2007

25.15 2384,70 461,90 193,69 1086,10 186,20 171,44

25.16 637,50 85,10 133,49 3453,80 684,50 198,19

68.01 151,60 31,10 205,15 2085,00 327,50 157,07

68.02 2022,90 1499,60 741,31 2996,70 1105,40 368,87

68.03 34,25 22,40 654,97 257,20 99,20 385,69

Total 5230,90 2100,10 401,48 9878,80 2402,80 243,23

2007

/200

8

25.15 2,80 8,30 5,40 -5,80 3,40 9,80

25.16 -9,50 3,70 14,60 6,40 -8,70 -14,20

68.01 5,90 20,10 13,40 -12,90 -6,40 7,50

68.02 -4,90 1,40 6,60 -3,80 7,30 11,50

68.03 -13,50 -3,30 11,70 -7,50 0,60 8,80

Total -1,70 3,20 5,00 -2,50 0,30 2,80Fonte: “Stone 2009” - World Marketing Handbook - Eurostat

A nível consolidado, isto é, excluindo as movimen-tações internas, o ano de 2008 fechou com a expor-tação global superior a 5,1 milhões de toneladas va-lorizadas em 2167,2 milhões de Euros, enquanto as importações perfizeram 9,6 milhões de toneladas, que importaram em 2,4 mil milhões de Euros, bastante acima das expedições.

No confronto dos dados de 2008 com os de 2007, observaram-se os declínios de 1,7% nos fornecimen-tos e de 2,5% nas aquisições, mas o valor subiu res-pectivamente 3,2% e 0,3%. A situação ponderal re-grediu, mas pecuniariamente houve ligeiros avanços.

Assim, pelo menos nesta fase, os efeitos da situação conjuntural mostram-se bastante circunscritos, tanto mais quanto o valor médio por unidade de produto se apresenta quase invariável, trepando 5% nas expedi-ções e 2,8% nas compras.

Desagregando os resultados, constata-se o bom incremento ponderal das vendas de calcários em bru-to e de pedra natural talhada para calcetamento, en-quanto mergulharam as rochas siliciosas em bruto e os artefactos polidos.

Nos aprovisionamentos, pelo contrário, em volume apenas treparam as rochas siliciosas em bruto, que todavia evidenciaram apreciável queda (-14,2%) do respectivo valor médio.

O enorme desenvolvimento sectorial dos maiores países extra-europeus (China, Índia, Irão e Turquia na Ásia, e Brasil na América Latina) não vem impedin-do a Europa dos Vinte e Sete de conservar dimensões bastante apreciáveis simultaneamente da extracção,

POSIÇÕES PAUTAIS:

25.15 Rochas carbonatadas em blocos e serradas

25.16 Rochas siliciosas em blocos e serradas

68.01 Pedra natural talhada para calcetamento

68.02 Rochas calcárias e siliciosas em obra

68.03 Ardósia laborada

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29ROCHAS & EQUIPAMENTOS

do processamento, do intercâmbio, das aplicações do-mésticas, e da ocupação, mobilizando directamente não menos de 300 mil trabalhadores.

Não acontece por acaso que o volume das impor-tações, superando em 2008 nada mais, nada menos que 87,4% do correspondente às exportações, se tra-duz pelo menos em 150 milhões de metros quadrados equivalentes à espessura convencional de 2 centíme-tros a aplicar em obras, para além dos resíduos do processamento.

Por outro lado, não se deve ignorar que a quota maioritária destas aplicações se refere a materiais provenientes dos grandes produtores extra-europeus, e em particular da China e da Índia, que figuram à frente da escala mundial de extracção, de processa-mento e de distribuição, embora ainda com baixos “ratio per capita”.

A embora contida desaceleração ponderal dos apro-visionamentos em 2008 chama em atenção, antes de tudo, a queda da procura na Europa Central, com par-ticular respeito para a retirada do mercado germâni-co, enquanto a estagnação das exportações encontra motivação na queda do mercado norte-americano, primeiro importador mundial de rochas em obra, que está a conferir ampla preferência aos baratos – embo-ra inferiores – artefactos líticos chineses.

Contudo o crescimento do valor médio por unidade de produto em ambas as direcções de tráfego com-prova que o Sector Pétreo Decorativo Europeu pode contar, também num momento difícil do ciclo con-juntural, com factores técnicos, tecnológicos, profis-sionais e qualitativos em condições de testemunhar superior inovação e alta competitividade, tirando grande proveito de Marcação de Qualidade, que ilus-tra o carácter genuíno e naturalmente autentico.

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A Europa constitui um grande mercado doméstico que não exclui a presença de condições específicas bastante diversas de país para país, o que não deixa de ser normal.

Algumas realidades, como as de Leste, evidencia-ram resultados superiores à média, enquanto nos sistemas sectorialmente mais maduros, como os da Espanha, Itália, Portugal e Grécia, os obstáculos, os entraves e os estrangulamentos se fizeram sentir de maneira mais acentuada, sublinhando por maioria de razão a premente necessidade de adequados cor-rectivos, sobretudo no domínio das infra-estruturas e nos campos financeiro e promocional.

É um facto que a concorrência extra-europeia beneficia de custos particularmente competitivos e por vezes notáveis intervenções estratégicas, matriz não última do seu sucesso: mais uma válida razão para confirmar o pleno direito da Indústria Pé-trea Decorativa dos Vinte e Sete às atenções que competem a um Sector caracterizado pela presen-ça de tradições irrepetíveis, de uma tecnologia de vanguarda, e sobretudo, de extraordinários valores profissionais, humanos e sociais, garantido superior qualidade de vida.

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

1 - Eurostat Institut of Luxembourg for the European Union Countries – Statistics 2008

2 - Martins, Octávio Rabaçal – China: Uma grande Po-tência em Rochas Ornamentais in “A Pedra”, Lisboa, nº 83, Primavera 2002

3 - Martins, Octávio Rabaçal – A Indústria das Rochas Ornamentais na União Europeia. Produção e Mercado Exter-no in Rochas & Equipamentos, Lisboa, nº 72, 4º trimestre de 2003

4 - Martins, Octávio Rabaçal – Promoção, Inovação e Re-lançamento Pétreo Ornamental Europeu in Rochas & Equi-pamentos, Lisboa, nº 78, 2º trimestre de 2005

5 - Martins, Octávio Rabaçal – Perspectivas Actuais de Evolução do Sector Pétreo Decorativo Mundial in Rochas & Equipamentos, Lisboa, nº 90, 2º trimestre de 2008

6 - Martins, Octávio Rabaçal – Arrancada das Rochas Or-namentais através do Mundo no Ano de 2004 in Rochas & Equipamentos, Lisboa, nos. 91-92, 3º e 4º trimestres de 2005

7 - Montani, Carlo – “Stone 2008” – World Marketing Handbook, Faenza Editrice, Faenza – Itália, 2008

8 - Montani, Carlo – “Stone 2009” – World Marketing Handbook, Faenza Editrice, Faenza – Itália, 2009

9 - Napoli, Silvana – “Stone Sector 2007” – Italian Industry and International Trends, Carrara – Itália, 2008

10 - Napoli, Silvana – “Stone Sector 2008” – Italian Indus-try and International Trends, Carrara – Itália, 2009

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Materiais

Materials

MÁRMORES DE PORTUGAL

GEOLOGIA E HERANÇA MINEIRA

Apesar da sua dimensão, Portugal possui unidades extractivas de rochas ornamentais em todo o seu território. De facto, o Norte é rico em rochas ígneas, particularmente em granitos (Fig. 1), enquanto os calcários sedimentares microcristalinos concentram-se no Maciço Calcário Estremenho (Fig. 2). Existem reservas consideráveis de brechas calcárias no Algarve (São Brás de Alportel – Tavira, Sul de Portugal), bem como de sienito nefelíni-co, único no Mundo e explorado na Serra de Monchique (Algarve). Os xistos possuem um pólo extractivo de expressão considerável na zona do Porto, registando-se ainda alguma exploração no Alentejo, em Barrancos.

POR: RUbEn MaRtins1 & lUÍs lOpEs2

RESUMO

Os “Mármores de Estremoz” foram durante décadas a imagem de marca das Rochas Ornamentais Portuguesas. Condicionantes essencialmente económicas a que se associa um desconhecimento dos prescritores das propriedades físicas, químicas e mecânicas das diferentes rochas originaram uma “moda” que privilegia essencialmente a homogeneidade dos materiais em detrimento da sua longevidade. Realçamos que não houve esgotamento de matéria-prima havendo, das diferentes variedades de mármore, reservas sufi cientes para sustentar uma actividade extractiva por várias centenas de anos.

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ROCHAS & EQUIPAMENTOS34

Fig. 1 – Rochas Ornamentais em Portugal – Granitos e Rochas Similares (IGM, 1997).

“ portugAl possui unidAdes extrActivAs de rochAs ornAmentAis em todo o seu território.“

“ o norte é rico em rochAs ígneAs,

pArticulArmente em grAnitos.“

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35ROCHAS & EQUIPAMENTOS

Fig. 2 – Rochas Ornamentais Carbonatadas em Portugal (IGM, 1997).

“ os cAlcários sedimentAres microcristAlinos

concentrAm-se no mAciço cAlcário estremenho.“

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Fig. 3 – Mapa geológico do anticlinal de Estremoz (Moreira, J., and Vin-tém, C., coords., 1997), sobre-posto a uma imagem do Goo-gle Earth. Os mármores estão representados a azul-escuro e a azul-claro. Adaptada de Lopes & Martins (2010).

Os mármores são explorados no Alentejo, numa estrutura geológica conhecida por an-ticlinal de Estremoz. Esta estrutura de direcção NW-SE, com 42x8 km (Fig. 3), apresenta uma forma elíptica alongada entre Sousel e Alandroal. Geologicamente insere-se na Zona de Ossa-Morena e os mármores com interesse ornamental apresentam uma extensão afl orante com cerca de 27 km2 (Moreira & Vintém, 1997).

N

Depósito de cobertura

Xistos negros * Liditos

Metavulcanitos ácidos e básicos

Mármores de cores claras1 - Mármore escuro (Ruivina)2 - Parcialmente dolomitizados (Olho de Mocho)3 - Metavulcanitos intercalados4 - Parcialmente brechifi cados

* Metavulcanitos ácidos e básicos alternantes com Mármores Xistentosnível siliciosoMetadolomias

Alternância de mármores xistentos e metavulcanitos básico-intermédios

Metavulcanitos ácidos e básicos e conglomerado de base

Xistos, micaxistos, quartzitos negros e liditos

Rochas intrusivas hercínicas

Filões básicos

Filões de quartzo, localmente com arsenopirite

Rochas peralcalinas

Plio-Plistocénico a actual

Silúrico

Com

plex

o Vu

lcan

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enta

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rbon

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Precâmbico

Ordovícico (?)

Câmbrico

lEgEnda

“ os mármores são

explorAdos no Alen-

tejo, numA estruturA

geológicA conhecidA

por AnticlinAl

de estremoz“

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O anticlinal de Estremoz é o principal centro produtor de mármore em Portugal e um dos mais importantes a nível mundial. A existência de muitas pedreiras na região permite uma exposição tridimensional da geologia sem par no resto do território português. Ainda mais que já existem pedreiras que atingem cerca de 150 m de profundidade. Esta exposi-ção permite verifi car que os efeitos da Orogenia Varisca na região estão bem preservados. Estes refl ectem-se no dobramento e redobramento diferencial dos mármores em função da espessura das camadas, da maior ou menor ocorrência de materiais xistifi cados e in-terestratifi cados e da própria natureza destes. De qualquer modo estas estruturas preser-vadas nas pedreiras originam belos padrões estéticos que, frequentemente, são realçados nas aplicações fi nais dos mármores (Fig. 4).

Fig. 4 – Padrões geométricos obtidos pelo corte e polimento em livro aberto de chapas de mármore Ruivina.

No passado também se exploraram mármores noutras localidades alentejanas: Vila Ver-de de Ficalho, Trigaches, Serpa, Viana do Alentejo e Escoural (Fig. 2). Apenas a primeira re-ferida apresenta actualmente alguma actividade. Em todos os casos os mármores ocorrem integrados em Complexos Vulcano-Sedimentares. Ainda que ocorram algumas variações locais a sequência litoestratigráfi ca composta por mármores, calcoxistos, metavulcanitos ácidos e básicos é uma constante. As diferenças texturais e mineralógicas que apresen-tam estão condicionadas pela posição que estas jazidas apresentam em relação à Oroge-nia Varisca, ou seja apresentam condições metamórfi cas para a sua formação (diferentes pressões e temperaturas) (Lopes, 2003).

Nas últimas décadas foram feitos inúmeros estudos para avaliar os mármores paleozói-cos do Alentejo (Gonçalves, 1972; Reynaud & Vintém, 1994; IGM, IST & UE, 2000; Vintém, et al., 2003; Carvalho, 2008). Tendo em conta a interacção entre a actividade extractiva e o ambiente a aplicação de metodologias que permitem um uso mais efi ciente do terreno, também têm sido estudadas e no futuro conduzirão a uma gestão efi ciente e global do território (Falé et al., 2004; 2006).

“ o AnticlinAl de estre-

moz é o principAl cen-

tro produtor de már-

more em portugAl e um

dos mAis importAntes A

nível mundiAl.“

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39ROCHAS & EQUIPAMENTOS

É do conhecimento geral que estes mármores foram explorados como recurso geológico desde a Antiguidade. A mais antiga evidência escrita, data de 370 a.C. O achado arqueoló-gico está representado por uma lápide mandada fazer pelo capitão cartaginês Maarbal na sua viagem de Faro para Elvas e foi descoberta pelo Padre Espanca em Terena – Alandroal (Brito da Luz, 2005). Mais tarde, ainda no Período Romano, os mármores foram largamen-te utilizados tanto como elementos estruturais como decorativos, por exemplo no Templo Romano de Évora (Fig. 5), no Teatro Romano de Mérida (Espanha) (Fig. 6), etc.

Na Idade Média, os mármores foram utilizados para a construção de palácios, caste-los e outros edifícios. Desde o século XV os mármores começaram a ter uma utilização mais proeminente, tanto nacional como internacionalmente, tendo sido transportados pelos exploradores portugueses para a África, Índia e Brasil. Durante os séculos seguintes, foram procurados para fi ns ornamentais e aparecem embutidos com várias associações policromáticos em monumentos nacionais e internacionais, como por exemplo o Mosteiro dos Jerónimos (Portugal), o Mosteiro de Escorial (Espanha), em vários monumentos em Roma (Itália), no Louvre e em Versailles (França). A alguns destes foi atribuído o estatuto de Património Mundial da UNESCO (Milheiro, 2003). No século XX, com a introdução de novas tecnologias de produção e especialmente, na década de 70, com a abertura da economia portuguesa ao exterior, a indústria do mármore deu um salto quantitativo e qualitativo tornando-se uma referência mundial (Brilha et al., 2005).

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ROCHAS & EQUIPAMENTOS40

“ no período romAno,

os mármores ForAm lArgA-

mente utilizAdos tAnto

como elementos estruturAis

como decorAtivos.“

Fig. 6 – Detalhe do Teatro Romano de Mérida (Espanha); as colunas são em mármore “Ruivina da Lagoa” que se encontra no fl anco Sudoeste do anticlinal de Estremoz.

Fig. 5 – Templo Romano de Évora; as bases e os capitéis das colunas em granito, são de mármore branco de Estremoz.

Os mármores correspondem a uma pequena parte do anticlinal de Estremoz. Conside-rando que só se exploram 30% dos 27 km2 que os mármores ocupam, 10% de aprovei-tamento e explorações até 100 m de profundidade, obtemos 220 milhões de toneladas o que, levando em conta a exploração média anual máxima de 400.000 toneladas no período entre 2000 e 2002 (INE – Instituto Nacional de Estatística), permite-nos apontar reservas para cerca de 550 anos. Este valor é calculado por defeito pois sabemos que a jazida chega a atingir mais de 400 m, em Fonte da Moura – Pardais (Vila Viçosa), e entre Carrascal e Encostinha (Borba), onde os mármores mais nobres e de melhor qualidade estão a mais de 280 m. Actualmente existem apenas quatro pedreiras com cerca de 100 m de profundidade, ou seja, podemos seguramente afi rmar que não será por falta de matéria-prima que os mármores alentejanos deixarão de poder afi rmar-se mundialmente.

“ não será por FAltA de mAtériA-primA que os mármores AlentejAnos deixArão de poder AFirmAr-se mundiAlmente.“

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ROCHAS & EQUIPAMENTOS42

Testemunhando a importância do Sector das Rochas Ornamentais na economia portu-guesa, foi governamentalmente reconhecido o “Cluster da Pedra Natural”, na sequência do qual se constituiu a Associação Valor Pedra (VAPE) cuja missão consiste na implementação de iniciativas relacionadas com o Cluster das Pedras Naturais que visem a inovação, a qua-lifi cação e a modernização das empresas do Sector e que desenvolvam a cooperação entre empresas, associações empresariais, centro tecnológico, instituições de I&D, centros de formação e outras entidades do Sector contribuindo para a dinamização de processos de transferência de tecnologia, de incremento da produtividade, competitividade e inovação nas diversas actividades económico – produtivas.

Esta Associação, sediada fi sicamente no CEVALOR (Centro para o Estudo e Valorização das Rochas Industrias e Ornamentais), integra como sócios fundadores, o próprio CEVALOR, associações sectoriais como a ANIET (Associação Nacional da Indústria Extractiva e Trans-formadora) e a ASSIMAGRA (Associação Portuguesa dos Industriais de Mármores, Granitos e Ramos Afi ns), industriais do sector, institutos públicos como o LNEG (Laboratório Nacio-nal de Energia e Geologia), IGESPAR (Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico) e universidades (Universidade de Évora, Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro e Instituto de Engenharia do Porto). Desde a sua criação tem mobilizado em-presas, universidades e institutos para a apresentação de projectos que visam a Promoção da Pedra Natural Portuguesa, a Sustentabilidade Ambiental da Industria Extractiva e o Desenvolvimento de Novas Tecnologias para a Competitividade da Pedra Natural. Actualmente, dois dos principais projectos já estão aprovados e em curso, e como contam com a participação de várias empresas e das duas Associações Industriais (ASSIMAGRA e ANIET), a transferência de resultados para as empresas será uma realidade.

ASSOCIAÇÕES EMPRESARIAIS

Durante muitos anos as empresas que desenvolviam a sua actividade nos Concelhos de Estremoz, Borba e Vila Viçosa caracterizaram-se por estruturas familiares, com re-cursos humanos pouco qualifi cados, pautadas por métodos de gestão intuitivos. Com acrescente concorrência nacional e estrangeira, as empresas, gradualmente, têm vindo a organizarem-se, apostando em quadros qualifi cados, num apreciável desenvolvimento tecnológico, na formação profi ssional e por isso numa mão-de-obra mais qualifi cada, numa gestão profi ssionalizada materializada em linhas de desenvolvimento bem defi -nidas, maior sensibilidade para as questões ambientais e numa estratégia de marketing planeado e mais agressivo.

Actualmente, são algumas as iniciativas e os projectos com vista à promoção e ao desenvolvimento do subsector das rochas ornamentais e particularmente dos mármores alentejanos, apostando em campanhas de segurança, higiene e saúde no trabalho, bem como no desenvolvimento do conceito de empresas eco-efi cientes e em metodologias de valor sustentável.

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43ROCHAS & EQUIPAMENTOS

Estes projectos vêm de encontro ao inevitável desenvolvimento que as empresas da região terão de sofrer e que passará forçosamente por um processo de modernização, onde o conceito de sustentabilidade deverá estar sempre presente. Existem inúmeras defi nições de sustentabilidade ou desenvolvimento sustentável, sendo que uma das mais citadas e que de certa forma generaliza o conceito é a publicada pela Bruntland Comis-sion (World Comission on Environment and Development), no seu relatório (Our Common Future). Assim, de acordo com esta comissão o desenvolvimento sustentável “é aquele que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das gerações futuras satisfazerem as suas próprias necessidades” (Bonito, 2010). Assim, as empresas do sector deverão desenvolver modelos de forma a optimizarem três indicadores da susten-tabilidade: o ambiental, o económico e o social. No indicador ambiental é fundamental o controlo do volume de resíduos produzidos, do consumo energético, de água, de ma-teriais consumíveis, a optimização no tráfego de equipamentos móveis e a prevenção de acidentes ambientais. No indicador económico é fundamental a quantifi cação dos custos do processo produtivo e do lucro gerado, despesas com instalações, cauções e custos ambientais, não esquecendo também possíveis custos envolvidos em acções de I&D. Finalmente, no indicador social dever- se-á ter em linha de conta a promoção do emprego directo e indirecto, sem descurar um parâmetro económico fundamental que é a prevenção de riscos de acidentes.

“ desenvolvimento sustentável, é Aquele que sAtisFAz As necessidAdes do presente sem comprometer A possibilidAde dAs gerAçÕes FuturAs sAtisFAzerem As suAs própriAs necessidAde.“

“ As empresAs do sector deverão desenvolver modelos de FormA A optimizArem três indicAdores dA sustentAbilidAde: o AmbientAl, o económico e o sociAl.“

PRODUÇÃO DE ROCHAS ORNAMENTAIS

Não obstante uma implacável recessão económica mundial, ligeiramente contrariada pelo contributo de países como a China e a Índia, países esses com uma posição cada vez mais marcante no panorama do comércio mundial de rochas ornamentais, Portugal, ape-sar, de ter vindo a perder quotas de mercado e da difi culdade de se manter competitivo com alguns países do Oriente, Turquia e Brasil, mantém-se fi rmemente numa posição de relevo no que diz respeito à produção de rochas ornamentais (Tabela 1), graças à qualidade evidenciada pelo material pétreo nacional e à adaptação empresarial.

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Países 2003 2004 2005 2006 2007China 18 600 000 20 600 000 21 000 000 21 500 000 22 000 000 Índia 14 221 000 15 528 000 17 367 000 19 000 000 21 500 000 Irão 10 000 000 10 400 000 10 493 000 11 045 000 11 100 000 Itália 10 810 623 10 883 849 10 658 758 10 554 903 10 048 221 Turquia 6 200 000 7 725 000 8 250 000 9 400 000 9 500 000 Espanha 7 625 000 7 830 000 7 987 000 8 100 000 8 000 000 Brasil 6 000 000 6 400 000 6 900 000 7 500 000 7 500 000 Egipto 1 950 000 2 200 000 2 800 000 3 300 000 3 500 000 Portugal 2 792 545 2 950 190 2 948 732 3 122 358 3 178 840* Grécia 2 100 000 2 100 000 2 100 000 2 200 000 2 100 000 USA 1 340 000 1 460 000 1 360 000 1 330 000 1 500 000 França 1 231 500 1 189 020 1 200 480 1 214 600 1 200 000 Polónia 800 000 1 100 000 1 100 000 1 100 000 1 100 000

Tabela 1 – Produção mundial de rochas ornamentais em toneladas.

Fontes: Internazionale Marmi e Macchine Carrara Spa (2007); *DGEG (2008).

No peso do mercado nacional de Rochas Ornamentais, os mármores de Estremoz, Borba e Vila Viçosa durante muitos anos posicionaram-se no lugar cimeiro no que diz respeito à extracção, transformação e exportação, no entanto, gradualmente têm vindo a perder terreno para outras rochas ornamentais, nomeadamente, os calcários sedimentares do Maciço Calcário Estremenho, com forte desenvolvimento graças ao mercado chinês e também para os aglomerados que têm paulatinamente vindo a conquistar mercado e são hoje uma realidade principalmente na produção de bancadas de cozinha. Actualmente, os mármores de Estremoz, pertencendo ao Subsector das Rochas Ornamentais e integradas no Sector da Pedra Natural, são extraídos e transformados, por cerca de 6 % das empresas do total do País gerando um volume de emprego de 12,22%, também em relação ao total nacional, só ultrapassado pelas grandes regiões de Lisboa e Porto (Martins, 2009).

Apesar da crise mundial, as estatísticas têm revelado uma ligeira subida na produção de rochas ornamentais portuguesas com uma evolução de 2 792 545 t em 2003, para 3 178 840 t em 2007 (Tabela 1).

Fazendo uma análise da produção das diferentes tipologias em Portugal constata-se, que os calcários têm apresentado uma importância crescente e são os que mais contri-buem para o valor da produção nacional (Fig. 7). Por outro lado, os mármores embora apresentem uma tendência decrescente o seu valor praticamente se mantêm, refl ectindo a qualidade destes materiais. Esta observação é confi rmada pelo facto de, por exemplo, em 2007 a produção de calcários (629 941 t) ser sensivelmente três vezes superior à dos mármores (240 200 t) e, no entanto o seu valor (47 840 000 €) apenas acresce 27% em relação aos mármores (37 743 000 €). Análise similar poderia ser feita em relação aos granitos, aqui com diferenças ainda mais acentuadas. Efectivamente os valores de pro-dução ainda são mais elevados (798 990 t) e o valor económico é praticamente idêntico (38 162 000 €) (Fig. 8).

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ROCHAS & EQUIPAMENTOS46

Os números são perfeitamente elucidativos da importância que, actualmente, a extrac-ção de mármores e calcários tem em Portugal.

Queremos realçar que estes valores apenas se referem à produção de matéria-prima e não ao valor acrescentado pela transformação e aplicação da mesma. Diferentes mate-riais requerem processamento diferenciado conforme o acabamento e posterior aplicação.

Fig. 7 – Produção de Rochas Ornamentais em Portugal entre 2003 e 2007 (DGEG, 2008).

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Fig. 8 – Valor das Rochas Ornamentais em Portugal entre 2003 e 2007 (DGEG, 2008).

Rochas Ornamentais em PortugalProdução (t)

2003 2004 2005 2006 2007 Ano

Mármores Cálcários Granitos Similares Ardósia e Xistos

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ROCHAS & EQUIPAMENTOS48

CARACTERÍSTICAS DOS MÁRMORES ALENTEJANOS

A excelência dos mármores alentejanos torna-os muito versáteis, permitindo a sua utilização como pavimentos e revestimentos de interiores e exteriores, decoração de in-teriores (lareiras, soleiras, mesas, escadarias, tampos de cozinha, etc.). Também são fre-quentemente usados em mobiliário urbano, como bancos, mesas de jardim e fontes, na arte funerária, como alvenaria em obras de engenharia, como elementos estruturais em edifícios e para calcetamento de passeios e estradas. A sua trabalhabilidade e variedade de cores, torna-os pedras de primeira escolha por escultores que, ao longo dos tempos têm produzido obras de arte de grande requinte e elevado valor estético.

A alta qualidade dos mármores de Estremoz, de grão médio revelam excelentes proprie-dades físicas e mecânicas, bem como pela sua beleza, a qual é comprovada pelo seu preço e pelo elevado volume de pedra extraída, colocando Portugal num dos lugares cimeiros a nível mundial, no que diz respeito à produção de mármore. As cores variam desde o

branco, até ao creme, cor-de-rosa, cin-zento ou preto, com variadas vergadas de diferentes cores (p. ex. branco com vergadas cor-de-rosa). O tipo de már-more rosa é internacionalmente cobi-çado, graças à sua qualidade e beleza. Também os blocos da variedade branca ou creme são frequentemente procura-dos para estatuária (Fig. 9).

Analisando os valores relacionados com propriedades físicas e com a composição car-bonatada de diversos mármores portugueses e alguns provenientes da Turquia, Itália, Grécia, China e Brasil (Tabela 2), constata-se que os mármores portugueses da Zona de Estremoz – Borba – Vila Viçosa apresentam valores perfeitamente enquadrados com os valores revelados pelos restantes. Em relação à resistência mecânica à compressão antes e depois do teste de gelividade, os valores são relativamente semelhantes, com excepção dos valores apresentados pelo “Bianco Carrara Unito C” de Itália, “Imperial Pink” do Brasil e “Salome” da Turquia com valores muito altos para mármores. Em relação aos valores da resistência mecânica à fl exão, os mármores portugueses exibem resultados muito fa-voráveis.

Os restantes parâmetros revelam valores esperados para rochas carbonatadas, pos-suindo os mármores portugueses, características óptimas para aplicações em interiores, exteriores, arte funerária e para o fabrico de tampos para revestimentos de móveis.

Fig. 9 – Alguns tipos de mármores portugues mais conhecidos.

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49ROCHAS & EQUIPAMENTOS

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ROCHAS & EQUIPAMENTOS50

ORDENAMENTO DO TERRITÓRIO E OUTRAS ACTIVIDADES NA REGIÃO DOS MÁRMORES

As zonas de intensa actividade mineira, fortemente dinamizadora das economias das regiões onde se desenvolvem, inevitavelmente descaracterizam o meio ambiente, trans-fi gurando-o na maior parte das vezes de forma defi nitiva. Quando a actividade cessa ou abranda é fundamental encontrarem-se soluções para a sua reactivação. É aqui que a imaginação e o conhecimento adquirido ao longo da actividade são fundamentais, para que se consiga tirar partido do legado deixado pela indústria.

Até fi nal de 2010, o Projecto Rumys, “Rutas Minerales de Iberoamérica y Ordenamiento Territorial: un Factor Integral para el Desarrollo Sostenible de la Sociedad“, desenvol-vido pelo CYTED (Cooperação “Ciencia y Tecnología de la Región Iberoamericana”), em diferentes campos, desde a investigação básica até ao desenvolvimento tecnológico e à inovação, surgiu da necessidade da criação de mecanismos no sentido de minimizar os impactes negativos deixados pela indústria mineira nas Sociedades Ibero-Americanas e rentabilizar o património mineiro e a sua riqueza mineral, considerando aspectos tão diversos como a geologia, a mineração, o turismo, o património histórico, a gastronomia e a sociedade.

Em cada rota, o Projecto Rumys elaborou um inventário histórico da produção e valori-zação do património cultural e geomineiro, evidenciando o seu relacionamento com a So-ciedade e em dois livros publicou os resultados desse inventário e previu qual o impacte so-cial esperado com vista à promoção do desenvolvimento regional (Falé et al., 2008, 2009).

Para dar continuidade aos trabalhos desenvolvidos no âmbito do Projecto RUMYS, foi candidatado, através da Entidade Regional de Turismo do Alentejo, S.A., o Projecto “Promo-ção do Turismo Industrial”. Independentemente da sua aprovação há o compromisso entre a Universidade de Évora, a Direcção Geral de Energia e Geologia e a Câmara Municipal de Vila Viçosa de implementar a Rota do Mármore, como havia inicialmente sido preconizada com o acordo dos industriais, estando a sua inauguração agendada para a próxima Feira Internacional de Mármore do Alentejo (FIMAL) a realizar em Outubro próximo.

“ A rotA do mármore, locAlizAdA no AnticlinAl de estremoz, promove o turismo industriAl que pAssA ForçosAmente pelo desenvolvimento integrAdo e simultÂneo de váriAs vertentes, como A turísticA, A cientíFicA, A industriAl, A culturAl e A desportivA.“

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ROCHAS & EQUIPAMENTOS52

Esta rota, localizada no Anticlinal de Estremoz, promove o turismo industrial que passa forçosamente pelo desenvolvimento integrado e simultâneo de várias vertentes, como a turística, a científi ca, a industrial, a cultural e a desportiva.

A proposta apresentada consiste no envolvimento de empresas com potencial para o desenvolvimento do turismo industrial, através da elaboração de um plano de visitas tu-rísticas. Assim, é uma óptima oportunidade para o visitante conhecer o potencial econó-mico da cidade, bem como a valorização da marca das empresas envolvidas no projecto, a geração de novos negócios e a promoção turística da cidade. A integração entre os sec-tores industrial e de serviços envolvendo o processo de produção industrial nos roteiros de visitas da cidade, caracteriza-se como uma forma viável de desenvolvimento turístico local, uma vez que os colaboradores das empresas participantes do projecto, passam a ocupar o papel de actor principal do processo (Falé, et al, 2009).

Para além das Rotas do Mármore, a região é dotada de condições ímpares e cenários absolutamente impressionantes para a prática do turismo de aventura e para a realização de provas mais ou menos radicais, como são exemplos as provas motorizadas “offroad”, competições de “BTT”, “Trial Bike” e “Moto Trial”.

A primeira edição da prova Challenge Trophy que decorreu em Maio de 2010, nos Conce-lhos de Sousel, Estremoz, Borba, Vila Viçosa e Alandroal contou com cerca de uma centena de atletas e durou dois dias onde os participantes tiveram de rea-lizar várias provas de orientação e de obstáculos, aproveitando-se o facto de algumas pedreiras com lavras suspensas apresen-tarem condições de segurança e técnicas para a sua concretiza-ção (Fig. 10).

Fig. 10 – Actividade no âmbito da prova VIII Challenge Trophy em pedreira com lavra suspensa no fl anco sudoeste do anticlinal de Estremoz, Vila Viçosa.

Certas cavidades possuem características acústicas de alta qualidade permitindo a re-alização de concertos e festivais de música. Exemplo disso é o projecto a “Ópera vai aos Mármores”, que inclui a realização de uma ópera numa pedreira que será uma grande produção, com projecção nacional e internacional.

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53ROCHAS & EQUIPAMENTOS

CONCLUSÕES E APONTAMENTO FINAL

De referir que os valores alcançados pela produção das rochas carbonatadas em Portu-gal, se deve particularmente à subida da produção de calcários sedimentares, em detri-mento dos mármores que, nos últimos anos têm vindo a decair.

A estagnação dos preços nacionais e mesmo a sua queda no panorama pétreo deco-rativo mundial fi ca a dever-se por um lado à substituição de tipologias de topo de gama por outras manifestamente inferiores, quer no que respeita à qualidade da rocha, quer no recurso à produção automática computorizada de peças normalizadas de série mais baratas que as de processamento mais complexo e elaborado e por outro à pressão da concorrência internacional, ou seja, aos baixos preços da oferta, sobretudo chinesa e indiana, mas também turca e brasileira (Martins, 2009).

O mármore tem vida e é temperamental, muda de cor e textura conforme a luz do dia, a humidade e com o tempo, também envelhece. A sua heterogeneidade torna-o singular, podendo revelar verdadeiras pinturas abstractas, os seus traços sinuosos mostram-se por vezes rebuscados e de forte personalidade, impondo-se aos olhos de quem o observa. A diversidade das suas cores torna-o irreverente, mas também ele é capaz de se revelar sóbrio, materializado na constância do seu aspecto cromático, assim as condições que prevaleceram na sua génese o permitam. Aqueles que o trabalham, primeiro têm de o

conhecer bem e tornarem-se íntimos, só assim conseguirão “moldá-lo” com sabedoria, alguma dela adquirida e her-dade desde há milénios. Não é fácil domar um carácter rebelde, mas há quem o te-nha feito com mestria, como Miguel Ângelo, Bernini, entre outros génios da escultura, munidos de arte e engenho possuíam a capacidade de dar vida à pedra. Também hoje, os há (Fig. 11), porém têm a pre-ciosa ajuda da técnica e do desenvolvimento tecnológico.Fig. 11 – Bonsai, escultura de César Valério, Vila Viçosa.

Assim, o aproveitamento de pedreiras inactivas, nas proximidades dos centros urbanos, podem ser reconvertidas em centros de arte e lazer, com investimentos relativamente bai-xos, envolvendo alguma modelação superfi cial, plantação de ecrãs arbóreos, construção de infra-estruturas e adaptação dos terrenos para utilização adequada e em segurança.

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ROCHAS & EQUIPAMENTOS54

“ A Arte de dAr mAis-vAliA Ao mármore, ou A outro tipo de pedrA ornAmentAl requer (...) sensibilidAde. só Assim é possível tirAr pArtido de umA mAtériA-primA de excepcionAl belezA.“

Nem só de escultura se faz o aproveitamento do mármore. A sua aplicação como ma-téria-prima de construção, também tem sido feita desde há milénios, pois desde cedo o homem descobriu as potencialidades deste nobre material.

A arte de dar mais-valia ao mármore, ou a outro tipo de pedra ornamental requer mais do que uma simples formação técnica. É ne-cessária sensibilidade, desde a fase de extrac-ção, passando por todos os estágios incluídos na transformação, até à correcta aplicação em obra (Fig. 12). Só assim é possível tirar partido de uma matéria-prima de excepcional beleza, caso contrário o resultado fi nal poderá

Fig. 12 – Espectacular exemplo de aplicação de mármore branco numa escadaria de uma casa particular.

umA últimA notA, AO GRANDE TRABALHO REALIZADO POR antóniO ManUEl EstEvEs hEnRiQUEs QUE, DURANTE 30 ANOS ATRAVÉS DA SUA REVISTA ROCHAS & EQUIPAMENTOS, SEMINÁRIOS, CONFERÊNCIAS, PUBLICAÇÃO DE LIVROS E MUITAS OUTRAS ACTIVIDADES, DINAMIZOU E PROMOVEU O SECTOR DAS ROCHAS ORNAMENTAIS PORTUGUESAS, A QUEM DIRIGIMOS A NOSSA SINCERA HOMENAGEM.

1 Departamento de Geociências, Universidade de Évora, Portugal e GeoBioTec Centro de Investigação, FCT (e-mail: [email protected])

2 Departamento de Geociências, Universidade de Évora, Portugal; Associação Valor Pedra – Cluster da Pedra Natural & Centro de Geofísica de Évora, FCT (e-mail: [email protected])

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ROCHAS & EQUIPAMENTOS56

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ROCHAS & EQUIPAMENTOS58

Materiais

Materials

“ dAs suAs obrAs pode-se dizer que AlgumAs pArecem estAr vivAs e A mAioriA tem o nome do sentimento que representA e trAnsmite.“

césAr vAlério,nasceu em Vila Viçosa no ano 1976, onde reside e trabalha actualmente.

Movido pela paixão de trabalhar o mármore, começa aos 17 anos a trabalhar como aprendiz de canteiro na oficina do pai.

Em 2003, então com 27 anos, cria a sua primeira escultura abraçando desde então a actividade.

CÉSA

R VA

LÉRI

O ARTE ESCULPIDA EM VILA VIÇOSA

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59ROCHAS & EQUIPAMENTOS

Actualmente já criou mais de 22 obras, algumas delas de grande porte chegando a superar os 1.500 kg. Das suas obras pode-se dizer que algumas parecem estar vivas e a maioria tem o nome do sentimento que representa e transmite.

Salientamos aqui duas suas criações que actualmente fazem parte da sua colecção pessoal:

- “Entrega” e “Injustiça”

“injustiçA”

Imagem de um SAMURAI de joelhos como sinal de uma pessoa forte e de poder que oferece o seu coração, alma e serviços na sua forma pura e humilde. Esta peça foi esculpida a partir de um bloco de mármore Ruivina com 1,16x1,00x1,15m com um peso aproximado das 3 ton. Foram investidas 3980 horas de variadas técnicas de esculpir, lixar e polir reduzindo o bloco a uma imponente estátua com cerca de 1,5 ton.

A representação de um ANJO manifestando o sen-timento que o baptiza pela inclinação da cabeças e os braços cruzados como quem não consegue re-por a acção justa. Esta peça foi realizada em már-more branco português, mede 1,67x0,40x0,40m e pesa aproximadamente 200 Kg.

“entregA”

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ROCHAS & EQUIPAMENTOS60

Empresas

Companies

20 Anos de sucesso20 yeArs oF success

A comemorar os já 20 anos, a Lusorochas – Rochas Ornamentais, Lda., é uma empresa por-tuguesa que se dedica à transformação de mármores e calcários e está sedeada em Pêro Pinheiro, zona de transformação de pe-dra por excelência.

Celebrating 20 years of activity, Lusorochas – Rochas Ornamentais, Lda., is a Portuguese company dedicated to marble and limestone transformation, located in Pêro Pinheiro, a place with great tradition in stone transformation.

lUsOROchas - ROchas ORnaMEntais, lda

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61ROCHAS & EQUIPAMENTOS

inovAção | quAlidAde | design

inovAtion | quAlity | design

A gerência é constituída pelo Eng.º Paulo Duarte (responsável pelo planeamento da produção e pela área financeira), por Domingos Duarte (que dirige a área de embalagem e acabamentos) e pela Dra. Ana Paula Ferreira (responsável da área comercial e de Marketing).

Além da qualidade da matéria-prima, é no inves-timento em alta tecnologia e avançados sistemas de produção e na qualificação da sua equipa técnica que a Lusorochas encontra a justificação para a sua dife-renciação na resposta a grandes projectos.

Tendo, desde cedo, orientado os seus objectivos para a exportação, a Lusorochas conseguiu atingir a meta a que se propôs e o mercado internacional constitui actualmente 80% do destino da sua produção. A lis-ta de destinos para os quais a empresa exporta inclui vários países europeus (França, Reino Unido, Bélgica, Holanda, Escandinávia) e também EUA, Barbados, Argélia, Marrocos, China e Japão. Por isso, e apesar da crise que veio atingir o sector da construção, com

Management is assured by Eng. Paulo Duarte (responsible for production planning and finan-cial department), Domingos Duarte (who directs the finishing and packaging department) and Ana Paula Ferreira (responsible for commercial depart-ment and Marketing).

Besides the quality of the raw product, it is due to investment on high technology, advanced pro-duction systems and team qualification that Luso-rochas justify its ability to answer to demanding projects.

With an early early focus on exports, Lusorochas managed to achieve the goal it was proposed and international markets are currently the destiny of over 80% of its production. The list of countries where the company exports to includes several European countries (France, United Kingdom, Bel-gium, Holland, Scandinavia) and also USA, Barba-dos, Algeria, Morocco, China and Japan. Despite the crisis that reached the national construction

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ROCHAS & EQUIPAMENTOS62

reflexos no sector da pedra, a empresa tem vindo a registar, desde há 3 anos, um crescimento anual supe-rior a 20%. Este crescimento é também o resultado da aposta nos mercados internacionais e nas economias emergentes, mercados onde a empresa tem vindo a ganhar competitividade.

A capacidade de produzir trabalhos mais complexos

e de responder a obras de grandes dimensões permite apresentar bons resultados no segmento de mercado de gama alta que não acusa tanto a crise.

Ao longo dos anos a empresa tem investido no au-mento das instalações, contando actualmente com 3 pavilhões num total de área coberta de mais de 3800 m2. A fatia mais significativa do investimento é, po-rém, a nível do equipamento, tecnologia e software: a substituição progressiva das máquinas culminou na aquisição de três máquinas CNC e uma Stone-Cut para corte e perfilagem de peças mais complexas.

A formação dos seus colaboradores é outro foco de relevo. O Eng.º Paulo Duarte, aponta “a valorização do quadro humano da empresa como um aspecto cru-cial no sucesso da organização” e explica que “quem trabalha com as máquinas de controlo numérico tem formação em AutoCAD para que mais facilmente pos-

inovAção | quAlidAde | design

inovAtion | quAlity | design

market and somehow the stone market, the en-terprise has been achieving an annual growth rate superior to 20% in the last 3 years. These results are also the result of the investment on interna-tional markets and emergent economies. It is here that the company has become more competitive.

The capacity to produce complex works and an-swering to big projects also allows to present good results at an upscale market which does not re-flects the crisis so much.

Over the years the company has invested on its quarters counting currently 3 pavilions and more than 4.500 sq.yd of covered area. The major part of the investment, however, is for equipment, tech-nology and software. The progressive replacement of older machines by more recent ones culminated with the acquisition of 3 CNC machines and one Stone-Cut for the cut of complex pieces.

The employees’ formation is another important investment. One of the managers, Eng. Paulo Du-arte, points out “the valorisation of company’s hu-man capital as a major factor on organization’s success” and explains that “who works with CNC machines has formation in auto-cad in order to

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ROCHAS & EQUIPAMENTOS64

sa resolver algum problema que surja e assim evitar perdas de tempo desnecessárias”. A questão do tempo é aliás um dos pontos que a Dra. Ana Paula Ferreira faz questão de realçar: “Sabendo como é importante para o cliente poder contar com o produto pronto no prazo acordado, a Lusorochas é capaz de definir com rigor o tempo de execução do projecto e o prazo de entrega junto do cliente.”

O gestor realça que “o sistema de produção de-senvolvido maximiza os recursos disponíveis permi-tindo-nos dar resposta a solicitações complexas sem necessitarmos de um grande esforço em termos de mão-de-obra”.

Entre as pedras transformadas contam-se os calcá-rios da região da Serra dos Candeeiros: Moca Creme, Semi-Rijo, Moleanos e Rosal bem como o Lioz e os mármores Ruivina e Estremoz, entre outras. Conforme indicado pelo Eng.º Paulo Duarte, “a procura varia com as tendências na arquitectura, quando algum clien-te solicita pedras que não existem em Portugal isso é providenciado através de armazéns que trabalham em parceria com a Lusorochas, o que permite atender qualquer tipo de pedido desde que as pedras estejam disponíveis no mercado internacional, mas 90% das pedras que trabalhamos são de origem nacional.”

inovAção | quAlidAde | design

inovAtion | quAlity | design

more easily solve any question that comes out and thus avoiding wasting time unnecessarily”. Time is moreover one of the aspects that Mrs. Ana Paula Ferreira wants to emphasize: “being aware of how is important for our clients to get the fin-ished product on an established date, one of our strengths is being capable of defining accurately the time of execution and the delivery time.”

The manager still appoints that “the production system that has been developed here maximises the existing resourses allowing us to answer com-plex requests with no need of a big effort on la-bour”.

The stones the company works with are mostly limestones of Serra dos Candeeiros: Moleanos, Moca Cream, Semi-Rijo and Rosal, as well as Lioz and the marbles Ruivina and Estremoz, among others. As indicated by Eng. Paulo Duarte, “demand also varies with design tendencies, but when a cli-ent asks us for stones that are not from Portugal, we can provide them through partnerships with warehouses. This allows us to supply any type of stone since they are available on the international market”, still “about 90% of the stones we work with are Portuguese.

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65ROCHAS & EQUIPAMENTOS

A gama de produtos fabricados inclui chapa, ladri-lho, fachadas e forro de parede bem como lareiras, escadas, cantarias e cornijas. A aposta diferenciadora é porém nas peças por medida (como é o caso de me-didas especiais para o ladrilho) e nas peças especiais, como as cornijas com perfil. Peças ornamentadas, com grande trabalho de pormenor e detalhes minu-ciosos são desafios bem-vindos para a equipa de pro-gramação que, aliando know-how à última tecnologia 3D (CAD/CAM), tem conseguido responder a desafios exigentes que superam mesmo as expectativas do cliente. É nesta linha de produtos diferenciados que a empresa pretende continuar a apostar.

Os objectivos da Lusorochas para o futuro passam pela aposta contínua na inovação, de modo a dar resposta aos novos desafios, e pela antecipação das tendências do mercado para dar continuidade à van-tagem competitiva alcançada, de forma a que conti-nue a ser uma das pioneiras na realização de diversos projectos em que a qualidade é um ponto-chave.

The range of manufactured products includes slabs, tiles, façades and wall cladding, fireplaces, stairs, stonework and cornices. What differentiates us, however, is cut-to-size and special pieces, like cornices with profiles. Ornamental pieces, with a lot of details and great detail work are a welcome challenge to the production team who, by com-bining know-how with the latest 3D technology (CAD/CAM), has been capable of answer to very demanding requests and overcome the client’s expectations. The company wants to keep follow-ing this approach of specializing on differentiated products.

The main goals for the future include a contin-uous effort on innovation, being capable to an-swering new challenges and anticipate the market tendencies in order to maintain the competitive advantage already reached and keep being a pio-neer on several projects where quality is the key point.

inovAção | quAlidAde | design

inovAtion | quAlity | design

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ROCHAS & EQUIPAMENTOS66

Mercados

Markets

A cAlçAdA portuguesA ESPALHA HISTÓRIA PELOS QUATRO CANTOS DO MUNDO.

POR: ERnEstO MatOs

o chão é umA dAs bAses FundAmentAis pArA o desen-volvimento dA comunicAção, dA economiA, do lAzer e do desFrutAr de umA cidAde. se o pudermos usuFruir de umA mAneirA culturAl onde os vAlores étnicos de cAdA região se vAlorizem, AliAdos A um piso consistente e durável, então A vidA em sociedAde será substAnciAl-mente melhor. A técnicA dA cAlçAdA portuguesA pode Aqui ter um pApel FundAmentAl. As águAs drenAm mAis FAcilmente As terrAs e As poeirAs existentes nA ruA são eliminAdAs com mAior FAcilidAde.

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ROCHAS & EQUIPAMENTOS68

Como se poderá verifi car, estejamos ou não atentos, os desenhos das calçadas fazem so-bressair riquíssimos elementos gráfi cos que dão alma à vivência de uma cidade. Paris ou Londres podem ter realmente os mais belos jardins, mas os passeios das suas principais avenidas são cinzentos e tristes. A luz não refl ecte com naturalidade porque o cimento absorve os raios luminosos e as fachadas ador-mecem mais cedo.

Na minha segunda visita a Maputo tive a oportunidade de ir à Ilha de Moçambique e aí deparei-me com um conjunto de calçadas e

elementos arquitectónicos dignos de uma em-baixada do património da Unesco. Assim, não vale a pena continuar a lutar por verdadeiras cidades-museus onde se possam desfrutar va-lores universais 24 horas por dia? A calçada tem aqui um peso indispensável, tal como o foi aproveitado em Macau, considerado actu-almente um dos principais pólos de turismo da Ásia, além de dignamente salvaguardado pela Unesco.

“ nA minhA segundA visitA A mAputo

tive A oportunidAde de ir à ilhA de moçAmbique

e Aí depArei-me com um conjunto de cAlçAdAs

e elementos Arquitectónicos dignos

de umA embAixAdA do pAtrimónio dA unesco.“

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A exposição foi composta por duas verten-tes. A primeira, exclusivamente sobre Macau, resultante do lançamento do livro “Calçada Portuguesa de Macau” e de uma exposição que esteve patente em Lisboa, em Abril de 2010. Aqui, num percurso, através de 12 imagens de locais daquele território mágico, poderemos assim viajar por uma dimensão extraordinária, quer nos exteriores como nos interiores dos espaços comerciais. A China no seu esplendor cultural e estética embrenhada nos desenhos da calçada.

A segunda parte é um trajecto através de um itinerário com 21 imagens à volta do glo-bo, este planeta chamado Terra. Inicia-se a viagem em Lisboa e como que em linha recta vamos circum-navegar e terminar no Brasil.

Pelo caminho, pelas vias terrestres, pé ante pé fazemos de novo a circum-navegação de Ma-galhães, por um mar também, mas agora num mar de pedras, de mitos, de ritmos, de ternura e desejo, tal os navegadores do passado que mostraram o mundo ao mundo com simples velas de lona como as lonas destas imagens. Da velha Europa descemos a África e já pela outra costa, depois de Moçambique descemos a Timor para voltar a subir à China. Atraves-samos o Pacífico e ali no meio encontramos o Hawai, continuamos até à costa Oeste ameri-cana, cruzamos a Route 66 até Bristol e desce-mos ao Brasil, depois, aqui nos encontramos. Vêem como é fácil viajar! Tal como o é fácil fazer nos empedrados de calçada e nos seus desenhos que em cada rua podemos embarcar em viagens infinitas.

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71ROCHAS & EQUIPAMENTOS

Alguns padrões da calçada já pertencem há muito tempo à cultura popular de cada região como é o caso de Cabo Verde que apostou nos padrões da tapeçaria. O Brasil, com desenhos de infl uência índia através do projecto do arquitecto paisa-gista Burle Marx, em Copacabana. Em Maputo, um exemplo aplicado na Escola Nacional de Artes Visuais na Avenida Ho-Chi-Min que através de uma parceria de intercâmbio cultu-ral aplicou sabiamente no chão padrões da cultura de Cabo Delgado. Quantos outros desenhos e calçadas se poderiam aplicar com facilidade?

A cultura ainda está viva dentro de cada um de nós, inde-pendentemente da região do mundo em que nos encontra-mos. E a cultura não serve para mais nada senão para de uma forma unida transmitirmos e partilharmos os valores desta comunidade universal.

“ A culturA AindA está vivA dentro de cAdA um de nós,

independentemente dA região do mundo

em que nos encontrAmos.“

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ROCHAS & EQUIPAMENTOS72

Entrevista

Interview

As nossas exportações de Rochas Ornamentais para a China, por exemplo, somam, anualmente, cerca de 250 Milhões de Euros mas os empresários do Sector acreditam que estes números podem crescer e muito, ou não fosse a China o maior con-sumidor mundial de pedra natural. É justamente na exportação que os empresários do Sector depo-sitam todas as esperanças já que, como dizem, em Portugal o mercado está praticamente estagnado.

“ portugAl já Foi

o terceiro mAior exportAdor de rochAs ornAmentAis,

neste momento ocupA o nono lugAr.“

No passado dia 28 de Setembro o Parque de Feiras e Expo-

sições de Estremoz foi palco para uma entrevista realizada

pela Jornalista Teresa Quintela sobre o panorama das ex-

portações dos Mármores e Calcários nacionais. É esta entre-

vista que aqui publicamos por gentil cedência da Antena 1.

tEREsa QUintEla: Portugal já foi o terceiro maior exportador de Rochas Ornamen-tais, neste momento ocupa o nono lugar.

Os empresários do Sector querem subir nesta tabela e acabam de fazer uma gran-de campanha nesse sentido na maior exposição universal de sempre, em Xangai, na China, onde participaram mais de 240 países e organizações internacionais. Uma ampla delegação de empresários portugueses deu a conhecer a qualidade das Rochas Ornamentais portuguesas.

MÁRMORES E CALCÁRIOS PORTUGUESES QUEREM AUMENTAR EXPORTAÇÕES

UMA ENTREVISTA REALIZADA

portEREsa

QUintElaENTRE

1Eng. caRlOs caxaRia,

2Eng. ManUEl siMÕEs

E3sR. ManUEl

bRitOda lUz

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73ROCHAS & EQUIPAMENTOS

tQ: Eng. Carlos Caxaria qual é, neste momen-to, o panorama do Sector das Rochas Orna-mentais em Portugal?

Eng. caRlOs caxaRia: Temos que olhar para o Sec-tor das Rochas Ornamentais com três perspectivas diferentes:

- Temos a área dos granitos que é complemente diferente da dos mármores

- Depois temos a dos mármores da zona do tri-ângulo em que nós nos inserimos hoje

- E a zona centro da pedra das Serras de Aire e CandeeirosPodemos dizer que na Zona das Serras de Aire e Candeeiros o mercado está bom, está tudo ven-dido à partida, tem grande procura especialmen-te para a China; o mesmo não acontece com os Mármores aqui da Zona do Alentejo onde aparen-temente há uma pequena recuperação mas que ainda está longe de atingir os tempos de há dez anos atrás, por exemplo. […]

TQ: O Eng. Manuel Simões é o Presidente da Assimagra. Este Sector, como disse no início, está em nono (9º) lugar como exportador de Rochas Ornamentais; há quem diga que de facto desde o início do ano as vendas tendem a crescer… nota-se de facto essa tendência ou é uma subida muito ténue?

Eng. Manuel Simões: Não é a subida que nós queríamos mas realmente no decorrer deste ano, principalmente aqui na zona de Estremoz, notou-

“ nA zonA de estremoz,

notou-se um Aumento dAs vendAs e isso teve A ver principAlmente com A quedA do euro em relAção Ao dólAr.“

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ROCHAS & EQUIPAMENTOS74

TQ: Sr. Eng. Carlos Caxaria, a China importa de Portugal sobretudo o mármore em bruto […] e a transformação é feita lá não sendo assim possível quantificar a mais-valia desta manei-ra. Ou seja, seria preferível para os empresá-rios portugueses vender o produto já transfor-mado? Mesmo assim, é evidente que a China é um mercado que é uma grande aposta…

CC: Isso seria o ideal, de qualquer maneira é fa-laciosa a ideia de que os blocos podem não ter mais-valia. Há blocos que se vendem a tão bom

preço que a mais-valia vai no bloco. E o merca-do interno pode também trabalhar blocos de 2ª onde também vai buscar essa mais-valia do már-more transformado. Logo, não é linear dizer que a exportação de blocos não dá mais-valia. Pode dar mais-valia. Agora, a China é por definição um mercado de mão-de-obra barata como nós sabe-mos, por isso, é óbvio que eles tentem comprar os blocos para transformarem lá e depois concorrem a obras internacionais com industriais portugue-ses a preços mais baixos com a nossa própria pe-dra. Logo, isto já diz algo…

TQ: Isso era uma pergunta que gostaria de lhe fazer: como é que é possível proteger a origem da pedra, isto é, é possível que ela depois de transformada seja vendida como uma pedra que não é originária de Portugal?

se um aumento das vendas e isso teve a ver prin-cipalmente com a queda do Euro em relação ao Dólar. Os principais mercados do nosso mármore são os países árabes, portanto é sempre feita a comparação com Dólar. […] As empresas têm so-frido bastantes dificuldades em termos de tesou-raria nos últimos 3-4 anos que foram bastante complicados dada a diferença que o Dólar e o Euro atingiram e que levou ao esmagamento acentua-do dos preços.

TQ: Essa ligeira subida que se nota desde o início do ano é relativamente às exportações?

MS: Obviamente relativamente às exportações. Directa ou indirectamente, deve ser exportado cerca de 80-90% do mármore que é extraído na zona de Estremoz, Borba, Vila Viçosa, portanto o consumo interno é baixo para a capacidade de ex-tracção que existe.

TQ: Sr. José Manuel Brito da Luz é empresário de Vila Viçosa e quase 90% da produção da sua empresa é também exportada para os mais diversos países, qual é a situação actual da sua empresa?

Sr. José Manuel Brito da Luz – Nós somos duas empresas, temos uma empresa extractiva e uma transformadora e no total das duas empresas te-mos 120 trabalhadores.

TQ: Então a Marbrito é…?JMBL: Marbrito é a transformadora e a Marmoz a extractiva.

TQ: Então dê-nos as duas perspectivas: qual é o balanço que faz, neste momento, do seu negócio?

JMBL: O balanço que faço neste momento do ne-gócio é bastante mau. Embora eu penso que, em relação ao ano passado, tenha havido um aumen-to em termos quantitativos, em moeda o valor é bastante mais baixo. Isto diz-me: há mais procura mas a valorização da nossa pedra tem sido muito baixa porque os mercados que a têm levado para exportação têm-nos apertado os preços de uma maneira significativa. […]

“ A chinA é um mercAdo de

mão-de-obrA bArAtA, por isso, é óbvio que eles tentem comprAr os blocos pArA trAnsFormArem lá e depois concorrem A obrAs internAcionAis com industriAis portugueses A preços mAis bAi-xos com A nossA própriA pedrA.“

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ROCHAS & EQUIPAMENTOS76

CC: Não, essa questão não se coloca. Elas são re-lativamente conhecidas e os industriais poderão confirmar isso mas julgo que essa questão não se coloca. Penso que é uma falsa questão.

TQ: Em tempos falava-se muito disso mas em relação a Carrara… Considera que é uma falsa questão?

CC: É uma falsa questão e até já me deram a justificação: a questão dos mármores de Carrara que eram mármore português, deriva de um ca-rimbo que era posto na pedra que dizia “M. Carra-ra” mas não se referia a Mármore de Carrara, era “Marina de Carrara” que era o destino da pedra.

TQ: Eng. Manuel Simões, qual é o balanço que fazem da campanha que fizeram agora na Expo Xangai?

MS: O balanço é bastante positivo, os resulta-dos vamos ter que esperar. Houve uma aposta em mostrar-se todas as diferentes pedras que existem em Portugal: hoje na China os nossos calcários das Serras de Aire e Candeeiros já têm uma taxa de conotação bastante elevada, portanto a China deve ser responsável, nesta altura, por uma com-pra superior a 50% no que se refere a blocos de1ª qualidade e se fizermos viagens pelas grandes fábricas chinesas já encontramos calcários portu-gueses. No que se refere ao mármore (e aos grani-tos mas aí vai ser bastante mais difícil), portanto, no que se refere aos mármores cristalinos aqui da zona de Estremoz essa penetração não existe e obviamente a China hoje é o principal mercado do mundo… não só para o mármore, como para tudo. E quem já foi à China, e quem já visitou e tem no-

ção das taxas de crescimento existentes na China e, principalmente, ao nível da construção porque é aí que se gasta a pedra, tem noção que não nos podemos demorar muito nem atrasar a colocar lá o mármore português porque, tendo em conta a produção que nós temos…

TQ: Há outros mercados concorrentes e mais baratos…MS: Obviamente. Todos esses oito que estão à nossa frente, tiveram apoios nas alturas correctas, alguns deles governamentais. Como existe também a China…

TQ: São sobretudo a Turquia, o Irão…MS: A Turquia, o Irão, o Egipto… portanto, todos esses novos mercados que nos últimos dez anos ultrapassaram Portugal, com grande margem.

TQ: E agora como é que se pode fazer este caminho?MS: O problema não é o voltar a ultrapassá-los porque isso vai ser difícil até por uma questão ge-ológica, ou seja, a nossa jazida existe aqui entre Estremoz, Borba e Vila Viçosa e se formos ao Re-dondo ou ao Alandroal que estão aqui bem perto, já não temos mármore para explorar e, quando fa-lamos de uma país como o Egipto, como a Turquia ou como o Irão, estamos a falar de países que são se calhar metade da Europa e em que é normal que as jazidas sejam maiores. Não é uma questão de sermos maiores ou sermos mais pequenos, é termos a devida dimensão para o país que temos e para todos os efeitos a Rocha Ornamental é uma riqueza natural que nós temos no nosso subsolo e que funciona um pouco como o petróleo na Ará-

“ não é umA questão de sermos mAiores

ou sermos mAis pequenos, é termos A devidA dimensão

pArA o pAís que temos.“

“ quAndo se exportA 90% dAquilo que se ArrAncA em vilA viçosA e estremoz, entrA divisA à trocA de pedrA e é umA riquezA nAturAl que não nos implicA Absorção de divisA externA.“

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77ROCHAS & EQUIPAMENTOS

bia Saudita, ou seja, nós ainda trocamos pedra por divisa para o país, contudo, quando todos os diasouvimos os problemas que o país tem, que todos os dias estamos a vender dívida, aqui no Sector, ainda se continua a vender pedra à troca de di-nheiro que vem do exterior para Portugal. Portan-to, quando se exporta 90% daquilo que se arranca em Vila Viçosa e Estremoz, entra divisa à troca depedra e é uma riqueza natural que não nos implica absorção de divisa externa.[…] Numa pedreira a maior parte do capital inves-tido passa, ainda hoje, por mão-de-obra e custos energéticos. Esses custos energéticos são eleva-díssimos em Portugal. Eu posso dar um pequeno exemplo: uma máquina que viva a 100 m de pro-fundidade de uma pedreira só para arrancar pedrae que nem pneus tem – uma máquina giratória,por exemplo –, paga o mesmo preço do gasóleo do

Mercedes do Sr. Presidente da República, e isto é uma coisa que não tem explicação e só acontece em Portugal. Ou seja, não é plausível e não tem lógica. Mais valia termos máquinas agrícolas no fundo das pedreiras. Mas tem sido sempre assim. Não há qualquer tipo de apoio a esta extracção da riqueza portuguesa que depois é trocada por divisa. Nós sabemos que não é o momento certo para estarmos a pedir apoios ao Governo numa altura destas…

TQ: Não terá muito sucesso… MS: Exactamente. E os bancos também não nos conseguem ajudar. Por isso vamos ter que tentar entrar num mercado como a China e penso que a solução passa um pouco por aí.

TQ: E quando diz que correu bem esta campa-nha, quais são os indicadores que tem?MS: Correu bem porque houve muitos contactos

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ROCHAS & EQUIPAMENTOS78

CC: Nós sabemos que realmente o Alentejo tem passado um mau bocado porque essas informa-ções vão-nos chegando. Direi que 50% das pe-dreiras estão fechadas hoje, logo, […] cerca de 50% das pessoas estão no desemprego.

Também entendemos que os industriais não têm tido a capacidade de se organizarem para se vira-rem para o mercado externo de grande dimensão. Há muitas que têm o seu próprio mercado externo mas para responder a mercados como o da China o industrial a nível individual não tem capacidade de resposta para as grandes obras. Então, a nossa ideia que já está a germinar há mais de um ano e para a qual está-se a dar os passos no sentido da concretização, é criar uma espécie de núcleo em-presarial – chamemos-lhe um núcleo empresarialvirado para a exportação – onde o objectivo não é concorrer com os mercados que as empresas têm – interno ou externo –, mas sim procurar novos mercados e tentar entrar nos mercados de grande dimensão. Aqui a dificuldade passará por vezes em arranjar pedra para grandes encomendas com as mesmas características mas é um esforço que se vai levar a cabo até para dar alguma visibilidade à pedra do Alentejo que é onde tem havido alguma falha. […] Tem de se investir mais na visibilidade da pedra do Alentejo e se calhar até menos nas empresas porque tem-se gasto muito dinheiro das empresas ao longo destes últimos 20 ou 30 anos e os resultados, nalgumas circunstâncias, não são

“ A nossA ideiA […], é criAr umA espécie de núcleo empresAriAl virAdo pArA A exportAção, onde o objectivo é procurAr novos mercAdos e tentAr entrAr nos mercAdos de grAnde dimensão.“

com empresários. Houve duas perspectivas nesta campanha: houve a perspectiva da Expo Xangai e houve a perspectiva do grupo de empresários que acompanhou esta campanha que não esteve só na Expo Xangai, esteve, por exemplo, em Macau que é uma zona ainda com ligações estreitas a Portugal.

TQ: É uma boa porta de entrada na China…MS: É um sítio onde a pedra portuguesa tem algu-ma penetração. Fizeram-se muitas visitas a sítios também localizados onde seria interessante mos-trar a nossa pedra; houve contactos com os di-versos agentes do sector, tanto empresários como arquitectos e agora vamos esperar os resultados. Mas foi um primeiro passo e foi positivo. […]

TQ: José Manuel Brito da Luz, como empre-sário já aqui disse que a sua empresa atravessa algumas dificuldades. Neste triângulo Estremoz, Vila Viçosa, Borba, a maioria das empresas está, neste momento, a atravessar esse mesmo pano-rama de dificuldade?JMBL: Eu posso falar pela minha […] mas está aqui o meu colega Manuel Simões que além de ser presidente da Assimagra também é industrial de extracção e industrial de transformação e penso que passará pelo mesmo. Ele já falou aqui num ponto fulcral que é uma das principais despesas das nossas empresas: a parte do gasóleo e a parte da electricidade, que são custos extremamente al-tos na parte extractiva e isto sem falar dos meios humanos que são também eles um custo alto. Se

as empresas não forem ajudadas nesse sentido, eu faço uma pergunta: o que será se as empresas aqui deste triângulo Estremoz, Borba e Vila Viçosa começarem a fechar? […]

TQ: Porque ainda é o principal empregador…

TQ: Eng. Carlos Caxaria, há alguma perspecti-va para a criação em Portugal de alguma organi-zação que ajude estes industriais na exportação e a aumentar a exportação?

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79ROCHAS & EQUIPAMENTOS

muito animadores mas se nós estivermos a pro-mover a pedra e se as pessoas gostarem de pedra e consumirem pedra, o reflexo é directo nas em-presas. […]

TQ: Eng. Manuel Simões, se o resultado for de facto aquele que esperam desta campanha que têm feito e de outras que certamente farão, há capacidade de resposta das empresas portugue-sas para poder exportar em grande quantidade para um mercado como a China?

MS: Eu penso que sim. Aqui o problema seria se não existisse a pedra. Existindo pedra, extraí-la e aumentar as produções não será nenhum drama: há pessoas no desemprego que é possível empre-gar e máquinas existem todos os dias à venda […].

“ se nós estivermos A promover A pedrA e se As pessoAs gostArem de pedrA

e consumirem pedrA, o reFlexo é directo nAs empresAs.“

O problema é continuar o trabalho e conseguir que estes objectivos se cumpram.

TQ: O sector dos mármores já atravessou, como percebemos, melhores dias mas os empre-sários não baixam os braços e apostam agora em novos mercados para tentar aumentar o volume de exportação.

1 DGEG – Direcção Geral de Energia e Geologia

2 ASSIMAGRA – Associação Portuguesa dos Industriais

de Mármores, Granitos e Ramos Afins

3 empresas MARBRITO/MARMOZ de Vila Viçosa

NOTA:

Para efeito de publicação desta entrevista a Rochas&Equipamentos

muniu-se te todo o cuidado para a sua transcrição o mais fiel possível,

ainda assim, pelas diferenças assumidas entre a entrevista falada e a

publicação escrita, viu-se necessitada de pequenos ajustes sem nunca

alterar, contudo, o contexto da mesma.

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ROCHAS & EQUIPAMENTOS80

Sopa da Pedra

The Stone Soup

OS SABORES DA PEDRA

Nesta coluna, que aborda, desde há algum tempo, conexões en-tre as pedras e os sabores, apresentam-se, agora, as cArnes nA pedrA, confeccionadas sobre uma pedra aquecida a temperatura extremamente elevada, técnica que toda a gente parece saber dominar…

A utilização de pedras ou rochas na culinária não é recente, pois este processo é conhecido desde, pelo menos, 18.000 a.C.. Os nossos antepassados longínquos terão, então, apreendido que as rochas têm aptidão para a acumulação e radiação lentas de ca-lor. Esta importante propriedade presente nos materiais rochosos tornou-os, assim, uma ferramenta ideal para a confecção gastro-nómica de variados alimentos (e.g. pão, vegetais, mariscos, peixe, carnes, pizas, biscoitos) em culturas atentas aos recursos que a Natureza disponibilizava.

Esta propriedade, que converte a rocha num «termo-acumulador» natural pronto a ser usado é a denominada condutividade térmica, definida como a capacidade que um corpo apresenta de transmitir calor.

Actualmente, a utilização da pedra na confecção de alimentos tem vindo a ser recuperada, podendo ser uma experiência aprazível, plena de sabores únicos e convívio, e evidenciando que, afinal, e como alguns de nós sabiam ou suspeitavam, a gastronomia é uma ciência interdisciplinar que envolve diversas ciências, designadamente a Geologia.

POR: victOR laMbERtO1

cArnes nA pedrA

(http://www.ehow.com/how_5045639_cook-hot-stones.html)

Page 83: Revista Rochas & Equipamentos N.100

81ROCHAS & EQUIPAMENTOS

Importa mencionar, desde já, alguns aspectos importantes na uti-lização de pedras na confecção de alimentos:

a maior ou menor facilidade com que transmitem calor de-pende do tipo de pedra considerada: assim, as rochas mais ricas em sílica (quartzo) apresentam geralmente maiores va-lores, sobretudo o quartzito, mas também o granito, decres-cendo ligeiramente nos mármores e mais acentuadamente nos calcários, e tendendo as rochas vulcânicas e afins ricas em Fe e Mg (e.g. basalto, gabro) para menores valores;

a quantidade de calor transmitido, de forma homogénea em toda a superfície, é directamente proporcional à sua área e inversamente à espessura das mesmas;

em termos de forma e dimensão, podem ser rectangulares, quadradas ou circulares (menos habituais), e individuais ou colectivas…

(http://www.highfieldsmotel.com.au/_webapp_400877/Hot_Rock_is_here)

Neste contexto, são usadas pedras de rochas de diversos tipos, mas a utilização mais comum centra-se na utilização de rochas vulcânicas e afins (e.g. basalto, gabro), não sendo obrigatória a utilização de qualquer gordura, ao contrário do que sucede com outras formas de confecção igualmente imbuídas de convívio (e.g. fondue)…

A utilização de pedras na cozedura de alimentos é muito versátil (e.g. aves, vaca, porco, marisco, peixe, vegetais, cogumelos). Toda-via, no presente texto, e dado que atravessamos dias com tempe-raturas mais baixas, que justificam a ingestão de mais calorias, a escolha recaiu sobre uma receita de viandas, as cArnes nA pedrA (adaptada de http://paracozinhar.blogspot.com/2009/05/carnes-na-pedra.html).

UtilizaçãO dE pEdRas na cOnfEcçãO dE aliMEntOs:

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ROCHAS & EQUIPAMENTOS82

molho de alho; na terceira juntar o ketchup e umas gotas de molho inglês, obtendo-se mo-lho cocktail; adicionar à última os cominhos, o cravinho, os coentros e o açafrão, obtendo-se um molho oriental;

Preparar a salada, com a alface, a couve roxa e a cenoura, e fritar ou assar no forno as batatas;

Colocar os acompanhamentos (salada, batatas, laranjas e pimentos) em pequenas taças e le-var para a mesa juntamente com os molhos;

Levar as carnes para a mesa em recipientes separados, bem como o chouriço;

Acender as lamparinas, caso sejam utilizadas, retirar a(s) pedra(s) do forno e colocar sobre a mesa em suporte apropriado;

Chamar os convivas para a mesa;

Colocar as carnes e os pimentos a grelhar sobre a(s) pedra(s) e deixar que cada conviva trate da sua refeição…

Todavia, aconselha-se o leitor a deixar levar-se pela imaginação e a preparar os seus próprios condi-mentos e molhos e a optar por outros acompanha-mentos. Sugere-se, outrossim, e para que este prato convivial seja devidamente degustado, o acompa-nhamento de um bom vinho, ou cerveja, que contri-bua para a concretização de um momento de gran-de prazer, descontracção, diversão…

Considere-se, em primeiro lugar, e para um repasto para quatro convivas, os seguintes ingredientes:

2 bifes grandes de vaca, cortados em peque-nos lombinhos | 2 lombinhos de porco, cor-tados em pequenos bifinhos | alho em pó | sal | 1 ovo | 1 colher de chá de mostarda | sumo de limão | pimenta | gordura (azeite ou óleo) | 1 colher de sobremesa de pó de caril | 1 dente de alho picado | 1 colher de sopa de salsa picada | 1 colher de sopa de ketchup | molho inglês | 1 colher de chá de cominhos | 1 colher de chá de cravinho | 1 colher de chá de coentros em pó | 1 colher de chá de açafrão das índias | alface | couve roxa | cenoura ralada | batatas noisette | 2 laranjas em rodelas | 1 pimento verde em tiras | 1 chouriço de carne em rodelas…

Segue-se a preparação e confecção deste prato, que comporta os seguintes passos:

Colocar a pedra, ou pedras, no forno e deixar aquecer durante 30 minutos a cerca de 200º C, seguindo as respectivas instruções;

Temperar as carnes separadamente com o alho em pó e o sal;

Colocar o ovo, a mostarda, um pouco de sumo de limão, sal e pimenta e um pouco de gor-dura num copo alto e bater com uma varinha mágica até obter uma mistura cremosa, à qual se adicionará mais gordura até à obtenção de uma mayonnaise - o molho-base;

Dividir este molho por quatro pequenas taças: a uma delas acrescentar o pó de caril, obten-do-se um molho de caril; à seguinte acrescen-tar o alho e a salsa picados, obtendo-se um

ingREdiEntEs:

pREpaRaçãO E cOnfEcçãO:

(http://paracozinhar.blogspot.com/2009/05/carnes-na-pedra.html)

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83ROCHAS & EQUIPAMENTOS

(http://paracozinhar.blogspot.com/2009/05/carnes-na-pedra.html)

São usadas como «grelhadores de interior», co-locadas sobre uma base segura e comportando, ou não, pequeno(s) recipiente(s) ou lamparina(s) para a manutenção da temperatura;

Poderão cortar-se os alimentos (e.g. 2,5 cm x 5-7,5 cm) e preparar toda a refeição enquanto decorre o aquecimento no forno;

Não é obrigatória a utilização de qualque gordu-ra, mas aconselham-se algumas gotas e pedras de sal sobre a superfície quente (maior sabor, menor aderência);

Os temperos e o tempo de cozedura dependem do «cozinheiro»;

A colocação de muita comida ao mesmo tempo diminui a velocidade de cozedura;

Recomenda-se cuidado com queimaduras e o uso de pinças ou talheres longos para manuseamen-to dos alimentos e, mesmo, limpeza de algum resíduo que se acumule durante a cozedura;

Desaconselha-se a limpeza com detergente ou sabão, sendo preferível a utilização de água e de uma pequena espátula plástica ou esponja não abrasiva para a remoção de quaisquer re-síduos…

E quais os procedimentos a seguir na utilização e manuseamento das pedras? Eis, desde já, algumas observações e sugestões:

A manutenção de temperatura da superfície é importante: a CESA (Catering Equipment Su-ppliers’ Association) do Reino Unido defende que a dimensão das pedras terá que assegurar uma temperatura acima de 63º C durante um mínimo de 35 minutos - estudos indicam uma espessura mínima de 3 cm para garantir o calor durante pelo menos 40 minutos;

São peças que atingem pesos superiores a 2 kg;

É igualmente importante a garantia de segu-rança nesta utilização, pelo que recomenda-se a realização de testes que avaliem a presença de substâncias prejudiciais (e.g. chumbo, mercúrio, amianto) e que conduzam à sua certificação para uso alimentar;

São previamente aquecidas lentamente (e.g. 20 minutos a 8 horas) no forno a temperaturas muito elevadas (e.g. 230 a 460º C) - vide instru-ções de utilização da pedra;

UtilizaçãO E ManUsEaMEntO das pEdRas:

Page 86: Revista Rochas & Equipamentos N.100

ROCHAS & EQUIPAMENTOS84

Poderá ser esta uma oportunidade para a pedra por-tuguesa aproximar-se do consumidor, posicionando-se nas mesas dos convivas, em utilizações simples e ideais para o convívio com família ou amigos? Bem, a sua ligação a outra das imagens mais característi-cas e apelativas de Portugal, a gastronomia, poderá potenciar a promoção da pedra portuguesa…

(foto do autor)

Assim, e tendo presente que

“ umA vidA rápidA é umA vidA superFiciAl”

(Carl Honoré, 2004), que

“ depressA e bem não há quem”

(provébio popular) e que

“ ApressAdo come cru”

(idem),

convidam-se os leitores a preparar e degustar umas cArnes nA pedrA…

Desta forma, prossegue-se a degustação de sabOREs da pEdRa, neste caso com as lentas e conviviais cArnes nA pedrA, sabores que se ligam à Geologia,através da utilização de «pEdRas gRElhadORas dE intERiOR»…

lentAmente, com prAzer e em boA compAnhiA, como deFende o movimento globAl slow Food!!!

[email protected]

1 Eng.º Geólogo,

Mestre em Planeamento Mineiro,

leader do Convivium Alentejo - Slow Food;

[email protected]

Page 87: Revista Rochas & Equipamentos N.100
Page 88: Revista Rochas & Equipamentos N.100

Notícias

News

ROCHAS & EQUIPAMENTOS86

consultor de mArketing AconselhA empresários do sector dA pedrA nAturAl A criAr consorcio de exportAção

mercados externos.

- Transmitem uma imagem mais forte e consistente. - Alcançam uma gestão mais profissionalizada e aumentam assim a sua competitividade.

- Obtêm sinergias que permitem um maior e melhor conhecimen-to dos mercados, da legislação, das certificações técnicas e am-bientais em vigor, o que redunda em práticas mais seguras.

- Criam economias de escala que lhes permitem utilizar em co-mum ferramentas de promoção com maior alcance e eficácia, obter poupanças nas compras, fazer maiores investimentos em investigação e design e traba-lhar com equipas mais especia-lizadas. - Obrigam-se a utilizar proce-dimentos mais estruturados e homogéneos, em qualidade e serviços.

- Adquirem maior capacidade de resposta a projectos perso-nalizados, através da constitui-ção de um gabinete comum que integre arquitectos, designers e projectistas.

- Adquirem novos conhecimen-tos decorrentes das suas expe-riências noutros mercados e de procedimentos adoptados por

A FDP –“ Federación de la Piedra Natural de España”- publicou recentemente na sua revista “Piedra Natural” um artigo de um presti-giado consultor em gestão, estratégia e marketing que aconselha a união dos em-presários do sector como o caminho mais vantajoso para alcançar a internacio-nalização das empresas.

Ignacio Prieto enumera algumas das razões que os empresários devem valorizar para tomar a decisão de constituir um con-sórcio para a exportação. A sua opinião, como perito, é a de que são muitas as vantagens que os consórcios proporcionam aos seus associados:

- Chegam e vendem a mais clientes.

- Controlam melhor a distribui-ção dos seus productos.

- Detectam mais cedo e mais fácilmente novas tendências e oportunidades.

- Antecipam e previnem com mais facilidade mudanças cícli-cas e estruturais nos mercados, novos concorrentes e produtos.

- Constroem uma marca e me-lhoram a sua visibilidade nos

outras empresas.

- Gerem os conhecimentos ad-quiridos de forma mais organi-zada e estruturada. - Reduzem substancialmente os pressupostos necessários ao processo de internacionaliza-ção graças à partilha de custos e subsídios.

O perito em gestão de marke-ting reforça que num tecido empresarial onde predominam as pequenas e médias empresas o consórcio pode ser uma res-posta para as dificuldades que o sector atravessa, consequên-cia da crise global que incide de forma particular na construção e obras publicas. O mercado in-terno espanhol está paralisado e as alternativas têm que ser procuradas através da conquis-ta de mercados externos. Mas desafia os empresários a metas mais ambiciosas do que a mera exportação. Aponta para a in-ternacionalização. E explica a diferença: a internacionalização é um posicionamento comercial, pressupõe uma estratégia e a decisão de assumir um papel activo e de ser uma referência nos mercados onde se vendem os productos. A “mera” expor-tação é uma actividade mais passiva.

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87ROCHAS & EQUIPAMENTOS

brAsil FAz pArceriA tecnológicA com espAnhA

O cEntRO tEcnOlógicO dO MáRMORE E gRanitO (cEtEMag) tem um âmbito nacional e foi criado em 1988 para o aperfeiçoamento tecnológico das empresas brasileiras de rochas ornamentais.

O cEtap foi fundado em 2002 e assume-se com o objectivo de ser uma referência mundial na investigação e desenvolvimento de tecnologia para a indústria da pedra natural.

vai beneficiar de apoio financei-ro à investigação no decorrer de 2011.

Emic Malacarne, presidente do sindicato Sindirochas conside-ra que “este é um passo muito importante para o sector da pe-dra brasileiro, pois o CTAP é, sem qualquer dúvida, um dos melhores centros tecnológicos do mundo”.

Durante a feira os dois organis-mos vão partilhar um stand con-junto para expor as novidades tecnológicas utilizadas na Euro-pa e ainda desconhecidas pelas indústrias do Espírito Santo.

O cEtEMag - Centro Tecnológico do Mármore e Granito – vai as-sinar, durante a edição da Vitória Stone Fair a decorrer na região do Espírito Santo (entre 15 a 18 de Fevereiro 2011) um acordo de co-operação técnica com o congénere espanhol, o CTAP - Centro Tecno-lógico Andaluz de la Piedra.

A parceria visa garantir a transfe-rência de conhecimento e tecno-logia para as empresas de rochas do Brasil que estão a fortalecer-se para uma maior agressividade comercial nas exportações. Em contrapartida o centro espanhol

São estas algumas das inovações que o cEtEMag e o CTAP vão apresentar na Vitória Stone Fair:

IDstone: sistema de gestão inte-grado do stock da pedreira ao pro-duto final.

Linha de Controlo de Qualidade: classifica ladrilhos de acordo com as dimensões, permitindo a venda de lotes de ladrilho com uniformi-dade geométrica.

Visão Artificial: faz leitura da su-perfície da rocha e classifica de acordo com a qualidade da pedra.

Captura: sistema de gestão inte-grado on-line do funcionamen-to das máquinas que assinala as paragens dos equipamentos e problemas que ocorram durante a produção.

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ROCHAS & EQUIPAMENTOS88

comunicAr As boAs práticAs

O estudo conclui que as boas práticas de responsabilidade social agora detec-tadas devem ser rentabilizadas através da comunicação. A imagem que persis-te do sector é obsoleta.

Há um elevado desconhecimento dos decisores, dos órgãos de comunicação e da comunidade em geral sobre a evolução e modernização desta actividade económica. Um desconhecimento que obscurece a realidade e não premeia as boas práticas.

Impõe-se uma actividade de informação, continuada, actualizada e consis-tente que enquadre o contributo da indústria das rochas ornamentais para o desenvolvimento económico, regional e social numa meritória actividade de aproveitamento dos recursos e matérias-primas naturais.

estudo promovido pelA AssimAgrA revelA empresAs sociAlmente responsáveis

de edificações e de pavimentos com relevância sócio-territorial.

O investimento na modernização do sector assume maior expres-são na melhoria das condições de bem-estar e segurança dos trabalhadores e na componente ambiental: regeneração paisa-gística, valorização das pedrei-ras, recolha e deposição de re-síduos, gestão e reciclagem de águas.

Este estudo integra-se numa candidatura da ASSIMAGRA ao COMPETE (Programa Operacio-nal Factores de Competitivida-de) que prossegue o aumento da competitividade e a sustentabi-

Os empresários do sector das rochas ornamentais têm preocupações de ordem so-cial que se traduzem em contributos concretos para o desenvolvimento dos ter-ritórios e das comunidades onde estão inseridas.

Estas práticas de responsabilida-de social revelam-se, fundamen-talmente, no apoio às iniciativas locais, desportivas, culturais e sociais, na comunidade onde as empresas estão integradas e representam um investimento anual das empresas na ordem dos 3 a 5% do lucro obtido. Outra manifestação é a contribuição em materiais para a construção

lidade do sector. As conclusões foram apresentadas por Isabel Beja, num seminário – “Opor-tunidades e desafios para a in-dústria Extractiva”- promovido pela Associação Portuguesa dos Industriais de Mármores, Grani-tos e Ramos Afins que decorreu nas instalações da ASSIMAGRA, em Porto de Mós e nas instala-ções do CEVALOR, em Borba, nos dias 1 e 3 de Fevereiro. O traba-lho agora divulgado baseou-se em visitas de campo, entrevistas e questionários a empresários e directores de 30 empresas que operam nas 3 áreas de maior im-plantação desta actividade: Por-to de Mós/Batalha, Pêro Pinheiro e Borba/Vila Viçosa.

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89ROCHAS & EQUIPAMENTOS

do uma quebra de 6,5%, o que contribuirá para uma redução acumulada, desde 2002, de 35%.

Ainda mais preocupante, frisa a Associação, é o facto de também no presente ano não se perspec-tivar um melhor comportamento da actividade.

Na verdade, com base nos di-

Os dados agora divulgados pela AECOPS na sua última análise de conjuntura re-gional não deixam grandes margens para dúvidas sobre o que terá representado, no seu conjunto, o ano findo, para a actividade do Sector.

Com efeito, a Associação estima que a sua produção tenha sofri-

versos indicadores disponíveis, entre os quais as opiniões dos empresários do Sector, que se mostram bastante pessimistas relativamente ao andamento das suas unidades produtivas, a AE-COPS assegura que 2011 voltará a ser um ano muito difícil, pers-pectivando uma contracção do seu volume global de produção à volta dos 5,0%.

2011 AindA vAi ser um no muito diFícil pArA A construção nAcionAl

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ROCHAS & EQUIPAMENTOS90

cientistAs testAm um mAteriAl inovAdor:protocélulAs que envolvem o consumo de cArbono do meio

químicas, se comportam como pe-quenos microorganismos.

Estas células são capazes de pro-duzir uma substância sólida atra-vés da captura de carbono da matriz de água, precipitando-o criando um revestimento do qual acabam por se libertar, o que, re-alizado a grande escala poderia permitir produzir um novo mate-rial “coralino” com grande poten-cial na área da construção.

Este material poderia ser a solução ideal para o problema da falta de estabilidade da cidade de Veneza e seria uma alternativa de cons-trução “verde” na medida que a sua produção envolve a captação de CO2.

Uma equipa internacional de cientistas está a testar um material inovador produzido por protocélulas e que envol-ve o consumo de carbono do meio, apresentando-se como solução de construção “verde” com grande potencial.

Cientistas ingleses da Universida-de de Greenwich e da University College London estão actualmente a colaborar com colegas das Uni-versidades de Glasgow e do Sul da Dinamarca na produção de algo inovador.

Os investigadores usam protocé-lulas, que não são mais que pe-quenas gotas de óleo suspen-sas em água que, através de reacções

Um exemplo desta tecnologia ino-vadora está em exposição na Bie-nal de Veneza 2010.

Com efeito, o Pavilhão Canadiano criado para este evento recorre a protocélulas para produzir mate-riais sólidos aproveitando o carbo-no produzido pela respiração dos visitantes.

Page 93: Revista Rochas & Equipamentos N.100
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ROCHAS & EQUIPAMENTOS92

Licenciado em Engenharia Quí-mica Industrial pelo Instituto Superior Técnico de Lisboa e exercendo a sua actividade pro-

fissional no Instituto Nacional de Engenharia e Tecnologia In-dustrial como Director, desem-penhou outros cargos, como o de Secretário de Estado da Segurança Social, Deputado da Assembleia da República; Presi-dente da Federação Portuguesa de Futebol, Dirigente de vários Clubes Desportivos; entre ou-tros.

Entre 2006 e 2009, integrou o Conselho de Administração do CEVALOR em representação do INETI.

Actualmente, Vítor Vasques acumulava no Sector da Pedra

FAleceu vítor vAsques, presidente do conselho de AdministrAção do cevAlor

Natural os cargos de Presidente do Conselho de Administração do CEVALOR, Presidente da Di-recção da ESTER, Presidente da Mesa da Assembleia Geral da RECET e foi o primeiro Presiden-te da Direcção da Associação VALORPEDRA, criada em 2009, para Gestão do CLUSTER DA PE-DRA NATURAL.

A equipe da revista Rochas & Equipamentos expressa as suas condolências à família enlutada e a toda a estrutura do CEVALOR e os desejos de um feliz término do projecto iniciado.

cEvalOR01|02|2011

É com grande pesar que comu-nicamos o falecimento da Sra. D. Adelaide Mata, vítima de doença prolongada.

Companheira de uma vida, juntos simbolizavam o que de melhor este sector incorpora em huma-nidade e profissionalismo através da empresa C.Mata Export. Em-presa que cresceu e fez crescer o sector português.

FAleceu A srA. d. AdelAide mAtAcompAnheirA de umA vidA do sr. cArlos mAtA

Fica o adeus e as preces de quem também cresceu com a simpatia, elegância e sorriso da D. Adelaide.

Condolências de toda equipa da Revista Rochas & Equipamentos para o Sr. Carlos Mata, família e amigos.

As celebrações fúnebres reali-zaram-se no dia 1 de Janeiro de 2011, na igreja de Casais Robustos.

Faleceu no passado dia 20 de Janeiro o Eng.º Ví-tor Manuel Gomes Vasques – Presidente do Conselho de Administração do CE-VALOR após internamento hospitalar.

Page 95: Revista Rochas & Equipamentos N.100
Page 96: Revista Rochas & Equipamentos N.100

R & E BUYERS GUIDE

R & E BUYERS GUIDE

ROCHAS & EQUIPAMENTOS94

PLANT EQUIPMENT

QUARRY EQUIPMENT

LIMESTONE

GRANITE

MARBLE

SLATE

PORTUGUESE PAVEMENT

OTHER STONES

CUT TO SIZE

TILES

SLABS

BLOCKS

DIAMOND TOOLS

ABRASIVES

SERVICES

FAIRS

Edifício Estrada Romana 2480-013 Alqueidão da Serra - PortugalTel.: | Fax: + 351 243 406 110 | + 351 244 402 191E-mail: [email protected]

Portuguese Association of Portuguese Pavement

Producers

ABRESSA GROUP

Central: Barcelonès, 39 – Pol. Ind. del Ramassá08520 Les Fraqueses del Vallés - Barcelona - SpainTel.: (34) 93 846 58 75Fax: (34) 93 846 80 29E-mail: [email protected]

Pág. 17

AIREMÁRMORES – EXTRACÇÃO DE MÁRMORES, LDA.

OFFICE AND FACTORY: Rua dos Arneiros – Ataíja de Cima 2460-712 Alcobaça – PortugalTel.: + 351 262 508 501 | + 351 938 383 600Fax: + 351 262 508 506E-mail: [email protected]

V.C.Capa

ANTÓNIO JACINTO FIGUEIREDO, LDA.

Apartado 2, Estrada Nacional, 9 – Cruz da Moça2715-951 Pêro Pinheiro – PortugalTel.: + 351 219 270 100 | + 351 219 678 210Fax: + 351 219 271 627E-mail: commercial@ajfi gueiredo.pt

a.j.fi [email protected] gueiredo.pt

Pág. 37

C. MATA EXPORT

Casais Robustos - Apartado 672396-909 Minde Codex - PortugalTel.: + 351 249 890 652Fax: + 351 249 890 660E-mail: [email protected]

CARRARA MARMOTEC

CarraraFiere SrlViale Galilei, 13354033 Marina di Carrara (MS) - ItalyTel.: + 39 0585 787963Fax: + 39 0585 [email protected]

Pág. 31

Page 97: Revista Rochas & Equipamentos N.100

95ROCHAS & EQUIPAMENTOS

DIAMOND SERVICE PORTUGUESA, LDA.

Zona Industrial – Lote 2 – Apartado 61EC Vila Viçosa - 7160-999 Vila Viçosa – PortugalTel.: + 351 268 886 840Fax: + 351 268 886 849E-mail: [email protected]

Pág. 87

DRAGÃO ABRASIVOS, LDA.

Rua Dragão Abrasivos, nº595 - Apartado 64536-904 Paços de Brandão - PortugalTel.: + 351 227 442 007Fax: + 351 227 448 739E-mail: [email protected]

Pág. 90

DELLAS

Official Dellas Seller: Lino A. Fernandes, Lda - Lugar de Rio Tinto - 4720-632 Rendufe - Amares - P.O. BOX 451 EC Avenida - 4711-914 Braga - PortugalTel.: + 351 253 311 300Fax: + 351 253 311 400www.dellas.it

Pág. 19

DIAPOR – DIAMANTES DE PORTUGAL, S.A.

Rua 8 – Zona Industrial de Rio MeãoApartado 412 – 4524-907 Rio Meão – PortugalTel.: + 351 256 780 400Fax: + 351 256 780 409E-mail: [email protected]

Pág. 29

CFM - PROJECTO E CONSTRUÇÃO DE MÁQUINAS, LDA.

Av. Aviação Portuguesa, nº5 - Apartado 14 – Fação 2715-901 Pêro Pinheiro – PortugalTel.: + 351 219 678 280Fax: + 351 219 678 289E-mail: [email protected]

Pág. 91

CONSTRUAL - CONSTRUTORA MECÂNICA, LDA.

Av. da Aviação Portuguesa, nº5 - Apartado 14 - Fação 2715-901 Pêro Pinheiro – PortugalTel.: + 351 219 678 280Fax: + 351 219 678 289E-mail: [email protected]

Pág. 13

CO.FI.PLAST

ABRADIAM, LDAEstrada Nacional 378 - Rua Pinheiro Grande, Nº 8 2865-020 Fernão Ferro - PortugalTel.: + 351 212 121 126Fax: + 351 212 122 227E-mail: [email protected]

Pág. 51

CASA DOS DIAMANTES LINO A. FERNANDES, LDA.

Lugar de Rio Tinto - 4720-632 Rendufe – Amares P.O. BOX 451 EC Avenida - 4711-914 Braga - PortugalTel.: + 351 253 311 300Fax: + 351 253 311 400E-mail: [email protected]

Pág. 57

EQUIMÁRMORE - EQUIPAMENTOS P/ MÁRMORE, LDA.

E.N. 9 – Apartado 22 2715-901 Pêro Pinheiro – PortugalTel.: + 351 219 671 197Fax: + 351 219 271 964E-mail: [email protected]

Pág. 85

EUROGRANIPEX LDA

Núcleo Empresarial da Venda do Pinheiro2665-602 Venda do Pinheiro - Lisboa PortugalTel.: | Fax: + 351 219 662 039TM: + 351 910 766 041 / 2Email: [email protected]@eurogranipex.comwww.eurogranipex.com

Page 98: Revista Rochas & Equipamentos N.100

ROCHAS & EQUIPAMENTOS96

GRUPO FRAZÃO - EXTRACÇÃO E COMERCIALIZAÇÃO DE ROCHAS LDA.

Zona Industrial Norte – Pé da Pedreira – Apartado 67 2026-901 Alcanede - PortugalTel.: + 351 243 400 598Fax: + 351 243 400 606E-mail: [email protected]

Pág. 89

GRANITRANS – TRANSFORMAÇÃO DE GRANITOS, LDA.

Rua dos Serrados – Negrais2715- 346 Pêro Pinheiro - PortugalTel.: + 351 219 671 016 | + 351 219 677 127Fax: + 351 219 670 801E- mail: [email protected]

Pág. 77

GRUPO GALRÃO

Av. da Liberdae, 153 2715-004 Pêro Pinheiro – PortugalTel.: + 351 219 270 302Fax: + 351 219 279 912E-mail: [email protected]

Pág. 9

GH - INDÚSTRIAS ELECTROMECÂNICAS, S.A.

Zona Industrial do Soeiro, Lote 94745-460 S. Mamede Coronado - PortugalTel.: + 351 229 821 688Fax: + 351 229 821 687E-mail: [email protected] | www.pontesrolantes.pt

Pág. 1

GRANIPLAC, LDA. | GRANITOS DO CENTRO, LDA

Zona Industrial – Apartado 26 3150-194 Condeixa-a-Nova – PortugalTel.: + 351 239 942 430Fax: + 351 239 941 051E-mail: [email protected]

Pág. 55

FIGALJOR - INDÚSTRIA E COMÉRCIO DE GRANITOS E MÁRMORES, S.A.

Av. Liberdade, 168/170 – Apartado 1 2715-097 Pêro Pinheiro - PortugalTel.: + 351 219 279 552Fax: + 351 219 672 724E-mail: geral.pp@fi galjor.ptwww.fi galjor.pt

Pág. 45

GASPARI MENOTTI - S.P.A.

CORPADVANCE, S.A.Quinta da Fonte, Edifício D. Pedro I2770-071 Paço de Arcos - PortugalTel.: + 351 920 256Fax: + 351 912 901E-mail: [email protected]

EZEQUIEL FRANCISCO ALVES, LDA.

OFFICE AND FACTORY: Avª Marquês de Pombal, nº 247 Falimas – Morelena 2715-005 Pêro Pinheiro – PortugalTel.: + 351 219 279 797Fax: + 351 219 279 705E-mail: [email protected]

Pág. 79

GRANISEL REALTM - SOCIEDADE DE COMERCIALIZAÇÂODE PEDRAS NATURAIS, LDA

P.O. BOX 1007 - 5000-999 Vila Real - PortugalTel.: + 351 259 330 600Fax.: + 351 259 330 605E-mail: [email protected]

Pág. 39

EXPOSALÃO - CENTRO DE EXPOSIÇÕES, S.A.

Apartado 392441-951 Batalha - PortugalTel.: + 351 244 769 480Fax: 351 244 767 489E-mail: info@exposalão.ptwww.exposalão.pt

Capa / Pág. 21

Page 99: Revista Rochas & Equipamentos N.100

97ROCHAS & EQUIPAMENTOS

LUXIMAR – TRANSF. EXP. IMP. DE MÁRMORES E GRANITOS, LDA.

Alam. Henrique Pousão 15 7160-262 Vila Viçosa – PortugalTel.: + 351 268 980 526Fax: + 351 268 980 549Parque Ind.: Tel.: + 351 268 999 280

Pág. 71

MARBLE

IZFAS Sair Esref Bul. No:50 Kulturpark 35230 Izmir - TurkeyTel.: + 90 2324971229Fax: + 90 [email protected]

Pág. 33

LUSOROCHAS ROCHAS ORNAMENTAIS LDA

Casal de Silvérios - Pedra urada2715-358 Almargem do Bispo - PortugalTel.: + 351 219 677 559Fax: + 351 219 677 549E-mail: [email protected]

Pág. 61

MARFILPE – MÁRMORES E GRANITOS, S.A

IC2 Casal da Amieira, Apartado 1742440-001 Batalha - PortugalTel.: + 351 244 768 030 | + 351 244 768 120Fax: + 351 244 768 342E-mail: [email protected]

Pág. 11

JORGE CRUZ PINTO E CRISTINA MANTAS ARQUITECTOS LDA.

Rua do Banco nº18 2765-397 Estoril - PortugalTel.: + 351 214 661 290 | + 351 214 661 291Fax: + 351 214 661 292E-mail: [email protected]

Pág. 84

MARBRITO, S.A.

Apartado 54 EC. Vila Viçosa 7161-909 Vila Viçosa – PortugalTel.: + 351 268 889 550Fax: + 351 268 889 569E-mail: [email protected]

C.Capa

MARMOZ - COMPANHIA INDUSTRIAL DE MÁRMORES DE ESTREMOZ, LDA.

Apartado 54 7160-999 Vila Viçosa – PortugalTel.: + 351 268 889 550Fax: + 351 268 889 569E-mail: [email protected]

V.Capa

MOCAMAR – MÁRMORES DE ALCANEDE, LDA.

Zona Industrial – Pé da Pedreira – Apartado 46 2025-161 Alcanede – PortugalTel.: + 351 243 400 687 | 243 400 275 | 243 408 879Fax: + 351 243 408 892E-mail: [email protected]

Pág. 73

POEIRAS - MÁQUINAS & FERRAMENTAS, LDA.

Zona Industrial – Lote 1 e 2 – Apartado 50 7161-909 Vila Viçosa – PortugalTel.: + 351 268 889 380Fax: + 351 268 889 389E-mail: [email protected]

Pág. 27

OCTÁVIO RABAÇAL MARTINS (ENG.º )

Ex.-Assessor Principal do Instituto Geológico e MineiroAv. Eng.º Arantes de Oliveira, 28 r/c Esq.1900 Lisboa - Portugal

Pág. 30

Page 100: Revista Rochas & Equipamentos N.100

ROCHAS & EQUIPAMENTOS98

STONETECH

CIEC Exhibition Company, Ltd.1/F, General Service Building6 East Beisanhuan RoadBeijing 100028 - ChinaTel.: + 86 1084600335Fax: + 86 1084600325E-mail: [email protected]

Pág. 67

VISA CONSULTORES de Geologia Aplicada e Engenharia do Ambiente, S.A.

LISBOA

Rua Alto da Terrugem, n.º 2 2770-012 Paço de ArcosTel.: + 351 214 461 420Fax: + 351 214 461 421E-mail: [email protected]

PORTO

Rua Júlio Dinis, n.º247 - 5ºEscritório E3 - 4050-324 PortoTel.: + 351 226 007 580Fax: + 351 226 007 581

Pág. 41

TWO - TOTAL WEB OUTPUT

Rua Castilho, nº1, 3º Dto1250-069 Lisboa - PortugalTel.: + 351 213 161 253E-mail: [email protected]

Pág. 75

VARIOGRAMA

Largo do Corpo Santo, nº6 - 1º1200-129 Lisboa – PortugalTel.: + 351 213 241 090Fax: + 351 213 241 099E-mail: [email protected]

Pág. 99

XIAMEN INTERNATIONAL STONE FAIR

Xiamen Jinhongxin Exhibition Co., Ltd.Xiamen International Conference and Exhibition CenterXiamen P.C.361008 - ChinaTel.: + 86 5925959612Fax: + 86 5925959611E-mail: [email protected]

Pág. 47

VITÓRIA STONE FAIR

Milanez & Milaneze Av. José Rato, 1117 - Bairro de Fátima29160 - 790 Serra ES - BrazilTel.: + 55 2734340617Fax: + 55 2734340601E-mail: [email protected]

Pág. 15

URMAL – JOAQUIM DUARTE URMAL & FILHOS, LDA.

Apartado 16 2716 Pêro Pinheiro – PortugalTel.: + 351 219 677 580Fax: + 351 219 279 172E-mail: [email protected]

Pág. 83

WIRES ENGINEERING

ABRADIAM, LDAEstrada Nacional 378 - Rua Pinheiro Grande, nº82865-020 Fernão Ferro - PortugalTel.: + 351 212 121 126Fax: + 351 212 122 227E-mail: [email protected]

Pág. 93

STONE+TEC

NurnbergMesse GmbHMessezentrum90471 NurnbergTel.: + 49 (0) 9 11. 86 06-49 69Fax: + 49 (0) 9 11. 86 06-82 28E-mail: [email protected]

Pág. 69

TEKTÓNICA - FEIRA INTERNACIONAL DE CONSTRUÇÃO E OBRAS PÚBLICAS

Rua do Bojador, Parque das Nações1998-010 Lisboa - PortugalTel.: + 351 218 921 500Fax: + 351 218 921 515E-mail: fi [email protected] | [email protected] l.pt

Pág. 23

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