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Revista estrangeira com reportagem sobre o boom imobiliário no Brasil

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Não é raro ouvir relatos de pessoas que ganharam uns qui-linhos a mais na balança depois de se mudar para a Inglaterra. Jornadas longas de trabalho, muitas horas gastas no sistema de transporte para se locomo-ver através da metrópole, tudo contribui para que aquele lan-chinho rápido no restaurante ou na lanchonete da esquina substitua uma refeição mais saudável.

Se você se render aos ape-los das cadeias de fast food, então, está perdido: rapidez e preço baixo conspiram para que você troque um prato de arroz, carne e salada por ham-búrguer e batatas fritas ou uma porção de frango frito (sem-

pre preparados com bastante óleo). A praticidade do dia-a-dia, porém, pode custar caro. Não ao seu bolso, mas à sua saúde.

É como uma equação quí-mica: mais calorias consumi-das, menos tempo para fazer atividades físicas é igual a obe-sidade, diabetes, aumento de colesterol e o risco de sofrer de problemas cardíacos. Para ficar fora desse grupo de risco, a Real traz nessa edição uma matéria especial (página 46) com dicas para você manter uma vida equilibrada.

A edição de agosto tam-bém tem entre os destaques a primeira entrevista coletiva de Luiz Felipe Scolari como técni-

co do Chelsea (página 72). Em grande estilo, Felipão mostrou aos ingleses que tem tudo para fazer história no comando dos Blues com duas de suas mar-cas registradas: competência e irreverência. Sem a fama de Fe-lipão, mas tão guerreira quan-to o gaúcho pentacampeão do mundo, a ex-moradora das ruas de São Paulo, Ivanete de Araújo, conta sua história de vida e luta (página 40).

E por que não aproveitar que o sol deu as caras por aqui para fazer um passeio pelos canais de Londres (página 32)? Ou conhecer o Legoland Win-dsor, um parque onde as maio-res atrações são montadas com brinquedos Lego (página

66)? Ou tomar um sorvete em alguma das melhores sorvete-rias da cidade (página 38)?

A Real tem tudo isso e muito mais. Saiba que o Bra-sil perdeu a ironia de Dercy Gonçalves, que o país agora é um dos donos da maior cerve-jaria do mundo, que a Semana Internacional dos Beatles vai chacoalhar Liverpool e que o show olímpico vai começar em Pequim.

É só folhear a Real: infor-mação e diversão garantidas. Boa leitura!

Um abraço, a gente se vê em setembro.

Régis QuerinoEditor-chefe

E D I T O R I A L

Revista Real - nº 68Agosto 20082 Queens ParadeGreen Lanes London - N8 0RDFone: 020 8347 5045Fax: 020 8347 0514www.revistareal.com

Editor - ChefeRégis Querino ([email protected])

Arte & DesignMariano Arias Llorente([email protected])

Marketing & ComercialFabiano B. Soldati LacerdaDiego Jezler([email protected])

RedaçãoMarina Gaspar([email protected])

ColaboradoresAlberto Luiz Schneider (Reino Unido) Alessandro Freitas (Brasil)Bete Kiskissian (Reino Unido)Camilo Adorno (Reino Unido)Carol Morandini (Reino Unido) Devaldo Gilini Jr. (Brasil)Eloyr Pacheco (Brasil)Jacqueline A. de Oliveira (Brasil) Rafael Pieroni (Reino Unido)Tonico Sanches (Brasil)

FotógrafoRafael Reina (Reino Unido)

Distribuição: BR Jet [email protected]

Índice

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5 Cartas 6 Destaques do mês10 Brasil 20 Reino Unido44 Mundo46 Capa50 Cultura56 Saúde 58 Mulher 62 Personalidades64 Turismo

68 Motores70 Tecnologia72 Esportes76 Brasileiro em Londres76 Receitas77 Horóscopo78 Palavras Cruzadas79 Mônica80 Classificados82 Endereços Úteis

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Queria parabenizá-los pela reportagem/artigo sobre os 200 anos da chegada da Família Real ao Brasil (revista 67, julho de 2008). Achei muito interessante porque abri-

ram espaço para um historiador escrever - já que nós, jornalistas, muitas vezes contamos a história de forma muito superficial - e conseguir deixar o texto ótimo, compreensível para todos. Eu ado-ro História, mas normalmente os textos de profissionais dessa área são acadêmicos demais e cansativos. E quando jornalistas escrevem, apesar de ser um bom texto, em geral, tem muitas contradições.

Enfim, parabéns. Gostei muito. Uma única sugestão que eu da-ria era puxar um gancho para a atualidade sobre essa relação Brasil x Inglaterra, estabelecida há séculos. Entrevistas despertariam ainda mais o interesse dos leitores, mesmo daqueles que não gostam muito de história. Estou acompanhando o trabalho da equipe e acho que essa última edição progrediu muito. Está melhor que a de uma outra concorrente...

Até mais. Sucesso sempre.

Marcieli Silva – Londres

Senhor editor, insatisfeito com toda a “burrocracia” e indife-rença com que fui tratado dentro do recinto que infelizmen-te tem o nome de Consulado Brasileiro em Londres, gostaria

de deixar aqui registrado a minha insatisfação pelos serviços prestados por este estabelecimento e por seus funcionários (os quais acho que estão ali pois foram nomeados por políticos ou entre parentes). Sou brasileiro e moro neste país desde 2001, tenho dois filhos com uma cidadã européia, sendo que no dia 8 de julho de 2008, às 12h15, fui abordado por policiais britâni-cos em operação de rotina. Com toda a educação, fui conduzido à Police Station de Seven Systers, onde se iniciou uma onda de questionamentos, juntamente com um advogado oferecido pelo governo inglês.

Depois de algum tempo entraram em contato com a senhora Marinete, da Embaixada Brasileira, a qual tratou-me educada-mente por telefone e pessoalmente no dia seguinte na Embaixa-da. Nesta manhã, procurando o consulado para tentar retirar uma certidão de nascimento de meus filhos, para regularizar minha situação neste país, fui questionado sobre uma certidão de casa-mento (sendo que não sou casado com a mãe de meus filhos).

Me pediram uma certidão de nascimento com data de 90 dias, disse que o cartório no Brasil demoraria 48 horas para emi-tir uma certidão de nascimento de minha pessoa e certa empresa de transporte internacional demoraria cinco dias úteis para en-tregar a mesma aqui no Reino Unido, portanto não daria tempo de entrar com este pedido de visto, pois o meu prazo é de 7 dias, sendo que corro o risco de ser removido a qualquer momento.

Ainda perguntando ao mesmo funcionário se o consula-do arcaria com a despesa de meus filhos caso eu for realmente removido, ele respondeu ‘’não é meu problema’’. Tudo bem que não seja problema dele, mas uma repartição que está aqui para prestar serviços e ajudar brasileiros não pode tratar as pessoas dessa maneira. Deixo registrado esta insatisfação e descontenta-mento e gostaria de deixar aqui meus elogios à Polícia Britânica, à Embaixada Brasileira, Abras e Revista Real pela educação e inte-resse em meu caso. Um brasileiro indignado com o atendimento do consulado.

Kuesser Geraldo de Oliveira Andrade – Londres

Caro Leitor,Não hesite em nos contatar. Sugestões, críticas e dúvidas podem ser enviadas para o seguinte endereço:

2 Queens Parade, Green LanesLondon - N8 0RD

Também pelo e-mail: [email protected]

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Cartas

Agradecemos a todos os leitores pelas cartas enviadas. Um grande abraço!

Régis QuerinoEditor - Chefe

C A R T A S D O L E I T O R

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Destaques do mêsD

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Em um mês, seis pessoas morreram vítimas de tiros disparados por policiais militares no Brasil. O último caso registrado até o fechamento desta edição aconteceu na cidade de Igarapé do

Meio, interior do Maranhão, no dia 21 de julho. Uma menina de 8 anos morreu após ser baleada na cabeça por um policial bêbado que disparou contra uma pessoa envolvida numa briga. Três dias antes, outra criança, de 9 anos, foi morta após ser atingida por uma bala perdida no Recife, disparada por policiais militares durante troca de tiros com assaltantes.

No Rio de Janeiro, foram quatro casos. Um deles, no final de junho, resultou na morte do estudante Daniel Duque, de 18 anos. No dia 6 de julho, o menino João Roberto Amorim, de três anos, levou três tiros. Os PMs dispararam contra o carro da família do garoto durante uma suposta perseguição.

Dia 14, PMs cariocas mataram o administrador Luiz Carlos da Costa, de 36 anos, enquanto ele era rendido por assaltantes em São Cristóvão. O despreparo da PM também vitimou a estudante Rafaele Ramos Lima, de 20 anos. O carro em que ela estava com um amigo foi confundido com um veículo suspeito e, durante a perseguição, ela acabou atingida com um tiro na cabeça.

Despreparo da PM causa mortes

Preso desde setembro do ano passado em Mônaco, o ex-ban-queiro Salvatore Cacciola finalmente foi extraditado para o Brasil no dia 17 de julho. Cacciola está preso na penitenciá-

ria de Bangu 8, zona oeste do Rio, onde está em cela especial para portadores de diploma de curso superior. Cacciola ficou oito anos foragido, sendo condenado a 13 anos de prisão pela Justiça brasileira em 2005. Ex-dono do Banco Marka, Cacciola foi acusado de causar um prejuízo de R$ 1,3 bilhão ao Banco Central (BC), e chegou a ficar preso em 2000 - mas conseguiu um habeas-corpus que o livrou da prisão naquele ano. Após a soltura, fugiu para Itália (o ex-banqueiro tem dupla nacionalidade).

De acordo com o advogado Carlos Eluf, Cacciola não voltou ao Brasil após a condenação por gestão fraudulenta e peculato por ter cidadania italiana e estar em seu país de origem. O advogado também argumentou que existe no Direito “o princípio natural de fuga”, que se refere a um instinto humano. A defesa pediu ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) a liberdade de Cacciola argumentando que o ex-banqueiro já está preso há 11 meses e tem mais de 60 anos. Também argumentam que seu cliente é réu primário.

Cacciola é extraditado ao Brasil

Depois de mais de seis anos mantida em cativeiro pelas Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), a ex-refém franco-colombiana Ingrid Betancourt foi libertada no dia 2

de julho. A operação que permitiu o resgate de Betancourt e de ou-tros 14 reféns das Farc foi 100% colombiana, apesar de os Estados Unidos terem auxiliado em ajustes prévios, afirmou o ministro da Defesa da Colômbia, Juan Manuel Santos.

Militares da Colômbia disfarçados de trabalhadores humanitários resgataram Betancourt, 46, seqüestrada em 2002 quando fazia cam-panha eleitoral como candidata à Presidência. Sua dupla nacionali-dade ajudou a trazer a atenção da comunidade internacional para o caso dos reféns colombianos. Estima-se que cerca de 3.000 pessoas estejam sob o poder de grupos insurgentes no país.

O resgate ocorreu na floresta do departamento de Guaviare. Mi-litares colombianos fingiram ser membros de uma organização fic-tícia que supostamente iria levar os reféns de helicóptero a outro local, para se encontrarem com o líder das Farc, Alfonso Cano. “Os helicópteros, que na realidade eram do Exército, pegaram os reféns e os levaram à liberdade”, afirmou Santos. Dois guerrilheiros foram capturados na operação.

Betancourt é libertada após seis anos

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Brasil

Gringos compram área equivalente a sete parques Ibirapuera por dia na Amazônia

Invasão estrangeira

F azendeiros e investidores estrangei-ros têm comprado 12 km2 de terras por dia no Brasil, o equivalente a seis

vezes a área de Mônaco ou sete parques Ibirapuera, informou em reportagem es-pecial a Folha de São Paulo no mês passa-do. Segundo matéria do repórter Eduardo Scolese, o ritmo da “estrangeirização” de terras foi medido a partir de dados do Cadastro Rural de novembro de 2007 a maio deste ano. Nesse período, estran-geiros adquiriram pelo menos 1.523 imóveis rurais no país, em uma área que soma 2.269,2 km2.

O levantamento não leva em conta a compra de empresas nacionais de capital estrangeiro e os que se utilizam de “laran-jas” brasileiros para passar despercebidos pelos cartórios. De acordo com o levanta-

mento, a compra de terras é puxada pela soja e pela pecuária, pelos incentivos ofi-ciais à produção de etanol e biodiesel e pelo avanço do preço da terra.

Eugênio Peron, apontado pelos pro-dutores sul-mato-grossenses como o principal corretor de imóveis rurais do estado na matéria do jornal, afirma que nos últimos meses tem “aumentado mui-to” a procura de terras por estrangeiros. Segundo ele, que trabalha na área há 16 anos, a maioria dos interessados é repre-sentante de fundos de investimento em busca de negócios com soja, álcool, gado e biodiesel.

Cerco a estrangeirosA investida ocorre no momento em que

o governo busca mecanismos legais para

frear a entrada de estrangeiros em terras do país. Hoje a aquisição de terras é permitida a pessoas físicas de outra nacionalidade re-sidentes no país e a pessoas jurídicas estran-geiras autorizadas a atuar no Brasil.

Levantamento inédito do Incra (Insti-tuto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) revela que estrangeiros detêm 5,5 milhões de hectares em todo o Brasil. Com 1.377 propriedades espalhadas numa área de 754,7 mil hectares, Mato Grosso é o esta-do que tem a maior área de terras em nome de empresas e pessoas de outros países.

São Paulo é o campeão em número de propriedades em nome de pessoas de outras nacionalidades. São 11.424 terrenos, que, somados, representam 504,7 mil hectares do território paulista. O governo federal anunciou que vai fechar o cerco à “invasão estrangeira”, com objetivo de dificultar a compra de terras por empresas brasileiras controladas por capital externo. Um pare-cer da AGU (Advocacia Geral da União) vai fixar limites para essa aquisição.

A decisão surgiu depois que um estu-do mostrou que estrangeiros detêm 5,5 milhões de hectares no país, 55% na Ama-zônia. Em junho, o Ibama (Instituto Bra-sileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis) no Amazonas multou em R$ 450 milhões a madeireira Gethal, pertencente ao empresário sueco-britânico Johan Eliasch, por comércio e transporte de madeira sem seguir a legislação ambiental brasileira.

O Incra estuda pedir o cancelamento de registros de terras na Amazônia suposta-mente adquiridas pelo empresário sueco.

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Por Alberto Luiz Schneider*

*Doutor em História pela Unicamp. Pesquisador Associado do Departamento de Português e Estudos Brasileiros do King’s College (University of London).

A Europa vem ampliando o rigor da legislação contra es-trangeiros, sejam turistas, estudantes ou imigrantes. Os desafios globais ao terrorismo, a crise econômica e o au-

mento da criminalidade têm servido de justificativa. A hostilidade da lei e das práticas policiais e imigratórias vem se multiplicando ao redor da Europa.

A União Européia aprovou recentemente um acordo, chamado “diretiva de retorno”, cujo objetivo oficial é padronizar procedi-mentos imigratórios entre os países-membros, mas, na prática, tra-ta-se de endurecer as regras, a fim de conter a crescente imigração, freqüentemente identificada pela opinião pública como fonte de problemas.

Segundo as normas estabelecidas, o imigrante flagrado em situ-ação irregular poderá ser sumariamente deportado para seu país de origem. Uma vez expedida a ordem de expulsão, o ilegal terá de 7 a 30 dias para sair do país por iniciativa própria; se não o fizer, poderá ser preso sem ordem judicial. A detenção poderá prolongar-se por até 18 meses, sem que o Estado seja obrigado a prover assistência jurídica. Em outras palavras, trabalhadores cujo único delito é não estar de acordo com normas legais poderão ser tratados como meros criminosos.

Os imigrantes, em sua imensa maioria, são pessoas em busca de melhores condições de vida, fugindo de situações de guerra ou simplesmente da falta de perspectivas. A Europa tradicionalmente convivia bem com comunidades imigrantes, beneficiando-se do trabalho e da contribuição cultural dessas pessoas. Importantes em-presários, intelectuais, cientistas europeus são filhos ou netos de estrangeiros. O presidente da França, Nicola Sarkozy, é descendente direto de imigrantes.

Mas porque a pressão contra os imigrantes se a Europa precisa deles? A redução e o envelhecimento da população é um desastre para a economia e para a previdência social, o que pode afetar o ní-vel de vida dos países da região. Na Alemanha, o índice de natalida-de é de 1,4 filhos por mulher, quando o ideal seria 2,1. No restante dos continentes os números são semelhantes. O medo da imigração, às vezes justificável, é na maioria das vezes simplesmente irracional e fundado em preconceitos.

O novo arcabouço jurídico hostil à imigração tem sido patrocina-do pela opinião pública. Os parlamentares europeus são políticos pro-fissionais que reagem à demanda de seus eleitores. A maré conserva-dora – muitas vezes eurocêntrica e discretamente racista - tem raízes profundas. Se a Europa é o solo cultural e político do universalismo humanista, também é o berço do Imperialismo e das idéias segundo as quais uns povos, ou “raças”, seriam superiores a outros.

Pensemos na trágica História da Europa do século XX! O ímpeto xenófobo de uma parte da população e o populismo conservador de seus líderes põem dúvida às melhores tradições européias, herdeiras dos valores Greco-romanos, do Renascimento, do Iluminismo e das revoluções democráticas.

Do outro lado do OceanoSe ainda muitos europeus não conseguem controlar o com-

plexo de superioridade, não faltam brasileiros que sofrem de complexo de inferioridade. Adoramos dizer que nada funciona no Brasil, que o país “não presta”, que a língua portuguesa nos deprecia. “Não tem jeito!”. Eis a frase feita com a qual encerra-mos qualquer breve esboço de pensamento (necessário à ação), antes de mudarmos para assuntos mais divertidos, desses que não requerem muito esforço intelectual. Trata-se da face mais visível da nossa irresponsabilidade cívica.

Se o país não tem jeito, por que haveria de evitar jogar lixo na rua, já que “todo mundo joga”? Se o país não tem jeito, porque haveria de empregar meu tempo lendo sobre política, economia ou cultura, para tentar compreender a dinâmica do país e do mundo? Compreender para agir. Se não tem jeito, por que have-ria de pagar os impostos e cumprir minha parte, justamente para poder criticar os políticos com autoridade moral?

Quem acredita no país implicitamente assume um compro-misso. Sente-se na obrigação de fazer alguma coisa, por mais modesta que seja. O indefectível “não tem jeito” - em linha com o nosso complexo de vira lata (Nelson Rodrigues), serve como uma luva para o nosso oportunismo vulgar de todo dia, de quem quer benefício particular, sem qualquer empenho público.

Mas há sinais de melhora. Quando a Petrobras descobre gi-gantescas reservas de petróleo, usando tecnologia inédita e bra-sileira, com engenheiros brasileiros, fruto de anos de trabalho continuado e pesquisa científica, de decisões políticas acertadas, vemos que o país tem jeito, e terá muito mais quando pararmos de achar que não tem.

Sobre europeus e brasileiros

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Pedágio urbano e ampliação urgente da malha metroviária. Estas foram as propostas defendidas pelo arquiteto e

planejador urbano Candido Malta Campos Filho para solucionar a questão da mobili-dade na cidade de São Paulo, durante debate promovido no lançamento do Conselho de Desenvolvimento das Cidades, no final de junho, na sede da Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio), na ca-pital paulista.

O encontro reuniu arquitetos, urbanis-tas, planejadores, professores, artistas, espe-cialistas e empresários preocupados com o futuro da metrópole. O objetivo do Conse-lho é promover a discussão de soluções viá-veis para os problemas que a cidade enfren-ta. Focando em alternativas para desafogar o sistema de circulação de São Paulo, Malta alertou para o caos e o colapso iminente que a cidade vive. “As cidades brasileiras atual-mente passam por uma grande crise de mo-bilidade, em especial, São Paulo. Isso pode pôr em risco todas as atividades econômi-cas, políticas e sociais”, disse.

“É preciso medidas urgentes. Não adian-ta aumentar as vias de circulação, pois elas

só adiam o problema. Só esse ano, dados re-velam que circulam pelas ruas de São Paulo 40% mais carros do que o ano passado. De um jeito ou de outro, sabemos que o auto-móvel é subsidiado pelo governo. O preço do diesel aumenta, a gasolina e o álcool se mantêm. O que explica isso? O automóvel virou um bem de consumo de toda a popu-lação. Você compra o carro e pode financiá-lo em até cinco anos”, explicou.

Como saída para o fluxo da cidade, o ur-banista defendeu o pedágio urbano, pois “a solução tem que correr mais depressa que o problema”. “A curto prazo, o pedágio seria a solução mais viável, pois inibiria o uso do automóvel, incentivando o uso do transpor-te público. O que de certa forma, cessaria um pouco essa batalha campal.”

Pedágio Malta também explica que o pedágio

urbano já existe em outras cidades (em Londres, por exemplo, com o Congestion Charge). “O pedágio é uma taxa paga para automóveis que desejam passar pelo centro expandido da cidade, um valor cobrado para desafogar essas áreas e seu entorno.”

O preço do pedágio seria de aproxima-damente R$4 e essa arrecadação garantiria a construção de uma linha de metrô de 16 km por ano, outra solução vista com suces-so para a cidade. “Paris tem uma estação de metrô a cada 500 metros. Precisamos am-pliar nossa malha e nossa frota para dimi-nuir a espera entre um trem e outro. Com o pedágio urbano seríamos capazes de realizar em 10 anos 160 km de linhas metroviárias”, explicou.

Para o urbanista, o surto de desenvol-vimento, a oferta de trabalho centralizada em pequenas áreas e o aumento excessivo da frota automobilística foram os principais agentes da crise de mobilidade na cidade. Segundo Malta, diariamente muitos paulis-tanos andam mais de 20 km para trabalhar. Por exemplo, quem mora na zona leste e tra-balha no centro ou zona oeste, onde existe a maior oferta de trabalho, atravessa a cidade. “Já virou costume. É uma pré-condição para quem mora em São Paulo sair de casa com bastante antecedência para chegar a tempo em seus compromissos.”

Vivian Lobato (Envolverde/Aprendiz)

Especialista apresenta idéias para melhorar o caótico trânsito de São Paulo

contra o caos

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Pedágio

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Ícone da cena artística brasileira, a atriz Dercy Gonçalves morreu às 16h27 do dia 19 de julho, no Rio de Janeiro. Ela apresentava um quadro de pneumonia comunitária grave, que evoluiu para

uma sepse pulmonar e insuficiência respiratória. Maria Dercimar Sen-ra, filha de Dercy, contou que a mãe havia ido a um bingo na noite anterior. Ao voltar para casa, sentiu fortes dores no peito e foi levada de madrugada ao hospital, onde faleceu horas depois.

Cerca de 500 pessoas foram dar o último adeus a uma das mais irreverentes atrizes da televisão brasileira, famosa por seus palavrões e improvisos em cena, durante o velório realizado na Assembléia Legis-lativa do Rio de Janeiro. Entre eles, artistas como a atriz Marília Pêra, o cartunista Ziraldo e a bailarina Ana Botafogo. O presidente Lula divulgou nota em que declarou que a irreverência de Dercy deixará saudade e o governador do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, decretou luto oficial de três dias em todo o estado.

O enterro aconteceu no dia 22, em um mausoléu construído nos anos 90 sob encomenda da própria Dercy em Santa Maria Madalena, cidade fluminense em que nasceu. A filha da atriz realizou os desejos da mãe para a hora da partida: ser enterrada com a peruca loira que usava constantemente, maquiada e com seus colares e paetês, ao som do samba-enredo da Viradouro que a homenageou em 1991 – na ocasião, Dercy deu o que falar mais uma vez ao desfilar com os seios de fora aos 84 anos de idade.

No dia 20, os programas de televisão prestaram homenagem à atriz. No SBT, de onde era contratada vitalícia – na semana em que morreu, Dercy havia dado declarações à imprensa reclamando que o patrão Sílvio Santos não lhe dava chance de voltar às telas – o Domin-go Legal mostrou imagens da trajetória da atriz. Fausto Silva, amigo de longa data, também deu adeus durante o Domingão do Faustão.

Polêmica e bom-humorNascida em 1907, Dercy Gonçalves começou a causar polêmica

antes mesmo de ganhar os palcos e telas brasileiros. Aos 14 anos, escandalizava os habitantes da pacata Santa Maria Madalena ao andar maquiada como as atrizes de cinema. Aos 17, fugiu de casa junto com uma companhia de teatro mambembe. Alguns anos depois, mudou-

se para a capital do estado do Rio e ficou famosa no teatro de revista. Em 1943, veio o primeiro dos mais de 20 filmes em que atuou, Sam-ba em Berlim.

Nos anos 60, Dercy estreou na TV Excelsior e também na Globo. Entre os destaques, participações nas novelas Que Rei Sou Eu?, Deus nos Acuda e o programa Consultório Sentimental, uma espécie de talk-show em que esculhambava o entrevistado. Nos idos dos anos 90, mudou de casa: foi para o SBT, onde recebia um salário vitalício, e lá apresentou o Fala, Dercy, show em que tinha toda a liberdade para falar os palavrões que a caracterizavam e improvisar o texto. O deboche e o humor escrachado que eram a marca registrada de Dercy foram amplamente citados entre os amigos que a lembraram também pela coragem de, em mais de um século de vida, desafiar as conven-ções. “A gente tem de ser feliz nem que seja na porrada”, era o que costumava dizer, segundo a filha Dercimar.

Com mais de 80 anos de carreira, atriz morreu no dia 19 de julho, aos 101 anos no Rio de Janeiro

O adeus a Dercy

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A crescente disparada dos preços de ali-mentos tem desafiado representantes de estado e governos a darem respos-

tas rápidas, precisas e em escala global. Para a surpresa de muitos, a escalada de preços, na verdade, já era anunciada há cerca de dois anos, segundo projeções de organismos ofi-ciais. Segundo o Banco Mundial, o entendi-mento da crise se divide em quatro aspectos. Um deles trata-se da própria questão do au-mento de preços. Especialistas têm culpado a baixa produção agrícola, intempéries cli-máticas, aumento no consumo de carnes e direcionamento da produção de grãos para programas de biodiesel. Ou seja, um pacote de fatores que exercem pressões com diversas forças e que necessitam de soluções rápidas, mas que nem sempre são complementares.

Como conseqüência, o impacto é real-mente devastador. A estimativa é que o preço do trigo tenha subido 120% e o arroz subido cerca de 75%. Com esse cenário, as famílias consideradas na linha da pobreza passaram a gastar até 80% de seu orçamento em ali-mentos. Outro aspecto da crise é seu próprio impacto; preços altos se traduzem em uma batalha de sobrevivência diária para cerca de dois bilhões de pessoas no mundo. Situação que gera desnutrição e que já registra a mor-te de 3,5 milhões de crianças por ano. Além disso, 100 milhões de pessoas (metade da população brasileira) se tornaram pobres nos últimos dois anos. Para eles, infelizmente a expectativa é de que os preços continuem em níveis altos pelo menos até 2015.

A geografia se responsabiliza pela com-preensão dos outros aspectos da crise que seriam os casos da África e Ásia. Na África, 21 dos 36 países atingidos se encontram na região denominada África Subsaariana. A re-gião importa 45% do trigo e 84% do arroz

que consome. As regiões da costa oeste do continente são as mais vulneráveis. Impactos ambientais e lutas civis tendem a piorar a si-tuação em alguns países. Já no sul da Ásia, os países são grandes importadores de ali-mentos, o que os tornam sensíveis a choques causados pelo comércio internacional. Hoje, um saco de arroz custa o correspondente a

metade da renda diária de uma família pobre em Bangladesh. Na Indonésia, um aumento de 10% no preço do arroz significa que dois milhões de pessoas seriam arrastadas para a pobreza.

Na segunda metade do século passado, o medo da fome exigiu esforços interna-

cionais no sentido de aumentar a produção para atender a demanda, principalmente de países populosos como a Índia, a chamada Revolução Verde. A abundância de alimentos com preços baixos durou cerca de 40 anos. Como conseqüência disso, a redução de in-vestimentos em tecnologia agrícola e produ-tividade se tornaram fatores importantes na compreensão da atual crise. Segundo matéria publicada pelo Financial Times, a última vez que o grupo dos países mais ricos do mundo, hoje o chamado G8, se pronunciou sobre o assunto foi em 1981, através de um ofício que reconhecia a necessidade de aumento na produção de alimentos.

Como isso não aconteceu, a provável so-lução de curto prazo que tem gerado embates está no âmbito comercial, através da redução de barreiras e tarifas alfandegárias, além da promoção de mercados livres na tentativa de tornar os alimentos mais acessíveis. Porém, o problema não se trata apenas do atual patamar de preços, mas também de como assegurar uma expansão de produção necessária para os próximos 30 anos. Com isso, a principal mesa de debates passou a ser a Rodada de Doha, reunião organizada pela Organização Mundial do Comércio (OMC) desde 2001. Uma das exigências dos países em desenvol-vimento é o fim dos subsídios concedidos aos seus produtores, o que também não assegura aumentos em fornecimento.

A percepção de que a produção de bio-diesel não necessariamente diminui a oferta de alimentos começa a tomar força entre re-presentantes de estado, o que é positivo para o Brasil. Mas ainda que o país paralelamente aumente sua produção agrícola e se beneficie do aumento dos preços no mercado externo, o mundo já dá sinais de se tornar cada vez mais num ambiente inóspito.

Economiapor Alessandro Freitas

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P ortugal foi um dos poucos pa-íses, além de Espanha, a fazer valer o direito dos homosse-

xuais em ver reconhecida sua união de fato, em sede judicial, por meio de sentença declaratória, valendo esta sentença como título exequível imediato e com eficácia plena. Di-reito esse, infelizmente, ainda não reconhecido no Brasil.

Esta lei é a de nº 7/2001, de 11 de Maio, cujo seu artigo 1º, nº 1, dá às duas pessoas, independente do sexo, que vivam em coabitação de casa, cama e mesa, há mais de dois anos, o direito de serem havi-dos como se casados fossem.

Daí é que entra o ponto interes-sante da nossa história, pois, sendo um dos companheiros um nacio-nal português, o outro, indepen-

dente da nacionalidade que tenha, pode vir a adquirir a nacionalida-de portuguesa, com base na lei nº 37/81, de 3 de Outubro, alterada pela Lei Orgânica nº 2/2006, de 17 de Abril, onde em seu artigo 3º, nº 3, traz a oportunidade dos unidos de fato com nacional português, há mais de 3 anos, obterem também sua nacionalidade portuguesa.

Ora, quem define a legitimida-de para pleitear o reconhecimento da união de facto é a Lei 7/2001, que concede judicialmente tal reco-nhecimento e, uma vez tendo sido reconhecido este direito aos unidos de fato, embora sejam do mesmo sexo, basta ao companheiro inte-ressado não português requerer em sede administrativa a sua nacionali-dade portuguesa, desde que cumpra

os outros requisitos formais exigi-dos pela lei da nacionalidade.

Daí concluímos que ambas as leis se completam em prol da justi-ça em território português!

UNIÃO DE FATO ENTRE HOMOSSEXUAISDÁ DIREITO À CIDADANIA PORTUGUESA

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Bra

sil Nos últimos anos, a quantidade de bra-

sileiros que moram em uma residência própria tem crescido a olhos vistos,

tanto quanto o número de novos empreen-dimentos imobiliários das mais variadas cate-gorias lançados no mercado. Além de grandes construtoras, quem ganha com o aqueci-mento desse setor são pequenas empresas no ramo de reforma e construção e milhares de trabalhadores da construção civil, com a cres-cente oferta de emprego.

“O conjunto de medidas implementado pelo Governo Federal em 2006 deu um novo fôlego ao setor e está popularizando o acesso à casa própria. Outro ponto importante para o aquecimento do segmento imobiliário foi a participação efetiva dos bancos privados no mercado. Hoje, 100% dos imóveis construí-dos pela nossa empresa são financiados pela Caixa Econômica Federal ou por bancos pri-vados. O alongamento dos prazos de finan-ciamento também contribuiu para que uma parcela maior da população pudesse adquirir os imóveis”, avalia o vice-presidente comer-cial da Construtora MRV, de Belo Horizonte (MG), Eduardo Barreto, justificando o in-teresse dos brasileiros nos financiamentos, mesmo que para isso um contrato de 20 ou 30 anos seja firmado com os bancos.

“Nem casamento dura tanto tempo! Mas essa relação acaba nos ajudando a ter nosso canto”, brinca José Carlos Rezende, 29, moto boy, que busca financiamento para uma casa

pequena. José é um daqueles brasileiros que engrossarão a multidão em busca de um apartamento, casa ou cômodo comercial, é o que garante a Caixa Econômica Federal, uma das instituições financeiras que mais concede financiamento habitacional no Brasil, com cerca de 70% do mercado.

Segundo a instituição, foram fechados mais de 120 mil contratos para a compra de imóveis somente até maio de 2008. Porém, a previsão é de que neste ano, pelo menos 85 mil unidades residenciais serão financiadas a mais do que as 430 mil moradias financiadas em 2007, o que vai gerar cifras na ordem de R$ 13 bilhões.

Os números do mercado imobiliário no Brasil têm chamado a atenção das empresas de construção civil. “Como o déficit habi-tacional brasileiro beira os oito milhões de moradias e, segundo especialistas deste setor, o Brasil está pelo menos 10 anos defasado em relação aos países desenvolvidos, hoje o se-tor só consegue atender a cerca de 20% do mercado potencial no país. Isto nos leva a crer que o setor ainda ficará aquecido por um longo prazo”, afirma Eduardo Barreto.

Flexibilidade e CrescimentoAlém dos juros menores cobrados nos

financiamentos e o aumento nos prazos de pagamento, outros fatores facilitam hoje a aquisição de imóveis no país. A ampliação do percentual do valor do imóvel que pode

ser financiado, além do aumento do poder de compra da classe trabalhadora devido ao controle da inflação, são elementos que jus-tificam o aumento de 96% no volume de crédito imobiliário registrado em 2007, em comparação a 2006, segundo a Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliá-rio e Poupança (Abecip).

A flexibilidade dos financiamentos, po-rém, não significa que os bancos estão mais caridosos. Essas facilidades se devem à aliena-ção do imóvel ao banco credor do financia-mento. “A alienação fiduciária possibilitou aos bancos retomar imóveis de inadimplentes em dez meses, um prazo irrisório em com-paração com os sete anos comuns até pouco tempo atrás. Com isso, os bancos voltaram a financiar o setor, o que gerou uma grande movimentação na economia, já que o setor funciona como uma locomotiva, que quando acelerada leva a reboque vários outros seg-mentos, capaz de gerar renda e emprego.”, compara Eduardo Barreto.

No lastro desses índices positivos, o se-tor de construção civil também registra ín-dices satisfatórios, com crescimento próximo dos 10%. Desde 2006 o setor não apresenta números negativos de contratação. Há dois anos foram contratados cerca de 150 mil tra-balhadores. Em 2007, a região do país que obteve o maior aumento no nível de em-prego da construção civil foi a Norte, com alta de 21,2%, desempenho acima da mé-

O boom do setor imobiliário brasileiro que gera bem mais do que imóveis

Construção civil,um mercado em alta

Eduardo Barreto, vice-presidente comercial da MRV: “Setor ainda ficará aquecido por um longo prazo.” Foto: divulgação

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dia nacional. Tocantins (+61,7%), Roraima (+41,3%) e Amazonas (+33,7%) foram os principais destaques. E em 2008 a situação não está diferente, pois, somente em maio, foram ocupadas 32.872 vagas no país.

Pequenas prestadoras de serviços em refor-mas e construções, como a de Sidney Neves, também ganham espaço na explosão imobili-ária no Brasil. “O aquecimento da construção só veio com a estabilização da economia, que foi quando as pessoas sabiam que o preço dos produtos e serviços da construção esta-va estável e por isso poderiam investir. Acho que ainda há muito o que construir”, afirma Neves, que trabalha na região metropolitana da capital mineira.

Parcerias e LucrosO aquecimento do setor imobiliário no

Brasil fez com que construtoras como a MRV se reestruturassem para atender a demanda do mercado. “O grupo inicialmente se reestru-turou, excluindo todos os negócios que não eram focados em construção e incorporação de empreendimentos residenciais populares. Adquiriu vários terrenos e áreas para acelerar seus lançamentos, além de iniciar a contrata-ção acelerada de profissionais. Em janeiro de 2007, a empresa vendeu 11% de seu capital para o fundo de investimento britânico Auto-nomy Capital Research LLP, parceiro da MRV em seu processo de crescimento”, explica

Eduardo Barreto.

Com essas parcerias, investimentos das empresas e bancos e a melhora da econo-mia brasileira, as construtoras comemoram os índices de crescimento. “Os lançamentos do segundo trimestre de 2008 atingiram R$ 797,7 milhões, um crescimento de 265,1% em relação ao segundo trimestre de 2007”, contabiliza o executivo da construtora mi-neira, que também comemora o número de vendas. “No primeiro semestre do ano, as vendas contratadas totalizaram R$ 820,8 milhões, um aumento de 197,3% em rela-ção ao primeiro semestre de 2007”, destaca Barreto.

João Paulo de Oliveira BuenoDe Belo Horizonte-MG/Especial para a Real

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Reino UnidoR

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Depois da Comissão Européia ter decidido, em junho, en-durecer as leis de imigração, o Ministério do Interior britânico anunciou no mês passado que poderá exigir

visto de turistas brasileiros a partir de 2009. A medida, que tam-bém atingirá outros dez países de fora da União Européia, faz parte da primeira Revisão Global de Vistos realizada pelo país.

Segundo matéria da BBC Brasil, as autoridades britânicas che-garam a essa lista de países analisando critérios que determina-riam o “nível de risco” que estes impõem ao Reino Unido, como o uso de passaporte falso, imigração ilegal (número de deporta-dos, barrados nas fronteiras e trabalhadores ilegais), índices de criminalidade, ameaça de terrorismo e a forma como os gover-nos dos respectivos países estão lidando com essas questões.

Além do Brasil, estão na lista Bolívia, Botsuana, Lesoto, Ma-lásia, Maurício, Namíbia, África do Sul, Suazilândia, Trinidad e Tobago e Venezuela.

Se a nova lei for introduzida, os cidadãos brasileiros que pretendem visitar o Reino Unido precisarão de um visto de seis meses que deverá ser expedido antes que deixem o Bra-sil. Atualmente, um acordo entre o Reino Unido e o Brasil permite que brasileiros permaneçam no país europeu sem visto durante 90 dias.

As exceções são para estudantes ou pessoas que viajam a tra-balho, que precisam de visto para entrar no país. O governo bri-tânico disse que pretende estreitar relações com esses países nos próximos seis meses para “reduzir o risco que eles representam”. “Nenhuma decisão final será tomada até o início de 2009”, diz o comunicado do ministério.

Política de reciprocidade O Itamaraty anunciou que o Brasil exigirá visto de cidadãos

britânicos, adotando o princípio da reciprocidade, caso o Reino Unido passe a pedir visto de brasileiros que queiram entrar no país. Atualmente os turistas brasileiros têm livre entrada em 21 dos 27 países da União Européia, segundo o Itamaraty.

Segundo a BBC, em 2006 (os dados mais recentes), 11.300 brasileiros foram mandados de volta do Reino Unido, uma mé-dia de 31 brasileiros por dia. Desse total, 4.900 foram barrados nas fronteiras e 6.300, deportados (a cifra inclui um pequeno número que retornou voluntariamente).

Desde o início deste ano, os agentes de imigração britânicos barraram a entrada de 6.000 pessoas suspeitas de ilegalidade. O governo britânico não divulgou o número de brasileiros in-cluídos neste total.

Reino Unido pode exigir vistoExigência para brasileiros pode vigorar em 2009; Itamaraty promete reciprocidade

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FALTA

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A história já está virando rotina. Um adolescente, com cerca de 18 anos, tarde da noite, é abordado por um grupo. Ele tenta se defender, alguém saca uma faca e, minutos depois, ele está

no chão, coberto de sangue, pedindo por socorro. A ambulância chega tarde demais. No dia seguinte, familiares estão nos jornais pedindo que as autoridades tomem alguma providência.

Até meados de julho, 21 jovens foram mortos a facadas em Lon-dres. A Metropolitan Police lançou uma força-tarefa para coibir o crime. Setenta e cinco oficiais, altamente treinados, estarão circulan-do pelas ruas em busca de facas nas mãos de jovens. Mas a tarefa não será fácil. Ao contrário de armas de fogo, facas podem ser encontra-das facilmente em qualquer lugar, como na cozinha da própria casa, por exemplo. E de acordo com as investigações, crianças de 10, 11 anos, já estão carregando facas dentro de mochilas.

Antes do lançamento oficial da campanha, as autoridades já vi-nham fazendo um trabalho de busca. Entre os dias 19 de maio e 29 de junho, mais de 1.200 pessoas foram presas com facas em várias partes da cidade.

REVOLTaOs pais de Shakilus Townsend, de 16 anos, uma das vítimas,

acreditam que o número é insuficiente. O jovem foi morto no dia 3 de julho, no sul da capital britânica. “É como um pingo d’água no oceano”, resumiu a mãe do jovem. A policia já fala que mais inves-timento será direcionado no combate ao crime e, de acordo com um alto oficial da Metropolitan Police, crimes com facas já são conside-rados mais preocupantes do que ameaças terroristas na cidade.

A prefeitura também vem acompanhando de perto o trabalho da polícia. “Vamos fazer o possível para combater esse problema a curto prazo. Mas sabemos que a melhor iniciativa é oferecer mais educação e recursos para os jovens, afastando mais adolescentes do mundo do crime”, comentou Kit Matlhouse, responsável pela parte de policiamento do CityHall.

Brasileiro é vítima Mas a urgência em combater o crime parece estar levando as

autoridades a uma falta de controle. O estudante brasileiro Demian Reis, de 35 anos, viveu maus bocados no dia 19 de junho, quando foi parado por policiais na estação de metrô de Mile End. Na revista, foi encontrado um pequeno canivete francês, parecido com o famo-so canivete suíço. Demian havia usado o canivete durante um pic nic com amigos. Os policiais algemaram o estudante, que passou mais de quatro horas em uma delegacia prestando depoimento. Agora, o caso está sendo apreciado pela Justiça.

“Eu certamente não faço parte do perfil dos jovens que estão usando facas em Londres. Acho um absurdo o tratamento que recebi. Fui algemado, levado no carro da polícia, foram colhidos meu DNA e impressão digital”, contou. O Consulado Brasileiro está acompa-nhando o caso, que deverá ter um novo julgamento no dia 27 deste mês. “Estou voltando para o Brasil no final de agosto e espero resol-ver esse mal-entendido o quanto antes”, protestou Demian.

Morte de franceses Outro crime que chocou Londres no mês passado foi o assassi-

nato de dois estudantes franceses, ambos de 28 anos. Laurent Bo-nomo e Gabriel Ferez foram mortos em um apartamento em New Cross, Sul de Londres. As vítimas receberam mais de 243 facadas. De acordo com as investigações, os dois foram torturados antes de morrerem. Depois do crime, o assassino ainda ateou fogo no apar-tamento dos jovens para dificultar as investigações. Um suspeito de 21 anos foi preso e a polícia ainda tentava, no final de julhio, descobrir a causa do crime.

Rafael Pieroni

Em pouco mais de seis meses, 21 jovens foram mortos a facadas em Londres

Violência urbana

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Barracuda

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A galera do Barracuda está sempre inovando. Depois da festa da mini-saia a das lindas mulatas do Samba, agora a The Point traz o Sabadão Sertanejo e o Domingo de

Carnaval. Festas que irão rolar nos dia 23 e 24 de agosto. A Real traz na página as fotos da moçada bonita que anda fre-qüentando a melhor festa brasileira de Londres.

Brasileiro na balada

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FALTA

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Bankete

Brasileiro na balada

Sol, calor e cerveja gelada. Se estão pensando que estamos falando do Brasil, se enganaram. O lugar é o Restaurante Bankete. Criado há pouco mais

de três meses, o Bankete vem se destacando pela boa comida e a música ao vivo nos finais de semana, em especial à roda de pagode dos dias de sábado. Com a chegada do verão, nada melhor que uma cerveja e um tira-gosto para espantar o mau humor. Se você quer fazer algo diferente nos dias de semana ou quer aproveitar o sabadão com pagode, é só dar uma passada no Bankete e conferir.

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Canecão

Brasileiro na balada

O primeiro pub brasileiro em Londres vai de ven-to em popa. Criado há pouco tempo, ninguém poderia imaginar que a mistura anglo-brasileira

poderia dar tão certo. A idéia nasceu dos sócios do Ca-necão (Cláudio e Adriano), que queriam aliar o serviço personalizado dos botecos brasileiros com o bom gosto e a tradição inglesa, o que vem atraindo um público muito grande por lá (até a rapaziada da Tribo de Jah deu uma conferida no bar).A Real mais uma vez estava por perto para conferir o que rolou nesse pub brazuca que vem encantando a comunidade, mostrando que o brasileiro é um povo empreendedor e criativo.

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Na Balada Brazil

Brasileiro na balada

Como era de se esperar, a Balada Brazil animou mais uma vez as noites de sexta-feira da capital inglesa. Com uma estratégia bem elaborada, essa festa veio

para esquentar os finais de semana da rapaziada. Toda semana, o bar Latina fica recheado de brazucas curtindo bandas ao vivo (Zeu Azevedo e Quebra-mola) e os DJs Ar-naldo Novais e Derick. Além disso, a festa conta com uma excelente estrutura e localização.Se você está sem opções nas noites de sexta e está a fim de curtir um som e beber uma cerveja brasileira, não perca o Na Balada Brazil.

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Sem sombra de dúvida, um dos estilos mu-sicais que melhor representa a cultura bra-sileira é o forró. E foi pensando nisso que

nasceu o Forró do Galpão, uma noite brasilei-ra especializada em forró pé-de-serra, tocando Gonzagão, Dominginhos e Alceu Valença, entre outros.

Todas as quintas, a partir das 19 horas, acon-tecem aulas de forró com Douglas e Gladys, tanto para os gringos como também para os brazucas que estão começando a se aventurar no ritmo.

A Banda da Ladeira, que comanda a festa, é liderada pelo cantor Lucas Amorim, que tem no sangue as raízes do forró, já que seu pai é nin-guém menos que o cantor e compositor Geraldo Azevedo. A Real estará todos os meses trazen-do as fotos e fatos que rolaram nessa balada.

Forró do Galpão

Brasileiro na balada

Fotos: Rafael Reina

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O ambiente era de encer-

ramento de semana em mais

uma grande cidade brasileira.

No cardápio: caipirinha, cer-

veja, petiscos e muito samba

no pé. Assim foi o Samba Day,

que aconteceu no dia 11 de

julho no Rodízio Brazil, em

Earlsfield. O

evento,

patro-

cinado pela LCC International

Money Transfer, contou com a

performance de passistas de

samba. A animação durou até

altas horas da madrugada ao

som da Banda Paió e do

DJ Carioca.

Samba DayFotos: Rafael Reina

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Tudo bem, o verão ainda está tímido, mas não perca a chance de saborear alguns dos melhores sorvetes de Londres

Nada como um sorvete num dia quente de verão. Seja no palito, manufaturado, os vendidos nas

vans, nos quiosques ou os mais refinados, com uma referência ao “gelato” produzido na Itália, o sorvete é sempre uma boa pedida. Apesar de não ser um país quente, a Grã Bre-tanha mantém uma tradição de vender sorve-te e o consumo médio no país é de 6 litros por ano por habitante. No Brasil, o consumo médio é de 3,5 litros/ano por habitante.

De acordo com historiadores, a idéia de consumir algo como o sorvete surgiu há 4 mil anos, na Mesopotâmia. No Egito An-tigo, faraós tinham barcos adaptados para armazenar esse tipo de alimento congelado. Na Grécia Antiga, 500 A.C., cones com gelo eram vendidos com mel e frutas no centro de Atenas.

Na Europa, o sorvete começou a ser co-nhecido por volta do ano 1500, quando re-ceitas difundidas na Itália começaram a ser le-vadas para outros países, como a França. Cem anos mais tarde, o rei Charles, da Inglaterra, adotou o sorvete como dieta diária, provando que, pela dificuldade de produção, esse era um tipo de alimento consumido apenas pela nobreza.

Tradição italiana O sorvete só começou a ser produzido em

maior escala por volta do século 19, quando o leite foi adicionado à receita, garantindo mais cremosidade e sabor. A Itália sempre liderou o desenvolvimento de novas receitas e foi através destes imigrantes que o sorvete ganhou popularidade na Grã Bretanha.

Um dos nomes mais importantes da pro-dução do sorvete no país é o italiano Carlo Gatti, que criou uma “sorveteria” nas proxi-midades de King’s Cross. Para a produção de sorvete, foi criado um super esquema para trazer pedras de gelo do norte da Noruega até o Reino Unido. As pedras eram transportadas de trem, de navio e, para chegar até a loja do italiano, passeavam de barco pelos canais da cidade. Para a conservação, os enormes cubos de gelo eram depositados em buracos construídos próximo ao rio, para manter o clima frio.

Para popularizar o sorvete, Gatti e outros produtores começaram a difundir uma práti-ca comum na Itália, vendendo sorvetes a um centavo, em conchas que eram reutilizadas. Por medida de higiene, a prática foi banida em 1926 e, a partir daí, foi introduzido o uso de cones de waffer.

Rafael Pieroni

Que tal um sorvete?

SorveteriasCom água na boca? Então confira o en-

dereço de algumas das melhores sorveterias de Londres:

• Scoop (40 Shorts Gardens - WC2Uma das mais novas sorveterias da ci-

dade. Para quem gosta de sabores variados, a sorveteria oferece pinhas de Pisa (Itália), amaretto e sorvetes feitos com arroz e cerejas.

• Morelli’s (Harrods, 87 – 135 Bromp-ton Rd – SW1)

Passeando pela Harrods? Então que tal saborear um dos sorvetes do Morelli’s? O preço é um tanto puxado, mas quem pro-var o de chocolate não irá se arrepender.

• Oddono’s (14 Bute Street - SW7)Inspirado na receita da “nonna” ita-

liana, essa sorveteria tem um quiosque na Selfridges e outro na Oxford Street. Ricota e baunilha são alguns dos sabores mais vendidos.

• Gelateria Danieli (16 Brewers Lane, Richmond - TW9)

Este é um achado se você está passe-ando por Richmond, oeste de Londres. A recomendação dos especialistas é provar o sorvete de rum e todos os com base de frutas.

• Marine Ices (8 Haverstock Hill - NW3)

Fim de semana no mercado de Cam-den? Caminhe mais um pouco em direção a Chalk Farm e descubra essa sorveteria. Vendido na rua ou no restaurante, é uma das melhores opções da cidade.

Há também os mais tradicionais, como as lojas Haggen Das ou a Rendevouz, em Leicester Square. Mas se você estiver com a grana curta ou nem tão a fim de bater perna, saiba que sempre há um quiosque nos lugares mais movimenta-dos ou o carro do sorveteiro, com aquela musiqui-nha tradicional, percorrendo os bairros da cidade. Aproveite!

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Engana-se quem pensa que só do públi-co brasileiro é feita a LCC Internatio-nal Money Transfer. Na filial de Tur-

npike Lane, na região Norte de Londres, são os poloneses que dão as cartas. De todos os envios de dinheiro realizados pela loja, 47% vão direto para a Polônia. Outros 24% vão para outros países do leste europeu. Na lista da loja, o Brasil, grande campeão de transa-ções realizadas pela empresa como um todo, aparece em terceiro lugar, com 19%.

O motivo é simples: na região, não fal-tam imigrantes do leste europeu e da Ásia, o que faz com que a LCC Turnpike Lane seja, entre as lojas da rede, uma das principais para envios para países nada usuais como o Quir-guistão. Os ucranianos também aparecem com tudo na relação dos que mais

mandam dinheiro para casa por ali. Pequena em relação a lojas mais centrais, como a de Dean Street, a filial do Norte londrino não pode, no entanto, se queixar de falta de servi-ço. “Temos uma média de 200 novos clientes todos os meses”, conta Janaína Duarte Vieira, supervisora da loja. Uma das razões é o fato dos poloneses cada vez mais utilizarem os serviços da empresa. “Dia a dia cresce o nú-mero de clientes poloneses

aqui na loja.”Em Turnpike Lane, o forte são os envios

de dinheiro. Mas lá também tem compra e venda de euro, dólar e real, além de troca de cheques. Os atendentes se dividem entre os que falam português, polonês e russo, além

de outras línguas. “Nós sempre tenta-

mos ter funcionários que possam atender na língua do público”, explica Janaína.

A atenção para com os clientes não se re-sume a procurar atendê-los na mesma língua. Há dois anos e três meses no mercado, a loja recentemente passou por uma transformação na estrutura física para deixá-la mais confor-tável para a clientela. A reforma foi parte de uma reestruturação da LCC em geral, que veio com a mudança do logo da empresa. Em Turnpike Lane, a transformação foi geral. “Queríamos melhorar o atendimento e tam-bém o ambiente”, diz Janaína.

O fato de a loja não ser tão grande como outras mais centrais faz ainda com que os clientes geralmente sejam reconhecidos pelos atendentes. “Posso dizer que conheço 95% dos nossos clientes”, conta a supervisora da filial Turnpike Lane. Os outros funcionários também sabem quem é a maioria do pesso-al que constantemente manda dinheiro para casa via LCC, o que torna o atendimento mui-to mais agradável. Não raro, os clientes che-gam com anúncios que são afixados em um

mural na loja. O conteúdo varia: de quartos para dividir, algo para

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Há 11 anos no mercado, a LCC faz envios de dinheiro

para 90 países

Loja no norte de Londres tem cidadãos do leste europeu como campeões de envio de dinheiro

LCC Turnpike Lane2 Queens Parade, Green Lanes, N8 0RD, 020 8348 7559. Seg. a Sex. 9h às 20h; Sáb 9h às 17h; Dom. 11h às 17h. Metrô: Turnpike Lane, Picadilly Line.

Por dentro da

TurnpikeLane

LCC

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Os preços são bons; as promoções,

ainda melhores. Veja as v antagens de utilizar

os serviços da LCC :

• Envios regulares de dinheiro para 90 países• Troca de cheques-salário e cheques comuns• Troca de moedas: euro, libra e real• Internet (10 minutos gratuitos para clientes)

Os serviços da LCC Turnpike Lane:We speak English......e outras línguas

também!

Veja o que fala cada uma das atendentes da LCC

Turnpike Lane.

Janaína – português, inglês e espanholDorota – polonês e inglêsJulita – polonês, russo e inglêsMagda – polonês, italiano e inglêsMichele – português, inglês e espanholVanderson – português, inglês e espanhol

TurnpikeLane

vender, serviços oferecidos. Não custa nada: é só o cliente pedir que logo recebe um papelzinho no qual pode escrever sua mensagem e deixar no quadro de avisos para quem quiser ver.

E se ainda faltar um motivo para conhecer a loja de Turnpike Lane da LCC, fica a dica: é lá que está a redação da Real. Quem estiver por ali pode fazer o seu anúncio diretamente com o departamento co-mercial da revista. Críticas e sugestões também po-dem ser encaminhadas ao pessoal da redação.

Marina Gaspar Fotos: Rafael Reina

e-mail: [email protected]

Na hora de enviar dinheiro para outros países, é bom ter certeza de que a quantia vai chegar direitinho na conta de destino e dentro da Lei:

ÓSegundo as leis contra lavagem de dinheiro do Reino Unido, na

hora de realizar transações para en-vio de dinheiro de até £1,9 mil entre o primeiro e o último dia de cada mês, o cliente deve levar comprovante de identidade e de residência.

ÓPara enviar mais do que a quantia acima, comprovan-

te de origem do dinheiro, como um holeri te ou um extrato ban-cário, deve ser apresentado.

ÓPara alguns países, a re-gra é diferente: na hora de

mandar dinheiro para o Uzbe-quistão, por exemplo, popular na LCC, o comprovante de ori-gem da quantia enviada é sem-pre necessário.

Cuid

ados

ext

ras

• Para o Brasil e a Polônia, a taxa é de £ 3. O primeiro e o quarto envio são grátis.• Para Portugal, a taxa é de £ 5. Mas, não raro, promoções fazem com que o preço caia para £ 3.• Para a Rússia e Leste Europeu, o envio de até £ 100 custa £ 1; acima dessa quantia, é cobrado 10% do valor enviado.

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Depois de tanta chuva, enfim, um dia de sol. A programação estava pron-ta, seria uma tarde de domingo tí-

pica de países tropicais: bom tempo, festa, animação, joguinho de futebol e a polícia. Sim, a polícia. Mas dessa vez ela estava lá para se aproximar das pessoas que moram longe de seu país com o objetivo de criar uma ponte entre as comunidades que um dia (há três anos, talvez, com a trágica morte de Jean Charles de Menezes) per-deram a confiança e passaram a ter medo dos oficiais.

A idéia, a princípio, surgiu da vonta-de em realizar um amistoso entre o Brasil United e o time profissional da Polícia Me-tropolitana que participa de ligas inglesas, como explica Carlos Mellinger, presidente da Abras (Associação Brasileira no Reino Unido). Porém, a iniciativa ganhou pro-porção de um evento aberto à comunidade latina com a proposta de se promover uma espécie de encontro familiar, no dia 13 de julho. “O principal objetivo era integrar a comunidade e a polícia, mas também os brasileiros com os próprios brasileiros e os latino-americanos. O que falta na nossa comunidade por vezes é integração, é um ajudar o outro”, salienta Mellinger.

Ao som de músicas brasileiras, capoei-ra, danças e da cantora mirim de 7 anos, Catalina Bastos, a festa ganhou ritmo e alegria. O evento contou com barracas da Abras, da Flame (Friends os Latin Ame-rican Expression) e dos bombeiros, além de demostrações de jiu-jitsu. Oficiais bi-língues destacados especialmente para o evento confraternizavam com os partici-

pantes e incentivavam o cadastramento dos interessados em iniciar uma carreira na polícia britânica. “Nós queremos mos-trar às pessoas o que a Polícia Metropolita-na faz e todos os departamentos que pres-tam serviço às comunidades. Além disso queremos recrutar pessoas que tenham interesse em ingressar na polícia”, explica o oficial David Peddinson-Grant.

Baixa adesão Apesar do espaço, do bom tempo e da

disposição dos organizadores, o número de participantes foi baixo. Durante o jogo de futebol, o ponto alto da festa, poucos se juntaram na arquibancada para torcer pela pátria amada. Infelizmente, o Brasil United perdeu por 3 a 0, deixando al-guns torcedores chateados, mas nem por isso desanimados com o evento.“Eu achei tudo muito bom, só o futebol que foi pés-simo, pois eles não tinham entrosamento em campo. Mas a torcida estava ótima”, comenta Fabrício, um dos brasileiros que marcou presença.

A tímida participação dos latinos no evento pode ser explicada, em princípio, ao fato de que muitos integrantes des-sas comunidades vivem no Reino Unido de forma ilegal e poderiam ter receio de manter um contato mais próximo com a polícia. Mas outro fator apontado, tanto por participantes como pela organização, foi a deficiência na divulgação do encon-tro.

De acordo com Marcelo, da Flame, as comunidades latino-americanas são difí-ceis de se atingir e por isso é necessário

compreendê-las melhor e saber qual a maneira mais adequada de chegar até elas. “Nós precisamos aprender, como organi-zadores, a entrar nessas comunidades. A gente distribuiu panfletos, colocou carta-zes, mas a divulgação não foi efetiva. Até pela ilegalidade, essas comunidades se tornam meio invisíveis.”

Texto e Fotos: Carol Morandini

Portas abertas aos latinosPolícia Metropolitana promove evento para estreitar relações com a comunidade latino-americana

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Atos de protesto organizados por pa-rentes marcaram os três anos da mor-te do eletricista brasileiro Jean Charles

de Menezes, assassinado a tiros por agentes da Scotland Yard que o confundiram com um terrorista no metrô de Stockwell, Sul de Londres, no dia 22 de julho de 2005.

Por volta das dez horas da manhã do dia 22 de julho passado, os primos de Jean Charles chegaram à estação carregando um estandarte que homenageava o brasileiro. Em frente ao memorial erguido à época da morte de Jean e que é mantido por volun-tários, o grupo reafirmou às dezenas de presentes a indignação por ninguém ter sido punido até agora, mas disse estar es-perançoso de que o inquérito a ser iniciado em setembro traga justiça para o caso.

“Três anos é muito tempo, mas agora estamos esperançosos de que com o in-quérito haverá alguma justiça. Este ato é importante para lembrar que nós não de-sistimos e não vamos desistir de lutar por justiça. Nós estamos aqui, não estamos pa-rados. Têm muitas perguntas difíceis para serem respondidas, mas estamos com um advogado muito bom e não vamos entregar [o caso]”, declarou Alex Pereira.

Patrícia Armani, prima que dividia o flat em Tulse Hill a partir do qual Jean foi seguido pelos agentes que o confundiram com um terrorista, também disse acreditar que as respostas sobre o que aconteceu em 2005 também virão à tona. “Passou muito tempo, mas agora acreditamos que teremos

respostas”. Ela também lembrou os tios, pais de Jean Charles, no Brasil. “Foram três anos de tristeza para toda a família. No dia de hoje, peço que Deus abençoe e conso-le meus tios, que sofrem com a perda do filho.”

Convidado para o ato em Stockwell, Bo-ris Johnson, prefeito de Londres, não com-pareceu, mas enviou nota de condolências e pediu desculpas por não ter podido par-ticipar do evento. “Meus pensamentos e orações estão hoje com a família de Jean Charles”, disse, no comunicado.

Flores no ParlamentoNa tarde do dia 22, uma segunda ma-

nifestação marcou o terceiro aniversário da morte de Jean Charles de Menezes. Uma bandeira do Brasil feita com 1096 flores – uma para cada dia desde a morte do bra-sileiro – foi levada à frente do Parlamento, em Westminster. Na escultura havia os di-zeres: “Menezes – 3 anos sem justiça”.

No dia 18 de julho, a Autoridade da Polícia Metropolitana (MPA, na sigla em inglês), divulgou um relatório no qual considerou que a polícia londrina “desper-diça lições” que deveriam ter sido apren-didas com a morte de Jean Charles. O do-cumento disse ainda que as melhoras nos procedimentos de vigilância foram lentas de três anos para cá e recomendou que o os oficiais passassem a preencher separada-mente as anotações das operações das quais participam.

O MPA considerou, ainda, que os pro-cedimentos da polícia devem ser revisados com urgência com a proximidade dos Jo-gos Olímpicos de 2012, quando muitos dos problemas enfrentados três anos atrás têm maiores chances de voltar a ocorrer.

Marina Gaspar Fotos: Rafael Reina

Assassinato do brasileiro é lembrado em Stockwell e no Parlamento três anos depois

Protestos lembram morte de Jean Charles

Page 36: Revista Real

Não são apenas os brasileiros que apostam na combinação de feijoada, picanha e caipirinha para entrar no mundo dos negócios em Londres. O indiano Sujeet Ram que o diga.

Apreciador da culinária brasileira e interessado na cultura do País, ele abriu há quatro meses o restaurante Maria Maria, em Leytonstone. E é lá no Leste de Londres que a casa vem fazendo sucesso e mostra que, por toda a cidade, tem sempre algum cantinho com a bandeira verde e amarela para o pessoal que está longe de casa matar a saudade.

Não é de hoje que Sujeet se interessa pelo Brasil. Dono de uma pizzaria em Limehouse durante seis anos, a Planet Pizza, ele se acos-tumou a lidar com os muitos brasileiros que trabalharam por lá e, curioso, começou a aprender a língua e fazer amizades. Foi nessa que conheceu a namorada, Jadna Ribeiro, e resolveu unir o útil ao agra-dável: pediu a ajuda da moça para ajudá-lo na empreitada de trocar as pizzas pela picanha e feijoada. “Toda a família dele tem pizzaria e ele já estava cansado do negócio. Como gosta muito da nossa cultura, resolveu abrir um restaurante de comida brasileira”, conta Jadna, que é quem gerencia o dia-a-dia do estabelecimento.

A partir da idéia inicial, o trabalho foi duro. O ponto em Leytons-tone foi escolhido primeiro pela conveniência, já que pertencia a um amigo de Sujeet Ram. Depois, a região se mostrou adequada, pois além de uma grande concentração de brasileiros, portugueses e ango-lanos também existem aos montes por lá. Mas como no prédio antes funcionava um café, a reforma para adequar o espaço para abrigar um restaurante levou tempo. “Ficamos dois meses em reforma até deixar o restaurante mais com a cara do Brasil”, conta a gerente, que escolheu as paredes amarelas com detalhes em azul e verde, além da enorme bandeira do Brasil atrás do balcão.

Foi Jadna também quem deu as sugestões das delícias do cardápio, junto com o chef contratado para levar a cozinha adiante. Feijoada e picanha fazem parte da lista obrigatória de quem serve boa comida brasileira, mas um dos diferenciais e carro-chefe da casa é a picanha na pedra, difícil de encontrar em terras londrinas. Fazem bastante su-cesso os sanduíches, como o X-bacon e o X-salada, além da coxinha e do pão de queijo, que deixam o público com água na boca. A mousse de maracujá pilota a lista de sobremesas e, entre as bebidas, cervejas brasileiras, caipirinha e guaraná.

Com capacidade para 40 pessoas, o Maria Maria prima pelo ser-viço. A clientela é fiel e o dono da casa sempre está presente para conversar com os clientes e saber se está tudo saindo como esperam.

“Na pizzaria só fazíamos entrega e ele gosta muito do contato com o público, o que foi mais uma razão para abrir o restaurante”, conta Jadna. Depois de quatro meses de casa cheia, ela conta que aproveita a proximidade com o pessoal que constantemente passa por lá para saber as preferências do público e aperfeiçoar ainda mais o cardápio.

Outro diferencial do Maria Maria é a área ao ar livre. O espaço fica aberto diariamente para quem quer fazer as refeições por lá, mas não raro é reservado para festas privadas. Nesse caso, o organizador do evento entra em contato com Jadna e acerta todos os detalhes do menu que vai querer servir, montado sob medida. Há ainda os que, para um churrasco, levam a carne e contratam outros serviços do res-taurante, como os acompanhamentos e as bebidas.

Por mais que o restaurante esteja de vento em popa, a idéia é sem-pre procurar novas maneiras de agradar o público. Então, para quem gosta de almoçar ou jantar ouvindo boa música brasileira, é bom ficar de olho, porque o próximo passo do Maria Maria é começar a ofere-cer som ao vivo nos finais de semana.

Marina Gaspar

ServiçoMaria Maria – 270, High Road Leytonstone – London E11 3HS Telefone: 020 85 555 333

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Picanha na pedra no Leste de LondresEm Leytonstone, Maria Maria completa quatro meses com boa cozinha brasileira

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A Base está apenas em construção, mas há dois meses já come-çou a mexer os pauzinhos e se tornar conhecida entre bra-sileiros que buscam melhores oportunidades no mercado

de trabalho, através da promoção de cursos de formação e workshops oferecidos gratuitamente. Em parceria com a ONG inglesa IEA – In-novative Enterprise Action – foi organizado um curso de Food Safety (Segurança e Higiene no manuseamento de alimentos), finalizado com um concurso de culinária aberto aos participantes.

O curso era previsto para 20 pessoas, mas teve 115 inscritos. A Base ampliou a quantidade de vagas e foram oferecidos quatro cursos, atendendo 80 pessoas. “O curso é um treinamento de um dia, feito em língua portuguesa, com exceção de um. As pessoas fazem um exame no final do treinamento, preparado pela CEIH (Foundation Certificate in Food Hygiene or Health and Safety), que emite o certi-ficado”, comenta Alvaro Piton, idealista do projeto.

Além do curso de Food Safety, a Base já organizou diversos workshops, entre eles “Como financiar os seus negócios”, “Relações interculturais no mundo dos negócios” e outro voltado às pessoas que queriam montar barracas em feiras. A organização oferece aten-dimento ao público e consulta gratuita.

Ao final do curso foi realizado um concurso de culinária no bar Canecão. Os jurados Graça Fish, especialista em culinária brasileira, representando a Embaixada do Brasil; Gisleine Mayland e o chef Mar-co Sterza deram os primeiros lugares a Rosana Wallace, que criou a salada MPB; Mariza Cabral, que venceu com seu feijão tropeiro, e Rose Pinheiro, que levou o prêmio de melhor sobremesa com uma bela torta Marta Rocha. A Banda Zeu Azevedo Trio animou a festa com um show de forró.

Para mais informações sobre a Base, consulte o website da IEA

www.ieaction.com ou ligue para Alvaro Piton nos telefones 020 7608 2370 ou 077 2991 8448.

Carol Morandini

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Há dois meses, a Base ministra workshops e consultas gratuitas em diversas áreas

ONG oferece cursos e seminários

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Caminho das águas de Little Venice até

Camden é opção para passeio em dia de sol

Uma volta pelos

canais de Londres

CruzeiroQuer explorar os canais londrinos de barco? Para ir de Little Venice até Camden Town, é só procurar as seguintes empresas:Jason’s Canal Boat Trip – www.jasons.co.ukLondon Canal Cruises – www.londoncanal-cruises.com

Veneza é logo ali. Não, não estamos falando das duas horas de vôo que separam Londres da cidade de Mar-

co Polo. Na própria capital inglesa, a re-gião onde o Grand Union e o Regents Ca-nal se encontram, em Warwick Avenue, é conhecida como Little Venice (Pequena Veneza, em português). Cheia de cafés à beira do canal, com pontes charmosas que lembram a romântica cidade italiana, a área é uma boa opção para um passeio de barco sossegado ou o ponto de partida para uma rota de caminhada que inclui algumas belas paisagens londrinas nem sempre fotografadas nos cartões postais.

O Grand Union Canal foi aberto em 1820 e, na época, a região de Little Ve-nice era palco para artistas, escritores e prostitutas. Hoje, a área formada por cerca de dez ruas arborizadas é um dos endereços mais charmosos – e caros – de Londres. Para chegar a Little Venice, é só descer na estação de Warwick Avenue (li-nha Bakerloo do metrô) e as placas vão indicar o caminho até a Blomfield Road. O trajeto não dura nem cinco minutos.

Daí é só escolher o que fazer. Se a idéia for começar com um bom café, a primeira decisão é se ele será dentro ou fora do canal. Sim, porque se não bas-tassem os pubs e restaurantes que ficam nas ruas arborizadas que cercam Little Venice, há uma série de barcos sob as águas onde se pode sentar e apreciar a vista tomando um drink ou saboreando

uma refeição. A Formosa Street e o Clif-ton Gardens são opções para quem está atrás de fazer umas comprinhas.

Algumas empresas realizam o passeio de barco pelo canal, tanto de Little Veni-ce até Camden quanto no sentido con-trário. A Jason’s Canal Boat Trip está há 51 anos no mercado e os passageiros que saem de Little Venice vão passeando pelo Regent Canal até chegar a Camden Town, passando, no caminho, pelo Regent’s Park. Em Camden não faltam mais cafés e restaurantes, além do descolado Camden Market, funcionando a toda nos finais de semana.

Os mais animados podem alugar a embarcação para uma festinha, com capacidade para até 36 pessoas. Já o London Canal Cruise faz um passeio circular saindo de City Road e passa por Little Venice, onde os passageiros desembarcam para um tradicional chá da tarde antes de continuar a viagem. Não é só: durante todo o ano, princi-palmente na temporada de verão, há as mais diferentes atividades, como passeios voltados especialmente para as crianças que acontecem no mês de agosto, todas as terças.

O trajeto até Camden Town pode ser feito também a pé. Por todo o caminho, calçadas pavimentadas permitem uma boa caminhada à beira da água. Depois, se alguém estiver cansado é só pegar o metrô de volta.

London Canal MuseumOs canais que atravessam Londres têm até um museu, que pode ser o ponto de partida para quem quer saber todos os detalhes antes de iniciar o passeio. Ele não fica em Little Venice, mas em King’s Cross, pertinho de Camden – ponto de partida ou chegada de um cruzeiro pelos canais.

No museu, dá para entrar na cabine de um barco e conhecer detalhes da história dos canais londrinos, como as pessoas que viviam e traba-lhavam por lá. O mais legal é que o museu fica dentro de um armazém de gelo construído em 1863 e mostra também a história do comércio de gelo e de sorvete na cidade.

Serviço:Endereço: 12-13 New Wharf Road, N1 9RT.Horário: 10h às 16h30, de terça a domingo. Aberto às segundas-feiras em feriados bancários, fechado nas outras segundas-feiras. Aberto até às 19h30 toda primeira quinta-feira do mês.Preço: £ 3 para adultos; £ 1,50 para crianças. Idosos e estudantes pagam £ 2. Menores de quatro anos não pagam.Mais informações: 020 7713 0836; www.canalmuseum.org.uk

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Informe Publicitário

A primave ra de 2008 v iu o in í -c io de r e fo rmas na imig ração pa r a o Re ino Un ido com a

in t rodução de um s i s t ema ba seado em pon to s . E s s a mudança fo i l an -çada no d i a 7 de março de 2006 , quando o Sec re t á r io de E s t ado do Min i s t é r io do In t e r io r anunc iou “[um] novo s i s t ema ba seado em pon to s pa r a pe rmi t i r que o con-t ro l e do Re ino Un ido sobre a mi -g r ação de fo rma ma i s e f i c i en t e en-f r en t e o s abusos e iden t i f ique o s t r aba lhadore s ma i s t a l en to so s” 2. O s i s t ema ba seado em pon to s , que s egue o mode lo do S i s t ema Ba seado em Pon to s au s t r a l i ano , é pa r t e c en-t r a l da e s t r a t ég i a de c inco anos do Gove rno , con t ida no documento do Min i s t é r io do In t e r io r : Con f iden t Communi t i e s in a S e cure B r i t a in / Comunidade s Conf i an t e s em uma Grã -B re t anha Segura , que l i da com ques tõe s de a s i l o e imig ração , pu-b l i c ado em f eve re i ro de 2005 .

O novo s i s t ema ba seado em pon-to s s e r á ap l i c ado àque l e s que de se -j am t r aba lha r ou e s tuda r no Re ino Un ido . O e squema r eduz ma i s de 80 p roced imen to s p ré -ex i s t en t e s pa r a t r aba lho e e s tudo a uma e s -t ru tu r a de c inco n íve i s . A s nova s c a t egor i a s s ão : N íve l 1 - imig ran t e s

a l t amen te qua l i f i c ados ( em subs -t i tu i ç ão ao P rograma de Migran t e s A l t amen te Qua l i f i c ados) ; N íve l 2 - t r aba lhadore s qua l i f i c ados com uma o fe r t a de emprego (em subs t i -tu i ç ão ao an t igo s i s t ema de v i s to s de t r aba lho) ; N íve l 3 - t r aba lhado-re s t emporá r io s de ba ixa qua l i f i -c a ção (pa r c i a lmen te em subs t i tu i -ç ão ao e squema ba seado em se to re s cobr indo , por exemplo , che f e s e ou t ro s p ro f i s s iona i s de c a t e r ing) ; N íve l 4 - e s tudan te s ; N íve l 5 - e s -quemas de mob i l idade en t r e j ovens e t r aba lhadore s t emporá r io s .

Embora o e squema ba seado em pon to s a inda e s t e j a s endo g r adu-a lmen te in t roduz ido , a tua lmen te o N íve l 1 j á e s t á em operação . O c an-d ida to a c ada n í ve l deve r á pos su i r uma pon tuação su f i c i en t e pa r a ob-t e r v i s to (pe rmi s s ão de um o f i c i a l de conce s s ão de v i s to s de en t r ada loca l i z ado no e s t r ange i ro) ou pe r -mi s s ão (pe rmi s s ão de um o f i c i a l da imig ração em um por to de en t r ada no Re ino Un ido) de en t r ada pa r a pe rmanece r no Re ino Un ido .

Pa r a e s tudan te s que de se j em en t r a r no Re ino Un ido pa r a e s tu -da r , s e r á um requ i s i to obr iga tó r io - pa r a o e s t abe l e c imen to educac io-

na l onde de se j am e s tuda r – ope-r a r o e squema ba seado em pon to s . A l ém d i s so , toda s a s f a cu ldade s ou e s co l a s que r e c ru t em e s tudan te s e s t r ange i ro s s e r ão so l i c i t ada s a s e in s c r eve rem em um novo Reg i s t ro de Pa t ronos do Min i s t é r io do In-t e r io r . Também, um e s tudan te que p rocure ob te r v i s to ou pe rmi s s ão de en t r ada deve r á fo rnece r um ce r -t i f i c ado de pa t rona to de um ‘pa t ro-no l i c enc i ado ’ , que s e r á a f a cu lda -de ou e s co l a na qua l o e s tudan te e s t e j a s e c and ida t ando a uma vaga . E s s e c e r t i f i c ado s e rv i r á como ga-r an t i a de que o e s tudan te é c apaz de r e a l i z a r um cur so de e s tudos .

A in t rodução do e squema ba sea -do em pon to s pa r a e s tudan te s s e r á f e i t a no in í c io de 2009 . Bons e s -tudos !

1 .Advogada Caus íd i co e Consu l to r a na Área de Imig ração , da Duncan Lewi s & Co So l i c i to r s , Lon-dre s . 2 .Comunicado à Imprensa do Min i s t é r io do In t e r io r B r i t ân i co , 7 de março de 2006

Ca r ina La idens & Mur i lo Sou toDi re to re s Execu t i vo scon t ac t@londonbyhea r t . com

Os Alunos e o novo Sistema Baseado em Pontospor Mavelyn Vidal

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Ivanete de Araújo busca, em meio ao caos, o seu lugar no es-paço na luta pelo direito à habitação em São Paulo. Convidada por uma entidade inglesa para ministrar uma palestra em Lon-dres, ela contou à Real a sua trajetória de vida

A história deuma guerreira

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“No dia 5 de outubro de 1998, nós conquistamos nossa pri-meira moradia. Eu não en-

tendia, era uma ocupação. Eu não sabia de nada, pois meu ex-marido que par-ticipou. Quando vi as pessoas gritando ‘vamos entrar, corre’, eu me perguntei o que estava fazendo. Foi quando eu entrei e descobri que era um hospital desativado. Eu disse que não queria fi-car, pois podia pegar uma doença. Meu marido falou ‘não pegou doença todo esse tempo na rua, vai pegar doença aqui? Na rua eu não fico, emprego tá difícil, eu vou começar a roubar, a as-saltar e se eu for preso você não me dei-xará lá sozinho.’”Foi com esse relato forte que Ivanete de Araújo começou a contar à Real a

sua história de vida, marcada por muito sofrimento e luta. A convite da CAFOD (Catholic Agency for Overseas Develo-pment), Ivanete, hoje coordenadora do MSTC (Movimento Sem-Teto do Cen-tro de São Paulo), veio ao Reino Unido para fazer uma palestra na conferência de Justiça e Paz, onde contou sua expe-riência de vida e a situação habitacional da capital paulista. Desde pequena, Nete, como é chama-da por todos, aprendeu que é preciso muito esforço para se conseguir algo na vida e que, em certos momentos, o ser humano pode ser tão desprezado que tudo se torna irrelevante, até mesmo a

própria existência. Sua rotina de traba-lho começou cedo. “Aos oito anos meu pai já havia saído de casa, eu tinha ad-quirido prática cortando cana-de-açúcar e era a única coisa que sabia fazer para trazer o dinheiro de final de semana. Trabalhei na roça até os 14 anos e com 15 eu já era mãe solteira”, relembra. Com dificuldade de arrumar emprego e sustentar seu filho, Nete decidiu se mudar para Ribeirão Preto, no interior paulista. “Ali eu comecei a trabalhar como empregada doméstica. Trabalhei até os 19, 20 anos, conheci o pai das minhas duas filhas e fui morar com ele. O meu primeiro filho, que até então es-tava morando com minha mãe, acabou vindo a Ribeirão morar com a gente”, recorda.

Em São Paulo, a t r iste real idadeNessa época, seu marido trabalhava em uma metalúrgica que estava prestes a fa-lir. Um amigo havia ido a São Paulo e o indicou para um emprego na mesma companhia em que trabalhava. Ao saber da possibilidade de emprego na capital, a família (sem o filho mais velho, Die-go, que voltou à casa da mãe de Ivanete) se mudou para a capital paulista, como muitos brasileiros fazem até hoje, em busca de uma vida melhor. “Com nossa ida, ele começou a trabalhar e eu fazia faxina. Só que minha caçula ti-

nha um problema muito sério de sopro no coração e bronquite asmática e a casa onde morávamos era como um porão. Era muito úmida, mofada e a minha filha ficava mais no hospital do que em casa. Por causa disso conversamos e ele foi pe-dir para seu patrão dar um aumento, que dessa forma poderíamos alugar alguma coisa fora e também não faltaria nada”, relata.Porém, com a falta de entendimento de seu marido com o patrão, a situação da família piorou. Em 1998, ele perdeu o emprego e não tendo mais como arcar com todas as despesas, depois de ter ten-tado mudar para diversos cortiços, a fa-mília se viu obrigada a abandonar tudo o que tinha e ir morar na rua, debaixo de um viaduto. “Quando a gente pagava

o aluguel, não conseguia comer, quando a gente foi para a rua, comia, porque o grupo Anjos da Noite nos dava comida. Não passei fome, mas não tinha minha casa e nem trabalho. Como iria arrumar, se nem banho eu tomava?”, questiona Nete. Esta foi a realidade em que a família de Ivanete viveu durante três e quatro meses. Ela diz que aprendeu na rua as malandragens para sobreviver. Nunca mexeu com ninguém, mas temia princi-palmente por suas filhas, ainda pequenas e vulneráveis. “Eu não tinha mais nem vontade de viver, já tinha perdido toda a crença. Não queria voltar para o interior

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porque eu tinha vergonha de contar para a minha mãe. Ela não sabia de nada que estava acontecendo.”

A redenção A história de Nete começou a mudar quando ela estava morando no hospital invadido e liderou uma arrecadação de alimentos para a cozinha coletiva. Na ocupação, cada família pegou um quarto do hospital, no qual havia um banheiro dentro. Os moradores de cada quarto do-avam os alimentos que tinham, mas um dia tudo acabou e Ivanete, junto com um grupo, saiu por supermercados na Bela Vista pedindo ajuda. Com essa iniciativa, a antiga coordenadora do projeto dentro da ocupação incentivou Nete a candida-tar-se a secretária. E foi a partir daí que ela começou a fazer parte da instituição Apoio, que a tirou das ruas, e do MSTC, Movimento Sem-Teto do Centro de São Paulo.“Quando fui eleita secretária, eu não sabia o que fazer, porque só estudei até a quinta série. Eu sempre tive mania de anotar tudo e a coordenadora disse que isso ajudaria muito em montar pauta, fa-zer ata. Eu não sabia o que era nada, mas elas foram me explicando Depois de um tempo fui eleita a terceira coordenadora e hoje eu sou a coordenadora do MSTC.

No começo fui muito difícil, mas hoje eu consigo negociar, sou conselheira muni-cipal da habitação eleita com quase 3 mil votos. Eu já tenho acesso à minha mora-dia, só que eu ainda não moro, porque eu fui pra uma outra ocupação”, explica. Hoje, Nete acredita que conquistou mui-tas coisas, mas que ainda há muito por vir. Ela não desiste da sua luta por moradia e muito menos por sua luta diária dentro de casa para educar suas filhas, que estão agora com 14 e 15 anos. Diego, 20, que mora agora com elas e o novo marido de Ivanete, já tem um filho pequeno. Na palestra promovida pela CAFOD em Londres, ela foi aclamada por mais de 350 pessoas que a assistiam, comovidas com sua luta e garra. De volta a São Pau-lo, Nete diz que vai levar o que conheceu aqui para seus companheiros. “Aqui na Inglaterra o governo não empurra o povo para as encostas, aqui todos vivem mis-turados, é isso que vou levar. Vou con-tinuar a lutar para que os mais de 400 mil imóveis desativados no centro de São Paulo se tornem a moradia de milhões de famílias que precisam”, defende.

Carol Morandini Fotos: Marcella Haddad e

Joëlle Hernández / CAFOD

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A fabricante de cerveja belgo-brasilei-ra InBev se tornou em julho a líder mundial na indústria cervejeira e uma

das cinco maiores empresas de produtos de consumo do mundo, ao anunciar a compra da rival americana Anheuser-Busch, dona da marca Budweiser, por US$ 52 bilhões. Depois de resistir à ofensiva da InBev du-rante um mês e recusar uma oferta de US$ 46 bilhões, o conselho de administração da Anheuser-Busch aceitou a oferta de cerca de US$ 70 por ação.

A operação enfrentou uma forte resis-tência dentro dos Estados Unidos, onde a Budweiser é vista como um produto tipi-camente nacional. Segundo reportagem do jornal “New York Times”, “a Budweiser é um sinônimo de cerveja americana para milhões de pessoas”. Vários sites foram criados para se opor à venda. Na página www.saveab.com, um comunicado diz que “como o beisebol, a torta de maçã e a cerveja gelada, a Anheuser-Busch é um produto original americano”.

Os políticos locais não foram exceção. O próprio candidato democrata à Presi-dência, Barack Obama, chegou a declarar que seria “uma vergonha se estrangeiros se tornarem donos da Bud”. No entanto, não é primeira vez que grandes cervejarias americanas são arrebatadas por estrangei-ros. Em 1999, a agora vice-líder mundial Miller foi comprada pelos sul-africanos da SAB, e em 2005 a empresa canadense Mol-son adquiriu a Adolph Coors.

GiganteA fusão dá início à criação de uma nova

empresa, que se chamará “Anheuser-Bus-ch InBev”. Com marcas como Stella Artois, Beck´s e Budweiser, o grupo acumulará um faturamento anual de US$ 36 bilhões e 460 milhões de hectolitros em vendas. As duas

companhias, em conjunto, têm vendas glo-bais de aproximadamente US$ 36 bilhões e possuem cerca de 300 marcas.

O grupo InBev, uma fusão da empresa belga Interbrew e da brasileira AmBev, é a segunda maior cervejaria do mundo em volume de vendas, e perde apenas para a britânica SABMiller. Já a americana Anheu-ser-Busch é a terceira maior cervejaria do mundo e líder nos Estados Unidos, onde monopoliza 48,5% do mercado com mar-cas populares como a Budweiser e a Bud Light, entre outras.

Além de ser a maior do setor no mun-do, a empresa será geograficamente diver-sificada, com posições de liderança em cin-co dos maiores mercados mundiais: China, Estados Unidos, Rússia, Brasil e Alemanha. O brasileiro Carlos Brito, presidente-exe-cutivo da Inbev, irá comandar as operações da nova companhia, segundo comunicado divulgado pelas empresas.

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InBev arremata rival americana, dona da Budweiser, e vira a líder do mercado

cervejariado mundo

A aquisição da cervejaria Anheuser-Bus-ch pela belgo-brasileira InBev poderá deixar os rivais ‘de ressaca’, afirmou um artigo pu-blicado pelo jornal britânico The Daily Tele-graph no mês passado. “Com 26% do merca-do global, três das cinco maiores marcas de cerveja, e uma produção anual estimada em 460 milhões de hectolitros, a nova cervejaria produzirá 60% a mais do que seu competi-dor mais próximo”, afirma o artigo.

O jornal diz que a maior vítima da fusão será provavelmente a SABMiller, que recen-temente adquiriu a Grolsch e aumentou sua influência na China. “A Heineken e a SABMil-ler provavelmente também serão atingidas na China, o maior mercado mundial de cerve-ja. A Anheuser-Busch InBev terá uma fatia de 21% do mercado chinês e acesso à Tsingtao, a cerveja que mais vende no país.”

Outro jornal britânico, The Guardian,

trouxe um perfil de Jorge Paulo Lemann, o brasileiro por trás das operações que trans-formaram a InBev na maior cervejaria do mundo após a fusão com a Anheuser-Busch. O jornal traça a trajetória do brasileiro que comprou a Cervejaria Brahma em 1989. A primeira grande fusão com a Companhia An-tarctica Paulista, dando origem à Ambev, e depois com a belga Inbrew, em 2004, fez de Lemann um dos controladores da cervejaria “que hoje opera com a maior margem de lu-cros da indústria”, diz o Guardian.

O New York Times levantou suspeitas sobre os planos da nova mega-empresa em expandir as vendas da Budweiser. “Muitos analistas se concentram no corte de gastos que a companhia vai implantar na Anheuser-Busch e não nas oportunidades de expandir as vendas da Budweiser e da sua irmã, Bud Light, pelo mundo”, avaliou o jornal.

“Fusão pode deixar os rivais de ressaca”, diz jornal

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O brasileiro André Luiz Martins, 25 anos, foi morto por um policial americano no dia 27 de julho, em

West Yarmouth, no estado norte-america-no de Massachusetts, ao tentar passar por uma blitz policial em uma estrada. Segun-do a polícia local, ele teria tentado furar o bloqueio e jogado o carro em direção a um policial, e acabou sendo morto com três tiros. Ao seu lado estava sua mulher, Camila Campos, que teria saído do carro gritando. O policial Christopher Van Ness, de 34 anos, autor dos disparos, foi afastado do serviço de rua até o final das investiga-ções.

Segundo Michael O’Keefe, promotor do distrito de Cape and Island, o policial teria tentado parar Martins por excesso de velocidade. Ele teria acelerado, dado meia volta e se dirigido em direção ao carro do policial. De acordo com O’Keefe, Martins tinha em mãos um cigarro que aparentava ser de maconha.

Em entrevista ao site Globo.com, Cami-la disse que André dirigia em velocidade acima da permitida quando um policial acenou para que ele parasse. Segundo a companheira, o brasileiro tinha sido preso

dois dias antes por dirigir sem habilitação, e, por isso, decidiu não parar, pois estava sem documentos.

Um outro carro da polícia bloqueou a rua. André tentou desviar, passando pela grama. Mas o policial desceu do carro e co-meçou a atirar. Ele levou três tiros: um no

coração, um no pulmão e outro na barriga. E morreu na hora.

André Luis Martins tinha 25 anos e morava há oito nos EUA. Trabalhava como pintor e tentava conseguir documentos para se legalizar. A namorada confirmou que ele tinha um cigarro de maconha.

Brasileiro é morto nos EUAIlegal no país, André Martins furou bloqueio policial e foi morto com três tiros

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Capa

Quem não viu o ponteiro da balança disparar depois de ter trocado o Bra-sil pela Inglaterra pode se considerar

um felizardo. Pois o fato é que a culinária inglesa, cheia de frituras e massas, aliada à mudança no estilo de vida de quem teve uma mudança brusca na rotina ao desembarcar na terra da rainha fez com que muita gente começasse a perceber que as roupas que vie-ram na mala já não servem mais. A questão não é só estética, mas também de saúde. A Real conversou com gente que chegou aqui e percebeu que estava na hora de tomar uma atitude para não começar a contabilizar mui-tos quilos a mais, e foi atrás de algumas dicas para a comunidade brasileira que está no Rei-no Unido se manter saudável, em forma, sem precisar deixar de lado para sempre nenhuma das tentações que a cozinha dos dois países oferecem.

“A prática da boa alimentação é funda-mental para uma vida saudável, embora nos dias de hoje isso seja o maior problema da população mundial”, explica a nutricionista Anelise Luna Veloso, da The Monteiro Clinic. “Cada vez mais, a má-alimentação acarreta problemas como obesidade, diabetes, au-mento de colesterol e triglicerídios e proble-mas cardíacos, entre outros”. Muita gente, no entanto, ignora o que pode resultar de não por os alimentos certos no prato e só começa a se preocupar quando o zíper começa a ficar mais difícil de fechar.

Foi o que aconteceu com a manicure e depiladora Lúcia Araújo, do salão William Wallace, em Willesden Junction. A rotina é corrida, principalmente nos fins-de-semana, quando dezenas de brasileiras aproveitam para manter a beleza em dia e deixam Lú-cia na maior correria. “Aqui acabo comendo quando tenho tempo”, conta Lúcia. E, ain-da assim, os hábitos que a levaram a ver o ponteiro da balança subir não eram dos mais saudáveis.

O primeiro erro vem em ignorar o café da manhã, uma das três grandes refeições di-

árias – almoço e jantar são as outras – que não devem ser esquecidas, segundo ensina a nutricionista Anelise (ver quadro na página 49). Para completar, ela raramente leva co-mida de casa para a hora do almoço e acaba caindo na tentação dos lanches do restauran-te Sabor Mineiro, que fica a uma quadra de distância do salão. Coxinhas, pastéis, pães de queijo, empadas e brigadeiros são ótimos para dar aquele gostinho de Brasil, mas, além de supercalóricos, não são lá a refeição ideal para todos os dias.

Foi quando o ponteiro da balança passou da marca dos 60 quilos – antes de vir do Bra-sil, há quatro anos, o peso da manicure era de 53 quilos – Lúcia percebeu que estava na hora de mudar os hábitos. Antigamente, era só chegar em casa à noite que, morrendo de fome, ela compensava tudo o que não havia comido durante o dia com um prato gigan-tesco de vaca atolada, com pirão, arroz e, de vez em quando, uma cervejinha para acom-panhar.

Depois, ia para a cama descansar para a

manhã do dia seguinte. Depois de conversar com uma médica, ela percebeu que estava fazendo tudo errado e impôs alguns limites. “Procurei tirar massa à noite e também di-minuir a cerveja, me controlar mais”, conta. O jantar, agora, é composto de arroz, bife e salada. Ela não sabe quantos quilos já perdeu, mas a nova silhueta é visível.

O ritmo de trabalho dos brasileiros tam-bém faz parte da lista dos culpados pelo au-mento de peso. “A maioria dos moradores de Londres passa o dia na rua trabalhando e isso também é um fator importante para o aumento de peso, pois comem comidas con-geladas e fast-food, que são ricos em açúcares e gorduras”, aponta Anelise. Enquanto uma refeição na rede de fast food MC Donald’s sai por £ 3,79, sentar em um restaurante e pedir um prato mais saudável requer mais tempo e dinheiro. Os momentos de lazer muitas vezes também são regados a comida (calórica). “É a vida de Londres. Quem trabalha para jun-tar dinheiro não pode sair muito, no fim a

distração acaba sendo assar uma carne e to-mar uma cerveja no fim-de-semana”, conta Lúcia.

Vida nova – e cheia de calorias!Não só a tentação de ingerir alimentos su-

percalóricos é culpada pelo aumento de peso dos brasileiros em Londres. As mudanças de costumes são um fator de grande importân-cia para o pessoal cair de boca em alimentos que não são dos mais saudáveis. “Tomando como exemplo Londres, vemos que muitas pessoas que vivem aqui não se adaptam com o clima, pois boa parte do tempo faz frio ou está chovendo, o que já faz, por exemplo, com que não façam tanta atividade física”, explica a nutricionista Anelisa.

Foi a vida agitada que fez com que Lore-na Basso aumentasse algumas pontuações de roupa depois de se mudar para a capital in-glesa. Ela dispensa o café da manhã e começa o trabalho, em um pub na região de West-minster, depois de tomar apenas um copo de suco. A jornada consiste em turnos de cinco a dez horas, cinco vezes por semana, sempre com uma parada para comer e descansar. De-pois, ela faz outra refeição à noite, geralmen-te um sanduíche.

Como mora no mesmo lugar onde traba-lha, sempre come por lá mesmo, e os peixes e frangos que fazem parte da alimentação de Lorena não raro são fritos. “Sou chegada em fritura e não resisto aos pães”, conta ela, que tem dois pontos a favor na luta contra os qui-los a mais: não costuma comer chocolate e muito raramente ingere bebidas alcoólicas.

Lorena acredita que a mudança no estilo de vida foi um fator determinante para ter aumentado de peso em Londres. “Quando vou ao Brasil, chego a emagrecer seis quilos em um mês”, conta. Aqui, o tempo para fa-zer exercícios é cada vez mais escasso. “Há uns cinco, seis meses, entrei na academia,

Da feijoada ao fish & chipsBrasileiros ganham quilos a mais quando chegam a Inglaterra e os vilões são a má-alimentação e a vida agitada

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mas por causa do trabalho acabei parando”. As vantagens de se exercitar, no entanto, ela enumera. “A gente se sente mais disposta, acorda mais cedo.”

Exercitar-se é fundamental A prática de exercícios físicos é funda-

mental não apenas para diminuir o peso, mas para manter a saúde. “A atividade física está associada à diminuição do risco de doenças cardiovasculares, AVC (acidente vascular-ce-rebral), diabetes, fraturas relacionadas à os-teoporose e déficit cognitivo, além de pro-mover uma sensação de bem-estar”, ensina o personal trainer e preparador físico Altair Solci, especializado em treinamento despor-tivo. A lista de benefícios é ainda maior: en-tre os que sofrem com problemas cardíacos e hipertensão arterial, movimentar-se ajuda a melhorar os níveis de colesterol no sangue. E, claro, para quem quer perder alguns qui-linhos, suar a camisa é fundamental. “A ati-

vidade física melhora a forma física e a auto-estima”, explica.

Para quem quer começar alguma ativi-dade, o personal trainer ensina que não é necessário ir para uma academia de ginás-tica, já que muitos dos brasileiros aqui têm uma rotina puxada de trabalho e acabam sem tempo. “Desfrute dos parques que a cidade oferece fazendo uma atividade que lhe dê prazer”, sugere Altair Solci. Se render ao cos-tume londrino de circular por aí de bicicleta também ajuda a enxugar alguns quilinhos, além de diminuir as despesas mensais com o travelcard para circular em ônibus e metrôs.

“Escolha uma atividade à qual você se adapta melhor, como caminhar, natação, andar de bicicleta, corrida, danças. Não existe um exercício que seja melhor ou pior que o outro, todos são bons desde que fei-tos com prazer e regularidade”, explica Al-tair. Ele diz ainda que não adianta começar o exercício e parar algumas semanas depois. “O exercício físico regular deve ser mantido

por toda a vida.”

Na cozinha“Em Londres você tem alimentos de to-

das as partes do mundo, então dá para achar opções saudáveis, sim”, diz Gabriel Gaya, que há sete anos abriu a Gaya Food, que im-porta comida brasileira para o Reino Unido. Na lista do que ele traz do Brasil para cá, tem de tudo: arroz, feijão, carnes e frutas que aqui seriam difíceis de encontrar, como o caju e o limão tahiti. “Fomos a primeira em-presa a trazer o açaí para Londres”, conta.

Ele distribui produtos brasileiros para mais de 300 estabelecimentos no Reino Unido e acredita que os brasileiros que es-tão por aqui podem trocar o kebab por uma refeição mais completa se resolverem apro-veitar as opções saudáveis. “Aqui tem opção saudável. Você pode comer fora e escolher entre um hambúrguer ou uma salada de frango, por exemplo. O que o pessoal não tem é o costume do almoço, enquanto no Brasil todo mundo pára para almoçar.”

Por mais que a feijoada e a picanha sir-vam para matar a saudade de casa – e não há nada de mal em dar uma escapadinha no fim-de-semana para saborear os pratos tipi-camente brasileiros e se divertir –, o fato é que no dia-a-dia pode-se preparar uma re-feição mais saudável, que pode ser levada para a hora do almoço no trabalho. Ingre-dientes brasileiros não faltam, é só manter o hábito.

Marina Gaspar

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Brasil X Inglaterra: quem engorda mais?Não é só a culinária inglesa que ajuda a deixar as roupas dos brasileiros mais apertadas. A saudade de casa muitas vezes faz com que o pessoal corra até os restaurantes brasileiros para matar a vontade de comer os pratos que podem ser paixão nacional, mas são também cheio de calorias. O que tem mais calorias, nossa

feijoada ou o tradicional fish & chips?

Fish & Chips: 600 calorias. Feijoada: 600 calorias por prato. O problema é: quem pára no primeiro?

English breakfast: 807 calorias. A combinação de ovos, bacon, salsicha, feijão, cogumelos e tomate, tudo cheio de gordura, é um crime para quem sofre com colesterol alto.

Picanha: uma fatia tem 250 calorias. Assim como a fei-joada, a tradicional carne brasileira vem acompanhada de uma grande questão: quem consegue saborear sem juntar arroz, feijão, batata frita, farofa e vinagrete? O

número de calorias, daí, vai às alturas.

Pint de cerveja: a média é de 182 calorias Caipirinha: 187 calorias. Na versão sem açúcar, são 126 calorias.

Torta de maçã: 250 calorias por uma fatia de 113 gramas.

Mousse de maracujá: uma única colher de sopa tem 99 calorias.

É só ir ao supermercado ou ligar a televisão que se ouve falar do “5 a Day” (cinco por

dia, na tradução livre). É a campanha do gover-no britânico para que ninguém deixe de ingerir pelo menos cinco porções de frutas e legumes diariamente. No site preparado pelo Serviço Nacional de Saúde (NHS), www.5aday.nhs.uk, dá para ver algumas dicas e receitas de como preparar pratos saudáveis e gostosos. Os mo-tivos para não ignorar as cinco porções diárias de frutas e legumes são:

• São ricos em vitaminas e sais minerais.

• Ajudam a manter um peso sau-dável.

• São ótimas fontes de fibras e antioxidantes.

• Ajudam a diminuir o risco de do-enças cardíacas e derrames.

• São deliciosos e há uma enorme variedade para escolher.

*Fonte: Website 5 a Day

Five o quê?

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A nutricionista Anelise Luna Veloso dá o alerta: dietas mirabo-lantes são cada dia mais utilizadas, principalmente por conta da facilidade de conseguir o caminho para um corpo mais

magro via Internet. “Na verdade, as dietas só pioram a situação, pois a perda de peso muitas vezes não é mantida, já que não houve mudança no estilo de vida e na alimentação”. O resultado, segun-do ela, é mais peso que antes. Para ajudar quem quer perder peso com saúde, a nutricionista preparou as dicas a seguir:

1. É importante comer de três em três horas. Devemos fazer três grandes refeições, desjejum, almoço e jantar. Entre essas refeições deve haver pequenos lanches. Geralmente, a parte da tarde comporta mais de um lanche para as pessoas que jantam tarde.

2. O cardápio deve conter todos os grupos de alimentos. O organismo precisa de proteínas, carboidratos, gorduras, vita-minas e minerais para se manter e ajudar você a emagrecer.

3. Evite ficar beliscando o dia inteiro. Isso só vai fazer você engordar mais, pois provavelmente só irá comer alimentos ca-lóricos e ricos em gorduras.

4. Se você sentir vontade de comer um doce ou algum ali-mento mais calórico, coma. Mas lembre-se: só um pedaço ou uma unidade. Não exagere.

5. Tente sempre começar o almoço e o jantar com um prato de salada. Esses alimentos, além de terem poucas calorias, são ricos em fibras e isso ajudará na sua saciedade.

6. Macarrão e pizza são permitidos, mas muito cuidado com os molhos. Escolha sempre uma opção mais leve.

7. Evite água com gás e refrigerantes. Esses tipos de be-bidas dilatam o estômago e dão uma sensação de satisfação que não existe.

8. Tente sempre ter algum tipo de lanche à mão, como uma fruta, barrinha de cereais ou iogurte para aqueles ataques de fome inesperados.

9. Beba bastante água, pelo menos 1,5 litro por dia.

10. Substitua queijos amarelos por brancos. Estes têm me-nos gorduras e, portanto, são menos calóricos.

11. Bebidas alcoólicas são muito calóricas. Por isso, cuida-do nos fins-de-semana. Reduzir pela metade a quantidade que costuma beber é uma boa opção.

12. Evite ter em casa chocolates, leite condensado e bis-coitos em excesso. Eles são um perigo para o ponteiro da sua balança subir em um piscar de olhos.

13. Movimente-se. Não é preciso ir à academia para per-der peso, uma caminhada já é uma excelente escolha para co-meçar a derreter as gordurinhas em excesso.

As 13 dicas da nutricionista

Anelise Luna Veloso

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Cultura

Festival da Embratur reuniu grandes nomes do gênero no Guanabara

Londresao som de

Bossa Nova

A mistura samba jazz que imortalizou Ga-rota de Ipanema e revelou ao mundo no-mes como Tom Jobim e João Gilberto foi

um dos destaques culturais do mês de julho com o lançamento do London Bossa Nova Festival 2008. A abertura do evento, que aconteceu no dia 2 de julho, trouxe ao palco do Guanabara os principais nomes da Bossa Nova da Inglaterra.

O grupo Nossa Voz Choir, coro de vozes regido pelo Maestro Gui Tavares, abriu a noite interpretando grandes nomes como Tom Jobim e Vinicius de Moraes, seguido pelo guitarrista de jazz britânico, Neil C Young - conhecido por suas infusões pela Bossa - e o trio Rio Jazz, que pôs os convidados pra dançar com versões para músicas de artistas como Madonna e The Cure.

As duas últimas bandas, Zeep (Nina Miranda e Chris Franck) e Sirius B, seguiram agitando a pista de dança com interpretações e composi-ções próprias. E por fim, os ‘coquetéis’ dançantes de MPB dos DJs Eddie Piller e Braz encerraram a primeira noite do festival, que teve o segundo dia de programação no dia 6 de julho em South Bank, com uma programação aberta ao público.

O festival foi promovido pela Embratur (Ins-tituto Brasileiro de Turismo) em comemoração aos 50 anos de Bossa Nova, o gênero musical tupiniquim mais difundido mundo afora. “A idéia do festival é promover o turismo através da di-vulgação da nossa cultura, inclusive entre os bra-sileiros que aqui vivem e fazem turismo durante as férias no Brasil”, comenta Glauco Fuzinatto – diretor da Embratur no Reino Unido.

Texto e fotos: Rafael Reina

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A festa dos BeatlesLiverpool celebra, pelo 22º ano consecutivo, a Semana Internacional dos Beatles

F oi num dia 10 de julho que o quarteto mais famoso de Li-verpool voltou à cidade natal

depois de um estrondoso sucesso na primeira viagem que fez aos Es-tados Unidos. Não à toa, a data foi escolhida como o Dia dos Beatles, celebrado pela primeira vez na ci-dade inglesa no mês passado. Para homenagear os cidadãos mais i lus-tres que já teve, Liverpool vestiu a peruca dos músicos, l iteralmente: todos na cidade foram incentivados a vestir um acessório que imitava os cortes de cabelo dos músicos, brincadeira que incluiu até funcio-

nários de um navio-balsa que pro-move passeios pelo rio Mersey, que corta a cidade.

A celebração contou com uma parada temática que saiu pelas ruas da cidade lembrando os integrantes da banda, as músicas e as persona-gens de canções famosas. Bandas cover dos Beatles não ficaram de fora das comemorações. A The Be-atelles, formada por mulheres, se apresentou no terraço de uma rádio da cidade. Para fechar o evento, um grande show contou com a presença da banda Gerry & The Pacemakers, contemporânea dos Beatles.

De peruca pelos Fab Four

O s beatlemaníacos podem fazer as malas. Liverpool, a cidade natal da banda de rock mais famosa de todos

os tempos, já está pronta para celebrar a 22ª edição da Semana Internacional dos Beatles. Do dia 20 a 26 de agosto, o even- t o , q u e é a

maior celebração em torno do quarteto em todo o mundo, vai reunir cerca de 200 bandas cover de mais de 20 países ao redor do mundo para tocar os maio-res sucessos dos Fab Four, entre outros eventos, durante 12 horas diárias de festa.

A Semana Internacional dos Beatles é o principal evento da cidade, que é a

capital européia da cultura em 2008 e não perde uma chan-

ce de homenagear seus fi-lhos mais ilustres – só em 2008, um hotel temático inteirinho dedicado ao quarteto abriu as portas e foi celebrado o primei-

ro Dia dos Be-atles no mês passado (veja box). Todos os anos, mi-lhares de fãs da banda correm para a cidade

para assistir a concertos ao ar livre e no Cavern Club, uma réplica do bar onde o quarteto costumava se apresentar nos anos 60.

As atrações não param por aí. Exibi-ções de arte, sessões de autógrafos de obras dedicadas à banda, feiras de rua com direito aos mais diferentes souve-nirs dos Beatles também ajudam a le-var milhares de turistas à cidade ingle-sa. Para os que vão fazer sua estréia no evento, a dica é não perder os passeios guiados que mostram as casas onde os integrantes da banda passaram a in-fância e outros pontos que inspiraram músicas como Penny Lane e Strawberry Fields Forever.

Para saber mais sobre o evento, é só entrar no site do Cavern Club, que, além de organizar a festa, ainda oferece pacotes que incluem acomodação, visi-tas guiadas e ingressos para os shows a partir de £ 170. A programação com-pleta você pode acessar no

www.cavernclub.org

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Dicas

FALTA

ATUALIZAR

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A editora Objetiva relança O ventre, livro de es-tréia do escritor e jornalista Carlos Heitor Cony, publicado originalmente em abril de 1958 pela

Civilização Brasileira, editora pela qual o autor publicou a grande maioria de seus romances. Escrito em 1955, quan-do Cony tinha 29 anos, O ventre foi inscrito por ele para um concurso da Academia Brasileira de Letras. Apesar de ter sido considerado o melhor romance, a obra não levou o prêmio, pois continha temas considerados impróprios, como adultério, e também um vocabulário considerado, na época, um tanto ofensivo. No entanto, o júri indicou o romance para publicação, ocorrida três anos mais tarde.

O ventre narra as aventuras de José Severo, filho de classe média carioca e que sofre com o desprezo do seu pai – José Severo é, na verdade, filho de uma relação extra-conjugal de sua mãe. Logo na primeira página do roman-ce, Cony já mostra aos leitores o estilo não somente do personagem principal, mas de toda a narrativa, ao colocar na boca de José a frase: “Só creio naquilo que possa ser atingido pelo meu cuspe. O resto é cristianismo e pobreza de espírito.”

A única pessoa que demonstra alguma afeição a José, mas sem muito alarde, é seu padrinho, que mora em São Paulo, onde o protagonista passa algumas de suas férias. Há ainda a presença de seu irmão, com quem José vive uma conturbada relação. O irmão, mais novo, é preferido não apenas pelos pais, mas também por Helena, amor de José, com quem o irmão acaba se casando.

Na adolescência, após ser pego tendo relações como uma mulher casada, mulher de um capitão do exército, é expulso do colégio e proibido de se matricular em outra

instituição de ensino no Rio de Janeiro. Decide ir para Ma-ceió, onde acaba se tornando motorista de ônibus.

Marcado pela influência do existencialismo francês e por um estilo machadiano, O ventre é considerado por muitos como sendo uma das melhores obras de Carlos Heitor Cony. Narrativa crua e precisa, o romance é, sem dúvida, leitura obrigatória para todos os que acompanham a trajetória de Cony ou que querem conhecer esse que é um dos grandes expoentes da literatura contemporânea brasileira.

Carlos Heitor Cony nasceu em 1926 no Rio de Janei-ro. Estudou no seminário até quase se ordenar padre, mas pouco tempo antes disso acontecer, abandonou a vida reli-giosa e, já na década de 1950, passou a fazer parte do jor-nalismo nacional. Nos anos 60, já autor renomado, Cony passa a ser perseguido pela ditadura militar, especialmente por conta de suas crônicas publicadas no jornal Correio da Manhã. Essas colunas foram reunidas e lançadas em li-vro, intitulado O ato e o fato, em 1964, e republicado em 2004.

Em 1974, Cony publica o romance Pilatos e após isso passa mais de vinte anos sem lançar um único romance. Esse silêncio se encerra em 1995, com o lançamento de Quase-memória, romance aclamado pela crítica e pelo pú-blico e que marca a retomada literária do autor. Desde então, Carlos Heitor Cony já lançou mais de dez roman-ces. O último, em 2007, chama-se A morte e a vida e trata do tema da eutanásia. Atualmente, Cony escreve colunas para a Folha de São Paulo, além de participar do programa Jornal da CBN, juntamente com os jornalistas Heródoto Barbeiro e Arthur Xexéu.

50 anos depois

O Ventre, livro de estréia de Carlos Heitor Cony, é relançado pela Editora Objetiva

Venenos de meus remédios do diabo Mia CoutoCompanhia das Letras

No romance, o escritor moçambicano Mia Couto apresenta uma narrativa en-tremeada por verdades e mentiras de dois personagens – um médico e seu paciente - que se confrontam tendo como ponto em comum uma misteriosa mulher.

Ao mesmo tempo Susan SontagTradução: Rubens FigueiredoCompanhia das Letras

O livro reúne ensaios e discursos escritos pela aclamada escritora americana no final de sua vida. Em Ao mesmo tempo é possível rever algumas das opiniões e idéias dessa autora que dedicou sua vida à litera-tura e às atividades políticas.

Livros

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Três recentes lançamentos da Desiderata, selo da Editora Agir, do Grupo Ediouro, merecem atenção: O Cabeleira, Os Malvados e Irmãos Grimm. Com a publicação de livros

dos mais variados temas, a editora prova que os super-heróis ame-ricanos podem ficar longe das livrarias tupiniquins.

O Cabeleira é o apelido pelo qual ficou conhecido o bandoleiro José Gomes, um dos mais temíveis bandidos de Pernambuco do século XVIII. A história de José Gomes foi contada num livro, con-siderado o precursor do romance regionalista brasileiro, escrito por Franklin Távora e lançado em 1876. Baseados neste livro, os roteiristas Leandro Assis e Hiroshi Maeda escreveram um roteiro, que foi um dos vencedores do 8º Laboratório de Roteiros de Ci-nema do Sesc.

A convite da Desiderata e de seu editor de Quadrinhos S. Lobo, o roteiro foi transposto para os quadrinhos com traços do dese-nhista Allan Alex. “...não me choca o comportamento do Cabe-leira. Ninguém nasce mau ou bom. O ser humano é muito mais rico e complexo do que isso”, explica Allan Alex, conhecido pelas histórias do personagem Nonô Jacaré, criadas em parceria com o roteirista Patati e publicadas nas extintas revistas Porrada e Metal Pesado e por graphic novels, como O Segredo da Jurema, Sangue Bom (publicada nos EUA e na Itália) e Zumbi dos Palmares.

O Livro Negro de André Dahmer é o primeiro livro deste ta-lentoso e controvertido quadrinhista que também foi lançado pela Desiderata. Os Malvados, também conhecidos como “cabe-

ças de girassóis” ou “flores do mal”, foram criados em 2001 e hoje contam com mais de 700 tiras publicadas na Internet. Este novo livro de Dahmer é uma coletânea destas tiras. “Não tenho a pretensão de agradar a todos. Já recebi muitos e-mails en-furecidos, a maioria por con-ta de religião ou costumes. Não me importo. As pesso-

as podem concordar ou discordar do meu humor. E isso sim é de grande valia”, comenta Dahmer, dono de um humor cor-rosivo.

Irmãos Grimm em Quadrinhos reúne 14 histórias em quadri-nhos inspiradas nos famosos contos de Jacob e Wilhelm Grimm, conhecidos como “os irmãos Grimm”. “Os leitores já conhecem as histórias e sabem como elas se desenrolam. O diferencial é contá-las com um apelo visual inusitado, recuperando todo o horror, o sexo e a escatologia dos originais”, afirma o editor S. Lobo.

Irmãos Grimm em Quadrinhos adapta os contos: Velho Sultão (Allan Alex), A Gata Borralheira (Fido Nesti), João Porco Espi-nho (Claudio Mor), Os Músicos de Bremen (Vinicius Mitchell), O Pequeno Polegar (Daniel Og), João e Maria (Carlos Ferreira e Walter Pax), João Sortudo (Rafael Sica), Branca de Neve (Rafael Coutinho), O Rei Barbicha (Eduardo Filipe, o Sama), Chapeuzinho Vermelho (Arthuro Uranga), Margarete Esperta (Roberta Lewis), As três Línguas e Odyr Rapunzel (Fabio Lyra) e A Bela Adormecida (Allan Rabelo, S. Lobo e Sr. Blond).

Irmãos Grimm em Quadrinhos176 páginas Formato 21 x 28cmPreço: R$ 24,90

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Mondo HQB

Novidades em quadrinhos

Primando pela qualidade e conteúdo diferenciado, a Desiderata, selo da Editora Agir, lança HQs que criam um amplo espaço para exposição de idéias

por Eloyr Pacheco*

*Eloyr Pacheco é editor e quadrinhista. Mantém o site Bigorna (http://www.bigorna.net), leciona produção de HQs no SESC Lon-drina e recebeu, entre outros, o Troféu Jayme Cortez 2008 pela sua atuação na área e o HQ Mix 2007 na categoria Melhor Prozine.

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Crônicapor Camilo Adorno

12 de junho

Nascido no hospital público de uma pequena cidade do interior gaúcho, José passou sua infância perambulando pelas ruas em busca de comida e de algum tipo de trabalho que lhe pudesse render ao me-nos uma refeição digna. Família, nunca teve. Ele não chegou a conhecer os pais. O pouco que sabe - ou imagina que sabe – é que sua mãe morreu logo após o parto de seu irmão mais novo, com quem ele nun-ca teve contato. Do pai, nada sabe e nunca preocupou-se em saber.

Durante sua vida, tudo o que fez foi viver na rua. Algumas vezes, especialmente nas noites geladas de inverno, abrigava-se em uma das igrejas da cidade – ali tam-bém, certas vezes, conseguia almoço ou ao menos, uma sopa que forrava o estômago e ajudava a espantar o frio. Outras vezes, quando não estava com muita sorte na sua peregrinação alimentar no centro da cida-de, José simplesmente entrava em uma das igrejas e lá permanecia por longas e longas horas, assistindo às missas que se sucediam em um ritual repetitivo, mas tocante a cada nova celebração. Chegou a pensar em se tornar padre, mas lhe faltava vocação. Fal-tava ainda a erudição – José ficava impres-sionado com a verve dos padres da cidade. Mesmo sem entender patavinas do que os padres diziam, era gritante o impacto que as palavras provocavam nele.

Movido por esse inexplicável e intri-gante interesse pelas letras, José passou a freqüentar aulas que eram ministradas na matriz da cidade. Ali, três vezes por se-mana, alunos universitários davam aulas para a população carente, ensinando des-de noções básicas de leitura e escrita, até conteúdos explorados pelas escolas lo-cais. Como um incentivo para a presença dos alunos, ao término de cada período, os estudantes ganhavam uma refeição.

A princípio, a comida era o maior atrativo daquelas aulas. Porém, com o passar dos tempos, a refeição deixou de ser a principal atração daquelas noites. José realmente se interessava pelas aulas, e passou a ser um dos alunos mais apli-cados da turma.

Com ao menos uma refeição garantida durante os dias da semana, José deixou de gastar seu tempo vagueando pe-las ruas e avenidas da cidade em busca de

alimento, e aproveitou essas novas horas de sua vida para freqüentar a biblioteca central. Ali, além da facilidade de ter um banheiro limpo, água e algumas bolachas, José encontrava uma infinidade de histó-rias, de livros, de palavras que o atraíam cada vez mais. No começo, sentiu-se per-dido em meio a tantas opções de informa-ção, mas aos poucos passou a usar aquele ambiente para aprofundar os ensinamentos adquiridos durante as aulas noturnas.

Estudando diariamente em dois perí-odos (de tarde sozinho na biblioteca cen-tral; de noite, assistindo às aulas na igreja) e orientado por bibliotecários e professo-res, José deu-se conta de que algo maior poderia acontecer em sua vida. Ele poderia conseguir um emprego, algo que ele, se-cretamente, sonhava.

A grande oportunidade para a nova vida de José surgiu com o anúncio da pre-feitura para um concurso que empregaria cerca de duas mil pessoas. Os cargos eram muitos e para as mais variadas funções, o que lhe deu uma esperança a mais, pois ele acreditava ser capaz de exercer ao menos uma daquelas inúmeras atividades de que a prefeitura necessitava.

Durante as semanas que antecederam o concurso, José intensificou o estudo. Pas-sou a chegar à biblioteca juntamente com os primeiros funcionários – passava lá o dia todo e contava com a comiseração dos mesmos para alimentar-se. As horas que passou enfurnado nos livros foram mais do que recompensadas. No dia 12 de junho, José não arrumou uma namorada, mas ainda assim ele tinha muito o que come-morar. Nesse dia seu nome foi publicado no anúncio da prefeitura dizendo que ele era um dos mil e cem funcionários recém-contratados. José não cabia em si de tanta felicidade.

Porém, já tarde da noite, enquanto va-gava naquela que provavelmente seria uma de suas últimas noites como um morador de rua desempregado, ele pensou nos de-mais Josés que naquele mesmo momento também perambulavam pelas ruas e ave-nidas do país e que, ao contrário dele, não teriam um emprego para ir no dia seguinte. Ao cruzar a ponte que ligava a parte nova da cidade à antiga, José parou, olhou para os lados e, conscientemente, se atirou.

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Informe Publicitário

Fruto de uma parceria entre o Popo-

zão Shop e a LCC International Mo-

ney Transfer, a galera que gosta de

uma boa festa vai poder ver em Londres

um grupo de funk carioca que é o maior

sucesso no Brasil. O Bonde do Tigrão

vem com uma formação especial: Lean-

dro Dionizio dos Santos Moraes (Lean-

drinho), Gustavo Pereira da Silva (Gus-

tavinho) e Carlos Magno da Silva Gonzo

(Goia).

Eles formam o grupo de funk mais

conhecido na Europa, já que estiveram

várias vezes em Portugal e Bélgica. Na

primeira apresentação do grupo em Lon-

dres, o show do Bonde do Tigrão contará

com a presença de Carlos Alexandre Nas-

cimento dos Santos, o DJ Xande. Na

companhia desse fabuloso DJ,

o Bonde do Tigrão irá fazer toda a galera

se render ao batidão do funk.

O repertório do Bonde do Tigrão reu-

nirá os maiores sucessos do grupo, como:

Cerol, Baile Todo e Tchutchuca. Eles tam-

bém trarão na bagagem os novos sucessos

do grupo, como Cabecinha e Tia Rocha.

E para provar que realmente vai ser o

maior Baile Funk realizado em Londres,

o evento, que terá oito horas de duração,

contará com várias outras atrações, entre

elas a irreverente Tati Quebra Barraco,

com o seu repertório de músicas com le-

tras bem sensuais. Para o delírio da mu-

lherada, Tati virá acompanhada de seus

dançarinos “quebrando tudo”.

Não perca a chance de se sentir em um

“Baile Funk” do Rio de Janeiro em plena

capital inglesa!

Vem aí

o Bondedo Tigrão

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Saúde

56 Revista Real

Quando o intestino não funciona, nosso corpo tem mais dificuldade para funcionar. Tudo fica mais lento: digestão, respiração, circulação. Incômodo total na barriga, isso não

é mal estar? Então, mau humor. Nosso intestino tem três fortes contrações por dia, ou seja, a cada oito horas deveríamos eliminar resíduos de nosso organismo bastando somente nos observarmos um pouco mais. Normalmente observamos a primeira do dia, que acontece pela manhã. O que leva nosso intestino a ficar preguiçoso?

Várias coisas:

Não ir ao banheiro quando se sente vontade. Aos poucos esse reflexo vai sendo inibido e aí não serão três vezes ao dia, mas três vezes por semana ou por mês...

Beber pouca água também dificulta o transporte dos resíduos pelo tubo intestinal, deixa nosso corpo ressecado e toda água que entra é sugada para hidratar outros tecidos, não sobrando nada para amolecer os resíduos que deveriam ser eliminados. Quando bebemos pouca água esses resíduos ficam mais compactos. E esses resíduos pesam, grudam e dilatam o tubo intestinal, favorecendo a prisão de ventre.

Poucas fibras na alimentação também dificultam o trabalho de esvaziamento dos intestinos. A função das fibras é facilitar a passagem do bolo fecal pelo intestino grosso e mantê-lo limpo. Sem fibras esse trabalho não acontece. Onde estão as fibras? Nos alimen-tos integrais, nas frutas e nas hortaliças.

Confira alguns cuidados básicos diários para evitar a prisão de ventre

do intestinoCuidando

Respeite o seu corpo, não reprima suas necessidades, vá ao banheiro quando precisar. Nada de deixar para depois o que se pode fazer agora.

Beba muita água, chá, suco. Pelo menos dois litros de água por dia. A água hidrata, dilui o bolo alimentar e acelera o metabolismo.

Coma muitas fibras (integrais, frutas e hortaliças) dia-riamente, em todas as refeições. Evite farinha branca, pão branco, arroz branco, biscoito de farinha branca. Os

alimentos refinados têm sua digestão incompleta e esses resíduos ficam grudados na parede do intestino, dificultando a absorção de nutrientes, gerando inflamações, obstruindo o tubo intestinal e provocando sérias doenças que podem evoluir para o câncer.

Com os intestinos limpos, você sente leveza, mais energia, seu metabolismo aumenta e conseqüentemente sua saúde melhora. Prisão de ventre reflete em nosso humor, beleza,

em nossa imunidade, energia, nosso sono, enfim, nos deixa mal. Observe mais o seu corpo e viva melhor.

Jacqueline A. de OliveiraNutricionista responsável pelo Spa Maria

Bonita, no Rio de Janeiro, especialista em reeducação alimentar e alimentação natural.

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Pelo que falei das causas, já dá para saber como se reverte esse problema:

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Q ue tal aproveitar a noite para, além de descansar, ficar mais bonita? Cosméticos e truques caseiros para serem aplicados antes de dormir são as dicas

para quem quer melhorar a aparência do rosto, do corpo, dos pés e aliviar desconfortos como o do inchaço das pernas.

Novinha em folhaHá quem diga que as rugas contam a história da vida e

tudo o mais, mas a verdade é que a grande maioria das mu-lheres não quer nenhuminha delas contando absolutamente nada. E para manter os sinais do tempo bem longe do rosto, as dicas são cremes anti-idade noturnos.Eles contêm em sua formulação ácidos que removem as células mortas e melho-ram o aspecto da pele ao amenizar os sinais de envelheci-mento e clarear manchas. A aplicação não é difícil: depois de lavar o rosto, é só aplicar o produto com as pontas dos de-dos, massageando em um movimento ascendente. Uma dica importante: nada de utilizar o produto durante o dia, pois eles contêm ácidos que deixam a pele mais sensível à luz do sol, e o resultado pode ser indesejadas manchas.

Pele de bebêUm bom hidratante é fundamental para quem quer man-

ter a pele do corpo inteiro lisinha. Então, antes de ir para cama, é só aplicar o produto favorito no corpo inteiro. O creme ideal vai do gosto de cada uma, é só escolher um es-pecífico para o tipo de pele e com um aroma agradável para ajudar a relaxar na hora de dormir.

Abra os olhos!Vamos combinar que lugar de urso panda é no zoológico.

Então, antes de dormir, nada melhor que uns truques para afastar as olheiras. As dicas aqui são duas. A primeira é uti-lizar um creme específico para a parte do rosto em questão e ir dormir tranqüila. A segunda é uma receitinha caseira: compressa de chá de camomila. É só preparar a mistura de três sachês de chá em 200 mililitros de água e pôr na ge-ladeira até esfriar bem. O próximo passo é embeber dois chumaços de algodão e colocar um em cada olho por dez minutos.

Pé de jacaréAgora que a temperatura permite sair por aí de sandálias,

não é nada difícil o calcanhar ficar parecendo ser feito de escamas. Uma esfoliação seguida da aplicação de um creme de alto teor hidratante ajuda a reparar o efeito pele de jaca-ré. Para potencializar o tratamento, é só dormir de meias, pois elas abafam os pés e agilizam a penetração do produto. A freqüência do procedimento vai da necessidade de cada uma: pode ser toda noite para os casos mais graves ou uma vez por semana para aquelas que só querem manter os pés de princesa.

Brilho noturnoOs cabelos também têm vez na rotina de tratamento.

São os leave-in noturnos, cremes para serem aplicados nos fios secos ou úmidos. Eles agem para recuperar o cabelo das agressões do dia-a-dia e prometem não manchar a fronha do travesseiro.

Sol da madrugadaQuer acordar com uma

cor digna de quem acabou de vir de um final de sema-na na praia? Pois se o clima de Londres não ajudar, não tem problema. É só aplicar um auto-bronzeador 20 minutos antes de dormir, afinal não tem nenhum gla-mour em depois lavar len-çóis e pijamas laranjas. Depois, é acordar com uma cor ma-ravilhosa e matar os branquelos londrinos de inveja.

Nada de efeito balão!A noite é perfeita para amenizar o inchaço das pernas.

Um truque da época da vovó é colocar no pé da cama listas telefônicas. Outro é deitar as pernas sobre três travesseiros – o que não é recomendado para as adeptas de chutes notur-nos. As dicas são simples, mas eficazes: a nova posição vai facilitar o fluxo da circulação sangüínea e, além de amenizar o inchaço, previne varizes.

Beleza noturnaAcordar mais bonita é possível. É só prestar atenção a algumas dicas de tratamentos para o período da noite

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H á pouco mais de um ano, a atriz Sienna Miller saiu na contramão das celebridades que ostentam bolsas de grifes caríssimas e passou a desfilar por aí com uma de

tecido ecologicamente responsável com os dizeres I’m not a plastic bag (eu não sou uma bolsa de plástico, na tradução li-vre), da estilista inglesa Anyas Hindmarchs. O acessório virou hit e foi copiado por toda Londres – até hoje, é difícil encon-trar um camelô que não ofereça alguma imitação do modelo. Não é só a bolsa de Sienna, no entanto, que prega o conceito de sustentabilidade por aí. De designers famosos a marcas po-pulares, preservar o verde está mais que na moda.

É o que faz a estilista Stella McCartney. Para começar, ela totalmente aboliu peles e couros de suas coleções e quem acha que as endinheiradas mundo afora deixaram de se interessar pela marca da filha de Paul McCartney está redon-damente enganado. Stella também criou uma linha de cos-méticos desenvolvidos totalmente de acordo com regras de preservação ambiental e que passam longe de ser testados em animais. A prática teve como pioneira a grife de produtos de beleza britânica The Body Shop, que tem uma loja em cada esquina a preços que não doem tanto no bolso.

Como Stella McCartney e Anyas Hindmarchs não cabem no orçamento de muita gente, o jeito é procurar opções mais acessíveis. E aqui entra o algodão orgânico, presente em criações de linhas especiais de cadeias de lojas como Ameri-can Apparel e H&M. Para quem quer entrar na onda verde, a dica é a Primark, onde uma camiseta ecologicamente respon-

sável sai por cerca de £ 6. O preço, um pouco mais caro que o das peças fabricadas da maneira tradicional, tem razão de ser. O algodão utilizado como matéria-prima é plantado sem agrotóxicos e tratado sem nenhum poluente até se tornar um tecido.

Estilo verdeA responsabilidade ambiental toma conta do mundo da moda

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A vida pode não es tar lá essas coisas para a l-guns, mas nada mais chato que ter a lguém o tempo inte iro repet indo frases e pensa-

mentos negat ivos por a í . Não só chato como fa l ta de educação, de acordo com a consul tora de moda e e t iqueta Cláudia Matarazzo, autora dos l ivros Vi-sual , uma Questão Pessoal e Negócios, Negócios, E t iqueta Faz Par te , a lém do s i te www.claudiama-tarazzo.com.br . E como f inesse é fundamenta l em qualquer s i tuação, a Real separou a lgumas dicas da especia l i s ta para ninguém deixar a e legância de lado.

Aquela pessoa que você não vê há anos – ou meses – parece envelhecida? Tudo bem que a in-tenção pode ser a de a judar, mas fazer comentár ios desse t ipo não leva a nada e pode, a lém de ofender a pessoa, levar a crer que você fa la i s so de qual-quer um.

Falar de fa lências ou f inanças a lheias em gera l deve ser evi tado. “É pura bisbi lhot ice . Fofoca que não leva a lugar a lgum”, ensina Cláudia . Outro tó-pico que f ica bem na l inha entre um comentár io s ingelo e a fofoca é o de divórcios e separações, a não ser que se ja a sua própria , já que é muito di f í -c i l não tomar par t ido de um dos envolvidos .

Doença é sempre um assunto desagradável e in-teressa apenas aos envolvidos, então nada de sa ir comentando por a í , pr incipa lmente em deta lhes .

Aquele conhecido foi t ra ído? Cuidado antes de passar a informação adiante . Tanto pode ser apenas boato como o casa l pode acabar vol tando às boas e a fama de fofoqueira va i ser toda sua no f ina l .

Tomou um drink a mais? Tudo bem, mas não precisa sa i r anunciando por a í . Pr imeiro porque, se es t iver bêbada mesmo, todo o bar já va i ter per-cebido e, se for só um pi lequinho sem maiores conseqüências , para que f icar espalhando aos qua-tro ventos?

Frases di tas com aquele ar penal izado e não ter-minadas, como “Fulano bebe demais , coi tado. . .” , ou “Pena que e le não se l ivra daquele problema das drogas . . .” entram na l i s ta das dese legantes .

Violência pode ser um assunto recorrente nas grandes c idades – e nem em Londres dá para es tar tota lmente seguro. Mas contar todos os mínimos deta lhes de um ato de violência é , segundo a es-pecia l i s ta , “ terror ismo e masoquismo desnecessá-r io”.

Fa lar , com ar de mis tér io, que “conhece muito bem” determinada pessoa deixa um ar de mis tér io no ambiente e dá margem às mais diversas inter-pretações . Expl ique de onde conhece e porque co-nhece bem para não ser mal-educado.

é chiqueFicar repetindo frases negativas por aí é sinal de deselegância

Bom humor

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Personalidades

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Gêmeos para Jolie e PittAs crianças mais aguardadas

do showbizz finalmente che-garam e acabaram com todo o mistério que cercou o casal Brad Pitt e Angelina Jolie nos últimos meses. Os gêmeos Vi-vienne Marcheline e Knox Leon nasceram no dia 12 no hospital La Fondation Lenval, em Nice, no sul da França, para onde o casal se mudou há alguns me-ses. Os dois nasceram de cesa-

riana: o menino primeiro e a menina um minuto depois. A família Jolie-Pitt, agora com seis crianças, por enquanto segue vivendo na propriedade anti-paparazzi comprada em terras francesas.

Topless em IbizaRonaldo e a noiva, a enge-

nheira Bia Anthony, foram foto-grafados em momentos de relax em Ibiza, na Espanha, durante um passeio de iate. Os dois ig-noraram os paparazzi que fazem plantão nas praias espanholas durante o verão e ficaram total-mente à vontade. Enquanto Bia, grávida de quatro meses, exibia, além da barriguinha, os seios em momentos de topless, o atacante

do Milan apareceu para as lentes dos fotógrafos fora de forma, com a barriga maior que a da noiva, e apareceu fumando um cigarro despreocupadamente.

Juventude no ninhoGlória Maria não revela a

idade nem sob tortura, mas os segredos para se manter jovem ela ensina numa boa. Aulas de ioga e pilates, mais caminhadas pela orla carioca e uma dieta com apenas 80 gramas de car-boidrato são alguns dos truques da jornalista para aparentar al-gumas décadas a menos das que apresenta na certidão de nasci-mento. Além de tomar cerca de

100 pílulas por dia para os mais diversos fins, ela não abre mão de incluir no cardápio uma sopa de ninho de passari-nho importada da Tailândia. A tal sopa milagrosa promete rejuvenescer.

Mês dos bebês estreladosO mês dos bebês famosos co-

meçou no dia 7 de julho. A atriz Nicole Kidman deu à luz em Nashville, nos Estados Unidos, a menininha Sunday Rose, do ca-samento com o cantor de música country Keith Urban. Nicole tem ainda dois filhos adotivos com o ator Tom Cruise. Já a modelo brasileira Camila Alves e o na-morado, o astro de Hollywood Matthew McConaughey, festeja-

ram a chegada de Levi no mês passado. O papai famoso já espera ansioso o dia em que o pequeno poderá acompanhá-lo em sessões de surf.

Guarda-roupa de gente grandeJennifer Lopez resolveu doar

para um leilão beneficente as peças de roupa que já não cabiam mais em seus gêmeos Max e Emme. A boa ação da cantora, no entanto, deixou muita gente boquiaberta. O motivo? As peças usadas pelos pequenos, na grande maioria de grife, pareciam novinhas em fo-lha. É que os fofos já estão apren-dendo um costume de muita gente grande. Com seis meses de vida, a

mamãe atriz-cantora-empresária jamais permite que os dois repi-tam um modelito por aí. Sorte da instituição que herdou a cole-ção novinha das peças em miniatura.

Pelada no MediterrâneoTudo bem que em pleno verão

europeu não faltam celebridades, jetsetters, membros da realeza e mais uma lista de gente fazendo topless em alguma praia do Medi-terrâneo. Pois a atriz Sienna Miller não apenas seguiu a moda da re-gião como não largou mais a ten-dência. Em temporada de “dolce far niente” com o novo affair – o ator Balthazar Getty – ela não quis saber da parte de cima do biquíni,

fosse num iate, na praia ou simplesmente na mesa de café da manhã. Ah, detalhe: o acompanhante de Sienna na temporada de topless é casado e pai de quatro filhos.

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Sienna Miller

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Encarar 24 horas num avião, atravessar literalmente meio mundo e gastar o equivalente ao preço de uma passagem para o Bra-sil... Certamente você pode enumerar diversas razões para não

considerar a Austrália como o seu destino de férias. Mas prepare-se porque, apesar de tudo isso, esta pode ser a sua melhor viagem dos últimos anos.

Quem mora em Londres já deve ter esbarrado com algum aus-traliano que vive por essas bandas. O que atrai boa parte desta turma para o Reino Unido é a experiência pessoal e profissional, mas se você perguntar se eles pensam em viver aqui por mais de dois, três anos, a resposta é quase unânime: “Não!”

E eles têm um ótimo motivo. O país, com menos de 400 anos de história (o primeiro registro de chegada ao continente data de 1642, com o holandês Abel Tasman), já faz parte do seleto grupo de países desenvolvidos, com alto padrão de vida e economia estável. Apesar de ser o sexto maior território do mundo (o Brasil ocupa a 5ª. posição), a população não chega a 20 milhões de habitantes, de acordo com o último Censo, ou seja, pouco mais de 10% do total de moradores do Brasil.

Sydney não é a capital do país, mas certamente é a cidade mais importante da Austrália, que foi proclamada como território inglês em 1770. A colonização do território começou em 1788, quando os ingleses decidiram explorar as terras distantes porque precisavam se ver livres de criminosos. A decisão foi povoar a nova colônia com assassinos e ladrões, que não tiveram outra saída a não ser se adaptar à nova região.

Modernidade Hoje pouco se pode perceber deste passado recente. A cidade

tem a região central cercada por arranha-céus, ocupados por grandes companhias locais e multinacionais. A “city”, como eles chamam, é provavelmente a região mais movimentada da cidade durante o dia, com milhares de homens de negócios circulando pelas ruas. A movi-mentação lembra a do centro financeiro em Londres, mas um olhar atento revela um detalhe: o clima mais descontraído. Isso se reflete nas roupas que eles usam e até na velocidade em que eles andam, provavelmente uma variável causada pelas temperaturas bem mais agradáveis.

E por falar em temperatura, S y d n e y congrega o coração financeiro australiano sem deixar de lado o estilo “relax” de

quem mora à beira-mar. Assim como o Rio de Janeiro, a cidade tem uma baía (chamada de harbour) e mar aberto, onde em 30 minutos de ônibus, o morador pode se afastar da rotina e relaxar em uma das praias da região.

A mais conhecida é Bondi. É lá, inclusive, que vive boa parte dos brasileiros que resolveram migrar para um local onde o clima é mais parecido com o do Brasil. Por lá, já existe a brincadeira de dizer que Bondi é como a praia de Copacabana. Comparações à parte, Bondi não é tão ampla como Copacabana e tem ondas mais agitadas, o que atrai muitos surfistas. E, sim, prestando um pouco de atenção, não será difícil encontrar alguns dos banhistas falando português.

Vida animalA Austrália não seria a Austrália sem cangurus, coalas e tantos

outros animais exóticos... Por isso, uma visita ao zoológico da cidade é quase que uma obrigação. A sensação é que você está embarcando em direção à ilha do filme Jurassic Park. Assim que o visitante chega de barco, é preciso pegar um teleférico que leva até o topo da ilha. O meio de transporte já é um espetáculo à parte, já que o visitante “sobrevoa” as jaulas de girafas, macacos e elefantes.

Certamente, uma das maiores atrações entre os estrangeiros são os cangurus, que podem ser vistos bem de perto. Mas para ver os coalas, famosos pelas longas horas de sono (de acordo com os veterinários, até 19 horas), você terá que ter muita sorte. Se entre os coalas falta animação, não se preocupe quanto às aves exóticas. Cada uma emite um som mais engraçado e alto do que a outra. Quase que uma disputa pela atenção do visitante.

Opera House A Opera House é um dos pontos turísticos que o visitante não

pode deixar de visitar. O prédio foi projetado em 1966 e ainda con-tinua a surpreender pelo ar moderno. Mais do que visitar o prédio, vale a pena estar atento aos espetáculos que são exibidos por lá. Nada

como voltar para casa dizendo que assistiu a um musical ou a uma peça num dos cartões postais de Sydney.

Outra visita obrigatória, pelo menos para as fotos, é a Harbour Bridge, que todos os anos serve de palco para a já tradicional queima de fogos da virada do ano em Sydney. Construí-

Viagem ao outro lado do mundo

Cidade mais importante da Austrália, Sydney mistura a modernidade de um grande

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Viagem ao outro lado do mundo

Dicas de viagem

Como chegarVárias companhias aéreas fazem o trajeto Londres – Sydney. Entre elas, British Airways, Qantas e Emirates. Além de pesquisar no site das com-panhias, a dica é ver ofertas em sites especializados, como o expedia.com.

HospedagemA cidade é repleta de hotéis, pousadas e albergues. Então, a melhor dica é pesquisar na internet antes de viajar. Um dos sites para se conse-guir boas tarifas é o: www.cheaperthanhotels.com.au/Australia/SydneyAs diárias custam cerca de 35 dólares australianos, o equivalente a £18.

Onde comerSydney tem centenas de cafés, restaurantes e pubs. Se você optar por um sanduíche, não vai se arrepender. Todos são bem saborosos. E não estranhe se encontrar uma fatia de beterraba no seu hambúrguer. Essa é a receita local. Outra dica é provar as famosas “pies”, as tortas de carne ou de frango. Uma torta na estação de barcos de Circular Quay custa apenas 3 dólares australianos (£1,50). Saladas, sucos e comida asiática também são boas opções.

Transporte Ao contrário de Londres, em Sydney ainda não existe o esquema de cartão magnético para o transporte. Então, a dica é comprar passes de ônibus de 10 unidades, onde você ganha desconto. A passagem indivi-dual custa cerca de 3 dólares australianos. O preço para passagem de trem/metrô é calculado de acordo com a distância percorrida.

Melhor época para irComo no verão as passagens aéreas são mais caras, não pense duas vezes em conhecer Sydney no inverno. Mas se prepare para enfrentar al-guns dias nublados e temperaturas amenas (na casa dos 14ºC) durante a noite. Mas num belo dia de sol, a temperatura pode chegar a 25ºC, perfeito para explorar a cidade sem se incomodar com o calor.

Boa viagem!

da em 1932, a ponte tem cerca de um quilômetro de extensão e liga o centro ao norte da cidade. A Harbour Bridge também virou ponto de encontro da turma mais radical que quer escalar a estrutura da ponte. Uma aventura a 139 metros acima das pistas, com um visual de arrepiar!

E mais do que correr atrás do que fazer ou seguir guias de turis-mo, quem chega a Sydney vai perceber que a cidade tem seu próprio ritmo. Se o tempo está nublado, tomar um café pode ser um progra-mão à tarde, seja num dos tantos espaços culturais, numa livraria da região de Paddington ou no bar da esquina. Se está muito calor, relaxe na beira da praia, nade no Icebergs, um dos clubes mais famosos da

cidade, ou simplesmente tome um refresco ou uma cerveja nas cente-nas de pubs espalhados pela cidade.

Quem sai da Inglaterra vai se sentir meio em casa: o idioma é o mesmo e por lá eles também dirigem no lado direito da pista. Por outro lado, você também vai se sentir como se estivesse no Brasil, num clima mais descontraído... E por isso tudo, a parte mais difícil é voltar: não pelo preço da passagem, por ter que atravessar meio mundo ou por passar 24 horas dentro avião. O difícil é deixar esse paraíso para trás.

Rafael Pieroni

centro financeiro com a vida relaxada de um paraíso à beira-mar

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A euforia da garotada com média de idade entre 3 e 13 anos co-meça antes mesmo da passagem pelos portões de entrada do Legoland Windsor. É que já do lado de fora, elas têm uma pe-

quena amostra da aventura que vão embarcar, ao se depararem com bonecos coloridos e placas gigantescas de “Welcome”, montadas com brinquedos Lego. O chamariz para ativar a adrenalina infantil, sem dúvida, funciona bem, mas nada se compara à alegria estampada nos pequenos rostos, quando eles entram e se deparam com 150 hectares de pura diversão no parque que é o quarto do grupo Legoland no mundo. Dos outros três, um fica na Dinamarca, um na Alemanha e outro nos Estados Unidos.

Até mesmo os adultos não conseguem deixar de se empolgar com os shows ao vivo, os 50 brinquedos interativos e as várias esculturas feitas de Lego que o local tem para mostrar. A visão panorâmica que dali se tem do Castelo de Windsor e do Estádio de Wembley é um outro fator que contribui para que o passeio seja incluído em sua lista de lugares interessantes a serem visitados. Para completar a beleza do local, 12 profissionais da área de jardinagem são responsáveis pelo cuidado e preservação das árvores – algumas com mais de 300 anos – e pelo projeto e manutenção dos lindos jardins que circulam o parque.

Aprender brincandoDesde que a primeira pecinha do brinquedo Lego foi inventada,

em 1949, a imagem do produto vem sendo associada ao benefício educacional que traz às crianças, por encorajá-las a usar a criatividade e a aprender enquanto brincam. Foi baseando-se nisso que o Legoland Windsor, ano após ano, tenta reforçar a imagem de ser um parque te-mático vibrante e que ao mesmo tempo leva seus visitantes a viajarem numa aventura educativa intensa.

Para tanto, conta com vários programas de aprendizado, dirigidos especialmente a crianças de 5 a 13 anos que têm a oportunidade de participar de oito workshops, com duração de 45 minutos cada um, voltados a abordar temas variados sobre design, ciência e informação tecnológica, entre outros. Com tanta coisa interessante para apren-der, o estabelecimento recebe a visita de muitos grupos escolares. Só em 2007, mais de 17 mil alunos participaram de 800 programas de aprendizado oferecidos por ele e neste mesmo ano, o parque recebeu o prêmio de Melhor Atração para Crianças do Reino Unido.

Programando a aventuraComo as atrações interativas também são responsáveis por atrair

um grande filão de público ao local, as filas de espera para andar em alguns brinquedos podem ser bastante longas. Sendo assim, é bom programar bem como gastar o tempo por lá, para não perder nenhum detalhe importante. Uma boa opção é ficar atento ao mapa do parque entregue na bilheteria. Com ele em mãos dá para se ter uma visão

Diversão garantida para crianças e adultos, o Legoland Windsor é uma das atrações mais famosas do Reino Unido

Passeio no reino da brincadeira

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Preços dos bilhetesCrianças e idosos (bilhete para um dia) - £26Adultos (bilhete para um dia) - £34Passe anual a partir de £36Passe anual Merlin (dá acesso a outras atrações no Reino Unido) £110 Entrada gratuita para crianças menores de 3 anos

Como chegar láHá trens que saem de Paddington para Windsor e Eton Central, via Slou-gh. Outra alternativa é pegar o trem em London Waterloo para Windsor e Eton Riverside.Há ônibus também que vão até lá com saída da estação de Victo-ria. O nome da empresa é Green Line e o telefone para contato é 0870 608 7261Outras informações basta acessar www.LEGOLAND.co.uk

completa do lugar e tudo que se pode ser visto.Uma outra dica é explorar o local em cima dos trilhos. Basta viajar

no trenzinho que corta o parque e faz algumas paradas estratégicas perto dos brinquedos que são mais procurados pela garotada. Fazer o caminho de volta com ele, parando num dos 11 restaurantes e quios-ques de comida espalhados pela área, depois de um dia repleto de folia, também é uma opção de dar água na boca.

Embarcando na aventuraHá 12 anos, quando o Legoland Windsor foi inaugurado, fo-

ram utilizados 6 milhões de pecinhas Lego para montar as esculturas existentes no parque. Hoje esse número cresceu para 55 milhões. A grande concentração do brinquedo multicolorido está localizada na “Miniland”, área que fica no coração do parque e uma das favoritas do público. Ali foram utilizadas 40 milhões de pecinhas para repro-duzir cenários nos mínimos detalhes de cidades da Europa e Estados Unidos. Londres, como não poderia deixar de ser, está retratada com réplicas fiéis de famosos prédios e atrações turísticas, como a London Eye e o Big Ben.

Outro grande sucesso de bilheteria é o “Land of the Vikings”. Com uma nova área, o projeto faz parte de uma das sete novas atra-ções que foram abertas ao público em março desse ano. Somente ali foram gastos 7 milhões de libras no que já vem sendo considerada a sensação do momento no parque. Para quem não tem medo de se molhar e adora rodopiar em cima de um rio cheio de correntezas, esta é, sem dúvida, uma boa pedida.

Já para os que gostam de adrenalina, as montanhas-russas “Jungle Coster” e “Wild Woods”, com velocidades de 60 km/h, prometem arrancar gritos e suspiros da garotada.

E para completar o dia, que tal um jogo de mini-golf entre ami-gos e familiares? O Mole-in-One, cercado de animais montados com Lego, tem o cenário perfeito para uma disputa acirrada e divertida.

Bete Kiskissian

Serviço

Passeio no reino da brincadeira

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Motores por Devaldo Gilini Júnior

Muita gente – principalmente aqueles ligados ao esporte – costuma dizer que “em time que está ganhando,

não se mexe”. Mas a realidade é bem diferen-te. Em tempos de mudanças rápidas, tecnolo-gias que se renovam em minutos, é impor-tante realizar modificações, mesmo que seja em um automóvel que há 21 anos é o mais

vendido do Brasil.Pensando assim, o pessoal da Volkswagen

resolveu incorporar ao Novo Gol elementos de design da primeira geração e ainda reviver as lanternas traseiras quadradas que marca-ram o início da convivência do carro com o seu público fiel.

O Novo Gol é robusto, seguro e versátil. Mas está somando a isso um novo design mo-derno e arrojado, mais espaço interno, novos e sofisticados detalhes de acabamento, uma nova plataforma, novos motor e câmbio, e muita tecnologia.

O Novo Gol está disponível, com quatro portas, nas versões 1.0 e 1.6, ambas com a opção do módulo Trend, um pacote de equi-pamentos que destaca ainda mais o design do carro, e 1.6 Power.

O lançamento mais aguardado do mer-cado nos últimos (muitos) anos chega com os novos motores VHT (Volkswagen High

Torque) 1.0 Total Flex e 1.6 Total Flex, da fa-mília EA111, instalados na posição transver-sal, que proporcionam melhor desempenho e consumo reduzido de combustível, e ainda menor nível de emissões.

Combinados ao câmbio MQ 200, o mes-mo que equipa o Polo, a excepcional rigidez torcional da carroceria e o perfeito equilíbrio

dinâmico da nova plataforma (derivada do Polo, com suspensão dianteira e coluna de direção ainda mais modernas) conferem ao Novo Gol excelente dirigibilidade.

Com a nova posição do motor, transver-sal, a carroceria pôde ser encurtada em 32 mm. Mais largo (5 mm) e mais alto (37 mm) por fora, o modelo oferece maior espaço in-terno para os ocupantes. Seu acabamento in-terno é cuidadoso, com ajustes perfeitos.

Diversas tecnologias combinadas eleva-ram o conforto acústico do veículo, tornando a rodagem suave como a de automóveis de segmentos superiores.

Baixo custo O Novo Gol foi projetado com a preo-

cupação de se manter o baixo custo de ma-nutenção e de reparo em caso de colisão. A frente do carro pode ser substituída, bastan-do soltar os parafusos que a fixam. O número

do chassi vem marcado no assoalho diantei-ro, com fácil acesso.

Dotado de imobilizador Immo 4, o mais moderno do mercado, e fechaduras das por-tas encapsuladas e protegidas, a expectativa é de que os custos do seguro do Novo Gol sejam extremamente atraentes. Ainda no quesito segurança, o modelo oferece duplo airbag frontal e freios ABS como opcionais para todas as versões.

Em seu desenvolvimento, que durou um total de 3,5 anos (desde os primeiros “ske-tches” até o início de sua produção na linha de montagem), o Novo Gol rodou 2 milhões de quilômetros, em testes de durabilidade e qualidade, enfrentando condições extremas como o calor de 51°C do deserto africano e o frio de 28°C negativos do Ártico. As ro-dagens foram realizadas na América do Sul, América do Norte, Europa e África.

O Novo Gol é produzido nas fábricas de Taubaté e São Bernardo do Campo, em São Paulo, que juntas receberam mais de 500 ro-bôs e diversos equipamentos de última ge-ração para suas linhas de montagem. Dentre eles, o destaque é o Sistema Framer, que faz o fechamento da carroceria com precisão de 2 décimos de milímetro. É o mesmo me-canismo usado na fabricação dos modelos Audi, na Alemanha, patenteado pelo Grupo Volkswagen.

Além de atender ao mercado brasileiro, o Novo Gol será exportado, principalmente para a América Latina. O Gol, que ultrapassou a marca de 5 milhões de unidades produzidas desde o lançamento em 1980, está presente hoje em mais de 50 países, com 800 mil uni-dades embarcadas.

No Novo Gol foram investidos R$ 1,2 bilhão em pesquisa e desenvolvimento, si-mulação virtual, ensaios destrutivos, testes de durabilidade, novas máquinas e sistemas de produção, e treinamento de pessoal. Sem dúvida, o carro que está sendo lançado pela Volkswagen do Brasil pode, orgulhosamente, ser chamado de sucessor do seu modelo de maior aceitação até hoje no país. Desenvolvi-do no Brasil, por brasileiros, esse carro mere-ce o nome que carrega: ele é o Novo Gol.

Devaldo Gilini JúniorEditor do Blog http://sportcarsnaweb.

blogspot.com e da RICTV-Record. [email protected]

Chegou o novo GolAutomóvel mais vendido no Brasil ganha novo design moderno e arrojado, mais espaço interno, novos motor e câmbio, e muita tecnologia

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O iPhone 3G foi lançado no dia 11 de julho em 22 países e provocou uma corrida de consumidores às

lojas de telefones. Em apenas três dias, a Apple confirmou a venda de 1 milhão de aparelhos. Segundo a empresa, a primei-ra versão do aparelho demorou 74 dias para atingir essa marca. O preço oficial do iPhone 3G é de US$ 199 na versão com 8 Gbytes e US$ US$ 299 para 16 Gbytes, nos Estados Unidos.

Em uma tentativa de diminuir o desblo-queio ilegal, a Apple anunciou que vai co-brar US$ 400 a mais dos consumidores nos Estados Unidos que quiserem comprar um iPhone 3G, sem ficar preso a um contrato com a AT&T. Na primeira versão do apare-lho, os consumidores tinham de firmar um contrato de dois anos com a operadora, o que irritou muitos usuários.

A expectativa da Apple é alcançar mais consumidores com o iPhone 3G - que será vendido em 70 países - do que com a ver-

são original lançada no ano passado. Em parte, isso ocorre porque a empresa aban-donou a política de exigir que as operado-ras revertessem a ela uma parte das receitas geradas com as ligações.

Vantagens O sistema 3G, agora adotado pelo iPho-

ne, permite anexar um determinado arquivo de e-mail em cinco segundos, enquanto o Edge, tecnologia existente na versão original do iPhone, faz o mesmo trabalho em 18 se-gundos. Segundo a Apple, o acesso à internet no iPhone 3G é 36% mais rápido que outros telefones com a tecnologia de internet rápi-da, como o Nokia N95 e o Treo 750.

O aparelho também tem sistema de na-vegação por GPS. Segundo a Apple, a bate-ria do novo iPhone tem autonomia de dez horas de conversação em uma rede 2G e de cinco horas utilizando o sistema 3G e entre cinco e seis horas de navegação na internet. O iPhone 3G reproduz músicas de maneira

similar ao iPod e tem uma câmera fotográ-fica de 2.0 megapixels.

Em LondresProblemas com software marcaram o

lançamento do iPhone 3G na principal loja da Apple em Londres, onde os compradores tiveram dificuldade para ativar o telefone. A Apple tem um acordo de exclusividade com a O2 no Reino Unido, mas a operado-ra usa um sistema de ativação que exige o navegador Internet Explorer, da Microsoft. Resultado: o sistema não funcionava com o Safari, que vem embarcado no iPhone.

Para resolver o problema, a Apple ins-talou o software de virtualização VMware Fusion em alguns dos computadores Ma-cintosh da sua loja na Regente Street, para que eles rodassem o Internet Explorer, mas a ativação ainda não funcionava. O proble-ma, no entanto, não era com o navegador e sim com os sistemas de processamento da O2, que não agüentaram a demanda.

Brasileiros anunciaram ter conseguido desbloquear totalmente o iPhone 3G,

permitindo o uso do aparelho para ligações e funções como o GPS. Segundo eles, trata-se do primeiro grupo a conseguir o desblo-queio total do celular. Breno MacMasi, sócio da empresa que fez o desbloqueio, mostra, em vídeo na internet, que o aparelho fun-ciona normalmente, com o uso de um chip 3G. Ele reconhece, entretanto, que ainda há problemas a resolver, como a qualidade da conexão, que oscila bastante.

Para fazer o aparelho funcionar sem utili-zar a rede de uma operadora autorizada pela Apple, o grupo fez alterações no software do celular, o iPhone 2.0, e também no hardwa-re do aparelho. O grupo pretende cobrar de R$ 400 a R$ 600 para fazer o serviço.

MacMasi admite que o desbloqueio pode ser anulado por uma atualização feita pela Apple. “A Apple cometeu erros graves,

então, com certeza, conseguiremos outra brecha. Vai virar uma briga de gato e rato”, afirma. MacMasi conta que o celular foi con-seguido por meio de amigos que moram nos Estados Unidos, uma vez que o aparelho só deve começar a ser vendido no Brasil em agosto ou setembro.

Apple anuncia venda de 1 milhão de aparelhos em apenas três dias

A febre do iPhone 3G

Brasileiros desbloqueiam o aparelho

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A febre do iPhone 3G

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No primeiro desafio à frente de seu novo clube, o Chelsea, o técnico Luiz Felipe Scolari mostrou aos ingleses do que é capaz. A estréia sob os holofotes britânicos não foi em campo, já que

o Campeonato Inglês só começa no dia 17 de agosto, mas em sua primeira coletiva de imprensa como treinador dos Blues, no dia 8 de julho, no Hotel Hilton, em Cobham, 20 milhas a sudoeste de Lon-dres. Com personalidade, Felipão surpreendeu os críticos jornalistas da terra respondendo às perguntas em inglês. Nem a pouca fluência no idioma impediu que Scolari, com sua conhecida irreverência, ar-rancasse gargalhadas dos profissionais que lotaram um dos salões do hotel, que fica próximo ao centro de treinamento do time.

Num dos pontos altos da coletiva, acompanhada pela Real, um jornalista inglês lembrou da célebre frase do ex-técnico do Chelsea, o português José Mourinho, que se definiu como “special one” (“o especial”) quando assumiu a equipe celeste londrina. “E você Scola-ri, também é especial?”, indagou o repórter. Sem titubear, Felipão soltou um sonoro “sim”, para, segundos depois, em meio às risadas dos presentes, continuar “não, desculpe, eu sou especial para meus amigos, para minha família, para o meu país, nada mais.” “E como técnico?”, replicou o jornalista. “As a manager, so so” (“Como técni-co, mais ou menos”, em tradução livre), brincou Scolari, para novo deleite da platéia.

E foi assim, com seu jeitão direto e irreverente, que Felipão foi conquistando os seus primeiros pontos em solo inglês. Tamanha ha-bilidade em conduzir sua primeira entrevista pública como técnico de um dos times mais ricos do mundo só pode ser comparada à mo-déstia ao comentar o seu conhecimento da língua inglesa. “Eu tenta-rei falar em inglês, desculpe, mas eu tentarei”, foi sua primeira fala na entrevista. Mais adiante, quando perguntado sobre como vai lidar com a pressão em dirigir o Chelsea, reconheceu: “A pressão até agora eu não sei, a única pressão para mim até agora é falar inglês. Em um ou dois meses, eu tentarei falar melhor.”

Mesmo reconhecendo os seus limites na língua de David Be-ckham, o técnico pentacampeão do mundo fez questão de frisar que isso não será empecilho para que ele desenvolva o seu trabalho no

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Esportes

E a Inglaterra conheceu

Felipão...

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Em sua primeira coletiva de imprensa

como técnico do Chelsea, Luiz Felipe

Scolari falou inglês, contou seus planos

à frente dos Blues e fez os jornalistas

darem boas gargalhadas

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Chelsea. “Quando tu olha no olho do atleta, quando tem amizade, quando tu mostra isso e exprime essa amizade, de alguma forma tu te comunica. O futebol é muitas vezes mais a comunicação sem falar muito bem a língua. É um pouco mais difícil, mas acho que vou con-seguir normalmente, porque já nesses três dias aqui tenho visto um ambiente muito legal.”

Pressão por títulosNem a óbvia cobrança por títulos vivida por um clube que foi vi-

ce-campeão em três competições na temporada passada (Carling Cup, Campeonato Inglês e Copa dos Campeões da Europa) assusta o brasileiro. “A pressão da mídia é no mundo inteiro. Se você for técni-co no Brasil, você sabe o que é pressão. Eu acho que todos os técnicos no mundo têm que vencer uma, duas, três ou quatro competições. Eu agora sou técnico de um dos maiores times do mundo e é claro que eu preciso vencer”, enfatizou.

Para acabar com a seca de títulos do Chelsea, Felipão tem a fórmula. “Eu penso que nós devemos valorizar todas as competições, Carling Cup, FA Cup, Premier League e Champions League. E depois vamos seguindo caminho para ver se ganhamos o maior número pos-sível. Eu não vou priorizar nenhuma em especial.”

E para aqueles que esperam que o cartão de visitas do Chelsea seja o futebol-arte, já que agora a equipe é comandada por um brasileiro, Felipão deu o seu recado. “Se for possível nós tentaremos jogar um futebol bonito, mas de vez em quando, se você precisa vencer alguns jogos e não jogar bonito, é preciso encontrar um caminho para che-gar às finais. É claro que eu quero os dois, ganhar e jogar bonito. De vez em quando é impossível, mas se a gente chegar à final, ótimo.”

Por diversas vezes, Scolari foi questionado sobre se o fato de ter dirigido apenas seleções nos últimos anos não comprometeria o seu trabalho à frente de um clube. Para o treinador, não. “Eu acho que não será muito difícil para mim porque fui técnico em clubes no Bra-sil, Arábia Saudita, Kwait e Japão. Não é muito diferente. Nas seleções você recebe os jogadores três dias por mês e nos clubes você trabalha diariamente com os jogadores, você os conhece melhor do que na seleção.”

E será que dirigir o Chelsea é mais difícil do que ser técnico do Brasil? “Hoje é mais difícil dirigir o Brasil, porque estamos em má si-tuação e o Chelsea está numa boa situação, eu cheguei aqui no come-ço da temporada”, salientou o treinador, se referindo ao conturbado período por qual passa a seleção brasileira, que vem capengando nas Eliminatórias para a Copa de 2010 sob o comando de Dunga.

Mudanças no time Com a janela de negociações aberta até o dia 31 de agosto, o

mercado europeu anda agitado e é claro que o Chelsea, do bilionário russo Roman Abramovich, vai reforçar o seu milionário elenco. Nem assim Scolari abriu o jogo sobre quem espera ver se apresentando nos próximos dias em Stamford Bridge, casa do Chelsea no oeste de Londres. “Agora é o tempo de especulações: Kaká, Ambrósio, Pedro e Paulo...”, ironizou. E entre as dezenas de especulações diárias na mídia inglesa, Robinho e Kaká são dois alvos potenciais do clube.

De certeza, até o final de julho, somente a chegada do meia bra-sileiro naturalizado português, Deco, velho conhecido de Felipão na seleção portuguesa. Frank Lampard tem sido assediado pela Inter de Milão, agora dirigida pelo “special one” José Mourinho, mas já se mostrou disposto a cumprir o seu último ano de contrato com o Chelsea. Já o atacante Drogba é uma incógnita. Se recuperando de uma contusão, o goleador da Costa do Marfim não participou da pré-temporada que o clube fez na Ásia. Barcelona e Milan teriam interesse no jogador.

Se depender de Felipão, porém, ele fica. “Eu conto com ele 100%, 200%. Na última temporada ou dois anos atrás, eu votei nele como um dos melhores jogadores do mundo e acho que dois ou três anos atrás, eu escolhi John Terry. Agora eles estão comigo e estou feliz”, disse o treinador, confirmando que Terry continuará usando a braça-deira de capitão.

A verdade é que, independente de quem chega ou sai, a linha de trabalho de Felipão não vai fugir àquela com a qual ele se destacou quando dirigiu Grêmio, Palmeiras e seleção brasileira. “Eu sou um técnico que respeita meus jogadores, eu gosto dos meus jogadores

como minha família. Eu dou aos meus jogadores tudo o que eles precisam e eu exijo respeito a mim, ao meu staff e ao grupo. Eu quero dedicação e espero que os jogadores venham treinar ou jogar felizes.”

Recado dado, resta agora esperar pela performance do “novo Chelsea” sob a batuta de Felipão. Depois dos amistosos na Ásia e de um torneio na Rússia, entre o final de julho e o começo de agosto, a estréia oficial do técnico será no dia 17, contra o Portsmouth, na abertura do Campeonato Inglês, em Londres. Se Scolari vai manter a trajetória de sucessos de sua carreira no comando dos Blues, só o tempo dirá. A certeza é que, fora das quatro linhas, com seu carisma, suas caras e bocas, o show está garantido.

Régis QuerinoFotos: Rafael Reina

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Vôlei fora do pódio na LigaA Liga Mundial 2008 chegou ao fim

no final de julho com um sabor amargo para a seleção brasileira de vôlei mascu-lino. Em pleno Maracanãzinho, a equipe ficou fora do pódio, algo que não acon-tecia desde 1998. Com a derrota para a Rússia no duelo que valia o terceiro lu-gar, o time obteve o pior desempenho da Era Bernardinho. O técnico assumiu a seleção em 2001. Desde então, foram 21

títulos e quatro vice-campeonatos. Com duas derrotas na fase intercontinental da Liga, para França e

Sérvia, o Brasil chegou às finais como favorito. Após colocar os reser-vas na maior parte dos jogos para dar ritmo à seleção, Bernardinho pôde, enfim, contar com seu time titular completo para buscar o oc-tacampeonato. No entanto, após perder para os Estados Unidos nas semifinais, a equipe deixou o bronze escapar diante da Rússia.

Chelsea: fortuna por KakáO Chelsea, time do técnico brasi-

leiro Luiz Felipe Scolari, formalizou uma proposta para contratar o meia-atacante Kaká. O clube ofereceu € 100 milhões (o equivalente a R$ 252,3 milhões) ao Milan para contar com o futebol do melhor jogador do mundo. Se concretizada, será a transação mais cara da história do futebol. Durante a última semana de julho, um represen-

tante de Kaká esteve em Londres para conversar com dirigentes do Chelsea e tomar conhecimento do interesse.

Até então, o jogador mais caro do mundo foi o francês Zinedine Zi-dane, quando o Real Madrid pagou € 65 milhões para o Juventus. Kaká tem contrato com o time milanês até 2012. No ano passado, o Real Madrid chegou a acenar com € 90 milhões. Agora, a boa relação com o técnico Felipão pode facilitar a ida do craque da Itália para a Inglaterra.

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Por Tonico Sanches

amigo leitor e torcedor nem imagina o que está acontecendo no Campeonato Brasileiro deste ano. Esta edição tem tudo para ser a melhor da fórmula de pontos corridos e, quem sabe,

uma das melhores de toda sua história. A diferença entre o primeiro e o quinto colocado até a 13ª rodada era de apenas três pontos, ou seja, uma única vitória. Porém, a tabela ainda mostra times interessantíssi-mos, que ainda podem chegar às primeiras posições no decorrer do campeonato.

Por enquanto, os principais favoritos estão no eixo Rio-São Pau-lo-Minas. Grande líder nas primeiras rodadas, o Flamengo foi caindo de produção mas ainda mostra uma equipe de ponta e que se projeta como, pelo menos, favorito a uma vaga na Libertadores.

O Cruzeiro peca apenas na experiência. Tem um time ofensivo e com diversos jovens valores. Nesse Brasileirão, o Cruzeiro também mostrou a força de jogar em casa. No Mineirão, a equipe de Adíl-son Batista venceu jogos em momentos importantíssimos, como no início do campeonato contra o Santos e o clássico regional contra o Atlético-MG.

No estado de São Paulo, mais uma vez o São Paulo e, agora, o Palmeiras são os nomes do momento. O tricolor surpreende por mos-trar, a cada rodada que passa, o seu potencial em campeonatos de pontos corridos. Já o Palmeiras, além de um elenco forte, conta com o perfil vitorioso do técnico Vanderlei Luxemburgo. O time de Palestra Itália, contudo, parece necessitar de alguns ajustes, principalmente, em relação ao comportamento de seus jogadores. Exemplo: o atacante Kleber, que até o fechamento desta edição já havia sido expulso em três oportunidades neste campeonato.

Um pouco atrás dessas equipes podem ser colocados dois times

do Rio Grande do Sul: Grêmio e Internacional, o primeiro com um pouco mais de destaque.

As decepções até o momento são duas: o atual campeão da Copa do Brasil, o Sport de Recife, e o Santos. O time do Sport parece que parou de jogar futebol desde a vitória contra o Corinthians na final da competição nacional, em junho. Atuações pífias de seus jogadores contribuem para este quadro. Até mesmo a Ilha do Retiro parece ter perdido sua força.

Já o Santos tem um campeonato muito complicado pela frente. A equipe não vem jogando bem e quando apresenta um bom futebol, parece não estar com sorte. O técnico Cuca tenta resolver os diversos problemas da equipe, mas pelo o que foi apresentado até o momento, o Santos vai precisar mostrar muita raça e, principalmente, estar com a sorte ao seu lado.

Com tantos times bem colocados e outras equipes precisando de melhores resultados para se recuperar, este Campeonato Brasileiro apresenta um diferencial: tem sempre ótimos jogos (veja bem, no plural) para o torcedor, todas as rodadas.

As curtas do mundo esportivo

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Com uma delegação recorde na história do país em Jogos Olím-picos, o Brasil vai tentar conquistar o seu melhor resultado na maior competição esportiva mundial a partir do dia 8, quando

começam as Olimpíadas de Pequim, na China. No total, o Comitê Olímpico Brasileiro (COB) inscreveu 277 atletas que vão defender o país em 32 modalidades. O desafio dos brasileiros será superar a performance conquistada há quatro anos, em Atenas, quando o Brasil ganhou 10 medalhas (cinco ouros, duas pratas e três bronzes).

A delegação brasileira em Pequim contará com 132 mulheres e 145 homens. Nos Jogos de Atenas, em 2004, edição que detinha o recorde de participação brasileira até então, o Brasil competiu com 247 atletas, sendo 122 mulheres e 125 homens, em 28 modalidades diferentes.

“Esta delegação teve a melhor preparação da história das parti-cipações brasileiras e, por isso, antes mesmo dos Jogos começarem, já chegamos aqui batendo vários recordes”, disse o Chefe da Missão Brasileira, Marcus Vinicius Freire, ao fazer a inscrição oficial da equi-pe em Pequim, no mês passado.

Com atletas considerados favoritos em dez modalidades (vôlei masculino e feminino, vôlei de praia masculino e feminino, judô, ginástica artística, vela, futebol, hipismo e atletismo), e outros com chances de atingir ao menos as finais olímpicas, como taekwondo e natação, o país busca chegar entre os 15 primeiros colocados no qua-dro geral de medalhas. O melhor resultado do Brasil na história dos Jogos Olímpicos também foi conquistado em Atenas-2004, quando o país terminou a competição em 16º lugar.

O ex-jogador de vôlei Bernard, medalhista olímpico em 1984, sa-lientou a importância de disputar as Olimpíadas numa vídeo-con-ferência com os atletas, realizada pelo COB em julho. “Fui à minha primeira olimpíada com 17 anos. Sei que lá parece uma Disneylândia. São muitas as tentações. Há muitas celebridades, há muita festa. E quem vai pela primeira vez fica deslumbrado. Já fui calouro, sei como é. Mas peço que não percam o foco e a concentração. Caso contrário, vocês vão se arrepender depois”, disse Bernard.

O velejador Robert Scheidt será o porta-bandeira do Brasil na ceri-mônia de abertura das Olimpíadas de Pequim. Na classe Laser, Scheidt conquistou o ouro em Atenas e em Atlanta-1996, e ficou com a prata em Sydney-2000. Em Pequim, ele competirá na classe Star, ao lado de Bruno Prada.

PARAOLÍMPICOSO Brasil também terá o recorde de atletas na edição dos Jogos Pa-

raolímpicos de Pequim, em setembro, com 187 inscritos em 17 mo-dalidades. Com essa equipe, o Comitê Paraolímpico Brasileiro (CPB) espera que o Brasil quebre seu recorde de medalhas na Paraolimpía-da, superando a performance dos Jogos de Atenas, em 2004, quando conseguiu 14 de ouro, 12 de prata e 7 de bronze.

Meta da maior delegação brasileira da história é superar desempenho de Atenas

Brasilbusca recorde

em Pequim

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Diversos

Pizzas Vegetarianas

Rendimento: 2 pizzas

Ingredientes:

Modo de preparo:

• 700 gramas de farinha• 70 gramas de levedura• 2 colheres de óleo• 1 colher de sal• 1 xícara de água morna• 2 cebolas• 300 gramas de queijo dutch• 200 gramas de tomate• 2 cebolinhas• Manjericão• 150 gramas de cogumelos• Uma colher de sal

Colocar a farinha na forma de modo que se forme uma parede circular, deixando um círculo aberto no meio, salgar e fazer um buraco no meio da parede para verter líquidos. Numa xí-cara, dissolver a levedura com 100 ml de água morna e misturar na farinha. Juntar óleo e amassar até a massa fi-car homogênea. Deixar crescer a mas-sa durante uma hora até duplicar o tamanho.

Dividir a massa em duas e estirar

cada uma (sobre uma forma polvilhada de farinha) até um diâmetro de 30 cm. Fritar as cebolinhas picadas com os co-gumelos e junto com metade do queijo fazer uma pizza. Para a segunda, cozi-nhar os tomates com uma cebola pica-da, sal e óleo até virar molho. Pintar a massa, ralar queijo e decorar com fatias de tomate e a manjericão. Cozinhar em forno médio/forte durante 10 minutos.

Bom apetite!

 Nome: Cláudia Fernandes LopesIdade: 41 anosLocal de origem:  Presidente Prudente (SP)

Por que você resolveu vir morar em Londres?

Sempre sonhei em vir para Londres, desde menina. Depois da faculdade arranjei emprego e fui ficando no Brasil. Tinha vontade, mas não tinha coragem suficiente para largar minha vida lá. Até o dia em que olhei ao meu redor, pros colegas de trabalho na empresa que já estava há 10 anos, e tive a sensação de que o mundo andava rápido e que nós estávamos todos lá parados, envelhecendo juntos. Tive uma crise existencial  e resolvi vir pra Europa. Foi a melhor crise que  já tive na vida.

Há quanto tempo você está aqui?Há cinco anos. Antes fiquei dois anos em Lisboa, Portugal, tirando meu passaporte português.

Como foi a primeira reação ao chegar? O que você mais estranhou?Logo de cara eu adorei tudo, a arquitetura e os prédios antigos. O mais estranho era a diversidade cultural. Encontrar gente de vários países no mesmo local era diferente. Agora já nem percebo mais. 

O que mais gosta e o que não gosta na cidade?Eu adoro alguns pontos turísticos como o Big Ben, por exemplo. Adoro também o mercado de Notting Hill aos sábados e sempre tenho a sensação de que vou encontrar os personagens do filme lá. É uma bobagem que eu adoro. Não gosto quando vejo muita sujeira pelas ruas, metrô ou nos bancos de ônibus. 

Qual seu lugar predileto em Londres?Tem muitos lugares que gosto. Um deles é o Richmond Park. Mas outro dia fui ao Kew Gardens e foi fantástico. Coloquei o jardim na minha lista de favoritos.

O que você faz para se manter?Eu sou supervisora de hospitality, setor responsável por servir cafés e almoços nas salas de reunião de empresas, além de promover eventos e festas.

Você já passou por alguma situação difícil, alguma “roubada” por aqui?Acho que uma coisa difícil aqui é o  fato de termos que dividir a moradia com outras pessoas e essa convivência nem sempre é tranqüila. Londres seria perfeita se o aluguel dos imóveis não fosse tão caro e eu pudesse morar sozinha.

Alguma dica para os recém-chegados?Minha dica é estudar  inglês  logo de cara. Demorei muito para estudar porque primeiro não tinha dinheiro e depois não tinha tempo. Mas estou na escola há um ano e quando o inglês melhora, o tipo de trabalho melhora também. Outra coisa é tentar se misturar com pessoas de várias nacionalidades, não se resumindo aos núcleos brasileiros. Acho enriquecedor aprender sobre novas culturas.

A experiência está valendo a pena?Totalmente.  Aprendi  coisas  sobre  países  que  antes  me  pareciam só  mais  um nome no Atlas e hoje fazem parte do meu dia-a-dia, já que convivo com pessoas vindas de lá. Além disso, é muito mais fácil viajar para esses lugares morando em Londres. Este ano fui a Praga e à Grécia e agora estou indo de férias para a Tai-lândia e o Camboja. Seria muito difícil ter essa oportunidade se estivesse morando no Brasil.

O que você mais sente falta do Brasil?Eu sinto falta daquela natureza tropical, de colocar meu pé num riacho, de ir acam-par perto de uma cascata, dos beija-flores. E dos meus sobrinhos e família.

Pretende voltar para o Brasil?Não pretendo voltar para lá. Adoraria viver aqui, passando três meses de férias lá todos os anos, de preferência na beira de uma praia. Essa é minha utopia de “vida ideal”.

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www.ryanair.com- TAPwww.tap-airportugal.pt- TAMwww.tam.com.br

London TransportePara planejamento da jornada em metrôs, ônibus e trens:www.tfl.gov.ukTel.: 020 7222 1234

Consulado Brasileiro63 VERE STREET [Oxford St] W1G 0DHGeral: 020 7659 1550Fax: 020 7659 1554www.consbraslondres.com

Embaixada do Brasil32, Green Street, W1Marble Arch020 7499 [email protected]

EmbratelLigações para o Brasil à cobrar0800 890 055 - Para solicitar ajuda à Embratel com ligações para o Brasil (pagamento em Londres): 0055

Banco do Brasil34, King Street, EC2

Metrô: Bank020 7606 7101

Home OfficeImmigration & NationalityDirectorateWhitgift Centre, Wellesley Rd.Croydon CR19 1ATConcessões de vistos:087 0606 7766Solicitações de formuláriospara extensão de vistos:087 0241 0645

Naz BrasilPalingswick House, 241King Street W6020 8741 [email protected]

Office (pré-registro na Po-lícia)Brandon House, 180 Borough High Street020 7230 1208

www.BrazilianArtists.net O portal das artes, entretenimento e eventos culturais brasileiros no UK, divulgando o trabalho dos nossos artistas no UK, promoven-do a cena cultural brasileira para o público em geral.

BCA (Brazilian Contempo-rary Artes)BCA House, 22 Chiswick High RoadLondon - W4 1TE Tel.: 020 8747 4770Aberto ao público de seg a sex17:30 hs às 19: 00 hs.Metrô: Stamford Brookwww.brazilian.org.uk

Gay SwitchboardInformações sobre acomodação, imigração, “civil partnership”, HIV/AIDS, etc.Tel.: 020 7837 7324 (24hs)

ABRAS (Associação Brasilei-ra no Reino Unido)Conta bancária, tradução de documentos e agendamento de consultas médicas, etc59 Station Road, NW10 4UX020 8961 3377www.abras.org.uk

Encontre o endereço que procura.Em qualquer parte do Reino Unido ou Europa: Mapas, ruas, cidades, etcClique no país desejado e depois encontre os detalhes necessários.www.multimap.com

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