revista reação abril 2014

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16/7/2014 Revista Reação http://www.revistareacao.com.br/website/Edicoes.php?e=97&c=9713&d=0 1/3 Info PR: n/a I: 304 L: 0 LD: 222 I: 1 Rank: 5086938 Age: Outubro 20, 2009 I: n/a Tw: 0 l: 9 +1: 0 whois source Rank: n/a De Software leitura de Tela: Tamanho do Texto: A- A+ Contraste: Redes Sociais: Você está: Edições / Edição nº 97 Acessibilidade Web e seus mitos * Hudson Lima Continuando o nosso tema de "Acessibilidade Web e seus mitos" da edição passada, falaremos agora do Mito II: “Na prática, o número de usuários beneficiados com a acessibilidade é relativamente muito pequeno.” A própria Lêda Spelta, amiga com deficiência visual, já nos revela que a resposta a este mito está no valor do investimento feito para deixar o site acessível, para pouco retorno financeiro. Desde o surgimento da Internet, na década de 1990, a maioria das empresas tem estabelecido uma presença online para vender/divulgar seus produtos e serviços. Infelizmente, esta migração deixou de fora muitos usuários com deficiência. Como a informação digital/conteúdo e as atividades normais e de negócios são cada vez mais realizadas online, isto torna importante que sejam considerados todos os usuários, independente de terem ou não, deficiências. Mas será que o empresário que vende pela Internet se importa em saber se a pessoa que está comprando é ou não PcD. Acho que não, pois para ele o interesse imediato é apenas que a venda do produto se transforme em lucro. No entanto, se ele souber quem são as pessoas que acessam o seu site e quais as dificuldades que enfrentam para realizar a compra, poderá tomar providências no sentido de resolver esse problema e, automaticamente, converter qualquer acesso ao site em uma venda de produto. Hoje em dia, podemos comprovar que, ao desenvolver um site/aplicativo para vender nossos produtos/serviços, temos primeiro que pensar no perfil do público a ser atendido. Atualmente, devido ao aumento do acesso à banda larga e a dispositivos móveis (como celulares, tablets e notebooks) as classes C, D e E, têm entrado nesse ramo de comercialização online, correspondendo quase a 60 % de todo potencial de consumo. Sendo assim, se lembrarmos que 14% da população possui alguma deficiência, podemos concluir que, com a inserção de novas tecnologias, está aumentando cada vez mais o potencial de consumo dessas pessoas. Um exemplo prático é o comércio eletrônico (e- commerce), onde o Brasil faturou R$ 28,8 bilhões em 2013. Além disso, 9,1 milhões de pessoas fizeram compras online pela primeira vez no ano passado, o que eleva para 51,3 milhões o número de consumidores que, ao menos uma vez, já utilizaram a Internet para adquirir algum produto. O valor gasto em média é de R$ 327,00 nas compras on-line. Figura 1 : Dados da empresa E-bit sobre os e-commerces, empresa especializada em informações do comércio eletrônico, e divulgados em 12/03/2014. Mas infelizmente, não temos dados de quantas pessoas que tiveram esse acesso, possuíam alguma deficiência, ou deixou de comprar devido a alguma dificuldade no sistema web ou pela falta de acessibilidade nessas lojas virtuais. Edição 97 Edição 96 Edição 95 Edição 94 Edição 93 Edição 92 Edição 91 Edição 90 Edição 89 Edição 88 Edição 87 Edição 86 Edição 85 Edição 84 Edição 83 Edição 82 Edição 81 Edição 80 Edições anteriores

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Matéria sobre Acessibilidade Web dentro da Revista Reação em Abril 2014

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Page 1: Revista reação abril 2014

16/7/2014 Revista Reação

http://www.revistareacao.com.br/website/Edicoes.php?e=97&c=9713&d=0 1/3

Info PR: n/a I: 304 L: 0 LD: 222 I: 1 Rank: 5086938 Age: Outubro 20, 2009 I: n/a Tw: 0 l: 9 +1: 0 whois source Rank: n/a Density Diagnosis

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Tamanho do Texto: A- A+

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Você está: Edições / Edição nº 97

Acessibilidade Web e seus mitos

* Hudson Lima

Continuando o nosso tema de "Acessibilidade Web e seusmitos" da edição passada, falaremos agora do Mito II: “Naprática, o número de usuários beneficiados com aacessibilidade é relativamente muito pequeno.” A própriaLêda Spelta, amiga com deficiência visual, já nos revelaque a resposta a este mito está no valor do investimentofeito para deixar o site acessível, para pouco retornofinanceiro.

Desde o surgimento da Internet, na década de 1990, amaioria das empresas tem estabelecido uma presençaonline para vender/divulgar seus produtos e serviços.Infelizmente, esta migração deixou de fora muitos usuárioscom deficiência. Como a informação digital/conteúdo e asatividades normais e de negócios são cada vez maisrealizadas online, isto torna importante que sejam

considerados todos os usuários, independente de terem ou não, deficiências.

Mas será que o empresário que vende pela Internet se importa em saber se a pessoa queestá comprando é ou não PcD. Acho que não, pois para ele o interesse imediato é apenasque a venda do produto se transforme em lucro. No entanto, se ele souber quem são aspessoas que acessam o seu site e quais as dificuldades que enfrentam para realizar acompra, poderá tomar providências no sentido de resolver esse problema e,automaticamente, converter qualquer acesso ao site em uma venda de produto.

Hoje em dia, podemos comprovar que, ao desenvolver um site/aplicativo para vendernossos produtos/serviços, temos primeiro que pensar no perfil do público a ser atendido.Atualmente, devido ao aumento do acesso à banda larga e a dispositivos móveis (comocelulares, tablets e notebooks) as classes C, D e E, têm entrado nesse ramo decomercialização online, correspondendo quase a 60 % de todo potencial de consumo.

Sendo assim, se lembrarmos que 14% da população possui alguma deficiência, podemosconcluir que, com a inserção de novas tecnologias, está aumentando cada vez mais opotencial de consumo dessas pessoas. Um exemplo prático é o comércio eletrônico (e-commerce), onde o Brasil faturou R$ 28,8 bilhões em 2013. Além disso, 9,1 milhões depessoas fizeram compras online pela primeira vez no ano passado, o que eleva para 51,3milhões o número de consumidores que, ao menos uma vez, já utilizaram a Internet paraadquirir algum produto. O valor gasto em média é de R$ 327,00 nas compras on-line.

Figura 1 : Dados da empresa E-bit sobre os e-commerces, empresa especializada eminformações do comércio eletrônico, e divulgados em 12/03/2014.

Mas infelizmente, não temos dados de quantas pessoas que tiveram esse acesso,possuíam alguma deficiência, ou deixou de comprar devido a alguma dificuldade nosistema web ou pela falta de acessibilidade nessas lojas virtuais.

Edição 97 Edição 96 Edição 95

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Se você perguntar para qualquer pessoa que possui alguma deficiência, dificilmente iráouvir que ela não possui um telefone celular, utiliza computadores para se comunicar, eque frequenta shoppings, cinemas, lojas, teatros ou restaurantes. Se compararmos com aInternet, essas mesmas pessoas adorariam realizar as tarefas de todos os dias, comocomprar, estudar e interagir utilizando a Internet, mas para isso, é de fundamentalimportância que qualquer tarefa seja simples e intuitiva, só assim será possível quequalquer pessoa possa adquirir um produto/serviço pela Internet, sem auxílio de ninguém.

Um exemplo prático disto é o próprio site do Google, que só de acessar já conseguimosentender a sua utilização, pois tem o foco na usabilidade e na acessibilidade, atingindodesde pessoas com baixa instrução até pessoas com vasta experiência na Internet. Aoacessar o site do Google (https://www.google.com.br), o foco já está diretamente ligado aosistema de busca, podendo ser utilizado num teclado virtual e até a voz como meio deinserção de informações, sendo assim, uma das principais ferramentas utilizadas hojepara encontrar qualquer coisa na Internet.

Figura 2 : Tela principal do site do Google

No Brasil, podemos indicar o site da Secretária dos Direitos Humanos do Governo Federal(www.sdh.gov.br) que possui a sua acessibilidade e usabilidade pensada nas pessoas quepossuem alguma deficiência, onde a utilização do site, ao ser acessado via teclado, temcomo primeira ação a opção de teclas de atalhos para acessar o conteúdo, o menu, abusca e o rodapé, facilitando a pessoas com deficiência visual a busca de informação. Ascores utilizadas no site são pensadas em melhorar o contraste, facilitando a leitura parapessoas com baixa visão ou daltonismo.

Figura 3 : Site da Secretaria de Direitos Humanos

Priorizar as necessidades de um segmento e prestar um atendimento direcionado adiferentes perfis, são alternativas de sucesso para qualquer serviço/produto na Internet.

Quanto mais a página principal dos sites for limpa, intuitiva, com carregamento rápido nosdiversos dispositivos, com destaque para o campo de busca e o menu lateral com suasopções muito bem organizadas, facilitando o acesso ao detalhe de um produto/serviço,com certeza mais usuários irão retornar e, consequentemente, aumentarão as vendas e autilização dos serviços públicos e, principalmente, a satisfação da experiência do usuário.

Sites dos E-commerces: será que são acessíveis ?

Um bom exemplo foi analisar o site dos principais e-commerces (sugestões dos leitores)durante o mês de março – assim como fizemos nas edições anteriores com os sites dosprincipais bancos, cidades do Estado de São Paulo e montadoras de veículos.

No caso dos sites de e-commerces, analisados agora, infelizmente, como já era previsto,

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nenhuma deles possui uma opção de acessibilidade incorporada, facilitando qualquerpessoa com deficiência a encontrar mais informações sobre como comprar qualquerproduto.

A maior dificuldade de um e-commerce é disponibilizar de forma acessível todos osprodutos que um usuário possa escolher, levando em conta que ele utiliza de diferentesdispositivos para realizar a consulta e a compra de um produto/serviço. Aliás, sólembrando, em todos os rankings organizados até agora, nenhum site foi considerado100% acessível.

Já estamos na terceira edição da Reação que publicamos as listas do "ObservatórioBrasileiro de Acessibilidade Web", uma parceria minha com a Revista Reação, enfocandoa acessibilidade, usabilidade dos principais sites de empresas públicas e privadas deinteresse de qualquer pessoa para comprar ou utilizar produtos e serviços.

Lembramos que utilizamos como índice dos testes, os padrões de acessibilidade do W3Ce do Emag 3.0 para essa verificação.

O ranking de Acessibilidade Web dos principais e-commerces ficou assim:

Posição: Ecommerce: Nota/Março

1 Lojas Kalunga 5.5

2 Lojas Ricardo Eletro 5.5

3 Lojas FNAC 5.4

4 Lojas Shop Fácil 5.4

5 DrogaRaia 5.4

6 DrogaSil 5.4

7 Lojas NetShoes 5.1

8 Lojas Magazine Luiza 4.8

9 Lojas Americanas 4.6

10 Lojas Compra Fácil 4.5

11 Hering 4.0

12 Lojas Ponto Frio 3.9

13 Lojas Walmart 3.9

14 Lojas Colombo 3.7

15 Lojas Submarino 3.6

16 Lojas Fast Shop 3.6

17 Lojas Sephora 3.6

18 Livraria Saraiva 3.6

19 Lojas Extra 3.5

20 Lojas TokStok 3.5

21 Casas Bahia 3.2

22 Lojas Polishop 3.2

23 Lojas Onofre 3.2

24 Lojas Marisa 2.9

25 Livraria Cultura 2.5

*Hudson Lima é funcionário público em Sorocaba/SP e integra o Grupo de Trabalho sobreacessibilidade web do W3C.

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