revista quinta pedagógica

40
Atividades para toda a família! página 08 Há 50 anos era assim! página 20 É preciso reciclar todos os dias! página 29 N.0 QUINTA PEDAGÓGICA PORTIMÃO

Upload: salome-cabrita

Post on 09-Mar-2016

216 views

Category:

Documents


1 download

DESCRIPTION

Um mundo de coisas boas!

TRANSCRIPT

Page 1: Revista Quinta Pedagógica

Atividadespara todaa família!página 08

Há 50 anos era assim!página 20

É preciso reciclar todos os dias!página 29

N.0

QUINTAPEDAGÓGICAPORTIMÃO

Page 2: Revista Quinta Pedagógica

SUMÁRIO

222A QuintaA QuintaA Quinta

e a Cidadee a Cidadee a Cidadede Portimãode Portimãode Portimão

FICHA TÉCNICA

Propriedade: Câmara Municipal de PortimãoCoordenação: Cidália Pacheco - Gabinete de Informação e Relações Públicas Edição e redação de texto: Gabinete de Informação e Relações Públicas e Quinta Pedagógica | Ana Guerreiro | Ana Marisa Brito | Catarina FernandesCidália Pacheco | Telma Alexandre

Design Gráfico: Eurico Gonçalves – Gabinete de Informação e Relações PúblicasFotografia: Filipe da Palma - Gabinete de Informação e Relações PúblicasColaboradores: Ana Barradas | Associação Vinculum Animal | Clara Freitas | Filipe Bally | Nuno Garção Impressão: Litográfis - Artes Gráficas,Lda.Tiragem: 400 exemplares

Colaboram nesta edição...

Ana Barradase Clara FreitasPsicólogas Clínicas Grupo de Apoio à Saúde Mental Infantil de Portimão

Ir à Quinta dá saúde e faz crescer! Que segredo dizemos à vaca para nos oferecer o seu leitinho? Como será a árvore das ervilhas redondinhas? Onde cresce o pão fofinho?

Vinculum AnimalQualificação

Em tempo de crise não abandone os seus animais!Com a crise, assistimos a um aumento de pessoas que relatam as suas dificuldades em manter os animais de estimação.

Filipe BallyBiólogo

Primavera... tanta cor,tanta vida!O colorido das flores no campo e o zumbido dos insetos anunciam o fim dos dias curtos e frios de inverno.

Nuno GarçãoProfessor de Matemática

A Matemática apareceu na Quinta…Era sábado de manhã bem cedo e o Diogo estava ansioso que a mãe o levasse até à quinta do avô Joaquim.

Page 3: Revista Quinta Pedagógica

11O UniversoO Universoda Quintada Quinta

1O Universoda Quinta

33ViverViver

SaudávelSaudável

3Viver

Saudável

44A QuintaA QuintaConvidouConvidou

4A QuintaConvidou

Atividades para todaa família! p.08Aromas & Sabores p.10A Loja da Quinta! p.11Aluga-se! p.11Área Sócio Pedagógica p.13Quinta Solidária p.13Área Psicoterapêutica p.14

A Quinta foi à cidade! p.18

Há 50 anos era assim! p.20

Os mais velhos sabemonde está o Milho! p.22

A Matemática apareceuna Quinta… p.34

Ir à Quinta dá saúdee faz crescer! p.36

Primavera... tanta cor, tanta vida! p.37

Em tempo de crise não abandone os seus animais! p.38

Comer melhor podecustar menos p.24O Chá perfeito! p.25Receitas da Quinta p.26Aprender a podar p.28É preciso reciclartodos os dias! p.29

Page 4: Revista Quinta Pedagógica

O projeto da Quinta Pedagógica de Portimão (QPP) arrancou em 2008 e é com entusiasmo que este mês comemoramos o 5.º aniversário. Com um saldo altamente positivo, é com orgulho que verificamos que durante estes 4 anos passaram mais de 160 000 visitantes por este espaço.

Numa sociedade em que as pessoas estão cada vez mais urbanas, envolvidas pelas novas tecnologias e profundamente marcadas pela falta de tempo, estes espaços ganham um lugar de destaque e merecem ser valorizados e potenciados.

A Quinta relembra uma realidade muitas vezes esquecida, pouco conhecida ou nunca vivenciada, por algumas das nossas gerações. A aproximação ao mundo rural, aos seus costumes e tradições, o contacto direto com a natureza, a preservação do

meio ambiente, os hábitos de vida saudáveis e os costumes e tradições de antigamente, são sem dúvida um grande contributo para a educação cívica de todos os que visitam este espaço.

Aos mais crescidos a Quinta permite descontrair, parar um pouco e respirar, aos mais pequenos oferece um quotidiano inteiramente novo repleto de coisas novas para descobrir e aprender.

Pretende-se com a revista da Quinta partilhar um pouco deste mundo, marcado pelo contacto com a natureza e com as nossas raízes, despertando em quem ainda não a visitou a curiosidade para o fazer.

Espero que gostem e fiquem e aguardar com interesse o próximo número.

Todas as cidadesdeviam teruma Quinta…

QUINTA PEDAGÓGICA DE PORTIMÃO

EDITORIAL

04

Page 5: Revista Quinta Pedagógica

Para além de um projeto didático e recreativo que reúne um conjunto de atividades do dia-a-dia do mundo rural, a Quinta abraça todos os que a visitam com muita alegria, mas as crianças são especiais e é sobre elas que se centram maioritariamente as atenções da equipa, que trabalha diariamente com um sorriso nos lábios, para que tal como antes, tudo funcione de “sol a sol”.

A Quinta tem cerca de 2 hectares, onde foram recriadas as estruturas das tradicionais quintas rurais. A área foi ocupada com árvores nativas, zonas de cultivo, hortas coloridas, um lago artificial, abrigos para os animais e espaços verdes de recreio e lazer.

Em qualquer canto, a qualquer hora, é possível sentir que há vida na Quinta. Neste espaço existe sempre um habitante de vigília, pronto a dar as boas vindas aos visitantes: quando não é o cavalo é o burro, quando não é a vaca é a ovelha, e as irrequietas das galinhas, estão sempre em alerta para receber os convidados.

A Quinta Pedagógicade Portimão é…

Um mundode coisas boas…

05

Page 6: Revista Quinta Pedagógica
Page 7: Revista Quinta Pedagógica

Atividades para todaa Família!Todos os sábados existe um atelier pensado para os mais pequenos, que é comunicado mensalmente, para que os pais possam preparar as suas agendas e participar nas atividades.

Aromas & SaboresNa Quinta é possível encontrar pequenas tentações que vão fazer as delícias nos dias mais frios.

Festas de AniversárioÉ com muita dedicação e boa disposição que a equipa da Quinta Pedagógica prepara aos sábados festas de aniversário para os pequenotes dos 5 aos 10 anos de idade.

Área Sócio PedagógicaA Quinta Pedagógica contribui para a inclusão de crianças e jovens, incentivando-os através das atividades e do trabalho na Quinta, promovendo o desenvolvimento das suas competências pessoais e sociais.

Área PsicoterapêuticaPromover a inclusão social e o bem-estar em geral dos utentes é a maior preocupação da Quinta, que este ano apresenta uma inovadora oferta para o presente ano letivo.

08

10

12

13

14

O Universo da QuintaO Universo da QuintaO Universo da Quinta

Page 8: Revista Quinta Pedagógica

08

O UNIVERSO DA QUINTA

QUINTA PEDAGÓGICA DE PORTIMÃO

1

Atividadespara todaa família!

Na Quinta Pedagógica de Portimão é possível fazer quase tudo: fabrico de pão, alimentação dos animais, a ordenha, o fabrico do queijo, a confeção de bolos e doces, e ainda a prática de ofícios tradicionais. A educação alimentar e ambiental ou o estudo da fauna e flora, são outros temas que ocupam a grelha de atividades deste espaço.

Todos os sábados existe um atelier pensado para os mais pequenos, que é comunicado mensalmente para que os pais possam preparar as suas agendas e participar nas atividades.

Pontualmente realizam-se ainda ateliers de teatro e expressão dramática, de recolha de sons da natureza, de papel reciclado, pintura e fabrico de brinquedos ecológicos, entre outras atividades complementares.

ATELIERS SÁBADOSTêm um custo de ¤1,00 por criança e não

necessitam de inscrição prévia.

Passeios de éguaburro/ pónei

Cuidados com o pomar

À descoberta das cores

A ordenha

Da tosquiaao fio da meada

Veterinário por uma hora

Colheita de produtosda horta

Sementeira colorida

Saberes e Sabores

Do trigo ao pão

Alimentação dos animais da quinta

Modelar o barro

Construção deum restaurante...

para pássaros

Construçãodo Sr. Espantalho

Agricultor por uma hora

Page 9: Revista Quinta Pedagógica

Para receber a newsletter mensal onde consta toda a programação,basta enviar um email para: [email protected]

QUINTA PEDAGÓGICA DE PORTIMÃO

ATIVIDADES PARA GRUPOSGrupos com marcação prévia.

Visitas guiadas

Alimentação dos animais

As plantas aromáticas

Colheita de produtosda horta

Atelier do trigo ao pão

Sementeira

Cuidados com os animais

Colheita de ovos

09

Page 10: Revista Quinta Pedagógica

Aromas & SaboresNa Quinta é possível encontrar pequenas tentações que vão fazer as delícias dos seus dias. Todos os produtos plantados nas hortas, depois de colhidos, são utilizados para confecionar várias iguarias de fazer crescer água na boca.

Desde os biscoitos aos chás, passando pelas compotas, geleias e marmeladas, tudo é cuidadosamente confecionado e carinhosamente embalado.

A produção é pequena, por isso aproveite para fazer uma visita à

Quinta e provar os sabores que podem fazer sonhar.

Os bolos caseiros têm um sabor diferente e fazê-los nunca foi tão fácil, basta ligar e encomendar!

Para as sopas e as saladas o melhor é escolher os legumes mais frescos. Quando for à Quinta provar os doces, aproveite e compre a cesta de verduras para a semana.

T. 282 480 730@. [email protected]

10

O UNIVERSO DA QUINTA1

QUINTA PEDAGÓGICA DE PORTIMÃO

VERDURAS A ENCONTRAR NA PRIMAVERA

Couve-galega Couve cor-de-boi CurgetesCenoura CebolaBrócolosBatataAbóboraAlfaceAlho-francêsAlhoRabanetePepinoNabo

PRODUTOS CONFECIONADOS À VENDA

BiscoitosErvas aromáticasCompotasMarmeladaPastéis de batata-doceBolos

P.S. A Quinta estáno Mercado Municipalna segunda sexta-feira

de cada mês!

Page 11: Revista Quinta Pedagógica

11

QUINTA PEDAGÓGICA DE PORTIMÃO

Se precisa de um espaço para realizar uma atividade exterior poderá alugar o Espaço de Merendas por ¤10,00/meio dia ou auditório por ¤15,00/hora.Queremos que as suas festas sejam fantásticas!Para que não falte nada, preparamos menus especiais, para momentos únicos.Entre em contacto connosco!

Aluga-se!

Quando gostamos muito de um lugar temos vontade de levar qualquer coisa que nos faça recordar esse espaço e os momentos que lá passámos.Levar um pouco da sua visita na mala é fácil, basta ir à Loja da Quinta!

Difícil vai ser escolher, mas com um pouco de paciência, com certeza vai encontrar a lembrança certa para nunca esquecer a sua visita e os momentos que viveu na Quinta.

A Loja daQuinta!

RECORDAÇÕESCanecaPousa ColherPratoMalgaCaixaSaboneteiraPorta guardanaposAzeitoneirasImanPorta-chaves

Page 12: Revista Quinta Pedagógica

É com muita dedicação e boa disposição que a equipa da Quinta Pedagógica prepara aos Sábados festas de aniversário para os pequenotes dos 5 aos 10 anos de idade.

As festas são dinamizadas por duas técnicas que desenvolvem as atividades e acompanham as crianças das 14h às 17h. No mínimo são necessárias 10 crianças por grupo.

As marcações deverão ser feitas na receção da Quinta!

Contatos: terça-feira a sábado | 9h00 – 17h30 | T. 282 480 730 | [email protected]

Alecrim

Menu

Sandes de fiambre e queijo, gelatina, salada de frutas, salame de chocolate, bolinhos surpresa, snacks, espetadas de gomas, sumos e água. €12,00

Preço/Criança

Girassol Pizza caseira, gelatina, salada de frutas, salame de chocolate, bolinhos surpresa, snacks, espetadas de gomas, sumos e água. €13,00

Jasmim Cachorro quente, gelatina, salada de frutas, salame de chocolate, bolinhos surpresa, snacks, espetadas de gomas, sumos e água. €14,00

Podemos confecionar o Bolo de AniversárioEscolha o sabor: Laranja, Chocolate, Caramelo, Iogurte ou Pão-de-ló com recheio de ovos. €18,00

ATIVIDADESa) Jogos Tradicionaisb) (pintura de uma tela que será Artistas de Mão Cheia

oferecida ao aniversariante);c) (elaboração de uma tela com elementos Arte na Natureza

que poderão encontrar no espaço exterior da Quinta. Tais como folhas, flores secas, etc.);

d) (decoração de um vaso e Jardineiros por uma hora sementeira de uma flor ou de uma leguminosa);

e) (a partir dos 7 anos); Caça ao Tesouro

f) (construção de figuras alusivas à Atelier de CerâmicaQuinta em pasta de modelar);

g) (confeção de pão com chouriço Atelier do Trigo ao Pãoatravés do método tradicional);

h) (confeção de biscoitos caseiros). Atelier de Culinária

A QUINTA OFERECE Os convites de aniversário / O lanche do aniversariante / Um brinde surpresa a todas as crianças

Page 13: Revista Quinta Pedagógica

A vertente social é uma componente muito importante e a Quinta tem-se envolvido e vindo a assumir um papel cada vez mais relevante e necessário junto da sua comunidade.

Das ações de índole comunitária realizadas, destacamos o apoio que é dado às instituições particulares de solidariedade, através da entrega de produtos hortícolas e cedência de 3 talhões para hortas sociais a três entida-des do concelho: Centro Comuni-tário Cruz da Parteira, CRACEP e Escola Nuno Mergulhão.

Em 2012 foram distribuídos cerca de 415 quilos de produtos, como limões, laranjas, couves, rabanetes, nabos, alfaces, favas, morangos, alho-francês, ervilhas, uvas e outros, que beneficiaram os utentes do Lar do Bom Samaritano, Lar da Nª Sra. da Conceição, Lar de Idosos da Raminha, Catraia - Centro de Acolhimento Temporário para Menores em Risco, CRACEP e também a Unidade de Multideficiência das Escolas do Município de Portimão.

QUINTA PEDAGÓGICA DE PORTIMÃO

Quinta Solidária

Área Sócio PedagógicaA Quinta Pedagógica contribui para a inclusão de crianças e jovens, incentivando-os através das atividades e do trabalho na Quinta, promovendo o desenvolvimento das suas competências pessoais e sociais. A sua ação visa uma intervenção dirigida às crianças e jovens, assente num forte espírito de trabalho de equipa, numa perspetiva multidimensional, relacional e dinâmica. É necessário prevenir

e desta forma a Quinta dá resposta a diferentes necessidades educativas e sociais.

No presente ano letivo, em parceria com algumas escolas do município de Portimão, a Quinta apoiou e integrou crianças e jovens com algumas problemáticas de inclusão. Estes jovens beneficiam de um programa de atividades pensadas exclusivamente para

eles. A Quinta oferece também a possibilidade de alguns alunos poderem vivenciar o seu primeiro contacto com o mundo rural, como exemplo temos o CEF - Curso de Educação e Formação de horto fruticultura. É-lhes dada a possibilidade de contactar, conhecer e aprender a “trabalhar numa quinta”, traduzindo-se numa mais-valia para uma futura integração profissional na vida ativa.

13

Page 14: Revista Quinta Pedagógica

O UNIVERSO DA QUINTA1

14

QUINTA PEDAGÓGICA DE PORTIMÃO

Desde 2009, a Quinta recebe estagiários com Necessidades Educativas Especiais em regime de estágio profissional, ajudando-os a receber experiência prática e a integrá-los na sociedade e mercado de trabalho?

Durante 3 verões consecutivos (2010, 2011 e 2012) em parceria com a Divisão de Desporto do

Município de Portimão, a QPP foi o local base do Projeto das Férias Desportivas para Jovens Excecionais, cujo objetivo principal passava por promover a

Inclusão de jovens com incapacidades físicas e/ou mentais nasatividades das Férias Desportivas?

Sabia que…

No âmbito do projeto “Uma Quinta Para Todos”, surge a Área Psicoterapêutica, que através de profissionais especializados e animais devidamente selecionados, visa oferecer serviços psicoterapêuticos à população com diagnósticos de incapacidades físicas e/ou mentais, fobias diversas, entre outros. Desta forma é possível proporcionar uma melhoria na sua qualidade de vida e bem-estar em geral.

Os serviços disponibilizados são: Atividades Assistidas por Animais, Terapias Assistidas por Animais (cães, coelhos e outros animais de quinta), Hipoterapia (cavalos), Asinoterapia (burros), Terapia através da Arte e dos Sons dos Animais, Atividades Gerais QPP Adaptadas e Técnicas de Relaxamento.

Na QPP já foram atendidos cerca de uma centena de utentes, sendo os que mais frequentaram ou

beneficiam ainda desses serviços, as Unidades de Multideficiência dos Agrupamentos de Escolas do Município de Portimão, CRACEP-Cooperativa de Reeducação e Apoio à Pessoa Excecional de Portimão, ASMAL - Associação de Saúde Mental do Algarve, Centro de Convivío Aldeia das Sobreiras, GRATO- Grupo de Apoio a Toxicodependentes, Lar de Crianças Bom Samaritano, CASLAS- Centro De Assistência Social Lucinda Anino dos Santos e particulares.

Área Psicoterapêutica

O UNIVERSO DA QUINTA1

Page 15: Revista Quinta Pedagógica

15

QUINTA PEDAGÓGICA DE PORTIMÃO

Acróstico Quinta PedagógicaPor Cátia Valente

Quinta Pedagógica

Um lugar em que se luta pela

Integração através do

Nosso esforço e emoção e

Terapias com

Animais, ajudando

Pessoas

Especiais ou

Diferentes a promover a sua

Autonomia e a

Gerar uma

Ótima fonte de alegria

Guardando o que há em nós e promovendo a

Inclusão através da terapias com

Cavalos cães coelhos e outros animais

Assim somos na Quinta… excecionais!

Page 16: Revista Quinta Pedagógica
Page 17: Revista Quinta Pedagógica

A Quinta foi à cidade!A Quinta partiu à aventura e foi ver o mar, olhar o rio, passear pelas ruas, observar os pormenores das fachadas, das portas, das janelas, dos recantos que contam histórias de hoje e de outros tempos.

Há 50 anos era assim! Fomos até ao Lar da Raminha conversar com o Sr. Luis Vicente, que nasceu a 4 de fevereiro de 1924, para percebermos melhor como era viver na quinta antigamente.

Os mais velhos sabemonde está o Milho!A “Desfolhada do Milho” é uma das atividades desenvolvidas na Quinta, que promove o encontro entre jovens das nossas escolas e idosos de várias instituições da terceira idade do município.

18 20 22

A Quinta e a Cidade de PortimãoA Quinta e a Cidade de PortimãoA Quinta e a Cidade de Portimão

Page 18: Revista Quinta Pedagógica

A Quintafoi à cidade!A Quinta partiu à aventura e foi ver o mar, olhar o rio, passear pelas ruas, observar os pormenores das fachadas, das portas, das janelas, dos recantos que contam histórias de hoje e de antigamente.De manhã bem cedo, a equipa preparou o farnel com produtos acabados de colher e foi à descoberta da cidade.Percorreu, olhou, parou e outras vezes entrou!

A QUINTA E A CIDADE DE PORTIMÃO2

ZONA RIBEIRINHA DE PORTIMÃOUm dos locais de animação e ponto de encontro mais emblemáticos da cidade. Um percurso à beira-rio que tem nas suas costas a Praça Manuel Teixeira Gomes. A paragem na Casa Inglesa é obrigatória: um espaço de restauração inaugurado há mais de 90 anos que desde logo mereceu a preferência da sociedade local.

PONTE FERROVIÁRIA E PONTE VELHAA primeira foi inaugurada em 1922 e a segunda em 1876, dois elementos que marcam a Zona Ribeirinha de Portimão.

CASA MANUEL TEIXEIRA GOMESEntrada obrigatória! Inaugurada em 2009, a casa onde nasceu o ilustre escritor e estadista portimonense, Manuel Teixeira Gomes, é hoje um espaço dedicado à arte e cultura que partilha em cada recanto a história da sua vida.Uma visita repleta de coisas para descobrir: livros, fotografias, histórias e exposições…

2

3

4

5

18

QUINTA PEDAGÓGICA DE PORTIMÃO

1

2

3

Page 19: Revista Quinta Pedagógica

JARDIM 1º DE DEZEMBROConstruído em 1932, este jardim é o lugar perfeito para parar um pouco, contemplar a fachada do Teatro Municipal e observar os candeeiros de arte nova. Antes de partir, preste atenção às cenas da história de Portugal ilustradas nos painéis de azulejo dos seus bancos.

TEMPO - TEATRO MUNICIPAL DE PORTIMÃOO Teatro, inspirado no edifício do antigo palácio oitocentista Sárrea Gárfias Prado, tem a assinatura do arquiteto Troufa Real. A sua fachada amarela convida a entrar no espaço onde acontecem os melhores espetáculos de Portimão. IGREJA MATRIZ DE PORTIMÃO O Pórtico de estilo gótico tardio português (finais do século XV) é inspirado no maior monumento do estilo, o Mosteiro da Batalha. Nos retábulos laterais das capelas, que antes estavam nus, hoje é possível observar a talha dourada que transmite a

imponência do estilo barroco. Após o sismo de 1755, é possível sentir por todo o Algarve a presença do estilo barroco nas reconstruções dos monumentos afetados. Na igreja matriz a maior modificação ocorreu na fachada principal ombreada pela torre sineira.

COLÉGIO DOS JESUÍTASA austeridade e a simplicidade da arquitetura da Restauração estão presentes no interior da Igreja-Salão. Foi mandada construir nos finais do séc. XVII por ordem de Diogo Gonçalves, cujo mausoléu permanece na capela-mor.

MUSEU DE PORTIMÃO É mesmo verdade! Ainda se ouvem as sirenes das fábricas a chamar pelas operárias. A funcionar numa antiga fábrica de conservas de peixe, este espaço de arquitetura muito própria, é um verdadeiro convite à descoberta da sua história industrial e marítima. Em 2010 foi distinguido com o prémio “Museu do Conselho da Europa”.

PRAIA DA ROCHACom um areal que parece não ter fim, as suas escarpas são imponentes e o passadiço convida para uma caminhada calma, onde é impossível tirar os olhos do horizonte. É fácil perceber por que motivo esta praia integrou o ranking mundial das 10 praias de «tirar o fôlego».

A Quinta gostou e aprendeu muito na visita que fez à cidade de Portimão e à Praia da Rocha. No próximo passeio irá visitar as restantes freguesias do município: Alvor e Mexilhoeira Grande.

1

6

6

8

8

9

9

7

7

19

QUINTA PEDAGÓGICA DE PORTIMÃO

4

5

Page 20: Revista Quinta Pedagógica

Levantar da cama quentinha, vestir, tomar o pequeno-almoço, escovar os dentes, agarrar na mochila pesadacheia de livros e cadernos, e ir para a escola aprendercoisas novas. Nem sempre foi assim… e nós fomos atéao Lar da Raminha conversar com o Sr. Luís Vicente,que nasceu a 4 de fevereiro de 1924, para percebermos melhor como era “no outro tempo”.

O Sr. Luís Vicente viveu com os seus pais e mais 5 irmãos até aos 23 anos, altura em que casou, no Rasmalho - Vale da Morcela (Município de Portimão).

Não teve oportunidade de ir à escola, assim como nenhum dos seus irmãos. Não havia dinheiro e era necessário que ajudassem os pais na lida do campo, mas uma das irmãs sabe assinar o nome e um dos irmãos chegou a adquirir um carro.

A casa onde morava com os pais e os irmãos tinha dois quartos, um para os pais e o outro para as raparigas. Os rapazes dormiam no palheiro cobertos pela palha de trigo: “era muito quentinha e quando chovia ficávamos muito quietos a ouvir a chuva… pareciam pardais a picar o telhado. Era muito bom!”.

Levantava-se antes do sol nascer e enquanto a sua mãe preparava o “quebra jejum” (papas de milho) ia buscar o fecho da rama para a cama das vacas e das ovelhas.

Quando regressava, juntava-se à família e comiam todos no mesmo

tacho as papas de milho preparadas pela mãe.

Com o estômago um pouco mais aconchegado, os irmãos saíam para soltar as vacas e as ovelhas e cada um ia guardar o seu “rebanhito”.

No verão recolhiam as vacas ao meio dia por causa do calor e voltavam a pastá-las passado quatro ou cinco horas. Só regres-savam a casa com o gado “bem à noitinha”.

Para a ceia, normalmente havia papas de milho ou aveia e “nos dias bons” ou em ocasiões festivas como o natal, tinham couve com morcela e toucinho. “A couve de um dia para o outro ainda era melhor. Recordo a panela de 3 pés com o fogo por baixo”.

A agricultura foi a sua escola e a atividade de onde tirou o sustento para a sua família. Cavavam as figueiras, para no final do verão colherem os figos e levá-los para o ameixal. À noite enrolavam os figos numas esteiras para os proteger do o r v a l h o e e v i t a r q u e s e estragassem, e pela manhã

voltavam a colocá-los na tulha, para que não apanhassem bicho. Mais tarde abriam a tulha e faziam a pesagem para os venderem de seguida.

Em outubro começava a lavoura com o seu pai: apanhavam as batatas e noutro talhão começavam a semear o milho e a aveia. Quando terminavam, em meados de dezembro, começavam a lavrar o talhão de terra ao lado com as vacas para voltar a semear no ano seguinte. Tinham 20 alqueves.

Depois do milho estar grande plantavam as couves: “fazíamos a plantação das couves mais cedo, durante a noite para os vizinhos não saberem e assim ganharmos mais dinheiro”.

Na altura da colheita do milho “combinávamos com todos os vizinhos, convidávamos alguém que tocasse acordéon e no final da descasca bebíamos uns copos de aguardente e acontecia o baile”.

A seguir à descasca do milho, limpavam a eira e colocavam o trigo e a aveia para ser debulhado com a

Há 50 anosera assim!

20

QUINTA PEDAGÓGICA DE PORTIMÃO

A QUINTA E A CIDADE DE PORTIMÃO2

Page 21: Revista Quinta Pedagógica

21ajuda das vacas. De seguida “esperávamos que viesse o vento para levar a palha e deixar o trigo. Ficava um montinho de trigo, traçava-se uma cruz e dizia-se: Deus te acrescente que é para muita gente”. Este processo repetia-se até que terminasse o milho e a aveia.

Era em maio que começava a ceifa de aveia e depois voltavam para o trigo. Nessa altura tinham, quando era possível, apenas 15 minutos para a merenda.

“Quando terminava o milho, já as c o u v e s e s t a v a m g r a n d e s , cortávamos as couves pelos talos e levávamos-los para apodrecerem no monte. E começava tudo novamente, arranjar a terra para semear as batatinhas que depois eram levadas para a vila para serem carregadas nos barcos e vendidas para o estrangeiro”.

Quando a debulha acabava guardavam a palha para alimentar os animais. “A palha de aveia é mais fresquinha, servia para os alimentar no verão, a palha do trigo era mais forte servia para comerem no inverno”.

Quando chegava a feira de São Martinho era uma alegria, iam na véspera: “era longe de casa e demorávamos algum tempo a chegar”. Permaneciam um dia e uma noite e regressavam a casa só na manhã seguinte. Levavam rosários de bolotas assadas que vendiam a 5 tostões, dinheiro que entregavam à mãe, que também vendia broas de milho. No final, às vezes, a mãe devolvia-lhes 10 tostões para irem andar no carrocel. Para se divertirem jogavam às cartas e contavam anedotas, outras vezes iam moer o milho. Com um sorriso no rosto diz “não tínhamos rádio, algumas pessoas tinham uma grafonola onde ouviam os discos, nós íamos para os bailes aos sábados à noite e também gostávamos de ir para as rodas de fogo”.

“Quando o meu pai era vivo trazia muita lenha para casa e fazia fogueiras muito grandes, nessa altura dizíamos para trás para trás que está quente, depois as fogueiras passaram a ser mais pequenas e o dizer passou a ser

para a frente para a frente…”.

Matavam um porco e a carne tinha que dar para um ano: “não se p o d i a c o m e r m u i t o s e n ã o a c a b a v a d e p r e s s a” . Fa z i a m chouriços e morcelas e o bucho e n c h i a m - n o c o m a r r o z e temperos.

“A minha mãe cozia pão todas as semanas. Podia ser em qualquer dia, menos à sexta, que era o dia das bruxas. Ia buscar o milho, peneirava, punha no alguidar, preparava a massa, amassava-a, punha a levedura e deixava-a a descansar. Acendia o forno e enquanto este queimava ia tender o pão.

Puxava as brasas para a frente para limpar o forno e punha os pãezinhos lá dentro com uma pá. Era pesado e o meu pai ajudava a por o pão dentro do forno. Aprovei távamos para ass ar batata-doce. Era tão bom, tão bom, tão bom. Quando o pão a c a b av a d e coze r fa z í a m o s t iborna, molhávamos o pão quente no alhinho com azeite e sal... Era do melhor, muito bom!”

QUINTA PEDAGÓGICA DE PORTIMÃO

Page 22: Revista Quinta Pedagógica

Os mais velhos sabemonde está o Milho!

QUINTA PEDAGÓGICA DE PORTIMÃO

A “Desfolhada do Milho” é uma das atividades desenvolvidas na Quinta, que promove o encontro entre jovens das nossas escolas e idosos de várias instituições da terceira idade do município. O encontro entre gerações é qualquer coisa de muito único, uma troca de experiências e conhecimentos, que tem um valor bastante importante na formação dos que estão a crescer e no bem-estar dos mais velhos.No ano que passou, a colheita realizou-se no dia 31 de outubro, depois no dia 9 de novembro teve lugar a desfolhada e, no dia 10, finalizou-se a atividade com a debulha. O Sr. José Maria Fernandes, de 79 anos, explicou como era a Desfolhada…

“Uma vez por ano as pessoas que viviam no campo juntavam-se para fazer uma grande festa durante a desfolhada e a debulha do milho. Era a tarefa do campo mais alegre que durava horas e horas. Cantavam e dançavam ao som da concertina. Depois da apanha das maçarocas, as pessoas sentavam-se num grande círculo, na eira, para desfolhar o milho que estava no centro da roda. As mulheres deitavam o milho desfolhado em cestos que os homens iam levando para o alpendre, onde se punha o milho a secar. Também cabia aos homens a tarefa de colocar em molhos, as canas do milho, que no Inverno serviam para alimentar os animais. As mulheres guardavam as barbas de

milho para fazer chá e as “fatanas” (casca da maçaroca) para fazer colchões. Eram umas camas muito quentinhas. Ainda cheguei a dormir nelas muitas noites seguidas. Havia uma altura em que aparecia uma maçaroca com os grãos vermelhos. Todas as pessoas gritavam “milho-rei”: se fosse uma rapariga que a encontrasse dava um beijo a todos os homens, se fosse um rapaz dava um abraço às raparigas.No final do trabalho, o dono da seara oferecia sempre a ceia a todos os trabalhadores e continuava o baile pela noite fora.”

22

Page 23: Revista Quinta Pedagógica

Comer melhor pode custar menosNeste momento a Quinta já arrancou o restolho do milho e está a preparar o terreno para a sementeira dos nabos, ervilhas, cenouras e rabanetes.

O Chá perfeito!Uma xícara de chá quente bem-feita, pode aquecer o coração e a alma de qualquer pessoa, mas se a infusão não for feita corretamente, o sabor poderá ficar aquém do esperado.

É preciso reciclar todos os dias!Cuidar do meio ambiente é fundamental para que as gerações futuras possam ter qualidade de vida. O melhor caminho para o fazer é adotar a política dos 3 rs, Reduzir, Reutilizar e Reciclar.

24 25 29

Viver SaudávelViver SaudávelViver Saudável

Page 24: Revista Quinta Pedagógica

A evolução verificada ao longo dos tempos na indústria dos transportes e na exportação de produtos de outros países para Portugal, possibilitou aos consumidores conseguirem adquirir em qualquer época do ano quase todos os tipos de legumes ou frutas.

Muitos destes produtos, desde que são colhidos, levam dias ou semanas a chegar aos pontos de venda. Este fator condiciona o seu valor nutricional, fazendo com que os mesmos não sejam a opção de compra mais adequada.

As melhores frutas e legumes são as de cada estação do ano, pois estes produtos só são colhidos no momento em que estão realmente maduros, o que não pode ser feito durante todo o ano.

A escolha acertada é comer o que está localmente disponível numa determinada altura, perto do local onde reside, desta forma poderá ter uma alimentação mais saudável e ainda poupa no orçamento.

Comer o que é local significa consumir coisas diferentes no verão e no inverno e contribuir para a economia da região.

Neste momento a Quinta já arrancou o restolho do milho e está a preparar o terreno para a sementeira dos nabos, ervilhas, cenouras e rabanetes. No pomar começaram a colher-se as laranjas, as romãs, os limões e os marmelos. Continua-se o cultivo das couves e alfaces e prepara-se a sementeira das ervas aromáticas e dos chás.

Comer melhorpode custar menos

24

VIVER SAUDÁVEL3

QUINTA PEDAGÓGICA DE PORTIMÃO

FRUTAS / LEGUMESDE PRIMAVERA: Maçãs; Morangos; Figos Uvas; Peras; Romãs; Abóboras; Endívias; Gengibres; Cogumelos; Couves-flor; Alhos; Batatas; Batatas-doce; Acelgas.

Page 25: Revista Quinta Pedagógica

25

O chá perfeito!

1 - Quanto melhor for o sabor da sua água, melhor ficará o seu chá. Se usar água da torneira e não água filtrada ou engarrafada deverá deixá-la correr durante 10 segundos antes de encher o recipiente.Para não desperdiçar a água que corre antes, deixe-a cair num outro recipiente e use-a para regar as plantas, lavar pratos ou alimentos;

2 - Coloque água a ferver e pré aqueça o bule que vai usar para servir o chá. Desta forma evita que a temperatura da água desça quando a despejar no recipiente;

3 - Coloque no recipiente, de preferência de vidro ou porcelana, a parte da planta desejada (folhas,

flores, sumidades ou talos);

4 - Depois de ferver a quantidade de água necessária, deite-a com cuidado sobre as folhas ou saqueta de chá até cobrir;

5 - Deite o resto da água a ferver e mexa com uma colher. Sirva 5 minutos depois;

6 - Sirva o chá com açúcar, limão ou leite frio. Se escolher o leite, deite-o na chávena antes do chá e do açúcar; no caso de utilizar limão, coloque-o apenas no fim.

Os elementos alteram-se depois de 10 horas, pelo que não deverá beber chá de um dia para o outro.

Uma xícara de chá quente bem feita, pode aquecer o coração e a alma de qualquer pessoa, mas se a infusão não for feita corretamente, o sabor poderá ficar aquém do esperado.

Sugestõesda Quinta:

CHÁ PRÍNCIPE (Cymbopogon citratus) Propriedades: bactericida, desinfetante, calmante, diurética e antidepressiva.

Das suas folhas frescas ou secas faz-se uma infusão com aroma a limão, sendo esta uma das mais agradáveis surpresas da planta, podendo ser tomada com regularidade pelas suas reconhecidas propriedades digestivas.

Na culinária, pode utilizar as folhas em saladas. Os caules frescos são usados para condimentar pratos de peixe e aves.

BELA LUÍSA/ LÚCIA LIMA(Lippia triphylla kuntze)Propriedades: indicada para os transtornos digestivos (indigestão, digestões pesadas e flatulências). Para as dores menstruais (propriedades sedativas), cólicas biliares e renais, pela sua ação antiespasmódica.

Também é indicada para as alterações nervosas como a ansiedade e para reduzir as enxaquecas.

OUTRAS DICAS PARA MELHORAR O SEU CHÁ:• Conte com uma colher de chá por cada pessoa e mais uma para o bule.• Coloque uma casca seca de laranja no bule ainda vazio. O perfume da laranja dá ao chá um aroma muito agradável.• Acondicione hermeticamente o chá e guarde-o num local fresco e seco afastado de produtos com cheiros fortes. O calor e a luz estragam o chá.Se não adicionar açúcar, o chá não tem qualquer valor calórico. Uma opção alternativa ao açúcar é o mel.

QUINTA PEDAGÓGICA DE PORTIMÃO

Page 26: Revista Quinta Pedagógica

26

VIVER SAUDÁVEL3

INGREDIENTES: • 8 ovos• 200g de açúcar• raspa de 2 limões• 1 colher de sopa de canela• 4 colheres de sopa de azeite• 4 colheres de sopa de mel

PREPARAÇÃO: • Misture todos os ingredientes muito bem.• Unte uma forma com manteiga e forre-a com papel vegetal.• Leve ao forno a cozer a 180º durante 30 minutos.

Pudim de Azeite e Mel

Receitas da Quinta

INGREDIENTES: • 1 kg de polpa de abóbora em cubos• 750 g de açúcar• sumo de 2 laranjas• 200 g de nozes picadas• 1 colher de chá de canela em pó• 1 pau de canela

PREPARAÇÃO: • Numa panela coloque a abóbora, o açúcar, a canela, o pau de canela e o sumo das laranjas. Mexa tudo, tape e deixe cozinhar durante cerca de uma hora. De vez em quando mexa o doce.

• Retire o pau de canela e passe a varinha mágica. Depois junte as nozes picadas, mexa e deixe cozinhar por mais 15 minutos, mexendo de vez em quando.• Coloque em frascos previamente esterilizados, tape e vire-os com a tampa para baixo até o doce arrefecer, desta forma os frascos apanham vácuo e o doce dura mais tempo sem se estragar.

Nota: Para esterilizar os frascos e as tampas ferva-os durante uns minutos numa panela com água.

Doce de Abóbora

INGREDIENTES: • 1kg de marmelos sem sementes mas com casca• 1kg de açúcar branco• 1dl de água

PREPARAÇÃO: • Corte os marmelos em 4 partes e retire a totalidade do pé e caroço. • Coloque-os numa panela de pressão juntamente com os

restantes ingredientes, tape a panela e depois de começar a fazer barulho regule o lume para o mínimo. • Deixe cozer durante cerca de 20 minutos e depois deixe sair a pressão e abra a panela. • Triture tudo muito bem com a varinha mágica, distribua por taças não muito grandes e deixe arrefecer.

Marmelada

QUINTA PEDAGÓGICA DE PORTIMÃO

Page 27: Revista Quinta Pedagógica

27INGREDIENTES: • 400 g de açúcar• 1 colher de sopa de farinha maizena• 1 colher de chá de fermento em pó• 150 g de manteiga• 15 ovos• sumo de 3 laranjas• manteiga e açúcar q.b.

PREPARAÇÃO: • Ligue o forno a 200° C., unte um tabuleiro com manteiga e forre-o com papel vegetal também untado. • Bata o açúcar com a maizena e

o fermento. Junte a manteiga amolecida e os ovos um a um, batendo entre cada adição. • Adicione o sumo de laranja e envolva bem. Verta o preparado para o tabuleiro e leve ao forno em banho-maria durante cerca de 20 minutos. • Retire, polvilhe com açúcar e deixe arrefecer um pouco. Desenforme sobre um pano de cozinha e remova cuidadosamente o papel vegetal. Enrole, auxiliando-se do pano, e deixe arrefecer por completo. Reserve no frigorífico até ao momento de servir.

Torta de Laranja

INGREDIENTES: • 1 limão (sumo e raspa)• 6 ovos• 3 chávenas de farinha• 1 colher de chá de fermento• 2 chávenas de açúcar• 1 chávena de óleo• 1 chávena de leite

PREPARAÇÃO: • Bata as gemas com o açúcar e a raspa de limão, acrescente o sumo, o leite e o óleo.• Misture à parte a farinha com o fermento e junte o preparado à massa. Por fim, envolva as claras batidas em castelo e leve ao forno pré-aquecido a 180 graus durante 50 minutos.

Bolo de Limão

INGREDIENTES: • 5 ovos• 250g açúcar• 300g batata-doce cozida• raspa 1 laranja• sumo 1 laranja• 65g farinha• 65g farinha maizena• 1 colher chá fermento

PREPARAÇÃO: • Bata as gemas com o açúcar até obter uma mistura esbranquiçada. Junte a batata-doce em puré e a raspa da laranja.

• Misture o fermento com as farinhas e adicione este preparado à mistura anterior. • Bata as claras em castelo e envolva-as no preparado.• Deite o preparado numa forma untada e enfarinhada, e leve ao forno a 180º durante cerca de 40 minutos ou até verificar que está cozido.• Retire do forno, desenforme e pique-o com um palito. Aos poucos deite de forma uniforme o sumo da laranja por cima do bolo.

Bolo de batata-doce e laranja

QUINTA PEDAGÓGICA DE PORTIMÃO

Page 28: Revista Quinta Pedagógica

Aprender a podarDe uma maneira geral podar uma árvore favorece o seu crescimento, estimula a floração dos arbustos com flores e a frutificação das árvores frutíferas. Mas esta atividade não é assim tão simples e para a realizar é necessário conhecer os diferentes tipos de ramos que constituem uma árvore. Os ramos principais e laterais que formam a coroa da árvore e os ramos verticais e

concorrentes, que são uma particularidade da natureza, beneficiam de um tratamento específico no momento da poda.

Também existem diferentes tipos de poda que envolvem técnicas distintas. Uma das regras em matéria de poda é a de libertar o centro dos arbustos, para permitir que a luz e o ar possam entrar.

TÃO IMPORTANTE COMO A TEORIAÉ A PRÁTICA!Em dezembro e janeiro a Quinta inicia as podas das árvores, vinha e roseiras.Se quiser aprender como fazer, junte-se à equipa e aprenda a arte de podar.

28

Page 29: Revista Quinta Pedagógica

29

Cuidar do meio ambiente é fundamental para que as gerações futuras possam ter qualidade de vida. O melhor caminho para o fazer é adotar a política dos 3 rs, Reduzir, Reutilizar e Reciclar.

Tudo o que é produzido pela natureza rapidamente se transforma e a ela retorna. Se colocarmos uma peça de fruta ao ar livre, passado alguns dias já lá não está, o mesmo não acontecerá, se colocarmos um saco de plástico, que demorará muitos anos a desaparecer.

É precisamente por causa da acumulação dos resíduos que não são biodegradáveis, que o assunto da reciclagem é tão importante. O ser humano produz vários tipos de materiais, tais como o plástico, o vidro, o

metal, a esferovite, entre outros, que não são facilmente degradados pelos agentes da natureza e mais tarde quando perdem a sua utilidade, se não forem corretamente separados, serão deitados fora e passarão a ser lixo.

A solução para acabar com este tipo de lixo passa essencialmente pelo ato de reciclar. Somente através da reciclagem, o lixo poderá ser tratado como matéria-prima e ser reaproveitado para fazer novos produtos.

É preciso reciclartodos os dias!

QUINTA PEDAGÓGICA DE PORTIMÃO

Page 30: Revista Quinta Pedagógica

Em vários pontos da cidade podemos encontrar as ilhas ecológicas, compostas por quatro depósitos diferentes, que permitem a separação prévia dos resíduos recicláveis por tipo de material. Estes depósitos, consoante o material a que se destinam, têm uma cor.

30

VIVER SAUDÁVEL3

PAPEL

DEPOSITARCaixas de cereais, papel de escrita, envelopes (não é preciso tirar as janelas), caixas de bolachas, cintas de packs de garrafas, papéis de impressão, papel de embrulho, caixas de cartão de ovos, listas telefónicas, cartas, sacos de papel para o pão, sacos de comida para animais e caixas de pizza (sem gordura).

NÃO DEPOSITARPapel autocolante, sacos de cimento, papel plastificado, toalhetes e fraldas, papel de alumínio, lenços de papel sujos, embalagens de cartão com gordura, papel de cozinha, guardanapos sujos e embalagens de produtos químicos.

PLÁSTICO / METAL

PlásticoDEPOSITAR

Garrafas e garrafões de água, garrafas de óleos alimentares, embalagens de manteigas e margarinas, garrafas de sumos, sacos de plástico, bisnagas de mostarda e ketchup, garrafas de vinagre, esferovite, garrafas de lixívia, vasos de plástico, frascos de champô, garrafões de óleo de motor, embalagens de detergente e de produtos de higiene, embalagens de iogurtes líquidos e sólidos, filmes plásticos, embalagens de batatas fritas e aperitivos, cabides de plástico, copos de plástico, tampas de plástico e sacos de ráfia (batatas e cebolas).

NÃO DEPOSITARGarrafões de combustível, baldes, cassetes de vídeo, canetas, CD’s e DVD’s, rolhas de cortiça e talheres de plástico.

Metal DEPOSITAR

Latas de bebidas, tubos metálicos de pasta de dentes, latas de conserva, caricas, tabuleiros de alumínio, latas de leite em pó, cabides metálicos, aerossóis vazios, tampas metálicas de champanhe, latas de leite condensado e de fruta.

NÃO DEPOSITAREletrodomésticos, pilhas e baterias, tachos e panelas, ferramentas e talheres de metal.

Embalagens de Cartão para Bebidas DEPOSITAR

Pacotes de leite, pacotes de vinho, pacotes de sumo, pacotes de natas e polpa de tomate.

Como reciclar?

DEPOSITARGarrafas de água e sumos, garrafas de azeite, garrafões, frascos de doce, boiões (sem tampa), frascos de azeitonas e pickles, garrafas de vinho e cerveja e frascos de perfume e cosmética.

NÃO DEPOSITARMateriais de construção civil, janelas, vidraças, espelhos, lâmpadas, chávenas, jarras, cristal, copos e embalagens de medicamentos

VIDRO

Há materiais que suscitam algumas dúvidas mas por que não são embalagens, não devem ser colocados no ecoponto.

DEPOSITARRestos de comida, fraldas usadas, CD’s e DVD’s, papel e cartão com gordura, tachos, panelas, talheres, pratos, copos e chávenas, cassetes, janelas e espelhos, papel de cozinha sujo, guardanapos e lenços de papel sujos.

RSU

QUINTA PEDAGÓGICA DE PORTIMÃO

Page 31: Revista Quinta Pedagógica

VIDRO• O vidro é 100% reciclável sem perder quaisquer qualidades podendo ser reciclado indefinidamente;• Cada tonelada de vidro limpo dá origem a uma tonelada de vidro novo;• Reciclar o vidro evita a extração de grandes quantidades de areia de praias e rios;• A produção do vidro a partir de casco segue o mesmo processo de produção do vidro novo, mas a temperatura de fundição é mais baixa, logo o consumo de energia é menor.

PAPEL/CARTÃO• Ao reciclar uma tonelada de papel evita-se o abate de 15 a 20 árvores, 2000 litros de água e diminui- se a poluição atmosférica e as descargas para o meio aquático;• No processo tradicional de produção de papel, o volume de água necessário pode chegar aos 100.000 litros por tonelada de papel fabricado.

PLÁSTICO• Ao reciclar as embalagens de plástico poupa-se no consumo de energia e de matérias-primas, como o petróleo;• A reciclagem de 5 garrafas de PET (tipo de plástico usado para o fabrico de garrafas de água, sumos, etc.) permite a produção de poliéster suficiente para fazer uma t-shirt XL.

METAL• As latas de metal são 100% recicláveis, podendo ser recicladas vezes sem conta;• A energia utilizada para fazer uma lata de alumínio a partir de matérias-primas naturais é suficiente para fazer 20 latas de alumínio reciclado;• Reciclar uma lata de alumínio é o equivalente a poupar energia suficiente para ver televisão durante 3 horas.

PILHAS• As pilhas recolhidas são separadas por sistemas químicos e tratadas, obtendo-se ferro, óxidos de zinco, manganês e carbono, utilizados sobretudo na indústria do aço e da construção.

• Deposite os óleos alimentares, incluindo o azeite, sempre devidamente acondicionados em garrafas de plástico (de qualquer tipo e tamanho) bem fechadas, para evitar o seu derrame;• Não deposite óleos lubrificantes de motores, este é um resíduo perigoso que impede a valorização do óleo alimentar usado;• Não os despeje no lavatório da cozinha ou no contentor do lixo!

SABIA QUE…?• Se deitar os óleos usados na pia da sua cozinha pode danificar as suas canalizações e provocar entupimentos;• 1 só litro de óleo contamina 1 milhão de litros de água, o equivalente ao consumo de uma pessoa no período de 14 anos;• 1 000 litros de óleos alimentares usados permitem produzir até 980litros de biodiesel.

UTILIZE O OLEÃO MAIS PERTO DE SI!Localizações em: www.cm-portimao.pt

Vantagensda Reciclagem Atenção ao Oleão

Papel e o papelão - 3 a 6 mesesPastilha elástica - até 5 anosLatas - de 80 a 100 anosPlástico – até 500 anos

Outros simplesmente não se decompõem, tais como o vidro que poderá levar cerca de 1 milhão de anos na natureza até se decompor.

Sabe durante quantotempo os diferentestipos de lixo podemficar na natureza?

31

QUINTA PEDAGÓGICA DE PORTIMÃO

Page 32: Revista Quinta Pedagógica
Page 33: Revista Quinta Pedagógica

A Matemática apareceu na Quinta…Era sábado de manhã bem cedo e o Diogo estava ansioso para que a mãe o levasse até à quinta do avô Joaquim.

Ir à Quinta dá saúdee faz crescer! Que segredo dizemos à vaca para nos oferecer o seu leitinho? Como será a árvore das ervilhas redondinhas? Onde cresce o pão fofinho?

Primavera... tanta cor, tanta vida!O colorido das flores no campo e o zumbido dos insetos anunciam o fim dos dias curtos e frios de inverno.

Em tempo de crise não abandone os seus animais! Com a crise, assistimos a um aumento de pessoas que relatam as suas dificuldades em manter os animais de estimação.

34 36 38

A Quinta ConvidouA Quinta ConvidouA Quinta Convidou

37

Page 34: Revista Quinta Pedagógica

A QUINTA CONVIDOU4

A Matemáticaapareceu na Quinta…

Diogo: O avô disse-me que íamos plantar beterraba. Como é a beterraba?

Mãe: A beterraba é um vegetal em forma de nabo, com uma cor vermelha. É o que costumas comer na salada e gostas muito, mas é provável que nunca tenhas visto uma inteira. Pede ao avô para te mostrar.

Diogo: É tão bom vir para a quinta! O avô deixa-me mexer na terra e na enxada. Ele não andou na escola, mas sabe tanto sobre as plantas e os animais da quinta.

Assim que viu o portão da quinta, o Diogo esboçou um sorriso radiante. Mal o carro parou já o Diogo corria para o avô, que estava vestido com as suas botas de borracha verdes e o casaco velho castanho.

Diogo: Adeus mãe, até logo! Avô, vamos plantar beterrabas?

Avô: Olá Diogo, o terreno já está preparado. Só faltas tu.

Ao chegar ao local, o Diogo teve a possibilidade de ver uma

beterraba pela primeira vez. O avô sabia que ele queria ver uma, acabadinha de sair da terra.

Avô: Olha Diogo, vamos plantar aqui neste talhão. Traz o saco das sementes que está junto à árvore. Já tracei este retângulo onde vai ficar a sementeira de beterraba. Estás a ver?

Diogo: Avô, porque não plantas as beterrabas num círculo? É sempre um retângulo! Eu gostava que formasse um círculo aqui no meio da horta. Pode ser avô?

O avô Joaquim era muito paciente e o Diogo sabia que ele normalmente lhe fazia as vontades.

Avô: Tu tens com cada ideia… Mas está bem! Vou aproveitar para te lançar um desafio: Como é que vamos desenhar um círculo aqui no meio da horta? A ideia foi tua!

Diogo: Avô, eu já consigo desenhar círculos com o compasso lá na escola, e saem muito direitinhos... Mas aqui não temos compasso?! Como

Era sábado de manhã bem cedo e o Diogo estava ansioso para que a mãe o levasse até à quinta do avô Joaquim. No caminho não parava de fazer perguntas e sentia uma energia surpreendente. O avô tinha-lhe dito que iam plantar beterraba, um vegetal que ele não conhecia.

34

Nuno Garção (Professor de Matemática)

podemos fazer? Só se tivéssemos um compasso muito grande!

Diogo andava no 4ºano e era um bom aluno a Matemática, mas sentiu que estava perante uma situação nova que não sabia resolver. A professora Joana nunca lhe tinha falado de tal coisa.

Avô: Pois… Vamos pensar um pouco… Por que não construir um compasso para a quinta? – Afirmou com ar de quem não sabia como fazer, mas com um sorriso a sair da barba branca farfalhuda.

Diogo: Boa ideia, mas como avô?

Avô: Então, temos aqui uma corda junto a esta árvore… Será que isto vai servir? Ora, se esticarmos a corda… Tu seguras aí no meio do talhão uma das pontas com uma estaca e agora eu vou esticar a corda e seguro nesta ponta onde tenho outra estaca. Penso que 5 metros dão… E agora, como fazemos? – Perguntou o avô a rir-se.

Diogo: Ah, boa! Já percebi! Com a corda esticada eu seguro no centro e tu vais desenhando a circunferência à volta e fica marcado o círculo no chão. Boa ideia avô! Estamos a desenhar um círculo com 5 metros de raio, portanto o círculo vai ficar com um diâmetro de 10 metros, que é

QUINTA PEDAGÓGICA DE PORTIMÃO

Page 35: Revista Quinta Pedagógica

o dobro da corda que usámos. Uauu! Amanhã tenho que contar aos meus colegas que fiz um círculo gigante sem compasso.

Diogo estava radiante com aquela descoberta. Os joelhos estavam no chão. Ele sabia que na quinta podia estar à vontade e era uma escola ao vivo, onde podia ver as coisas que falavam na disciplina de Estudo do Meio e agora a Mate-mática também andava por lá.Depois de desenhado o canteiro em forma de círculo, o avô com a sua enxada pesada plantou as sementes de beterraba, com a ajuda do Diogo.

Diogo: Já está avô. Viva! Ficou bem. O que vamos fazer a seguir?

Avô: Agora temos que arranjar uma cerca aqui para o talhão. Sem medir já sei quantos metros vai ter!

Diogo: Como é possível? Há pouco mediste a corda e viste que tinha 5 metros do centro até

onde vai ficar a cerca, mas saberes qual o comprimento da cerca sem medires é muito! - afirmou desconfiado.

Avô: Olha a experiência tem-me dito que o tamanho da cerca é o comprimento daquilo que chamas circunferência e vai ser mais ou menos o triplo do diâmetro do círculo, ou seja, 3 x 10m. Queres comprovar?

Diogo: E não é que os 30 metros dão quase para vedar o talhão? Que interessante… E se tivéssemos feito um círculo mais pequeno a cerca também teria um comprimento com o triplo do diâmetro desse círculo?

Avô: Sim, Diogo. Podes experimentar em qualquer círculo para ver que tenho razão.

Diogo: Sabes avô, ontem acho que ouvi a mana falar disso enquanto estudava Matemática. Ela no 6ºano está mais avançada, mas acho que agora entendi o

que ela estava a dizer à mãe, “o perímetro da circunferência é pouco mais que o triplo do diâmetro dessa circunferência”. Ela também falou num número pi…

Diogo ficou a pensar no número pi e a olhar para a copa da árvore, como se a resposta estivesse lá, numa das folhas que estava a abanar com o vento que se fazia agora sentir com mais força.

Avô: Fazemos assim Diogo, hoje quando chegares a casa vais ver o que é esse número pi e depois ligas-me a dizer. Agora temos que nos despachar. Acho que vem aí chuva!

35

PASSATEMPO:O que é o número Pi?Se souberes liga para a Quintae explica ao avô Joaquim.As primeiras 5 respostas certasdão direito a uma surpresa.

QUINTA PEDAGÓGICA DE PORTIMÃO

Page 36: Revista Quinta Pedagógica

A QUINTA CONVIDOU4

Ir à Quinta dá saúdee faz crescer!

Estas e questões semelhantes, podem facilmente ser colocadas pelas nossas crianças, nascidas e criadas nas cidades, dado estarmos cada vez mais desligados do mundo rural e simultaneamente do contacto com a terra, o cultivo, a pastorícia e a agropecuária. Na atualidade, o contacto com o mundo rural é para as crianças das cidades, uma experiência fortuita, muitas vezes distante ou mesmo inexistente. Assim, na melhor das hipóteses, aprendem nos livros e nas imagens informáticas ou nos media, as magias da natureza e os processos subjacentes à produção dos nossos alimentos diários. Se algumas sabem que o leite dos pacotes é um produto da vaca, poucas observaram em direto a ordenha da mesma, ou ajudaram tampouco a descascar uma vagem de ervilha, ou até mesmo puderam experienciar amassar o pão e sentir o seu aroma e calor acabado de sair do forno. A experiência sensorial do aroma duma romã madura, da terra lavrada, do bafo da vaca, o toque no pelo do burro, o cacarejar nervoso da galinha poedeira, são vivências intraduzíveis em palavras ou imagens e constituem uma festa de sensações e emoções. Este manancial de informação é extremamente necessário para

fazer face ao stress diário do ritmo de vida numa cidade e aproxima-nos dos ritmos serenos e cadentes da natureza, à qual, frequentemente parecemos ignorar ou mesmo negar a nossa pertença. Ao mundo em que tudo “se compra feito e pronto a consumir” falta a consciência e vivência dos processos simples e primários da existência tais como: nascer/morrer, plantar/ desabrochar e cuidar/crescer, e que nos permitem dar um sentido e desenvolver a consciência de nós próprios e do mundo.De facto, a enorme complexidade da estimulação a que estamos sujeitos, a facilidade da comunicação à esfera global e do desempenho de diversas tarefas que acompanharam a modernidade, trouxe como é reconhecido, enormes vantagens à humanidade, mas produziu simultaneamente, um distanciamento cada vez maior em relação à natureza e alterou a possibilidade e a qualidade das interações em direto. Este nível de exigência permanente de adaptação a novos contextos e tecnologias a que estamos sujeitos, afeta certamente as nossas crianças, seja pelas mensagens dum mundo demasiado competitivo e inseguro, seja pelo tempo (ou a falta deste) que lhe dedicamos.

Que segredo dizemos à vaca para nos oferecer o seu leitinho? Como será a árvore das ervilhas redondinhas? Onde cresce o pão fofinho?

36

Ana Barradas e Clara Freitas

Para o seu processo de crescimento saudável e de construção de si próprias, o contacto com práticas que traduzam a nossa história e cultura ancestrais pode-nos orientar no caminho da identidade cultural. Mais, esta experiência sensorial proporcionada pelo contacto com a essência do mundo rural é extremamente enriquecedora e até fundamental para a sua organização psicológica, podendo tornar-se preventiva de perturbações na sua saúde mental. Diversos estudos apontam os benefícios para a saúde das crianças seja através de um simples contacto com a natureza, seja em parques urbanos ou praças arborizadas, contribuindo para combater a hiperatividade, défice de atenção, a obesidade e melhorar o sistema imunológico. O contacto com animais em particular com os de estimação, produzem melhorias ao nível da comunicação interpessoal, sendo uma ferramenta poderosa no combate ao stress e alívio da tensão, ansiedade e depressão bem como na solidão em particular dos mais idosos. Estimulam o bom humor e o divertimento e ensinam as crianças a comunicarem melhor e a estabelecerem mais facilmente relacionamentos sociais.

Psicólogas ClínicasGrupo de Apoio à Saúde Mental Infantil de Portimão

QUINTA PEDAGÓGICA DE PORTIMÃO

Page 37: Revista Quinta Pedagógica

37

Primavera… tanta cor, tanta vida!

Filipe Bally (Biólogo)

O colorido das flores no campo e o zumbido dos insetos anunciam o fim dos dias curtos e frios de inverno. Com a chegada dos dias soalheiros da primavera nos campos e na cidade há como que uma explosão de cor e vida! Ao mesmo tempo que algumas aves que invernaram na quinta pedagógica – pisco-de-peito-ruivo e alvéola-branca – rumam a norte, de África chegam outras aves, das quais se destacam, por serem facilmente observadas e identificadas, as andorinhas. Apesar de ser possível observar alguns indivíduos durante os meses mais frios, a andorinha é usualmente associada à chegada da primavera. No final do inverno as observações ocasionais de um ou dois indivíduos tornam-se mais regulares e com grupos de maiores dimensões.Adaptadas ao voo, anualmente percorrem longas distancias, entre o hemisfério norte e o hemisfério sul. No final do Verão, após a época de reprodução, as andorinhas reúnem em bandos e partem a caminho do continente africano, onde passam os meses de Inverno. Algumas chegam mesmo a viajar até ao extremo sul de África, mas a maior parte passa o Inverno nas savanas a sul do deserto do Sahara. A partir de Fevereiro retornam aos locais onde nasceram. Aqui chegadas irão reconstruir o ninho, iniciando o processo de reprodução, até que de novo voltam a viajar rumo ao sul no final do Verão.O alimento, essencialmente insetos

voadores, são capturados em voo. Há estudos que referem que uma andorinha adulta reprodutora chega a capturar por dia cerca de 2 mil insetos, essencialmente mosquitos e moscas. A presença de andorinhas quer em zonas urbanas quer no campo são por isto um importante regulador natural das populações de insetos, algumas das quais com potencial nocivo sobre a saúde pública ou culturas agrícolas.Surpreendentemente, as andorinhas que nos visitam não todas iguais. Na quinta pedagógica entre março e setembro podem ser observadas regularmente 3 de 5 espécies de andorinhas que ocorrem em Portimão. A andorinha-das-chaminés é reconhecida por ter duas penas mais compridas na cauda, que se

encontram ausentes nos juvenis. Distingue-se por ter a garganta vermelha e o dorso ser escuro com reflexos azulados.A andorinha-dos-beirais nidifica em grandes colónias nos aglomerados urbanos, tem uma cauda curta e a sua plumagem é preta e branca. O ventre é branco puro, tal como uma mancha que se situa entre o dorso e a cauda.A andorinha-dáurica, mais rara, é a maior das andorinhas. Tal como a andorinha-das-chaminés, possui duas longas penas na cauda, mas distingue-se desta pela ausência da garganta vermelha e pela presença de tons alaranjados na nuca e uropígio.Parta à descoberta, observe e surpreenda-se com a diversidade de cor e vida que nos rodeia.

QUINTA PEDAGÓGICA DE PORTIMÃO

Page 38: Revista Quinta Pedagógica

Em tempo de crisenão abandoneos seus animais!

A equipa da Vinculum Animal

Com a crise, assistimos a um aumento de pessoas que relatam as suas dificuldades em manter os animais de estimação. Com vontade e alguma imaginação, existem no entanto várias formas de tornar estas despesas menores, evitando “cortar” nos animais. Aqui ficam algumas sugestões, relacionadas com os cuidados veterinários, necessidades e brinquedos para o seu animal de estimação.

A poupança começa sempre na antecipação - antes de comprar todos os acessórios para o seu animal de estimação, verifique se tem alguém que lhos possa ceder/vender mais barato ou procure comprar em sites de artigos usados. Faça um seguro de saúde para o seu animal, pois pode ser um bom investimento a longo prazo, cobrindo despesas inesperadas que possa ter. Frequentemente os veterinários e associações de animais fazem campanhas de vacinação e colocação de microchip a preços mais baixos. Se mantiver o seu animal devidamente desparasitado e vacinado, o risco de contrair doenças é muito menor. Leve o animal ao veterinário se desconfiar que o mesmo se encontra doente. Mais vale prevenir e tratar qualquer problema em fase de

aparecimento, do que esperar até mais tarde e ter de gastar ainda mais em tratamentos.

Uma ótima ideia preventiva é esterilizar o seu animal como forma de evitar ninhadas indesejadas, cuja manutenção é de preço elevado, e prevenir doenças como tumores.

Nunca descure a alimentação: uma alimentação equilibrada previne muitos problemas que o animal possa vir a ter. Prefira rações que reúnam todos os nutrientes necessários para o bem-estar do seu animal e compre sacos maiores, de forma a diminuir o valor por Kg. Sai mais em conta.

Outra das necessidades do seu animal de estimação é o exercício físico: exercite frequentemente o seu animal – tal como nós, o exercício físico é muito importante para a saúde física e mental. Desta forma, o seu animal poderá inclusive ser um estímulo para que também faça exercício físico, a custo zero e bem acompanhado.

Os animais são parte da nossa família. Não descure a atenção que eles necessitam. O carinho não tem preço. Os animais precisam de uma vida

estimulante, com atividades adaptadas ao seu dia-a-dia e às suas habilidades inatas.

No caso dos cães, recomendamos o treino desde cachorros através de um educador profissional evitando assim problemas comportamentais que podem comportar custos elevados mais tarde, ou outras situações indesejáveis.

Ainda no que concerne a brinquedos e acessórios ponha a sua imaginação a funcionar. Recicle produtos de forma imaginativa para elaborar os brinquedos, camas ou abrigos para os animais. Se tiver um cão, pode por exemplo pendurar um garrafão de água vazio, ou dar-lhe garrafas de plástico com algo dentro de forma a que ao movimentar-se, faça barulho. Com uma camisola grande e algum enchimento pode fazer uma almofada e com caixas de esferovite pode construir bons abrigos de exterior para gatos. Pesquise e inspire-se!

A QUINTA CONVIDOU4

38

QUINTA PEDAGÓGICA DE PORTIMÃO

Page 39: Revista Quinta Pedagógica
Page 40: Revista Quinta Pedagógica

LOCALIZAÇÃOwgs84: Latitude= 37.15038006 / Longitude= -8.55302717

INFORMAÇÕES ÚTEISMARCAÇÕES

Terça-feira a sábado: 9h00 - 17h30T: 282 480 730

E-mail: [email protected] marcações estão sempre sujeitas a confirmação.

HORÁRIOTerça-feira a sexta-feira: 09h30 - 17h30

Fins-de-semana: 10h00 - 17h30Encerrado às segundas-feiras e feriados

ENTRADA GRATUITA