revista pró-tv - nº 104

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pró_ tv revista Esta é uma publicação gratuita da Pró‐TV / Museu da TV Brasileira ‐ www.museudatv.com.br Setembro 2012 | Nº 104 62 anos de muitas histórias! Exposição ¨60 Anos da Telenovela Brasileira¨ chega à Manaus, no Amazonas Televisão brasileira, inaugurada em setembro de 1950, completa mais um ano de vida Pág. 05 Pág. 02

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Edição número 104 da Revista feita pela Pró-TV

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Page 1: Revista Pró-TV - nº 104

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Setembro 2012 | Nº 104

62 anos de muitas histórias!

Exposição ¨60 Anos da Telenovela Brasileira¨ chega à Manaus, no

Amazonas

Televisão brasileira, inaugurada em setembro de 1950, completa mais um

ano de vida Pág. 05Pág. 02

Page 2: Revista Pró-TV - nº 104

| Editorial | Homenagem ao grande Cassiano Gabus Mendes

Vida Alves

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A Pró‐TV, neste mês de setembro, quando a televisão completa 62 anos, no dia 18, tem vários compromissos, e todos cheios de prazer, emoção e saudade.

No começo, a TV Tupi de São Paulo, a pioneira, era como se fosse uma cidade pequena. Todos se conheciam, se visitavam, pois procuravam morar no bairro do Sumaré (onde foi montada a emissora de Assis Chateaubriand), no mesmo terreno da Rádio Tupi e Difusora, também dele. Formaram as Emissoras Associadas.

Depois o grupo cresceu, não só em São Paulo, pois foi adquirida também a TV Cultura (que mais tarde ficou do Estado de São Paulo, com o nome Fundação Padre Anchieta). Cresceu também em todo o Brasil.

A emissora TV Tupi de São Paulo em si, era pequena. O Estúdio A (que considerávamos grande naquele tempo) era pequeno e o B, só para comerciais e locuções. Esse então, pequeníssimo.

Mas nossos corações eram enormes. E nossos sonhos, e nossos desejos de mostrar ao mundo (deveríamos dizer “mundinho”?) , do que éramos capazes, estes não tinham tamanho. Todos topavam tudo, todos faziam tudo. Verdade.

Eu mesmo era: atriz, redatora, diretora, produtora, apresentadora...de rádio e detelevisão.

E o Cassiano Gabus Mendes? Inesquecível! Era o diretor artístico auxiliar, no primeiro ano da inauguração da TV Tupi, mas passou ao cargo principal, quando Demerval Costa Lima se afastou, e foi para a segunda emissora paulista, TV Paulista, hoje TV Globo.

Cassiano ficou o diretor‐artístico principal e único. Mas também ele era ator, diretor,produtor...

Bons tempos! Estávamos todos na casa dos 20 anos. Eu tinha 21 anos. Cassiano apenas 22. Imaginaram um garotão dirigir uma emissora de televisão nessa idade? Escalar, dirigir, dominar o pessoal e, principalmente, “bolar”, criar, inventar programas, pois não tinha de onde copiar nada, pois a TV Tupi, como já disse acima, foi a primeira e única. Corajoso, o jovem Cassiano era capaz, imensamente capaz!

Escrevi ao lado que neste mês de setembro, temos vários compromissos, por causa do aniversário da TV.

Mas não podíamos deixar de começar por este: elogiar aqueles que implementaram a emissora pioneira. Deram a ela seu sangue, seu coração, sua alma.

Foram nomes importantes. Registrá‐los fica difícil, pois temo esquecer alguns. Por isso coloco só o nome de Cassiano Gabus Mendes, representando todos, representando a TUPI de São Paulo.

Tenho certeza de que os pioneiros que me lerem concordarão comigo. A ele devemos muito. A ele, a televisão brasileira, agora tão grande e tão respeitada no mundo todo, deve sua vida, sua razão de ser. Deve tudo.

Obrigada, Cassiano, chefe, pai, amigo, irmão.

Page 3: Revista Pró-TV - nº 104

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| Mulheres Eternas| A mais bela

Mais homenagens...Lembre‐se: a televisão faz 62 anos. Temos o coração saudoso, emocionado, agradecido. E lembramos mulheres com quem trabalhamos, a quem estimamos, admiramos.

Vamos registrar aqui algumas, mesmo sabendo que muitas mais mereciam nossos elogios e nossos agradecimentos.

Começo pela mais bela (no meu conceito): Tônia Carrero.

De feições perfeitas, de corpo escultural, essa mulher‐boneca, não era apenas bonita. Sempre foi uma grande atriz. E atuou em

A e a TV CULTURA Fundação Padre Anchietafazem a diferença colaborando na

manutenção da Pró-TV.História da televisão também é cultura.

www.tvcultura.com.br

televisão, em cinema e em teatro.

Seu nome civil é Maria Antonieta Porto Carrero. Nasceu em 23 de agosto de 1922. Completou então 90 anos.

Formada em Educação Física, casou‐se cedo com Carlos Arthur Thiré, com quem teve seu único filho, o também ator Cecil Thiré. Morou em Paris, e quando voltou ao Brasil, logo atuou em cinema. Seu primeiro filme: “Querida Suzana”. Insatisfeita e arrojada sempre, foi para o teatro e começou com a peça “Um Deus Dormiu Lá em Casa”. Organizou uma Companhia de Teatro, com o marido e Paulo Autran. Fizeram inúmeras peças.

Outra vez no cinema, brilhou em: “Tico Tico no Fubá”. Entrou para o TBC (Teatro Brasileiro de Comédia), onde brilhou sempre. Entrou então para a televisão e esteve na TV Globo, em grandes

novelas. Também no SBT.

Tônia Carrero, sempre bela, ganhou inúmeros prêmios em todos os campos de atuação. Mas, meigamente, respondeu à Vida Alves, quando esta a entrevistou: “Qual foi o maior prêmio?” E ela respondeu: “O filho maravilhoso que Deus me deu, e ele me fez avó e bisavó. Existirá no mundo prêmio maior que esse? V.A.

Page 4: Revista Pró-TV - nº 104

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| Mulheres Eternas | A mulher feliz

Quem conheceu e conviveu com Eloísa Mafalda, não a esquece jamais. É impossível.

Nascida no interior de São Paulo, na cidade de Jundiaí, em 18 de setembro de 1924, tudo o que queria na vida era ser feliz, era se divertir. Gostava de esportes. Chegou a ganhar medalha de natação.

Em 1940, com a separação dos pais, Eloisa acompanhou o irmão Oliveira Neto, dono de voz bonita, e que foi ser locutor nas Rádio

A PROCIMAR APÓIAA DIGITALIZAÇÃO

DO ACERVO DA PRÓ‐TV

Tel: (11) 3873.5888www.procimar.com.br

Tupi e Difusora de São Paulo.

Eloisa foi trabalhar com dona Alice Waldvogel na área comercial da emissora, parte de escritório.

E Eloisa era uma jovemzinha alegre, ajudando Alice, a alemã certinha, que foi sua mestra e segunda mãe. Mas Oliveira Neto arranjou emprego no Rio de Janeiro, e para levar a irmã, fez com que ela se submetesse a um teste de rádio‐teatro. Mafalda foi aprovada. Ela própria se espantou, quando “virou atriz”,

Do rádio à televisão foi um pulo, e aos grandes papeis, um “susto”, como ela própria, rindo, contava a todos. Ganhou a TV Globo no ato.

Papeis importantíssimos lhe foram dados. Fez grandes novelas: “A Grande Mentira”, “A Próxima Atração”, “Hipertensão”, “Bandeira 2”, “O Grito”, “Saramandaia” e “Gabriela”onde marcou eternamente com a sua Maria Machadão.

E mais uma série imensa de novelas, em que atuou com grande sucesso. Eloisa (que tirou o H para obter mais sorte), é mesmo pessoa de sorte. Teve os filhos Miriam a Marcos, quando de seu casamento com Miguel Teixeira. Tem netos e adora a família, que ainda mora em Jundiaí.

E ela diz: “Na minha vida tudo foi por acaso. Tudo foi uma grande brincadeira. Por isso eu fui e sou imensamente feliz”. Mesmo agora, com seus 89 anos. Grande Eloisa! V.A.

Page 5: Revista Pró-TV - nº 104

| Exposição|

A exposição “60 Anos da Telenovela Brasileira” desembarcou

finalmente em Manaus, capital do Amazonas. Uma itinerância muito

aguardada por todos, já que era a primeira vez que nossa exposição iria

de uma cidade à outra por meios não convencionais.

Ao contrário das últimas nove praças por onde passou, desta vez a

mostra não foi transportada por terra e sim se locomoveu por meio de

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Visitem a Cidade da TV, o maior centro de entretenimento sobre TV do Brasil.

Horário: de terça a domingo, das 9h às 17h. Ingressos: R$ 10,00 e R$5,00 (crianças até 12 anos, estudantes com carteirinha e idosos acima de 60 anos).

Visitas em grupo: ligue para: (11) 4330-6998 / Falar com Carlos ou Sandra

Local: Cidade da Criança (Portão 4) – Rua Tasman, 301. São Bernardo do Campo / SP

Site: www.cidadedatv.com.br

Elmo Francfort

uma balsa, que navegou do Pará até o Amazonas, através do Rio Amazonas até que ele virasse Solimões e

chegasse ao Rio Negro (esta diversidade é o Brasil! Manaus é um grande continente verde, margeado por rios

no meio da Amazônia)... E chegou! Todos esperavam ansiosamente.

A abertura aconteceu na noite do dia 28 de agosto, no Studio 5 Shopping. Na cerimônia contamos com a

presença da presidente da Pró‐TV, Vida Alves, ao lado da amiga e também atriz Eva Wilma, e a recepção

calorosa do fundador da TV Amazonas, Phelippe Daou, que estava muito feliz – além de receber a exposição,

ele já comemorava os 40 anos desta importante afiliada da Globo (o aniversário do canal foi dia 1º de

setembro), tendo se manifestado a favor da criação do Museu da TV Brasileira. E a Pró‐TV e a Rede Globo,

realizadoras da exposição, ficaram felizes em poder participar da comemoração dos 40 anos da TV Amazonas

através da presença da mostra, que ficará em cartaz no espaço até dia 14 de setembro.

Voltando à abertura, Vida Alves entregou à Phelippe Daou o Prêmio Pró‐TV por todo seu empenho no

progresso da televisão brasileira. Graças a ele e aos amigos (e acionistas do grupo) Milton Cordeiro e Joaquim

Margarido, praticamente toda região Norte pôde assistir televisão através das emissoras que inauguraram.

Um símbolo de dedicação e amor ao que faz, visto tão nítido no olhar de Phelippe Daou.

Agradecemos ao apoio de toda Rede Amazônica por mais esta vitória da Pró‐TV, em especial a todos do

Marketing da emissora, salientando o nome de Tina Serafim e seu colaborador Thiago Mendes. Não podemos

esquecer o apoio do historiador Abrahim Baze, do Museu da Rede Amazônica, que nos cedeu peças e

informações valiosas para construirmos o “Espaço Amazonas” dentro da exposição. No dia 29 ainda fomos

conhecer o Museu da Rede Amazônica, uma iniciativa promissora àqueles que respeitam a memória do

audiovisual.

Obrigado a todos! Obrigado pelo carinho, Manaus!

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1‐ Phelippe Daou, presidente da Rede Amazônica, e Vida Alves, presidente da Pró‐TV;

2‐ Dançarinos do Centro de Movimento Arnaldo Peduto fazem flash mob na abertura (Katiúscia Monteiro / G1 AM);

3‐ Atriz Eva Wilma com Elmo Francfort, funcionário da Pró‐TV;

4‐ Objetos históricos expostos na mostra.

Page 6: Revista Pró-TV - nº 104

|Mulheres Eternas | A alto‐astral

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Suzana Vieira nasceu Sônia Gonçalves, filha de adido militar na Embaixada do Brasil em Buenos Aires. Por ser filha de diplomata, viveu em vários países. Aprendeu vários idiomas e teve educação esmerada.

Nasceu na Maternidade São Paulo, em 23 de agosto de 1942. Completou então 70 anos. Parece? É claro que não. É jovem, é menina, a eterna Suzana Vieira, atriz como poucas.

Quando morou em Buenos Aires,

ainda criança, estudou balé. Já no Brasil, encaminhou‐se à TV Tupi. Adotou o nome da irmã: Suzana e, fez os famosos grandes teatros: “TV de Vanguarda” e TV de Comédia”.

Bonita, fotogênica, bela atriz, tinha sempre a gentileza de chamar os colegas mais antigos de mestres.

Com 19 anos casou‐se com o colega Régis Cardoso e teve o filho Rodrigo. Afastou‐seda arte e foi ser apenas dona de casa e mãe.

Gostou , mas, quando a TV Globo aconteceu em sua vida, em 1970, voltou com tudo.Fez sucesso em “Pigmaleão 70”, “A Próxima Atração”, “Anjo Mau”, “Minha Doce Namorada”, “Escalada”, “O Espigão”, “A Sucessora”, “Por Amor” e inúmeras outras novelas.

Fez teatro e ninguém se esquece dela, quando fez “A Partilha”, de Miguel Falabella. Ao todo, só na

Globo, participou de mais de 30 novelas.

Suzana Vieira casou‐se outra vez com o marido Carson, com quem ficou por 13 anos. Mas separou‐se. Hoje está com o jovem ator Sandro Pedroso. E está feliz, pois Suzana, que ainda brilhou na minissérie “Chiquinha Gonzaga”, e em novelas mais r e c e n t e s , c o m o “ M u l h e r e s Apaixonadas”, “Senhora do Destino”, “Duas Caras”, nasceu para acontecer. E, onde quer que esteja, acontece.

Suzana, quando reviu Vida Alves, com quem trabalhou na antiga TV Tupi, se desfez em carinho e amor. E Vida, olhou para ela e disse: “Você é uma vencedora, de quem gosto muito”. E, gentilmente Suzana respondeu: “Vida, eu quero ser você amanhã”. E Vida completou: “Deus te abençoe, eterna menina”. V.A.

Page 7: Revista Pró-TV - nº 104

|História|Boni, 60 anos de brilhante trajetória televisiva

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Fábio Siqueira

José Bonifácio de Oliveira Sobrinho é o nome completo de um dos maiores profissionais da televisão em toda a sua história.

Filho de Orlando de Oliveira, o músico Caçula que tocou com grandes nomes da música como Garoto‐Anibal, Augusto Sardinha e Antonio Rago; e de Joaquina de Oliveira, a psicóloga e escritora Kina de Oliveira.

Boni desde jovem esteve em contato com o mundo da comunicação, pois com quinze anos já frequentava os estúdios da célebre Radio Clube do Brasil, que na época era dirigida pelo inesquecível dramaturgo e novelista Dias Gomes (1922‐1999) e naquele mesmo ano, 1950, já fazia uma espécie de estágio na Rádio Roquette Pinto.

Esse paulista de Osasco, em 1952, passa a trabalhar na recém‐inaugurada Rádio Nacional de São Paulo, escrevendo roteiros para os programas de Manoel de Nóbrega (1913‐1976) e no segundo semestre se transfere para a Radio Tupi, a convite do diretor Theophilo de Barros Filho (1911‐1969).

No final do mesmo ano, finalmente estreia na televisão nascente, escrevendo um novo programa para o Canal 3, a TV Tupi, chamado Família Sears, já contando com um elenco magistral, como Walter Stuart, Maria Vidal, Sonia Maria Dorce, Adriano Stuart, entre outros.

Ainda na prodigiosa década de 50, Boni se destacou também em outras duas área do cenário midiático: na recém surgida gravadora RGE (fundada como selo fonográfico em 1954, por José Scatena) e também na importante agência de propaganda Lintas, fundada pelo emérito publicitário gaúcho Rodolfo Lima Martensen (1915‐1992).

Ao lado dessas bem sucedidas realizações, Boni foi diretor de programas na TV Paulista, sob a supervisão de seu mestre e amigo Roberto Corte Real (1919‐1988).

Mas a década de 60 já alvorecia, e Boni recebeu do célebre diretor bauruense Edson Leite (1920‐1983) de impulsionar a

TV Excelsior, exatamente numa fase de bem sucedidas experimentações, como o surgimento da telenovela diária e a popularização dos teleteatros do Canal 9.

Em 1964, Boni é contratado por Walter Clark (1936‐1997) para trabalhar na TV Rio, onde essa predestinada dupla conseguem reunir um estelar elenco para essa emissora, registrando nomes como Dercy Gonçalves, Nelson Rodrigues, Chico Anysio ,Leo Batista, Heron Domingues e João Saldanha. Aliás, essas seis grandes personalidades voltariam a trabalhar com Boni na TV Globo.

Em poucos anos, após a ótima experiência no Canal 13 da Guanabara, Boni aceita organizar a montagem a TV Bandeirantes e meses depois, retorna a TV Tupi, para criar o Telecentro, uma interessante experiência de rede entre as emissoras de São Paulo e do Rio de Janeiro.

Em 1967, reencontra novamente o amigo Walter Clark, que já como diretor artístico da TV Globo, contrata Boni para a renomada emissora do Jardim Botânico.

E nos trinta anos, que de forma inovadora e genial dirigiu a Rede Globo, imprimiu um estilo e um padrão televisivo imortalizado como o “Padrão Globo de Qualidade” .

Aliás, qualidade pode ser a palavra síntese de seu trabalho. Eclético e detalhista, desde dar o título para uma novela tão importante como “Selva de Pedra” (1972) escrita por sua amiga dos tempos da Rádio, Janete Clair (1925‐1983) até escrever a música de abertura do “Fantástico”, escrita junto com Guto Graça Mello, em 1973.

Em 2003, chega um novo desafio: a direção da TV Vanguarda em São José dos Campos, afiliada da Rede Globo, missão que abraça e desempenha até hoje, com sucesso e dedicação, a exemplo do magnífico livro autobiográfico que lançou no final do ano passado, “O Livro do Boni”, pela Editora Casa da Palavra.

Esse é Boni, homem de infinito talento e gigante generosidade que a 60 anos marca presença na TV e na constelação das comunicações brasileiras. Que venham muitos mais anos e muitos trabalhos para ícone tão admirado e tão respeitado por seus pares, pela crítica televisiva e pelo conjunto dos telespectadores.

Page 8: Revista Pró-TV - nº 104

| Cidade da TV|

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Em 2012, no dia 19 de setembro, completará um ano da Cidade da TV. O maior e único centro de entretenimento sobre a televisão no Brasil.

A Cidade da TV se localiza ao lado da Cidade da Criança, em São Bernardo do Campo, local em que existiu a primeira cidade cenográfica da TV brasileira: a Vila Redenção (da novela “Redenção”, a mais longa do país, no ar pela TV Excelsior de 1966 e 1968).

Quer conhecer o arquivo fotográfico da Pró‐TV que encontra‐se digitalizado e disponível na internet?Então acesse agora, de forma gratuita, e entre nessa grande viagem no tempo.

www.museudatv.com.br/centrodememoria

|Centro de Memória |

Tal cidade foi a responsável pela criação da Cidade da Criança no final dos anos 1960, quando a Prefeitura do Município de São Bernardo do Campo adquiriu da TV Excelsior o terreno e a cidade cenográfica, voltando‐a ao turismo, após o término dessa novela de sucesso.

E com o apoio de permissionários, a Cidade da Criança chegou até os dias atuais, como o primeiro parque temático do país. Atualmente, com o Aquário de São Paulo (permissionário) e o apoio da Pró‐TV, foi criado este espaço denominado “Cidade da TV”.

Com mais de 2.000 m², a Cidade da TV tem como objetivo criar no visitante algo diferente de Museu, mas um espaço de interação com a história da TV e do rádio.

É possível de se ver em câmeras antigas, em branco e preto, até tocar numa tela interativa com peixes que fogem ao tentar tocá‐los.

Para comemorar a data foi firmada parceria entre a Pró‐TV e a Universidade Metodista (também da região do ABC) para realização de novos depoimentos de profissionais importantes na história e exposições no espaço da Cidade da TV.

Ela se localiza na Rua Tasman, 301, em São Bernardo do Campo (SP), aberto de terça a domingo, das 9h às 17h. Ingresso: R$ 10,00 (inteira) e R$5,00 (meia).

Page 9: Revista Pró-TV - nº 104

| Acontece|

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O radialista pesquisador

O mês de setembro é sempre importante para a classe dos radialistas. É o mês em que a televisão brasileira aniversaria e o rádio também. Neste ano, no dia 18 de setembro, a TV comemorará 62 anos de existência e, no dia 7 de setembro, o rádio completará a data redonda de 90 anos. Relembrando a importância do radialista, dessa vez, em minha coluna, faço um apelo. Um apelo pela memória do rádio e da TV. Nicolau Tuma, criador do termo “radialista” se fosse vivo acredito que também faria este apelo.

Antes mesmo de Museu, de exposições, ou de todos os trabalhos que a Pró‐TV vem realizando, assim como departamentos históricos ligados às emissoras, precisamos que o próprio meio de rádio e TV se conscientize da importância de preservar sua memória.

E qual o primeiro passo para isso? Fazer com que o radialista que trabalha num desses departamentos seja reconhecido perante a lei. Pesquisador de TV, por exemplo, uma classe crescente, não tem nem piso salarial definido, porque para Lei do Radialista (Lei nº 6.615, de 16/12/78) ele “não existe”.

Quando fiz estágio, a classificação na Lei do Radialista que mais se aproximava para justificá‐lo foi “Rádio – TV Fiscal”, que é quem lida com pesquisa, mas de dados e análise do Ibope. Não sou contra que historiadores, museólogos, jornalistas e pessoas que lidem com história possam trabalhar nesses setores, mas acho justo que radialistas possam exercer esta função de forma reconhecida. Quem melhor para contar a história e explicar os meandros de quem convive com o dia a dia da comunicação como alguém que trabalha nisso?

Temos hoje vários CEDOCs e CEDOMs (Centros de Documentação) em emissoras de rádio e de TV, temos centros de memória como o Centro de Memória Audiovisual, da TV Cultura, o Memória Globo, da TV Globo, o Memória Cásper Líbero, da TV Gazeta, Museus da Imagem e do Som por todo país e muitas, muitas outras entidades ligada à preservação da trajetória do audiovisual.

Não é justo que quem trabalha por projetos que resgatam a memória do radialista, tenha que se justificar, enquanto membro da classe dos radialistas, em cargos que sejam “aproximados”, mas não específicos, como: Encarregado de Tráfego, Almoxarife Técnico, Arquivista de Teipes, Montador de Filmes, Técnico Laboratorista, Marcador de Ótico, Cortador de Ótico e Magnético, Supervisor Técnico Laboratorista, Discotecário, Auxiliar de Discotecário ou, como já disse, Rádio – TV Fiscal, entre outros.

Somos muitos os radialistas dedicados a pesquisar sobre o meio e merecemos este respeito. Uma luta que precisa chegar aos ouvidos do Ministério das Comunicações, das entidades como a FITERT, ABERT, ABRA, aos Sindicatos dos Radialistas de todo país. Para preservar a história do meio, o primeiro passo é reconhecer a importância dos que a preservam através da Lei do Radialista. Aí sim vamos comemorar por inteiro datas tão importantes como as de setembro, que devem ser sempre comemoradas com grande êxito!

Roquette‐Pinto, após realizar a 1ª transmissão oficial de rádio, em 1922, criou um ano depois, a primeira emissora de rádio para ser fonte de entretenimento, informação e cultura. Chateaubriand, criou a TV Tupi, em 1950, com o mesmo objetivo. E criou também a TV Cultura, dez anos depois, com o intuito 100% educativo (ele amava a cultura e museus). Será que eles também não se dedicariam a valorizar profissionais pesquisadores? Apoiariam, com certeza, trabalhos e a criação do Museu do Rádio e da Televisão. Pensem nisso. Ainda assim, comemoremos, porque os radialistas merecem. Parabéns radialista de rádio, parabéns radialista de TV.

Nova campanha também é destaque nas redes sociais da Pró‐TV

Elmo Francfort

Page 10: Revista Pró-TV - nº 104

| Mulheres Eternas| A maior atriz

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Laura Cardoso nasceu na capital paulista, em 13 de setembro de 1927, portanto completa 85 anos nesse mês.

Seu nome é Laurinda, neta e bisneta de portugueses, tem orgulho dessa raça, e amor por sua gente.

Tinha pouco mais de seis, sete anos, quando brincava de fazer “teatrinho”, no bairro em que nasceu: o Bixiga.

Olhos grandes, vivos, corpo miúdo, franzina, aos 14, 15 anos, decidiu entrar para o rádio. Fez teste na Rádio Cosmos e passou. Nascia Laura Cardoso.

Depois, foi para a Rádio Cultura e para a Rádio Difusora, Emissora Associada.

Em 1952, já dentro da TV Tupi, seu primeiro trabalho foi no programa “Tribunal do Coração”, escrito e dirigido por Vida Alves. E elas ficaram amigas para sempre.

Na TV Tupi, Laura Cardoso brilhou em muitos TV´s de Vanguarda, TV´s de Comédia e novelas. Passou depois para a Rede Globo e seu sucesso foi completo.

Fez as novelas “Mulheres de Areia”, “Irmãos Coragem”, “Salsa e Merengue”, “Livre para Voar”, “Vila Madalena”, “A Padroeira”, “Esperança”, “Chocolate com Pimenta”, “Belíssima”, “Ciranda de Pedra”, “Caminho das Índias”, “Araguaia”, Gabriela”, e tantos outros trabalhos.

Detentora de dezenas de prêmios, no cinema fez mais de 20 filmes e no teatro, inúmeros papeis.E isso é o importante numa grande atriz: Laura faz à cigana bonita e vaidosa, a velha decrépita e rancorosa, a camponesa analfabeta, faz, enfim, o papel que lhe dão, como se tivesse sido escrito para ela. Veste o papel, embrulha‐se nele, digere‐o, transforma‐se nele.

Viúva do ator Fernando Baleroni, mãe de Fátima e Fernanda, avó e bisavó, Laura foi grande e s p o s a , g ra n d e f i l h a , grande mãe de família, g ra n d e a m i ga , e p a ra muitos, a maior atriz do cenário brasileiro.

É com orgulho que estou aqui escrevendo sobre Laura Cardoso, para mim a m a i o r a t r i z d a n o s s a televisão. V.A.

Page 11: Revista Pró-TV - nº 104

AniversariantesSetembro 2012

02 Arnaldo Antunes02 Oscar Magrini02 Amaury Nascimento03 Luciano Huck04 Milton Farias 05 Mara Mesquita07 Tânia Schmidt07 Toni Garrido08 Fernanda Abreu08 Leandra Leal09 Antônio Carlos Rebesco10 Wolf Maya10 Paulo Betti10 Nani Venâncio11 Sìlvia Marques Fernandes11 Antonio Sabino12 Malu Mader12 Tânia Alves12 Orlando Batina12 Geraldo Vandré13 Laura Cardoso13 Elvira Gentil14 Joana Fomm14 Vera Gimenez14 Plínio Paulo Fernandes15 Antônio Abujamra15 Ana Maria Neumann15 Fernanda Torres16 Annamaria Dias16 José Dantas16 Neusa Neftale16 Andréa Beltrão17 Sandra Pêra17 Marina Lima18 Eloísa Mafalda19 Bia Seidl19 Alda Perdigão19 Marcelo Rosa20 Zuza Homem de Melo20 Maria Estela Failde21 Norma Bengell21 Georges Ohnet22 Carmelita Toledano22 Manoel Luis Luciano Vieira22 Zezé Polessa23 Denise Miranda de Barros23 Yone Pereira23 Yara Marques24 Nancy Machado de Oliveira25 Júlio Costa25 Glória Perez26 Claudio Marzo26 Turíbio Ruiz26 Alexandra Marzo26 Dan Stulbach26 Gal Costa27 Caco Ciocler27 Denis Carvalho27 Miguel Gianini28 Mathias Lacerda 28 Patrícia França29 Maria do Rosário Mote Pereira30 Paulo Bonfim30 Aracy da Silva30 Daniel Filho

Direção: Vida Alves | Design: Elmo Francfort e Nelson Gonçalves Junior | Redação: Vida Alves, Elmo Francfort, Fábio

Siqueira e Nelson Gonçalves Jr. | Fotos: Francisco Rosa|Colaboração: Élida Alves e Luciana Bandeira

Tel: (11) 3872.7743 | Site: www.museudatv.com.br E‐mail: [email protected] | Expediente: Segunda a

sexta ‐ 10h/18h | Venha nos visitar. Agende sua visita!

| Expediente |

|Livro |

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A escritora Tatiana Belinky, de 93 anos, acaba de publicar seu novo livro.

A obra foi lançada durante a Bienal do Livro de São Paulo, que aconteceu no mês passado, e contou com uma bela homenagem a carreira de Tatiana.

Nascida em 1919, na cidade de São Petesburgo, então União Soviética (hoje Rússia), ela veio para o Brasil com apenas 10 anos de idade, junto de seus pais e dois irmãos menores.

Casada com Julio Gouveia, com quem sempre trabalhou, escreveu e dirigiu vários programas de televisão voltados ao universo infanto-juvenil, inclusive o nacionalmente conhecido Sítio do Pica-Pau Amarelo, de Monteiro Lobato.

Pioneira da TV, membro da Academia

Paulista de Letras, com mais de 100 obras escritas, ela é referência do meio artístico nacional e merece o nosso aplauso.

Page 12: Revista Pró-TV - nº 104

12 | Nosso acervo | Brancato Jr. como Diretor de TV da OVC (Organização Victor Costa) / Década 1950