revista pró-tv 123

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pág. 12 pró_ tv revista Esta é uma publicação gratuita da Pró-TV / Museu da TV Brasileira - www.museudatv.com.br Maio 2014 | Nº 123 Após estreia de sucesso, Coleção Pró-TV prepara segundo lançamento

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Após estreia de sucesso,Coleção Pró-TV prepara segundo lançamento

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A vida, às vezes, machucaEu mesma me espanto comigo! Como é possível que eu: madurona, idosa, de repente me apaixonei por futebol? Será sintoma de senilidade? Ou, ao contrário, sintoma de modernidade?

Ah! A vida é realmente uma coisa complexa. Se a observarmos bem, sem temor, ou "coisas que tais", dá para espantar. Já vou lhes contar por que.

Nunca fui ligada à esportes. Embora tenha sido casada (hoje sou viúva) com um engenheiro italiano Gianni Gasparinetti, todo esportista, desses capazes de se enfiar na água do mar por três horas a fio, e só voltar feliz da vida, ao entardecer, jamais eu, a "Vidinha", deixava a água do mar passar dos joelhos.

E o futebol? Se fui ao campo assistir uma partida, por duas vezes, foi muito. E mesmo assim para dar alguma entrevista ou algum convite especial.

E não é que agora, e com toda a "contrição", ouço as partidas, torço, sei nome de jogadores, torço por estes ou por aqueles. E tem um narrador que adoro (ou adorava, Meu Deus!). Que tristeza! É o Luciano do Valle.

Vida Alvese

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Procurava-o, ouvia-o, esperava-o, vibrava, ria, chorava e tudo mais. Achava-o de voz mais bonita, dicção perfeita e mais, muito mais, pois ele tinha uma edução esmerada, uma paciência refinada com seus parceiros de transmissão. Equilibrado sempre. Impecável. Perfeito.

Meu Deus! E não é que ele morreu? Assim...de repente! Jesus! Chorei. Não pude me conter. Sofri. Certa vez, Luciano me cedeu um restaurante que ele tinha na Avenida Juscelino Kubitschek, para a Pró-TV fazer uma festa em homenagem à crônica esportiva. E nos deu um belo almoço. E éramos mais de cem pessoas. E não cobrou nada!

Deus! E outra vez, numa festa na TV Bandeirantes, ele me entrevistou com carinho, dedicação e até afeto. E agora? O que eu faço? Onde ponho a saudade? Onde ponho a dor? Volto a assistir partidas? Ou não mais? Nunca mais...É, a vida é complexa...e às vezes, machuca tanto...

Em nome de todos da Pró-TV, ao Luciano do Valle, onde quer que ele esteja, deixamos aqui nossa eterna saudade e nossa gratidão! Ele nos fazia tão felizes...

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Johnny Saad, atual Presidente do Grupo Bandeirantes com Luciano do Valle (1991)

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Cantor, compositor e escritor Chico Buarque de Hollanda durante show (década de 1980)

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Carlos Miranda faz parte do grande rol de heróis do principio da televisão brasileira. Nascido no paulistaníssimo bairro da Mooca em 29 de julho de 1933, filho de Joaquim Miranda e de Annita Miranda. Desde a adolescência, se integrava com atividades artísticas, atuando em parques de diversões e circos na Cidade de São Paulo dos anos 40.

No nascente Teatro Popular do SESI, fez o curso de ator, chegando a atuar na montagem da peça clássica do mestre carioca e fundador da SBAT Gastão Tojeiro, intitulada �O Ídolo das Meninas�.

Poucos anos depois, Carlos já estava trabalhando na Companhia Cinematográfica Maristela, como motorista, contra-regra e assistente de produção. Em 1957, nos estúdios da Maristela, no Jaçanã, bairro da zona norte da capital paulista, Carlos Miranda, ao lado de grandes nomes do Cinema, viabilizaram a produção do filme �Arara Vermelha�, baseado no romance de José Mauro de Vasconcelos.

Esse conjunto de trabalhos cinematográficos estreitou os laços de amizade entre Carlos Miranda e o cineasta Ary Fernandes, paulistano como ele. Em 1959, Ary idealizava um seriado genuinamente nacional, criando um personagem patrulheiro da Policia Rodoviária Federal. Nascia aí, o �O Vigilante Rodoviário� encarnado no Inspetor Carlos.

Carlos Miranda foi convidado por Ary para protagonizar esse pioneiro seriado, depois de vários testes com outros pretendentes a esse papel. E a empatia ator-personagem-criador foi imediata. Com a produção de Alfredo Palácios, por meio da IBF � Industria Brasileira de Filmes, da inestimável contribuição do mestre televisivo Cláudio Petráglia e o patrocínio da Nestlé Alimentos e o apoio da Agência de Propaganda Norton.

Em março de 1961, estreava na TV Tupi, o primeiro episódio, de �O Vigilante Rodoviário�. O piloto da série �O Diamante Gran-Mongol�, sucedido por �A História do Lobo� (que tinha o cachorro Lobo, inseparável companhia do herói inspetor Carlos), ��Remédios Falsificados�(com a atuação do garoto Tuca, figura frequente também em vários outros episódios), A Repórter� (com a repórter sendo interpretada pela estrela Rosamaria Murtinho) e �Os Romeiros� (filmado em Pirapora do Bom Jesus). E esses cinco episódios deram origem ao primeiro longa-metragem da série : O Vigilante Rodoviário� lançado em 1962.

E fora um imediato sucesso, de público e de critica. As crianças lotaram a loja Sears do Paraíso, do Salão da Criança da Bienal, para colher os autógrafos do Vigilante Rodoviário, e seus brinquedos e gibi, lançado pela Editora Outubro, só aumentava a popularidade desse grande nome da televisão.

Ainda em 1962, o seriado �O Vigilante Rodoviário� recebeu o Premio Roquette Pinto e o Troféu Imprensa, além de registrar excelentes índices de audiências, inclusive em outras praças.

Na biografia do diretor Ary Fernandes (1931-2 0 1 0 ) , e s c r i t a p e l o p e s q u i s a d o r cinematográfico Antonio Leão da Silva Neto, lançada pela Coleção Aplauso da Imprensa Oficial de São Paulo em 2006, Ary define Carlos Miranda dessa forma: "O sucesso da série deve muito a ele e ao seu talento e força de vontade. Depois fez uma bonita carreira na polícia. Aquela lição que ele pregava para as crianças na época do Vigilante, em que o bem sempre vencia a mal, ele aplicou na prática, nas ruas, estradas, escolas e por onde passava. Carlos trilhou o caminho do bem". E essas palavras definem com precisão Carlos Miranda, grande pioneiro e sócio da Pró-TV, de quem recebeu seu prêmio máximo, o Prêmio Pró-TV em 2009.

E mais recentemente, em 14 de abril deste ano, recebeu da Câmara Municipal de São Paulo a Medalha São José de Anchieta e do Diploma de Gratidão da Cidade de São Paulo.

E o emérito Policiar Militar Rodoviário (que registra 52 anos de profissão, hoje Tenente Coronel PM reformado) e grande ator pioneiro da TV e do cinema Carlos Miranda continua legando importantes e positivas lições, de dedicação, de trabalho e de civismo , aos seus familiares, ao seus amigos e a sua grande legião de admiradores. Viva o Vigilante Rodoviário e seu bonito exemplo!

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aFábio Siqueira

O eterno vigilante rodoviário

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Carlos Miranda como Vigilante Rodoviário

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Elmo Francfort

Chegamos à maturidade televisiva

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Rápidas...

Capa do livro que inaugura a Coleção Pró-TV

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A coluna �Acontece� desse mês é diferente, devido à importância de algo que está acontecendo em nossa TV. Uma mudança na área visual. Leia abaixo a análise:

telespectadores ainda com TV preto e branco e com muita interferência de sinal, por problemas na recepção). Ainda assim a qualidade do sinal, sua transmissão e captação melhoraram e muito. Podemos além disso vê-la pela TV a cabo, TV digital, internet e via aplicativos móveis, como o celular.

Por conta disso digo que a nova logomarca da Globo é um reflexo da maturidade tecnológica de nossa televisão. Não falo da parte visual, do design ou da computação gráfica, mas sim a possibilidade de proporcionar ao telespectador uma boa visualização de um logo como este. Boa parte das grandes redes, mas no caso a Globo, seguem tendências. Fomos do 2D �chapado�, nos primeiros tempos da TV Tupi, TV Paulista, TV Record e TV Excelsior, para os primeiros logos (ainda 2D) com profundidade � como o logo da Globo em 1975, criado por Hans Donner. Depois disso, a introdução da computação gráfica, a possibilidade de criar aparências metálicas, douradas, etc., fizeram a diferença � dando uma ilusão maior ao telespectador de uma logomarca que atravessava a tela. Chegamos ao 3D.

Suavizar o design é a palavra do momento. Outra que recentemente fez isso foi a TV Gazeta de São Paulo, que também voltou ao 2D (no caso da Globo, refiro-me à uma das formas de aplicação da marca, muito usada regularmente). As novas vinhetas da TV Cultura também. É uma tendência que as emissoras têm aderido aos poucos, uma a uma.

Estamos todos numa sintonia. Essa nova logomarca da Globo é um reflexo da evolução da TV brasileira, que vai além da TV digital. Maturidade televisiva".

�A vida está em movimento. O mundo está em movimento. Você está em movimento. A Globo está em movimento Para acompanhar o mundo, a vida e você.� � assim foi anunciada a mudança da logomarca da Rede Globo no show �Vem Aí�, gravado no Citibank Hall, na quarta-feira, dia 2 de abril, e exibido pela Rede Globo na noite do dia seguinte.

Eu estava lá e ouvi os comentários positivos de todos sobre a mudança na logomarca e no novo �plim plim�, exibidos com exclusividade durante o espetáculo. Muitas pessoas assistiam maravilhadas o resultado de novo estudo da marca.

Porém, gostaria de dizer que na apresentação acima faltou destacar uma coisa: faltou uma � a t e l e v i s ã o e s t á e m movimento� também. Explico abaixo.

O Brasil é um país ainda heterogêneo no que diz respeito à TV aberta analógica (há

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José Wilker morreu.

Moço bonito e inteligente, podia-se dizer, sem medo de errar, que José Wilker era �o orgulho da raça�.

Tipo claro, aloirado, fez centenas de papeis de todos os tipos, alegres, zangados, briguentos, carinhosos... ele se encaixava em qualquer tipo humano. E atuava em todas as artes.

Em cinema atuou em filmes memoráveis.

Quem não se lembra dele em �Dona Flor e seus dois Maridos�? O trio José Wilker, Sônia Braga e Mauro Mendonça marcou a cinematografia nacional para sempre.

E em teatro? Claro que atuou e brilhou.

Até rádio ele fez, em Recife, para onde se mudou, vindo do interior do Ceará, onde nasceu.

Em televisão foi um grande astro.

Centenas de vezes o vimos, na Rede Globo de Televisão, onde mais atuou. E jamais o esqueceremos ao lado de Regina Duarte, em �Roque Santeiro�, fazendo o grande galã.

E estava perfeito, ao viver o presidente �J.K.�Mesmo rosto, mesma expressão, mesma categoria.

Morreu de repente, o nosso José Wilker. Todos o choraram e com razão.

Ator, produtor, apresentador, produtor, era

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Perdemos um grande ator

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Cabra históricoEduardo Coutinho fez história no documentarismo, e o consenso entre todos os críticos, é que a sua mais genial obra foi "Cabra marcado para morrer".

O projeto deste filme começou no início dos anos 1960, como uma obra de ficção, em que camponeses reencenariam uma história real, a do líder João Pedro Teixeira, fundador da Liga Camponesa de Sapé (PB), assassinado a mando de latifundiários em 1962.

Devido as dificuldades financeiras para prosseguir, as filmagens aconteciam lentamente e foram definitivamente interrompidas pela ditadura de 1964, quando Coutinho teve inclusive imagens e câmeras perdidas e membros da equipe presos. Porém uma parte do material filmado milagrosamente se preservou.

O trabalho foi retomado 17 anos depois, recolhendo-se depoimentos dos camponeses que trabalharam nas primeiras filmagens e também da viúva de João Pedro, Elisabeth Teixeira, que desde 1964 vivera na clandestinidade, separada dos filhos.

O agora documentário conseguiu ser finalizado e lançado em 1984, mais de 20 anos após o início das filmagens, quando já estava marcado definitivamente para a história.

Imagem de "Cabra marcado para morrer" ele um grande artista e um grande homem.

Formado em Sociologia, ganhou vários prêmios, viveu grande vida.

Mas se foi tão de repente... Saudade! Não há como não sentir muita dor e muita saudade... V.A.

José Wilker no início de carreira, em 1971

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rMarcela Bezelga

Dicionário, telenovela e entretenimento

Reginaldo Rossi, conhecido e amado como Rei do Brega, nos deixou em 20 de dezembro de 2013.

Morte muito sentida, pois além de grande cantor e compositor, era ele um homem culto, professor de física e matemática.

Começou imitando Roberto Carlos, mas criou estilo próprio e ganhou todo o Brasil.

Seu jeito brincalhão, maroto, criativo, ganhou as platéias e vendeu inúmeros discos.

Ninguém o esquecerá jamais. Um grande cantor. Uma maravilhosa criatura humana.

Descanse em paz! V.A.

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Mais de 1500 verbetes e quase 800 ilustrações compõe o primeiro volume do �Dicionário da TV Globo�, um apanhado geral dos programas de dramaturgia e entretenimento da emissora.

Editado pela Jorge Zahar Editor em 2003, é mais uma das obras que pode ser consultada na biblioteca da Pró-TV e que com certeza será importante material de consulta e divertimento para pesquisadores, estudantes e fãs da televisão brasileira.

O livro se divide em dois grandes capítulos: Dramaturgia, no qual estão novelas, minisséries, seriados, teleteatros, casos especiais; e Entretenimento, que abarca temas como programas de auditório e variedades, humor, infanto-juvenil, musicais e reality shows.

A estrutura do texto é a de um dicionário mesmo, verbetes ráp idos, porém completos, organizados em ordem cronológica, que contam um pouco da história do programa, a ficha técnica com os nomes da equipe envolvida na produção, o período em que foi ao ar, entre outras informações do que foi transmitido pela TV Globo desde sua estréia em 1965.

O �Dicionário da TV Globo Volume 1: Programas de Dramaturgia e Entretenimento� está disponível na biblioteca da Pró-TV. Agende sua visita pelo telefone 3872-7743, de segunda a sexta-feira das 10h às 18h, e consulte essa e outras obras.

3500 biografiasNo início, eram apenas transcrições de alguns depoimentos colhidos por Vida Alves, que para facilitar o acesso dos

internautas, foram disponibilizados no recém criado site do Museu da TV.

A partir daí, surgiu a ideia de biografar vida e obra dos mais importantes representantes da história da nossa televisão.

O projeto cresceu. Primeiro, apenas os mais antigos. Depois, pessoal dos bastidores. Os mais novos. Cantores, cantoras, artistas plásticos, músicos, etc,etc...

E hoje já são mais de 3500 biografias de artistas dos mais diversos meios. Um intenso trabalho de pesquisa e dedicação da equipe Pró-TV, disponível na internet, tudo no mesmo lugar e de graça. Acesse e prestigie!

Saudade: Luciano do Valle

Reginaldo Rossi durante um de seus shows

Luciano do Valle Queirós nasceu em Campinas, no dia 4 de julho de 1947.

Na TV, foi o número 1 da narração da TV Globo entre 1974 e 1982. Esteve também na TV Record (em duas passagens, entre 1982 e 1983 e entre 2004 e 2006) e na Band (também em duas passagens, entre 1983 e 2003 e entre 2006 até o final de sua vida).

Além de ser um dos narradores mais importantes da história da nossa televisão, foi grande responsável pela promoção de esportes até então menos conhecidos e assistidos pelos brasileiros, como volei, basquete, boxe e automobilismo.

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Luciano do Valle nos deixou no último dia 19 de abril, aos 66 anos

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Rumo à digitalizaçãodo acervo

No dia 15 de maio a Pró-TV inaugura uma nova etapa, com aprovação final e a publicação de um projeto ousado no Diário Oficial da União.

Com o apoio da IAI Digital, de Ricardo Carvalheira, e da Oghma Projetos Culturais, passará a Pró-TV a ter um número no PRONAC (Programa Nacional de Cultura, do Ministério da Cultura, do Governo Federal): 145.348.

Através dele passaremos a captação de recursos e a busca de apoiadores para digitalização do acervo de nossa associação e, por final, a criação de um novo portal para o M u s e u d a Te l e v i s ã o B r a s i l e i r a ( ), que melhorará www.museudatv.com.brnossa imagem junto ao público e à mídia, dando-nos uma força maior para conseguir

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divulgar o nosso acervo e conquistar apoiadores para criação de um grande Museu da Televisão Brasileira.

O projeto contempla a digitalização e disponibilização dos mais diversos materiais e formatos, desde fitas Quadruplex até a digitalização de fotos e scripts antigos.

Será utilizada alta tecnologia para o projeto. Iremos desempenhar a função pública com primazia que nossa associação possui, com o respaldo de profissionais competentes como os da IAI Digital e da Oghma.

O projeto de digitalização, via Lei Rouanet / PRONAC, contará com apoio de renunciantes (pessoas físicas ou empresas, que poderão abdicar de parte do dinheiro aplicado em impostos pagos ao Governo, revertendo-os em doação para o projeto).

Quadruplex: um dos formatos de vídeoa serem digitalizdos

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Homenagem a Blota Jr.

Reginaldo Rossi, conhecido e amado como Rei do Brega, nos deixou em 20 de dezembro de 2013.

Morte muito sentida, pois além de grande cantor e compositor, era ele um homem culto, professor de física e matemática.

Começou imitando Roberto Carlos, mas criou estilo próprio e ganhou todo o Brasil.

Seu jeito brincalhão, maroto, criativo, ganhou as platéias e vendeu inúmeros discos.

Ninguém o esquecerá jamais. Um grande cantor. Uma maravilhosa criatura humana.

Descanse em paz! V.A.

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Elegância. Esta foi a palavra que o pesquisador e escritor Fernando Morgado mais ouviu dos seus entrevistados ao definirem Blota Jr., cuja biografia será lançada em breve pelo selo Pró-TV.

Para escrever esse novo livro, Morgado falou com personalidades como Boni, Faustão, Nilton Travesso, Raul Gil, Silvio Luiz e Vida Alves. Eles e muitos outros tiveram suas carreiras marcadas pela generosidade e inteligência do filho ilustre de Ribeirão Bonito, cidade do interior de São Paulo.

José Blota Jr. começou no jornalismo aos doze anos de idade, escrevendo para o Correio d'Oeste, da sua cidade natal. Aos dezoito, já na capital paulista, ingressou no jornal O Esporte. Seria nesse segmento onde o Doutor, como era chamado pelos amigos e parentes, ganharia seu tão sonhado espaço no rádio, estreando na Cosmos em 1939.

Durante os seus mais de sessenta anos de carreira, Blota foi locutor e comentarista esportivo, apresentador, animador, redator, produtor, radioator e repórter, além de ter sido diretor artístico de três rádios: Cruzeiro do Sul, Record e Panamericana. Na televisão, além dos trinta anos de serviços prestados à Record, apresentou programas também na Tupi, Rio, Gaúcha, Cultura, Bandeirantes e SBT. Chegou até a fundar uma emissora, a TV Princesa d'Oeste, de Campinas.

3500 biografiasNo início, eram apenas transcrições de alguns depoimentos colhidos por Vida Alves, que para facilitar o acesso dos

internautas, foram disponibilizados no recém criado site do Museu da TV.

A partir daí, surgiu a ideia de biografar vida e obra dos mais importantes representantes da história da nossa televisão.

O projeto cresceu. Primeiro, apenas os mais antigos. Depois, pessoal dos bastidores. Os mais novos. Cantores, cantoras, artistas plásticos, músicos, etc,etc...

E hoje já são mais de 3500 biografias de artistas dos mais diversos meios. Um intenso trabalho de pesquisa e dedicação da equipe Pró-TV, disponível na internet, tudo no mesmo lugar e de graça. Acesse e prestigie!

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Em paralelo às atividades artísticas, foi advogado criminalista, criador de cavalos de corrida, diretor vice-presidente da fábrica de bicicletas Caloi, deputado estadual três vezes, deputado federal, secretário de Estado e profundo entusiasta do associativismo. Criou o Clube dos Papagaios, embrião do Prêmio Roquette Pinto, e participou da fundação da Associação dos Cronistas Esportivos do Estado de São Paulo, da Associação dos Funcionários das Emissoras Unidas e da Associação dos Pioneiros, Profissionais e Incentivadores da Televisão Brasileira. Convidado por Vida Alves, foi o primeiro vice-presidente da Pró-TV e ajudou a redigir os seus estatutos.

Em tudo o que fez, Blota Jr. sempre contou com o apoio incondicional de Sonia Ribeiro, sua companheira maior dentro e fora dos palcos. Juntos, criaram um estilo único de apresentação em programas como o "Show do dia 7", "Prêmio Roquette Pinto", "Troféu Chico Viola" e os festivais da música popular brasileira. Revelaram e orientaram estrelas, de Nair Bello a Fausto Silva. Constituíram uma família que segue fazendo história na comunicação, como os netos Sonia e Christiano Blota, jornalistas do Grupo Bandeirantes. Acima de tudo, Blota foi um grande defensor dos profissionais de rádio e televisão. Desejava que a classe fosse definitivamente respeitada pela sociedade brasileira, inclusive através da atividade legislativa. Em seu depoimento para a Pró-TV, fez questão de dizer:

"Eu fui um homem vocacionalmente de rádio, de televisão e de jornal, a política foi acidental. Em todas as funções que exerci, procurei ser o homem de televisão lá dentro da política, lá dentro do plenário. Nós somos sempre com algum preconceito recebidos, porque parece que o popular, alegre, dinâmico animador de auditório não tem capacidade ou competência para ser um líder, para ser um grande deputado, mas todos aqueles que saíram de São Paulo, levados pelo rádio e pela televisão, marcaram a sua presença como deputados de projeção, de capacidade e de categoria".

Blota Jr durante programa “De Olho na Notícia”, da TV Cultura

Momento de prestaçãode contas Todo ano, a Pró-TV, faz sua Assembleia Geral, e convida todos os sócios.

Desta vez, quem a presidiu, foi a Dra. Sonia Maria Dorce Armonia.

O primeiro item enfocado foi a prestação das contas do ano anterior. Essa foi apresentada e aprovada por todos.

Em seguida foi dada a palavra à Vida Alves, que enumerou todos os eventos ocorridos no decorrer de 2013, sendo a lgumas palestras da presidente e reuniões com estudantes, com grupos de idosos, com grupos infantis, além de exposições itinerantes, em parceria com a

Sócios e pioneiros reunidos durante a Assembleia

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Sonia Maria e Vida Alves

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Secretaria de Cultura do Estado de São Paulo, e com a Rede Globo de Televisão.

Foram montadas exposições em várias cidades do interior paulista , a parceria com a Rede Globo, levou a Exposição sobre Telenovela para cidades de Portugal, com a presença da presidente e diretores da Pró-TV.

Em seguida, Elmo Francfort falou da parceria com a Editoria �In House�, com a criação do �Selo Pró-TV�, para a publicação de livros, tendo início com o �Televisão Brasileira � O Primeiro Beijo e Outras Curiosidades�, de Vida Alves.

Em seguida, Elmo falou sobre a Digitalização do Acervo da nossa entidade, em parceria com a IAI-Digital. Após o encerramento da sessão, foi oferecido um coquetel a todos os presentes. V.A.

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Dia Nacional do Choro

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Diego Nunes

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N o d i a 2 3 d e a b r i l c o m e m o r a m o s o D i a Nacional do Choro, uma homenagem a um dos gêneros musicais mais genuinamente brasileiros que temos.

A data, criada no ano de 2000, é uma referência ao aniversário do músico e c o m p o s i t o r c a r i o c a Pixinguinha, nascido no ano de 1897.

Considerado o primeiro ritmo popular urbano típico do pais, o choro não se caracteriza por um ritmo específico, mas pela sua maneira solta e sincopada de execução, por ser uma m ú s i c a r e p l e t a d e

Caririlho e o próprio Pixinguinha.

O choro também teve presença marcante na televisão brasileira. A TV Record e a TV Tupi, em um pool de emissoras, promoveram em 1954, por ocasião dos festejos do Quarto Centenário de São Paulo o �Festival da Velha Guarda�, onde se apresentaram os maiores nomes do choro brasileiro.

Além disto, o ritmo foi apreciado em programas de televisão dedicados a ele. Como era o caso do programa da pianista Amélia Brandão Neri, a Tia Amélia, na TV Paulista, que recordava as velhas melodias choradas em seu programa e o do flautista Altamiro Carillho, que com sua bandinha, encantava o público nas telas da TV Record.

E músicos e cantores do gênero também eram convidados apreciados nos programas musicais e de auditório, como era o caso da cantora Ademilde Fonseca, que se apresentou em todos os programas importantes da televisão brasileira.

Em 1977, o gênero chegou a ganhar seu próprio festival, na TV Bandeirantes, que promoveu �O Festival Nacional do Choro�, que durou duas edições.

Pixinguinha, que morreu em 1973, ficaria orgulhoso de ver que um gênero que ele ajudou a popularizar ainda é vivo e reverenciado em seu país.

Pixinguinha no Festival da Velha Guarda, em 1984

ornamentos e improvisações.

O termo surgiu quando o compositor Joaquim Antônio da Silva Calado grafou pela primeira vez a palavra choro no local destinado ao ritmo musical na partitura da música �Flor Amorosa�.

Acredita-se que termo era usado para denominar a maneira �chorosa� de se tocar músicas estrangeiras no Brasil no final do século XIX. Naquela época, era comum os músicos tocarem de forma a fazerem as pessoas chorarem.

Entre os pioneiros do choro, além de Joaquim Antônio da Silva Calado estão Catulo da Paixão Cearense (que escreveu a letra de Flor Amorosa) e a maestrina Chiquinha Gonzaga, a primeira �chorona� da música popular brasileira.

Depois vieram Ernesto Nazareth, autor de clássicos como �Apanhei-te Cavaquinho�, e o imortal Pixinguinha, que entre outros sucessos compôs o choro �Carinhoso�,em 1919.

Na década de 20 o choro tornou-se um dos ritmos mais populares do Brasil, principalmente devido ao sucesso da gravação de �Tico Tico no Fubá�, de Zequinha de Abreu, que se tornou uma das músicas brasileiras mais executadas no exterior.

Também surgiram nesta época outros expoentes como Luperce Miranda e Benedito Lacerda. Faziam parte do regional deste último outros nomes importantes do gênero como Altamiro

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Nasceu nossa coleção!No último dia 28 de abril foi dado o pontapé inicial à Coleção Pró-TV, com o lançamento do l ivro �Televisão Brasileira: O Primeiro Beijo e Outras Curiosidades�, de nossa presidente Vida Alves.

A obra é a primeira de nosso selo próprio, que é realizado numa parceria entre a Pró-TV e a Editora In House, presidida pelo empresário Márcio Martelli.

O livro de Vida Alves destaca os p r i m e i r o s t e m p o s d a teledramaturgia, com um grande diferencial: a inédita listagem das novelas não-diárias, de 1951 a 1963, pesquisadas pela associação. O salão nobre do Gigetto estava lotado. João Batista do Amaral (presidente do Memorial da América Latina), o estudioso Mauro Alencar, a atriz Annamaria Dias estavam lá prestigiando, junto das mais de 150 pessoas presentes.

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Seu nome era Alcino Ferreira Gomes. Baiano de Salvador, sempre foi baixinho e engraçado. Amante da arte, isso o ajudou a ser feliz, pois perdeu pai e mãe bem cedo.

Era um adulto-mirim. Quando se ofereceu para a arte lhe disseram: �Um artista precisa ser alto, loiro e de olhos verdes. E você? Como faz?�. E ele respondeu: �Eu finjo�. E assim ele começou.

Cantava, contava piada, encantava. Fez por muitos anos a �Praça da Alegria�, de Manoel da Nóbrega e depois �A Praça é Nossa�, de Carlos Alberto.

Canarinho, o nome que lhe deram sempre, tinha muitos amigos, inclusive nós, da Pró-TV.

E ele se foi. Estava com 86 anos. Carreira longa, bonita, brilhante. Deixou saudade... muita saudade...

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Marcio Martelli, Elmo Francfort eVida Alves no lançamento

A Coleção Pró-TV terá livros sobre comunicação e artes, sendo que já está prometido para este ano a publicação de diversas obras, como os perfis de grandes nomes como Blota Jr., Mazzaropi e Vicente Leporace; a republicação de obras antológicas do universo da comunicação, como �Memória da Telenovela Brasileira�, original de Ismael Fernandes; publicações acadêmicas transformadas em livro, como um estudo sobre a recuperação da memória televisiva através do Canal Viva (Globosat).Há também uma ramificação da Coleção Pró-TV voltada à ligação da comunicação com a sociedade. É deste braço do selo que se destaca o próximo lançamento: �A Rapaziada do Brás: Seus Artistas, Memórias e Canções�, da jornalista e pesquisadora Thais Matarazzo, que conta a história de personalidades como Nelson Gonçalves, Isaura Garcia, Paraguassú, Adelaide Chiozzo, Vadico, Ernesto Paulielli (o �Arnesto� de Adoniran Barbosa) e muitos outros filhos do Brás.

O lançamento será no dia 31 de maio, sábado, às 14 horas, na Oficina Cultural Terceira Idade (Av. Rangel Pestana, 2401 � Brás, com pockets shows dos artistas Ciça Marinho e Bonfim Violinista).

Parte da renda de todas as obras será revertida aos trabalhos da Pró-TV e pode ser adquirida nas principais l i v r a r i a s d o p a í s , n o s i t e d a e d i t o r a ( ) Livraria Pró-TV www.inhousestore.com.br ou na (existente em nossa sede � ligue para 3872-7743 ou escreva para [email protected] para adq as).uirir as obr

Capa do segundo livro da Coleção Pró-TV

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01 Carlos Lyra01 Reynaldo Vallenick01 Amélia Seyssel02 Márcia Regina Bull02 Saulo Gomes02 Fausto Silva03 Agnaldo Rayol03 Betty Gofman04 Amaral Novaes04 Herbert Vianna04 Lulu Santos05 Dalmácio Jordão05 Antônio Cleston 08 Etty Fraser08 Betty Faria

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Maio 09 Luiz Serra 10 Cláudia 10 Vital Vieira 11 Bete Mendes 12 Arthur Dubeux 12 Tisuka Yamasaki 13 Luiz Américo 13 Ângela Maria 13 Demerval Gonçalves 13 Elaine Cristina 14 Sonia Maria Dorce 14 Celso Gomes da Silva 15 Rosângela Donatelli 17 Amilson Godoy 17 Vicente Sesso

18 Felipe Folgosi 19 Paula Léa 20 Rose Fernandes 20 Lucélia Santos 20 Pr. Marcelo Rossi 21 Fabiana Scaransi 23 Othon Bastos 23 Edna Andrade 24 Susi Arruda 24 Helena Ranaldi 24 Marcos Resende 25 Maria F. de Oliveira 26 Walter Abrahão Filho 28 Cecil Thiré 30 Lívia Fanucchi Ferreira Ribeiro

Destaque Etty Fraser Martins de Sousa nasceu em 8 de maio de 1931, portanto completa 83 anos neste mês. Nascida no Rio de Janeiro, iniciou sua carreira de atriz no teatro, mas logo depois passou ao cinema e a televisão.

Na TV, destaque para suas participações nas novelas �Beto Rockfeller� (Tupi, 1968), �Nino, o Italianinho� (Tupi, 1969), �O Machão� (Tupi, 1974), �Cavalo Amarelo� (Band, 1980) e �Sassaricando� (Globo, 1987).

Fez sucesso também como apresentadora, no programa de culinária �À Moda da Casa�, exibido na década de 1980 pela Band e pela Record.

Parabéns a incrível Etty Fraser!

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Cidade da TV: De Olho na CopaO Brasil está se preparando para Copa do Mundo, que acontecerá entre junho e julho de 2014. Aproveitamos para avisá-los que nesse período a Cidade da TV e a Cidade da Criança não estarão fechadas, sendo que as portas estão abertas aos visitantes.

Não deixem de ir! Afinal, além do futebol, uma de nossas grandes paixões nacionais é a televisão. Mergulhe nesse universo, visitando-nos! Vale a pena a viagem.

Faça uma visita à Cidade da TV, que fica ao lado da Cidade da Criança, em São Bernardo do Campo, na Rua Tasman, 301 � Jardim do Mar, bem próximo de São Paulo. Estamos abertos de terça a domingo, das 9h às 17h (ingresso R$ 5,00). Compareçam!

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z ExpedienteDireção: Vida Alves | Design: Elmo Francfort e Nelson Gonçalves Junior |Redação: Vida Alves, Elmo Francfort, Élida Alves, Fábio Siqueira, Nelson Gonçalves Junior, Diego Nunes e Marcela BezelgaFotos: Francisco Rosa e Acervo Pró-TV | Secretaria: Lú BandeiraTel: (11) 3872.7743 | Site: www.museudatv.com.br | Twitter: @museudatv E-mail: [email protected] | Facebook: www.facebook.com/museudatelevisao.protvExpediente: Segunda a sexta - 10h/18h | Venha nos visitar. Agende sua visita!

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