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Revista Portuária - Anuário 2015. A força econômica da região sul.

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Itajaí está entre as cidades que mais crescem no Brasil e tem sua ascen-são refletida no momento atual.

Pela primeira vez na história, tem o maior Produto Interno Bruto (PIB) de Santa Catarina: mais de 19 bilhões e 7 milhões de reais. Esse é um marco que reflete a postura do município nos últimos anos. Itajaí está deixando de ser lembrada apenas pelo porto, para se tornar uma cidade polivalente, que extrai novas possibilidades de sua ca-racterística costeira em prol do cresci-mento. Afinal, é pelo mar que se chega

a qualquer lugar do mundo.As características geográficas im-

pulsionam nossa vida e economia local para o mar. Graças a esse engajamento, por exemplo, que Itajaí é reconhecida como a capital brasileira da pesca. São 250 armadores e uma frota de aproxi-madamente 500 barcos que respon-dem por 20% da produção brasileira de pescados. Em torno de 15 mil pessoas atuam direta ou indiretamente nesse ramo.

É, também, pelo mar que o Porto de Itajaí escoa a maior parte da produ-

ANUÁRIO 2015 • 4

Itajaí, porta marítima do Sul do Brasil

Por JANDIR BELLINI, Prefeito de Itajaí

Nelson Robledo

Nelson Robledo/PMI

ARTIGO

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ção agropecuária da região Oeste de Santa Catarina. Nosso complexo portu-ário é o segundo maior no país em mo-vimentação de contêineres e o maior exportador de carnes e derivados con-gelados do Brasil. Essas são marcas que serão superadas em alguns anos. Isso, porque o Governo de Santa Catarina enxerga Itajaí, realmente, como uma potência econômica nacional.

Reflexo dessa percepção para a vocação da cidade é a obra recém-lan-çada da Bacia de Evolução a partir de um investimento estadual de R$ 104

milhões. A execução do projeto será responsável por aumentar o calado do Rio Itajaí-açu e permitirá que navios de até 335 metros de comprimento e com 48 metros de boca tenham acesso aos berços portuários. Hoje, o complexo está limitado a operações com navios com o comprimento máximo de 306 metros.

É, novamente, por conta do mar, que milhares de turistas são atraídos para visitar a cidade ao longo do ano. Eles chegam pelas principais rodo-vias que cortam a região, pelos ae-

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roportos internacionais de Florianópolis e Navegantes, ou pelas dezenas de transa-tlânticos que aportam na ci-dade durante a temporada de cruzeiros. Em breve, também, poderão chegar com suas próprias embarcações e atra-carem na primeira marina da cidade, que está em fase de construção.

Ainda voltados para o mar, recebemos duas das mais importantes competições de vela do planeta, consagrando Itajaí como polo náutico bra-sileiro. A passagem da maior regata de volta ao mundo, a Volvo Ocean Race, e da maior travessia à vela do oceano Atlântico, a regata francesa Transat Jacques Vabre, gera um impacto que vai muito além do esporte náutico em si. Envolve a participação de toda a região da Foz do Rio Itajaí-açu e suas consequên-cias econômicas, sociais e tu-rísticas refletem dentro e fora de Santa Catarina.

Diante desse contexto, a cidade com o maior PIB de Santa Catarina se projeta para os próximos anos e, sobretu-do, busca a expansão dessas novas potencialidades. Mais do que ter um mercado sóli-do na tradição do porto e da pesca, aproveitamos o maior recurso natural que temos para recriar novas possibilida-des de desenvolvimento. •

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O presidente da BMW no Brasil, Gerald Degen, rece-beu em sessão solene realizada em Araquari (SC), o título de cidadão catarinense. O ato é promo-

vido pela Assembleia Legislativa do Estado, por meio da aprovação pelos deputados do projeto de lei parlamentar com a indicação do agraciado. O governador Raimundo Colombo prestigiou a solenidade e destacou a importân-cia de Santa Catarina ser sede de uma empresa do grupo: "É uma conquista que faz o nosso Estado mais forte, mais desenvolvido e valorizado no contexto nacional e inter-nacional". "Gerald, com toda a experiência na montagem de fábricas, acostumado com números e medidas, ago-ra vive o momento de calcular a emoção com a home-nagem que expressa a gratidão e o reconhecimento dos catarinenses", acrescenta o governador.

Gerald Degen disse estar feliz e realmente emocio-nado com o título de cidadão catarinense. O executivo relembrou a trajetória de contatos e avanços no processo de instalação da fábrica da BMW em Santa Catarina, falou da qualidade empregada na linha de produção e elogiou não só o Estado, mas a equipe de trabalho comandada por ele, em Araquari.

De acordo com Gerald, atualmente a fábrica con-ta com 530 funcionários, dos quais, 60% são de Santa Catarina. "A partir de agora, comigo, seremos 60,2% de catarinenses trabalhando juntos", considera.

O executivo, tem 44 anos e trabalha no grupo há 16.

Em janeiro de 2013, veio para o Brasil com a responsabili-dade da implantação e operação da nova fábrica da BMW, construída em Araquari, no Norte do Estado.

Graduado e PHD em Engenharia Mecânica pela Universidade Técnica de Munique, o executivo iniciou a carreira como engenheiro de qualidade na fábrica BMW de Munique, na Alemanha. Depois, trabalhou como líder de projeto na equipe de lançamento de uma nova estru-tura em Leipzig, também na Alemanha, e como diretor de montagem final. De 2007 a 2010, foi vice presidente da fábrica BMW em Shenyang, na China.

A BMW em Santa CatarinaCom uma área construída de aproximadamente 500

mil metros quadrados e investimentos de R$ 600 milhões, a fábrica da BMW em Santa Catarina é a única do grupo na América Latina e a 29ª unidade fabril da empresa no mundo. A infraestrutura da unidade produtiva contempla as atividades de montagem, soldagem, sistemas de pin-tura e logística, além de prédios administrativos e auxilia-res. Da fábrica catarinense, poderão sair até 32 mil carros por ano, quantidade que pode ser aumentada no futuro, conforme a evolução do mercado.

O projeto prevê a contratação de 1,3 mil profissio-nais até o fim de 2015 e a geração de cerca de 2,5 mil va-gas indiretas, incluindo fornecedores, parceiros de negó-cios e novos concessionários. •

Julio Cavalheiro/Secom

Gerald Degen recebeu a

homenagem do governador

Raimundo Colombo

Presidente da BMW no Brasil recebe título de cidadão catarinense

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ANUÁRIO 2015 • 8

A região Sul representa uma das cin-co regiões brasileiras estabelecidas pela regionalização do país or-ganizada pela Instituto Brasileiro

de Geografia e Estatística, o IBGE. É a menor entre as regiões brasileiras, com uma área de 576.409 km² e apenas três estados: Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

A população da região Sul, segundo es-timativas do IBGE é de 28.795.762 habitantes, o que totaliza uma densidade demográfica de quase 50 habitantes para cada quilômetro quadrado. Assim, mesmo sendo a menor re-gião em área territorial, é a terceira maior do país em número de habitantes e a segunda em densidade populacional, atrás somente da região Sudeste.

No campo da economia, a região Sul caracteriza-se pela grande atividade em várias áreas: no setor primário, sobretudo na agricul-tura, responde por mais da metade da produ-ção de grãos do Brasil; no setor secundário, predomina a indústria têxtil e de automóveis; já o setor terciário responde pela maior parte da geração de renda e emprego na região.

O relevo da região Sul é quase que total-mente constituído por planaltos e depressões, além de uma pequena área correspondente à Planície da Lagoa dos Patos, no extremo sul. Os planaltos Sul-Rio-Grandense, da Bacia do

Paraná e do Atlântico ocupam uma vasta área e, entre eles, posiciona-se a depressão inter-planáltica da Borda Leste da Bacia do Paraná.

Conhecida por ser a região mais fria do país graças aos efeitos da latitude (a região po-siciona-se abaixo do Trópico de Capricórnio), o clima predominante é o subtropical, exceto no norte do Paraná, onde o clima é o tropical. As estações são bem definidas e as chuvas atin-gem todo o território de forma bem distribuí-da ao longo do ano, exceto nas faixas mais ao norte da região, onde as chuvas concentram-se no verão.

As limitações em termos de tamanho de área territorial não impedem a diversidade sobre os tipos de vegetação no sul do Brasil. A região conta com as Araucárias e o Pampa, além de alguns resquícios da Mata Atlântica. É na Mata de Araucária, que já foi quase toda devastada, que se encontram algumas árvores típicas da região, como o pinheiro-do-paraná e a erva-mate. A vegetação litorânea conta com a presença de mangues e áreas de restinga.

Na reportagem especial do Anuário 2015 você poderá conferir informações mais detalhadas e precisas sobre a região Sul, en-volvendo principalmente os aspectos econô-micos, além das características específicas de cada uma das unidades federativas.

Boa leitura!

Rua Anita Garibaldi, 425 | Centro | Itajaí Santa Catarina | CEP 88303-020 Fone: 47 3344.8600

DiretorCarlos Bittencourt [email protected]

Jornalista responsável: Anderson Silva DRT SC 2208 JP

Diagramação:Solange Alves [email protected]

Contato ComercialRosane Piardi - 47 8405.8776 [email protected]

Contato Comercial (agências)Junior Zaguini - 47 8415.7782

[email protected]

CapaArte: Leandro Francisca

ImpressãoImpressul Indústria GráficaTiragem: 30 mil exemplaresA Revista Portuária não se responsabiliza por conceitos emitidos nos artigos assinados, que são de inteira responsabilidade de seus autores.www.revistaportuaria.com.br

EditorialA força da região Sul do Brasil

Expe

dien

te

Edição Especial Anuário 2015

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ANUÁRIO 2015 • 9

ÍNDICE

A força da região Sul do Brasil

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Santa Catarina polo da construção naval

Marina de Itajaí

será um dos destaques

na área náutica no Sul do país

46

48

Complexo Portuário de Itajaí

vai receber investimentos

de R$ 103 milhões em obras de ampliação

50

Santa Catarina

aposta em polos de

inovação para fomentar a economia

54

44

Santa Catarina deve se tornar o maior polo náutico do Brasil

12Rivo Biehl

Florianópolis vai sediar a

1ª Feira Náutica Itália-Brasil

Divulgação

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ENCONTRO

A Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC) recebeu uma comitiva da província chinesa Shanxi (norte do país) que busca aumentar o intercâmbio

comercial com Santa Catarina. Segundo o vice-governa-dor da província, Yixin Wang, as principais áreas de inte-resse são energia, saneamento, educação e cultura. No encontro, o presidente da Fiesc, Glauco José Côrte, defen-deu o equilíbrio na balança comercial e destacou que há oportunidades nos segmentos de transporte e energia.

A China é o segundo destino das exportações catarinenses. Em 2014, os embarques do Estado ao país somaram US$ 978,7 milhões. A China também é o princi-pal país de quem Santa Catarina mais importa. No mes-mo período, as compras do Estado totalizaram US$ 5,21 bilhões. “Já exportamos para China itens como carne de frango, soja e motores, mas precisamos incrementar. Re-cebemos com muito otimismo a visita e a possibilidade de estabelecer parceria”, disse Côrte, lembrando que a FIESC realiza anualmente três missões empresariais ao país.

O vice-governador Wang, por sua vez, também de-fendeu a ampliação do comércio bilateral e novos inves-timentos. No caso do setor de energia, ele disse que há grande interesse em tecnologia para geração a partir do carvão. O PIB da província é de US$ 197 bilhões (dado de 2012).

À comitiva, o presidente da Fiesc disse que o carvão ficou esquecido por um período em função de questões

ambientais, mas voltou à matriz energética. “Certamen-te a energia térmica será muito importante daqui para frente no Brasil”, disse, salientando que há possibilidade de investimentos com a gaseificação do carvão. “Todo gás que o Sul consome é importado da Bolívia, mas não podemos ficar nessa dependência”, afirmou. Na área de infraestrutura de transportes, Côrte falou que o Brasil está retomando os investimentos em ferrovia, que passou a ser essencial para a redução dos custos de transporte.

Em sua apresentação, o presidente da Fiesc disse ainda que Santa Catarina é a sexta economia brasileira e o quarto Estado mais industrializado do Brasil, com mais de 50 mil indústrias e 800 mil trabalhadores no setor. Ele também chamou a atenção para a diversificação do seg-mento industrial, formado por setores como alimentos, móveis, cerâmico, metalmecânico, aviões de pequeno porte e carros. “Temos diversificação e desconcentração, com indústrias em todas as regiões catarinenses. Isso nos dá um bom equilíbrio, mesmo quando o país ou algum setor está em crise”, afirmou, lembrando que há muita si-nergia com Shanxi.

Além de integrantes do governo de Shanxi, na de-legação também estavam representantes das indústrias Tisco e TYHI. A Tisco é um complexo siderúrgico que fa-tura US$ 1 bilhão de dólares e emprega 43 mil trabalha-dores. A TYHI, fabricante de máquinas pesadas, fatura em torno de US$ 730 milhões e fornece para os segmentos químico, transporte, energia e petróleo. •

China e Santa Catarina buscam ampliar o intercâmbio

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da região Sul do Brasil A FORÇA

Composta por Santa Catarina,

Paraná e Rio Grande do

Sul, a menor entre as

cinco regiões brasileiras se destaca

pelo grande potencial

econômico

A região Sul representa uma das cinco regiões brasileiras estabelecidas pela regiona-lização do país organizada

pela Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística, o IBGE. É a menor entre as regiões brasileiras, com uma área de 576.409 km² e apenas três estados: Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul.

A população da região Sul, segundo estimativas do IBGE é de 28.795.762 habitantes, o que totaliza uma densidade demográfica de qua-se 50 habitantes para cada quilôme-tro quadrado. Assim, mesmo sendo a menor região em área territorial, é a terceira maior do país em número de habitantes e a segunda em densidade populacional, atrás somente da região Sudeste.

No campo da economia, a região Sul caracteriza-se pela grande ativida-

de em várias áreas: no setor primário, sobretudo na agricultura, responde por mais da metade da produção de grãos do Brasil; no setor secundário, predomina a indústria têxtil e de au-tomóveis; já o setor terciário responde pela maior parte da geração de renda e emprego na região.

O relevo da região Sul é quase que totalmente constituído por pla-naltos e depressões, além de uma pe-quena área correspondente à Planície da Lagoa dos Patos, no extremo sul. Os planaltos Sul-Rio-Grandense, da Bacia do Paraná e do Atlântico ocupam uma vasta área e, entre eles, posiciona-se a depressão interplanáltica da Borda Leste da Bacia do Paraná.

Conhecida por ser a região mais fria do país graças aos efeitos da lati-tude (a região posiciona-se abaixo do Trópico de Capricórnio), o clima pre-dominante é o subtropical, exceto no

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A Pedra Furada fica no Parque Nacional de São Joaquim, próximo à divisa dos municípios catarinenses de Grão Pará e Urubici

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norte do Paraná, onde o clima é o tropical. As es-tações são bem definidas e as chuvas atingem todo o território de forma bem distribuída ao longo do ano, exceto nas faixas mais ao norte da região, onde as chuvas concen-tram-se no verão.

As limitações em termos de tamanho de área territorial não impe-dem a diversidade sobre os tipos de vegetação no sul do Brasil. A região conta com as Araucárias e o Pampa, além de al-guns resquícios da Mata Atlântica. É na Mata de Araucária, que já foi qua-se toda devastada, que se encontram algumas árvores típicas da região, como o pinheiro-do-pa-raná e a erva-mate. A ve-getação litorânea conta com a presença de man-gues e áreas de restinga.

A seguir você pode-rá conferir informações mais detalhadas e preci-sas sobre a região Sul, en-volvendo principalmente os aspectos econômicos, além das características específicas de cada uma das unidades federati-vas.

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O Estado de Santa Catarina está localizado na região Sul do Brasil e sua população passa dos 6 milhões de ha-bitantes. Com uma área de 95 mil qui-lômetros quadrados, é o 20º estado em extensão territorial. Santa Catarina faz divisa com o Paraná e o Rio Grande do Sul, fronteira com a Argentina e tem 450 quilômetros de costa oceânica no Atlântico.

Sua capital e sede de governo é a cidade de Florianópolis, localizada na Ilha de Santa Catarina. Inteiramente ao sul do trópico de Capricórnio, lo-calizado na zona temperada meridio-nal do planeta, o Estado possui clima subtropical. Em termos históricos, sua colonização é principalmente de imi-grantes europeus: os portugueses aço-rianos colonizaram o litoral no século XVIII; os alemães colonizaram o Vale

do Itajaí, parte da região Sul e o Norte catarinense em meados do século XIX; e os italianos colonizaram o Sul do Es-tado no final do mesmo século. O oeste catarinense foi colonizado por gaúchos de origem italiana e alemã na primeira metade do século XX.

Os índices sociais estão entre os melhores do país. Santa Catarina é o sexto estado mais rico da Federação, com uma economia diversificada e in-dustrializada. Importante polo expor-tador e consumidor, o Estado é um dos responsáveis pela expansão econômica nacional, respondendo por 4% do Pro-duto Interno Bruto do país.

O Estado tem 295 municípios e a Capital é Florianópolis. Entre as maiores cidades, destacam-se Joinville, Blume-nau, Itajaí, Balneário Camboriú, Chape-có, Criciúma, Lages e Jaraguá do Sul.

Santa Catarina

Cataratas do Iguaçu é um conjunto de 275 quedas de água no Rio Iguaçu, localizada no

Parque Nacional do Iguaçu, Paraná. O Parque Estadual do Caracol é uma unidade de conservação brasileira situada no Estado do Rio Grande do Sul, em Canela.

Florianópolis

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Economia rica e diversificada

A economia catarinense é bastante diver-sificada e está organizada em vários polos distri-buídos por diferentes regiões do Estado. A diver-sidade de climas, paisagens e relevos estimula o desenvolvimento de inúmeras atividades, da agricultura ao turismo, atraindo investidores de segmentos distintos e permitindo que a riqueza não fique concentrada em apenas uma área.

A Grande Florianópolis destaca-se nos se-tores de tecnologia, turismo, serviços e constru-ção civil. O Norte é polo tecnológico, moveleiro e metal-mecânico. O Oeste concentra atividades de produção alimentar e de móveis. O Planalto Serrano tem a indústria de papel, celulose e da madeira. O Sul destaca-se pelos segmentos do vestuário, plásticos descartáveis, carbonífero e cerâmico. No Vale do Itajaí, predomina a indús-

Bombinhas é a capital do mergulho ecológico e um dos mais belos refúgios de Santa Catarina

Criciúma é conhecida por ser a capital brasileira do carvão e do revestimento cerâmico

tria têxtil e do vestuário, naval e de tecnologia. Essa diversificação permitiu que Santa Catarina atingisse um Produto Interno Bruto (PIB) de R$ 152,4 bilhões em 2010. Isso equivale, apro-ximadamente, à soma do PIB do Uruguai, Para-guai e Bolívia. O Estado ocupa a quarta posição no ranking nacional, tendo o maior PIB per ca-pita da região Sul (R$ 24.398,42 em 2010).

A indústria de transformação catarinense é a quarta do país em número de empresas e a quinta em número de trabalhadores, segun-do dados da Federação das Indústrias de Santa Catarina (Fiesc). São 45 mil empresas e 763 mil trabalhadores. Conta com uma forte indústria alimentícia, sendo destaque na produção de carne suína, de frangos e pescados. Na agricul-tura, o Estado também tem relevância nacional. Os principais produtos são o arroz, o milho e a soja.

O turismo é outro ponto forte da eco-nomia catarinense. O Estado recebeu mais de 6 milhões de turistas no verão 2012/2013, entre nacionais e estrangeiros. Considerando apenas janeiro e fevereiro, o movimento de turistas foi de 4,6 milhões, para uma receita de mais de R$ 3 bilhões. Esse cenário de economia forte e diversificada faz de SC um dos melhores es-tados do Brasil para fazer negócios. E também para se viver.

SC conta com uma forte indústria

alimentícia, sendo

destaque na produção de carne suína, de frangos e

pescados.

ESPECIAL SC

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Principais cidades:

:: FlorianópolisA capital do Estado de Santa

Catarina é conhecida também como "Ilha da Magia". Situa-se no litoral catarinense, e conta com uma parte insular (ilha de Santa Catarina) e outra parte continental incor-porado à cidade em 1927, com a construção da ponte pênsil Hercílio Luz - 820 m de com-primento - que ligou a ilha ao continente. Encontra-se aproximadamente entre 20 e 40 metros de altitude.

Varrida por ventos muito variáveis, pos-sui um clima subtropical úmido, que se carac-teriza pela alternância de verões e invernos, e farta distribuição anual de chuvas. Isto em conjunto com suas 42 praias, contribuiu para que ela se tornar-se a capital turística do Mer-cosul, pois possui um intenso movimento turís-tico durante todo o verão, principalmente com

argentinos, gaúchos e paulistas.Florianópolis é uma das três capitais insulares do

Brasil. Vem se firmando cada vez mais como centro de turismo, graças às praias (Jurerê, Canasvieiras, Ingleses, Armação, e outras) que circulam a ilha e à beleza da La-goa da Conceição, a 13 Km de distância do centro. Nos arredores da lagoa, são características as rendas de bilros, de tradição açoriana.

:: JoinvilleMaior cidade e polo industrial

catarinense, o município de Joinville foi co-lonizado por alemães, suíços e noruegueses e possui uma população de 515.288 habitan-tes. É um dos principais destinos turísticos de Santa Catarina, oferecendo opções que vão de passeios a pontos de interesse histórico, como o Museu Nacional de Imigração, a alguns dos maiores eventos culturais do país, a exemplo do Festival de Dança de Joinville. A dança, aliás, é um ícone joinvilense. A cidade se orgulha de sediar a única filial do Teatro Bolshoi de Moscou.

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:: BlumenauÉ conhecida em todo o Brasil como

uma das cidades com maior influência ger-mânica em sua cultura e história. Fundada em 1850 pelo filósofo alemão Hermann Bruno Otto Blumenau, a cidade guarda for-tes características europeias, principalmen-te na arquitetura, gastronomia e nas festas. O município está localizado no Vale do Itajaí, possui uma população de 309.011 habitan-tes e ocupa uma área de 519,8 quilômetros quadrados.

:: ItajaíErguida no encontro do Rio Itajaí-Açu

com o mar, Itajaí está situada no litoral norte de Santa Catarina. Colonizada por portugue-ses, no século XVIII e alemães no século XIX, a cidade tem desde os seus primórdios uma forte ligação com a navegação e hoje abriga um dos maiores complexos portuários do país. O Porto de Itajaí é o segundo porto brasileiro em movi-mentação de cargas em contêineres. É também o maior exportador de carnes congeladas do Brasil. Itajaí também é uma cidade universitária com seus 23 mil alunos da Universidade do Vale do Itajaí, Univali.

:: Balneário CamboriúUm dos principais destinos turísti-

cos do Estado, Balneário Camboriú está lo-calizado no Litoral Norte de Santa Catarina e ocupa uma área territorial de 46,238 quilômetros quadrados. Limita-se com os municípios de Itajaí e Camboriú. Coloniza-do por açorianos, o município de Balneário Camboriú possui uma população de 120.319 habitantes. As principais atividades econô-micas são o turismo e o comércio.

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:: ChapecóPólo agroindustrial do sul do Brasil

e centro econômico, político e cultural do oeste do Estado, Chapecó possui uma po-pulação de 183.530 habitantes e ocupa uma área 626,060 de quilômetros quadrados. Destaca-se economicamente na exportação de produtos alimentícios industrializados de natureza animal. É também considerada a Capital Latino-Americana de Produção de Aves e Centro Brasileiro de Pesquisas Agro-pecuárias. O turismo rural também vem ga-nhando espaço, aproveitando a natureza pre-servada, a culinária típica e os traços culturais que atraem cada vez mais visitantes de todas as partes do país.

:: CriciúmaColonizado por italianos, alemães, po-

loneses, portugueses e africanos, o município de Criciúma está localizado no Sul do Estado e possui uma população de 202.395 habitantes. O município é conhecido por ser a Capital Bra-sileira do Carvão e do Revestimento Cerâmico, mas também se destaca nos setores metalúrgi-cos, supermercadista, vestuário, construção civil e setor químico.

:: LagesLocalizada na Serra Catarinense Lages

é o maior município em extensão territorial do Estado, com uma área de 2.631,504 qui-lômetros quadrados. Possui uma população de 180.125 habitantes e é conhecida nacio-nalmente como a Capital do Turismo Rural e a Terra da Festa do Pinhão. Destaca-se na agropecuária, processamento de madeira e comércio. Além de setores econômicos como metal-mecânico, autopeças, polo petrolífero, produção de alimentos e desenvolvimento de softwares.

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:: Jaraguá do SulO município de Jaraguá do Sul está

localizado na Região Norte do Estado e ocupa uma área territorial de 529,536 qui-lômetros quadrados, limitando-se com os municípios de Blumenau, Campo Alegre, Corupá, Guaramirim, Joinville, Massaran-duba, Pomerode, Rio dos Cedros, São Ben-to do Sul e Schroeder. Com uma população de 143.123 habitantes, o município consti-tui hoje um parque industrial forte e diversi-ficado: malharias e confecções, metal-mecâ-nica, parapentes, e produtos alimentícios.

Principais produtos de exportação e seus respectivos percentuais:

Dados gerais acerca da economia de SC

13,6%, indústria

52,55% e prestação de serviços

33,9%

Composição do PIB estadual:

agropecuário:

Participação no PIB

(Produto Interno Bruto):

4,0%

Volume de exportação anual:

5,6 bilhões de dólares

Carnes de aves e suínos:

26,1%

Móveis e artefatos de madeira:

15,4%

Compressores:

8,5%

Confecções de algodão:

6,8%

Veículos e peças: 5,8%

Madeira:

5,1%

Cerâmica e louças:

4,5%

Papel e papelão: 3,5%

Motores elétricos:

3,4%

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Os portos catarinenses

Santa Catarina possui cinco portos marítimos espalhados pelo litoral - Itajaí, Navegantes, São Francisco do Sul, Imbituba e Itapoá -

todos terminais mantêm linhas regulares com as principais cidades portuárias do mundo e são considerados de excelência operacional.

Opera com uma rede completa de apoio logístico, formada pelos terminais portuários e retroportuários, portos secos, empresas de apoio logístico e outras prestadoras de serviço que garantem excelentes condições operacio-nais.

Constituído pelo Porto de Itajaí (formado pelo Porto Público e pela APM Terminals – loca-lizado a margem direta do Rio Itajaí-Açú), o com-plexo portuário de Itajaí conta, ainda, com a Por-tonave S/A - Terminais Portuários de Navegantes (privado e localizado a margem esquerda do Rio Itajaí-Açú) e demais terminais portuários insta-lados nas margens direita e esquerda da Foz do Rio Itajaí-Açú, instalações de apoio logístico em operações nas cidades de Itajaí e Navegantes e

completa infraestrutura para embarque e de-sembarques de cargas dry e reefer.

O Complexo Portuário de Itajaí é hoje uma das principais opções para o os exportadores e importadores que operam em Santa Catarina e um dos principais complexos do Brasil. Está es-trategicamente localizado em um dos principais entroncamentos rodoviários do Sul do Brasil, distante poucos quilômetros das rodovias BR 101 e BR 470. A posição geográfica o coloca no centro da Região Sul, (englobando num raio de aproximadamente 650Km, as capitais de Santa Catarina, do Rio Grande do Sul, Paraná e São Paulo, além de importantes municípios desses quatro estados), que congregam aproximada-mente 46% do PIB nacional.

Complexo Portuário de Itajaí

ESPECIAL SC

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ANUÁRIO 2015 • 22

ESPECIAL SC

Porto ItapoáIniciou suas operações em junho de

2011. De administração privada, possui uma estrutura capaz de movimentar 500 mil TEUs por ano e, já iniciou seu projeto de expansão, que possibilitará a movimenta-ção de 2 milhões de TEUs anualmente. Lo-calizado no litoral norte de Santa Catarina, o Porto Itapoá está posicionado entre as regiões mais produtivas do Brasil, contem-plando importadores e exportadores dos mais diversos segmentos empresariais.

Em 2014 o terminal portuário foi elei-

to a segunda melhor empresa do Brasil em gestão de pessoas, na categoria das orga-nizações que têm entre 501 a mil colabora-dores, e o único terminal do país a figurar entre os melhores nesse quesito, de acordo com pesquisa realizada pelo jornal Valor Econômico em conjunto com a Consultoria AON Hewiit. No mesmo ano pesquisa reali-zada pelo Ilos (Instituto de Logística e Su-pply Chain) entre os usuários de terminais portuários apontou o Porto Itapoá como o de melhor desempenho do Brasil.

Porto de São

Francisco do Sul

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ESPECIAL SC

Porto de ImbitubaSituado em uma enseada de mar aber-

to, protegido de ventos e ressacas, depois de quase 70 anos de concessão e de uma admi-nistração insatisfatória, na visão do governo catarinense, a Companhia Docas de Imbituba (CDI) perdeu, no final de 2012, a administra-ção do principal porto do Sul do Estado para o governo estadual.

Agora administrado pela SC Participa-ções e Parcerias S.A, após delegação do gover-no federal para o governo de Santa Catarina e com constantes projetos de modernização, o porto garante qualidade às transações de ex-

portadores e importadores. Atualmente mo-vimenta granéis sólidos e líquidos, congela-dos, contêineres e carga geral, contando com três berços de atracação. O Canal de Acesso atinge calado de 17 metros.

O Porto de Imbituba está apto a aten-der, principalmente, o escoamento de cargas dos três estados da região Sul, com influência direta em todo o Mercosul. Além da excelên-cia nas operações, o Porto de Imbituba ofe-rece terminais e vias pavimentadas, equipa-mentos modernos e armazéns próprios para os diversos tipos de carga.

Em operação há mais de 10 anos, o TESC - Terminal Portuário Santa Catarina está estrategicamente localizado no complexo por-tuário de São Francisco do Sul (SC), uma baía de águas tranquilas o ano inteiro que garante a confiabilidade na atracação e proporcio-na segurança de navegação e de manobrabilidade. A proximidade com a rodovia BR 101 permite rápido acesso aos principais grandes centros do Mercosul, conferindo agilidade no fluxo de cargas de im-portação e exportação. É reconhecido pelo dinamismo e agilidade nas operações. Em boa parte, isso se deve à parceria com grandes empresas, como a Terlogs, a Bunge e a Cidasc (Companhia Integra-da de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina), que compõem o corredor de exportação instalado na zona primária do Porto.

A Terlogs opera uma área de 40 mil m2, contando com um conjunto de 13 balanças ferroviárias e rodoviárias, e capacidade to-tal para armazenamento de 140 mil toneladas de granéis.

O complexo da Bunge tem 125 mil m2, com uma planta de extração de soja para o processamento de ate1,7 mil toneladas por dia. A capacidade de expedição chega a 1,5 mil TPH (tonelada por hora) de granéis sólidos e 1 mil TPH de óleo de soja. A capacidade de armazenagem é de 200 mil toneladas de granéis sólidos e 45 mil toneladas de óleo de soja.

Juntas, a Terlogs e a Bunge investiram cerca de US$ 20 mi-lhões no corredor de exportação, e mais de US$ 3 milhões em dois ships loaders, que triplicaram a capacidade de carregamento.

A Cidasc opera o Terminal Graneleiro Irineu Bornhausen. A re-cepção é composta por três balanças com capacidade para até 120 vagões e 150 caminhões por dia, e duas moegas rodo-ferroviárias, ambas com fluxo de 500 toneladas/horas. A capacidade de armaze-nagem é de 110 mil toneladas para granéis sólidos e 9 mil m3 para óleos vegetais.

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É um dos 26 estados do Brasil e está situado na Região Sul do País. Faz divisa com São Paulo, Santa Catarina e Mato Grosso do Sul, fron-teira com a Argentina e o Paraguai e limite com o Oceano Atlântico. Ocupa uma área de 199.880 km².

Sua capital é Curitiba, e outras importantes cidades são Londri-na, Maringá, Foz do Iguaçu, Ponta Grossa, Cascavel, Guarapuava e Pa-ranaguá. Na Região Metropolitana de Curitiba, destacam-se, por sua importância econômica, os mu-

nicípios de São José dos Pinhais e Araucária.

O clima paranaense apresenta diferenças marcantes, dependendo da região – de tropical úmido ao norte a temperado úmido ao sul.

A população é formada por descendentes de várias etnias: po-loneses, italianos, alemães, ucrania-nos, holandeses, espanhóis, japone-ses e portugueses, e por imigrantes procedentes, em sua maioria, dos estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e Minas Gerais.

A economia paranaense teve seu início quando uma grande área aurífera foi descoberta na região do Estado. Durante anos, essa foi a base de uma economia que só foi se mo-dificar com a descoberta das Minas Gerais, o que fez com que o ouro do

Paraná perdesse sua importância. Com isso, as famílias possuidoras de terras passaram a dedicar-se à cria-ção de gado.

Mais de um século depois, a erva-mate proporcionou uma nova fonte de renda para os detentores do

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ESPECIAL PR

Paraná

O Jardim Botânico,marca registrada

de Curitiba, foi inaugurado em 1991. É um dos

pontos mais visitados.

Economia eminente agrícola

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poder. Porém, foi nos fins do século XIX que o setor econômico do estado teve sua grande expansão, decorrente do rápido desenvolvimento da cultura de café. A partir do século XX, foram criadas muitas empresas agrícolas e houve um grande investimen-to de capital estrangeiro no Estado, fazendo com que o processo de concentração de renda e da pro-priedade de terras acelerasse.

Atualmente, a economia do Paraná ocupa o quinto lugar em desenvolvimento no país, ficando atrás dos estados do Rio de Janeiro, São Paulo, Mi-nas Gerais e Rio Grande do Sul, além de participar com cerca de 6% do PIB nacional e basear-se princi-palmente na agricultura e na indústria. Embora ain-da tenha uma economia eminentemente agrícola, o estado continua atraindo investimentos externos que alavancam cada vez mais o setor industrial, principalmente no polo automotivo.

Outras fontes que também são geradoras de renda no estado são os setores de transporte, as hi-drelétricas, o turismo, a área mineradora, e a extra-ção da madeira, que contribui de forma significativa na economia paranaense.

O setor de serviços exerce grande influên-cia na economia do Paraná. Ele é responsável por 62,7% do PIB do Estado. Logo depois, aparecem o setor industrial, com 29,1%, e o setor de agropecu-ária, responsável por 8,2%. Embora tenha menor importância, quando relacionada com outros ra-mos de atividade, a agropecuária paranaense é representativa em termos econômicos, atingindo participação superior a registra-da pelo setor primário em nível nacional.

Comparando-se aos municípios do estado, a

A Usina Hidrelétrica de Itaipu é binacional localizada no Rio Paraná, na fronteira entre o Brasil e o Paraguai.

região metropolitana de Curitiba ganha destaque. Curitiba, Araucária e São José dos Pinhais respondem por, respectiva-mente, 23,5%, 6,2% e 5,1% do PIB estadu-al, seguidas por Londrina, Foz do Iguaçu, Maringá, Ponta Grossa, Paranaguá, Casca-vel e Guarapuava. Juntos, todos os outros municípios do estado somam um PIB de 42,5%.

ExpansãoAs exportações paranaenses tam-

bém apresentam-se em expansão. As maiores vendas externas são de soja, material de transportes e carne, entretan-to, os principais produtos estrangeiros adquiridos pelo Estado também são os materiais de transporte, os produtos quí-micos e derivados de petróleo. Argentina e China, com cerca de 10% das exporta-ções cada, e Alemanha, com 8,5%, são os países que mais adquirem produtos para-naenses. Já os países que mais exportam para o Paraná são a Nigéria, com 19,7% de participação, a China, com 9,7%, e a Argentina, com 9,5%.

Em 2014, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC), as empresas do Estado faturaram US$ 16,3 bilhões com as ven-das ao exterior.

A Caterpillar é uma empresa estadunidense e multinacional que

fabrica máquinas, motores e veículos pesados, voltados principalmente

para a construção civil e mineração.

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Os portos paranaenses

O Paraná é satisfatoriamente atendido em relação ao transporte marítimo, pois possui dois grandes portos a apenas 100 Km de distância: Paranaguá e Antonina.

Além desses, existem mais três portos muito próximos à capital paranaense, todos no Estado de Santa Catarina: o Porto de Itajaí, distante 192 Km, o de São Francisco do

Sul, a aproximadamente 180 Km e o Porto Itapoá distante 138 km.

É o maior porto graneleiro da América Latina e começou sua história no antigo atraca-douro de Paranaguá, em 1872, com a adminis-tração de particulares. Batizado de Dom Pedro II, em homenagem ao Imperador do Brasil, em 1917, o Governo do Paraná passou a administrar o Porto de Paranaguá que recebeu melhorias que possibilitaram sua ascensão a maior Porto sul-brasileiro. Sua inauguração aconteceu em 17 de março de 1935, com a atracação do Navio “Almirante Saldanha”.

Em 11 de julho de 1947 foi criada a Au-tarquia Estadual que levou o nome de Admi-nistração do Porto de Paranaguá (A.P.P). Em 10 de novembro de 1971, a administração dos dois portos paranaenses foi unificada pela lei 6.249,

criando a Administração dos Portos de Parana-guá e Antonina (APPA).

Atualmente, o Porto de Paranaguá é um dos mais importantes centros de comércio marí-timo do mundo, unindo localização estratégia a uma das melhores Infra-estruturas portuárias da América Latina. Entre as principais cargas movi-mentadas em Paranaguá estão: soja, farelo, mi-lho, sal, açúcar, fertilizantes, contêineres, conge-lados, derivados de petróleo, álcool e veículos.

No contexto histórico do Estado do Paraná, o Porto de Paranaguá foi a porta de entrada para os primeiros povoadores do Paraná, e desde a segunda metade do século XVI, o Porto sempre foi o principal exportador da região que mais produz produtos agrícolas do Brasil.

Porto de Paranaguá

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Divulgação A

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Informações da economia do Paraná

:: Produtos de exportação soja e derivados: 34,2% veículos e peças: 21,4% Madeira: 10% Carne congelada: 8,2% Outros alimentos, como milho, açúcar e café: 8,8%

Participação no PIB nacional: 6,2%

:: Composição do PIB estadual: agropecuário: 18,4% indústria: 40% prestação de serviços: 41,6%

Volume de exportação: 10 bilhões de dólares

No final do século XIX, com a conclusão da estrada da Graciosa e do terminal ferroviário, ambos ligando Antonina a Curitiba, o Porto de Antonina intensificou suas atividades tornando-se, em 1920, o 4º Porto exportador brasileiro.

As mudanças na economia mundial após a segunda Grande Guerra Mundial, e o fim do ciclo da erva-mate, determinaram o declínio da economia da cidade e das atividades de seu Porto, culminado nos anos 70 com a paralisação da indústria Matarazzo, importante geradora de negócios e empregos.

A partir dos anos 80, Antonina, com apro-ximadamente 20.000 habitantes e privilegiada

por suas atrações naturais, passa a consolidar seu perfil de cidade turística, berço de mani-festações folclóricas e culturais, integrando seu potencial turístico à sua vocação portuária. Atualmente, O Porto de Antonina é parte do complexo administrado pela Appa.

Localizado em um ponto estratégico para escoamento da produção, o Porto de Antonina amplia a agilidade e qualidade dos serviços do Porto de Paranaguá, oferecendo dois terminais portuários: o Barão de Teffé e o Ponta do Félix. As principais cargas movimentadas em Antoni-na são congelados, fertilizantes e minérios de ferro.

Porto de Antonina

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É o Estado mais meridional do Brasil e faz fronteira com o Uruguai e com a Argentina, o que lhe confe-re uma localização privilegiada en-tre os países que compõem o bloco econômico do Mercosul. Com cerca de 282 mil quilômetros quadrados, o estado totaliza um pouco mais que 3% do território brasileiro. Sua população é formada por 11 mi-lhões de pessoas, que representam 6% dos habitantes do país.

O Estado alcançou a marca de terceiro maior Índice de Desen-volvimento Humano (IDH) do país, o que significa melhores condições de vida na região. A mortalidade infantil é inferior a 13 óbitos por mil habitantes, a expectativa de vida está entre as maiores do país, supe-rior a 74 anos, e a taxa de alfabeti-

zação ultrapassa os 92%.Possui 496 municípios, situa-

dos em zona urbana e rural. Entre os principais, com altos índices de densidade demográfica e partici-pação econômica, estão a capital Porto Alegre, Canoas, Caxias do Sul (principal cidade do polo metal-mecânico na região serrana), San-ta Maria, Pelotas, Passo Fundo, Rio Grande e Uruguaiana, reservando como destaques turísticos as cida-des de Canela e Gramado.

Os imigrantes portugueses, alemães e italianos tiveram partici-pação importante para o fortaleci-mento da economia estadual. Eles desenvolveram técnicas de cultivo na região, além de terem promovi-do o desenvolvimento econômico em solo gaúcho.

Rio Grande do Sul

Porto Alegre é um município brasileiro e a capital do

estado mais meridional do Brasil, o Rio Grande do Sul.

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Economia baseada no setor industrial e de serviços

A economia do Rio Grande do Sul é reco-nhecida nacionalmente pela produção e expor-tação de grãos, contudo, grande parte das suas atividades são baseadas no setor industrial e de serviços. A evolução da economia estadual ocorreu de forma satisfatória e, atualmente, o estado possui a quarta maior economia do país, inferior apenas aos estados de São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais.

Essa realidade, associada às boas condi-ções de estradas, telecomunicações e energia e aos programas oferecidos pelo governo, tornam o Estado o campeão em atração de investimen-tos nacionais e internacionais.

O PIB gaúcho tem apresentado significa-tivas evoluções a cada ano. Atualmente, repre-senta 6,4% do PIB nacional, e no âmbito regional esta participação é de aproximadamente 40%.

Portanto, o setor de serviços é o principal segmento da economia estadual (61,2%), des-tacando-se, principalmente, em Porto Alegre, capital do estado.

A indústria, responsável por 27,5% do PIB estadual, é bem diversificada e se desenvolveu a partir das agroindústrias e de outros segmen-tos ligados ao setor primário. Destacam-se as indústrias de transformação, alimentos, petro-químicas, máquinas, automobilísticas (General Motors), implementos agrícolas, fertilizantes e de calçados.

A agropecuária, apesar de contribuir dire-tamente com apenas 11,2% para o PIB gaúcho,

é uma atividade de fundamental importância para a economia estadual, pois é por meio dela que derivam vários segmentos da indústria e dos serviços.

Destaca-se por ser o terceiro maior produ-tor nacional de grãos, apresentando-se inferior apenas aos estados do Mato Grosso e Paraná, com expressiva colheita de arroz, soja, milho, trigo, mandioca e uva. Possui também um dos maiores rebanhos bovinos do país e a segunda maior criação de aves.

Na liderança O RS é o maior produtor e exportador de

arroz do país. Em 2014, exportou 135.056 tone-ladas apenas no mês de março. A safra rendeu mais de oito milhões de toneladas, sendo que o Brasil produz 11 milhões de toneladas – ex-porta em torno de 1 milhão e importa a mesma quantidade. A novidade nesse mercado vem da Federação das Associações de Arrozeiros (Fede-rarroz), que assumiu a tarefa de unir os produto-res interessados em exportar. A Federarroz cui-da desde a venda aos clientes no exterior – são 29 países, incluindo Cuba, Nicarágua, Republica Dominicana e China – até a contratação do ter-minal e da descarga no navio. Não é uma tarefa fácil, porque na época de safra, a partir de mar-ço, a soja ocupa todos os espaços, em função do volume de exportação.

A cadeia produtiva do arroz entrou nos eixos nas últimas três safras, isso inclui manu-tenção dos preços favoráveis aos produtores, depois que o governo federal, a pedido do es-tadual, injetou R$1,2 bilhão para escoar a safra e mais R$1,5 bilhão para saneamento de dívidas passadas. A prioridade dos arrozeiros é retomar o mercado da Nigéria, que, fora da Ásia, é o maior comprador mundial de arroz – chegou a comprar 300 mil toneladas do Brasil. A exporta-ção é a via que os produtores têm para manter os preços em níveis razoáveis.

Destaque na produção de vinhosO Brasil é apenas o 16º produtor de vinhos

e o RS tem a maior fatia nessa produção. Atual-mente mais de 50 milhões de litros são produ-

O RS é o maior produtor e exportador de arroz do país.

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zidos. A área plantada no Rio Grande é de 51 mil hectares, a maior parte na Serra Gaúcha, onde os municípios de Bento Gonçalves, Flores da Cunha e Caxias do Sul se destacam. Anu-almente cerca de 300 mil turistas visitaram o Vale dos Vinhe-dos, em Bento. A Miolo vende seus mais de 100 rótulos para 32 países em quatro continentes. Ela investiu R$120 milhões em tecnologia, plantio e nas indústrias.

O turismo no Estado conta com uma ampla infraestrutura e tem como base a sua diversidade de culturas. A região tem como sua especialidade o turismo rural, com a qualificação das tradicionais estâncias gaú-chas para atendimento de turis-tas; o turismo de aventura e eco-lógico; o turismo religioso, com festas e procissões que reúnem mais de 500 mil participantes; e o turismo histórico-cultural, que tem como principal atração as Missões Jesuíticas - Patrimônio da Humanidade.

O pólo naval é formado por um conjunto de áreas do Porto do Rio Grande onde estão se instalando estaleiros que são destinados à construção de na-vios e plataformas de petróleo. Entre esses empreendimentos estão o estaleiro Rio Grande, junto ao dique seco (área simi-lar a uma grande piscina onde é construído o navio ou a pla-taforma), o estaleiro do grupo Wilson, Sons, e o estaleiro do consórcio Quip.

Bento Gonçalves é conhecido por ser um polo vitivinícola, moveleiro e turístico, tendo atuação de destaque nacional e internacional nesses setores.

A região tem como sua especialidade

o turismo rural, com a qualificação

das tradicionais estâncias gaúchas para atendimento

de turistas

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Porto do Rio Grande

O porto é o principal gerador de empre-gos e renda da cidade do Rio Grande, é através dele que inúmeras pessoas tiram seu sustento. Além disso, sua contribuição através de imposto é muito importante para que se consiga realizar investimentos na infraestrutura da cidade. Ele também é responsável pelo envio, para outros países, de todas as mercadorias produzidas no Rio Grande do Sul.

Privilegiado por seus aspectos geográ-ficos, o Porto do Rio Grande consolidou-se como o porto do Conesul, tendo forte atua-ção no extremo sul do Brasil, estando entre os mais importantes portos do continente ameri-cano em produtividade, oferecendo serviços ágeis e de qualidade. Dotado de uma comple-ta infraestrutura operacional o porto gaúcho é considerado o segundo mais importante porto do país para o desenvolvimento do comércio in-ternacional brasileiro. No entanto, o porto não para de realizar investimentos em infraestrutura, estando sempre adequado aos padrões interna-cionais.

Com um calado de 40 pés, o Porto do Rio Grande possui excelente profundidade em seus terminais de granéis e de contêineres, superior ao correspondente nos portos argentinos, uru-guaios e catarinenses. Com calado e condições operacionais privilegiadas o porto é o ponto perfeito para o transbordo de contêineres e de completamento de carga de granéis dos países

da Bacia Hidrográfica do Prata. Além disso, em seu cais público, Porto Novo, com 31 pés de ca-lado, o porto rio-grandino oferece invejável dis-ponibilidade de atracação, possuindo um cais com cerca de 2 Km de extensão.

A multimodalidade do Porto do Rio Gran-de é um importante fator na redução de custos e no aumento da eficiência logística, agregando maior valor às mercadorias que passam por suas instalações. O terminal recebe navio de diversos tamanhos, desde embarcações com 62 metros até superiores a 300 metros. No entanto, existe uma maior movimentação de navios com tama-nhos entre 180 e 250 metros. O maior navio que já atracou no Porto do Rio Grande foi o petrolei-ro Settebello, com 346,5 metros de comprimen-to e 57,3 de largura, que foi transformado na plataforma de prospecção de petróleo P-53.

Por ser um porto forte na movimentação de granéis agrícolas, entre as dez mercadorias mais movimentadas no Porto do Rio Grande, seis são relativas aos grãos. As cargas mais movi-mentadas são: soja em grão, trigo, farelo de soja, cavaco de madeira, matéria-prima para fertili-zantes, celulose, óleo de soja, óleo combustível, arroz e milho. Os navios que chegam ao Porto do Rio Grande são oriundos de várias partes do mundo e do próprio Brasil. Entre os principais países que operam em Rio Grande estão: China (1º lugar), Espanha (2º), Estados Unidos (3º), Ho-landa (4º) e Japão (5º).

Porto do Rio Grande

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Dados da economia do Rio Grande do Sul:

Produto Interno Bruto (PIB):

176,6 bilhões de reais

PIB per capita:

18.777 reais

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Exportações 18,3 bilhões de dólares:

Importação14,5 bilhões de dólares:

Soja e derivados:

16%Carnes:

12%Fumo:

10%Veículos automotores:

8%Máquinas e equipamentos:

8%Calçados:

7%Plataformas de perfuração e exploração:

5%Plástico e seus produtos:

4%Outros:

30%

Petróleo:

30%Veículos automotores

e peças:

13%Adubos e fertilizantes:

12%Máquinas e equipamentos:

10%Derivados do petróleo:

9%Produtos das

indústrias químicas:

7%Alimentos:

3%Outros:

16%

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PARA O MUNDO

Com o anúncio da descoberta do pré-sal, em 2007, houve um crescimento natural de investimentos no setor naval, mas nos últimos anos, o mercado

passou por uma desaceleração. Apesar da queda de in-vestimentos após o boom que a descoberta do pré-sal gerou nos últimos anos, o mercado naval continua em alta. O Brasil possui hoje nove polos de construção naval. O maior deles é o do Rio de Janeiro seguido por Santa Catarina – onde praticamente todos os tipos de embar-cações são produzidos - e Rio Grande do Sul.

A região de Itajaí e Navegantes se destaca neste segmento e desponta no cenário nacional pelo fato de estaleiros e empresas especializadas na construção de barcos de apoio às plataformas de produção de petróleo

Estado também caminha para ser o maior polo náutico

do país, atraindo nos últimos anos

as melhores e maiores empresas

estrangeiras do ramo

Santa Catarina polo da construção naval

A instalação do Estaleiro Navship e a compra do Estaleiro TWB pela empresa de Cingapura Keppel Singmarine fizeram com que gerasse um investimento bastante significativo nesse segmento em Navegantes.

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e gás terem se instalado nos municípios. Esse fa-tor é um dos motivos do crescimento e desenvol-vimento econômico das cidades que viram seus PIBs (Produto Interno Bruto) crescer mais de 50% entre 2009 e 2011, de acordo com o IBGE (Insti-tuto Brasileiro de Geografia e Estatística), acima da média estadual de 30% no mesmo período. Às margens do rio Itajaí-Açu, se concentra a maior parte das cerca de 70 empresas de construção naval de Santa Catarina. Esse crescimento se re-flete na oferta de trabalho.

A instalação do Estaleiro Navship e a com-pra do Estaleiro TWB pela empresa de Cingapu-ra Keppel Singmarine fizeram com que gerasse um investimento bastante significativo nesse segmento em Navegantes. Assim como o incre-mento no investimento da empresa Keppel, que gira em torno de R$ 200 milhões. “Acredito que a construção naval vai se tornar a principal ativida-de econômica do município junto com a ativida-

de portuária. Atualmente já temos grandes esta-leiros na cidade e outros que planejam se instalar em Navegantes”, ressaltou o prefeito Roberto Carlos de Souza.

Já em Itajaí, destaque para estaleiros como o Detroit Brasil, uma empresa que atua com ca-pital chileno e investe milhões na cidade desde 2002, gerando mais de mil empregos diretos e centenas de empregos indiretos. Nos últimos anos, o estaleiro do Consórcio MGT formado pelas empresas DM Construtora e TKK Engenharia para construir módulos de uso exclusivo da Petrobras também investiu cerca de R$ 600 milhões.

A indústria naval brasileira encontra-se en-tre as quatro maiores do mundo, atrás apenas dos asiáticos: China, Coréia do Sul e Japão. Os de-sembolsos do Fundo da Marinha Mercante quase quadruplicaram nos últimos cinco anos.

A liberação de recursos do FMM, que totali-zou R$ 1,3 bilhão em 2008, atingiu R$ 4,9 bilhões

PARA O MUNDO

ANUÁRIO 2015 • 39

A indústria da construção naval tem Itajaí e Navegantes como as principais representantes desse

segmento que ajuda na exploração de petróle

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ANUÁRIO 2015 • 42

no ano passado, um incremento de 277%. O lançamento de progra-mas específicos para construção de navios, barcos de apoio e sondas contribuiu para ampliação dos de-sembolsos, que em 2001 haviam sido de R$ 300 milhões. De lá até o final de 2013, as liberações do FMM totalizam R$ 22,7 bilhões, de acor-do com levantamento do Sindicato Nacional da Indústria de Constru-ção e Reparação Naval e Offshore (Sinaval).

O emprego na indústria na-val deu um enorme salto de nos últimos anos. No ano 2000, apenas 1910 pessoas trabalhavam no setor que atualmente emprega por volta de 78 mil pessoas nos estaleiros em operação. Nos próximos dois anos, quatro estaleiros entrarão em ope-ração: Jurong Aracruz (ES); Enseada (BA); EBR (RS); e CMO (PE), o que au-mentará a oferta de mão de obra. Segundo a projeção do Sinaval, o setor deverá gerar 30 mil novos em-pregos até 2016.

A retomada do setorApesar do aumento das im-

portações de embarcações nos úl-

timos cinco anos, desde a metade da década de 1990, o setor voltou a contar com forte estímulo do governo. No segundo mandato do então presidente Fernando Hen-rique Cardoso, foi aprovada a Lei do Petróleo e a Petrobras passou a liderar o mercado de contratação de embarcações de apoio marítimo via licitações, que originaram enco-mendas nos estaleiros nacionais.

Nesse sentido foi criado em 1999, o Prorefam (Programa de Renovação da Frota de Apoio Marítimo), que tem o objetivo de substituir importações e estimular a produção de embarcações nacio-nais. Ainda sob a administração de FHC, nasceu o programa Navega Brasil, que modificou as condições de crédito aos armadores (empre-sas proprietárias de embarcações) e estaleiros, aumentando a partici-pação do FMM (Fundo de Marinha Mercante) nas operações da indús-tria naval de 85% para 90%.

A partir de 2003, a segunda rodada do Prorefam contratou 30 novas embarcações nacionais e modernizou outras 21. O ex-presi-dente Lula determinou prioridade para estaleiros locais de navios e

Rivo Biehl

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s Le

hman

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PARA O MUNDO

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equipamentos de exploração e produção de petróleo pela Petrobras. Isso atraiu grandes grupos empresariais do país a investirem no setor.

O Prorefam aumentou significativamente a deman-da do setor e reativou indústria naval brasileira. A prio-ridade dada por lei à bandeira brasileira nos serviços de apoio marítimo aqueceu o mercado interno e estimulou toda a cadeia produtiva do país.

PARA O MUNDO

Rivo Biehl

O estaleiro Kalmar especializado em marcenaria naval para a construção

de barcos de lazer, é reconhecida internacionalmente pelo qualificado

trabalho de construção, reforma e restauração de embarcações.

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ANUÁRIO 2015 • 44

Além de despontar no cenário nacional como polo da indús-tria naval, Santa Catarina cami-

nha para ser o maior polo náutico do país. O Estado vem atraindo as melho-res e maiores empresas estrangeiras do ramo. Nos últimos anos, quatro das maiores fabricantes do setor investi-ram aqui cerca de R$ 100 milhões em novas unidades, desenvolvimento de produtos e tecnologia. Multiplicaram empregos, geraram mais know-how e ajudaram a aumentar o faturamento da indústria náutica local para cerca de R$ 300 milhões.

De acordo com a Associação Bra-sileira de Construtores de Barcos e Im-plementos (Acobar), Santa Catarina é o segundo maior polo náutico do seg-mento, com 21% do total de estaleiros

em operação. Perde apenas para São Paulo, com 35% das empresas.

No entanto, essa posição tende a se inverter em breve, com os investi-mentos milionários que o Estado vem recebendo de grandes marcas da in-dústria náutica mundial. Nos últimos anos, quatro das maiores empresas do setor investiram cerca de R$ 100 mi-lhões em novas unidades, desenvol-vimento de produtos e tecnologia em Santa Catarina.

Destaque para a empresa italiana Azimut-Benetti, que investiu R$ 40 mi-lhões na primeira etapa da implantação da unidade brasileira para produzir ia-tes de luxo, em Itajaí. O projeto comple-to do estaleiro envolve a criação de um polo náutico próprio, que demandaria recursos de R$ 200 milhões e a atração

PARA O MUNDO

Santa Catarina deve se tornar o maior polo náutico do Brasil

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PARA O MUNDO

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de outros investidores e fornece-dores.

Além disso, a indústria náu-tica da cidade catarinense foi es-colhida para construir o veleiro Kat que está sendo utilizado na terceira grande viagem da família Schurmann: a Expedição Oriente. Construída no estaleiro Caçapa-va, a embarcação tem 80 pés de comprimento e 6,65 metros de largura, quilha retrátil de 18,5 to-neladas e peso total de cerca de 67 toneladas.

Itajaí também é o berço da Fibrafort, maior fabricante de lanchas da América Latina em unidades vendidas, com mais de 13 mil embarcações da marca na-vegando em águas do Brasil e de outros 41 países.

Referência em barcos de pequeno e médio portes, a com-panhia completa 25 anos agora em 2015. Para ampliar a área de atuação, firmou parceria com a Porsche Consulting para o desen-volvimento de novos produtos com qualidade e otimização do sistema de produção. Até o ano

Itajaí está novamente incluída no

roteiro da edição 2014/2015 da

Volvo Ocean Race (VOR), a mais

importante regata do planeta.

Francisco Vignale / MA

PFRE / Volvo Ocean Race

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As obras estruturais da Marina de Itajaí já foram iniciadas e o empreendimento será um dos destaques na área náutica no Sul do país e terá atrativos como lojas, res-

taurantes e hotel.No total, serão 10 mil metros quadrados de área seca e

120 mil metros quadrados de espelho d’água. Terá capacidade para abrigar 846 embarcações, sendo que deste número, 353 serão de vagas secas e 493 molhadas.

A obra será dividida em duas etapas, a conclusão da pri-meira está prevista para outubro de 2015 e vai contemplar 191 vagas secas e 192 molhadas, já a capacidade total será atendi-da ao longo dos próximos cinco anos. O prazo de concessão da marina é de 25 anos, prorrogável por igual período.

Além de movimentar a economia da cidade e ser um atrativo para moradores e turistas, depois de pronto, a previ-são é de que com o Complexo Náutico Ambiental do Saco da Fazenda, sejam criadas pelo menos 1600 vagas de emprego.

Um dos diferenciais em relação a outras marinas do Brasil ressaltado pelo administrador é a quantidade de vagas de esta-cionamento para automóveis disponibilizadas pelo empreen-dimento. “Vamos ter um estacionamento com 138 vagas mais restritas aos proprietários das embarcações. Além disso, tere-mos 538 vagas dentro do complexo comercial que vão atender aos eventos realizados no Centreventos e nas proximidades do empreendimento”, explicou Manoel Carlos Maia, diretor da construtora Viseu e administrador da Marina de Itajaí.

No segundo semestre do ano passado quando foi assina-do o contrato para o início da construção do empreendimento o prefeito Jandir Bellini, afirmou que quando todas as vagas da marina estiverem preenchidas, a cidade dará um salto de competitividade em diferentes aspectos da economia. “Desde os prestadores de serviço até os estaleiros, todos vão ganhar com a marina”, avaliou Bellini. •

PARA O MUNDO

passado, produzia a consolidada linha Focker, com barcos na categoria de 16 a 32 pés.

Com 41 revendas em todo o Brasil, o esta-leiro ganhou diversos títulos, entre eles foi eleito na Austrália como o barco do ano em 2008, com a embarcação Fisherman 238, também foi eleito pela Revista Náutica com a embarcação mais ven-dida do Brasil, com o modelo Focker 190 Style. Ainda conquistou o prêmio de barco com maior liquidez de marcado com o Focker 215 e ganhou o Destaque Evolução 2014 com o modelo Focker 305GT.

Reconhecimento internacionalEm sua trajetória de sucesso o estaleiro Kal-

mar também com sede em Itajaí, segue com di-reção e ventos próprios. A empresa especializada em marcenaria naval para a construção de barcos de lazer, fundada há 32 anos, é reconhecida in-ternacionalmente pelo qualificado trabalho de construção, reforma e restauração de embarca-ções.

Reconhecido por yacht designers de todo o mundo o estaleiro criou uma especialidade rara diante dos demais estaleiros no Brasil. É referên-cia na construção de embarcações - cascos, cabi-nes, decks e interiores - feitas com técnicas mo-dernas da marcenaria naval, que envolve, além da própria madeira, o uso de resina epóxi, com-pensado naval, lâminas naturais de madeira além de outros materiais de acabamento como tintas e vernizes específicos.

Rota das grandes regatasItajaí está novamente incluída no roteiro

da edição 2014/2015 da Volvo Ocean Race (VOR), a mais importante regata do planeta, com nove meses de duração e para na cidade durante a pri-meira semana de abril.

Além do retorno desta competição, Itajaí recebeu mais duas regatas internacionais nos úl-timos meses. Em novembro de 2013, aportou no município a regata Transatlântica Jacques Vabre e, em fevereiro de 2014, a regata Velas Latinoa-mérica 2014, com embarcações das Marinhas da América Latina.

Na edição itajaiense dos eventos náuticos, em comum o fato de o local de realização dos três ser a Vila da Regata, onde ocorreu a etapa brasileira da Volvo Ocean Race em 2012, o Cen-treventos Itajaí e também parte da área do Saco da Fazenda.

Marina de Itajaí será um dos destaques na área náutica no Sul do país

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INTERCÂMBIO

Fomentando os negócios entre Itália e Brasil, surge uma inédita oportunidade de intercâm-bio entre os países, voltado para a indústria

náutica. Entidades e organizações italianas e bra-sileiras lançaram a 1ª Feira International do Mar de Tecnologia, Inovação e Design Itália-Brasil – Fimar, no Auditório da Secretaria de Estado de Turismo, cultura e Esporte de Santa Catarina.

Durante a solenidade de lançamento o secre-tário estadual de Turismo, Cultura e Esporte, Filipe Mello destacou a feira como uma nova etapa no desenvolvimento do setor náutico do Estado. “Pre-cisamos criar condições para que Santa Catarina se desenvolva como setor náutico. Neste sentido de-sejamos que a Fimar marque o início de uma novo ciclo do estado como Polo Náutico. A feira virá para

Florianópolis vai sediar a 1ª Feira Náutica Itália-Brasil

Entidades governamentais e empresariais da Itália e do Brasil lançaram a Fimar que será realizada na capital catarinense de 4 a 7 de junho

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INTERCÂMBIO

ANUÁRIO 2015 • 49

concretizarmos negócios e para que possamos colher frutos positivos tanto no turismo quando na indústria”, expli-ca o secretário.

Resultado de acordos entre o Ministério Italiano do Desenvolvimen-to Econômico, Ucina e o Governo de Santa Catarina, promovidos e apoiados pela Associação BrazilPlanet em cola-boração com Assonautica e a Associa-ção Náutica Catarinense para o Brasil - Acatmar, a Fimar irá trazer para San-ta Catarina o modelo náutico italiano. “Esse resultado concreto das relações bilaterais, nos permitiu navegar juntos para um objetivo comum, que combi-na o melhor de nossas habilidades náu-ticas”, salienta o embaixador da Itália no Brasil, Raffaele Trombetta.

Além disso, esta feira vai permitir uma aproximação maior do “Sistema Itália” com o mercado náutico brasilei-ro, que está em crescente desenvolvi-mento e possui grandes qualidades, permitindo parcerias de negócios seja para aqueles que querem produzir lo-calmente, seja para as empresas brasi-leiras que desejam associar seus produ-tos ao “Made in Italy”. "A feira quer unir dois polos de excelência. O interesse demostrado pelos empresários da in-dústria náutica italiana nos dá a certeza do sucesso da Fimar, que será a vitrine do que há de melhor em design e tec-nologia na Itália e no Brasil para toda a cadeia do setor náutico", declara Do-menico Calabria, da Brazil Planet, orga-nizadora do evento.

Para a Fimar estão programadas

reuniões com as empresas e operado-res locais para prosseguir com as par-cerias e oportunidade entre os dois países, por meio de rodada de negócios e seminários. O evento, marcado para 4 a 7 de junho, já confirmou a presença de mais de 15 empresas italianas do setor náutico que atuam nos ramos de automação, tecnologia, design e con-sórcio. “Já temos confirmadas empre-sas das regiões de Toscana, Piemonte, Marche e Liguria”, informa o represen-tante da Agência para a Internaciona-lização das Empresas Italianas – ICE, Antonio Monge.

O evento conta também com o apoio da prefeitura de Florianópolis, Santur e Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas Santa Catarina - Sebrae/SC. Para a coordenadora es-tadual do Sebrae/SC, Soraya Tonelli a Fimar tem importância fundamental para o setor náutico tanto na indústria quanto no turismo. “Nós acreditamos que a realização da feira internacional vem agregar valor ao trabalho de de-senvolvimento de Santa Catarina como polo náutico pois propiciará rodadas de negócios aproximando a demanda do mercado italiano com a oferta do nosso estado em tecnologia embarca-da e turismo náutico”, comemora.

A participação italiana será assis-tida pela Agência ICE com um "Ponto italiano", lugar de hospitalidade e de in-formação para os operadores e visitan-tes, demonstrando o importante papel desempenhado pela náutica italiana no cenário mundial. •

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AMPLIAÇAO

O Complexo Portuário de Itajaí (SC) recebeu a autori-zação para dar início a uma obra que vai trazer mo-dernidade e garantir o dinamismo das operações

portuárias. O governador Raimundo Colombo entregou a or-dem de serviço para o alargamento do canal de navegação e da bacia de evolução. O projeto contempla ainda a adequação das estruturas de proteção do rio Itajaí-Açu.

O conjunto de obras, nesta primeira etapa, vai permi-tir que os portos de Itajaí e Navegantes recebam navios com até 335 metros de comprimento. “A navegação mundial está operando com navios maiores, é uma realidade que se impõe

Complexo Portuário de Itajaí vai receber investimentosde R$ 103 milhões em obras de ampliação

Conjunto de obras, nesta primeira

etapa, vai permitir que os portos de

Itajaí e Navegantes recebam navios

com até 335 metros de

comprimento

ORDEM DE SERVIÇO

Divulgação

Page 51: Revista Portuária - Anuário 2015

em razão da eficiência e da competiti-vidade e sem as obras aqui, eles certa-mente migrariam para outros portos”, avalia o governador.

O investimento está orçado em R$ 103 milhões, com recursos do pro-grama Pacto por Santa Catarina e a obra deve ser concluída em 2016. O secretário de Estado da Infraestrutura, João Carlos Ecker, destaca a "agilidade e o empenho da equipe de trabalho em tratar de uma demanda funda-mental para o bom desempenho da economia de Santa Catarina".

A ampliação demanda a retirada das guias correntes do molhe Sul, jun-to ao Saco da Fazenda, para que sejam executadas as obras da nova bacia de evolução (480 metros de diâmetro), retirada de parte dos espigões trans-versais do molhe norte (groins) e dra-gagens da área da nova bacia e para o alargamento do canal de acesso.

O superintendente do Porto de Itajaí, engenheiro Antonio Ayres dos Santos Júnior, explica que desde quando foi constatada a necessidade do mercado até a assinatura da ordem de serviço para as obras, houve um estudo embasado em modelagens e simulações de navegação por equi-pamentos de alta tecnologia e por

empresas das mais bem conceituadas no segmento. “Técnicos da Autoridade Portuária, Terminais e Praticagem tam-bém acompanharam os estudos, que hoje, após todos os licenciamentos ne-cessários, resultaram nesse importante ato para nosso Complexo”, diz Ayres.

A prefeita em exercício de Itajaí, no ato da entrega da ordem de servi-ço, Dalva Rhenius, falou da importân-cia da interação Porto-cidade. “Desde a municipalização do Porto, na déca-da de 90, o complexo já recebeu mais de R$ 1,5 bilhão em investimentos da União, Estado, Município e iniciativa privada, por outro lado, o desenvolvi-mento dessa atividade contribui com o crescimento econômico de toda a região”, disse.

Ainda de acordo com a prefeita em exercício, a estrutura portuária traz compensações com áreas de preser-vação permanente, como o Parque da Atalaia; em ações de infraestrutura para a Cidade, como a Via Expressa Portuá-ria – eixo de circulação de caminhões, com o objetivo de segregar o trânsito urbano de transporte de cargas –, ou no fomento do turismo por meio da construção do Terminal de Passageiros de Itajaí, ou ainda na Marina de Itajaí.

Outra contribuição citada por

AMPLIAÇAO

ANUÁRIO 2015 • 51

Victor Schneider

A movimentação doComplexo Portuário em 2014

No acumulado de onze meses em 2014, o Complexo Portuário de Itajaí embarcou e desembarcou um milhão de contêineres. Do total de cargas movimentadas no ano, 48% são importações e 52% exportações.

A pauta de importa-ções é liderada pelos produ-tos mecânicos e eletrônicos (US$ 274,98 milhões), segui-dos pelos produtos químicos (US$ 157,63 milhões) e pelos têxteis (US$ 143,04 milhões). Nas exportações, o item mais embarcado é o frango con-gelado (US$ 226,10 milhões), ficando em segunda posição as carnes (US$ 127,49 mi-lhões) e, em terceira, a ma-deira e derivados (US$ 69,66 milhões).

Page 52: Revista Portuária - Anuário 2015

Dalva Rhenius é que o complexo portuário de Itajaí permite ao município receber even-tos com foco no turismo, como as regatas Volvo Ocean Race e Transat Jacques Vabre, que garantem à cidade e ao Porto visibilida-de internacional e os insere ao seleto grupo de portos mundiais com infraestrutura para receber este tipo atividade.

O Complexo Portuário de ItajaíO complexo é composto pelo Porto

público, os terminais APM Terminals em Ita-jai e a Portonave em Navegantes, além de outros quatro terminais privados. A estrutu-ra corresponde à segunda maior movimen-tação de contêineres do país e as empresas relacionadas a 70% da arrecadação do ISS, Imposto sobre Serviço, de Itajaí, cerca de R$ 14 milhões.

Estudos do setor apontam que a cada 500 mil contêineres movimentados em um ano, são gerados R$ 825 milhões. Ao mês, são cerca de R$ 69 milhões circulando entre as duas cidades.

Importância histórica e atualA origem do Porto do Itajaí remete ao

ano de 1906, quando Lauro Muller, um Ita-jaiense, na época Ministro de Viação e Obras

Públicas, iniciou a construção de molhes para fixar a Barra do Itajaí, que se movia com a força das marés e do rio. Foram utilizadas pedras que eram cortadas do morro Atalaia e de uma pedreira de Navegantes.

O trabalho é reconhecido como notá-vel obra de engenharia, levando em consi-deração a tecnologia do início do século 20. Graças aos molhes, foi constituído o Porto Organizado de Itajaí. Por quase um século, a estrutura serviu para as exportações que marcaram os ciclos da madeira e do açúcar e depois entrou em declínio causando enor-mes prejuízos econômicos para a região.

O porto ressurgiu na década de 90 quando foi municipalizado e parcialmente arrendado pela iniciativa privada e hoje é um dos 120 maiores do mundo – segundo o World Top Containers Ports 2014, e movi-menta mais de 80% da corrente de comércio de Santa Catarina.

É o 2º maior complexo portuário do Brasil e movimenta por ano mais de 1,08 mi-lhão de TEUs (Twenty-foot Equivalent Unit – unidade internacional equivalente a um contêiner de 20 pés) e é o porto brasileiro que opera cargas de maior valor agregado. O Porto de Itajaí também é reconhecido pela Agência Nacional dos Transportes Aquaviá-rios (Antaq), modelo em gestão ambiental. •

ANUÁRIO 2015 • 52

AMPLIAÇAO

Victor Schneider

A sequência das obras

A segunda fase das obras, com recursos de mais R$ 208 milhões, previstos no orçamento de 2015 da União, vai garantir ao Complexo Portuário uma bacia de 530 metros de diâmetro, com capacidade para operar navios de até 366 metros de comprimento e 51 de boca. A segunda etapa também prevê a realocação do molhe norte, possibilitando que o canal de acesso fique com a largura de 220 metros.

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ANUÁRIO 2015 • 54

ECONOMIA

Há uma profusão de es-tatísticas e dados que indicam que empresas

e organizações que investem ou se inserem na cadeia de inovação tem resultados melhores e mais duradouros. As maiores e melho-res empresas, as que mais cres-cem, as que são melhores para trabalhar e aquelas com marcas mais valiosas são aquelas organi-zações conhecidas como inova-doras. Esta é razão suficiente para investir em inovação.

No ambiente corporativo, a inovação tem a capacidade de agregar valor às empresas, através de novos procedimentos, novos produtos e serviços de sucesso no mercado. Empresas não cres-cem apenas porque diminuem suas despesas, mas sim pela sua capacidade em inovar. Esta é, por si só, uma razão imperativa para investir em inovação.

Santa Catarina aposta em polos de inovação para fomentar a economia

Representantes de cada um dos 13 centros

tecnológicos que estão sendo construídos no Estado

já começam a receber treinamento do instituto de

pesquisa americano Stanford Research Institute (SRI)

TENDÊNCIA

Page 55: Revista Portuária - Anuário 2015

ECONOMIA

ANUÁRIO 2015 • 55

Seguindo essa tendência Santa Catarina vai apostar em polos deste segmento para fo-mentar a economia no Estado. Os Centros de Inovação serão ins-talados nas cidades de Joaçaba, Lages, Jaraguá do Sul, Chapecó, Itajaí, São Bento do Sul, Tuba-rão, Blumenau, Brusque, Rio do Sul, Criciúma e Joinville, além de um em Florianópolis. A capital catarinense já é referência como um dos municípios brasileiros que concentram polos de empre-sas de tecnologia.

Há dois modelos de edi-fícios, sendo que o maior, com 3.800 m2 custará em torno de R$ 7,5 milhões e o menor, com 2.200 m2, custará R$ 5,2 milhões aproximadamente. Duas parce-rias já estão consolidadas para a troca de informações com os 13 centros de inovação que serão instalados em Santa Catarina: com o Stanford Research Institu-te (SRI), da Califórnia, e a Associa-ção de Parques Tecnológicos da Espanha (XPCAT), na Catalunha.

A iniciativa faz parte do Pro-grama Catarinense de Inovação (PCI), um projeto da Secretaria do Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDS) em parceria com universidades, entidades empresariais e governos locais.

O objetivo é que cada um dos Centros de Inovação leve em conta as potencialidades das re-giões em que será construído, e busque resolver problemas ou pensar produtos para as indús-trias ali instaladas.

Representantes de cada um dos centros tecnológicos que es-tão sendo construídos no Estado já começaram a receber treina-mento do Stanford Research Ins-titute (SRI), instituto de pesquisas da universidade americana de mesmo nome.

Page 56: Revista Portuária - Anuário 2015

ANUÁRIO 2015 • 56

ECONOMIA

Os Polos de Inovação

:: BlumenauA indústria têxtil e sua cadeia de fornecimento inclui a inovação nos materiais, design, modelos de negócio e canais como um exemplo da inovação em curso na região. A região tem forte tradição no setor de serviços, principalmente software, com produtos e plataformas inovadoras. No setor de turismo, Blumenau e região foram capazes de resgatar tradições europeias e transformá-las em uma indústria do turismo ampla. Com uma forte estrutura educacional e também apoiada por setores industriais diversos (por exemplo, metal-mecânico), o polo de inovação de Blumenau é multifacetado.

:: BrusqueResponsável por 15,49% da produção nacional têxtil, Brusque, localizada no Vale do Itajaí, é considerada especialista na produção de cama, mesa, banho e malharia, respondendo por aproximadamente 50% da produção brasileira nestes segmentos. Além do setor têxtil, o novo Centro de Inovação também

irá contemplar as necessidades de investimento em tecnologia e inovação de outros setores fortes da economia da região, como o calçadista, de cerâmica,

de turismo religioso e natural, de produção alimentícia, entre outros.

:: ChapecóA capital brasileira do agronegócio é também um polo de desenvolvimento e inovação do setor agropecuário e da indústria de alimentos. A região gerou alguns dos maiores grupos de agronegócio do país que, atualmente, agregam valor pelo investimento em pesquisa e desenvolvimento e oferta de novos produtos e serviços a mercados em todas as partes do mundo. Devido a posição estratégica, próxima à fronteira, tem o setor logístico como portador de inovação. A sua tradição no setor de turismo de negócios indica o potencial inovador na área de serviços.

:: CriciúmaBaseado na tradição da indústria cerâmica e carbonífera, Criciúma é um

polo de inovação em materiais. O setor de construção acompanha o esforço de inovação na região. Os setores de energia e logístico impulsionam o

desenvolvimento de novos modelos de negócio e introdução de tecnologias. Outros setores presentes na economia da região (químico, polímeros, extração

mineral) complementam o ambiente econômico da região.

Page 57: Revista Portuária - Anuário 2015
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ANUÁRIO 2015 • 58

ECONOMIA

:: ItajaíA região com a maior economia de Santa Catarina tem uma gama de serviços e modelos de negócio logísticos, a região é a referência do Estado no setor logístico. O desenvolvimento da indústria farmacêutica e setores industriais com ênfase exportadora complementam uma das regiões com maior taxa de crescimento e inovação no Estado.

:: FlorianópolisConhecida como o “Vale do Silício brasileiro”, Florianópolis hospeda um formidável setor de Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC)

fortemente baseado na inovação tecnológica e interação com universidades. A capacidade empreendedora da região é única e transformou a TIC no setor

econômico mais importante, suplantando inclusive a tradicional indústria do turismo. A região desenvolve somente uma indústria limpa, baseada

em tecnologia, aproveitando-se da grande capacidade de geração de conhecimento e tecnologia das instituições da região.

:: Jaraguá do SulUma cidade com um setor metal-mecânico e têxtil extremamente desenvolvido, competindo a nível mundial e fortemente baseado em tecnologia, posicionam Jaraguá do Sul como uma região que transforma a economia tradicional através da inovação. A indústria de alimentos é outro portador do futuro, unindo uma indústria sofisticada à criação de uma base de conhecimento local.

:: JoaçabaA cadeia de produção de alimentos e agronegócio é uma atividade estabelecida

no Vale do Rio do Peixe. A região hoje investe não apenas na produção, mas principalmente na geração e incorporação de tecnologias das cadeias do leite e

manejo e transformação do agronegócio. A agroecologia é setor emergente. Outros setores portadores do futuro como engenharia biomédica, florestas e energia

renovável e setor metal-mecânico estão em desenvolvimento, desde a formação de talento, geração de tecnologias e criação e atração de novas empresas.

Page 59: Revista Portuária - Anuário 2015

ECONOMIA

ANUÁRIO 2015 • 59

:: JoinvilleFoi por muitos anos a maior economia do Estado, até ser superada por Itajaí. Éé conhecida pelo provimento de serviços técnicos especializados em metais e polímeros. O setor metal-mecânico tem players que competem a nível global e desenvolvem tecnologia localmente. O setor de polímeros e a contribuição de outros setores como o têxtil e automotivo são amparados por uma estrutura educacional local que se desenvolve a passos largos. No setor de serviços, destaque para Tecnologias da Informação e da Comunicação (TIC) que tem participação relevante. Um latente setor de biotecnologia está em desenvolvimento, com um ecossistema favorável ao setor.

:: LagesA região de Lages inovou fortemente no setor de turismo e

serviços quando uniu o ecoturismo, o turismo de inverno, a incorporação da tradição e cultura gaúcha nos serviços

aos turistas. A introdução da indústria vinícola de altitude, fortemente baseada em tecnologia de produção e distribuição, renova o espírito empreendedor da região. No setor industrial,

a indústria papeleira e florestal buscam incorporar valor através de novas tecnologias e serviços logísticos. Com uma posição

logística ímpar, a inovação baseada em serviços logísticos é setor emergente. Como setor portador do futuro, Lages

tem o ecossistema ideal para desenvolver a biotecnologia, principalmente aplicada ao agronegócio.

:: São Bento do SulA região é conhecida como um dos principais polos moveleiros do país. Reinventando a sua cadeia produtiva, desde a produção de madeira e biomassa até a cadeia de suprimentos para a fabricação de móveis, incluindo modelos de negócio inovadores, posiciona São Bento como um centro de inovação no setor moveleiro e florestal. A inserção da cidade na cadeia automotiva e no setor metal-mecânico fomentam a inovação nestes setores. Outro setor emergente é a agricultura especializada (floricultura e espécies tropicais), fortemente amparada por tecnologias e novos modelos de negócio e distribuição.

Page 60: Revista Portuária - Anuário 2015

ANUÁRIO 2015 • 60

ECONOMIA

:: TubarãoCom uma posição estratégica, a cidade desenvolve modelos de inovação ligados ao setor logístico. Também tem no setor de energia um setor portador de futuro e ainda hospeda também uma parcela importante da indústria cerâmica do estado. Outros setores industriais especializados estão presentes (molduras) como fator complementar das competências da região. No setor de serviços, a indústria do turismo hidromineral impulsiona o esforço inovador na região.

:: Rio do SulO município destaca-se na área industrial, com foco nos setores

metal-mecânico, eletrônico e vestuário (principalmente na confecção de jeans). No setor agropecuário, destaca-se pela

produção de leite, suinocultura e avicultura. Vem apresentando também nos últimos anos forte crescimento na construção civil

e no desenvolvimento de software.

O secretário do Desenvolvimento Econômico Sustentável (SDS), Carlos Chio-dini, esteve reunido com o secretário-executivo do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e ex-reitor da Universidade Federal de Santa

Catarina (UFSC), Alvaro Prata. O encontro foi em Brasília, com objetivo de buscar re-cursos para mobiliar e equipar os Centros de Inovação que estão sendo construídos no Estado.Prata se comprometeu em analisar o projeto técnico dos Centros de Inovação e es-tudar a viabilidade para liberação dos recursos junto ao Ministério. “Estamos em um momento de construção orçamentária para 2015, mas queremos continuar neste importante projeto que pensa em Santa Catarina para os próximos 50 anos”, relatou Prata.Acompanhado do senador Dário Berger, do deputado federal Mauro Mariani e do diretor de Ciência, Tecnologia e Inovação da SDS, Jean Vogel, o secretário Chiodini saiu entusiasmado da reunião. “Estamos fazendo o acompanhamento das obras dos Centros de Inovação e queremos dar ainda mais celeridade ao processo, para que este ano os primeiros já estejam funcionando. Porém precisamos buscar os recursos necessários que faltam”, explicou Chiodini.Estas serão as primeiras obras públicas em Santa Catarina projetadas em Building Information Modeling (BIM), modelo no qual é possível criar a documentação e as informações digitais coordenadas do empreendimento, acelerando a finalização de modo seguro, mais econômico e com impacto ambiental reduzido. •

Centros de Inovação podem receber recursos

do Ministério da Ciência,

Tecnologia e Inovação

Page 61: Revista Portuária - Anuário 2015

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ANUÁRIO 2015 • 62

ARTIGO

Conhecida internacionalmente como uma das regiões mais produtivas do planeta, o grande oeste catarinense

– berço da avançada agroindústria brasi-leira – vem sofrendo, nas últimas décadas, preocupantes mudanças e transformações. Enfrentá-las é o maior desafio contemporâ-neo.

Apesar de todos os esforços gover-namentais e do setor privado, o êxodo de talentos e capital humano do grande oeste catarinense não foi estancado. Não cessou o fenômeno da litoralização, com a inces-sante migração da população regional para as cidades costeiras. Recente estudo da Unoesc revela que o êxodo, o envelheci-mento e a redução populacional ameaçam o futuro do oeste. A população jovem está reduzindo velozmente e a população de idosos aumentando, a economia perde di-namismo e as carências infraestruturais afu-gentam novos empreendimentos. O oeste apresenta tendência para um crescimento vegetativo ou até mesmo para uma que-da da população total nos próximos anos, fundamentada na queda das taxas de nata-lidade e na migração para outras regiões do estado, principalmente para o Vale do Itajaí e Grande Florianópolis.

Uma das consequências desse pro-cesso é a escassez de mão de obra para importantes áreas da economia, como a indústria de processamento de carnes, construção civil, serviços e comércio. A si-tuação tornou-se tão dramática que não restou outra opção senão a contratação de imigrantes e o aumento do emprego da au-tomatização das linhas de produção.

Outro desafio titânico é a redução das deficiências infraestruturais. Isso inclui ampliar a oferta de energia elétrica me-diante a melhoria das redes de distribuição nos parques industriais, nas zonas rurais e nas cidades; ampliar o sistema de captação, tratamento, armazenagem e distribuição de água; melhorar os serviços de internet e telefonia celular e, fundamentalmente, investir fortemente na infraestrutura de transportes.

As rodovias do grande oeste, por onde transitam diariamente milhões de dó-lares em riquezas exportáveis, necessitam urgentemente de recapeamento, duplica-

ção ou construção da terceira pista.As deficiências de logística de trans-

porte potencializam dois problemas a questão geográfica (a agroindústria do oeste catarinense está longe dos grandes centros de consumo) e a questão da insufi-ciência do principal insumo (milho e farelo de soja). Santa Catarina importa mais de 2 milhões de toneladas desses grãos por ano, do centro-oeste brasileiro, região distante cerca de 2.000 quilômetros. São necessárias mais de 50 mil viagens/ano a um custo fi-nanceiro de 5 bilhões de reais, sem mencio-nar os custos humanos e ambientais.

Essa operação está se tornando inviá-vel e estimulando os grupos agroindustriais catarinenses a transferirem suas unidades de produção para Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. O custo de transporte inviabiliza grandes empreendimentos do agronegócio catarinense. Sabemos que o transporte rodoviário para longas distân-cias e grandes volumes não se sustenta no longo prazo pelo seu componente de cus-tos.

A solução é a ferrovia para unir os dois pólos – levando o alimento industria-lizado para as grandes cidades e trazendo, principalmente, milho e soja. O grande oeste catarinense corre o risco de perder sua competitividade pela alta dependência dessa matéria prima. O transporte ferroviá-rio é a alternativa viável para baratear custos de transporte e o custo final dos produtos. Na situação em que nos encontramos, cada vez mais os custos de transporte terão um peso maior no preço final dos produtos.

Não é necessário mencionar a pesa-da carga tributária, mas o conjunto desses percalços – dada a importância econômica e geopolítica do grande oeste catarinense – justifica a formulação de uma política go-vernamental de apoio ao desenvolvimento dessa região. Redução de impostos, incen-tivos fiscais e materiais e parcerias público-privadas poderiam mitigar a perda de com-petitividade.

Para assegurar o futuro do grande oeste barriga-verde é necessário reverter esse deletério processo e estimular concre-tamente a expansão das empresas instala-das no oeste e a atração de novos empre-endimentos. •

Os desafios do oeste

Por Mário Lanznaster

Presidente da Coopercentral

Aurora Alimentos

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ARTIGO

ANUÁRIO 2015 • 64

A redução da população das áreas rurais dos mu-nicípios catarinenses não

é um fenômeno tipicamente barriga-verde, mas preocupa o governo e a sociedade. Apesar de todos os esforços governa-mentais e do setor privado, o êxodo de talentos e capital hu-mano especialmente do grande oeste catarinense – a região mais distante da Capital – não foi es-tancado. A triste verdade é que a população jovem está reduzin-do velozmente e a população de idosos aumentando. Essa reali-dade foi comprovada em vários estudos de cooperativas agrope-cuárias, do serviço de extensão rural e de universidades, entre eles, um admirável trabalho da Unoesc, capitaneado pelo reitor Arístides Cimadon.

Desde o ano 2000 os pe-quenos municípios perdem po-pulação e os micropolos cres-cem a taxas que ficam abaixo da média de crescimento registrada no Estado. A perda de população ocorre na maioria dos municípios com até 10 mil habitantes.

Essa situação inspirou pla-no de governo que priorizou a deslitoralização populacional do Estado e a criação das Se-

cretarias de Desenvolvimento Regional, entre outras medidas. Não se sabe ainda os progressos obtidos.

São múltiplas as causas da evasão e a mais frequente é a falta de infraestrutura das co-munidades: a baixa qualidade de vida é a causa mais frequen-temente referida pelos migran-tes. Tudo está interligado pelo tecido social e, com a redução populacional, a economia per-de dinamismo e as carências in-fraestruturais afugentam novos empreendimentos.

A reversão desse quadro passa por investimentos econô-micos de grande repercussão so-cial, como a infraestruturação re-gional para manter as empresas no oeste, especialmente a cons-trução da ferrovia norte-sul para ligar Chapecó ao Mato Grosso e garantir o suprimento de grãos do centro-oeste brasileiro para as agroindústrias catarinenses e a duplicação da rodovia federal BR-282. Além disso, a malha ro-doviária regional está deficitária e prejudica o escoamento da produção. É grande o peso des-sas deficiências na competitivi-dade das empresas. E na fuga de pessoas. •

Interior: migração e infraestrutura

PorJosé Zeferino

PedrozoPresidente da

FAESC – Federação da Agricultura e

Pecuária do Estado de SC

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ARTIGO

ANUÁRIO 2015 • 66

Santa Catarina tem condições de sair mais rápido da crise

PorBruno Breithaupt

Presidente da Fecomércio SC

O comércio catarinense emprega quase 500 mil pessoas, repre-senta 59% da arrecadação do

ICMS no estado, gerou uma receita bru-ta de R$ 130 bilhões em 2012, de acor-do com os últimos dados do IBGE, e res-ponde por quase 60% do PIB de Santa Catarina, configurando-se, desse modo, no mais importante setor da economia catarinense, em termos de dinamismo e potencial.

No último ano, o comércio catarinense, como todos os demais se-tores da economia, passou por momen-tos difíceis, crescendo apenas 0,4% no volume de vendas, enquanto que, em anos anteriores, chegou a crescer mais de 6%. As previsões indicam que as dificuldades continuarão ao longo de 2015. A recuperação só deve vir a par-tir dos últimos meses deste ano, ou no início de 2016.

Dentre os fatores que explicam este mau momento, encontram-se a baixa criação de vagas formais de em-prego, a alta inflação, que corrói os ren-dimentos reais das famílias, diminuindo os recursos disponíveis para o consumo, e o aumento da restrição ao crédito.

Para 2015, a ausência de medidas de incentivo ao consumo, o ajuste fis-cal para reequilibrar as contas públicas com aumento da carga tributária anun-ciado pelo governo e a própria deterio-ração dos fundamentos da economia brasileira prejudicarão ainda mais as vendas do setor e a margens de lucro das empresas.

No entanto, Santa Catarina tem sabido superar muito bem as crises econômicas que, de tempos em tem-

pos, afligem o Brasil. Essa capacidade se deve à característica de nosso tecido econômico, formado, majoritariamente por grande quantidade de pequenas e médias empresas, capazes de man-ter o desemprego sempre em níveis muito baixos, o que beneficia toda a economia, especialmente o setor de comércio e serviços, que poderá se re-cuperar mais rápido do que o resto do país, já logo no inicio do segundo se-mestre de 2015. Agrega-se a isso o fato de Santa Catarina contar com uma boa infraestrutura e ter uma das mais altas rendas domiciliares per capita do país. Com isso, o Estado tem um vigoroso mercado interno, adequado para uma expansão ainda maior do setor produ-tivo catarinense, especialmente do co-mércio e serviços.

Para dar uma boa sustentação a esse potencial de crescimento, o gover-no necessita reduzir gastos operacionais para sanar as contas públicas e passar a controlar a inflação a partir dessa pró-pria política fiscal, e não apenas pela via monetária, ou seja, elevando dos juros. Necessita, também, desburocratizar o processo de abertura de empresas e realizar uma eficiente reforma tributária e trabalhista, capaz de reduzir os custos das empresas, tornando-as mais com-petitivas. Esses são os elementos fun-damentais para desentravar a produtivi-dade da economia brasileira e melhorar o ambiente de negócios como um todo. Somente assim, o comércio e os servi-ços em Santa Catarina serão capazes de desenvolver todas as suas gigantescas potencialidades e contribuir ainda mais para o bem-estar dos catarinenses. •

Caio Cezar/Fecomércio SC

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ARTIGO

ANUÁRIO 2015 • 68

A economia e os portos em 2015

PorPatrício JuniorPresidente do

Porto Itapoá e vice-presidente da ATP,

a Associação dos Terminais Privados.

Notícias deste início de 2015 nos permitem ana-lisar perspectivas para a economia e confirmar algumas variáveis que têm implicações diretas

nos portos e no desenvolvimento do país. A principal delas está relacionada ao movimento de nosso comér-cio exterior e o seu impacto na nossa infraestrutura logística.

Parece claro que, não obstante uma piora momentânea dos resultados da balança, com déficit comercial em 2014 (de US$ 3,9 bilhões, o primeiro desde 2000 e o maior desde 1998), o movimento de exportações e importações nos portos brasileiros continuará elevado, com forte sobrecarga sobre a infraestrutura hoje disponível, ainda insuficiente para uma demanda crescente, a despeito dos avanços re-centes.

O próprio potencial de nossa economia, hoje a 7ª maior do mundo no critério de PIB (Produto Interno Bruto), faz com que a tendência se mantenha. É preci-so lembrar que a queda nas exportações no ano pas-sado foi transitória, influenciada, como se sabe, por fatores exógenos, entre eles, a crise Argentina, que é o maior comprador de manufaturados brasileiros, e a queda nos preços de commodities (item importante em nossa pauta). O déficit final também foi pressio-nado pelo aumento das importações de petróleo, por razões igualmente transitórios.

Os fatores conjunturais, contudo, não devem nos afastar do “Norte” estratégico. Após os ajustes ne-cessários na política econômica (já em andamento), em especial na área fiscal, o país deverá retomar a trajetória de desenvolvimento sustentável, possivel-mente a partir de 2016. Para que se concretize como um círculo virtuoso, esse processo deverá estar neces-sariamente condicionado a uma moderna e eficiente infraestrutura logística, em especial nos portos.

Mais de 95% de nossas trocas comerciais pas-sam pelos portos – o que mostra como este setor é crítico para o desenvolvimento do país. Cabe também dizer que o fato de ter ocorrido uma piora no resultado da balança, não significa que tenha havido redução nas trocas comerciais, ao contrário.

Grande parte dos terminais privativos brasi-leiros registrou aumento na movimentação de carga no segmento de longo curso – sobretudo a de con-têineres – em 2014.No jovem Porto Itapoá, localiza-do no litoral Norte de Santa Catarina e em operação desde 2011, por exemplo, as cargas de importação e exportação no ano passado superaram a marca de 200 mil TEUs, um incremento de 41% em relação à movimentação realizada em 2013.

Existe uma regra do mercado de containers que diz que para cada ponto percentual positivo de

PIB (Produto Interno Bruto), temos 3 pontos percen-tuais de aumento de volume de containers movimen-tado. Esta Regra também se aplica quando o PIB é negativo. E é neste ponto que os administradores Lo-gísticos de Containers têm que ter muita atenção para não perderem o momento correto de investimento.

A tendência da economia brasileira, no médio e no longo prazo, é de crescimento. O Plano Nacional de Exportações, lançado em fevereiro pelo Ministério da Indústria, Comércio e Desenvolvimento, com ênfa-se na conquista de novos mercados e na desburocra-tização dos procedimentos relacionados às exporta-ções, pode contribuir para acelerar os resultados. Uma série de medidas que está sendo tomada para garan-tir maior produtividade e competitividade à indústria nacional também contribui para este objetivo.

As boas notícias nos dão uma certeza. Os inves-timentos em novos terminais, bem como a ampliação e modernização dos já existentes - sejam instalações públicas arrendadas, dentro do Porto Organizado, ou empreendimentos eminentemente privativos, em áreas particulares - devem continuar a merecer a atenção do governo, dentro de um planejamento es-tratégico que tem o desenvolvimento econômico – e seus benéficos efeitos sociais – como meta.

O novo marco legal do setor portuário, a Lei 12.815 de junho de 2013, tem pavimentado o cami-nho na direção deste “Norte”. Uma série de autoriza-ções para a instalação de novos terminais e de licença para a ampliação e modernização dos existentes vem sendo concedida desde o ano passado. O processo ain-da é mais lento do que o ideal, atrelado a mais buro-cracia do que o desejado, mas o fato, inquestionável, é que está em curso.

Há uma clara preocupação das autoridades envolvidas, em particular a Secretaria Especial dos Portos (SEP) e a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq), em imprimir celeridade a esses procedimentos, e por isso os resultados não devem tardar. Paralelamente, mais de uma centena de con-tratos de terminais arrendados estão em fase final de análise visando à prorrogação, o que garantirá mais segurança jurídica para os investidores e, portanto, mais aporte de recursos no setor.

O resultado de todo este esforço conjugado, na esteira de um ambiente legal mais atraente, propi-ciado pelo novo marco legal, será, certamente, o sur-gimento de uma dinâmica e moderna infraestrutura portuária, decisiva para o crescimento do país. O go-verno estima em quase R$ 40 bilhões nos próximos dez anos o montante dos investimentos no setor portuário.Com o trabalho e o empenho de todos, esta previsão poderá se tornar realidade. Há razões para mantermos o otimismo. •

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ANUÁRIO 2015 • 69

Diretoria da AMTrans Logistics - Walter

Riedel, Calu Noldin e Fabiano Bastiani.

Fundada em 2001, a AMTrans Logistics é um agente de carga nacional com destaque no mer-

cado logístico internacional. Com atu-ação e expertise no gerenciamento lo-gístico do transporte internacional de exportação e importação, a AMTrans consolidou-se entre os maiores agen-tes independentes em movimentação de containers do mercado brasileiro.

Sua eficiência é estendida por uma ampla rede de agentes distribuí-das em todos os continentes, atenden-do mais de 500 portos e aeroportos em 90 países, onde sua carga será ma-nuseada por empresas especializadas e com vasta experiência de atuação local, garantido o sucesso de qualquer operações porta a porta.

Com escritórios em Itajaí/SC, Li-meira/SP, São Paulo/SC e Canoas/RS a AMTrans hoje conta com uma equipe de aproximadamente 70 colaborado-res dedicados e comprometidos com o serviço e atendimento personalizado ao cliente.

Em entrevista ao Anuário 2015, Walter Riedel Neto, um dos diretores da AMTrans, nos fala sobre as pers-pectivas de crescimento do mercado logístico brasileiro e como a empresa tem estruturado suas ações para com-petir neste segmento cada vez mais acirrado.

Anuário - Qual a visão da em-presa em relação ao desempenho do comércio internacional brasileiro para 2015?

Walter Riedel Neto – As proje-ções indicam um ano ainda mais duro que 2014, porém não desanimamos, pelo contrário, acreditamos que a vo-latilidade do câmbio é passageira e a partir do momento que houver uma certa estabilidade os negócios ligados as importações voltarão a crescer. Já as exportações não sofreram quedas e

estão tendo um leve incremento.

Anuário - Estamos entrando então em uma nova era de negó-cios?

Riedel Neto – Não diria uma nova era, a tecnologia da informação está disponível a um bom tempo e essa sim revolucionou os negócios, o que estamos fazendo é voltar um pou-co no tempo, nas bases de como se ne-gociava no passado, com pessoalidade e presença. A combinação de tecnolo-gia e estar presente é nossa forma de trabalhar.

Anuário - Quais são os princi-pais diferenciais nos serviços pres-tados pela empresa?

Riedel Neto – São 14 anos de atuação no mercado; expertise no ge-renciamento logístico no transporte internacional para exportação e im-portação. Além de flexibilidade e pro-ximidade ao cliente, pois adaptamos o serviço e atendimento de acordo com o perfil e necessidade do cliente. Aqui o cliente tem o direito de escolher a melhor forma de ser atendido, e nossa equipe se molda de acordo com suas necessidades.

Anuário - E quais os planos da AMTrans para 2015?

Riedel Neto – Somos diferentes, isso faz parte do nosso DNA, nascemos assim e todos os nossos planos e aspi-rações giram em torno desta verdade. Nossa forma de trabalhar foi sempre a dedicação e atenção aos negócios dos nossos clientes, nossas ações sempre foram pautadas em como poderíamos agregar valor aos seus planos, e esse é um sentimento que consegue ser per-cebido claramente na forma que faze-mos negócios.

Acreditamos que em momentos econômicos não favoráveis como as

AMTrans: uma empresa focada no gerenciamento logístico

projeções apontam, nos colocam um passo à frente. Não temos que nos reinventar como ocorre em muitas empresas, que acabam focando sua atenção para dentro dos seus negócios e em momen-tos desafiadores é que voltam sua atenção novamente ao cliente. Então, mesmo com as projeções apontando para tempos difíceis, acreditamos que 2015 será um bom ano para AMTrans e já está se mostrando encorajador, assim como foi 2014 onde encerramos o ano com todos os índices com significativo crescimento. •

Page 70: Revista Portuária - Anuário 2015

O cenário em 2015 é de dólar forte, consequente desvalori-zação das outras moedas, pre-

ços de petróleo e demais commodities em queda.

A queda de preços é boa notícia para importadores líquidos de petró-leo. Para os exportadores de commodi-ties, apesar de a acelerada apreciação do dólar atenuar os efeitos da baixa dos preços, a volatilidade de preços e do câmbio não favorece. E não é boa a hipótese de que o mergulho nos pre-ços sinalize longo processo de ajustes de demanda e oferta aos níveis da eco-nomia real, livre das distorções do cres-cimento pré-2008.

Estados Unidos avançam na recu-peração da economia, após encerrar a irrigação de recursos pelo Federal Re-serve (FED), via QE (quantitative easing program), mas mantêm-se as incerte-zas sobre sua política monetária, com quase zero de taxa de juros.

O Banco Central Europeu (BCE), às voltas com a Grécia, recém lançou QE similar ao dos EUA até 2016, visan-do prevenir riscos de depressão que ainda rondam a zona do euro, também temidos pelos japoneses.

O ano de 2015 será para conti-nuar o estreitamento de coordena-ção e cooperação de políticas e ações globais, em todas as áreas: ambiental, regulatória, reformas dos organismos

internacionais, avanço de Doha, dentre outras, visando à estabilidade finan-ceira; crescimento global sustentável; redução da pobreza e eliminação da miséria.

Em 2015, prognósticos do Banco Mundial mostram PIB global crescendo 3%, enquanto a Organização Mundial do Comércio (OMC) projeta aumento de 4% das exportações mundiais, con-tra os 3,1% de 2014.

O panorama externo reflete nas exportações dos países. No Brasil, com 60% das exportações na forma de commodities primárias e produtos semimanufaturados de baixa intensi-dade tecnológica, o impacto da queda de preços dos básicos é sensível. Até março de 2015, as exportações caíram 14%, em relação a 2014, ano em que as exportações murcharam 7%. O minério de ferro, principal item de nossa pauta e cujo preço, no boom de infraestrutura chinesa, atingiu o preço Custo e Frete (C&F) de US$ 180,00/t (9 vezes o preço pré-1994), hoje é cotado a US$55,00/t. Até março, a balança comercial tem dé-ficit de US$ 6 bilhões.

O Brasil é caro, burocrático e com falhas de eficiência, por distintas razões. Na logística, ocupa a 65ª posição en-tre160 países no ranking do Índice de Performance Logístico (LPI) do Banco Mundial. Em 2010, entre 155 países, era o 41º. Na apuração de alguns quesitos

ANUÁRIO 2015 • 70

Desafios conjunturais e estruturais do comércio exterior brasileiro em 2015

Por José Augusto de

Castro, presidente da Associação de

Comércio Exterior do Brasil (AEB)

ARTIGO

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avaliados, o Brasil é o 94º em “eficiência no desembaraço aduaneiro” e 81º em “facilidade para obter preços competi-tivos de transporte”, perdendo para to-dos os desenvolvidos e demais BRICS, exceto a Rússia em ambos grupos.

Na fase de alta dos preços de commodities acumulou reservas e equacionou as contas externas, mas negligenciou na correção de vulnera-bilidades internas. Agora, em cenário econômico global difícil, há que en-frentar os desafios das reformas estru-turais, com destaque para o complexo e pesado sistema tributário.

A reprimarização da economia vem desta negligência, que deixou a economia com elevados custos sistê-micos, baixa produtividade, pequeno crescimento e gap tecnológico, ex-pondo o setor produtivo, sobretudo o industrial, à competição externa, fora e dentro do país.

No período entre 2004 e 2013, a matriz de exportação do país regrediu, com a participação dos manufatura-dos nas exportações caindo de 52,51% para 36,3%, enquanto no âmbito mun-dial, devido à crise, também caiu, mas de 71,76% para 62,97%.

A participação das exportações do Brasil no contexto global é de 1,2%, mas entre os manufaturados era ape-nas de 0,77% em 2004, 0,83% em 2008 e 0,72% em 2013. Nos bens de alta tec-nologia a participação é marginal, com os eletrônicos caindo de 0,18% em 2004 para meros 0,07% em 2013.

A taxa de câmbio é fator que in-fluencia outros preços da economia, mas não por igual “a gregos e troia-nos”, como num imaginário “ponto de equilíbrio” único. O Real desvalorizado ajuda, mas não é solução duradoura para competitividade. Ao “vestir” de

competitividade as exportações “des-nuda” os benefícios do drawback, des-compensados por aumento do custo de importados incorporados às expor-tações nele amparadas, que, em 2014, somaram 24% do total exportado, 74% relativos a industrializados.

Outrossim, segundo a Funcex, no comparativo jan-2015/jan-2014, a ren-tabilidade das exportações caiu 10,1%, decorrente de aumento dos custos de produção (2,3%) e baixa no preço das exportações (-16,8%), apesar da ex-pressiva desvalorização de 10,6% do câmbio nominal no período.

Uma “agenda de competitivi-dade para as exportações” é urgente, mesmo com os ajustes nas políticas fiscal, monetária e cambial, e correções dos “preços administrados”, para rever-ter o desequilíbrio nas contas públicas do país e conter a inflação, impondo mais custos à produção via reversão de desonerações e redução dos recursos para financiamento das exportações.

A AEB tem a expectativa de que a sintonia entre a equipe econômica im-peça que estas limitações alcancem al-guns instrumentos que podem evitar a maior deterioração da balança comer-cial, por exemplo, o Proex e o Reintegra. Sugestões neste sentido, abrangendo questões fiscais, burocráticas, logística portuária, trading companies, etc, fo-ram encaminhadas como contribuição ao Plano Nacional de Exportação - PNE em elaboração pelo Governo.

Como corolário das propostas, o setor exportador pediu previsibilidade nas ações que vierem a ser divulgadas e estruturadas, em termos de vigência das normas legais e sua, interpretação uniforme por todos os órgãos públicos, objetivando permitir visão de médio e longo prazo. •

ANUÁRIO 2015 • 71

ARTIGO

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ECONOMIA

ANUÁRIO 2015 • 72

O Centro Logístico Integrado Fastcargo (CLIF) de Itapoá, litoral Norte de Santa Catarina, inicia 2015 garantindo um novo ritmo ao processo de expor-

tação de cargas em Santa Catarina. Localizado a 7,2 km do Porto Itapoá - um dos mais modernos e ágeis do país - o CLIF foi homologado pela Receita Federal para operar como Recinto Especial para Despacho Aduaneiro de Ex-portação. Com a autorização, Santa Catarina passa a con-tar com seis empresas atuando como terminal Redex.

O momento de implantação do serviço não poderia ser mais propício. Segundo o Sindicato das Agências de Navegação Marítima e Comissárias de Despacho do Esta-do de Santa Catarina (Sindasc), em 2014, o Porto Itapoá registrou um aumento de 41% na movimentação de car-gas de importação e exportação em relação ao ano ante-rior, superando a marca de 200 mil TEUS no ano.

A operação Redex vem em uma linha crescente. Em 60 dias de operação, o CLIF movimentou de 150 a 200 contêineres por mês, principalmente cargas de madeira compensada. "No ritmo acelerado das exportações, a ex-pectativa é dobrar essa movimentação nos próximos dois meses", comenta a diretora operacional do CLIF, Raquel Benche dos Santos Izauro.

O Recinto Especial de Despacho Aduaneiro de Ex-portação tem como principal objetivo melhorar o de-sempenho logístico dando agilidade ao processo de ex-portação e reduzindo custos operacionais. Isso acontece porque a liberação das mercadorias é feita pela Receita

Federal dentro do próprio CLIF."Em números representa aproximadamente uma

redução de 30% nos custos logísticos, principalmente em processos com características especiais ou parametriza-dos em canal vermelho. Enquanto algumas empresas re-sistem em aderir a esta ferramenta, outros comemoram a redução nos custos de exportação. Essa redução é essen-cial para que as empresas exportadoras tornem-se mais competitivas no mercado internacional", resume Raquel.

As empresas exportadoras ainda contam com uma vantagem adicional, a possibilidade de embarcar peque-nos lotes. Caso o exportador não consiga completar com carga de um contêiner, as mercadorias podem seguir para o Redex, onde serão adicionadas cargas de outras empre-sas para completar o contêiner. Esta atividade é desenvol-vida comercialmente pelos Freight Forwarders (agentes de carga). Para operar como Recinto Especial para Despa-cho Aduaneiro de Exportação, o CLIF conta com estrutura própria e equipamentos modernos para oferecer soluções customizadas para as operações logísticas de armazena-mento de cargas destinadas ao Porto Itapoá.

A empresa possui ainda certificações indispensáveis para seu funcionamento, além de certificações do Exérci-to Brasileiro, Ministério da Agricultura e Pecuária, Polícia Federal e Polícia Civil. Os certificados garantem que o terminal atende todos os requisitos necessários para o correto armazenamento de cargas controladas como ar-mamento e produtos químicos. •

DIVULGAÇÃO

Santa Catarina conta com mais um terminal Redex para exportação

Nova estrutura permite reduzir custos logísticos, garantindo vantagem competitiva para os exportadores.

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Os dois anos de fusão dos escritórios Silva e Silva Advogados e Amaral e Silva Advocacia foram co-memorados à altura, na sede de Itapema. O even-

to contou com a presença de clientes, parceiros e amigos. A banca comemorou ainda a conquista do primeiro lugar em Santa Catarina como mais admirado escritório de ad-vocacia, bem como a seleção no ranking dos 500 maiores escritórios de advocacia do país, através da pesquisa do anuário Análise Advocacia 500. Em SC, o escritório lidera a categoria de serviços especializados em áreas múltiplas do Direito.

Grandes referências nacionais e internacionais es-tiveram presentes no evento, a exemplo de Mark Neele-man, da Azul Linhas Aéreas e da Think Blue; os executivos da empresa Azimut Yachts, maior fabricante de barcos de luxo do mundo, bem como Maurício Comitre da Legacy Group (Miami) e Vieira Bembo da Digital Grupo (Angola/Dubai/Brasil). A empresa atua há mais de 20 anos nas áreas de Direito Tributário, Civil, Societário, M&A, Private Equity e Venture Capital, Penal Empresarial e Contratos e Negócios. A banca possui sedes em Miami/FL (EUA), Si-nop (MT), Itajaí, Itapema e Florianópolis.

ADVOCACIA

ANUÁRIO 2015 • 73

Silva & Silva comemora dois anos de fusão e premiação especial

Evento destacou a conquista do primeiro lugar em SC como o mais admirado escritório de advocacia na categoria de serviços especializados em áreas múltiplas do Direito

Os sócios Cassia Silva, Celso Silva e o desembargador aposentado Antônio Fernando do Amaral e Silva

Os sócios Cassia Silva, Celso Silva e Pedro Henrique Almeida da Silva

Francesco Caputo, Stefani Frizzo e Savana Ducci da Azimut Yachts

Maurício Comitre da Legacy Group e DMS Export, Jean Claude Dias e o investidor angolano Vieira Bembo

Guilherme Cunha, o sócio Kim Augusto Zanoni, o cantor sertanejo Tchelo Cunha e João Magarinos

Os sócios Celso Silva e Maiko Maier com o co-fundador da Azul Linhas Aéreas Mark Neeleman (ao centro).

Francisco de Assis Hasckel, José Luz Júnior e o sócio da Silva & Silva Kim Augusto Zanoni

Antônio Russi do Shopping Russi & Russi, Luiz Feitosa e Ivan Resner

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