revista portuária - 11 setembro 2015

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Revista Portuária - 11 Setembro 2015

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4 • Setembro 2015 • Economia&Negócios

Editora BittencourtRua Anita Garibaldi, 425 | Centro | Itajaí Santa Catarina | CEP 88303-020 Fone: 47 3344.8600

DiretorCarlos Bittencourt [email protected]

Diagramação:Solange Alves [email protected]

Redação:Carla [email protected]

Capa: Leandro Francisca

Contato ComercialRosane Piardi - 47 8405.8776 [email protected]

Contato Comercial (agências)Junior Zaguini - 47 [email protected]

Elogios, críticas ou sugestõ[email protected] assinar: Valor anual: R$ 300,00A Revista Portuária não se responsabiliza por conceitos emitidos nos artigos assinados, que são de inteira responsabilidade de seus autores.www.revistaportuaria.com.br twitter: @rportuaria

ANO 15 EDIÇÃO Nº 187SETEMBRO 2015 EDITORIAL

Comercial para todo o Brasil

VIRTUAL BRAZIL Ltda+55 48 3233-2030 | +55 48 9961-5473

MAIL: [email protected]: [email protected]

Em casa as famílias cortam gastos, até as crianças passam a economizar, nem que seja com guloseimas. O governo fede-ral também faz cortes, coisa que poderia ter sido feita muito

antes, afinal a má gestão dos recursos públicos e fraudes milioná-rias são, em parte, responsáveis pelo afundamento de toda uma população em dívidas.

Quem espera ansioso a crise passar acaba se deparando com o alarde de economistas, que projetam altas cada vez maiores do dólar diante do real. Até mesmo a lista de brasileiros milionários na Forbes diminuiu. No ano passado eram 65 e encolheu para 54. O fator favorável do ranking é que alguns que já figuravam na lista conseguiram enriquecer ainda mais.

É o caso de Jorge Paulo Lemann, que viu sua fortuna subir de US$ 19,7 bilhões para os atuais US$ 25 bilhões, ficando com a 26ª posição entre os mais ricos do mundo. Assim, o maior acionista da Ambev, Burguer King e sócio da gestora 3G Capital, não tem do que reclamar.

Outra que não está lá muito preocupada com dinheiro é Lia Maria Aguiar. Garantiu na Justiça o direito a uma herança bilionária do banco Bradesco e, sem filhos, vai doar tudo para a caridade. Atitude nobre, mas que causou espanto e bombardeou as redes sociais. Pensando bem, aos 77 anos, nada mais apropriado.

Para os não bilionários o jeito é apertar os cintos e esperar para que as coisas melhorem. Mas a experiência da crise fica. O consumo consciente é uma lição que deve permanecer. Será im-portante lembrar-se dele especialmente quando, em períodos de retomada da economia, o governo volte a incentivar o consumo de forma desenfreada, como já ocorreu.

Linhas de crédito surgiram aos montes para todo tipo de cliente em um passado bastante recente. Não faltaram incentivos fiscais para a compra de um carro zero quilômetro, por exemplo. Tudo isso denota um bom momento e queremos que esse bom mo-mento volte, é claro. Mas o que se quer também é a gestão orça-mentária seja mais consciente para não pagarmos uma conta pela qual não optamos. Isso sem falar na famosa conta da corrupção.

Crise sim, porém nem para todos

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Economia&Negócios • Setembro 2015 • 5

ÍNDICE

www.revistaportuaria.com.br

Duas vezes por semana, a Revista Portuária atualiza o blog da publica-ção, que tem sempre informações exclusivas sobre tudo o que acon-tece no mundo dos negócios no Brasil. O informativo jornalístico é en-caminhado duas vezes por semana para uma base de dados segura e criteriosamente construída ao longo de 15 anos de mercado, formada por mais de 90 mil empresas. Composto por notícias econômicas de interesse de empresários, políticos e clientes, o blog trata de todo e qualquer tema que envolva economia, especialmente aqueles voltados aos terminais portuários de Santa Catarina, Rio Grande do Sul e Para-ná. Se você souber de alguma novidade, tiver informações relevantes sobre temas econômicos e quiser contribuir com o trabalho da Revista Portuária, entre em contato com a reportagem no endereço eletrônico: [email protected]

Revista Portuária também está na web com informações exclusivas

26Com dólar alto,

consumidor troca importados por nacionais

43Santa Catarina

tem menor taxa de desemprego do Brasil

Especialista dá dicas para fortalecer marcas

mesmo na crise

8

Estudo lista áreas que pagam bem sem exigir

curso superior

44Mercado gourmet apresenta expansão em Itajaí e região16

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6 • Setembro 2015 • Economia&Negócios

O índice de Confiança do Empresário In-dustrial (Icei), divulgado pela Confede-ração Nacional da Indústria (CNI), ficou

estável em agosto, com 37,1 pontos em relação a julho. Apesar dos números, o indicador está 18,6 pontos abaixo da média histórica e 9,4 pontos inferior a agosto de 2014.

O índice varia de 0 a 100 pontos. Pelos cri-térios da CNI, valores abaixo de 50 indicam falta de confiança dos empresários. A entidade avalia que o pessimismo dos empresários está disse-minado por todos os segmentos da indústria, independentemente da região. Ainda de acordo

com a CNI, a indústria de transformação está com maior falta de confiança, com 36,8 pontos em agosto. O segmento da construção registrou 37,3 pontos e a indústria extrativa, 40,2 pontos. Em relação ao porte das indústrias, as pequenas sinalizaram 35,8 pontos, as médias, 36,8 pon-tos, e as grandes, 37,8 pontos. Para chegar ao resultado da pesquisa, a CNI ouviu 3.088 em-presas de todo o país. Dessas, 1.224 são pe-quenas, 1.155 médias e 709 de grande porte.•

Fonte: Agência Brasil

Confiança do Empresário Industrial fica estável em agosto,

mas abaixo da média histórica

Divulgação

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Page 8: Revista Portuária - 11 Setembro 2015

8 • Setembro 2015 • Economia&Negócios

ENTREVISTA: Fábio Fiorini

Como vender em um momento que as pessoas não querem comprar?

Fábio Fiorini - O momento econô-mico interfere. Não tem como esconder. Por mais que alguns entusiastas digam “eu sei que tem a crise, mas eu não vou participar dela”, é algo difícil. Tem seg-mentos que sentem mais e os que sen-tem menos. Mas o fato é que quando o cenário econômico não é favorável, o profissional de vendas precisa melhorar o aproveitamento. É como um jogo de futebol. Quando o time está muito bom cria muitas oportunidades de gol e faz al-gumas. Quando ele não está muito bom, cria poucas oportunidades, que precisam ser convertidas em gol. Então, na crise, quando tem um momento econômico assim, em vendas é a mesma coisa. Nós vamos ter menos oportunidades. Não é que elas vão minguar, nós teremos mui-to menos que em um período normal. Portanto, na época de baixa, precisamos

melhorar o aproveitamen-to. Não significa que va-mos perder absolutamen-te tudo. E isso exige mais disciplina da equipe, um foco, um cuidado maior com as oportunidades que surgem, porque elas vão ser menos que em uma época tradicional. Então, o momen-to econômico ou setorial desfavorável é igual a mais disciplina para aproveitar melhor as oportunidades.

Existem mecanismos para tor-nar um produto altamente desejado, mesmo que ele não seja essencial?

Fábio Fiorini - Se você notar, em momentos como esses, a venda pas-sa a ser relacional e não transacional. Porque quando o momento é bom, a pessoa quer comprar um produto su-pérfluo, vai lá e compra. Com a crise é preciso que a empresa que tem um

Criar estratégia e manter a persis-tência são as principais ações para impulsionar uma marca mesmo em

tempos difíceis. Deixar de investir em co-municação faz com que seu produto seja esquecido. É um erro gigante em períodos de recessão econômica. Mas nem todos os empresários tem uma visão clara do mer-cado nesse sentido. Não tem problema.

Para ajudar micro, pequenos e mé-dios empresários a continuar crescendo é

que existem profissionais como Fábio Fio-rini, especialista em branding (construção e gestão de marcas), vendedor, consultor e palestrante. Atualmente à frente do gru-po Net Branding, Fiorini já treinou mais de duas mil empresas.

O gestor de marcas esteve em Itajaí em um evento realizado em parceria com a Associação Empresarial (ACII). Na ocasião, falou de crise e como superá-la tendo foco e clareza de ideias.

Vender quando ninguém quer comprar:

saiba qual o segredo

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Economia&Negócios • Setembro 2015 • 9

ENTREVISTA: Fábio Fiorini

Curitiba - Joinville - Blumenau - Navegantes - Itajaí - Balneário Camboriú - FlorianópolisEm Itajaí novo endereço: Avenida Coronel Marcos Konder, 789 - Centro - Itajaí - SC

produto que não é essencial comece a estabelecer uma relação. O vendedor ou as pessoas que atendem vão precisar, talvez, de um pouco mais de visitas, de cuidado, mas vão conquistando a con-fiança do cliente. A transação não acon-

tece na primeira, na segunda eta-pa, mas pode acontecer na terceira ou na quarta. Depen-de da disciplina da pessoa em ter a paciência, a leitura da si-tuação de que ela vai precisar criar uma rela-ção um pouco mais longa para conseguir con-cretizar a venda dentro do mês. Para vender um carro, quantas visitas o cliente

precisa fazer? Normalmente, quando a pessoa quer o carro, em duas visitas ela decide. Numa época como essa, o ven-dedor vai precisar gerar mais contatos, às vezes até cinco dentro de um mês, para que a pessoa realmente fale “tudo bem que o momento está desfavorável, mas como a promoção está boa e eles estão fazendo de tudo para eu comprar, eu vou”. Mas tudo isso depende da re-lação criada entre o comprador e o ven-dedor.

Um bom vendedor vende qual-quer coisa?

Fábio Fiorini - Isso é muito po-lêmico porque existem pessoas que já nasceram com a habilidade de vender. Antigamente, as pessoas tinham lábia de vendedores. Mas acredito que isso já passou, porque os compradores es-tão mais exigentes. A lábia de vender qualquer coisa não existe mais. O que existe é a habilidade de conseguir pas-sar com confiança o que o seu produto e serviço têm de melhor. Eu acredito na habilidade oral, de expor, de estabelecer uma relação de confiança com o cliente, mas não acredito em um discurso vazio. Para a pessoa que tem, a habilidade de vender não vai sair dela, mas é possível trabalhar essa habilidade em quem não nasceu com ela. No final das contas, o que importa não é quem tem mais ou menos habilidade, é quem consegue es-tabelecer melhor essa relação e passar mais confiança. A pessoa que acha que vende tudo deixa de estudar e acaba tendo menos resultados que os que es-tudam, se preparam para vender. Acho que quem trabalha com vendas pode vender qualquer coisa, desde que con-tinue a ter disciplina para melhorar sua habilidade, se não daqui a pouco não vende mais nada.

Em tempos de crise, as empre-sas temem investir em comunicação e marketing. Isso é um erro?

Fábio Fiorini - É um erro medo-nho você abandonar o caminho que construiu. Vamos imaginar que eu sou

Com a crise é

preciso que

a empresa

que tem um

produto

que não é

essencial

comece a

estabelecer

uma relação

„Divulgação

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10 • Setembro 2015 • Economia&Negócios

um vendedor e quero vender um sapato, mas o cliente não precisa. Para que ele opte em comprar esse sapato, eu, vendedor, vou precisar fazer sete contatos com o cliente, sendo que o intervalo entre eles não pode passar de 29 dias, se não começa a contar do zero de novo, e todos precisam ser diferentes. Então, o cliente precisa receber um panfle-to, uma ligação minha, um e-mail, depois outra ligação, depois uma promoção... Na sétima tentativa, sendo que a pessoa não precisa do item, é provável que ela se sensibili-ze e diga que está querendo o sapa-to. Quando acontece um momento como esse e as empresas cortam completamente os investimentos em marketing volta tudo à estaca zero.

Aquela pessoa que já estava no ca-minho, acostumada com a marca e estava começando a se sensibilizar, praticamente esquece pelas outras opções que existem. A empresa pode diminuir, sim, só que precisa fazer investimentos mais assertivos nessa época. Você não deixa de ver propagandas da Brahma e do Itaú na televisão, por exemplo. Eu digo que cortar completamente é o pri-meiro passo para a empresa ficar 100% na crise, porque aí a marca vai entrar totalmente no fundo do poço e não vai ter nem a chance de ser lembrada, caso alguém precise dela.

Estávamos falando de grandes marcas, mas a sua expe-

A pessoa que

acha que vende

tudo deixa de

estudar e acaba

tendo menos

resultados que

os que estudam,

se preparam

para vender

ENTREVISTA: Fábio Fiorini

Divulgação

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12 • Setembro 2015 • Economia&Negócios

riência maior é em treinamentos com micro, pequenas e médias empresas. Isso é porque é um mercado em constante expan-são, tem mais possibilidades e, de repente, as grandes empre-sas são mais acostumadas com certo tradicionalismo, mais es-tagnadas?

Fábio Fiorini - Na verdade, a maior parte do nosso Produto In-terno Bruto (PIB) é formado por mi-cro, pequenas e médias empresas. São elas que têm o desafio de real-mente se construir, porque ou elas se constroem ou morrem, não têm alternativa. Elas não conseguem se manter se não estiverem cres-cendo ou, pelo menos, estáveis. A gente tem uma metodologia, que chamamos metodologia do peque-no gigante. Se você notar, hoje, as empresas que estão despertando o interesse das grandes são as pequenas. Por exemplo, a Ambev comprando cervejarias artesanais, grandes industrias comprando as pequenas locais. Porque as peque-nas empresas têm mais agilidade que as maiores. Enquanto a gran-de tem mais dinheiro, a pequena está mais próxima. Enquanto a grande trabalha de forma massifi-cada, a pequena trabalha de forma personalizada. Então, as pequenas empresas ficam muito fortes local-mente e, por isso, grandes empre-sas querem comprar as pequenas. Um exemplo clássico que a gente tem no nosso mercado é em São

Marjorie Basso

ENTREVISTA: Fábio Fiorini

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ENTREVISTA: Fábio Fiorini

Luiz do Maranhão, que tem uma marca de guaraná chamada Jesus. A Coca-Cola tentou, diversas vezes, se tornar líder lá e não conseguiu. Então, a Coca-Cola comprou o guaraná Jesus, não para tirar ele do mercado, mas para fortalecer ainda mais a marca e tirar a Coca-Cola do mercado. Essa é a prova de que a pequena empresa, tra-balhando com vínculos locais de forma personalizada, conquistando o relacio-namento com as pessoas da região, tende a ficar forte também. As peque-nas empresas erram muito porque não têm uma metodologia para crescer. Se lançam, só fazem o tradicional e es-peram que o consumidor venha. No passado, isso era possível. Hoje não, pois temos muitas opções. A pequena empresa precisa de uma metodologia para vender constantemente baseada na venda relacional e isso vai fazer com que ela cresça. Essa é a nossa especia-lidade. A grande tem abundância de recursos e a pequena tem rédea curta e precisa de uma metodologia. Quando atinge essa metodologia vai passando de pequena para média e pode até se tornar grande.

E os pequenos empresários têm uma disposição maior em mudar conceitos e atitudes?

Fábio Fiorini - Na verdade, eles são mais resistentes que o normal. Os fundadores do negócio chegaram onde estão porque souberam fazer. Mas não é que os tempos são outros. As exigências são outras porque as empresas têm muito mais concorrentes do que antes. Normalmen-te, os empresários, fundadores de pequenos negócios, são mais resistentes e pensam se fizeram assim até aqui, porque agora vão ter que mudar um pouco? E a gente fala que é um pouco, porque não dá para fazer grandes mudanças. Precisamos mudar aos poucos, respeitando as

tradições e o conhecimento que temos do negócio implantando inovações. Existem dois perfis de empresários, o tradicional e o empreendedor. O tradicional tra-balha pela operação, é bom em fazer. O empreendedor é bom em desenvolver, formar pessoas para trabalhar por ele e trabalha pelo desenvolvimento do negócio. E é o empreendedor que sai de uma para duas lojas, duas para três, três para quatro. O tradicional fica com um negócio bacana, mas estagnado, porque ele tra-balha com a operação e pensa que se não faz, ninguém faz di-reito. O que é verdade, mas isso limita o crescimento. Já o empre-endedor ensina a fazer e trabalha

para abrir outras frentes. O empreendedor é mais aberto às inovações.

Durante a sua experiência, você já se deparou com algum empresário que fazia tudo errado no que se refere a vendas, mas ainda assim conseguia bons resultados?

Fábio Fiorini - Claro que sim. A verdade é a seguin-te: hoje isso pode acontecer, mas é um pouco mais difícil. Para se ter ideia, por dia, cada pessoa vê cerca de três mil marcas, mesmo que não assista televisão. Estamos no mundo do excesso, pois dividimos a atenção com mui-tas outras coisas. Há sete, oito anos, como não tínhamos esse excesso, era possível alguém se aventurar, mas por ter algo novo ou diferente, por si só o produto aparecia. Agora temos quase tudo e essas aventuras são difíceis de ser um sucesso porque as pessoas fundam negócios de coisas que já têm, mas de uma forma mais aprimorada. Isso ainda acontece, mas com uma dificuldade um pouco

A maior parte do

nosso Produto

Interno Bruto (PIB)

é formado por

micro, pequenas e

médias empresas.

São elas que

têm o desafio

de realmente

se construir,

porque ou elas

se constroem ou

morrem, não têm

alternativa

Rua Brusque, 337 - Itajaí - SC

Economia&Negócios • Setembro 2014 • 13

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14 • Setembro 2015 • Economia&Negócios

ENTREVISTA: Fábio Fiorini

maior. É preciso ter um cuidado diferente para lançar ou gerenciar um negócio.

Você escreveu um artigo sobre metas, que são, muitas vezes, motivos de processos nas empresas por serem abusivas. Você acredita que esse ainda é um dos melhores sistemas para impulsionar os fun-cionários?

Fábio Fiorini - Eu acho que a meta, ao mesmo tempo que pode ajudar, pode atrapalhar. A meta correta é baseada em histórico, respeita o momento econômi-co. Não adianta eu cobrar uma meta de 50% se meu segmento está caindo 30%, por exemplo. Além de des-motivar a equipe, é uma meta inatingível. Uma coisa é meta de vendas, outra é de tarefa. Acredito na meta de tarefa. O que é? Precisamos visitar 10 clientes potenciais por dia, por exemplo. Isso é uma coisa possível. A meta mais importante não é a final, são as tarefas que você precisa cumprir para chegar até ela. As empresas pre-cisam ter metas, mas se for só a de vendas, elas estão perdidas. Os gestores têm na ponta da língua o quanto precisam vender, mas se você pergunta como, a resposta

é “se vira”. A empresa que sabe exatamente o como, vai ficando me-lhor a cada etapa.

Você também comenta sobre o re-posicionamento de marcas mal vistas no mercado. Como isso deve começar?

Fábio Fiorini - A gente tem uma crença que, antes, para cons-truir marcas, a propa-ganda fazia isso. Hoje, as pessoas constroem

as marcas. E o processo de construção de marca não acontece isoladamente. Não dá para reposicionar um produto e deixar de reposicionar minha equipe. Não dá para ter só um discurso de construção e eu não ter o produto posicionado corretamente. Hoje, o reposiciona-mento de marca é um projeto integrado. Não adianta criar uma propaganda para dizer que a coisa mudou. Te-mos que mudar de fato. Se o reposicionamento não for

de produto, serviço e equipe vai ser de curto prazo, pois vamos dizer que estamos mudando quando de fato não estamos. E os clientes percebem isso logo. Não adianta reposicionar só da porta para fora. Tem que reposicionar da porta para dentro, o que chamamos de branding in-side. A marca que investe em propaganda e não investe para a equipe estar alinhada com isso cria um abismo.

De certa forma, o incentivo ao consumo, como o governo federal fez nos últimos anos, não pode acabar desacelerando cada vez mais a economia com o endividamento da população, falta de crédito, etc.?

Fábio Fiorini - Eu não gosto de produtos que fe-rem a saúde das pessoas, que criam dependência. Sou a favor do consumo, da venda, mas não sou a favor da venda por empurra, por impulso. Sou a favor da venda por necessidade. Quando as empresas estão preparadas para vender algo que pode ajudar as pessoas e não en-gane elas, sou favorável. Ruim seria se as empresas não estivessem preparadas para estimular o consumo cons-ciente. O outro lado da moeda é o seguinte: imagina se as pessoas deixarem de vender? Nós vamos entrar la-deira abaixo ainda mais, porque a empresa vai quebrar, gerar desemprego, fazer com que as pessoas tenham menos dinheiro e gastem menos. Então, uma coisa de-pende da outra. Acho que cabe às empresas tentar fazer de forma responsável um projeto de crescimento para fazer com que as pessoas consumam dela porque ela também vai gerar mais emprego. Por isso, acredito nos pequenos negócios, que quando são bem trabalhados resistem um pouco mais à crise, porque têm laços locais, são um trampolim para as pessoas mais jovens e podem ajudar a uma saída de crise. Os grandes negócios podem deixar de empregar, mas os pequenos não, porque as pessoas precisam consumir localmente. A empresa que vende, o grande indicador dela, é se ela vende sempre para a mesma pessoa. A que vende só uma vez para a pessoa, que não volta mais porque se sentiu enganada, é realmente a vilã. Mas a que estabelece vínculo com o cliente, que se fideliza a ele, significa que a relação está boa para ambos. O que é venda? É um processo ganha--ganha, que começa na primeira venda. O vendedor que estabelece relação está trazendo benefícios. A empresa não pode ser só campeã de vendas, tem que ser de fi-delização também. O profissional de vendas é vilão se trabalha só por benefício próprio, não se trabalhar pela cadeia completa.•

O profissional de

vendas é vilão se

trabalha só por

benefício próprio,

não se trabalhar

pela cadeia

completa

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Economia&Negócios • Setembro 2014 • 15

O Banco Central (BC) informou que os brasileiros re-tiraram R$ 7,5 bilhões a mais do que depositaram na poupança em agosto. Foi o pior resultado para

o mês desde o início da série histórica do BC, em 1995, e o oitavo resultado negativo consecutivo da poupança em 2015. No acumulado do ano, a caderneta teve captação negativa de R$ 48,5 bilhões.

Até o momento, o pior resultado da poupança neste ano, e em toda a série histórica é o de março, quando os saques superaram os depósitos em R$ 11,438 bilhões. Em agosto, os saques na poupança somaram R$ 163,4 bilhões, superando os depósitos, que ficaram em R$ 155,9 bilhões. O valor total nas contas ficou em R$ 645,11 bi-lhões. O volume dos rendimentos creditados nas caderne-tas dos investidores alcançou R$ 4,373 bilhões.

Vários fatores têm contribuído para a fuga de re-cursos da poupança em 2015. Em primeiro lugar, as ele-vações da Selic (taxa básica de juros da economia), atual-

mente em 14,25% ao ano, tornaram a poupança menos atraente do que outras aplicações.

Segundo a Associação Nacional dos Executivos de Finanças, Administração e Contabilidade (Anefac), a caderneta é mais vantajosa do que os fundos de investi-mento apenas quando as aplicações são inferiores a seis meses, apesar de a poupança ser isenta de Imposto de Renda e de taxas de administração.

A alta da inflação também contribuiu para a perda de atratividade da poupança. Segundo o Instituto Brasilei-ro de Geografia e Estatística (IBGE), a inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) está em 9,56% no acumulado de 12 meses até julho. O aumento dos preços e do endividamento dos consumido-res diminui a sobra de recursos a ser aplicada na cader-neta.

Fonte: Agência Brasil

Saques superam depósitos em R$ 7,5 bilhões e poupança tem pior agosto em 20 anos

Page 16: Revista Portuária - 11 Setembro 2015

16 • Setembro 2015 • Economia&Negócios

Pratos mais elaborados, feitos com ingredientes severamente selecionados e com um toque de sofisticação. A gourmetização pode ser apenas

um modismo passageiro e tem rendido sátiras, às vezes bastante apropriadas, na internet. No entanto, indepen-dente de saber se o conceito veio para ficar, o fato é que esse é um mercado que vem movimentando milhões em todo o mundo. Nas principais cidades brasileiras a gas-tronomia gourmet é uma febre e claro que o litoral norte catarinense não poderia ficar alheio a esse fenômeno.

Em Itajaí essa é uma realidade presente há algum tempo, mas que ganhou destaque recentemente com

festivais e abertura de novos estabelecimentos. A cidade precisou se adaptar a esse conceito, modificando além de cardápio, atendimento e ambientes. “Quem não está se atualizando está fora do mercado”, diz a presidente do Sindicato dos Empregados do Comércio Hoteleiro, Bares, Restaurantes e Similares de Balneário Camboriú e Região (Sechobar), Olga Ferreira.

De acordo com ela, muitos estabelecimentos se especializaram e tiveram que mudar de acordo com as exigências da clientela. “O que antes era uma petisquei-ra, por exemplo, hoje é um excelente restaurante espe-cializado em frutos do mar”, comenta.

Culinária moderna e aprimorada abre

novas portas

EMPRESÁRIOS E CHEFES DE COZINHA CONTAM QUE O PÚBLICO ESTÁ CADA VEZ MAIS SELETIVO QUANDO O ASSUNTO É COMIDA

Kombina Felice

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Economia&Negócios • Setembro 2014 • 17

O termo gourmet, segundo alguns chefes de cozinha, está levemente ba-nalizado. Os dicionários online trazem a expressão associada à alta qualidade. “São pratos elaborados com ingredien-tes rigorosamente selecionados e técni-

cas corretas de preparo”, afirma a chefe Sandra Vianini. “Temos estabelecimen-tos do gênero melhores que em muitas capitais”, completa o sócio de Sandra, Rafael Scalco.

Maria Fernanda Stinghen Gottardi

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18 • Setembro 2015 • Economia&Negócios

é somelier de cervejas em um empório no Centro de Itajaí e conta que o crescimento de estabelecimentos gourmet é evidente. “Nossa loja abriu há três anos, foi o primeiro empório de cervejas da cidade. Foi uma novidade mesmo”, lembra. Hoje, o público que consumia quase que somente cervejas de marcas mais populares encontradas em supermercados, opta pelas artesanais nacionais e importadas. “As pessoas vinham procurando as cervejas comerciais e acabaram conhecendo as especiais.”

O novo hábito passou a refletir no paladar dos clientes. As pil-sen, mais vendidas no início pela suavidade, deram lugar às cerve-jas de sabor mais acentuado no gosto do consumidor. Atualmente, o empório já conta com clientes interessados em harmonização. “É legal descobrir como a cerveja combina com comidas, como hambúr-gueres e trufas gourmet”, enfatiza.

Assim, o conceito gourmet vem sendo implantado como forma de posicionar produto e marca no mercado. “Não é o nosso apelo, mas é inevitável. Hoje o povo não quer mais saber daqueles lanches cheios de milho e ervilha que podiam ser comprados em qualquer esquina”, comenta o chef e dono de um dos pubs da moda de Itajaí, Thomaz Wilbert.

Tudo nos hambúrgueres, carro-chefe do pub, é produzido arte-sanalmente, inclusive o pão. Tanta exclusividade rendeu até um novo produto, uma cerveja produzida pelos proprietários e que chegou a vender mais de 10 mil unidades somente no dia do lançamento.

Esses diferenciais trouxeram público de outras cidades da re-gião e possibilidades de expansão. Segundo os sócios, cerca de 50% deles vêm de Balneário Camboriú, Itapema, Porto Belo, Piçarras, en-tre outros municípios próximos. A perspectiva é abrir filiais em outras cidades. Pensando em curto prazo, um delivery dos hambúrgueres já está sendo providenciado. “Alugamos uma sala só para o delivery, onde os lanches poderão ser pegos no balcão, mas teremos entregas, que queremos que sejam feitas em 10 minutos”, afirma Thales Affon-so, que também é proprietário do PUB.

Mas quem não surgiu junto com a gourmetização também está surfando essa onda. A família de João Pedro Legal tem um restau-rante há mais de 10 anos no Centro de Itajaí e precisou adaptar o cardápio. “O restaurante é do meu pai e funcionava só ao meio-dia. Quando eu me formei no colégio, tive a ideia de acrescentar os lan-ches gourmet e abrir à noite. A aceitação dos clientes foi melhor do que a gente esperava”, diz.

Desde o início, de acordo com João, a ideia era preparar lan-ches mais elaborados. “A região estava carente de lanches assim. Hoje é uma febre e não tem como dizer se o sucesso vai durar bastan-te. Mas, no momento, o público está aceitando muito bem”, afirma o empresário.

The Backdoor PUBThe Backdoor PUB

The Backdoor PUB

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Food truck’s contribuem para o processo

As carrocinhas de lanches continu-am espalhadas por Itajaí, especialmente nos bairros. Mas como em todo o mundo, os food truck’s se fazem presentes, ainda que em festivais esporádicos. O Food Tru-ck Itajaí, que teve duas edições somente neste ano, trouxe 50 caminhões de comi-das em cada vez. Os participantes vêm principalmente de cidades do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo e Santa Catari-na. Donos de restaurantes também come-çaram a investir em trucks como forma de fortalecer marcas já consolidadas.

Luan Kaue Lobo Mariocci é o or-ganizador do evento. Ele conta que a primeira edição teve público de 35 mil pessoas em três dias. Como a segunda edição aconteceu no início de setembro, os dados ainda não foram contabilizados. Segundo o organizador, os food truck’s fazem sucesso porque levam produtos com ingredientes selecionados ao públi-co, mas com valores menores dos que os vendidos nos restaurantes.

“Observo que a gourmetização da comida de rua é mais um passo para ele-var a gastronomia. O food truck traz pro-dutos de alto nível e mais baratos, pois gasta menos em infraestrutura do que os restaurantes. Enquanto um estabele-cimento custa, por exemplo, R$ 550 mil para ser montado, o food truck é aberto com cerca de 30% desse total”, explica.

Mesmo que esses produtos sejam vendidos a preços menores de um restau-rante, por exemplo, eles não podem se igualar ao valor de um cheese ou ham-búrguer de uma carrocinha simples. Se-gundo Luan, os caminhões são equipados com chapas especiais, além dos alimen-tos selecionados. “Um cachorro-quente, por exemplo, pode custar R$ 3,50 na rua e R$ 8 no food truck, mas não dá para comparar um produto com o outro.”

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Vizinha de Itajaí, Balneário Camboriú já está na rota da gourmetização há anos. Franquias de restau-rantes conceituados no ramo se instalaram na cidade, que também ganhou estabelecimentos próprios com o conceito gourmet, como os food truck’s. “O público, em geral, está mais exigente. O brasileiro está em busca de mais qualidade na alimentação, em busca de expe-riências gastronômicas, da satisfação de descobrir no-vos sabores a cada prato”, afirma Otávio Socha Neto, sócio proprietário de um food truck de hambúrgueres gourmet que atende no Centro de Balneário Camboriú e participa de eventos em Itajaí e outras cidades da região.

Contudo, apenas qualidade não faz um prato ser gourmet. O conceito gourmet deve ser uma experiência gastronômica a cada mordida, por isso é importante fu-gir do comum. “Começamos pelo hambúrguer de cos-tela defumada com carne apetitosa e quantidade ideal de gordura para um hambúrguer suculento. Depois, es-colhemos o queijo brie por sua consistência cremosa e aveludada, porém com um gosto não muito acentuado para que o bacon caramelizado picante se destaque, somados às saladas de alface, tomate e cebola roxa. Tudo isso no pão cervejinha com gergelim preto, que tem uma massa macia e casquinha crocante”, revela Socha sobre seu hambúrguer campeão de vendas.

Balneário Camboriú é expert no assunto

Guerrilha

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Do truck ao restauranteA ideia era começar com uma Kombi

vendendo massas de qualidade, um food tru-ck. Mas o crescimento foi tanto, que eles preci-saram se mudar para uma sala maior, contratar funcionários e abrir um restaurante. Resumida, essa é a trajetória do negócio dos chefes, só-cios e namorados Sandra Vianini e Rafael Scal-co, no ramo desde 2013.

A Kombi esteve por mais de um ano no pátio de um posto de combustíveis na rodo-via Osvaldo Reis, em Itajaí, e hoje fica em um espaço conceituado no Centro de Balneário Camboriú. “Não foi uma transição fácil, mas este foi o nosso objetivo desde o início. Então, sempre tivemos foco nessa direção e as coisas foram acontecendo naturalmente. Agora es-tamos aprimorando ainda mais o restaurante e alugamos uma sala ao lado para dobrar de

tamanho, proporcionando mais conforto para os nossos clientes”, comentam.

No início o casal bem que tentou ser iti-nerante, como são os trucks nos Estados Uni-dos, mas a falta de regulamentação específica impediu o trabalho. O jeito foi estacionar em um ponto fixo. Independente disso, as mas-sas logo se tornaram famosas pela qualidade. “Sempre tivemos uma ótima aceitação em ambas as cidades e, em todas as nossas mu-danças, a maioria dos clientes nunca deixou de nos acompanhar e frequentar”, conta Scalco.

O casal chegou a ampliar o cardápio com entradas e sobremesas, que tiveram excelente aceitação. Junto com as massas recheadas de gorgonzola e mignon e a sugestão da chefe na semana, pratos mais vendidos, garantem lotação e clientes satisfeitos. •

Kombina Felice

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Um dia aumenta. Outro diminui. Essa é a montanha-russa que os brasileiros enfrentam com o preço do dólar há algum tempo. Desde o início

do ano, a moeda já registrou alta superior a 30% no Brasil e a promessa é que a cotação, a maior dos últimos 12 anos no país segundo economistas, continue instável. O que muda os resultados de quem trabalha com vendas, principalmente importados, e também a preferência dos consumidores.

Zélia Carvalho é cliente de lojas que vendem artigos importados em Itajaí e região, principalmente cosméticos. Ela afirma que continua a comprar, mas já chegou a subs-tituir alguns produtos. “Com o dólar nas alturas e a crise em que vivemos fica difícil manter as marcas que eu cos-tumava usar de importados”, pontua.

Com menos procura pelos importados, o jeito é ven-der artigos que possam substituir para permanecer com a mesma margem de lucro. Para driblar a alta do dólar e não

Substituir para continuar comprando

TROCAR IMPORTADOS POR PRODUTOS NACIONAIS TEM SIDO A MÁXIMA DOS CONSUMIDORES E QUEM SENTE OS REFLEXOS SÃO OS IMPORTADORES,

QUE SOBREVIVEM DA VENDA DE ITENS CADA VEZ MAIS BARATOS

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Divulgação

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Carla Superti

ter prejuízo, Anita Faria recorre ainda a outras alternativas. Escolhe os produtos queridinhos pelos consumidores e opta por manter uma loja virtual. A comerciante começou a trabalhar com importados neste ano, em meio à crise, e não se arrepende. “Vendo muito bem. E como não tenho gastos com funcionários ou loja física consigo fazer preços bem acessíveis”, explica.

Cosméticos estão entre os itens mais procurados pelos clientes de Anita, que são de diversas cidades da re-gião como Camboriú, Balneário Camboriú, Itapema, Itajaí e até de outros países. “Uma das vantagens de trabalhar com e-commerce é que seus produtos podem ser visuali-zados no mundo inteiro. Recentemente, um DJ que mora em Miami, nos Estados Unidos, entrou em contato comigo para encomendar um produto que vendo”, lembra.

Porém, claro que na hora de comprar os importa-dos, a comerciante viu que as coisas não são como antes. Há oito anos, Ciudad del Este, no Paraguai, era o paraíso

das compras para brasileiros vindos das mais diferentes regiões. Hoje, no entanto, as ruas estão vazias e não há sequer fila para atravessar a fiscalização de volta ao Brasil. “Lógico que ainda tem movimento, mas não se compara a outras épocas. Algumas lojas chegam a fixar o dólar abai-xo da cotação para conseguir vender”, comenta.

Estabelecimentos físicos também sentem os efeitos da alta do dólar. Cleusa Batista trabalha com vendas de roupas, cosméticos e acessórios em uma loja em Itajaí. Ela explica que os valores dos produtos importados perma-necem os mesmos, mas a cotação faz com que cheguem mais caros ao consumidor.

Ainda que o consumidor brasileiro permaneça ten-tando comprar, a alta da moeda norte-americana quebra o poder. Quem muitas vezes optava por qualidade, está escolhendo similares mais baratos. É o que tem percebido Osiel José Maciel, que vende eletrônicos, artigos de deco-ração e acessórios no camelódromo de Itajaí. No ramo há

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17 anos, ele conta que a procurada cada vez maior por produtos de menor valor foi o que mais impactou nas vendas do ano.

Importados são menos de 1% nos supermercadosNos supermercados os importados

representam um percentual pequeno. Apesar da variedade de cervejas, patês, queijos, azeites e vinhos de outros países nas prateleiras da região, o número total destes produtos circulando por estabele-cimentos de Santa Catarina é baixo. De acordo com a Associação Catarinense de Supermercados (Acats), os importados são menos de 1% do total de itens de uma loja, que no caso de grandes redes pode passar de 30 mil.

“Na maioria dos casos, os impor-tados são produtos bem segmentados e com clientela garantida, como no caso de bebidas, queijos, azeites, frutas exó-ticas e bacalhau”, explica o assessor de imprensa da Acats, Marcos Heise.

É o caso de Marina Albuquerque. Consumidora de importados comprados em supermercados até pouco tempo, precisou mudar de hábitos. “Ultimamen-te só compro os produtos nacionais mes-mo”, comenta. A dentista nacionalizou as compras no caso de alguns produtos como cerveja e simplesmente deixou de comprar outros que não têm um similar de fabricação brasileira, como é o caso de algumas farinhas. “Somente o essen-cial está entrando em minha casa”.

Importações portuáriasPara os grandes importadores é

claro que a recessão tem um volume maior e nem sempre substituir é possí-vel. Presidente do Sindicato dos Despa-chantes Aduaneiros do Estado de Santa Catarina, Marcello Petrelli afirma que o aumento do dólar resultou em decrés-cimo das importações nos portos da região, já que muitos empresários sus-penderam os pedidos. Porém, cada caso é diferente. Petrelli ressalta que depende do valor do mercado e da concorrência.

O presidente do sindicato explica que as importações são tratadas três ou quatro meses antes de o produto chegar aos portos e serem entregues às empre-sas. “Nestes casos, quando tem aumen-to exponencial do dólar, os empresários têm duas opções. Inflacionar os produ-tos e colocá-los no mercado ou deixar as importações em um recinto, pagar des-pesas de armazenagem e esperar que a moeda baixe”, explica.

Entre janeiro e julho deste ano a movimentação de cargas importadas foi de 1,8 milhão de toneladas no Por-to de Itajaí, que representam US$ 4,2 milhões. O acumulado do ano, por en-quanto, está em queda na comparação com 2014, quando a movimentação de cargas importadas no porto foi de 2,1 milhões de toneladas, ultrapassando R$ 5,1 milhões. Os eletrônicos representam mais de 20% das cargas importadas.•

Desde o início des-te ano o dólar já somou cinco altas consecutivas e a expectativa é que o va-lor da moeda seja ainda maior em 2016. Segundo o mestre em economia José Osvaldo Coninck, projeta-se um dólar a R$ 3,90 em dezembro do próximo ano.

“O Brasil desvalori-zou sua moeda em 55% nos últimos 12 meses. A desvalorização do câm-bio nominal pressionará a inflação com risco de alimentar os mecanismos de indexação, preços e salários. O resultado é que o Banco Central terá que dar continuidade ao atual ciclo de aperto mo-netário”, explica Coninck.

O economista ain-da ressalta, com base em informações da agência de classificação de riscos Fitch, que o crescimento da economia deve se-guir em ritmo bastante lento neste e no próximo ano. Segundo o Banco Central, a projeção é de queda para o Produto Interno Bruto (PIB). Por outro lado, de acordo com Coninck, uma des-valorização da taxa real de câmbio permitirá a recuperação da competi-tividade da indústria de transformação.

Alta do dólar, desvalorização do real

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O presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, afirma que a inflação continuará alta durante o resto deste ano. Tombini ressalta que os ajustes de preços

relativos representados pelo fortalecimento do dólar e pelo aumento dos preços administrados têm colocado importan-tes desafios à condução da política monetária no Brasil, o que faz com que a inflação fique elevada a curto prazo. "A inflação acumulada em doze meses deverá atingir seu pico neste trimestre e permanecer elevada em 2015, demandan-do determinação e perseverança para impedir sua transmis-

Inflação deve atingir seu pico neste trimestre e permanecer elevada em

2015, diz presidente do Banco Central

Estimativa é que queda comece a ser sentida em 2016

são para prazos mais longos. Nesse sentido, a política monetária pode, deve e está contendo os efeitos de se-gunda ordem decorrentes dos ajustes de preços referi-dos para circunscrevê-los a este ano", disse o presidente do BC em discurso.

Mas, de acordo com Tombini, a estratégia da po-lítica monetária no país segue na direção correta. Para 2016, a expectativa é que os números da inflação im-pactados pelo realinhamento de preços relativos cede-rão e a queda já comece a ser sentida no início do ano. O presidente do Banco Central ainda enfatiza que, no próximo ano, o processo de distensão no mercado de trabalho e a evolução da demanda doméstica contribui-rão para uma dinâmica mais benigna da inflação.

"Nesse contexto, a manutenção do atual patamar da taxa básica de juros, por período suficientemente prolongado, é condição necessária para a convergên-cia da inflação para a meta no final de 2016. Os riscos remanescentes para que as projeções de inflação atin-jam com segurança o objetivo de 4,5% no final de 2016 são condizentes com o efeito defasado e cumulativo da ação de política monetária, mas exigem que a política monetária se mantenha vigilante em caso de desvios significativos das projeções de inflação em relação à meta", pontua.•

Divulgação

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TRANSPORTE DE CARGAS FRACIONADAS E LOTAÇÕES28 anos transportando com agilidade e rapidez

Mais de 70 empresários da região se reuniram em Balneário Camboriú para uma Sessão de Negócios no início de agosto. O encontro, em

parceria com o Sebrae, fez parte do Convention Se En-contra do mês, projeto idealizado pelo Balneário Cam-boriú Convention & Visitors Bureau.

No hotel Mercure de Balneário Camboriú, os par-ticipantes se dividiram em grupos de 10 pessoas e cada um teve um minuto para apresentar seus produtos e serviços. Depois de 10 minutos, todos mudaram de lu-gares para trocar experiências, o que aconteceu sucessi-vamente até a 12ª rodada.

Para o gestor de Projetos Coletivos do Sebrae, Celso Pirmann, a Sessão de Negócios é uma impor-tante ferramenta para os empresários aprimorarem o networking. Ele também citou a crise econômica bra-sileira. “Não é de crise que se faz um país e muito me-nos uma empresa. Quando temos uma crise, temos que buscar mais oportunidades”, revelou.

Durante o encontro, a presidente do BC Conven-tion, Margot Rosenbrock Libório, afirmou que neste

momento de crise nenhuma oportunidade pode ser perdida. “Essa é mais uma oportunidade de negócios e quanto mais longe de nós a crise ficar, melhor para todos”.

A responsável pelo atendimento na Kompakto Comunicação, Heloísa Leão, disse que a tendência é realizar ótimos negócios na Sessão, principalmente por-que o encontro oportunizou que ela conhecesse outras empresas da região. “Participo muito deste tipo de ini-ciativa e esta edição foi ótima, pois contou com em-presas de outras cidades. Abriu novas possibilidades de negócios, saí com novos contatos, que já me pediram retorno. Foi bem positivo”.

Já a responsável pelos Eventos Corporativos do Grupo Maria´s, Melissa Bathke, que acabou de se tor-nar associado do Convention, destacou que a Sessão oportunizou a divulgação dos espaços de eventos do Grupo. “Muitas pessoas ainda não sabem que fazemos locação para eventos, que podem ser grandes ou meno-res, e tive aqui a chance de abordar bastante isso. Além, é claro, de conhecer novos fornecedores”, revelou.•

Sessão de Negócios reúne empresários de Balneário Camboriú e região

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Na m

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Hotel comemora 20 anos em Balneário Camboriú e lança material de captação de eventos

Neste ano, o Hotel Sibara Flat e Convenções completa 20 anos de atividades em Balneário Camboriú. O empreendimento fica na aveni-

da Brasil, Centro da cidade, e se reinventou ao longo dos anos, mantendo-se como referência no mercado turístico.

Em agosto, a marca lançou um material de cap-tação de eventos para o empreendimento. O projeto destaca a vocação do hotel e os atrativos da cida-de para atender às demandas do turismo Meetings Incentives Conferences and Exhibitions (MICE), que significa Encontros, Incentivos, Conferências e Feiras.

Atualmente, o hotel tem 235 quartos, dois restaurantes, uma confeitaria portuguesa, além de ampla área de lazer. Nos próximos dois anos, o em-preendimento planeja aumentar em 25% o número de quartos, além de implantar uma suíte presiden-cial. O espaço para eventos pode acomodar simul-taneamente 2.250 pessoas sentadas, sendo 1.200 somente na maior sala.

Segundo o gerente geral do hotel, Osny Ma-ciel Junior, o fortalecimento do turismo de negócios é uma tendência e vem a ser uma excelente alternativa para manter o setor aquecido durante todo o ano. “Já é comprovado que o público corporativo gasta três vezes mais na cidade do que o de lazer. Também

já há dados que movimenta mais de 50 nichos da economia. Sem falar que este tipo de evento aconte-ce durante todo o ano, não há sazonalidade e nem dependência climática. Ou seja, é algo não só atrati-vo para o hotel, mas sim para toda a cidade”, afirma.

O secretário de Turismo da cidade, Ademar Schneider, afirma que Balneário Camboriú sai ga-nhando com o investimento no turismo MICE. Ele ressalta que a iniciativa do hotel serve de preparo para o segmento, que se desenvolverá muito a par-tir da construção do Centro de Eventos. “Esse é um momento crucial em que Balneário está se preparan-do para o futuro. O Centro de Eventos vai mudar a história da cidade, mas é muito bom ver o preparo antecipado do empresariado para este cenário que irá se desenrolar”, avalia.

Anita Pires, vice-presidente da Associação Bra-sileira de Empresas de Eventos (Abeoc), enfatiza que o segmento é o que mais cresce e gera renda. “Nos hotéis e resorts que possuem área para eventos, os dados mostram que eles representam 60% das ocu-pações. Sendo que esta atividade é hoje a que mais cresce no Brasil. A Abeoc fez uma pesquisa e revelou que o crescimento do setor de eventos foi em torno de 13 a 14% nos últimos três anos, muito a frente do que está crescendo o país”, finaliza.•

Na m

ídia

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A OWin Log surgiu para suprir a necessidade de serviços ágeis e eficazes, aliados ao know how em várias fases das operações portuárias e aero-

portuárias. O objetivo da criação da empresa não foi de colocar apenas uma transportadora, mas a implantação de um conceito de qualidade neste seguimento.

Com essa convicção, a OWin Log atua no mercado rodoviário, focado no segmento portuário e aeroportu-ário com uma dinâmica diferenciada. “Operacionalizar e transportar todas as transportadoras fazem. Porém, nossa ênfase é no nível de serviço e acuracidade das informações. Este diferencial é o nosso plus e faz com que nos destaquemos dos demais”, comenta o diretor Comercial e Operacional, Gilberto Olm Jr.

A empresa tem como foco, além da operacionali-

zação de transportes rodoviários de importadores e ex-portadores, o atendimento no mesmo segmento junto aos despachantes aduaneiros e agentes de carga. “Os despachantes aduaneiros e agentes de cargas têm pa-péis fundamentais na cadeia logística internacional e nacional, após a chegada da mercadoria e posterior de-sembaraço. Determinados clientes costumam contratar suas operações all in, com toda a comodidade de não contratar fretes rodoviários de terceiros. Então, é nesta hora que nossa transportadora atua como parceira no atendimento rodoviário para estas empresas”, salienta Gilberto. Entre o portfólio de serviços da OWin estão a atuação em todos os portos e aeroportos catarinenses, cabotagem porta-porta e transportes especiais, aliados à experiência de seus colaboradores.•

Qualidade na logística portuária e aeroportuária

Divulgação

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O governo do Estado lançou um pacote de ações para estimular a competitividade da indústria de Santa Catarina. Uma nova linha de financiamento

do BRDE para pequenas empresas, a assinatura de con-tratos com o banco regional para oito novos projetos ca-tarinenses no valor de R$ 56,5 milhões e o lançamento de dois editais de incentivo à inovação pela Fundação de Amparo à Pesquisa e Inovação do Estado de Santa Catari-na (Fapesc) estão entre as medidas anunciadas.

"Santa Catarina tem pouco mais de 1% do território brasileiro. É preciso produzir com criatividade. E o setor

de tecnologia tem um potencial imenso. O que estamos fazendo é incentivando e financiando ideias para que vi-rem empresas e os empregos se multipliquem. Estamos plantando em solo fértil. São estímulos para que Santa Catarina continue sendo um estado diferenciado, fazendo cada vez mais e melhor", afirma o governador Raimundo Colombo.

A linha de crédito Finep Inovacred Expresso é uma das ações voltadas para micro e pequenos empreendedo-res. Um convênio com o sistema cooperativo Cecred/Cre-diFiesc foi assinado para atendimento junto às empresas

O governador Raimundo Colombo e o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovação, Aldo Rebelo, durante evento que anunciou as ações

Governo do Estado lança ações para estimular competitividade da indústria de SC

NOVA LINHA DE FINANCIAMENTO PARA PEQUENAS EMPRESAS É UMA DAS MEDIDAS ANUNCIADAS

Julio Cavalheiro/SECOM

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associadas da Acate. A tramita-ção simplificada é a característica desta linha, que financia projetos de até R$ 150 mil para micro e pequenas empresas com perfil inovador. Operada via parceiros conveniados ao BRDE, a linha tem prazo para pagamento de até 48 meses, incluída carência de seis a 12 meses, com juros de TJLP + 3% ao ano.

Outras linhas de crédito do BRDE, voltadas para diferentes perfis de empresários inovadores, dentro do programa BRDE Inova, com financiamentos de projetos no valor de até R$ 20 milhões, fazem parte das ações. O superin-tendente do banco em Santa Ca-tarina, Nelson Ronnie, explica que o BRDE Inova já contratou R$ 204 milhões em projetos inovadores de crédito para apoiar a inovação em ambiente produtivo na região sul por meio de recursos do BN-DES e Finep.•

Projetos para fomentar a economia de SC:

Royal Ciclo Indústria de Componentes Ltda (Rio do Sul), com processo de fabricação de pé de vela em sistema monobloco para bicicletas de alta performance; Pioneiro Ecometais Industrial Ltda (Água Doce), com processo de inovação na produção de insumos e matérias primas; Cisabrasile Ltda. (Joinville), com desenvolvimento de sistema para tratamento de resíduos; PAR5 Gestão e Consultoria Ltda (Florianópolis), com implantação de um software de gestão pessoal, seja nas áreas financeira, patrimonial, sucessória e de investimentos; VisãoGeo Ltda EPP (Florianópolis), com desenvolvimento de um software para gerenciamento de informações geográficas; SPE Avenida Piazza II Empreendimentos Imobiliários Ltda (Florianópolis), com implantação de um condomínio tecnológico dentro do Sapiens Parque destinado à instalação de 10 empresas; Fundação Certi (Florianópolis), com implantação de novo modelo institucional e de gestão com desenvolvimento das plataformas tecnológicas de convergência; Fibervita (Chapecó), com implantação de uma unidade industrial de processamento de bagaço de mandioca para produção de fibra dietética natural.

O BRDE Inova já contratou

R$ 204 milhões em projetos

inovadores de crédito para

apoiar a inovação em ambiente produtivo na região sul por

meio de recursos do BNDES

e Finep

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O Riviera Brava Mall, empreendi-mento na Praia Brava, entre Ita-jaí e Balneário Camboriú, terá

um mix de lojas, gastronomia e servi-ços para atender ao público. Grandes marcas já estão confirmadas no espaço, como a rede de sanduíches Subway, os óculos da Chilli Beans, a loja de aces-sórios Morana, a Enoteca Decanter e a franquia de cafés Grão Espresso.

Segundo o grupo Riviera, as lojas devem abrir as portas ainda neste se-gundo semestre de 2015. O espaço fica no piso térreo do empreendimento, na rodovia Osvaldo Reis, que liga as duas cidades. "É um pensamento moderno, de reunir tudo num mesmo espaço, para as pessoas ganharem tempo. A nossa proposta é que as pessoas des-frutem da qualidade de vida também nos momentos de trabalho", explica o presidente do grupo, Evandro Dal Mo-lin.

O empreendimento contará com lojas, restaurantes, serviços, escritórios, hotel e apartamentos residenciais e o objetivo é evitar deslocamentos desne-cessários aos moradores, pessoas que trabalham no local e clientes com cerca de 20 lojas. Além disso, o Complexo Ri-viera abriga duas torres comerciais com 398 escritórios, uma torre residencial com 216 apartamentos, um hotel da bandeira Quality com 153 suítes, um centro de convenções equipado para receber até 600 pessoas, um estacio-namento com mais de mil vagas e um heliponto homologado.•

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Empreendimento na Praia Brava recebe mix de lojas, gastronomia e serviços

Riviera

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Brusque vai ganhar um novo evento do setor têx-til em 2016. A primeira

edição da Feira Têxtil de Santa Catarina (Fecatex), programada para acontecer entre 26 e 29 de janeiro, deve movimentar cerca de R$ 20 milhões em ne-gócios, conforme a organização do evento. “Como a feira acon-tecerá em plena temporada de verão no Estado, a tendência é a que também estimule o turismo de negócios durante os quatro dias”, afirma Jorge Custódio, um

dos organizadores do evento.Brusque foi escolhida

como local para o evento acon-tecer após a realização de uma pesquisa com mais de 50 mil lo-jistas e atacadistas do Brasil feita pela Fecatex Feiras e Eventos. A maioria dos entrevistados afir-mou que Brusque já é reconhe-cida como a capital catarinense do turismo de compras e proxi-midade com cidades como Itajaí e Balneário Camboriú faz do mu-nicípio ideal para uma feira do gênero.•

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Evento têxtil deve movimentar R$ 20 milhões em negócios em Brusque

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O programa Eficiência Energética, da Associa-ção Catarinense dos Supermercados (Acats) chegou a Balneário Camboriú. O tema é cada

vez mais valorizado pelas empresas como forma de controlar custos por causa do expressivo reajuste de preço que a energia elétrica teve neste ano e foi tra-zido pela Acats em parceria com o Sindicato do Co-mércio Varejista e Atacadista de Balneário Camboriú (Sincomércio).

“O peso do custo da energia aumentou consi-deravelmente e tem maior impacto nas empresas de pequeno e médio porte, as predominantes no seg-mento supermercadista catarinense. Por esta razão, a Acats está implementando este projeto”, justifica

o presidente executivo da entidade, Atanázio dos Santos Netto.

A empresa que aderir ao programa, lançado no município no dia 27 de agosto, passará por um pro-cesso de vários estágios, desde o cadastramento até a capacitação efetiva e a aplicação de ferramentas e soluções nos diversos setores das lojas, com dispo-sitivos que acompanham o desempenho do progra-ma. “Ao provermos a gestão e a utilização inteligente deste importante insumo, haverá consciência das empresas associadas sobre a economia de energia e também resultados concretos em desenvolvimento sustentável, econômico e social do setor”, ressalta o diretor executivo da Acats, Antonio Carlos Poletini.•

Balneário Camboriú recebe programa Eficiência Energética da Acats

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A oitava edição do Congresso Fenabrave-SC, maior evento automotivo de Santa Catarina, reuniu, em agosto, empresários do ramo automotivo para

troca de experiências, atualizações e conhecimentos, com foco na gestão estratégica para geração de melhores re-sultados para seus negócios.

O tema do evento neste ano foi Gestão Inteligente – da crise à oportunidade. Empresários do ramo que con-tribuíram para o crescimento de SC foram homenageados durante o congresso. A primeira homenagem foi dedicada ao empresário Rudi Affonso Bauer, titular das concessio-nárias Santa Clara, que representa a marca Chevrolet para Blumenau e região, e da Blu Star, que representa a Merce-

des Benz Caminhões para Indaial e região.A segunda homenagem foi dedicada ao empresário

Antônio Gomes de Oliveira Faria, titular da concessionária Ford Buatim, de Rio do Sul. Ainda no evento, aconteceu a entrega dos troféus Excelência no Atendimento ao Cliente, idealizado pela empresa Mais Marketing. Foram reconhe-cidos, por meio de pesquisas, os grupos empresariais Le Monde Citroen e Breitkopf, que mantiveram índice de sa-tisfação e fidelidade acima dos 90%.

O congresso contou, também, com a entrega do 4º Prêmio Fenabrave-SC de Educação para o Trânsito. Os me-lhores trabalhos de imprensa e de estudantes que aborda-ram o tema Educação para o Trânsito foram premiados. •

Maior evento automotivo de SC apresenta soluções para concessionárias superarem a crise

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Fenabrave

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Santa Catarina vai receber, em 2016, a segunda maior produtora de silicone do Brasil. A mul-tinacional Bluestar Silicone Brasil vai transferir

seu parque fabril de Santo André, em São Paulo, para o Perini Business Park, em Joinville. A confirma-ção foi dada ao governo de SC no final de agosto.

A previsão é que a multinacional inaugure em abril de 2016. Estão sendo contratadas 25 pesso-as em Joinville e sete colaboradores virão de São Paulo. A empresa é responsável pela produção de 700 toneladas de silicone mensais. Em Joinville, o investimento será de R$ 25 milhões e terá incenti-vos fiscais do governo estadual. A empresa possui tratamento tributário diferenciado para importações e, à medida que compra produtos e outros materiais para a nova unidade, terá diferimento no Imposto Sobre Circulação de Mercadorias (ICMS).

A multinacional quis se instalar em SC devido

à facilidade logística. É o caso das importações pro-venientes da Europa, Ásia e América do Norte com ingresso pelo Porto de Itapoá. “Hoje corresponde a 20% da nossa operação, o restante ainda fazemos no terminal de Santos, mas até dezembro será tudo em Itapoá”, afirma o diretor presidente da empresa, Lucas Freire. O empresário informou, ainda, que as obras no parque fabril iniciam em setembro. No mês de dezembro, será concluída a desmontagem em Santo André, e a produção na unidade joinvilense começa em janeiro, antes mesmo da inauguração.

O grupo tenta uma parceria com empresas de Santa Catarina para ingressar na Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim). Um le-vantamento do governo brasileiro demonstra que a tecnologia do silicone é necessária para desen-volver o setor químico, eletrônico, bélico, aviação e automotivo.•

Segunda maior produtora de silicone do Brasil chega a SC em 2016

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James Tavares /Secom

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Mercado Coluna

Os empregos com carteira assinada tiveram queda de 3,1% em um ano no Brasil, confor-me dados divulgados pelo Instituto Brasileiro

de Geografia e Estatística (IBGE) em agosto. De acordo com a pesquisa, feita com base em julho, os empregos com carteira assinada somaram 11,3 milhões nas seis regiões metropolitanas analisadas pela Pesquisa Men-sal de Empregos (PME). Comparadas às informações de 2014, há menos 359 mil pessoas no mercado de traba-lho com carteira assinada.

Com relação a 2014, houve queda de 5,2% na oferta de trabalho dos postos da construção e de 4% na indústria. Educação, saúde e administração pública registraram aumento de 4,2% na população ocupada.

O rendimento real do brasileiro também caiu em um ano, segundo os dados. Em seis das principais regiões metropolitanas do país, comparando com a mesma época no ano passado, houve queda de 2,4%.

Divulgação

Empregos com carteira assinada caem 3,1% em um ano

No setor privado, no mesmo tipo de comparação tem-poral, houve queda tanto no rendimento dos empregos com carteira assinada (-3,4%) quanto naquele dos empregos sem carteira (-6%).•

Fonte: Agência Brasil

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Mais retorno em menos tempo

PROFISSIONAIS COM CURSO TÉCNICO OU TECNÓLOGO SAEM NA FRENTE QUANDO O ASSUNTO É EMPREGO E GANHAM TAMBÉM NO RANKING DE SALÁRIOS

Investimento em profissionalização é fundamental para alavancar as chances no mercado de trabalho. Isso não quer dizer, contudo, que a graduação, tão almejada pe-

los recém-saídos do ensino médio, é garantia de emprego e bons salários. Muita gente gasta valores altos para ter diploma de curso superior e acaba levando anos para ter retorno. Esse é um dos motivos para o aumento da procu-ra por cursos técnicos e tecnólogos.

Uma pesquisa do site de empregos Catho a pedi-do do Brasil Post, divulgada na revista Exame em agosto,

mostrou algumas profissões que pagam bem e não exi-gem diploma universitário. Projetista mecânico, técnico em obras, inspetor de qualidade de instrumentos e técnico em petróleo estão nos primeiros lugares no ranking de sa-lários, com valores que variam entre R$ 3,5 mil e R$ 5 mil.

Em Itajaí e região, a busca por cursos técnicos au-mentou nos últimos anos. “De maneira geral, o técnico tem remuneração melhor do que as carreiras que precisam de nível superior”, ressalta o diretor do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) de Itajaí e Balneário

Divulgação Senai

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Uma vantagem de quem se forma em cursos técnicos é o ingresso no mercado de trabalho em menos tempo do que um profissional que faz faculdade. A média desses cursos é de dois anos contra quatro anos em uma universidade.

O diretor do Senac de Itajaí, Laerson Batista da Costa, ressalta que o tempo de duração depende do curso. O técni-co em enfermagem, por exemplo, precisa do mínimo de 1,8 mil horas de aulas para se formar, o que significa pouco mais de dois anos na instituição. Já o técnico em segurança do trabalho se forma depois de cumprir aproximadamente 1,4 mil horas de aulas. No Senai, conforme o diretor Geferson

Camboriú, Geferson Luiz dos Santos. Segundo ele, todos os cursos do gênero têm grande procura, mas os técnicos em eletromecânica, eletrotécnica e construção naval são os mais requisitados, seguidos de logística e segurança do trabalho.

No caso dos técnicos em eletrotécnica e eletrome-cânica, Santos ressalta que a procura é grande porque todo tipo de empresa demanda desses profissionais, que trabalham em áreas como manutenção de equipamen-tos. Outro curso que tem boa remuneração na região é o técnico em edificações, por causa da aceleração da cons-trução civil em cidades como Itajaí e Balneário Camboriú. Nesse último caso as aulas ocorrem em Balneário Cam-boriú, junto ao Sindicato da Indústria de Construção Civil (Sinduscon) da cidade.

No Serviço Nacional de Aprendizagem Comercial (Senac) de Itajaí os cursos técnicos do momento são se-gurança do trabalho e enfermagem. “O curso de técnico em enfermagem é um dos melhores campos de trabalho em Itajaí e região. Se eu tiver 50 formados na área, os 50 estarão empregados”, revela o diretor do Senac de Itajaí, Laerson Batista da Costa, lembrando que a região terá, em breve, a ampliação do hospital da Unimed, em Balneário Camboriú, e do Hospital e Maternidade Marieta Konder Bornhausen com o Complexo Madre Teresa, em Itajaí. A previsão é que centenas de profissionais da área sejam contratados após as duas expansões.

“Neste mês, começamos uma turma de técnico em

enfermagem com 35 vagas e todas elas foram rapida-mente preenchidas”, enfatiza o diretor do Senac. Costa comenta que também há grande procura por técnico em segurança do trabalho, já que empresas das mais variadas áreas de atuação precisam de um técnico do gênero.

De acordo com a pesquisa salarial feita pelo Sistema Nacional de Empregos (Sine), com base nos currículos ca-dastrados no Banco Nacional de Empregos e contribuições salariais do Salário BR nos últimos 12 meses, os técnicos nas áreas citadas pelos diretores do Senai e do Senac têm salários variados, entre R$ 1,5 mil e R$ 5 mil. A variação ocorre conforme o tamanho da empresa e o nível de expe-riência do profissional.

A Univali já formou 33,4 mil pessoas nos cursos técnicos da instituição. O campus de Balneário Camboriú oferece técnicos em cosmetologia e estética, design de in-teriores, gestão de recursos humanos e marketing. Em Ita-jaí há técnicos nas áreas da construção naval, fotografia, gestão portuária, produção audiovisual e sistemas para internet.

No mercado de trabalho em menos tempo

Divulgação Senac

Divulgação Senai

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Luiz dos Santos, a média de duração dos cursos técnicos é de dois anos.

Além de se formar em menos tempo, o técnico também gasta menos para estudar. “Alguns dos nossos cursos custam R$ 295 mensais, como os técnicos em se-gurança do trabalho e em logística, que não exigem uso de equipamentos. Outros são R$ 395 mensais porque precisam de materiais”, enfatiza Santos sobre os valores pagos nos cursos do Senai em Itajaí e região.

O Senac, além dos pagos, oferece cursos gratuitos à comunidade. “A instituição tem uma cota de horas a serem promovidas gratuitamente em nível de estado. As aulas acontecem nos períodos matutino e vespertino e alguns dos oferecidos são os técnicos em segurança do trabalho, em enfermagem e em logística”, comenta La-erson da Costa. O diretor revela, também, que neste ano não há mais vagas nos cursos gratuitos, que devem ser abertas novamente em 2016.

Construindo barcosRodrigo Pereira, 30 anos, trabalhava na área de

educação física quando decidiu mudar totalmente seu rumo profissional. “Iniciei minha carreira na área naval com o intuito de realizar o sonho que tinha desde pe-queno de construir barcos. Como eu já tinha uma profis-são, procurei me inserir de alguma forma na área para aprender como as coisas funcionam nesse meio e ver se realmente iria me adaptar”, conta.

Morador de Itajaí, Rodrigo decidiu fazer o curso

de técnico em construção naval do Senai e teve o pri-meiro contato com a área. “Concluí o curso como alu-no destaque, sendo homenageado pela coordenação e professores durante a formatura pelo meu desempenho, principalmente pelo fato de eu ter me destacado tanto em meio a vários de meus colegas que já tinham muitos anos de área naval”, lembra. Hoje ele trabalha em um estaleiro da região com a construção de barcos e não se arrepende da mudança de profissão.

O técnico em construção naval ressalta que a ques-tão salarial no ramo depende da experiência de cada profissional, mas o piso da categoria é de aproximada-mente R$ 2,5 mil. Para se formar como técnico em cons-trução naval no Senai, por exemplo, o gasto é de, em média, R$ 9,4 mil nos dois anos de curso. Levando em consideração o piso de um profissional na área naval, o salário anual é de aproximadamente R$ 30 mil. O que quer dizer que, em um ano, o técnico consegue ter o triplo do retorno do que gastou com o curso.

Apesar da crise no ramo, principalmente porque a Petrobras é uma das principais responsáveis pela movi-mentação do setor naval no Brasil, Pereira acredita em um mercado positivo. “A área naval era uma das mais aquecidas até o final do ano passado e creio que, pas-sada a crise, ela voltará a estar em alta novamente, fi-cando por um bom tempo entre os setores com maior movimentação para a economia devido a essa questão ligada à exploração do pré-sal, por exemplo. Porém, os profissionais do setor terão que ter paciência”, finaliza.

Divulgação Senai

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Procura por universidadesO aumento da procura por cursos técnicos não sig-

nifica baixa nas universidades. A demanda de pessoas querendo se especializar é grande, portanto há espaço para cursos técnicos e faculdades no mercado. Além disso, muitas pessoas que fizeram tecnólogos procuram as uni-versidades para se especializar ainda mais em suas áreas de atuação.

Um levantamento feito pela Univali, que também tem cursos técnicos, mostra os cursos universitários que mais formaram no campus Itajaí nos últimos três anos. O curso de direito está em primeiro lugar. Houve baixa no

número de formados em 2014 com relação aos dois anos anteriores. Mesmo assim, o número continua alto.

Administração e comércio exterior vêm em seguida nos que mais formam e também tiveram pequenas bai-xas no número de formados em 2014 na comparação com 2013 e 2012. O curso de logística da Univali, que também está na lista dos mais procurados, é um dos que sofreu maior queda de formados no período, passando de 107 formandos em 2012, para 185 em 2013 e 54 em 2014.

Confira a tabela de formados da Univali de Itajaí nos últimos três anos:

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ArtigoArtigo

Com vasto mercado consumi-dor, o Mercosul é hoje o prin-cipal destino das exportações

de produtos brasileiros de alto valor agregado. E, apesar de algumas di-vergências entre os seus parceiros e as dificuldades encontradas para a formalização de acordos de livre-co-mércio com outros blocos ou países, o Mercosul, com 24 anos de atuação, não só é uma iniciativa consolidada como fundamental para o comércio exterior. Basta ver que, hoje, 87% das exportações brasileiras para o bloco são compostas de produtos industria-lizados, manufaturados e semi-manu-faturados.

Se não tivesse havido em 1991 um esforço conjunto para a assinatura do Tratado de Assunção entre Brasil, Argentina, Uruguai e Paraguai, o país hoje estaria em maiores dificuldades, diante do atual neocolonialismo em que as nações desenvolvidas procu-ram só comprar commodities, ven-dendo em troca produtos manufatu-rados aos países emergentes e subde-senvolvidos.

O êxito do Mercosul pode ser medido também pela adesão da Ve-nezuela como país-membro e de Chi-le, Peru, Colômbia e Equador como estados associados. Além disso, estão em fase de conclusão o processo de adesão da Bolívia e em fase inicial o da entrada de Suriname e Guiana como associados. O bloco hoje repre-senta 70% da população da América do Sul e agrega uma população de 270 milhões de pessoas

É de se lembrar que, em 1991,

o comércio do Brasil com os demais países do Mercosul alcançou o total de US$ 4,5 bilhões, segundo dados do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Desse total, US$ 2,3 bilhões foram em exportações e US$ 2,2 em impor-tações. Em 2010, o movimento co-mercial saltou para US$ 39,2 bilhões – dos quais US$ 22,6 bilhões em ex-portações e US$ 16,6 bilhões em im-portações.

Nos dias de hoje, comparado com o resto do mundo, o mercado sul--americano aparece em primeiro lugar no ranking de exportações brasileiras de manufaturados. Segundo dados do MDIC, em 2014, o bloco impor-tou 24,1% dos produtos brasileiros, à frente de União Europeia (17,6%), Estados Unidos (1,7,2%), América La-tina (15,3%) – excetuando-se os paí-ses do Mercosul –, Ásia (9,2%), África (5,1%) e Oriente Médio (3,2%). Os de-mais países e blocos somaram 8,3%.

Em outras palavras: entre 1991 e 2013, as transações entre os países--membros foram multiplicadas em mais de 12 vezes, chegando a US$ 59,4 bilhões. Em 2014, o Produto Interno Bruto (PIB) do bloco chegou a R$ 3,1 bilhões, ficando atrás ape-nas de Estados Unidos, China, Japão e Alemanha. Com isso, está claro o papel do Mercosul como indutor da integração e crescimento da região, assumindo uma posição estratégica no tabuleiro da geopolítica mundial, que o Brasil isoladamente não con-seguiria ou precisaria de mais tempo para conseguir.•

Por Milton Lourenço Presidente da Fiorde

Logística Internacional e diretor do Sindicato dos

Comissários de Despachos, Agentes de Cargas e

Logística do Estado de São Paulo (Sindicomis) e da

Associação Nacional dos Comissários de Despachos,

Agentes de Cargas e Logística (ACTC)

A força do Mercosul

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Rua Manoel Vieira Garção, 10 – Sala 204 - Esq. Dr. José Bonifácio MalburgCep: 88301-425 – Centro- Itajaí – SC – Edifício PHD

Uma pesquisa do Sindicato da Habitação de Santa Catarina (Secovi/SC) mostrou que os preços dos imóveis em Itajaí apresentaram queda no primeiro

semestre de 2015. De acordo com o cenário do mercado imobiliário, divulgado no início de setembro, os aparta-mentos de quatro dormitórios apresentaram maior que-da no valor do metro quadrado em Itajaí, passando de R$ 9.9 mil para R$ 8.3 mil.

Na análise semestral dos imóveis de um, dois, três e quatro quartos houve queda no valor ofertado de, em média, 7,4%. Os apartamentos que registraram maior au-mento de preços foram os de um dormitório.

Em Balneário Camboriú, os apartamentos com três dormitórios apresentaram uma valorização de 13,2% nos primeiros seis meses deste ano. Em janeiro, o valor do metro quadrado por área útil era R$ 6.9 mil e em junho

passou para R$ 7.8 mil.Os apartamentos de quatro quartos também apre-

sentaram aumento significativo de 8,4% nos valores, pas-sando de R$ 9.6 mil em janeiro para R$ 10.4 mil em junho. Os imóveis de um quarto aumentaram 5,5% no período e foram de R$ 4.9 mil o metro quadrado em janeiro para R$ 5.2 mil em junho. Os apartamentos de dois dormitórios apresentaram menor valorização.

Em Itapema, os apartamentos de três dormitórios foram os que ficaram mais caros no semestre. O aumento foi de 6,1% no período, passando de R$ 4.4 mil o valor do metro quadrado por área útil em janeiro para R$ 4.6 mil em junho. A maior queda nos imóveis da cidade foi registrada nos de dois quartos, que custavam R$ 3.8 mil o metro quadrado por área útil em janeiro para R$ 3.7 mil em junho.•

Preços dos imóveis apresentam queda no primeiro semestre do ano em Itajaí

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Depois de longa busca por recursos, licitações e muita burocracia, as obras do centro de eventos de Balneário Camboriú finalmente começaram.

Empresários da região, que afirmam ter esperado 30 anos para que isso acontecesse, agora podem comemorar tran-quilos, pois o espaço logo vai se tornar realidade. A expec-

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Centro de eventos de Balneário Camboriú enfim sai do papel

PRIMEIRA ETAPA DA OBRA, QUE JÁ COMEÇOU, ESTÁ ORÇADA EM R$ 89,8 MILHÕES

Divulgação

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tativa é que grandes feiras, congressos e eventos em geral sejam recebidos no local, às margens da BR-101, onde fica o Complexo Ambiental Cyro Gevaerd.

Autoridades afirmam que o centro de eventos não vai mudar apenas o cenário político da cidade, mas, tam-bém, de toda a região. “Eu acho que é uma nova matriz econômica, que vai permitir que a cidade tenha eventos o ano inteiro. Vai ser um acréscimo bastante significativo para o desenvolvimento econômico do litoral”, ressalta a secretária de Desenvolvimento Regional de Itajaí, Eliane Rebello.

Representando a classe empresarial, o presidente do Sindicato da Indústria de Construção Civil de Balneário Camboriú (Sinduscon-BC), Carlos Humberto Metzner Silva, explica que a obra leva a marca de muitas entidades e instituições. “Ela chega agora, três décadas após iniciado seu pleito, e, sem dúvida, irá mudar o cenário turístico e econômico de Balneário Camboriú e cidades de seu entor-no também, já que nosso centro de convenções será um

dos mais modernos e espaçosos do Brasil”, enfatiza.A expectativa do centro de eventos é grande, con-

forme o secretário de Turismo de Balneário Camboriú, Ademar Schneider, e deve contribuir para o cenário econô-mico de grandes polos como Itajaí e Blumenau. “A gente tem plena certeza que o centro de eventos vai mudar a história, principalmente na baixa temporada, e vai poten-cializar a região, fazendo com que ela receba outros tipos do evento do que o de costume”, comenta.

Ainda de acordo com o secretário, o prazo para a empresa entregar a obra, que começou logo após a assi-natura da ordem de serviço, no dia 19 de agosto, é de 18 meses. Mas a empresa que venceu a licitação, segundo ele, disse que vai fazer o possível para que o centro de eventos seja entregue antes do estipulado no contrato.

O centro de eventos terá 33.5 mil m² de área cons-truída com dois pavilhões para exposições, salas de con-venções, praça de alimentação, ambientes para lojas e 1.083 vagas de estacionamento. Conforme o projeto, a

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primeira etapa da obra vai custar R$ 89,8 milhões. Mas o valor total da construção é superior a R$ 107 milhões.

Os governos municipal, estadual e federal disponi-bilizaram verbas para a construção do espaço. A contra-partida da prefeitura é de R$ 37.5 milhões do governo do Estado é de R$ 15 milhões e do governo federal é de R$ 55 milhões.

Uma longa caminhadaChegar até o ato da assinatura da ordem de serviço

da construção do centro de eventos de Balneário Cam-boriú, que aconteceu no dia 19 de agosto de 2015, não foi fácil. O percurso para que a obra começasse demorou oito anos, mas empresários da região afirmam que já lu-tavam pelo espaço há 30 anos.

De acordo com dados cronológicos sobre o impas-se do centro de eventos divulgados pela prefeitura da cidade, o terreno onde o local está sendo construído foi doado em 2007 pelo Estado. Porém, por questões bu-rocráticas, o município teve que recusar a doação e de-volver o imóvel para o governo estadual. Em 2009, um projeto chegou a ser elaborado, mas acabou reprovado pelo trade de turismo de Santa Catarina por não cumprir as exigências técnicas solicitadas.

Outro projeto foi apresentado em 2012, mesmo ano que o Estado oficializou a doação do terreno. O plano foi apresentado pela prefeitura ao Ministério do

Turismo, em Brasília, no ano de 2013. Alguns ajustes fo-ram feitos na mesma época para que adequações fossem feitas a pedido do governo estadual e, em novembro do mesmo ano, esse projeto foi aprovado.

Mas os trâmites burocráticos não pararam por aí. O contrato do centro de eventos foi assinado pelo prefeito Edson Renato Dias e pelo governador Raimundo Colom-bo em janeiro de 2014. Um edital chegou a ser lançado em maio do ano passado, porém suspenso pelo governo estadual. Havia divergências nas partes elétricas e de se-gurança do projeto, que foi alterado mais uma vez.

O edital de licitação foi reaberto ainda em 2014, mas somente em abril deste ano, após o município pedir ao governo do Estado a responsabilidade pela constru-ção da primeira etapa, o edital foi lançado efetivamente. A pressa para efetuar os trâmites para a construção era porque o governo federal poderia deixar de contribuir fi-nanceiramente com a obra.

Um contrato com a Caixa Econômica Federal afir-mando o repasse financeiro do governo para a constru-ção do centro de eventos foi anunciado pela prefeitura no fim de junho. No dia 13 do mês passado foi lança-do o edital de concorrência pública para a contratação da empresa. A homologação do resultado do processo licitatório foi feita no dia 17, onde a Salver Construtora e Incorporadora Ltda foi anunciada como a responsável pela obra.•

Arthur Miranda

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ArtigoArtigoImpossibilidade de Cobrança de Multa

Moratória ex officio na Cassação de Liminar que Suspende a Exigibilidade do Débito Tributário

Estabelece o Art. 151 do Código Tributário Nacional as causas que suspendem a exigibilidade do débito tributário, dentre elas, as limi-nares em ação ordinária ou mandado de segurança.Neste viés, enquanto uma liminar produzir efeitos para suspender

determinada dívida tributária, estaria a Fazenda (municipal, estadual ou federal) impedida de praticar atos que visassem a cobrança do tributo, como por exemplo: a inscrição em dívida ativa e o ajuizamento de exe-cução fiscal.

É criada efetiva barreira protetiva ao contribuinte, uma vez que en-quanto a decisão estiver em produção de efeitos, nada poderia fazer o Fisco a não ser lançar o crédito, o que apenas formalizaria a sua existência.

No entanto, ao ser revogada ou reformada a liminar, a situação volta ao status inicial, tornando a dívida exigível e exequível, levando-nos a dois questionamentos: a) haveria correção monetária do débito que pas-sou a ser devido? b) haveria incidência de multa pelo não pagamento na data devida (multa moratória)?

Quanto à correção, imperioso destacar que tem por objeto compen-sar a corrosão do valor da moeda, e evitar que o credor receba a menos do que era devido à época de quando deveria ser realizado o pagamento, motivo pelo qual é plenamente aceitável que se corrija o débito.

Superada tal questão, ponto controvertido se cinge sobre a multa moratória cobrada de ofício pela Fazenda, expressa na notificação para pagamento antes mesmo de estar encerrado o novo prazo para recolhi-mento, que passa a correr após a cessação dos efeitos da decisão judicial.

É praticamente unânime o posicionamento da doutrina que relata não haver mora do contribuinte ao estar munido de decisão judicial que suspenda o débito, o que nos leva a crer que enquanto não recolheu o tributo por força da decisão, não estaria em mora o contribuinte, o que se difere do caso em que deixa (por conta e risco) de recolher após notificado em período posterior à cassação da liminar.

Segundo Hugo de Brito Machado, parafraseando Eduardo Arruda Alvim (1998, p.221), não pode ser declarado inadimplente o contribuinte que recorre ao judiciário e ainda demonstra uma pretensão no mínimo aparentemente plausível.

Isto posto, não poderia ser o contribuinte penalizado através da aplicação de multa moratória por não ter recolhido o tributo enquanto vi-gentes os efeitos da decisão judicial, pois não deixou de recolher a exação por conta e risco, mas por autorização do Judiciário.

Destarte, consigne-se ser desarrazoada a cobrança da multa de ofício, uma vez que esta tem caráter meramente punitivo, não estando o contribuinte, portanto, obrigado a recolher os valores principais acresci-dos da penalidade, isto é claro, caso não se tenha exaurido o prazo para pagamento estabelecido na notificação.

Pedro Henrique Almeida da SilvaOAB/SC 40.495 Sócio do escritório Silva e Silva Advogados Associados. Bacharel em Direito pela Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI). Pós-graduando em Direito Tributário pelo Instituto Brasileiro de Estudos Tributários (IBET) - 2014/2015. Analista em Comércio Internacional pelo Centro Europeu - 2013. Cursou Direito Tributário Verticalizado pela Fórum - 2014. Advogado atuante nas áreas Tributária e Aduaneira em nível administrativo e contencioso. Atua ainda na área de M&A (Fusões e Aquisições), com ênfase em Venture Capital e Private Equity.

Economia&Negócios • Setembro 2015 • 53

Aneel aprova redução de 18% no valor da tarifa da

bandeira vermelha na conta de luz

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) aprovou a redu-ção de 18% no valor da tarifa

da bandeira vermelha na conta de luz. A medida mostra que o preço adicio-nal para cada 100 KWh consumidos vai cair de R$ 5,50 para R$ 4,50. Para os consumidores, esse valor corres-ponderá a uma redução de dois pon-tos percentuais na conta.

A mudança anunciada entra em vigor no dia 1º de setembro e segue até 31 de dezembro. Ela foi adotada por causa da redução no custo de pro-dução de energia decorrente do desli-gamento de 21 termelétricas, com cus-to variável unitário maior que R$ 600 MWh, aprovada no início de agosto.

O parque gerador de energia elétrica no Brasil é composto predomi-nantemente por usinas hidrelétricas. Para funcionar, essas usinas depen-dem da chuva e do nível de água nos reservatórios. Quando há pouca água armazenada, usinas termelétricas pre-cisam ser ligadas para não interromper o fornecimento de energia. Com isso, o custo de geração aumenta, pois es-sas usinas são movidas a combustíveis como gás natural, carvão, óleo com-bustível e diesel.•

Fonte: Agência Brasil

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ArtigoArtigo

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Peter Drucker, o pai da administração moderna, nos chamou a atenção, há algum tempo para um problema

crítico nas organizações: “60% de todos os problemas administrativos resultam da ineficácia da comunicação”. Quando se pensa na estimativa, é inevitável não res-ponsabilizar os departamentos de comuni-cação por essa falha nas organizações.

Começa aí um grande erro! A co-municação, de um modo geral, é a ação de tornar comum a informação entre um emissor e um receptor. Ou seja, em grande parte das atividades que desenvolvemos, existe a responsabilidade das partes en-volvidas no processo. Dessa forma, nem sempre devemos transferir apenas para departamento de comunicação a obriga-ção de garantir a transmissão correta de todas as informações que circulam em uma empresa.

Um profissional desejado pelo mercado de trabalho, independente de trabalhar em áreas que são genuinamen-te responsáveis por processos formais de comunicação, tem como imperativo se comunicar bem. É como se, ao investir nesse quesito da empregabilidade, nos atentássemos em fazer o “dever de casa”: se expressar bem e com segurança inde-pendente do público, redigir um bom e--mail, um relatório adequado, ser gentil e educado, gerar empatia, etc. Poderíamos enumerar uma série de habilidades dese-jáveis em relação à boa comunicação, mas vamos elencar as cinco principais para se destacar em qualquer carreira.

1) Conheça seu público-alvo: sem-pre que for falar em público, em reuniões, sejam elas mais operacionais ou estratégi-cas, palestras, escrever relatórios, e-mails, e até mensagens de WhatsApp, tenha em mente quem é o seu interlocutor. A mensagem só fará sentido se você usar recursos para que haja a compreensão do conteúdo. E isso, com certeza, impactará no sucesso de sua comunicação. Antes de começar a falar ou redigir, uma dica é pen-sar quem é o seu público e o de que forma você poderia impactá-lo para alcançar o

resultado deseja.2) Seja conciso sem ser simplista:

a organização das suas ideias em textos, discursos, reuniões, apresentações é de-terminante para o sucesso na forma como você se comunica. O conteúdo precisa ser objetivo e direto. A concisão está ligada à capacidade de sintetizar as informações, ou seja, dizer o máximo com o mínimo de palavras. Para isso, é preciso ter muita atenção e treino. Se for o caso, reescreva, repense, reformule!

3) Esteja atento à língua portugue-sa: um profissional que zela pela sua ima-gem sabe usar bem o português. Isso não quer dizer que utiliza palavras rebuscadas, frases complexas e períodos longos. Mas entende de concordância verbal, nomi-nal, tem um vocabulário diversificado e relativo ao meio em que atua. Uma dica sempre válida é a leitura, principalmente a respeito de temas ligados à sua atuação profissional. Além de adquirir vocabulário, você acumula conhecimentos.

4) Peça feedback: a assertividade na sua maneira de se comunicar está relacio-nada à capacidade de perceber as reações do interlocutor, inclusive no momento da interação. Então, não hesite em perguntar se você foi compreendido ou não. Nesse caso, o feedback permite redirecionar o conteúdo da mensagem instantaneamen-te. Você pode perguntar ao interlocutor: “me fiz entender? Você compreendeu o que eu disse?”

5) Surpreenda o interlocutor: além de se preocupar com público e com o conteúdo, você deve usar recursos para surpreender o interlocutor no momento de transmitir a mensagem, seja ela verbal ou não verbal. Pense na melhor técnica (audiovisual, tecnológica, criativa,) para atingir seu objetivo. Um texto bem escri-to, a vestimenta adequada, apresentações visuais bem elaboradas, o tom de voz apropriado, expressões faciais moderadas, uma linguagem proativa e a capacidade de ouvir as pessoas são maneiras inte-ressantes de surpreender seu interlocutor. Sucesso!•

Maraísa Lima Jornalista, gestora de

comunicação em empresa de renome nacional.É especialista em

marketing, comunicação empresarial e professora do

curso de aperfeiçoamento profissional

“comunicação e redação empresarial” no Instituto de Pós-Graduação e Graduação

(IPOG).

Cinco dicas para ter sucesso na comunicação empresarial

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Economia&Negócios • Setembro 2015 • 55

O Diário Oficial da União publicou o decreto da presidente Dilma Rousseff que garante o adiantamento de parte do décimo terceiro

salário dos aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS). De acordo com o decreto, a primeira parcela, de até 50% do valor do benefício relativo ao mês de setembro, será paga juntamente com os benefícios correspondentes a este mês. A segunda parcela, correspondente à di-ferença entre o valor total do abono anual e o valor da parcela antecipada, será paga juntamente com os benefícios do mês de novembro.

Anteriormente, a intenção do governo era fa-zer o adiantamento em duas parcelas, de 25% cada uma, pagas nos meses de setembro e outubro.Des-de 2006, segundo o Sindicato Nacional dos Apo-

sentados, Pensionistas e Idosos da Força Sindical, a antecipação era creditada em agosto.

De acordo com calendário divulgado pelo Mi-nistério da Previdência, para os que ganham acima de um salário mínimo, o pagamento começa no dia 24 deste mês e vai até 7 de outubro. Acima de um salário mínimo, o pagamento começa no dia 1º de outubro e termina no dia 7 do mesmo mês.

O pagamento da segunda parcela do décimo terceiro será feito a partir do dia 24 de novembro, para quem ganha até um salário mínimo, e vai até 7 de dezembro. Para quem ganha acima desse valor, o pagamento começa no dia 1º de dezembro e vai até o dia 7.

Fonte: Agência Brasil

Publicado decreto que garante adiantamento de parte do 13º salário a aposentados

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Somente no primeiro semestre de 2015, o setor portuário do Brasil, incluindo portos marítimos e fluviais, movimentou 479 milhões de toneladas.

Os dados foram divulgados na metade do mês de agos-to pela Gerência de Estatística e Avaliação de Desem-penho da Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antac) e mostram um crescimento de 3% em relação ao mesmo período de 2014, quando foram movimenta-dos 466 milhões de toneladas.

Nos dados deste ano, os portos privados movi-mentaram 311 milhões de toneladas e os organizados ficaram com 168 milhões de toneladas. Entre os portos organizados, Santos, em São Paulo, manteve a lideran-ça com 46,1 milhões de toneladas movimentadas. De-pois aparecem os portos de Itaguaí, no Rio de Janeiro, Paranaguá, no Paraná, Rio Grande, no Rio Grande do Sul, e Suape, em Pernambuco.

Para o gerente de estatística e avaliação de de-sempenho da agência, Fernando Serra, esse incremento na movimentação aconteceu devido à exportação de commodities. “Os destaques da movimentação portuá-ria brasileira são minério de ferro, combustíveis, soja. As empresas brasileiras possuem contratos de exportação de médio e longo prazos para esses produtos. Portanto, manteve-se o crescimento na movimentação”, afirma.

Nos primeiros seis meses do ano, a região sudes-te movimentou 51,4% das cargas, seguida das regiões

nordeste (24,6%), sul (14,5%), norte (8,9%) e centro--oeste (0,6%).

Dos 479 milhões de toneladas movimentadas, 294 milhões de toneladas foram de granel sólido; 112 milhões de toneladas, granel líquido; 49 milhões de toneladas de carga conteinerizada; e 24 milhões de to-neladas de carga geral. Em comparação com o primeiro semestre de 2014, houve aumento de movimentação em todas as cargas nos primeiros seis meses de 2015.

No relatório também foram divulgadas as 15 mercadorias mais movimentadas no primeiro semestre de 2015. O minério de ferro foi a carga mais movimen-tada, com 167,7 milhões de toneladas. Em segundo lugar aparece o grupo formado por combustíveis, óleos minerais e produtos e, na terceira posição, os contêi-neres.

A movimentação de contêineres na navegação de cabotagem também cresceu, com 10,4 milhões de to-neladas. O incremento foi de 5,7% no primeiro semes-tre de 2015 em relação ao mesmo período de 2014. A movimentação na navegação de longo curso registrou crescimento de 1,16%, com 38 milhões de toneladas.

Em relação à navegação interior, os destaques são o incremento significativo na movimentação nas instalações portuárias nos rios Madeira e Tapajós e o decréscimo na movimentação nas instalações nos rios Tietê-Paraná e Paraguai.•

Setor portuário brasileiro movimenta 479 milhões de toneladas no primeiro semestre do ano

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A TCP, empresa que administra o Terminal de Contêineres de Paranaguá, e um grupo de ar-madores formado por MSC, MOL e Maersk

implantaram, recentemente, uma reestruturação na linha marítima Ipanema, que atende os países da Ásia, com o objetivo de ampliar os serviços de exportação e importação. Com a mudança, o atendimento aos na-vios que utilizam a rota foi ampliado, aumentando o número de escalas semanais e dando mais agilidade logística e operacional para importadores e exportado-res, o que reduziu consideravelmente o transit time de mercadorias entre o Brasil e a Ásia.

Antes da reestruturação, o TCP recebia apenas os navios que deixavam o país em direção ao norte da Ásia. Agora, o terminal é ponto obrigatório também na chegada de navios ao Brasil, no sentido Ssul. “Antes, os navios que serviam a linha Ipanema iam até Buenos Aires e, na volta, paravam em Paranaguá para carga e descarga de mercadorias. A partir da mudança, eles atracam no terminal tanto na ida quando na volta”, afirma Juarez Moraes e Silva, diretor Superintendente Comercial da TCP.

Agora são previstas sete escalas semanais, fa-zendo com que o terminal receba, pelo menos, um navio por dia com origem ou destino para a Ásia. Na

comparação com os demais portos que atuam em área de influência da TCP, o terminal terá semanalmente mais que o dobro dos serviços.

Além da maior frequência, a capacidade do ter-minal em receber os maiores navios de contêineres que fazem comércio internacional na América Latina, torna o serviço para a Ásia maior e mais rápido na comparação com os demais portos. O diretor da TCP acrescenta, ainda, que as mudanças no serviço Ipane-ma fortalecem a posição de liderança do terminal na região Sul do Brasil. “Atualmente, a TCP atende 100% dos armadores que atuam na região. Dos cerca de 40 armadores existentes no mundo, aproximadamente 25 atuam na costa brasileira e a TCP trabalha com todos. Para nossos clientes é uma grande vantagem escolher um terminal que trabalhe com todos os armadores e que ofereça possibilidade de contratar os serviços com o melhor custo possível”.•

TCP amplia serviços de exportação e importação à Ásia

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O Porto de Imbituba está investindo em ações sustentáveis com execuções de monitoramentos na qualidade da água,

programa de gerenciamento de resíduos, edu-cação ambiental voltada para a sociedade e co-municação social, gerenciamento de resíduos e monitoramento da baleia franca no período em que o animal migra para a Área de Proteção Am-biental (APA). Programas de apoio à comunidade pesqueira e de gerenciamento de riscos ambien-tais também são desenvolvidos pelo complexo.

Segundo o gerente de Segurança do Traba-lho e Meio Ambiente do Porto de Imbituba, Rob-son Busnardo, além dos monitoramentos ambien-tais, estão em desenvolvimento o sistema de ges-tão ambiental do porto com base na metodologia da NBR ISO 14.001/2004 e de estudos de com-preensão dos sistemas ambientais e as possíveis

interferências que a atividade portuária provocou ou provoca nesse meio. “Além do respeito à todos os requisitos legais que norteiam a atividade por-tuária, consideramos um compromisso dessa ad-ministração a preservação do meio ambiente que estamos inseridos e podemos influenciar. Para nós é vital que o Porto de Imbituba se desenvolva de forma sustentável, respeitando os anseios da sociedade e o propósito de crescimento de Santa Catarina, principalmente da região sul”, ressalta.

Busnardo revela que as entidades regula-doras da atividade portuária, como a Secretaria Especial de Portos (SEP) e a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) estão reco-nhecendo a importância do desenvolvimento da gestão ambiental e cobrado uma organização de todos os portos do Brasil no que se refere ao as-sunto.•

Porto de Imbituba investe em ações sustentáveis

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A soja é a principal mercadoria movimentada no Porto de Rio Grande neste ano, somando mais de 8 milhões de toneladas no acumulado do

ano. Em apenas um mês, o grão movimentou mais de 1,4 toneladas. Comparando com os dados de 2014 até julho, o complexo soja passou de 7.458.086 para 8.773.426 toneladas em 2015 no mesmo período.

O trigo também se destaca nas movimentações do porto. Nos primeiros sete meses de 2013, foram movimentadas 308 mil toneladas. Neste ano, até ju-

lho, o total foi de 1.119.997 toneladas.“No cenário econômico atual ter um crescimen-

to de movimentação mostra que a administração tem sido criativa e eficiente para realizar a manutenção das cargas e atrair novos investimentos. Com as to-ras de madeira, a celulose e diversos outros produtos estamos atraindo a atenção dos empresários para utilizar o Porto do Rio Grande que já tem a tradição em produtos como a soja”, afirma o superintendente Janir Branco.•

Soja é a principal mercadoria movimentada no Porto de Rio Grande

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A presidente Dilma Rousseff está defendendo fortemen-te a criação de receitas para o governo como forma de reequilibrar o Orçamento e resolver o déficit de R$

30,5 bilhões previsto na proposta orçamentária para 2016, enviada ao Congresso. Ao comentar a eventual volta da Con-tribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF) – que foi cogitada pelo governo – Dilma disse que não gostava do tributo, mas não descartou a criação de fontes de receita.

Em entrevistas, a presidente disse que a medida pode ser necessária, ao lado de outras, como cortes de gastos e melhoria da gestão do governo. “Se a gente quer um Orça-mento equilibrado, se a gente quer preservar as políticas, vamos ter de tomar algumas medidas: umas são de gestão, por parte do próprio governo. A segunda coisa que vamos fazer: temos que discutir novas fontes de receitas, se a gente quiser manter a lei, obviamente que a gente quer, e também garantir que o país não tenha um retrocesso”, disse.

Dilma também defendeu a iniciativa do governo de enviar a proposta orçamentária com previsão de déficit como uma iniciativa de transparência. Mas voltou a argumentar que o governo não transferiu responsabilidades para o Con-

Dilma defende criação de receitas para resolver déficit e reequilibrar Orçamento

gresso resolver o problema das contas públicas. Segun-do Dilma, o governo não quer ficar com o déficit e quer discutir como conseguir as receitas necessárias para reequilibrar o Orçamento.

“A responsabilidade é do governo federal, nós va-mos fazer isso e vamos apontar aonde a gente acha que deve ser concentrada essa receita. A gente ainda tem mais dois meses para fazer isso, entre um e dois meses, no máximo, podendo chegar até o fim do ano, porque esse Orçamento é para o ano que vem”, ressaltou.

Dilma disse que o governo “cortou tudo o que po-deria ser cortado ou o que poderia esperar”, mas desta-cou a opção de não reduzir gastos de programas sociais como o Bolsa Família e o Minha Casa, Minha Vida. A presidenta lembrou que a maior parte do Orçamento não é gasta com essas medidas, mas com despesas obrigatórias. “Por isso, a gente vive falando que tem de ter cuidado quando você fica aprovando medidas que elevem a despesa obrigatória do governo.”

Perguntada sobre a relação com o Congresso Nacional em meio à crise política e econômica que o país atravessa, Dilma disse que a convivência entre os

Poderes está baseada na Constituição Federal, que prevê independência entre eles, mas

de forma harmônica. De acordo com a presidente, é preciso que o Congres-

so também tenha preocupação com a estabilidade macroeconô-mica, política e social do país ao aprovar ou modificar leis.

Fonte: Agência Brasil

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ArtigoArtigo

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Li uma notícia que relatava a di-ficuldade de se conseguir a re-dução da anuidade do cartão de

crédito. A reportagem aponta que os bancos resolveram dificultar a nego-ciação e cobrar pelo produto.

Esse era um movimento espe-rado pelos bancos que, pressionados pelos aumentos dos impostos, resol-veram “quebrar as metas” atuando em uma área onde, já sinalizavam há anos, geraria um bom retorno finan-ceiro. Vale dizer que a matéria trata da anuidade no cartão de crédito, mas podemos esperar que a partir de agora esse movimento seja estendido também a outros produtos financeiros.

Por exemplo: o banco onde mo-vimentava algumas ações subiu a taxa de custódia da conta, de R$ 9 para R$ 12, sem nenhum comunicado anteci-pado ou motivo específico. O valor é pequeno, sim, mas pense que um au-mento de 33,33% em vários produtos financeiros pode causar um estrago enorme no orçamento de uma pessoa, no período de um ano.

O momento agora é de cautela redobrada por parte do consumidor, frente às instituições financeiras. Pro-dutos financeiros vão subir bem mais que a inflação e o acesso ao crédito fi-cará cada vez mais restringido. O ideal é tentar não ser "refém" da instituição

financeira, e assim ter mais poder na hora da negociação. Esse aumento, citado acima, determinado pelo banco será combatido com o cancelamento da conta, já que não tenho necessida-de de continuar com ela.

Quem possui, reiteradamente, dívidas no cartão de crédito poderá não conseguir uma boa redução na anuidade. Nestes casos, o banco sabe que o cliente precisa da instituição financeira para fechar o orçamento e não tem muitas opções. Quem não possui dívidas, pode cancelar o servi-ço ou mudar de banco, opções que as instituições financeiras têm verdadeiro pavor.

Outra dica que funciona é acompanhar, diariamente, sua con-ta bancária e a do cartão de crédito. Assim, é possível evitar uma série de aborrecimentos. Quanto ao cartão de crédito, use-o de forma racional, por-que a economia realmente aponta que o momento é ruim para se ter dívidas. Evite ficar fragilizado numa eventual negociação. Lembre-se que a boa re-lação comercial existe quando há re-ciprocidade. Se é boa só para o outro lado, talvez seja o caso de você can-celar o serviço ou procurar outra insti-tuição financeira. De olho no equilíbrio de suas finanças pessoais, seu bolso vai agradecer! •

Como negociar com o banco em tempos de crise

Por Lélio Braga Calhau. É promotor de Justiça

de defesa do consumidor do Ministério Público de

Minas Gerais. Graduado em Psicologia pela Univali, é

Mestre em Direito do Estado e Cidadania pela UFG-RJ e Coordenador do site e do

Podcast "Educação Financeira para Todos".

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Diminuiu o número de famílias endividadas em Santa Catarina. É o que mostra a Pesquisa de Endividamen-to e Inadimplência do Consumidor (Peic), divulgada

pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (Fecomércio-SC). Na comparação anual, houve queda de 5,3 pontos percentuais no número de endividados no Estado, que passou de 57,8% em agosto de 2014 para 52,5% no mesmo período de 2015. Entre julho e agosto deste ano, o endividamento dos consumidores catarinenses caiu 0,4 pon-tos percentuais.

Blumenau e Itajaí representam o menor percentual de inadimplentes no quesito contas em atraso. Mas 51,4% dos blumenauenses estão endividados. Florianópolis tem o maior percentual de famílias endividadas e com contas em atraso, que significam 86,6% e 25,7%, respectivamente. Já Joinville lidera o percentual de pessoas que não terão condições de pagar as dívidas. Nesse indicador, Blumenau e Itajaí também são as melhores posicionadas, com menos famílias sem con-dições de pagar as contas, representando 5,1% e 5,8%.

A maioria dos itajaienses tem mais de um ano de com-prometimento com as dívidas, somando mais de 50%. E

52,9% dos moradores do município afirmaram que demoram mais de 90 dias para pagar as contas em atraso. Dentre as famílias da cidade que estavam com as dívidas atrasadas no mês de agosto, 52,9% disseram que não terão como pagar. Apesar de parecerem altos, os índices são menores que os das outras cidades analisadas nestes pontos.

O percentual total de famílias com contas em atraso no Estado, segundo a Peic, manteve o mesmo patamar de julho, 18,2%. Com relação a agosto de 2014, o número caiu 0,3 pontos percentuais. O número de famílias que não terão condições de pagar suas contas manteve-se perto do maior da série histórica, com 10,9%.

Outro dado relevante da pesquisa é que as famílias com renda superior a 10 salários mínimos estão mais endivi-dadas em comparação com as de renda inferior. Em números, 54,8% das que têm renda superior a 10 salários mínimos es-tão mais endividadas contra 53,9%.

O cartão de crédito continua sendo a maior dívida dos catarinenses, com 45,2%. Os carnês estão em segundo lugar, com 30%. Os financiamentos de carros aparecem em terceiro, com 25,9% e o crédito pessoal em quarto, com 19,4%.

Diminui o número de famílias endividadas em SC

ENTRE AS CINCO CIDADES ANALISADAS, BLUMENAU E ITAJAÍ REPRESENTAM O MENOR PERCENTUAL DE INADIMPLENTES COM CONTAS EM ATRASO

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Mais da metade dos catarinenses afirmam não ter como pagar dívidasA maioria dos catarinenses revelaram que têm

dívidas por mais de um ano, representando 52,5%. Em uma análise geral, o tempo médio de comprometimento com dívidas ficou em 9,3 meses, maior valor da série histórica.

Mais de 22% das famílias estão com 50% da renda comprometida com dívidas, enquanto as que têm renda entre 11% e 50% destinada ao pagamento de dívidas é de 58,8%. A quantidade de catarinenses com contas em atraso ficou praticamente estável na comparação entre julho e agosto, passando de 34,3% para 34,6%. Os que não têm contas em atraso somam 65,3%. No total ge-ral das famílias pesquisadas, a porcentagem de famílias com contas em atraso ficou em 18,2% em agosto, mes-mo percentual de julho.

Porém, 60% dos catarinenses com contas em atra-so afirmam não ter como pagar todas as dívidas. Os que, em parte, poderão pagar as contas representam 14% em agosto. As famílias que terão condições de quitar todos os débitos representam 21,1%, com queda de 2% em relação ao mês de julho.

No Brasil, agosto foi de aumento no número de inadimplentesOs dados foram positivos em Santa Catarina, con-

forme a pesquisa da Fecomércio. Mas, nos dados nacio-nais, agosto fechou com aumento de 22,4% no número de inadimplentes no Brasil, conforme a Peic divulgada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Servi-ços e Turismo (CNC).

O levantamento mostra que a taxa subiu compara-da a julho, quando atingiu 21,5% e também em relação a agosto de 2014, onde alcançou 19,2%, sendo a maior desde julho de 2013, quando o percentual foi o mesmo. O tempo médio de atraso das dívidas dos brasileiros atu-almente é de 60,9 dias.

A pesquisa ainda revela que os brasileiros que não terão condições de pagar suas contas somam 8,4%, per-centual superior ao de julho deste ano e agosto do ano passado. O percentual de famílias endividadas, mas que não estão necessariamente com contas em atraso, che-gou a 62,7% em agosto deste ano, superior aos 61,9% de julho, mas abaixo dos 63,6% de agosto de 2014. Em relação às dividas, as com cartões de créditos são as maiores, representando 77,7%.•

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Santa Catarina não sofre os impactos da crise econô-mica como outros estados do Brasil. Porém, não há como o Estado não ser afetado pela instabilidade fi-

nanceira que se alavanca no cenário nacional por fatores como a inflação e a alta do dólar. O governador Raimun-do Colombo e o vice-governador Eduardo Pinho Moreira se reuniram com o colegiado catarinense em Florianópo-lis para discutir estratégias para manter o equilíbrio da economia estadual nos últimos quatro meses do ano.

Em fevereiro, março, junho e agosto, a arrecadação do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) registrou crescimento abaixo da inflação no Es-tado. No início do ano, a greve dos caminhoneiros foi um dos motivos para o crescimento abaixo do esperado. Mas, atualmente, setores que são tradicionais arrecada-dores passam por desaceleração na produção e nas ven-das, diminuindo a arrecadação.

Durante o encontro, o governador destacou que o governo está fazendo a programação para os quatro últimos meses do ano, tanto financeira quanto de obras, para minimizar os impactos da crise em Santa Catarina. “Para manter o equilíbrio e o Estado continuar com uma presença positiva na sociedade, há necessidade da in-tegração, de responsabilidade fiscal e da execução das obras com rapidez e eficiência, porque é na crise que pre-

cisamos ser mais fortes e melhorar a proteção de toda a nossa sociedade”, disse.

Segundo Colombo, é preciso combater o clima de pessimismo e aproveitar o cenário para corrigir o que está errado. “A crise é sempre uma oportunidade para melhorar o seu método de trabalho e seus resultados, exigir mais empenho e melhor desempenho, alcançar as metas”, ressaltou, enfatizando que a oportunidade está presente no governo estadual, que está conseguindo conquistas internas positivas. “Temos condições de re-ver contratos, de reduzir custos e continuar aumentan-do nossa presença na economia para gerar empregos”, pontuou.

O secretário de Estado da Fazenda Antonio Gava-zzoni, que também esteve no encontro, ressaltou que o governo catarinense continua com as contas equili-bradas, mas reconheceu que é preciso estar atento aos desdobramentos da situação econômica nacional. “A eco-nomia de Santa Catarina esteve blindada durante muito tempo, mas também estamos sentindo reflexos desse cenário”, revelou. O secretário ainda comentou que os quatro últimos meses do ano são tradicionalmente um período de crescimento na arrecadação, mas as projeções podem ser alteradas diante da instabilidade na economia brasileira. •

Colegiado catarinense discute estratégias para manter o equilíbrio da economia estadual

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No começo do ano, o Porto de Imbituba renovou o desconto de 50% nas tarifas para as atividades relacionadas à movimentação de contêineres. Ao anunciar a medida, a administração do porto destacou que fazia aquilo em função do crescimento apresentado pelo complexo nos últi-mos anos. Afinal, em 2014, o porto teve um crescimento de 214,4% no volume de contêineres em relação a 2013, que já havia registrado aumen-to de 185,9%.

Com a redução das tarifas, a ad-ministração anunciou também a am-pliação da capacidade do porto para receber os maiores navios que fre-quentam a costa brasileira. Localizado em enseada de mar aberto, o porto está em condições de receber carguei-ros com até 333,2 metros de compri-mento. Para se ter uma ideia, o CMA CGM Tigris, o maior porta-contêineres que já passou pela costa do país, atra-cando em Santos e Itajaí, tem quase 300 metros de comprimento e capaci-dade para 10.622 TEUs (medida equi-valente a um contêiner de 20 pés). Com as obras de dragagem concluídas em 2014, o porto passou a oferecer calado de 17 metros nos acessos e 15 metros nos berços.

Se a administração de Imbitu-ba entendeu de manter o desconto de 50%, nada indicava que as tarifas estivessem defasadas. Afinal, qual o comerciante que oferece desconto se

já está com o preço de seu produto ou serviço lá embaixo? Por isso, soa estranho que tenha sido exatamente esse porto aquele que foi autorizado pela Agência Nacional de Transpor-tes Aquaviários (Antaq) a adicionar o maior índice de reajuste em suas ta-rifas (39%), superior até mesmo aos permitidos aos portos de Porto Ale-gre (33,2%), Recife (32,9%) e Santos (31,7%). Quer dizer, com tamanho reajuste, o desconto, praticamente, desapareceu.

Obviamente, nada disso com-promete a atuação do porto de Im-bituba, cujo terminal de contêineres desde 2008 está sob administração da Santos Brasil. Esse terminal alcançou a marca de 77,91 movimentos por hora (MPH) na operação de uma úni-ca embarcação, o que é considerado um alto índice de eficiência. Com isso, consegue oferecer operações moder-nas e ágeis aos clientes – armadores, importadores, exportadores e empre-sas embarcadoras –, proporcionando maior competitividade.

Com o reajuste desmedido, porém, os ganhos de produtividade ficam comprometidos. Tudo isso é de se lamentar porque Imbituba, por sua localização, é um dos poucos portos brasileiros que apresentam condições de receber cargueiros um pouco maio-res que deverão descer para o he-misfério sul depois da conclusão das obras do Canal do Panamá.•

Por Adelto Gonçalves, jornalista especializado em comércio exterior, é doutor

em Letras pela Universidade de São Paulo (USP) e autor

de Direito e Justiça em Terras d´El-Rei na São Paulo Colonial (Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, 2015), entre outros.

E-mail:[email protected]

Imbituba: reajuste incompreensível

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